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autor do original
FABIANO GONÇALVES DOS SANTOS
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial fernando fukuda, simone markenson, jeferson ferreira fagundes,
luis di marcello
Diagramação fabrico
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
isbn: 978-85-60923-51-9
Prefácio 7
2. Padrões de E-business 40
Introdução 41
Tipos de e-business 42
Tendências em E-business 54
Tipos de e-commerce 58
O Modelo C2B 68
Estudo de caso: Mercado Livre 70
3. Marketing na Internet 78
Bons estudos!
7
1
Sobre E-business e
E-Commerce
1 Sobre E-business e E-Commerce
Neste capítulo iremos tratar de alguns conceitos iniciais, principalmente em
relação às diferenças encontradas entre os termos apresentados.
Vamos estudar que estas diferenças são essenciais para o gestor poder estabe-
lecer os seus limites em relação à internet e a forma na qual como sua empresa
ou organização se comporta em relação à grande rede, afinal, não é necessário
comentar a importância da internet para as empresas atualmente, seja ela do
tamanho que for. Isto já foi visto em outras disciplinas do curso, não é?
Também vamos chamar a atenção para alguns detalhes em relação às empre-
sas que tem vontade de “entrar na internet”. Será que a empresa realmente está
preparada para esta ação? Os seus processos internos estão alinhados para que
suas atividades na internet correspondam às expectativas de clientes, fornece-
dores e diretores?
Vamos examinar isto com alguns detalhes. Vamos lá?
Bom estudo!
OBJETIVOS
• Conceitos de organização virtual;
• Evolução para negócios na era digital;
• Modelos de negócios da nova economia;
• Gerenciamento da cadeia de suprimentos;
• Integração eletrônica.
REFLEXÃO
Você já deve ter ouvido falar em gestão sobre gerenciamento da cadeia de suprimentos e
sistemas ERP. Neste capítulo, vamos estudar um pouco sobre isso e alguns tópicos interes-
santes sobre a nova economia.
10 • capítulo 1
1.1 Introdução
Você sabia que virtual vem da palavra latina virtualis? E que virtualis vem da
palavra virtus? Virtus significa força ou potência. Alguns autores (LÉVY, 1996)
consideram que o virtual tem a potência de ocorrer, mas não é, de fato, um ato
concreto. Atualmente, porém, a palavra virtual para nós tem um sentido bem
mais amplo não é? Parece que todas as vezes que escutamos “virtual”, lembra-
mo-nos de computadores e Internet.
Essa comparação, entretanto, faz sentido: atualmente temos máquina virtual
(uma máquina que “não existe”), lojas virtuais (que não possuem sequer um
tijolo em sua construção), bibliotecas virtuais, disco virtual etc., portanto é uma
área que requer nosso estudo.
A Internet revolucionou o modo como nos comportamos e também o das
empresas, na verdade, a Internet fez com que um novo tipo de negócio apare-
cesse na nossa realidade. É uma grande plataforma para diversos tipos de ne-
gócios: desde vitrines de produtos até verdadeiras lojas com produtos e possi-
bilidades de pagamentos.
Os novos negócios transformaram a economia tradicional e fez com que apa-
recesse nos anos 1990 um novo conceito chamado nova economia. Este conceito
trata da transformação dos negócios baseados em indústrias para uma econo-
mia cujo fundamento estava baseado em serviços. As organizações virtuais apa-
receram e as empresas “ponto com” tiveram o seu auge e depois o seu declínio.
Portanto, um estudo sobre estes fatores é importante para a área de TI em geral.
Atualmente, as empresas que não estão empenhadas em ter uma participação na
internet, ou virtual, perdem vantagem competitiva e consequentemente clientes.
Vamos estudar neste capítulo alguns pontos relacionados com esta área pas-
sando pelas definições de organização virtual, como foi ou como deveria ser a
evolução dos negócios tradicionais para a nova economia; vamos mostrar alguns
modelos da nova economia e a forma como a parte logística, também chamada de
cadeia de suprimento, suporta este novo modelo. Por fim, vamos entender como
tudo isso pode ser integrado eletronicamente.
capítulo 1 • 11
1.2 Organização virtual
Vamos definir em primeiro lugar o que é uma organização virtual. Existem mui-
tas definições e uma interessante é feita por (BERTO,1997), o qual apresenta a
organização virtual como um modelo organizacional em que a tecnologia é usa-
da para unir as pessoas, bens e ideias de forma dinâmica, sem ter que reuni-las
necessariamente em um mesmo local físico e/ou ao mesmo tempo.
No trabalho de Welzel (2001), é feita uma classificação interessante em re-
lação às organizações virtuais. Ela divide as organizações virtuais em três tipos:
1. Organização em rede – corporação virtual
2. Organização na rede – Cibercorp
3. Graus de virtualidade
Este tipo de organização, segundo Welzel (2001), também pode ser chamado de
“multiempreendimento dinâmico”, um conjunto de empreendimentos com vá-
rios participantes em que podem pertencer a esse grupo até mesmo antigos con-
correntes. Nesse caso, diferentes equipes, de diferentes empresas, são reunidas
para desenvolver uma tecnologia ou produto em comum.
A corporação virtual, na verdade, trabalha com a possibilidade de várias organi-
zações aproveitarem a oportunidade de negócio usando o que cada organização da
rede tem de melhor e, assim, contribuir com a rede na sua competência principal.
Um exemplo de aplicação desse tipo de classificação é a rede que une vare-
jistas com fabricantes. Por meio de cooperação mútua, é possível saber quando
o hábito de compra do público muda e assim a rede pode reagir com rapidez.
Outro exemplo são as cooperações em negociações EDI (Eletronic Data Inter-
change – Troca eletrônica de dados), em que grandes varejistas fazem acordos
nos quais os estoques são automaticamente abastecidos pelos distribuidores
por meio de trocas de dados entre sistemas.
12 • capítulo 1
Aqui, porém, estamos tratando de uma corporação cibernética. Observe o mun-
do atualmente em termos de tecnologia: temos satélites, fibras óticas interligando
os continentes, redes 3G, 4G, tablets, smartfones, ultrabooks, enfim, a mobilidade
é enorme. Isso sem considerar a computação em nuvem, a qual permite que você
acesse vários arquivos, aplicações etc. de qualquer lugar onde exista conexão com
a Internet. Isso possibilita bastante uma prática que está se tornando cada vez
mais comum: o teletrabalho.
A cibercorp é uma consequência dessa convergência tecnológica. Logo, a defi-
nição para a cibercorp é uma organização que pode existir virtualmente na qual os
seus membros comunicam-se, trabalham e seguem um mesmo objetivo, sem ne-
cessidade de estarem presentes fisicamente no mesmo lugar, no mesmo horário.
É claro que em uma organização como esta, muitos fatores tradicionais pre-
cisam ser revistos e esclarecidos entre os membros da organização e até mesmo
para os clientes. Mais do que um cliché, neste tipo de organização o poder está
nas pessoas. Segundo o texto de Welzel (2001), no passado, enquanto o que era
bom nem sempre era bom para as pessoas, na cibercorp o que é bom para a em-
presa é bom para o funcionário, porque ele é o que conhecemos por trabalha-
dor do conhecimento e é por meio dele que a empresa irá conseguir vantagens.
capítulo 1 • 13
Portanto, a diferença entre as organizações está baseada, de acordo com
esta classificação, no grau de virtualização.
CONEXÃO
Conheça um pouco sobre algumas APIs dos principais sites:
Google Maps: <https://developers.google.com/maps> É possível encontrar muitas formas
de embutir os mapas do Google em aplicações desenvolvidas pelos programadores.
Facebook: <http://developers.facebook.com>. Possibilita que os programadores integrem
seus sistemas ao Facebook.
14 • capítulo 1
Java API: <http://docs.oracle.com/javase/7/docs/api/index.html> API da linguagem Java.
Por meio desta API os programadores podem escrever diversos tipos de aplicações para
diferentes plataformas.
Twitter: <https://dev.twitter.com>. Com esta API é possível conhecer as formas de integra-
ção do Twitter com outras aplicações.
capítulo 1 • 15
ratas e acessíveis para as empresas que querem entrar nesse ramo ou mesmo
expandir o que já existe.
Porém de acordo com os autores Kalakota & Robinson (2002), existem dez
regras que norteiam esse processo de e-business e podem ajudar as empresas
na migração de seus negócios. Vamos a elas?
Regra 1: a tecnologia não é mais algo a ser levado em conta depois da for-
mação da estratégia de negócios e, sim, a razão e o caminho dessa estratégia.
Essa regra está relacionada com os efeitos da tecnologia na estratégia de
negócios da empresa. É muito comum encontrarmos empresas que não consi-
deram a tecnologia da informação como parte integrante dos negócios. Infeliz-
mente em muitos lugares, a TI é considerada uma ferramenta para os negócios
e não parte integrante dele.
Quando a TI não é levada em consideração, o efeito da tecnologia não é sentido
em um curto prazo de tempo. Porém, é um assunto que fica muito sério ao longo
do tempo e dependendo da estratégia adotada, chega a inviabilizar o negócio.
Quando as empresas que têm esta postura se dão conta, pode ser tarde de-
mais. Não incluir a tecnologia na elaboração dos negócios e só considerá-la
posteriormente é um risco muito grande.
É muito comum encontrar gerentes mais preocupados com as questões
operacionais atuais e que dão muito mais problemas do que com questões fu-
turas e isso é complicado a longo prazo.
O e-business, na verdade, envolve uma transformaão estrutural na empresa,
porém os executivos estão preparados para isso?
16 • capítulo 1
As gigantes não acreditavam que os computadores pessoais pudessem
ganhar o mercado dos minicomputadores e, desta forma, a Compaq acabou
comprando a DEC posteriormente. A administração das gigantes desconsi-
deraram que a internet era uma aposta de negócios. O interessante é que no
começo, a DEC poderia comprar a Compaq a qualquer hora.
Regra 5: não use tecnologia apenas para criar o produto. Use a tecnologia
para inovar, incentivar e aprimorar toda a experiência em torno do produto: da
seleção e pedido ao recebimento e serviço.
A Amazon é um bom caso para exemplificar esta regra. Na internet, é possí-
vel encontrar vários sites que vendem livros e outros produtos parecidos com os
da Amazon. Entretanto, será que estes sites procuram algum tipo de inovação?
capítulo 1 • 17
Inovações como parcerias com editoras, autores, formas de encontrar títulos
esgotados e outros serviços também são encontrados em outros sites? Isto não é
apenas um exemplo de boa infraestrutura de retaguarda, existe uma tecnologia
por trás disso bastante robusta. Servidores, softwares e redes de comunicação ba-
seiam todos estes serviços e isso é transparente para o usuário e cliente.
Como existem vários sites que oferecem os serviços de compras de livro pela
internet, o mais acessado e procurado e, possivelmente, aquele que vai ganhar
o cliente será aquele que oferecer os melhores serviços a eles.
ATENÇÃO
Existe um conceito chamado BW: Business Webs – Redes de Negócio. Este conceito está
relacionado com os esforços de reengenharia dos processos no sentido de estreitar as re-
lações entre entidades de negócio. Dessa forma, aparecem novos arranjos e modelos de
relacionamento entre as organizações com o objetivo de aumentar os recursos produtivos e
a competividade entre as empresas pertencentes a um mesmo cenário ou ambiente. Como
consequência, o fluxo de valor de ponta a ponta do negócio como um todo, tende a ser mais
efetivo e eficiente para as empresas.
18 • capítulo 1
Regra 7: o objetivo dos novos projetos de negócios é que as empresas criem
alianças flexíveis de terceirização que não apenas diminuam custos, mas tam-
bém fascinem os clientes.
A terceirização sempre foi um assunto polêmico. Muitas empresas ainda
preferem manter uma estrutura de TI, por exemplo, interna do que terceirizá-la
para outra empresa. Justificam que, entregar parte do negócio para outra em-
presa seria arriscado.
O objetivo de qualquer negócio, segundo Perez-Wilson (2000) é gerar di-
nheiro. Ainda segundo o autor, é fundamental minimizar custos por meio de
eliminação de atividades que não agregam valor ao processo e maximizar a qua-
lidade do produto final para a obtenção de lucro.
Portanto, mais uma vez ressaltamos que a cadeia de suprimentos e seus
componentes, que podem ser neste caso terceirizados, tem que estar muito
bem estruturada para gerar um produto final interessante a ponto de agradar e
fascinar o cliente e, obviamente, garantindo a sua fidelidade.
capítulo 1 • 19
Existem algumas leituras e é comum encontrarmos o termo Web 2.0. Ela não é ne-
nhum tipo de atualização do que conhecemos por web. A Web 2.0, segundo o site de
Tim O´Reilly (2006) e pelas observações feitas em projetos e outros sites, é um con-
ceito relacionado com novos recursos presentes nas páginas os quais permitem uma
maior interatividade com o usuário.Esses recursos são chamados de Experiência Rica
do Usuário. Como exemplo destes recursos podemos citar a Microsoft com seu serviço
Sky Drive e o Google Drive; estes dois serviços permitem a edição de textos na própria
internet sem necessariamente ter o aplicativo original instalado na máquina do cliente.
CONEXÃO
Verifique os sites de algumas lojas virtuais existentes no Brasil e observe os recursos de
interação com o usuário que elas possuem:
• www.fnac.com.br: caso você escolha um produto e o coloque no carrinho, caso você fechar
o navegador sem concluir a compra, na próxima vez que você abrir o site, o produto ainda
estará dentro do carrinho (desde que você esteja usando o mesmo computador e não limpe
o seu cache), além de outras animações na tela.
• www.submarino.com.br: após fazer o login, o site armazena suas consultas e de acordo com
o que foi consultado, passa a sugerir produtos semelhantes para o usuário.
• www.claro.com.br: permite fazer comparações de aparelhos e muitas outras interações que
direcionam as decisões dos usuários entre planos e aparelhos.
Outros sites existem, mas estes são de fácil assimilação dos recursos que tentamos apresentar.
20 • capítulo 1
antes de tudo, é a tarefa principal de um grande empreendimento ou projeto
como a implantação de processos na área de e-business. A regra 9 está totalmen-
te de acordo com o ensinamento de Sun Tzu.
Após o planejamento, o qual deve ter considerado as possíveis mudanças
encontradas ao longo da execução do processo, a implementação do planejado
é fundamental e rigorosa, como foi descrito.
Segundo os autores das regras (KALAKOTA e ROBINSON, 2002), a implementa-
ção de qualquer estratégia de e-business depende de gerentes que precisam enten-
der os elementos que fazem parte da sua execução, a saber:
• fornecer uma estrutura para definir, comunicar e monitorar as novas re-
alidades;
• reprojetar os processos fundamentais da empresa para alinhá-los com a
nova visão organizacional;
• disponibilizar uma infra-estrutura de TI para dar suporte às mudanças,
às inovações e às metas do negócio.
capítulo 1 • 21
As empresas que entenderem esta regra e segui-la, possivelmente terão um
grande líder capaz de tornar os processos um grande sucesso.
Como podemos perceber em cada regra, mais uma vez notamos que o tra-
balho do gestor de TI e muitas questões fundamentais para a sobrevivência e
competitividade da empresa dependem de questões técnicas obviamente, po-
rém não são as mais importantes.
A alta dependência de processos bem definidos, efetiva participação da li-
derança aliado com um bom planejamento é um fator crítico de sucesso para
um projeto de implantação de e-business em uma empresa. Como podemos
perceber também, trata-se de um processo demorado e que requer um grande
investimento na infraestrutura para a viabilidade de implementação de recur-
sos que atraiam novos clientes e os mantenham entretidos enquanto estiverem
interagindo com os recursos que serão colocados em contato com eles.
Ainda vimos que precisamos considerar a parceria com bons fornecedores
que também estejam buscando qualidade nos seus processos de e-business.
Além disso, a integração de processos e sistêmicas é fundamental. Na verda-
de, estas regras descrevem muitas atividades que consideramos subjetivas e de
uma certa maneira óbvias, entretanto facilmente esquecidas devido à rotina e
à morosidade muitas vezes nos processos atuais encontrados nas empresas e
também relacionados com a questão cultural corporativa.
22 • capítulo 1
MODELO VARIANTES DESCRIÇÃO
COMERCIANTE
Modelo de negócio tradicional
baseado em instalações físicas,
que utiliza a rede como mais um
Comércio misto
canal de comercialização para
os seus produtos (livrariasarai-
va.com.br).
Comercialização de produtos/
Comércio virtual serviços exclusivamente pela
Internet (submarino.com.br).
Modelos de negó-
Comercialização de produtos
cios que envolvem a
digitais ou serviços cuja entre-
comercialização de
ga é realizada pela própria In-
serviços ou produtos
ternet. É a forma mais pura de
tangíveis/digitais para Comércio virtual puro
comércio eletrônico, uma vez
pessoas físicas ou jurí-
que todo o processo do negó-
dicas. Pode ser um ne-
cio é realizado on-line (syman-
gócio totalmente ba-
tec.com).
seado na Internet ou
com reforço de uma Empresas que vendem pro-
loja tradicional. dutos ou serviços para outras
Mercantil empresas (B2B), utilizando a
Internet como canal de comer-
cialização (quickpack.com).
capítulo 1 • 23
MODELO VARIANTES DESCRIÇÃO
CORRETAGEM
Modelos de negócios cha-
mados de facilitadores
de negócios na Internet.
Site que reúne diversas lojas vir-
São sites que facilitam e
tuais. A receita é obtida por meio
estimulam a realização
de taxa mensal + comissão so-
de transações, através da Shopping virtual
bre as vendas realizadas ou pa-
manutenção de um am-
gamentos por anúncio (shopfacil.
biente virtual, colocando
com.br, Amazon.com).
em contato e aproximan-
do os fornecedores e os
potenciais compradores.
