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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Fernando José Granja Ribeiro

Dissertação do MIEM

Orientador: Prof. Carlos Manuel Balboa Reis Gomes

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

Junho de 2011
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Resumo

Neste trabalho apresentou-se a metodologia de dimensionamento de um Pórtico


rolante, tendo por base as Normas F.E.M, Fédération Européenne De La Manutention e o
Eurocódigo 3. As normas FEM abordam questões específicas relativas a estruturas e
aparelhos de movimentação de cargas onde se incluem o caso das pontes rolantes e dos
pórticos rolantes.
No decurso do projecto foram abordadas as seguintes questões: Definição das
solicitações sobre a estrutura de acordo com as normas F.E.M; Anteprojecto das secções
resistentes segundo o REAPE; Determinação dos esforços na estrutura, recorrendo a um
software de análise estrutural, Multiframe3D.; Verificação da resistência de acordo com o
EC 3 e as Normas F.E.M.; Dimensionamento e selecção de elementos mecânicos como
moto-redutores, blocos de rodas; Elaboração dos desenhos de projecto finais.

Abstract

The Project of an Portal Crane is done according to general rules of metallic


structures (Eurocode 3) and specific rules for overhead travelling cranes which are known
as FEM rules (Fédération Européenne De La Manutention). The objective of this work is
precisely the project of a Portal Crane according to those rules.

The project involved the following steps:


- Definition of actions applied to the structure according to FEM
- The use these actions and simplified assumptions of strength of materials and
structural analysis allowed a first pre-design of sections dimensions for pillars
and beams.
- A structural analysis using Multiframe 3D software to determine in the
structure for different positions of the travelling crane.
- Check section strength using Eurocode 3 and FEM rules
- Project and selection of mechanical components such as motors and wheels.
And finally the elaboration of definition drawings

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Agradecimentos

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao meu orientador Prof. Carlos Manuel


Balboa Reis Gomes pela disponibilidade prestada ao longo de todo o projecto, e pelos
conselhos e conhecimento transmitido, dada sua grande experiencia na área das estruturas
metálicas.

Gostaria também de agradecer ao Eng. Rodrigo Massa da TEGOPI, pela


disponibilidade e conselhos dados acerca de aspectos construtivos dos pórticos rolantes.

Agradecer também, aos meus pais Alberto e Alice e aos meus irmãos Carlos e
Ana Teresa, pela paciência e apoio dado ao longo da dissertação.

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Índice

Resumo ............................................................................................................................ iii


Abstract ............................................................................................................................ iii
Agradecimentos ................................................................................................................ v
Índice de figuras ........................................................................................................... ix
Índice de tabelas ......................................................................................................... xiii
1. Pontes e Pórticos rolantes .......................................................................................... 1
1.1. Pontes rolantes.................................................................................................... 1
1.2. Pórticos rolantes ................................................................................................. 2
2. Objectivos .................................................................................................................. 5
3. Bases de cálculo......................................................................................................... 7
4. Definição das solicitações segundo as Normas F.E.M .............................................. 9
4.1. Classificação do grupo de operação do carro-guincho....................................... 9
4.1.1. Espectro de carga ........................................................................................... 9
4.1.2. Tempo Médio de funcionamento diário ....................................................... 10
4.2. Escolha do tipo de carro-guincho ..................................................................... 11
4.3. Solicitações a entrevirem no cálculo das estruturas metálicas ......................... 14
4.3.1. Solicitações principais ................................................................................. 14
4.3.2. Solicitações devidas aos movimentos verticais ........................................... 14
4.3.3. Solicitações devidas aos movimentos horizontais ....................................... 15
4.3.4. Solicitações originadas pelos efeitos climáticos .......................................... 20
4.4. Casos de Solicitações ....................................................................................... 25
5. Dimensionamento do pórtico rolante ...................................................................... 27
5.1. Dimensões do pórtico rolante........................................................................... 27
5.2. Tipo de ligações entre a viga resistente e os pilares ......................................... 28
5.3. Pré-dimensionamento da estrutura ................................................................... 29
5.3.1. Definição das secções com base no Pré-dimensionamento ......................... 32
5.4. Definição do esquema estático de toda a estrutura .......................................... 39
5.5. Análise de esforços da estrutura ....................................................................... 44
5.6. Verificação das Secções ao Estado Limite Último .......................................... 58
5.6.1. Viga resistente V1 e V2 ............................................................................... 58
5.6.2. Travessa M3 e M4 ....................................................................................... 83
5.6.3. Travessa D5 e D7 ......................................................................................... 89

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.6.4. Diagonal D6 e D8 ........................................................................................ 91


5.6.5. Pilar P9,P10,P11 e P12 ................................................................................ 94
5.6.6. Carros Laterais C13 e C14 ......................................................................... 104
5.7. Verificação do Estado Limite de Utilização .................................................. 114
6. Dimensionamento dos Elementos Mecânicos ....................................................... 117
6.1. Dimensionamento das Rodas ......................................................................... 117
6.2. Escolha do tipo de Moto-Redutor .................................................................. 125
7. Dimensionamento das Ligações Aparafusadas ..................................................... 127
7.1. Ligação viga resistente – pilar........................................................................ 128
7.2. Ligação travessa (M3 e M4) – viga resistente................................................ 137
7.3. Ligação diagonal (D6 e D8) - pilar ................................................................ 141
7.4. Ligação pilar – carro lateral ........................................................................... 144
7.5. Ligação carro lateral bloco de rodas .............................................................. 150
8. Dimensionamento dos Cordões de Soldadura ....................................................... 151
8.1. Ligação viga resistente – pilar........................................................................ 151
8.2. Ligação travessa (M3 e M4) – viga resistente................................................ 153
8.3. Ligação diagonal (D6 e D8) - pilar ................................................................ 157
8.4. Ligação pilar – carro lateral ........................................................................... 159
8.5. Viga resistente ................................................................................................ 163
9. Conclusão .............................................................................................................. 165
10. Bibliografia ............................................................................................................ 167
Anexos .......................................................................................................................... 169
Anexo 1 – Grupo do carro-guincho .......................................................................... 171
Anexo 2 – Catálogo do carro-guincho ...................................................................... 173
Anexo 3 – Dimensões (www.vincteknobank.com)................................................... 177
Anexo 4 – Catálogo dos moto-redutores e bloco de rodas ........................................ 179
Anexo 5 – Catálogo dos grampos de fixação ............................................................ 183

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Índice de figuras

Figura 1.1 – Ponte Rolante Monoviga Caixão ..................................................................... 1


Figura 1.2 – Ponte Rolante Biviga Caixão / Ponte Rolante em consola .............................. 2
Figura 1.3 - Pórtico Monoviga Caixão ................................................................................ 3
Figura 1.4 – Pórtico Rolante Biviga / Semi-Pórtico Rolante ............................................... 3
Figura 2.1 – Pórtico Rolante ................................................................................................ 5
Figura 4.1– Espectro de carga (baixo/médio) ...................................................................... 9
Figura 4.2 – Espectro de carga (alto/muito alto)................................................................ 10
Figura 4.3 – Vista de frente do carro guincho ................................................................... 12
Figura 4.4 – Pormenor da roda .......................................................................................... 12
Figura 4.5 – Vista lateral “A” ............................................................................................ 12
Figura 4.6 – Carro/Reacções .............................................................................................. 13
Figura 4.7 – Força de inércia longitudinal ao trilho da viga resistente .............................. 16
Figura 4.8 – Cociente p/a ................................................................................................... 19
Figura 4.9 – Reacções transversais ao trilho da viga resistente ......................................... 20
Figura 4.10 – Secção caixão .............................................................................................. 22
Figura 4.11 – Distância entre perfis / Razão se solidez ..................................................... 23
Figura 5.1 – Dimensões do pórtico rolante ........................................................................ 27
Figura 5.2 - Dimensões do pórtico rolante......................................................................... 28
Figura 5.3 – Esquema estático (viga resistente)................................................................. 29
Figura 5.4 – Esquema estático ........................................................................................... 30
Figura 5.5 – Secção viga resistente .................................................................................... 32
Figura 5.6 – Secção RHS ................................................................................................... 33
Figura 5.7 – Secção HEB ................................................................................................... 33
Figura 5.8 – Pórtico Rolante .............................................................................................. 39
Figura 5.9 – Excentricidade das reacções verticais do carro-guincho ............................... 43
Figura 5.11 – Pórtico rolante/identificação dos elementos estruturais .............................. 45
Figura 5.10 – Posições sucessivas do Carro - Guincho ..................................................... 45
Figura 5.12 – Diagrama de momentos ............................................................................... 47
Figura 5.13 – Diagrama de momentos ............................................................................... 47
Figura 5.14 – Esforços transversos .................................................................................... 48
Figura 5.15 – Esforços transversos .................................................................................... 48
Figura 5.16 – Esforço Normal ........................................................................................... 49

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.17 – Torção .......................................................................................................... 49


Figura 5.18 – Diagrama de momentos ............................................................................... 51
Figura 5.19 – Diagrama de momentos ............................................................................... 51
Figura 5.20 – Esforços Normais ........................................................................................ 52
Figura 5.21 – Esforços transversos .................................................................................... 52
Figura 5.22 – Esforços transversos .................................................................................... 53
Figura 5.23 – Torção .......................................................................................................... 53
Figura 5.24 – Diagrama de momentos ............................................................................... 54
Figura 5.25 – Diagrama de momentos ............................................................................... 55
Figura 5.26 – Esforços Normais ........................................................................................ 55
Figura 5.27 – Esforços transversos .................................................................................... 56
Figura 5.28 – Esforços transversos .................................................................................... 56
Figura 5.29 – Torção .......................................................................................................... 57
Figura 5.30 – Secção viga resistente .................................................................................. 58
Figura 5.31 – Distribuição de momentos ........................................................................... 62
Figura 5.32 – Distribuição de momentos ........................................................................... 62
Figura 5.33 – Degradação da carga sobre o trilho ............................................................. 70
Figura 5.34 – Secção Caixão ............................................................................................. 70
Figura 5.35 – Placa ............................................................................................................ 74
Figura 5.36 – Secção caixão - Centro de Massa ................................................................ 78
Figura 5.37 – Secção caixão - Centro de Massa ................................................................ 81
Figura 5.38 – Secção SHS ................................................................................................. 83
Figura 5.39 – Distribuição de momentos ........................................................................... 86
Figura 5.40 – Distribuição de momentos ........................................................................... 86
Figura 5.41 – Secção CHS ................................................................................................. 89
Figura 5.42 – Secção CHS ................................................................................................. 91
Figura 5.43 – Secção RHS ................................................................................................. 94
Figura 5.44 - Comprimento ,  / ,  ............................................................................ 96
Figura 5.45 – Distribuição de momentos ........................................................................... 99
Figura 5.46 – Distribuição de momentos ........................................................................... 99
Figura 5.47 – Secção HEB ............................................................................................... 104
Figura 5.48 – Distribuição de momentos ......................................................................... 107
Figura 5.49 – Distribuição de momentos ......................................................................... 107
Figura 5.50 – Deformada do Pórtico – Rolante (Todas as solicitações) .......................... 115
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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.51 – Deformada do Pórtico – Rolante (Cargas Verticais - Peso do Carro + Carga
Nominal) .......................................................................................................................... 115
Figura 5.52 - Deformada do Pórtico – Rolante (Todas as solicitações) .......................... 116
Figura 6.1 – Grampo de Fixação/Componentes (9) ......................................................... 120
Figura 6.2 – Carril sobre base metálica ........................................................................... 121
Figura 6.3 – Detalhe do cordão de soldadura (9) ............................................................. 121
Figura 6.4 – Degradação da carga sobre o trilho ............................................................. 122
Figura 6.5 – Resistência ao rolamento ............................................................................. 125
Figura 7.1 – Flange T ....................................................................................................... 127
Figura 7.2 – Esforços instalados no parafuso .................................................................. 128
Figura 7.3 – Distribuição de forças do nó rígido ............................................................. 129
Figura 7.4 – Identificação das fiadas ............................................................................... 131
Figura 7.5 – Geometria da ligação ................................................................................... 131
Figura 7.6 – Esquema da ligação/esforços instalados na ligação .................................... 137
Figura 7.7 – Distribuição de forças .................................................................................. 138
Figura 7.8 – Geometria da ligação do elemento .............................................................. 141
Figura 7.9 – Esforços no parafuso (corte B-B) ................................................................ 144
Figura 7.10 – Distribuição de forças do nó rígido (corte A-A) ....................................... 145
Figura 7.11 – Geometria da ligação/identificação das fiadas .......................................... 145
Figura 7.12 – Corte B-B................................................................................................... 147
Figura 7.13 – Blocos de rodas /Posição dos parafusos .................................................... 150
Figura 8.1 – Pormenor dos cordões de soldadura ............................................................ 151
Figura 8.2 – Esforços no cordão de soldadura ................................................................. 152
Figura 8.3 – Pormenor dos cordões de soldadura/esforços instalados na ligação ........... 153
Figura 8.4 – Corte A-A .................................................................................................... 155
Figura 8.5 – Pormenor dos cordões de soldadura ............................................................ 157
Figura 8.6 – Pormenor dos cordões de soldadura ............................................................ 159
Figura 8.7 – Esforços no cordão de soldadura ................................................................. 159
Figura 8.8 – Pormenor dos cordões de soldadura ............................................................ 161
Figura 8.9 – Pormenor dos cordões de soldadura ............................................................ 163

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Índice de tabelas

Tabela 4.1 – Determinação do Grupo de Operação do Carro Guincho ............................. 11


Tabela 4.2 – Dimensões do carro guincho ......................................................................... 13
Tabela 4.3 – Valores de acelerações e tempos de aceleração ............................................ 17
Tabela 4.4 – Pressão e velocidade do vento ...................................................................... 21
Tabela 4.5 – Coeficientes de forma ................................................................................... 22
Tabela 4.6 – Coeficientes de blindagem () ...................................................................... 24
Tabela 4.7 – Valores do coeficiente de majoração  ....................................................... 25
Tabela 5.1 – Propriedades da secção ................................................................................. 32
Tabela 5.2 – Propriedades da secção ................................................................................. 33
Tabela 5.3 – Propriedades da secção ................................................................................. 33
Tabela 5.4 – Esforços máximos instalados na estrutura, para a posição do carro
....... 46
Tabela 5.5 – Esforços máximos instalados na estrutura, para a posição do carro ....... 50
Tabela 5.6 – Esforços máximos instalados na estrutura, para a posição do carro ....... 50
Tabela 5.7 – Esforços máximos instalados na estrutura, para a posição do carro
..... 54
Tabela 5.8 – Esforços máximos instalados na estrutura, para a posição do carro
..... 57
Tabela 5.9 – Esforços nas secções críticas (Viga resistente) ............................................. 58
Tabela 5.10 – Propriedades da secção ............................................................................... 58
Tabela 5.11 – Coeficiente de enfunamento........................................................................ 67
Tabela 5.12 – Esforços na secção crítica (Travessa M3 e M4) ......................................... 83
Tabela 5.13 – Propriedades da secção ............................................................................... 83
Tabela 5.14 – Propriedades da secção ............................................................................... 89
Tabela 5.15 – Propriedades da secção ............................................................................... 91
Tabela 5.16 – Esforços nas secções críticas (Viga resistente) ........................................... 94
Tabela 5.17 – Propriedades da secção ............................................................................... 94
Tabela 5.18 – Esforços na secção crítica (Carros Laterais C13 e C14) ........................... 104
Tabela 5.19 – Propriedades da secção ............................................................................. 104
Tabela 5.20 – Verificação do Estado Limite de Utilização (Todas as solicitações) ........ 114
Tabela 5.21 – Verificação do ELU (Cargas Verticais - Peso do Carro + Carga Nominal)
.......................................................................................................................................... 115
Tabela 5.22 – Verificação do Estado Limite de Utilização (Todas as solicitações) ........ 116
Tabela 6.1 – Reacções máximas nas rodas ...................................................................... 117
Tabela 6.2 – Reacções mínimas nas rodas ....................................................................... 117
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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Tabela 6.3 – Dimensões do carril DIN 536 ..................................................................... 118


Tabela 6.4 – Dimensões dos carris DIN 536 ................................................................... 119
Tabela 6.5 – Carga admissível por roda (SR-E-400) ....................................................... 119
Tabela 7.1 – Valores dos esforços actuantes (Posição do carro guincho) ................. 128
Tabela 7.2 – Valores dos esforços actuantes (Posição
do carro guincho) ................. 137
Tabela 7.3 – Valores dos esforços actuantes (Posição
 do carro guincho) ............... 144
Tabela 8.1 – Valores dos esforços actuantes (Posição do carro guincho) ................. 151
Tabela 8.2 – Valores dos esforços actuantes na ligação (Posição
do carro guincho) 153
Tabela 8.3 – Valores dos esforços actuantes (Posição
 do carro guincho) ............... 159

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

1. Pontes e Pórticos
órticos rolantes

As pontes e pórticos rolantes são equipamentos de elevação e movimentação de


cargas que respondem a uma grande variedade de aplicações, através das suas diversas
tipologias:

• Ponte Rolante Monoviga


• Ponte Rolante Biviga
• Ponte Rolante Suspensa
• Pórtico Rolante Monoviga
• Pórtico Rolante Biviga
• Semi-Pórtico
Pórtico Rolante

1.1. Pontes rolantes


olantes

Uma ponte rolante é um aparelho de elevação móvel, que circula numa via, a qual
se designa por caminho de rolamento. Pode ser constituída por uma viga, designadas por
pontes monoviga figura 1.1, ou duas vigas, designadas por pontes biviga figura 1.2, sobre
as quais se desloca transversalmente um carro guincho. (1)

Figura 1.1 – Ponte Rolante Monoviga Caixão

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 1.2 – Ponte Rolante Biviga Caixão / Ponte Rolante em consola

Em seguida tem-se
se os constituintes principais destes tipos de pontes:

Carro guincho – Este é responsável pela elevação da carga. Possui um conjunto de


rodados que permitem o movimento de translação sobre a viga principal quer se trate de
monoviga ou biviga
Carros laterais – Os carros laterais são equipamentos que para além de transferirem a
carga para o caminho de rolamentos, permitem
permitem também o movimento longitudinal da
ponte.
Caminho de rolamento – É constituído por duas vigas, uma em cada extremo da ponte
rolante. Trata-se
se de uma viga contínua com vão idêntico ao afastamento entre pórticos.
No caso de pontess rolantes de carga nominal
nominal baixa, apoiam directamente sobre consolas
curtas, directamente soldadas aos pilares do pavilhão. No caso de grandes cargas são
utilizados pilares de baioneta.
Viga resistente – É o elemento resistente principal, e pode ser formado por um perfil
laminadoo ou secção em caixão para vencer vãos maiores e para uma maior capacidade de
carga, sobre esta desloca-se
se o carro guincho.

1.2. Pórticos rolantes

Os pórticos rolantes são equipamentos geralmente utilizados para aplicações em


áreas exteriores a edifícios. Os movimentos de translação do carro e do pórtico permitem
a colocação da carga com bastante liberdade. O corpo principal é constituído por pórticos,
que dependendo do nível de cargas a movimentar serão construídos por perfis laminados
ou vigas caixão. Os pórticos
rticos assentam sobre uma plataforma móvel sobre carris.
carris Tal

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

como no caso das pontes rolantes pode-se também distinguir dois tipos de pórticos
rolantes, monoviga (figura 1.3) e biviga (figura 1.4).

Figura 1.3 - Pórtico Monoviga Caixão

Figura 1.4 – Pórtico Rolante Biviga / Semi-Pórtico Rolante

Os constituintes básicos dos pórticos rolantes são os mesmos que para as pontes
rolantes vistas no ponto anterior. Neste caso o caminho de rolamento é constituído por um
sistema de carris fixados ao solo. Existem também sistemas mais especializados
constituídos por pórticos rolantes auto, assentes sobre rodados e sem caminho de
rolamento fixo.

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

2. Objectivos

O objectivo deste trabalho é o projecto de um Pórtico Rolante, e de todos os


elementos que o constituem (moto-redutores, blocos de rodas, grampos de fixação do
carril entre outros), o pórtico terá como local de trabalho uma pedreira, e deverá
contemplar as seguintes características.

1. Localização: Amarante fora da zona urbana;


2. Operação no exterior;
3. Carga nominal: 30  ;
4. Vão: 13  entre pilares;
5. Altura livre: 9  ;
6. Velocidade do pórtico: 40/;
7. Número de horas de trabalho: 8 ℎ/ ;
8. Extensão do percurso do pórtico: 50 ;

Figura 2.1 – Pórtico Rolante

5
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

3. Bases de cálculo

As solicitações sobre o pórtico rolante foram de definidas de acordo com a norma


da Federation Europeenne De La Manutention (F.E.M 1.001 3rd Editon - 1998 “
Rules for the design of hoisting appliances”). (2)
As normas F.E.M definem as solicitações sobre a estrutura, e os componentes
mecânicos para a movimentação do pórtico e da carga. Estas normas F.E.M estão
divididas em 8 cadernos, sendo que cada um deles aborda aspectos técnicos distintos. Na
presente dissertação apenas serão referenciados os cadernos 1,2 e 3.
Caderno 1 define o objectivo e domínio de aplicação, sendo que o objectivo é
determinar as solicitações e combinações de solicitações a ter em conta no projecto dos
aparelhos de elevação e de impor as condições de resistência e de estabilidade,
relativamente ao domínio de aplicação diz respeito ao cálculo de aparelhos de elevação,
ou partes de aparelhos de elevação.
O caderno 2 debruça-se sobre á classificação dos aparelhos de elevação e define as
solicitações na estrutura metálica e nos mecanismos.
O caderno 3 diz respeito ao cálculo das tensões e verificação da segurança, no
entanto o projecto e verificação da segurança da estrutura pórtico e das ligações foram
efectuados segundo EN 1993 Eurocódigo 3: Projecto de Estruturas de Aço. (3).
Actualmente a utilização do EC3 tem ainda um carácter facultativo, pois o regulamento
em vigor é o Regulamento de Estruturas em aço para Pontes e Edifícios (REAPE). (4)

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

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Dimensionamento de um Pórtico Rolante

4. Definição das solicitações segundo as Normas F.E.M

Nos pontos a seguir e tendo por base as Normas F.E.M (caderno 2) serão definidas
as solicitações sobre o pórtico rolante.

4.1. Classificação do grupo de operação do carro-guincho

A classificação do grupo do carro guincho foi efectuada de acordo com a norma


(FEM/ISO). Esta classificação permite-nos definir 2 grupos, o primeiro referente a
resistência do pórtico rolante através do grupo de estrutura (A1, …A8), o segundo grupo
define a resistência do carro guincho e dos outros mecanismos (1Bm, 1Am,2m …4m).
(anexo 1)

O Grupo é definido, tendo em conta os seguintes aspectos:

- Espectro de carga;
- Tempo médio de funcionamento diário;

4.1.1. Espectro de carga

O espectro de carga define o tipo de utilização do equipamento, em função dos


diferentes níveis de carga e a percentagem do tempo de utilização de cada um desses
níveis. Essa classificação é efectuada de acordo com as figuras 4.1 e 4.2.

Este espectro de carga é definido nos gráficos abaixo.

1 2

Figura 4.1– Espectro de carga (baixo/médio)

9
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

3 4

Figura 4.2 – Espectro de carga (alto/muito alto)

O pórtico rolante tem como local de trabalho uma pedreira, a capacidade máxima
foi definida como sendo de 30 toneladas, e como tal definiu-se que o pórtico apenas
operará a carga máxima em cerca de 17% do tempo de operação, no restante tempo
assumiu-se que o espectro de carga segue a distribuição da figura 4.2 2, sendo assim
definiu-se o espectro de carga Médio.

4.1.2. Tempo Médio de funcionamento diário

O tempo médio de funcionamento diário pode ser calculado a partir da seguinte


expressão em [horas / dia].

2×%×&×'
=
( × 60
Onde,
% – +, é  . .+./çã [];
& – ú. . 55+ . 6+ℎ 7 ℎ [55+ / ℎ];
' – .7 . 6+ℎ á [ℎ];
( – /.+5  . . .+./çã [ / ];

Com uma altura média de elevação % = 9/2 = 4,5 , com um número de ciclos
por hora de & = 4 [55+ /ℎ], tempo de trabalho diário de ' = 8 [ℎ] e com uma
velocidade de elevação de ( = 4,0 [/], obtêm-se

2 × 4,5 × 4 × 8
= = 1,2 [ℎ/ ]
4,0 × 60
10
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Definido o espectro de carga como sendo Médio, e o tempo médio de


funcionamento diário igual : =
, [;<=>?/ @A>], o grupo de operação do carro
guincho é determinado através da tabela 4.1.
Da tabela abaixo tem-se que o carro guincho pertence ao grupo de trabalho
M4/1Am (Nota: se a extensão do percurso sobre a qual o pórtico rola, fosse muito grande
teria que se aumentar o grupo dos mecanismos para 1Bm ou 2m, pois estes teriam muito
mais horas de trabalho quando comparadas com as do carro guincho), para o grupo da
estrutura definiu-se também como sendo do grupo A4, uma vez que o espectro de carga e
número de ciclos é igual ao do carro-guincho.

Tabela 4.1 – Determinação do Grupo de Operação do Carro Guincho

4.2. Escolha do tipo de carro-guincho

Uma vez definido o grupo do carro-guincho e definida a carga nominal de


elevação, está-se em condições de escolher o tipo de carro. Consultando o catálogo da
empresa STAHL (anexo 2), optou-se por um carro do tipo AS 7080-16 L2, carro este que
reúne as características necessárias e apresenta uma velocidade de elevação de (B =
4 /.
As restantes características do carro necessárias ao dimensionamento do pórtico
são apresentadas de seguida, onde se tem as dimensões principais do carro guincho
(distância entre rodas, distancia entre eixos, diâmetro das rodas entre outras) e as reacções
nas rodas.

11
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Dimensões do carro guincho

Figura 4.3 – Vista de frente do carro guincho

Figura 4.4 – Pormenor da roda

Figura 4.5 – Vista lateral “A”

12
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Tabela 4.2 – Dimensões do carro guincho

Dimensão [mm] Dimensão [mm]


O1 2084 O 17 743
O2 1500 O 22 476
O3 292 O 23 743
O6 835 O 24 743
O8 765 z1 1277
O 10 735 e4 246
O 12 ϕ 250 Spw 2800

Reacções nas rodas

De acordo com o catalogo da STAHL as reacções na rodas são dadas por,

Figura 4.6 – Carro/Reacções

G7H − J1
CD EáF = × K + 0,3 × M
2 × G7H

J1 + .4
CN EáF = × K + 0,2 × M
2 × G7H
Onde,

C1, C2 − C.5çõ.    P. 5.Q5.. . RçãS


KPTUS − V75  . . .+./çã
MPTUS − W. 7ó7 P5 + U,5ℎS
G7H, J1, .4 − Ver \igura 4.5 e 4.6
Com, K = 32000 TU, M = 3320 TU P/. .b 2S, G7H = 2800 ,
J1 = 1277  e .4 = 246 .

