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Jurisprudência cegueira visão monocular

Processo

AC 00029282520174059999
AC - Apelação Civel - 597324

Relator(a)

Desembargador Federal Edílson Nobre

Sigla do órgão

TRF5

Órgão julgador

Quarta Turma

Fonte

DJE - Data::29/01/2018 - Página::80

Decisão

UNÂNIME

Ementa

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. COMPROVADA A CONDIÇÃO


DE SEGURADO DO AUTOR E A SUA INAPTIDÃO LABORATIVA PARCIAL E
DEFINITIVA PARA O SEU TRABALHO HABITUAL. VISÃO
MONOCULAR. EVISCERAÇÃO DO OLHO ESQUERDO. POSSIBILIDADE DE
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. CONCESSÃO AUXÍLIO-DOENÇA ATÉ QUE SEJA
REABILITADO. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. 1. A aposentadoria por
invalidez é devida ao segurado que, cumprida a carência, for tido como incapaz
para o trabalho e insusceptível de reabilitação para o exercício de trabalho que lhe
garanta a subsistência (art. 42 da Lei 8.213/91), sendo o benefício pago enquanto
permanecer nessa condição. 2. Demonstrada a condição de segurado do autor,
tendo em vista que esteve em gozo de auxílio-doença até 27/10/2007, há menos
de um ano do ajuizamento da ação. 3. A perícia médica judicial atestou que o
paciente possui visão monocular, porquanto foi submetido à evisceração do olho
esquerdo, em razão de uma pancada que sofreu no ano de 2007, o que o deixou
definitivamente incapacitado para o seu trabalho habitual, aduziu o expert a
possibilidade do periciando desenvolver atividades que não envolvam esforço físico,
ambiente a céu aberto e com poeira. 4. Ressalte-se que o benefício de auxílio-
doença, em face do seu caráter de provisoriedade e indeterminação temporal, é
devido enquanto perdurar a incapacidade laborativa do beneficiário, não se
coadunando com a intenção do legislador a cessação do benefício deferido, mesmo
constatada a possibilidade de reabilitação, enquanto o segurado não se encontrar
apto a retornar às suas atividades ou não for submetido ao processo de reabilitação
profissional de que trata o art. 62 da Lei nº 8.213/91. 5. Havendo, portanto, a
possibilidade de reabilitação profissional do autor, não se justifica a concessão
imediata de aposentadoria por invalidez, sendo-lhe devido o auxílio-doença até
que a autarquia previdenciária promova a sua reabilitação. 6. Assim, faz jus o
promovente ao restabelecimento do auxílio-doença, desde a data da cessação até
que a autarquia previdenciária promova a sua reabilitação profissional. 7. Apelação
do INSS parcialmente provida para determinar o restabelecimento do auxílio-
doença do demandante, bem como o pagamento das prestações vencidas a contar
da data da cessação, com juros de mora conforme o artigo 1º-F da Lei nº
9.494/1997 com a redação da Lei nº 11.960/2009, a partir da citação (Súmula 204
do STJ) e correção monetária pelo IPCA-E, a partir do vencimento de cada parcela,
condenando, ainda, o INSS em custas processuais e honorários advocatícios nos
termos fixados na sentença.

Data da Decisão

23/01/2018

Data da Publicação

29/01/2018

Processo

PEDILEF 05051817620084058500
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL

Relator(a)

JUÍZA FEDERAL ROSANA NOYA ALVES WEIBEL KAUFMANN

Sigla do órgão

TNU

Fonte

DOU 30/08/2011

Decisão

ACÓRDÃO Decide a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência, por


unanimidade, conhecer do incidente e dar-lhe parcial provimento, nos termos do
voto da juíza federal relatora. Brasília, 17/18 de março de 2011.

