Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
CURSO DE MESTRADO EM MATEMÁTICA
EXERCÍCIOS DE ANÁLISE NO Rn
TURMA 2012\1
v, u
⇒ v = u, u .
Onde
v, u = |u||v| = |v| > 0.
2
u, u |u| |u|
Portanto, desde que u =
0, ∃ α > 0 , tal que v = α · u.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 2
Exercício 2
Sejam x , y,z ∈R n
tais que (na norma euclidiana) |x − z | = |x − y | + |y − z |. Prove que existe
t ∈ [0, 1] tal que y = (1 − t)x + tz. Mostre que isto seria falso nas normas do máximo e da soma.
Solução. Chamando u = x − y e v = y − z , temos que |u + v | = | u| + |v |. Ora, mas pela
desigualdade triangular |u + v | ≤ |u| + |v |, onde a igualdade ocorre se, e só se u = αv, para a lgum
y = (1 − t)x + tz .
Se tomarmos os pontos x = (1, 0), y = (0, 0) e z = (0, 1), é fácil ver que eles não são colineares mas
satisfazem |x − z |S = |x − y |S + |y − z |S , portanto na norma da soma a afirmação não é verdadeira. Da
mesma forma os pontos x = (2, 0), y = (1, 0) e z = (0, 1/2) são um contra-exemplo pra afirmação
se considerarmos a norma do máximo.
Exercício 3
Sejam x, y ∈R n
não-nulos. Se todo z ∈R n
que é ortogonal a x for também ortogonal a y , prove que
x e y são múltiplos um do outro.
Solução. Tem-se x
=0ey =
0. Se x = y não há nada para demonstrar.
Suponha x
= y então o vetor y −
x, y · x é ortogonal a x e, por hipótese, também é ortogonal a y e
|x| 2
assim
y, y − x,|x|y · x
2
= x, y −
x, y · x ⇒ y − x, y − x, y · x = 0.
|x| 2 |x| 2
como y − x =
0, temos
y − x,|x|y · x = 0 ⇒
2
y=
x, y · x,
|x|2
portanto y é múltiplo de x.
Exercício 4
Solução.
1
2
(x + y ), y
−x = 1
2
x + y, y − x
1
= 2
( x, y − x, x + y, y − x, x)
1
= 2
( y, y − x, x)
1 2 2
= 2
( |y | − |x | )
= 0,
como queríamos provar.
Dados a =
b em Rn determine c, pertencente à reta ab, tal que c ⊥ (b − a). Conclua que para todo
x∈ ab, com x = c, tem-se |c| < |x|.
Solução. ab = {a + t(b − a); t ∈ R}
Como c ∈ ab ; c = a + t(b − a) onde t é tal que c, b − a = 0 ⇒ a, b − a + t|b − a| 2
=0
⇒ t = −ba, b a− a . 2
Assim, c é| completamente
− | determinado.
Por outro lado:
2
|c| < c 2 + b a 2 = c + (b a) 2 = a + t(b a) + (b a) 2 = a + (1 t)(b a) 2 = x 2 x
|| | − | | − | | − − | | − − | | | ∀ ∈ ab
com x = c.
Portanto, |c| < |x|, ∀x ∈ ab .
Exercício 2
Exercício 3
Seja c um ponto do segmento ab , então c = (1 − t)a + tb, para algum t ∈ (0, 1), daí para este t
tome x = (1 − t)x + tx · x ∈ X pois X é convexo. Além disso, temos:
c 0 1 c
= (1 − t)|(a − x )| + t|(b − x )| 0 1
< (1 − t)r + tr
= r.
Exercício 4
Exercício 5
Seja T : Rm −→ R n
uma transformação linear. Prove que se T =
0 então T não é uma aplicação
limitada. Se X ⊂ R m
é um conjunto limitado, prove que a restrição TX : X −→ R n
de T ao conjunto
X é uma aplicação limitada.
Solução. De fato, dado x ∈R m
se |T (x)| = c ∈R +
então |T (nx)| = nc > 0. Logo T não é
limitada, pois R é um corpo arquimediano.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 5
Seja X ⊂ R um conjunto limitado. Tomemos a norma da soma, e como X é limitado, existe K tal
m
|T (x)| = |T (x e + ··· + x e )| = |x T (e ) + ·· · + x T (e )|
1 1 m m 1 1 m m
Para todo conjunto X ⊂ R , prove que int.X é um conjunto aberto, isto é int.int.X ⊂ int.X .
m
Prova: De fato, seja y ∈ B (x, r ) e tomemos ε = r − |y − x|. Então para todo x ∈ B (y, ε) temos
0 0
Exercício 2
Prove que int.X é o maior conjunto aberto contindo em X , ou seja, se A é aberto e A ⊂ X então
A ⊂ int.X
Solução. Seja a ∈ A, como A é aberto, ∃r > 0 tal que B (a; r) ⊂ A, e já que A ⊂ X , segue-se
que B (a; r ) ⊂ X , i.e., x ∈ int.X . Então A ⊂ int.X . Assim, int.X = A , com A aberto.
λ λ
Aλ X⊂
Exercício 3
Dê um exemplo de um conjunto X ⊂R n
cuja a fronteira tem interior não vazio e prove que isto não
Exercício 4
B (a; r) = (aj − r, a j + r ).
j=1
Seja A ⊂ R um conjunto aberto e ai
n
∈ π (A), então existe a ∈ A tal que π (a) = a .
i i i
n
Como A é aberto, existe r > 0 tal que B (a; r ) = (a − r, a + r ) ⊂ A . j j
j=1
Então a ∈ ( a − r, a + r ) = π (B (a; r )) ⊂ π (A), donde segue que π (A) é um conjunto aberto.
i i i i i i
Exercício 5
Prove que toda coleção de abertos dois a dois disjuntos e não-vazios de Rn é enumerável.
Solução. Tome em cada aberto A dessa coleção um ponto pertencente ao conjunto não-vazio
A ∩ Q . Como Q
n n
é enumerável o mesmo ocorre com o conjunto dos pontos escolhidos, a cada um
dos quais corresponde um único aberto da aberto da coleção, pois estes são disjuntos.
1.1.4 Sequências em R n
Exercício 1
Dada a sequência ( xk )k∈N em Rn , sejam N e N subconjuntos infinitos de N tais que N = N ∪ N.
Se as subsequências (xk )k∈N e (xk )k∈N convergem para o mesmo limite a, prove que lim xk = a .
k ∈N
Solução. Dado ε > 0 , existem k1, k2 ∈ N tais que k > k1 , k ∈ N ⇒ |xk − a| < ε e k > k2 , k ∈
N ⇒ |xk − a| < ε. Seja k0 = max {k1, k2}. Como N = N ∪ N, segue que k > k0 ⇒ |xk − a| < ε.
Logo lim xk = a .
Exercício 2
Dada a sequência (xk )k∈N R n , prove que as seguintes afirmações são equivalentes:
(a) lim xk = +
∞
(b) ( xk )k∈N não possui subsequências convergentes.
(c) Para cada conjunto limitado X ⊂R n
, o conjunto N x = {k ∈ N; x ∈ X } é finito.
k
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 7
Solução.
(a) ⇒ (b)
Suponha que houvesse uma subsequência (xk )k∈N ⊂ ( xk )k∈N convergindo para a. Então dado = 1,
∃ k1 ∈ N tal que ∀ k ≥ k1, k ∈ N ⇒ |xk − a| < 1 ⇒ ||xk | − |a|| ≤ |xk − a| < 1 ⇒ |xk | <
1 + a . Em contrapartida, para = a + 1 ,
|| || ∃ k2 ∈ N tal que ∀ k > k2 ⇒ |x | > |a| + 1, pois
k
Exercício 3
Sejam A ⊂R n
aberto e a ∈ A. Prove que se lim xk = a então existe k 0 ∈ N tais que k > k ⇒ 0
k →∞
xk ∈ A.
Solução. Como lim xk = a ⇔ Dado ε > 0 , existe k0 ∈ N tais que xk − a < ε quando k > k0
k→∞
i.e. ∀ε > 0 , xk ∈ B (a, ε) para k > k0 .
Seja ε := |a − ∂A |/2, daí xk ∈ B (a; ε) ⊂ A quando k > k . 0
Exercício 4
→∞ a. k
Se a ∈ ∂ X , prove que existem sequências de pontos x ∈ X e y ∈ R − X tais que x , y −→
k k
n
k k
Vale a recíproca?
Solução. Como a ∈ ∂X, ∀ ε > 0 a bola B (a; ε) contém pontos de X e Rn − X . Assim, ∀ k ∈ N,
existe x k
∈ X e y ∈ R − X com |x − a| < 1/k e |y − a| < 1/k. Pela denifição de limite de
k
n
k k
→∞ k
sequências, segue que x , y −→ a.k k
→∞ k
Reciprocamente, se x , y −→ a, com x ∈ X e y ∈ R − X , então ∀ ε > 0, ∃ k > 0 tal que
k k k k
n
0
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 8
k > k0 ⇒ x , y ∈ B (a; ε). Como ∀ ε > 0 a bola B (a; ε) contém pontos de X e de seu complementar
k k
então a ∈ ∂X .
Para quaisquer X, Y
⊂ R , prove que X ∪ Y n
=X ∪ Y e X ∩ Y ⊂ X ∩ Y . Dê um exemplo onde
não vale X ∩ Y = X ∩ Y .
Solução.
• X ∪Y = X ∪Y:
X ⊆ X e Y ⊆ Y , logo X ∪ Y ⊆ X ∪ Y . Como X ∪ Y é fechado, segue que X ∪ Y ⊆ X ∪ Y .
X ⊆ X ∪ Y ⇒ X ⊆ X ∪ Y e Y ⊆ X ∪ Y ⇒ Y ⊆ X ∪ Y . Logo X ∪ Y ⊆ X ∪ Y .
Portanto, X ∪ Y = X ∪ Y .
• X ∩Y ⊂ X ∩Y:
X X eY Y , logo X Y X Y. X Y é fechado e contém X Y , mas X Y éo
⊆ ⊆ ∩ ⊆ ∩ ∩
menor fechado que contém X ∩ Y , portanto X ∩ Y ⊂ X ∩ Y .
∩ ∩
• Exemplo onde não vale X ∩ Y = X ∩ Y :
Sejam a, b e c ∈ R tais que a < b < c . Então para X = (a, b) e Y = (b, c) podemos verificar
que X ∩ Y = { b} = ∅= X ∩Y.
Exercício 2
Seja x ∈ (x ) ∈N ∩ B (a , ε − |a − a |).
k1 k k 1 1 1
k k i ∅. Tomemos x ∈ (x ) ∈N ∩ B (a , ε − |a − a |).
(x ) ∈N ∩ B (a ; ε − |a − a |) =
i i ki k k i i i
Exercício 3
Solução.
( ) Seja a
⇒ ∈ A ∩ X . Então a = lim x , (x ) ⊂ X . ∃k tal que k > k ⇒ x ∈ A.
k k 0 0 k Portanto
x ∈ A ∩ X . Logo a ∈ A ∩ X ⇒ A ∩ X ⊂ A ∩ X .
k
(⇐) Se A não fosse aberto, existiria um ponto a que não lhe seria interior. Mas, neste caso
a ∈ A ∩ R − A ⊂ A ∩ (R − A) = ∅. Contradição.
n n
Exercício 4
Se X ⊂R m
eY
⊂ R , prove que se tem X × Y = X × Y em R .
n m+n
Portanto X × Y = X × Y .
Exercício 5
Prove que X ⊂R n
é fechado ⇔ X ⊃ ∂X . Por outro lado A ⊂ R n
é aberto ⇔ A ∩ ∂A = ∅.
Solução.
(i) X ⊂R n
é fechado ⇔ X
⊃ ∂X .
De fato, X é fechado ⇒ X = X ⇒ ∂X = X ∩ R − X = X ∩ R − X ⊂ X . Então ∂X ⊂ X .
n n
(ii) A ⊂ R é aberto ⇔ A ∩ ∂A = ∅.
n
n n n n
∅ = ∂A ∩ A = ∂ (R − A) ∩ A ⇔ ∂ (R − A) ⊂ R − A ⇔ R − A é fechado ⇔ A é aberto.
Exercício 6
Sejam A, B ⊂R n
conjuntos limitados disjuntos e não-vazios. Se d(A, B ) = 0, prove que existe
x ∈ ∂A ∩ ∂B .
Solução. Se d(A, B ) = 0 então existem sequências (xk ) ⊂ A e (yk ) ⊂ B tais que
| − y | = 0. Passando a subsequências, se necessário, podemos afirmar que a = lim x , pois A
lim xk k k
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 10
é limitado. O mesmo vale para yk , pois B é limitado. Daí, a = lim yk . Logo, a ∈ A ∩ B . Como A e
B são disjuntos, não podemos ter a ∈ A e a ∈ B. Portanto, a ∈ ∂A ∩ ∂B .
Exercício 7
Exercício 8
Prove que se C ⊂ R é convexo e fechado então, para todo x ∈ R , existe um único x = f (x) ∈ C
n n
Seja K ⊂R n
compacto, não-vazio. Prove que existem x, y
∈ K tais que |x − y| = diam.K .
Solução. Por definição, temos que diam. K = sup {|x − y |; x, y ∈ K }. Tome a norma euclidiana.
Pela definição de sup, dado ε > 0 , existem x, y ∈ K tais que diam.K ≤ |x − y | + ε e ∀x, y ∈ K vale
|x − y| ≤ diam.K .
Temos que existem sequências x , y K tais que diam.K = lim x y . Como K é limitado, e
k
∈ k | − | k k
passando a subsequências se necessário, diam.K = lim |x − y | = |x − y | onde x , y ∈ K . Por
k k 0 0 0 0
Exercício 2
Solução.
(Limitado)
Suponha que X fosse ilimitado. Então pra nenhum k ∈ N, X ⊂ B (0; k ). Daí neste caso teríamos
que
B (0; k ) é uma cobertura de X que não admite subcobertura finita, portanto X deve ser limi-
k N
∈
tado.
(Fechado)
Suponha que X não seja fechado, então existe ( xk ) X ; xk −→ a ∈/ X . Daí, para cada k ∈ N,
considere o aberto R \B [a; 1/k ] = A k . Então
n
⊂ Ak é uma cobertura aberta de X que não admite
k N
∈
subcobertura finita, portanto X deve ser fechado.
Exercício 3
Seja ( xk ) uma sequência limitada em Rn que possui um único valor de aderência. Prove que ( xk ) é
convergente. Dê exemplo de uma sequência (não-limitada) não convergente que tem um único valor
de aderência.
Solução. Seja a um valor de aderência de ( xk ). Se não fosse a = lim xk , existiriam ε > 0 e uma
infinidade de índices k tais que |xk − a| ≥ ε . Passando a uma subsequência, se necessário, teríamos
lim xk = b, com |b − a| ≥ ε, logo b = a seria outro valor de aderência. Quanto ao exemplo, basta
k∈N
tomar xk = 0 para k ímpar e xk = k.ei se k é par.
Exercício 4
|x − y| < ε ⇒ [x, y] ∈ U .
Solução. Inicialmente vamos tomar o conjunto R − U , o complementar de U no R . Esse
n n
conjunto é fechado, pois seu complementar é aberto. Sabemos que K é compacto, ou seja, fechado
e limitado, e R n − U é fechado, então, pelo fato desses conjuntos serem disjuntos, existe a ∈Ke
b ∈ R − U onde a distância é atingida. Em outras palavras, |x − y | ≥ |a − b|, ∀ x ∈ K e ∀ y ∈ R − U .
n n
Exercício 5
Seja X ⊂R n
tal que, para todo compacto K ⊂ R , a interseção X ∩ K é compacta. Prove que X é
n
fechado.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 12
Solução. Seja a ∈ X , então existe uma sequência (xk ) ⊂ X tal que a = lim xk .
Defina K = {xk ; k ∈ N} ∪ {a}. K é compacto. Daí, por hipótese X ∩ K é compacto, em particular
X ∩ K é fechado. Como ( x ) ⊂ X ∩ K , então a = lim x ∈ X ∩ K , portanto pertence a X . Logo
k k
X é fechado.
Solução.
(a) ⇒ (b) Suponha que f (x ) possui uma subsequência convergindo para o ponto
k f (x0 ). O
1
Exercício 2
Tomemos
|p(z)| = |z| · n
a0
+
a1
+ · ·· + a z−
n 1
+ an
z n z n− 1
e
|z | → + ∞ .
k
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 13
Ponha
a0 a1
q (z ) = +
z n z n− 1
+ ·· · + a z− n 1
+ an .
≤
· ·· | | → | |
a0 a1
+ n− 1 + +
an−1
+ an an ,
zkn zk zk
n
quando |zk | → +∞. Como |q(z )| é limitada e lim |z |
k k =+ ∞, tem-se que
n
lim zk
| | · |q(z )| = +∞.
k
Exercício 3
Sejam X ⊂R m
,K ⊂R n
compacto e f : X ×K → R p
contínua. Suponha que, para cada x ∈ X,
exista um único y ∈ K tal que f (x, y) = 0. Prove que y depende continuamente de x.
Solução. Defina
g:X → K
x → y,
onde y é o único elemento de K que satisfaz f (x, y) = 0. Temos que g está bem definida.
k ∈N
Resta provar que g é contínua. Para isto fixemos a ∈ X e tomemos ( xk )k∈N ; xk −→ a. Suponha
que g (xk ) não convirja pra g (a). Então existe > 0 e infinitos índices k ∈ N ; g(xk ) ∈/ B (g (a), ).
Tomemos N = {k ∈ N; g (xk ) ∈/ B (g (a), )}. Assim, (g (xk ))k∈N ⊂ K ⇒ ∃ N ⊂ N e
k∈N
b = g (a) ∈ K tal que g (xk ) −→ b. Como f é contínua em X × K ⇒ lim f (xk , g (xk )) =
k ∈N
f (a, b) = 0, pois b = a e g (a) é o único elemento de K que satisfaz f (a, g (a)) = 0 . Ora, mas
f (xk , g (xk )) = 0 , ∀ k ∈ N , portanto se tomarmos = |f (a, b)|/2, temos que ∃ k 0 ∈ N tal que
∀ k ∈ N, k > k ⇒ |f (x , g(x )) − f (a, b)| < , e daí |f (x , g(x ))| = |f (x , g(x ) − f (a, b) +
0 k k k k k k
f (a, b)| ≥ |f (a, b)| − |f (x , g (x )) − f (a, b)| > |f (a, b)| − |f (a, b)|/2 > 0. Contradição! Portanto
k k
g (x ) −→ g (a) ⇒ g é contínua.
k
Exercício 4
Exercício 2
Seja Y ⊂X ⊂R m
com Y denso em X . Se a aplicação contínua f : X −→ Rn
é tal que sua restrição
f Y é uniformemente contínua, prove que f é uniformemente contínua.
| Solução. f |Y uniformemente contínua ⇒ dado ε > 0 arbitrário, ∃δ = δ (ε) > 0 tal que para
todo x e y em Y satisfazendo |x − y | < δ, tem-se |f (x) − f (y )| < ε/2. Tomemos então x e y
em X tais que |x − y | < δ. Por hipótese Y é denso em X , portanto existem sequências (xk ) e
(yk ) em Y , tais que xk −→ x e yk −→ y . Daí |x − y | < δ ⇒ ∃ k0 ∈ N tal que ∀ k > k0
tem-se |xk − yk | < δ e portanto |f (xk ) − f (yk )| < ε/2. Usando a continuidade de f concluimos que
|f (x) − f (y)| = lim |f (xk ) − f (yk)| ≤ /2 < . Portanto f : X −→ Rn é uniformemente contínua.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 15
Exercício 3
Exercício 4
|φ(x ) − φ(y )| −→ 0
k k
Agora, defina ψ : X R m
R, ψ (x) = f (x)g (x). Temos que
⊂ −→
|ψ(x ) − ψ(y )| = |f (x )g(x ) − f (y )g(y )|
k k k k k k
= |f (x )g (x ) − f (x )g (y ) + f (x )g (y ) − f (y )g (y )|
k k k k k k k k
Se f e g são limitadas, isto é, existem M , M > 0 tais que |f (x)| < M , ∀x e |g (y )| < M , ∀y,
f g f g
então
|ψ(x ) − ψ(y )| ≤ M |g(x ) − g(y )| + M |f (x ) − f (y )| −→ 0.
k k f k k g k k
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 16
Exercício 5
Seja C ⊂R n
convexo. Se x ∈ Rn e x ∈ C são tais que |x−x| = d (x, C ), prove que x − x, y − x ≤0
para todo y ∈ C.
Solução. Suponha que exista y C tal que x x, y x > 0 . Defina z = (y x)t + x. Então
∈ − − −
2 2
|z − x| = |(y − x)t − (x − x)| =
t2 y 2
| − x| − 2t y − x, x − x + |x − x| 2
Daí, ∀ t ∈ I = (0, 1) ∩ 0,
2 y − x, x − x
= ∅, temos que t |y − x| − 2t y − x, x − x < 0 2 2
|y − x| 2
Dado C ⊂R n
convexo e fechado, seja f : Rn −→ C definida por f (x) = x , onde x , é o único ponto
de C tal que x x = d (x, C ). Prove que f (x) f (y ) x y para quaisquer x, y Rn , logo f
| −contínua.
é uniformemente | | − |≤| − | ∈
Solução. Sabemos pelo exercício anterior que se C é convexo , x e x ∈ C são tais que ∈R n
x − x , y − x ≤ 0 , y − y , x − y ≤ 0
0 0 0 0 0 0
y − x , x − x ≤ 0 , y − x , y − y ≤ 0
0 0 0 0 0 0
logo
y − x , x − x + y − x , y − y ≤ 0
0 0 0 0 0 0
y − x , x − x + y − y ≤ 0
0 0 0 0
y − x , (y − x ) − (y − x) ≤ 0
0 0 0 0
2
|y − x | ≤ y − x , y − x
0 0 0 0
|y − x | ≤ |y − x |
0 0
Assim
|f (y) − f (x)| ≤ |y − x|
então f é lipschitziana, portanto uniformemente contínua.
1.1.9 Homeomorfismos
Exercício 1
X ⊂ R −{0} um conjunto compacto que tem um (único) ponto em comum com cada semi-reta com
n
Exercício 2
y
g (y ) = , é contínua e satifaz g (f (x, t)) = ( x, t) e f (g (y )) = y .
|y| , ln−y
||
Portanto, f : S n 1
× R −→ R − {0} é um homeomorfismo.
n
Exercício 3
Exercício 4
Dê exemplo de conjuntos X, Y ⊂R n
e pontos a ∈ X , b ∈ Y tais que X − {a} e Y − {b} são
homeomorfos mas X não é homeomorfo a Y .
Solução. Sejam X = [0, 2π) o intervalo semi-aberto e Y = S 1 = {(x, y) 2
∈ R ;x 2
+ y2 = 1 o
}
círculo unitário.
a) Mostraremos que a aplicação f : X − {a} −→ Y − {b}, onde a = 0 e b = (1, 0), definida
por f (t) = (cos t, sen t) é um homeomorfismo. Com efeito, é claro que a aplicação f é contínua,
além disso, f é bijeção. Mostrar que f −1 é contínua, é equivalente a mostrar que f (F ), donde
F ⊂ (X − {a}), é um conjunto fechado. Com efeito, suponhamos que F ⊂ (0, 2π) é fechado (sa-
bemos que F é limitado) então F é compacto, logo f (F ) é um conjunto compacto, o qual implica
que f (F ) é fechado em S 1 (1, 0) , portanto f −1 é contínua, e concluímos que f é um homeomor-
fismo.
−{ }
b) Agora mostraremos que a aplicação f : X −→ Y não é um hom eomorfismo. Com efeito, é
claro que a aplicação f definida por f = (cos t, sen t) é contínua e bijet iva. Mas a sua inv ersa
1
f −1 : S 1 → [0, 2π ) é descontínua no ponto p = (1, 0). De fato, ∀k ∈ N, sejam tk = 2π − e
k
zk = f (tk ). Então lim f (tk ) = lim zk = (1, 0), mas lim f −1 (zk ) = lim tk = 2π = 0 = f −1 (1, 0),
k→∞ k→∞ k→∞ k→∞
assim f −1 é descontínua em (1 , 0). Portanto f não é homeomorfismo.
Exercício 5
Sejam X ⊂R m
,Y ⊂R n
compactos, a ∈ X e b ∈ Y . Se X − {a} é homeomorfo a Y − {b}, prove
que X e Y são homeomorfos.
ϕ
Solução. Seja X − {a} ≈ X − {b}. Defina
g :X → Y
ϕ(x) se x = a
x →
b se x = a
Note que g é bijetiva!
Para verificarmos que g é contínua, basta provarmos que lim g (x) = b .
x→a
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 19
Ora, tomemos então ( xk ) ⊂ X − {a} tal que x k −→ a e suponha que g (xk ) −→ b. Desse modo
inf
devem existir > 0 e N ⊂ N tal que ϕ(xk ) = g (xk ) ∈/ B (b, ), ∀ k ∈ N .
Chamemos ϕ (xk ) = yk . Então, como Y é compacto e ( yk ) ⊂ Y ⇒ ∃ N ⊂ N e c =b ∈ Y
k∈N
tal que yk → c. Mas ϕ é bijetiva ⇒ ∃ a ∈ X − {a} tal que ϕ (a) = c, e então usando o fato que
k∈N
ϕ é homeomorfismo, segue que x k = ϕ −1 (yk ) → ϕ−1 (c) = a , onde a =
a. Contradição! Portanto
g (xk ) b. Como X é compacto e g é bijetiva e contínua, segue que g é homeomorfismo de X
sobre g−→
(X ) = Y .
Prove que um conjunto X ⊂ R é conexo se, e somente se, para cada par de pontos a, b ∈ X existe
n
Solução.
( ) Se X é conexo, basta tomar Cab = X sempre.
⇒
( ) Seja a X fixo. Então, para todo x X existe um conjunto conexo Cax X tal que
⇐ ∈ C . Logo,
a, x ∈ X=
ax
∈ ⊂
Cax. Como os conjuntos C ax são conexos e têm em comum o ponto a
x X
∈
entao X é conexo.
Exercício 2
prove que existe c ∈ R tal que os segmentos de reta [ a, c] e [ c, b] estão ambos contidos em R − Z .
n n
Exercício 3
por caminhos, logo conexo. Desse modo S 1 não é homeomorfo a S 2 , pois se assim fosse teríamos
S 2 − {q, q } ∼
= S 1 − {p, p }, o que não ocorre.
Exercício 4
Exercício 5
1.1.11 Limites
Exercício 1
Se f : X −→ R n
é uniformemente contínua no conjunto X ⊂R m
, prove que, para todo a, ponto de
acumulação de X , existe lim f (x).
x a
Exercício 2
Seja Y ⊂X ⊂R m
, com Y denso em X . Para toda aplicação uniformemente contínua f : Y −→ R , n
prove que existe uma única aplicação F : X −→ R , uniformemente contínua, tal que F (y) = f (y)
n
x ∈ X . Isto define F : X −→ R . Para todo ε > 0 dado, tome-se δ > 0 tal que y, y ∈ Y , |y − y | < δ
n
⇒ |f (y) − f (y)| < ε/2. Agora se x, x ∈ X e |x − x| < δ, tomamos sequências (yk) e (yk ) em Y ,
com lim yk = x e lim y = x . Desprezando alguns termos iniciais, podemos supor que |yk − y | < δ
k k
onde |f (y) − f (y )| < ε/2 para k ∈ N, logo |f (x) − f (x)| = lim |f (y ) − f (y )| ≤ ε/2 < ε.
k k
Exercício 3
lim p(z ) = ∞.
z→∞
Solução. Seja p : R −→ R , onde p(z ) = a + a z + . . . + a z , polinômio complexo não
2 2
0 1 k
k
p(z ) = z k
a0
+
a1
+ ··· + a z−
k 1
+ ak .
z k z k −1
Tome
a0 a1 a k −1
+ ϕ(z ) =
+ + . ·· ·
z k z k −1 z
c
Afirmação (*) lim ϕ(z ) = 0 , isto é, dado = ε > 0, δ > 0 tal que z > δ
z →∞ 2
∃ || ⇒ |ϕ(z)| < 2c ,
onde c = ak .
| |
Logo
p(z ) = z k (ϕ(z ) + a )
| |= ||z ϕ(z) + z a || k
k k
k
≥ |z |c − |z | 2c
k k
|z | c − 2c
= k
= |z | 2c .
k
Portanto,
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 22
⇒ lim
→∞
|p(z)| = ∞.
z
Prova da Afirmação (*) lim ϕ(z ) = 0 , isto é, dado ε > 0 , ∃δ > 0 tal que |z | > δ ⇒ |ϕ(z)| < ε
z →∞
a0 a1 a n− 1 a0 a n− 1
ϕ(z ) = n
+ n 1
+ + n
+
z z − z z z
| |
≤ a0
+ +
an−1
···
· ·· ≤ ≤·· · ·· ·
L
+ +
L
z z || z || z
nL
=
z ||
onde L = max {|ai |, i = 0,...,n − 1}.
nL
Logo, tomando δ = , temos
ε
Portanto,
|ϕ(z)| < ε.
Exercício 4
1.2 - Caminhos em Rn
Mas f é contínua, logo f (a) = lim f (xk ) = lim b = b . Então, por f ser diferenciável, f (a) existe e
é unica, daí
f (x) f (a)
− f (xk ) − f (a)
f (a) = lim = lim
x→a x a− k→∞ xk −a
f (a) f (a)
−
= lim
k→∞ xk a−
0
= lim
x→∞ xk a
−
= 0.
Exercício 2
[0, 1] −→ R e g (t) = |t|. Se a é um ponto interior de I tal que f (a) = (0 , 0), prove que f (a) = 0.
Solução. Como a imagem de f coincide com o gráfico de g temos que f (t) = (x(t), |x(t)|), ∀ t ∈
I , com f (a) = (0 , 0). Note que x(t)
| | ≥ 0, ∀ t ∈ I ⇒ a é ponto de mínimo da função t → |x(t)| e
então a derivada desta função é zero em t = a . Assim, como
Seja f : R −→ R a hélice cilíndrica, definida por f (t) = (cos t,sent,t ). Prove que, para todo
3
t ∈ R, a reta que liga os pontos f (t) e f (t) + f (t) intersecta o eixo vertical de R3 .
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 24
Solução. Temos f (t) = (−sent, cos t, 1) e f (t) = (− cos t, −sent, 0), então
Exercício 4
O caminho g : R −→ R , definido por g (t) = (a cos bt, asen bt, ct) , é também chamado de hélice.
3
=
√
a2 b2 sen 2 bt + a2 b2 cos2 bt + c2
= a2 b2 (sen 2 bt + cos 2 bt) + c2
√
= a2 b2 + c 2 .
Como queremos que g seja parametrizada pelo comprimento do arco temos que ter
|g (t)| = 1
√
⇒ a2 b2 + c2 = 1
⇒ a2 b2 + c2 = 1.
Exercício 1
Seja f : [a, b] −→ Rn um caminho diferenciável tal que f (a) = f (b) = 0. Prove que existe c ∈ ( a, b)
tal que f (c), f (c) = 0.
Solução. Seja g : [a, b] −→ R; g(t) = f (t), f (t). Temos que g é contínua em [a, b] e dife-
renciável em ( a, b). Além disso g (a) = g (b). Daí, pelo teorema do valor médio para funçõ es reais,
temos que existe c ∈ (a, b) tal que 0 = g (b) − g(a) = g (c)(b − a) = 2 f (c), f (c) (b − a) ⇒
f (c), f (c) = 0.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 25
Exercício 3
2
Seja f : I Rn um caminho diferenciável cujos valores são matrizes n × n. Prove que
−→
2
g : I −→ Rn , dado por g (t) = f (t)k , é diferenciável e calcule g (t).
ϕ
Solução. Temos que g é diferenciável, pois é a composta t → (f (t), ··· , f (t)) → f (t)k,
f (t) →
2 2
onde ϕ : Rn ×···× Rn é a aplicação k -linear dada pelo produto de matrizes.
n2 n2
A derivada da função f : R −→ R é a transformação linear f (x) : Rn 2 n2
→R , dada por
x −→ xk
k
f (x) v =
· xi−1 v xk−i .
· ·
i=1
Em dimensão 1 e pela regra da cadeia
k
f (t) = x(t)i−1 x(t)k−i · · f (t).
i=1
⇒ |f (b) − f (a) |
=
b
f (t)dt
≤ | b
f (t) dt
|
a a
≤
b
ϕ (t)dt = ϕ (b) − ϕ(a)
a
Seja f : [a, a + h] −→ R n
um caminho de classe C k . Prove que
k 1
−
f (a + h) = f (a) + h f (a) + · · ·· + (kh− 1)! f − (a) + r k 1
k
onde 1
hk k 1 (k)
rk =
(k − 1)! (1 − t) − f (a + th)dt.
0
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 26
1
i hk k 1 (k)
rk
onde = (k − 1)! 0 (1 − t) − f i (a + th)dt, ∀ i = 1,...,n .