24 • capítulo 1
MODELO VARIANTES DESCRIÇÃO
PUBLICIDADE
São grandes portais de con-
teúdo que oferecem anún-
cio gratuito ou parcialmente
gratuito, além de serviços
Portais genéricos
como mecanismo de busca
[Google.com, Buscape.com.
br] e servidores de e-mail
(Hotmail/Yahoo).
capítulo 1 • 25
MODELO VARIANTES DESCRIÇÃO
COMUNIDADE
São softwares desenvolvidos
colaborativamente por uma co-
munidade de programadores que
compartilham código abertamen-
te. Em vez de licenciar o código
Open Source fonte por taxa, o modelo depen-
de da receita gerada de serviços
relacionados como integração de
sistemas, suporte ao produto, tu-
toriais e documentação de usuá-
O modelo comunitário rio (Red Hat).
baseia-se na lealdade do
Conteúdos acessíveis aber-
usuário. A receita pode
tamente, desenvolvidos co-
basear-se sobre a venda
laborativamente por uma co-
de serviços e produtos Conteúdo aberto
munidade global de usuários
auxiliares ou contribui-
que trabalham voluntariamente
ções voluntárias, ou pode
(wikipedia.com).
ser vinculada à publicida-
de e assinaturas de servi- Sites que possibilitam a um in-
ços premium. divíduo conectar-se a outros in-
divíduos com um interesse em
comum (profissional, passatem-
po, romance). São serviços de
Serviços de rede rede sociais que podem fornecer
social oportunidades de publicidade
contextual e assinaturas de ser-
viços premium (Linkedin, Face-
book, Orkut). Outra variante são
sites de compras coletivos (grou-
pon.com, peixeurbano.com.br).
26 • capítulo 1
1.5 Gerenciamento da cadeia de suprimentos e integração
eletrônica
e-commerce
Business intelligence
Procurement
CRM ERP SCM
capítulo 1 • 27
O gerenciamento da cadeia de fornecimento realiza o planejamento, orga-
nização e otimização das atividades nas cadeias de fornecimento. (TURBAN, R.
KELLY RAINER e POTTER, 2005). Os fluxos nas cadeias de fornecimento po-
dem ser divididos em três:
• Fluxos de materiais: são os produtos físicos propriamente ditos. Materiais
brutos ou suprimentos. Envolve o conceito de ciclo de vida do produto.
• Fluxos de Informação: são os dados relacionados à demanda, pedidos,
devoluções e as mudanças que ocorrem nestes dados.
• Fluxos Financeiros: são os pagamentos, transferências de dinheiro, au-
torizações de pagamento com cartão de crédito, transferências eletrôni-
cas (TED) etc.
28 • capítulo 1
• E-informing: como o nome diz, esta atividade consiste na troca de infor-
mações de compras entre vendedores e compradores. Por meio de técni-
cas como o e-mail, é possível montar um banco de dados e um histórico
dos fornecedores.
capítulo 1 • 29
Ask – Global: 0,17 Excite – Global: 0.16%
Aol – Global: 0,26 Outros: 0,79%
Bing: 6,41
Yahoo – Global: 6.56%
30 • capítulo 1
deu início ao Google Groups. Nestes anos também foi iniciado o serviço de in-
dexação de imagens.
A diversificação dos produtos fica cada vez maior e um fator muito interes-
sante é que os produtos oferecidos são muito bem aceitos pelos usuários, pois
são eles que, muitas vezes, pedem os produtos. Além disso, as facilidades e pra-
ticidades que os aplicativos possuem deixam a empresa e os produtos cada vez
mais populares.
Aplicativos para pesquisa, e-mail, calendário, agenda, editor de textos on-li-
ne, Youtube e tantos outros compõem o leque de produtos da empresa. Atual-
mente, é praticamente impossível navegar na Internet sem passar por um dos
produtos oferecidos pela Google.
Qual é o “pulo do gato” que torna essa empresa a marca mais valiosa do
mundo? Praticamente todos os seus produtos e serviços são oferecidos gratui-
tamente para os usuários comuns e para escolas e universidades e, sendo as-
sim, de onde provém a receita da empresa? Anúncios e relevância.
Lembrando que a empresa já possui o maior buscador da Internet, com
quase 70% das máquinas desktops, mostrado na figura 2, então anunciar no
buscador é uma boa ideia. Para o usuário comum, ainda é gratuito fazer pes-
quisas pelo Google. Sendo assim, de onde provém a receita?
Dentro do Google, sabemos que existem espaços específicos para anúncios
e estes são específicos ao contexto da busca. Observe a figura 3 e note que há
dois destaques mostrando os anúncios para a chave de pesquisa “floricultura
ribeirão preto”.
capítulo 1 • 31
Para aparecer nestes espaços, os anunciantes pagam por isso e por um valor
que se inicia com U$ 0,01. É feita uma opção no pagamento: ou o anunciante
paga por exibição do anúncio ou pelo clique.
Dependendo da palavra-chave que o usuário digita, os anúncios são monta-
dos na área de contexto. O mesmo fato ocorre para vídeos do YouTube e outros
serviços do Google. Observe que, na figura 3, há um mapa do Google Maps sen-
sível ao contexto, que mostra pontos de localização de anunciantes.
Portanto, daí vem uma parte da receita.
Para os proprietários de sites, blogs, vídeos e outros produtos da Google,
existe um produto chamado AdSense, que também é uma fonte alternativa de
renda para eles (proprietários). Neste caso, a Google entra como um intermédio
entre o anunciante e o proprietário do site ou blog que permitiu a colocação
de anúncios. Neste caso, parte do valor que é pago pelo anunciante, vai para o
proprietário do site e, deste modo, todos ganham. Portanto, quanto mais visu-
alização tiver o site, mais chance que um determinado anúncio seja clicado e,
sendo assim, mais rendimento para os envolvidos.
Além de ter essa parte de assuntos, a Google também ganha com o inves-
timento em novas tecnologias (vide Google Glass) e a criação de produtos sob
encomenda para grandes empresas.
Sabemos que o Google não é o único mecanismo de busca presente na Inter-
net. Observando novamente a figura 3, exceto o Baidu, o outro motor de busca
que conhecemos é o Yahoo. Este já foi antes da hegemonia do Google o motor
de busca mais usado no mundo.
A história da Yahoo tem algumas coincidências com a trajetória da Google. A
primeira é que os fundadores do Yahoo, David Filo e Jerry Yang, também foram alu-
nos da Universidade de Stanford, a mesma que abrigou os fundadores da Google.
A Yahoo também foi criada devido ao seu mecanismo de busca, porém
atualmente, com a concorrência da Google e a necessidade de diversificação
e competição, possui outros serviços na Internet como e-mail (muito popular),
portal de internet, diretório web, Yahoo Grupos e outros serviços como o Yahoo
Messenger, comunicador instantâneo muito utilizado até há pouco tempo por
boa parte dos usuários da Internet.
A Yahoo, durante a sua trajetória, também fez grandes aquisições como a
Google: comprou o até então popular Egroups (que deu base para o apareci-
mento e reforço do Yahoo Groups), também comprou o não menos popular
Geocities, o qual era um portal que permitia a seus usuários hospedarem pá-
ginas gratuitamente e o Rocketmail.
32 • capítulo 1
Atualmente, assim como a Google, a Yahoo possui serviços gratuitos para
usuários como o Yahoo Mail, Yahoo Maps, Finance, Groups etc., porém a Yahoo
oferece as suas buscas de uma maneira diferente do produto da Google.
Na verdade, o buscador da Yahoo teve seu início como um site no qual agrupa-
va links em categorias. Por isso ser um serviço inovador na Internet na sua época,
final da década de 1990, o sucesso foi certo. O buscador da Yahoo ainda mantém
as categorias de procura, diferente da forma usada pela Google.
Outra empresa que teve que fazer várias adaptações ao seu buscador para
poder competir com o buscador da Google foi a Microsoft. Atualmente, o bus-
cador que é distribuído juntamente com seu navegador de internet e sistema
operacional é o Bing, mas ele já teve outros nomes como Live Search, Windows
Live Search e MSN Busca.
O Bing foi lançado oficialmente em 01 de junho de 2009 e um fato inte-
ressante associado a ele foi que, no dia 04 de junho de 2009, três dias após
o seu lançamento, já era o segundo motor de busca mais utilizado (exceto o
Baidu), perdendo apenas para o Google. Atualmente, pelo gráfico da figura 1,
nota-se que há uma ligeira diferença para o Yahoo, poré, de maneira geral, é
um empate técnico.
A Microsoft precisou ter um espírito inovador muito grande também para
não só combater o Google, mas também fazer frente ao buscador da Yahoo, o
qual sempre foi mais usado que os buscadores da Microsoft. Como vimos, a
quantidade de versões diferentes do buscador é uma prova disso. Foram neces-
sários vários aperfeiçoamentos.
A Yahoo e Google já haviam aperfeiçoado os seus motores de busca, colo-
cando indexações de imagens, arquivos de vídeo e até mesmo sons. O Bing pre-
cisou superar estes desafios.
Os diferenciais que a Microsoft implementou foram: página principal me-
nos poluída, sugestões automáticas, pré-visualização de documentos encon-
trados, respostas mais rápidas, além dos separadores rápidos, janela de explo-
ração, histórico de sessão, procuras relacionadas, vídeos, notícias e imagens,
recursos também presentes nos outros buscadores. O Bing possui ainda algu-
mas outras funcionalidades que são as quatro áreas de pesquisa: saúde, local,
viagens e compras.
Segundo a Microsoft, a ideia do Bing é fazer dele uma máquina de decisão
na qual o próprio site irá decidir pelo usuário qual o melhor tipo de site que ele
está procurando.
capítulo 1 • 33
Para finalizar, estes três buscadores e empresas possuem algumas similarida-
des. Entre elas, a principal é sem dúvida a inovação. As empresas que se lançam
na Internet precisam ter o espírito inovador muito forte para poder sobreviver.
De fato, a Google, com seus novos algoritmos de busca e forma de capta-
ção de recursos financeiros inovou o mercado e fez com que principalmente a
Yahoo, que dominava o mercado até então, acordasse para esse novo mercado
de procura de informações.
Basicamente as três empresas possuem os mesmos tipos de serviço e forma
de captação de recursos, mas, sem dúvida, a superação dos problemas ocasio-
nados pela concorrência, o investimento em novas tecnologias, agregados a
uma forte veia de inovação são os maiores exemplos deste estudo de caso.
As lições aqui apresentadas servem como estímulo para as novas empresas
e serviços virtuais, pois o desafio é grande, muitas portas poderão ser fechadas,
mas as oportunidades que forem apresentadas, devem ser aproveitadas.
ATIVIDADE
1. Com suas palavras e baseado no que foi visto neste capítulo defina e-commerce e e-bu-
siness e dê exemplos de sua utilização pelas organizações.
2. Pesquise na internet alguns sites e escolha um para comentar sobre os serviços exis-
tentes nele que seguram a atenção do usuário e passem a confiança de que o usuário
será bem atendido.
3. Você conseguiria esboçar uma estrutura de banco de dados, servidores, conexões de um
site de comércio eletrônico integrado ao ERP corporativo? Não precisa ser detalhado,
a ideia aqui é saber separar os componentes tecnológicos de uma infraestrutura que
suporte um site de e-commerce.
34 • capítulo 1
4. Pesquise na internet algum exemplo de BW (Business Web) e comente rapidamente
sobre o exemplo pesquisado.
5. Imagine que você tenha uma grande loja de calçados com várias unidades espalhadas
pelo Brasil. Quais as atividades e funções poderiam ser terceirizadas? Lembre-se da
integração entre as lojas, a integração tecnológica e o e-business como um todo.
6. Entre as 10 regras apresentadas para e-business qual delas chamou mais a sua atenção
e por quê?
7. Dentre as regras sobre e-business apresentadas, quais delas você considera a mais
difícil de ser seguida. Por quê?
8. Creio que você conhece o ebay.com e o mercadolivre.com. O que estes sites fazem para
encorajar a confiança em ambos os lados do leilão: o comprador e o vendedor?
1. Pesquise na internet outras formas de e-business diferentes das comentadas neste
capítulo. Escreva uma pequena descrição sobre os propósitos de negócios que você
encontrou.
REFLEXÃO
Vimos neste capítulo, os principais conceitos relacionados com e-business e e-commerce. É
muito importante saber diferenciá-los e posicioná-los dentro de uma empresa. O papel do ges-
tor de TI nesta situação é, em primeiro lugar, compreender as implicações de negócio que
existem ao se usar a tecnologia nos processos de negócio da empresa, a relação entre a cadeia
de fornecedores e saber integrá-los via sistema e demais ferramentas tecnológicas disponíveis.
Com estas ferramentas e com o conhecimento dos negócios da empresa, seu direcionamento
e estratégia, e devidamente alinhado com os executivos da empresa, é objetivo do gestor de TI
juntar estas duas áreas e propor meios e caminhos de viabilizar os desejos corporativos em
relação à sobrevivência no mercado, na conquista e manutenção de novos clientes e atualiza-
ção tecnológica. Este é o seu desafio! Bom trabalho!
capítulo 1 • 35
LEITURA
A internet é uma grande fonte de referência de leituras na área de e-busines. A seguir
indicamos alguns artigos interessantes para você. Recomendamos a leitura para comple-
mentar o que foi explicado neste capítulo.
• Como funciona o comércio eletrônico. Disponível em: <http://informatica.hsw.uol.com.
br/comercio-eletronico.htm>. Este é um excelente site, muito prático e com alguns
links de vídeos os quais explicam como funcionam os sites de comércio eletrônico.
• Wikibooks: E-commerce and E-business. Disponível em: <http://en.wikibooks.org/
wiki/E-Commerce_and_E-business>. O Wiki Books é um site que oferece vários livros
eletrônicos. Entre eles recomendo a leitura dos links presentes no Wikibook de E-business
e E-Commerce. Em inglês.
• Logística e comércio eletrônico. Disponível em: http://www.spi.pt/negocio_electronico/
documentos/manuais_PDF/Manual_VI.pdf. Trata-se de um livro eletrônico que aborda
as questões envolvendo a cadeia de suprimentos e o comércio eletrônico.
• Comércio eletrônico: benefícios e aspectos de sua aplicação. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-75901998000100006&script=sci_arttext>.
Excelente artigo de 1998 o qual mostra que desde o final da década de 90, o comércio
eletrônico possui conceitos e tendências aplicados até os dias de hoje.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BBC BRASIL. BBC Click: Facebook está perto de 1 bilhão de usuários. BBC Brasil, 2012.
Disponivel em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2012/04/120426_vi-
deoclickebc.shtml>. Acesso em: 1 maio. 2012.
36 • capítulo 1
JUNIOR, C. F. F. E-business: internet, tecnologia e sistemas de informação na administração
de empresas. 3a. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
LAUDON, K.; LAUDON, J. Sistemas de informações gerenciais. 9ª. ed. São Paulo: Pearson, 2010.
RAPPA, M. Business Models on the Web: Managing the digitalenterprise. Disponível em:
<http://digitalenterprise.org/models/models.html>. Acesso em: 30 abr. 2014.
SIQUEIRA, L. D.; CRISPIM, S. F. Modelos de negócio na era digital. Revista Espacios. Vol. 33
(7) 2012. Pág. 21.
VENKATRAMAN, N.; HENDERSON, J. Real strategie for virtual organizing. Sloan Manage-
ment Review, v.40, n.1, pp.33-48, Fall 1998.
WELZEL, E. Estudo sobre características virtuais: Afinal, o que é uma organização virtual?
In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção ENEGEP 2001, Salvador, BA. Anais do
Enegep 2001. Porto Alegre: UFRGS. PPGEP, 2001.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo vamos tratar das definições mais completas de e-business, seus
tipos e principais tendências e a parte de comércio eletrônico.
capítulo 1 • 37
38 • capítulo 1
2
Padrões de
E-business
2 Padrões de E-business
Neste capítulo, vamos esclarecer alguns conceitos relacionados a comércio
eletrônico e negócios eletrônicos. Como a Internet é nossa grande fonte de
pesquisa atualmente, encontramos muitas páginas que tratam destes dois as-
suntos como se fossem a mesma coisa; e não são. Você, futuro profissional de
informática, precisará saber muito bem a diferença entre esses dois conceitos
e saber contextualizá-los.
Ainda neste capítulo, vamos estudar alguns assuntos relacionados com comér-
cio eletrônico como formas de pagamento e tendências.
Bons estudos!
OBJETIVOS
• Conceito de e-business;
• Tipos de e-business;
• Tendências para o e-business;
• Conceito de e-commerce;
• Características do negócio eletrônico;
• Sistemas eletrônicos de pagamentos;
• Tipos de e-commerce.
REFLEXÃO
Você já deve ter feito alguma compra na Internet ou ao menos navegado em alguma loja
virtual. E o Mercado Livre, já entrou no site dele? No E-Bay? Percebeu a diferença que existe
entre eles? Neste capítulo, vamos estudar alguns tipos de comércio eletrônico para você
entender um pouco as diferenças.
40 • capítulo 2
2.1 Introdução
capítulo 2 • 41
2.2 Tipos de e-business
• Quais modelos são mais adequados para levar vantagem das novas
Modelos de e-business oportunidades de negócios?
• Quais são os processos empresariais que precisam mudar?
Estrutura estratégica lhe permite • Como você se transfere de um modelo existente para um novo modelo
competir no jogo eletrônico, refletindo a prontidão organizacional da sua empresa?
• Quais são os desafios que a administração tem de enfrentar quando
executa o novo modelo de negócios?
42 • capítulo 2
ser um pouco difícil, pois os segmentos de alta tecnologia estão constantemente
criando novos padrões de mercado o que dificultam a análise. Porém o resumo é:
após encontrar e explorar a tecnologia certa, criar novos padrões de jogo.
Uma vez que o padrão for encontrado, o próximo passo é estudar o modelo. O
modelo de e-business determina como a organização alcança a meta final. Assim
como em um jogo de xadrez no qual os movimentos iniciais determinam o de-
senrolar de toda a partida, os modelos fixam a estrutura tática de ação, incluindo
a competitiva e de comportamento do cliente.
