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Universidade Federal do Espírito Santo

Centro Universitário Norte do Espírito Santo


Departamento de Engenharias e Computação
Curso de Graduação em Engenharia Química

TROCADOR DE CALOR

Alexandre Ferreira Lombardi


Ana Priscila Landivar Ribeiro
Douglas José de Araújo
Henrique Nunes Lamas da Silva
Victor Rocon Covre

São Mateus
2011
Universidade Federal do Espírito Santo
Centro Universitário Norte do Espírito Santo
Departamento de Engenharias e Computação
Curso de Graduação em Engenharia Química

TROCADOR DE CALOR

Alexandre Ferreira Lombardi


Ana Priscila Landivar Ribeiro
Douglas José de Araújo
Henrique Nunes Lamas da Silva
Victor Rocon Covre

Trabalho apresentado à disciplina de


Ciência da Informação I, do curso de
graduação em Engenharia Química da
Universidade Federal do Espírito Santo,
Centro Universitário Norte do Espírito
Santo, sob a supervisão da professora
Ana Beatriz Neves Brito e da professora
Sandra Mara Santana Rocha

São Mateus
2011
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Sumário

1 - Introdução 3

2 - O Trocador de Calor 4
2.1 - Objetivo 4
2.2 - Funcionamento 4
2.2.1 - Pela mistura de fluidos 4
2.2.2 - Com armazenagem intermediária 4
2.2.3 - Através de uma parede que separa os fluidos 4
2.3 - Figuras do Equipamento 5
2.4 - Representação esquemática em fluxograma 6
2.5 - Principais Tipos de Trocadores de Calor 6
2.5.1 - Duplo tubo 6
2.5.2 - Casco e Tubo 7
2.5.3 - De Placas 7
2.6 - Aplicações na Indústria 8
2.7 - Manuntenção 9
2.8 - O que um Engenheiro Precisa Saber 10

3 - Conclusão 11

4 - Referências Bibliográficas 12

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1 - Introdução

Os trocadores de calor são equipamentos de extrema importância para a


engenharia. Foram desenvolvidos muitos tipos de trocadores de calor para diversos
campos da indústria, como usinas elétricas, usinas de processamento químico, ou
em aquecimento e condicionamento de ar. Existem também aplicações domésticas
bastantes comuns como em geladeiras e ar condicionados.
Esse equipamento foi projetado para trocar calor entre fluidos, segundo as
leis da termodinâmica, e, portanto proporcionar o reaproveitamento da energia
térmica presente nos fluidos quentes. Dessa forma, ao conservar a energia, os
trocadores de calor tornam-se importantes ferramentas para a preservação do meio
ambiente.

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2 - O Trocador de Calor

2.1 - Objetivo

O trocador de calor é um equipamento com a finalidade de realizar o


processo de troca térmica entre dois sistemas, fluído quente e fluído frio. Essa troca
pode ser feita entre sistemas separados ou misturando os fluídos.
Este processo é amplamente aplicado em diversos setores da engenharia,
como, por exemplo, em aquecedores, refrigeração, condicionamento de ar,
recuperação de calor, usinas de geração de energia, plantas químicas, plantas
petroquímicas, refinaria de petróleo, processamento de gás natural e tratamento de
águas residuais.

2.2 - Funcionamento

Existem três princípios diferentes em que se baseiam os trocadores de calor,


sendo o último o mais comum na indústria, pois não há contato entre os dois fluídos,
e assim podem ser reaproveitados. Os demais possuem aplicações específicas.

2.2.1 - Pela mistura de fluidos

Dois fluidos de temperaturas diferentes se misturam num único


sistema, alcançando uma mesma temperatura final. Pode ocorrer tanto em ambiente
aberto, quanto em sistema fechado.

2.2.2 - Com armazenagem intermediária

Os fluidos quente e frio são escoados alternadamente na mesma passagem.


Quando o fluido quente atravessa a passagem, o calor é armazenado na parede e
no enchimento do trocador, em seguida o fluido frio atravessa o trocador de calor e
absorve o calor armazenado. Geralmente esse método é usado em gases.

2.2.3 - Através de uma parede que separa os fluidos

Os fluidos escoam no trocador sem contato direto, através de tubulações


distintas, separadas por paredes de alta condutibilidade térmica. Geralmente essas
paredes são feitas de metais, como o cobre e o alumínio, ou ligas metálicas.
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O escoamento pode ser dado de duas formas, em correntes paralelas, em
que os dois fluidos entram do mesmo lado do trocador e fluem no mesmo sentido,
ou entram em lados opostos e fluem em sentido contrário; ou em correntes
cruzadas, onde os fluidos escoam perpendicularmente.
De modo geral, o escoamento em corrente cruzada é bastante aplicado em
aquecimento de gases e sistemas de refrigeração.