Assim,
f (a + h) =
f1 (a + h),...,f n (a + h)
k 1
−
··· + (kh− 1)! f − (a) + r ,...,f
=
f1 (a) + h f1 (a) + · k 1
1
1
k n (a) + h fn (a) +
· ··· +
k 1
h− k 1 − n
+
− 1)! f (a) + r
(k n k
k 1
h− k 1
= f (a) + h · f (a) + · ·· + f − (a) + r , k
(k − 1)!
onde
rk = (rk1 , · ·· , r ) n
k
k 1 1
h (k) hk
= −
(k 1)! 0 (1 + th)dt,..., (k − t) k 1 f 1 ( a
− − 1)! 0
(1 − t) − fk 1 n(k) (a + th)dt
1
hk k−1 (k)
= (1 t) f (a + th)dt. −
(k 1)! 0
−
Exercício 3
a a
Seja f : [a, b]−→ R um caminho retificável, com f (a) = A e f (b) = B . Se seu comprimento é
n
Exercício 3
Seja U ⊂R n
aberto e conexo. Dados a, b ∈ U , prove que existe um caminho retificável f : I → U
começando em a e terminando em b.
Solução. Seja a, b ∈ U . Como U é aberto e conexo, segue que U é conexo por caminhos, logo
existe um caminho poligonal contido en U que liga a e b. Isto é, existem x , x ,...,x ∈ U tais 0 2 n
k k
l(f ; P ) = f ( ti ) f ( ti 1 ) = xi xi 1 nK,
|
i=1 − | i=1 | − − | ≤
−
onde K = max {|xi − xi−1 |}. Então l (f ; P ) é limitado para toda partição P . Portanto f é retificável.
i=1,n
Exercício 4
Dado U ⊂R n
aberto e conexo, defina a distância intrínseca entre os pontos a, b ∈ U como o ínfimo
dU (a, b) dos comprimentos dos caminhos retificáveis f : I −→ U , que ligam a e b. Prove que se (x ) k
é uma sequência de pontos em U e a ∈ U , tem-se que lim xk = a se, e somente se, lim dU (xk , a) = 0.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 28
Solução.
(⇐) Da definição de distância intrínseca entre os pontos x e a concluimos que |x − a| ≤d ,
U (x, a)
grande.
Um conjunto X ⊂R n
chama-se i-convexo (1 ≤ i ≤ n) quando para quaisquer a, b ∈ X tais que
b = a + te i , tem-se [a, b] ⊂ X . (Se X ⊂ R , diz-se então que
2
X é horizontalmente convexo ou
verticalmente convexo, conforme seja i = 1 ou i = 2). Prove que se o aberto U Rn é i-convexo e a
função f : U ∂f (x) = 0 para todo x ∈ U então f não depende⊂da i -ésima variável,
−→ R cumpre ∂x i
isto é, x, x + te ∈ U ⇒ f (x + te ) = f (x).
i i
Exercício 2
Para mostrar que f depende de y , basta mostrar que f assume valores diferentes para diferentes
valores de y . Para tal, considerando x > 0 , y > 0, temos que f (x, y) = x2 é estritamente positiva e,
tomando o simétrico da segunda coordenada (essa passa a ser negativa), obtemos f (x, −y ) = 0.
Exercício 3
Diz-se que um caminho retilíneo f : I Rn é paralelo ao i-ésimo eixo quando ele é da forma
f (t) = a + te i , t ∈ I . Se U ⊂ R n −→
é um aberto conexo, prove que dois pontos a, b ∈ U quaisquer
podem ser ligados por um caminho poligonal contido em U , cujos trechos retilíneos são paralelos aos
∂f
eixos. Conclua que se U ⊂R n
é conexo e f : U −→ R cumpre ∂x (x) = 0 para todo x ∈ U e
i
qualquer i com 1 ≤ i ≤ n, então f é constante.
Solução. Dois pontos quaisquer de uma bola podem ser ligados por um caminho poligonal contido
nela, o qual tem seus lados paralelos aos eixos. Segue-se daí, que o mesmo ocorre em qualquer aberto
conexo. Fixando a ∈ U , para todo ponto x ∈ U , unindo-o ao ponto a por um caminho desse tipo, em
∂f
cada segmento retilíneo do caminho varia apenas a i-ésima coordenada, e como = 0, a função f
∂x i
se mantém constante ao longo desse segmento. Então f (x) = f (a) para todo x U e f é constante. ∈
Exercício 4
∂f
Seja U ⊂R n
aberto. Se f : U −→ R possui derivadas parciais ∂x i
: U −→ R, i = 1,...,n
limitadas, prove que f é contínua. ≤
∂f
Solução. Seja M > 0 tal que (x) M , i = 1,...,n e x M . ∀ ∀ ∈
∂x i
Dados x, x + v U com v = (α1 ,...,α n ) definamos a seguinte sequência de vetores em Rn :
∈
v0 = 0
v 1 = v 0 + α 1 e1
v 2 = v 1 + α 2 e2
.. .. ..
. . .
vn = vn−1 + αn en = v.
Daí
f (x + v )
− f (x) = f (x + v1 ) − f (x + v ) + f (x + v ) − f (x + v ) + . . . + f (x + v ) − f (x)
0 2 1 n
n
⇒ f (x + v) − f (x) = [f (x + v ) − f (x + v − )]
i i 1
i=1
|f (x + v ) − f (x + v − )| =
i i 1
∂f
| | ≤
(z ) . αi M αi , z
| | ∈ [v − , v ]
i 1 i
∂x i
Então, n
|f (x + v ) − f (x)| ≤ M |α | = M |v|, daí fazendo y = x + v obtemos que |f (y) − f (x)| ≤
i
i=1
M |x − y |, logo f é contínua.
Em particular,
∂f
(0, 0) = 0 e
∂f
(0, 0) = 0 = ⇒ ∇f (0, 0) =
∂f ∂f
, (0, 0) = 0 .
∂x ∂y ∂x ∂y
∂f
Se f fosse diferenciável no ponto (0 , 0), teríamos (0, 0) = ∇(0, 0), v, o que não ocorre.
∂v
Exercício 2
Seja f : Rn −→ R uma função contínua que possui todas as derivadas direcionais em qualquer ponto
∂f ∂f
de Rn . Se (u) > 0 para todo u ∈ S n−1 , prove que existe a ∈ R n tal que (a) = 0, seja qual for
∂u ∂v
v ∈R . n
∂f
Solução. Seja u ∈ S n−1 . Então a condição
(u) > 0 implica que existe δ > 0 tal que para todo
∂u
t R satisfazendo δ < t < 0 tem-se f (u + tu) f (u) > 0 f (u + tu) < f (u).
∈ − − ⇒
t
Note que se δ < t < 0 então 1 δ < 1 + t < 1
− (1 + t)u < u = 1 e assim (1 + t)u B (0, 1).
− ⇒| | || ∈
Além disso, f (1 + t )u < f (u). Como esta desigualdade vale para todo u ∈ S − , temos que o
n 1
∂f
t = 0 e assim 0 = ϕ (0) = (a).
v
∂v
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 31
Outra Solução.
∂f f (u + tu) f (u) −
Temos que (u) = lim > 0.
∂u t−→0 t
Considere ϕ : R R definida por ϕu (t) = f (tu).
−→
Como
f (1 + h)u f (u)
ϕ (1) = lim
u h −→0
ϕu (1 + h)
h
− ϕ (1)= lim
u
h −→0 h − =
∂f
∂u
(u) > 0
⇒
ϕ (1) > 0 ,
u
então existe ε > 0 tal que 1 − ε < t < 1 ⇒ ϕ (t) < ϕ (1).
u u
Assim,
f (tu) < f (u), 1 − ε < t < 1, u ∈ S n 1 −. (i)
Como f é contínua na bola fechada B [0, 1], pelo Teorema de Weierstrass,f assume um mínimo nesse
conjunto, o qual é atingido num ponto a tal que |a| < 1. Se essa desigualdade não fosse estrita,
teríamos que a ∈ S n−1 e assim, de (i), a não seria ponto de mínimo.
Como a ∈ intB [0, 1], temos que a + tv ∈ B [0, 1], para t suficientemente pequeno.
Definindo ψ : R −→ R por ψv (t) = f (a + tv ), segue que
ψv (t) = f (a + tv ) ≥ f (a) = ψ (0), para cada v ∈ R .
v
n
(ii)
Logo,
∂f f (a + tv ) − f (a=) lim ψv (t) − ψ (0) = ψ (0) = 0 , ∀ v ∈ R ,
v n
(a) = lim v
∂v t−→0 t t
−→0 t
pois, por (ii), 0 é um ponto de mínimo local de ψ para cada v ∈R . n
Exercício 3
prove que f é linear. Conclua que a função ϕ : R −→ R, dada por ϕ(x, y ) = x /(x + y ) se 2 3 2 2
Portanto f é linear.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 32
Exercício 4
Seja f : U → R de classe C no aberto U ⊂ R . Prove que, dados a ∈ U e ε > 0 , ∃ δ > 0 tal que
1 n
x, y ∈ U, |x − a| < δ, |y − a| < δ ⇒ f (x) − f (y ) = ∇f (a), x − y + r(x, y ), onde |r(x, y )| < ε|x − y |.
∂r
Solução. f ∈ C ⇒ r (x) = f (x) − f (a) − f (a)(x − a) ∈ C (U ) e ∂x
1 1
(a) = 0, i = 1,...,n ,
i
∂r
então dado ε > 0 , existe δ > 0 tal que (x) − ∂r∂x (a) < ε, ∀ x com |x − a| < δ .
i
∂x i
Então pelo T.V.M., |x − a| < δ, |y − a| < δ ⇒ |r(x) − r(a)| < ε|x − y |, pois B (a; δ) é convexa.
Agora note que f (x) = f (a) + f (a)(x a) + r (x) e f (y ) = f (a) + f (a)(y a) + r (y ) implicam
f (x) − f (y ) = f (a)(x − y ) + r (x) − r−
(y ). −
r(x, y ) := r (x) − r(y) ⇒ f (x) − f (y) = ∇f (a), x − y + r(x, y), onde |r(x, y)| < ε|x − y|.
prove que existem ϕ : I −→ R , ψ : J −→ R de classe C tais que f (x, y) = ϕ (x) + ψ (y) para todo
2
(x, y ) ∈ I × J .
∂ 2f ∂ 2f ∂f ∂f
Solução. Como e são identicamente nulas, não depende de x e não depende
de y . Fixando (x∂x∂y
0 , y0 )
∂y∂xI ∈ × ∂y as funções ϕ : ∂xI
J podemos então definir R e −→
∂f ∂f
ψ : J −→ R pondo ϕ(x) = (x, y0 ) e ψ (y ) = (x0 , y ), as quais são de classe C e cum-
1
∂x ∂y
∂f ∂f
prem ϕ (x) = (x, y ), ψ (y ) = (x, y ) para todo (x, y) I J . Então ∈ ×
∂x ∂y
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 33
f (x, y ) = f (x, y ) − f (x , y) + f (x , y) − f (x , y ) + f (x , y )
0 0 0 0 0 0
=
x
∂f
(s, y )ds +
y
∂f
(x0 , t)dt + f (x0 , y0 )
x0 ∂x y0 ∂y
=
x
ϕ(s)ds +
y
ψ (t)dt + f (x0 , y0 )
x0 y0
= ϕ (x) + ψ (y ).
Exercício 2
2 2
∂ g ∂ g
Use o exercício anterior para provar que se g : R × R
→ R é de classe C , com ∂x = , então 2
2 2
∂y
existem ϕ : R −→ R e ψ : R −→ R de classe C , tais que g (x, y) = ϕ (x + y) + φ(x − y ) para todo
2
(x, y ).
Solução. Definamos f : R2 −→ R, pondo f (u, v ) = g (u + v, u − v ).
∂f
=
∂g ∂x ∂g ∂y
+ =
∂g ∂g
+
e
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u ∂x ∂y
∂ 2f ∂ 2 g ∂x ∂ 2 g ∂y ∂ 2 g ∂x ∂ 2 g ∂y
= + + +
∂v∂u ∂x ∂v ∂y∂x ∂v ∂x∂y ∂v ∂y 2 ∂v
2
=
∂ 2g
− ∂∂yg
2
+
∂ 2g ∂ g
− ∂y∂x
2
∂x 2 2 ∂x∂y
∂ 2g ∂ g 2
=
∂y 2
− ∂x 2
∂ 2f
⇒ = 0.
∂v∂u
Logo f satisfaz as condições do exercício anterior, donde segue que existem −→ R e ψ : ϕ : R
R −→ R tais que f (u, v ) = ϕ (u) + ψ (v ) = g (u + v, u − v ), fazendo u + v = x e u − v = y temos
u=x+yev =x−y
∴ g (x, y ) = ϕ (x + y ) + ψ (x − y ), ∀ (x, y ).
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 34
Exercício 3
Seja f : R n −→ R de clase C , tal que f (t, x) = t f (x) para todo t > 0 e todo x ∈ R . Prove que
2 2 n
n
existem aij ∈ R (i, j = 1,...,n ) tais que f (x) = a x x para todo x = (x ,...,x ) ∈ R .
i,j i j 1 n
n
i,j=1
x4 + y 4
Como explicar f (x, y ) = ?
x2 + y 2
Solução.
∂f n
(i) Derivando a igualdade t2 f (x) = f (tx) em relação a t, obtemos 2tf (x) = (t, x)xj onde
j=1 ∂x j
se usou a regra da cadeia. Derivando outra vez em relação a t (isso é possível, pois f C 2 ): ∈
n n
∂ 2f
2f (x) = (tx)xi xj ,
i=1 j=1
∂x i ∂x j
ou seja,
n n
1 ∂ 2f
f (x) = (tx)xi xj .
2 i=1 j=1
∂x i ∂x j
Tomando o limite quando t −→ 0 , obtemos
n n n n n n
1 ∂2f 1 ∂ 2f 1
f (x) = lim tx xi xj = (0)xi xj = aij xi xj ,
2 ∂x i ∂x j t 0 2 ∂x i ∂x j 2
i=1 j=1
→ i=1 j=1
i=1 j=1
2
∂ f
onde aij = (0).
∂x i ∂x j
x4 + y 4
(ii) f (x, y) = não é de classe C 2 , pois não tem derivadas parciais contínuas no ponto
x2 + y 2
2
(0, 0). Portanto, f (x, y ) = aij xy .
i,j=1
Exercício 4
Sejam f, ϕ : U −→ R n+1
de classe C 2 no aberto U
⊂R n
. ( Isto é, as funções-coordenada de f e ϕ
∂ϕ
são de classe C 2 .) Suponha que f (x), (x) = 0 para todo x ∈ U e todo i = 1,...n . Prove que
∂x i
a matriz [aij (x)], onde aij (x) = ∂f (x), ∂ϕ (x) , é simétrica, seja qual for x ∈ U .
∂x i ∂x j
⇒
∂f
(x),
∂ϕ
(x) + f (x),
∂ 2ϕ
(x)
− f (x),
∂2f
(x) =
∂f
(x),
∂ϕ
(x) .
∂x j ∂x i ∂x j xi ∂x i xj ∂x i ∂x j
Exercício 1
Seja r : U −→ R uma função de classe C k definida num aberto U ⊂R n
que contém a srcem 0 . Se
r, juntamente com todas as suas derivadas parciais até as de ordem k , se anulam no ponto 0 , prove
r (v )
que lim k = 0.
v →0 v ||
Solução. Provaremos por indução sobre k .
Para k = 1 a afirmação é verdadeira, pois por hipótese r é diferenciável e r (0) = r (0) = 0 , então
r (v ) r (v )
r(v ) = r (0) + r (0)v + r (v ), onde 0 = lim = lim .
v → 0 |v | v →0 |v |
Supondo o resultado válido para k − 1 e seja r uma função k vezes diferenciável em 0 , com todas
as derivadas parciais de ordem menor ou igual a k nulas na srcem. Então para cada i = 1,...,n a
função ∂r : U → R é k − 1 vezes diferenciável e também tem todas as derivadas parciais de ordem
∂x i
menor ou igual a k − 1 nulas na srcem.
∂r
(v )
Daí, pela hipótese de indução, temos que lim ∂xik−1 = 0. Pelo Teorema do Valor Médio, existe
v → 0 |v |
n n ∂r
∂r r (v ) (θ )
· |vv| .
θ ∈ (0, 1) tal que r (v) − r(0) =
∂x
(θv )vi , onde r (0) = 0 . Daí,
v k
|| =
||
∂x i v
v k −1
i
i=1 i i=1
vi r(v )
Note que, para todo i = 1,...,n, é limitado, então no limite temos lim k = 0.
v || v →0 v ||
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 36
Exercício 2
Sejam f : U −→ R uma função arbitrária,definida num aberto U ⊂ R . Prove que o conjunto dos n
número racional r > 0 tal que |x − q | < r < δ , portanto B (q ; r ) ⊂ B (x; 2δ) e daí y ∈ B (q , r )
x x x x x x x
com y =
x ⇒ f (y) < f (x).
A correspondência x → (q , r ) é injetiva pois se q = q e r = r então x ∈ B (q ; r ) e
x x x x x x x x
x ∈ B (q ; r ). Se fosse x
x x = x , teríamos f (x ) < f (x) e f (x) < f (x ), o que é um absurdo.
Disto segue que f é injetiva e assim existe uma correspondência injetiva entre os elementos de U e
um subconjunto de Q × Q, portanto U é enumerável.
Exercício 3
−3 y 2
+ 1 = 0 , assim os pontos críticos são
√ √ √ √ √ √
3 3 3 3 3 3
√ √
A= ,
3 3
− ,B =
− ,
3 3
,C =
3
,
3
e D= − 33 , − 33 .
6x 0
A matriz Hessiana H g (x, y) é dada por . Vejamos a natureza dos pontos críticos.
0 6y
Seja v = (α, β ). −
No ponto A, tem-se
√ √ 2 3 0 α
( α β )
− √ = 2 3(α2 2
− β ).
0 2 3 β
Exercício 4
Exercício 5
2 0
√2 4 0
H (0, 0) = −
0 6 e H 2 ,0
± = 0 4 .
Exercício 6
∂f
k
(x) = 2( x − a , e + x − a , e + ·· · + x − a , e ) = 2
1 i 2 i k i kx − aj , ei .
∂x i j=1
Daí
k
k
aj
∂f j=1
(x) = 0, ∀ i = 1,...,n ⇔ kx − aj = 0 ⇔x= .
∂x i j=1
k
Além disso,
∂2f ∂ 2f
(x) = 0, se i = j, e (x) = 2k, se i = j.
∂x j ∂x i ∂x 2i
Desse modo
2k 0 ·· · 0
0 2k ·· · 0
Hf (x) = 0 0 ·· · 0 ,
. . ... .
0 0 ·· · 2k
k
1
⇒ det Hf (x) = (2 k) n
>0 ⇒x = k
aj é ponto de mínimo de f .
j=1
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 39
Seja A ⊂R n
um conjunto convexo. Prove que a função f : Rn −→ R, definida por f (x) = d (x, A),
é convexa.
Solução. Para x, y Rn e t [0 , 1], sejam x, y A tais que d(x, A) = x x e d(y, A) = y y .
Então (1 − t)x + ty ∈∈ ∈ ∈ |−| |−|
A (pois o fecho de um conjunto convexo é também convexo). E como
d(x, A) = d (x, A), temos:
f (1 − t)x + ty −
= d (1 t)x + t y, A
≤ − [(1 t)x + ty ]
− [(1 − t)x + ty]
= |(1 − t)(x − x) + t(y − y )|
≤ (1 − t)|x − x| + t|y − y|
= (1 − t)f (x) + tf (y ).
Exercício 2
Prove que todo ponto de mínimo local de uma função convexa é um ponto de mínimo global. Além
disso, o conjunto dos pontos de mínimo é convexo.
Solução. Seja a ∈ X um ponto de mínimo local da função convexa f : X −→ R. Se existisse
um x ∈ X tal que f (x) < f (a) então, para todo t ∈ [0, 1], teríamos f (1 − t )a + tx ≤ (1 −
t)f (a) + tf (x) < (1 − t)f (a) + tf (a) = f (a). Tomando t > 0 pequeno, obteríamos pontos
y = (1 − t)a + tx tão próximos de a quanto se deseje, com f (y ) < f (a), logo a não seria um ponto
de mínimo local. Além disso, se x e y são pontos de mínimo de f , então como o mínimo local de f
é mínimo global, segue que f (x) = f (y), daí se z = (1 − t)x + ty , para algum t ∈ [0, 1], então
f (x) ≤ f (z ) ≤ (1 − t)f (x) + tf (x) = f (x), portanto f (z) = f (x) ⇒ z é mínimo global.
Exercício 3
Prove que uma função convexa, f : U −→ R , com U aberto, (mesmo não-diferenciável) não possui
pontos de máximo local estrito.
Solução. Seja a ∈ U . Como U é aberto, a é ponto médio de segmentos de reta [b, c] ⊂ U . Como
f é convexa, tem-se
f (a) ≤ 12 f (b) + f (c)
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 40
Suponha que a é um máximo local estrito , assim f (a) > f (b) e f (a) > f (c), logo 2 f (a) > f (b) +
f (c). Segue-se que
f (b) + f (c) ≥ 2f (a) > f (b) + f (c)
Esta contradição conclui a prova.
Exercício 4
Prove que o conjunto dos pontos críticos (todos necessariamente mínimos globais) de uma função
convexa diferenciável é um conjunto convexo, no qual f é constante.
Solução. Dados a, b ∈ U pontos críticos arbritrários. Sabemos que ambos são pontos de mínimo
global de f e, em particular, f (a) = f (b). Assim, dado t ∈ [0 , 1] ⇒ f ((1 − t)a + tb) ≤ (1 − t)f (a) +
tf (b) = f (a), como f (a) é ponto mínimo global, então concluimos que f (1 − t)a + tb)) = f (a) e
portanto o conjunto dos pontos críticos de f é convexo.
Exercício 5
Se f : X −→ R é convexa, prove que, para todo c ∈ R, o conjunto dos pontos x ∈ X tais que
f (x)
≤ c é convexo. Dê exemplo mostrando que a recíproca é falsa.
Solução. Tomemos a e b ∈ X , tais que f (a) e f (b) ≤ c. Se t ∈ [0, 1], então defina
z = t (b − a) + a = (1 − t)a + tb. Temos que
f (z ) = f ((1 − t)a + tb) ≤ (1 − t)f (a) + tf (b) ≤ (1 − t)c + ct = c,
portanto z ∈ Y , onde Y = x
{ ∈ X ; f (x) ≤ c} ⇒ Y é convexo.
Agora note que f (x) = −x não é uma função convexa, mas para todo
2
c ∈ R, o conjunto
Y = {x ∈ X ; f (x) ≤ c } é convexo, portanto a recíproca é falsa.
Exercício 6
Uma função f : X −→ R, definida num conjunto convexoX ⊂ R chama-se quase convexa quando,
n
e f (y ) ≤ c.
Logo, pela convexidade de X , f (1 − t )x + ty
≤ c = max f (x), f (y ) para todo
{ }
t ∈ [0, 1].
(⇐)
Suponha que f (1 − t )x + ty
≤ max f (x), f (y ) , para quaisquer x, y
{ } ∈ X e t ∈ [0, 1]. Sejam
x, y ∈ X tais que f (x) ≤ c e f (y ) ≤ c. Então, max{f (x), f (y )} ≤ c. Portanto, t ∈ [0, 1] ⇒
f ((1 t)x + ty ) max f (x), f (y ) c e f é quase-convexa.
− ≤ { }≤
2
Exercícios do Livro Curso de Análise vol.2
2.1.1 Limites
Exercício 1
Exercício 3
Seja f : X −→ R definida num conjunto ilimitado X ⊂ R . Defina o que se ent ende por
n m
k
lim xk =
−→∞
∞⇒ k
lim f (x) =
−→∞
∞.
Exercício 4
B n n
|an | ⇒ |a .z | > |a |.A
n n >B ⇒ lim
→∞
p(z ) = ∞
x
Exercício 6
x2 y 2−
Seja f : R2 R definida por f (x, y) = 2 2 se x2 + y 2 = 0 e f (0, 0) = 0 . Mostre que
→ x +y
lim → (lim → f (x, y )) =
x 0 lim → (lim →
y 0 y 0 x 0 f (x, y )).
Solução. Para que se tenha limy→0 f (x, y ) = b ∈ R é necessário e suficiente que limyk →0 f (x, yk ) = b
seja qual for a sequência de pontos yk ∈ R\{0} tal que lim →∞ y = 0. k k
lim yk = lim xk = 0
k →∞ k →∞
e
lim (lim f (x, y )) = lim ( lim f (xk , yk ))
x →0 y →0 xk →0 y k →0
Daí,
lim
lim
xk 2 yk 2 −
= lim
limxk →0 (xk 2 yk 2 ) − −
= lim
yk 2
= lim −1 = −1
yk →0 xk →0 xk 2 + y k 2 yk →0 limxk →0 (xk 2 + yk 2 ) yk →0 yk 2 xk →0
Portanto,
lim (lim f (x, y )) = lim (lim f (x, y )).
x→0 y →0 y →0 x →0
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 44
O conjunto dos valores de aderência de uma sequência limitada é um conjunto compacto não - vazio.
Solução. Seja F ={ conjunto dos valores de aderência de (xk ) }.
Já provamos anteriormente que o conjunto dos valores de aderência de uma sequência é fechado (
exercício 5.2 - Análise Real vol.2), portanto resta provar que F é limitado e não-vazio.
Ora, como ( xk ) é limitado ⇒ ∃ r > 0 tal que ( x ) ⊂ B (0, r), daí F, no máximo, está contido em
k
Exercício 2
2
As matrizes ortogonais n × n formam um subconjunto compacto de R n .
Solução. Uma matriz é ortogonal se, e só se AtA = I .
Exercício 3
compacto de X .
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 45
Exercício 4
vez de compactos.
Solução. Para cada k ∈ N defina F = [k, ∞) ⊂ R.
k
Exercício 5
Seja X ⊂ R − {0} um conjunto compacto que contém exatamente um ponto em cada semi-reta
n+1
1
2
2
|x | x
1
2 = x1 ⇔ x1 e x 2 têm a mesma direção e o mesmo sentido, logo estão na mesma semi-reta e
|x |2
assim x1 = x 2 , pois a interseção de cada semi-reta e o conjunto X é única. Logo, ϕ é injetiva.
Além disso, ∀ y ∈ S n, ∃ t > 0 tal que ty ∈ X , pois y = 0, com ϕ(ty) = |tyty| = tty|y| = |yy| = y.
Dessa maneira, ϕ é também sobrejetiva.
Temos ainda que ϕ é contínua, pois ϕ(x) = x é um quociente de funções contínuas ( x ∈X⊂
|x |
Rn+1
− {0} ⇒ |x| = 0).
Como X é compacto, logo ϕ é um homeomorfismo.
Exercício 6
sabemos que X é homeomorfo ao gráfico da aplicação contínua h, que é fechado (veja o livro de
Espaços Métricos do Elon). Com o gráfico G é homeomorfo a X , ele é limitado, logo G é compacto,
portanto X é compacto.
Exercício 7
Exercício 8
Solução.
Agora como f é uma aplicação contínua, pois suas funções coordenadas são contínuas, segue-
se que h ◦ g é contínua. Além disso, a função g é contínua e está definida num compacto, logo
tem-se que h é contínua.
(Teo. (12.6) pag. 46).
((a+b cos s1 )cos t1 , (a+b cos s1 )sent 1 ,bsens 1 ) = (( a+b cos s2 )cos t2 , (a+b cos s2 )sent 2 ,bsens 2 )
e
(a + b cos s1 )2 sen 2 t1 = (a + b cos s1 )2 sen 2 t1
(a + b cos s1 )2 = (a + b cos s2 )2
de onde obtemos
cos s1 = cos s2
e g (s1, t1 ) = g (s2 , t2 ).
Se U ⊂R n
é um aberto limitado, não existem x0 , y0
∈ U tais que |x − y | = diam U .
0 0
Solução. Por definição, diam U = sup {|x − y |; x, y ∈ U }. Então existem sequências x , y ∈ U taisk k
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 48
que lim |xk− y | = diam U . Seja U ⊂ R aberto e limitado. Suponha que existem x , y ∈ U tais
k
n
0 0
x0 y0 = sup x y ; x, y U .
| − | {| − | ∈ }
Exercício 2
Exercício 3
Seja T = Rn − B [a, r]. Para todo x ∈ Rn , tem-se d(x, T ) = max {0, |x − a|}.
Solução. Seja x ∈ R , se x ∈ T então d(x, T ) = 0 e |x − a| > r ⇒ r − |x − a| > 0, donde
n
d(x, T ) = r − |x − a | ≥ 0 .
Portanto, em qualquer caso, temos d (x, T ) = max {0, r − |x − a|}
Exercício 4
Veja que para cada s ∈ S, podemos considerar s = {s} ⊂ S e com T ⊂ T , temos que d (S, T ) ≤
d(s, T ), isso ∀s ∈ S . Então d(S, T ) ≤ inf d(s, T ) (i). Tem-se d(s, T ) ≤ |s − t |, ∀s ∈ S e t ∈
T . Assim, d(s, T ) ≤ |s − t |, ∀s ∈ S, ∀t ∈ T . Logo inf d(s, T ) ≤ d(S, T ), ∀s ∈ S e portanto
inf d(s, T ) ≤ d (S, T )(ii) de ( i) e ( ii) temos
s S
∈
∈ d(s, T ) ≤ d (S, T )
sinf
S
Exercício 5
k→∞ k k
→∞ k
0, e isto contradiz o fato de f ser uniformemente contínua.
lim |f (x ) − f (y )| = lim |1| = 1 =
Portanto, d(F, G) > 0 .
Exercício 6
2 2 2 2 2
|a − y | ≤ |a − y − t(x − y )|
0 0 0 = a
| − y | − 2a − y , t(x − y ) + t |x − y |
0 0 0 0
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 50
então
2
2a
− y , t(x − y ) ≤ t |(x − y )|,
0 0 0
para t
= 0 tem-se
2a
− y , x − y ≤ t|(x − y )|,
0 0 0
∀ x ∈ F.
2.1.4 Conexidade
Exercício 1
Uma decomposição X = A ∪ B é uma cisão se, e somente se, nenhum dos conjuntos A, B contêm
um ponto aderente ao outro. Isto se exprime por (Ā ∩ B ) ∪ (A ∩ B̄ ) = ∅.
Solução. Por definição: Cisão de um conjunto X ⊂R n
é uma decomposição X = A ∪ B onde
A ∩ B = ∅ e os conjuntos A, B são abertos em X .
A ser aberto em X equivale a dizer que ∀a ∈ A , ∃ ε > 0 tal que B (a; ε) ∩ X ⊂ A. De forma
equivalente podemos definir B aberto em X .
( ) Vamos supor por absurdo que Ā
⇒ ∩ B = ∅, isto é, ∃ x ∈ Ā ∩ B . Isso equivale a dizer que
∃ ( x ) ⊂ A tal que x → x. Assim, pela definição de limite de sequência, ∀ε > 0, a bola B (x; ε)
k k
Exercício 2
Πi (X ) é conexo.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 51
Além disso X
= ∅ ⇒ Π (X ) = ∅. Daí, ∀ i = 1, ·· · , n; Π (X ) consta de um único ponto. Caso
i i
contrário, tomemos a =
b ∈ Π (X ). Como R − Q é denso em R ⇒ ∃ y ∈ R − Q tal que a < y < b .
i
Exercício 3
dim(E ) ≤ n − 2.
Solução. (⇒) Se R − E é conexo, suponha dim(E ) > n − 2 . Como dim(E ) < n, temos que
n
Exercício 9
R conexo. Mas, πi (X ) = {xi , xi , ··· , xi , ···} se reduz a um único ponto, pois é enuméravel,
1 2 n
Exercício 10
Se X ⊂R m
é conexo por caminhos e f : X →R n
é contínua então f (X ) é conexo por caminhos.
Solução. Tomemos f (a) e f (b) em f (X ). Sendo X ⊂R m
conexo por caminhos, então existe
ϕ : [0, 1] →X ⊂R m
, um caminho contínuo satisfazendo ϕ (0) = a e ϕ(1) = b .
Daí, como f é contínua ⇒ f ◦ ϕ : [0, 1] → f (X ) ⊂ R n
é uma aplicação contínua que satisfaz
Se X ⊂R m
,Y ⊂Rn
são conexos por caminhos então X ×Y ⊂ R m+n
é conexo por caminhos.
Solução. Sejam X e Y conexos por caminhos, e z1 = (x1 , y1), z2 = (x2 , y2 ) em X ×Y. Logo
existem caminhos f : [0, 1] → X e g : [0, 1] → Y tais que f (0) = x1 , f (1) = x2 e g (0) = y1 ,
g (1) = y 2 .
Definamos h = (f, g ) : [0 , 1] → X × Y , o caminho definido por h(t) = (f (t), g(t)). É claro que h
liga z1 e z 2 em X ×Y.
Exercício 12
A reunião de uma família de conjuntos conexos por caminhos com um ponto em comum é conexa
por caminhos.
