Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Amostra - Central de Serviços Com Software Livre PDF
Amostra - Central de Serviços Com Software Livre PDF
2ª Edição
*
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI
2ª Edição
Jaboatão dos Guararapes, 2016
Edição do Autor
Copyright© 2016 Halexsandro de Freitas Sales
Este livro foi produzido e publicado de forma independente pelo próprio autor e não
possui qualquer vínculo com qualquer editora.
Sales, Halexsandro de Freitas.
Central de serviços com software livre: estruturando uma central de
serviços com o GLPI/ Halexsandro de Freitas Sales. Jaboatão dos
Guararapes: Edição do Autor, 2016.
437 p.
ISBN:
1. Tecnologia 2. ITIL 3. Informática 4. Negócios 5. Administração
O homem sensato adaptase ao mundo.
O insensato insiste em adaptar o mundo a ele.
No entanto, todo progresso depende do homem insensato.
George Bernard Shaw
Dedicatória
Aos meus pais Heráclito e Anunciata que mesmo com todas as privações e
dificuldades causadas pela vida, ainda assim, acreditaram na importância da
construção da fortaleza família e se dedicaram de corpo e alma à criação e
educação minha e de meus irmãos, Heraldo e Tamima.
A minha querida esposa Juliana, minha amada e amante. Por permitirme fazer
parte de sua vida, por apoiarme, mesmo que o objetivo ainda não estivesse tão
claro e, principalmente, por presentearme com o que hoje se traduz em nossa
joia mais valiosa: a ainda pequena Íris que aqui também dedico por encharcar
me o coração de amor e me fazer lembrar das coisas boas da vida!
Sumário
Agradecimentos.................................................................................................................................................................. 13
Sobre o autor........................................................................................................................................................................ 14
Prefácio................................................................................................................................................................................. 15
Introdução............................................................................................................................................................................. 17
Capítulo 3 – Organize-se................................................................................................................................................... 55
Importância de uma ferramenta para controle......................................................................................................... 56
Dificuldades de implantação......................................................................................................................................... 57
Problemas a serem resolvidos...................................................................................................................................... 58
Falta de um Ponto Único para Contato................................................................................................................................................................ 58
Falta de um protocolo de registro........................................................................................................................................................................ 59
Falta de acompanhamento..................................................................................................................................................................................... 59
Falta de retorno sobre incidentes......................................................................................................................................................................... 59
Inexistência de uma ordem para atendimento................................................................................................................................................... 60
Criação de células especializadas.......................................................................................................................................................................... 60
Falta de base de dados para erros conhecidos................................................................................................................................................... 60
Descrença por parte de usuários quanto a resolução....................................................................................................................................... 60
Gerenciamento de recursos humanos.................................................................................................................................................................. 60
Problemas que podem acontecer................................................................................................................................ 60
Realização de solicitações informais.................................................................................................................................................................... 60
Desconhecimento ou inexistência do SLA........................................................................................................................................................... 61
Desconhecimento dos meios de comunicação................................................................................................................................................... 62
Despreparo na utilização da Ferramenta............................................................................................................................................................. 62
Falta de Apoio da Alta Gerência............................................................................................................................................................................ 62
A Deus por todas as coisas e situações boas em minha vida que me permitem
desfrutar de prazer e as difíceis que me permitem aprender e crescer!
Aos milhares de profissionais e entusiastas em software livre que dedicam horas
de suas vidas a projetos e pessoas ao redor do mundo.
A Roberto Cohen que, de bom grado, novamente prestou inestimável ajuda
neste projeto e a Rafael Sales por ler e relatar como a primeira edição deste
livro o ajudou.
Agradeço ainda a todos os professores e mestres que tive em minha vida,
autores dos bons livros que já li e todos os profissionais com quem já tive e
ainda tenho contato, em especial, a todos meus alunos que me inspiram a
buscar o máximo de mim e a você leitor.
Todas essas pessoas contribuíram e contribuem determinantemente em minha
educação e formação.
Sobre o autor
É com muito prazer que escrevo algumas linhas sobre a presença do Halexsandro em nossa
instituição (Salesianos de Dom Bosco) em Angola.
Dentre os nossos numerosos projetos sociais, abrimos no ano 2009 um sobre os direitos
humanos. Neste projeto destacamos o direito ao estudo e o direito a informação. Achamos importante
desenvolvermos estes dois direitos por meio da disseminação da informática e decidimos abrir uma
sala de aula com software e sistema operativo “open source”.
A escolha caiu sobre o GNU/Linux Ubuntu. O nosso grande problema era montar uma sala
didaticamente eficiente e ensinar e formar jovens angolanos de forma que eles mesmos pudessem
formar outros jovens. Por graça do Halexsandro resolvemos os dois problemas e colhemos ainda mais
frutos. Ele formou dois jovens os quais hoje trabalham como técnicos informáticos em empresas
angolanas. Os formadores angolanos, por meio da paixão e competência do Halexsandro se
envolveram completamente no projeto encontrando neste mestre uma ajuda para mudar sua atitude
sobre o Linux de negativa para positiva e formarem assim cerca de 1.000 pessoas a utilizarem a suíte
Ubuntu e a entrar no mundo “open source”, recebendo estímulos e conteúdos que melhoraram as
atividades escolares de todos.
Agradecemos o Halexsandro por esta importante contribuição num Projeto que abriu novas
mentalidades, oportunidades, ideias a centenas de jovens. Seu contributo voluntário, gratuito, solidário
foi enorme e ainda hoje dá fruto.
Pe. Stefano Francesco Tollu, Angola.
Prefácio
Não conheço pessoalmente o autor desse livro. Tampouco no mundo digital. Fiquei surpreso e,
claro, um tanto alegre e com um filete de satisfação por ser classificado como uma “autoridade no
assunto” para escrever essa resenha.
O importante não são os meus sentimentos, mas o fato que não tenho por que elogiar o autor ou
mesmo bajulálo. Coubeme única e exclusivamente avaliar a qualidade do texto recebido e expressar
minha opinião. E gostei. Bastante.
Halexsandro não escreve para os grandes bancos e indústrias que contam com dezenas de
funcionários de TI (o que não significa que não possam aprender com ele). Escreve para 95% da massa
de empresas brasileiras formadas por quatro a dez pessoas em sua área de TI. Seu estilo de escrita
permite manter uma conversa direto com o leitor, o que cria um nível de intimidade e aproximação
muito bom.
Nessa obra ele atalha caminhos e tempos, oferecendo um manual bê à bá (todos apreciamos ler
sobre a teoria, mas na hora de apresentar resultados, a experiência prática dos outros agiliza o trajeto
e incrementa nossa produtividade) de como instrumentalizar o departamento de suporte para obter o
máximo de proveito da tecnologia disponível. Ensina a montar um Service Desk de cabo a rabo
reunindo as peças do software GLPI como um Lego: desde os passos da instalação do software, suas
configurações até detalhes complexos como criação do portfólio de serviços, a administração da base
de conhecimento e outros detalhes como a integração com LDAP.
Para quem deseja acelerar o amadurecimento de seu setor de atendimento, ler o texto será feito
o empuxe da decolagem de um jato: segurese, por que estará além do que espera em poucas horas de
leitura. Bom proveito e parabéns ao autor pela iniciativa de reunir a teoria com a prática, resultando
em algo que vale muito mais do que o preço de capa desse livro. Cordialmente,
Roberto "El" Cohen
Diretor do 4HD,
autor dos livros:
"Implantação de Help Desk e Service Desk",
"Gestão de Help Desk e Service Desk",
"Os melhores artigos de uma década de Help Desk e Service Desk" e
"Métricas para Help Desk e Service Desk".
Depoimento sobre a primeira edição
Há um constante aumento da abrangência e importância da Tecnologia da Informação – TI em
relação ao restante da estrutura organizacional. Consequência disto é que a TI, cada dia ganha mais
espaço dentro das organizações e seu alinhamento estratégico com o negócio é fator primordial e de
fundamental importância para o sucesso da organização. Por este motivo, há uma necessidade
constante de melhoria na qualidade do serviço prestado, nas mais diversas modalidades de negócio.
A partir da primeira edição desta obra, que reúne um excelente referencial teórico sobre as
melhores práticas da gestão da TI muito bem alinhado com a vivência de seu autor, é fornecido uma
visão ampla, gerando na equipe a capacidade de implantação de uma central de serviços, tornando
possível a tabulação, mapeamento, quantificação, qualificação e sobretudo, estabelecer um controle de
prioridades no atendimento dos chamados. O bom funcionamento de uma central de serviços é de
suma importância para o departamento de TI, pois a imagem que o usuário tem da TI está diretamente
relacionada a forma com que a central de serviços trata os chamados em andamento. Assim sendo,
posso dividir a linha do tempo de nossa TI em dois períodos antes (caos) e depois da implantação da
Central de Serviços (total controle de todos os processos) totalmente implantada com base neste
poderoso ferramental.
Esta solução veio de encontro com as necessidades de melhorias na prestação dos serviços de TI,
somada às boas práticas da biblioteca de serviços do ITIL, estas por sua vez, mostraramse flexíveis,
rumo à excelência na prestação de serviços, garantindo que a atuação da TI seja o mais eficiente
possível, evitando ao máximo as interrupções.
Com o levantamento das demandas e a geração do Catálogo de Serviços, o Gerenciamento de
Incidentes e Problemas, foi possível normatizar o atendimento ao usuário, orientandoo a utilizar o
sistema e seguir o fluxo correto da abertura do chamado. O conhecimento real das demandas também
possibilitou estruturar os níveis 1 e 2 de atendimento técnico para a maturidade do serviço. Todo este
processo tornou a Central de Atendimento a referência de relacionamento entre os usuários e a TI,
algo que até então inexistia.
A capacidade técnica da equipe, de identificar os problemas existentes através de levantamento
de demandas, catálogo de serviços e registro de chamados e ainda, vislumbrar a superação dos
mesmos, implementando soluções adequadas foi imprescindível para ir além dos resultados esperados.
Podese perceber claramente que, através dos conceitos de gestão estratégica de TI e com
domínio do conhecimento do negócio, a tendência é encontrar soluções eficazes aos problemas
existentes e tornar seus serviços mais eficientes.
Obrigado Halexsandro de Freitas Sales por investir seu tempo para construção de um material de
tamanha qualidade. Este material tratase de artilharia pesada para um gestor de TI que esteja disposto
a enfrentar o caos e estabelecer um controle dos processos da TI em sua organização.
Rafael Barros Sales
Especialista em Gestão de TI
Analista de Suporte Técnico da Secretaria de Estado de Planejamento do Acre
Introdução
Confesso que não pretendia fazer uma segunda edição desta obra mas, as mudanças ocorridas
nos projetos GLPI e Debian acabaram por me forçar a realizar uma atualização do capítulo de
instalação e consequentemente de vários outros detalhes do livro. Quando dei por mim, eu já estava
revisando o texto e um projeto que eu havia previsto para duas semanas de esforço, já atravessava a
sua quarta semana. Foi quando decidi não apenas atualizar, mas sim trabalhar em um produto novo,
com novos assuntos que não haviam sido tratados anteriormente, tal como a gestão de entidades e
autenticação via IMAP de forma a agregar um maior valor aos leitores.
O livro continua com as principais características e conteúdos da edição anterior, porém, vários
itens foram reordenados e outros tópicos foram acrescentados.
A inserção dos novos conteúdos custou o formato original do livro que não mais coube em um
formato A5 (formato anterior) por superar o volume de 700 páginas. Parei o projeto por uma semana
pensando se compensaria alterar o formato de A5 para A4, deixando o livro um pouco maior e difícil
de manusear fisicamente. Revi todas as possibilidades e aceitei a que me sobrou. Liberar o livro com
tamanho A4 e com todo o conteúdo pretendido e criado para esta edição. Particularmente, prefiro
livros no formato A5 mas, muito conteúdo novo teria de ser excluído apenas para viabilizar este
formato nesta nova edição.
Nesta segunda edição, o nível de administração está um tanto mais elevado. Em vez de um
cenário de apenas uma entidade, tal como na edição anterior, é proposto um cenário com o
estabelecimento de uma Central de Serviços que atenda tanto a Matriz, quanto uma filial da empresa.
Com isso conseguimos explorar os recursos de gestão de entidades e o leitor não terá dificuldades para
levar isso para o seu dia a dia, estruturando uma Central de Serviços para atender a diferentes clientes.
Espero que goste desta nova edição e como de costume, me ponho a sua inteira disposição para
bater um papo, receber críticas e elogios referente a este trabalho.
Primeira parte do livro
A primeira parte se desenvolve do capítulo 1 ao 3 e tem por objetivo apresentar o cenário da TI
nos negócios, a perspectiva de mercado e a atual situação em que se encontram os profissionais de TI
de modo geral. São apresentadas ainda as principais normas aplicadas às áreas de TI que são voltadas
ao gerenciamento de serviços de tecnologia da informação. O intuito desta parte do livro é introduzir o
conceito de qualidade em prestação de serviços e amadurecer o profissional de TI de forma que este
passe a dar mais atenção e valor ao mundo a sua volta, colocando a TI no papel do “melhor amigo” do
negócio e não como o negócio de fato ou apenas um recurso para o negócio.
