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Sumário
1 Introdução 2
3 Derivadas e Integrais 4
4 Sistemas de Coordenadas 5
5 Lei de Coulomb 6
6 Lei de Gauss 8
7 Lei de Ampére 10
8 Meios Materiais 11
9 Condições de Contorno 13
10 Eletrostática 14
11 Magnetostática 15
12 Quase-Estática 19
13 Eletrodinâmica: Introdução 20
20 Meios dispersivos 32
21 Exercı́cios Propostos 33
22 Lista de Exercı́cios 39
23 Formulário de Eletromagnetismo 42
1
1 Introdução
Prezado aluno,
Gostaria de aproveitar este primeiro contato para tentar contagiá-lo com o grande entusiasmo que eu tenho pelos tópicos
da disciplina que veremos ao longo deste semestre. Sei que você provavelmente já ouviu falar que Eletromagnetismo é
uma disciplina difı́cil, cheia de cálculos mirabolantes, talvez até chata. Mas eu vejo as coisas de outra forma...
O Eletromagnetismo é o fenômeno por trás de algumas das mais incrı́veis realizações da nossa sociedade moderna, como
o motor elétrico, a televisão, o rádio, o telefone celular, o microondas. Grande parte da Engenharia Elétrica, motores,
telefones, transmissão de energia, não existiriam se não fosse o Eletromagnetismo (talvez apenas sinais de fumaça e tam-
bores...). Vou tentar ao máximo trazer este aspecto prático, moderno e dinâmico do Eletromagnetismo para as nossas
aulas, trabalhos e provas.
Nossos livros textos são excelentes. “Elementos de Eletromagnetismo” de M.N.O. Sadiku [2] e “Eletromagnetismo para
Engenheiros” de Clayton R. Paul [1], irão apresentar a vocês não apenas a matemática, mas os fenômenos e a importância
das equações de Maxwell na nossa vida. Começo recomendando um grande livro, de um grande autor: “O Mundo As-
sombrado pelos Demônios: A Ciência Vista como uma Vela no Escuro”, de Carl Sagan [3]. O capı́tulo “Maxwell e os
Nerds” é dedicado ao que veremos neste semestre. É um texto muito interessante (e tem APENAS 4 FORMULAS!) e
vamos discutı́-lo. Compartilho com Carl Sagan a visão entusiasmada e otimista da ciência e do eletromagnetismo. Espero
que tenhamos um semestre rico em experiências e aprendizado.
Ementa
1. Revisão de Análise Vetorial, Sistemas de Coordenadas e Cálculo Vetorial
2. Campos Elétricos Estáticos
(a) Lei de Coulomb
(b) Lei de Gauss
(c) Potencial Elétrico
3. Propriedades dos Materiais
(a) Capacitância e dielétricos
(b) Resistência e corrente
4. Campos Magnéticos Estáticos
(a) Lei de Biot-Savart
(b) Lei Circuital de Ampère
(c) Densidade de Fluxo
(d) Materiais ferromagnéticos
5. Campos magnéticos e elétricos variando no tempo.
(a) Relação entre a Teoria dos Circuitos e do Campo.
(b) Equações de Maxwell
(c) Introdução às ondas eletromagnéticas
6. Introdução às linhas de transmissão.
7. Guia de ondas - teoria da radiação.
Referências
[1] Clayton R. Paul. Eletromagnetismo para Engenheiros: com aplicações a sistemas digitais e interferência eletro-
magnética. Editora LTC, São Paulo, 2004.
[2] M. N. O. Sadiku. Elementos de Eletromagnetismo. Editora Bookman, Porto Alegre, 2004.
[3] Carl Sagan. O Mundo Assombrado pelos Demônios: A Ciência Vista como uma Vela no Escuro.
2
2 Produto Escalar, Vetorial e Sistemas de Coordenadas
PRODUTO ESCALAR E VETORIAL
~ = Ax âx + Ay ây + Az âz
A ~ = Bx âx + By ây + Bz âz
B
Escalar : âx · âx = 1 âx · ây = 0 âx · âz = 0
~ ~
A · B = Ax Bx + Ay By + Az Bz
Vetorial : âx × âx = 0 âx × ây = âz âx × âz = −ây
âx ây âz
~×B ~ = Ax Ay Az = (Ay Bz − Az By )âx + (Az Bx − Ax Bz )ây + (Ax By − Ay Bx )âz
A
Bx By Bz
~·B
Regra: A ~ = Ax Bx + Ay By + Az Bz
~ = (2âx + 4âz ), B
2. A ~ = (1âx − 4ây ): A
~·B
~ =
~×B
1. A ~ =
~ = (2âx + 4âz ), B
2. A ~ = (1âx − 4ây ): A
~×B
~ =
3
3 Derivadas e Integrais
DERIVADAS COMUNS
INTEGRAIS COMUNS
Z Z Z Z Z
1
adx = ax af (x)dx = a f (x)dx f (ax)dx = f (x)dx
a
un+1
Z Z Z Z
eu du = eu sin(u)du = −cosu cosudu = sinu un du = , (n 6= −1)
n+1
Referência: http://www.sosmath.com/tables/integral/integ1/integ1.html
4
4 Sistemas de Coordenadas
COORDENADAS CARTESIANAS (x, y, z)
~ = dxax
dL ˆ + dy ay ˆ + dz az ˆ ~ = dydz ax
dS ˆ + dzdxayˆ + dxdy azˆ dV~ = dxdydz
∂V ∂V ∂V ~ = ∂Ax + ∂Ay + ∂Az
∇V = âx + ây + âz ∇·A
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
2 2 2
∂ f ∂ f ∂ f
∇2 f = + 2 + 2 ∇2~v = (∇2 vx )ax
ˆ + (∇2 vy )ay
ˆ + (∇2 vz )az
ˆ
∂x2 ∂y ∂z
~ = ∂Az ∂Ay ∂Ax ∂Az ∂Ay ∂Ax
∇×A − ax
ˆ + − ay
ˆ + − az
ˆ
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
5
5 Lei de Coulomb
onde: Q é a carga [C], R é a distância entre as cargas e k é uma constante que depende do meio. No caso de duas cargas
no vácuo, k = 1/(4.π.ε0 ), onde ε0 = 8, 854.10−12 [F/m].