13
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Então as reacções nas rodas são dadas por,


2800 − 1277
CD EáF = × 32000 + 0,3 × 3320 = 9699 TU
2 × 2800

1277 + 246
CN EáF = × 32000 + 0,2 × 3320 = 9367 TU
2 × 2800

4.3. Solicitações a entrevirem no cálculo das estruturas metálicas

O cálculo das estruturas metálicas é desenvolvido, estabelecendo como


determinantes, os esforços originados na estrutura aquando do seu funcionamento. Estes
esforços são calculados tendo em conta as solicitações abaixo definidas:

a) Solicitações principais que actuam sobre a estrutura metálica do aparelho


supondo que este se encontra imóvel, no caso da carga mais desfavorável;
b) As solicitações devidas ao movimento verticais;
c) As solicitações devidas aos movimentos horizontais;
d) As solicitações originadas pelos efeitos climáticos;

4.3.1. Solicitações principais

As solicitações principais compreendem:


- As solicitações devidas ao peso próprio dos elementos: Gd
- As solicitações devidas à carga de serviço: GB

Todas as solicitações serão determinadas assumindo, que os elementos móveis se


encontram na posição mais desfavorável.

4.3.2. Solicitações devidas aos movimentos verticais

Estas solicitações são provocadas por dois factores: pela elevação da carga de
serviço e acelerações/desacelerações que ocorrem no movimento de elevação, e pelos
choques originados pelo rolamento do aparelho sobre o caminho de rolamento.

14
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

4.3.2.1. Solicitações originadas pela elevação da carga de serviço

São tidas em conta as oscilações provocadas pela elevação da carga multiplicando


as reacções originadas por um factor denominado de “ coeficiente dinâmico ”. O valor do
coeficiente dinâmico e a aplicar à solicitação devida a carga de serviço é dado por,

e = 1 + f × (B
Onde,
f – 5.Q5.. .b7..+;
(B – /.+5  . . .+./çã [/];

Com um coeficiente experimental f = 0,6 e com uma velocidade de elevação de


(B = 4 [/].

Então vem,
4
e = 1 + 0,6 × = 1,04
60
No entanto as Normas F.E.M (caderno 2 ponto 2.2.2.2.1.1) referem, que o
coeficiente e calculado, nunca deverá ser menor que 1,15, sendo assim o valor do
coeficiente dinâmico usado será igual a g =
,
h. Apenas serão considerados os efeitos
da elevação da carga multiplicando-a pelo coeficiente de majoração dinâmico e. Pois a
consideração dos outros fenómenos, é tão gravoso quer para a estrutura metálica quer
para os equipamentos mecânicos, que é necessário fixar o princípio que as juntas do
caminho de rolamento estarão sempre em boas condições.

4.3.3. Solicitações devidas aos movimentos horizontais

As solicitações devidas aos movimentos horizontais são:

a) Os efeitos originados pelas forças de inércia, devidas as acelerações


/desacelerações, dos movimentos de translação horizontais, que serão
determinados em função do valor da aceleração/desaceleração;
b) Os efeitos da força centrífuga;
c) As reacções horizontais transversais provocadas pelo rolamento;
d) Os efeitos de choque contra fins de curso;

15
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

4.3.3.1. Efeitos horizontais devidos as acelerações e desacelerações

Nos pontos de seguida serão abordadas as solicitações horizontais devidas as


acelerações e desacelerações, então tem-se:

1) Devido ao movimento de arranque e paragem do Carro Guincho, resultam forças


de inércia, na direcção longitudinal ao trilho da viga resistente (figura 4.7).

Figura 4.7 – Força de inércia longitudinal ao trilho da viga resistente

De acordo com o catálogo da empresa STAHL, a velocidade de movimentação


horizontal do carro-guincho é de (i = 20 / ≅ 0,33 /. Com a velocidade a ser
alcançada pelo carro-guincho, é possível e de acordo com a tabela 4.3 das Normas F.E.M,
calcular a aceleração e tempo de aceleração do carro.

16
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Tabela 4.3 – Valores de acelerações e tempos de aceleração

Velocidade a a) Velocidade moderada b) Velocidade moderada c) Elevada velocidade


ser alcançada e grande extensão de e alta para aplicações com e elevada aceleração
Tempo de Aceleração Tempo de Aceleração Tempo de Aceleração
/ aceleração aceleração aceleração
 / N  / N  / N
4,00 8,0 0,50 6,0 0,67
3,15 7,1 0,44 5,4 0,58
2,5 6,3 0,39 4,8 0,52
2 9,1 0,22 5,6 0,35 4,2 0,47
1,60 8,3 0,19 5,0 0,32 3,7 0,43
1,00 6,6 0,15 4,0 0,25 3,0 0,33
0,63 5,2 0,12 3,2 0,19
0,40 4,1 0,098 2,5 0,16
0,25 3,2 0,078
0,16 2,5 0,064

De acordo com a tabela acima, para uma velocidade de cerca de (i = 0,33 / e
para o caso a, obtêm-se uma aceleração de E = 0,089 / N e consequentemente um
tempo de aceleração 'E = (i /E = 0,33/0,089 = 3,7  .
De acordo com a Norma o cálculo da força de inércia segue, os seguintes passos:

Massa equivalente

Para este caso a massa equivalente, apenas será igual à massa do carro-guincho
pois não temos peças em rotação, e na massa equivalente não entra a carga a elevar.

kl = m = 3320 TU

Cálculo do n

D 32000
o= = = 9,6
kl 3320

Onde, kl é a massa equivalente e D é a massa da carga nominal.

17
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Cálculo do g;

Como o > 1, o valor do coeficiente eq é dado segundo as Normas F.E.M por,

eq = [2 + o + P1/oS]m.r = [2 + 9,6 + P1/9,6S]m.r = 3,4

Cálculo da força de Inércia st

A força de inércia será igual ao produto da massa pela aceleração (ou


desaceleração) resultante do movimento de arranque ou paragem do carro e da carga.
1
uv = eq × klwxyz{y |}E~|y × E
2
1
uv = 3,4 × P3320 + 32000S × 0,089 = 5,4 T&
2

2) Devido ao movimento de arranque e paragem do Pórtico Rolante, resultam forças


de inércia. Estas forças de inércia serão assumidas como uniformemente
distribuídas sobre a estrutura pórtico.

Para a velocidade do pórtico foi adoptada uma velocidade de (€ = 40 / ≅


0,67 /. De acordo com a tabela 4.3, para uma velocidade de (€ = 0,67 / e para o
caso b, obtêm-se uma aceleração de E = 0,19 / N e consequentemente um tempo de
aceleração 'E = (€ /E = 0,67/0,19 = 3,5 .

O cálculo das forças de inércia devidas ao movimento de arranque e paragem do


pórtico rolante será efectuado depois de ser feito o pré-dimensionamento.

4.3.3.2. Efeitos da força centrífuga

Os efeitos da força centrífuga não se aplicam ao caso de estudo.

18
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

4.3.3.3. Reacções transversais provocadas pelo rolamento do carro

Estas reacções são transversais ao trilho sobre o qual o carro guincho ira rolar, e
são devidas por exemplo a elevação oblíqua de cargas, travagem do carro-guincho,
irregularidades das rodas ou trilhos e desalinhamentos entre os trilhos. Segundo as
Normas F.E.M, esta reacção transversal é obtida multiplicando a carga vertical nas rodas
por um coeficiente , que depende do cociente entre a bitola (7S e a distância entre eixos
do carro guincho (S.
A Norma não é muito explícita quanto ao sentido destas forças, e como tal foi
considerado a pior situação, ou seja, a situação mais gravosa para a estrutura, que é
considerar as quatro forças todas com o mesmo sentido (ver figura 4.9).

As dimensões 7 e , já foram anteriormente definidas obtendo-se assim,

7 2800
= = 1,9
 1500

Figura 4.8 – Cociente p/a

O valor de  = 0,05 é obtido a partir da Figura 4.8

A reacções máximas calculadas nas rodas no ponto 4.2 foram de CD EáF = 97 T&
e CN EáF = 93,7 T&. A reacção transversal será dada por,

CvD = CDEáF × 0,05 = 97 × 0,05 = 4,9 T&

CvN = CNEáF × 0,05 = 93,7 × 0,05 = 4,7 T&

19
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 4.9 – Reacções transversais ao trilho da viga resistente

4.3.3.4. Efeitos de choque contra fins de curso

Os efeitos de choque contra fins de curso podem ocorrer em duas situações, a


primeira é relativa ao choque entre o carro-guincho e os batentes de fim de curso a
segunda é relativa ao choque do pórtico rolante contra os batentes de fim decurso que se
encontram aplicados no solo.
No entanto estes efeitos não serão considerados, pois a ponte rolante será equipada
com equipamento de detecção de aproximação dos batentes de fim de curso e os batentes
de fim de curso serão equipados com mecanismos de amortecimento de impacto como
por exemplo borracha (neoprene) ou amortecedores. Na norma F.E.M (caderno 2 ponto
2.2.3.4), refere que para velocidades inferiores a 0,7 / os efeitos de choque podem ser
desprezados e no presente projecto tem-se para o carro-guincho (i = 0,33 / para o
pórtico tem-se (i,‚ózƒ~x} = 0,67 /, velocidades estas que são inferiores a 0,7 /.

4.3.4. Solicitações originadas pelos efeitos climáticos

As solicitações devidas aos efeitos climáticos resultam da acção do vento, neve e


variações da temperatura, no caso em análise apenas se justifica considerar a acção do
vento sobre a estrutura (pórtico rolante).
Segundo a norma F.E.M e por simplificação do método é assumido que, o vento
sopra em qualquer direcção horizontal, com velocidade constante e trata-se de uma acção
estática aplicada à estrutura da ponte.

20
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Pressão do vento

A pressão dinâmica do vento é dada por: „ = 0,613 × (…N

Onde „ é a pressão dinâmica em &/N, e (… é a velocidade do vento em /.

A velocidade do vento pode ser obtida, através da tabela abaixo, para 3 tipos
situações, (eventualmente poderia usar-se uma velocidade que não conste da tabela, uma
velocidade media do local de trabalho da ponte).

Tabela 4.4 – Pressão e velocidade do vento

Pressão do vento Velocidade do vento


&/N /
Tipo de aparelho

Gruas sujeitas a ventos fracos 125 14

Gruas normais instaladas no


250 20
exterior
Gruas que trabalham sobre
500 28
ventos fortes

Para o caso em análise considerou-se, uma grua do tipo normal instalada no


exterior e como tal considera-se uma velocidade de (… = 20 / ⇒ „ = 250 &/N .

Cálculo da força do vento

A força do vento é dada por,

uD = ‡ × „ × VQ

Onde,

u − uç  /. . [&];


‡ − Á. .Q.5/ Q+ . [N ];
„ − W.ã â5  /. . [&/N ];
VQ − V.Q5.. . Q;

21
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Determinação do coeficiente de forma

O cálculo deste coeficiente de forma será calculado com recurso a tabela abaixo, a
tabela apresentada na Norma F.E.M, é uma tabela mais extensa pois contempla mais tipos
de secções.

Tabela 4.5 – Coeficientes de forma

Descrição Esbeltes Aerodinâmica +/6


≤5 10 20 30 40 50 >50
Secções rectangulares ocas 6/
2 1,55 1,75 1,95 2,10 2,20
1 1,40 1,55 175 1,85 1,90
0,5 1,0 1,20 1,30 1,35 1,40
0,25 0,8 0,90 0,90 1,0 1,0

Para consulta desta tabela, é necessário antes definir dois factores, o primeiro é
denominado de esbeltes aerodinâmica e o segundo razão da secção, pois a estrutura
resistente será composta por secções em caixão.

Figura 4.10 – Secção caixão

Esbeltes aerodinâmica
+
6
Onde, + é o comprimento da secção e 6 a altura da secção.

Razão da secção
6

Onde, 6 é a altura da secção e a largura da secção.

22
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Definida a área secção e o coeficiente de forma, é possível calcular a força do


vento.
O pórtico rolante é constituído por dois pórticos, pelo que quando o vento sopra
numa determinada direcção, o pórtico a jusante é menos afectado com a pressão do vento
pois o primeiro pórtico faz “blindagem”. A Norma F.E.M tem em conta este facto,
aplicando á força do vento um factor de blindagem Š.
Para consulta da tabela que dá esse coeficiente, é necessário antes definir dois
factores, o primeiro denominado de razão de espaçamento e o segundo razão de solidez.

Figura 4.11 – Distância entre perfis / Razão se solidez

Razão de espaçamento

6
Onde,  é a distância entre pórticos e 6 a altura da secção.

Razão de solidez

|
‡
= ‹[P+~ × 6~ S/PŒ × S] = 1
‡k
D

Onde, ‡ é a área total e ‡k a área parcial.


Nota: Apesar de ainda não estarem definidas as áreas, a razão se solidez é 1, pois
as secções em caixão serão completamente tapadas.

Com os factores definidos a cima, e consultando a tabela 4.6, obtêm-se o


coeficiente blindagem Š.

23
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Tabela 4.6 – Coeficientes de blindagem ()

Razão de Razão de solidez ‡/‡k


espaçamento
/6
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 ≥ 0,6

0,5 0,75 0,40 0,32 0,21 0,15 0,10


1,0 0,92 0,75 0,59 0,43 0,25 0,10
2,0 0,95 0,80 0,63 0,50 0,33 0,20
4,0 1,0 0,88 0,76 0,66 0,55 0,45
5,0 1,0 0,95 0,88 0,81 0,75 0,68
6,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0

A força do vento para o segundo pórtico é idêntica à do primeiro mas multiplicada


por o coeficiente de blindagem,

uN = Š × ‡ × „ × VQ [&]

O cálculo das forças do vento será efectuado depois de ser feito o pré-
dimensionamento da estrutura pórtico, pois só nessa altura é que se estará em posse da
área resistente ao vento.

Acção do vento sobre a carga

De acordo com a Norma deve ser também considerada, a acção do vento sobre a
carga, a Norma sugere que para cargas sólidas (que é o caso) seja considerada uma área
mínima de 0,5 N por tonelada.
Então,

u = ‡ × „ = P0,5 × 32S × 250 = 4 T&

Em termos de análise dos esforços sobre a estrutura esta acção será aplicada como
uma carga uniformemente distribuída. A carga por metro é dada por,

u 4
uEkƒz} = = = 0,13 T&/
+Ž~{y + 2ℎ‚~yz 13 + 2 × 9

24
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

4.4. Casos de Solicitações

As normas F.E.M referem 3 casos de solicitação, de acordo com a presença ou não


de vento e o caso de acções de carácter excepcional (ex: ventos muito fortes e testes de
carga através da aplicação de outros coeficientes de majoração):

Caso I – Funcionamento da ponte sem consideração da acção do vento;


Caso II – Funcionamento da ponte com consideração da acção do vento;
Caso III – Funcionamento da ponte com consideração de acções de carácter
excepcional;
Para o projecto em estudo apenas se considerou o Caso II (Funcionamento da
ponte com consideração da acção do vento), onde são tomados em consideração as
solicitações estáticas resultantes do peso próprio Gd , as solicitações resultantes da carga
de serviço GB multiplicadas pelo coeficiente dinâmico e, solicitações horizontais Gi , e
por fim as solicitações devidas ao vento G . Todas estas solicitações foram anteriormente
definidas de acordo com a Norma. O conjunto das solicitações deve ser multiplicado por
um coeficiente de majoração x , de acordo com a expressão abaixo.

x PGd + e × GB + Gi S + G‘

O valor do coeficiente de majoração x , é obtido do grupo na qual a ponte esta


classificada. Para uma ponte do grupo A4, e consultando a tabela 4.7 obtêm-se  =

, ’.

Tabela 4.7 – Valores do coeficiente de majoração 

Grupo do
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8

x
aparelho
1,00 1,02 1,05 1,08 1,11 1,14 1,17 1,20

Nota: A verificação das secções será efectuada segundo o EC3, tendo por base todas as
indicações a nível de coeficientes de segurança do caderno 3 das normas F.E.M. De
acordo com a Norma a tensão de cedência para o caso de solicitação II deverá ser dividida
por um coeficiente de segurança de  = 1,33, este coeficiente será adoptado também no
EC3 contrariamente ao que este propõe que é um coeficiente de  = 1,1.

25
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

26
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5. Dimensionamento do pórtico rolante

O projecto inclui duas fases. Um pré-dimensionamento utilizado para definir uma


primeira aproximação às necessidades em termos de secções resistentes. Nesta fase será
utilizado o REAPE (Regulamento de Estruturas d Aço para Edifícios e Pontes) (4). Uma
vez definidas as solicitações sobre o pórtico rolante, o cálculo dos esforços instalados na
estrutura será efectuado utilizando software Multiframe 3D. A verificação da
estabilidade final será efectuada com base no Eurocódigo 3 (3).
Mas antes de se proceder ao pré-dimensionamento, é necessário definir as
dimensões do pórtico rolante, estas são estabelecidas de seguida.

5.1. Dimensões do pórtico rolante

O pórtico será utilizado numa pedreira para movimentação de blocos de pedra.


Para o vão tem-se uma distância de 13 , sendo esta suficiente para a movimentação e
posicionamento dos blocos e também suficiente para a paragem de um camião para que se
possa proceder a carga e descarga dos mesmos.

Figura 5.1 – Dimensões do pórtico rolante

27
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

A distância entre rodas “z , já foi anteriormente definida aquando da escolha do


carro guincho, relativamente a distância entre eixos das rodas do carro lateral PS, esta foi
definida de modo a garantir a estabilidade da ponte, para tal deverão verificar-se as
seguintes condições. (anexo 3)

% 9 Π13
≥ ⇒4 ≥ = 3,6  .  ≥ ⇒4 ≥ = 2,6 
2,5 2,5 5 5
Condições verificadas.

Nota: Para a garantir a estabilidade, deverá verificar-se também se as reacções nos apoios
(rodas) são positivas na direcção vertical, para assim não ser gerado um momento capaz
de capotar o pórtico.

Figura 5.2 - Dimensões do pórtico rolante

5.2. Tipo de ligações entre a viga resistente e os pilares

As ligações entre os pilares e a viga resistente serão idealizadas, como sendo


ligações rígidas. No entanto para vãos muito elevados, e pórticos com grande capacidade
de carga, ocorrem nas rodas reacções transversais que podem fazer com que as rodas do
pórtico descarrilem dos carris.

28
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Para evitar esta situação, de um dos lados do pórtico, as pernas são idealizadas
como sendo articuladas a viga resistente, diminuindo assim consideravelmente as
reacções horizontais que são transmitidas aos carris. De salientar também, que com esta
opção as flechas horizontais e verticais são muito grandes, o que obriga ao uso de perfis
com secções elevadas.
Utilizando as ligações todas rígidas, a flecha diminui consideravelmente, no
entanto teremos maiores momentos nas ligações viga pilar.
Como para o caso em estudo, não se tem cargas nem vãos muito elevados, optou-
se por ligações todas rígidas, entre as pernas e a viga resistente.

5.3. Pré-dimensionamento da estrutura

Com este pré-dimensionamento, pretende-se com poucos cálculos ter uma ideia
das secções necessárias para os elementos principais da estrutura pórtico, para assim se
efectuar uma análise de esforços através do software Multiframe, e com esses esforços
poder efectuar uma verificação das secções segundo o EC3.
No pré-dimensionamento, são assumidas algumas simplificações e não é feita
qualquer verificação quanto ao risco de enfunamento nas almas e banzos da viga
resistente, encurvadura entre outras verificações necessárias que o EC 3 contempla.

- Viga resistente

Figura 5.3 – Esquema estático (viga resistente)

O valor de CEáF = 97 T&, é a reacção máxima nas rodas do carro guincho, a


distância entre apoios é de 13  e •N = 1,5, o valor de CEáF será majorado com os
coeficientes já anteriormente calculados, e = 1,15 . x = 1,08.

29
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

O momento máximo na viga é dado por,

Œ − •N 13 − 1,5
–F = e × x × CEáF × — ˜ = 120,5 × — ˜ = 692,9 T&. 
2 2
Então, o módulo de rigidez elástico necessário vem,

– 1,5 × 692,9 × 10›


™k,F > = = 4422,8 × 10œ œ
Qš 235
1,5

Deve igualmente ser verificada a flecha máxima. Nas estruturas com pontes
rolantes a flecha máxima admitida é muito reduzida, quando comparadas com outras
estruturas que não possuem pontes rolantes, e como tal vai influenciar o tipo de secção
resistente necessária. Sendo assim foi considerado o seguinte esquema estático.

Figura 5.4 – Esquema estático

A flecha máxima vertical admitida é,

Π13000
ž = = = 16,25 
800 800

Para uma viga simplesmente apoiada, a flecha é dada por,

W × Œœ Pe × x × 2 × CEáF S × Œœ
ž = = ⇒  F
48 × Ÿ ×  F 48 × Ÿ ×  F

Pe × x × 2 × CEáF S × Œœ 241 × 10œ × 13000œ


⇒  F = = =
48 × Ÿ × ž 48 × 210000 × 16,25

 F = 3232,5 × 10› ¡

No entanto, é de salientar que o momento de inércia obtido é um pouco exagerado


na medida em que se considerou uma carga concentrada a meio vão (figura 5.5), o que
não corresponde a realidade, pois as reacções CEáF encontra-se separadas de 1,5  que é
a distância entre eixos do carro-guincho ou bitola.

30
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

- Pilar rigidamente ligado a viga resistente

Para o pré-dimensionamento do pilar, utilizou-se uma regra prática em que se


admite para momento máximo no pilar, 35% do momento máximo na viga resistente,
calculado anteriormente. O módulo de resistência elástico para o pilar será dado por,

– × 0,35 1,5 × 692,9 × 10› × 0,35


™k,F > = = 1547,9 × 10œ œ
Qš 235
1,5

- Carro lateral

Para perfil do carro lateral foi seleccionado uma secção HEB, dada a maior
espessura de banzos quando comparados com secções IPE. A maior espessura dos banzos
é favorável para a fixação das pernas por ligação aparafusada, e também para a ligação
dos blocos de rodas. Sendo assim propõem-se um perfil HEB 360.

31
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.3.1. Definição das secções com base no Pré-dimensionamento

Com base no pré-dimensionamento efectuado acima, foram geradas secções no


software SectionMaker, para posterior análise estrutural no software Multiframe3D, uma
vez que este programa não possui secções em caixão.
Para secção da viga resistente será utilizada uma secção em viga caixão. No caso
dos pilares e atendendo ao nível dos esforços em causa será possível utilizar uma secção
tubular normalizada, SHS. Sempre que possível a utilização de secções normalizadas é
preferível à utilização de vigas caixão por questões de custos.

- Viga resistente (Caixão 530×920) S 235

De acordo com o pré-dimensionamento efectuado, para a viga resistente esta


deverá possuir, com base nas tensões (£, ≥ 4422,8 × 10œ œ S, com base na flecha
máxima P¤ < 3232,5 × 10› ¡ S, mas como já referido anteriormente este momento
de inércia é um pouco exagerado, senso assim, foi gerado um perfil no Section Maker,
com propriedades intermédias aos valores calculados para  F e Hk,F .

Tabela 5.1 – Propriedades da secção

 180,4 TU/
Propriedade Valor Unidade

30 
Q 60 
6 530 
ℎ 920 
7 65 
‘ 7 
¦ 8 
‡ 22936 N
 F 2999,6 × 10› ¡
 § 751,8 × 10› ¡
F 361,6 
§ 181,1 
Hk,F E~| 6032,1 × 10œ œ
Hk,§ E~| 2681,1 × 10œ œ Figura 5.5 – Secção viga resistente

32
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

- Pilar (RHS 300×500×8) S 235

De acordo com o pré-dimensionamento: £, ≥ 1547,9 × 10œ œ

Tabela 5.2 – Propriedades da secção

 97,9 TU/
Propriedade Valor Unidade

6 300 
ℎ 500 
 8 
‡ 12500 N
 F 437,3 × 10› ¡
 š 199,5 × 10› ¡
F 187 
š 126 
Hk,F 1749 × 10 
Figura 5.6 – Secção RHS
œ œ

Hk,š 1330 × 10 œ
œ

- Carro (HEB 360) S 235

Tabela 5.3 – Propriedades da secção

 142 TU/
Propriedade Valor Unidade

6 300 
ℎ 360 
261 
‘ 12,5 
¦ 22,5 
‡ 18060 N
 š 431,9 × 10› ¡
 § 101,4 × 10› ¡
š 154,6 
§ 74,9 
Figura 5.7 – Secção HEB

Hk,š 2400 × 10œ œ


Hk,§ 676,1 × 10œ œ

33
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Cálculo das forças de inércia devido ao movimento de arranque e paragem do


pórtico rolante

Efectuado o pré-dimensionamento do pórtico é possível calcular as forças de


inércia para uma aceleração do pórtico de E = 0,19 / N . Dada a diferença de secções
entre a viga resistente e os pilares serão calculadas forças de inércia diferentes para os
dois casos. Estas forças de inércia serão aplicadas, como uniformemente distribuídas por
cada elemento do pórtico (vigas resistentes e pilares).
Para o caso da carga nominal, e carro-guincho as forças de inércia serão aplicadas
às rodas, pois este conjunto desloca-se para qualquer posição da viga resistente. Nos
carros laterais será aplicada segundo o seu eixo.
Os restantes elementos que compõem o pórtico não serão considerados pois, a
massa destes é insignificante, quando comparada com a massa dos pilares ou da viga
resistente.

Cálculo do coeficiente g;

Massa equivalente

A massa equivalente corresponde as massas submetidas ao mesmo movimento


linear, neste caso, movimento longitudinal do pórtico, com excepção da carga nominal de
elevação.
O carro-guincho tem uma massa de x = 3320 TU, a viga resistente Žz =
180,4 TU/, o pilar ‚ = 97,9 TU/, o carro lateral x = 142 TU/, a carga
nominal tem uma massa de x| = 32000 TU.