Os temas abordados de forma alguma finalizam os assuntos apresentados, estes apenas atiçam a
curiosidade para o leitor ir à busca de algo novo ao perceber a situação em que se encontra.
Segunda parte do livro
A segunda parte do livro é focada de fato na execução de seu objetivo: a estruturação de uma
Central de Serviços com o GLPI. O conteúdo desta parte do livro o guiará da instalação de um servidor
GNU/Linux com serviço de hospedagem de páginas em PHP e um banco de dados MariaDB, passando
pela parametrização do sistema GLPI e chegando à entrega de serviços aos seus usuários finais.
Caso você nunca tenha utilizado um servidor GNU/Linux antes, isto não será um problema. Para
viabilizar a execução de todo o conteúdo apresentado, realizei simulações com pessoas de diferentes
níveis de conhecimento em informática na tentativa de obter a menor dificuldade possível. Desenvolvi
ainda, um script para automatizar a instalação do ambiente, caso você tenha alguma dificuldade.
Apêndices
Os apêndices desenvolvidos no fim do livro visam auxiliálo, indo um pouco mais a fundo nos
temas abordados ao longo do livro e que não foram tão esclarecidos a fim de não causar impacto
negativo a didática proposta. São temas relacionados à rotina de backup, operação do editor de texto
Nano que vem presente na instalação do Debian e utilização de alguns plugins.
Conclusão
Ao fim da leitura deste livro e da absorção dos conceitos nele apresentados, o leitor terá
conhecimento suficiente para
• Garantir a implantação de uma Central de Serviços focada em entregar resultados ao seu
cliente,
• Elaborar procedimentos e normas, catálogo de serviços e SLA de forma madura e que de fato
agregue valor para as partes interessadas.
• Realizar o gerenciamento da Central de Serviços, criação e apresentação de indicadores de
performance.
Tecnologias utilizadas na produção do livro
Tenho orgulho em dizer que este livro foi todo construído com software livre. Em sua produção,
foram utilizados os seguintes softwares:
• GNU/Linux Debian [www.debian.org]
• LibreOffice [www.libreoffice.org]
• GIMP [www.gimp.org]
• InkScape [www.inkscape.org]
• BonitaSoft [www.bonitasoft.com]
• Gnome DIA [http://diainstaller.de]
• GLPI [http://glpiproject.org]
• MariaDB [www.mariadb.org]
• GNS3 [www.gns3.com]
A única exceção existente está relacionada a integração ao LDAP, em que realizei os testes em
um servidor Microsoft® para garantir que o leitor tivesse resultados parecidos em seu ambiente.
Normas, padrões, livros e artigos citados
Em todo o livro é possível encontrar citações dos materiais consultados junto ao texto e em notas
de rodapé. Uma visão completa das citações pode ser encontrada na Bibliografia ao final do livro.
Direito de marcas e nomes de empresas citados
As marcas citadas neste livro pertencem as suas empresas e não existe nenhum vínculo real com
esta obra literária. As situações em que os equipamentos apresentam problemas são fictícias e de forma
alguma possuem a intenção de denegrir a imagem dos produtos, marcas ou seus proprietários. As
mesmas apenas foram utilizadas por serem muito bem conhecidas no mercado internacional.
A empresa HJI Advocacia não existe até o lançamento desta edição do livro e sua sigla é a junção
das primeiras letras de meu nome, minha esposa e minha filha. Seus funcionários são todos fictícios e
qualquer coincidência deve ser tratada como tal.
Encarecidamente agradecido,
Halexsandro de Freitas Sales
Capitulo 1
U m mundo além
da TI
Acorde! Existe um mundo inteiro fora da sala de informática precisando de ajuda e você só vai
conhecêlo e conseguir ajudálo se fizer mais do que simplesmente “suporte a informática”.
Entenda desde já: a área de informática não é a mais importante da empresa.
Independentemente do ramo desta empresa.
Para que você consiga realmente executar um bom trabalho, na implantação de uma Central de
Serviços, é fundamental que você entenda, acredite e venda esta ideia para toda equipe, de forma que
trabalhem em conjunto por um bem maior: o negócio da empresa.
Empresas não são movidas por ilhas de departamentos isoladas e que possuem vidas próprias.
São movidas por um barramento de processos, formando a conexão de todos os seus departamentos,
cada um dando a sua contribuição na cadeia de valores existente, caso contrário estes departamentos
não seriam necessários. Essa abordagem proporciona, inclusive, uma ação mais direta dos
departamentos da empresa nos processos de negócios, requisitando ação de sua hierarquia superior
apenas quando necessário.
Imagine uma pequena rede de padarias com seis lojas espalhadas pela cidade. De forma a
atender as necessidades ligadas ao seu negócio (fabricar e vender pães), a empresa começa a crescer
em contingente para executar atividades administrativas de apoio a sua operação. Essas pessoas
realizarão tarefas que, a princípio, não estão ligadas diretamente a linha de produção da empresa. Mas
não subestime essas pessoas e suas funções. Elas mantêm todo o processo da empresa em
funcionamento por meio de apoio, tal como o departamento de informática também o faz. Isso é o que
Capitulo 4
I nstalação do GLPI
Para tudo que se faça na vida, é preciso darse o devido respeito. Tudo tem seu limite. Os limites
são fatores que demonstram que excedemos e os excessos nem sempre são bemvindos. Se por um lado
exceder as expectativas de um superior seja algo maravilhoso, exceder nossos limites físicos nem
sempre será tão bom assim.
Quando tratamos de coisas físicas, os excessos tendem a gerar desgastes. Alguns desgastes
podem ser recompensados durante a vida e outros não. Quando penso em hardwares, gosto sempre de
fazer uma analogia ao corpo humano. Você pode alcançar picos de esforços em alguns momentos da
vida, mas viver com seu corpo acelerado por ela inteira, lhe causará problemas irreparáveis no futuro.
É necessário tomar a devida atenção ao dimensionar um equipamento para comportar um serviço. Este
pode aguentar vários picos de operação durante o dia, mas certamente começará a apresentar
problemas se estes picos ocorrerem por muitos momentos ao longo do dia ou se ficarem em ocorrência
por um tempo longo.
Na maioria das literaturas as quais já tive acesso cuja temática seja implantação de servidores
GNU/Linux, uma coisa é quase certa de estar presente: você pode usar uma máquina de configuração
mais humilde. Concordo com isso sem questionar. O kernel Linux realiza uma ótima administração dos
recursos de hardware, o que permite execução de sistemas robustos e complexos com o consumo
| 66 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
minimalista de hardware.
O grande problema, então, encontrase no que quase nunca é dito nos livros: configuração
humilde é igual a um valor menor em quantidade de recursos e não em qualidade. O que muitas
pessoas confundem e fazem é utilizar máquinas quase que sucateadas para levantar serviços que
podem passar a ser críticos para a empresa ou para um departamento sob alegação de que o sistema é
GNU/Linux e dará conta do recado. O Linux realiza uma ótima administração dos recursos que você
entrega para ele, mas ele não recupera o hardware danificado ou desgastado.
Uma grande utilidade para servidores GNU/Linux, por exemplo, é a de servidor proxy de
internet, de forma a realizar NAT, filtro de conteúdo, dentre outras funcionalidades “semelhantes” ou
com o mesmo fim: gerenciar e controlar acesso à internet. Uma distribuição muito famosa no passado
foi a “Coyote Linux”, que embora nunca a tenha utilizado, li diversos artigos dizendo que esta poderia
rodar diretamente na memória da máquina, dando um boot apenas pelo disquete – dependendo da sua
idade, é possível que você nunca tenha utilizado um disquete na vida. Existiam casos em que esta
rodava “perfeitamente” – segundo os artigos – em um computador com processador 486 DX II.
Essas implantações ficaram famosas por garantirem a utilização de hardwares que antes seriam
descartados das empresas.
Os serviços rodavam até o fim da vida útil deste hardware, que finalizava seu ciclo com o dano
de algum componente que não fosse possível substituir ou que o custo do mesmo não justificasse sua
aquisição, sendo então, providenciada a troca do equipamento por um mais novo.
Estes danos se davam, como quase a totalidade deles, de forma inesperada e o resultado disso
era a interrupção brusca do serviço de internet da empresa. A questão é que a internet não era assim
tão trivial nesta época. Poucos serviços já haviam de fato convergidos para a rede mundial, logo, ficar
sem internet um ou mais dias, não representava um prejuízo de fato para as empresas.
Lembro que, na época, um email não possuía valor algum. Ninguém dava credibilidade a um
documento que viesse por email. Hoje o cenário é bem diferente. A internet é trivial para a atividade
da maioria das empresas ao redor do mundo. A indisponibilidade deste serviço pode acarretar em
grandes prejuízos financeiros para as empresas.
Aqui não vou falar diferente dos outros livros. Um servidor com GNU/Linux realmente exige
muito pouco de um hardware. Mas vou falar um detalhe que a maioria das literaturas não menciona: a
segurança dos seus dados e a garantia de continuidade dos serviços exigem muito mais de um
hardware. Não exige mais no sentido de capacidade, mas de qualidade, de forma a garantir a
integridade e operação destes serviços.
Você não precisará se preocupar com isso para os nossos testes neste livro, mas, se for implantar
um novo serviço em uma empresa, repense sobre estes aspectos. Do que adiantará levantarmos um
ótimo serviço em uma máquina sucateada, garantindo a redução do custo de implantação, se em
apenas um mês de operação, este sair do ar por conta de um HD danificado?
Um problema deste tipo, além de parar o serviço bruscamente, levando a baixo a credibilidade
da TI, leva ao risco da perda de dados, caso o processo de backup esteja falho. Se você não se
preocupou com o hardware a ser utilizado, é quase certo que o backup não tenha sido uma de suas
prioridades também.
Aqui no livro vamos considerar uma escala mínima para o hardware em questão, mas esta escala
deve crescer de acordo com sua demanda. Não peque pensando apenas na reciclagem de máquinas
que iriam para o lixo. Antes de reabilitálas, verifique se estão realmente em condições de uso para
produção. Tome um cuidado especial com memórias e discos rígidos, estes são os grandes vilões
quando computadores são reaproveitados.
Não estou dizendo que não deva se preocupar com o meio ambiente e o consumo indevido de
recursos de TI. Muito pelo contrário. O que quero é que você tenha amadurecimento suficiente para
prover soluções que de fato atendam a empresa. Ao utilizar equipamentos desgastados para serviços
críticos, você apenas eleva os riscos da operação de TI no ambiente. Você será tido como um rei, até o
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 67 |
dia em que os problemas começarem a aparecer.
Pré-requisitos para dar seguimento no livro
Para garantir que você utilize este livro da melhor forma possível e que consiga de fato aplicar
todos os passos nele descrito, você necessitará de alguns itens importantes daqui para frente:
• Computador com uma configuração mínima a ser descrita abaixo para instalação do servidor.
• Computador Desktop para você acessar o servidor e executar os testes necessários.
• Conexão com a internet para baixar o sistema operacional, sistema GLPI e demais aplicativos
necessários ao ambiente.
• Rede de dados entre o Servidor GLPI e o seu Desktop para permitir acesso via navegador de
internet.
Essas são as recomendações para executar as atividades tal como estão neste livro. Você poderá,
é claro, realizar a instalação do servidor em sua própria máquina e ainda baixar os aplicativos para
instalação desconectada. Mas estas características não serão abordadas aqui. O objetivo é proporcionar
ao leitor um grau mínimo de dificuldade para iniciar o ambiente do sistema e depois apenas
aprofundar o seu conhecimento no sistema GLPI.
Para quem não tem um hardware em casa apenas para testes, pode ser utilizado o programa
VirtualBox para virtualização do servidor. Um conselho que dou para este caso, é colocar a interface de
rede no modo Bridge. Isso fará com que o servidor seja visto como mais um host em sua rede, evitando
problemas comuns a quem possui pouca ou nenhuma experiência com a virtualização.
Lembrese! Se for utilizar o VirtualBox, conforme citei, você deve selecionar Rede em
Configurações da máquina virtual e definir a placa em modo Bridge. No campo “Nome”, você deve
selecionar a placa de rede do seu computador que está diretamente conectada à rede de dados com
acesso à internet.
A seguir serão expostos algumas configurações de hardware que também podem ser
consideradas para seu projeto virtualizado, caso este seja sua intenção.
Descrição do hardware a ser utilizado
Para implantação do GLPI, será necessário um hardware que atenda as expectativas, de forma a
manter o Sistema em nível de operação o maior tempo possível, garantindo ainda a integridade e
segurança das informações nele contidas.
Para que o Sistema seja realmente utilizado por todos, o mesmo deve estar sempre disponível,
ou, pelo menos, disponível o tempo acordado para que não haja perda de credibilidade por parte dos
usuários. Neste caso, vale lembrar que toda a gestão da TI estará disponível através do mesmo, logo,
tornase válido dizer que: se o Sistema parar, o Departamento de TI também parará ou, pelo menos,
sofrerá perda de desempenho.