Ementa

EMENTA PROCESSUAL. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. INCAPACIDADE PARCIAL E


TEMPORÁRIA ADEQUADA AO BENEFÍCIO DE AUXÍLIO DOENÇA POR SUA
NATUREZA. CONDIÇÕES PESSOAIS. VISÃO MONOCULAR. PRESTÍGIO AO
PROCESSO DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. INCIDENTE CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. 1. A melhor interpretação relativa à questão da
incapacidade parcial com base na visão monocular deve considerar as
circunstâncias pessoais do segurado, na ponderação das consequências respectivas,
que, sem dúvida, resultam da perda da visão plena. 2. O Superior Tribunal de
Justiça, examinando as consequências jurídicas da mesma patologia, já reconheceu
de forma implícita a ocorrência de incapacidade parcial e transitória, sinalizando a
necessidade de reabilitação profissional, interpretação que se apresenta na mesma
linha do paradigma invocado . 3. Pedido de Uniformização conhecido e parcialmente
provido.

Data da Decisão

17/03/2011

Data da Publicação

30/08/2011

Processo

APELAÇÃO
https://arquivo.trf1.jus.br/PesquisaMenuArquivo.asp?p1=00499177520174019199
APELAÇÃO CIVEL

Relator(a)

DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS AUGUSTO PIRES BRANDÃO

Sigla do órgão

TRF1

Órgão julgador

PRIMEIRA TURMA

Fonte

e-DJF1 DATA:31/01/2018 PAGINA:

Decisão

A Turma, por unanimidade, negou provimento à apelação e deu parcial provimento


à remessa oficial.

Ementa

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-


DOENÇA. TRABALHADOR RURAL. QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL.
INCAPACIDADE PARCIAL E PERMANENTE COMPROVADA POR LAUDO MÉDICO
PERICIAL. CONDIÇÕES PESSOAIS. TERMO A QUO. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS
DE MORA. MULTA. 1. Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício
previdenciário de aposentadoria por invalidez são: incapacidade total e permanente
para execução de atividade laborativa capaz de garantir a subsistência do
segurado, aliada à impossibilidade de reabilitação e à exigência, quando for o caso,
de 12 contribuições a título de carência, conforme disposto no artigo 42 da Lei nº
8.213/91. 2. O auxílio-doença é devido ao segurado que, tendo cumprido o
período de carência eventualmente exigido pela lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos,
consoante o disposto no artigo 59 da Lei nº 8.213/91. 3. Comprovada a qualidade
de trabalhador rural mediante início de prova material, devidamente corroborada
pela prova testemunhal produzida em Juízo, deve ser reconhecido o direito do
segurado à percepção do benefício. 4. A qualificação de lavrador constante dos
documentos juntados aos autos é válida como início de prova material. 5.
Comprovada, ainda, através de laudo médico pericial a incapacidade parcial e
permanente para o exercício da atividade laboral, deve ser mantida a procedência
do pedido de aposentadoria por invalidez. 6. No caso concreto, as condições
pessoais da parte autora decorrentes da moléstia a que está acometida (visão
monocular), aliadas a outros aspectos (grau de escolaridade, idade, meio social
em que vive, nível econômico), bem como o tipo de atividade laboral que exerce
(rurícola), cuja exigência de esforços físicos se mostra inerente à atividade,
permitem seguramente concluir pela sua incapacidade total e permanente para
atividade laboral, não sendo razoável supor que uma pessoa nessas condições
possa se reabilitar para o trabalho. 7. O benefício previdenciário será devido a
partir da data do requerimento administrativo (Lei nº. 8.213/1.991, art. 43),
conforme determinação em sentença. 8. A correção monetária deve ser feita com
base nos índices do Manual de Cálculos da Justiça Federal, aplicando-se o INPC
após a entrada em vigor da lei nº 11.960/2009. 9. Os juros de mora são devidos à
razão de 1% ao mês, a partir da citação, reduzindo-se a taxa para 0,5% ao mês, a
partir da edição da Lei nº. 11.960/09. 10. É indevida a imposição prévia de multa à
Fazenda Pública, sanção que somente é aplicável na hipótese de efetivo
descumprimento da determinação relativa à implantação/restabelecimento do
benefício previdenciário. 11. Apelação desprovida e remessa oficial parcialmente
provida.