Após o modelo ser estabelecido, o próximo passo é o projeto. Os projetos
representam a estratégia operacional de jogo e para isso, a empresa precisa ser
orientada devidamente para esta estratégia ser colocada em ação e iniciar as
mudanças organizacionais.
O projeto de e-business é iniciado com as respostas para as perguntas da figura
4. Estas respostas para as perguntas apresentadas e outras poderão dar uma base
para o gestor saber como encarar o mercado. Esta base fica operacional quando é
aplicada à atividade diária de mercado, baseada nas necessidades do cliente e em
seus próprios movimentos, posicionamento e experiência competitivos.
Esta nova abordagem deve ser dominada pelos gestores a fim de identifi-
car, entender e explorar o conhecimento obtido por meio da análise do negócio
usando a estratégia de padrão, modelo e projeto apresentados.
Vamos examinar a seguir os principais padrões de e-business emergentes
atualmente.
capítulo 2 • 43
Os canais eletrônicos operam e funcionam em vários modelos de negó
cios diferentes.
Esta abordagem procura usar o canal normal de marketing por meio de uma
melhoria a qual a tecnologia permite.
A forma mais simples de aprimoramento da transação é fornecer informa-
ções dentro de um formato de pré-venda. Isto significa tornar a informação de
marketing disponível em meio eletrônico a partir do fabricante, ou distribuidor.
Desta forma, a presença on-line é usada somente para compartilhar informações.
Neste caso, a transação ocorre off-line e sem a presença da internet ela não seria
possível. Portanto, as vendas podem não ser consideradas de comércio eletrônico,
mas, de qualquer forma, criam um vínculo com uma fonte de canal eletrônica.
Uma outra forma de aprimoramento a transação ocorre via internet com
a transação ocorrendo on-line. Porém as empresas que adotam este tipo de
aprimoramento não devem esquecer da sua participaçãooff-line: ou seja, a
internet é usada para promover a transação porém a loja física deve possuir
os mesmos produtos e facilidades encontradas on-line.
O aprimoramento da transação aumenta ou substitui o método de transa-
ção antigo, mas na maioria dos casos não altera outros aspectos do processo.
44 • capítulo 2
2.2.4 Expansão do canal eletrônico
Click and Brick vem da junção dos termos Brick and Mortar e Click and Order.
Atualmente percebemos que as empresas da velha economia (brick and mortar)
estão procurando cada vez mais a participação on-line e por sua vez, as empre-
sas da nova economia procuram solidificar-se pela construção de estabeleci-
mentos físicos a fim de fortalecer o seu mundo virtual.
Sendo assim, o termo click and brick aparece pois permite que negóciosoff-
-line lucrem ao associarem-se com a presença on-line emergente. As tendências
mostram que empresas que adotam o click and brick provavelmente terão mais
chances de sucesso por adotar este modelo de negócio híbrido.
A Amazon novamente é um caso de sucesso nesta área também. Há algum
tempo a Amazon se uniu à empresa Toys “R” Us. Neste negócio, a Toys “R” Us
fornecia o produto enquanto que a Amazon o venderia e o entregaria por meio
de um novo site de brinquedos e vídeo games com ambas as marcas.
capítulo 2 • 45
ATENÇÃO
• Brick and Mortar: a literatura refere-se a este termo quando cita empresas de varejo
tradicional as quais possuem uma localização física para suas operações, mas também
possuem presença na internet.
• Click and Order: Clicar e pedir. São empresas da nova economia cujas vendas ocorrem
pela internet.
• Click and Brick: são empresas que misturam conceitos e características da nova e velha
economia com participação na internet porém com lojas e estabelecimentos físicos.
Portanto, uma vez que os gestores da velha economia estão percebendo que as pes-
soas poderão fazer tudo pela internet, eles também estão percebendo que um dos me-
lhores ativos para a venda on-line é ter um negócio, ou uma loja, “off-line”.
O modelo click and brick coloca o cliente no centro do processo de negócio
pois ele pode comprar pela internet e pegar o produto na loja ou fazer o pedido na
loja e solicitar a entrega em casa. Aumentam as possibilidades! Qualquer proble-
ma que eles tenham pode ser resolvido em qualquer lugar.
Click and
Brick
46 • capítulo 2
Este padrão é construído segundo os seguintes conceitos:
• Lojas físicas podem oferecer facilidades e serviços personalizados bem
maior do que qualquer coisa na internet. No modelo click and brick você
pode fazer o pedido via internet e pode trocar o produto na loja da empresa.
E enquanto estiver na loja, um vendedor pode consultar todo o seu histórico
e oferecer produtos similares.
• A marca importa mais do que nunca na internet. As vitrines das lojas físicas
oferecem um atrativo muito maior do que existente na internet. Por mais
que marcas como Amazon sejam conhecidas na internet, os maiores com-
pradores podem não conhece-las e serem ainda fiéis às marcas tradicionais.
Dessa forma, as vitrines também servem como porta de entrada para os sites
e tráfego pela internet.
Portanto, a base para uma empresa que opta pela estratégia de click and brick
com sucesso, é a velocidade e o momento em que tem a sua operação on-line ativa
e funcionando. Porém, é óbvio que as estratégias click and brick não são fáceis pois
exigem flexibilidade, recursos, habilidades de recrutamento e políticas para reali-
zar uma aventura on-line híbrida e bem sucedida.
A figura 5 representa uma balança envolvendo os recursos de brick and mor-
tar e click and order. Observe que é um difícil equilíbrio, porém não impossível
de ser estabelecido desde que as estratégias apresentadas anteriormente este-
jam bem claras e definidas.
capítulo 2 • 47
2.2.6 O padrão de portal eletrônico
1 Killer Apps ou “aplicativos assassinos” é um termo usado na informática para representar softwares essenciais
ou fundamentais em uma determinada área. Por exemplo, o Microsoft Office é um killer app na área de computação
pessoal, pois sem softwares como editores de texto, planilhas eletrônicas e outros, as pessoas comuns não terão
muito uso de um computador pessoal.
48 • capítulo 2
Mas o poder de compra existente entre os usuários dos portais é considera-
velmente grande. Isso força os varejistas on-line, principalmente aqueles que
são concorrentes recentes, ou aqueles que não podem atrair os clientes direta-
mente, a oferecer seus produtos nos superportais. É uma questão de discussão
bastante polêmica, não?
Além dos superportais, outro tipo de portal eletrônico muito comum e interes-
sante para as empresas da nova tecnologia são os portais de leilão. Os portais de lei-
lão permitem que compradores e vendedores se encontrem e se envolvam em tran-
sações sem que sequer se conheçam e com bons resultados para ambas as partes.
Por meio dessas transações, com pouca ou nenhuma burocracia, o comprador
consegue encontrar algum item difícil de ser encontrado normalmente e, às vezes,
por um preço até melhor do que no mercado tradicional e o vendedor consegue
um bom preço pelo produto. Além disso, os portais de leilão vão além de ser um
ambiente de compra e venda, pois expandem suas possibilidades abrangendo ver-
dadeiras comunidades de colecionadores, aficionados e entusiastas de um deter-
minado assunto que passam muito tempo na internet.
Vamos tomar como exemplo o e-Bay, um dos sites deste tipo mais antigos
que existem. O seu modo de funcionamento é basicamente assim: a mercado-
ria é posta à venda e fica disponível a lances dentro de um limite de tempo es-
tipulado pelo vendedor. O vendedor pode colocar um limite mínimo de venda,
chamado de preço de reserva. Os vendedores pagam uma comissão para o e-Bay
que varia de 1,25% a 5% da quantia da transação, que é inversamente proporcio-
nal ao valor da transação. O e-Bay estima que mais de 75% dos itens conseguem
ser vendidos na primeira postagem com sucesso.
capítulo 2 • 49
O mercado eletrônico funciona como um intermediário de confiança cujos
procedimentos da empresa e de tecnologia, uma vez bem integrados, economi-
zam custos e agilizam o processo de compra e venda.
A tabela 1 apresenta os vários tipos de construtores de mercado eletrôni-
co. Os construtores obtém suas receitas por meio de algumas formas:
• Modelo de negócio de transação – neste modelo, o construtor de mercado
ganha uma porcentagem da quantia de transação global e a taxa é dividida
frequentemente entre o comprador e o vendedor.
• Subscrição – neste modelo, o construtor cobra uma taxa fixa, com base
no número de transações completadas.
50 • capítulo 2
CONCEITO MODELOS DE NEGÓCIOS DE MERCADO ELETRÔNICO
Os agregadores de catálogo ajudam a normalizar a informação que
Agregadores provém de diferentes fontes para garantir a comparação de produ-
de catálogo tos e serviços semelhantes. Funcionam como distribuidores virtuais,
mas não tomam posse de bens.
capítulo 2 • 51
• Altos custos de comparação de produtos – geralmente os compradores
têm dificuldade em comparar produtos semelhantes de vários vendedo-
res, porque, muitas vezes, eles não são diferenciados claramente (devido
às várias características dos produtos).
Estamos vivendo uma época com vários produtos em meio digital: software,
músicas, vídeos, notícias e outros. Já temos a possibilidade de adquiri-los via
web como se fossem um produto físico qualquer e o emergente negócio digital de
bens está aumentando cada vez mais. Os produtos podem ser produzidos, entre-
gues, consumidos e licenciados eletronicamente.
A forma pela qual os bens digitais estão sendo usados e comercializados já
está mudando. Atualmente com as SmartTv’s e videogames é possível navegar
na internet, entrar em um site de compra de filmes, fazer o download e assisti-lo
quantas vezes o cliente desejar (sem sair do sofá!).
Logo, esse mercado de fornecedores de bens digitais também é emergente
e cada vez mais promissor.
Existem três tipos de atividade empresarial que caracterizam o mercado de
bens digitais:
• Tecnologias para o usuário final, serviços e produtos de alta qualidade
dão aos consumidores e às empresas as experiências que eles exigem;
• Plataformas de software e de hardware dão suporte a modelos de negócio
que são expansíveis e sustentáveis para a indústria de produtos digitais
• Uma infraestrutura de distribuição faz com que os produtos digitais
sejam entregues de uma maneira mais rápida, fácil e a um custo mais
baixo em qualquer lugar e com qualquer produto.
52 • capítulo 2
O usuário, de posse desta conta, pode baixar aplicativos, músicas, papéis
de parede e outras mídias gratuitamente no seu celular ou tablet ou depen-
dendo do software testá-lo por um limite de tempo e depois comprá-lo, de
modo semelhante ao que ocorre com os softwares de computadores pessoais.
CONEXÃO
Na internet, a possibilidade de assistir vídeos em alta qualidade baixados ou transmitidos pela
internet é chamada também de vídeo por demanda. Os links a seguir mostram alguns sites
como exemplos de produtos que podem ser completamente adquiridos on-line:
• <www.netflix.com.br> e <www.netmovies.com.br>: esses sites proporcionam ao consumi-
dor a ter uma conta mensal e por meio dela poder escolher dentre uma variedade enorme de
itens de filmes, os quais podem ser baixados via internet por qualquer SmartTv, computador
ou até mesmo console de vídeo games.
• <www.sky.com.br>: essa é uma empresa que oferece serviços de TV por assinatura e
possui uma modalidade de vídeo por demanda também. Por meio do mesmo aparelho de-
codificador usado para os outros canais, o cliente pode escolher por assistir filmes que são
disponibilizados por demanda.
• <www.spotify.com>: esse site oferece música por demanda. O usuário pode baixar um apli-
cativo no seu celular ou computador e pedir músicas por meio de uma conta gratuita (e limita-
da) ou paga (e sem limites). Existem outros sites semelhantes como o <www.itunes.com> o
qual permite que o usuário baixe além de músicas, aplicativos e outras mídias.
2.2.9 Conclusão
capítulo 2 • 53
disto estabelecer uma ponte entre o real e o virtual.
Além disso, estabelecer uma boa cadeia de suprimentos que sustente o co-
mércio e demais participações on-line é fundamental.
Percebemos, que entender os modelos e seus relacionamentos com a em-
presa é uma tarefa que demanda estudo e conhecimentos provenientes de
várias áreas como tecnologia, marketing e gestão como um todo. Usar estes
elementos, juntá-los e poder chegar a um modelo baseado em algum que foi
apresentado é uma tarefa multidisciplinar que necessita da participação do
Gestor de TI.
Portanto, estar “antenado” a estas variações e mudanças e propor soluções faz
parte do cotidiano do Gestor de TI e se preparar para este cenário é uma obrigação.
A evolução na área de Internet é muito rápida e fica difícil fazer previsões a respeito
das tendências, porém alguns autores como ASK (2014), BALARAMAN e KOSAL-
RAM (2012), INSTITUTE FOR GLOBAL FUTURES (2014) e ORACLE (2012) apon-
tam algumas características em comum.
Uma situação tem que ficar bem clara neste ponto. Nas pesquisas por ten-
dências de e-business, você poderá encontrar muitas referências confundindo
os termos e-commerce e e-business. Como já tratamos disso no início deste capí-
tulo, as tendências apresentadas referem-se exclusivamente a e-business.
• As empresas aprenderão a administrar os relacionamentos de clientes virtu-
almente servindo suas necessidades 24 horas por dia, sete dias por semana.
• As empresas que permitirem a seus clientes personalizarem seus produ-
tos e serviços se destacarão.
• Buscar novos clientes e atingir melhor suas preferências por meio da In-
ternet vai se tornar uma prática-padrão.
54 • capítulo 2
• Serviços que estão baseados em redes sociais: frequentemente redes so-
ciais são confundidas com a Internet por pessoas menos informadas. O
“quero navegar na internet” para elas significa acessar e usar as redes so-
ciais. Portanto, baseado neste público cada vez maior e assíduo nas redes
sociais, vários serviços podem ser implementados e usados.
capítulo 2 • 55
• Collaborative clouds (Nuvens colaborativas): muitas pessoas já usam os
serviços em nuvem oferecidos na Internet. De acordo com os textos ana-
lisados, o mercado de computação em nuvem terá maior crescimento
nos próximos anos. Mesmo com várias pessoas usando a nuvem, assim
como as empresas, a tendência é que clientes e fornecedores acessem
o mesmo espaço nas nuvens para trocar informações e negócios, algo
parecido como um EDI (Eletronic Data Interchange – Troca eletrônica de
dados), ou “EDI-Cloud”.
• Big data e RTU Data (Ready to use data – dados prontos para serem usa-
dos): O Big Data já é um termo conhecido nas grandes empresas, porém
é um dilema para elas, pois as empresas mal conseguem lidar com seus
dados internos e seus sistemas, então como conseguirão tratar os dados
externos e os chamados não estruturados? A tendência em investimen-
tos nessa área será bastante acentuada nos próximos anos.
CONCEITO
BYOD (Bring Your Own Device – traga seu próprio dispositivo ou BYOT – Bring You Own
Tecnhology: traga sua própria tecnologia) é um termo empregado na política de segurança
56 • capítulo 2
e informática de algumas empresas, a fim de permitir que seus colaboradores usem os seus
dispositivos (smartphones, tablets, laptops) como pontos de rede dentro da infraestrutura
da empresa e como ferramenta de trabalho. É um conceito relativamente novo, cercado por
questões polêmicas. Por exemplo, o setor de TI de uma empresa precisará decidir se um
funcionário poderá com seu laptop acessar dados sigilosos ou não, porém há pontos positi-
vos, pois certamente a tecnologia que o funcionário trará de casa será mais moderna que a
oferecida pela empresa, além de tornar o funcionário mais produtivo.
capítulo 2 • 57
• Pagseguro: é outro tipo de sistema, desenvolvido pelo grupo do UOL,
de pagamento bastante conhecido e usado na Internet. Semelhante ao
PayPal, o comprador precisa ter uma conta no PagSeguro para poder re-
alizar a transação. O lojista também precisa ser cadastrado. Nesse caso,
o vendedor pode oferecer diversas formas de pagamento para o cliente:
parcelamento, boletos, transferência e outros.
58 • capítulo 2
Algumas empresas consideravam o comércio eletrônico como mais um ca-
nal de vendas, mas seu impacto é muito maior do que qualquer outro canal.
Já mostramos as grandes vantagens existentes para compradores e vende-
dores com o comércio eletrônico e vimos o impacto que o e-business e suas ativi-
dades, incluindo o comércio eletrônico, e o tanto que é relevante para os custos
de transação.
Os executivos, em relação especificamente ao comércio eletrônico, preci-
sam estar preparados para algumas perguntas típicas e fundamentais sobre
comércio eletrônico:
• Quais os produtos e serviços devemos vender eletronicamente?
• Como devemos projetar nossa loja on-line?
• Como evitamos a canibalização de nossos canais de vendas existentes?
• Quais incentivos devemos fornecer para a cooperação entre os responsáveis
pelas vendas e distribuição tradicionais e eletrônicas?
• Quanto devemos investir no comércio eletrônico? Qual é o provável re-
torno?
capítulo 2 • 59
Os negócios eletrônicos são uma necessidade competitiva e as empresas
prestadoras de serviços nesta área sabem disso. Atualmente, em hospedagens
de sites por grandes provedores, é possível encontrar pacotes de instalação de
lojas eletrônicas cujo preço está embutido no valor da mensalidade. Existem
pacotes de software com várias opções e preços, naturalmente. Veremos isso
em outro capítulo.
60 • capítulo 2
E-tailing é um termo usado com muita frequência no comércio eletrônico. Basicamente
são as transações de venda de bens de varejo pela internet. É a abreviação de “varejo
eletrônico” (electronic retailing). O termo é usado nas discussões sobre internet desde
1995 e assim como outros termos que tem a letra “e” no início, como e-mail, e-book,
e-business, é outra palavra que faz referência a transações via internet. Alguns autores
tratam o e-tailing como um sinônimo para transações B2C (business to consumer –
empresa a cliente). As empresas que lidam com as transações deste tipo são chama-
das de e-tailers.
