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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CED – CENTRO DA EDUCAÇÃO


PEDAGOGIA - DIURNO
DISCIPLINA: CORPOREIDADE E PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO
PROFª: IARA LACERDA VIDAL VITAL
ALUNO: FELIPE LIMA MONTEIRO

RESUMO 01 – ESQUEMA CORPORAL

OLIVEIRA, Gislene C. Psicomotricidade. 2ª ed. Petrópolis, Vozes, 1997.

O presente trabalho compõe a proposta avaliativa da disciplina de corporeidade


e psicomotricidade na educação facilitada pela professora Iara Lacerda Vidal, do curso
de Pedagogia da UECE (Universidade Estadual do Ceará). Nele apresentaremos um
resumo sobre esquema corporal na perspectiva da autora. Para fins didáticos
organizarei o teto conforme os subtópicos apresentados no teto, a saber: “Importância
do corpo e conceito de esquema corporal”, “Desenvolvimento do esquema corporal”,
“Etapas do esquema corporal” e “perturbações do esquema corporal”.
A autora nos mostra que ‘’O corpo é uma forma de expressão da individualidade”,
a criança interpretará o mundo, as pessoas, os objetos e ela mesma a partir do
autoconhecimento gerado pelas relações socio-afetivas. Como Morizot explicou em
palestra no I Congresso Brasileiro de Psicomotricidade: “Toda relação corporal implica
uma relação psicológica”. Assim o corpo é visto além de sua função biológica. E é no
corpo que essas experiências são vividas como dizia Vayer (1984). Paulatinamente a
criança vai organizando sua percepção de corpo para agir e controlar suas ações.
Sobre o conceito de esquema corporal, temos o seu nascimento em 1911
proferido pelo neurologista Henry Head. Apenas do ponto de vista neurológico
ressaltando a comunicação entre as diversas partes do corpo (vísceras, percepções
táteis, térmicas, visuais, auditivas e etc) e o córtex cerebral. Esse conceito será
amadurecido por Schilder (1958), com o termo imagem corporal, expressando a
representação mental de nosso corpo. Para ele “o esquema corporal é a imagem
tridimensional que todo mundo tem de si mesmo”. Morais (1986) diferencia ainda
imagem corporal de conceito corporal. A imagem corporal é uma impressão que você
tem de si mesmo e o conceito corporal e o conhecimento intelectual sobre a função de
seus órgãos. O Esquema corporal é visto por Morais como o resultado das experiências
que possuímos regulando a postura e o equilíbrio. Para exemplificar Le Boulch (1984)
cita o caso do aparecimento do membro fantasma em pessoas que tiveram um membro
amputado, mas continuam sentindo dor, calor, frio ou ligação com o próprio corpo. É,
portanto, o corpo o ponto de referência para o conhecimento e a interação com o mundo,
logo servirá como base para o desenvolvimento cognitivo.
Assim o esquema corporal não é um conceito aprendido, mas gerado pelas
experiências da criança que sintetizarão suas vivências corporais organizando sua visão
de si. As fontes de conhecimento vão se alterando conforme o seu desenvolvimento,
iniciando pela boca, depois as mãos, os pés, seu sexo, seus esfíncteres, a maturação
de seus sentidos de visão, paladar, audição, sensações de calor e frio. Um dos
fundamentos para o desenvolvimento do esquema corporal é o estágio do espelho, onde
a criança descobre sua imagem a partir dos seis meses. Wallon diz que “ela deve
compreender que está onde se sente e não onde se vê”. Essa maturação virá a partir
dos dois anos. Diferente da reação de alguns animais experimentados em frente ao
espelho como: galos e chimpanzés, a criança “usa o espelho como fator de
conhecimento de si, raciocina, descobre seu eu e desenvolve o seu esquema corporal”.
(p. 54). Para Wallon o espelho contribui nas identificações sucessivas de si, maturando
sua visão fragmentada de seu corpo como um todo, como dizia Lacan.
Le Boulch propôs três etapas do esquema corporal, designadas: primeira, corpo
vivido; segunda, corpo percebido e; terceira, corpo representado. A primeira etapa
denominada corpo vivido limita-se até os três anos de idade, corresponde à fase da
inteligência sensório-motora de Jean Piaget, onde o bebê sente o meio ambiente como
fazendo parte dele mesmo, não tendo a consciência do “eu”, suas ações são
espontâneas e irrefletidas. Ela corre, brinca, se conhece, explora o meio e se ajusta. Na
segunda etapa, denominada corpo percebido, que vai dos três aos sete anos é a etapa
que “corresponde à organização do esquema corporal devido à maturação da ‘função
de interiorização’”. Nessa fase os movimento são voluntários e refinados, além de ver
seu corpo como ponto de referência para situar-se em relação aos objetos. Há também
a assimilação de conceitos como embaixo, acima, direita e esquerda”, além de noções
temporais. Na terceira etapa, denominada corpo representado a criança vai
desenvolvendo uma imagem corporal em movimento, sua imagem de corpo passa a ser
antecipatória aos invés de ser apenas reprodutora, o que Piaget chamava de operações
concretas, sua referência de orientação passa a ser exterior a si.
Concluímos dizendo que as perturbações referentes ao esquema corporal
“excetuando-se os casos referentes a problemas motores ou intelectuais, todas as
perturbações na definição do esquema corporal são de origem afetiva”. Essa criança
pode apresentar dificuldades de percepção, controle, localização em seu corpo e
espaço, lentidão e etc.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CED – CENTRO DA EDUCAÇÃO
PEDAGOGIA - DIURNO
DISCIPLINA: CORPOREIDADE E PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO
PROFª: IARA LACERDA VIDAL VITAL
ALUNO: FELIPE LIMA MONTEIRO