Data da Decisão

06/12/2017

Data da Publicação

31/01/2018

Documento 5 - TRF1 - APELAÇÃO https://arquivo.trf1.jus.br

Processo

APELAÇÃO https://arquivo.trf1.jus.br/PesquisaMenuArquivo.asp?p1=00496759220124019199
APELAÇÃO CIVEL

Relator(a)

DESEMBARGADORA FEDERAL GILDA SIGMARINGA SEIXAS


Sigla do órgão

TRF1

Órgão julgador

PRIMEIRA TURMA

Fonte

e-DJF1 DATA:31/01/2018 PAGINA:

Decisão

A Turma, por unanimidade, deu provimento à apelação da parte autora.

Ementa

PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INÍCIO DE


PROBATÓRIO. VISÃO MONOCULAR. INCAPACIDADE PERMANENTE. TERMO INICIAL. CO
CUSTAS PROCESSUAIS. 1. São requisitos para a concessão dos benefícios de aposentadoria por invali
preenchimento do período de carência de 12 contribuições mensais, com exceção das hipóteses enumerad
de atividade laborativa. 2. Todavia, segundo a legislação de regência (Lei 8.213/1991, art. 55, § 3º) e o di
adstrita à existência de início de prova material, corroborada por prova testemunhal. 3. O acervo probatór
desempenho de atividades rurais. 4. A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Re
inclui na classificação da doença cegueira também a cegueira monocular. A visão monocular caracteriz
condições pessoais da parte autora decorrentes da moléstia a que está acometida, aliadas a outros aspecto
atividade laboral que exerce, cuja exigência de esforços físicos se mostra inerente à atividade, permitem s
razoável supor que uma pessoa nessas condições possa se reabilitar para o trabalho. 6. Comprovadas a qu
elementos aptos a desconstituir as conclusões apresentadas, impõe-se a concessão da aposentadoria por in
jurisprudência mais atual do STJ, firmada após a atribuição do tema à Primeira Seção daquela Corte, pac
outros, os precedentes inscritos no AgRg no AREsp 255.793/SP, EDcl 1349703/RS e AREsp 516018. 8.
ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferença
incapazes, por força das disposições dos arts. 3º, I, e 198, I, do atual Código Civil. 9. Juros e correção mo
termos do voto. 10. Honorários advocatícios fixados em 10% sobre as prestações vencidas até a data da p
do pedido apenas em julgamento da apelação da parte autora, atendendo ao disposto na Súmula 111 do S
art. 109, § 3º), o INSS somente está isento do pagamento de custas quando lei estadual contenha previsão
causas ajuizadas perante a Justiça Federal, o INSS está isento de custas por força do inciso I do art. 4º da
atrai a previsão de incidência de multa diária a ser suportada pela Fazenda Pública quando não cumprido
Superior Tribunal de Justiça. 14. O benefício reconhecido neste julgamento deve ser implantado no prazo
independentemente da interposição de qualquer recurso. 15. Apelação da parte autora provida para reform

Data da Decisão

13/12/2017

Data da Publicação

31/01/2018
Processo

APELAÇÃO
https://arquivo.trf1.jus.br/PesquisaMenuArquivo.asp?p1=00432637220174019199
APELAÇÃO CIVEL

Relator(a)

DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS AUGUSTO PIRES BRANDÃO

Sigla do órgão

TRF1

Órgão julgador

PRIMEIRA TURMA

Fonte

e-DJF1 DATA:25/10/2017 PAGINA:

Decisão

A Turma, por unanimidade, negou provimento à apelação e deu parcial provimento


à remessa oficial, tida por interposta.