Solução. Seja X =
Xλ , onde cada X λ é conexo por caminhos, e seja a ∈ X , ∀ λ ∈ L. Dados
λ
λ L
∈
pontos quaisquer x, y ∈X = Xλ , temos duas possibilidades:
∈ λ L
2. ∀ x, y ∈ X, ∃ µ, η ∈ L tais que x ∈ X µ ey ∈X . η
f : [0, 1]
−→ Xµ e g : [0, 1] −→ Xη tais que f (0) = x, f (1) = a = g (0) e g (1) = y .
Dessa maneira, o caminho justaposto h = f ∧ g : [0, 1] −→ X com h(0) = x e h(1) = y é um
caminho que une os pontos x e y . Portanto, X =
Xλ é conexo por caminhos.
λ L
∈
Exercício 13
O fecho de um conjunto conexo por caminhos pode não ser conexo por caminhos.
Solução. Tome f : (0, 1] → [ −1, 1] tal que f (x) = sen ( x1 ).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 53
f (x) é contínua pois é a composição de funções contínuas. Daí, como Gr(f ) = (x, f (x)), x { ∈
(0, 1]} ∼
= (0 , 1], Gr (f ) é conexo por caminhos. pois (0 , 1] o é.
No entando Gr (f ) = Gr (f ) ∪ {0} × [−1, 1], que não é conexo por caminho.
Exercício 14
Exercício 15
Seja B ⊂R n
uma bola fechada na norma euclidian a. Para todo subconjunto X ⊂ ∂B , B − X é
convexo. Numa norma arbitrária, B − X é conexo mas não necessariamente convexo.
Solução. Seja B = B [x0, r ]. Sabemos que ∂B = {x ∈ R n ; |x − x0 | = r }. Seja X ⊂ ∂ B e B − X.
Tomemos x, y ∈ B − X e façamos as seguintes hipóteses:
1a ) x, y ∈ int B = B (x0 , r). Neste caso x ∈/ ∂B e y ∈/ ∂B e como B (x0, r ) é convexa, tem-se
⊂ B (x , r).
[x, y ] 0
2a )
x, y ∈ ∂ B , então |x − x | = r e |y − x | = r , seja 0 ≤ t ≤ 1 e (1 − t)x + ty , queremos mostrar
0 0
(1 − t)x + ty ∈ int B ⊂ B − X .
3a ) x ∈ ∂X e Y ∈ / ∂B . Então temos |x − x | = r e |y − x | < r . Seja 0 < t < 1 , então
0 0
≤ (1 − t)|x − x | + t|y − x | 0 0
= (1 t) r + t y y0
< (1 −− t)r + tr| =−r |
portanto
|(1 − t)x + ty − x | < r, 0
ou seja,
− t)x + ty ∈ int B ⊂ B − X.
(1
Seja f : I →R n
um caminho diferenciável com f (a)
= 0 para algum a ∈ I . Se existe uma reta
n
L ⊂R e uma sequência de números distintos t k → a tais que f (t ) ∈ L , então L é tangente a f no
k
ponto f (a).
Solução. Para provar o que se pede, devemos concluir que L = {f (a) + tf (a), t ∈ R}. A priori,
concluímos que f (a) ∈ L pois, caso contrário, isto é, se f (a) ∈/ L então ε = d (f (a), L) > 0 .
Como lim f (tk ) = f (a), existem infinitos pontos de L em B (f (a), ε) e isto contradiz o fato de ε ser
o ínfimo das distâncias de L a f (a).
Seja v =
0 um vetor direcional de L e E = v. Considere também E ⊥ o complemento ortogonal de
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 55
tem-se
f (tk ) f (a) −
, vi = 0, i = 1, 2,...,n 1∀ −
tk a −
Passando ao limite, temos f (a), vi = 0, i = 1, 2,...,n 1. Como f (a) = 0
∀ − ⇒ f (a) é um vetor
não nulo de n
paralelo a v . Portanto L = f (a) + tf (a), t é tangente a f no ponto f (a).
R { ∈ R}
Exercício 3
Seja f : I →R n
um caminho diferenciável. Dados a ∈R n
e r > 0 , a fim de que f (t) pertença, para
todo t ∈ I , à esfera de centro a e raio r , é necessário e suficiente que isto ocorra para um valor t0 ∈I
e que o vetor velocidade f (t) seja perpendicular a f (t) − a, para todo t ∈ I .
Solução.
(⇒) Que ocorre para um t 0 ∈ I é óbvio, provemos a outra assertiva. ∀t ∈ I , tem-se |f (t) − a| = r,
logo temos que
d
− a| = dr
dt
|f (t)
dt
⇒ f (t) −|fa,(t)(f−(ta)|− a)
=
f (t) − a, f (t) = 0,
|f (t) − a|
dr
pois = 0 ⇒ f (t)⊥(f (t) − a). (⇐) Seja t ∈ I , tal que |f (t ) − a| = r e g (t) = |f (t) − a| como
0 0
dt
(f (t) − a)⊥f (t), temos
f (t) − a, f (t) = 0 ⇒ f (|tf) (−t)a,−fa|(t) = 0 ⇒ g (t) = 0, ∀t ∈ I ,
logo g (t) é constante em I . Mas g (t ) = |f (t ) − a| = r , portanto
0 0
g(t) = r ⇒ |f (t) − a| = r, ∀t ∈ I .
Exercício 4
Seja λ : [a, b] → R n um caminho fechado diferenciável. Mostre que existe algum t ∈ (a, b) tal que
λ(t), λ(t) = 0.
Solução. Seja f : [a, b] → R; f (t) = λ(t), λ(t).
f é contínua em [a, b] e diferenciável em (a, b), além disso f (a) = f (b). Então , pelo Teorema do
Valor Médio temos que existe t ∈ (a, b) tal que 0 = f (b) − f (a) = f (t)(b − a) ⇒ f (t) = 0 ⇒
λ(t), λ(t) = 0, como queríamos provar.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 56
Exercício 10
Seja f : I →R n
um caminho diferenciável, com f (a) =
0 para um certo a ∈ I . Uma reta L ⊂ R n
( )temos a reta L = f (a) + V (t a), t , onde V é o vetor direção da reta que contem a f (a),
⇐ { − ∈ R}
então precisamos demostar que V = f (a).
De fato
f (t) f (a)− V −
d(f (t), L) |f (t) − f (a) − V (t − | a) t a −
|f (t) − f (a)| = |f (t) − f (a)| =
f (t) f (a) −
t a −
aplicando limite t → a temos
f (t) f (a)
−
lim V −
t→a t a −
0= f (t) f (a) −= (f (a) | − V |)/f (a) portanto |f (a) − V | = 0 ⇒ V = f (a). A reta
lim
t→a t a −
é a reta tangente contendo o ponto .
L f (a)
Exercício 11
Sejam f : [a, b) −→ R 2
uma caminho (admita-se b = +∞) tal que limt→b |f (t)| = ∞eL =
{(x, y) ∈ R ; αx + βy = c} uma reta. Ponhamos u = (α, β ). Podemos supor |u|
2 2
= α + β2 = 1 .
2
Exercício 12
como queríamos.
Se f, g : [a, b] →R n
são de classe C 1 então
b
f (t), g (t) dt = f, g
b
| −
a
b
f (t), g (t) dt
a a
Solução. Definamos ϕ (t) = f (t), g(t), então ϕ (t) = f (t), g(t) + f (t), g (t).
Então segue que
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 58
b
ϕ (t)dt =
b
( f (t), g (t) + f (t), g (t) )dt
a a
⇒
b
ϕ (t)dt =
b
f (t), g (t) dt +
b
f (t), g (t) dt
a a a
b b
ϕ (t) ba = f (t), g (t) dt + f (t), g (t) dt
⇒ | a
a
⇒
b
f (t), g (t) dt = f (t), g (t)
b
| −
a
b
f (t), g(t) dt
a a
Exercício 2
lim
b
fk (t)dt =
b
f (t)dt
t
→∞ a a
Solução. Vimos que se ( fk ) converge uniformemente para f e todas as funções f k são contínuas em
c ∈ X , então f é contínua em c. Disto concluímos que se x ∈ D , então x ∈ D , para algum
f fn
n ∈ N, daí D ⊂ D e como
f D tem medida nula, segue que D tem medida nula e
fn fn f
n N
∈ n N ∈
portanto é integrável.
Agora note que
b
f (t)dt −
b
fk (t)dt =
b
(f (t) − f (t))dt
k
≤ | b
f ( t) − f (t)|dt.
k
a a a a
daí | b b b
∀n>n , 0 f (t) − f (t)|dt < ε ⇒
k lim
t
→∞
fk (t)dt = f (t)dt.
a a a
Exercício 3
Seja A ⊂R m
um conjunto convexo. Dado um caminho integrável f : [0, 1]
→R m
tal que f (t) ∈A
1
para todo t, prove que f (t)dt ∈ A.
0
Solução. Aqui usaremos um resultado elementar sobre conjuntos convexos: se A ⊂R n
é convexo e
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 59
k
α1 + ··· + α k = 1 com α 1 ≥ 0, ··· , α ≥ 0 então x , ··· , x ∈ A ⇒
k αi xi ∈ A . 1 k
i=1
Daí resulta que se ( Pk ) é uma sequência de partições pontilhadas de [0 , 1] com lim |Pk | = 0 então
∗
k→∞
(f, Pk∗ ) ∈ A para todo k ∈ N, portanto
1
f (t)dt = lim
(f ; Pk ) ∈ A .
0 k→∞
Sejam f : [0 : 2 π ] → R e g : [0 : 2 π] → R 2
definidos por f (t) = sen t e g (t) = (t, cos t). Determine
l(f ) e l (g ).
Solução. Vimos que todo caminho f : [a, b] →R n
de classe C 1 é retificável e l (f ) =
|
a
b
f (t) dt.
|
Sendo f, g C , temos:
1
l (f ) =
∈ |0
2π
cos t dt =
| 0
π/2
cos tdt − 3π/2
π/2
cos tdt +
2π
3π/2
cos tdt = 4e
l (g ) =
| 2π
(1, cos t) dt =
| 2π √1 + cos 2 tdt
0 0
Exercício 2
Seja U ⊂R m
aberto e conexo. Se f : U → R possui, em todos os pontos de U , derivadas parciais
nulas então f é constante.
Solução. Utilizaremos um corolário do Teorema do Valor Médio, isto é,
“Seja U ⊂R m
aberto e conexo. Se f : U → R possui derivadas direccionais em todo ponto x ∈U
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 60
∂f
e (x) = 0 para qualquer vetor v então f é constante.”
∂v
Como f possui derivadas parciais em todo U e elas são contínuas então f é diferenciável em U e além
∂f
(x) = df (x) v = 0,
·
∂v
pois
∂f ∂f
=0= =0= ,
∂x 1 ··· ∂x n
onde
∂f ∂f
df (x) = ( ,..., ),
∂x 1 ∂x n
portanto f é constante.
Exercício 3
Se f : U −→ R, definida no aberto U ⊂ R m
, assume seu valor máximo (ou mínimo) num ponto
a ∈ U então qualquer derivada parcial de f que exista no ponto a é nula.
Solução. Sabemos da análise na reta que se ϕ é definida de I ⊂ R −→ R e atinge seu máximo ou
minimo local em x ∈ I então ϕ (x ) = 0.
0 0
Note que
ϕ(0) = a + 0 h = a . Tome g : [ δ, δ ]
− ⊂ R −→ R, tal que g (t) = (f ◦ ϕ)(t) = f (ϕ(t)) = f (a + th).
Temos g (0) = f (ϕ(0)) = f (a). Como a é valor de máximo de f temos que ∀t ∈ [ −δ, δ]
f (a) ≥ f (a + th). Portanto 0 vai ser ponto de máximo de g , pois
g (0) = f (a) ≥ f (a + th) = f (ϕ(t)) = ( f ◦ ϕ)(t) = g (t)
Como g : R −→ R ⇒ g (0) = 0 (1) .
Observe que ϕ (t) = h ∀t ∈ [ −δ, δ ] ⇒ ϕ (0) = h .
Pela Regra da Cadeia:
g (0) = ( f ϕ) (0) = f (ϕ(0))ϕ (0) = f (a)h (1)
◦ = 0. Logo como h ∈R m
é arbitrário e |h| = 1 temos
que f (a) = 0.
Para a ∈ U ponto de mínimo a demonstração é análoga.
Exercício 4
parciais em todos os pontos de U . Se, para todo a ∈ ∂ U tem-se lim f (x) = 0 então existe c ∈ U tal
→ x a
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 61
∂f
que ∂x i
(c) = 0 para i = 1, ··· , m.
Solução. Defina F : U → R pondo F (x) = f (x) se x ∈ U e F (x) = 0 se x ∈ ∂U . F assim definida
é contínua, e sendo U compacto, temos pelo teorema de Weierstrass que F atinge seu máximo e seu
mínimo em U . Como ∀ x ∈ ∂U,F (x) = 0, então, exceto se F for identicamente nula ( neste caso
∂f
todo x ∈ U satisfaz ∂x i
(x) = 0 para i = 1, ··· , m), seu valor máximo ou seu valor mínimo é atingido
∂f
num ponto c U e este será ponto crítico de f , isto é, ∂x i
(c) = 0 para i = 1, , m.
∈ ···
Exercício 5
∂f
Se f : U → R possui derivadas parciais com | (x)| ≤ M , (i = 1, 2,...,m ) em todos os pontos do
∂x i
f possui derivadas parciais limitadas num aberto qualquer, ela é contínua (mas não necessariamente
uniformemente contínua).
Solução. Sejam x, v = (α1 , ··· , αm ) ∈ U (convexo), então y = x + v ∈ U.
Definamos os vetores
v0 = 0
v =v +α e
1 0 1 1
v 2 = v 1 + α 2 e2 = α 1 e1 + α 2 e2
..
.
vi = v i−1 + αi ei
..
.
vm = v
|f (x + v) − f (x)| = |f (x + v ) − f (x + v )+ f (x + v ) − f (x + v )+ ·· · + f (x + v ) − f (x + v
1 0 2 1 m m 1)
− |≤
k
|f (x + v ) − f (x + v − )|
i i 1
i=1
Pelo T.V.M.
∂f ∂f
|f (x + v ) − f (x + v − )| =
i i 1 ∂x i
(z ) |v − v − | =
i i 1 ∂x i
(z ) |α |, em que z é um ponto do segmento
i
[vi−1 , vi ].
Por hipótese
≤
∂f
∂x i
(z ) M , então temos que f (x + v )
|
− f (x)| ≤ M
k
| | αi = M v S , v = y
|| − x.
i=1
Então |f (y ) − f (x)|
≤ M |x − y|, ∀ x, y ∈ U .
Agora, se U é aberto, dado x ∈ U existe δ > 0 tal que B (x, δ) ⊂ U .
Se f possui derivadas limitadas em U , então o mesmo ocorre em B (x, δ) ⊂ U , daí o fato de B (x, δ)
ser conexo, implica que |f (x) − f (y)| ≤ M |x − y |, ∀ x, y ∈ B (x, δ ), em que (z ) ≤ M, ∀ x ∈ U .
∂f
∂x i
Daí f é contínua (Lipschitz em B (x, δ )) em x ∈ U . Como x foi tomado arbitrariamente, segue que f
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 62
é contínua em U .
Exercício 6
Seja A ⊂R 2
um retângulo aberto, de lados paralelos aos eixos. Se f : A→ R possui derivadas
parciais em todos os pontos de A então, dados ( a, b) e ( a + h, b + k ) em A existe θ ∈ (0, 1) tal que
∂f ∂f
f (a + h, b + k ) f (a, b) = (a + θh , b+ k ) h + (a, b + θk ) k .
− ∂x · ∂y ·
Solução. Como A é paralelo aos eixos tem-se que [(a, b), (a+th,b +k)] ⊂ A e [(a, b), (a+h, b+tk)] ⊂
A, ∀t ∈ [0 , 1], logo faz sentido definir ψ : [0, 1] → R,
Uma função f : R m →R n
tal que f (0) = 0 e f (tx) = tf (x), para quaisquer x ∈R m
et =
0, tem
∂f
todas as derivadas direcionais na srcem, e vale ∂v
(0) = f (v ).
Solução. Por hipótese temos que f (tx) = tf (x), ∀ t = 0, daí
f (0 + tv ) − f (0) = tf (v ) − f (0)
= f (v ), ∀ t
=0
t t
f (0 + tv ) − f (0)
⇒ lim = lim f (v ) = f (v ),
t
→ 0 t → t 0
∂f
portanto ∂v
(0) existe e coincide com f (v ).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 63
Exercício 2
2
Seja f : R 2→ R definida por f (x, y) = x x+yy se x + y > 0 e f (0, 0) = 0 . Para todo caminho
2 2
2 2
λ : (−ε, ε) → R , diferenciável no ponto 0 , com λ (0) = (0 , 0), existe a derivada ( f ◦ λ) (0).
2
= lim f
λ(t)
= f lim
λ(t) λ(0)
= f (λ (0))
−
t→0 t t→0 t
Como λ é diferenciável em 0 , existe (f ◦ λ) (0) e é igual a f (λ (0)).
Exercício 3
Nos demais pontos de R2 , ponha ϕ(x, y ) = ψ (x, y ) = 0. Mostre que ϕ e ψ possuem derivadas
direcionais em todos os pontos do plano e que essas derivadas dependem linearmente de v . Mostre
ainda que ψ é contínua em todo R2, mas ϕ é contínua apenas em R2 −{0}. Finalmente, considerando
o caminho diferenciável λ : R −→ R , dado por λ(t) = (t, t ), a função composta ψ ◦ λ : R → R
2 2
não é derivável em t = 0.
Solução. Para y
= 0 ou y 2 =
x2 , x > 0, temos que ϕ e ψ possuem derivadas direcionais em todos
os pontos. Analisaremos então os seguintes casos:
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 64
1o caso: y = 0, x = 0, v = (v1, v2 ).
∂ϕ ϕ[(x, 0) + t(v1 , v2 )] − ϕ(x,=0)lim ϕ(x + tv1 , tv2 )
(x, 0) = lim
∂v t→0 t t
→0 t
[(x + tv1 )2 − (x 2
+ tv2 )]2 (x2 + tv22 )2 (x2 + 2xtv1 + t2 v12 x2 tv22 )2 (x2 + tv2 )2
− −
= lim 8
= lim
t
→0 t(x + tv1 ) t→0 t(x + tv1 )8
∂ψ ψ [(x, x2 ) + t(v1 , v2 )] 2
− ψ(x, x= )lim ψ (x + tv1 , x2 + tv2 )
= lim
∂v t→0 t t→0 t
= 0.
∂ϕ ϕ(v1 , v2 ) ϕ(tv )
3o caso: ( x, y) = (0 , 0), v = (v1 , v2 ) = lim = lim = 0, pois ϕ (tv ) = 0, v ∀ ∈R2
∂v t→0 t t →0 t
e t suficientemente pequeno.
∂ψ
Para (0, 0) = 0 é análogo.
∂v
Afirmação: as derivadas direcionais dependem linearmente de v, pois para y
= 0ey
= x2 , x > 0,
temos que ϕ, ψ são diferenciáveis. Além disso ∀u ∈ R2 temos:
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 65
∂ϕ ∂ϕ
(x, y ) = ϕ(x, y ), v e
∇ = ϕ(x, y ), u ∇
∂v ∂u
∂ϕ ∂ϕ
(x, y ) = ϕ(x, y ), λv = λ ϕ(x, y ), v = λ
∇ ∇
∂v ∂v
∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
(x, y ) = ϕ(x, y ), u + v = ϕ(x, y ), u + ϕ(x, y ), v =
∇ ∇ ∇+ .
∂ (u + v ) ∂u ∂v
Analogamente, isso vale para ψ .
∂ϕ ∂ψ
Por fim, para y = 0 ou y = x 2 , x > 0 obtemos (x, y) = (x, y ) = 0.
∂v ∂v
Portanto, ϕ e ψ dependem linearmente de v .
Exercício 4
Seja f : R m → R uma função contínua, possuindo todas as derivadas direcionais em qualquer ponto
de Rm . Se ∂f (u) > 0 para todo u ∈ S m−1 então existe um ponto a ∈ Rm tal que ∂f (a) = 0 seja qual
∂u ∂v
for v ∈R m
.
Solução. Seja u − , então a condição ∂f (u) > 0 implica que ∃ δ > 0 tal que ∀ t ∈ R
∈S m 1
∂u
f (u+tu)−f (u)
satisfazendo −δ < t < 0 tem-se t
> 0 ⇒ f (u + tu ) < f (u). Agora note que se
−δ < t < 0 então 1 − δ < 1 + t < 1 ⇒ | (1 + t)u| < |u| = 1 , portanto (1 + t)u ∈ B (0, 1) e
além disso f ((1 + t )u) < f (u). Como isto se verifica pra todo vetor direcional u S m−1 , então ,
necessariamente o mínimo de f |B[0,1] é assumido em algum ponto a ∈ B (0, 1). ∈
Para cada v , considere a função ϕ : R → R definida por ϕ (t) = f (a + tv ). Temos que ϕ tem
∈R m
Exercício 2
Sejam U ⊂R m
um aberto tal que x ∈ U,t > 0 ⇒ tx ∈ U , e k um número real. Uma função
f :U → R diz-se positivamente homogênea de grau k quando f (tx) = t f (x) para quaisquer x ∈ U k
e t > 0 . Para todo k ∈ R mostre que existe uma função f : R − 0 → R, de classe C ∞ , positivamente
m
homogênea de grau k , tal que f (x) > 0 para todo x e f não é um polinômio.
f (tx) =
(tx1 )2k + ··· + (tx m)
2k =t x2k
1
2k
+ ·· · + x = tf (x).
m
Exercício 3
Seja U ⊂R m
como no exercício anterior. Se f : U → R é diferenciável, então f é positivamente
homogênea de grau k se, e somente se, cumpre a relação de Euler,
∂f
∂x i
(x)xi = kf (x). Escreva a
k
relação de Euler para a função f (x) = x, x = |x| . 2k
Solução.
(⇒) f positivamente homogênea de grau k ⇒ f (tx) = t k f (x), ∀ t > 0 . Derivando dos dois lados
da última igualdade com relação a t obtemos f (tx)x = kt k−1 f (x), ∀ t > 0. Em particular, para
t = 1 temos ∂f (x)
∂x
= kf (x), isto é ,
∂f
∂x i x xi
( ) = kf (x) , como queríamos provar.
(⇐) Defina g : (0, ∞) → R, pondo g (t) = f (tx)
tk
.
tk−1 f (tx),tx ktk−1 f (tx)
∇ −
g assim definida é diferenciável e g ( t) = t2k
= 0, portanto g é constante, visto
f (tx)
que (0 , ∞) é conexo. Desse modo g (t) = g (1), ∀ t ∈ (0, ∞) ⇒ tk
= f (x) ⇒ f (tx) = t f (x),
k
r ( h)
já que limh→0
h
|| = 0, aplicando a definição, ∀ δ > 0, ∃ ε > 0 tais que |h| < ε ⇒ |r|(hh|)| < δ,
assim , para algum .
| r (h)| < δ |h|
0 δ 0 >0
Seja M = max{|f (a)|, δ }, então0
Exercício 6
Seja f : U → R de classe C 1
no aberto U ⊂R m
. Dados a ∈ U e > 0, prove que existe δ > 0 tal
que
x, y ∈ U, |x − a| < δ, |y − a| < δ ⇒ f (y) − f (x) = f (a)(y − x) + r(x, y)
onde |r(x, y)| ≤ |x − y|.
Solução. f : U → R de classe C 1 r : U R⇒ C 1 , onde r (x) = f (x) f (a)
→ ∈ − −
m
∂f ∂r
(a)(xi ai ). Além disso ∂x
− (a) = 0, i = 1,...,m , daí, dado > 0, δ > 0 tal que
∀ ∃
i=1
∂x i i
Exercício 7
Uma fonção holomorfa que só assume valores reais num aberto conexo é constante. (Idem para uma
reta qualquer do plano.)
Solução. Seja f : U → C definida por f (z) = u(z) + iv (z), onde as funções u, v : U → R são
respectivamente, as partes real e imaginária de f . Assim, se a função f é derivável no ponto z = x + yi
então sua parte real e sua parte imaginária são diferenciáveis no ponto (x, y) e, além disso, cumprem
∂u ∂v ∂u ∂v
as condições de Cauchy-Riemann: ∂x
= ∂y
e ∂y
= − ∂x
.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 68
Exercício 8
e
0 = f (ϕ(s0 )) = f (ψ (t0 )) = v y (ψ (t0 ) + ivx (ψ (t0 )
⇒ (u (ϕ(s )), u (ϕ(s )) = 0 = (v (ψ(t ), v (ψ(t )) De (I),(II) e de Cauchy Riemann vem que
x 0 y 0 y 0 x 0
0 = (v (ϕ(s ), −v (ϕ(s )), ϕ (s )
y 0 x 0 0
0 = (v (ψ (t ), v (ψ (t )), ψ (t ) (III)
x 0 y 0 0
Como
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 69
0 = (vy (ϕ(s0 ), vx (ϕ(s0 )), (vx (ψ (t0 ), vy (ψ (t0 )) já que ϕ(s0 ) = ψ (t0 ) , temos de (III) que λ =
− ∃
0 tal que
(vy (ϕ(s0 ), vx (ϕ(s0 )) = λψ (t0 ).
−
De (III),
0 = λ ψ (t0 ), ϕ (s0 ) .
Exercício 12
x3
função f : R2 → R dado por f (x, y) = x2 +y2 , f (0, 0) = 0 não é diferenciável na srcem.
Solução. Observe, inicialmente, que para t = 0 temos f (0, x) = 0 · f (x) ⇒ f (0) = 0 . Como, por
∂f
hipótese, f é diferenciável então existe ∂x
(0) .
Assim, temos:
Seja
x3
x2 +y 2
, se x2 + y 2
= 0,
f (x, y ) =
0, se x = y = 0.
Temos:
Exercício 13
Seja f : Rm → R diferenciável, tal que f (x/2) = f (x)/2 para todo x ∈ Rm . Prove que f é linear.
x f (x)
Solução. Inicialmente provaremos por indução, que f ( )= n , n ∀ ∈ N.
2n 2
x f (x)
Para n = 1, temos f ( ) = , que é verdadeiro, por hipótese.
2 2
Suponhamos que a relação acima seja válida para n = k , e vamos mostrar que ela também é válida
para n = k + 1 . Com efeito,
x x/2k 1 x 1 f (x)
f(
2k+1
) = f(
2
) = f( k ) =
2 2 2 2k
· ⇒ f (2 xk+1
)=
f (x)
2k+1
.
x f (x)
Logo, f ( )= n , n ∀ ∈ N.
2n 2
x
f (x)
Além disso, observamos que f ( ) = , x Rm f (0) = 0 .
∀ ∈ ⇒
2 2
1
Tomando t = n , e usando o fato que f é diferenciável, temos
2
x
tf (x) (1/2n ) f (x) ·f( n) f (tx)
f (x) = lim = lim = lim 2 = lim
t→0 t n→∞ (1/2n ) n→∞ 1/2n t→0 t
f (0 + tx) f (0)
f (x) = lim
t→0 t − =< ∇f (0), x > .
Portanto, como < ∇f (0), x > é linear, resulta f linear.
∂f ∂f m ∂
i) (x) = (Σ xi ei ) = (Σm xi f (ei )) = f (ei ), i = 1,...,m Portanto existem as
∂x i ∂x i i=1 ∂x i i=1
derivadas parciais, x Rm .
∀ ∈ ∂f ∂f
ii) f (v ) = f (Σm m m
i=1 αi ei ) = Σi=1 αi f (ei ) = Σi=1 (x).αi = (x) = df (x).v
∂x i ∂v
Além disso, ∀v = (α1 ,...,α n) tal que a + v ∈ U temos
f (x + v ) = f (x) + f (v ) = f (x) + df (x).v = f (x) + df (x).v + r (v )
r (v )
onde r (v ) = 0 logo limv→0 = 0.
v ||
Portanto f é diferenciável e df (x).v = f.v x, v ∀ ∈R m
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 71
Exercício 2
Exercício 3
pois é a composição de funções diferenciáveis e pela regra da cadeia df k (x).v = dg (f (x)).df (x).v =
k (f (x))k−1 .df (x).v, ∀ x ∈ U e v ∈ Rn .
Exercício 4
Para cada uma das funções abaixo, escreva a diferencial sob a forma
∂f ∂f
df (x) = (x)dx1 + ... + (x)dxm
∂x 1 ∂x m
e use esta expressão para calcular df (x) · v para x e v dados.
Solução.
x
1. f : R × ( R − 0) → R, f (x, y) = y . Calcule df (x, y) · v com v = (tx, ty ) e relacione este
resultadocom a curva de nível de f .
∂f ∂f
df (x, y ) = dx + dy
∂x ∂y
1 x
= dx dy
−
y y2
Então
1
df (x, y ) (tx, ty ) = ( dx
· y
− yx d ) · (tx, ty) = txy − txy
2 y 2y
=0
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 72
df (x,y,z ) v = · −
−3
x2 + y 2 + z 2 (xdx + yd y + zd z ) (v1 , v2 , v3 ) ·
= −
x2 + y 2 + z 2
−3
(xv1 + yv 2 + zv 3 )
Assim,
df (x,y,z ) v = 0 · ⇔−
−3
x2 + y 2 + z 2 (xv1 + yv 2 + zv 3 ) = 0
⇔ xv 1 + yv 2 + zv 3 = 0 ⇔ (v , v , v ) ⊥ (x,y,z ).
1 2 3
√
Agora, para (x,y,z ) = (1 , 2, 3) e v = (4, 2, 2), temos df (1, 2, 3) · (4, 2, 2) = −1414
Exercício 5
∂xa
|| = a x a−1 ( x21 +
|| ·
2
··· + x + · ·· + x
i
2 )
m
∂x i
a 1 2xi
= a |x| −
2 x21 +
· ·· + x + ··· + x 2
i
2
m
x a 1 i a 2
= a |x| − −
|x| = a|x| · x i
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 73
Logo,
m
||
df (x) v =· a x a−2 xi αi
i=1
m
= a x a−2
|| xi αi
i=1
Solução. Defina λ : (−ε, ε) −→ U por λ (t) = a + te logo λ(0) = a, λ (0) = e =⇒ (f ◦ λ) (0) =
i i
∂f f (a + te ) − f (a) i (f ◦ λ)(t) − (f ◦ λ)(0)
T (e )(hipótese) =⇒
i (a) = lim → t 0 = lim → t 0 = (f ◦
∂x i t t
∂f ∂f ∂f
λ) (0) = T (e ) =⇒ ∃
i (a) ∀i = 1 ··· m Por outro lado tem [ T ] = ( (a), ··· , (a)) e como
∂x i ∂x ∂x 1 n
Exercício 8
considere o vetor unitário u ∈ R tal que df (a) · u = max {df (a) · h; |h| = 1}. Se v ∈ R é tal que
m m
u ∈ R o vetor unitário tal que df (a) · u = max {df (a) · h} onde |h| = 1.
m
Temos que
df (a) u df (a) h
· ≥h tal que· |h| = 1 em especial para h = ∇f (a)
para todo
|∇f (a)|
df (a) u · ≥ df (a)
· |∇∇ff ((aa))| = ∇f (a), |∇∇ff ((aa))|
= |∇f (a)|
e
df (a) u =· ∇f (a), u ≤ |∇f (a)| · |u| = |∇f (a)|
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 74
Mas ∇f (a)//u ⇒ u ⊥ v .
Exercício 9
Seja f : Rm × Rm → R dada por f (x, y) = x, y. Mostre que f é diferenciável e que df (x, y) ·
(v, w ) = v, y + x, w . Generalize, considerando uma forma bilinear ϕ : R × R → R qualquer. m n
f (h,k)|
|h|E . Portanto lim(h,k)→(0,0) ||(h,k) |E = 0 ⇒ f é diferenciável e df (x, y).(h, k) = x, k + h, y.
Parte 2:
Seja ϕ : Rm × Rn → R uma forma bilinear qualquer e (x, y ) ∈ R × R . Então
m n
ϕ(x + h, y +
k ) = ϕ(x, y ) + ϕ (h, y ) + ϕ(x, k ) + ϕ (h, k ), onde ϕ (h, y ) + ϕ (x, k ) é uma função liner de ( h, k ) e
m
n n
m
|ϕ( hj .ej , ki .ei )
| | ϕ(ej , ei )hj .ki |
j=1 i=1 i=1 j=1
lim(h,k)→(0,0) ||ϕ(h,k)
(h,k)|S
| = lim
(h,k)→(0,0) |(h,k)|S = lim (h,k)→(0,0) h S+ k
| | | |S ≤
n
| m
ϕ(ej , ei ) hj ki || || |
i=1 j=1
lim(h,k)→(0,0) | h| S +| k | S .
Se c = max{|ϕ(ej , ei )|, 1 ≤j≤ m, 1 ≤ i ≤ n}, temos ainda que lim(h,k)→(0,0) ||ϕ(h,k)
(h,k)|S
| ≤
lim(h,k)→(0,0) |ch|h|S|S+.||kk||SS = 0.