A indisponibilidade do Serviço colocaria em descrédito todo o Serviço da Central de Serviços. O
Hardware que comportará o Servidor deve prover os seguintes recursos: processamento, memória,
espaço em disco e conexão de rede com banda suficiente para comportar a carga causada pela
demanda de acessos dos usuários.
Logo, a correta estimativa da quantidade de usuários finais que o sistema terá, implicará
decisivamente na especificação e dimensionamento do hardware a ser utilizado. Para tanto, é preciso
que o Departamento de TI esteja definitivamente alinhado com a Empresa para que se possa prever
este nível de informação.
São tempos difíceis economicamente, onde é necessário curvarse por várias vezes para conseguir
alcançar um objetivo final. Dado fatores externos, a previsão poderá falhar devido a uma súbita
mudança de estratégia da Empresa, mas é preciso estar alinhado ao ponto de também se conhecer o
perfil de mudança de estratégia. Isso fará total diferença pra a aquisição ou até virtualização de um
| 68 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Servidor, pois a ideia é que os investimentos trabalhem sobre retorno garantido e sempre que possível,
gerem lucro.
O Servidor terá de comportar decentemente as seguintes cargas de aplicativos:
• Sistema Operacional moderno;
• Serviço HTTP
com suporte a PHP;
• Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD);
• Arquivos do Sistema GLPI;
• Arquivos de Plugins do GLPI;
• Crescimento de dados da Base de Dados utilizada pelo Sistema;
• Arquivos de usuários (documentos e termos de aceite);
• Arquivos de configuração de ativos de rede;
• Documentação do ambiente de TI;
• Documentos relativos à base de conhecimento e FAQ.
Cada um dos itens citados consomem espaço em disco, memória e demandam por
processamento, além é claro, de servirem a usuários conectados, ou seja, necessitam de largura de
banda de rede. É necessário conhecer o consumo de cada recurso, de forma a poder mensurar a
capacidade do servidor que receberá o Sistema e logo de início, mapear gargalos que possam surgir.
Saber que às vezes é passivo do sistema apresentar problemas de performance devido a alta demanda
é parte do jogo. O problema é não conhecer onde ou quando estão ocorrendo estes gargalos. O
mapeamento dos gargalos auxiliarão na resposta ao problema: conviver com o gargalo ou investir para
tratálo?
Para a iniciativa do livro, vou recomendar uma configuração básica de hardware que lhe
permitirá usar todos os exemplos aqui contidos. Contudo, para uma operação real, é necessário que se
tome mais cuidados.
A tabela a seguir traz uma configuração mínima para o servidor. Repare que se trata de uma
configuração básica, que utilizaremos apenas para testes.
Descrição de Hardware Capacidade
Processador > 1.0 GHZ
Memória > 256 MB
HD > 20 GB
Rede 10/100
Tabela 4.01: Configuração de hardware
O Sistema GLPI funciona em qualquer plataforma que dê suporte a linguagem PHP e seus
módulos/bibliotecas (conectores de banco de dados, agentes de email, conectores de diretório LDAP,
dentre outros). Sua única limitação fica por conta do desenvolvimento único para trabalhar com o
banco de dados MySQL exclusivamente. Mas isso não limita sua utilização, já que o MySQL é
disponibilizado em versões para diversos Sistemas Operacionais e seu desenvolvimento é realizado
pela Oracle, inclusive com suporte corporativo.
Como estamos montando um servidor que deve ser escalável e economicamente viável para
qualquer ambiente, o Sistema Operacional a rodar nossa aplicação terá de ser leve para exigir o
mínimo possível de recursos computacionais, possibilitando uma virtualização, caso seja a escolha
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 69 |
necessária. O sistema tem ainda de oferecer compatibilidade com o protocolo TCP/IP e possuir
compatibilidade com um Servidor HTTP que suporte a linguagem de programação PHP 15 e seus mais
diversos módulos e compatibilidade com o SGBD (Sistema de Gestão de Banco de Dados) MySQL.
Embora não seja uma boa prática colocar aplicação e banco de dados sob os mesmos recursos,
trabalharemos dessa forma para otimizarmos os custos de implantação e facilitar a didática pretendida
neste livro.
Porque um GNU/Linux?
A principal resposta é a mais simples: porque é uma opção de software livre, existindo ainda a
opção de serem gratuitos. Isso garante a implantação de um ambiente de alta performance e de baixo
custo ao mesmo tempo.
Essas duas características viabilizam a implantação desta solução em qualquer ambiente. Por não
existir investimento financeiro, não significa que o mesmo deve ser feito de qualquer forma. O grande
diferencial será a viabilização de uma solução para a Central de Serviços em TI, garantindo total
conformidade com as diretrizes de segurança e melhores práticas de mercado.
Foi escolhido o Sistema GNU/Linux como plataforma de implantação devido a sua vasta
documentação de fácil acesso, nível de segurança proporcionado, estabilidade, compatibilidade com as
mais diversas arquiteturas de hardwares, alta disponibilidade e baixo requisito de hardware, podendo
ser executado em máquinas virtuais com poucos recursos – não confundir poucos recursos com baixa
qualidade.
Existem hoje várias versões de GNU/Linux no mercado. Umas possuem desenvolvimento 100%
colaborativo (inteiramente feito por uma comunidade hacker, podendo haver ainda recursos
financeiros injetados por empresas que se interessem em seu desenvolvimento), parcialmente
colaborativo (um misto entre comunidade hacker e empresas de tecnologia cuidando de ferramentas
específicas ou fornecendo equipes de desenvolvedores, designers, hospedagens de serviços, etc.) e
outras versões quase que exclusivamente Corporativas (onde a maior parte de seu desenvolvimento –
quase que 100% – é feito pelo apoio de uma ou mais empresa do ramo de tecnologia). Neste último
caso, citase a Red Hat (Red Hat Enterprise) e a Canonical (Ubuntu) como as maiores entre elas.
Os diferentes “sabores” GNU/Linux são formalmente chamados de distribuições. Cada
distribuição possui suas características peculiares, todas com dois bens em comum: são munidas de um
kernel Linux e ferramentas GNU.
O Kernel Linux foi desenvolvido inicialmente pelo finlandês Linus Torvalds, foi baseado no
kernel do sistema Minix e posteriormente distribuído sob a licença GPL16.
Após sua liberação em 1991, o kernel Linux passou a ser desenvolvido por milhares de pessoas
ao redor do mundo, o que facilitou sua rápida distribuição e aceitação em diversos nichos do mercado.
O Kernel continua e sempre continuará disponível gratuitamente e de forma aberta, tornando
possível que qualquer pessoa ou entidade o altere e redistribua de acordo com suas necessidades,
desde que respeitando os termos de sua licença de distribuição.
Além dessas características, o kernel Linux ainda possui a possibilidade de vir compilado com o
“Net Filter”, que é um poderoso firewall de código fonte aberto e de livre e gratuita distribuição. O Net
Filter possui uma interface de comandos chamada Iptables e seus recursos podem ser facilmente
expandidos por meio de seus módulos, que podem tanto vir com a distribuição (é garantido o
fornecimento dos recursos mais utilizados) quanto serem recompilados junto ao kernel (o que
demandará um maior conhecimento técnico).
Com a utilização do Net Filter, não necessitaremos de adquirir um software de firewall para
mantermos a segurança básica do Servidor.
NOTA: Embora no livro não sejam utilizados nenhum exemplo de configuração do firewall no
GNU/Linux, é aconselhado que o leitor busque literaturas complementares sobre o assunto de forma
15 www.php.net
16 http://www.gpl.org
| 70 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
a elevar o nível de segurança do servidor, quando este estiver em produção.
O projeto GNU, por sua vez, teve início com Richard Stallman em 1983 com a intenção de se
recriar um sistema baseado nos antigos Unix, que estavam tendo seus códigos fechados por seus
fabricantes. A ideia inicial do projeto era a de se criar o máximo de ferramentas compatíveis com o
ambiente Unix e agrupálas a um kernel que seria posteriormente desenvolvido.
O projeto correu a passos largos, porém o kernel GNU de fato ainda não estava pronto quando,
então, surgiu o Kernel Linux. O que as pessoas começaram a fazer foi unir o kernel Linux a várias
ferramentas GNU de forma a tornar os dois projetos algo realmente utilizável e que fosse de fato 100%
composto por software livre.
Utilizandose dessa técnica – unir kernel Linux ao software GNU – começaram a surgir pequenos
projetos e comunidades de desenvolvimento, dando então origem as primeiras distribuições
GNU/Linux no mundo.
Uma distribuição GNU/Linux nada mais é que um projeto de desenvolvimento de um sistema
operacional completo (completo por incluir recursos de usuários, ou seja, para além do Kernel)
munido do kernel Linux e de ferramentas GNU, com uma cultura única e objetivos declarados.
O kernel das distribuições será “sempre” o Linux, o que altera com muita frequência são os
softwares GNU contidos por padrão. Existem distribuições que são voltadas para Desktops, outras para
servidores, algumas outras para uso em meio acadêmico ou iniciação científica. Cada distribuição tem
o seu perfil e objetivo definidos. É preciso pesquisar e às vezes testar algumas para que você encontre a
que melhor lhe atenda.
NOTA: Deixei a palavra “sempre” entre aspas devido ao fato de ultimamente alguns projetos
estarem dando suporte a outros kernels, tal como o próprio projeto Debian.
Debian17 tratase de uma distribuição GNU/Linux desenvolvida por uma comunidade muito
ativa, que teve início em 16 de Agosto de 1993. Possui atualmente suporte a mais de 60 idiomas,
dentre eles o Português do Brasil. Possui suporte nativo a 3 tipos de kernels de código fonte aberto:
Linux, FreeBSD, Hurd e é licenciada pela GPL.
Um dos principais objetivos do Debian é se manter o mais livre de erros de software possível –
bugs. Seus desenvolvedores priorizam a estabilidade do sistema, não importando se para isso seja
necessário retardar a liberação de uma nova versão de alguma aplicação. A estabilidade e segurança
vêm sempre em primeiro lugar na cultura de desenvolvimento do Debian.
Outro fato importante do desenvolvimento do Debian é que seus desenvolvedores não colocam
por padrão ferramentas que possam transgredir de alguma forma os limites da licença GPL sob a qual
o mesmo é distribuído, mas tomam o cuidado de deixálo compatível com os padrões POSIX caso
exista a necessidade de alguma instalação de software Comercial no Sistema. Isso garante que o
Sistema seja, inquestionavelmente, livre e flexível, de forma a atender todas as demandas de seus
usuários.
Tal fato traz o conforto de trabalharmos com um Sistema Operacional robusto, moderno, de alta
performance e de baixo custo de implantação.
O instalador do Debian pode ser obtido de forma gratuita diretamente no site de
desenvolvimento do Sistema. Com o Debian em especial, é possível termos um Sistema Operacional
minimalista, ocupando a menor quantidade de recursos possíveis, deixandoos disponíveis para os
processos que executarão sobre o mesmo. Esse é o caso do serviço HTTP, SQL e demais aplicativos que
serão necessários para utilizarmos o GLPI.
Além das características citadas, o Debian possui ainda um espetacular software de
gerenciamento de pacotes de aplicações (aptget) com mais de 40.000 pacotes rigorosamente testados,
compilados e disponibilizados, além de uma forte política de atualização e distribuição dos mesmos.
17 http://www.debian.org
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 71 |
pelos desenvolvedores quanto usuários como mais populares, estarão sempre nas primeiras mídias e os
menos populares vão ficando para as mídias seguintes porém, todos pacotes estarão sempre
disponíveis pelos repositórios via internet.
Como estamos produzindo um servidor que poderá facilmente ser colocado em operação após
seus estudos – e eu espero de coração que isso aconteça – a distribuição a ser utilizada será a
recomendada pela equipe para um ambiente de produção – a Stable. Por tanto, vamos começar a pôr
as mãos na massa realizando o download direto do site do projeto Debian.
Na página inicial do projeto já é possível obter uma imagem mínima de instalação. Vamos
utilizar essa imagem em todo nosso livro. Tratase de uma imagem mínima, mas que é o suficiente
para termos um sistema GNU/Linux básico.
Após a instalação do sistema operacional, faremos alguns ajustes para que possamos realizar a
instalação dos demais softwares necessários diretamente pelo serviço “aptget” do Debian. Não se
preocupe em nunca ter usado um servidor GNU/Linux, apenas se concentre em digitar todos os
comandos aqui apresentados, exatamente como estão.
Acesse o site do projeto Debian – http://www.debian.org –, no topo da página, no canto direito,
clique em “Baixe o Debian”.
Imagem 4.01: Link de download do Debian
Imagem 4.02: Download da imagem do Debian
Salve o arquivo em um diretório de sua preferência. Geralmente, os sistemas modernos colocam
no diretório denominado “Downloads” por padrão.
Atualmente, a versão mais recente é a 8.3. Pode ser que quando você for realizar o download,
esta versão não seja mais a atual e exista outra no lugar dela. Se o primeiro número da versão for o “8”
(oito), não há com o que se preocupar. Tudo aqui se aplicará perfeitamente.
Caso a versão já seja a 9, ou alguma posterior, você terá problemas para realizar os passos de
configuração dos repositórios do sistema. Não é nada demais, mas aconselho que você estude um
pouco mais sobre o “aptget” e a configuração de repositórios do Debian.
