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Capoeira PDF
Capoeira PDF
DA CAPOEIRA?
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Cesar Maia
DIvISÃO DE PESQUISA
Sandra Horta
CONSELHO EDITORIAL
Antonio Carlos Austregésilo de Athayde (presidente), Afonso Carlos
Marques dos Santos, André Luiz Vieira de Campos, Antonio Torres,
Carlos Lessa, Eliana Rezende Furtado de Mendonça, Franco Paulino,
Jaime Larry Benchimol, Lana Lage da Gama Lima, Luciano Raposo de
Almeida Figueiredo, Mauricio de Almeida Abreu, Pedro Lessa,
Sandra Horta, Vera Lins
COLEÇÃO MEMÓRIACARIOCA V. 1
200 1
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
Secretaria Municipal das Culturas
Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural
Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro
Divisão de Pesquisa
Coleção MEMÓRIACARIOCA
Volume 1
Editoraçáo Eletrônica
Valentim de Carvalho
Reprodução fotográfica
Marco Belandi
1. Capoeira -Rio deJaneim (RJ)- 1890- 1904.2. Negros - Rio de Janeiro (RJ) Vida m i a 1 e m t u
m a . 3. Cultura popular
CDD:796.81
CDU:796.8(815.4 1) "1890/1904"
6. Ibidem, p. 109.
8. Ibidem, p. 113-4.
A DEMARCAÇÃO
DO PROIBIDO
Os "nagoas" respondiam
- O castelo içou bandeira
São Francisco repicou
Guaiamum está reclamando
Manuel Preto já chegou
(Ibidem)
i
Saindo cada nação da sua "fortaleza" (taberna), lá ia uma
ao encontro da outra; os caxinguelês à frente, levando navalhas e
outras armas, por serem menos visados pela polícia. Na iminência
do confronto, cabiam aos caxinguelês as provocações mútuas, o
que era seguido, geralmente, da sua fuga, quando então entravam
em ação os capoeiras propriamente ditos.
E, desta forma, no calor da "pegada", os meninos ingressa-
vam lenta-menteno que se poderia chamar de espírito da capoeira-
gem e, particularmente, eram envolvidos pela natureza da sua mal-
ta, da sua nação. Os carrapetas seriam, no fundo, a esperança de
sobrevivência da capoeiragem a longo prazo. Esperança para os
capoeiras adultos e respeitados, eles eram, ao contrário, objeto de
grande preocupação para as autoridades da Corte. O grande nú-
mero de meninos abandonados, sem pais ou responsáveis, vivendo
à própria custa, se "virando" pelas ruas, chamava a atenção do
ministro da Justiça, em 1878:
5. Ibidem, p. 133.
181
experiências comuns herdadas ou partilhadas), sentem e articulam
a identidade de seus interesses entre si, e contra outros homens
cujos interesses diferem (e geralmente se opõem) dos seus. A ex-
periência de classe é determinada, em grande medida, pelas rela-
ções de produção em que os homens nasceram - ou entraram in-
voluntariamente." Thompson, E.P. A formação da classe operá-
ria inglesa I. A árvore da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987, p. 10.
13. "Já o seu amigo fora manobreiro da Central, mas não quis ficar
naquela 'joça' e estava arranjandocousa melhor. Dinheiro não lhe
faltava e mostrou-lhe vinte mil-réis: -Sabes como arranjei? Fez o
outro. Arranjei com o Totonho do Catete, que trabalha para o Cam-
pelo. Lucrécio tomou nota da cousa e continuou a aplainar as tábu-
as, de mau humor. Que diabo? Para que esse esforço, para que
tanto trabalho?' BBARRETO, Lima. op. cit., p. 43-4.
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de Janeiro: Prefeitura da Cidade do Rio de JaneiroIAGCRJ, 198 1,
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