Desintermediação do varejista
Fornecedor Produtor Intermediação eletrônica Consumidor
na Internet
Legenda
Fluxo de mercadores Reintermediação
Fluxo de informações
Desintermediação
capítulo 2 • 61
Existem os e-tailers puros, que são empresas vendendo diretamente aos consu-
midores pela internet sem um canal físico de vendas. A Amazon.com é um exemplo.
Também existem os varejistas de lojas reais (tijolo e cimento) que são os
que fazem negócios no mundo físico, fora da internet, em lojas tradicionais
(ex. Casas Bahia – até pouco tempo atrás, pelo menos!).
Já o último tipo é o varejista de cliques e cimento que possui uma loja real a
qual agregou um negócio de transações (ex. Americanas.com).
62 • capítulo 2
Compradores Vendedores
Empresa A Empresa A
Empresa B Empresa B
Empresa C Empresa C
Vendedor Comprador
Empresa D Empresa D
Serviços
Outros
Vendedor Comprador Governo Compradores
Distribuidor Vendedores
Bolsa Comunidade
(hub)
Associações
Universidades setoriais
O mercado para comércio eletrônico B2B é muito maior do que o B2C. En-
tre as empresas, o volume e valor das operações é muito superior ao mercado
de clientes comuns. As empresas compram matérias-primas acima e abaixo da
cadeia de suprimentos.
Por exemplo, estima-se que a GM gaste 85 bilhões de dólares por ano
com seus fornecedores, a Ford 80 bilhões e a Daimler Chrysler 73 bilhões.
A indústria tem automatizado esta troca entre empresas com o EDI há muitos
anos, mas EDI é uma tecnologia orientada a lotes e não necessariamente co-
necta o comprador e o vendedor de uma maneira tão próxima quanto a internet.
O valor do comércio B2B não está no relacionamento entre comprador-ven-
dedor, mas sim nas transações através da cadeia de suprimentos. Por exemplo,
as indústrias de vestuário e gêneros alimentícios têm sido líderes na criação de
conexões eletrônicas nas suas cadeias de suprimentos desde muito antes da in-
ternet ter se tornado disponível para fins lucrativos.
capítulo 2 • 63
No segmento de vestuário, a abordagem é chamada de QR (Quick Response
– resposta rápida) e envolve os varejistas comunicando vendas para seus fornece-
dores, os quais, por sua vez, são responsáveis por abastecer os estoques das lojas.
No segmento de gêneros alimentícios, a abordagem é chamada de ECR (Ef-
ficient Consumer Response – Resposta eficiente ao consumidor) e usam dados
dos leitores de código de barra dos caixas para pedir automaticamente reposi-
ção de um depósito da empresa ou de um fabricante.
Usando o exemplo do Walmart, muito do sucesso que foi obtido por eles,
principalmente nos EUA, é devido ao uso intenso de TI com os seus fornecedo-
res para poder diminuir seus custos. No caso do Walmart, o estoque de muitas
lojas é controlado pelos fornecedores, dessa forma, os custos de processamen-
to de transações e manipulação de mercadorias diminuem e consequentemen-
te o preço para o cliente acaba ficando menor.
Uma empresa possui algumas opções. A primeira é fazer acordos com seus
fornecedores primários e encorajá-los a comunicar suas demandas a seus for-
necedores, gerando uma cadeia de demanda.
Com o tempo isto fornecerá a todos na cadeia de suprimentos informações
precisas a respeito do que está sendo consumido e pedido no final da cadeia.
Um exemplo que pode ser citado é o da Cisco Systems2. Quando a era das
empresas ponto com terminou e as vendas de equipamentos para computado-
res começaram a cair drasticamente, a Cisco teve uma perda de cerca de 2 bi-
lhões de dólares em estoque o qual não poderia usar. O problema maior é que
este estoque não estava na Cisco e sim nos locais de seus fornecedores secun-
dários e nos fornecedores destes.
Como a Cisco mantinha boas conexões eletrônicas com seus fornecedores
primários, fez algumas propostas de realizações de leilões. Os fornecedores pri-
mários por sua vez, levaram a proposta para os seus fornecedores dois ou mais
níveis abaixo deles, e estes viram demanda para 10000 novos roteadores (por
exemplo) vindas de cada um dos três fornecedores primários fazendo lances
para a produção de roteadores.
O nível mais baixo viu demanda para 30000 e não 10000 peças de equipa-
mentos. A Cisco então trabalhou em um sistema que tornou a demanda visível
por toda a cadeia de suprimentos.
2 A Cisco Systems é uma das maiores empresas fabricantes de componentes e equipamentos de rede do
mundo. Seu site no Brasil é: http://www.cisco.com/web/BR/index.html
64 • capítulo 2
Então, ao invés de desenvolver sua própria cadeia de suprimentos e cone-
xões, a indústria trabalha na direção de facilitar o comércio eletrônico em um
determinado ramo.
Uma terceira opção é comprar software projetado para integrar parceiros de
negócio e suas cadeias de suprimentos. Existem vários fornecedores deste tipo
de software no mercado. As principais empresas de ERP possuem módulos que
realizam esta tarefa.
CONEXÃO
A i2 Global Network é um espaço de colaboração de Internet que permite aos compradores,
fornecedores e mercados se conectarem rapidamente entre si e usar os serviços de rede
da i2 de conteúdo, colaboração e comércio. Os serviços de rede da i2 permitem à empresa
estender suas iniciativas de procura eletrônica de compras e de colaboração além dos for-
necedores primários. Esta abordagem única de integração de cadeias de valor baseada em
serviços permite que a empresa obtenha maior retorno sobre investimentos em iniciativas
de procura eletrônica de compras, bem como colaboração entre múltiplas empresas. A i2 foi
comprada em 2010 pela JDA Software porém seu software de cadeia de suprimentos ainda
existe e é comercializado. O site é <http://www.jda.com/>.
capítulo 2 • 65
Cliente
Consumidor empresarial
Loja eletrônica
do fornecedor
66 • capítulo 2
No nosso contexto, marketplace, ou e-marketplace, também chamado de e-hub (con-
centrador eletrônico) é uma forma de proporcionar mercado digital com tecnologia
de internet para muitos compradores e vendedores diferentes (LAUDON e LAUDON,
2010). Os e-marketplaces pertencem a setores ou operam como intermediários in-
dependentes entre compradores e vendedores. Geram receita com transações de
compra e venda e de outros serviços prestados aos clientes. Os participantes de um
e-marketplace podem definir preços on-line por meio de transações como negocia-
ções, leilões, pedidos de cotação ou podem usar preços fixos.
Já vimos um pouco sobre este termo anteriormente “escondido” nos textos que
apresentamos os modelos e assuntos relacionados com comércio eletrônico.
C2C vem do inglês Consumer to Consumer (Consumidor ao Consumidor).
Como o nome já diz, é um tipo de comércio eletrônico desenvolvido diretamen-
te entre pessoas físicas por meio da internet. Como este tipo de comércio não
envolve produtores e sim consumidores finais somente, também é chamado de
comércio eletrônico “um para um”.
As transações são feitas por meio de um site ou portal o qual funciona como
um intermediário técnico e administrativo. Estas empresas ganham sobre uma
comissão baseada na venda dos produtos comercializados e também com pro-
pagandas de terceiros ou também sobre uma taxa única de transação. Estes sites
não possuem nenhum envolvimento com os produtos anunciados e também
não exercem influência no valor da transação.
Este modelo possui algumas vantagens:
• ele reduz os custos com a divulgação e publicação
• um sistema fornecido por intermediários normalmente administra as
transações
• o produto pode ser customizado pois existe um contato direto com o
vendedor. E devido a isto, formas de pagamento e entrega alternativas
podem ser combinadas diretamente entre os envolvidos.
capítulo 2 • 67
E também possui algumas desvantagens:
• A garantia do produto ou mesmo sua documentação podem não existir.
Muitos dos produtos são usados e por exemplo, peças de reposição po-
dem não existir.
• A entrega é feita muitas vezes por um terceiro, por exemplo, pela empre-
sa de correios ou outras transportadoras. E devido a isto a entrega sai da
responsabilidade de quem está vendendo.
• A confiança é o fator principal entre os envolvidos, ou outro critério. Sen-
do assim, o risco de um negócio mal feito existe e neste caso, cabe ao
vendedor e comprador resolverem os problemas existentes.
68 • capítulo 2
Existem outros modelos de comércio eletrônico pouco comentados e explo-
rados pela bibliografia, entretanto não deixam de ser importantes e de uma for-
ma ou outra acabamos comentando sobre eles neste material:
• C2C (consumer to consumer – consumidor a consumidor) – neste caso, exis-
tem muitos sites que oferecem serviços de classificados, leilões e fóruns
nos quais os usuários podem fazer negócios por meio de sistemas de pa-
gamentos on-line como o PayPal.
• B2E – algumas empresas usam a rede interna, e não necessariamente a
internet, para oferecer a seus funcionários este tipo de comércio (Busi-
ness to employees – empresas a empregados).
• Formas de comércio eletrônico envolvendo transação com governos.
Neste caso, envolve transações envolvendo impostos ou licitações:
• G2G – Governo a governo.
• G2E – Governo a funcionários.
• G2B – Governo a empresas.
• B2G – Empresas a governos.
• G2C – Governo a cidadão.
• C2G – Cidadão a governo.
CONEXÃO
A tecnologia usada em muitos serviços de hospedagem de internet é a tríade Linux +
MySQL e PHP. Devido à grande popularidade destes componentes aliados à possibilida-
de de serem softwares open source fez com que várias empresas desenvolvessem siste-
mas prontos e configuráveis para que usuários com pouca experiência técnica pudessem
configurar e montar uma loja virtual. Entre esses softwares podemos destacar:
• Hikashop (http://www.hikashop.com/). Desenvolvido pela empresa Hikari Software, é um
módulo de extensão do CMS Joomla e possui uma grande variedade de ferramentas de marke-
ting, estatísticas e um bom painel de controle.
• Simple Caddy (http://atlanticintelligence.net/): criado pela Atlantic Intelligence. Também
oferece várias ferramentas para uma instalação fácil e rápida de um carrinho de compras.
• Opencart (http://www.opencart.com/): oferece uma solução prática de um carrinho de
compras de código aberto.
• Virtue Mart (http://virtuemart.net/): também é um modulo de extensão do Joomla e é
um dos sistemas de e-commerce mais populares de código aberto.
capítulo 2 • 69
2.6 Estudo de caso: Mercado Livre
Um dos grandes sites que o brasileiro conhece, segundo o Prêmio Top of Mind
da Internet (UOL, 2013), é o Mercado Livre. O Mercado Livre (ML) é um site des-
tinado ao comércio eletrônico e foi fundado em 1999. Atua em 13 países e se-
gundo o site institucional (MERCADO LIVRE, 2014) possui mais de 90 milhões
de usuários cadastrados.
Sua origem foi em 1999 quando o argentino Marcos Galperin, aluno da fa-
culdade de Stanford, começou a planejar o seu projeto e formar a sua equipe. As
operações começaram na Argentina e em pouco tempo expandiram para vários
países da América Latina.
A história do ML é parecida com várias outras encontradas na Internet. Além
da ideia original, foram necessários investimentos de terceiros para poderem
se firmar e também houve aquisição de outras empresas importantes na área
de comércio eletrônico.
Em 2001, o ML fez um acordo de parceria com o eBay para toda a América
Latina. O objetivo desta parceria foi melhorar aspectos tecnológicos e de inte-
ração e serviços com o usuário, além de terem adquirido a subsidiária brasileira
do eBay, o eBazar.
O ML também comprou o Lokau.com e o Arremate que eram plataformas de
negócios eletrônicos concorrentes e que, na época, começou a fazer bastante su-
cesso. Com a compra, todos os usuários do Lokau passaram a ser usuários do ML.
O objetivo inicial do ML foi disponibilizar uma plataforma on-line de ne-
gociação totalmente informatizada sem a intermediação humana. A ideia era
juntar vendedores e compradores, ou oferta e demanda, em um mesmo local. A
plataforma é dividida por temas e é possível fazer buscas dos produtos deseja-
dos. Os usuários poderiam ser empresas ou pessoas.
No ML é possível negociar por preço fixo ou na modalidade de leilão. Entre os
produtos, é possível encontrar casas, carros, barcos e outros produtos de grande
porte. Um dos destaques que este tipo de site oferece é a possibilidade de encontrar
itens difíceis de serem encontrados no mercado tradicional. Outra vantagem para os
vendedores é que eles podem atingir um grande número de compradores diferentes,
além do que normalmente conseguiriam no formato tradicional.
O ML oferece dois serviços principais:
• Plataforma de negócios on-line: é o que conhecemos e já comentamos. É
onde os compradores e vendedores realizam suas transações.
70 • capítulo 2
• Mercado Pago: este serviço é uma solução para pagamentos eletrônicos
no qual os usuários enviam e recebem pagamentos on-line de uma ma-
neira mais prática. O Mercado Pago é uma forma de pagamento e recebi-
mento não apenas para o ML (ele pode ser usado como uma forma de pa-
gamento em um site comum de comércio eletrônico), no qual o usuário
pode dividir a compra em até doze vezes com o cartão de crédito. A figura
6 mostra o funcionamento do Mercado Pago.
1 2 3 4
capítulo 2 • 71
Ainda mais, a navegabilidade e o design, embora tenha sido melhorados
ao longo dos anos, não é o ponto forte do site. Atualmente, com os recursos
da Web 2.0 usados em vários sites, percebe-se que o ML demorou um pouco
para adotar esses recursos mais modernos e melhorar a interação e navega-
bilidade do site. Para completar, o ML lançou recentemente sua plataforma
móvel a fim de atingir o crescente número de usuários que utilizam tablets e
smartphones para navegar na Internet.
Segundo dados do site do ML, 10% do volume transacionado no ML provêm
de dispositivos móveis.
Em contrapartida, a grande quantidade de usuários, a referência para pes-
quisa de preços, a presença de escritórios físicos onde a demanda exige e a ex-
periência da marca são pontos positivos.
O ML tem suas receitas provindas de várias fontes: os vendedores possuem vá-
rios tipos de anúncios com diferentes valores e estes de acordo com o escolhido
ficam em lugar de destaque no site. Além disso, existe uma parcela das transações
concretizadas que é recolhido pelo ML. O Mercado Pago também representa uma
parcela da receita.
Atualmente, com o crescimento das redes sociais na Internet, o ML criou uma
biblioteca de componentes e disponibilizou uma API (Application Programming
Interface – Interface de programação de aplicações) que permite a desenvolvedo-
res escreverem programas que integram os dados do ML com redes sociais e até
mesmo em sites que eles desenvolvem. Isso é muito importante para a marca.
Já foi citado neste estudo de caso que a empresa Mercado Livre possui uma
história bem comum a outras do seu ramo: uma boa ideia, um aporte de recur-
sos externos, aquisições de outras empresas do setor, parcerias, investimento
em tecnologia, investimento em relacionamento com cliente etc.
Com este estudo de caso, podemos perceber que a construção de um
bom produto envolve diversos fatores e principalmente planejamento. É
claro que a Internet é uma grande oportunidade de negócios, mas, no caso
do Mercado Livre, estamos tratando de uma empresa, cujo negócio princi-
pal é a Internet, ou seja, não existe uma loja física do Mercado Livre, não se
tratou de um negócio que já existia e partiu para a Internet.
Portanto, o planejamento é muito importante. Por ser uma plataforma
cheia de oportunidades, outros concorrentes vão aparecer e resta à equipe da
72 • capítulo 2
empresa, tanto de marketing como de estratégia, e com a participação fun-
damental do setor de tecnologia da informação, traçar planos de trabalhos
e novas técnicas para poderem sobreviver a um mercado extremamente con-
corrente e que pode mudar com rapidez.
O objetivo deste estudo de caso foi mostrar um pouco da história do Mer-
cado Livre e alguns detalhes que podem influenciar outros exemplos de em-
presas do mesmo segmento a planejar suas ações. Por meio das caracterís-
ticas apresentadas e situações, além de mostrar um pouco sobre a forma de
negócio do Mercado Livre, pode-se ter a noção de que apenas uma boa ideia
não é suficiente para se ter sucesso no mundo virtual.
ATIVIDADE
A seguir existe um estudo de caso, retirado do livro Tecnologia da Informação: tomada de
decisão estratégica para administradores, de Henry C. Lucas Jr (2006).
Estudo de Caso.
“No auge da economia ponto-com, especialistas céticos argumentavam que a maioria das
lojas físicas iria desaparecer; todos comprariam por meio do computador. A Egghead Sof-
tware fechou suas lojas físicas e se tornou uma loja virtual na internet, fundindo mais tar-
de com a onsale.com. Especialistas disseram aos comerciantes tradicionais para temer a
Amazon que logo se tornaria a Wal Mart da internet. Como se vê, estas previsões eram um
pouco exageradas.
Que tipos de produtos e serviços parecem mais acessíveis para venda pela internet?
Comerciantes físicos revidaram com atraentes sites na web. Alguns comerciantes estão colo-
cando quiosques nas suas lojas, de forma que o cliente possa encomendar um item que não
capítulo 2 • 73
esteja na loja usando o web site da empresa. Enquanto sábios oferecem o cenário de clientes
comprando em uma loja e usando os navegadores web de seus telefones celulares para verificar
o preço do item na Amazon, até agora a tecnologia não está colocada para este tipo de compra
eletrônico.” (LUCAS JR., 2006, p.225).
1. Você acha que as lojas físicas têm algo a temer quanto a estas previsões?
2. Como você vê as lojas físicas na internet competindo nos próximos cinco anos?
4. Por que a Amazon, um participante “puro” de internet, construiu depósitos pelos países que
atende?