Parte 3:
No caso geral considere ψ : Rm 1
× ··· × R → mk
R uma aplicação k-linear e (x1 ,...,x k ) ∈
R m1
×···× R . Temos então que
mk
k
ψ (x1 + h1 ,...,x k + hk ) = ψ (x1 ,...,x k ) + ψ (x1 ,..,x i−1 , hi , xi+1 ,..,x k )+
i=1
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 75
k
+ ψ(x1 ,..,x i−1 , hi , xi+1 ,..,x j −1 , hj , xj+1 ,...,x k ) + ... + ψ (h1 ,..,h k )
i,j =1
i=
j
k
onde ψ (x1 ,..,x i−1 , hi , xi+1 ,..,x k ) é uma função linear de ( h1 ,...,h k ).
i=1
Se c = max {|ψ (ei ,..,e ik )|, 1 1
≤ i ≤ m , 1 ≤ i ≤ m , ..., 1 ≤ i ≤ m }, então temos que
1 1 2 2 k k
k
|ψ(x 1 +h1 ,...,xk +hk ) ψ(x1 ,...,xk )
− − ψ (x1 ,..,x i−1 , hi , xi+1 ,..,x k )
i=1
|≤
| (h1 ,...,hk ) S
|
k
| ||
c
|h |S +...+|hk |S (
1
( x1 .. xi−1 hi xi+1 ... xj −1 hj xj+1
|| || | | || || |...|x |) + ... + |h |...|h |).
k 1 k
i,j =1
j
i=
Exercício 10
Prove que f : R2 → R é diferenciável no ponto c = (a, b) se, e somente se, existem funções
α, β : R → R contínuas na srcem, tais que,para todo
2 (h, k ) ∈ R , se tem
2 f (a + h, b + k ) =
f a, b α · h + β · k , onde α = α (h, k ) e β = β (h, k ).
( ) +
Solução. ( ⇒)
f é diferenciável em c = (a, b) então
∂f ∂f
f (a + h, b + k ) = f (a, b) + (c) h +
· (c) k + ρ(h, k ) (h, k )
· | |
∂x ∂y
com lim ρ(h, k ) = 0.
h →0,k→0
Então
f (a + h, b + k ) = f (a, b) +
∂f
(c) +
ρ(h, k )
√ h ·
· h+
∂f
(c) +
ρ(h, k )
√k · ·k
∂x h2 + k 2 ∂y h2 + k 2
Defina α : R2 → R por:
∂f
∂x
(c) + √ρ(h,k) h2 +k2
· h, se (h, k )
= (0, 0),
α(h, k ) =
∂f
∂x
(c), se (h, k ) = (0 .0).
Exercício 11
Solução. Suponha por absurdo que existam x ∈ U e v ∈ R tais que |df (x ) · v | > c|v |, logo
0 0
m
0 0 0
v 0 v 0
df (x ) ·0
|v | > c. Fazendo u = |v | , temos |df (x ) · u | > c. Isto nos diz que |df (x ) · u | = c + ε,
0
0
0
0 0 0 0
|f (x 0 + v) − f (x )| > c|v|.
0
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 77
Fixemos u0 , temos que tu0 → 0 quando t → 0. Para todo ε > 0, dado acima, existe δ > 0 , tal que
0<t<δ ⇒
|r(tu )| = |r(tu )| = |r(tu )| < ε0 0 0
tu0 t u0 t
⇒ |r|(tu |)| < tε.| || |
0
= t |df (x )u | − |r (tu )| 0 0 0
Contradição.
Exercício 12
Sejam U = x m
∈ R ; |x | <, i = 1,...,m
i ef : U
→ R uma função diferenciável, com ∂x ∂f
≤ 3,
i
para todo x ∈ U . Então f (U ) é um intervalo de comprimento ≤ 3 m.
Solução. (Afirmação 1: U é aberto) De fato, seja x = (x ,...,x ) ∈ U . Considerando M = 1 n
disso, uma vez que M = max{|x |, i = 1,...,m } < 1 , M m resulta que −M ≤ −|x |, i = 1, ...m.
i i
∂f
M f ((x) f (y ) M x y para cualquier x, y U
∂x i
≤ ⇒| − |≤ | − | ∈
m m
∂
|f ((x) − f (y)| ≤ ∂x f (x + θ(y − x)) |x − y|
i 3 = 3m.
i=1 i=1
= lim
A(x + t · e ), y − Ax,y
i
t
→0 t
= lim
Ax,y + t Ae , y − Ax,y i
t
→0 t
t Aei , y
= lim = lim Aei , y = Aei , y
t →0 t t→0
Para m + 1 ≤ i ≤ m + n, temos:
∂f f (x, y + t ei ) · − f (x, y)
(x, y ) = lim
∂y i t→0 t
Portando, ∇f (x, y) = (Ae1 , y , Ae2 , y , ··· , Aem , y , Ax,e m+1 , · ·· , Ax,e m+n ).
Determinaremos agora, ∇g (x):
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 79
∂g g(x + t ei ) g (x) · −
(x) = lim
∂x i t→0 t
A(x + t ei ), x + t ei
Ax,x
· · −
= lim
t→0 t
Ax,x + t Ax,e i + t Aei , x + t2 Aei , ei
− Ax,x
= lim
t→0 t
Exercício 2
Mais geralmente, dada uma base arbitrária {v1 , ··· , vm } em R , indique com ( g ) a matriz inversa
da matriz cujo ij -ésimo elemento é o produto interno < vi , vj >. Mostre que a expressão de grad f (x)
em relação à base {v1 , ··· , vm } é a seguinte:
grad f (x) =
g ij
∂f
∂v j
vi .
i j
m
Solução. Como ∇f (x) é um vetor, pomos f (x) = ∇ βi ui , onde u1 , { ··· , u } é uma base orto-
m
i=1
gonal de R e β i ∈ R.
m
m
Seja v ∈R m
. Então, v = αi ui , α i ∈ R.
i=1
Por um lado,
m m m
df (x) v = <
· ∇f (x), v >=< βi ui , α i u i >= βi αi ui 2 .
| |
i=1 i=1 i=1
Por outro, m m
df (x) v = df (x)
·
αi ui = df (x)αi ui .
i=1 i=1
Logo,
2 1 1 ∂f
df (x)αi ui = β i αi ui | | ⇒β i =
|u | df (x)u ⇒ β = |u |
i
2 i i
i
2 ∂u i
(x).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 80
Portanto m
| | 1 ∂f
∇f (x) = ui 2 ∂u i
(x) ui . ·
i=1
m m
Sejam v = α j vj e ∇f (x) = βi v i , α j , βi ∈ R. Então
j=1 i=1
m m
Logo
m m m
df (x)αj vj = αj βi < vi , vj >
j=1 j=1 i=1
m
⇒ ∂v∂f α v j j =
αj βi < vi , vj >
j i=1
m
∂f
⇒ ∂v (x)v j
j = i=1
βi < vi , vj > .
m
∂f
Para i = 1, · ·· , m, temos β i = g ij (x), onde ( g ij ) é a matriz inversa da matriz cujo ij -ésimo
j=1
∂v j
elemento é < vi , vj >.
Portanto
∇f (x) =
g ij
∂f
∂v j
vi .
i j
Com a notação da Regra da Cadeia, suponha f e g duas vezes diferenciáveis, obtenha uma fórmula
para
∂ 2 (g f ) ◦
(a.)
∂x i ∂x j
Solução. Pela regra do cadeia temos:
m
∂ (g f ) ◦ ∂g (f (a)) ∂f k (a)
(a) = .
∂x j j=1
∂y k ∂x j
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 81
Logo,
∂ 2 (g f )
◦ (a) =
∂
◦
∂ (g f )(a)
=
∂
m
∂g (f (a)) ∂f k (a)
.
∂x i ∂x j ∂x i ∂x j ∂x i j=1
∂y k ∂x j
m
∂ ∂g (f (a)) ∂f k (a)
= ( . )
j=1
∂x i ∂y k ∂x j
m
∂ ∂g (f (a)) ∂f k (a) ∂ g (f (a)) ∂ ∂f k (a)
= . + .
j=1 ∂x i ∂y k ∂x j ∂y k ∂x i ∂x j
m n
∂f k (a) ∂f p (a) ∂ 2 g (f (a)) ∂g (f (a)) ∂ 2 fk (a)
= . + .
j=1
∂x j p=1
∂x i ∂y p ∂y k ∂y k ∂x i xj
Exercício 2
⇐
( )
Se ϕ h : U → R , dada por ϕ (x) = df (x) · h é contínua, ∀ h ∈ R
h
m
, então, em particular, se tomar-
∂f
mos os vetores da base canônica e 1 ,.....,e m , temos que ϕ ei (x) = ∂x i
(x) é contínua, ∀ i = 1,...,m .
Portanto f ∈ C (U ).
1
Exercício 3
∂2
Sejam f : U → R duas vezes diferenciável no aberto convexo U ∈ R . 2
Afim de que ∂x∂y
seja
identicamente nula, é necessário e suficiente que existam funções reais ϕ : I → R, γ : J → R, duas
vezes diferenciáveis em intervalos I , J da reta, tais que f (x, y ) = ϕ (x) + ϕ(y) para todo (x, y) ∈ U .
2 2
Solução. Como ∂x∂y
∂ ∂
e ∂y∂x são identicamente nulas, e ∂f ∂f
∂y , ∂x não dependem de
x e y respetivamente.
f (x, y ) = f (x, y ) − f (x , y) + f (x , y) − f (x , y ) + f (x .y )
0 0 0 0 0 0
x y
∂f ∂f
= (s, y )ds + (x0 , t)dt + f (x0 , y0 ) = ϕ (x) + γ (y )
∂x ∂y
x0 y0
Exercício 4
∂g ∂F ∂r ∂F ∂s
∂x
=
∂r
· ∂x + · = ∂F
∂s ∂x ∂r
+
∂F
∂s
∂ 2g ∂ 2 F ∂r ∂ 2 F ∂s ∂ 2F 2
∂r ∂ F ∂s
∂x 2
= 2
·+
∂r ∂x ∂s∂r ∂x ∂r∂s
·
+ · ∂x +
∂s ∂x2
∂2F ∂ 2F ∂ 2F ∂ 2F
= ∂r + ∂s∂r + ∂r∂s + ∂s 2
2
∂2F ∂ 2F ∂2F
= +2 +
∂r 2 ∂r∂s ∂s 2
∂g ∂F ∂r ∂ F ∂s
∂y
=
∂r
· ∂y + · = ∂F
∂s ∂y ∂r
− ∂∂sF
∂ 2g ∂ 2F ∂r 2
∂ F ∂s 2 2
∂y 2
=
∂r 2
· ∂y + · − ∂ F · ∂r − ∂∂sF ∂y
∂s∂r ∂y ∂r∂s ∂y
∂s
2
∂ 2F ∂ 2F ∂2F ∂2F
=
∂r 2
− −
∂s∂r ∂r∂s
+
∂s 2
= ∂ 2 F2 − 2 ∂ F + ∂ F2 .
2 2
∂r ∂r∂s ∂s
∂2g ∂ 2g ∂ 2F
Como, por hipótese, 2
= 2 , temos = 0.
∂x ∂y ∂r∂s
Portanto, pelo exercício 7.3 (Curso de Análise Vol. 2 - Capítulo 3), existem ϕ : I → R eψ :J → R
duas vezes diferenciável tais que F (r, s) = ϕ (r) + ψ (s), donde g (x, y ) = ϕ (x + y ) + ψ (x − y ).
⇐
( )
Suponhamos que existam funções ϕ : R → R e ψ : R → R, duas vezes diferenciáveis, tais que
g (x, y ) = ϕ (x + y ) + ψ (x − y ).
Então, considere a seguinte mudança de variáveis: r = x +y e s = x −y. Assim g (x, y ) = ϕ (r )+ψ (s).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 84
∂ 2g ∂ 2 ϕ ∂r ∂ 2 ψ ∂s ∂ 2ϕ ∂ 2ψ
(x, y ) = + = · + 2 ·
∂x 2 ∂r 2 ∂x ∂s 2 ∂x ∂r 2 ∂s
∂g ∂ϕ ∂r ∂ψ ∂s ∂ϕ
∂y
(x, y ) =
∂r ∂y
+
∂s ∂y
=
∂r
· · − ∂ψ
∂s
∂ 2g ∂ 2 ϕ ∂r 2 2 2
∂y 2
(x, y ) =
∂r 2 ∂y
· − ∂∂sψ · ∂y
∂s
=2
∂ ϕ ∂ ψ
∂r
+
∂s 2 2
2 2
∂ g ∂ g
Portanto = .
∂x 2 ∂y 2
Exercício 5
Seja f : R2 −→ R duas vezes diferenciável. Suponha que fyy = c2 fxx em todos os pontos de
R2 , onde c é uma constante. Prove que existem funções ϕ : R R, ψ : R R, duas vezes
diferenciáveis, tais que f (x, y) = ϕ (x − cy ) + ψ (x + cy ). −→ −→
Solução. Defina f : R −→ R por f (x, y ) = g (u, v ), onde u = x − cy
2
e v = x + cy (*).
Daí, segue que
fx = g u ux + gv vx = g u + gv .
· ·
Derivando novamente em relação a x, obtemos que
fy = g u uy + gv vy =
· · −cg u + cgv = c (gv − g );u
f = c( g u +g v +g u g v ) = c 2 (g 2g + g ).
yy − · vu y vv · y uu · − ·y uv y uu − uv vv
Dessa maneira,
fyy = c 2 fxx 2
⇔ c (g − 2guu uv + gvv ) = c 2 (guu + 2 guv + gvv ) ⇔ 4g uv =0 ⇔g uv = 0.
Como g : R2 −→ R é duas vezes diferenciável e R é aberto e convexo, pelo exercício 7.3 (Curso
2
de Análise, p.182), existem ϕ, ψ : R −→ R duas vezes diferenciáveis tais que g (u, v ) = ϕ(u) +
ψ (v ), ∀ (u, v ) ∈ R . 2
Exercício 6
Seja U ⊂R m
um aberto. Para toda função f : U → R duas vezes diferenciável, o Laplaciano de f é
a função ∆f : U → R, definida por
∂ 2f 2
∂ f
∆f = + ·· · + ∂x
∂x 21 2
m
∂ (f T ◦
(1) : ∂x
(x, y ) = ∂f
∂x
(T (x, y )) a + ∂f
·
∂y
(T (x, y )) b ·
∂ 2 (f T
◦ ∂2 ∂2 ∂2 ∂2
∂x 2
(x, y ) = a ∂x 2 f (T (x, y )) a + ∂y∂x f (T (x, y )) b +b ∂x∂y
f (T (x, y )) a+ ∂y 2
f (T (x, y )) b
∂ 2 (f T
◦ a 2 ∂x
∂2 ∂2
b2 ∂y
∂2
⇒ ∂x 2
(x, y ) =
·
2 f (T (x, y )) + 2 ab ∂x∂y f (T (x, y )) + · 2 f (T (x, y ))
· ·
∂ (f T ◦
(2) : ∂y
(x, y ) = ∂f
∂x
(T (x, y )) c + ∂f
· ∂y
(T (x, y )) d ·
⇒ 2
∂ (f T
∂y 2
◦
∂2
(x, y ) = c ∂x 2 f (T (x, y )) c + ∂y∂x
· ∂2
f (T (x, y )) d +d ∂x∂y·
∂2
f (T (x, y )) ·c+ ∂2
∂y 2
f (T (x, y )) ·
d
∂ 2 (f T
◦ 2 ∂2 ∂2 2 ∂2
⇒ ∂y 2
(x, y ) = c ∂x 2 f (T (x, y )) + 2 cd ∂x∂y f (T (x, y )) + d ∂y 2 f (T (x, y ))
∂2f ∂2f ∂ 2f
(3) : ∆( f T )(x, y ) = (a2 + c2 ) 2
T (x, y ) + 2( ab + cd) T (x, y ) + ( b2 + d2 ) 2
T (x, y )
◦ ∂x ∂x∂y ∂y
a c
Além disso, [T ] = . Como T é uma trnasformação linear ortogonal, temos [T ][T ]t = [I ].
b d
Então:
a c a b
1 0 a2 + c2 ab + cd
1 0
b d c d
⇔
=
0 1 ab + cd b + d 2 2
=
0 1
Logo, de (3) temos
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 86
∆(f T )(x, y ) =
◦ ∂ 2f ∂ 2f
T (x, y )+ 2 T (x, y ) =
∂ 2f ∂ 2 f
+
T (x, y ) = ∆( f )(T (x, y )) = [(∆ f ) T ](x, y )
◦
∂x 2 ∂y ∂x 2 ∂y 2
∂x 2
= − ∂∂yf 2
∂2 f ∂2 f ∂2 f
e já que x é um ponto não-degenerado, segue-se que ou ∂x 2 > 0 ou ∂x 2 < 0 , assim se ∂x 2 > 0 tem-se
que H (x).v12 > 0, logo H (x).v22 < 0, i.e., a forma quadrática é indefinida ( o outro caso é análogo),
por tanto o ponto crítico não pode ser máximo nem mínimo.
Exercício 2
O conjunto dos pontos em que uma função arbitrária f : X → R, definida num conjunto X ⊂ R m
,
admite um máximo ou mínimo estrito é enumerável.
Solução. Seja Y o conjunto dos pontos de máximo local estrito de f. Dado x ∈ Y , existe uma bola
B (x, 2δ ) ⊂ X tal que y ∈ B (x, 2δ), y = x ⇒ f (y) < f (x), pois x é ponto de máximo local estrito.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 87
Para cada x ∈ X , escolhamos um ponto q ∈ Q ∩ B (x, 2δ) e um número racional r > 0 tal que
x
n
x
y ∈ B (q , r ) com y =
x x x ⇒ f (y) < f (x) (∗).
A correspondência x −→ (q , r ) é injetiva, pois se q = q e r = r então |x − q | < r ⇒
x x x x x x x x
x B (qx , rx ) e analogamente x B (qx , rx ). Daí, se fosse x = x , de ( ) teríamos f (x ) < f (x) e
f (x∈) < f (x ). Logo, x = x . Obtivemos
∈ assim uma correspondência
injetiva
∗ entre Y e Q . n
Portanto, Y é enumerável.
Exercício 3
∂2 f
∂x 2
(x1 , x2 ) ∂2f
∂x∂y
(x1 , x2 )
− ϕ (x1 ) 0
H (x1 , x2 ) = ∂2 f ∂2f
= = −ϕ(x )ϕ(x )1 2
∂y∂x
(x1 , x2 ) ∂y 2
(x1 , x2 ) 0 ϕ (x2 )
α1 α2
− ϕ (x1 ) 0
−α1
= α1 ϕ (x1 ) α2 ϕ (x2 )
α1
= 2
−α ϕ(x )+α ϕ(x )
1 1
2
2 2
0 ϕ (x2 ) α2 α2
1. Se ϕ (x1 ) > 0 e ϕ (x2 ) > 0 ou ϕ (x1 ) < 0 e ϕ (x2 ) < 0 , H é indefinida e neste caso ( x1 , x2 ) é
ponto de sela.
2. Se ϕ (x1 ) > 0 e ϕ (x2 ) < 0 , H é definida negativa, portanto (x1 , x2 ) é ponto de máximo local.
3. Se ϕ (x1 ) < 0 e ϕ (x2 ) > 0 , H é definida positiva, portanto (x1, x2) é ponto de mínimo local.
f (x, y ) =
y
∂f
(3t2 (x, y ) = 3x2 + 1 ,
− 1)dt, ∂f
(x, y ) = 3y 2 1, daí os pontos críticos de
− −
√3 √3 x √3 √3 √3 √3 ∂x √3 √3 ∂y
f são ( 3 , 3 ), ( 3 , 3 ), ( 3 , 3 ), ( 3 , 3 ). Além disso (x, y )
− − − − R2 , ∀ ∈
∂2f ∂2f ∂2f
∂x∂y
(x, y ) = 0, ∂x 2
(x, y ) = −6x, ∂y 2
(x, y ) = 6y . Desse modo
− 6x 0
H (x, y ) = ,
0 6y
e então (
√3 √3
, )e( − ,−
√3 √3 −
) são pontos de sela de f , (
√3 √3
, ) é ponto de mínimo e (
√3
, −
√3
)
3 3 3 3 3 3 3 3
é ponto de máximo de f .
Exercício 4
g (x) =
⊂0
f (x) 2
(t + 1) dt for de classe C ∞ , então f também será C ∞ .
Solução. Seja a função ϕ ⊆R n+1
−→ R definida por ϕ(x, y) = g(x) −
0
y 2
(t + 1) dt. Derivando-a
em relação a y , obtemos
∂ϕ 2
∂y (x, y ) = −y − 1
e seu valor é diferente de zero para todo (x, y ) ∈ R n+1
. Assim, para todo x0 ∈ R , pondo
n
y0 = f (x0 )∈ R, temos ϕ(x , y ) = 0. Portanto, pelo Teorema da Função Implícita, existe uma bola
0 0
Exercício 7
Seja U ⊂R m
um aberto convexo. Uma função f : U
→ R diz-se convexa quando, para x, y ∈ U
e t ∈ [0, 1] quaisquer, tem-se f ((1 − t)x + ty ) ≤ (1 − t)f (x) + tf (y). Seja E (f ) = {(x, y) ∈ U x
R; y ≥ f (x)}. Mostre que
c) Se C ⊂R m
é um conjunto convexo então a função f : Rm → R dada por f (x) = dist(x, C ), é
convexa.
Solução.
a) Seja E (f ) convexo. Para mostrar que f é convexa, tomamosx, y ∈ U e α ∈ [0 , 1]. Então (x, f (x))
e ( y, f (y )) pertencem a E (f ), portanto ((1 − α)x + αy, (1 − α)f (x) + αf (y )) ∈ E (f ). Isto
significa que (1 − α)f (x) + αf (y ) ≥ f ((1 − α)x + αy ), logo f é convexa. Reciprocamente,
supondo f convexa, sejam z = (x, y ), z = (x , y ) pontos em E (f ) e α ∈ [0 , 1]. então y ≥ f (x)
e y ≥ f (x ) e daí (1 − α)y + αy ≥ (1 − α)f (x) + αf (x ) ≥ f [(1 − α)x + αx ], a última
desigualdade devendo-se à convexidade de f . Logo (1 − α)z + αz pertence a E (f ), ou seja,
E (f ) é um conjunto convexo.
Então (1 − t)x̄ + tȳ ∈ C̄ (pois o fecho de um conjunto convexo é também convexo). E como
d(x, C ) = d (x, C̄ ), temos: f ((1 − t)x + ty ) = d ((1 − t)x + ty,C ) ≤ |[(1 − t)x − ty ] − [(1 −
t)x̄ + tȳ ]| = |(1 − t)(x − x̄) + t(y − ȳ )| ≤ (1 − t)|x − x̄| + t|y − ȳ | = (1 − t)f (x) + tf (y ).
Exercício 8
Seja U ⊂R m
um aberto convexo. Uma função diferenciável f : U −→ R é convexa se , e somente
se, para cada x, x + v ∈ U quaisquer, tem-se f (x + tv ) ≥ f (x) + df (x) · v .
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 90
Solução.
Afirmação. f : U −→ R é convexa se, e somente se, a função ϕ : [0, 1] −→ R, definida por
ϕ(t) = f (x + tv ), é convexa.
Portanto pelo teorema visto na análise na reta tem-se ϕ (1) ≥ ϕ (0) + ϕ (0).
Mas ϕ (1) = f (x + v ), ϕ(0) = f (a) e ϕ (0) = ∇f (x), v . Logo f (x + v ) ≥ f (x) + ∇f (x), v .
Reciprocamente suponhamos que esta desigualdade valha para quaisquer x, x + v U . Então, pondo
ϕ(t) = f (x + tv ) temos uma função ϕ : [0, 1] −→ R tal que ϕ (t) = ∇ f (x +∈ tv ), v para todo
f (x + tv ) ≥ f (x + t v ) + ∇f (x + t v ), sv
0 0
= f (x + t v ) + ∇f (x + t v ), v (t − t ),
0 0 0
que pode ser lido como ϕ (t) ≥ ϕ (t ) + ϕ (t )(t − t ), Logo pelo visto na análise na reta a função ϕ
0 0 0
logo ϕ é convexa.
, Reciprocamente, se todas as funções ϕ, definidas do modo acima, são convexas então, dados
x, y ∈ C e α ∈ [0, 1] pomos ϕ(t) = f (x + t(y − x)) e temos:
portanto f é convexa.
Exercício 9
Seja U ⊂R m
aberto e convexo. Uma função duas vezes diferenciá vel f : U → R é convexa se,
∂2 f
e somente se, para cada x ∈ U, d f (x) é uma forma quadrática não-negativa, isto é,
2
(x) · ∂x i ∂x j
m
∂f
g ( t) = (x + tv ).αi , ∀ t ∈ [0, 1]
i=1
∂x i
m
∂ 2f
g (t) = (x + tv ).αi αj ≥ 0, ∀ t ∈ [0, 1]
i,j=1
∂x i ∂x j
m
∂ 2f
(x).αi αj 0.
i,j=1
∂x i ∂x j ≥
( ) Defina g
⇐ : [0, 1] → R por g(t) = f (x + tv); por hipótese,
m ∂ 2f
g (t) =
∂x i ∂x j
(x + tv ).αi αj ≥ 0 ⇒ g é convexa, e portanto f é convexa.
i,j=1
Exercício 12
Por meio de sucessivas mudanças de coordenadas, como foi indicado no Exemplo 18, exprima cada
uma das formas quadráticas abaixo como soma de termos do tipo ±u 2
e decida quais são positivas,
negativas ou indefinidas.
Solução.
1. A(x, y) = x 2 − 3xy + y 2
A(x, y ) = x 2 − 3xy + y 2
= x2 − 3xy + 9y 2
4 − 9y 2
4
+ y2 = x
− − 3y 2
2
5y 2
4
∗ Para x − 3y 2
2
= 5y 2
4
, temos A(x, y ) = 0.
∗ Para x − 3y 2
2
> 5y 2
4
, temos A(x, y ) > 0 .
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 92
∗ Para x − 3y 2
2
< 5y 2
4
, temos A(x, y ) < 0 .
∗ Para u − uz > v
2 2
+ 2 vz , temos B (x,y,z ) > 0 .
∗ Para u − uz = v
2 2 + 2 vz , temos B (x,y,z ) = 0.
∗ Para u − uz < v
2 2
+ 2 vz , temos B (x,y,z ) < 0 .
3. C (x,y,z,t ) = x 2 + y 2 + 2 xy − xt + 2 yt .
Completando os quadrados, temos
t
C (x,y,z,t ) = x 2 + y 2 + 2 xy 2
− xt + 2yt = x + 2x(y − 2
)+ y 2 + 2 yt =
t t 2 t 2
= x 2 + 2 x(y − 2
)+ (y − 2
) 2
2
− (y − ) + y + 2yt =
t 2 t4 t 2 t4
= (x + y 2
) y 2 + yt 4
+ y 2 + 2yt = (x + y 2
) 4
+ 3 yt =
= (x + y −
− t 2
2
) −− ( − 3yt−+ 9y ) + 9 y
t4
4
2 2
= (x + y −− ) −−( − 3y )
t 2
2
t
2
2
+ 9y2
Novamente, temos uma expressão indefinida, uma vez que C (x,y,z,t ) pode assumir valores
positivos, negativos ou ser igual a zero caso
t 2
(x + y − 2
) + 9y seja, respectivamente, maior, menos ou igual a
2
( 2t − 3y ) . 2
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 93
Exercício 13
Seja f : U → R de classe C 1 no aberto U R 2. Se, para algum ponto (a, b) U , com f (a, b) = c ,
⊂ ∈
∂f ∂f
temos (a, b) > 0 , existe k > 0 tal que (x, y ) > k para todo (x, y) suficientemente próximo de
∂y ∂y
(a, b). Então existe um retângulo R = [a δ, a + δ ] [b ε, b + ε] U tal que f (x, b ε) < c k ε
− × − ⊂ − − ·
e f (x, b + ε) > c + k · ε para todo x ∈ [ a − δ, a + δ]. Logo f (R) ⊃ ( c − kε,c + kε ). Conclua que se
f não possui pontos críticos então, para cada aberto A ⊂ U , f (A) é aberto em R.
Solução. Ponhamos
h(x, y ) = f (x, y ) − yk ⇒ ∂h
∂y
(a, b) =
∂f
∂y
(a, b) − k > 0 .
∂f
Como é contínua, existem δ > 0 e ε > 0 tais que pondo I = (a δ, a + δ ), J = (b ε, b + ε),
− −
∂y
∂h ∂f
temos I J U e (x, y ) = (x, y ) k > 0 , para todo (x, y) I J . Então para todo x I , a
× ⊂ − ∈ × ∈
∂y ∂y
função g : J
→ R, dada por g (y) = f (x, y) yk é estritamente crescente em J . Como em particular
−
de g (b) = f (a, b) − bk = c − bk , temos que
g (b + ε) > g (b)
⇒ f (x, b + ε) − (b + ε)k > f (a, b) − bk
⇒ f (x, b + ε) − bk − kε > c − bk
⇒ f (x, b + ε) > c + kε,
para todo x ∈ [ a − δ, a + δ]. Daí como f é contínua e (c − kε,c + kε ) ⊂ ( f (x, b − ε), f (x, b + ε)) o
teorema do valor intermediário nos garante que f (R) ⊃ ( c − kε,c + kε ).
Se f não possui pontos críticos então ∂f (a, b) = 0 ou ∂f (a, b) = 0. Supondo ∂f (a, b), para todo
∂x ∂y ∂y
(a, b) ∈ U , pelo que vimos acima para todo abeto A e (a, b) ∈ A , tomando o retângulo tal que R ⊂ A ,
vemos que f (A) ⊃ ( c − kε,c + kε ), onde c = f (a, b), ou seja, f (A) é aberto.
Exercício 14
Seja f : Rm → R de classe C , com m 2 tal que para algum c ∈ R, a imagem inversa f − (c) é
1 1
Como X é compacto, então existe r > 0 tal que X ⊂ B [0, r], assim F − B [0, r ] e G − B [0, r] são
ainda conjuntos ilimitados. Tomemos então x 0 F B [0, r ] e y 0 G B [0, r] , desse modo
x e y ∈ B [0, r] , f (x ) < c e f (y ) > c. Mas
0 0
c
0
∈ B −[0, r] é conexo∈por caminhos,
0
− c
daí existe um
caminho contínuo α : [0, 1] → B [0, r] , tal que α (0) = x e α (1) = y . Sendo f ◦ α : [0, 1] → R
c
0 0
uma função contínua com f (α(0)) < c e f (α(1)) > c, segue do Teorema do Valor Intermediário que
existe θ ∈ (0, 1) tal que f (α(θ )) = c , onde α (θ ) ∈ B [0, r ]c ⊂ X . Contradição! Portanto F ou G
c
∂f ∂f
Solução. Suponha que (x0 , y0 ) > 0, como é continua, então m δ > 0, ε > 0 tais que pondo
∃
∂y ∂y
∂f
I = (x0 δ, x0 + δ ), J = (y0 ε, y0 + ε), temos que
− − > 0 (x, y ) I x J¯. Assim, a função
∀ ∈
∂y
y f (x, y ) é estritamente crecente no intervalo J¯, onde x I .
→ ∈
Como f (x0 , y0 ) = c = 0, pelo teorema da função implícita, para cada x ∈ I existe um único
y = ξ (x). Seja h ∈R 2
com |h| < δ então x = x0 + h ∈ I . Daí, se k = ξ (x + h ) − ξ (x), Pelo
Teorema do Valor Médio,∃θ (0 , 1) tal que
∈
∂f ∂f
(x + θh , ξ(x) + k ).h + (x + θh , ξ(x) + k ).k = 0
∂x ∂y
Pelo exercício 7.3 do livro analise real Vol 2-pag 38, tem-se que ξ é continua, isto significa que
lim k = 0. A continuidade das derivadas parciais de f nos dá portanto
h →0
∂f
ξ (x + h) − ξ (x) (x, ξ (x))
ξ (x) = = − ∂x
h ∂f
(x, ξ (x))
∂y
Exercício 2
Note que F x0 , y0 , f (x0 , y0) = 1 e assim da unicidade de ξ podemos concluir que f (x0 , y0 ) =
ξ (x0 , y0 ). Como f é contínua e W f (x ,y ) , então f −1 (Wf (x ,y ) ) é aberto e contém ( x0 , y0 ). Conside-
0 0 0 0
Exercício 3
existe um único y = ξ (x) ∈ J tal que F (x, y ) = 0 e ξ : I → J assim definida é C . Ora, f contínua r
Exercício 4
Seja f : U ⊂R n+1
→ R contínua no aberto U ⊂ R . Se a função g : U → R, dada pela expressão
n
f (x)
g (x) = (t2 + 1) dt for de classe C ∞ , então f também será C ∞ .