Então e de acordo com as dimensões definidas anteriormente tem-se,

kl = x + 2 × 13 × Žz + 4 × 9 × ‚ + 2 × x


kl = 3320 + 2 × 13 × 180,4 + 4 × 9 × 97,9 + 2 × 4 × 142 =
= 12671 TU

34
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Cálculo do n

D 32000
o= = = 2,5
kl 12671
Como o > 1, o valor do coeficiente eq é dado e segundo as normas F.E.M por,

eq = [2 + o + P1⁄o S]m.r = [2 + 2,5 + P1⁄2,5S]m.r = 2,2

Uma vez definido o coeficiente eq , está-se então em condições de calcular as


forças de inércia, devidas ao movimento pórtico.

- Carro-Guincho e Carga Nominal

O carro-guincho tem uma massa de x = 3320 TU, a carga nominal tem uma
massa de x| = 32000 TU.

Cálculo da força de Inércia s©

A força de inércia será igual ao produto da massa pela aceleração (ou


desaceleração) resultante do movimento de arranque ou paragem do pórtico, e é dada por,
uªD = eq × Px + x| S × E
uªD = 2,2 × P3320 + 32000S × 0,19 = 14,8 T&

Esta força de inércia, será distribuída pelas 4 rodas do carro guincho.

14,8
uªD,‚}z z}«y = = 3,7 T&
4

- Viga resistente

De acordo com o pré-dimensionamento efectuado, tem-se que a massa da viga


resistente è Žz = 180,4 TU/ .

Cálculo da força de Inércia s©

uªN = eq × Žz × E
uªN = 2,2 × P13 × 180,4S × 0,19 = 980,3 &

35
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Como já foi referido a força de inércia será assumida, como sendo uniformemente
distribuída pela viga resistente então,

uªD 980,3
uªN,‚}z Ekƒz} = = = 75,4 &/
ŒŽ~{y 13

- Pilar

De acordo com o pré-dimensionamento efectuado, tem-se que a massa do pilar è


‚ = 97,9 TU/ .

Cálculo da força de Inércia s©

uªœ = eq × ‚ × E
uªœ = 2,2 × P9 × 97,9S × 0,19 = 368,3 &

Como já foi referido a força de inércia será assumida, como sendo uniformemente
distribuída pelo pilar,
uªN 368,3
uªœ,‚}z Ekƒz} = = = 40,9 &/
Œ‚~yz 9

- Carro lateral

Como foi dito anteriormente foi assumido, um HEB 360 para perfil do carro
lateral. Este perfil tem uma massa de x = 142 TU/

Cálculo da força de Inércia s©¬

uª¡ = eq × x × E

uª¡ = 2,2 × P4 × 142S × 0,19 = 237,4 &

36
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Cálculo da força do vento

Uma vez feito o pré-dimensionamento da estrutura, é possível calcular a força do


vento sobre a estrutura pois já são conhecidas as áreas de cada elemento (pilares e viga
resistente). Esta força depende da área total de cada elemento, sendo a aplicação desta no
pórtico efectuada como uma força uniformemente distribuída.

- Viga resistente

De acordo com o pré-dimensionamento efectuado, tem-se uma secção em caixão


de 530 × 920 .

- A força do vento (1º pórtico) é dada por,

uD = ‡ × „ × VQ
uD = P13000 × 920 × 10­› S × 250 × 1,8 = 5,4 T&

Onde, ‡ é a área exposta ao vento, „ é a pressão do vento e VQ o coeficiente de


forma, este factor é dado pela tabela 4.5, em função de +/6 = 13000/920 = 14,1 e
6/ = 920/530 = 1,7, resultando assim VQ = 1,8.

- A força do vento (2º pórtico) é dada por,

uN = Š × ‡ × „ × VQ
uN = 0,33 × P13000 × 920 × 10­› S × 250 × 1,8 = 1,8 T&

Onde, Š é o coeficiente de blindagem, e é dado pela tabela 4.6, em função de


/6 = 2800/920 = 3,04 e ‡/‡k = 1, resultando Š = 0,33.
Para a força ser uniformemente distribuída basta dividir pelo comprimento da viga
resistente,
uD 5,4
uD,‚}z Ekƒz} = = = 0,41 T&/
13 13
uN 1,8
uN,‚}z Ekƒz} = = = 0,14 T&/
13 13

37
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

- Pilar

De acordo com o pré-dimensionamento efectuado, tem-se uma secção tubular de


500 × 300 .

- A força do vento (1º pórtico) é dada por,

uD = ‡ × „ × VQ
uD = P9000 × 500 × 10­› S × 250 × 1,9 = 2,1 T&

Onde, ‡ é a área exposta ao vento, „ é a pressão do vento e VQ o coeficiente de


forma, este factor é dado pela tabela 4.5, em função de +/6 = 9000/500 = 18 e 6/ =
500/300 = 1,7, resultando assim VQ = 1,9.

- A força do vento (2º pórtico) é dada por,

uN = Š × ‡ × „ × VQ
uN = 0,87 × P9000 × 500 × 10­› S × 250 × 1,9 = 1,9 T&

Onde, Š é o coeficiente de blindagem, e dado pela tabela 4.6, em função de


/6 = 2800/500 = 5,6 e ‡/‡k = 1, resultando Š = 0,87.

Para a força ser uniformemente distribuída basta dividir pelo comprimento do


pilar,
uD 2,1
uD,‚}z Ekƒz} = = = 0,23 T&/
9 9
uN 1,9
uN,‚}z Ekƒz} = = = 0,21 T&/
9 9

38
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.4. Definição do esquema estático de toda a estrutura

Uma vez definidas todas as solicitações sobre estrutura, está-se em condições de


definir o esquema estático geral sobre o pórtico, para posterior análise de esforços
(Momentos, Esforços Normais, Esforços Transversos e Momentos Torsores) no software
Multiframe 3D. (Nota: Todas as cargas horizontais foram consideradas no sentido
contrario ao eixo x, este sistema de eixo será utilizado ao longo do trabalho)

Figura 5.8 – Pórtico Rolante

De acordo com o sistema de eixos acima, serão definidas de seguida todas as


solicitações sobre a estrutura, anteriormente calculadas.

a) Peso próprio da estrutura;


b) Solicitações devidas aos movimentos verticais;
c) Solicitações devidas aos movimentos horizontais;
d) Solicitações originadas pelos efeitos climáticos;

As solicitações serão majoradas de acordo com:

x PGd + e × GB + Gi S + G‘

39
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Onde, Gd representa peso próprio da estrutura, GB a carga de serviço,Gi


solicitações horizontais, e por fim as solicitações devidas ao vento G . Com x = 1,08 e
e = 1,15 que são os coeficientes de majoração.

a) Peso próprio da estrutura - ®¯

O peso próprio da estrutura é considerado no cálculo dos esforços, como uma


carga uniformemente distribuída.
Foi considerado também, uma carga uniformemente distribuída sobre a viga
resistente de cerca de 250 &/, relativa ao peso das nervuras de rigidez ou septos,
varandim e cabos eléctricos.

b) Solicitações devidas aos movimentos verticais - ®°

Carga nominal Solicitação na direcção z-z

Estas solicitações são consideradas, nas 4 Rodas do Carro-Guincho.

Pórtico A
Cž± = 1,08 × 1,15 × 97 = 120,5 T&

Pórtico B
Cž² = 1,08 × 1,15 × 93,7 = 116,4 T&

c) Solicitações devidas aos movimentos horizontais - ®³

Forças transversais provocadas pelo rolamento Solicitação na direcção x-x

Estas solicitações são consideradas, nas 4 Rodas do Carro-Guincho.

Pórtico A

uv± = 1,08 × 4,9 = 5,3 T&

Pórtico B

uv² = 1,08 × 4,7 = 5,1 T&

40
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Força de Inércia – Mov. Carro Solicitação na direcção y-y

Estas solicitações são consideradas, nas Rodas do Carro-Guincho (não são


aplicadas nas 4 rodas do carro, apenas numa roda de cada pórtico).

Pórtico A e B

u´±,² = 1,08 × 5,4 = 5,8 T&

Força de Inércia – Mov. Pórtico (Carro e Carga) Solicitação na direcção x-x

Estas solicitações são consideradas, nas 4 Rodas do Carro-Guincho.

Pórtico A e B

u´±,² = 1,08 × 3,7 = 4 T&

Força de Inércia – Mov.Pórtico (Viga Resistente) Solicitação na direcção x-x

Estas solicitações são consideradas, uniformemente distribuídas pela Viga


Resistente.
Pórtico A e B

u´±,² = 1,08 × 75,4 = 81,4 &/

Força de Inércia – Mov.Pórtico (Pilar) Solicitação na direcção x-x

Estas solicitações são consideradas, uniformemente distribuídas pelo pilar.

Pórtico A e B

u´±,² = 1,08 × 40,9 = 44,2 &/

Força de Inércia – Pórtico (Carro Lateral) Solicitação na direcção x-x

Estas solicitações são consideradas, nos carros laterais.

u´± = 1,08 × 237,4 = 256,4 &

41
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

d) Solicitações originadas pelos efeitos climáticos - ®£

Força do vento – Viga Resistente Solicitação na direcção x-x

Estas solicitações são consideradas, uniformemente distribuídas pela Viga


Resistente.
Pórtico A

už± = 0,41 + 0,13 = 0,54 T&/

Pórtico B

už² = 0,14 T&/

Força do vento – Pilar Solicitação na direcção x-x

Estas solicitações são consideradas uniformemente distribuídas pelo Pilar.

Pórtico A

už± = 0,23 + 0,13 = 0,36 T&/

Pórtico B

už² = 0,21 T&/

Momento Torsor originado pela excentricidade da carga

No software de análise estrutural Multiframe, só é permitido aplicar cargas no


centro das secções, mas no caso das cargas verticais sobre a viga resistente, isso conduz a
um erro, pois estas cargas são aplicadas sobre os carris e estes encontram-se descentrados
do eixo da secção da viga.
Por este motivo, essa reacção excêntrica será substituída por uma de igual valor
mais um momento torsor correspondente a excentricidade, aplicadas no centro da secção,
como de resto se mostra na figura abaixo.

42
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.9 – Excentricidade das reacções verticais do carro-guincho

A secção em caixão tem uma secção de 6 = 530 × ℎ = 920 .

Pórtico A

–v± = . × Cž± = 196,5 × 10­œ × 120,5 = 23,7 T&. 

Valor por roda.

Pórtico B

–v² = . × Cž² = 196,5 × 10­œ × 116,4 = 22,9 T&. 

Valor por roda.

43
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.5. Análise de esforços da estrutura

De acordo com as solicitações anteriormente definidas, e com secções obtidas do


pré-dimensionamento, será efectuada uma análise de esforços no software Multiframe
3D, para posterior verificação das secções segundo o EC 3. O carro-guincho pode estar
em qualquer posição sobre a viga resistente, gerando assim diferentes esforços sobre a
estrutura pórtico, para tal consideraram-se sucessivas posições do carro (1 em 1 ), para
assim se poder definir qual a situação mais crítica.

Posições do carro guincho

44
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.10 – Posições sucessivas do Carro - Guincho


Para identificação dos elementos, bem como dos pontos críticos é usada a notação
apresentada na figura abaixo. Os pontos numerados com (9,10,11 e 12), referem-se as
rodas do carro-guincho e como tal são pontos que irão “percorrer” a viga resistente, de
acordo com as posições sucessivas atrás definidas.

Figura 5.11 – Pórtico rolante/identificação dos elementos estruturais

45
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Restrições nas ligações ao exterior:

De acordo com a figura acima, tem-se as rodas dos carros laterais aplicadas nos
nós 1,4,17 . 20. Tendo em conta o sistema de eixos da figura, definiram-se as seguintes
restrições para os deslocamentos e rotações das rodas, que são os apoios ao exterior da
estrutura pórtico.

Apoio


Deslocamentos – Restringidos segundo b, ¶, J
Rotações – Livres segundo b, ¶, J

Apoio ¬ 
Deslocamentos – Restringidos segundo b, ¶, J
Rotações – Livres segundo b, ¶, J

Nota: Foram aplicados motores nas quatro rodas.

Análise de esforços na estrutura - Esforços e Diagrama de Esforços

Esforços – Carro-Guincho na posição

Tabela 5.4 – Esforços máximos instalados na estrutura, para a posição do carro

Pontos &…« (…«.F­š (…«.F­§ (…«.š­§ –…«.F –…«.š –…«.§


Críticos [T&] [T&] [T&] [T&] [T&. ] [T&. ] [T&. ]
· 12 6,7 PVS −11,1 - 113,8 −170,3 20,9 16,5
¸ 8 17,1 PVS 0,6 −12,2 - 0 −19,7 0,8
¹h 5 31,9 - - - - - -
¹º 2 127,9 PVS - - - - - -
» 7 242,2 PVS - −35,2 0,3 −2,4 58,7 0,8

13 35,3 PVS - −4,2 6,1 −54,7 6,6 3,7


¼
 2 43,8 PVS −0,4 −339 - 0 −203,6 −0,2

46
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.12 – Diagrama de momentos

Figura 5.13 – Diagrama de momentos

47
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.14 – Esforços transversos

Figura 5.15 – Esforços transversos

48
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.16 – Esforço Normal

Figura 5.17 – Torção

49
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Esforços – Carro-Guincho na posição

Tabela 5.5 – Esforços máximos instalados na estrutura, para a posição do carro

Pontos &…« (…«.F­š (…«.F­§ (…«.š­§ –…«.F –…«.š –…«.§


Críticos [T&] [T&] [T&] [T&] [T&. ] [T&. ] [T&. ]
· 11 4,6 PVS −18,8 - 211,6 −232,8 40,2 20,8
¸ 8 15,4 PVS 1,2 −11,2 - 0 −18,1 1,8
¹h 5 29 - - - - - -
¹º 2 117,9 PVS - - - - - -
» 7 218,8 PVS - −31,6 −3,9 26,2 53,1 −1,3

13 58,6 PVS - −7,4 9,1 −81,9 12,2 4,4


¼
 2 40,4 PVS 3,7 −308,9 - 0 −185,6 2,2

Esforços – Carro-Guincho na posição

Tabela 5.6 – Esforços máximos instalados na estrutura, para a posição do carro

Pontos &…« (…«.F­š (…«.F­§ (…«.š­§ –…«.F –…«.š –…«.§


Críticos [T&] [T&] [T&] [T&] [T&. ] [T&. ] [T&. ]
· 11 16,5 PVS −9,8 - 118,1 −640,1 23,7 59,5
¸¬ 14 8,9 PVS −2,3 −7,3 - 0 −11,9 −3,4
¹h 5 18,3 - - - - - -
¹º 2 80,6 PVS - - - - - -

13 142,7 PVS - −19,6 13,8 −124,3 32,7 5,5


¼
¬ 18 28,1 PVS −16,1 −209,4 - 0 −125,4 −9,6

50
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.18 – Diagrama de momentos

Figura 5.19 – Diagrama de momentos

51
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.20 – Esforços Normais

Figura 5.21 – Esforços transversos

52
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.22 – Esforços transversos

Figura 5.23 – Torção

53
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Esforços – Carro-Guincho na posição


Tabela 5.7 – Esforços máximos instalados na estrutura, para a posição do carro


Pontos &…« (…«.F­š (…«.F­§ (…«.š­§ –…«.F –…«.š –…«.§


Críticos [T&] [T&] [T&] [T&] [T&. ] [T&. ] [T&. ]
· 12 13,8 PVS 15,8 - −188,6 −416,8 −34,7 41,1
¸¬ 14 13 PVS −1,8 −9,8 - 0 −16 −2,6
¹ 5 25,1 - - - - - -
¹’ 2 105,8 PVS - - - - - -

13 208,5 PVS - −27,6 11,5 −103,8 46,3 3,8


¼
¬ 18 36,5 PVS −13,1 −281,1 - 0 −168,8 −7,8

Figura 5.24 – Diagrama de momentos

54
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.25 – Diagrama de momentos

Figura 5.26 – Esforços Normais

55
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.27 – Esforços transversos

Figura 5.28 – Esforços transversos

56
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.29 – Torção

Esforços – Carro-Guincho na posição




Tabela 5.8 – Esforços máximos instalados na estrutura, para a posição do carro




Pontos &…« (…«.F­š (…«.F­§ (…«.š­§ –…«.F –…«.š –…«.§


Críticos [T&] [T&] [T&] [T&] [T&. ] [T&. ] [T&. ]
· 12 7,4 PVS 20,7 - −239,2 2,4 −43,8 4,5
¸¬ 14 16,4 PVS −0,7 −11,9 - 0 −19 −1,1
¹ 5 30,9 - - - - - -
¹’ 2 126,2 PVS - - - - - -

13 240,8 PVS - −34,3 6,2 −55,5 57,5 0,4


¼
¬ 18 43,3 PVS −6,3 −340,1 - 0 −200,8 −3,8

57
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.6. Verificação das Secções ao Estado Limite Último


5.6.1. Viga resistente V1 e V2

Os casos mais críticos verificam-se para a viga (2 secção 11, para a posição Wµ do
carro guincho a outra situação, verifica-se para a viga (2 secção 12, para a posição WDœ
do carro.

Tabela 5.9 – Esforços nas secções críticas (Viga resistente)

Secção 11, posição P7 Secção 12, posição P13


&½« = 16,5 T& PVS &½« = 7,4 PVS T&
(½«.F­š = −9,8 T& (½«.F­š = 20,7 T&
(½«.š­§ = 118,1 T& (½«.š­§ = −239,2 T&
–½«.F = −640,1 T&.  –½«.F = 2,4 T&. 
–½«.š = 23,7 T&.  –½«.š = −43,8 T&. 
–½«.§ = 59,5 T&.  –½«.§ = 4,5 T&. 

Secção – Caixão 530×920

Tabela 5.10 – Propriedades da secção

 180,4 TU/
Propriedade Valor Unidade

30 
Q 60 
6 530 
ℎ 920 
7 65 
‘ 7 
¦ 8 
‡ 22936 N
 F 2999,6 × 10› ¡
 § 751,8 × 10› ¡
F 361,6 
§ 181,1 
Hk,F E~| 6032,1 × 10 œ
œ
Hk,§ E~| 2681,1 × 10œ œ Figura 5.30 – Secção viga resistente

58
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

A verificação da resistência das secções de acordo com o EC3 é feita em relação a


cada um dos modos de ruína associados aos diferentes esforços. Assim, e para o caso de
peças solicitadas fundamentalmente à flexão, em primeiro lugar há que verificar a sua
capacidade resistente em relação ao momento flector e ao esforço cortante. Paralelamente
será verificada a interacção entre o esforço cortante e o momento flector bem como a
resistência em relação a outros esforços secundários como a torção e o esforço normal.
Adicionalmente, e com particular importância no caso de peças como os perfis
PRS, quer se trate de perfis de alma alta ou vigas caixão, que fazem uso de chapas finas
por questões de economia de material devem verificar-se os potências riscos de
instabilidade daí resultantes. Referimo-nos neste caso aos problemas de instabilidade da
alma e dos banzos devido ao esforço cortante e ao enfunamento da alma provocado pela
flexão e esforço cortante.
Para a verificação da resistência é necessário classificar a secção, o que permite
definir o valor dos esforços resistentes em função da possibilidade da secção admitir um
comportamento plástico, com plastificação parcial ou caracterizado pela tensão limite
elástica.

Classificação da secção
¾ = ¿235/Qš = À235/235 = 1

- Banzo
f ×  × Qš = &½«
f × 8 × 235 = 16,5 × 10œ ⇒ f= 8,8 
5 f 386 8,8
— + ˜ = Á × 5; — + ˜ = Á × 386 ⇒ Á = 0,51
2 2 2 2
5 386 396 ¾ 396 × 1
= = 48,3 ≤ = = 70,4
 8 P13Á − 1S P13 × 0,51 − 1S
Classe 1

- Banzo
7 f 65 8,8
— + ˜ = Á × 7; — + ˜ = Á × 65 ⇒ Á = 0,57
2 2 2 2
7 65 9¾ 9×1
= = 8,1 ≤ = = 20,9
 8 Á √Á 0,57 × À0,57
Então a secção é da classe 1.
Sequência dos cálculos:

59
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

1) Resistência à flexão composta com compressão


2) Resistência à torção
3) Resistência ao esforço transverso
4) Interacção entre Esforço Transverso, Momento Flector e Esforço Axial
5) Resistência à encurvadura local da alma por esforço transverso
6) Resistência à encurvadura do banzo no plano da alma
7) Resistência ao esmagamento da alma
8) Resistência ao enrugamento da alma
9) Resistência dos septos intermédios

Resistência à flexão composta com compressão - Secção

com

Os elementos com secções transversais das classes 1 e 2 sujeitas a uma


combinação de flexão e compressão devem satisfazer a condição (5.5.4 (1) do EC 3):

&½« TF –š.½« T§ –§.½«


+ + <1
Qš Qš Qš
ÄE~| ‡ ™‚.F ™‚.§
ÅD ÅD ÅD
com,
oF × &½«
TF = 1 −  TF ≤ 1,5
Ě × ‡ × Qš
™‚,F − ™k,F
oF = ̅F × P2 × ÇÅ.F − 4S + È É  oF ≤ 0,9
™k,F
o§ × &½«
T§ = 1 −  T§ ≤ 1,5
ħ × ‡ × Qš
™‚.§ − ™k.§
o§ = ̅§ × P2 × ÇÅ.§ − 4S + Ê Ë  o§ ≤ 0,9
™k.§
ÄE~| é o menor de ÄF e ħ

Determinação do coeficiente de redução de encurvadura Ä ,


1
Ä~ =
Ì~ + ¿Ì~ N − ̅~
N

onde,

Ì~ = 0,5 × Í1 + Á~ × Î̅~ − 0,2Ï + ̅~ Ð


N

̅~ é a esbelteza normalizada

60
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

O comprimento de encurvadura (+k ), quer segundo o eixo dos x-x quer segundo o
eixo dos z-z foi considerado como sendo igual ao comprimento total da viga resistente
+k,F = +k,§ = 13000 .

- Determinação do coeficiente de redução de encurvadura no eixo x-x

̚ = 0,5 × Í1 + Áš × Î̅š − 0,2Ï + ̅š Ð


N

onde,
Á = 0,34 Curva b, pois ℎ/‘ = 131,5 > 30 (6.2 do EC 3)

Ÿ 210000
D = ÑÒ = ÑÒ = 93,9
Qš 235

+k,F 13000
F = = = 35,9
F 361,6
F 35,9
̅F = — ˜ ÀDZ = = 0,38 PDZ = 1, 7 5+. 1,2 , 3S
D 93,9
então,
ÌF = 0,5 × [1 + 0,34 × P0,38 − 0,2S + 0, 38N ] = 0,60
1
ÄF = = 0,94
0,60 + À0,60N − 0,38N

- Determinação do coeficiente de redução de encurvadura no eixo z-z

̧ = 0,5 × Í1 + Á§ × Î̅§ − 0,2Ï + ̅§ Ð


N

onde,
Á = 0,34 Curva b, pois ℎ/‘ = 131,5 > 30 (6.2 do EC 3)

Ÿ 210000
D = ÑÒ = ÑÒ = 93,9
Qš 235

+k,§ 13000
§ = = = 71,78
§ 181,1
§ 71,78
̅§ = — ˜ ÀDZ = = 0,76 PDZ = 1, 7 5+. 1,2 , 3S
D 93,9
então,
̧ = 0,5 × [1 + 0,34 × P0,76 − 0,2S + 0,76N ] = 0,89
1
ħ = = 0,74
0,89 + À0,89N − 0,76N

61
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Como ÄF > ħ então ÄE~| é ħ = 0,74

- Determinação do factor de momento uniforme equivalente, ÇÅ.F (fig. 5.5.3 do EC 3)

–D + –N
Figura 5.31 – Distribuição de momentos
–Ó = Ô Ô + |–~ |
2
–~ - corresponde ao mínimo de – indicado no cálculo do ∆–

74,9 + 127,4
–Ó = Ô Ô + |−640,1| = 741,3 T&. 
2
∆– = |–EáF | + |–E~| | = |127,4| + |−640,1| = 767,1

–D = 127,4 T&.  74,9 = e × –D e = 0,59

ÇÅÓ = 1,4 ÇÅ× = 1,8 − 0,7 × 0,59 = 1,39

–Ó 741,3
ÇÅF = ÇÅ× + ÎÇÅÓ − ÇÅ× Ï = 1,39 + P1,4 − 1,39S = 1,4
ؖ 767,1

- Determinação factor de momento do uniforme equivalente, ÇÅ.§ (fig. 5.5.3 do EC 3)

Figura 5.32 – Distribuição de momentos

–D + –N
–Ó = Ô Ô + |–~ |
2
–~ - corresponde ao máximo de – indicado no cálculo do ∆–
−7,2 − 6,5
–Ó = Ô Ô + |59,5| = 66,4 T&. 
2
∆– = |–EáF | + |–E~| | = |59,5| + |−7,2| = 66,7

–D = −7,2 T&.  −6,5 = e × –D e = 0,90

ÇÅÓ = 1,4 ÇÅ× = 1,8 − 0,7 × e = 1,17

62
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

–Ó 66,4
Çŧ = ÇÅ× + ÎÇÅÓ − ÇÅ× Ï = 1,17 + P1,4 − 1,17S = 1,4
ؖ 66,7

Cálculo do módulo de resistência plástico P™‚,F , ™‚,§ S. (Nota: para este cálculo
foi desprezada a área do carril).
ℎ ℎ − 2¦ ℎ − 2¦
™‚,F = 2 Ù6 × ¦ × — − ¦ ˜Ú + 4 ÙÛ Ü × ‘ × Û ÜÚ =
2 2 4

920 920 − 2 × 8 920 − 2 × 8


= 2 Û530 × 8 × — − 8˜Ü + 4 ۗ ˜×7ח ˜Ü =
2 2 4
= 6693,2 × 10œ œ
6 6 6 ‘
™‚,§ = 4 — × ¦ × ˜ + 2 ÙÎℎ − 2¦ Ï × ‘ × — − 7 − ˜Ú =
2 4 2 2

530 530 530 7


= 4— ×8× ˜ + 2 ÙP920 − 2 × 8S × 7 × — − 65 − ˜Ú =
2 4 2 2

= 3610,5 × 10œ œ

Está-se agora em condições de calcular os factores, o e T :


6693,2 − 6032,1
oF = 0,38 × P2 × 1,4 − 4S + Ê Ë = −0,35
6032,1
−0,35 × 16,5 × 10œ
TF = 1 − = 1,001
0,94 × 22936 × 235
3610,5 − 2681,1
o§ = 0,76 × P2 × 1,4 − 4S + Ê Ë = −0,57
2681,1
−0,57 × 16,5 × 10œ
T§ = 1 − = 1,003
0,74 × 22936 × 235

&½« TF –F.½« T§ –§.½«


+ + <1
Qš Qš Qš
ÄE~| ‡  ™‚.F  ™‚.§ 
ÅD ÅD ÅD

Sendo assim e com ÅD = 1,33 (de acordo com as normas F.E.M e para o caso de
solicitação II, a tensão de cedência do material deve ser dividida por um factor de
segurança de 1,33) temos,
16,5 × 10œ 1,001 × 640,1 × 10› 1,003 × 59,5 × 10›
+ + =
235 235 235
0,74 × 22936 × 1,33 6693,2 × 10œ × 1,33 3610,5 × 10œ × 1,33

= 0,64 < 1
Resistência do perfil verificada.