Ementa

PREVIDENCIÁRIO. REMESSA OFICIAL. APOSENTADORIA POR


INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL.
TRABALHADOR(A) RURAL. VISÃO MONOCULAR.INCAPACIDADE LABORAL.
COMPROVAÇÃO POR LAUDO OFICIAL. CONDIÇÕES PESSOAIS. CORREÇÃO
MONETÁRIA. JUROS DE MORA. 1. A sentença proferida está sujeita à remessa
oficial, pois de valor incerto a condenação imposta ao INSS. 2. Os requisitos
indispensáveis para a concessão do benefício previdenciário de aposentadoria por
invalidez são: incapacidade total e permanente para execução de atividade
laborativa capaz de garantir a subsistência do segurado, aliada à impossibilidade de
reabilitação e à exigência, quando for o caso, de 12 contribuições a título de
carência, conforme disposto no artigo 42 da Lei nº 8.213/91. 3. O auxílio-
doença é devido ao segurado que, tendo cumprido o período de carência
eventualmente exigido pela lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para sua
atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, consoante o disposto no
artigo 59 da Lei nº 8.213/91. 4. Comprovada a qualidade de trabalhador rural
mediante início de prova material, devidamente corroborada pela prova
testemunhal produzida em Juízo, deve ser reconhecido o direito do segurado à
percepção do benefício. 5. A qualificação de lavrador constante dos documentos
juntados aos autos é válida como início de prova material (ITR). 6. Comprovada,
ainda, através de laudo médico pericial a incapacidade parcial e permanente para o
exercício da atividade laboral, deve ser mantida a procedência do pedido de
aposentadoria por invalidez. 7. A Classificação Estatística Internacional
de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID - 10), que é a classificação
adotada pelo SUS para definição de patologias, inclui na classificação
da doença cegueira também a cegueira monocular. A visão
monocular caracteriza-se pela redução efetiva e acentuada da acuidade visual do
trabalhador. 8. No caso concreto, as condições pessoais da parte autora
decorrentes da moléstia a que está acometida, aliadas a outros aspectos (grau de
escolaridade, idade, meio social em que vive, nível econômico), bem como o tipo de
atividade laboral que exerce, cuja exigência de esforços físicos se mostra inerente à
atividade, permitem seguramente concluir pela sua incapacidade total e
permanente para atividade laboral, não sendo razoável supor que uma pessoa
nessas condições possa se reabilitar para o trabalho. 9. O benefício previdenciário
será devido a partir da data do requerimento administrativo (Lei nº. 8.213/1.991,
em seu artigo 43). 10. A correção monetária, conforme dispõe o acórdão
embargado, deve ser feita com base nos índices do Manual de Cálculos da Justiça
Federal, aplicando-se o INPC, em matéria de natureza previdenciária, após a
entrada em vigor da Lei nº 11.960/2009, tendo em vista a imprestabilidade da TR -
atualmente usada na remuneração das cadernetas de poupança - como índice de
correção monetária de débitos judiciais, conforme fundamentos utilizados pelo STF
no julgamento das ADI nº 493 e 4.357/DF, e ainda pelo STJ no julgamento do REsp
nº 1.270.439/PR, pelo rito do CPC. 11. Nos termos da jurisprudência do STJ, não é
necessário o sobrestamento dos processos em que se discute a aplicação do art.
1º-F da Lei n. 9494/97, com a redação da Lei n. 11.960/2009, até a publicação do
acórdão da ADI 4.357/DF ou a modulação dos efeitos dessa decisão, pois tal
modulação refere-se à forma de pagamento dos precatórios, o que não se amolda à
hipótese dos autos, pois ainda se está a formar o título executivo. (AgResp
1417669/SC - Re. Min. Humberto Martins - Superior Tribunal de Justiça - Segunda
Turma - Unânime - Dje 03/02/2014). 12. Os juros de mora são devidos à razão de
1% ao mês, a partir da citação, reduzindo-se a taxa para 0,5% ao mês, a partir da
edição da Lei nº. 11.960/2009. 13. Apelação desprovida e remessa oficial, tida por
interposta, parcialmente provida.