0 y 2
Solução. Seja a função ϕ ⊆R n+1
−→ R definida por ϕ(x, y) = g(x) − 0
(t + 1) dt. Derivando-a
em relação a y , obtemos
∂ϕ 2
(x, y ) = −y − 1
∂y
e seu valor é diferente de zero para todo (x, y ) ∈ R n+1
. Assim, para todo x0 ∈ R , pondo
n
y0 = f (x0 )∈ R, temos ϕ(x , y ) = 0. Portanto, pelo Teorema da Função Implícita, existe uma bola
0 0
Exercício 10
Seja f : [0, 2]
1
−→ R contínua, positiva, tal que f (x)dx = f (x)dx = 1. Para cada x ∈ [0, 1],
0
1
2
H (1) <
2
f (t)dt = 1 < H (2). Logo pelo teorema do valor intermediário ∃y ∈ (1, 2) tal
0
1 y0
que H (y0 ) = f (t)dt = 1.
x0
Agora considere a função F : (0, 1) × (1, 2) → R, F (x, y) = f (t)dt. Tem-se que F é de classe
y
x
∂F
C ,
1
( x, y ) = f (y ) > 0 e para cada x ∈ (0 , 1) arbitrário ∃y ∈ (1 , 2) tal que F (x , y ) = 1. Pelo
0 0 0 0
∂y
teorema da função inversa existem intervalos abertos I ⊂ (0, 1), J ⊂ (1, 2) tais que x ∈ I , y ∈ J , 0 0
e para cada x ∈ I , existe um único ξ (x) ∈ J tal que F (x, ξ (x)) = 1 , e a função ξ : I → J assim
definida é de classe C 1 . g (x) = ξ (x), x ∈ (0, 1)
Vamos definir g : [0, 1] → [1 , 2] dessa forma
g (0) = 1
g (1) = 2
Afirmações:
a) g é contínua em x = 0 e x = 1. g(xn )
De fato seja x n → 0 (x ∈ (0, 1)), então
n f (t)dt = 1 como x n → 0 e 1 ≤ g (x ) ≤ 2 n
xn
k
e para 1 < k < 2, tem-se f (t)dt > 1, devemos ter que g (xn ) 1 quando x n 0, pois
1
0 → →
f (t)dt = 1.
0
Analogamente xn → 1 ⇒ g (x ) → 2. E portanto g (x) é contínua em x = 0 e x = 1.
n
b) g é derivável em x = 0 e x = 1.
Veja que
g(x)
f (t)dt = 1 ⇒ f (g(x)) · g(x) − f (x) = 0 ⇒ g (x) = ff(g(x(x) ) , ∀ ∈ (0, 1).
y
f (x) f (0)
Assim limx→0 g (x) = lim x→0
+ = , pois f e g são contínuas com f (x) > 0 . De modo
+
f (g (x)) f (1)
análogo existe limx→1− g (x).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 98
f (x)
Ao mesmo passo da relação g (x) = mostramos que g (x) é contínua em x = 0 e x = 1.
f (g (x))
Logo g (x) é de classe C 1.
Deste sistema resulta que os pontos de mínimo de f |g− (1) são os autovetores de A que pertencem à
1
Exercício 2
Determine os pontos críticos da função f : R 2m → R, f (x, y) =< x, y > , restrita à esfera unitária
2
|x | + |y | 2
= 1 e mostre como daí se obtém a desigualdade de Schwarz.
Solução. Consideradas as funções f, ϕ : R2m → R, f (x, y) =< x, y > e ϕ(x, y) = |x|2 + |y |2 temos
S = ϕ−1 , gradf(x, y ) = (y, x) e gradϕ(x, y ) = 2( x, y ). Portanto ( x, y ) ∈ S é ponto crítico de f |S
se, e somente se, (y, x) = 2λ(x, y ), logo y = 2λx e x = 2λy, o que nos dá λ = 12 ou λ = − 12 , e
y = x ou y = −x. Assim, os pontos críticos de f |S são da forma (x, x) ou (x, −x) com |x|2 = 12 pois,
(x, x) ∈ S . Já que f (x, x) = |x| e f (x, −x) = −|x| , os pontos ( x, x) são de máximo e os pontos
2 2
1 1
(x, −x) de mínimo, logo − ≤< x, y > ≤ para todo (x, y ) ∈ S . Para todo par de vetores não-nulos
√2 √2 2 2 √2 √2
1
x, y ∈ R , tem-se (
n
x, y ) ∈ S , portanto < x, y > ≤ e daí | < x , y > | ≤ |x||y |,
2 |x | 2 |y | √ √2 √2 2 | x | 2 | y |
√2 2
2
a igualdade é válida só quando x= y ou x= − y , i.e., quando x e y são colineares.
2|x| 2 |y | 2|x| 2 |y |
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 99
r (v )
f (a + v ) − f (a) = T .v + r (v ), onde lim =0
→ |v | v 0
.
De fato
Afirmação:df (a) = 0, ∀a ∈ U
r (v )
Prova: f (a + v ) − f (a) = r (v ), só resta provar que lim = 0, por hipoteses |f (a + v ) − f (a)| ≤
v →0 v
c|v |α , onde α > 1 então |r(v )| ≤ c |v |α ⇒ | r(v ) | ≤ c |v |α−|1 |⇒ lim r(v ) = 0 com isto termina a prova
|v | v → 0 |v |
da afirmação. Portanto como cada componente conexa C de U é conexa e além df (x) = 0 ∀x ∈ C ,
utilizando o corolário do teorema do valor mádio f é constante em C .
Exercício 2
f (a + v ) − g(a + v) = 0.
⇒ lim
v →0 |v |
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 100
Reciprocamente:
f (a + v ) − g (a + v ) = 0 ⇒ f (a + tu)
− g(a + tu) = 0
lim lim
v →0 |v | t→0 | tu|
f (a)(tu) − g (a)(tu) + r (tu) − r (tu) f g
⇒ lim
→t 0 |tu| =0
f (a) · u − g (a) · u r (tu) − r (tu) f g
⇒ lim ±
→t 0 | u|
+ lim
→ |tu| t
=0
0
f (a) u g (a) u
⇒ lim
→ ±
t 0 · |−u| · = 0
m
⇒ f (a) · u − g(a) · u = 0, ∀ u ∈ R
⇒ f (a) = g (a).
Exercício 3
Sejam V ⊂ U ⊂ R abertos e δ > 0 tais que x ∈ V , |h| < δ ⇒ x + h ∈ U . Seja B = B (0; δ).
m
diferenciavel, sendo ϕ (x , h ) : R × R → R dada por ϕ (x , h ).(u, v ) = f (x + h ).(u + v ).
0 0
m m n
0 0 0 0
ponto a U quando existe uma aplicação linear T : Rm Rn tal que f (a + v ) f (a) = T.v +
r(v ), onde lim r (v ) = 0
∈ → −
v →0 v ||
Então
ϕ((x0 , h0 )+(v1 , v2 ))+ ϕ(x0 , h0 ) = f (x0 + h0 + v1 + v2 )+ f (x0 + h0 ) = ϕ (x0 , h0 ).(v1 , v2 )+ r(v1 , v2 ),
r (v1 , v2 )
onde lim = 0,por outro lado , como f é diferenciável cumpre-se que f (x0 + h0 + v1 +
(v ,v )→0 v1 , v2
1 2 | |
r 1 ( v1 + v 2 )
v2 ) + f (x0 + h 0 ) = f (x0 + h 0 ).(u + v ) + r 1 (v1 + v 2 ), onde lim = 0. Agora
(v +v )→0 v1 + v 2 1 2 | |
r1 (v1 + v2 ) r 1 (v1 + v2 ) r 1 ( v1 + v 2 )
só precisamos demostrar que lim = 0. De fato ,
(v ,v )→0 v1 , v2 1 2 | (v1 , v2 )
| =
v1 + v2 | | | | | | ≤
r 1 ( v1 + v 2 ) r1 (v1 + v2 )
, então lim =0
| v1 + v 2 | (v ,v )→0 1 v1 , v2
2 | |
Exercício 4
Seja U ⊂R m
aberto. A fim de que uma aplicação f : U −→ R n
seja diferenciável no ponto a ∈U
é necessário e sufuciente que exista, para cada h ∈R m
com a + h ∈ U , uma transformação linear
A(h) : Rm −→ R n
tal que f (a + h) − f (a) = A (h) · h e h → A (h) seja contínua no ponto h = 0.
Solução. Como f : U ⊂ R −→ R m
é diferenciável ∀ a, a + h ∈ U ⊂ Rm temos:
n
Dado U ⊂R m
aberto, seja f : U
R n diferenciável no ponto a U . Prove que se lim vk = v em
→ ∈
f (a + tk vk ) f (a) −
Rm e lim tk = 0 em R então lim = f (a) v . ·
k→∞ tk
Solução. U aberto e a U δ > 0 tal que B (a, δ )
∈ ⇒∃ U . Daí, para todo a + h B (a, δ ),
⊂ ∈
tem-se f (a + h) = f (a) + f (a)h + r (h), onde limh→0 r(h) |h| = 0. Em particular, como klim t .v = 0,
→∞ k k
então para k suficientemente grande temos a + tk .vk ∈ B (a, δ ) e daí f (a + tk .vk ) = f (a)+ f (a)tk .vk +
r(tk .vk ) ⇒ f (a+tk .vtkk )−f (a) = f (a)vk + r(tktk.vk ) ⇒ lim k→∞ f (a+tk .vtkk )−f (a) = limk→∞ (f (a)vk + r(tktk.vk ) ) =
f (a)v ± limk→∞ r(tk|t.vk .vk ).k ||vk | = f (a).v .
Exercício 6
Exercício 7
Solução. ( ⇒)
F (tx) F (tx)
F diferenciável em 0 ⇒ ∃ lim e este coincide com F (0)x. Além disso = F (x), se t
→ t t 0
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 102
( ) ⇐
Se f = T | Sm , onde T é linear, então F é linear, pois ∀ x, y ∈ R e α ∈ R temos que F (α.y + x) =
m+1
α.y+x α.y+x x y x y
|x + α.y |.f ( | | ) = |x + α.y |.T ( |
α.y+x x α.y+x | ) = |x|.T ( | | ) + α |y|.T ( | | ) = |x|.f ( | | ) + α|y|.f ( | | ) =
y x y
Exercício 9
∂f
Dada f : Rn → R , enuncie e demonstre um teorema que traduza a
p
igualdade f (x, y) = dx +
∂x
∂f
dy .
∂y
Solução. Sejam f : R n R p e σ (t) = (x(t), y(t)), t I , tal que σ (I ) R n um caminho. Se σ (t)
é diferenciável em t0 ∈ →I , e f (x, y) é diferenciável em∈ σ(t ) = (x , y ⊂), então a função composta
0 0 0
dz (t0 ) ∂f ∂f
z = f (σ (t)), t I , é diferenciável em t 0 e
∈ = f (x, y ) = dx + dy .
dt ∂x ∂y
Demonstração: Como f é diferenciável em (x, y), temos
f (w, z ) − f (x, y) = ∂f
∂x
(x, y ) · (w − x) +
∂f
∂y
(x, y ) · (z − y ) + E (w, z ), (2.1)
E (w, z )
onde lim
|(w, z ) − (x, y)| = 0. Portanto, a função
E (w, z )
, (w, z ) = (x, y )
g (w, z ) = | (w, z ) (x, y )
− |
0 , (w, z ) = (x, y )
é contínua em (x, y ).
Assim, dividindo (??) por t − t0 , t
= t 0 , temos
f (σ (t)) − f (σ(t )) = ∂f (σ(t )) x(t) − x(t ) + ∂f (σ(t )) y(t) − y(t ) + g (σ(t)) |σ(t) − σ(t )|
0 0 0 0
0 0
t −t 0 ∂x t−t ∂y t−t 0 t−t 0 0
Observe que
|σ(t) − σ(t )| = 0 σ (t) − σ(t ) |t − t | .
0 0
t−t 0 t −t t−t0 0
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 103
lim g (σ (t))
|t − t | = 0 .
0
t →t 0 t−t 0
Logo,
f (σ (t)) − f (σ(t )) = ∂f dx + ∂f dy.
0
f (x, y ) = lim
t→t 0 t −t 0 ∂x ∂y
Exercício 10
∂2f
Seja f : U →R p
duas vezes diferenciável no aberto U ⊂ R × R . Defina as derivadas mistas
m n
∂x∂y
∂2f
, ∂y∂x
e estabeleça a relação que existe entre elas.
∂2 f ∂ f 2
Solução. A derivada mista ∂x∂y
é a aplicação ∂x∂y
→ R , que associa a cada ponto a ∈ U o vetor
:U p
2 2
associa a cada ponto a ∈ U o vetor f (a)(0, e )(e , 0). No caso de f ser duas vezes diferenciável, o
1 1
Teorema de Schwarz nos diz que essas duas derivadas coincidem em cada ponto.
Exercício 11
Seja f : Rm →R m
diferenciável, com f (0) = 0 . Se a transformação linear f (0) não tem valor
próprio 1 então existe uma vizinhança V de 0 em Rm tal que f (x) = x para todo x ∈ V − {0}.
Solução. Como a transformação linear f (0) não possui valor próprio em S1 (0), existe ε > 0 tal que
|u| = 1 e |f (0)u − u| ≥ ε. Sendo f diferenciável, com f (0) = 0 temos que
e existe δ > 0 tal que 0 < |x| < δ ⇒ |p(x)| < ε. Portanto, se 0 < |x| < δ então
|f (x) − x| = |x|
− x
f (0) + p(x) x
x
| | | | −
= x f (0)
x x
+ p(x)
x
|| || x
x x
x f (0)
≥ || − + p(x) > 0
x x
e daí f (x)
= x.
| | | |
2.4.2 A regra da cadeia
Exercício 1
lim
|g ◦ f (a + h) − g ◦ f (a)| |f (a + h) − f (a)| ≤
h→0 |h| |f (a + h) − f (a)|
c |g ◦ f (a + h) − g ◦ f (a)||h|
lim =0
h → 0 |h||k|
Portanto, |g ◦ f (a + h) − g ◦ f (a)| = 0,
lim
h →0 |h |
como queríamos provar.
Exercício 2
Seja f : U −→ R n
Lipschitziana no aberto U
R . Dado a
m
U,suponha que, para todo v R m ,
⊂ ∈ ∈
∂f
exista la derivada direccional (a) e dependa linearmente de v.Prove que, para todo caminho g :
∂v
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 105
( ε, ε)
− −→ U, con g (0) = a, diferenciável no ponto t = 0, existe o vetor-velocidade ( f ◦ g)(0).
conclua que f é diferenciável no ponto a.
Solução. Como g é diferenciável en 0, temos que
Exercício 3
kf (x) é necessária e suficiente para que uma aplicação diferenciável f : U → R seja positivamente n
homogênea de grau k .
Solução. Uma aplicação f : U −→ R n
diz-se positivamente homogênea de grau k quando f (tx) =
tk f (x), x Ue t > 0.
∀ ∈ ∀
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 106
∂f 1 ∂f 1 ∂f 1
(x) (x) (x)
∂x 1 .. ∂x 2 .. · ·· ∂x m. x.1 f1 (. x)
⇔ . . .. .. =k .. = kf (x)
∂f n
(x)
∂f n
(x) · ·· ∂f n
(x)
xm
fn (x)
∂x 1 ∂x 2 ∂x m
∀ x ∈ U . (∗)
Sabemos que o posto de uma transformação linear é a dimensão de sua
imagem. Seja então { f (x)v1 , · ·· , f (x)vr }
⊂ Rn base de Im f (x). Provaremos que Rm ⊃
{v1, ··· , vr } é base de I m g (f (x)). De fato:
(1) Se a1 v1 + ·· · + a v = 0, então a f (x)v + · ·· + a f (x)v = f (x)0 = 0 e como
r r 1 1 r r
(2) Seja w ∈ I m g (f (x)) . De ( ∗) temos que w = g (f (x))(f (x)w ), onde f (x)w ∈ Im f (x).
Daí f (x)w = b f (x)v + ... + b f (x)v , para alguns b ,...,b ∈ R.
1 1 r r 1 r
gera I m g (f (x)).
De (1) e (2) temos que {v1 , ··· , vr } ébasede Im g (f (x)) e então dim(Im g (f (x))) = dim (Im f (x)) =
r, como queríamos.
Exercício 5
∂ϕ ∂f 1 ∂ϕ
∂y 1
(f (x)) ∂x 2
(x) + ... + ∂y m
(f (x)) ∂f m
∂x 2
(x) =0
...
1
∂ϕ1 (f (x)) ∂x
∂y ∂ fm (x) + ... + ∂ϕm (f (x)) ∂x
∂y m (x)
∂f m =0
O sistema acima é válido para todo x ∈ U , em particular, para x = a, temos J f (a) ϕ(b) = 0.
Logo, J f (a) · x = 0 adimite uma solução não-trivial.
Portanto, a matriz jacobiana de f em a não é invertível, isto é, detf (a) = 0.
Exercício 6
Seja f : U →R m
diferenciável no aberto U ⊂R m
. Se |f (x)| é constante quando x varia em U então
o determinante jacobiano de f é identicamente nulo.
Solução. Seja |f (x)| = c (cte),∀ ∈ U .
Se c = 0, então
|f (x)| = 0 ⇒ f (x) = 0 ⇒ det Jf (x) = 0, ∀x ∈ U.
Se c =
0, então |f (x)| = c ⇒ |f (x)| = c , donde < f (x) · v, f (x) >= 0, ∀x ∈ U, ∀v ∈ R
2 2 m
.
Fixando x ∈ U , temos que
Imf (x) =< f (x) > ⊥ ⇒ dim Im f (x) < m ⇒ dim ker f (x) ≥ 1,
isto é, f (x) não é injetiva.
Portanto, det Jf (x) = 0, ∀x ∈ U .
Exercício 8
3
Sejam U = (0, +∞) x (0, 2π ) x R e V = R menos o semiplano y = 0, x ≥ 0. Mostre que
ϕ : U → V definida por ϕ (r,θ,z ) = (rcosθ, rsenθ, z) é um difeomorfismo C ∞ . (se q = ϕ(r,θ,z ),
os números r , θ,z são chamados as "coordenadas cilíndricas"de q ).
Dada f : V → R diferenciável, explique o significado e demostre a seguinte fórmula para o gradiente
de f em coordenadas cilíndricas:
∂f 1 ∂f ∂f
gradf = .ur + uθ + uz
∂r r ∂θ ∂z
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 108
ii) seja
ur = (cosθ, senθ,0)
uθ = ( senθ, cosθ,0)
−
uz = (0, 0, 1)
então
f¯r = fx .cosθ + fy .senθ
f¯θ
r
= fx .( senθ ) + fy .(cosθ)
−
f¯z = fz
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 109
Daí
f¯r .ur = (fx .cosθ + fy .senθ)(cosθ, senθ,0)
= (fx cos θ + fy senθcosθ, fx senθcosθ + fy senθ, 0)
2
f¯θ
r
.u θ = (fx .( senθ ) + fy .(ccsθ )( senθ, cosθ,0)
− −
= (f sen θ − f senθcosθ,−f senθcosθ + f cos , 0)
x
2
y x y
θ
¯
fz .uz = fz (0, 0, 1) =(0 , 0, fz )
Somando as três últimas igualdades, obtemos:
1
f¯r .ur + f¯θ .uθ + f¯z .uz = (fx , fy , fz ) = gradf
r
iii) O gradiente é um vetor que indica em que direção aumentam, em mayor grado os valores do
campo, ou seja que o gradiente num ponto nos informa a direção na cual vamos a encontrar
valores mas altos.
Exercício 9
é necessário e suficiente que f (x) · h seja perpendicular a f (x), para todo x ∈ U e todo h ∈ R . m
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 110
(⇐)
Suponha agora que f (x)h, f (x) = 0, para todo x ∈ U e todo h ∈ R e defina H : U → R −{0}, m n
onde H (x) = f (x), f (x) . H é diferenciável e satisfaz H (x)v = 2 f (x)v, f (x) = 0, para todo
x ∈ U e todo h ∈ R m como U é conexo, segue que H é constante e portanto |f | é constante.
. Daí,
1
para todo x ∈ U então |f (x)| ≤ |x| seja qual for x ∈ U . Conclua que se f (0) = 0 e f (0) = 0 , com
2
2
2
∂ f 1
f ∈ C , então
2
(x) ≤ |u||v | para x ∈ U , u, v ∈ R quaisquer implica ainda |f (x)| ≤ |x| .
m 2
∂u∂v 2
Generalize.
Solução. Defina F : [0, 1]
√ √ √ √ x.
Rn , por F (t) = f ( tx). Então F (t) = f ( tx)( t) x = f ( tx)
→ 2 t
√
Assim
Exercício 3
Sejam U ⊂R m
aberto, [a, b]
⊂ U , f : U → R contínua em [ a, b] e diferenciável em ( a, b). Para
n
cada y ∈ R existe c ∈ ( a, b) tal que f (b) − f (a), y = f (c )(b − a), y.
n
y y
que ϕ é contínua em [0 , 1] e diferenciável em (0 , 1), daí pelo T.V.M temos que∃ t0 ∈ (0, 1) tal que
ϕ(1) − ϕ(0) = 1 .ϕ (t ) ⇒ f (b) − f (a), y = f (a+ t (b − a))(b − a), y . Fazendo c = a + t (b − a),
0 0 y 0
temos então que f (b) − f (a), y = f (c )(b − a), y , como queríamos provar.
y
Exercício 4
Mostre que (1) ⇔ (2) ⇒ (3) ⇒ (4) ⇒ (5) mas as demais implicações são falsas.
Solução. (1) ⇔ (2) Se f é diferenciável em U então f é contínua em U e x, y ∈ U ⇒ [ x, y ] ⊂ U ,
pela convexidade deU . Como |f (x)| ≤ c, ∀ x ∈ U , logo |f (x) − f (y )| ≤ c |x − y |, ∀ x, y ∈ U .
Reciprocamente, suponhamos por contradição que existe x ∈ U tal que | f (x )| > c. Então 0 0
|f (x )v| > c|v| ⇒ |f (x )u| = c + ε, onde u = |vv| . Pela diferenciabilidade de f , existe δ > 0
0 0
tal que 0 < t < δ ⇒ |f (x + tu) − f (x)| = |f (x)tu + r (tu)| ≥ |f tu| − |r(tu)| , com |r (tu)| < tδ.
Então ∀t, onde 0 < t < δ ⇒ |f (x + tu) − f (x)| ≥ ( c + ε)t − tε = ct + εt − εt = ct > c . Tomando
y = x + tu obtemos |y − x| = |t||u| ⇒ |y − x| = t .
Portanto, |f (x) − f (y)| > c|x − y|.
ε
(2) ⇒ (3) Basta tomar δ = e observar que f é lipschitziana, e consequentemente uniformemente
c
ε
contínua, isto é, ∀ ε > 0 , ∃ δ = tal que |x − y | < δ ⇒ |f (x) − f (y )| < ε, ∀x, y ∈ U .
c
(2) . De fato, se considerarmos a função f : [0, 1] → R, definida por f (x) = √x, sabemos
(3) ⇒
que f é uniformente contínua, mas não é lipschitziana.
(3) ⇒ (4) Dado x0 ∈ Ū , como Ū = U ∪ U , temos que x 0 ∈ U ou x ∈ U . 0
teríamos uma sequência (zk ) ⊂ U \{x0} definida por z2k = x k , z2k+1 = y k tal que lim zk = x 0 , mas
k→∞
não existe lim f (zk ), pois lim f (zkj ) = b , se kj = 2j , e lim f (zkj ) = c , se kj = 2j + 1.
k→∞ j →∞ j →∞
Portanto, lim f (x) = b .
x→x 0
⇒ (3). Consideremos f : [0, 2π] −→ R definida por f (x) = cos( x2). Como cos(x) é uma
(4)
função contínua, temos lim cos(x2 ) = cos( x20 ), isto é, existe
x→x 0
lim cos(x2 ), x0 [0, 2π ]. No entanto, a função não é uniformemente contínua, pois basta con-
x→x 0
∀ ∈ √ π
siderar xk = (k + 1) π e yk = kπ . Então xk − y k = √ . Dessa maneira, (k + 1) π + kπ
k →∞
| − y | = 0, mas |f (x ) − f (y )| = 2.
lim xk k k k
Exercício 5
Seja U ⊂R m
aberto conexo. Se f : U
→ R é diferenciável e f (x) = T (constante) para todo
n
x ∈ U então existe a ∈ R tal que f (x) = T · x + a . Mais geralmente, se f (x) = 0 para todo
n k+1
algum b ∈ U .
Dessa maneira, f (x) = T · x + g(b). Fazendo a = g (b) ∈ Rn , obtemos f (x) = T · x + a, para algum
a ∈R .
n
Exercício 6
∈
|df | z U
z
Exercício 7
|ϕ(1) − ϕ(0)| = |ϕ(c)| para algum c ∈ (0 , 1) ⇒ |f (2x) − f (x)| = |f (x + cx) · x| (∗)
lim f (x) · x = 0 ⇒ dado = 1, ∃ A > 0 tal que |x| > A ⇒ |f (x) · x| < 1 .
|x|→∞
1
Daí c ∈ (0 , 1) ⇒ |(1 + c)x| > A ⇒ |f ((1 + c)x)((1 + c)x)| < 1 ⇒ |f ((1 + c)x)x| < |1+c |.
1
Em (∗) temos |g(x)| = |f (2x) − f (x)| < |1+c| .
Exercício 8
Seja f : U →R n
diferenciável no aberto U
⊂ R . Se f : U → L (R ; R ) é contínua e K ⊂ U é m m n
compacto então existe a > 0 tal que x, y ∈ K ⇒ |f (x) − f (y)| ≤ a |x − y|. O mesmo resultado vale
se supusermos f limitada em U , em vez de contínua.
Solução. Suponhamos por absurdo que não vale a conclusão, então para cada n ∈ N existem
(x ), (y ) K tais que f (x ) f (y ) > n x y . Como K é compacto passando a subsequências
n n ∈ | n − n n n
se necessário podemos supor que xn →| x e| y −→ y| .
0 n 0
Contradição. Logo x 0 = y0 . Sabemos que ∃δ > 0 tal que ∀x ∈ K ey ∈ U tal que |x − y| < δ ⇒
[x, y ] ⊂ U. Daí como x − y → 0 para todo n suficientemente grande temos que [x, y ] ⊂ U (
n n
pode até supor sem perda de generalidade que [ x , y ] ⊂ U, ∀n ∈ N). Fixemos um indice n tal que n n
do valor médio temos que |f (x ) − f (y )| ≤ c|x − y |, para todo n suficientemente grande, daí
n n n n
concluirmos que c|x − y | ≥ |f (x ) − f (y )| > n|x − y |. Daí para todo n suficientemente grande
n n n n n n
tal que |x − y | =
n 0 temos que c > n. Contradição.
n
Se f for limitada o argumento é o mesmo pois existe c > 0 tal que | f (x)| ≤ c, ∀x ∈ U , daí
|f (x)| ≤ c, ∀x ∈ [x , y ]. Argumentando assim chegamos a uma contradição.
n n
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 115
∀x, y ∈ I , dado que f (x) e f (y) têm sempre o mesmo sinal.
(⇐) f (x).f (y ) > 0, ∀ x, y ∈ I ⇒ f (x) = 0, ∀ x ∈ I ,daí pelo Teorema da Funçao Inversa f
é difeomorfismo local. Note agora que a condição f (x).f (y) > 0 ⇒ f (x) > 0 ou f (x) < 0.
Suponha que f (x) > 0 e tomemos a = b ∈ I . Sem perda de generalidade admita b > a. Pelo
Teorema do Valor Médio temos que∃ c ∈ (a, b) tal que f (b) − f (a) = f (c)(b − a) > 0 ⇒ f (b) =
f (a), portanto f é injetiva, logo f é difeomorfismo global.
Exercício 2
1
Seja f : R → 2R um 2função de classe C tal que |f (t)| ≤ k < 1 para todo t ∈ R. Defina uma
aplicação ϕ : R → R pondo ϕ(x, y ) = (x + f (y ), y + f (x)). Mostre que ϕ é um difeomorfismo de
R2 sobre se mesmo.
Solução. Como f é de classe C 1 , segue-se que ϕ é de classe C 1 , além disso,
Assim f é um difeomorifismo global. Resta provar que f (R2 ) = R2 , para provar que f (R2 ) é fechado,
1
seja (xk ) uma sequência tal que lim f (xk ) = y ∈ R , como |x − x | ≤
2
− |f (xk ) − f (xr )|, vemos
k r 1 k
que ( xk ) é de Cauchy portanto converge, seja x = lim xk . Então f (x) = lim f (xk ) = y ∈ f (R2 ).
Assim, f (R2 ) é aberto e fechado. como R2 é conexo, tem-se f (R2 ) = R2 .
Exercício 3
2
∀a ∈ R
f (x)h(y ) f (x)h (y )
Em outras palavras, det [F (x, y)] = = 0 Como f e g são difeomorfis-
0 g (y )
mos, temos que f (x) =
0 e g (y) = 0 x, y ∀ ∈ R. Desta forma, temos que h(y) = 0, ∀y ∈ R ⇒ 0 ∈/
h(R)
( ) Se 0 / h (R)
⇐ ∈ ⇒ det[F (x, y)] = 0, pois f e g são difeomorfismos. Logo como F é diferen-
ciável (f , g , h são diferenciáveis), podemos aplicar o teorema da função inversa. Assim concluímos
que F é difeomorfismo local. Como F é uma aplicação abert a, falta mostrar que F é bijetora para
concluir o difeomorfismo de R2 em R2 .
Para mostrar a injetividade de F seja (x, y )
= (x , y ) em R 2 . Temos dois possíveis casos. No
primeiro caso temos x = x e y
= y ou x =
x e y = y assim, em ambas possibilidades, F (x, y) =
F (x , y ), pois g(y ) = g (y ) (fato que decorre de g ser difeomosfismo e consequentemente uma
bijeção de R em R). Em um segundo caso, temos x
= x e y = y assim f (x)h(y )
= f (x )h(y ), fato
que decorre de 0 ∈/ h (R) e f (x) =
f (x).
Para mostrar a sobrejetividade de F vamos tomar v = (v1 , v2 ) ∈ R , vemos claramente da sobre-
2
jetividade de g que existe y ∈ R , tal que g (y ) = v . Fixando esse y vemos que existe x ∈ R tal que
2
Exercício 11
Seja f : U →R m
diferenciável no conjunto convexo U ⊂R m
. Se f (x) · v, v > 0 para ∀ x ∈U
e0 =
v ∈R m
quaisquer então f é injetiva. Se f ∈C 1
então f é um difeomorfismo de U sobre um
subconjunto de R . Dê um exemplo em que U = R mas f não é sobrejetiva.
m m
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 117
Solução. Tomemos a =
b elementos de U . U convexo ⇒ [a, b] ⊂ U . Defina então ψ : [0, 1] → R,
ψ (t) = f (a + (b
− a)t), b − a. Temos que ψ | é contínua, ψ | é diferenciável, então, pelo Teo-
[0,1] (0,1)
rema do Valor Médio, existeθ ∈ (0, 1) tal que ψ (1) − ψ (0) = ψ (θ) ⇒ f (b), b − a − f (a), b −
a = f (a + (b − a)θ )(b − a), (b − a) > 0, isto é , f (b) − f (a), b − a > 0 ⇒ f (b)
= f (a),
portanto f é injetiva.
A condição f (x) v, v > 0 , x Uev Rm f (x) v = 0, v Rm e x U , então pelo
Teorema da Função· Inversa
temos∀ que
∈ f é um∈difeomorfismo
⇒ ·local.
Mas∀ acabamos
∈ de∈provar que f é
injetiva, portanto f é um difeomorfismo global de U sobre f (U ) ⊂ R . m
Considere f : R2 →R , 2
f (x, y ) = (x, ey ). f é diferenciável e
1 0
Df (x) = ,
0 ey
∀ (x, y) ∈ R . Agora note que f não é sobrejetiva, pois, por exemplo, o elemento (0, -1) ∈/ f (R ).
2 2
Exercício 12
Seja f : Rm →R m
de classe C 1 tal que para x, v
∈ R quaisquer tem-se f (x) · v, v ≥ |α||v| ,
m 2
onde α > 0 é uma constante. Prove que |f (x) − f (y )| ≥ α |x − y| para x, y ∈ R arbitrários. Conclua m
1
Seja y ∈ f (Rm ), y = lim f (xk ), (xk ) ⊂ Rm , temos que |xr − x | ≤ |f (x ) − f (x )|, donde
s 2 r s
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 118
f (Rm ).
Assim, f (Rm ) Rm é aberto e fechado, e como Rm é conexo, temos que f (Rm ) = Rm .
⊂ difeomorfismo de Rm sobre si mesmo.
Portando, f é um
Exercício 13
Seja f : Rm → Rm de classe C 1 tal que f (x) é, para todo x ∈ Rm , uma isometria (isto é, |f (x) · v | =
|v|) na norma euclidiana. Então f é uma isometria (isto é, |f (x) − f (y)| = |x − y|). Conclua que
existem T ∈ L (R ) ortogonal e a ∈ R tais que f (x) = T · x + a.
m m
Solução. Defina
ψ : [0, 1] −→ R
t −→ ψ (t) =< f (a + t(b − a), b − a >
onde a, b ∈ Rm , são arbitrários e a = b . ψ é contínua em [0, 1] e derivável em (0, 1), então ∃θ ∈ (0, 1)
tal que ψ (1) − ψ (0) = ψ (θ) então
< f (b), b − a > − < f (a), b − a >=< f (a + θ(b − a))(b − a), b − a >⇒
< f (b) − f (a), b − a >=< f (a + θ (b − a))(b − a), b − a >⇒
< f (b) − f (a), b − a > − < f (a + θ (b − a))(b − a), b − a >= 0
− b a=0
< f (b) − f (a) − f (a + θ (b − a))(b − a), b − a >= 0 ⇒
f (b) − f (a) − f (a + θ (b − a))(b − a) = 0 ⇒
f (b) − f (a) = f (a + θ (b − a))(b − a) ⇒
|f (b) − f (a)| = |f (a + θ(b − a))(b − a)| = |b − a|
Daí temos que f é uma isometria.