63
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Resistência a torção - Secção


com


Os esforços de torção na travessa resultam como se viu da excentricidade das


cargas motivada pela posição relativa do caminho de rolamento em relação ao eixo da
viga. O valor de cálculo da torção como se verá é substancialmente inferior ao valor do
esforço resistente à torção. O caso crítico será o da Secção 12 com o carro na posição
W13.
No caso de elementos sujeitos a torção em que as deformações de distorção
poderão ser ignoradas, o valor de cálculo do momento torçor actuante 'ª« em cada secção
transversal deverá satisfazer a condição, (6.2.7 do EC3)

'ª«
≤ 1,0
'Ý«

Para secções de parede fina, e segundo a 1ª Fórmula de Bredt, as tensões


tangenciais Þ serão dadas por (5), (admitindo que Þ é constante ao longo da espessura)
'
Þ=
2‡
Onde, ' é o momento torsor, ‡ a área media da secção e  a espessura.

Para o limiar da plastificação, a tensão de corte máxima segundo o critério de Von


Mises é dada por,
ßxk« 235
ÞEáF = = = 135,7 –7
√3 √3

Então o momento torsor resistente 'Ý« para a alma e para os banzos será dado
respectivamente por,
- Banzo
'Ý«,ày|§} = ÞEáF × 2 × P6 − 27 − ‘ S × Îℎ − ¦ Ï × ¦ =
= 135,7 × 2 × P530 − 2 × 65 − 7S × P920 − 8S × 8 = 792,1 &. 

- Alma
'Ý«,yEy = ÞEáF × 2 × P6 − 27 − ‘ S × Îℎ − ¦ Ï × ‘ =
= 135,7 × 2 × P530 − 2 × 65 − 7S × P920 − 8S × 7 = 693,1 N. 
É na secção 12 onde se verifica o maior valor do momento torsor –…«.š = 'ª« =
43,8 T&. . Está portanto assegurada a resistência quer da alma quer dos banzos.

64
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Resistência ao Esforço Transverso - Secção


com


O valor do esforço transverso máximo verifica-se para a secção 12, carro na


posição W13, (½«.š­§ = −239,2 T&. No caso de uma combinação de esforço transverso e
momento torsor, o valor de cálculo do esforço transverso resistente plástico com torção
deverá ser reduzido de (‚,Ý« para (‚,v,Ý« e o valor de cálculo do esforço transverso
actuante deverá satisfazer a condição (6.2.6 do EC3):

(…«
≤ 1,0
(‚,v,Ý«

Onde, (‚,v,Ý« para uma secção estrutural tubular é dado por (6.2.7 do EC3),

ä ç
ރ,½«
(‚,v,Ý« = ã1 − æ (‚,Ý«
ã Qš
— ˜ /Åm æ
â √3 å

A área de corte para uma secção em caixão bem,

- Carga paralela aos banzos:

‡žD = ‡ − ‹Pℎ‘ ‘ S = 21136 − P2 × 904 × 7S = 8480 N

- Carga paralela à alma:


Para a área resistente só se considera uma alma, pois o esforço transverso não está
centrado com a secção caixão. Uma vez que o carril na qual rola o carro-guincho está
sobre a alma de um dos lados, e como tal considera-se que 80% da carga descarrega
sobre essa alma.

‡žN = Š ‹Pℎ‘ ‘ S = 1 × P904 × 7S = 6328 N

De forma conservativa pode-se tomar Š = 1.

Pode-se, então calcular o esforço transverso resistente plástico,

‡žD ÎQš ⁄√3Ï 8480 × Î235⁄√3Ï


(‚,Ý«,F­š = = = 865,1 T&
Åm 1,33
‡žN ÎQš ⁄√3Ï 6328 × Î235⁄√3Ï
(‚,Ý«,š­§ = = = 645,6 T&
Åm 1,33

65
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Os valores da tensão tangencial e do esforço cortante resistente devido à torção,


para os banzos e para a alma são dados por:
- Banzo
–½«.§
ރ,…«,ày|§} = =
2P6 − 27 − ‘ S × Îℎ − ¦ Ï × ¦
43,8 × 10›
= = 7,6 –7
2P530 − 2 × 65 − 7S × P920 − 8S × 8

7,6
(‚,v,Ý«,F­š = è1 − é × 865,1 = 828,7 T&
235
— ˜ /1,33
√3

- Alma
–½«.§
ރ,…«,yEy = =
2P6 − 27 − ‘ S × Îℎ − ¦ Ï × ‘
43,8 × 10›
= = 8,7 –7
2P530 − 2 × 65 − 7S × P920 − 8S × 7

8,7
(‚,v,Ý«,š­§ = è1 − é × 645,6 = 614,5 T&
235
— ˜ /1,33
√3

(½«,F­š 20,7
= = 0,03 ≤ 1,0 V çã /.Q5 .
(‚,v,Ý«,F­š 828,7

(½«,š­§ 0,8 × 239,2


= = 0,31 ≤ 1,0 Vn çã /.Q5 .
(‚,v,Ý«,š­§ 614,5

Quando da verificação da resistência à flexão é que se deve averiguar se há


necessidade de reduzir o momento flector resistente ou não. Se o valor de cálculo do
esforço cortante for inferior a 50% do esforço cortante resistente não há lugar a qualquer
redução. Neste caso,

(½«,F­š 20,7
= = 0,03 ≤ 0,5
(‚,v,Ý«,F­§ 828,7

(½«,š­§ 0,8 × 239,2


= = 0,31 ≤ 0,5
(‚,v,Ý«,š­§ 614,5
e portanto o efeito do esforço transverso sobre o momento flector resistente pode ser
desprezado (6.2.8 do EC3).

66
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Interacção entre Esforço Transverso, Momento Flector e Esforço Axial

Se (…« exceder 50% de (ày,z« (valor do esforço transverso resistente a


encurvadura), a resistência de cálculo da secção transversal ao momento flector e ao
esforço axial tem de ser reduzida para ter em conta o esforço transverso (…« (5.6.7 do EC
3).

(½«,š­§ 0,8 × 239,2


= = 0,38 ≤ 0,5 V çã /.Q5 .
(ày,z« 505,7

Nota: O valor de (ày,z« é calculado no ponto de seguida.

Resistência à encurvadura local da alma por esforço transverso

Dada a geometria da secção resistente em que a alma é formada por chapas de


espessura fina, será necessário ter em conta os riscos potências de ruína por instabilidade
local ou global.

No caso de uma alma reforçada deverá verificar-se (5.4.6 (7) do EC 3),

> 30¾ÀTë

O coeficiente de enfunamento por tensões de corte Të , é dado por,

Tabela 5.11 – Coeficiente de enfunamento

Existem cutelos de reforço intermédios? Valor de Të


Não Të = 5,34
5,34
/ < 1 Të = 4 +
 N
ì í
4
Sim
/ ≥ 1 Të = 5,34 +
 N
ì í

Onde  representa a distância entre septos e a altura da alma da secção em


caixão. Então,

 2000
= = 2,21 > 1
904

67
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Logo,
4
Të = 5,34 + = 6,13
2000 N
ì í
904
Como,
904
> 30¾ÀTë ; = 129,1 > 30 × 1 × À6,13 = 74,3
‘ 7

É necessária a verificação à encurvadura local da alma. Esta verificação será


efectuada de acordo com o Método Pós-Crítico Simples (5.6.3 do EC3),

A resistência da alma ao esforço cortante tendo em conta os problemas de


instabilidade, é definido em função da esbelteza da alma ‘ que é definida por,

904
‘ 7
î = = = 1,39
37,4 ¾ ÀTë 37,4 × 1 × √6,13

Pelo método Pós-Critico Simples, o valor de cálculo do esforço cortante, (…« , deve
ser inferior ao valor de calculo do esforço cortante resistente (ày,z« .

Onde (ày,z« é dado por,


‘ Þày
(ày,z« =
ÅD
Em que a tensão resistente pós-critica, Þày é dada em função da esbelteza da alma
‘ . Dado que ‘ ≥ 1,2 então,

0,9 Qš‘ 0,9 235


Þày = = × = 87,9 –7
‘ √3 1,39 √3
então,
904 × 7 × 87,9
(ày,z« = = 505,7 T&
1,1
(½«,š­§ 0,8 × 239,2
= = 0,38 ≤ 1 Vn çã /.Q5 .
(ày,z« 505,7

68
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Resistência à encurvadura do banzo no plano da alma

Para impedir a possibilidade do banzo comprimido encurvar no plano da alma, a


relação /‘ da alma deve satisfazer o critério seguinte (5.7.7 do EC 3):

Ÿ ‡‘
≤ TÛ ÜÒ
‘ Qšà ‡¦x

Em que, ‡‘ é a área da secção da alma, ‡¦x é a área do banzo comprimido, Qš¦ é a


tensão de cedência do banzo comprimido e T = 0,3 para banzos da classe 1.
Então,

904 210 × 10œ 904 × 7


= 129,1 ≤ 0,3 × Û Ü×Ò = 327,5 (.Q5 
7 235 530 × 8

Resistência ao esmagamento da alma - Secção

com

O valor de cálculo da resistência ao esmagamento Cš,Ý« da alma, deverá ser feita


para a secção 11 com W7, pois é ai que os momentos instalados são maiores, conduzindo
assim a uma maior tensão longitudinal no banzo. O valor de cálculo da resistência ao
esmagamento deve ser obtido a partir de 5.7.3 (1) do EC 3:

Î… + š Ï‘ Qš‘


Cš,Ý« =
ÅD
Em que,

Åm ߦ,ª« N
m,r
2,5 Pℎ − S È1 − — ˜ É
Qš¦
š =
Î1 + 0,8 … /Pℎ − SÏ
Onde,
ℎ- Altura total;
- Altura da alma;
Qš¦ , Qš‘ – Tensão de cedência do banzo e da alma;
ߦ,ª« - Tensão longitudinal no banzo;
… - Comprimento de apoio rígido;

69
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

O comprimento de apoio rígido é determinado considerando uma degradação das


cargas a 45º,

Figura 5.33 – Degradação da carga sobre o trilho

De acordo com a figura a baixo e com os esforços instalados para a secção 11 tem-
se,

Figura 5.34 – Secção Caixão

70
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

& –F ℎD –§ ℎN
ߦ,ª« = + − =
‡  F  §
16,5 × 10œ −640,1 × 10› × 414,7 59,5 × 10› × 181,1
=− + −
22936 2999,6 × 10› 751,8 × 10›
= −103,6 –7
Então,

1,1 × 103,6 N
m,r
2,5 P920 − 904S Ê1 − ì í Ë
235
š = = 8,3
Î1 + 0,8 × 76 /P920 − 904SÏ

P76 + 8,3S × 7 × 235


Cš,Ý« = = 104,3 T& > CEáF = 0,8 × 120,5 = 96,4 T&
1,33
Resistência verificada.

Nota: O factor de 0,8 deve-se ao facto de se assumir que 80 % da carga transmitida pelas
rodas do carro guincho é descarregada apenas numa alma.

Resistência ao enrugamento da alma

O valor de cálculo da resistência ao enrugamento Cy,Ý« da alma obtém-se a partir


de (5.7.4 do EC 3),
¦ m,r  
0,5 ‘ Ο Qš‘ Ï È— ˜ + 3 — ‘ ˜ ì … íÉ
N m,r
‘ ¦
Cy,Ý« =
ÅD
Mas … / não deve ser considerado superior a 0,2.
… 76
= = 0,08
904

Então,
8 m,r 7 76
0,5 × 7N P210 × 10œ × 235Sm,r Èì7í + 3 ì8í ì904íÉ
Cy,Ý« = = 166,9 T&
1,33

166,9 T& > CEáF = 0,8 × 120,5 = 96,4 T& V çã /.Q5 

De acordo com o ponto 5.7.4 (2) do EC3, nos casos em que a peça esteja também
sujeita a momentos flectores, deve ser satisfeito o seguinte critério,

71
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

–…« ≤ –x,Ý«
CEáF –…«
+ ≤ 1,5
Cy,Ý« –x,z«
™‚,F Qš 6693,2 × 10œ × 235
–x,z« = = = 1182,6 > –…« = 640,1 T&. 
Åm 1,33
Então,

CEáF –…«
+ ≤ 1,5
Cy,Ý« –x,z«

0,8 × 120,5 640,1


+ = 1,1 ≤ 1,5 V çã /eQ5 
166,9 1182,6

Resistência dos cutelos ou septos intermédios - Secção


com


Devido ao fenómeno de enfunamento, foram considerados rigidificadores (septos)


espaçados de 2 metros com … = 6 de espessura, estes para além de evitarem este
fenómeno também evitam a excessiva flexibilidade das almas no transporte e
manuseamento. De acordo com a norma espanhola NBE EA-95, deveram ser colocados
septos sempre que a seguinte condição não se verifique (para um S 235),

‘ 7
≥ 0,013 ⇒ = 0,0077 ≤ 0,013 V çã ã /.Q5 
ℎ 904

O esforço de compressão em cutelos intermédios deve ser obtido através de (5.6.5


e 5.7.6 do EC 3),
‘ Þàà
&…« = (…«,š­§ − 5 &…« ≥ 0
ÅD

Em que Þàà é a tensão crítica a encurvadura por corte, dada em função de ‘ .


904
‘ 7
‘ = = = 1,39
37,4 ¾ ÀTë 37,4 × 1 × √6,13

Como ‘ > 1,25 então,


1 Qš‘ 1 235
Þàà = = × = 70,2 –7
N
‘ √3 1,39N
√3

72
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

904 × 7 × 70,2
&…« = 239,2 × 10œ − = −94,8 T&
1,33

Como o &…« deu negativo, isso significa que a alma por si só resiste ao esforço
transverso. Sendo assim os cutelos estão verificados, no entanto e de acordo com a norma
deverá também verificar-se, se o cutelo apresenta uma rigidez suficiente, para tal o
momento de inércia mínimo do cutelo deve verificar a seguinte relação:

Como / = 2000/904 = 2,2 ≥ √2 então,

 …,E~| ≥ 0,75 ‘
œ
= 0,75 × 904 × 7œ = 2,3 × 10r ¡

O momento de inércia do septo é então dado por,

.… P6 − 27 − 2‘ Sœ 6 × P530 − 2 × 65 − 2 × 7Sœ


 … = = = 2,88 × 10µ ¡
12 12
 … ≥  …,E~| ; 2,88 × 10µ ≥ 2,3 × 10r V çã /.f5 

Até agora a verificação da resistência foi efectuada de acordo com a Norma


genérica para estruturas metálicas, o EC3. Passamos agora à verificação ao enfunamento
da Alma de acordo com a Norma FEM.

73
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.6.1.1. Verificação da estabilidade da alma ao Enfunamento (F.E.M)

A verificação ao enfunamento é muito semelhante a verificação efectuada pela


norma espanhola NBE EA-95. O processo de cálculo é em tudo semelhante, diferendo
apenas nalguns parâmetros. As normas F.E.M são no entanto mais conservadoras,
sugerindo a utilização de tensões inferiores na verificação da estabilidade.
Uma vez que a viga caixão esta submetida a esforços de flexão e corte, as tensões
normais de compressão e as tensões de corte resultantes poderão originar instabilidade na
alma por enfunamento desta. Para evitar a ocorrência de tal fenómeno são colocadas
nervuras de rigidez designados por (septos) aumentando assim a estabilidade das almas ao
enfunamento.
Para a verificação ao enfunamento é considerada uma tensão crítica de
enfunamento, que é um múltiplo da tensão de referência de Euler, definida por,

ÑN × Ÿ . N
ßݪ = ì í
12P1 − ŠN S 6

Onde 6, representa a dimensão da placa medida no sentido perpendicular aos


esforços de compressão, Ÿ o modulo de elasticidade e Š o coeficiente de Poisson. Estes
troços rectangulares da alma supõem-se simplesmente apoiados pelos seus quatro bordos.
Na figura abaixo,  = 2000  representa distância entre septos, e 6 = 904  a
altura da alma.

Figura 5.35 – Placa

Para um aço, com Ÿ = 210000 &/N e Š = 0,3, a tensão de Euler vem,


. N
ßݪ = 189800 × ì í
6
A tensão crítica ao enfunamento, para os casos de solicitações simples de
compressão ou corte será dada por:

74
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Compressão:
ßxz
ž
= Tð × ßݪ

Corte:
Þxz
ž
= Të × ßݪ

Os coeficientes de enfunamento, Tð e Të são calculados a partir das expressões


dadas pelas normas F.E.M, são apresentados cinco casos diferentes, dependendo dos
valores e e Á.

Caso I
Compressão simples e uniforme e = 0

=

Caso II
Compressão não uniforme 0 < e < 1

=

Caso III
Flexão simples e = −1 ou flexão com predomínio da tracção e < −1

=

75
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Caso IV
Flexão com compressão preponderante −1 < e < 0

=

Caso V
Corte puro

=

Compressão e Corte:

Para situações em que estejam presentes os dois tipos de esforços (compressão e


corte), a tensão de comparação crítica de enfunamento ßxz,x
ž
vem dada por,

√ß N + 3 Þ N
ßxz,x
ž
=
1+e ß 3−e ß N Þ N
Ò
4 × ßxz
ž + — 4 × ž˜ ח ž ˜
ßxz Þxz

Onde, ß é a tensão máxima de compressão para o troço de alma em causa,


resultante do momento flector –∗ e esforço axial, e Þ é a tensão tangencial, no troço,
admitindo que o esforço cortante ( ∗ é integralmente resistido pela alma e que a tensão de
corte é uniformemente distribuída ao longo da altura da alma.
No caso dos valores máximos de –∗ e ( ∗ não coincidirem na mesma secção do
troço, devem verificar-se as duas secções, uma onde o valor de –∗ é máximo e outra onde
( ∗ é máximo.

76
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

De seguida verifica-se, se a instabilidade ocorre no domínio elástico ou não


elástico.
• Se, ßxz
ž
, √3 Þxz
ž
, ßxz,x
ž
≤ ߀ = 0,8 Qš

Neste caso o enfunamento dá-se antes de esgotada a capacidade de resistência


elástica. O valor da tensão crítica teórica coincide então com o valor da tensão crítica real.

• Se, ßxz
ž
, √3 Þxz
ž
, ßxz,x
ž
≥ ߀ = 0,8 Qš

Ao trabalhar-se em regime elastoplástico, o módulo de elasticidade deixa de


constante, passando a variar de ponto para ponto da curva, tensões /deformações, a
correcção efectuada tem em consideração a variação do módulo de elasticidade tangente.
A tensão real, passa a ser obtida pela multiplicação de um coeficiente de correcção,

ßzky = 50 × ÍÇ + ÀÇ N − 0,6Ð × P0,8 − ÇS × ßxz


ž
, √3 Þxz
ž
, ßxz,x
ž


Ç = 0,8 −
50 × ßxz
ž
, √3 Þòz
ž
, ßxz,x
ž

Uma vez determinado o valor de ßxz,x,zky


ž
, a verificação da estabilidade da alma
obriga a que se verifique a seguinte condição (isto para o caso de compressão e corte),

ó·=,,=>
Àó + ô ≤
õ

De acordo com as Normas F.E.M, o valor de ßxz,x,zky


ž
deve ser dividido por um
coeficiente de segurança õ, em que para o caso de solicitação II (Funcionamento da ponte
com consideração da acção do vento) é dado por,

ö = 1,50 + 0,125Pe − 1S

Uma vês efectuada a introdução teórica, procede-se de seguida a verificação das


secções ao enfunamento provocado pela flexão e esforço transverso.

77
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Esforços - Secção

com

Verificação da Estabilidade da Alma ao Enfunamento (Norma F.E.M)


De acordo com os esforços instalados para a secção 11 tem-se,

Figura 5.36 – Secção caixão - Centro de Massa

& ∗ –F∗ ℎD 16,5 × 10œ −640,1 × 10› × 414,7


ßD = + =− + = −89,2 –7
‡  F 22936 2999,6 × 10›
& ∗ –F∗ ℎN 16,5 × 10œ −640,1 × 10› × −489,3
ßN = + =− + = 103,7 –7
‡  F 22936 2999,6 × 10›
0,8 (…«,š­§ –…«.š
Þ= + =
‘ Îℎ − 2¦ Ï 2P6 − 27 − ‘ S × Îℎ − ¦ Ï × ‘
0,8 × 118,1 × 10œ 23,7 × 10›
= + = 19,6 –7
7 × P920 − 2 × 8S 2P530 − 2 × 65 − 7S × P920 − 8S × 7

Nota: Na tensão de corte a primeira parcela faz referência ao esforço transverso, e


como já foi dito considera-se que 80 % desse esforço é absorvido pela alma que esta
sobre o carril, a segunda parcela faz referência as tensões tangenciais provocadas pela
torção.
Para o cálculo dos coeficientes de enfunamento define-se,

78
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

ßN 103,7
e= = = −1,16
ßD −89,2
 2000
Á= = = 2,21
6 904

De acordo com os quatro casos atrás definidos, está-se perante o caso de flexão
com tracção preponderante e < −1 e Á = 2,21 ≥ 2/3 com, então tem-se,

Tð = 23,9
Como Á = 2,21 ≥ 1, então tem-se que Të é dado por,
4 4
Të = 5,34 + = 5,34 + = 6,2
ÁN 2,21N

A tensão de referência de Euler vem,


‘ N 7 N
ßݪ = 189800 × — ˜ = 189800 × — ˜ = 11,4 –7
6 904

A tensão critica ao enfunamento vem,


Compressão:
ßxz
ž
= Tð × ßݪ = 23,9 × 11,4 = 272,5 –7 ≥ ߀ = 0,8 × 235 = 188 –7
Qš 235
Ç = 0,8 − ž = 0,8 − 50 × 272,5 = 0,782752
50 × ßxz,x

ßxz,zky
ž
= 50 × ÍÇ + ÀÇ N − 0,6Ð × P0,8 − ÇS × ßxz
ž
= 210,4 –7

Corte:
Þx÷
ž
= Të × ßݪ = 6,2 × 11,4 = 70,7 –7
√3 Þxz
ž
= √3 × 70,7 = 122,5 ≤ ߀ = 0,8 × 235 = 188 –7 ⇒ Þxz
ž
= Þxz,zky
ž

A tensão de comparação crítica de enfunamento ßxz,x


ž
vem dada por,

√ß N + 3 Þ N
ßxz,x
ž
=
1+e ß 3−e ß N Þ N
× + Ò — × ˜ + — ž ˜
4 ßxz
ž 4 ßxz
ž
Þxz

À89,2N + 3 × 19,6N
ßxz,x
ž
= = 189,4 –7
1 − 1,16 89,2 Ò 3 + 1,16 89,2 19,6
N N

4 × 210,4 + ì 4 × 210,4í + ì70,7í

79
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Calcula-se de seguida, a tensão crítica real,


ßxz,x
ž
≥ ߀ = 0,8 Qš ⇒ 189,4 ≥ 188 = 0,8 × 235 –7
então,
Qš 235
Ç = 0,8 − = 0,8 − = 0,775185
50 × ßxz,x
ž 50 × 189,4

ßxz,zky
ž
= 50 × ÍÇ + ÀÇ N − 0,6Ð × P0,8 − ÇS × ßxz,x
ž
= 189,2 –7

Determinada a tensão de comparação critica real de enfunamento, a estabilidade


da chapa é assegurada se,

ö = 1,50 + 0,125Pe − 1S = 1,50 + 0,125P−1,16 − 1S = 1,23

óø=,,=> 189,2
Àó + ô ≤ ⇒ À89,2N + 3 × 19,6N = 104,9 ≤ = 153,8 –7
õ 1,23
Condição verificada.

80
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Esforços - Secção
com


Verificação da Estabilidade da Alma ao Enfunamento (Norma F.E.M)


De acordo com os esforços instalados para a secção 12 tem-se,

Figura 5.37 – Secção caixão - Centro de Massa

Como o momento –F é muito reduzido, pode-se assumir que apenas temos corte
então,
0,8 (…«,š­§ –…«.š
Þ= + =
‘ Îℎ − 2¦ Ï 2P6 − 27 − ‘ S × Îℎ − ¦ Ï × ‘
0,8 × 239,2 × 10œ 43,8 × 10›
= + = 40 –7
7 × P920 − 2 × 8S 2P530 − 2 × 65 − 7S × P920 − 8S × 7

Nota: Na tensão de corte a primeira parcela faz referência ao esforço transverso, e


como já foi dito considera-se que 80 % desse esforço é absorvido pela alma que esta
sobre o carril, a segunda parcela faz referência as tensões tangenciais provocadas pela
torção.
Para o cálculo dos coeficientes de enfunamento define-se,
 2000
Á= = = 2,21
6 904

81
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Como Á = 2,21 ≥ 1, então tem-se que Të é dado por,


4 4
Të = 5,34 + = 5,34 + = 6,2
ÁN 2,21N

A tensão de referência de Euler vem,


‘ N 7 N
ßݪ = 189800 × — ˜ = 189800 × — ˜ = 11,4 –7
6 904

A tensão critica ao enfunamento vem,


Corte:
Þxz
ž
= Të × ßݪ = 6,2 × 11,4 = 70,7 –7
√3 Þxz
ž
= √3 × 70,7 = 122,5 ≤ ߀ = 0,8 × 235 = 188 –7 ⇒ Þxz
ž
= Þxz,zky
ž

Determinada a tensão de corte crítica real de enfunamento, a estabilidade da chapa


é assegurada se,

ö = 1,50 + 0,125Pe − 1S = 1,50 + 0,125P−1,18 − 1S = 1,22

ô·=,=> 70,7
ô≤ ⇒ 40 ≤ = 57,9 –7a
õ 1,22
Condição verificada

Nota: Também deverá ser feita, a verificação da estabilidade do banzo ao enfunamento,


no entanto tal não se justifica pois os esforços (–§ e (F­š ) são muito inferiores quando
comparados com (–F e (š­§ ), a espessura do banzo é superior a da alma e também o
comprimento do banzo é inferior ao da alma. Apesar de o  § ser inferior ao  F , não é
compensado pela diferença dos momentos –F . –§ . Sendo assim os banzos estão
verificados quanto ao enfunamento.