Data da Decisão

27/09/2017

Data da Publicação

25/10/2017

Processo

APELAÇÃO
https://arquivo.trf1.jus.br/PesquisaMenuArquivo.asp?p1=001470323201
74019199
APELAÇÃO CIVEL

Relator(a)

DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS AUGUSTO PIRES BRANDÃO

Sigla do órgão

TRF1

Órgão julgador

PRIMEIRA TURMA

Fonte

e-DJF1 DATA:04/10/2017 PAGINA:


Decisão

A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento à apelação.

Ementa

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


QUALIDADE DE SEGURADO. TRABALHADOR(A) URBANO. VISÃO
MONOCULAR. INCAPACIDADE LABORAL. COMPROVAÇÃO POR LAUDO OFICIAL.
CONDIÇÕES PESSOAIS. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. 1. Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício
previdenciário de aposentadoria por invalidez são: incapacidade total e permanente
para execução de atividade laborativa capaz de garantir a subsistência do
segurado, aliada à impossibilidade de reabilitação e à exigência, quando for o caso,
de 12 contribuições a título de carência, conforme disposto no artigo 42 da Lei nº
8.213/91. 2. O auxílio-doença é devido ao segurado que, tendo cumprido o
período de carência eventualmente exigido pela lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos,
consoante o disposto no artigo 59 da Lei nº 8.213/91. 3. A qualidade de segurada é
inconteste, vez que a parte autora estava contribuindo para a previdência social,
conforme documentos juntados aos autos. 4. A Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID - 10), que é a
classificação adotada pelo SUS para definição de patologias, inclui na classificação
da doença cegueira também a cegueira monocular. A visão
monocular caracteriza-se pela redução efetiva e acentuada da acuidade visual do
trabalhador. 5. No caso dos autos, o laudo da perícia médica oficial, anexado aos
autos, embora reconhecendo que a parte autora é portadora de cegueira total em
olho esquerdo, bem como diminuição do campo visual, foi taxativo em afirmar que
não há doença incapacitante apta a ensejar a concessão do benefício
previdenciário por incapacidade (auxílio-doença e/ou aposentadoria por
invalidez). No entanto, conforme classificação adotada pelo SUS para definição de
patologias, devido, portanto, em favor da parte autora o benefício previdenciário de
aposentadoria por invalidez. 6. Apesar de haver divergência em casos da espécie,
em que se pretende considerar como incapaz para o exercício laboral o trabalhador
que esteja cego de apenas um dos olhos, a existência ou não de incapacidade deve
ser apurada caso a caso, já que a capacidade ou não de trabalho vai depender
diretamente do tipo de labor que se exerce. Na hipótese, as condições pessoais da
parte autora decorrentes da moléstia a que está acometida e da idade (hoje com
58 anos), aliadas a outros aspectos (grau de escolaridade, meio social em que vive,
nível econômico), bem como o tipo de atividade laboral que exerce (doméstica),
permitem seguramente concluir pela sua incapacidade total e permanente para
atividade laboral, não sendo razoável supor que uma pessoa nessas condições
possa se reabilitar para o trabalho. 7. O benefício previdenciário será devido a
partir da data do requerimento administrativo (Lei nº. 8.213/1.991, em seu artigo
43). 8. A correção monetária deve ser feita com base nos índices do Manual de
Cálculos da Justiça Federal, aplicando-se o INPC após a entrada em vigor da lei nº
11.960/2009, tendo em vista a imprestabilidade da TR - atualmente usada na
remuneração das cadernetas de poupança - como índice de correção monetária de
débitos judiciais, conforme fundamentos utilizados pelo STF no julgamento das ADI
nº 493 e 4.357/DF, e ainda pelo STJ no julgamento do RESP nº 1.270.439/PR, pelo
rito do CPC 9. Juros de mora fixados em 1% ao mês, a contar da citação, em
relação às parcelas a ela anteriores, e de cada vencimento, quanto às
subseqüentes, incidindo com essa taxa até a entrada em vigor da Lei nº
11.960/2009, a partir de quando serão reduzidos para 0,5% ao mês, tendo em
vista que estes são os juros aplicados nas cadernetas de poupança. 10. Honorários
advocatícios de sucumbência, fixados em 10% (dez por cento) das prestações
vencidas até a prolação da sentença de procedência, nos termos do enunciado 111,
da Súmula do e. Superior Tribunal de Justiça. 11. Apelação parcialmente provida.