2.3 - Figuras do Equipamento

Figura 2.3.1 - Trocadores de calor do tipo


casco e tubo modelo Basco Type 500
Fonte: API Heat Transfer

Figura 2.3.2 - Trocadores de calor Figura 2.3.3 - Trocadores de calor do


de placas modelo Schmidt Gasketed tipo duplo tubo modelo Basco Hairpin
Fonte: API Heat Transfer Fonte: API Heat Transfer

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2.4 - Representação esquemática em fluxograma

Figura 2.4.1 - Representação esquemática de um trocador de calor em fluxograma


Fonte: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

2.5 - Principais Tipos de Trocadores de Calor

Na indústria de processos químicos, o princípio mais aplicado é o de troca


de calor sem contato direto entre os fluidos. Os principais tipos são:

2.5.1 - Duplo tubo

O trocador de calor tipo duplo tubo segue o princípio de funcionamento com


fluidos sem contato direto, pode ser tanto corrente paralela ou correte cruzada. Ele é

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composto por dois tubos concêntricos, um inserido no outro. Tanto o fluido quente
quanto o fluido frio pode escoar no tubo interno.
As principais vantagens desse tipo são a facilidade de construção e de
montagem, ampliação de área, facilidade de manutenção e de acesso para limpeza.

2.5.2 - Casco e Tubo

O trocador de calor tipo casco e tubo também segue o princípio de


funcionamento no qual não há contato direto entre fluidos. Este equipamento possui
tubos em seu interior, onde circula um dos fluidos, enquanto o outro circula entre o
casco e as paredes dos tubos.
Para garantir uma maior transferência de calor, o fluido que circula
externamente é desviado por placas dispostas de modo transversal no interior da
carcaça, como mostra a figura 2.5.1.
Este tipo de trocador é de amplo uso na indústria de processos químicos,
além disso, é de fácil limpeza e de menor custo.

Figura 2.5.1 - Esquema de trocador de calor


do tipo casco e tubo
Fonte: Universidade Federal de Minas Gerais

2.5.3 - De Placas

O trocador de calor deste tipo é formado por placas de metal enfileiradas,


que são unidas por compressão, e sustentadas por barras. Essas placas possuem
aberturas, tanto na parte superior quanto na inferior, para o escoamento dos fluidos,
onde um dos fluidos circula pelo lado direito e o outro pelo esquerdo, em corrente
em sentidos opostos.
Entre as placas existem gaxetas – borrachas de vedação – que formam uma
espécie de tubo por onde os fluidos escoam. Essas gaxetas estão dispostas de
forma que permitam a passagem alternada dos fluidos entre as placas.
Existem placas dos tipos planas, aletadas, espirais, entre outros.

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Figura 2.5.2 - Esquema de trocador de calor de placas
Fonte: Almathi

2.6 - Aplicações na Indústria

Os trocadores de calor são fundamentais na indústria e nas pesquisas


científicas. São exemplos de trocadores de calor, as torres de refrigeração de água,
refrigeração em geral, recuperadores, condensadores e caldeiras. Também é
utilizado na produção de bebidas destiladas.
As torres de refrigeração são utilizadas para o resfriamento de água para a
indústria. A água quente goteja da parte superior da torre e encontra uma corrente
de ar em temperatura ambiente. O ar flui em corrente contrária devido a um exaustor
no topo da torre.

Figura 2.6.1 - Esquema de torre de refrigeração


Fonte: MPSC Engenharia

A troca de calor ocorre por contato direto entre o ar e a água. Assim a água
é resfriada e pode ser reaproveitada.
Na refrigeração em geral, usa-se dois trocadores de calor em sistema
fechado, com um único gás, o fréon (um fluorcarboneto não inflamável qualquer).
Inicialmente, o gás frio passa por um compressor e se torna um gás de alta
pressão, e assim sua temperatura aumenta. Então ele passa pelo primeiro trocador
de calor, no qual ele perde calor para o meio externo. Em seguida, ele passa por

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uma válvula e se expande, fazendo com que sua temperatura diminua e fique menor
do que antes de ser comprimido.
Esse gás frio, passa pelo segundo trocador de calor, resfriando um
determinado ambiente. Após atravessar o trocador, ganha temperatura e retorna ao
compressor, dando continuidade ao ciclo.

Figura 2.6.2 - Diagrama do ciclo de refrigeração


Fonte: How Stuff Works

Os recuperadores baseiam-se em um trocador de calor tipo duplo tubo. Em


um dos tubos existe um fluido quente e no outro um fluido que necessita ser
aquecido. Assim o trocador de calor aproveita a energia térmica para aquecer o
outro fluido.
Os condensadores são empregados em processos de separação de
misturas por destilação, eles são responsáveis, pela condensação de vapores de
substâncias que foram separadas no processo de destilação. Esse método é comum
na extração de óleos e na purificação de líquidos.