82
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.6.2. Travessa M3 e M4

O caso mais crítico verifica-se para a travessa –3 secção 8, para a posição WD do


carro guincho.

Tabela 5.12 – Esforços na secção crítica (Travessa M3 e M4)

Secção 8, posição P1
&½« = 17,1 T& PVS
(…«.F­š = 0,6 T&
(½«.F­§ = −12,2 T&
–½«.F = 0 T&. 
–½«.š = −19,7 T&. 
–½«.§ = 0,8 T&. 

Secção – SHS 200×100×6,3

Tabela 5.13 – Propriedades da secção

 28,1 TU/
Propriedade Valor Unidade

6 100 
ℎ 200 
5 81,1 
181,1 
 6,3 
‡ 3580 N
 š 18,29 × 10› ¡
 § 6,13 × 10› ¡
š 71,5 
Figura 5.38 – Secção SHS

§ 41,4 
Hk,š 183 × 10 œ
œ
Hk,§ 123 × 10œ œ
H‚,š 228 × 10œ œ
Hk,§ 140 × 10œ œ
 ƒ 14,75 × 10› ¡

83
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Classificação da secção

¾ = ¿235/Qš = À235/235 = 1

- Alma
f ×  × Qš = &½«
f × 6,3 × 235 = 17,1 × 10œ ⇒ f= 11,6 
f 181,1 11,6
— + ˜=Á× ; — + ˜ = Á × 181,1 ⇒ Á = 0,53
2 2 2 2
181,1 396 ¾ 396 × 1
= = 28,8 ≤ = = 67,2
 6,3 P13Á − 1S P13 × 0,53 − 1S
Classe 1
- Banzo
5 f 81,1 11,6
— + ˜ = Á × 5; — + ˜ = Á × 81,1 ⇒ Á = 0,57
2 2 2 2
5 81,1 396 ¾ 396 × 1
= = 12,9 ≤ = = 61,8
 6,3 P13Á − 1S P13 × 0,57 − 1S

Então a secção é da classe 1.

Resistência à flexão composta com compressão

Os elementos com secções transversais das classes 1 e 2 sujeitas a uma


combinação de flexão e compressão devem satisfazer a condição (5.5.4 (1) do EC 3):

&½« Tš –š.½« T§ –§.½«


+ + <1
Qš Qš Qš
ÄE~| ‡  ™‚.š  ™‚.§ 
ÅD ÅD ÅD

com,
oš × &½«
Tš = 1 −  Tš ≤ 1,5
Ě × ‡ × Qš
™‚,š − ™k,š
oš = ̅š × Î2 × ÇÅ.š − 4Ï + È É  oš ≤ 0,9
™k,š
o§ × &½«
T§ = 1 −  T§ ≤ 1,5
ħ × ‡ × Qš
™‚.§ − ™k.§
o§ = ̅§ × P2 × ÇÅ.§ − 4S + Ê Ë  o§ ≤ 0,9
™k.§
ÄE~| é o menor de Ě e ħ

84
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Determinação do coeficiente de redução de encurvadura Ä ,


1
Ä~ =
Ì~ + ¿Ì~ N − ̅~
N

onde,

Ìù = 0,5 × Í1 + Á~ × Î̅~ − 0,2Ï + ̅~ Ð


N

̅~ é a esbelteza normalizada

O comprimento de encurvadura (+k ), segundo o eixo dos y-y e z-z é igual a


distância entre pórticos que é cerca de +k,š = +k,§ = 2800 .

- Determinação do coeficiente de redução de encurvadura no eixo y-y

̚ = 0,5 × Í1 + Áš × Î̅š − 0,2Ï + ̅š Ð


N

onde,
Á = 0,21 Curva a, secções acabadas a quente (6.2 do EC 3)

Ÿ 210000
D = ÑÒ = ÑÒ = 93,9
Qš 235

+k,š 2800
š = = = 39,2
š 71,5
š 32,1
̅š = Û Ü ÀDZ = = 0,42 Pβû = 1, para classe 1,2 ou 3S
D 93,9
então,
̚ = 0,5 × 21 + 0,21 × P0,42 − 0,2S + 0,42N 3 = 0,61
1
Ě = = 0,95
0,61 + À0,61N − 0,42N

- Determinação do coeficiente de redução de encurvadura no eixo z-z

̧ = 0,5 × Í1 + Á§ × Î̅§ − 0,2Ï + ̅§ Ð


N

onde,
Á = 0,21 Curva a, secções acabadas a quente (6.2 do EC 3)

Ÿ 210000
D = ÑÒ = ÑÒ = 93,9
Qš 235

85
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

+k,§ 2800
§ = = = 67,6
§ 41,4
§ 67,6
̅§ = — ˜ ÀDZ = = 0,72 Pβû = 1, para classe 1,2 ou 3S
D 93,9
então,
̧ = 0,5 × 21 + 0,21 × P0,72 − 0,2S + 0,72N 3 = 0,81
1
ħ = = 0,85
0,81 + À0,81N − 0,72N
Como ħ > Ě então ÄE~| é ħ = 0,85

- Determinação do factor de momento uniforme equivalente, β୑. (fig. 5.5.3 do EC 3)

Figura 5.39 – Distribuição de momentos

–D = −19,7 T&.  15,6 = e × –D e = −0,79


ÇÅ,š = 1,8 − 0,7 e = 2,35

- Determinação do factor de momento uniforme equivalente, β. (fig. 5.5.3 do EC 3)

Figura 5.40 – Distribuição de momentos

–D = 0,8 T&.  −0,6 = e × –D e = −0,75


ÇÅ,§ = 1,8 − 0,7 e = 2,32

Está-se agora em condições de calcular os factores, o e T :


228 − 183
oš = 0,42 × P2 × 2,35 − 4S + Ê Ë = 0,54
183
0,54 × 17,1 × 10œ
Tš = 1 − =1
0,95 × 3580 × 235

86
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

140 − 123
o§ = 0,72 × P2 × 2,32 − 4S + Ê Ë = 0,59
123
0,59 × 17,1 × 10œ
T§ = 1 − =1
0,85 × 3580 × 235

&½« Tš –š.½« T§§ –§.½«


+ + <1
Qš Qš Qš
ÄE~| ‡ ™‚.š ™‚.§
ÅD ÅD ÅD

Sendo assim e com ÅD = 1,33 (de acordo com as normas F.E.M e para o caso de
solicitação II, a tensão de cedência do material deve ser dividida por um factor de
segurança de 1,33) temos,

17,1 × 10œ 1 × 19,7 × 10› 1 × 0,8 × 10›


+ + = 0,55 < 1
235 235 235
0,85 × 3580 × 1,33 228 × 10œ × 1,33 140 × 10œ × 1,33

Resistência do perfil verificada.

Resistência ao Esforço Transverso

Apesar de os esforços transversos nas travessas apresentarem valores reduzidos,


deverá verificar-se a necessidade de reduzir os momentos resistentes e de verificar a
seguinte condição (6.2.6 do EC 3).

(…«
≤ 1,0
(‚,v,Ý«

A área de corte para um perfil rectangular tubular é dada por,

Carga paralela à largura:


‡6 3580 × 100
‡žD = = = 1193,3 N
P6 + ℎS P100 + 200S

Carga paralela à altura:


‡ℎ 3580 × 200
‡žN = = = 2386,7 N
P6 + ℎS P100 + 200S

87
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

O esforço transverso resistente plástico é dado por,


‡žD ÎQš ⁄√3Ï 1193,3 × Î235⁄√3Ï
(‚,Ý«,F­š = = = 121,7 T&
Åm 1,33
‡žN ÎQš ⁄√3Ï 2386,7 × Î235⁄√3Ï
(‚,Ý«,F­§ = = = 243,5 T&
Åm 1,33

então,
(…«,F­š 0,6
= = 0,01 ≤ 1 V çã /.Q5 
(‚,Ý«,F­š 121,7
(…«,F­§ 12,2
= = 0,05 ≤ 1 V çã /.Q5 
(‚,Ý«,F­§ 243,5

Deverá verificar-se também a necessidade de reduzir os momentos resistentes,


devido a interacção entre o momento flector e o esforço transverso (6.2.8 do EC 3)

(…«,F­š 0,6
= = 0,01 ≤ 0,5 V çã /.Q5 
(‚,Ý«,F­š 121,7
(…«,F­§ 12,2
= = 0,05 ≤ 0,5 V çã /.Q5 
(‚,Ý«,F­§ 243,5

Então o efeito do esforço transverso sobre o momento flector resistente pode ser
desprezado.

Nota: Apesar de existirem, para outras posições do carro guincho esforços transversos
superiores ((…«,F­š ), não se justifica fazer a verificação pois estes são muito reduzidos,
quando comparados com valor resistente, como de resto se pode verificar pelos cálculos
acima.

Resistência à encurvadura local da alma por esforço transverso

De acordo com o ponto 5.4.6 (7) do EC 3:

181,1
= = 28,8 < 69¾ = 69
 6,3
Logo não é necessária a verificação à encurvadura local da alma.

88
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.6.3. Travessa D5 e D7

O caso mais crítico verifica-se para a travessa “5 secção 5, para a posição WD do


carro guincho.
Esforços instalados (secção 5):
&…« = 31,9 T&

Secção – CHS 139,7×5

Tabela 5.14 – Propriedades da secção

 16,6 TU/
Propriedade Valor Unidade

“ 139,7 
 5 
‡ 2120 N
  4,81 × 10› ¡
 47,7 
Figura 5.41 – Secção CHS

Hk 68,8 × 10œ œ


H‚ 90,8 × 10œ œ

Estado limite de utilização

Em relação ao estado limite de utilização será necessário verificar a deformada


para o peso próprio do perfil escolhido.

A flecha máxima é dada por:

5 „ Œ¡ 5 × 166 × 10­œ × 2800¡ Œ


¶EáF = = = 0,13  ≤ = 14 
384 Ÿ   384 × 210 × 10œ × 4,81 × 10› 200

Estado Limite Último

Classificação da secção

235 235
¾=Ò =Ò =1
Qš 235

89
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

- Para secções tubulares (5.5 do EC 3)

139,7
= = 27,9 < 50 ¾ N = 50
 5
Então é da Classe 1

Resistência a tracção

O valor de cálculo do esforço de tracção actuante &…« em cada secção deve


satisfazer a seguinte condição (5.4.3 do EC3),

&…«
≤1
&ƒ,Ý«
Em que &ƒ,Ý« é o valor de cálculo da resistência a tracção da secção transversal,

‡ Qš 2120 × 235
&‚,Ý« = = = 374,6 T&
Åm 1,33
Então,

31,9
= 0,08 ≤ 1 V çã (.Q5 
374,6

Nota: Seria possível escolher um perfil de menor secção, no entanto por uma questão de
uniformidade escolheu-se o mesmo perfil das diagonais. E também pelo facto de quando
as cargas horizontais trocam de sentido esta travessa fica à compressão, no entanto com
um esforço inferior (&…« = 12,5 PVS T&S ao verificado para a diagonal “6, sendo assim
está verificado para ambas as situações.

90
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.6.4. Diagonal D6 e D8

O caso mais crítico verifica-se para a diagonal “6 secção 5, para a posição WD do


carro guincho.
Esforços instalados (secção 5):
&…« = 127,9 PVS T&

Secção – CHS 139,7×5

Tabela 5.15 – Propriedades da secção

 16,6 TU/
Propriedade Valor Unidade

“ 139,7 
 5 
‡ 2120 N
  4,81 × 10› ¡
 47,7 
Hk 68,8 × 10 œ
 œ
Figura 5.42 – Secção CHS

H‚ 90,8 × 10 œ
œ

Estado limite de utilização

Em relação ao estado limite de utilização será necessário verificar a deformada


para o peso próprio do perfil escolhido.

A flecha máxima é dada por:

5 „ Œ¡ 5 × 166 × 10­œ × 7539,2¡ 7539,2


¶EáF = = = 6,9  ≤ = 37,7 
384 Ÿ   384 × 210 × 10œ × 4,81 × 10› 200

Estado Limite Último

Classificação da secção

235 235
¾=Ò =Ò =1
Qš 235

91
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

- Para secções tubulares (5.5 do EC 3)

139,7
= = 27,9 < 50 ¾ N = 50
 5
Então é da Classe 1

Resistência a encurvadura

Para elementos sujeitos a compressão axial, o valor de cálculo do esforço axial


&…« , deve verificar a seguinte condição (5.5.1 do EC3).

&½« ≤ &à,z«
onde,
Ä Ç± ‡ Qš
&à,z« =
ÅD

Determinação do coeficiente de redução de encurvadura Ä .


1
Ä =
Ì + ¿Ì N − ̅
N

DZ = 1, para secções da classe 1

Esbelteza de Euler

Ÿ 210000
D = ÑÒ = ÑÒ = 93,9
Qš 235

Ì = 0,5 × Í1 + Á~ × Î̅ − 0,2Ï + ̅ Ð


N

Onde,
Á~ = 0,21, curva a pois acabado a quente (6.2 do EC 3)
+k 7539,2
 = = = 158,1
 47,7
 158,1
̅ = — ˜ ÀDZ = = 1,68 Pβû = 1, para classe 1S
D 93,9
Então,
Ì = 0,5 × 21 + 0,21 × P1,68 − 0,2S + 1,68N 3 = 2,1
1
Ä = = 0,29
2,1 + À2,1N − 1,68N

92
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Então calcula-se:
0,29 × 1 × 2640 × 235
&½« = 127,9 T& < = 135,3 T&
1,33

Sendo assim o perfil tubular CHS 139,7×5 verifica.

Nota: Quando as cargas horizontais trocam de sentido esta diagonal fica a tracção, mas
este perfil como já calculado anteriormente tem, um valor de cálculo da resistência a
tracção de &‚,Ý« = 374,6 T&, que é muito superior ao valor instalado que é de &…« =
119,2 T&, que se verifica quando as cargas trocam de sentido.

93
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.6.5. Pilar P9,P10,P11 e P12

Os casos mais críticos verificam-se para o pilar W9 secção 7, para a posição WD do


carro guincho a outra situação, verifica-se para o pilar W11 secção 13, para a posição WDm
do carro.
Tabela 5.16 – Esforços nas secções críticas (Viga resistente)

Secção 7, posição P1 Secção 13, posição P10


&½« = 242,2 T& PVS &½« = 208,5 PVS T&
(½«.F­§ = −35,2 T& (½«.F­§ = −27,6 T&
(½«.š­§ = −0,3 T& (½«.š­§ = 11,5 T&
–½«.F = −2,4 T&.  –½«.F = −103,8 T&. 
–½«.š = 58,7 T&.  –½«.š = 46,3 T&. 
–½«.§ = 0,8 T&.  –½«.§ = 3,8 T&. 

Secção – SHS 500×300×8

Tabela 5.17 – Propriedades da secção

 97,9 TU/
Propriedade Valor Unidade

6 300 
ℎ 500 
5 276 
476 
 8 
‡ 12500 N
 F 437,28 × 10› ¡
 š 199,51 × 10› ¡
F 187 
Figura 5.43 – Secção

š 126 
RHS

Hk,F 1749 × 10 œ
œ
Hk,š 1330 × 10œ œ
H‚,F 2100 × 10œ œ
H‚,š 1480 × 10œ œ
 ƒ 425,63 × 10› œ

94
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Classificação da secção

¾ = ¿235/Qš = À235/235 = 1

- Alma
f ×  × Qš = &½«
f × 8 × 235 = 242,2 × 10œ ⇒ f= 128,8 
f 476 128,8
— + ˜=Á× ; — + ˜ = Á × 476 ⇒ Á = 0,64
2 2 2 2
476 396 ¾ 396 × 1
= = 59,5 ≤ = = 54,1
 8 P13Á − 1S P13 × 0,64 − 1S
Não é da classe 1
476 456 ¾ 456 × 1
= = 59,5 ≤ = = 62,3
 8 P13Á − 1S P13 × 0,64 − 1S
Classe 2

- Banzo
5 f 276 128,8
— + ˜ = Á × 5; — + ˜ = Á × 276 ⇒ Á = 0,73
2 2 2 2
5 276 396 ¾ 396 × 1
= = 34,5 ≤ = = 43,3
 8 P13Á − 1S P13 × 0,73 − 1S
Classe 1

Então a secção é da classe 2.

Resistência à flexão composta com compressão - Secção


 com

Os elementos com secções transversais das classes 1 e 2 sujeitas a uma


combinação de flexão e compressão devem satisfazer a condição (5.5.4 (1) do EC 3):

&½« TF –F.½« Tš –š.½«


+ + <1
Qš Qš Qš
ÄE~| ‡  ™‚.F  ™‚.š 
ÅD ÅD ÅD

com,
oF × &½«
TF = 1 −  TF ≤ 1,5
ÄF × ‡ × Qš
™‚,F − ™k,F
oF = ̅F × P2 × ÇÅ.F − 4S + È É  oF ≤ 0,90
™k,F

95
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

oš × &½«
Tš = 1 −  Tš ≤ 1,5
Ě × ‡ × Qš
™‚.š − ™k.š
oš = ̅š × Î2 × ÇÅ.š − 4Ï + È É  oš ≤ 0,90
™k.š
ÄE~| é o menor de ÄF e Ě

Determinação do coeficiente de redução de encurvadura Ä ,


1
Ä~ =
Ì~ + ¿Ì~ N − ̅~
N

onde,

Ìù = 0,5 × Í1 + Á~ × Î̅~ − 0,2Ï + ̅~ Ð


N

̅~ é a esbelteza normalizada

Comprimento de encurvadura 

O comprimento de encurvadura (+k ), foi determinado considerando duas situações


distintas, para o comprimento de encurvadura em torno do eixo dos x-x, é considerado o
esquema estático da figura 5.44 (lado esquerdo), considerando o pilar simplesmente
apoiado na base, pois os carros laterais podem rodar ligeiramente, para o comprimento de
encurvadura em torno dos eixos dos y-y, é considerado o esquema estático da figura 5.44
(lado direito).

Figura 5.44 - Comprimento , / ,

96
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

De acordo com os esquemas dos pórticos acima e consultando a norma NBE-EA-


95 (6) , e fazendo algumas simplificações, tem-se que os comprimentos de encurvadura
segundo x e y serão dados por,

- Comprimento de encurvadura +k,F

Ç = À0,51P1 + S × À4 + 1,4P5 + 6S + 0,02P5 + 6SN


Onde,
WD 78,5
= = = 0,38 ≤ 1
WN 208,5
  6 437,28 × 10› × 13000
5= = = 0,2 ≤ 10
 } + 2999,6 × 10› × 9000
4  4 × 437,28 × 10›
= = = 0,0008 ≤ 0,2
6 N ‡ 13000N × 12500

Então,
Ç = À0,51P1 + 0,38S ×

× À4 + 1,4P0,2 + 6 × 0,0008S + 0,02P0,2 + 6 × 0,0008SN


Ç = 1,74
+k,F = + × Ç = 9000 × 1,74 = 15660 

- Comprimento de encurvadura +k,š

Ç = À0,51P1 + S × À1 + 0,35P5 + 6S − 0,017P5 + 6SN


Onde,
W 186,6
= = = 0,89 ≤ 1
WN 208,5
  6 199,51 × 10› × 2800
5= = = 3,39 ≤ 10
 } + 18,29 × 10› × 9000
4  4 × 199,51 × 10›
= = = 0,008 ≤ 0,2
6N ‡ 2800N × 12500

Então,
Ç = À0,51P1 + 0,89S ×

× À1 + 0,35P3,39 + 6 × 0,008S − 0,017P3,39 + 6 × 0,008SN


Ç = 1,44
+k,š = + × Ç = 9000 × 1,44 = 12960 

97
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

- Determinação do coeficiente de redução de encurvadura no eixo x-x

ÌF = 0,5 × Í1 + ÁF × Î̅F − 0,2Ï + ̅F Ð


N

onde,
Á = 0,21 Curva a, secções acabadas a quente (6.2 do EC 3)

Ÿ 210000
D = ÑÒ = ÑÒ = 93,9
Qš 235

+k,F 15660
F = = = 83,7
F 187
F 83,7
̅F = — ˜ ÀDZ = = 0,89 Pβû = 1, para classe 1,2 ou 3S
D 93,9
então,
ÌF = 0,5 × 21 + 0,21 × P0,89 − 0,2S + 0,89N 3 = 0,97
1
ÄF = = 0,74
0,97 + À0,97N − 0,89N

- Determinação do coeficiente de redução de encurvadura no eixo y-y

̚ = 0,5 × Í1 + Áš × Î̅š − 0,2Ï + ̅š Ð


N

onde,
Á = 0,21 Curva a, secções acabadas a quente (6.2 do EC 3)

Ÿ 210000
D = ÑÒ = ÑÒ = 93,9
Qš 235

+k,š 12960
š = = = 102,9
š 126
š 102,9
̅š = Û Ü ÀDZ = = 1,10 Pβû = 1, para classe 1,2 ou 3S
D 93,9
então,
̚ = 0,5 × 21 + 0,21 × P1,10 − 0,2S + 1,10N 3 = 1,20
1
Ě = = 0,60
1,20 + À1,20N − 1,10N

Como ÄF > Ě então ÄE~| é Ě = 0,60

98
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

- Determinação do factor de momento uniforme equivalente, β. (fig. 5.5.3 do EC 3)

Figura 5.45 – Distribuição de momentos

–D = −103,8 T&.  0 = e × –D e=0


ÇÅ,F = 1,8 − 0,7 e = 1,8

- Determinação do factor de momento uniforme equivalente, β. (fig. 5.5.3 do EC 3)

Figura 5.46 – Distribuição de momentos

–D + –N
–Ó = Ô Ô + |–~ |
2
–~ - corresponde ao máximo de – indicado no cálculo do ∆–
−37,5 + 46,3
–Ó = Ô Ô + |46,3| = 50,7 T&. 
2
∆– = |–EáF | + |–E~| | = |46,3| + |−37,5| = 83,8

–D = 46,3 T&.  −37,5 = e × –D e = −0,81

ÇÅÓ = 1,4 ÇÅ× = 1,8 − 0,7 × e = 2,37

–Ó 50,7
ÇÅ,š = ÇÅ× + ÎÇÅÓ − ÇÅ× Ï = 2,37 + P1,4 − 2,37S = 1,78
ؖ 83,8

Está-se agora em condições de calcular os factores, o e T :


2100 − 1749
oF = 0,89 × P2 × 1,8 − 4S + Ê Ë = −0,16
1749
−0,16 × 208,5 × 10œ
TF = 1 − = 1,02
0,74 × 12500 × 235
1480 − 1330
oš = 1,10 × P2 × 1,78 − 4S + Ê Ë = −0,37
1330

99
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

−0,37 × 208,5 × 10œ


Tš = 1 − = 1,04
0,6 × 12500 × 235

&½« TFF –F.½« Tšš –š.½«


+ + <1
Qš Qš Qš
ÄE~| ‡ ™‚.F ™‚.š
ÅD ÅD ÅD

Sendo assim e com ÅD = 1,33 (de acordo com as normas F.E.M e para o caso de
solicitação II, a tensão de cedência do material deve ser dividida por um factor de
segurança de 1,33) temos,

208,5 × 10œ 1,02 × 103,8 × 10› 1,04 × 46,3 × 10›


+ + = 0,63 < 1
235 235 235
0,6 × 12500 × 1,33 2100 × 10œ × 1,33 1480 × 10œ × 1,33

Resistência do perfil verificada.

Resistência a torção

No caso de elementos sujeitos a torção em que as deformações de distorção


poderão ser ignoradas, o valor de cálculo do momento torsor actuante 'ª« em cada secção
transversal deverá satisfazer a condição (6.2.7 do EC3),
'ª«
≤ 1,0
'Ý«

Para secções de parede fina, e segundo a 1ª Fórmula de Bredt, as tensões


tangenciais Þ serão dadas por, (admitindo que Þ é constante ao longo da espessura)
'
Þ=
2‡
Onde, ' é o momento torsor, ‡ a área media da secção e  a espessura.

Para o limiar da plastificação, a tensão de corte máxima segundo o critério de Von


Mises é dada por,
ßxk« 235
ÞEáF = = = 135,7 –7
√3 √3
Então o momento torsor resistente 'Ý« será dado por,

'Ý« = ÞEáF × 2 × P6 − S × Pℎ − S ×  =
= 135,7 × 2 × P300 − 8S × P500 − 8S × 8 = 311,9 T&. 

100
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

É na secção 13 para a posição W7 do carro guincho, onde se verifica o maior valor


do momento torsor –…«.š = 'ª« = 5,5 T&. , sendo assim e de acordo com o calculado
atrás deverá verificar-se o seguinte.