Gravar a imagem em um CD
Após o download do arquivo, tornase necessário graválo em um CD para que este possa ser
utilizado no processo de instalação em um computador.
Para “queimar a imagem”, como o processo é conhecido, será necessário que se utilize de um
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 73 |
software de gravação de CDs e DVDs. Praticamente todos os aplicativos de gravação de discos atuais
executam este processo.
Neste exemplo será utilizado o software Brasero. Este software vem por padrão em muitas
distribuições GNU/Linux e sua interface é perfeitamente simples.
Basta selecionar a opção “Gravar imagem”, selecionar o arquivo baixado e clicar em “Criar
imagem”. Após este processo, o CD será inicializável e poderá ser utilizado para formatação do
Servidor.
NOTA: não tente apenas gravar o disco como se fosse um arquivo a ser colado no CD. Essa imagem
preserva um sistema de boot que permite que ela possa ser utilizada para iniciar um computador.
Caso você desconsidere esta informação, o seu CD será inutilizado. Caso você esteja utilizando outro
software e tenha dificuldades ou dúvida quanto as opções, pesquise na documentação do próprio
software como se realiza a gravação de imagens do tipo ISO. Caso o software não tenha
documentação, recorra à internet.
Imagem 4.03 – Painel do aplicativo Brasero
18 http://www.VirtualBox.org/
| 74 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Imagem 4.04 – Software VirtualBox
Na tela que será aberta, insira um nome para identificar a máquina virtual. Selecione o tipo
sendo “Linux”. Aqui usaremos ainda a versão “32bit”. Se não possui experiência, sugiro que apenas
siga os passos conforme descrito.
Imagem 4.05 – Criação de máquina virtual no VirtualBox
Agora, clique em “Próximo” para darmos continuidade.
Será aberta uma nova janela perguntando a quantidade de memória que desejamos configurar
para este servidor. É importante ressaltar que esta memória será utilizada da quantidade disponível na
máquina hospedeira, ou seja, do seu Desktop. Logo, seja sensato e analise quanto você pode de fato
retirar do seu Desktop e passar para a máquina virtual.
Para nosso laboratório, a quantidade de 256 MB dará conta do recado sem fraquejar. Para
ambientes de produção, recomendase uma melhor avaliação dos recursos necessários de acordo com o
tamanho do ambiente.
Imagem 4.06 – Definição de memória para a máquina virtual
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 75 |
Após definir a quantidade de memória, clique em “Próximo” para configurarmos o HD virtual.
Selecione a opção “Criar um novo disco rígido virtual agora”.
Em seguida, clique no botão “Criar”.
Imagem 4.07 – Criação de disco para a máquina virtual
O disco rígido na verdade, será um arquivo binário criado no HD da máquina hospedeira. A
próxima tela nos questiona qual será o formato deste arquivo. Apenas selecione a opção “VDI
(VirtualBox Disk Image)” e clique em “Próximo” para seguirmos com o roteiro.
Imagem 4.08 – Tipo de disco para a máquina virtual
A próxima tela nos questionará se queremos escolher entre alocação de espaço de disco dinâmico
ou de tamanho fixo.
Selecione a opção “Dinamicamente alocado” e clique no botão “Próximo”.
A grande diferença entre essas opções é que o VirtualBox não criará um arquivo de vários
Gigabytes logo de início. Ele criará um arquivo pequeno e a medida em que for crescendo dentro do
sistema virtualizado, cresce o arquivo no disco da estação hospedeira.
Imagem 4.09 – Tipo de alocação de espaço para o disco
| 76 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Imagem 4.10 – Definição do tamanho do disco virtual
Agora você deve selecionar o tamanho do disco rígido da máquina virtual. Para comportar
apenas o sistema GLPI, 20 GB será o suficiente para rodar em uma empresa de pequeno porte e de
baixa complexidade de serviços.
Após estes passos a máquina virtual já estará disponível para uso. Repare que a mesma agora é
listada à esquerda da tela do VirtualBox. À direita da tela, temos todas as configurações da máquina
virtual selecionada.
Antes de a inicializarmos a máquina virtual, precisamos realizar alguns ajustes referente a
configuração de rede.
Imagem 4.11 – VirtualBox com máquina criada
Para tanto, clique na opção “Rede” do lado direito do painel:
Imagem 4.12 – Opção de rede da máquina virtual
Com isso abriremos a configuração da máquina virtual selecionada.
O painel aberto possui uma lista dos recursos que podemos alterar à esquerda e os parâmetros
relacionados ao item do lado esquerdo são listados do lado direito.
Como selecionamos o item “Rede”, este já vem aberto para que realizemos as alterações
necessárias.
Ao criarmos uma máquina no VirtualBox, esta vem com sua rede configurada para o modo NAT
(Network Address Translation). Como o enfoque aqui não é rede de computadores, basta entender que
é como se fosse uma rede virtualizada e controlada pelo próprio VirtualBox. Isso acarreta em uma
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 77 |
maior dificuldade para nosso objetivo que é acessar o sistema GLPI após sua instalação.
Como medida de contorno, teremos de alterar a configuração da placa de rede da máquina
virtual para o modo Bridge.
Imagem 4.13 – Configuração da rede no VirtualBox
Selecione a opção “Conectado a:” e em seguida selecione a opção “Placa em modo Bridge”.
Na opção “Nome:” é necessário que seja selecionada a placa do seu Desktop que está
devidamente conectada a rede. Serão listadas todas as placas presentes em seu computador. Selecione
aquela que está conectada a rede.
Caso seja uma plana de redes sem fio, selecionea mesmo assim. Para a máquina virtual ela será
apenas uma placa de rede com o cabo conectado e utilizará da conexão já estabelecida entre o seu
desktop e a rede para trafegar os dados. Isso tudo de forma transparente e sem complicações.
Imagem 4.14 – Configuração da rede no VirtualBox
Com a placa de rede em modo Bridge o VirtualBox fará com que a máquina virtual assuma que
está conectada diretamente em sua rede de dados local. Ou seja, ela será de fato mais um host na sua
rede e não estará mais isolada pelo VirtualBox. Ela compartilhará da mesma placa física do
computador hospedeiro, de seus recursos e largura de banda.
A próxima etapa agora passa a ser a seleção do disco de inicialização para dar “boot” na máquina
virtual.
Nós já realizamos o download do arquivo ISO do Debian. Podemos agora tomar a decisão de
usar um CD para dar o boot na máquina virtual e instalarmos o sistema ou, simplesmente,
selecionarmos a imagem ISO para que o VirtualBox a trate como um CD. Isso mesmo! Sequer
precisaremos “queimar” um CD nesta opção.
Para realizarmos essa configuração, clique na opção “Armazenamento” do lado esquerdo. Repare
que, ao centro, em “Árvore de armazenamento” temos 2 itens principais: “Controladora: IDE” e
“Controladora: SATA”.
Estas controladoras representam nosso CDROM e HD da máquina virtual respectivamente.
| 78 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Repare ainda que o ícone de CD da “Controladora: IDE” consta como “Vazio”. Selecione o ícone
de CDRom. Do lado direito serão apresentadas algumas outras opções.
Imagem 4.15 – Configuração do disco de boot no VirtualBox
Clique no ícone de CD a extrema direita da tela. Será aberta uma janela de opções. Nela,
selecione a opção “Selecionar Arquivo de Disco Óptico Virtual”.
Será aberta uma janela para que você navegue até o local onde baixou a imagem do Debian
(arquivo ISO).
Selecione a imagem e clique no botão “Abrir”.
Imagem 4.16 – Seleção da imagem de boot para a máquina virtual
Imagem 4.17 – Exibição da máquina virtual no VirtualBox
NOTA: Alguns computadores oferecem a opção de escolher a opção de boot durante a inicialização
do BIOs sem a necessidade de termos de entrar na configuração do BIOs. Em geral, quando esta
opção está disponível, a mensagem aparece na tela, dizendo que você deve pressionar uma
determinada tecla para utilizála.
Independente de ser em uma máquina virtual, ou em um hardware dedicado, ao qual estamos
denominando Servidor, não existe diferença entre o processo de instalação em ambos os métodos
senão as necessidades de alterações já atendidas pelas configurações realizadas no próprio VirtualBox.
O processo de instalação do Debian
O Debian permite que façamos uma instalação em modo texto ou em modo gráfico. Como não é
possível prever o nível de conhecimento que você possui, proponho o modo de instalação gráfico, que
é muito mais amigável. Mas se você já possui um nível maior de conhecimento, poderá realizar a
configuração como bem preferir.
Na primeira tela do sistema, selecione a opção “Graphical install”. Isso fará com que o programa
de instalação utilize uma interface mais amigável para você executar o processo de instalação do
sistema.
Tome cuidado ao selecionar a opção “64 bit graphical install”. Tenha certeza de que seu
hardware seja realmente de 64 bits e caso esteja usando o VirtualBox, lembrese que criamos uma
máquina de 32 e não 64 bits.
Imagem 4.18 – Tela de início do instalador do Debian
NOTA: para navegar entre as opções durante o processo de instalação, você pode utilizarse das
setas para cima, para baixo, esquerda, direita e TAB do teclado. Para seleção, utilize a tecla “Enter”.
Na opção de instalação gráfica também é possível utilizar o mouse.
Na próxima tela, selecione o idioma do sistema com as setas do teclado (para cima ou para
baixo) ou utilizando o mouse, já que estamos na interface gráfica.
Em nosso caso, instalaremos o ambiente em português do Brasil. Isto traz alguns benefícios como
manuais do sistema em português e alguns erros do sistema, caso estes ocorram. Após selecionar a
linguagem, clique no botão “Continue” ou navegue até o mesmo com a tecla “Tab” de seu teclado,
clicando em seguida no botão “Enter” do teclado ou “Continue” na tela.
| 80 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Imagem 4.19 – Tela de seleção de idioma para o sistema
Imagem 4.20 – Mensagem de tradução incompleta
Em seguida, será aberta a tela para a seleção de sua localidade.
Imagem 4.21 – Tela de seleção de localidade
Selecione a opção Brasil ou a que melhor lhe convir e clique em “Continuar”.
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 81 |
A próxima tela é onde você configura o “layout” do teclado que será utilizado. Se você estiver no
Brasil com um teclado padrão brasileiro, basta selecionar a opção “Português Brasileiro” caso
contrário, selecione o “layout” mais indicado ao seu Hardware. Embora isso não seja abordado neste
livro, ressalto que é possível alterar essa configuração posteriormente sem qualquer problema.
Imagem 4.22 – Tela de seleção de layout de teclado
Feito isso, o sistema começará a detectar seus componentes de hardware e configurações de rede
automaticamente.
O Sistema tentará buscar um servidor DHCP na rede para que seja realizada a configuração
automática da interface de rede. É suposto que você possua um serviço DHCP ativo em sua rede.
Geralmente, os roteadores das operadoras de internet realizam este serviço nas residências.
Para o ambiente proposto no livro, estou afirmando que a rede utilizada é a 192.168.0.0 e
máscara de 24 bits, isso é igual à máscara 255.255.255.0. Estou definindo ainda que o servidor GLPI
ficará com o endereço IP igual a 192.168.0.1, sendo este o primeiro endereço IP da rede.
NOTA: Ao fim da instalação apresentarei os comandos necessários para visualizar sua configuração
de rede e como tornála definitiva, de forma que o sistema não fique dependente do servidor DHCP
e que possa por ventura trocar de endereço sem sua concepção.
Agora, o programa de instalação do Debian solicitará um nome para o servidor – hostname. Em
nosso teste, será utilizado o nome glpiserver. Mas esta é uma configuração que também pode ser
alterada posteriormente, embora também não apresentado neste livro.
NOTA: É importante salientar que cada computador em uma rede deve ter um nome de host único,
ou seja, caso esteja montando um servidor em um ambiente de produção e escolha outro nome para
ele, tenha certeza de que este seja único na rede e se existir alguma política prescrita para
nomenclatura de servidores, é de bom grado seguila.
Após a inserção do hostname do servidor, clique no botão “Continuar” para prosseguirmos com a
instalação.
| 82 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Imagem 4.23 – Tela de seleção de hostname
Imagem 4.24 – Tela de seleção de nome de domínio
NOTA: É importante que você coloque o mesmo nome, caso esteja instalando em um ambiente de produção, de
domínio que utiliza em sua rede. Caso contrário, o nome sugerido não representará problema algum.
Em seguida, será solicitada a senha para o usuário root do servidor.
Em sistemas baseados nos padrões POSIX, o usuário com maior privilégio possui o nome de root.
Uma pequena analogia é afirmar que este é o usuário administrador da máquina, como existem nos
sistemas Microsoft Windows.
NOTA: É aconselhável que se tome muito cuidado com a utilização desta conta de usuário, pois a
mesma pode realmente fazer qualquer coisa dentro do sistema. Um simples comando digitado
errado pode deixar todo o sistema inoperante.
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 83 |
Imagem 4.25 – Tela de inserção de senha do usuário root
Como estamos apenas propondo um ambiente de instalação para estudos, vamos colocar a senha
deste usuário como “123456” (de 1 a 6 sem aspas).