RESUMO 02 – LATERALIDADE

OLIVEIRA, Gislene C. Psicomotricidade: educação e reeducação num


enfoque psicopedagógico. 2ª ed. Petrópolis, Vozes, 1998.

O presente trabalho compõe a proposta avaliativa da disciplina de corporeidade


e psicomotricidade na educação facilitada pela professora Iara Lacerda Vidal, do curso
de Pedagogia da UECE (Universidade Estadual do Ceará). Nele apresentaremos um
resumo sobre lateralidade na perspectiva da autora. Para fins didáticos organizarei o
teto conforme os subtópicos apresentados no teto, a saber: “definições”, “hipóteses
sobre a prevalência manual”, “evolução e desenvolvimento da lateralidade” e
“perturbações da lateralização”.
Segundo a autora “a lateralidade é a propensão que o ser humano possui de
utilizar preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão,
olho e pé” (p. 62). Isso implica a dominância muscular, precisão e rapidez em um lado
do corpo, isso não significa que um lado é mais importante, mas que são
complementares. Ele expressa uma preferência em experiências cotidianas que
necessitam apenas da aplicação de um lado do corpo. Podemos observar na escrita, na
preferencia do olho ao tirar uma foto ou o equilíbrio em alguns jogos. Guillarme (1983)
denominou destra homogênea ou canhota homogência a dominância nos três níveis e
ambidestra a dominância espontânea nos dois lados. Ainda pode existir a lateralidade
cruzada quando há combinações de dominância entre mão, olho e pé. Pode haver um
desvio de lateralidade quando ocorre um acidente com amputação ou imposição.
Existem quatro hipóteses quanto a prevalência manual. Primeio, na visão
histórica o homem na idade da pedra não teria qualquer ambidestro, mas com a
chegada das ferramentas na idade do bronze houve um condicionamento pela
adaptação às ferramentas, além de fatores associados aos treinamentos para a guerra
e a concepções religiosas. Segundo, hereditariedade, mas não houve comprovação da
hipótese. Terceiro, dominância cerebral ligado a um dos lados do cérebro, e que
funciona de forma cruzada. Que provavelmente ocorreria ainda na fase da gestação na
diferença de irrigação sanguínea. Quarto, influência do meio psico-social-afetivo e
educacional, que se daria por meio do aprendizado, ou seja, o meio, a imposição, a
imitação ou por questões afetivas. Sabe-se que Ajuriaguerra (1984), Defontaine (1980),
Guillarme (1983) e Brandão (1984) “acreditam que nenhuma dessas teorias sozinhas
são suficientes para explicar o fenômeno da lateralidade” (p. 67).
Queremos apresentar a análise de Brandão quanto a evolução e o
desenvolvimento da lateralidade. Ele explica que o bebê no primeiro mês de vida possui
reflexos espontâneos sem apresentar dominância lateral até o primeiro ano de vida. “a
lateralidade deve surgir naturalmente da própria criança e não ser imposta”. É
importante lembrar que não deve haver por parte do professor nenhum preconceito aos
canhotos como se fossem menos hábeis. Brandão também acredita que a ambidestria
não deve ser incentivado pois prejudica no desenvolvimento intelectual e emocional da
criança.
A perturbação lateral ocorrerá quando uma pessoa apresenta uma lateralidade
cruzada ou mal lateralizada que pode resultar em: dificuldade de aprender a direção
gráfica, dificuldade de aprender os conceitos de direita e esquerda, comprometimento
com a leitura e escrita, má postura, dificuldade de coordenação fina, dificuldade de
discriminação visual, perturbações afetivas entre outros.

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