'ª« 5,5
= = 0,02 ≤ 1,0 V çã /.Q5 
'Ý« 311,9

Resistência ao Esforço Transverso - Secção


 com

No caso de uma combinação de esforço transverso e momento torsor, o valor de


cálculo do esforço transverso resistente plástico com torção devera ser reduzido de (‚,Ý«
para (‚,v,Ý« e o valor de cálculo do esforço transverso actuante deverá satisfazer a
condição (6.2.6 do EC 3):

(…«
≤ 1,0
(‚,v,Ý«
Onde, (‚,v,Ý« para uma secção tubular é dado por (6.2.7 do EC 3),

ä ç
ރ,…«
(‚,v,Ý« ã
= 1− æ (‚,Ý«
ã Qš
— ˜ /Åm æ
â √3 å

A área de corte para um perfil tubular é dada por,

Carga paralela à largura:


‡6 12500 × 300
‡žD = = = 4687,5 N
P6 + ℎS P300 + 500S

Carga paralela à altura:


‡ℎ 12500 × 500
‡žN = = = 7812,5 N
P6 + ℎS P300 + 500S

Então,
‡žD ÎQš ⁄√3Ï 4687,5 × Î235⁄√3Ï
(‚,Ý«,F­§ = = = 478,2T&
Åm 1,33
‡žN ÎQš ⁄√3Ï 7812,5 × Î235⁄√3Ï
(‚,Ý«,š­§ = = = 797 T&
Åm 1,33

101
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

A tensão tangencial é dada por,


–…«.§ 3,8 × 10›
ރ,…« = = = 1,6 –7
2 × P6 − S × Pℎ − S ×  2298,6 × 10œ

Está-se agora em condições de calcular (‚,v,Ý« ,

ä ç
ރ,…«
(‚,v,Ý« ã
= 1− æ (‚,Ý«
ã Qš
— ˜ /Åm æ
â √3 å

1,6
(‚,v,Ý«,F­§ = è1 − é 478,2 = 471,7 T&
235
— ˜ /1,33
√3

1,6
(‚,v,Ý«,š­§ = è1 − é 797 = 784,5 T&
235
— ˜ /1,33
√3

(…«,F­§ 27,6
= = 0,06 ≤ 1,0 V çã /.Q5 .
(‚,v,Ý«,F­§ 471,7

(…«,š­§ 11,5
= = 0,02 ≤ 1,0 V çã /.Q5 .
(‚,v,Ý«,š­§ 784,5

Quando da verificação da resistência à flexão é que se deve averiguar se há


necessidade de reduzir o momento flector resistente ou não. Se o valor de cálculo do
esforço cortante for inferior a 50% do esforço cortante resistente não há lugar a qualquer
redução. Neste caso,

(…«,F­§ 27,6
= = 0,06 ≤ 0,5 V çã /.Q5 .
(‚,v,Ý«,F­§ 471,7

(…«,š­§ 11,5
= = 0,02 ≤ 0,5 V çã /.Q5 .
(‚,v,Ý«,š­§ 784,5

e portanto o efeito do esforço transverso sobre o momento flector resistente pode ser
desprezado (6.2.8 do EC3).

102
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Nota: Apesar de existirem, para outras posições do carro guincho esforços transversos
superiores ((…«,F­§ ou (…«,š­§ ), não se justifica fazer a verificação pois estes são muito
reduzidos, quando comparados com valor resistente, como de resto se pode verificar pelos
cálculos acima.

Resistência à encurvadura local da alma por esforço transverso

De acordo com o ponto 5.4.6 (7) do EC 3:

476
= = 59,5 < 69¾ = 69
 8
Logo não é necessária a verificação à encurvadura local da alma.

103
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.6.6. Carros Laterais C13 e C14

O caso mais crítico verifica-se para a viga V13 secção 2, para a posição WD do
carro guincho.
Tabela 5.18 – Esforços na secção crítica (Carros Laterais C13 e C14)

Secção 2, posição P1
&½« = 43,8 T& PVS
(…«.F­š = −0,4 T&
(½«.F­§ = −339 T&
–½«.F = 0 T&. 
–½«.š = −203,6 T&. 
–½«.§ = −0,3 T&. 

Secção – HEB 360

Tabela 5.19 – Propriedades da secção

 142 TU/
Propriedade Valor Unidade

6 300 
ℎ 360 
261 
‘ 12,5 
¦ 22,5 
‡ 18060 N
 š 431,9 × 10› ¡
 § 101,4 × 10› ¡
š 154,6 
§ 74,9 
Figura 5.47 – Secção

Hk,š 2400 × 10œ œ


HEB

Hk,§ 676,1 × 10œ œ


H‚,š 2683 × 10œ œ
H‚,§ 1032 × 10œ œ
 ‘ 2883 × 10 ›
 ƒ 2292,5 × 10¡ ¡

104
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Classificação da secção

¾ = ¿235/Qš = À235/235 = 1

- Alma
f × ‘ × Qš = &½«
f × 12,5 × 235 = 43,8 × 10œ ⇒ f= 14,9 
f 261 114,9
— + ˜=Á× ; — + ˜ = Á × 261 ⇒ Á = 0,53
2 2 2 2
261 396 ¾ 396
= = 20,9 ≤ = = 67,2
‘ 12,5 13Á − 1 13 × 0,53 − 1

- Banzo
f × ¦ × Qš = &½«
f × 22,5 × 235 = 43,8 × 10œ ⇒ f= 8,3 
5 f 143,8 8,3
— + ˜ = Á × 5; — + ˜ = Á × 143,8 ⇒ Á = 0,53
2 2 2 2
5 143,8 9¾ 9×1
= = 6,4 ≤ = = 23,3
¦ 22,5 Á √Á 0,53 × À0,53
Classe 1
Então o HEB é da classe 1.

Resistência à flexão composta com compressão

Os elementos com secções transversais das classes 1 e 2 sujeitas a uma


combinação de flexão e compressão devem satisfazer a condição (5.5.4 (1) do EC 3):

&½« Tš –š.½« T§ –§.½«


+ + <1
Qš Qš Qš
ÄE~| ‡  ™‚.š  ™‚.§ 
ÅD ÅD ÅD

com,
oF × &½«
Tš = 1 −  Tš ≤ 1,5
Ě × ‡ × Qš
™‚,š − ™k,š
oF = ̅š × Î2 × ÇÅ.š − 4Ï + È É  oš ≤ 0,9
™k,š
o§ × &½«
T§ = 1 −  T§ ≤ 1,5
ħ × ‡ × Qš

105
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

™‚.§ − ™k.§
o§ = ̅§ × P2 × ÇÅ.§ − 4S + Ê Ë  o§ ≤ 0,9
™k.§
ÄE~| é o menor de Ě e ħ
Determinação do coeficiente de redução de encurvadura Ä ,
1
Ä~ =
Ì~ + ¿Ì~ N − ̅~
N

onde,

Ìù = 0,5 × Í1 + Á~ × Î̅~ − 0,2Ï + ̅~ Ð


N

̅~ é a esbelteza normalizada

O comprimento de encurvadura (+k ), segundo o eixo dos y-y e z-z foi considerado
como sendo igual ao comprimento total do carro +k,š = +k,§ = 4000 .

- Determinação do coeficiente de redução de encurvadura no eixo y-y

̚ = 0,5 × Í1 + Áš × Î̅š − 0,2Ï + ̅š Ð


N

onde,
Á = 0,34 Curva b, pois ℎ/6 ≤ 1,2 . ¦ ≤ 100 (6.2 do EC 3)

Ÿ 210000
D = ÑÒ = ÑÒ = 93,9
Qš 235

+k,š 4000
š = = = 25,9
š 154,6
š 25,9
̅š = Û Ü ÀDZ = = 0,28 Pβû = 1, para classe 1,2 ou 3S
D 93,9
então,
̚ = 0,5 × 21 + 0,34 × P0,28 − 0,2S + 0, 28N 3 = 0,55
1
Ě = = 0,98
0,55 + À0,55N − 0,28N

- Determinação do coeficiente de redução de encurvadura no eixo z-z

̧ = 0,5 × Í1 + Á§ × Î̅§ − 0,2Ï + ̅§ Ð


N

onde,
Á = 0,34 Curva b, pois ℎ/6 ≤ 1,2 . ¦ ≤ 100 (6.2 do EC 3)

106
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Ÿ 210000
D = ÑÒ = ÑÒ = 93,9
Qš 235

+k,§ 4000
§ = = = 53,4
§ 74,9
§ 53,4
̅§ = — ˜ ÀDZ = = 0,67 Pβû = 1, para classe 1,2 ou 3S
D 93,9
então,
̧ = 0,5 × 21 + 0,34 × P0,67 − 0,2S + 0,67N 3 = 0,80
1
ħ = = 0,81
0,80 + À0,80N − 0,67N
Como Ě > ħ então ÄE~| é ħ = 0,81

- Determinação do factor de momento uniforme equivalente, β୑. (fig. 5.5.3 do EC 3)

Figura 5.48 – Distribuição de momentos


–D = −203,6 T&.  0 = e × –D e=0
ÇÅ× = 1,8 − 0,7 × e = 1,8

- Determinação do factor de momento uniforme equivalente, β. (fig. 5.5.3 do EC 3)

Figura 5.49 – Distribuição de momentos

–D = −0,3 T&.  0 = e × –D e=0


ÇÅ× = 1,8 − 0,7 × e = 1,8

Tem-se agora condições para calcular os factores, o e T :


2683 − 2400
oš = 0,28 × P2 × 1,8 − 4S + Ê Ë = 0,006
2400

107
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

0,006 × 43,8 × 10œ


Tš = 1 − =1
0,98 × 18060 × 235
1032 − 676,1
o§ = 0,67 × P2 × 1,8 − 4S + Ê Ë = 0,26
676,1
0,26 × 43,8 × 10œ
T§ = 1 − =1
0,81 × 18060 × 235

&½« TF –F.½« T§ –§.½«


+ + <1
Qš Qš Qš
ÄE~| ‡ ™‚.F ™‚.§
ÅD ÅD ÅD

Sendo assim e com ÅD = 1,33 (de acordo com as normas F.E.M e para o caso de
solicitação II, a tensão de cedência do material deve ser dividida por um factor de
segurança de 1,33) temos,

43,8 × 10œ 1 × 203,6 × 10› 1 × 0,3 × 10›


+ + = 0,45 < 1
235 235 235
0,81 × 18060 × 1,33 2683 × 10œ × 1,33 1032 × 10œ × 1,33

Resistência do perfil verificada.

Verificação à encurvadura lateral (bambeamento)

Os elementos das classes 1 ou 2 em que o bambeamento seja um modo de ruína


potencial devem verificar a seguinte equação (5.5.4 (2) do EC 3).

&½« TBv –š.½« T§ –§.½«


+ + ≤1
Qš Qš Qš
ħ ‡  ÄBv ™‚.š  ™‚.§ 
ÅD ÅD ÅD

onde,
T§ = 1, já calculado
oBv &½«
TBv = 1 −  TBv ≤ 1
ħ ‡ Qš
oBv = 0,15 ̅§ ÇÅ.Bv − 0,15  oBv ≤ 0,9
β. = β. = 1,8, já calculado

̅§ , já calculado
Então,

oBv = 0,15 × 0,67 × 1,8 − 0,15 = 0,031

108
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

0,031 × 46,5 × 10œ


TBv =1− =1
0,81 × 18060 × 235
1
ÄBv =  ÄBv ≤ 1,0
ÌBv + ¿ÌBv − ̅Bv
N N

em que,

ÌBv = 0,5 × Í1 + ÁBv × Î̅Bv − 0,2Ï + ̅Bv Ð


N

ÁBv = 0,21 pois ℎ/6 = 360/300 = 1,2 ≤ 2 (6.3.2.2 do EC 3)

Hš,‚ Qš
̅Bv = Ò
–xz

Segundo o Anexo F tabela 1.1 do EC 3, e considerando k=1 e kw =1 e um perfil


duplamente simétrico temos VD = 1,879
Pois,
–D = −203,6 T&.  0 = e × –D e=0

O momento critico elástico é dado por,

T N
Ñ N Ÿ  §
T‘ í  ‘ + 0,039 +Bv  ƒ
ì N

–xz = VD N
+Bv  §

Ñ N × 210 × 10œ × 101,4 × 10›


= 1,879 × ×
4000N

1 N

í × 2883 × 10 + 0,039 × 4000 × 292,5 × 10
ì  N ¡
× 1 = 5318,3 T&. 
101,4 × 10›

Hš,‚ Qš 2683 × 10œ × 235


̅Bv = Ò =Ò = 0,34
–xz 5318,3 × 10›

Pode-se agora calcular o ÌBv e ÄBv ,


ÌBv = 0,5 × 21 + 0,21 × P0,34 − 0,2S + 0,34N 3 = 0,57
1
ÄBv = = 0,97
0,57 + À0,57N − 0,34N

Então calcula-se,

109
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

43,8 × 10œ 1 × 203,6 × 10›1 × 0,3 × 10›


+ + =
235 235 235
0,81 × 18060 × 1,33 0,97 × 2683 × 10œ × 1,33 1032 × 10œ × 1,33

= 0,46 ≤ 1
Resistência do perfil verificada.

Resistência ao Esforço Transverso

Para a secção 1, o esforço de corte é elevado e como tal é necessário verificar se


existe redução do momento flector resistente, mas antes deverá verificar-se o seguinte
(6.2.6 do EC 3):

(…«
≤ 1,0
(‚,v,Ý«

A área de corte, para secções laminadas em H e carga paralela á alma é dada por,
‡žD = ‡ − 26¦ + P‘ + 2S¦ =
= 18060 − 2 × 300 × 22,5 + P12,5 + 2 × 27S × 22,5 = 6056,3 mmN

Para a carga paralela ao banzo,


‡žN = 26¦ = 2 × 300 × 22,5 = 13500 mmN

O valor do esforço transverso resistente plástico é dado por,

‡žD ÎQš ⁄√3Ï 6056,3 × Î235⁄√3Ï


(‚,Ý«,F­§ = = = 617,5 T&
Åm 1,33
‡žN ÎQš ⁄√3Ï 13500 × Î235⁄√3Ï
(‚,Ý«,F­š = = = 1377,2 T&
Åm 1,33
Então,
(…«,F­§ 339
= = 0,55 ≤ 1  ≥ 0,5
(‚,Ý«,F­§ 617,5

Sendo assim o efeito do esforço transverso sobre o momento flector resistente não
pode ser desprezado (6.2.8 do EC 3).

(…«,F­š 0,4
= = 0,0003 ≤ 1 . 0,5
(‚,Ý«,F­š 1377,2

110
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Nota: Apesar de existirem, para outras posições do carro guincho esforços transversos
superiores ((…«,F­š ), não se justifica fazer a verificação pois estes são muito reduzidos,
quando comparados com valor resistente, como de resto se pode verificar pelos cálculos
acima.

Momento Flector e Esforço Transverso

Segundo o EC3 quando (…« excede 50% de (‚,Ý« , o valor de cálculo do momento
resistente da secção transversal deve ser reduzido para –ž,z« , valor de cálculo reduzido
do momento resistente plástico tendo em conta o esforço transverso. Então deverá
verificar-se as seguintes condições (6.2.8 do EC3),

–…« ≤ –ž,š,z«
–ž,š,z« ≤ –x,z«
‡N
—™‚,š − 4 žD ˜ Qš
–ž,š,z« = ‘
Åm
Em que,
2 (…«,F­§ 2 × 339
N N
=Û − 1Ü = — − 1˜ = 0,0095
(‚,z« 617,5
Então,
0,0095 × 6056,3N
—2683 × 10œ − ˜ × 235
4 × 12,5
–ž,š,z« = = 472,8 T&. 
1,33

O valor de cálculo do momento flector resistente da secção transversal é da do


por,
™‚ Qš 2683 × 10œ × 235
–x,z« = = = 474,1 T&. 
Åm 1,33

Sendo assim tem-se,

203,6 T&.  ≤ 472,8 T&. 

472,8 T&.  ≤ 474,1 T&. 

Resistência verificada.

111
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Interacção entre Esforço Transverso, Momento Flector e Esforço Axial

Se (…« exceder 50% de (ày,z« (valor do esforço transverso resistente a


encurvadura), a resistência de cálculo da secção transversal ao momento flector e ao
esforço axial tem de ser reduzida para ter em conta o esforço transverso (5.6.7 do EC 3):

O (ày,z« , valor de resistência a encurvadura por esforço transverso é dado por,


‘ Þày
(ày,z« =
ÅD
Em que Þày , resistência pós-encurvadura ao corte é dado em função de,

/‘ 261/12,5
‘ = = = 0,24
37,4 ¾ ÀTë 37,4 × 1 × À5,34
O valor de Të = 5,34 pois não existem reforços transversais intermédios. Como
‘ ≤ 0,8 então,
Qš‘ 235
Þày = = = 135,7 –7
√3 √3
‘ Þày 261 × 12,5 × 135,7
(ày,z« = = = 402,5 T&
ÅD 1,33
Então,

(…«,F­§ 339
= = 0,84 ≥ 0,5
(ày,z« 402,5

Como (…«,F­§ ≥ 0,5 × (ày,z« , deve verificar-se,

2 (…«,F­§
–…«,š ≤ –¦,z« + P–‚,z«,š + –¦,z« S È1 − Û − 1ÜÉ
(ày,z«

Como existe esforço axial, os valores de –¦,z« e –‚,z«,š devem ser reduzidos.

&…« 43,8 × 10œ 43,8 × 10œ


= = = = 0,01 < 0,2
&‚,Ý« Qš 235
‡ 18060 × 1,33
Åm

Então o valor de –¦,z« e –‚,z«,š não terão de ser reduzido.

112
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

O momento resistente plástico é dado por,

™‚.z«,š Qš 2683 × 10œ × 235


–‚,z«,š = = = 474,1 T&. 
Åm 1,33

O momento resistente plástico da secção constituída apenas pelos banzos é dada


por,
ℎ − ¦
26¦ — ˜ Qš 2 × 300 × 22,5 ì360 − 22,5í × 235
2 2
–¦,z« = = = 402,5 T&. 
Åm 1,33

Verifica-se então,

203,6 × 10› ≤ 402,5 × 10› + P474,1 × 10› + 402,5 × 10› S ×


2 × 374,9 × 10œ
N
× 1 − Û − 1Ü  = 625,7 × 10›
402,5 × 10œ

Resistência verificada.

Resistência à encurvadura local da alma por esforço transverso

De acordo com o ponto 5.4.6 (7) do EC 3:

261
= = 20,9 < 69¾ = 69
‘ 12,5
Logo não é necessária a verificação à encurvadura local da alma.

113
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

5.7. Verificação do Estado Limite de Utilização

Na verificação do Estado Limite de Utilização considera-se as mesmas posições


para o carro guincho. O estado limite de utilização estabelece os limites à deformação das
peças das estruturas e portanto à deformação global da própria estrutura.
De salientar que para a verificação do estado limite de utilização, não são usados
coeficientes de majoração.
De acordo com a referência (7), do Centre Suice de la Construction Métalique, as
flechas admissíveis máximas são dadas por:

As flechas limites Verticais em Pórticos Rolantes são dados por:


Peso do carro + Carga Nominal

+ 13000
JEáF < = = 16,25 
800 800

Peso do carro + Carga Nominal+ Peso Próprio

+ 13000
JEáF < = = 26 
500 500

As flechas limites Horizontais em Pórticos Rolantes são dados por:


ℎ 9000
bEáF , ¶EáF < = = 18 
500 500

De seguida apresentam-se as deformadas para as posições mais críticas, do carro-


guincho, ou seja aquelas que conduzem as flechas mais elevadas.

Carro-Guincho na Posição

Tabela 5.20 – Verificação do Estado Limite de Utilização (Todas as solicitações)

Pontos críticos F PS š PS § PS

Pilares 7 -10,618 9,41 -1,893

114
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 5.50 – Deformada do Pórtico – Rolante (Todas as solicitações)

Carro-Guincho na Posição

Tabela 5.21 – Verificação do ELU (Cargas Verticais - Peso do Carro + Carga Nominal)

Pontos críticos F PS š PS § PS

Viga Caixão 11-12 -0,660 -0,001 -12,680

Figura 5.51 – Deformada do Pórtico – Rolante (Cargas Verticais - Peso do Carro + Carga
Nominal)

115
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Tabela 5.22 – Verificação do Estado Limite de Utilização (Todas as solicitações)

Pontos críticos F PS š PS § PS

Viga Caixão 11-12 -5,703 8,220 -13,589


Pilares 16 -3,692 11,383 -0,667

Figura 5.52 - Deformada do Pórtico – Rolante (Todas as solicitações)

De acordo com os resultados acima, o estado limite de utilização esta verificado.

116
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

6. Dimensionamento dos Elementos Mecânicos

Dimensionada a estrutura pórtico, segue-se o dimensionamento dos restantes


elementos, nos quais se incluem os blocos de rodas e moto-redutores.

6.1. Dimensionamento das Rodas

O dimensionamento das rodas foi efectuado com recurso ao catálogo da STAHL


(8) (anexo 4). Para tal é necessário conhecer e definir as seguintes características:

a) Carga máxima nas rodas

Na tabela abaixo tem-se as cargas máximas e mínimas nas rodas, que não são mais
que as reacções nos apoios retiradas do programa de análise estrutural Multiframe.
Foi considerada a aplicação de motores nas quatro rodas. De salientar e de acordo
com as normas FEM (4.2.4.1.1), os valores das reacções foram obtidos sem coeficientes
de majoração. Nesta tabela apenas se apresentam às reacções para as posições do carro-
guincho, que levam as reacções mais elevadas.

Tabela 6.1 – Reacções máximas nas rodas

<?Açã<
<?Açã<
 [] 23,6 16,9
 [] −6,9 −13,7
 [] 288,9 180,9

Tabela 6.2 – Reacções mínimas nas rodas

<?Açã<
<?Açã<
 [] 24,2 24,2

Nota: As reacções apresentadas segundo o eixo do x-x são o somatório das reacções para
o par de rodas do mesmo carro lateral, foram obtidas não considerando as cargas
transversais devido ao rolamento do carro-guincho, e a força do vento foi multiplicada
por um factor de 0,8, pois o valor da velocidade do vento é elevado demais para as
condições de funcionamento normais. ((žk|ƒ} = 72 × 0,8 = 57,6 T/ℎ, onde os
72 T/ℎ foi a velocidade considerada para o dimensionamento da estrutura pórtico, mas
manifestamente elevada para as condições de trabalho normais).

117
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

De acordo coma norma e o catálogo da STAHL, a carga a utilizar para a escolha


das rodas é dada por,

CE~| + 2CEáF 24,2 + 2 × 288,9


C~« = = = 200,7 T&
3 3

b) Classificação do Grupo dos Elementos Mecânicos

De acordo com o definido anteriormente, o grupo segundo a norma F.EM, dos


elementos mecânicos é o 1Am.

c) Velocidade do Pórtico

A velocidade do pórtico já foi definida, como sendo igual a (€ = 40 /.

d) Tipo e dimensões do Carril

De acordo a empresa Gantrail (8) (produtora de carris), a largura cheia do carril


pode ser determinada considerando uma largura de 2,5  por tonelada,
Então tem-se,

200,7 × 10œ
Tk = 2,5 × = 51,2 
9,81 × 10œ

Da tabela abaixo escolhe-se o tipo de carril.

Tabela 6.3 – Dimensões do carril DIN 536

118
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Tabela 6.4 – Dimensões dos carris DIN 536

De acordo com a tabela acima, escolhe-se um carril do tipo A75, uma vez que este
apresenta uma largura efectiva de contacto entre a roda e o carril de Tk¦¦ = T − 2D =
75 − 2 × 8 = 59  > Tk = 51,2. Um outro factor que determinou a escolha deste
carril, prende-se com o facto de aquando da escolha das rodas, estas serem determinadas
com base no Tk¦¦ , como de resto se pode verificar na tabela abaixo.

Escolha das Rodas

Uma vez definidas as características necessárias á escolha das rodas, e de acordo


com o catálogo da empresa STAHL, tem-se a seguinte tabela.

Tabela 6.5 – Carga admissível por roda (SR-E-400)

119
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Sendo assim e de acordo com o catálogo da STAHL, serão escolhidas rodas do


tipo SR-E-400 com 400  de diâmetro, e com uma capacidade de carga de C~« § =
20250 TU . Esta escolha prende-se com o facto de ser necessário verificar as seguintes
condições.

CEáF = 28890 ≤ C§ = 30000 TU


C~« = 20070 < C~« § = 20250 TU

Verificação da Reacção Máxima Horizontal

De acordo com o catálogo de onde foram seleccionadas as rodas, a máxima


reacção horizontal transversal deverá verificar a seguinte a condição.

CEáF,vzy|…Žkz…y < 20 % C§ ⇒ 1370 < 0,2 × 30000 = 6000 TU

Dimensionamento dos Grampos de Fixação do Carril

Os grampos de fixação são dimensionados para resistir as cargas transversais ao


carril PCEáF,vzy|…Žkz…y = 13,7 T&S, então e de acordo com a empresa Gantrail escolhe-
se um grampo de fixação do tipo 9116/08/29 (anexo5) que apresenta uma capacidade de
carga horizontal de 55 T&.

Figura 6.1 – Grampo de Fixação/Componentes (9)

120
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

O componente número 5 da figura 6.1 é uma base soldável para posterior fixação
do grampo, pois o carril ira apoiar numa base metálica com uma largura de 370 , base
metálica esta que por sua vez é fixada ao betão por meio de chumbadouros. Sobre esta
base é soldado o componente número 5, para posterior fixação do parafuso (componente
numero 4).

Figura 6.2 – Carril sobre base metálica

Relativamente ao cordão de soldadura do componente 5, este deverá ser soldado


por um cordão de 4  de espessura de garganta.

Figura 6.3 – Detalhe do cordão de soldadura (9)

Dimensionamento do Betão e Espessura da chapa de base

Para a tensão de compressão na fundação entre a chapa de base e a sapata de


betão, deverá verificar-se o seguinte:
Utilizado um betão do tipo C20/25, com uma tensão de ruptura a compressão de
Qx = 20 &/N .

121
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

&½«
≤ 0,7Qx
G

Onde G é á área reduzida da secção.

G = G − ‡¦

E ‡¦ é a área total da furação. Da expressão anterior resulta:

ѓN
ۇ ×  − ¦ × Ü × 0,7Qx« ≥ &½«
4

Onde as dimensões ‡ .  são dadas nas figuras 6.2 e 6.4.

‡ = 370 ,  = 182 

Utilizando parafusos M16, tem-se,

Ñ × 18N
Û370 × 182 − 2 × Ü × 0,7 × 18,7 = 884,5 T& ≥ 288,9 T&
4

Betão verificado.

Figura 6.4 – Degradação da carga sobre o trilho

O dimensionamento da espessura da placa pode ser efectuado considerando a


flexão de uma viga em balanço, sob acção de uma carga uniformemente distribuída igual
à tensão de contacto ßx .

&½«
ßx =
ѓN
‡ ×  − ¦ × 4

288,9 × 10œ
ßx = = 4,3 &/N
Ñ × 18N
370 × 182 − 2 ×
4

122
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Considerando uma faixa de 10 mm de espessura, calcula-se o momento máximo


na secção crítica,

+N
– = ßx 6
2
1 N
™= 6
6

Em função da tensão resistente do aço S355, é então possível determinar a


espessura mínima t,

– 3ßx × + N
ߦ = = ≤ ßÝ«
™ N

3 × 4,3 × 85N
≥Ò = 16,2 
355

Escolhe-se então  = 18 .