NOTA: Se você estiver montando um ambiente de produção, por segurança, escolha uma senha mais complexa.
Insira a senha no primeiro campo, repita a mesma no segundo e em seguida clique em “Continuar”.
Será solicitada a configuração de um novo usuário para o sistema. Este usuário possuirá
privilégios não administrativos no sistema.
Informe o nome completo deste usuário. No exemplo foi colocado o nome do usuário:
“Halexsandro de Freitas Sales”. Você pode colocar o seu nome ou um nome qualquer. Embora seja
parte da instalação do sistema, podemos remover este usuário ou criar outros posteriormente, de
acordo com a nossa necessidade.
Imagem 4.26 – Tela de cadastro de novo usuário
Na próxima tela, será solicitado um nome de login para este novo usuário. Este nome será
baseado no nome do usuário inserido anteriormente, mas você pode colocar o nome que desejar. Caso
seja um ambiente de produção, é uma boa prática manter os padrões existentes. Neste exemplo, o
nome ficou apenas como halexsandro.
NOTA: É importante salientar que para os sistemas GNU/Linux, as letras maiúsculas e minúsculas
são totalmente diferentes. Logo, o login Halexsandro é totalmente diferente de halexsandro ou
hAlexsandro. Isso também vale para a utilização de senhas. Caso sua senha seja 123@abc, ela é
totalmente diferente de 123@abC. Se você não for um usuário já habituado com isso, tome muito
cuidado ao escolher logins e senhas para sistemas GNU/Linux, caso contrário, você poderá perder o
acesso ao mesmo.
| 84 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Imagem 4.27 – Tela de criação de novo usuário
Será agora solicitada a senha para este novo usuário. Como o ambiente proposto é apenas para
aprendizado, utilizaremos a senha “123456”. Logo, insira a senha no primeiro campo, repetindoa no
segundo.
Imagem 4.28 – Tela de inserção de senha do novo usuário
O próximo passo será configurar o fuso horário utilizado pelo seu servidor. Como hoje estou
morando em Pernambuco, este será o meu fuso horário, mas é importante que selecione o correto para
evitar problemas com horário do servidor no futuro. E pode ter certeza, isso impacta e muito uma
Central de Serviços. Falaremos mais tarde sobre isso.
Imagem 4.29 – Tela de deleção de fuso horário
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 85 |
Agora, o sistema de instalação iniciará o programa de partição de discos. Para quem nunca teve a
oportunidade de trabalhar com sistemas baseados em Unix, lhe parecerá um tanto confuso a primeira
vista, mas ao adaptarse e entender o funcionamento do gerenciamento de dispositivos nestes sistemas,
você certamente reconhecerá que é muito mais eficiente e preciso que os demais existentes no
mercado.
O particionamento de um ou mais discos com o GNU/Linux parecerá, a princípio, um tanto
quanto complexo, mas isso não é verdade. Não abordarei técnicas de dimensionamento de discos,
estruturas de diretórios e arquivo do sistema aqui, o propósito é uma instalação utilizável para fins de
estudos. Caso o leitor deseje aprender um pouco mais sobre o assunto, recomendo fortemente a leitura
do Guia Foca Linux19, de Gleydson Mazioli da Silva. Tratase de um guia completo para estudantes de
GNU/Linux, indo do básico ao avançado com uma didática incrível. O mesmo é licenciado pela GPL e
pode ser obtido gratuitamente no site do projeto.
Para esta instalação, utilizaremos a opção “Assistido – usar o disco inteiro”. Se sua máquina
cumpriu os requisitos básicos, você não terá problema algum com isso. Se você já possui qualquer
experiência e está certo do que está fazendo, fique à vontade para configurar as partições e discos da
forma que preferir. No entanto, para seguir o processo do livro, basta selecionar a opção referida e
pressionar “Enter” ou clicar no botão “Continuar”.
Imagem 4.30 – Tela de método de particionamento de disco
Agora serão exibidos os discos rígidos (HD) presentes/detectados na máquina. Neste exemplo,
possuímos apenas 1 disco. Selecione o disco e pressione “Enter” ou clique no botão “Continuar” para
prosseguir.
Imagem 4.31 – Tela de notificação de risco de perda de arquivos
19 http://www.guiafoca.org/
| 86 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
NOTA: Tenha certeza do que está fazendo. Isso apagará todos os dados presentes no HD da
máquina. Não recomendo a utilização de um HD com dados. Caso você esteja utilizando de uma
máquina que possui HDs com dados de qualquer tipo, é por sua própria conta e risco.
O instalador do Debian ainda nos proporciona uma opção de segregar as pastas mais importantes
do sistema automaticamente para nós ou colocar todas na mesma partição, ou ainda separar apenas o
diretório “home” – diretório onde ficam os arquivos dos usuários, para nós.
De forma a manter a simplicidade proposta neste livro, selecionaremos a opção “todos os
arquivos em uma partição (para iniciantes)”. Não se preocupe com isso no momento. O objetivo por
hora é colocar o ambiente do GLPI em produção e não garantir a melhor performance do servidor onde
este rodará. Por hora, apenas nos interessa habilitar a função Central de Serviços. Por tanto, ao
selecionar a opção indicada anteriormente, clique em “Continuar”.
Imagem 4.32 – Tela de método de particionamento de disco
O instalador lhe apresentará como ficará seu disco. Note que estes dados mudarão de acordo
com a capacidade de seu hardware. Repare ainda que fora criada uma partição cujo tipo recebe o
nome de swap. Esta partição é, na verdade, uma extensão da memória RAM de seu computador. Isso
evitará que o sistema trave ou reinicie caso algum programa se comporte mal e tente consumir mais
memória do que o hardware possui. Embora não seja uma coisa muito comum de acontecer em
servidores bem dimensionados, este recurso garante sua operabilidade mesmo com níveis críticos de
operação.
Se o seu hardware atendeu aos requisitos mínimos, posso te garantir que não será necessária a
utilização desta memória. Mas não se incomode com ela. Por segurança, a mesma deve sempre existir
e sua dimensão variará de acordo com o hardware e serviço a ser utilizado sob o mesmo. As
configurações propostas pelo instalador do Debian nos atenderão sem sombras de dúvida.
Imagem 4.33 – Tela de método de particionamento de disco
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 87 |
Selecione então “Finalizar o particionamento e escrever as mudanças no disco”. Isso fará com
que a nova tabela de partição seja criada e todo o conteúdo do HD seja definitivamente apagado.
Por segurança, o instalador questiona se você tem certeza do que deseja fazer. Caso esteja certo
de sua atitude em formatar seu HD, marque a opção “Sim” e em seguida clique no botão “Continuar”.
Imagem 4.34 – Tela de confirmação
O instalador realizará então as mudanças no disco e em seguida, começará a copiar os arquivos
para os discos.
Imagem 4.35 – Seleção do país onde o servidor se encontra
Agora selecione um dos repositórios oficiais presentes na lista.
Imagem 4.36 – Seleção de um repositório oficial presente no país selecionado
| 88 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
A próxima tela identifica se a conexão passa por um proxy. Tomo como base que não exista
proxy entre o servidor e a internet, portanto, deixe em branco e pressione “Continuar”.
Imagem 4.37 – Configuração de um servidor proxy
NOTA: As atualizações não abrangem apenas o sistema em si, mas sim todo e qualquer software que
tenha vindo do repositório oficial do Debian. Se descobrirem uma brecha de segurança, por
exemplo, no servidor HTTP que utilizaremos – Apache, assim que a equipe do Debian o recompilar
com a devida correção, este estará disponível para atualizarmos com a maior facilidade possível.
Como estamos com a estação desconectada da rede, este processo acusará um erro, dizendo que
não foi possível encontrar os repositórios do Debian.
Neste ponto, clique em “Voltar” para cancelarmos a configuração automática do repositório e na
tela seguinte, marque a opção “SIM” e clique em “Continuar” para darmos seguimento sem repositório.
O sistema básico é justamente o nosso objetivo nesta instalação, portanto, não se preocupe com
esta informação do sistema.
O Projeto Debian mantém um programa de pontuação dos pacotes que proporciona a seus
desenvolvedores indicadores dos pacotes mais utilizados. Isso norteia a equipe de desenvolvimento a
escolher quais os pacotes que devem vir nos primeiros CDs, ou quais softwares têm de receber maior
quantidade de recursos a fim de facilitar a utilização do sistema.
NOTA: Não confunda esta técnica com qualquer tipo de espionagem ou recolhimento de informação
não autorizada. Na verdade, tratase de um mecanismo colaborativo de eleição de pacotes e seu foco
final é o benefício direto dos seus próprios usuários. Eu recomendo fortemente a aceitação de uso
deste recurso, mas isso é questão de opinião para cada um. Para o meu caso, selecionei “Sim” e
cliquei em “Continuar”.
Você é livre até para esta escolha. Repare que a ferramenta vem por padrão na opção “Não” de
forma a não forçar o recolhimento de informações dos usuários menos avisados que costumam clicar
sem ler.
Selecione a sua opção e clique em “Continuar”.
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 89 |
Imagem 4.38 – Tela de participação em programa de eleição de pacotes
Imagem 4.39 – Tela de seleção de perfil de instalação do Debian
Apenas clique em “Continuar” nas etapas acima para prosseguirmos com o processo de
instalação. Feito isso, o sistema instalará os pacotes básicos de utilitários para que possamos executar o
sistema.
Bom, aqui já é uma pergunta da qual não teremos tantas escolhas assim. É questionado se
desejamos instalar o gerenciador de boot GRUB. Responderemos “Sim”, pois sem isso não será possível
iniciarmos o nosso servidor.
Imagem 4.40 – Tela de instalação do GRUB
| 90 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Imagem 4.41 – Tela de finalização do instalador
Imagem 4.42 – Tela de finalização do instalador
Não se preocupe, o sistema reiniciará e começará a levantar normalmente.
NOTA: Caso o sistema retorne ao programa de instalação, reinicie sua máquina manualmente, remova o CD do
Debian da bandeja, entre no BIOS e altere o parâmetro de Boot para iniciar primeiramente pelo HD.
O ambiente Web
O GLPI é desenvolvido para rodar via servidor Web. Logo, o que precisaremos é de um servidor
web para permitir aos usuários o acesso ao mesmo.
Imagem 5.43– Fluxo requisição de página web
e ser referenciado por outro nome como HTTP Server. Isso visa desvincular o nome da Fundação ao
produto.
É importante mencionar que o GLPI pode rodar em qualquer sistema operacional e qualquer
servidor Web. A única restrição é que o servidor Web utilizado tem de possuir suporte a linguagem
PHP em sua versão 5.6 ou superior.
Instalando pacotes e ferramentas essenciais
O Debian possui um excelente gerenciador de pacotes chamado aptget. Este aplicativo nos
permite instalar programas do projeto e manter atualizado todo o ambiente sem muito esforço.
Vamos fazer uma lista de checagem para que possamos garantir que instalaremos todo o
ambiente sem perda de tempo. Para executarmos o GLPI, necessitaremos de:
• Servidor Web com suporte a PHP 5.6 ou superior;
• Bibliotecas de conexão do PHP com suporte ao banco de dados MySQL (são as mesmas
utilizadas pelo MariaDB);
• Suporte ao LDAP (para autenticar usuários externamente em uma base de dados LDAP);
• IMAP (para ler caixa de email);
• SMTP (para enviar email de followups).
• SGBD MySQL (utilizaremos o MariaDB).
No site do próprio GLPI é listado como dependências apenas o Servidor Web com PHP e o
MySQL como banco de dados. Mas se não atentarmos aos detalhes, passaremos por vários problemas
ocasionados devido a dependências de software que o site do projeto não nos auxilia a resolver.
De posse do seu sistema operacional GNU/Linux Debian devidamente instalado, iremos agora
passar para a preparação do ambiente, de forma a viabilizarmos a solução.
MariaDB e não MySQL
Em 2010, a gigante dos bancos de dados Oracle adquiriu a Sun Microsystems. A Sun era uma das
maiores, senão a maior, empresa a investir em software livre no mundo. Estava por trás das iniciativas
de projetos de código fonte aberto como o Open office, Java e é claro, o banco de dados MySQL.
Após a aquisição, a empresa passou por mudanças muito grandes e várias demissões foram
feitas. Uma das maiores mudanças foi o abandono – desinteresse – do desenvolvimento do Open
Office. Aos poucos, com as mudanças internas que aconteceram na empresa, os programadores
voluntários que participam do projeto foram abandonandoo e logo em seguida, algumas pessoas se
reuniram e criaram um fork da aplicação. Este projeto foi batizado de LibreOffice 20 – utilizado para
escrever este livro da primeira a última linha. Pouco tempo depois, o Projeto Open Office foi
definitivamente descontinuado pela Oracle e seu código foi doado à fundação Apache que o mantêm
ativo até hoje e com o nome OpenOffice21.
Embora ainda desenvolva o MySQL, temos de encarar o fato de que o produto mais importante
da Oracle também é um banco de dados e os recursos investidos para manter e desenvolver o MySQL
podem ser descontinuado por qualquer que seja a razão.