Lema: Seja f : Rm → Rm uma função tal que f (0) = 0 e |f (u) − f (v )| = |u − v | para quaisquer
u, v ∈R m
. Então:
i) ∀v ∈R m
, tem-se |f (v )| = |v |.
De fato |f (v ) − f (0)| = |v − 0| ⇒ |f (v)| = |v|.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 119
ii) ∀u, v ∈R m
, tem-se < f (u), f (v ) > =< u.v > .
De fato
1
< f (u), f (v ) > = ( f (u) 2 + f (v ) 2 f (u)
| | | | −| 2
− f (v)| )
2
1
= (u2+ v2 u v 2)
| | | | −| − |
2
=< u, v > .
f (v + λw ) =
(xi + λyi )ui =
xi ui + λ
yi ui = f (v ) + λf (w),
Exercício 14
Seja f : R m →R m
de classe C 1 ,com |f (x).v|≥ α |v| para x, y ∈ R quaisquer (α > 0 constante).
m
damental e Espaços de Recobrimento do Elon ou algum livro clássico de Topologia Algébrica. Serão
usados conceitos de levantamento de caminhos e aplicações de recobrimento e proposições encontra-
das no livro citado acima do Elon).
Teorema: Seja f : Rm →R m
uma aplicação de classe C 1, cujos valores estão contidos no aberto
conexo Y . Suponhamos que existe uma cobertura de y por um aberto V , a cada um dos quais
⊂R m
corresponde um número v > 0, de tal modo que f (x) ∈ V implica |f (x).u| ≥ v |u| para todo
u ∈R m
. Então f (Rm ) = Y e f : Rm → Y é uma aplicação de recobrimento.
Demonstração do Teorema: Eis a parte mais interessante da demonstração. Mostraremos em pri-
meiro lugar, que se a : [0, 1] → y é um caminho de casse C 1 em Y e b : [0, 1) →R m
é tal que
f (b(a)) = a (s), 0 ≤ s ≤ 1 , então b é de casse C 1
e existe lims→1 b(s) em R m
. Que b ∈ C 1
segue-se
imediatamente do fato de f ser um difeomorfismo local de classe C 1 . Além, disso, seja Y 1 = a (1) e
considere V Y 1, v > 0 como no enunciado do Teorema. Existe δ > 0 tal que 1 − δ < s < 1 então
f (b(s)) = a(s) ∈ V e portanto |f (b(s)).b (s)| ≥ v |b (s)|. Por outro lado f (b(s)).b (s) = a , logo
a (s)
|b(s)| ≤ | | quando 1 − δ < s < 1. como o intervalo [0, 1] é compacto e a é de classe C , ∃A > 0
v
1
tal que |a (A)| < A ∀s ∈ [0 , 1]. Portanto se 1 − δ < s , s , < 1 vale:
v 1 2
|b(s ) − b(s )| =
2 1
s1
s2 b
(s)ds ≤| s2 − s | .A
1
. Pelo Critério de Cauchy segue-se que lim s→1 b(s) existe. Emseguida, provaremos que todo caminho
retilíneo, contido em Y , começando num ponto arbitrário Y0 ∈ f (Rm , pode ser levantada a partir
de qualquer ponto x0 ∈ f − 1(Y0 ). De fato, se isso não ocorr esse, existiria um caminh o retilíneo
a(s) = (1 − δ )Y 0 + sY1
em Y tal que a restrição [0,1]
a
possuiria um levantamento b : [0, 1) → Rm , com
b0 = x 0 ,sem que lim s→1 b(s) existisse. Isto, porém, contradiz o que acabamos de provar. Vemos agora
que f (Rm 0 é um subconjunto do aberto Y , pois todo Y 1 pertence ao fecho de f (Rm ) relativamente
a Y pode ser ligado a um ponto Y 0 ∈ f (R ) por um caminho retilíneo contido em Y , o qual pode
m
Dê um exemplo em que todas as desigualdades acima são estritas. Prove também que
Solução.
Para todo bloco B ⊂ A, temos que
m (f ) + m (g ) ≤ m
B B B (f + g ) e MB (f + g ) ≤M B (f ) + MB (g ).
Dessa maneira,
0= f (x)dx + g(x)dx < 1 = [f (x) + g (x)]dx.
A A A
Além disso,
1= [f (x) + g (x)]dx < 2 = f (x)dx + g (x)dx.
A A A
Analogamente,
Mb (c f ) = sup c f (x); x
· {· ∈ P } = c · sup{f (x); x ∈ P } = c · M B (f ).
s(cf,P ) =
mb (cf ) vol (B ) =
·
· c mb (f ) vol (B ) = c s(f ; P );
· ·
B P
∈ B P
· ∈
S (cf,P ) = M (cf ) · vol (B ) =
b c M (f ) · vol (B ) = c · S (f ; P ).
b
B P ∈ B P ∈
Portanto
· f (x)dx e c f (x)dx = c · f (x)dx.
c f (x)dx = c
· ·
A A A A
Por fim, se f (x) ≤ g (x) ∀x ∈ A, basta observar que se P é uma partição de A, temos que
sup f (x) ≤ sup g (x). Da mesma maneira, inf f (x) ≤ inf g (x).
x B
∈ ∈ x B ∈ ∈ x B x B
Assim,
s(f, P ) ≤ s(g, P ) e S (f, P ) ≤ S (g, P ) ⇒ sup s(f, P ) ≤ sup s(g, P ) e inf S (f, P ) ≤ inf S(g, P ).
Portanto,
f (x)dx ≤ g(x)dx e f (x)dx ≤ g (x)dx.
A A A A
Exercício 4
Sejam f : A → R, g : B → R funções limitadas não negativas nos blocos A e B . Defina ϕ : A × B →
R pondo ϕ(x, y) = f (x) · g (y). Prove que
ϕ(z )dz =
f (x)dx ·
g (y )dy
A B × A B
Solução. Seja (P, P ) uma partição de A × B . Então para todo bloco (B, B ) da partição (P, P ), temos
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 123
que 0 ≤ m (f ) ≤ f (x), ∀
B x ∈ B e
0 ≤ m (g ) ≤ g (y ), ∀ y ∈ B
B
⇒ 0 ≤ m (f ) · m (g) ≤ inf
B
∈
(f (x) · g (y ))
B
(x,y) (B,B)
⇒ 0 ≤ m (f ) · m (g) ≤ m (ϕ)
B B (B,B)
Exercício 5
Solução. Defina
4
f (x).g (x)dx
−
2
4 f 2 (x)dx ·
g 2 (x)dx ≤0
A A A
Daí ≤
2
f (x).g(x)dx f 2 (x)dx · g 2 (x)dx
A A A
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 124
1 1 1
x ∈ f − (b) ⊂ f − (D ) ⇒ x ∈ f − (D ).
g g
1 1
Em qualquer caso x ∈ D g◦f ⇒ x ∈ D f ∪ f − (Dg ) ⇒ D g◦f ⊂ D f ∪ f − (Dg ).
Demonstração do exercício:
De fato pelo Lema 1, Dg◦f ⊂ D f ∪ f −1(Dg ) ⇒ D g◦f ⊂ D f ∪ f −1 (∅) = D f , pois g é contínua, então
como Df tem medida nula Dg◦f também tem medida nula, logo g ◦ f : A → R é integrável.
Exercício 5
Seja f : A → B contínua tal que |f (x) − f (y )|≥ c|x − y| com c > 0 constante e x, y ∈ A quaisquer.
Prove que, para todo g : B → R integrável, a composta g ◦ f : A → R é integrável.
Solução. Primeiro notemos que D ◦ ⊂ D ∪ f − (D ).De fato, tomemos x ∈ D ◦ e suponha que
g f f
1
g g f
x∈ / D ⇒ f (x) ∈ D , pois caso contrário g seria contínua em f (x) e como estamos admitindo f
f g
f (x) ∈ D ⇒ x ∈ f − (D ), portanto D ◦ ⊂ D ∪ f − (D ).
g
1
g g f f
1
g
Note agora que |f (x) − f (y )| ≥ c|x − y |, c > 0, ∀ x, y ∈ A ⇒ f é injetiva. Portanto existe uma
correspondência biunívoca entre os pontos de D g e os pontos de f −1 (Dg ), daí como med (Dg ) = 0
resulta que medf−1(Dg ) = 0. Além disso, supomos f contínua ⇒ Df = ∅ e portanto Dg◦f ⊂
f −1 (Dg ) ⇒ medg◦f = 0 ⇒ g ◦ f é integrável.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 125
Exercício 9
B =A ∞ Df
k=1 k
−∪
Tem-se que todas as funções fk são contínuas em B . Além disso, fk converge uniformemente a f em
B ⊆ A . Então, como o limite uniforme de uma sequência de funções contínuas é contínua, segue-se
que f é contínua em B . Portanto,
Df ⊆ A − B = ∪∞ k=1 Dfk
Mas como med(Dfk ) = 0, ∀k ∈ N, pois as funções f k são integráveis, então med(A − B ) = 0 já que
é uma união de conjuntos de medida zero, daí med(Df ) = 0 (Df ⊆ A − B ). Assim f é integrável.
Vejamos agora que lim k→∞
A
fk (x)dx =
A
f (x)dx. Dado ε > 0, já que f → f uniformemente k
então se k ≥ N tem-se
|
fk (x)dx −
f (x)dx
| ≤ |f (x) − f (x)|dx ≤
k
ε
=ε
A A A A vol (A)
Portanto limk→∞
A
fk (x)dx =
A
f (x)dx.
Exercício 12
Solução.
Sejam ϕ : [a, b]
−→ R e ψ : [c, d] −→ R integráveis. A função f : [a, b] × [c, d] −→ R definida no
retângulo A = [a, b] × [c, d] por f (x, y) = ϕ (x)ψ(y), é integrável e
f (x, y )dxdy =
b
ϕ(x)dx
d
ψ (x)dy .
A a c
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 126
Solução. Temos que f é integrável, uma vez que Df ⊂ (D × [c, d]) ∪ ([a, b] × D ) ⇒ med(D ) =
ϕ ψ f
0 med(Dϕ ), med(Dψ ) = 0 ⇒ med(D ϕ × [c, d]), med([a, b] × D ) = 0 . ψ
Assim, pelo Teorema de Fubini, temos que
b d
f (x, y )dxdy = f (x, y )dy dx = ϕ(x)ψ (y )dy dx
A [a,b] [c,d] a c
b
d b d
= ϕ(x) ψ (y )dy dx = ϕ(x)dx ψ (y )dy .
a c a c
cte em x
vol. f (B [a; r ])
isomorfismo. Mostre que lim = | det . f (a)|.
r →0 vol. B [a; r ]
Solução. Pomos para cada r > 0, m(r ) = inf {f (x); x ∈ B [a, r ]} e M (r) = sup{f (x); x ∈
B [a, r] . Temos para cada r > 0 , m(r ) f (x) M (r ). Também quando r 0 , temos que m(r )
}
f (a) e M (r ) ≤ é um ≤conjunto J -mensurável, pois→med(∂B [a, r]) = 0 . →
→ f (a). Note que uma bola
⇒ m(r)vol. B [a, r] ≤
f (x)dx ≤ M (r)vol. B [a, r]
B[a,r]
1
⇒ lim
→ vol. B [a, r]
r 0
f (x)dx = f (a).
B[a,r]
vol. f (B [a, r ]) =
1dy =
| det f (x)|dx
f (B[a,r]) B[a,r]
⇒ vol. f (B [a, r ])
vol. B [a, r]
= | det f (x)|
Exercício 2
No exercício anterior (1), mostre que se f (a) não for um isomorfismo, então
vol.f (B [a; r ])
lim =0
r →0 vol.B [a; r]
vol.f (B [a; r ])
Solução. Suponha que lim 0. Pelo exercicio (1), temos que
=
r →0 vol.B [a; r ]
vol.f (B [a; r ])
|det.f (a)| = lim
→ r 0 vol.B [a; r] = 0 ⇒ f (a)
é um isomorfismo. Contradição.
3
Exercícios de Sala de Aula
3.1 - Topologia do Rn
(i) |x|E =
x21 + x22 + · ·· + x 2
n ;
Solução.
(i) |x|E =
x21 + x22 + · ·· + x 2
n .
n
• N : |x| ≥ 0 , ∀ x ∈ R , pois |x| é, por definição, a raiz positiva de
1 E
n
E
i=1
x2i ≥ 0.
• N : |x| = 0 ⇔ x = 0 , ∀ x ∈ R .
2 E
n
n
2
|x | E =0 ⇔ |x| E =0 ⇔ x2i = 0 ⇔x i = 0, ∀ i = 0,...,n.
i=1
• N : |αx|
3 E | || | ∀ x ∈ R .
= α x E, n
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 129
Sejam α ∈Rex ∈ R . n
=
α2 (x21 + x22 + ...x 2)
n
• N : |x + y | ≤ |x| + |y| , ∀ x, y ∈ R .
4 E E E
n
2 2 2
|x + y | = x + y, x + y = x, x + 2 x, y + y, y = |x| + 2 x, y + |y|
E E E .
⇒ |x + y| ≤ |x| + |y| . E E E
Portanto |x| ≥ 0 , ∀ x ∈ R .
M
n
• N : |x| = 0 ⇔ x = 0 , ∀ x ∈ R
2 M
n
Reciprocamente,
se x = 0 então xi = 0, ∀ i = 1,...,n ⇒ |x| M = max xi , i = 1,...,n
{| | } = 0.
N3 : αx M = α x M , x Rn .
• | | | || | ∀ ∈
|αx| = max {|αx |,..., |αx |} = max {|α|.|x |,..., |α|.|x |}
M 1 n 1 n
• N : |x + y | ≤ |x| + |y| , ∀ x, y ∈ R .
4 M M M
n
n
| |
(iii) |x|S = xi = x1 +| | · ·· + |x |. n
i=1
• N : |x| ≥ 0 , ∀ x ∈ R .
1 S
n
• N : |x| = 0 ⇔ x = 0 , ∀ x ∈ R .
2 S
n
|x |
⇔ |x | + |x | + ·· · + |x | = 0 ⇔ |x | = 0, ∀ i = 1,...,n ⇔
S =0 1 2 n i
⇔ x = 0 , ∀ i = 1,...,n ⇔ x = 0. i
• N : |αx| = |α||x| , ∀ x ∈ R .
3 S S
n
Sejam α ∈ R e x ∈ R . n
= |α| (|x | + |x | + ·· · + |x |)
1 2 n
= |α||x| . S
• N : |x + y | ≤ |x| + |y| , ∀ x, y ∈ R .
4 S S S
n
|x + y | S = x1 + y1 + x2 + y2 +
| | | | ·· · + |x + y | n n
≤ |x | + |y | + |x | + |y | + ·· · + |x | + |y |
1 1 2 2 n n
= |x| + |y | .
S S
Exercício 2 - 13/03
2
2) x 2S
| | − |x| E | | ·· · + |x |) − (|x | + ··· + |x | ) ≥ 0 ⇒ |x| ≥ |x| ⇒ |x| ≤ |x| .
= ( x1 + n
2
1
2
n
2 2
S
2
E E S
3) Temos que x S = x1 + x2 +
| | | | | | ·· · + |x |, onde x ≤ max{|x |,..., |x |}, ∀ i = 1,...,n, n i 1 n
daí |x| ≤ max {|x |,..., |x |} + ··· + max {|x |,..., |x |} = n |x| .
S 1 n 1 n M
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 131
Exercício 3 - 13/03
Mostre que
(iii) |z − x| ≤ |z − y| + |y − x|.
Solução.
Exercício 4 - 13/03
Mostre que X ⊂R n
é limitada em | · |E
⇔ é limitada em | · | ⇔ é limitada em | · | .
S M
tal que ||x|| ≤ c, ∀ x ∈ X . Como |x| ≤ |x| ≤ |x| ≤ n |x| , ∀ x ∈ R , então temos claramente
M E S M
n
Exercício 5 - 13/03
Solução.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 132
(ii) Sejam x
= y , x, y ∈ S (x ) ⇒ |x − x | = r |y − x | = 0.
r 0 0 0
(1 − t)r + tr = r .
A desigualdade estrita provém do fato de que x = y pois a igualdade somente cumpre-se
quando x e múltiplo de y .
Logo o segmento {(1 − t)x + ty t ∈ (0 , 1)} S (x ) o que é uma contradiçao. Assim S (x )
r 0 r 0
não é convexo.
Por sua vez, a sequência limitada (xk2 )k∈N de números reais, possui uma subsequência convergente.
1
k ∈N
Assim podemos obter um subconjunto infinito N2 ⊂ N 1 e a2 ∈ R tais que xk2 −→ a 2 . Prosseguindo 2
Exercício 1 - 16/03
Mostre que se | · | provém de um produto interno, então
Exercício 2 - 16/03
Mostre que a norma da soma | · |S e a norma do máximo | · |M não provém de produto interno.
Solução. Se | · |S proveniesse de um produto interno então valeria a seguinte identidade:
2 2
|x + y | + | x − y |
S S = 2( x 2S + y 2S ),
| | | | ∀ x, y ∈ R . n
Ora, mas note que se tomarmos os pontos x = (1/2, 1/2) e y = (1/2, −1/2), x e y não satisfazem tal
identidade, portanto | · |S não provém de produto interno algum. Da mesma forma podemos ver que
x = (1/2, 1/2) e y = (1/2, 1/2) não satisfazem a identidade x + y
− | | 2
M + x y
|−| 2
M = 2( x 2M + y
|| || 2
M),
desta forma | · |M não provém de produto interno.
Exercício 3 - 16/03
(i) Seja 0
=x ∈ R . Então, para todo y ∈ R , z ⊥ x em que z = y − x,|x|y x.
n n
2
(ii) Mostre que |x, y| ≤ |x| · |y|, ∀ x, y ∈ R e |x, y| = |x| · |y| ⇔ x = αy , para algum α ∈ R.
n
Solução.
(i)
z, x = y − x,|x|y x, x 2
= y, x −
x, y x, x
|x | 2
= y, x − y, x
= 0.
Portanto, z ⊥ x.
(ii) A desigualdade é trivial se x = 0. Se x
= 0, defina z = y − x,|x|y x. Temos que z ⊥ x daí
2
2 2
|y| = | z | + x,|xy| ≥ x,|xy| ⇒ |x, y| ≤ | x||y|, onde a igualdade ocorre se e só se
2 2
2 2
z = 0 ⇔ y = αx .
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 134
Exercício 4 - 16/03
e | · |S .
Solução. Isto é óbvio se x = 0. Supondo x =
0, podemos escrever yαx + Z com z⊥x e
α = <x,y>
|x| . Por Pitágoras, y = α x + z , logo y
2
2 2 2 2
|| | | ≥ α |x| , valendo a igualdade se,e somente
|| || 2 2 2
2 2
se, y = αx . Entrando com o valor de α , vem |y | ≥ | | , ou seja, x, y ≤ |x| |y| , o que nos dá
2 <x,y>
x2 2 2
Exercício 5 - 16/03
d ) d(x, y ) = 0 ⇔ ||x − y || = 0 ⇔ x − y = 0 ⇔ x = y .
2
d ) d(x, y ) = ||x − y || = ||(−1)(y − x)|| = |− 1|||y − x|| = ||y − x|| = d (y, x).
3
Exercício 6 - 16/03
(xk ) ⊂R n
é limitado ⇔ (xki ) ⊂ R é limitada para i = 1, 2,...,n .
Solução. Como em R quaisquer duas normas são equivalentes, consideremos a norma do má-
n
ximo.
⇒
( )
(xk ) ⊂R n
é limitado ⇒ ∃ c > 0 tal que xk M ≤ c.
Daí xki xk M = max xi c para algum c > 0 (xki ) R é limitada.
1 i n
⇐| |≤
( ) | |≤ ≤≤ ⇒ ⊂
(x ) ⊂ é limitado ⇒ ∃ c > 0 tal que |x | ≤ c ⇒ x
ki i k M = max xki | | ≤ c para algum c > 0
1 i n
≤≤
⇒ (x ) ⊂ R é limitado.
k
n
Exercício 7 - 16/03
Mostre:
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 135
k∈N a ∈N b ⇒
k
(i) xk −→ e xk −→ a = b.
d(a, b)
Solução. Suponhamos que a
= b . Considerando ε = , temos que B (a, ε) B (b, ε) = . ∩ ∅
2
Além disso, pela definição de limite, existem k1, k2 N tais que xk B (a, ε) k k1 e ∈ ∈ ∀ ≥
xk ∈ B (b, ε) ∀k ≥ k . Tomando k ≥ max{k , k }, obtemos x ∈ B (a, ε) ∩ B (b, ε), o que
2 1 2 k
(ii) xk −→
|·|E a ⇔ xk |·|S a −→ ⇔ xk |·|M a .
−→
Solução.
|·| |·|
E S
Parte 1: x k
−→ a ⇔ x −→ a . k
|·| E ε ε
(⇒) Como x −→ a , dado > 0 , ∃ k = k ( ) ∈ N tal que:
k n 0 0 n
ε
|x − a| < , ∀ k ≥ k . Como | · | ∼ | · | , então existe n > 0 tal que | · | ≤ n| · |
k E n 0 E S S E e assim
|x − a| ≤ n|x − a| < n nε = ε ⇒ |x − a| < ε.
k S k E k S
|·| S
Portanto, x −→ a . k
|·| S
(⇐) Como x −→ a, ⇒ ∀ε > 0 ∃ k (ε) ∈ N tal que:
k
|·| |·|
S M
Parte 2: x −→ a ⇔ x −→ a .
k k
|·| S
(⇒) x −→ a, ⇒ ∀ε > 0 ∃ k (ε) ∈ N tal que:
k
|x − a| ≤ |x − a| < ε ⇒ |x − a| < ε.
k M k S k M
|·| M
Portanto, x −→ a . k
|·| M ε ε
(⇐) x −→ a , dado > 0 , ∃ k ( ) ∈ N tal que:
k n n
ε ε
|x − a| < , ∀ k ≥ k ( ). Como |x| ≤ n|x| , ∀ x ∈ R , segue que
k M n n S M
n
|·| E |·|
M
Obs.: Como "⇔"é relação de equivalência, logo é transitiva. Assim x −→ a ⇔ k xk −→ a.
Exercício 8 - 16/03
Solução. Seja |.|S a norma do soma. Como a propriedade de equivalência de normas é transitiva,
então precisamos apenas mostrar que uma norma arbitrária · em R n
é equivalente a |·| .S Em
primeiro lugar, seja b = max {e1 ,..., e }. Então, para qualquer x = (x ,...,x
n 1 n) ∈ R temos
n
Resta-nos agora provar que existe a > 0 tal que x S a x ; x R n . Suponha, por absurdo, que
não seja assim. Então, para cada k
|| ≤ ∀ ∈ ∈ N, podemos achar xk ∈ Rn tal que |xk |S > kxk . Ponhamos
uk = x /|x | . Isto nos dá u = x /|x | < 1/k e |u | = 1 para todo k .
k k S k k k S k S A sequência
(uk ) é, portanto, limitada em relação à norma da soma. Pelo Teorema de Bolzano-Weierstrass, ela
possui uma subsequencîa (ukj ) que converge para um ponto u ∈ R . Por um lado, temos que
n
Como as duas últimas parcelas acima tendem para zero quando j −→ ∞, concluímos que u = 0,
donde u = 0. Esta contradição demonstra o exercício.
Exercício 9 - 16/03
Exercício 10 - 16/03
x k −2 + x k −1 5
x1 = 1; x2 = 2; xk = ∈ R. Mostre que (x ) é uma sequência de Cauchy e lim
n x n = .
2 →∞ n 3
xk −x −k 1 =
− 1 k 2−
(x2 −x ) 1
− =
1 k 2 −
, ∀ k ≥ 3.
2 2
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 137
Daí
− 1
k+p 2 −
− − 12
k 2
−
2
=
3
k 2
− k+p 2 −
⇒ lim
k,p −→∞
|x − x | = 13
k+p k lim
k,p →∞ − − − 1
2
+
1
2 = 0.
(ii) Aλ ⊂R n
∈ L − família de índices, então ⊂ R é aberto. Demonstração. Dado
aberto, λ
n
∈ λ L
n
a∈ ⊂ R , temos que a ∈ A , para algum λ ∈ L. Como A ⊂ R é aberto, ∃ δ > 0 tal que
λ λ
n
λ L
∈
B (a, δ ) ⊂ A ⊂ λ A ⇒ B (a, δ ) ⊂ λ A . Logo, A é aberto. λ λ
λ L ∈ λ L
∈ λ L ∈
Teorema 2 - 20/03
⇒
( )
Seja A aberto em X , então para cada a ∈ A existe ra > 0 tal que B (a; ra ) ∩ X ⊂ A. Daí,
B ( a ; ra ) ∩X = B (a; ra ) ∩ X ⊂ A.
a A
∈ a A
∈
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 138
(iii) F ⊂R n
é fechado.
n
n
(iv) F1 ,...,F n ⊂R n
fechado ⇒ Fi ⊂R é fechado.
i=1
(v) Se (Fλ )λ∈L é uma família arbitrária de conjuntos fechados então λ∈L Fλ ⊂R é fechado.
Demonstração.
(i) (⇒)
a ∈ X ⇒ ∃ (x ) ⊂ X tal que x → a, daí se tomarmos r > 0 arbitrário, então existe
k k
R.
⇐
( )
Suponha B (a; r )
∩ X = ∅, ∀ r > 0, então para cada k ∈ N existe x ∈ B (a; 1/k), daí
k
(ii) (⇒)
F ⊂R n
fechado. Tomemos x
∈ R \F ⇒ ∃ r > 0 tal que B (x; r) ∩ F = ∅ ( caso contrário
n
teríamos B (x; r) ∩ F
= ∅, ∀ r > 0 ⇒ x ∈ F = F ). Daí B (x; r ) ⊂ R \F ⇒ R \F é aberto. n n
(⇐)
F ⊂ R aberto. Tomemos x ∈ F . Se x ∈
C n
/ F ⇒ x ∈ R \F . Como R \F é aberto, isto n n
implica que existe r > 0 tal que B (x; r ) ⊂ R \F , isto é, B (x; r) ∩ F = ∅. Mas x ∈ F ⇒
n
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 139
n
n
(iv) F1 ,...,F n ⊂R n
fechado ⇒ Rn \Fi , aberto , i = 1,...,n. Daí Rn − Fi = (Rn Fi ) é
\
i=1 i=1
n
aberto. Portanto Fi é fechado.
i=1
(v) Fλ fechado, λ
∈ L.
R n
−
Fλ = (Rn − F ), que é aberto ⇒
λ
Fλ é fechado.
λ L∈ λ L
∈ λ L
∈
Teorema 4 - 20/03
Demonstração.
aberto.
Teorema 6 - 20/03
limitada, pois |x − y | é limitada (uma vez que é convergente) e (x ) é também limitada, já que
k k k
Seja K ⊂ R compacto. Suponhamos, por absurdo, que K ⊂ A seja uma cobertura aberta que
n
λ
Como K é limitado, apenas um número finito dessas interseções são não vazias, donde segue que
podemos escrever K como união finita de compactos. Sendo assim, pelo menos um desses compactos,
digamos K 1 ⊂ Aλ não admite subcobertura finita e pelo mesmo argumento usado anteriormente,
podemos escrever K1 como a união finita de compactos de diâmetro menor que 1/2. Vemos que pelo
menos um deles, digamos K2, não pode ser coberto por um número finito de Aλ ‘s.
Prosseguindo assim, obtemos uma sequência decrescente de compactos K1 K2 Kk
com diam(K ) ≤ e tal que nenhum deles está contido numa reunião finita⊃de A ⊃‘s.··· ⊃
k
1
k
⊃ ·· · λ
Em particular, todos os K são não vazios. Além disso, para cada k ∈ N, escolhemos um ponto
k
Exercício 2 - 20/03
Seja X ⊂R .
n
n n n
Por outro lado, se x ∈ R então x ∈ X ou x ∈ R − X ∀X ⊂ R .
Se x ∈ X , logo já que X ⊂ X = int.X ∪ ∂X ⊂ int.X ∪ ∂X ∪ int.(R − X ), segue que n
x ∈ int.X ∪ ∂X ∪ int.(R − X ). n
Se x =
x , ∀ k ∈ N ⇒ ∀ r > 0, B (x; r) − {x} ∩ X = ∅ ⇒ x ∈ X .
k
Assim x ∈ X ∪ X , logo X ⊂ X ∪ X .
Reciprocamente se x ∈ X ⇒ ∃(x ) ⊂ X , x = x ∀ k , então x −→ x e x ∈ X logo X ⊂ X .
k k k
Se x ∈ X ⇒ ∀ r > 0 , B (x; r) ∩ X
= ∅ ⇒ ∀ r > 0 , ∃ x ∈ B (x, k ) ∩ X .
k k
1 1
Tome r = > 0 ⇒ ∃ x ∈ X, |x − x | < ∀ k ∈ N, logo x −→ x ⇒ x ∈ X , assim
k k k k
k k
X ⊂ X . Logo X ∪ X ⊂ X .
Portanto, X ∪ X = X .
Exercício 4 - 20/03
Sejam X, Y ⊂R . n
Solução.
Por outro lado, d (X, Y ) = inf {|x − y|; x ∈ X, y ∈ Y }, então pela definição de ínfimo, dado
ε > 0 existem x ∈ X e y ∈ Y tais que d(x , y ) < d(X, Y ) + ε/3. Além disso, como x ∈ X
0 0 0 0 0
Assim:
Pelo item anterior, d (x, X ) = d(x, X ). Por outro lado, como {x} é compacto e X é fechado,
existe x0 ∈ X tal que |x − x | = d(x, X ) = d(x, X ). Da mesma forma, existe y ∈ X tal que
0 0
Daí,
d(x, X ) = x x0
| − | ≤ | − | ≤ | − y| + |y − y | = |x − y| + d(y, X )
x y0 x 0
⇒ d (x, X ) d(y, X )
− x y.
≤| − |
Analogamente,
d(y, X ) = y| − y | ≤ |y − x | ≤ |y − x| + |x − x | ≤ |y − x| + d(x, X ) ⇒ d(y, X ) − d(x, X ) ≤
0 0 0
|y − x|.
Portanto |d(y, X ) − d(x, X )| ≤ |y − x|, ∀ x, y ∈ R . n
Exercício 5 - 22/03
Mostre que S 1 ⊂ Aλ - cobertura aberta, então existe ρ > 0 tal que K ⊂ Aλ , em que
λ L
∈ λ L ∈
K = (x, y )
{ 2
∈ R |(1 − ρ) ≤ x 2 2
+ y2 ≤ (1 + ρ) }. 2
Solução. Seja
Aλ uma cobertura aberta de S 1 . Como S 1 é um conjunto compacto, temos que
λ L
∈
n
existe uma subcobertura finita, digamos B = Aλi . Assim, o conjunto B c = B A é um conjunto
\
i=1
fechado pois B é reunião finita de abertos. Como S 1 ⊂ B, segue que S ∩ B 1 c
= . Daí, como a
∅
função distância é contínua, S é compacto e B
1 c
é fechado, existem (x , y ) ∈ S
1 1
1
e (x2 , y2 ) ∈ B c tais
que
d(S 1 , B c ) = (x1 , y1 )
| − (x , y )| = ρ > 0
2 2
pois, S 1 ∩ B c = ∅.
Logo, tomando K = {(x, y ) ∈ R|(1 − ρ)2 ≤ x 2 + y 2 ≤ (1 + ρ)2 } temos que S 1 ⊂ K ⊂
Aλ .
λ L
∈
Demonstração.
(i) (⇒) Tomemos (xk ) ⊂ X tal que x −→ a. Como f é contínua em a ⇒ dado ε > 0 , ∃ δ > 0
k
portanto f (x ) −→ f (a).
k
xk ∈ X tal que xk | − a| < 1/k, mas |f (x ) − f (a)| > ε. Daí x → a, mas f (x ) → f (a).
k k k
Contradição.
Daí
m
|
|f (x) − f (a)| S = fi (x) − f (a)| < m · ε/m = ε.
i
i=1
Logo f é contínua em a.
Exercício 1 - 22/03
a) E ⊂ F =⇒ f (E ) ⊂ f (F )
b) G ⊂ H =⇒ f − (G) ⊂ f − (G)
1 1
c) f (E ∩ F ) ⊆ f (E ) ∩ f (F )
d) f − (G ∩ H ) = f − (G) ∩ f − (H )
1 1 1
e) f (E ∪ F ) = f (E ) ∪ f (F )
f) f − (G ∪ H ) = f − (G) ∪ f − (H )
1 1 1
g) f (E \ F ) ⊂ f (E )
h) f − (G \ H ) = f − (G) \ f − (H )
1 1 1
Solução.
a) É obvio!
