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Sexta fase da Operação Lama

Asfáltica mira dinheiro desviado do


MS e enviado para o exterior
Operação batizada de Computadores de Lama foi
deflagrada nesta terça-feira em quatro cidades de MS
pela Polícia Federal, Controladoria Geral da União e
Receita Federal.
Por G1 MS
27/11/2018 08h31 Atualizado há 45 segundos
Carro da PF chega a Superintendência da PF em Campo Grande com material
apreendido durante a sexta fase da Lama Asfáltica, a Computadores de Lama
— Foto: Cláudia Gaigher/TV Morena

A Polícia Federal, a Controladoria Geral da União (CGU) e a Receita


Federal deflagram na manhã desta terça-feira (27) em Mato Grosso do
Sul a sexta fase da operação Lama Asfáltica. Chamada de
“Computadores de Lama”, a operação investiga as remessas ilegais
de dinheiro desviado do governo do estado para o exterior por
proprietários de empresas de informática investigados em etapas
anteriores da ação.
Nesta sexta etapa da Lama Asfáltica estão sendo cumpridos quatro
mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão, além do
bloqueio de contas bancárias de pessoas físicas e empresas.
Os mandados estão sendo cumpridos em Campo Grande, Jaraguari,
Dourados e Paranhos, por mais de 100 policiais federais, 17
servidores da CGU e 33 da Receita Federal.
Segundo a PF, essa nova fase decorreu da análise dos materiais
apreendidos em fases anteriores, coletados nas fiscalizações, exames
periciais e durante a investigação.
Além de apurar a evasão das divisas, a ação também apura desvio de
recursos públicos por meio de licitações direcionadas para serviços de
informática, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, simulação de
contratos para o repasse de recursos desviados do governo do estado
e utilização de “laranjas” para a ocultação de patrimônio.
Fases da Lama Asfáltica
A primeira operação da PF sobre desvio de dinheiro público em gestões
anteriores do governo do estado foi deflagrada em 9 de julho de 2015. A
ação apurava fraude em obras públicas --em uma delas, a grama que
deveria ser plantada ao longo de três rodovias era substituída por
capim. Todos os investigados negaram as acusações.
Segunda fase da investigação, a operação Fazendas de Lama ocorreu em
10 de maio de 2016. Foi a primeira vez que a PF esteve na casa do ex-
governador André Puccinelli. Investigação da PF, CGU e Receita
indicaram que o dinheiro obtido com corrupção foi usado para a
compra de fazendas, daí o nome da ação.
Em julho de 2016, CGU, Receita e PF deflagraram a terceira fase da
operação: a Aviões de Lama. Apurações apontaram que os
investigados sobre corrupção estavam revendendo bens de alto valor
e dividindo o dinheiro com diversas pessoas, com o objetivo de ocultar
a origem.
A quarta fase, Máquinas de Lama, foi deflagrada em maio de 2017.
Conforme a PF, os alvos direcionavam licitações públicas,
superfaturavam obras, faziam aquisição fictícia ou ilícita de produtos e
corrompiam agentes públicos. Os recursos desviados resultaram em
lavagem de dinheiro.
A quinta fase da operação, batizada de Papiros de Lama, foi deflagrada
em 14 de novembro de 2017 e teve o objetivo de acabar com grupo
suspeito de desviar R$ 235 milhões em recursos públicos por meio do
direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras
públicas, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, financiamento de
atividades privadas sem relação com a atividade-fim de empresas
estatais, concessão de créditos tributários com vistas ao recebimento
de propina e corrupção de agentes públicos.
Nesta quinta etapa da ação, a Polícia Federal apontou inclusive o ex-
governador André Puccinelli, que está preso desde junho deste ano, com
chefe da organização criminosa que desviada os recursos públicos do
estado. Ele responde por crimes como lavagem e desvio de recursos
públicos.
A força-tarefa da Lama Asfáltica calcula que os prejuízos aos cofres
públicos, somando as seis fases da operação, considerando as
fraudes, valores concedidos irregularmente como benefícios fiscais e
propinas pagas a integrantes do grupo passam dos R$ 432 milhões.

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