Outra observação a ser feita é que algumas mudanças no desenvolvimento e distribuição do
MySQL já começaram a acontecer e que em muito desagradam os olhos da comunidade de software
livre. Abaixo tem uma cópia da licença do manual do comando mysql:
20 http://www.libreoffice.org
21 https://www.openoffice.org
| 92 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Imagem 4.44– Licença da documentação do MySQL
Imagem 4.45– Licença da documentação do MariaDB
Anteriormente, este arquivo era licenciado pela GPL. Talvez isso seja um sinal do triste destino
do banco de dados mais utilizado na internet.
Para que lamentarmos se temos opções disponíveis?
O Projeto MariaDB
Verdade seja dita. Pessoalmente, acredito que o maior problema do GLPI hoje seja sua limitação
referente ao banco de dados. O GLPI apenas trabalha com o MySQL. Esta limitação, de certa forma,
pode inviabilizar a implantação do GLPI em alguns ambientes corporativos onde o MySQL não seja
homologado e o processo de homologação seja muito restritivo quanto a utilização de outros SGBDs
senão os já homologados no ambiente.
O projeto MariaDB22 nasceu com o objetivo de ser um substituto para o MySQL. O sistema se
esforça ainda pra ser a escolha lógica para os profissionais de banco de dados que buscam um servidor
SQL escalável, robusto e confiável. O projeto reforça seu compromisso com o desenvolvimento de uma
ferramenta de código aberto e de alta qualidade.
Todo o código do MariaDB e sua documentação está licenciado sob a GPL, LGPL ou BSD. O
MariaDB não possui nenhum módulo ou documentação licenciada de forma que não se possa alterar e
redistribuir livremente. Os desenvolvedores ainda afirmam que, todo o código fechado que está
presente no MySQL 5.5 “Enterprise” possuem versões de código aberto no MariaDB.
O projeto MariaDB mantém total transparência com a comunidade de usuários e diferente da
postura da Oracle com os usuários do MySQL, todos os erros e bugs, sejam simples ou graves, serão
expostos abertamente ao conhecimento da comunidade de usuários e desenvolvedores.
Um dos objetivos principais do projeto MariaDB é manter a compatibilidade com o MySQL.
Todas as estruturas, APIs e protocolos são projetados para serem idênticos. Os arquivos binários de
tabelas (.frm) são compatíveis entre os produtos. Todos os caminhos e nomes de diretório, arquivos
binários ou de configuração, sockets, etc são iguais.
O MariaDB ainda possibilita sua utilização por meio de todos os conectores para MySQL
disponíveis (PHP, Perl, Python, Java, .NET, MyODBC, Ruby, MySQL C conector etc).
Isso implica que, havendo o interesse, ou mesmo a necessidade real de migrar de um para o
outro, o processo pode ser executado de maneira simples, sem a necessidade de conversão de dados ou
utilização de ferramentas extras. De modo geral, a migração darseá de maneira transparente para os
sistemas que a utilizam.
Do ponto de vista das aplicações, os acessos ao MariaDB ocorrerá de forma transparente. As
aplicações continuaram realizando suas rotinas de banco de dados como se estivessem acessando um
22 http://www.mariadb.org
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 93 |
SGDB MySQL, quando na verdade, utilizarão o MariaDB. O MariaDB foi construído justamente com
este propósito. Dessa forma é possível manter toda compatibilidade com as aplicações já desenvolvidas
e reutilizar todos os conectores do MySQL já desenvolvidos.
Outro fator de muita valia é que a grande maioria das distribuições GNU/Linux estão migrando
seus bancos de dados padrões em seus repositórios para o MariaDB.
Instalando os programas necessários
Conforme dito anteriormente, utilizaremos o servidor Web desenvolvido pela Fundação Apache.
Não apresentarei a história do surgimento deste aplicativo, mas basta você entender que, se a internet
é da forma como você a utiliza hoje, grande parte disso só foi possível graças a este aplicativo e seu
suporte a vários sites rodando sobre a mesma infraestrutura. Se quiser conhecer maiores detalhes, dê
uma olhada no site da Fundação Apache23.
Quando iniciar o sistema operacional do seu servidor, tudo que terá é uma tela preta como a que
vê nesta imagem:
Imagem 4.46 – Tela de finalização do instalador
Se você nunca teve a oportunidade de colocar as mãos no shell de um servidor GNU/Linux,
sorria! Esta será uma oportunidade inesquecível e me sinto honrado em lhe proporcionar esta chance.
Esta é a tela de login do sistema. Nela é esperado que você coloque o usuário e a senha do
sistema operacional. Durante o processo de instalação, cadastramos dois usuários e duas senhas. Caso
você tenha seguido religiosamente o que estava escrito, insira o nome do usuário root e a senha
123456.
NOTA: por questões de segurança, a senha não é apresentada durante a digitação e nem a
quantidade de dígitos. Não se preocupe com isso. Ao fim da digitação, apenas pressione “Enter” e se
a senha e o usuário estiverem corretos, o sistema prosseguirá com o acesso.
Imagem 4.47 – Tela de finalização do instalador
Após logar no sistema, você receberá o prompt de comandos para a execução de comandos e
aplicativos no sistema.
Daqui para frente, se você seguir cuidadosamente os passos que vou apresentar, garanto que não
terá problemas. Mas eu já fui iniciante e muito afoito para testar as coisas e sei de sua ansiedade para
23 http://www.apache.org
| 94 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
ir aos finalmente. Portanto, muito cuidado para não errar os passos passados. Testei cuidadosamente
cada um deles, viabilizando esta operação por pessoas que nunca tiveram contato com um GNU/Linux
em suas vidas, e testei ainda com pessoas que sequer são da área de TI. Só para garantir que não
haveria problemas ou dificuldades a serem enfrentadas por você.
A primeira coisa que teremos de fazer antes de instalar os pacotes de aplicativos no Debian será a
inserção dos espelhos, atualizar a lista de pacotes disponíveis nos servidores e atualizar todo o sistema.
Os comandos a seguir farão com que essas tarefas sejam devidamente executadas.
Digite os seguintes comandos exatamente como são apresentados. Apenas relembrando: letras
maiúsculas são diferentes de minúsculas para tudo no GNU/Linux. Muitos novatos perdem tempo
tentando decifrar erros por conta disso. Portanto, utilize os comandos exatamente como são mostrados
aqui.
apt-get update
apt-get upgrade -y
O comando acima atualizará toda a lista de pacotes disponíveis para instalação no servidor. Após
este processo finalizar – pode demorar dependendo de seu link com a internet – você terá de usar o
aptget para instalar os novos aplicativos. A importância de se usar o update toda vez, antecedendo a
instalação de novos programas, é a garantia de sempre utilizar a versão mais nova e estável deste
programa.
Agora estamos com o sistema pronto para continuarmos. A opção “upgrade” fez com que todos
os aplicativos, que já tínhamos no sistema básico, fossem atualizados para nós e isso inclui até mesmo
o Kernel Linux, caso esteja disponível uma nova versão deste no projeto.
NOTA: Um erro muito comum de acontecer durante a instalação, quando as listas não são
atualizadas antes do processo, é o APTGET informar que o programa não está disponível nos
repositórios. Isso se deve ao fato da versão que consta no banco de dados do seu servidor ter sido
removida do repositório em substituição a nova versão. Basta executar o processo de atualização da
lista de pacotes disponíveis (aptget update) e em seguida repetir o comando de instalação para que
seja baixada a nova versão.
É importante ressaltar que acima, o que temos é apenas uma linha única de comando e não duas.
Ao fim da primeira, repare que existe um símbolo de uma barra invertida (\). Este caractere é tido
como especial para o Shell Linux e quando colocado, antecedendo o “Enter”, ele esconde o comando
“Enter” para que não seja interpretado e nos permite continuar digitando um comando extenso em
outra linha, tal como neste caso. Mas, não se preocupe se ao inserir a linha de comandos ela não caiba
exatamente igual a essas aqui exibidas. Apenas continue digitando o comando até o fim, respeitando
os espaços quando existirem. O Shell interpretará como apenas uma linha contínua.
Quando pressionar “Enter” ao fim da linha, o sistema checará pelas dependências de software
necessárias para rodar os programas desejados e a opção “y” informará que ele pode prosseguir com o
download e instalação dos aplicativos sem necessidade de nossa confirmação.
A título de curiosidade, essa ferramenta apenas inicia a instalação dos aplicativos após baixar
todos os aplicativos que foram solicitados e suas respectivas dependências. Outro fato importante e
muito produtivo é que, ao baixar os arquivos para serem instalados, estes ficam salvos no disco do
servidor, ou seja, se devido a uma queda da rede o processo parar, ao reiniciar, ele continuará a partir
do pacote que foi interrompido, não necessitando baixar novamente aqueles que já estão em disco.
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 95 |
Ao fim deste processo, você será questionado pela senha do usuário root para o banco de dados.
Você não deve confundir o usuário root do sistema com o do banco de dados. São coisas totalmente
distintas. Mas em nosso exemplo, de forma a evitar erros e complicações desnecessárias, utilizaremos a
senha “123456” (de 1 a 6 sem aspas), tal como fizemos com o usuário do sistema.
Imagem 4.48 – Solicitação de senha do MySQL
Após pressionar a tecla Enter, inserindo a senha, o sistema exibirá uma tela semelhante,
solicitando que você a confirme. Portanto, insira novamente a senha e pressione “Enter” novamente.
Ao fim deste processo, basta esperar que o sistema termine de instalar todos os aplicativos para
você sem mais necessidade de interação.
Para quem nunca teve a oportunidade de usar um GNU/Linux, é isso.
Você acabou de levantar um servidor Web com suporte a PHP e um banco de dados MariaDB.
Simples assim. Sem nenhuma manobra complexa. Se achou complicado executar os passos até aqui,
sugiro que os repita mais 2 vezes, apenas como exercício. Ao fim você terá a certeza de que isso não é
nada. O incômodo foi apenas por nunca ter realizado estas atividades.
Para verificar os serviços ativos na máquina, execute o seguinte comando:
netstat -ant
Serão listadas as portas TCP/UDP do servidor que estão ativas.
Imagem 4.49 – Resultado do comando netstat
Apenas certifiquese de que as portas 80 e 3306 estejam na lista e que seus estados estejam como
“OUÇA”. Estas portas pertencem ao servidor Web e ao MariaDB respectivamente.
A essa altura já temos todos os aplicativos necessários para comportar o nosso astro principal – o
GLPI. Precisaremos, agora, apenas organizar as coisas. Vamos instalar alguns aplicativos adicionais
para manipularmos arquivos compactados no servidor. Execute o comando abaixo como administrador
| 96 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
e pressione “Enter”.
Instalando o GLPI
wget -c https://github.com/glpi-project/glpi/releases/download/0.90.1/glpi-0.90.1.tar.gz
Este comando – wget –, é, na verdade, um programa de download. Ele realizará o download do
instalador do GLPI diretamente da internet para o diretório corrente. A opção de utilizamos (c) indica
que, caso o download seja interrompido por qualquer motivo, o arquivo baixado não será descartado,
logo, ao repetir o comando no mesmo diretório, o download reiniciará do ponto onde parou.
Ao fim do processo, você terá o GLPI já em seu servidor, bastando executar os comandos abaixo:
mv glpi /var/www/html/
24 https://www.mozilla.org
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 97 |
Não vou discutir aqui a questão de princípios de segurança quanto à publicação deste site neste
local em específico. Para isso, sugiro que você pesquise em outras fontes sobre possibilidades de
configurações do Apache.
O terceiro comando torna o usuário “wwwdata” e o grupo “wwwdata”, proprietários dos
arquivos que movemos. Este usuário e grupo são na verdade o usuário e grupo do próprio servidor
Web Apache. Tome cuidado, pois o nome deste usuário e grupo podem mudar de distribuição para
distribuição.
No quarto comando, o que fizemos foi dar permissão de leitura, gravação e execução ao dono e
ao grupo – wwwdata – dos diretórios e qualquer outro usuário que tenha acesso ao servidor, possuirá
acesso apenas para leitura e execução.
Agora criaremos a configuração específica para o sistema GLPI dentro do apache.
nano /etc/apache2/conf-available/glpi.conf
Com isso abriremos o editor de texto “nano” já especificando um arquivo de nome “glpi.conf”
que desejamos que seja criado dentro do diretório “/etc/apache2/confavailable/”.
Dentro deste arquivo, escreva o seguinte conteúdo, exatamente como aqui está sendo
apresentado:
<Directory "/var/www/html/glpi">
AllowOverride All
</Directory>
Após inserção deste conteúdo, basta pressionar a seguinte sequência de teclas:
CTRL + O
Para salvar o arquivo.
Pressione “Enter” para confirmar.
CTRL + X
Para sair do aplicativo “nano”.
De volta ao Shell, digite os comandos abaixo para que a nova configuração que fizemos surta
efeito:
a2enconf glpi.conf
Estamos na reta final da instalação. Apenas precisamos realizar um detalhe. A criação de um
login de usuário no banco de dados MySQL. O objetivo é que este seja o dono do banco de dados onde
ficarão armazenados os arquivos do GLPI. Isso nos poupará de problemas em utilizar a senha de
administrador do banco pela aplicação GLPI.