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 146
Tomemos y ∈ f − (G) ∩ f − (H ) =⇒ f (y ) ∈ G e f (y ) ∈ H =⇒ f (y ) ∈ G ∩ H =⇒ y ∈
1 1
f − (G ∩ H ), portanto f − (G) ∩ f − (H ) ⊂ f − (G ∩ H ).
1 1 1 1
f) Por (b) vimos que, como HeG ⊂ G ∪H , então f −1 (G) ⊂ f −1(G ∪H ) e f −1(H ) ⊂ f −1 (G ∪H ),
daí f −1 (G) ∪ f −1 (H ) ⊂ f −1 (G ∪ H ). Por outro lado se y ∈ f −1 (G ∪ H ) =⇒ f (y) ∈ G ∪ H . Se,
porém f (y) ∈ H =⇒ y ∈ f − (H ), em qualquer caso y ∈ f − (G) ∪ f − (H ).
1 1 1
g) E \ F ⊂ E , por (a) =⇒ f (E \ F ) ⊂ f (E ).
Exercício 2 - 22/03
e Rm .
Solução. Seja f contínua em x0 ⇔ ∀ ε > 0 , ∃ δ > 0/|x − x | < δ ⇒ |f (x) − f (x )|
0 0 2 < ε.
Usando as equivalências de normas
⇒ ∃c > 0 e d > 0 /c|x − x |R ≤ |x − x | 0 n 0 1 < δ e.d f (x)
| − f (x )|R0 m < ε.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 147
Daí obtemos:
|x − x |R < δc := δ ⇒ |f (x) − f (x )| < dε = ε
0 n 1 0 1
Exercício 3 - 22/03
m
Mostre que H : L{Rn , Rm } −→ M × definida por H (T ) = (aij ), em que T (ej ) =
m n
aij ei ,
i=1
j = 1,...,n é uma bijeção.
Solução. Dada a base canônica {e1 ,...,e n } do R , queremos mostrar que existe uma bijeção
n
m
T ( ej ) = aij ei , j = 1,...,n (*).
1=1
Assim, para cada transformação linear T ∈ L{R , R } associa-se uma "única"matriz que tem como
n m
Para mostrar que H é sobrejetiva, dado uma matriz ( a ) ∈ M × , a igualdade em (*) define os
ij m n
valores de uma transformação linear T : R −→ R nos n vetores da base canônica . Desta forma,
n m
Portanto H é bijeção.
Teorema 1 - 23/03
Exercício 1 - 23/03
Solução.
Teorema 1 - 27/03
|x − y | −→ 0. Demonstração.
k k
|x − y | −→ 0
k k |f (xk ) − f (yk )| −→ 0 .
Teorema 3 - 27/03
Daí f é um homeomorfismo.
Exercício 1 - 27/03
Solução.
1
(ii) f (x, y) =
1 − xy é contínua pois é o quociente de funções contínuas cujo denominador é
sempre diferente de zero, pra todos os pontos ( x, y ) do domínio. Agora para verificar que f − 1
não é uniformemente contínua, considere as sequências (xk ) e ( yk ), em que xk = 1 ,1
− ∀ k
2
e yk = 1 ,1 , k ∈ N. É fácil ver que |yk − x k | −→ 0, mas |f (y ) − f (x )| =
k k
k
−k . Portanto f não é uniformemente contínua.
−→ ∞
2
Exercício 2 - 27/03
Considere ∅
= F, G ⊂ Rn fechados, disjuntos e f : Rn −→ R definida por
d(x, F )
f (x) = .
d(x, F ) + d(x, G)
(função de Urysohn do par F e G)
Solução.
(iii) Se f for uniformemente contínua implica d(F, G) > 0 (i.e. F e G são disjuntos).
Exercício 3 - 27/03
Exercício 4 - 27/03
a
Mostre que ϕ é contínua em cada ponto x ∈ X . 0 b
Solução. Com efeito, |ϕ(x) − ϕ(x )| ≤ |f (x, t) − f (x , t)|dt. Pela teorema 21 b (pag. 47
0 0
a
Curso de Análise vol. 2 E.L. Lima), dado ε > 0, podemos achar δ > 0 tal que x ∈ X, |x − x | < 0
ε
δ = f (x, t) f (x0 , t) < (b a)
, seja qual for t [ a, b], logo tem-se ϕ(x) ϕ(x0 ) < ε.
⇒| − | − ∈ | − |
Exercício 5 - 27/03
Solução.
Temos que
n p n,p n,p
x=
x i ei e y =
yi ei , |x| · |y| =
| || | xi yj e ϕ(x, y ) =
xi yj (ei , ej ).
i=1 j=1 i,j=1 i,j=1
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 152
Desta maneira,
n,p
| || || n,p
| || |
|ϕ(x, y)| = xi yj ϕ(ei , ej ) | ≤c xi yj = c xi yj .
| || |
i,j=1 i,j=1
Vamos a prova:
Sejam z, z ∈ X × Y quaisquer. Assim:
|ϕ(z) − ϕ(z)| = |ϕ(x, y) − ϕ(x, y)| = |ϕ(x, y) − ϕ(x, y) + ϕ(x, y) − ϕ(x, y)|
= |ϕ(x, y − y ) + ϕ(x − x , y )| ≤ |ϕ(x, y − y )| + |ϕ(x − x , y )|
≤ c|x||y − y| + |y||x − x|.
Como X e Y são limitados por hipótese, o cartesiano X × Y também é limitado e como ze
z ∈ X × Y temos que ∃ r > 0 tal que |x| ≤ r e |y | ≤ r .
Assim,
|ϕ(z ) − ϕ(z )| ≤ c|x||y − y| + |y||x − x| ≤ c · r(|y − y| + |x − x|) ≤ c · r|z − z|.
Portanto ϕ é Lipschitz.
(ii) Como g é u.c, dados f (x), f (y )∈ f (X ) ⊂ Y arbitrários, tem-se que ∀ ε > 0 , ∃ η > 0 tal que
|f (x) − f (y)| < η ⇒ |g(f (x)) − g(f (y))| < ε. Tomando η e usando a continuidade uniforme
de f tem-se que dados x, y ∈ X , ∃ δ > 0 tal que |x − y | < δ ⇒ |f (x) − f (y )| < η .
Tomando x e y ∈ X quaisquer, tem-se que |x − y | < δ ⇒ |g (f (x)) − g (f (y ))| < ε.
Logo g ◦ f é uniformemente contínua.
[f (x ) − f (y )] = 0 .
k k
(ii) X =
Xλ (L- família de índices), Xλ é conexo e existe a ∈
Xλ . Então X é conexo.
λ L
∈ λ L ∈
(iii) X ⊂R n
eY ⊂ R , então o produto cartesiano X × Y ⊂ R × R
n n m
= Rn+m é um conjunto
conexo se, e somente se, X e Y são conexos.
Demonstração.
(iii) Se X × Y é conexo então X e Y são conexos porque são imagens de X × Y pelas projeções
p : X × Y −→ X, p(x, y ) = x e q : X × Y −→ Y, q (x, y ) = y , as quais são contínuas.
Reciprocamente, se X e Y são conexos, tomemos c = (a, b) ∈ X × Y . Para cada z = (x, y ) ∈
X × Y considere o conjunto C = (X × {b}) ∪ ({x} × Y ). Temos que C é conexo pois é
z z
X × Y é conexo.
(iv) Seja Y = A ∪ B uma cisão não-trivial de Y. Então, por um resultado já visto, temos que X ⊂ A
ou X ⊂ B . Suponhamos X ⊂ A . Então Y ⊂ X ⊂ A . Como A ∩ B = ∅ ⇒ Y ∩ B = ∅, isto
é, B = ∅. Contradição, pois admitimos que ( A, B ) é uma cisão não-trivial de Y . Portanto Y
não admite cisão não-trivial, logo é conexo.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 154
f :X m cont
⊂ R −→ R, X conexo. Se f (a) < f (b), a, b ∈ X , então para cada d ∈ f (a), f (b) existe
c ∈ X tal que f (c) = d . Demonstração. X conexo e f contínua ⇒ f (X ) intervalo. Como f (a) e
f (b) ∈ f (X ), então ∀ d ∈ f (a), f (b) temos que d ∈ f (X ), portanto ∃ c ∈ X tal que f (c) = d .
do Valor Intermediário, deve existir c ∈ C tal que f (c) = 0, isto é, d (c, X ) = d(c, R − X ). Como
n
Exercício 1 - 29/03
Solução.
X ∩ A = (A ∪ B ) ∩ A = (A ∩ A) ∪ (B ∩ A) = A ∩ A = A.
Da mesma forma, concluímos que B = X ∩ B .
B ∩ A = ∅ ⇒ B ∩ A = ∅, pois B ⊂ B . Desse modo, como X = A ∪ B e X = A ∩ B , temos
que B = X − A e portanto, sendo A fechado em X , segue que B é aberto em X .
Da mesma forma, concluímos que A é aberto em X .
(iii) X conexo ⇒ X não admite cisão não -trivial. Daí se houvesse A ⊂ X tal que A fosse aberto e
fechado em X então, pelo item (ii), (A, X − A) seria uma cisão não-trivial de X, o que é uma
contradição. Reciprocamente, se os únicos subconjuntos de X que são abertos e fechados em
X forem X e , então X não admite cisão não-trivial, caso contrário existiriam subconjuntos
∅
próprios A e B ⊂ X tal que (A, B ) constitui uma cisão de X então, pelo item (i), A e B seriam
abertos e fechados em X . Contradição.
Exercício 2 - 29/03
( ) Suponhamos que o intervalo I admite a cisão não trivial, ou seja, que I não seja conexo. Seja
⇐
I =A ∪ B , tomemos a ∈ A e b ∈ B . digamos sem perda de generalidade que a < b, logo [a, b] ⊂ I .
a+b
Agora se dividimos o intervalo [a, b] ao meio, isto é , = d. Então d ∈ A ou d ∈ B . Observe
2
dividimos ao meio o intervalo [ a1 , b1 ] ao meio, então o ponto médio do intervalo decompõe em dois
novos intervalos justapostos de comprimento (b−a), na qual chamaremos de [ a , b ], onde a ∈ A e
4 2 2 2
b2∈ B . Se prosseguimos analogamente com este processo, obteremos uma sequência de intervalos
b a
encaixados, onde [ a, b] ⊃ [a , b ] ⊃ ··· ⊃ [a , b ] ⊃ ·· · com b − a = − com a ∈ A, b ∈ B
1 1 n n n n 2n n n
para do n ∈ N . Então pelo teorema dos intervalos encaixados, existe um c ∈ R tal que an < c < b n .
Daí temos que c ∈ I = A ∪ B , logo c não pode esta em A , pois c = lim bn ∈ B e não pode esta em
B , pois c = lim an ∈ A. Mas isso é uma contradição, logo I é conexo.
Exercício 3 - 29/03
Seja f : X n
⊂ R −→ Y ⊂ R m
contínua com X conexo. Mostre que Graf(f ) = {(x, f (x)) : x ∈ X }
é conexo.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 156
Teorema 1 - 10/04
Demonstração. x0 ∈ C y x0 ⇒⊂ 0
→ ⊂
= h(x ) ∈ 0
∈ x0
⇒
h(C ) que é conexo, pois C é conexo e h é x0
contém x ⇒ h− (C ) ⊂ C ⇒ C ⊂ h (C
0
1
y0 x0 y0 x0 ) . Portanto Cy = h (Cx ).
0 0
Corolário 1 - 10/04
homeo
X Y ⇒ #
x∈X
Cx = #
y ∈Y
CY . Demonstração. Seja x ∈ X , então como h : X −→ Y é um
homeomorfismo fazendo y = h(x), tem-se que Cy = h(Cx ) pelo teorema anterior. Como h leva
componente conexa de X em componente conexa Y e Cx ∩ Cy = 0 ⇒ h(C ) ∩ h(C ) = 0, temos que
x j
a função que leva componente conexa em componente conexa é injetiva. Analogamente, tomando
h−1 : Y −→ X , h −1 leva as componentes conexas de Y , nas componentes conexas de X , logo há
uma bijeção das componentes conexas, ou seja, x∈#X Cx = #
y ∈Y
CY .
Exercício 1 - 10/04
Seja ∅
=X ⊂ R . Mostre:
n
1. Cx ⊂ X é conexo.
2. C ⊂ X , C conexo, x ∈ X e C ∩ C = ∅ ⇒ C ⊂ C . x x
3. x, y X, x = y Cx Cy = ou Cx = C y .
∈ ⇒ ∩ ∅•
4. Cx ⊂ X fechado em X e X = Cx .
x X ∈
Solução.
Cx ∪ C ⊂ C ⇒ C ⊂ C . Portanto, C = C .
y y x y x y
Exercício 2 - 10/04
Considerando ε = 12 ; pela continuidadede de α , existe δ > 0 tal que α(t) − (0, 1) < 12 se 1 − δ ≤
t ≤ 1 . Note que α ([1 − δ, 1]) é conexo. Denotemos por α (1 − δ ) = (x0 , y0 ) e π1 (x, y ) = x a primeira
projeção de R2 ; então π1 ◦ α : [0, 1]
−→ R é contínua e o seguinte conjunto C = (π ◦ α)([1 − δ, 1]) 1
é conexo com 0 ∈ C , pois α(1) = (0 , 1); também x ∈ C . Por outro lado, C é um intervalo e
0
contém [0, x ]; logo para todo x ∈ (0, x ], existe t ∈ [1 − δ, 1] tal que α(t) = x ,sen (1/x) .
0 1 0
1
Em particular, se m = 2nπ − π/2, para n grande, temos que se x = 1/m, então 0 < x < x e
1 1 0
sen (1/x ) = sen (−π/ 2) = −1; logo o ponto (1 /m, −1) = α (t), para algum t ∈ [1 − δ, 1], ou seja,
1
o ponto (1 /m, −1) está uma distância menor que 1/2 do ponto (0, 1). Isto é uma contradição, pois
(1/m, −1) está a uma distância de pelo menos 2 do ponto (0 , 1).
Exercício 3 - 10/04
X ⊂ Rn conexo por caminhos ⇒ X é conexo.
Solução. Sejam a, b ∈ X ⇒ existe um caminho f : [0, 1] −→ X tal que f (0) = a, f (1) = b.
Como [0, 1] é conexo e f contínua ⇒ f ([0, 1]) é conexo e a, b ∈ f ([0, 1]). Assim temos que dados a, b
∈ X , existe um conjunto convexo C = f [0, 1] ⊂ X onde a, b ∈ C .
ab ab
Logo, pelo Exercício 10.1 (Livro Análise Real Vol.2 Elon Lages), X é conexo.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 158
Exercício 4 - 10/04
contínua
(i) f : X n
⊂ R −−−−→ Y ⊂R m
, X conexo por caminhos ⇒ f (X ) é conexo por caminhos.
(ii) X =
Xλ , onde cada Xλ é conexo por caminhos e
Xλ = ∅ ⇒ X é conexo por caminhos.
λ L
∈ λ L∈
(iii) M1 ×···× Mn é conexo por caminhos ⇔ Mj o é também.
Solução.
(i) Dados quaisquer dois pontos f (a), f (b) ∈ f (X ), precisamos mostrar que existe um caminho
ligando esses pontos.
Como X é conexo por caminhos e a, b ∈ X , então existe um caminho ligando os pontos a e b,
digamos, g : [0, 1] −→ X tal que g (0) = a e g (1) = b .
Sendo f e g contínuas, temos que f ◦ g : [0, 1] −→ Y é também contínua com
(f ◦ g)(0) = f
g (0) = f (a) e (f ◦ g)(1) = f
g (1) = f (b).
(ii) Seja a ∈ X λ , ∀ λ ∈ L.
Dados pontos quaisquer x, y ∈X =
Xλ , temos duas possibilidades:
∈ λ L
(1) Se x, y ∈ X λ , não há nada a fazer, já que Xλ é conexo por caminhos.
(2) ∀ x, y ∈ X, ∃ µ, η ∈ L tais que x ∈ X
∈X . µ ey η
3.1.5 Limites
Teorema 1 - 12/04
f :X n
⊂ R −→ R m
, a ∈ X e f = (f1 ,...,f m) . Então
n
|
Mas |f (x) − b| = fi (x) − b |. Daí,
i
i=1
n
− b | < n · nε = ε.
∀ x ∈ X ; 0 < |x − a| < δ ⇒ |f (x) − b| =
| fi (x) i
i=1
Teorema 2 - 12/04
lim f (x) = b
x→a
⇔ k →∞
⊂ X \{a}, com x −→ a. Demonstração.
lim f (xk ) = b, ∀ (xk ) k
Contradição!
Teorema 4 - 12/04
Demonstração.
Se f (x) ≤ g (x), x em uma vizinhança de a, então lim f (x) ≤ lim g(x) se esses limites existirem.
x −→a −→ x a
Demonstração. Vamos supor que lim f (x) > lim g(x). Neste caso,
x−→a x−→a
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 161
lim f (x)
− lim g (x) = lim [f (x) − g (x)] > 0 .
x
−→a −→ x −→a x a
Então existe δ > 0 tal que f (x) − g(x) > 0 , ∀ x ∈ V = B (a, δ ) ∩ X \{a}.
δ
Teorema 7 - 12/04
Seja f : X ⊂R →Rn
uniformemente contínua. Então o limite lim f (x) existe para todo x ∈ X .
m
y →x
Demonstração. Como f é uniformemente contínua em X, dadas as sequências x k , yk ∈ X tais
que lim |xk − yk | = 0, tem-se lim |f (xk ) − f (yk )| = 0. Assim, a aplicação f leva sequências de
k→∞ k→∞
Cauchy de X em sequências de Cauchy em f (X ).
Seja x ∈ X . Então para toda sequência xk ∈ X \{x} tal que x → x, o limite lim→ f (x ) = b. E este
k k
xk x
limite é único. De fato, se yk ∈ X \x é uma sequência tal que y → x e limk = b , tomando
f (y ) = c k
→∞ k
a sequência z k ∈ X \x definida por
z2k = x k , z2k+1 = y k .
Teorema 8 - 12/04
Seja f : X n
⊂ R −→ R m
. Então f possui uma única extensão uniformemente contínua ao fecho X
se, e somente se, f é uniformemente contínua.
Demonstração.
( ) Se f é uniformemente contínua, defina f : X
⇐ ⊂R →Rn m
por f (x) = f (x), se x ∈Xe
f (x) = lim f (x), se x ∈ X .
y →x
Afirmação: f é uniformemente contínua.
De fato, da continuidade uniforme de f temos que dado ε > 0, ∃ δ > 0 tal que ∀ x, y ∈ X com
ε
x − y ⇒ f (x) − f (y) < . Sejam x, y ∈ X satisfazendo |x − y| < δ. Como x e y ∈ X , então
2
GX =f =f
| | X . Seja x ∈ X e (xk ) ⊂ X tal que xk −→ x. Temos que
G(x) = G (lim xk ) = lim G(xk ) = lim f (xk ) = lim f (xk ) = f (x). Portanto G = f .
Exercício 1 - 12/04
Portanto
lim lim f (x, y ) = lim A = A.
y →y 0 x →x 0 y →y 0
Portanto
lim →x0 f (x, y ) = A = lim →y0 f (x, y ) .
y→y0
lim
x
x→x0
lim
y
Exercício 2 - 12/04
Com efeito, dado ε > 0 arbitrário, L + ε não é cota inferior do conjunto {f (x); x
∈ X,x > a }.
Logo existe δ > 0 tal que a + δ ∈ X e L ≤ f (a + δ ) < L + ε. Como f é não descrescente, se x ∈ X
e a < x < a + δ , então L ≤ f (x) < L + ε, o que prova a afirmação feita.
Pondo M = sup {f (x); x ∈ X,x < b }, verificamos de modo análogo que M = lim f (x).
→ x b−
3.2 - Diferenciabilidade
lim
|B (x + k, y + h) − B (x, y) − [B(x, h) + B (k,=y)]lim
| |B (k, h)| (3.1)
(k,h) 0 (k,h) 0
→ |(k, h)| → |(k, h)|
seja e i = (0,..., 0, 1, 0,..., 0) que têm 1 só no i-ésimo lugar. Como B é bilinear, temos:
n p
B (k, h) =
ki h j B ( e i , e j ) ⇒ ∃M (B ) := M > 0
i=1 j=1
tal que |B (k, h)| ≤ M |k ||h | ≤ M max|k | max|h | ≤ M |k||h| e como |(k, h) = |k| + |h|
i j i j
2 2
temos
lim
|B (k, h)| ≤ lim
Mk h
| || || || |
=0 (3.2)
(k,h) →0 |(k, h)| (k,h) →0 k2+ h2
Portanto de ?? concluímos em ?? que B : Rn × Rp −→ R m
é diferenciável, ∀ ( x, y ) ∈ R ×Rm p
e
DB (x, y )(k, h) = B (x, h) + B (k, y ).
Exercício 2 - 24/04
Solução.
∂f
(i) Seja w = ∇f (a). Então ∂w (a) = ∇f (a), w = |∇f (a)| > 0 . 2
λ : (−ε, ε) → f − (c) diferenciável em t = 0 com λ (0) = a tem-se ∇f (a), λ (0) = 0. Mas
1
note que f ◦ λ : (−ε, ε) → R é tal que ( f ◦ λ)(t) = c, ∀ t ∈ (−ε, ε), donde ( f ◦ λ) (0) = 0 .
1
Daí, 0 = (f ◦ λ) (0) = ∇f (a), λ (0), portanto ∇f (a) é perpendicular a f − (c).
Exercício 4 - 24/04
(i) f (x, y) = x y ;
(ii) f (x,y,z ) = x y ;
Solução.
π1 : R2 −→ R π2 : R2 −→ R
e
(x, y ) −→ x (x, y ) −→ y
∂f
Observe que (x, y ) = yxy−1 .
∂x
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 165
∂f
Por outro lado, (x, y )xy ln x.
∂y
∂f ∂f
Portanto, ∇ f (a) = (a), (a) = (yx y−1 , xy ln x), onde a = (x, y ).
∂x ∂y
∂f ∂f ∂f
(x,y,z ) = yxy−1 , (x,y,z ) = x y ln x e (x,y,z ) = 0. Portanto,
∂x ∂y ∂z
∇f =
∂f
(a),
∂f
(a),
∂f
(a) = (yx y− , xy ln x, 0),
∂x ∂y ∂z
onde a = (x,y,z ).
(iii) Seja f : R3 −→ R, dado por f (x,y,z ) = sen (xsen (ysen z )). Defina
π1 : R3 R π2 : R3 R
(x,y,z )
−→
−→ ysenz
e (x,y,z )
−→
−→ xsen (π1 )
Temos que π1 é diferenciável, pois é o produto de duas funções contínuas. Agora π2 também é
diferenciável, pois é o produto e a composição de duas funções contínuas.
Logo f (x,y,z ) = sen (π2) é diferenciável.
Observe que
∂f
(x,y,z ) = sen (ysen z )cos( xsen (ysen z ))
∂x
∂f
(x,y,z ) = cos( xsen (ysen z ))cos( ysen z )sen z
∂y
∂f
(x,y,z ) = cos( xsen (ysen z ))cos( ysen z )y cos z
∂z
Portanto, ∇f (a) =
∂f
(a),
∂f
(a),
∂f
(a) , onde a = (x,y,z ).
∂x ∂y ∂z
π1 : R2 −→ R π2 : R2 −→ R
e
(x,y,z ) −→ x (x,y,z ) −→ y
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 166
Temos que f (x, y ) = (sen (xy), cos y2 ) é diferenciável, pois suas funções coordenadas são
diferenciáveis, onde cada uma é composição de funções diferenciáveis. Portanto f é diferen-
ciável.
Seja f (x, y ) = (f1 , f2 ), onde f1 = sen (xy) e f2 = cos y 2 .
Observe que
∂f 1 ∂f 1
∂x ( x, y ) = y cos(xy ) ∂y (x, y ) = x cos(xy )
∂f 2 ∂f 2 2
( x, y ) = 0 (x, y ) = −2ysen (y ).
∂x ∂y
y cos(xy) x cos(xy )
Portanto, [f (a)] = .
2
0 −2ysen (y ) 2 2
×
(ii) T v = [T ]v T .
Solução. Dada uma transformação linear T : Rn −→ Rm basta escolher para cada j = 1,...,n
um vetor v j = (a1j , a2j ,...a mj ) ∈ Rm e dizer que v j = T ej é a imagem do j-ésimo vetor da base
canônica, e j = (0,..., 1,..., 0), pela trasformação linear T . A partir daí fica determinada a imagem
T v de qualquer vertor v = (x1 ,...,x n) ∈ R . Com efeito, tem-se v = x e + ··· + x e , logo
n
1 1 n n
n n n
n
n
T v =T
· xj ej = xj T ej =
· (a1j xj , a2j xj ,...,a mj xj ) = a1j xj ,..., amj xj ,
j=1 j=1 j=1 j=1 j=1
Teorema 1 - 26/04
Seja f : U −→ R m
definida no aberto U ⊂ R . As seguintes afirmações são equivalentes:
n
(i) f é de classe C 1 (U ).
(i) ⇒ ( ii)
De fato:
f é de Classe C 1 (U ) ⇒ f é diferenciável e a aplicação derivada f : U −→ L(R , R n m
) é contínua.
Como f = (f1 ,...,f m ) é diferenciável então f i é diferenciável, i = 1,...,m , daí temos que existem
(ii) ⇒ (i)
De fato:
Da hipótese temos pelo Teorema 1 (Pag. 133 Elon Lages Curso de análise) que f i é diferenciável,
∂f
logo f é diferenciável. Além disso, f é contínua pois suas funções-coordenada i são contínuas.
∂x j
Portanto, f é de classe C 1 (U ).
(ii) ⇒ (iii)
De fato:
∂f ∂f
De (ii) ⇒ (i) temos que f é diferenciável, logo = αj , onde v = (α1 ,...,α n ).
∂v ∂x j
∂f ∂f ∂f
Ora, cada aplicação :U −→ Rm é contínua pois suas funções-coordenada i o são. Logo,
∂x j ∂x j ∂v
é contínua, pois é combinação linear de funções contínuas.
(iii) ⇒ (ii)
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 168
∂f
De fato: Tomando v = e j , vemos que para j = 1,...,n , as derivadas parciais :U −→ R m
são
∂x j
∂f
contínuas, logo é contínua cada uma de suas funções-coordenada i : U −→ R.
∂x j
Exercício 1 - 26/04
onde
g (x) + g (x) 0 0
A= ( v1 , v2 , v3 ) T .
h (xy)y xh (xy ) 0
Exercício 2 - 26/04
Mostre que dπ1 ,...,dπ n é base de Rn, R em que πi : Rn R, πi (x1 ...,x i ,...,x n) = xi.
Solução.{ Seja {e1 ,...,e}} a base L{
canônica}de R .
n
−→ n
T · a = α T e + ·· · + α T e
1 1 n n
= dπ · a T e + ··· + dπ · a T e
1 1 n n
= β dπ · a + ··· + β dπ · a
1 1 n n
= (β dπ + · ·· + β dπ ) · a onde β = T e , i = 1,...,n
1 1 n n
i i
⇒ T = β dπ + · ·· + β dπ , onde β ,...,β ∈ R.
1 1 n n 1 n
nula. Assim, para todo x ∈ R , obtemos que b1 dπ1 (x) + ··· + bn dπn (x) = 0.
Aplicando sucessivamente os vetores da base canônica a ambos os membros da igualdade anterior,
temos o seguinte:
b1 dπ1 (x) + · ·· + b dπ (x) + · ·· + b dπ (x) (e ) = 0( e ), ∀ i = 1,...,n
i i n n
i i
⇒ b π (e ) + ·· · + b π (e ) + · ·· + b π (e ) = 0, ∀ i = 1,...,n
1 1 i i i i n n i
⇒ b · 0 + ·· · + b · 1 + · ·· + b · 0 = 0, ∀ i = 1,...,n
1 i n
⇒ b = 0, ∀ i = 1,...,n.
i
Portanto, de (i) e (ii), temos que {dπ ,...,dπ } é base de L{R , R}. 1 n
n
Exercício 3 - 26/04
Mostre que f (x,y,z ) = (x2 − y 2 ,xy,xz + yz ) é diferenciável e calcule f (x,y,z ).
Solução. f é diferenciável pois suas funções coordenadas são polinômios, e portanto são C ∞.
Além disso,
2x − 2y 0
[f (x,y,z )] =
y x 0
.
z z x+y
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 170
Daí,
|f (x) − f (x)| ≤ |f (x) − g(x)| + |f (x) − g(x)| < ε/2 + ε/2 = ε.
j k j k (1)
j, k > k0 ⇒ |f (y) − f (y)| − |f (c) − f (c)| ≤ |f (y) − f (y)| − |f (c) − f (c)| ≤ ε|y − c|
j k j k j k j k
Usando o critério de Cauchy, o fato de U ser limitado e a convergência de fk (c) , concluímos que
(fk ) converge uniformemente para uma aplicação f : U −→ R .
n
∀ k ∈ N, ∃ δ (x) > 0 tal que |v| < δ (x) ⇒ |f (x + v) − f (x) − f (x) · v| < ε|v|.
k k k k k (4)
|g(x) − f (x)| ≤ ε, ∀ x ∈ U.
k (5)
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 171
3ε v ,
≤em que
| | na última desigualdade utilizamos os resultados obtidos em (3), (4) e (5).
Portanto f é diferenciável e f = g .
Voltemos a demonstração do Teorema.
Podemos escrever U =
Bα , onde Bα é uma bola aberta na qual as derivadas fk convergem
uniformemente. Pelo Lema, se ( fk ) converge em algum ponto de B α então ( fk ) converge uniforme-
mente em B α . Tem-se assim uma cisão U = A ∪ B , onde A é a reunião das bolas Bα nas quais (fk )
converge uniformemente e B é a reunião das demais bolas, nas quais não há convergência em ponto
algum. Como U é conexo e A não é vazio (pois se c ∈ B α então Bα
⊂ A), segue-se que A = U , logo
(f ) converge de modo localmente uniforme em U para uma aplicação f : U −→ R . Pelo Lema,
k
n
tem-se f = g .
Corolário 4 - 03/05
U − {c} e existe lim f (x) = T ∈ L{Rn , Rm }, então f é diferenciável no ponto c , com f (c) = T .
x→c
Demonstração. Em virtude da definição de limite, dado ε > 0 , existe δ > 0 tal que
0< v < δ
|| ⇒ |f (c + tv) − T | < ε
seja qual for t ∈ (0, 1). Podemos supor δ tão pequeno que |v | < δ ⇒ [c, c + v ] ⊂ U . (Basta
tomar δ = raio de uma bola de centro c, contida em U .) Então, pelo Corolário 3 abaixo, pondo
r(v ) = f (c + v )− f (c) − T · v, temos |r(v)| ≤ ε|v| sempre que 0 < |v| < δ. Isto mostra que f é
diferenciável no ponto c, com f (c) = T .
|f (a + v) − f (a) − T · v| ≤ M · |v|.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 172
Exercício 1 - 03/05
Exercício 2 - 03/05
Seja f : R → R,
1
ax + x2 sen x
, se x = 0
f (x) =
0, se, x = 0
com a ∈ (0 , 1). Mostre que f é diferenciável em x = 0, f (0) = a , mas f não é injetiva em vizinhança
alguma do zero.
Solução. Temos que
Exercício 3 - 03/05
Seja f : U −→ R n
de classe C 1 no aberto U
⊂ R . Se f (x ) ∈ L{R , R } é injetiva, então
m
0
m m
ϕ é contínua, logo dado ε = c, ∃ δ > 0 tal que |x − x | < δ ⇒ | ϕ (x) − ϕ (x )| < c, no entanto
0 0
Exercício 4 - 03/05
unif.
Suponha fk contínua em x = a ∈U ⊂ R n
e fk −→ f para algum f : U −→ R m
. Então f é contínua
em x = a .
Solução. Para todo ε > 0, existe k0 ∈ N tal que k > k ⇒ |f (x) − f (x)| < 3ε , ∀ x ∈ U .
0 k
ε
Fixando um índice k > k , existe δ > 0 tal que |x − a | < δ, x ∈ U ⇒ |f (x) − f (a)| < ,
0 k k
3
pela continuidade de f no ponto a. Dessa maneira,ε x ∈ε U, ε|x − a| < δ ⇒ |f (x) − f (a)| ≤
k
n m
ϕ(B )v : R R e ϕ(B )vu := B (v, u) pois ϕ é isomorfismo. De fato: suponha que B Kerϕ,
−→ ∈
então ϕ(B ) = 0 (aplicação nula). Logo ϕ (B )vu = 0vu = 0 B (v, u) = 0, v, u Rn B = 0, ⇒ ∀ ∈ ⇒
portanto ϕ é injetora. Agora, pelo teorema da dimensão temos que: Nulidade (ϕ) + posto(ϕ) =
dim L{R , L{R , R }}, como nulidade(ϕ) = 0, então posto(ϕ) = dim L{R , L{R , R }}, então
n n m n n m
Exercício 2 - 04/05
xk , x > 0
Mostre que fk : R −→ R definida por fk (x) = tal que fk ∈ C − (R) ef ∈/ C
k 1
k
k
(R).