Dimensionamento dos chumbadouros

Estes chumbadouros serão os elementos de ligação da base metálica na qual


assenta o carril, ao betão. Estes apenas estarão solicitados ao corte, gerado pela reacção
transversal e longitudinal instalada nas rodas dos carros laterais.
O esforço corte resultante é dado por,

(zk…ƒy|ƒk = ¿CFN + CšN = À45,6N + 7,7N = 46,3 T&

Resistência ao corte (Quadro 6.5.3 do EC 3)

Como dois parafusos trabalham ao corte,

(zk…ƒy|ƒk 0,6 Qà ‡… 0,6 × 400 × ‡…


uŽ,Ý« = = = ⇒ ‡… = 120,6 N
2 Åà 1,25

Escolhe-se então parafusos M16, com uma área ‡… = 157 N , classe 4.6.

0,6 Qà ‡… 0,6 × 400 × 157 × 10­œ (zk…ƒy|ƒk


uŽ,Ý« = = = 30,1 > = 23,2 T&
Åà 1,25 2
Resistência verificada.

123
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Resistência ao esmagamento (Quadro 6.5.3 do EC3)

A resistência ao esmagamento, é dada por:

2,5 Á Q 
uà,Ý« =
Åà

Em que Á, é o menor dos seguintes valores:


.D 21
= = 0,39
3 m 3 × 18
7D 650
− 0,25 = − 0,25 = 11,8
3 m 3 × 18
Qà 600
= = 1,7
Q 360
1
E~| = 16 , espessura da chapa de base.

2,5 × 0,39 × 360 × 16 × 16 × 10­œ


uà,Ý« = = 71,9 T& > uŽ,½« = 23,2 T&
1,25
Resistência ao esmagamento verificada.

Espaçamento dos Grampos de Fixação do Carril

De acordo com os catálogos da mesma empresa, esta sugere que para aplicações
normais, os grampos sejam espaçados de 650 em 650 .

124
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

6.2. Escolha do tipo de Moto-Redutor

Para determinar o binário necessário para vencer a carga vertical, efectua-se o


cálculo da resistência ao rolamento, então e de acordo com a figura seguinte tem-se.

Figura 6.5 – Resistência ao rolamento

Para calcular a intensidade da força que faz rolar a roda, e portanto permite vencer
a resistência ao rolamento u/± , é necessário considerar dois momentos calculados em
relação a geratriz que passa em %.

- Momento da resistência ao rolamento = CEáF ×


- Momento da força motora = u × 
Igualando estes momentos temos:

CEáF × = u ×  ⇒ u = CEáF ×

Onde é o coeficiente de resistência ao rolamento e, por ser um comprimento
exprimisse em metros. Para o caso de análise considera-se = 0,0005  (roda de vagão
carril).
0,0005
u = CEáF × = 288,9 × = 0,72 T&
 0,2

Á resistência ao rolamento calculada anteriormente, ainda se deverá somar a acção


horizontal do Vento e da Inércia a vencer para por o pórtico em movimento. De acordo
com o programa de análise estrutural tem-se uma reacção de CF,EáF = 23,6 T&. O valor
desta reacção é dividido por dois, pois teremos dois motores em cada carro lateral.

Então,
uƒ}ƒy = u + CŽk|ƒ}w´|ézx~y /2 = 0,72 + 23,6/2 = 12,6 T&

125
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Potência do Motor

Foi escolhido um motor do catálogo da STAHL (anexo 4), para uma roda com um
diâmetro de 400 . Como já definido anteriormente tem-se que a velocidade a atingir
pelo pórtico é de (i,‚ózƒ~x} = 40 [/], o motor escolhido apresenta duas velocidades
10/40 [/], devido à bobine ter 2 enrolamentos (ou funciona 1 ou o outro e por isso
as velocidades diferentes).

W = – ×  [T™]
Onde,
– = uƒ}ƒy ×  = 12,6 × 10œ × 0,2 = 2520 &. 
(i,‚ózƒ~x} 0,17
= = = 0,85  /
 0,2
Em que,
uƒ}ƒy - Resistência ao rolamento total
 - Raio da roda ( = 200 S
(i,‚ózƒ~x} - Velocidade linear ((i,‚ózƒ~x} = 0,17 /S

A potência do motor é então dada por,


W = – ×  = 2520 × 0,85 = 2,2 T™

Do catálogo da STAHL escolhe-se um moto-redutor do tipo SA-C 6730523, com


uma potência de 3,2 T™.

Resistência ao derrube do Pórtico Rolante

As reacções nos apoios têm todas, sentido positivo na direcção vertical pelo que
não é gerado um binário de capaz de provocar o derrube da estrutura. Mesmo quando o
pórtico não esta carregado, a força do vento não gera reacções nos apoios negativas,
sendo assim a resistência ao derrube esta assegurada, e a geometria do pórtico validada.

126
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

7. Dimensionamento das Ligações Aparafusadas

Uma vez dimensionada a estrutura resistente e todos os seus elementos, procede-


se de seguida ao dimensionamento das ligações aparafusadas, de acordo com as
disposições apresentadas no EC 3. As ligações ao corte apresentadas são da Categoria A –
ligações aparafusadas correntes, no que respeita a ligações traccionadas, estas pertencem
à Categoria D – ligações com parafusos não pré-esforçados. Consultando o quadro 6.5.3
do EC3, obtêm-se os critérios de resistência adequados para os parafusos.
Para o dimensionamento do nó rígido, (ligação viga resistente – pilar e pilar – carros
laterais) segue os pressupostos do Anexo J, do Eurocódigo 3, determinando a resistência
do banzo e da placa de testa através da análise de sucessivas flanges T equivalentes, o
modelo da flange T é representado na figura 7.1. A resistência global da ligação será
função da resistência de cada uma das fiadas de parafusos e do mecanismo de deformação
definido, para cada uma dessas fiadas de parafusos.

Figura 7.1 – Flange T

Disposição dos furos para os parafusos (6.5 do EC3)

A disposição dos furos dos parafusos, deve ser tal que, facilite a colocação dos
parafusos, e também deve obedecer aos limites da validade das regras utilizadas para
determinar as resistências de cálculo dos parafusos. As disposições dos parafusos a seguir
apresentadas seguem os pressupostos do ponto 6.5.1 (Disposição dos furos para parafusos
e rebites) do EC3.

127
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

7.1. Ligação viga resistente – pilar

Para a ligação em análise, a posição mais crítica verifica - se para a posição W7,
onde o momento instalado –F é maior.

Tabela 7.1 – Valores dos esforços actuantes (Posição do carro guincho)

Pontos &…« (…«.F­š (…«.F­§ (…«.š­§ –…«.F –…«.š –…«.§


Críticos [T&] [T&] [T&] [T&] [T&. ] [T&. ] [T&. ]
·
13 11,5 PVS 10,6 - −134,6 124,3 22,9 −8,6

13 142,7 PVS - −19,6 13,8 −124,3 32,7 5,5

De acordo com os esforços da tabela acima e tendo em conta o referencial usado

(U
tem-se,
(D = (…«,š­§ PW11S = 13,8 T&
(N = (…«,F­§ PW11S = 19,6 T&

(zk…ƒy|ƒk = À( ND + ( N N = 24 T&
– = –…«,F P(1S = –…«,F PW11S = 124,3 T&. 

W+
Figura 7.2 – Esforços instalados no parafuso

Considerando-se como eixo de rotação o banzo inferior da viga resistente (ver


figura 7.3, assinalado com um ponto), a distribuição dos esforços de tracção nas
diferentes fiadas de parafusos (figura 70), é a seguinte.

–½« = uD × bD + uN × bN + uœ × bœ + u¡ × b¡ + ur × br + u› × b›
u~
= × PbDN + bNN + bœN + b¡N + brN + b›N S
ℎ~
u~
124,3 × 10œ = × P50N + 150N + 250N + 350N + 450N + 550N S
b~
Tendo em conta figura abaixo temos,

uD = 95,6 T& u¡ = 43,5 T&


uN = 78,3 T& ur = 26,1 T&
uœ = 60,9 T& u› = 8,7 T&

128
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 7.3 – Distribuição de forças do nó rígido

Dimensionamento dos parafusos

Foram escolhidos parafusos M 16, classe 8.8. Com uma tensão de ruptura
Qà = 800 –W, diâmetro dos furos m = 18 , diâmetro nominal = 16 ,
secção resistente a tracção ‡… = 157 N .
Considerem-se 12 parafusos da classe 8.8 distribuídos pelas 6 fiadas.

Resistência á tracção (Quadro 6.5.3 do EC 3)

0,9 Qà ‡… 0,9 × 800 × 157 × 10­œ


uƒ,Ý« = = = 90,4 T&
Åà 1,25
uD 95,6
uƒ,Ý« > = = 47,8 T&
2 2
Resistência verificada.

129
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Resistência ao corte (Quadro 6.5.3 do EC 3)

Admitindo que só dois parafusos trabalham ao corte,


0,6 Qà ‡… 0,6 × 800 × 157 × 10­œ
uŽ,Ý« = = = 60,3 T&
Åà 1,25
(½« 24
uŽ,Ý« > = = 12 T&
2 2
Resistência verificada.

Resistência dos parafusos a esforços combinados (6.5.5 do EC 3)

Parafusos que estejam simultaneamente sujeitos ao corte e à tracção devem,


satisfazer a seguinte condição:

uŽ,½« uƒ,½«
+ ≤ 1,0
uŽ,Ý« 1,4uƒ,Ý«

12 47,8
+ = 0,58 ≤ 1,0
60,3 1,4 × 90,4

Resistência verificada.

Resistência do banzo da viga resistente

Como já foi referido no dimensionamento do nó rígido é adoptada a metodologia


do Anexo J do EC 3 determinando a resistência do banzo da viga resistente e da placa de
testa do pilar através da análise de sucessivas flanges T equivalentes.
Utilizando 6 fiadas de parafusos, M16 da classe 8.8.

130
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 7.4 – Identificação das fiadas

Figura 7.5 – Geometria da ligação

De acordo com à disposição dos furos para os parafusos, estabeleceram-se as


seguintes considerações geométricas (onde  é a espessura do cordão de soldadura):

. = 32,5 
65
= − 0,8  √2 = − 0,8 × 4,5 × √2 = 27,4 
2 2
 = minP. ; 1,25 × S = 32,5 
 32,5
= = = 1,19
 27,4
2 2 × 1,19
= = 0,70
2  + 1 2 × 1,19 + 1

1ª e 6ª fiada (J.3.4.1 do EC 3)

Para 1ª e 6ª fiada, o comprimento característico +k¦¦ é dado pelo menor dos


seguintes valores:

131
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Para o caso de fiadas extremas.


+k¦¦,à = 0,57 + 2 + 0,625.
= 0,5 × 100 + 2 × 27,4 + 0,625 × 32,5 = 125,1 
+k¦¦,à = 4 + 1,25. = 4 × 27,4 + 1,25 × 32,5 = 150,2 
+k¦¦,à = 2Ñ = 2 × Ñ × 27,4 = 172,2 
Assim, +k¦¦,à = 125,1 

O momento plástico é dado pela seguinte expressão,


 N +k¦¦ Qš 18N × 125,1 × 235 × 10­›
–‚ ,Ý« = = = 2,16 T&. 
4 Åm 4 × 1,1

Determinação do modo de ruína (figura J.3.3 do EC 3)


4 –‚ ,Ý«
Ç=
 ∑ uƒ,Ý«
Onde,
∑ ƒ,Ý« – Somatório da resistência à tracção dos parafusos de uma fiada.

Então,

4 –‚ ,Ý« 4 × 2,16 × 10œ 2


Ç= = = 1,74 > = 0,70
 ∑ uƒ,Ý« 27,4 × 2 × 90,4 2 + 1
O modo de ruína é o Modo 2 (figura J.3.3 do EC 3). Ruptura dos parafusos, com
cedência da placa.

2 –‚ ,Ý« +  ∑ uƒ,Ý«


uƒ,EáF = =
+
2 × 2,16 × 10œ + 32,5 × 2 × 90,4
= = 170,2 T&
27,4 + 32,5
Desta forma verifica-se que, para a fiada 1 e 6 o esforço máximo suportado pelo
banzo da viga resistente é de uƒ,EáF = 170,2 T&, sendo que o esforço instalado máximo é
de uƒ,½« = 95,6 T&. Sendo assim a resistência esta assegurada.

2ª, 3ª,4ª e 5ª fiada (J.3.4.1 do EC 3)

Para 2ª,3ª,4ª e 5ª fiada, o comprimento característico +k¦¦ é dado pelo menor dos
seguintes valores:

132
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Para o caso de fiadas interiores.


+k¦¦,y = 7 = 100 
+k¦¦,y = 4 + 1,25. = 4 × 27,4 + 1,25 × 32,5 = 150,2 
+k¦¦,y = 2Ñ = 2 × Ñ × 27,4 = 172,2 
Assim, +k¦¦,y = 100 

O momento plástico é dado pela seguinte expressão,


 N +k¦¦ Qš 18N × 100 × 235 × 10­›
–‚ ,Ý« = = = 1,73 T&. 
4 Åm 4 × 1,1

Determinação do modo de ruína (figura J.3.3 do EC 3)


4 –‚ ,Ý«
Ç=
 ∑ uƒ,Ý«
Onde,
∑ ƒ,Ý« – Somatório da resistência à tracção dos parafusos de uma fiada.

Então,

4 –‚ ,Ý« 4 × 1,73 × 10œ 2


Ç= = = 1,39 > = 0,70
 ∑ uƒ,Ý« 27,4 × 2 × 90,4 2 + 1
O modo de ruína é o Modo 2 (figura J.3.3 do EC 3). Ruptura dos parafusos, com
cedência da placa.

2 –‚ ,Ý« +  ∑ uƒ,Ý«


uƒ,EáF = =
+
2 × 1,73 × 10œ + 32,5 × 2 × 90,4
= = 155,9 T&
27,4 + 32,5

Desta forma verifica-se que, para as fiadas 2,3,4 e 5 o esforço máximo suportado
pelo banzo da viga resistente é de uƒ,EáF = 155,9 T&, sendo que o esforço instalado
máximo é de uƒ,½« = 78,3 T&. Resistência verificada.

Resistência da placa

Admitamos uma placa testa com, 600 × 530 × 18, soldada ao pilar por meio de
um cordão continuo com  = 5,5  de garganta.

133
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

. = 32,5 
65
=ℎ− − 0,8  √2 = 115 − − 0,8 × 5,5 × √2 = 76,3 
2 2
 = minP. ; 1,25 × S = 32,5
 32,5
= = = 0,43
 76,3
2 2 × 0,43
= = 0,46
2  + 1 2 × 0,43 + 1

1ª e 6ª fiada (J.3.4.4 do EC 3)

Para 1ª e 6ª fiada, o comprimento característico +k¦¦ é dado pelo menor dos


seguintes valores:

Para o caso de fiadas extremas.


+k¦¦,« = 0,57 + 2 + 0,625.
= 0,5 × 100 + 2 × 76,3 + 0,625 × 32,5 = 222,9 
+k¦¦,« = 4 + 1,25. = 4 × 76,3 + 1,25 × 32,5 = 345,8 
+k¦¦,« = 2Ñ = 2 × Ñ × 76,3 = 479,4 
Assim, +k¦¦,y = 222,9 

O momento plástico é dado pela seguinte expressão,


 N +k¦¦ Qš 18N × 222,9 × 235 × 10­›
–‚ ,Ý« = = = 3,86 T&. 
4 Åm 4 × 1,1
Determinação do modo de ruína (figura J.3.3 do EC 3)
4 –‚ ,Ý«
Ç=
 ∑ uƒ,Ý«
Onde,
∑ ƒ,Ý« – Somatório da resistência à tracção dos parafusos de uma fiada.

Então,

4 –‚ ,Ý« 4 × 3,86 × 10œ 2


Ç= = = 1,11 > = 0,46
 ∑ uƒ,Ý« 76,3 × 2 × 90,4 2 + 1
O modo de ruína é o Modo 2 (figura J.3.3 do EC 3). Ruptura dos parafusos, com
cedência da placa.

134
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

2 –‚ ,Ý« +  ∑ uƒ,Ý«


uƒ,EáF = =
+
2 × 3,86 × 10œ + 32,5 × 2 × 90,4
= = 124,9 T&
76,3 + 32,5

Desta forma verifica-se que, para a fiada 1 e 6 o esforço máximo suportado pela
placa é de uƒ,EáF = 124,9, sendo que o esforço instalado máximo é de uƒ,½« = 95,6 T&.
Sendo assim a resistência esta assegurada.

2ª,3ª,4ª e 5ª fiada (J.3.4.4 do EC 3)

Para 2ª,3ª,4,e 5ª fiada, o comprimento característico +k¦¦ é dado pelo menor dos
seguintes valores:

Para o caso de fiadas interiores.


+k¦¦,x = 7 = 100 
+k¦¦,x = 4 + 1,25. = 4 × 76,3 + 1,25 × 32,5 = 345,8 
+k¦¦,x = 2Ñ = 2 × Ñ × 76,3 = 479,4 
Assim, +k¦¦,y = 100 

O momento plástico é dado pela seguinte expressão,


 N +k¦¦ Qš 18N × 100 × 235 × 10­›
–‚ ,Ý« = = = 1,73 T&. 
4 Åm 4 × 1,1

Determinação do modo de ruína (figura J.3.3 do EC 3)


4 –‚ ,Ý«
Ç=
 ∑ uƒ,Ý«
Onde,
∑ ƒ,Ý« – Somatório da resistência à tracção dos parafusos de uma fiada.

Então,

4 –‚ ,Ý« 4 × 1,73 × 10œ 2


Ç= = = 0,50 > = 0,46
 ∑ uƒ,Ý« 76,3 × 2 × 90,4 2 + 1
O modo de ruína é o Modo 2 (figura J.3.3 do EC 3). Ruptura dos parafusos, com
cedência da placa.

135
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

2 –‚ ,Ý« +  ∑ uƒ,Ý«


uƒ,EáF = =
+
2 × 1,73 × 10œ + 32,5 × 2 × 90,4
= = 85,8 T&
76,3 + 32,5

Desta forma verifica-se que, para a fiada 2,3,4 e 5, o esforço máximo suportado
pela placa é de uƒ,EáF = 85,8 T&, sendo que o esforço instalado máximo é de uƒ,½« =
78,3 T&. Sendo assim a resistência esta assegurada.

Resistência ao esmagamento (Quadro 6.5.3 do EC3)


A resistência ao esmagamento, é dada por:

2,5 Á Q 
uà,Ý« =
Åà

Em que Á, é o menor dos seguintes valores:


.D 32,5
= = 0,6
3 m 3 × 18
7D 100
− 0,25 = − 0,25 = 1,6
3 m 3 × 18
Qà 800
= = 2,2
Q 360
1
E~| = 18 , espessura do banzo da viga resistente e da placa.

2,5 × 0,6 × 360 × 18 × 18 × 10­œ


uà,Ý« = = 139,9 T& > uŽ,½« = 12 T&
1,25
Resistência ao esmagamento verificada.

Nota: Os 3 parafusos laterais de cada lado não foram considerados no dimensionamento.


Estes apenas foram colocados devido a problemas de corrosão que podem ocorrer entre as
chapas.

136
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

7.2. Ligação travessa (M3 e M4) – viga resistente

De acordo com o definido anteriormente, esta ligação foi idealizada como sendo
rígida, e sendo assim terá de ser executada como tal. No entanto não será dimensionada
com base no anexo J do EC3, pois a ligação não se assemelha a base de cálculo
apresentada no anexo.
Para a ligação em análise, a posição mais crítica verifica - se para a posição W1,
onde o momento instalado é maior.

Tabela 7.2 – Valores dos esforços actuantes (Posição


do carro guincho)

Pontos &…« (…«.F­š (…«.F­§ (…«.š­§ –…«.F –…«.š –…«.§


Críticos 2T&3 2T&3 2T&3 2T&3 2T&. 3 2T&. 3 2T&. 3
¸ 8 17,1 PVS 0,6 −12,2 - 0 −19,7 0,8

Figura 7.6 – Esquema da ligação/esforços instalados na ligação

137
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Com base na figura 7.6, e tomando como centro de rotação o parafuso central, a
força instalada nos dois parafusos devido ao momento é dada por:

Figura 7.7 – Distribuição de forças

–…«,š 19,7 × 10œ


uD = uN = = = 109,4 T&
2ℎ 2 × 90 × 10­œ

Com base na figura 7.6, o esforço de corte nos parafusos, é dado pela resultante da
força, devido ao momento e ao esforço normal, com o esforço transverso no plano
vertical x-z. Então o esforço de corte por parafuso é dado por,

&…« N (…«,F­§ N 17,1 N 12,2 N


(…« = җuD + ˜ +— Ò
˜ = —109,4 + ˜ +— ˜ = 115,2 T&
3 3 3 3

Existem também, esforços transversos no plano horizontal x-y, e momento


segundo o eixo dos zz, gerando assim tracção nos parafusos. Estas forças são dadas então
por,
(…«.F­š –…«.§ 0,6 0,8 × 10œ
u…« = + = + = 5,9 T&
3 3×b 3 3 × 45 × 10­œ

Dimensionamento da chapa de amarração

Como a chapa esta à compressão, e é de dimensões reduzidas.

‡ Qš 15 × 260 × 235 × 10­œ


&½« = 126,5 T& < &Ý« = = = 833,2 T&
ÅD 1,1
Resistência verificada.

Nota: O valor do &…« , foi considerado como sendo igual ao esforço normal de
compressão instalado, mais, a força gerada pelo momento instalado.

138
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Dimensionamento dos parafusos

Foram escolhidos parafusos M 24, classe 8.8 Com uma tensão de ruptura Qà =
800 –W, diâmetro dos furos m = 26 , diâmetro nominal = 24 , secção
resistente a tracção ‡… = 353 N .

Resistência ao corte (Quadro 6.5.3 do EC 3)

0,6 Qà ‡… 0,6 × 800 × 353 × 10­œ


uŽ,Ý« = = = 135,6 T&
Åà 1,25
uŽ,Ý« > (…« = 115,2 T&
Resistência verificada

Resistência á tracção (Quadro 6.5.3 do EC 3)

0,9 Qà ‡… 0,9 × 800 × 353 × 10­œ


uƒ,Ý« = = = 203,3 T&
Åà 1,25
uƒ,Ý« > > u…« = 1,9 T&
Resistência verificada.

Nota: Apesar de existirem, para outras posições do carro-guincho, esforços


transversos no plano horizontal (…«.F­š , e momentos –…«,§ ligeiramente superiores ao
verificados para a posição W1 do carro, não se justifica fazer a verificação, pois a
resistência a tracção dos parafusos é muito elevada, e os restantes esforços instalados
para essa posição são inferiores.

Resistência dos parafusos a esforços combinados (6.5.5 do EC 3)

Parafusos que estejam simultaneamente sujeitos ao corte e à tracção devem,


satisfazer a seguinte condição:

uŽ,½« uƒ,½«
+ ≤ 1,0
uŽ,Ý« 1,4uƒ,Ý«

115,2 5,9
+ = 0,88 ≤ 1,0
135,6 1,4 × 203,3

Resistência verificada.

139
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Resistência ao esmagamento (Quadro 6.5.3 do EC3)

A resistência ao esmagamento, é dada por:

2,5 Á Q 
uà,Ý« =
Åà

Em que Á, é o menor dos seguintes valores:


.D 45
= = 0,58
3 m 3 × 26
7D 80
− 0,25 = − 0,25 = 0,78
3 m 3 × 26
Qà 800
= = 2,2
Q 360
1
E~| = 15 

2,5 × 0,58 × 360 × 15 × 24 × 10­œ


uà,Ý« = = 150 T& > uŽ,½« = 115,2 T&
1,25
Resistência ao esmagamento verificada.

140
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

7.3. Ligação diagonal (D6 e D8) - pilar

Estas diagonais de acordo com o esquema estático definido estarão a compressão


&…« = 127,9 T& PVS, no entanto e como já foi referido anteriormente quando as
solicitações horizontais trocam de direcção, estas diagonais ficam a tracção &…« =
119,2 T&.
A geometria das chapas para ligações articuladas em forma de olhal, para uma
dada espessura  = 15 , é dada por:

&…« Å‚ 2 m 127,9 × 235 × 10œ × 1,25 2 × 26


≥ + = + = 40,1 
2  Qš 3 2 × 15 × 235 3

&…« Å‚ 127,9 × 10œ × 1,25 26


5≥ + = + = 31,4 
m
2  Qš 3 2 × 15 × 235 3

De acordo com as dimensões mínimas para  e 5 (ver figura abaixo), estabeleceu-


se a seguinte geometria para a ligação.

Figura 7.8 – Geometria da ligação do elemento

141
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Foram escolhidos parafusos M 24, classe 8.8. Com uma tensão de ruptura
Qà = 800 –W, diâmetro dos furos m = 26 , diâmetro nominal = 24 ,
secção resistente a tracção ‡… = 353 N .

Resistência ao corte (Quadro 6.5.3 do EC 3)

O esforço de corte no parafuso, é dado por:


uŽ,½« = &½«,EáF = 127,9 T&
0,6 Qà ‡… 0,6 × 800 × 353 × 10­œ
uŽ,Ý« = = = 135,6 T& > uŽ,½«
Åà 1,25
uŽ,Ý« > uŽ,½« = 127,9 T&
Resistência ao corte verificada.

Resistência ao Esmagamento (Quadro 6.5.3 e pontos 6.5.11,6.5.13 do EC 3)

A resistência ao esmagamento vem:


2,5 Á Q E~|
uà,Ý« =
ÅN
Onde, E~| = 10  (espessura da chapa de ligação ao gousset)
Á, é o menor dos seguintes valores:
.D 70
= = 0,89
3 m 3 × 26
Qà 800
= = 2,2
Q 360
1
2,5 × 0,89 × 360 × 24 × 15 × 10­œ
uà,Ý« = = 230,7 T& > uŽ,½«
1,25

Em ligações por sobreposição simples de chapas, com apenas um parafuso, o


parafuso deve ser munido de anilhas colocadas sob a cabeça e sob a porca de modo a
evitar a rotura por arrancamento.

O valor de calculo da resistência ao esmagamento uà,Ý« , será então limitado por,

1,5 Q E~|
uà,Ý« =
ÅN

142
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

1,5 × 360 × 24 × 15 × 10­œ


uà,Ý« = = 155,5 T&
1,25
uŽ,Ý« > uŽ,½« = 129,1 T&
Resistência ao esmagamento verificada.

As travessas D5 e D7 ficam também dimensionadas pois os esforços, instalados


são inferiores aos das diagonais, e a secção tubular é a mesma.

143
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

7.4. Ligação pilar – carro lateral

Para a ligação em análise, a posição mais crítica verifica - se para a posição W13,
onde o momento instalado é maior.