Data da Decisão

06/09/2017

Data da Publicação

04/10/2017

Processo

APELAÇÃO
https://arquivo.trf1.jus.br/PesquisaMenuArquivo.asp?p1=001473188201
74019199
APELAÇÃO CIVEL

Relator(a)

DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS AUGUSTO PIRES BRANDÃO

Sigla do órgão

TRF1

Órgão julgador

PRIMEIRA TURMA

Fonte

e-DJF1 DATA:27/09/2017 PAGINA:

Decisão

A Turma, por unanimidade, deu provimento à apelação.

Ementa

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


QUALIDADE DE SEGURADO. TRABALHADOR(A) URBANO. VISÃO
MONOCULAR. INCAPACIDADE LABORAL. COMPROVAÇÃO POR LAUDO OFICIAL.
CONDIÇÕES PESSOAIS. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. 1. Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício
previdenciário de aposentadoria por invalidez são: incapacidade total e permanente
para execução de atividade laborativa capaz de garantir a subsistência do
segurado, aliada à impossibilidade de reabilitação e à exigência, quando for o caso,
de 12 contribuições a título de carência, conforme disposto no artigo 42 da Lei nº
8.213/91. 2. O auxílio-doença é devido ao segurado que, tendo cumprido o
período de carência eventualmente exigido pela lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos,
consoante o disposto no artigo 59 da Lei nº 8.213/91. 3. A qualidade de segurada é
inconteste, vez que a parte autora estava contribuindo para a previdência social,
conforme documentos juntados aos autos. 4. A Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID - 10), que é a
classificação adotada pelo SUS para definição de patologias, inclui na classificação
da doença cegueira também a cegueira monocular. A visão
monocular caracteriza-se pela redução efetiva e acentuada da acuidade visual do
trabalhador. 5. No caso dos autos, o laudo da perícia médica oficial, anexado aos
autos, embora reconhecendo que a parte autora é portadora de cegueira total em
olho direito, bem como diminuição do campo visual, foi taxativo em afirmar que
não há doença incapacitante apta a ensejar a concessão do benefício
previdenciário por incapacidade (auxílio-doença e/ou aposentadoria por
invalidez). No entanto, conforme classificação adotada pelo SUS para definição de
patologias, devido, portanto, em favor da parte autora o benefício previdenciário de
aposentadoria por invalidez. 6. Apesar de haver divergência em casos da espécie,
em que se pretende considerar como incapaz para o exercício laboral o trabalhador
que esteja cego de apenas um dos olhos, a existência ou não de incapacidade deve
ser apurada caso a caso, já que a capacidade ou não de trabalho vai depender
diretamente do tipo de labor que se exerce. Na hipótese, as condições pessoais da
parte autora decorrentes da moléstia a que está acometida e da idade (hoje com
65 anos), aliadas a outros aspectos (grau de escolaridade, meio social em que vive,
nível econômico), bem como o tipo de atividade laboral que exerce (costureira),
permitem seguramente concluir pela sua incapacidade total e permanente para
atividade laboral, não sendo razoável supor que uma pessoa nessas condições
possa se reabilitar para o trabalho. 7. O benefício previdenciário será devido a
partir da data do requerimento administrativo (Lei nº. 8.213/1.991, em seu artigo
43). 8. A correção monetária deve ser feita com base nos índices do Manual de
Cálculos da Justiça Federal, aplicando-se o INPC após a entrada em vigor da lei nº
11.960/2009, tendo em vista a imprestabilidade da TR - atualmente usada na
remuneração das cadernetas de poupança - como índice de correção monetária de
débitos judiciais, conforme fundamentos utilizados pelo STF no julgamento das ADI
nº 493 e 4.357/DF, e ainda pelo STJ no julgamento do RESP nº 1.270.439/PR, pelo
rito do CPC 9. Juros de mora fixados em 1% ao mês, a contar da citação, em
relação às parcelas a ela anteriores, e de cada vencimento, quanto às
subseqüentes, incidindo com essa taxa até a entrada em vigor da Lei nº
11.960/2009, a partir de quando serão reduzidos para 0,5% ao mês, tendo em
vista que estes são os juros aplicados nas cadernetas de poupança. 10. Honorários
advocatícios de sucumbência, fixados em 10% (dez por cento) das prestações
vencidas até a prolação da sentença de procedência, nos termos do enunciado 111,
da Súmula do e. Superior Tribunal de Justiça. 11. Apelação provida.