2.7 - Manuntenção

Para que a integridade do trocador de calor seja mantida, é preciso que haja
uma freqüente inspeção de suas peças. Para verificar se as paredes do trocador
estão em bom estado usa-se dois métodos, o método do gás hélio e o método da
corrente parasita.
O método do gás hélio consiste em encher o trocador com o gás e verificar
se ocorreu vazamento, através de um espectrômetro de massa, que mede a
concentração do gás. Esse método é capaz de detectar e medir micro vazamentos.
O método da corrente parasita baseia-se em aplicar um forte campo
eletromagnético no trocador de calor, gerando correntes de Foucault (correntes
circulares formadas nas paredes do trocador). Essas correntes são medidas e, se
estiverem abaixo do padrão, indicam um dano na estrutura metálica.
Outro problema freqüente com trocadores de calor é a incrustação, ou seja,
a precipitação de impurezas na superfície dos tubos quando ocorre a passagem dos
fluidos. Ela pode ser agravada pela falta de limpeza regular do trocador e/ou do seu
uso freqüente.
A incrustação prejudica o rendimento do trocador de calor ao diminuir o
contato entre fluido e a parede do trocador. Para retirar a incrustação é necessário o
uso de produtos químicos capazes de reagir com ela. Como esses produtos

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químicos podem corroer o equipamento e também contaminar o fluido, é melhor
manter a limpeza regular do trocador.
Trocadores de calor de placas precisam ser desmontados e limpos
periodicamente. Trocadores de calor tubulares podem ser limpos por métodos como
a limpeza ácida, jateamento e jato de água de alta pressão.

2.8 - O que um Engenheiro Precisa Saber

O engenheiro que vai projetar ou avaliar um trocador de calor deve ter


conhecimento sobre algumas variáveis envolvidas no processo. As principais
variáveis de processo num equipamento de troca térmica são:
 A natureza dos fluidos que percorrem o trocador: por exemplos, eles
podem ser corrosivos, tóxicos, ou alimentícios, cada um com um
tratamento específico;
 As temperaturas dos fluidos na entrada e na saída do trocador: elas
determinam o valor do potencial térmico do trocador;
 As pressões de operação: cada processos necessita de uma pressão
específica, como para a condensação de determinados fluidos. Essa
pressão precisa ser suportada pelo equipamento;
 A velocidade de escoamento: se a velocidade de escoamento for alta,
a turbulência do fluido será maior, e, portanto a área do trocador
necessária para uma dada carga térmica será menor. Por outro lado,
essa turbulência provoca um atrito maior e assim uma perda da carga
maior;
 A sujeira: o depósito de materiais indesejáveis no trocador dificulta a
troca de calor. Caso haja muita sujeira, deve-se escolher um modelo de
trocador de fácil limpeza;
 Localização dos fluidos: para um trocador tipo casco e tubos, a
localização dos fluidos se relaciona com a limpeza e manutenção do
equipamento. O fluido mais “sujo” deve escoa no tubo, onde o trecho é
reto e assim a turbulência é menor, evitando as incrustações.

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3 - Conclusão

Os trocadores de calor não apenas realizam trocas térmicas, mas também


são responsáveis pelo melhor aproveitamento energético nas indústrias. Um
trocador bem projetado e adequadamento dimensionado para a sua operação, e
com manutenção em dia, é capaz de realizar um processo de troca térmica mais
eficiente, e, portanto, mais atrativo do ponto de vista econômico. Assim aumenta-se
a competitividade do produto final.
Além disso, do ponto de vista ambiental, o uso de trocadores de calor
favorece o meio ambiente no momento em que se evita o descarte de fluidos em
temperaturas elevadas ou então quando possibilita o reaproveitamento desse
mesmo fluido para algum outro processo na indústria.

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4 - Referências Bibliográficas

HOLMAN, J. P. Transferencia de Calor. 8ª edição. Madrid: Concepción


Fernández Madrid, 1998.

MARTINELLI JÚNIOR, L. C. Transferência de Calor Parte V: Trocadores


de Calor. 2000. Trabalho Acadêmico – Unijuí, Ijuí.

DE OLIVEIRA, G. A. Dimensionamento de um Trocador de Calor Tipo


Casco e Tubos. 2010. Trabalho Acadêmico (Graduação em Engenharia Mecânica)
– Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Uberlândia,
Uberlândia.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Departamento de


Engenharia Mecânica. Trocadores de Calor: documento de trabalho. Belo
Horizonte. Disponível em:
<http://www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema074/trocador/index.htm>. Acesso em: 11
abr. 2011.

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