Tabela 7.3 – Valores dos esforços actuantes (Posição


 do carro guincho)

Pontos &…« (…«.F­š (…«.F­§ (…«.š­§ –…«.F –…«.š –…«.§


Críticos 2T&3 2T&3 2T&3 2T&3 2T&. 3 2T&. 3 2T&. 3

18 253,4 PVS - −5,6 6,2 0 −44,7 0,4


¼
¬ 18 43,3 PVS −6,2 −340,1 - 0 −203,8 −3,8

De acordo com os esforços da tabela acima e tendo em conta o referencial usado


tem-se,

(D = (…«,F­š PV13S = 6,2 T&


(N = &…« PV13S = 43,3 T&

(zk…ƒy|ƒk = À( ND + ( N N = 43,7 T&


–D = –…«,š PW11S = 44,7 T&. 

Figura 7.9 – Esforços no parafuso (corte B-B)

Considerando-se como eixo de rotação o ponto assinalado na figura 7.9, a


distribuição dos esforços de tracção nas diferentes fiadas de parafusos (figura 7.9), é a
seguinte.
–½« = uD × bD + uN × bN
u~
= × PbDN + bNN S
b~
u~
44,7 × 10œ = × P30N + 390N S
ℎ~
Tendo em conta figura abaixo temos,

uD = 114,0 T&
uN = 8,8 T&

144
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 7.10
10 – Distribuição de forças do nó rígido (corte A--A)

Figura 7..11 – Geometria da ligação/identificação das fiadas

Dimensionamento dos parafusos

Foram escolhidos parafusos M 16, classe 8.8. Com uma tensão de ruptura
Qà = 800 –W,, diâmetro dos furos m = 18 , diâmetro nominal = 16, secção
resistente a tracção ‡… = 157 N .
Considerem-se 8 parafusos da classe 8.8 distribuídos pelas 2 fiadas.

Resistência á tracção (Quadro 6.5.3 do EC 3)

0,9 Qà ‡… 0,9 × 800 × 157 × 10­œ


uƒ,Ý« = = = 90,4 T&
Åà 1,25
uD 114,0 0
uƒ,Ý« > = = 28,5 T&
4 4
Resistência verificada.
145
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Nota: Divide-se por 4, pois cada fiada tem 4 parafusos e como tal a força instalada
uD é dividida pelos 4 parafusos.

Resistência ao corte (Quadro 6.5.3 do EC 3)

Admitindo que só dois parafusos trabalham ao corte,


0,6 Qà ‡… 0,9 × 800 × 157 × 10­œ
uŽ,Ý« = = = 60,3 T&
Åà 1,25
(½« 43,7
uŽ,Ý« > = = 21,9 T&
2 2
Resistência verificada.

Resistência dos parafusos a esforços combinados (6.5.5 do EC 3)

Parafusos que estejam simultaneamente sujeitos ao corte e à tracção devem,


satisfazer a seguinte condição:

uŽ,½« uƒ,½«
+ ≤ 1,0
uŽ,Ý« 1,4uƒ,Ý«

21,9 28,5
+ = 0,59 ≤ 1,0
60,3 1,4 × 90,4

Resistência verificada.

Resistência do banzo do carro lateral

Para a verificação da resistência do banzo, apenas se vão considerar os dois


parafusos interiores, que apertam ao banzo.
De acordo com à disposição dos furos para os parafusos, estabeleceram-se as
seguintes considerações geométricas:

. = 65 
= − 0,8  = 78,75 − 0,8 × 27 = 57,2 
 = minP. ; 1,25 × S = 65
 65
= = = 1,14
 57,15
2 2 × 1,14
= = 0,70
2  + 1 2 × 1,14 + 1

146
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 7.12 – Corte B-B

1ª e 2ª fiada (J.3.4.1 do EC 3)

Para 1ª e 2ª fiada, o comprimento característico +k¦¦ é dado pelo menor dos


seguintes valores:

Para o caso de fiadas extremas.


+k¦¦,à = 0,57 + 2 + 0,625.
= 0,5 × 360 + 2 × 57,2 + 0,625 × 65 = 335,1 
+k¦¦,à = 4 + 1,25. = 4 × 57,2 + 1,25 × 65 = 310,1 
+k¦¦,à = 2Ñ = 2 × Ñ × 57,2 = 359,4 
Assim, +k¦¦,à = 310,1 

O momento plástico é dado pela seguinte expressão,


 N +k¦¦ Qš 15N × 310,1 × 235 × 10­›
–‚ ,Ý« = = = 3,73 T&. 
4 Åm 4 × 1,1

Determinação do modo de ruína (figura J.3.3 do EC 3)


4 –‚ ,Ý«
Ç=
 ∑ uƒ,Ý«
Onde,
∑ ƒ,Ý« – Somatório da resistência à tracção dos parafusos de uma fiada.

147
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Então,

4 –‚ ,Ý« 4 × 3,73 × 10œ 2


Ç= = = 1,44 > = 0,70
 ∑ uƒ,Ý« 57,2 × 2 × 90,4 2 + 1
O modo de ruína é o Modo 2 (figura J.3.3 do EC 3). Ruptura dos parafusos, com
cedência da placa testa.

2 –‚ ,Ý« +  ∑ uƒ,Ý«


uƒ,EáF = =
+
2 × 3,73 × 10œ + 65 × 2 × 90,4
= = 157,2 T&
57,2 + 65

Desta forma verifica-se que, para a fiada 1 e 2 o esforço máximo suportado pelo
banzo do carro lateral é de uƒ,EáF = 157,2, sendo que o esforço instalado máximo é de
uƒ,½« = 114,0 T& . Sendo assim a resistência esta assegurada.

Resistência da placa

Para a verificação da resistência da testa, apenas se vão considerar os dois


parafusos exteriores de cada fila.
Admitamos uma placa testa com, 530 × 620 × 15, soldada ao pilar por meio de
um cordão continuo com  = 5,5  de garganta.
.F = 30 

F = − 0,8  √2 = 30 − 0,8 × 5,5 × √2 = 23,8 

. = 30 
 = 15 
 = minP. ; 1,25 × S = 18,8
 18,8
= = = 1,25
 15
2 2 × 1,25
= = 0,71
2  + 1 2 × 1,25 + 1

1ª e 2ª fiada (J.3.4.4 do EC 3)

Para 1ª e 2ª fiada, o comprimento característico +k¦¦ é dado pelo menor dos


seguintes valores:

148
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Para o caso de fiadas de fora


+k¦¦,y = 0,56‚ = 0,5 × 530 = 265
+k¦¦,y = 0,5H + 2F + 0,625.F =
= 0,5 × 470 + 2 × 23,8 + 0,625 × 30 = 301,4 
+k¦¦,y = 4F + 1,25.F = 4 × 23,8 + 1,25 × 30 = 132,7 
+k¦¦,y = 2ÑF = 2 × Ñ × 20,9 = 149,5 
Assim, +k¦¦,y = 132,7 

O momento plástico é dado pela seguinte expressão,


 N +k¦¦ Qš 15N × 132,7 × 235 × 10­›
–‚ ,Ý« = = = 1,59 T&. 
4 Åm 4 × 1,1

Determinação do modo de ruína (figura J.3.3 do EC 3)


4 –‚ ,Ý«
Ç=
 ∑ uƒ,Ý«
Onde,
∑ ƒ,Ý« – Somatório da resistência à tracção dos parafusos de uma fiada.

Então,

4 –‚ ,Ý« 4 × 1,59 × 10œ


Ç= = = 2,34 > 2
 ∑ uƒ,Ý« 15 × 2 × 90,4
O modo de ruína é o Modo 3 (figura J.3.3 do EC 3). Ruptura dos parafusos.

uƒ,EáF = ‹ uƒ,Ý« = 2 × 90,4 = 180,8 T&

Desta forma verifica-se que, para a fiada 1 e 6 o esforço máximo suportado pela
placa é de uƒ,EáF = 180,8, sendo que o esforço instalado máximo é de uƒ,½« = 114,0 T&.
Sendo assim a resistência esta assegurada.

Resistência ao esmagamento (Quadro 6.5.3 do EC3)

A resistência ao esmagamento, é dada por:

2,5 Á Q 
uà,Ý« =
Åà

149
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Em que Á, é o menor dos seguintes valores:


.D 30
= = 0,56
3 m 3 × 18
7D 150
− 0,25 = − 0,25 = 2,53
3 m 3 × 18
Qà 800
= = 2,2
Q 360
1
E~| = 15 , espessura da chapa de testa.

2,5 × 0,56 × 360 × 18 × 15 × 10­œ


uà,Ý« = = 108,7 T& > uŽ,½« = 21,9 T&
1,25
Resistência ao esmagamento verificada.

7.5. Ligação carro lateral bloco de rodas

De acordo com o catálogo da STAHL, e para blocos de rodas do tipo SR-E 400, a
ligação ao carro é efectuada por meio de 8 parafusos M20 classe 8.8, apertados ao banzo
carro (HEB360).

Figura 7.13 – Blocos de rodas /Posição dos parafusos

150
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

8. Dimensionamento dos Cordões de Soldadura

O dimensionamento dos cordões de soldadura foi efectuado, de acordo com o


REAPE (4), Capítulo IV, artigo 60º. No entanto e de acordo com o Capítulo III, artigo
29º, as dimensões dos cordões de soldadura devem satisfazer aos seguintes
condicionamentos:
a) A espessura dos cordões não deve ser inferior a 3 ;
b) A espessura dos cordões de ângulo não deve ser superior a 0,7  da menor
espessura dos elementos a ligar;
c) Os cordões de ângulo contínuos não devem ter comprimento inferior a 40 ;

8.1. Ligação viga resistente – pilar

O dimensionamento do cordão de soldadura que liga o tubo a chapa de testa segue


o artigo 60º do REAPE, figura 25 h).

Figura 8.1 – Pormenor dos cordões de soldadura

Tabela 8.1 – Valores dos esforços actuantes (Posição do carro guincho)

Pontos &…« (…«.F­š (…«.F­§ (…«.š­§ –…«.F –…«.š –…«.§


Críticos 2T&3 2T&3 2T&3 2T&3 2T&. 3 2T&. 3 2T&. 3
·
13 11,5 PVS 10,6 - −134,6 124,3 22,9 −8,6

13 142,7 PVS - −19,6 13,8 −124,3 32,7 5,5

De acordo com os esforços da tabela acima e tendo em conta o referencial usado


tem-se,

151
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

& = &…« PW11S = 142,7 T& (U


(D = (…«,š­§ PW11S = 13,8 T&
(N = (…«,F­§ PW11S = 19,6 T&
– = –…«,F P(1S = –…«,F PW11S = 124,3 T&. 

5 ã
W+

Figura 8.2 – Esforços no cordão de soldadura

A espessura mínima na ligação é a espessura do tubo com ƒà} = 8 , pois a


chapa tem uma espessura de xqy‚y = 18 . Então, pode-se escrever o seguinte:

3 ≤  ≤ 0,7 × ƒà} = 5,6 ⇒  = 5,5 

Para os cordões verticais, desprezam-se os esforços transversos na direcção(D, ou


seja o esforço transverso perpendicular aos cordões verticais.

1 &…« –…«,F
߅«,zk¦ = — ± ˜
0,77 ∑ + ×  ℎ + 
Onde,

‹ + ×  = 2P300 × 5,5 + 500 × 5,5S = 8800 N

Então,
1 142,7 × 10œ 124,3 × 10›
߅«,zk¦ = Û ± Ü = 216,7 < Qš = 235 –7
0,77 8800 500 × 300 × 5,5
Condição verificada.

Para os cordões horizontais, despreza-se o momento flector.

1 & N
(D
߅«,zk¦ = Ò1,4 — …« ˜ + 1,8 — ˜
0,90 ∑+ × ∑ +q}z~§}|ƒy 

1 142,7 × 10œ 13,8 × 10œ


N N
= Ò1,4 Û Ü + 1,8 Û Ü = 21,6 < Qš = 235 –7
0,90 8800 2 × 500 × 5,5

Condição verificada.

Os restantes esforços não são considerados, pois são muito pequenos, e sua
contribuição é insignificante.

152
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

8.2. Ligação travessa (M3 e M4) – viga resistente

O dimensionamento do cordão de soldadura que liga a chapa Gousset a viga


resistente segue o artigo 60º do REAPE.
5 ã 1 5 ã 2 . 3

Figura 8.3 – Pormenor dos cordões de soldadura/esforços instalados na ligação

Tabela 8.2 – Valores dos esforços actuantes na ligação (Posição


do carro guincho)

Pontos &…« (…«.F­š (…«.F­§ (…«.š­§ –…«.F –…«.š –…«.§


Críticos 2T&3 2T&3 2T&3 2T&3 2T&. 3 2T&. 3 2T&. 3
¸ 8 17,1 PVS 0,6 −12,2 - 0 −19,7 0,8

Cordão 1
Uma vez que a espessura mínima das chapas a ligar é a chapa de testa da viga
resistente com ƒk…ƒy = 10 , pois o gousset tem uma espessura de {}……kƒ = 15 .
Então, pode-se escrever o seguinte:

3 ≤  ≤ 0,7 × ƒk…ƒy = 7 ⇒  = 7 

Considerando o artigo 60º, figura 25, caso b), e considerando apenas os cordões
horizontais, tem-se,
u…«
߅«,zk¦ =
0,67 ∑ + × 
Onde, u…« é a carga paralela aos cordões de soldadura horizontais, e é dada por:

u…« = &…« + uD = 17,1 + 109,4 = 126,5 T&

Nota: uD é força devida ao momento –š aplicado, já calculada aquando do


dimensionamento dos parafusos.

153
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Então,
126,5 × 10œ
߅«,zk¦ = = 89,9 –7 < Qš = 235 –7
0,67 × 2 × 150 × 7
Condição verificada.

Para o esforço transverso no plano x-z, considera-se a situação a) do artigo 60º,


onde a carga actua perpendicularmente ao cordão de soldadura.
u…«
߅«,zk¦ =
0,77 ∑ + × 
Onde, u…« é a carga perpendicular aos cordões de soldadura, que é dada por:

u…« = (…«.F­§ = 12,2 T&


Então,
12,2 × 10œ
߅«,zk¦ = = 4,4 –7 < Qš = 235 –7
0,77 × 2 × 260 × 7
Condição verificada.

Os restantes esforços não são considerados, pois são muito pequenos, e sua
contribuição é insignificante.

Cordão 2

A espessura mínima na ligação é a espessura da chapa com xqy‚y = 15  (os


elementos a ligar têm a mesma espessura). Então, pode-se escrever o seguinte:

3 ≤  ≤ 0,7 × xqy‚y = 10,5 ⇒  = 7 

Considerando o artigo 60º, figura 25, caso f), tem-se,


u…«
߅«,zk¦ =
0,77 ∑ + × 
Onde, u…« é a carga transversal aos cordões de soldadura, e é dada por:

u…« = &…« + uD = 17,1 + 109,4 = 126,5 T&

Nota: uD é força devida ao momento –š aplicado, já calculada aquando do


dimensionamento dos parafusos.

154
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Então,
126,5 × 10œ
߅«,zk¦ = = 52,7 –7 < Qš = 235 –7
0,77 × 2 × 260 × 6
Condição verificada.

Para o esforço transverso no plano x-z, considera-se a situação b) do artigo 60º,


onde a carga actua paralelamente ao cordão de soldadura.
u…«
߅«,zk¦ =
0,67 ∑ + × 
Onde, u…« é a carga paralela aos cordões de soldadura, que é dada por:

u…« = (…«.F­§ = 12,2 T&


Então,
12,2 × 10œ
߅«,zk¦ = = 5 –7 < Qš = 235 –7
0,67 × 2 × 260 × 7
Condição verificada.

Os restantes esforços não são considerados, pois são muito pequenos, e sua
contribuição é insignificante.

Cordão 3

Figura 8.4 – Corte A-A

A espessura mínima na ligação é a espessura do tubo com ƒà} = 6,3 , pois a
chapa tem uma espessura de xqy‚y = 15 . Então, pode-se escrever o seguinte:

3 ≤  ≤ 0,7 × ƒà} = 4,41 ⇒  = 4,5 

155
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Para os cordões horizontais, desprezam-se os esforços transversos do plano x-z, ou


seja o esforço transverso perpendicular aos cordões horizontais. Considerando o artigo
60º, figura 25, caso h), tem-se,
1 &…« –…«,š
߅«,zk¦ = — ± ˜
0,77 ∑ + ×  ℎ + 
Onde,

‹ + ×  = 2P200 × 4,5 + 100 × 4,5S = 2700 N

Então,
1 17,1 × 10œ 19,7 × 10›
߅«,zk¦ = Û ± Ü = 225,2 < Qš = 235 –7
0,77 2700 200 × 100 × 4,5
Condição verificada.

Para os cordões verticais, despreza-se o momento flector.

1 &…« N (…«.F­§
߅«,zk¦ = Ò1,4 — ˜ + 1,8 — ˜
0,90 ∑+ × ∑ +Žkzƒ~xy 

1 17,1 × 10œ 12,2 × 10œ


N N
= Ò1,4 Û Ü + 1,8 Û Ü = 13,1 < Qš = 235 –7
0,90 2700 2 × 200 × 4,5

Condição verificada.

Os restantes esforços não são considerados, pois são muito pequenos, e sua
contribuição é insignificante.

156
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

8.3. Ligação diagonal (D6 e D8) - pilar

O dimensionamento do cordão de soldadura que liga o tubo a patela, segue então o


artigo 60º do REAPE, figura 20 f).

5 ã2

5 ã1

Figura 8.5 – Pormenor dos cordões de soldadura

Cordão 1

A espessura mínima na ligação é a espessura do tubo, com ƒà} = 5 , pois a


chapa tem uma espessura de xqy‚y = 15 . Então, pode-se escrever o seguinte:

3 ≤  ≤ 0,7 × ƒà} = 3,5 ⇒  = 3,5 

Este montante apenas é solicitado segundo o seu eixo, com &…« = 127,9 T& .
Então e de acordo com REAPE, temos
u…«
߅«,zk¦ =
0,77 ∑ + × 
Onde,

‹ + ×  = 2 × Ñ × 69,9 × 3,5 = 1536,1 N

Então,

157
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

127,9 × 10œ
߅«,zk¦ = = 108,1 < Qš = 235 –7
0,77 × 1536,1
Condição verificada.

Cordão 2
u…«
߅«,zk¦ =
0,77 ∑ + × 
Onde,

‹ + ×  = 2 × 140 × 3,5 = 980 N

Então,
127,9 × 10œ
߅«,zk¦ = = 169,5 < Qš = 235 –7
0,77 × 3980
Condição verificada.

As ligações das travessas D5 e D7 ficam também, dimensionadas quanto aos


cordões de soldadura, pois os esforços instalados são inferiores e as dimensões da ligação
são as mesmas.

158
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

8.4. Ligação pilar – carro lateral

Cordão 1

O dimensionamento do cordão de soldadura que liga o pilar a placa base, segue o


artigo 60º do REAPE, figura 20 h).

Figura 8.6 – Pormenor dos cordões de soldadura

Tabela 8.3 – Valores dos esforços actuantes (Posição


 do carro guincho)

Pontos &…« (…«.F­š (…«.F­§ (…«.š­§ –…«.F –…«.š –…«.§


Críticos 2T&3 2T&3 2T&3 2T&3 2T&. 3 2T&. 3 2T&. 3

18 253,4 PVS - −5,6 6,2 0 −44,7 0,4


¼
¬ 18 43,3 PVS −6,2 −340,1 - 0 −200,8 −3,8

De acordo com os esforços da tabela acima e tendo em conta o referencial usado


tem-se,

& = &…« PW11S = 253,4 T&


(D = (…«,F­š PV13S = 6,2 T&
(N = &…« PV13S = 43,3 T&
–D = –…«,š PW11S = 44,7 T&. 

5 ã1
5 ã2

Figura 8.7 – Esforços no cordão de soldadura

159
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

A espessura mínima na ligação é a espessura do tubo com ƒà} = 8 , pois a


chapa tem uma espessura de xqy‚y = 15 . Então, pode-se escrever o seguinte:

3 ≤  ≤ 0,7 × ƒà} = 5,6 ⇒  = 5,5 

Para os cordões horizontais, desprezam-se os esforços transversos na direcção (N,


ou seja o esforço transverso perpendicular aos cordões horizontais.

1 &…« –…«,F
߅«,zk¦ = — ± ˜
0,77 ∑ + ×  ℎ + 
Onde,

‹ + ×  = 2P300 × 5,5 + 500 × 5,5S = 8800 N

Então,
1 253,4 × 10œ 44,7 × 10›
߅«,zk¦ = Û ± Ü = 107,8 < Qš = 235 –7
0,77 8800 300 × 500 × 5,5
Condição verificada.

Para os cordões verticais, despreza-se o momento flector.

1 & N
(N
߅«,zk¦ = Ò1,4 — …« ˜ + 1,8 — ˜
0,90 ∑+ × ∑ +Žkzƒ~xy 

1 253,4 × 10œ 43,3 × 10œ


N N
= Ò1,4 Û Ü + 1,8 Û Ü = 42,6 < Qš = 235 –7
0,90 8800 2 × 300 × 5,5

Condição verificada.

Os restantes esforços não são considerados, pois são muito pequenos, e sua
contribuição é insignificante.

Cordão 2

A espessura mínima na ligação é a espessura da chapa xqy‚y = 15 , pois o


banzo tem uma espessura de ày|§} = 22,5 . Então, pode-se escrever o seguinte:
3 ≤  ≤ 0,7 × xqy‚y = 10,5 ⇒  = 5,5 

160
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

Figura 8.8 – Pormenor dos cordões de soldadura

desprezam se os esforços transversos na direcção (N,


Para os cordões horizontais, desprezam-se
ou seja o esforço transverso perpendicular aos cordões horizontais.

1 &…« –…«,F
߅«,zk¦ = — ± ˜
0,77 ∑ + ×  ℎ + 
Onde,

P300 × 5,5 + 420 × 5,5S = 7920 N


‹ + ×  = 2P300

Então,
1 253,4
253 × 10œ 44,7 × 10›
߅«,zk¦ = Û ± Ü = 125,3 < Qš = 235 –7
0,77 7920 420 × 300 × 5,5
Condição verificada.

Para os cordões verticais, despreza-se


despreza o momento flector.

1 & N
(N
߅«,zk¦ = җ …« ˜ + 1,8 — ˜
0,90 ∑ + ×  ∑ +Žkzƒ~xy 

161
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

1 253,4 × 10œ 43,3 × 10œ


N N
= Ò1,4 Û Ü + 1,8 Û Ü = 44,3 < Qš = 235 –7
0,90 7920 2 × 420 × 5,5

Condição verificada.

Os restantes esforços não são considerados, pois são muito pequenos, e sua
contribuição é insignificante.

162
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

8.5. Viga resistente

O dimensionamento do cordão de soldadura que liga as almas ao banzos da viga


resistente, segue o artigo 60º do REAPE, figura 25 g). O esforço transverso máximo,
verificado para a viga resistente tem um valor de (D = −239,2 T& .

A espessura mínima na ligação é a espessura da chapa yEy = 7 , pois o


banzo tem uma espessura de ày|§} = 8 . Então, pode-se escrever o seguinte:

3 ≤  ≤ 0,7 × ƒà} = 4,9 ⇒  = 4,5 

Figura 8.9 – Pormenor dos cordões de soldadura

De acordo com o REAPE se a espessura do cordão de soldadura respeitar a


condição,  ≥ .yEy /2 ⇒ 4,5 ≥ 7/2 = 3,5  •, então não é necessária a verificação
da segurança. Estes cordões estendem-se pelo comprimento total da viga resistente.
Para o cordão de soldadura que liga o carril ao banzo superior, é usado um cordão
com a mesma espessura que a utilizada para a ligação alma banzo. Também aqui o cordão
de soldadura será contínuo, para assim prevenir problemas de corrosão que possam
ocorrer entre o carril e o banzo pois nessa zona não terá qualquer tipo de tratamento anti-
corrosivo.
Para os restantes cordões, usa-se uma espessura não superior a 0,7  da menor
espessura dos elementos a ligar.

163
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

164
Dimensionamento de um Pórtico Rolante

9. Conclusão

Neste trabalho apresentou-se a metodologia de dimensionamento de um Pórtico


rolante, tendo por base as Normas F.E.M e o Eurocódigo 3.
Fixadas as dimensões e o valor da carga a movimentar pelo pórtico foram
determinadas as acções sobre a estrutura de acordo com o especificado pela FEM. Para a
verificação da resistência das secções foi o Eurocódigo 3 e os aspectos específicos
tratados na norma FEM. Foi dado particular ênfase aos aspectos de verificação da
resistência das secções tendo em vista os múltiplos mecanismos de ruína previstos no
regulamento.
Muitas das questões analisadas no dimensionamento do pórtico são aplicáveis ao
caso de uma ponte rolante convencional pois os requisitos de funcionamento são
semelhantes.
O projecto do Pórtico Rolante fica concluído com os desenhos de definição 2D.

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10. Bibliografia

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2. F.E.M. Federation Europeenne de la Manutention : Rules for Design of Hoisting


Appliances, 1998, 3º Edition.

3. Eurócodigo 3 : Projecto de estruturas de aço - Parte 1.1 - Instituto Portugês da


Qualidade, ENV 1993-1, 1998

4. Regulamento de Estruturas em aço para Pontes e Edifícios (REAPE), Imprensa


Nacional - Casa da Moeda, 1986

5. Gomes, Carlos Reis, Mecânica das Eestruturas 1, Cap. 5 DEMEC, 2010.

6. Alvarez, Arguelles, Estruturas de Acero, Vol.1 Bellisco, 2007.

7. Bases de calcul pour roulement de pounts roulants, Centre Suice de la Construction


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8. www.stahlcranes.com

9. www.gantrail.com

10. Morais, Simões, Desenho Técnico Básico - Desenho de Constroção de Máquinas,


Vol.3, Porto Editora, 2006.

11. Gomes, Carlos Reis, Estruturas Metálicas, Cap. 5,6, DEMEC, 2010.

12. Eurócodigo 3 : Projecto de estruturas de aço - Parte 1.1 - Instituto Portugês da


Qualidade, ENV 1993-1, 2010

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Anexos

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Anexo 1 – Grupo do carro-guincho

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Anexo 2 – Catálogo do carro-guincho

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Anexo 3 – Dimensões (www.vincteknobank.com)

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Anexo 4 – Catálogo dos moto-redutores e bloco de rodas

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Anexo 5 – Catálogo dos grampos de fixação

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