Data da Decisão

06/09/2017

Data da Publicação

27/09/2017

Processo

APELAÇÃO
https://arquivo.trf1.jus.br/PesquisaMenuArquivo.asp?p1=00656433120134019199
APELAÇÃO CIVEL

Relator(a)

JUIZ FEDERAL SAULO JOSÉ CASALI BAHIA


Sigla do órgão

TRF1

Órgão julgador

1ª CÂMARA REGIONAL PREVIDENCIÁRIA DA BAHIA

Fonte

e-DJF1 DATA:02/05/2017 PAGINA:

Decisão

A Câmara, por unanimidade, negou provimento à apelação do INSS.

Ementa

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. REMESSA OFICIAL


INEXISTENTE. AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
INCAPACIDADE. VISÃO MONOCULAR. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. 1. Embora na
sentença não se tenha quantificado os valores devidos ao autor, como o valor do
benefício corresponde a um salário mínimo, considerando que as parcelas vencidas
correspondem ao período compreendido entre a data da realização da perícia
médica, em 02/09/2010, e a data da prolação da sentença, em 23/11/2012, é
possível deduzir que os valores em jogo são inferiores a 60 (sessenta) salários
mínimos, pelo que desnecessário empreender o reexame necessário, nos termos do
art. 496, I do NCPC/2015. 2. O benefício de auxílio-doença funda-se no art.59 da
Lei 8.213/91, que garante sua concessão ao segurado que esteja incapacitado para
o trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos, cumprido o período de carência respectivo, equivalente a doze
contribuições mensais. De seu turno, na forma do art.42 da referida lei, é devida
aposentadoria por invalidez ao segurado total e permanentemente incapacitado
para o exercício de atividade que lhe assegure a subsistência, uma vez cumprida a
carência exigida. 3. A conclusão da perícia indicou que o segurado é portador de
Cegueira do olho D, Visão monocular esquerda H54.4 e Hipertensão,
apresentando incapacidade parcial e permanente para o exercício da atividade
laboral (fls.110). Inobstante não tenha concluído o expert pela incapacidade total
do autor, o quanto se vê dos autos permite concluir pela concessão do benefício
nos termos consignados na sentença, dadas as circunstâncias pessoais registradas
(a doença de que é portador o autor frente à atividade laborativa que sempre
exerceu (funcionário público), e a idade avançada - 58 anos à época do laudo -
02/09/2010), a indicar ser difícil o exercício de alguma atividade pelo periciando. O
laudo pericial mostra-se claro, objetivo e conclusivo, não padecendo de qualquer
irregularidade. Assegura-se, assim, o direito à percepção da aposentadoria por
invalidez. Sustenta a autarquia, também, inexistir incapacidade em razão da
constatação de vínculos empregatícios mantidos no período de 05/01/89 a
02/01/08, em que já havia a incapacidade, esta dita em 1997. Entretanto,
diversamente do alegado, vê-se do laudo pericial, que os sintomas da doença se
iniciaram em 1997, sendo a data do início da incapacidade atestada na data da
realização da perícia médica, em 02/09/2010 (item Sintomas). 4. A antecipação de
tutela deve ser concedida, para a imediata implantação do novo benefício
(obrigação de fazer), quando o julgamento do mérito, lastreado na prova dos
autos, faz inequívoco o requisito da verossimilhança das alegações da parte autora,
sendo indiscutível o periculum in mora, que decorre da própria natureza alimentar
da verba objeto da ação. 5. Apelação do INSS a que se nega provimento.
Antecipação de tutela concedida.
Data da Decisão