5. Quais alternativas estarão disponíveis para os consumidores nos próximos anos?
2. Por que você acha que alguns especialistas esperam que o comércio eletrônico B2B ofus-
que o crescimento do comércio B2C?
REFLEXÃO
Como já temos comentado nos capítulos deste livro, o comércio eletrônico é uma realidade
que deve ser muito bem posicionada nas empresas. A popularização dos dispositivos que se
conectam facilmente à internet, a facilidade das operadoras de celular oferecerem aos seus
clientes planos de acesso a dados entre outros fatores, levam as pessoas a entrarem cada
vez mais em contato umas com as outras e as empresas a aproveitarem essas facilidades.
Nas redes sociais encontramos formas de comprar produtos e serviços, nos sites que usamos
para ler notícias, até nos nossos e-mails percebemos que existem formas das empresas anun-
ciarem seus produtos e nos tentam a pelo menos olhar o anúncio. Como o alcance é global, tal-
vez alguns destes cliques possam render algum tipo de negócio entre o usuário e o anunciante.
Logo, é importante que o gestor de TI pense nestes recursos e possibilidades que o comércio
74 • capítulo 2
eletrônico pode trazer à organização na qual ele trabalha e é responsável pela TI. Existem con-
ceitos fundamentais que estamos aprendendo e devem ser considerados juntamente com o
posicionamento estratégico da organização a fim de poder viabilizar e implantar com sucesso
o comércio eletrônico e fazer com que a organização tenha uma presença eficiente na internet.
LEITURA
Para um maior aprimoramento dos conhecimentos obtidos neste capítulo, selecionamos alguns
textos que podem ajudá-lo(a) a entender melhor os conceitos aqui detalhados. Alguns links são
em inglês, porém de fácil leitura. Recomendamos novamente a leitura de textos técnicos em
inglês a fim de poder treinar o vocabulário encontrado no mercado de trabalho.
• Comércio eletrônico e as relações de consumo. Jonábio Barbosa dos Santos. Disponível em:
<http://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_43/Artigos/comercio_eletronico.
htm>. Este artigo trata de algumas questões jurídicas envolvendo comércio eletrônico. Vale
a pena dar uma olhada.
capítulo 2 • 75
• Este link é muito interessante. Faz parte da série “Como as coisas funcionam”. Vale dar
uma olhada em todos os links desta página: <http://informatica.hsw.uol.com.br/comercio-
eletronico.htm>
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KALAKOTA, R.; ROBINSON, M. E-business: estratégias para alcançar o sucesso no mundo digital.
Porto Alegre: Bookman, 2002.
LAUDON, K.; LAUDON, J. Sistemas de informações gerenciais. 9ª. ed. São Paulo: Pearson, 2010.
TURBAN, E.; KING, D. Comércio eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo, vamos estudar os relacionamentos do marketing com o comércio eletrônico
para podermos entender como esses conceitos colaboram entre si e se integram.
76 • capítulo 2
3
Marketing na
Internet
3 Marketing na Internet
No início do comércio eletrônico o site com melhor aparência e criatividade ga-
rantia a atenção dos clientes e a prosperidade do e-negócio! Mas, com o grande
volume de informações que temos disponível hoje na internet, a grande quanti-
dade de opções de soluções, sejam produtos, serviços, em qualquer modelo de
e-business, tornou a competição imensamente acirrada.
Não basta mais ter o negócio mais “bonitinho”! Embora as questões de interfa-
ce com o cliente sejam de grande importância, um quesito sine qua non, divul-
gar é tão ou mais importante.
Acredito, pessoalmente, que com este volume de informações, o simples fato
de uma propaganda garantir que uma empresa apareça já é muito satisfatório.
Obviamente, não é só isto e não é tão simples assim, mas já é um começo.
A internet e, mais particularmente a Web, propiciaram aos executivos do marke-
ting novos meios e ferramentas de divulgação que podem ser usados exploran-
do-se muito a sinergia entre eles.
Para obtenção de sucesso num e-business é necessária gerar as visitas ao negó-
cio, ou seja, as possibilidades de receita. Mas, além disto, é importante guardar
informações dos clientes, registrar as visitas e analisar todos estes resultados
para campanhas promocionais e publicitárias muito mais eficazes.
A aliança entre o marketing na internet e o marketing tradicional é poderosa!
OBJETIVOS
• Aprender o conceito de e-marketing e e-marketplace;;
• Compreender a Internet e o novo paradigma do marketing;
• Entender o processo de decisão de compra.
REFLEXÃO
Você se lembra da última campanha pela internet que mais te chamou a atenção? E daquele
vídeo ou texto viral que te deixou curioso e fascinado? Vamos entender como eles são feitos
e como funcionam?
78 • capítulo 3
3.1 Publicidade e marketing na web
Diversas empresas tem adotado cada vez mais este tipo de mídia.
capítulo 3 • 79
350
Rádio
300
TV
TV a cabo
Milhões de usuários (nos EUA)
250
Internet
200
150
100
50
0
1922 1930 1938 1946 1954 1962 1970 1978 1986 1994 2000 2004
80 • capítulo 3
Encontrar um restaurante para jantar, analisar qual carro vai comprar, qual
terno está mais na moda vestir ou mesmo uma pesquisa escolar são todas tarefas
de busca. Mesmo quando você já escolheu um produto (pode ser no site de co-
mércio eletrônico onde pretende adquiri-lo) você irá até uma ferramenta de bus-
ca para descobrir: se o produto é bom, a reputação da empresa que fabrica (ven-
de, entrega, etc), o que outros consumidores acharam do mesmo produto, etc.
Desta forma, o consumidor acaba por consumir mais informações dos
produtos ou serviços do que propriamente a propaganda e, em muitos casos,
o conteúdo (as informações) sobre um produto num site passaram a ser mais
importantes do que o site ou a propaganda do mesmo.
É importante ressaltarmos que, quando falamos em conteúdo, logo nos
remetemos à ideia de texto. Isto, pois a web surgiu inicialmente como hiper-
textos & hiperlinks. No entanto, vejam o caso do Youtube (www.youtube.com)
em que existe uma quantidade muito grande de informações disposta em vídeos
e clipes. Para termos uma ideia da importância disto, vamos ao caso também da
Khan Academy (www.khanacademy.org) que é um site com quase 3.000 lições de
diversos conteúdos (em diversos idiomas) dispostos em vídeos no Youtube.
Logo, no Marketing de Conteúdo estamos lidando com a criação dos conteú-
dos de um produto e isto começa pelo planejamento. De acordo com (TORRES,
2009) as questões no planejamento devem ser:
• Quem é o público alvo – por exemplo, pessoas do sexo feminino com ida-
de entre 18 e 35 anos, das classes A e B. Perceba que estamos definindo
nosso público em função do sexo, idade e classe econômica. Isto melho-
ra a pergunta “Qual conteúdo”, pois nos permite ser mais específicos
quanto à produção.
• O que se pretende do público alvo – aqui precisamos definir o objetivo
da nossa comunicação com nosso público e isto deverá se alinhar com a
estratégia de marketing da empresa (de acordo com seu(s) produto(s) e/
ou serviço(s)).
• Como se comporta este público – você precisa saber (se não souber deve pes-
quisar) como se comporta o seu público, pois isto permite alinhamento de
seu produto e serviço às necessidades dos mais interessados (os clientes).
• Qual informação busca este público – este é um ponto interessante, pois a
informação de busca é diferente da informação de conteúdo. Por exemplo,
quando você está na dúvida se compra o celular X ou o celular Y o que você
busca (o que você digita) num site de pesquisa? Comumente nós digitamos
capítulo 3 • 81
a pergunta, certo? Assim: “o que você achou do celular X”, ou “devo comprar
X ou Y”. Só que, o que buscamos não é a pergunta, mas sim a resposta para
esta pergunta, correto? Por isto, ao definir conteúdo precisamos entender o
que o cliente pode buscar e o que ele realmente quer encontrar!
• Qual conteúdo devemos produzir para ele – neste ponto, como já sabe-
mos as respostas das outras perguntas, podemos diferenciar informa-
ção e conteúdo. Logo, se o cliente busca informações sobre qualidade e
preços de carros você deve produzir conteúdos com dicas sobre carros,
sobre componentes que devem ser verificados, sites que podem ser con-
sultados para avaliar um veículo, dentre outras.
• Como produzir esse conteúdo – aproveitando o exemplo anterior, já exis-
tem diversos sites sobre veículos. No entanto, ao invés do seu cliente visi-
tar uns 20 sites diferentes para obter o que deseja, você pode compilar as
informações num único local, sempre citando as fontes, pois além das
questões autorais que devem ser respeitadas, você permite que seu clien-
te se aprofunde no assunto.
Este tipo de recurso costuma ser um modo barato e eficaz para alcançar clien-
tes potenciais. Também chamado de e-mail marketing, este recurso vem sendo
cada vez mais utilizado pelas empresas para campanhas publicitárias, promo-
ções e outros. Muitas vezes, associadas aos Web Bugs (ver capítulo sobre priva-
cidade), este tipo de recurso permite registros dos acessos realizado, possibili-
tando que seja possível saber quais clientes leram as mensagens enviadas.
82 • capítulo 3
Claro que o e-mail também pode ser usado para melhoria do serviço ao clien-
te. Ao adicionar um link de e-mail o site oferece uma forma conveniente para que
os clientes forneçam suas opiniões e façam perguntas. É preciso, neste caso, que
o negócio possua suporte para lidar com volumes grandes de mensagens.
O e-mail também permite que o cliente receba informações sobre a localização
de seus produtos, rastreando-os e sabendo quando chegarão até sua residência.
É importante evitar que o e-mail seja enviado às pessoas não interessadas
em produtos ou serviços, ou seja, torne-se uma prática de spam. Isto pode dar a
uma empresa uma péssima reputação.
O E-mail Marketing é uma mensagem de correio eletrônico enviada e rece-
bida pela internet com a intenção de divulgar ou ofertar produtos e serviços
de determinada empresa, manter o relacionamento com a base disponível de
clientes ou ainda, disponibilizar atendimento ao consumidor.
As características do E-mail Marketing estão fundamentadas no respeito aos
destinatários das ações realizadas pelas empresas, dessa forma, o uso adequado
da internet propiciará que os resultados desejados possam ser alcançados, forta-
lecendo-se assim a sua marca, sua transparência como empresa idônea, estrei-
tando o relacionamento com o cliente de forma sólida e de confiança mútua.
Para a prática de se fazer o E-mail Marketing devem ser seguidas as boas prá-
ticas descritas abaixo:
• Ética: estar em conformidade com o Código de Ética da ABEMD, que deter-
mina como deve ser feito o marketing direto.
• Autorregulamentação de e-mail marketing: estar em conformidade com
o Código de autorregulamentação para prática de e-mail marketing, que
determina como este deve ser feito.
• Opt In: é necessária a permissão prévia (Opt In) do receptor, ou seja, ele deve
autorizar o envio da primeira mensagem. No caso de haver uma relação co-
mercial entre o remetente e o receptor, o envio da mensagem é permitido.
• Opt Out: toda mensagem enviada deve conter uma opção que permita ao
receptor cancelar o recebimento de novas mensagens.
• Uso do endereço eletrônico: durante o cadastro, o cliente deve ser in-
formado que o endereço eletrônico poderá ser utilizado para o envio de
mensagens comercias ou repassado a terceiros para a mesma finalidade
e engajados na mesma ética e política de envio. O cliente deve estar cien-
te de tal fato e concordar com o mesmo.
capítulo 3 • 83
• Tamanho de arquivos: o tamanho dos arquivos enviados, seja no corpo
do e-mail ou em anexos, deve ser limitado. Fica determinado que docu-
mentos no formato txt ou HTML não ultrapassem o tamanho maior que
12KB e as figuras do tipo Gif’s não estejam anexadas diretamente na
mensagem enviada, mas devem estar armazenadas no próprio servidor.
• Autoexecutáveis: arquivos autoexecutáveis não devem ser enviados, pois os
gerenciadores de e-mail são aptos a ler e executarem os mesmo, podendo
dessa maneira, efetuar algum processo que não seja desejado pelo receptor
da mensagem ou que possa disseminar vírus voluntariamente ou não.
• Relevância: a empresa que utiliza o e-mail marketing deverá considerar a re-
levância da mensagem para o cliente. O consumidor não se importa em re-
ceber mensagens comerciais, desde que seja relevante aos seus interesses.
• Frequência: o cliente deve optar pela frequência de recebimento das in-
formações entre as diversas alternativas a ele apresentadas. No caso da
impossibilidade de haver esta opção, deve-se deixar clara a periodicida-
de de envio das mensagens.
• Política de relacionamento: é conveniente que a empresa tenha clareza na
política de relacionamento adotada, dessa forma, poderá ser feito um con-
trato/compromisso formal com o consumidor mediante sua aceitação.
3.3.1 O Spam
84 • capítulo 3
se tornando uns dos principais problemas da comunicação, o envio não soli-
citado de mensagens em massa. Tal prática ficou conhecida como spamming,
os autores das mensagens como spammers e a mensagem enviada como spam.
O envio de cartas correntes para obtenção de dinheiro e os panfletos dis-
tribuídos nas ruas, assim como ligações telefônicas para ofertar produtos a
possíveis consumidores, são considerados os precursores do spam. Porém, agir
desta forma demanda certo investimento e trabalhar em grande escala pode
inviabilizar sua distribuição.
Com a internet e seu grande avanço em disponibilizar um canal de acesso
rápido e fácil, exigindo um investimento menor e com abrangência maior em
sua distribuição, disseminou-se dessa forma o envio de spam.
O surgimento do termo spam é acompanhado de controvérsias, mas defini-se
como o “nascimento oficial” na rede mundial, a data de 05 de março de 1994, quan-
do dois advogados, Canter e Siegel, enviaram aos usuários de um grupo de discus-
são da USENET, uma mensagem sobre a loteria de Green Cards americanos, algo
considerável inconcebível, pois se tratava de um assunto totalmente fora do foco
do assunto em discussão. Posteriormente, na data de 12 de abril de 1994, através
do uso de um programa automatizado para envio em massa, a mesma mensagem
foi distribuída para vários grupos de discussões dentro da USENET, causando des-
sa forma uma reação negativa e comprometendo o desempenho da rede devido
ao grande volume de mensagens trocadas. Desde então, esta característica ficou
conhecida como um dos efeitos colaterais que o spam pode causar.
A origem do termo spam usado para caracterizar o envio de correio eletrô-
nico indesejado, surgiu logo após, durante as diversas discussões sobre o fato
ocorrido, fazendo referência a uma cena do programa de TV do grupo inglês
Monty Phyton, onde um grupo de vikings está reunido em uma taverna, recitan-
do por diversas vezes em um texto chato e repetitivo, a palavra spam, referindo-
se a um enlatado de presunto condimentado americano fabricado pela Hormel
Foods, o Spam®. Nesta cena, um casal pede o cardápio e se depara com todos os
pratos feitos com o enlatado Spam®. Por ser feita de forma repetitiva e exausti-
va a palavra Spam®, incomoda e perturba. Esta reação foi muito parecida com
aquelas experimentadas pelos usuários da USENET, ao receberem por diversas
vezes a mesma mensagem.
Desde seu aparecimento, vários tipos de spam surgiram, sejam eles apenas
correntes ou publicidades até e-mails com códigos maliciosos capazes de lesar
o destinatário, através da prática de crime.
capítulo 3 • 85
Atualmente, o spam pode ser classificado como correntes, boatos, lendas
urbanas, propagandas, ameaças, pornografia, códigos maliciosos (vírus, wor-
ms e trojans), fraudes, estelionato e golpes, spIM (spam via Internet Messenger),
spam via redes sociais e spit (spam over internet telephony).
Vocês, com certeza, já ouviram o termo “propaganda boca a boca” que se refere
àquela propaganda feita por pessoas e para pessoas (clientes satisfeitos ou não
satisfeitos). Podemos dizer, de maneira bem simples, que o chamado Marke-
ting Viral seria a versão virtual da propaganda boca a boca. Imagine a situação
em que uma pessoa conta uma experiência positiva sobre um produto que ad-
quiriu para cinco amigos num dia. Cada pessoa conta para mais cinco num dia
e assim por diante. Ao final de uma semana, esta experiência positiva (que po-
demos tratar como propaganda do produto) foi contata para 78.125 pessoas!
Veja a tabela a seguir:
Quinta 625
Sexta 3.125
Sábado 15.625
Domingo 78.125
86 • capítulo 3
Agora imagine o potencial disto na internet, com quase, ou mais que 2 bi-
lhões de internautas!1
Um exemplo do uso deste tipo de ferramenta são os vídeos espalhados no
Youtube que facilmente tornam-se sucessos mundiais.
O termo marketing viral foi criado por um estudante de Harvard na Harvard
Business School, chamado Tim Draper. O termo sugere que a mensagem pas-
sada alcançará um usuário suscetível e o infectará. Este usuário passará a men-
sagem para vários outros de seu grupo social e o número de usuários crescerá
exponencialmente (como vimos no nosso exemplo anterior).
Posteriormente surgiu o conceito de usuário alfa, ou seja, o usuário mais
influente de um grupo que indicaria as outras pessoas a serem influenciadas
pela mensagem.
1 http://oglobo.globo.com/tecnologia/numero-de-internautas-ja-passa-de-2-bilhoes-afirma-onu-2832538
capítulo 3 • 87
mais populares, sobretudo por causa do Youtube que serve tanto para divulga-
ção quanto para propagação, pois possui, de certa forma, mecanismos sociais
de compartilhamento de informações.
As imagens também são ótimas formas de marketing viral. No plebiscito de
2005 sobre o desarmamento a imagem abaixo ficou bem conhecida de todos nós.