Entre no Debian como root e digite os comandos abaixo:
quit
Com o primeiro comando, entraremos no banco de dados como administrador – login root e
senha '123456'.
Em seguida, criaremos uma base de dados de nome glpi que será utilizada para armazenar os
dados do sistema.
Feito isso, criamos um usuário no banco de dados de nome glpi e atribuímos a este a senha
123456.
Para finalizar o processo, demos direito total a este usuário na base de dados de nome glpi e em
seguida saímos da administração do banco de dados com o comando “quit”.
Habilitando as ações automáticas do GLPI
Conforme já exposto, o GLPI é um sistema desenvolvido em PHP e que deve ser utilizado via
navegador de internet. Essa tecnologia tem uma característica que limita sua execução. As páginas
precisam ser acessadas para que algo aconteça, ou seja, precisa que existam usuários logados para que
os processos do sistema sejam executados.
Vamos a um cenário mais prático. O ciclo de vida de um chamado dentro do sistema é
basicamente o seguinte:
1. O chamado é aberto, independente de quem o faça (sistema de gerenciamento de rede – NMS,
Network Manage System –, analista de TI ou usuário) e de como o faça (direto pelo sistema,
envio de email ou webservice).
2. O analista realiza o atendimento e propõe uma solução para o ticket.
3. O usuário recebe a informação de que sua necessidade foi sanada e precisa agora realizar testes
e validar se a solução foi realmente eficaz.
Aqui começa o problema que o agendamento de tarefas do sistema pode nos ajudar a solucionar.
É fato conhecido que a grande maioria dos usuários não possuem o hábito ou a intenção de encerrar os
tickets abertos. Após ter seu problema solucionado, um usuário dificilmente entrará no sistema para
informar que a solução proposta foi atendeu suas necessidades e então encerrar o atendimento.
Uma medida de contorno para isso é a inserção de um contador temporal para o encerramento
do chamado após determinado tempo da proposta de sua solução. Isso implica que, após a proposta da
solução dada pelo analista, o usuário terá um determinado tempo para entrar no sistema e validar a
solução, encerrando finalmente o processo com o fechamento do ticket no sistema.
Mas e se o usuário nunca entrar no sistema para validar a solução, apenas abrindo novos
chamados?
Ao fim, teremos uma enorme fila de chamados ainda abertos, apenas aguardando a validação da
solução proposta pelos analistas.
Como medida de contorno, podemos utilizar de recursos presentes no sistema para este tipo de
problema. São as “Ações automáticas” que, na verdade, não são tão automáticas assim, já que o
sistema precisa de um estímulo (acesso externo) para executar qualquer ação.
No GLPI, existe um arquivo denominado “cron.php” que precisa ser executado periodicamente
para que as “ações automáticas” sejam de fato processadas. Como podemos ter ações a serem tomadas
em horários em que não existam sequer usuários logados no sistema, temos de utilizar do recurso do
gerenciador de tarefas de nosso sistema operacional. Neste caso, realizamos a inserção de uma tarefa
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 99 |
no arquivo “/etc/crontab” do no sistema operacional de forma que este fique realizando a execução do
arquivo “cron.php” de tempos em tempos, sem a necessidade de alguém estar logado no sistema.
Para inserir a atividade automática, entre no terminal de comandos do seu servidor com o
usuário root e abra o arquivo “/etc/crontab”. Ao fim do arquivo, insira a linha de configuração, tal
como prescrito abaixo:
Imagem 4.50 – Agendamento de tarefa em /etc/crontab
O que estamos dizendo ao agendador de tarefas (cron) do sistema para fazer é o seguinte:
A cada 5 minutos (*/5) de todas as horas (*), de todos os dias (*), de todos os meses (*) e de
todos os anos (*) execute com privilégio do usuário root (root) uma chamada ao aplicativo “php5”
(/usr/bin/php5 → caminho absoluto do comando) passando como parâmetro, o arquivo “cron.php”
(/var/www/html/glpi/front/cron.php → caminho absoluto do arquivo a ser interpretado pelo “php5”)
e qualquer saída que este comando gerar, jogue no “buraco negro” do sistema (&> /dev/null).
Após salvar o arquivo com a nova entrada, precisamos reiniciar o serviço do agendador de
tarefas para que ele leia a nova configuração e já passe a executar a rotina de 5 em 5 minutos.
Para tanto, basta apenas executar o comando abaixo no servidor:
A partir de agora o seu agendador de tarefas já estará em execução com a nova rotina do sistema
GLPI.
E se algo falhar?
Não se desamine. Pode apostar que meus primeiros passos nessa área foram árduos. Sem
experiência como qualquer aprendiz, sem ninguém conhecido para me ajudar e as Comunidades de
software livre, tal como temos hoje, eram tidas como um sonho utópico. Algo longe ou impossível de
acontecer.
Como tenho de garantir que você consiga executar o GLPI, a qualquer custo, e desfrutar dos
recursos que este sistema tem para lhe dar, desenvolvi um script para a instalação completa e
automática do sistema no servidor Debian. Mas pra este instalador funcionar perfeitamente e eu dar
essa garantia, formate a sua máquina (real ou virtual) e a deixe totalmente limpa (sem qualquer
tentativa de instalação que você já tenha feito) e com acesso à internet.
NOTA: Caso você não formate a máquina e já tenha tentado instalar o GLPI antes, não posso dar
qualquer garantia de que o instalador funcionará. Digamos que este é o nosso contrato de serviço: a
instalação é garantida se você garantir a máquina limpa, recéminstalada e com acesso à internet.
Qualquer coisa que você descumpra, acarretará no rompimento do nosso contrato e não haverá
garantia de entrega do serviço.
| 100 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Tudo que você terá de fazer é baixar o script da internet e executálo. Ele fará todo o trabalho
pesado para você.
Para instalar o GLPI utilizando o script, logo após a instalação do Debian, acesse o seu servidor
com o usuário root e digite os comandos, tal como seguem:
wget http://pillares.net/scripts/install-glpi.sh
chmod +x install-glpi.sh
./install-glpi.sh
Imagem 4.51 – Execução de comandos no terminal para instalação via script
Com isso, realizamos o download do script (wget), tornamos ele um arquivo executável (chmod)
e por fim, o executamos (./).
Como parte do processo envolve a instalação do SGBD MariaDB, então será solicitado que você
informe uma senha para o usuário root do banco de dados. Guarde bem esta senha, precisaremos dela
ao fim da instalação. Também será solicitado que você informe uma senha para o usuário 'glpi' a ser
utilizado pelo sistema para manipular o banco de dados.
NOTA: A senha a ser configurada para o usuário GLPI tratase do acesso administrativo à base de dados do GLPI
apenas e não a do sistema GLPI em si. É recomendado que esta seja uma senha de conhecimento apenas do
administrador do Sistema GLPI e de preferência, diferente de senhas de outros sistemas.
Como o propósito é a montagem de um ambiente de teste, todas as senhas do sistema estão sendo cadastradas
como '123456'.
Imagem 4.52 – Tela de saudação do script
Esta tela apenas apresenta uma breve saudação do script e seu objetivo. Para seguir, pressione a
tecla “Enter”.
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 101 |
Imagem 4.53 – Tela informativa do script
Agora, informo que instalaremos os aplicativos MariaDB, HTTP Apache com suporte a PHP. Pra
seguir, basta pressionar “Enter”.
O script atualizará seus repositórios, seu sistema por completo, realizará download e iniciará a
instalação dos aplicativos necessários.
A próxima tela que necessitará de sua interação é justamente a de criação de senha para o
usuário root do banco de dados MariaDB.
Imagem 4.54 – Criação de senha para o usuário root do MariaDB
Insira a senha do root e pressione “Enter”. Será aberta uma nova tela solicitando que repita a
senha para confirmação.
Imagem 4.55 – Confirmação de senha do usuário root do MariaDB
Após a confirmação, será finalizado o processo de instalação do SGBD MariaDB.
Agora, o script criará uma nova conta de usuário de nome 'glpi' no SGBD e uma base de dados
para que este tenha acesso, também chamada 'glpi'.
É solicitado que você insira a senha do usuário root do SGBD que você acabou de criar.
| 102 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Imagem 4.56 – Informação da senha do root do MariaDB para o script
NOTA: Por questão de segurança, essa senha não é impressa na tela. Apenas a digite. Você não terá nenhum
indício de que a mesma está sendo passada para o script, mas tenha certeza de que está. Ao fim, basta digitar
“Enter”.
O script usará então o acesso de root que você o concedeu para criar a base de dados 'glpi' para
comportar o sistema e também o usuário de nome 'glpi' com acesso limitado a essa base.
A próxima tela solicita que você informe uma senha para ser utilizada pelo usuário 'glpi' do
SGBD que será criado.
Imagem 4.57 – Inserção da senha do usuário GLPI do SGBD
Esta senha não precisa ser igual à do usuário root de forma alguma. Inclusive, a recomendação é
que seja diferente por questão de segurança.
Ao digitála, ela também não será exibida na tela. Apenas digitea e ao fim, pressione a tecla
“Enter” para enviála ao script.
NOTA: Memorize esta senha, pois ela será necessária posteriormente para configurarmos o ambiente web do
GLPI.
A próxima tela é apenas informativa. Ela diz que foi criado um banco de dados e um usuário,
ambos com o nome 'glpi'. Apenas pressione “Enter” para ser encaminhado para a próxima tela.
Imagem 4.58 – Tela informativa do processo de criação da base de dados do GLPI
A próxima tela informa que o processo de instalação fora finalizado por completo e que diz que
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 103 |
você pode acessar o servidor a partir de um computador externo com um navegador web. Estes são
justamente os próximos passos a serem seguidos para a finalização da instalação do GLPI.
Esta última tela do script traz uma importante informação que é justamente o endereço de como
você acessará o GLPI em sua rede. Para este meu laboratório, em específico, repare que ela imprimiu a
informação de que meu servidor possui o endereço IP igual a 192.168.25.16, logo, terei de acessar o
sistema a partir de uma outra máquina na minha rede com auxílio do navegador de internet pelo
seguinte endereço:
http://192.168.25.16/glpi
Imagem 4.59 – Tela de finalização do script
Imagem 4.60 – Tela de instalação do GLPI via navegador web
É certo que este endereço será diferente para você pois, isso depende diretamente da
configuração da sua rede. Fique atendo a esta informação.
NOTA: O script já realiza a inserção do agendamento do serviço de “ações automáticas” para ser executado a
cada 5 minutos no sistema. Caso queira alterar o tempo de execução, basta editar o arquivo “/etc/crontab”.
Como o servidor GLPI está pegando IP dinamicamente, ou seja, via DHCP, pode ser que em
algum momento este endereço seja trocado. Isso é comum neste tipo de configuração. Nos apêndices
do livro você pode consultar como definir um IP estático para o seu servidor e resolver este problema.
Mas, caso você perca o endereço do servidor e queira descobrir qual IP este está usando no momento,
basta se logar como root e digitar o comando abaixo:
hostname -I
Após todas as nossas manobras, vem finalmente algo fácil de se fazer: instalar o GLPI.
Esta etapa final é toda realizada via navegador de internet. Em outra estação de trabalho, na
mesma rede, abra o navegador Web – sugiro o Firefox. Digite o endereço IP do servidor do GLPI
adicionado do caminho /glpi ao final. Veja o exemplo a seguir:
| 104 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
http://192.168.0.1/glpi
Dentre os vários arquivos do GLPI, existe também o seu instalador. Na verdade, tratase de um
script que faz a checagem do ambiente, garantindo assim que este atenda os requisitos necessários
para o funcionamento da ferramenta. Neste processo, existe ainda um script que popula a base de
dados do GLPI com suas tabelas e alguns registros básicos para o sistema.
Este mesmo instalador é utilizado quando vamos atualizar a ferramenta para uma nova versão.
Mas isso é um processo que está documentado no Apêndice A deste livro. Por agora, vamos nos limitar
apenas a finalizar a instalação do sistema GLPI.
Ao chamar este endereço pela primeira vez, o sistema detectará que ainda não foi instalado e
iniciará o script de instalação.
A primeira página que você receberá é a de seleção de idioma para o instalador. Nesta, selecione
“Português do Brasil” ou o que melhor lhe convir e clique no botão “OK”.
Imagem 4.61 – Página inicial do instalador do GLPI
Uma das principais características do GLPI é quanto ao suporte a idiomas. Este é muito extenso,
o que possibilita uma grande difusão do aplicativo.
Na próxima página, você é encaminhado para a tela de aceite da licença GPL v.2, sob a qual o
GLPI é licenciado. Sem o aceite da mesma é impossível prosseguir.
Imagem 4.62 – Termo de aceite da licença GPL v.2
Aceite o termo e clique no botão “Continuar”.
Na próxima tela, você será questionado quanto a sua intenção: Instalar ou Atualizar o sistema.
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 105 |
Imagem 4.63 – Página inicial do instalador do GLPI
Para a nossa necessidade no momento, escolha a opção “Instalar”.
O instalador checará se o ambiente que montamos atende a todos os requisitos para o GLPI
funcionar com todas as suas opções. Se você seguiu o livro sem se desviar pelos capítulos, terá uma
imagem identificando que tudo está certo no servidor e que pode prosseguir com a instalação sem
problema algum.