16/12/2016

Data da Publicação

02/05/2017

Processo

APELAÇÃO 00433185720164019199
APELAÇÃO CIVEL

Relator(a)

DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO DE ASSIS BETTI

Sigla do órgão

TRF1

Órgão julgador

SEGUNDA TURMA

Fonte

e-DJF1 DATA:25/04/2017 PAGINA:

Decisão

A Turma, por unanimidade, deu provimento à apelação.

Ementa

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. TRABALHADOR URBANO. COMPROVAÇÃO


DA QUALIDADE DE SEGURADO. CEGUEIRA MONOCULAR. CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇADEVIDO. INCAPACIDADE LABORAL PARCIAL E
DEFINITIVA, RECONHECIDA EM LAUDO PERICIAL. TERMO INICIAL. CORREÇÃO
MONETÁRIA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CUSTAS
PROCESSUAIS. SENTENÇA REFORMADA. 1. Os requisitos indispensáveis para a
concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez são: a) a qualidade de segurado; b) a carência de 12 (doze) contribuições
mensais; c) a incapacidade parcial ou total e temporária (auxílio-doença) ou total
e permanente (aposentadoria por invalidez) para atividade laboral. 2. Comprovados
nos autos a qualidade de segurado da Previdência Social e o cumprimento da
carência exigida para o benefício postulado, tendo em vista o contido no Cadastro
Nacional de Informações Sociais - CNIS, em que a parte autora verteu
contribuições obrigatórias ao INSS ao INSS de 04/1984 a 08/2010 e individuais de
07/2012 a 10/2013. 3. O laudo pericial atestou que a parte autora apresenta perda
da visão do olho esquerdo total e irreversível, por catarata e deslocamento de
retina, CID H 54.4. Aduz que há incapacidade laborativa parcial e definitiva, desde
03/2011, com possibilidade de reabilitação. 4. Devida a concessão do benefício
de auxílio-doença, desde a data do requerimento administrativo, o qual será
mantido até posterior recuperação ou até a sua conversão em aposentadoria por
invalidez, caso não haja possibilidade de reabilitação ou de recuperação da
capacidade laborativa. 5. Atrasados: correção monetária e os juros moratórios
conforme Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça
Federal. 6. Honorários de advogado: 10% sobre o valor da condenação,
correspondente às parcelas vencidas até o momento da prolação do acórdão. 7.
Nas causas ajuizadas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição federal
(§3º do art. 109 da CF/88), o INSS está isento das custas somente quando lei
estadual específica prevê a isenção, o que ocorre nos estados de Minas Gerais,
Goiás, Rondônia, Mato Grosso, Bahia e Acre. Em se tratando de causas ajuizadas
perante a Justiça Federal, o INSS está isento de custas por força do art. 4º, inc. I,
da Lei n. 9.289/96, abrangendo, inclusive, as despesas com oficial de justiça. 8. A
implantação do benefício deve se dar em 30 dias (obrigação de fazer), por
aplicação do art. 497 do NCPC. 9. Apelação provida para julgar procedente o pedido
inicial (itens 5 a 8).

Data da Decisão

29/03/2017

Data da Publicação

25/04/2017

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