Para a composição do marketing viral existem algumas regras apontadas por
(TORRES, 2009) que devem ser seguidas:
• Distribuir gratuitamente produtos e serviços – existe uma frase bem in-
teressante nos meios econômicos e empresariais que diz: There is no free
lunch (Não há refeição grátis). No entanto, no Marketing Viral esta frase
não funciona. Pelo contrário, sua ação deve ser muito grátis (se é que é
possível ser mais que grátis!). É interessante que o consumidor entenda
a peça como algo útil e esta possa entregar a mensagem desejada.
• Oferecer um meio sem esforço para replicar o envio a outros – é preciso que
o cliente possa enviar facilmente o e-mail para outras pessoas, pois ele será o
agente replicador da mensagem. Um exemplo é a assinatura que o Hotmail
usa nas mensagens, no final delas há um link indicando que o e-mail foi en-
viado pelo Hotmail e que este é uma ferramenta gratuita de e-mail.
• Ser facilmente escalável – ser escalável é a habilidade de poder aumentar
seu volume de envios sem grandes investimentos ou esforços. É funda-
mental esta habilidade numa ação viral, pois é difícil e custoso prever
uma ação viral para atingir 1 milhão de pessoas, mas é muito interessan-
te criar um vídeo viral que comece pequeno (digamos que atinja 1 mil
pessoas) e facilmente tome grandes proporções.
• Explorar comportamentos e motivações comuns – é muito importante
trabalhar a emoção do nosso público, pois ele é quem replicará toda a
campanha.
• Utilizar redes e meios já existentes – o esforço da campanha deve ser di-
recionado ao seu conteúdo e planejamento. As ferramentas para disse-
minação já existentes estão disponíveis, em geral, gratuitamente – Face-
book, Twitter, Orkut, blogs, etc.
• Aproveitar recursos de terceiros.
88 • capítulo 3
3.5 Pesquisas on-line
capítulo 3 • 89
Para estruturar uma pesquisa on-line, vejamos alguns passos importantes a
serem seguidos.
• Formule perguntas para sua pesquisa: as perguntas serão a forma de me-
dição de sua pesquisa, logo uma boa formulação levará a métricas me-
lhores. Devem ser consideradas questões importantes como a definição
de clientes potenciais, seus hábitos de compra, etc.
• Defina fontes iniciais de informação: como sabemos, a quantidade de
informação na web é muito grande. Logo, podemos estimar que não con-
seguiremos analisar todas as fontes possíveis. Assim, é muito importan-
te definir as principais fontes, como por exemplo, se sua pesquisa será
focada em redes sociais, em blogs, ou portais, por exemplo.
• Defina possíveis mídias: ao definir as principais fontes, devemos esco-
lher as mídias relacionadas.
• Defina palavras-chave: a informação, em geral, será buscada por ferra-
mentas automáticas. A principal forma de busca destas ferramentas é
através de palavras-chave, pois, dado o volume muito grande, outras for-
mas necessitariam de muito mais recursos e tempo.
3.6 Monitoramento
CONEXÃO
Existem diversas ferramentas de clipping on-line como:
SoClipping: <http://soclipping.com.br/site/>
ClippingExpress: <http://miti.com.br/site/>
90 • capítulo 3
Google News: <news.google.com.br>
Visite os sites e as conheça. Veja suas características e a forma como funcionam. Faça testes
em algumas e procure por novas!
capítulo 3 • 91
Em 3 dias o post recebe mais de 100 comentários e o vídeo assistido 255.000 vezes. A
marca americana subestima o problema e prefere não se pronunciar. Então, no dia 17
o renomado New York Times relata o caso, além de outros jornais (de rádio e de canais
de TV) que também noticiam que o cadeado Kryptonite se abre com uma caneta.
Após grande exposição na mídia, o vídeo é visto por 1.800.000 pessoas, no dia 19, e
1.700.000 no dia seguinte. Só 5 dias depois da vasta exposição do assunto na grande
mídia que a empresa decidiu reagir e anunciou que trocaria os cadeados gratuitamente,
porém apenas 38.000 pessoas viram.
O que parecia ser um simples post de um blog, tornou-se num caso discutido por todos.
Esta história mostra como a opinião de um consumidor pode provocar efeitos catastró-
ficos na imagem e credibilidade de uma marca. O que ocasionou grande impacto nas
suas vendas e custou 10 milhões de dólares à Kryptonite.
Fonte: <http://organizacaoempauta.blogspot.com/2009/05/case-kryptoniteo-poder-dos-
blogs.html>
Agora, após a leitura, precisamos entender que: “Você não controla ou manipula
as mídias sociais, mas precisa participar delas” (TORRES, 2009).
92 • capítulo 3
Se a empresa fabricante do cadeado tivesse feito o monitoramento então
poderia ter evitado o grande prejuízo ou diminuído suas proporções.
É importante citar que antes de monitorar é preciso classificar as mídias e sua
relevância, já que o “oceano da web” é muito vasto para ser totalmente monitora-
do. É preciso separar somente o que interessa ser monitorado.
Existem diversas formas de selecionar o que deve ser monitorado. Segundo (TOR-
RES, 2009) os critérios básicos para modelos de classificação são:
• Volume: quantidade de informação gerada e armazenada na mídia em
questão.
• Repercussão: quantidade de interações que ocorrem.
• Popularidade: frequência de apresentação da mídia para seus usuários.
• Atividade: frequência de atualizações.
• Influência: relevância da mídia.
capítulo 3 • 93
• Following: esse número tem significado quando colocada ao lado de seu
número de Followers. Você está seguindo mais pessoas do que o número
de pessoas que segue você? Se sim, você pode querer agregar mais valor
no Twitter. Se você é novo no Twitter, tenha em mente que este número
pode ser maior que o seu número de seguidores. Isso vai mudar com o
tempo e esforço.
• Lists: Este número indica a quantidade de valor que você cria para os ou-
tros no Twitter. É um recurso que permite ao usuário criar listas com-
partilháveis de usuários e isto torna possível ler o conteúdo postado por
grupos de seguidores.
A mobilidade refere-se ao acesso 24 horas por dia, 07 dias por semana, em qual-
quer lugar. Isto está muito próximo de se tornar realidade, sobretudo nos paí-
ses com mais infraestrutura.
Antes da mobilidade ocorreu o fenômeno da portabilidade, ou seja, tornar
os dispositivos menores e mais fáceis de carregar. No entanto, diversos foram e,
continuam sendo, os desafios da portabilidade. Um deles é o poder de processa-
mento e capacidade de realização de tarefas de dispositivos; outro é a capacida-
94 • capítulo 3
AJV123AJV | DREAMSTIME.COM
de de não necessitarmos de conexão
com rede elétrica, também chamada
de autonomia. Hoje, sem dúvidas,
podemos dizer que carregamos ce-
lulares muito mais poderosos do que
computadores de mesa de uns 12
anos atrás (vocês esperavam que eu
falasse uns 40 não é?).
É importante pensarmos em dois
pontos com relação ao Marketing
Móvel. Um deles é o comportamento
do consumidor, sobretudo as mu-
danças deste comportamento o outro é o potencial deste mercado.
Sobre o potencial podemos dizer que, entre jogos, música e vídeo, os usuá-
rios mobile vão gastar cerca de 3.5 bilhões de dólares em 2014 (de acordo com
as estimativas do gráfico a seguir).
capítulo 3 • 95
Sobre o comportamento do consumidor, de acordo com (Gabriel, 2010) o
uso do e-mail nos dispositivos móveis ainda é o principal recurso, enquanto que
nos computadores desktop estão em destaque as redes sociais e os jogos. Ainda
segundo (GABRIEL, 2010), os dispositivos móveis possuem características téc-
nicas e funcionais específicas como:
• Geolocalização – tecnologias para localizar geograficamente, ou estimar,
um usuário.
• Convergência – uso de diversas mídias associadas como por exemplo fo-
tografar e usar o GPS para referenciar o local da foto.
ATENÇÃO
Existem diversas ferramentas de clipping on-line como:
SoClipping: <http://soclipping.com.br/site/>
ClippingExpress: <http://miti.com.br/site/>
Google News: <news.google.com.br>
Visite os sites e as conheça. Veja suas características e a forma como funcionam. Faça testes
em algumas e procure por novas!
96 • capítulo 3
CONEXÃO
Veja alguns Cases de Mobile Marketing
http://www.2call.com.br/cases-e-clientes/tnt.php
http://www.2call.com.br/cases-e-clientes/coca-cola.php
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Identifica%C3%A7%C3%A3o_por_radiofrequ%C3%AAncia>
A ideia do banner na web é bem parecida com a proposta convencional com a dife-
rença da “riqueza” do hiperlink. Trata-se de um quadro com avisos, elementos grá-
ficos e mensagens publicitárias, contendo um link para o anunciante, por exemplo.
Antes da colocação de anúncios em banneré necessário observar-se a quan-
tidade de anúncios já existentes, pois a quantidade pode atrapalhar o design da
página e incomodar usuários.
Também é necessário definir a estratégia da venda e recebimento da di-
vulgação dos anunciantes nos banners. São diversas as formas de pagamento
adotadas pelas companhias. Antigamente usavam-se taxas diárias ou mensais.
Atualmente o método mais convencional é o de CPM (custo por mil), ou seja,
taxa para cada mil pessoas que veem o site onde está localizado o banner.
Os banners são uma das primeiras formas de anúncio na Web, mas a utiliza-
ção de banners decresce ao longo dos anos.
capítulo 3 • 97
3.9 Mídia rica
98 • capítulo 3
Usuário faz uma compra
4
com o comerciante
afiliado comerciante
Comerciante paga ao afiliado
5
uma comissão sobre a venda
Neste modelo a remuneração é paga por clique feito no anúncio em banner hospe-
dado no site do afiliado. O clique no anúncio levará o cliente ao site do comerciante.
O problema deste modelo é que os próprios afiliados podem fazer cliques
no próprio site para aumentar as estatísticas e melhorar a remuneração.
Neste caso, temos um modelo que requer que o usuário do site afiliado faça, por
exemplo, um cadastro no site comerciante. Obviamente, o cadastro foi indica-
do pelo afiliado.
capítulo 3 • 99
3.10.3 Pagamento por venda
Neste modelo os afiliados recebem por cada venda resultante dos anúncios
hospedados. As remunerações neste modelo, geralmente, são maiores, pois é
mais complexo garantir este tipo de compromisso. Alguns programas até per-
mitem que o afiliado monte uma loja virtual em seu site para comercializar os
produtos do comerciante no próprio site afiliado.
3.10.4 Multicamada
Neste modelo novos afiliados são recrutados a afiliados atuais que são remune-
rados com um percentual sobre as receitas dos novos afiliados.
Comerciante paga
15% de comissão
10% para o
subafiliado
5% para
o afiliado
Modelo multicamada.
Fonte: (DEITEL, DEITEL e STEINBUHLER, 2004, p.184)
100 • capítulo 3
3.10.5 Custo por mil
São anúncios on-line em um web site em forma de texto que através de um cli-
que abrem novas páginas para ao site do anunciante. Potencialmente, estes cli-
ques estão levando novos clientes.
Nos links patrocinados a empresa “compra crédito” para uma campanha e
define quanto quer pagar por cada clique que uma pessoa efetuar e for condu-
zida ao site da empresa.
A ideia original pertence a Bill Gross, empresário que fundou a empresa
GoTo.com, em 1998.
O AdWords é um dos mais famosos serviços para links patrocinados onde os
anunciantes compram “palavras-chave” para a pesquisa realizada pelo busca-
do do Google. Dependendo do valor pago o Link poderá aparecer “mais acima”
ou não na busca e isto irá possibilitar que o usuário clique no serviço.
Além deste serviço, o Google também fornece o AdSense que é um sistema
para auxiliar aos anunciantes na otimização dos anúncios com diversos serviços.
capítulo 3 • 101
3.11.1 Advergaming
O marketing de Jogos, usado em Jogos para internet e para videogames permite ex-
plorar faixas etárias, normalmente, não focadas no marketing na internet tradicio-
nal (por exemplo, o público com idade abaixo de 14 anos). Trata-se de importante
ferramenta que alinha entretenimento a ações de marketing (que podem, inclusive,
ser ações virais). Os tipos de marketing de jogos podem ser resumidos em:
• Integração associativa – associando por exemplo um produto com um
estilo de vida.
• Integração ilustrativa – o advergame pode conter o produto dentro do
ambiente de jogo.
• Integração demonstrative – permite ao consumidor experimentar o pro-
duto em um ambiente virtual dentro do jogo. Exibem o produto em seu
contexto atual e convida o consumidor a interagir.
3.11.2 Advertainment
102 • capítulo 3
formações que possam resolver o problema de maneira eficiente.
O CRM pode incluir o chamado call handling (serviço de manutenção de te-
lefonemas feitos e recebidos pelos clientes), rastreamento de vendas, suporte
operacional, dentre diversas outras funções.
O termo e-CRM reflete a aplicação do CRM para uma estratégia de e-busi-
ness e inclui serviços como call center, personalização das interações com os
clientes, etc.
Relacionamento com o cliente é essencial para um negócio. O relaciona-
mento com o e-cliente (e-CRM) é igualmente essencial para um e-business!
Segundo (DEITEL, DEITEL e STEINBUHLER, 2004) os compradores recor-
rentes respondem por mais receita do que os que compram uma única vez.
capítulo 3 • 103
Características pessoas Características ambientais
Idade, sexo, grupo étnico, Sociais, culturais/da comunidade,
educação, estilo de vida, outras (jurídicas, institucionais,
características psicológicas, regulamentações governamentais).
conhecimento, valores,
personalidade.
104 • capítulo 3
3.12.4 Decisão do consumidor
capítulo 3 • 105
elementos pertencentes à Booknet foram para a Submarino. A Submarino e a
Americanas.com, outra grande empresa que possui loja virtual na Internet, foram
fundidas em 2006 e assim criaram a B2W Digital.
A B2W Digital é uma grande empresa que detém não somente as lojas Ameri-
canas.com e Submarino, mas outras marcas como Ingresso.com, Submarino Via-
gens, Blockbuster (na internet), Shoptime, etc. fazem parte do grupo da B2W Digi-
tal, mostrando assim a tremenda força que o grupo tem na Internet.
No início da criação da Submarino, assim como outras empresas do ramo,
também houve um investimento externo que a fizeram ficar sólida no merca-
do. Em pouco tempo, e isso talvez seja justificado pela época de criação da em-
presa, a Submarino passou a oferecer vários tipos de produtos.
Na criação de uma loja virtual de grande porte, como é o caso da Submarino,
o backoffice é muito importante. Backoffice é um conjunto de atividades que são
executadas para dar suporte a uma atividade principal. No caso de comércio
eletrônico, o backoffice corresponde às tarefas de separação do produto, entre-
ga, verificação de crédito do cliente, entre outras. No caso da Submarino, esta
tarefa acabou sendo terceirizada.
Em 2004, com cinco anos de idade, a Submarino era a única grande varejista
nacional que não possuía loja física ou atendimento ao público e essa situação
perdura até hoje, porém a loja possui mais de 500 funcionários e funciona em
escritórios no Brasil. A única parte virtual do negócio é a forma de venda.
O site possui várias categorias de produtos e mais de 1.500 fornecedores.
Além disso, a Submarino é uma plataforma de comércio eletrônico terceiriza-
do para algumas empresas como Natura, Nokia e Motorola.
A Submarino também foi pioneira na forma de mostrar o produto que
anuncia. Por meio de rápida navegada no site, conseguimos identificar vários
elementos tecnológicos e outros que ajudam a vender o produto: possibilidade
de links com redes sociais, comparativo entre produtos, ordenação de preços e
outras formas, descrições detalhadas do produto, sugestão de produtos seme-
lhantes, enfim, são vários elementos que enriquecem a imagem do produto e
encantam o cliente.
A Submarino possui um centro de distribuição principal na cidade de São
Paulo e, de lá, é possível despachar um produto até, no máximo, dois dias úteis
para as principais cidades do Brasil. O Submarino conta com uma parceria en-
tre eles e os Correios e outras transportadoras terceirizadas.
106 • capítulo 3
A empresa investe em logística, o que para ela é um fator diferencial. Além
disso, pelo site é possível acompanhar o pedido desde o momento da compra até
a entrega dentro de um ambiente seguro e personalizado. Os pedidos podem ser
feitos pelo site ou por telefone.
Um diferencial apresentado pela Submarino é a sua área de marketing. Este es-
tudo de caso mostra que para um projeto na área de internet ter sucesso não é
necessário somente ter a parte tecnológica bem arrumada. Uma equipe multidis-
ciplinar é necessária para desenvolver estratégias e alcançar os objetivos, mesmo
que dificuldades apareçam.
De acordo com o site da B2W, os resultados que a Submarino conseguiu al-
cançar durante todo esse tempo de funcionamento foram significativos e cola-
boraram com a sua competitividade no mercado de comércio eletrônico.
Dentre os principais pontos destacados, têm-se:
• Pioneirismo: a Submarino foi um dos primeiros sites de comércio eletrô-
nico no Brasil, sendo assim, a experiência adquirida tornou-a uma mar-
ca forte e conhecida. O site foi premiado várias vezes por empresas como
Info Exame, Ibest. Segundo a fonte, os clientes da Submarino estão entre
os de maior poder aquisitivo e maior grau de instrução entre os usuários
de Internet do Brasil.
capítulo 3 • 107
em um único local e, não precisar de pontos de vendas físicos, consegue
vantagens estruturais significativas em relação aos varejistas tradicionais.
108 • capítulo 3
ATIVIDADE
1. Quais são as principais razões para as empresas investirem na propaganda on-line?
2. O que é marketing de conteúdo, cite exemplos de empresas que usam este tipo de ação.
3. Faça uma pesquisa entre seus colegas e sala ou trabalho, verifique quais setores mais
enviam propaganda por e-mail e se estes colegas já realizaram alguma compra através
destes e-mails.
REFLEXÃO
Neste capítulo vimos um conjunto importante de ferramentas e técnicas que podemos explorar
para ações de marketing na internet (o e-marketing). Vimos também como estas técnicas fun-
cionam e como podem atingir nosso target de maneira interessante e eficiente. Sugiro a você
pesquisar mais sobre o assunto e exercitar a criação de campanhas virtuais!