0 , x ≤0
Solução. Para x > 0 , tem-se fk = kxk−1 .
Para x < 0 , tem-se f = 0.
k
xk k 1
Para x = 0 tem-se = lim
fk (0)
x→0 x = lim
x→0 x − = 0.
De um modo geral tem-se
k ··· (k − j + 1)x − k j
, x>0
fk(j) =
0 , x ≤0
(j)
para 0 ≤ j
≤ k − 1 e todas f k são contínuas, pois lim xk−j = 0 = lim− 0. +
x →0 x →0
Mas quando j = k − 1, temos k !x , x > 0
fk(k 1) − =
0 , x ≤0
(f (k−1) (x)) = 1 se x > 0 e ( f (k−1) (x) = 0 se x < 0 .
Pelo Teorema do Valor Médio, temos que existe θ = θ t ∈ (0, 1) tal que
∂f f (x + sei , t) − f (x, t) ,
(x + θse i , t) =
∂x i s
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 175
assim
ϕ(x + sei ) − ϕ(x) − b
∂f
(x, t)dt =
b
f (x + sei , t) − f (x, t) − ∂f (x, t) dt
s a ∂x i a s ∂x i
=
b
∂f
(x + θse i , t)
∂f
− ∂x (x, t)
dt.
a ∂x i i
∂f
Como ∂x i : U × [a, b] −→ R é contínua e [a, b] é compacto, então dado ε > 0 arbitrário, podemos
∂f ∂f ε
obter δ > 0 tal que |s| < δ ⇒ (x + θse , t) − (x, t) < i , seja qual for t ∈ [a, b]. Isto
∂x i ∂x b−a i
completa a demonstração.
Teorema 2 - 08/05
2 2
∂f ∂ f
Seja f : U −→ R tal que existem ∂x ,
∂x ∂x i i j
:U −→ R e são contínuas. Então a derivada ∂x∂ ∂xf i j
∂ 2f ∂2f
existe em todos os pontos de U e vale = .
∂x i ∂x j ∂x j ∂x i
Demonstração. Sem perda de generalidade, podemos supor que U = I × J é um retângulo em
R2 .
Tomando um ponto b ∈ J , o Teorema Fundamental do Cálculo nos permite escrever, para todo ponto
(x, y ) ∈ U: y
∂f
f (x, y ) = f (x, b) + (x, t)dt.
b ∂y
∂ 2f
A continuidade de , admitida por hipótese, faz com que a regra de Leibniz seja aplicável. Deri-
∂x∂y
vando respeito a x:
y
∂f ∂f ∂f
(x, y ) = (x, b) + (x, t)dt.
∂x ∂x b ∂x∂y
(ii)
∂ϕ
(x) =
g(x)
∂f
(x, t) +
∂g
(x) f x, g (x) ,
· ∀ x ∈ U.
∂x i a ∂x i ∂x i
Seja T : Rm 1
×···× Rm k
−→ R, k-linear. Sejam v = (v ,...,v 1 k) e w = (w1,...,w k) pertencentes
aR m1
×···× R . Então
mk
T (v1 ,...,v k )(w1 ,...,w k) = T (w1 , v2 ,...,v k) + T (v1 , w2 , v3 ,...,v k) + ··· + T (v ,...,v
1 k 1 , wk )
−
k
= T (v1 ,...,v i 1 , wi , vi+1 ,...,v
− k ).
i=1
k
+ T (v1 ,...,v i 1 , wi , vi+1 ,...,v
− j 1 , wj , vj+1 ,...,v
− k) + · ·· + T (w ,...,w
1 k ).
i=j,i=1
Pondo c = max {|T (ei ,...,e 1 ik ) |; 1 ≤ i ≤ m , 1 ≤ i ≤ m ,..., 1 ≤ i ≤ m }, então
1 1 2 2 k k
k
T (v1 + w1 ,...,v k + wk ) − T (v ,...,v )
1 k − T (v1 ,...,v i 1 , wi , vi+1 ,...,v
− k)
i=1
=
|(w ,...,w )| 1 k S
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 177
k
T (v1 ,...,v i 1 , wi , vi+1 ,...,v
− j 1 , wj , vj+1 ,...,v
− k) + ·· · + T (w ,...,w 1 k)
=
i=j,i=1
≤
|(w ,...,w )|
1 k S
c
k
≤ |(w ,...,w
1 )| k S
|v |,..., |v − |, |w |, |v |,..., |v − |, |w |, |v |,...,
1 i 1 1 i+1 j 1 j j+1 | |
vk +
i=j,i=1
+ + w1 ,..., wk .
Portanto,
· ·· | | | |
k
T (v1 + w1 ,...,v k + wk ) − T (v ,...,v ) 1 k − T (v1 ,...,v i 1 , wi , vi+1 ,...,v
− k)
i=1
lim = 0.
(w1 ,...,wk ) →(0,...,0) |(w ,...,w )| 1 k S
k
Logo T é diferenciável e T (v1 ,...,v k )(w1 ,...,w k) = T (v1 ,...,v i 1 , wi , vi+1 ,...,v
− k) .
i=1
Exercício 2 - 11/05
Seja ϕ : [0, 1] R uma função que possui derivada de ordem n + 1 integrável em [0, 1]. Então
−→ ϕ (0) ϕn (0) 1
(1 − t)n n+1
ϕ(1) = ϕ (0) + ϕ (0) + + ··· + + .ϕ (t)dt.
2! n! 0 n!
Solução. Tomemos f (t) = 1 − t e g (t) = ϕ (t) de modo que f (t) = −1 e
1
ϕ (t)dt = −
1
f (t).g (t)dt.
0 0
Suponhamos agora que ϕ possua derivada terceira integrável em [0, 1] e tentemos a sorte outra vez na
(1 − t)2
integração por partes. Escrevamos agora f (t) = e g (t) = ϕ (t), então f (t) = −(1 − t) e
2
1 1
(1 − t)ϕ (t)dt = − f (t)g (t)dt. A fórmula de integração por partes nos dá:
0 0
1
(1 − t)ϕ(t)dt = f (t)g(t)
0
+
1
f (t)g (t) =
ϕ (0)
+
1
(1 2
− t) ϕ(t)dt
0 1 0 2 0 2
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 178
local de ϕi , onde ϕi é uma função diferenciável. Daí, por um resultad o de análise real, temos que
∂f (a)
0 = ϕ (0) =
i . Como isso se verifica pra todo i = 1,...,n , resulta que ∇f (a) = 0.
∂x i
Isto mostra que f (0, 0) é indefinida, pois assume valores positivos quando h2 = 0 e valores negativos,
3
quando h1 = h
2 2
.
−
3.2.5 Funções convexas
Teorema 2 - 22/05
Seja C ⊂R n
convexo. A fim de que a função f : C
−→ R seja convexa, é necessario é suficiente
que, para quaisquer a, b ∈ C , a função ϕ : [0, 1] −→ R , definida por ϕ (t) = f (a + tv ), v = b − a,
seja convexa.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 179
= f (a − aα + (1 − α)sv + aα + αtv )
= f ((1 − α)a + (1 − α)sv + α(a + tv ))
≤ (1 − α)f (a + sv) + αf (a + tv )
= (1 − α)ϕ(s) + αϕ(t),
logo ϕ é convexa .
Reciprocamente, se todas as funções ϕ, definidas do modo acima, são convexas então, dados
x, y ∈ C e α ∈ [0, 1], pomos ϕ(t) = f x + t(y
− x) .
f ((1 α)x + αy ) = f (x αx + αy )
− =
−
f (x + α(y − x))
= ϕ(α)
portanto f é convexa.
(i) (⇒)
Seja a < b. Tomando x, com a < x < b , temos que
f (x) − f (a) ≤ f (b) − f (a) ≤ f (b) − f (x) ,
x −a b−a b−x
pois por hipótese f é convexa. Daí,
f (a) = xlim
→a f (xx)
+
−− af (a) ≤ x→a+ f (bb)
lim −− af (a) = f (bb) −− af (a) .
Da mesma forma,
f (b) − f (a)= lim f (b) − f (a) ≤ f (b) − f (x) = f (b).
lim−
b −a → x b− b −a x →b b −x
Portanto, ∀ a < b, tem-se que f (a) ≤ f (b), isto é, f é uma função monótona não-decrescente.
Disto segue que se x > a, então pelo Teorema do Valor Médio ∃ z ∈ (a, x) tal que
( )
⇐
Sejam a < c < b em I . Escrevamos α(x) = f (c) + f (c)(x − c) e chamemos
H = (x, y )
{ ∈ R ;y2
≥ α(x) o semi-plano superior determinado pela reta tangente ao
}
gráfico de f no ponto ( c, f (c)). Claramente H é um conjunto convexo, isto é, o segmento de
reta que liga dois pontos quaisquer de H está contido em H. Daí temos que (a, f (a)) e (b, f (b))
pertencem a H, ( por hipótese todo ponto do gráfico de f está situado acima de qualquer de
suas tangentes), portanto o segmento de reta que une ( a, f (a)) e ( b, f (b)) está contido em H.
Em particular, o ponto desse segmento que tem abcissa c pertence a H , isto é, tem ordenada
≥ α(c) = f (c). Isto significa que f (c) ≤ f (a) + f (bb) −− fa (a) .(c − a). Como a < c < b são
quaisquer em I , então a função f é convexa.
(ii) (⇐)
Se f (x) ≥ 0, ∀ x ∈ I , então pela fórmula de Taylor com resto de Lagrange temos que
quaisquer que sejam a e a + h ∈ I , existe c entre a e a + h com
1
f (a + h) = f (a) + f (a)h + f (c)h2 .
2!
Como f (c) ≥ 0 , então f (a + h) ≥ f (a) + f (a)h, daí pelo item (i), segue que f é convexa.
⇒
( )
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 181
Suponha que f seja convexa. Então, dados a < b em I e tomando x com a < x < b , temos que
f (x)
− f (a) ≤ f (b) − f (a) ≤ f (b) − f (x) ⇒ f (a) ≤ f (b) − f (a) ≤ f (b).
x
−a b−a b−x b−a
Seja U ⊂R n
um aberto convexo. Toda função convexaf : U −→ R é contínua.
Solução. A solução deste exercício se baseia nos dois lemas abaixo. Lema 1. Todo ponto de um
n
bloco retangular B = [ai , bi ] é uma combinação convexa dos vértices desses blocos.
i=1
Lema 2. Toda função convexa f : U → R, definida num aberto convexo U ⊂ R , é localmente
n
M > 0 tais que x c f (x) M . Seja dado ε > 0 . Sem perda de generalidade, podemos supor
| |≤ ⇒ ≤
que ε < M . A convexidade de f nos permite afirmar que
f
ε
− ·
x =f 1
ε
0+
ε
x
≤ ε
f (x),
·
M M M M
logo
≤ Mε · f ε
f (x)
x .
M
εc
Tomando δ = M
, vemos que
Além disso,
0 = f (0) = f
M
x+
ε
− ≤
M
x
M
f (x) +
ε
f
−
M
x .
M +ε M +ε ε M +ε M+ε ε
Considere f (x, y ) = x 3 + e3y − 3xey . Mostre que f tem um único ponto de mínimo local que não é
mínimo global.
Solução. f (x, y ) = x3 + e3y − 3xe , f é de classe
y
C ∞ , logo os pontos críticos de f são
{x ∈ R2; f (x) = 0}. Temos que
fx = 3x2 − 3e y
fy = 3e3y − 3xe y
Daí
3x 2 − 3e y
=0 ⇒e =x y 2
3e3y − 3xe y y 3
= 0 ⇒ 3( e ) − 3xe = 0 y
2 3 2
⇒ 3( x ) − 3x · x = 0
6 3 3 3
⇒ 3x − 3x = 0 ⇒ 3x (x − 1) = 0
⇒ x = 0 ou x = 1.
Para x = 0 não existe ey = 0.
Para x = 1 ⇒ e y = 1 ⇒ y = 0. Logo o único ponto crítico de f é (1 , 0).
fxx = 6x, fxy = −3 e y
= f yx , fyy = 9e3y − 3xe y
− 6 3 u
Hf (1, 0) = [ u v ] − 3 6 v
− 6u 3v
=[ u v ] − 3u + 6 v
2 2
= 6u − 3uv − 3uv + 6 v
= 6u2 − 6uv + 6 v . 2
Portanto H f (1, 0) = 6( u2 − uv + v 2 ).
Mostremos que para ( u, v )
= (0, 0) tem-se u2 − uv + v 2 > 0. De fato pela desigualdade entre as
médias aritmética e geométrica temos
√
u2 + v 2 ≥2 u2 v 2 = 2 u | | · |v| > |u| · |v| ≥ u · v.
Daí
u2 + v 2 > u v · ⇒ u − uv + v 2 2
>0
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 183
para (u, v )
= (0, 0). Logo, a forma hessiana é positiva, portanto (1 , 0) é ponto de mínimo local.
Mas (1 , 0) não é ponto de mínimo global, pois
f ( 3, 0) =
− −27 + 1 + 9 = −17 < −1 = f (1, 0).
Proposição 1’ - 29/05
Seja f : I ⊂ R −→ R diferenciável, I intervalo aberto e f (x) = 0, ∀ x ∈ I . Então f é um
difeomorfismo global. Demonstração. Se f (x) = 0, ∀ x ∈ I , então pelo Teorema de Darboux
temos que f (x) > 0 ou f (x) < 0, ∀ x ∈ I . Se f (x) > 0, ∀ x ∈ I , então, por um resultado de
Análise I, f será um homeomorfismo global crescente. Da mesma forma se f (x) < 0, ∀ x ∈ I,
então f será um homeomorfismo global decrescente. Em qualquer caso seja g = f − : f (I ) −→ I e 1
b um ponto arbitrátrio de f (I ).
Como g é contínua em b temos lim g (y ) = g (b) = a , disto resulta que
y →b
g (y ) − g(b)= lim g (y )
−a f (g (y )) − f (a) −1 1
lim = lim = .
y b y b y b y b g (y ) a f (a)
→ − f g (y )
→ − f g(b)
→ −
1
Portanto g (b) existe e é igual a , sempre que f (a) =
0. Como b foi tomado arbitrariamente,
f (a)
segue que g é diferenciável em todos os pontos de f (I ), desse modo f é um difeomorfismo global.
Considere f : U n
⊂ R −→ R m
difeomorfismo local. Mostre que f é uma aplicação aberta.
Solução. Como f é um difeomorfismo local, para todo x ∈ U , existem abertos Vx e Wx tais
que f |Vx é um difeomorfismo, em particular, é um homeomorfismo. Se consideramos V ⊂ V , para
x
Solução.
(⇒) Se f é um difeomorfismo local então f (x) = 0, ∀ x ∈ I . Então, pelo Teorema do Valor
Intermediário para a derivada, temos que f (x) > 0 ou f (x) < 0, ∀ x ∈ I . (De fato, se existisse
algum intervalo [ a, b] em que f (a) < 0 < f (b) então existiria c ∈ [ a, b] tal que f (c) = 0, pelo TVI
aplicado à derivada.)
Daí, ou f é um homeomorfismo crescente ou f é um homeomorfismo decrescente. Em qualquer caso,
(f −1 ) = f (x)
−1
e assim f −1 : f (I ) −→ I é diferenciável.
(⇐) Difeomorfismo global ⇒ difeomorfismo local (trivialmente).
Exercício 3 - 29/05
então
1
g (b + w ) − g(b) = f (x )− w + s(w) ⇒
0 v = f (x0 )−1 [f (x0 )v + r (v )] + s(w )
⇒ v = v + f (x0 )−1 .r(v ) + s(w),
donde
−f (x )− · r(v) e s|(ww|) = −f (x )− · r|(vv|) · ||wv|| .
s(w ) = 0
1
0
1
r (v )
Quando w → 0 , vimos que v → 0 , logo lim = 0.
→ |v | w 0
r (v )
Como lim = 0, então se tomarmos ε = c/2 temos que existirá δ > 0 tal que 0 < |v | < δ ⇒
v → 0 |v |
|r(v)| < ε|v|. Desse modo, ∀ 0 < |v| < δ, temos
0 0 0
|f (x +v)−f (x )| = |f (x )v+r(v)| = |v| f (x ) |vv| + r|(vv|) ≥ |v|
0
f (x0 )
v
− ≥ | |
r (v ) c
v.
v
|| || v 2
v ||2
Portanto, ∀ 0 < |v | < δ temos , o que implica que para v suficientemente
|≤
f (x0 + v ) f (x0 ) c
próximo de zero v = || v || é limitado e da expressão s(w) = f (x0 )−1 r(v ) . v ,
− − · | | || ||
w f (x0 + v ) f (x0 )
| | | − w v w | |
s (w )
resulta que, quando w 0 , → | | → 0 , concluindo assim a prova.
w
Teorema 3 - 01/06
Exercício 1 - 01/06
λ(t) = (x1 (t),...,x n (t), ξ (t)) , onde x(t) = (x1(t),...,x n (t)) . Portanto
dx1 dx n
n
∂ξ dxi
λ (0) = ,..., , · ,
dt dt i=1
∂x i dt
dxi ∂ξ
as derivadas sendo calculadas no ponto t = 0 e no ponto p0 . Isto mostra que todo v = λ (0)
dt ∂x i
em Tp M é uma combinação linear dos vetores
v1 =
1, 0,..., 0,
∂ξ
,...,v n =
0,..., 0, 1,
∂ξ
.
∂x 1 ∂x n
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 186
n
Reciprocamente, toda combinação linear v = αi vi é o vetor-velocidade λ (0) do caminho
i=1
λ : ( δ, δ ) − −→ M assim definido: tomamos v0 = (α1 ,...,α n) ∈ Rn e colocamos
λ(t) =
p0 + tv0 , ξ (p0 + tv0 ) , sendo δ > 0 escolhido de modo que o segmento de reta
(p0 − δv , p0 0 + δv 0 ) esteja contido em U .
Solução. Seja U
⊂ R o conjunto dos pontos cujas coordenadas são positivas. Consideremos
n
Observemos que ∇ϕ(x) = (1 , 1,..., 1) para qualquer x ∈ U , de modo que M é uma hiperfície.
Por sua vez, temos que ∇f (x) = (α ,...,α ) com α = x . Assim, x ∈ M é ponto crítico de
1 n i j
j =i
f | se, e somente se, para algum λ , tem-se
M x = λ ( i = 1,...,n ). Dividindo a i-ésima dessas
j
j =i
xk
equaçoes pela k-ésima, obtemos = 1. Assim, o único ponto crítico de f | e aquele que tem suas
xi M
x x · ·· x ≤
x + ·· · + x
1 2 . n
1 n
n
Sejam a ∈R n
e S 1 (0) ⊂R n
tal que a ∈/ S 1(0). Determine p ∈ S (0) tal que p é o mais próximo de
1
a.
Solução. Queremos minimizar a função f : Rn −→ R definida por f (x) = |x − a|2 =
x − a, x − a, restrita à esfera S1(0) = ϕ−1(0), onde ϕ(x) = x, x. Usando o método dos multipli-
cadores de Lagrange, temos:
∇ f (x) = λ ϕ(x) ∇
2(x− a) = 2λx
− xi ai = λxi
⇔ ⇔ , i = 1 ...,n.
x, x = 1 x, x = 1 x, x = 1
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 187
ai
Resolvendo este sistema, temos que xi − ai = λx i ⇔ x (−λ + 1) = a ⇔ x
i i i =
1 − λ.
Da 2a equação,
n n
a2i
⇔ |1 −1 λ| |a|
x, x = 1 ⇔ x = 1 ⇔
2
i
(1 λ)2
=1
− 2
2
=1 ⇔ |1 − λ| = |a| 2 2
i=1 i=1
⇔ 1 − λ = ±|a|
λ=1 a.
⇔ ±| |
Por outro lado,
x
− a = λx ⇒ |x − a| = |λx| = |λ||x| = |λ|.
Daí, |x − a| será mínimo quando |λ| for mínimo, isto é, quando λ = 1 − |a|.
2
a a ia a i i
Assim, x =
1−λ
= i
1 − (1 − |a|)
=
|a| e portanto x = |a| é o ponto da esfera S (0) cuja distância 1
ao ponto a é mínima.
Solução.
x0 ∈ S é um∈ponto crítico⇐⇒de f |Sn− se para todo caminho diferenciável
− n 1
1
x ∈ P (f |
0 ) ⇔ ∇f (x ) = K x , onde
c S n−1 0 0
∇f (x ) = Df (x )e ,...,Df (x )e = (Ae , x + Ax , e ,..., Ae , x + Ax , e )
0 0 1 0 n
1 0 0 1 n 0 0 n
Daí,
x0 ∈ P (f |
c S n−1 ) ⇔ 2( Ax0 , e1 ,...,
Ax , e ) = K x
0 n 0
onde Ax0 , x0 = K2 x0 , x0 .
Como x0 ∈ S n−1 , logo K = Ax0 , x0 . 2
autovalor de A.
Considerando E = {x
∈ R ; x, u = 0} o complemento ortogonal de u em R . Se x ∈
n
1 1
n
3.3 - Integração
(ii) f é integrável ⇔ o conjunto dos pontos de descontinuidades de f tem medida nula. Em parti-
cular, f contínua ⇒ f integrável.
Solução.
(i) Seja Df o conjunto dos pontos de descontinuidade de f : [a, b] → R . Temos que f é descon-
n
Df = D 1 ∪ D ∪ ... ∪ D
2 n
(ii) Seja f = (f1 ,...,f n) . Temos que f é integrável ⇔ cada f for integrável ⇔ i
f é integrável.
(iii) Se f é integrável, o conjunto D f tem medida nula. Logo, D |f | tem medida nula e assim, |f | é
integrável.
Seja P = {a = t0 < t1 < .. . < t k = b uma partição qualquer do intervalo [a, b]. Se f é
}
integrável então
b
lim f (ξi )(ti −t− )=i 1 f (x)dx
|P |→0 a
lim
| f (ξi ) (ti | −t− )= i 1
| b
f (x) dx|
|P |→0 a
Portanto, ≤ |
b b
f (x)dx f (x) dx |
a a
Exercício 2 - 12/06
(i)
b
[αf (t) + βg (t)]dt = α
b
f (t)dt + β
b
g (t)dt, ∀ α, β ∈ R.
a a a
(ii)
b
(A f )(t)dt = A
◦
b
f (t)dt , onde A : Rn −→ R m
é linear.
a a
Solução.
(i) b
[αf (t) + βg (t)]dt= lim (αf + βg , P∗ )
a |P |→0
= α lim
|P |→0
(f, P ∗ ) + β lim
|P |→0
(g, P ∗ )
b b
= α f (t)dt + β g (t)dt.
a a
= lim
|P |→0
(a11 f1 (t) + ··· + a 1n fn (t),...,a m1 f1 (t) + · ·· + a mn fn (t)); P
∗
k
= (a11 ,...,a m1 ) lim f1 (ξj )(tj tj 1 ) +
|P |→0 j=1
− − · ··
k
+(a1n ,...,a mn ) lim fn (ξj )(tj −t − ) j 1
|P |→0 j=1
= (a11 ,...,a m1 )
b
f1 (t)dt + · ·· + (a 1n ,...,a mn )
b
fn (t)dt =
a a
a11 .. . a 1n
..
.
. . . ..
.
=
am1 .. . a mn
(
b
a
f1 (t)dt ...
a
b
fn (t)dt)T
b
= A( f (t)dt).
a
(iii) Como Df |[a,c] e Df |[c,b] ⊆ Df | [a,b] ⇒ med(Df |[a,c] ) e med (Df |[c,b] ) ≤ med(Df | [a,b] ) = 0,
portanto med(Df |[a,c] ) = med(Df |[c,b] ) = 0 ⇒ f| [a,c] e f |[c,b] são integráveis.
Para a segunda parte basta notarmos que da Análise Real temos que cada função coordenada
satisfaz b c d
fi = fi + fi .
a a c
A prova disto se baseia no fato de que o supremo (ínfimo) das somas inferiores (superiores)
de f relativamente as partições de [ a, b] que contém c é igual ao supremo (ínfimo) das somas
f : [a, b] −→ R n
, f integrável. Mostre que F (t) =
t
f (s)ds. (Primitiva de f ) é diferenciavel onde
a
f é contínua e vale F = f .
Solução. Considere o Teorema fundamental do Cálculo: se f, f : [a, b] −→ R n
integráveis.
Então
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 192
f ( b) − f (a) =
b
f (t)dt.
a
Se x 0 , x0 + h ∈ [a, b] então F (x 0 + h) − F (x ) = 0
x0 +h
f (t)dt e h.f (x0 ) =
x0 +h
f (x0 )dt,
x0 x0
portanto x0 +h
F (x0 + h) − F (x ) − f (x ) = 1
0
0 [f (t) − f (x )]dt. 0
h h x0
Dado ε > 0 , pela continuidade de f no ponto x 0 , existe δ > 0 tal que t ∈ [ a, b], |t − x | < δ implica
0
Portanto, F = f .
|f (t + h) − f (t) − f (t)h| =
t+h
[f (s)
− f (t)]ds ≤ ε |h|, ∀ t ∈ [a, b],
t
Logo,
|P | < δ ⇒ |l ( P ) −
2
| f (ti−1 ) (ti
|| − t − )| < ε/2.
i 1
Seja f : [a, b] −→ R n
de classe C 1 , f (t)
∈ [a, b] (f é dito ser um caminho regular). Mostre
= 0, t
que existe uma reparametrização de f , digamos f ◦ ϕ, tal que l (f ◦ ϕ| ) = s (é a reparametrização [0,s]
de composição de arco).
Consideremos a reparametrização g = f ◦ ϕ− 1
: [0, L] → Rn do caminho f . Para todo
s = ϕ (t) ∈ [0, L] temos
1 1 1 f ( t)1
g (s) = (f ◦ ϕ− ) (s) = f (ϕ− (s)).(ϕ− ) (s) = f (t). =
|f (t)| |f (t)|
Portanto, |g (s)| = 1. Então, para todo s ∈ [0, L], o comprimento do caminho restrito g | [0,s] é
igual a
| s s
l (g | [0,s] ) = g (v ) dv =
| 1dv = s.
0 0
Solução.
{ ·· ·} ⇒
∞ ∞
(i) Dado ε > 0 existe uma cobertura Y ⊂ Bk de blocos abertos tais que vol (Bk ) < ε.
k=1 k=1
∞
Mas X ⊂Y ⇒X⊂ Bk . Assim obtemos para cada ε > 0 uma cobertura de X por meio
k=1
∞
de blocos Bk ⊂R n
abertos tais que vol (Bk ) < ε, ou seja, med(X ) = 0.
k=1
(ii) Sejam X1,...,X k ,... subconjuntos de Rn com med (Xk ) = 0 para todo k ∈ N. A fim de
∞
provar que X = Xk tem medida nula, seja dado ε > 0. Para cada k ∈ N podemos obter
k=1
∞ ∞
k
uma sequência de blocos tais que e vol .
Bk1 , Bk2 ,...,B ki ,... Xk ⊂ i=1 B
ki
i=1 B ki < ε/2
Então X está contido na reunião (enumerável) de todos os Bki . Dado qualquer subconjunto
finito F ⊂ N × N, existe j ∈ N tal que (k, i) ∈ F ⇒ k ≤ j e i ≤ j . Logo
j j j
vol Bki ≤ vol Bki < ε/2k < ε.
(k,i) F
∈ k=1 i=1 k=1
Portanto, seja qual for a maneira de enumerar os Bki numa sequência, teremos
vol Bki ≤ ε.
k,i
Assim, med(X ) = 0.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 195
(iii) Todo conjunto enumerável é reunião dos seus pontos, cada um dos quais tem medida nula, logo
tem medida nula pelo resultado do item (ii).
Solução.
(i) Como C (X ) = 0 ⇒ dado ε > 0, existem B1 , B2 ,...,B k blocos fechados tais que
k
ε
X B 1 B2
⊂ ∪ ∪···∪ Bk e vol(Bi ) < .
i=1
2
Considere para todo i > k ,
×
B j = 0,
ε
j +1−k
0,
ε
j +1−k
×···× 0,
ε
j +1−k
.
2 n 2 n 2 n
∞
(ii) med (X ) = 0 ⇒ dado ε > 0, existem {Bj }∞
j=1 blocos abertos tais que X ⊂ Bj e
j=1
∞
vol(Bj ) < ε. Agora, sendo X compacto, implica que existe uma quantidade finita de
i=1
k k ∞
índices {j1 ,...,j k } tais que X ⊂ Bji , além disso vol(Bji ) ≤ vol(Bi ) < ε, portanto
i=1 i=1 i=1
C (X ) = 0.
Exercício 3 - 14/06
1 ε
Solução. Dado ε > 0, escolha um número inteiro positivo n tal que < . Seja P qualquer
p n 2
partição de A = [0, 1]2 tal que cada ponto (x, y) A com y = , mdc(p, q) = 1, n > q > 0 pertença
∈
q
ε
a um retângulo de P de altura (em a direção de y ) ao mas δ = . Já que há no máximo
(n + 2)( n 1) −
(n + 2)( n 1) −
pares ( x, y ), logo P existe e o volume total de todos os retângulos contendo pontos
2 ε ε
deste tipo é no máximo . Como f 1, a soma superior S (f, P ) é no máximo .Para os retângulos
2 2
restantes S o valor de Ms (f ) = sup f (x) : x S 1 e o volume total é menor que 1, logo
{ ∈ }
n
1 ε ε ε
S (f, P ) < . Daí 0 s(f, P ) S (f, P ) < + = ε. Portanto, como ε > 0 é arbitrario, das
n 2 2 2
últimas desigualdadades temos que f é integrável e f (x, y )dxdy = 0.
[0,1]2
f (x)dx = g (x)dx.
A A
Solução. Defina h : A −→ R por h(x) = f (x) − g (x).
Temos x ∈ D ⇒ ou f é descontínua em x ou g é descontínua em x ⇒ x ∈ D ∪ D ⇒
h f g
e g são integráveis. Dessa maneira, h é integrável. Logo, |h| é integrável (composição de funções
integráveis). Então dado ε > 0 ∃ P partição de A tal que S (|h|, P ) − s(|h|, P ) < ε (∗).
ε ε ε
Seja B ∈ P . Como med(B ) ≥ 0 , ∃ x ∈ B tal que h (x ) = 0. Daí, segue que m (|h|) = 0. Logo,
ε 0 0 B
s(|h|, P ) =
ε
m (|h|) · vol(B ) = 0. De (∗) segue que S (|h|, P ) < ε. Assim,
B ε
B Pε
∈
| h(x) dx = inf S ( h , P ); P é partição deA
| { || } ≤ S (|h|, P ) < ε ⇒ |h(x)|dx < ε.
ε
A A
0 ≤
≤ | | ⇒ ⇒
h(x)dx h(x) dx = 0 h(x)dx = 0 h(x)dx = 0.
A A A A
Dessa maneira,
0=
h(x)dx =
− − ⇒
f (x) g (x) dx = f (x)dx g (x)dx f (x)dx =
g(x)dx.
A A A A A A
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 197
Seja f : A
−→ [0, ∞) integrável e f (x)dx = 0. Mostre que med({x ∈ A; f (x) = 0}) = 0.
A
Solução. E := {x ∈ A ; f (x) = 0}.
Afirmação: E ⊂ D . f
Suponha por contradição que E não esteja contido em D . Então existe x ∈ E tal que x ∈/ D . f 0 0 f
x ∈ E ⇒ f (x ) > 0 ;
0 0
Exercício 1 - 21/06
Solução. Considere
2
D1 = (x, y ){ ∈ R |a ≤ x ≤ y e a ≤ y ≤ b }
e
2
D2 = (x, y ){ ∈ R |x ≤ y ≤ b e a ≤ x ≤ b }
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 198
mas
D1
f (x, y )dxdy = D2
f (x, y )dxdy
logo
b y b b
f (x, y )dx dy = f (x, y )dy dx.
a a a x
Seja f : X −→ Rn
uma aplicação lipschitziana no conjunto X ⊂R . n
onde
∞ ∞
ε
volCk = c n (ak )n < cn = ε.
k=1 k=1
cn
Logo medf (X ) = 0.
isto é, f é localmente lipschitziana e, portanto, leva conjunto de medida nula em conjunto de medida
nula.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 199
Seja f : U n
⊂ R −→ R m
, onde U é aberto e f é de classe C 1. Se n < m, então med(f (U )) = 0 . Em
particular, hiperfícies de classe C 1 tem medida nula.
Solução. Considerando Rn como o subconjunto dos pontos de Rm cujas últimas m − n coorde-
nadas são nulas, veremos que todo bloco n -dimensional B ⊂R ⊂R n m
tem volume m -dimensional
nulo, pois podemos cobrir B com um único bloco m -dimensional D = B × [0, η ]m−n cujo volume
m-dimensional pode ser tomado tão pequeno quanto se deseje. Daí resulta que R n , visto como um
um subconjunto de Rm , tem medida m-dimensional nula, pois é reunião enumerável de blocos n-
dimensionais. Em particular, o conjunto U ⊂ R tem medida m-dimensional nula. Isto posto, a partir
n
∞
k=1
logo M = ( Uk ∩ M ) é reunião enumerável de conjuntos V x = Ux ∩ M , de medida nula. Assim,
k=1
med(M ) = 0.