Imagem 4.64 – Página inicial do instalador do GLPI
Agora o instalador solicitará que você informe o endereço do servidor de banco de dados, o
usuário da base de dados e a senha deste usuário. Como instalamos tudo no mesmo servidor, utilize o
endereço de loopback que é o “127.0.0.1”. O usuário quando criamos foi glpi e sua senha é “123456”.
| 106 | Capítulo 4 – Instalação do GLPI
Imagem 4.65 – Página inicial do instalador do GLPI
Dados inseridos, pressione “Continuar”.
O sistema questionará qual a base de dados que será utilizada pelo sistema. Selecione a base de
dados glpi que criamos anteriormente e clique em “Continuar”.
Imagem 4.66 – Página inicial do instalador do GLPI
Esta etapa demorará um pouco mais que as outras, pois o sistema criará todas as tabelas no
banco de dados e inserirá alguns dados padrões.
Finalizado este processo, o instalador informará que o banco de dados foi inicializado. Clique em
“Continuar” para seguir para a próxima etapa.
Imagem 4.67 – Página inicial do instalador do GLPI
Depois disso o sistema informará que as etapas foram concluídas e o sistema está instalado.
Estruturando uma Central de Serviços com o GLPI | 107 |
Imagem 4.68 – Página inicial do instalador do GLPI
Repare que o sistema criou alguns usuários padrões na instalação. Ele informa a senha de cada
um e solicita que você as troque o quanto antes por questões de segurança. Essa é uma prática
realmente aconselhável, mas como estamos lidando com um ambiente de estudo, vamos deixar estes
com essas senhas para facilitar nossos acessos com estes usuários quando necessário.
Após isso, o sistema já está pronto e você pode logar nele com qualquer um dos usuários que ele
criou por padrão.
Usuários Senha Função
glpi glpi Super Administrador
tech tech Técnico
normal normal Usuário padrão
Postonly postonly Apenas Envio
Tabela 4.02– Lista de usuários e senhas padrões do GLPI
Imagem 4.69 – Página inicial do GLPI
Cada login criado possui um perfil específico a ele atribuído, o que limita o nível de acesso e
privilégio do usuário no sistema.
Para finalizar a instalação como um todo, existe apenas uma única coisa a ser feita: devemos
remover o arquivo de instalação do GLPI. Para fazer isso, entre no servidor novamente como root e
digite o comando abaixo:
rm /var/www/html/glpi/install/install.php
Agora sim. Meus parabéns! Você acaba de dar o primeiro passo em nosso projeto.
Apendice C
Nano,
o editor de texto utilizado
O editor de texto Nano é um aplicativo que vem por padrão na maioria das distribuições para ser
utilizado no modo texto.
O Debian também vem com o “VI” como opção de editor de texto, mas a utilização deste
aplicativo é muito pouco amistosa para marinheiros de primeira viagem, por isso optei ao longo do
livro utilizar apenas o Nano.
A operação do Nano é muito simples. Para abrir o comando basta digitar o comando “nano” no
terminal e o programa será aberto. Caso queira abrir um arquivo específico com o Nano, basta digitar o
comando “nano” seguido do “caminho do arquivo”:
| 432 | Apêndice
Imagem C.01 – Chamada do programa “nano” sem parâmetro
Para a chamada sem parâmetros, o Nano abre um arquivo vazio para que possamos editálo.
Imagem C.02 – Chamada do programa “nano” com parâmetro “/etc/passwd”
Passando um arquivo existente como parâmetro o nano o abre para a edição.
A barra de ferramentas do Nano Na parte de baixo do Nano são exibidas as principais opções do
aplicativo.
| 433 | Apêndice
Imagem C.03 – Barra de ferramentas do Nano
Para acessar qualquer uma das ferramentas apresentadas na barra de ferramentas, basta
pressionar a combinação das teclas “CRTL + (Atalho)”. A palavra “Atalho” se refere a opção desejada
conforme apresentado no próprio editor ou na tabela abaixo:
CTRL + Descrição
G Ajuda do programa
X Sair do programa e retornar ao shell
O Gravar alterações no arquivo
Y Voltar paginação
V Avançar paginação
Tabela E.01 – Principais opções do Nano
NOTA: Quando vamos salvar algum arquivo no Nano, seja um novo arquivo ou um arquivo que
esteja sendo editado, o mesmo nos questiona onde desejamos salvar o arquivo e com qual nome
queremos salválo.
Coloque o caminho e nome que desejar para os arquivos novos e para os arquivos que estão sendo
editados, basta confirma o nome e caminho que aparece por padrão para que o novo conteúdo seja
sobrescrito.
| 434 | Apêndice
Imagem C.04 – Opção de salvamento do Nano
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Estatuto da ABNT. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/IMAGENS/Estatuto.pdf>.
Acesso em 24 de jan. 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/IEC 200001: Requisitos do sistema de gestão de serviços, Rio de Janeiro,
2011.
AMORIM, Ricardo. A revolução por trás do apagão de mão de obra, 09 de set. de 2012. Disponível em:
<http://ricamconsultoria.com.br/news/artigos/mediador_de_eventos>. Acesso em: 21 de jan. de 2014.
BANOV, Marcia Regina. Recrutamento, Seleção e Competências, 3a Edição. Editora Atlas. 2012.
BARBI, Fernando C.. Conceitos importantes sobre gerenciamento de projetos. Disponível em:
<http://www.gestaodeprojeto.info/introducao>. Acesso 17 jan. 2014.
BRIDGECONSULTING. Gráfico de pesquisa de resultados esperados com a adoção da ITIL®. Disponível em:
<http://www.bridgeconsulting.com.br/consultoriaconsultoriaITIL®.html>. Acessao 14 jan. 2014.
CAMPOS, André Luiz Nogueira. Modelagem de Processos com BPMN. Editora Brasport. 2013.
CANALTECH. Empresas exigem mais qualificações dos profissionais de TI. 01 nov. 2013. Disponível:
<http://corporate.canaltech.com.br/noticia/profissionaldeti/PesquisaempresasexigemmaisqualificacoesdosprofissionaisdeTI/>.
Acesso em 15 de Janeiro de 2014:
CAPPELI, Peter. A Difícil Tarefa de Contratar a Pessoa Certa. Editora Campos. 2013.
CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento e Controle de Produção. Editora Manole, 2a Edição. 2008.
COHEN, Roberto. Implatacao de Help Desk e Service Desk. Editora Novatec. 2010.
COHEN, Roberto. Gestao de Help Desk e Service Desk. Editora Novatec. 2010.
COHEN, Roberto. Os melhores artigos de uma década (20042013) sobre Help Desk e Service Desk. 2013.
COUGO, Paulo Sérgio. ITIL® Guia de Implantação. Editora Campus. 2013.
CRAMM, Susan. Coisas que Odeio em TI. Editora Saraiva. 2011.
CARR, Nicholas G.. Será que TI é Tudo?. Editora Gente.2009.
DUTRA, Joel Souza. Carreiras sem Fronteiras e Transição Profissional no Brasil. Editora Atlas. 2012.
FERNANDEZ, Aurora Cristina Ramis; CÔGO, Janayna Coutinho; MARTINS, Suelem Rosana; ELMINIA, Isabel. A relação entre a remuneração
estratégica e a retenção dos talentos na organização – parte 2. 15 ago. 2013. Disponível em: <http://www.rhportal.com.br/artigos/rh.php?
rh=ARelacaoEntreARemuneracaoEstrategicaEARetencaoDosTalentosNaOrganizacaoParte2&idc_cad=sp2v3j9yx>. Acesso 2 fev.
2014.
FILHO, Rubem Melendez. Service Desk Corporativo. Editora Novatec. 2010.
FONTES, Edilson. Políticas e Normas para a Segurança da Informação. Editora Brasport. 2012.
FREEMANTLE, David. Cobiçado. Editora Campos. 2010.
FREITAS, Marcos André dos Santos. Fundamentos do Gerenciamento de Serviços de TI. Editora Brasport. 2013.
GRAY, Dave. A Empresa Conectada. Editora Novatec. 2013
GASPAR, Marcelo; et all. T.I. Mudar e Inovar, Senac Distrito Federal. 2010.
GIL, Anahuac de Paula. OpenLDAP Extreme. Editora Brasport. 2012.
GRAY, Dave. A Empresa Conectada. Editora Novatec. 2013
HELDMAN, Kim. Gerência de Projetos, Fundamentos. Editora Campus. 2005.
HUNTER, Richard; WESTERMAN, George. O Verdadeiro Valor de TI. Editora Mbooks. 2011.
ISO. Gráfico de adoção da Norma ISO9001 no mundo. Disponível em: <http://www.iso.org/iso/survey2009.pdf >. Acesso 15 de jan. de
2014
JUNIOR, José Finocchio. Project Model Canvas. Editora Campus. 2013.
KUGLER, Henrique. Economia do conhencimento: o bonde da história. 26 set. 2013. Disponível em:
<http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2013/09/economiadoconhecimentoobondedahistoria>. Acesso 21 fev. 2014.
LEVINSON, Meridith. Porque profissionais de TI erram ao construir a própria carreira. 10 set. 2013. Disponível em:
<http://cio.com.br/carreira/2013/09/10/porqueprofissionaisdetierramaoconstruirapropriaimagem/>. Acesso em 15 de Janeiro de
2014.
LOBO, Edson Junio Rodrigues. Curso Prático de MySQL. Editora Digerati Books. 2008.
LUIZIO, Ivan; BRITO, Walfrido. Gerenciamento de Serviços de TI na Prática. Editora Novatec, 2010.
MADRUGA, Roberto. Call Centers de Alta Performance. Editora Atlas. 2009.
MANSUR, Ricardo. TI Habilitando Negócios. Editora Ciência Moderna. 2011.
Referências
MÉDICE, Roney. A dificuldade do primeiro emprego no mercado de TI. 29 jul. 2013. Disponível em:
<http://www.profissionaisti.com.br/2013/07/adificuldadedoprimeiroempregonomercadodeti/ >. Acesso em 15 de jan. 2014:
MORIMOTO, Carlos Eduardo. Redes, Guia Prático. Editora Meridional LTDA. 2008.
Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR NIC.br anuncia que o esgotamento de endereços IPv4 acontecerá nos próximos meses.
Disponível em: <http://www.nic.br/imprensa/releases/2014/rl201407.htm>. Acesso em 07 de fev. de 2014.
PALMA, Fernando. Template de portifóli de serviços de TI ITIL®. 01 ago. 2012. Disponível em:
<http://www.portalgsti.com.br/2012/08/Portfoliodeservicos.html>. Acesso 06 jun. 2013.
PATARA, Ricardo; MOREIRAS, Antonio M.. O diálogo sobre a transição para o IPv6 no Brasil. Disponível em: <http://ipv6.br/odialogosobre
atransicaoparaoipv6no brasil/>. Acesso em: 20 abr. de 2014 .
PATI, Camila. Nove obstáculos que impedem o sucesso na carreira em TI. 12 dez. 2013. Disponível em:
<http://info.abril.com.br/noticias/carreira/2013/12/9obstaculosqueimpedemosucessonacarreiraemti.shtml?pag=3>. Acesso em 16
de jan. 2014.
Performance Research Associates. Atendimento Nota 10. Editora Sexante. 2008.
PETRÓ, Gustavo. Pesquisa de crescimento da utilização de computadores no Brasil.18 mar. 2013. Disponível em:
<http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2013/04/brasilteraumcomputadorporhabitanteem2016prevefgv.html>. Acesso em 15 de
Janeiro de 2014.
PRATES, Alexandre. A Reinvenção do Profissional. Editora Novo Século. 2012.
ROSEMAN, Jam Vom Brocke Michael. Manual de BPM, Gestão de Processos de Negócio.Editora Bookman. 2013.
SANTOS, Rildo F. Apresentação Gestão de Serviços de TI. 28 jun. 2011. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/Ridlo/gestodeserviosde
ticomaITIL®umaintroduo>. Acesso em 05 fev. 2014.
SOULA, José Maria Fiorino. ISO/IEC 20000 Gerenciamento de Serviços de Tecnologia da Informação. Editora Brasport. 2013.
TECHNET, Microsoft. Os diferentes tipos de licenças. Disponível em: <http://technet.microsoft.com/ptbr/ee872872.aspx>. Acesso em: 2 de
jan. 2014:
UOL. Um em cada três clientes prefere usar cartão de débito nas compras, diz pesquisa. Disponível em:
<http://economia.uol.com.br/ultimasnoticias/redacao/2012/10/02/consumidorusamaiscartaodedebitoemenosdinheirodiz
pesquisa.jhtm>. Acesso em: 2 de jan. 2014.
VENCESLAU, Marcelo. Falta de profissionais de TI se agravará no Brasil, diz IDC. 19 de mar. 2013. Disponível em:
<http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/faltadeprofissionaisdetiseagravarano>. Acesso em: 19 de jan. 2014.
WALLER, Graham; et all. Excelência em Liderança para TI. Editora Mbooks. 2011.
WILLIAMS, Richard. Preciso Saber Se Estou Indo Bem. Editora Sextante. 2005.