LEITURA
Nas leituras deste capítulo recomendo a vocês 2 artigos que estão na web. Façam ótimo
proveito deles.
Trending topics artificiais e orgânicos e o Valor do Twitter
Fonte: <http://www.pontomidia.com.br/raquel/arquivos/trending_topics_artificiais_e_orga-
nicos_e_o_valor_do_twitter.html>
Aprofunde-se sobre o uso do twitter!
capítulo 3 • 109
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DEITEL, H. M.; DEITEL, P. J. e STEINBUHLER, K. E-business e e-commerce para administra-
dores. São Paulo: Pearson Education do Brasil. 2004.
TORRES C. A Bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre marketing e
publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. Editora Novatec. São Paulo, 2009.
TURBAN, E. e KING, D. Comércio Eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo: Prentice Hall. 2004.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo, vamos conhecer um pouco da segurança no comércio eletrônico e suas
principais características.
110 • capítulo 3
4
Privacidade,
Questões Legais,
Segurança e Ética
4 Privacidade, Questões Legais,
Segurança e Ética
OBJETIVOS
• Conhecer os conceitos básicos de segurança da informação;
• Compreender as políticas de segurança da informação;
• Entender os mecanismos de segurança da informação;
• Saber quais são as transações eletrônicas seguras;
• Saber como ter segurança no comércio eletrônico.
REFLEXÃO
É comum vermos na televisão e na internet notícias que estão relacionadas com segurança
na internet e especialmente no comércio eletrônico. Com frequência novas reportagens mos-
tram incidentes de segurança. Você está lembrado de algum?
112 • capítulo 4
4.1 Conceitos básicos de segurança da informação (SI)
capítulo 4 • 113
Dada estas considerações, podemos identificar as seguintes propriedades
desejáveis da comunicação segura (KUROSE, 2003):
• Sigilo – somente o remetente e o destinatário pretendido devem poder
entender o conteúdo da mensagem transmitida. O fato de intrusos po-
derem interceptar a mensagem exige que esta seja cifrada (disfarçados)
de alguma maneira.
• Autenticação – a autenticação é a técnica através da qual um processo
confirma que seu parceiro na comunicação é quem deve ser e não um
impostor (TANENBAUM, 2003).
• Integridade da mensagem – mesmo que o remetente e o destinatário
consigam se autenticar reciprocamente, eles querem assegurar que o
conteúdo de sua comunicação não seja alterado, por acidente ou má in-
tenção, durante a transmissão.
ATENÇÃO
O uso de programas como o analisador de pacotes pode ser usado para o bem, pelo admi-
nistrador de redes procurando problemas na rede, mas também pode ser usado para roubar
informações sigilosas.
114 • capítulo 4
O processo de cifragem e decifragem é realizado utilizando-se os dados que se
deseja ocultar e um conjunto de números ou caracteres, denominado de chave,
que é utilizado para realizar os cálculos de embaralhamento dos dados. Desta for-
ma é impossível obter os dados originais sem o conhecimento desta chave, bastan-
do então mantê-la em segredo para garantir a segurança e sigilo dos dados.
4.3 Criptografia
capítulo 4 • 115
4.3.1 Termos oficiais em criptografia
Na história da criptografia, sempre ficou evidente que não existe algoritmo que
não possa ser quebrado (descoberto ou solucionado). Atualmente os algoritmos
são divulgados à comunidade, dessa maneira, podem ser aprimorados e adapta-
dos as mais diferentes aplicações. Dessa forma o sigilo da informação é garantido
pelas chaves criptográficas, o que significa que se alguém descobrir a chave para
identificar uma determinada informação, todas as outras informações cifradas
com esse algoritmo ainda estarão protegidas, por terem chaves diferentes.
116 • capítulo 4
Canal Seguro Receptor
Emissor
Canal Inseguro
Encriptação De criptação
Mensagem Mensagem
Canal Inseguro
Encriptação Decriptação
Mensagem Mensagem
capítulo 4 • 117
assimétricos, apesar de sua menor eficiência, permite maior flexibilidade devi-
do a possibilidade de distribuição de chaves.
Após analisar pode-se questionar qual modelo utilizar: simétrico ou assimé-
trico. Pois bem, em virtude dessa escolha foi desenvolvido um modelo hibrido,
ou seja, que aproveitasse as vantagens de cada tipo de algoritmo. Dessa forma,
um algoritmo assimétrico utiliza a chave pública para encriptar uma chave crip-
tográfica, gerada aleatóriamente, que será então utilizada como chave de um al-
goritmo simétrico que irá criptografada as mensagens. O destinatário, então, pri-
meiro decripta a chave simétrica e depois a utiliza para decriptar as mensagens.
A figura 14 a seguir ilustra este processo.
Chave pública Chave privada
Canal público
Receptor
Emissor
Canal Inseguro
Encriptação Decriptação
Chave Chave
Canal Inseguro
Encriptação Decriptação
Mensagem Mensagem
Alguns algoritmos de chave pública podem ser utilizados para o que se deno-
mina de assinatura digital. Esses algoritmos permitem que se faça a encripta-
ção com a chave privada e decriptação com a chave pública, processo inverso
do que vimos anteriormente. É claro que essa operação não garante o sigilo da
mensagem, uma vez que para decriptar a mensagem utiliza a chave pública dis-
ponível a todos. Porém, permite certificar-se que o emissor da mensagem é o
detentor da chave privada.
118 • capítulo 4
Uma assinatura digital é o resultado da criptografia de um documento (ou con-
junto de dados) utilizando a chave privada do assinante, utilizando-se um algorit-
mo de criptografia assimétrica, este resultado é chamado tembém de criptograma.
CONEXÃO
Saiba mais sobre a legalidade da assinatura digital.
Acesse: <http://www.dnt.adv.br/noticias/artigos/artigo-a-legalidade-da-assinatura-digital-
-em-conformidade-com-a-legislacao-brasileira>
Canal Inseguro
Emissor
Chave pública Receptor
?
Chave privada
Canal Inseguro
Encriptação Decriptação
capítulo 4 • 119
4.5 Protocolo HTTPS
120 • capítulo 4
As duas áreas são de extrema importância. Devido a conectividade dos sis-
temas atuais, a primeira área não fica separada da segunda. Assim, vamos dis-
cutir a segurança num aspecto geral, fazendo as ressalvas quanto a estas áreas.
Mas, posso adiantar: você verá que elas são muito misturadas!
Vamos entender o que pode sofrer um sistema computacional. De acordo
com a RFC 2828 (disponível em <www.ietf.org/rfc/rfc2828.txt>):
• Ameaça: potencial para violação da segurança quando há uma circuns-
tância, capacidade, ação ou evento que pode quebrar a segurança e cau-
sar danos. Ou seja, uma ameaça é um possível perigo que pode explorar
uma vulnerabilidade.
• Ataque: derivado de uma ameaça inteligente, uma tentativa de burlar os
serviços de segurança e violar as políticas de segurança de um sistema,
usando um método ou técnica com eficiência e eficácia consideráveis.
capítulo 4 • 121
A seguir, temos um gráfico do CERT sobre os incidentes reportados de 1999
a 2009.
Total de incidentes reportados ao CERT.br por ano
320000
298181
280000
240000
222528
200000 197892
160080
160000
120000
80000 75722
68000
54607
40000
25092
12301
3107 5997
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Ano (1999 a junho de 2009)
50000
40000
30000
20000
10000
0
01/04 15/04 01/05 15/05 01/06 15/06 30/06
2009
122 • capítulo 4
A grande maioria dos incidentes reportados diz respeito a fraudes. Pode-
mos definir os tipos reportados como segue:
• dos (DoS - Denial of Service): notificações de ataques de negação de servi-
ço, onde o atacante utiliza um computador ou um conjunto de computa-
dores para tirar de operação um serviço, computador ou rede.
Obs.: vale lembrar que não se deve confundir scan com scam. Scams (com
“m”) são quaisquer esquemas para enganar um usuário, geralmente, com fina-
lidade de obter vantagens financeiras. Ataques deste tipo são enquadrados na
categoria fraude.
capítulo 4 • 123
Incidentes reportados
(tipos de ataque)
Scan (16,55%)
14000
12000
Incidentes reportados
10000
8000
6000
4000
2000
0
Domingo Segunda Terrça Quarta Quinta Sexta Sábado
Dia da Semana
124 • capítulo 4
Por fim, outra característica interessante dos incidentes relatados no CERT
é a origem dos ataques. A grande maioria dos incidentes reportados tem ori-
gem no Brasil.
Incidentes reportados
60000
50000
Incidentes reportados
40000
30000
20000
10000
0
BR US CN PE CO KR IT DE RU FR
82.15% 3.95% 3.56% 1.11% 0.79% 0.67% 0.63% 0.51% 0.51% 0.47%
capítulo 4 • 125
que os dados de cada cliente fossem mantidos de forma segura e confidencial.
Assim, a confiança dos consumidores tornou-se um fator de grande relevância
para a estratégia das empresas de comércio eletrônico. Na figura a seguir, são
demonstrados alguns dos principais selos de privacidade conhecidos.
O TRUSTe foi quem desenvolveu o primeiro dos principais selos de confiança
da web, ele foi lançado em junho de 1997. Trata-se de uma organização sem fins
lucrativos que visa à divulgação das práticas sobre a coleta de dados efetuada pelas
empresas na internet. O selo do TRUSTe é representado apenas por uma imagem.
A WebTrust foi lançada em setembro de 1997. Todo website que deseja
ter o selo da WebTrust precisa concordar com os princípios estabelecidos
por esta. Basicamente, é necessária a divulgação de informações de coleta
e da política de privacidade dos websites. Assim como a TRUSTe, o selo é
representado por uma imagem que pode levar a uma função de verificação
ou autenticação, administrada pela Verisign.
A BBBOnline, lançada em março de 1999, orienta os websites para que descrevam
uma declaração de privacidade de fácil leitura aos seus usuários. Dessa forma, pode-
rão tais websites pleitearem o selo da BBBOnline.
O Japanese Privacy Mark foi, inicialmente, uma série de guias e normas
para condutas das empresas de comércio no Japão. Posteriormente, em abril
de 1998, firmou-se como um selo, como entidade própria.
CONEXÃO
Os links para os selos de privacidade mencionados no texto estão listados a seguir:
• TRUSTe: <http://www.truste.org>
• WebTrust: <http://www.cpawebtrust.org>
• Verisign: <http://www.verisign.com>
• BBBOnline: <http:// www.bbbonline.org>
• Japanese Privacy Mark: <http://www.jipdec.or.jp/security/privacy>
• Internet Segura: <http://www.internetsegura.org>
126 • capítulo 4
Figura 21 – Selos de privacidade citados no texto.
capítulo 4 • 127
Além de garantir ao usuário que seus dados serão respeitados de acordo
com as informações contidas na política de privacidade, os selos de privacidade
permitem, ainda, por intermédio das coletas e análises dos dados, diferenciar
cada cliente. Tornou-se possível traçar um perfil dos usuários, que deixaram de
ser anônimos, baseando-se no histórico de acesso. A personalização de websi-
tes não serviu apenas para oferecer aos usuários produtos que eram de seu inte-
resse, mas também se tornou um grande utilitário das empresas que passaram
a oferecer produtos diferenciados, limitando as ofertas de acordo com o perfil
e influenciando as intenções de cada cliente (MAI, MENON e SARKAR, 2006).
Aproveitando-se da aceitabilidade dos selos por parte dos usuários, as empre-
sas passaram a usar este mecanismo como uma solução baseada no Marketing
(MAI, MENON e SARKAR, 2006) e obtiveram um tratamento diferenciado em
relação às concorrentes que não ofereciam este recurso.
ATIVIDADE
Baseado no que foi estudado neste capítulo, por que os sistemas de computador são tão
vulneráveis a destruição, erros e uso indevido?
6. O que pode ser feito para melhorar a segurança da utilização da internet nos negócios? Dê
alguns exemplos de medidas de segurança e de tecnologias que você usaria.
7. Quais suas maiores preocupações sobre crimes em informática e privacidade na internet?
O que você pode fazer sobre isso? Explique.
8. Existe uma crise ética nos negócios hoje? Que papel a tecnologia de informação tem na
prática de negócios antiéticos?
REFLEXÃO
Uma das áreas de especialização de um gestor de TI pode ser a de segurança e informática fo-
rense. Atualmente, existem inclusive exames de certificação nessa área, além de ser uma área
com pouquíssimos especialistas atuando, sendo assim, torna-se também uma área com boa
128 • capítulo 4
remuneração. É uma área que traz grande responsabilidade para o profissional, pois como vi-
mos, se não houver uma preocupação com as questões de segurança, ética, privacidade, entre
outras, um projeto de negócios eletrônicos, mesmo bem estruturado estrategicamente e tec-
nologicamente, pode se tornar inviável rapidamente por estar esbarrando em questões legais.
LEITURA
Recomendamos os seguintes livros para poder complementar os estudos obtidos neste capítulo:
• O livro “Desvendando a Computação Forense” de Pedro Monteiro da Silva Eleutério e
outros é uma boa leitura para se aprofundar nas questões da computação forense.
• A ABNT possui normas específicas para questões sobre segurança da informação. Para
quem for atuar especificamente nesta área, a leitura é recomendada. As normas são:
• ABNT NBR ISO/IEC 27001:2006 – Tecnologia da informação – Técnicas de segu-
rança. Sistemas de gestão de segurança da informação.
• ABNT NBR ISO/IEC 17799:2005 – Tecnologia da informação – Técnicas de se-
gurança. Código de prática para a gestão da segurança da informação.
• Outro livro interessante que trata sobre questões de segurança da informação: “ Crip-
tografia e Segurança: O Guia Oficial RSA”, dos autores S. Burnett, S. Paine.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELVIN, N. J.; CROFT, W. B. Information filtering and information retrieval: two sides of the
same coin? Communications of ACM. 29.
BUCKLIN, R. E. Choice and internet: from clickstream to research system. U.C. Berkeley 5th
Invitational Choice Symposium. [S.l.]: [s.n.]. 2002.
COSTA JUNIOR, P. J. D. O direito de estar só. A tutela penal do direito à intimidade. São
Paulo: Siciliano Jurídico, 2004.
capítulo 4 • 129
DEITEL, H. M.; DEITEL, P. J.; STEINBUHLER, K. E-business e e-commerce para administra-
dores. São Paulo: Pearson Education, 2004.
FRIEDMAN, B.; JR. , P. H. K.; HOWE,. Trust on line. Communications of ACM, Dezembro
2000. pp. 34-40.
RIBEIRO, L. Comunicação global: o poder da influência. São Paulo: Ed. Moderna, 1999.
SILVA NETO,. O anonimato na web. Direito na internet, 2001. Disponível em: <http://lexvir-
tua.vilabol.uol.com.br/artigos/artigo15.htm>. Acesso em: 14 maio 2012.
TURBAN, E.; KING, D. Comércio eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo: Prentice Hall, 2004..
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo, vamos tratar das organizações e tecnologia da informação de uma ma-
neira geral, conhecendo como o comércio eletrônico se adapta ao ambiente operacional.
130 • capítulo 4
5
Sobre E-business e
E-commerce
5 Sobre E-business e E-commerce
A introdução do comércio eletrônico nos negócios trouxe profundas mudan-
ças na maneira de vender produtos e serviços. Essa modalidade de negociação
oferece a possibilidade de as empresas expandirem-se muito rapidamente e, as
vezes, com custos reduzidos.
O comércio eletrônico trata do uso da Internet para condução de negócios. Formal-
mente, diz respeito às transações realizadas digitalmente entre empresas e pesso-
as ou entre empresas. É claro, é possível também realizar transações entre pessoas!
O e-commerce começou em 1995 quando foi lançada a ideia de que a Web pode-
ria ser usada como ferramenta para publicidade. Assim como outras mídias em
seu surgimento (TV, rádio) o crescimento foi muito rápido nos primeiros anos
do e-commerce e isso criou uma bolha de investimento em ações por conta do
alto poder especulativo.
Um grande número de “empresas ponto com” faliu na bolha de 2001, mas uma
série de “Gigantes da Atualidade” surgiu nesta época ou tiveram significativas mu-
danças, para melhor claro, como Amazon, Google e eBay.
A revolução do comércio eletrônico está apenas em seu início. Enquanto que no
passado muitas empresas ganharam muito vendendo livros e cds, hoje vende-se
quase tudo pela Internet: carros, imóveis, passagens áreas, aluguéis de veículos e,
pasmem, até pessoas (infelizmente!).
OBJETIVOS
• Conhecer as organizações e tecnologia de informação;
• Saber fazer análise dos negócios eletrônicos;
• Conhecer o comércio eletrônico e o ambiente empresarial;
• Entender a evolução do comércio eletrônico no mercado brasileiro.
REFLEXÃO
É impossível não navegar na internet atualmente e não se deparar com propagandas e ban-
ners nos sites pelos quais passamos. Quando estamos em um site sobre esportes, os banners
evidentemente nos levam a lojas eletrônicas contendo artigos esportivos. Quando fazemos al-
guma pesquisa nos buscadores também aparecem propagandas relacionadas a nossas pes-
quisas, enfim, é cada vez mais comum estarmos em contato com estas propagandas.
132 • capítulo 5
E também é cada vez mais comum substituirmos a compra presencial em uma loja pela compra
pela internet, às vezes, é até mais barato.
Enfim, estamos rodeados por oportunidades eletrônicas de compra e certamente existe todo
um planejamento e uma infraestrutura tecnológica que permite isso.
Vamos ver os principais conceitos dessa tecnologia neste capítulo.
ATENÇÃO
Organizações de tijolo e cimento – organizações onde o produto, o processo e o agente
de remessa são físicos.
Organizações virtuais – o produto, o processo e o agente de remessa são digitais.
Organizações clique-e-cimento – realizam negócios com estrutura física e digital.
capítulo 5 • 133
A internet fez com que várias evoluções tecnológicas aparecessem. Atual-
mente a popularização dos smart-phones, tablets, entre outras parafernálias
eletrônicas estão presentes em todos lugares. É a aplicação do conceito de ubi-
quidade visto anteriormente.
A internet sem fio (wifi, wi-max e telefonia móvel 3G) cresce a cada dia.
O podcast desponta como uma alternativa para a distribuição de programas
de rádio e comentários gerados por usuários.
O fundamento de banda larga da Internet se torna mais forte nos segmentos
residencial e empresarial, à medida que os preços de transmissão caem.
O RSS (Realy Simple Syndication) vem se tornando uma importante forma
de distribuição de informações controlada pelo usuário, que rivaliza com o
e-mail em algumas aplicações.
Os preços de componentes de rede tem caído a cada dia, popularizando cada
vez mais componentes que até então eram impossíveis de serem adquiridos.
Enfim, baseado nos fatores acima descritos, resta ao gestor de TI considerar
todos estes pontos e desenvolver soluções e formas de expor, com tecnologia e
segurança, sua empresa na internet.
O gestor de TI deve também estar atento às tendências que existem na gran-
de rede. Atualmente as redes sociais, blogs e outros mecanismos são grandes
fontes de novos clientes, pois são comunidades envolvendo um público restri-
to, porém fiel.
Até mesmo jornais e outras mídias tradicionais adotam modelos interativos
e on-line.
Sendo assim, novos modelos de negócio aparecem na internet:
• Loja virtual: é o meio eletrônico mais tradicional. Vende produtos direta-
mente a clientes e empresas
• Corretora de informações: mostra informações sobre produtos, preços
e disponibilidade a indivíduos e empresas. Gera receita com a colocação
de anúncios ou indicando compradores a vendedores.
• Corretora de transações: tem o objetivo de ajudar os usuários proces-
sando transações de vendas on-line gerando uma comissão cada vez que
uma venda ocorre.
• E-marketplace: provê um ambiente no qual compradores e vendedores
estão em um mesmo ambiente, propício aos negócios (promovendo lei-
lões ou outras formas de negócio)
134 • capítulo 5
• Provedora de conteúdo: Gera receitas provendo conteúdo digital, tais
como notícias, músicas e outros. O cliente pode pagar para poder usar o
site e baixar o conteúdo que deseja.
• Provedora de serviços on-line: provê serviços on-line para os usuários.
• Comunidade virtual: é um local de encontro on-line no qual pessoas com
o mesmo interesse compartilham suas opiniões e informações úteis.
• Portal: é um ponto inicial de entrada na web. No mesmo ambiente coloca
conteúdo especializado e outros serviços.
capítulo 5 • 135
de dos clientes e fluxos de trabalho mais fáceis e enxutos. Entre as vantagens
específicas citadas, temos:
• Mais serviços direcionados ao cliente e em tempo hábil
• Maiores receitas por cliente
• Maior sucesso nas vendas simples e cruzadas
• Ciclos de vendas equilibrados
• Operações mais eficientes do centro de atendimento
• Previsões de venda de melhor qualidade
• Menos problemas com clientes
• Decisões de marketing baseadas em melhores informações
Um site de comércio eletrônico, para ter sucesso, precisa ter os seguintes fatores, de
acordo com O’BRIEN e MARAKAS (2007):
• Oferta e Valor: os produtos devem ser ofertados com preços competitivos, garantias
de satisfação e atendimento pós-venda
• Serviço e Desempenho: o site deve ter uma boa navegação e apresentação a fim de
melhor apresentar seus produtos
• Aspecto e Sensação: o usuário deve ter a sensação de que está na loja real e ter
condições de melhor visualizar os produtos
• Anúncios e Incentivos: direcionamento de anúncios ao público-alvo específico, uso de
correio eletrônico para divulgar novas ofertas
• Atenção Pessoal: o site deve ter condições de personalizar a visita do usuário. Por meio
de recomendações e sugestões, guiar o usuário a outros produtos do seu interesse
• Comunidade de Relacionamento: assim como as redes sociais, possuir dentro do site
grupos que compraram os mesmos produtos e links para sites relacionados
• Segurança e Confiabilidade: É fundamental que o usuário se sinta em um ambiente
seguro e que suas transações estejam protegidas de possíveis ataques
136 • capítulo 5
Portanto, essa tecnologia permite a interação com o cliente através de pontos
de contatos automatizados ou semiautomatizados e o acesso e distribuição de
informações para os clientes e gestores, através de um sistema de marketing no
ERP que administre as interfaces e produza conhecimento por meio de um SAD.
Sob o ponto de vista tecnológico, o CRM envolve a integração de várias tec-
nologias, desde telefonia e Internet, até aplicativos de hardware e softwares que
atendem às áreas de vendas, marketing, e suporte a clientes pós-venda.
Ele captura os dados do cliente ao longo de toda a empresa, consolidando
todos os dados capturados interna e externamente em um banco de dados cen-
tral, e analisa os dados consolidados, distribuindo os resultados dessa análise
aos vários pontos de contato com o cliente. Essa informação é utilizada ao inte-
ragir com o cliente através de qualquer ponto de contato com a empresa.
O intercâmbio entre um cliente e a empresa torna-se mutuamente benéfico,
uma vez que os clientes oferecem informações em retribuição aos serviços per-
sonalizados que atendem às suas necessidades individuais.
Dessa definição, podemos concluir que CRM tem a ver com a captura, pro-
cessamento, análise e distribuição de dados (o que ocorre em todos os tipos
de sistemas), mas com total preocupação com o cliente (o que não ocorre nos
sistemas tradicionais). O cliente é agora o centro dos modelos de dados.
Considerando a filosofia do CRM de aprofundar nas empresas o relaciona-
mento com os clientes, de forma, a saber, detalhadamente suas necessidades
e características comerciais, podemos delimitar seus objetivos. Estes consistem
em gerenciar de maneira inteligente a comunicação e os dados sobre os clien-
tes, aliando vantagens para ambas as partes: maior volume de venda e lucro, e
maior satisfação por parte dos consumidores.
Um dos principais motivadores da implementação de uma solução é o cres-
cimento das receitas, como também a redução dos custos de vendas e de servi-
ços, e ainda otimizar os processos de atendimento.
A obtenção dos ganhos de imagem, a geração de novos e interessantes ne-
gócios, a captação de feedback sobre produtos e serviços, e ainda a avaliação de
tendências no auxílio para a tomada de decisões estratégicas, podem também
ser mencionadas como aspectos positivos de um processo de gestão do contato
com o cliente.
O CRM permite a criação de relacionamentos individualizados com os
clientes com o objetivo de aumentar os índices de satisfação e aumento de ren-
tabilidade, além de identificar os melhores clientes (mais rentáveis) e propiciar
a estes o mais alto nível de serviço.
capítulo 5 • 137
Além disso, possui a finalidade de auxiliar no aumento de performance das
áreas de televendas, atendimento e vendas otimizando informações que pas-
sam a ser disponibilizadas para as diversas pessoas envolvidas no processo, agi-
lizando o resultado (Ex.: pedidos via internet).
Portanto, seu objetivo final é construir relacionamentos de longo prazo com
o cliente, compreendendo suas necessidades e preferências e, como resultante,
agregar valor à organização e ao próprio cliente.
CONEXÃO
É interessante conhecer alguns dos sites que oferecem serviços eletrônicos de comércio.
Dentre eles, sem dúvida, a Amazon (www.amazon.com) uma das maiores e melhores lojas
virtuais da Internet.
No Brasil, um dos pioneiros foi o Submarino (www.submarino.com.br) e vale uma visita. Um
outro site bastante famoso e que apresenta uma série de conceitos vistos nas unidades
deste módulo é o Mercado Livre (www.mercadolivre.com.br).
A Dell é outro exemplo de empresa que se vale muito do potencial dos call
centers. Além de todo atendimento ao cliente, a Dell também faz a venda, o pós-
venda e serviços de suporte via telefone, e-mail, chat, etc.
138 • capítulo 5
5.2.2 Análise dos negócios eletrônicos
De acordo com (NORRIS et al., 2001) existem duas verdades sobre o e-business.
A primeira é que consiste em estratégia e não tecnologia. E a segunda, é que
e-business exige velocidade e flexibilidade, necessitando da manutenção neces-
sária o quanto for possível.
Ao usar sistemas ERP, as empresas buscam (ou deveriam buscar) organizar,
adequar e melhorar seus fluxos de informações, ou seja, melhorar seus processos
de negócio, gerenciando-os da melhor maneira possível.
A figura 21 apresenta algumas regiões de classificação sobre o uso de siste-
mas ERP. No eixo vertical, nós temos as classificações para o uso dos sistemas
ERP, enquanto que no eixo horizontal temos as classificações para o e-business.
No cruzamento entre características dos dois eixos, resultam as 6 regiões de
classificação da utilização do ERP aliado aos princípios de e-business.
A região 1 representa a abertura de uma nova empresa, por exemplo na web,
iniciando as atividades. Nessa região, a empresa precisa decidir se investe no
e-business, não implementando um ERP (esquerda para a direita) ou se inves-
te em ERP enquanto este vai simultaneamente conduzindo o cenário para um
ambiente de e-business.
Na região 2, a empresa possui alguma gestão de TI e admite que pode continu-
ar sem implementar o ERP. Nesse caso, a empresa não investirá tempo e dinheiro
num sistema ERP e terá mais flexibilidade com suas próprias tecnologias, mas po-
derá ter crescimento limitado, pois não estará apoiada por um sistema que geren-
cie suas informações, a menos que seus recursos de TI superem um ERP.
Na região 3, temos 8 características envolvidas, resultantes do cruzamen-
to entre 4 do eixo ERP e 2 do eixo e-business. Nessa região, a empresa possui
poucos aspectos positivos. Os benefícios oferecidos aos clientes são limitados.
Nesta região, os sistemas internos podem limitar a capacidade de crescimento
da empresa e a falta de integração de informações pode limitar a capacidade da
empresa realizar parcerias com outras empresas (como no caso da reposição
de estoque do Wal-Mart, lembra?). Já as empresas com tecnologia ERP integra-
da tanto na unidade de negócio quanto pelo grupo empresarial todo, devem
movimentar-se para a direita. As empresas com sistemas não integrados e ERP
limitados precisam decidir se investem nos sistemas ERP ou em e-business.
capítulo 5 • 139
Nenhuma Integração de
Ampliação Transformação
Capacidade cadeia Convergência
de canais do Setor
de e-business de valor
2 – Crescimento do Grupo
Greenfield 1 – Início das
(sem nenhum sistema)
Empresarial Limitado
Atividades
(Alto Risco = Oportunidade)
Sistemas
não integrados
ERP
Opções Eletrônicas e 5 – Otimizar os Negócios em Nível
Integrado na
Unidade de negócio
Flexibilidade de Unidade
Limitadas
ERP
Integrado no 6 – Otimizar por Todo o Grupo
Grupo Empresarial Empresarial
Figura 22 – Matriz de domínios entre ERP e e-business adaptado de (NORRIS et al., 2001).
140 • capítulo 5
Nenhuma
Integração
Capacidade Ampliação Transformação
da Cadeia convergência
de de canais do Setor
de Valor
business
Greenfield
(sem Nenhum Negócios
Sistema) Revolucionário
ERP
Limitado ou de
função única
ERP Explorar a
Integrado na tecnologia
Unidade
de negócio
ERP
Integrado no Entra no
Grupo Jogo
Empresarial
capítulo 5 • 141
seleção, preços baixos, busca e pedido fácil, informações úteis sobre o produto
e personalização de produtos, sistemas de pagamento seguros e atendimento
eficiente do pedido. Logo cedo, reconhecendo a importância do atendimento
do pedido, a Amazon.com investiu centenas (e milhões de dólares na monta-
gem de depósitos físicos projetados para remeter pequenos pacotes a centenas
de milhares de clientes).
No decorrer dos anos desde sua fundação, a Amazon.com melhorou continu-
amente seu modelo de negócios, melhorando a experiência do cliente, por exem-
plo, os clientes podem personalizar suas contas Amazon e gerenciar pedidos
on-line com o recurso de pedido “One-Click” patenteado. Esse serviço persona-
lizado inclui uma carteira eletrônica, permitindo que os compradores façam um
pedido de uma maneira segura sem a necessidade de entrar com seu endereço,
número de cartão de crédito, e assim por diante, toda vez que eles comprarem. O
One-Click também permite que os clientes vejam Status de pedido e façam mu-
danças nos pedidos que ainda não entraram no processo de envio.
Além disso, a Amazon acrescentou serviços e alianças para atrair clientes a
fazerem mais compras, por exemplo, a empresa agora oferece bens especiali-
zados, como sua loja profissional e técnica. Ela também está expandindo suas
ofertas além de livros. Por exemplo, em junho de 2002, ela se tornou revende-
dor autorizado da Sony Corpo para vender produtos Sony on-line. Hoje, você
pode encontrar quase todo produto que vende bem na Internet, desde produtos
de beleza até produtos esportivos e carros.
A Amazon possui mais de 500.000 parceiros afiliados que enviam clientes
para Amazon.com. A Amazon paga de 3% a 5% de comissão por qualquer ven-
da resultante. Outra extensão de seus serviços, em setembro de 2001, a Ama-
zon assinou um acordo com a Borders Group Inc., oferecendo aos usuários do
Amazon a opção de apanhar livros, CDs etc. nas livrarias físicas da Borders. A
Amazon.com também está se tornando um contratante pela Web para cadeias
nacionais como Target e Circuit City.
Em janeiro de 2002, a Amazon.com declarou seu primeiro lucro – para o quar-
to trimestre de 2001 – e isso veio acompanhando de um primeiro trimestre lu-
crativo de 2002. Mesmo assim, seu sucesso financeiro de forma alguma estaria
assegurado: a empresa sustentou perdas operacionais no segundo e terceiro tri-
mestres de 2002, embora elas fossem menores do que as perdas nos mesmos tri-
mestres dos anos anteriores. No quarto trimestre de 2002, a empresa novamente
obteve um lucro; 2003 foi o primeiro ano com lucro em cada trimestre. Como to-
142 • capítulo 5
das as empresas, e especialmente todas as empresas de e-tailing, a Amazon.com
continuará a caminhar pela tênue linha de lucratividade pelo futuro previsível.
Obs.: O texto original não foi modificado. Na minha opinião e-tailing deveria
ser trocado por e-commerce. A tradução de e-tailing é varejo eletrônico.
51,3 50
42,2 40
32 30
23,4 20
17,6 10
Figura 24 – Evolução do número de e-consumidores (em milhões) com pelo menos uma
compra realizada. (EBIT, 2014)
capítulo 5 • 143
Outra importante informação presente no relatório mostra o share da parti-
cipação das vendas provenientes de dispositivos móveis. Observe no gráfico da
Figura 25 o quanto esta modalidade de comércio eletrônico evoluiu desde 2010.
4,8%
3,6%
2,5%
1,3%
0,8%
0,3%
0,0% 0,0% 0,1%
34,6
28,8
22,5
10,7
14,8
10,6
144 • capítulo 5
em prever que o mercado de compras pela Internet irá crescer devido à grande
popularização dos dispositivos móveis e uso de redes wi-fi, além do baratea-
mento de serviços de banda larga.
Percebe-se, portanto que o consumidor fica cada vez mais próximo deste
tipo de modalidade de compra. E os lojistas precisam prestar atenção neste
comportamento, principalmente com relação às classes C e D que passam a
ter mais contato com esse tipo de tecnologia e também passam a ser grandes
clientes deste tipo de mercado.
ATIVIDADE
9. Quais vantagens o site Amazon.com possui com relação a seus concorrentes?
10. Visite a Amazon.com e experimente seus serviços ao cliente. Faça um resumo de todos
eles.
12. Visite os sites da questão 3 e compare os serviços oferecidos com os serviços da Ama-
zon.com. Quais são as características em comum? Quais são as características afins?
14. Como a Internet pode facilitar as atividades de vendas e marketing para clientes indivi-
duais? Descreva o papel desempenhado pela personalização Web.
15. Talvez a Internet não torne as corporações obsoletas, mas elas terão de alterar seus
modelos de negócio. Você concorda? Por quê?
17. Nomeie e descreva seis modelos de negócio de Internet para comércio eletrônico. Qual a
diferença entre um modelo de negócios de Internet puro e um modelo de cliques-e-cimento?
capítulo 5 • 145
REFLEXÃO
Vimos nesse capítulo algumas variações sobre comércio eletrônico. Talvez você nem descon-
fiasse da existência de tantos tipos de classificações. Porém, a teoria é importante para poder
estabelecer alguns parâmetros quando comparamos os vários tipos de sites que trabalham com
este tipo de mídia.
Sem dúvida, a Internet revolucionou várias áreas e o comércio é uma delas.
Quando se projeta um site de comércio eletrônico nunca podemos esquecer as integrações
que este site irá fazer com os sistemas de dentro da empresa. Já pensou se o estoque de um
determinado produto não é suficiente para uma determinada compra, porém o site mostra
que tem produto ainda disponível? Seria bastante complicado. Logo, a integração com os
demais sistemas que temos vistos nestas unidades é fundamental.
LEITURA
Para exemplificar e consolidar os conceitos aprendidos nesta unidade, sugerimos os seguin-
tes links:
• <http://www.e-commerce.org.br/artigos/empresas_internet.php>: este texto mostra
alguns pontos sobre os motivos das empresas estarem investindo na internet.
• <http://www.e-commerce.org.br/artigos/lojas_virtuais_desenvolvimento.php>: este
texto mostra alguns pontos sobre a montagem de uma loja virtual.
146 • capítulo 5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O’BRIEN, J. A.; MARAKAS, G. M. Administração de Sistemas de Informação: uma introdução.
São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
capítulo 5 • 147