A direção desta força será no sentido do vetor que mede a distância entre as cargas, ou seja:
Q1 .Q2 ~
R
F~ = k [N ]aˆR aˆR =
R2 |R|
Exercı́cio 1 Suponha uma carga Q1 = 3.10−4 C no ponto (1,2,3) e uma carga Q2 = −10−4 C no ponto (2,0,5). a) Qual
a força de Q1 em Q2 ? b) Qual a força de Q2 em Q1 ?
Resposta :
~ 12
a) R = P~2 − P~1 = (2âx + 0ây + 5âz ) − (1âx + 2ây + 3âz ) = 1âx − 2ây + 2âz
p √ ~
R 1âx − 2ây + 2âz
|R| = 12 + (−2)2 + 22 = 9 = 3 aˆR = =
|R| 3
−4 −4
1 Q1 .Q 2 1 3.10 . − 10 1âx − 2ây + 2âz
F~12 = . 2
.aˆR = . 2
. = (−10âx + 20ây − 20âz )[N ]
4.π.ε0 R 4.π.ε0 3 3
b) F~21 = −F~12 = (10âx − 20ây + 20âz )[N ]
Supondo que queremos saber a “influência” que a carga Q1 exerce no meio, independentemente da carga Q2, podemos
dividir a força por Q2. Fazendo isto, obtemos o CAMPO ELÉTRICO da carga Q1:
F~ ~ = 1 Q aˆR [V /m]
=E
Q2 4πε0 R2
Exercı́cio 2 Suponha três cargas de 3nC nos pontos P1(1,1,0), P2(-1,1,0) e P3(-1,-1,0). Calcule o campo elétrico total
no ponto P(1,1,1).
Resposta :
~1
R = P~ − P~1 = (1âx + 1ây + 1âz ) − (1âx + 1ây + 0âz ) = 0âx + 0ây + 1âz = 1âz
p √ R~1 âz
|R1 | = 02 + 02 + 12 = 1 = 1 aR1
ˆ = = = 1âz
|R1 | 1
~1 = 1 Q1 1 3.10−9 1âz
E . 2 .aR1
ˆ = . . = (27âz )[V /m]
4.π.ε0 R1 4.π.ε0 12 1
E~ 2 = (4, 82âx + 2, 41âz )[V /m] ~ 3 = (2âx + 2ây + 1âz )[V /m]
E
~T = E
E ~1 + E~2 + E~ 3 = (6, 82âx + 2ây + 30, 4âz )[V /m]
Distribuições de Carga Supondo que, ao invés de uma carga puntual Q temos uma distribuição de cargas ρ, podemos
calcular a carga total QT utilizando integrais:
Z
QT = ρL dL onde ρL é a distribuição LINEAR de cargas [C/m]
L
Z Z
QT = ρS dS onde ρS é a distribuição SUPERFICIAL de cargas [C/m2 ]
S
Z Z Z
QT = ρV dV onde ρV é a distribuição VOLUMÉTRICA de cargas [C/m3 ]
V
6
Exercı́cio 3 Calcule a carga total contida em: a) um cubo de lado 1,5m com ρv = 3x[C/m3 ]; b) um cubo de lado 1,5m
com ρs = 2[C/m2 ]; c) um cilindro de raio 2cm e altura 3cm com ρv = 3z[C/m3 ]; d) um cilindro de raio 2cm e altura 3cm
com ρs = 4[C/m2 ]; e) uma esfera de raio 2m com ρv = 3r2 [C/m3 ]; f) uma esfera de raio 2m com ρs = 12r[C/m2 ]; g)
uma linha de cargas no eixo x de x=3m a x=12m com ρL = 0, 2[C/m].
OBS: consulte o formulário de Sistemas de Coordenadas para fazer este exercı́cio.
Campo Elétrico de Uma Distribuição de Cargas Voltando ao campo elétrico, temos então que:
Z Z Z Z Z Z
~ Q ρL dL ρS dS ρV dV
E= aˆR = aˆ =
2 R
aˆ =
2 R
aˆ [V /m]
2 R
4πε0 R2 L 4πε 0 R S 4πε 0 R V 4πε 0R
Campo Elétrico de Uma Linha de Cargas Utilizando as definições anteriores, calcularemos o campo elétrico de
uma linha de cargas.
Observando a simetria do problema, nota-se que o campo terá as
~ = Eρ aˆρ , Eθ = 0 e Ez = 0.
componentes: E
Z
~ = ρL dL
E aˆ
2 R
dL = dz ρL = constante
L 4πε 0R
~ = ρaˆρ − zâz
p ρaˆρ − zâz
R |R| = ρ2 + (−z)2 aˆR = p
ρ2 + (−z)2
Z +∞
ρ dz ρaˆρ − zâz
~ =
E p L ·p
2 2 2 ρ2 + (−z)2
−∞ 4πε0 ( ρ + (−z) )
Solução :
~ ρL ~ = (x − 6)âx + (y − 8)ây
p (x − 6)âx + (y − 8)ây
a) E = aˆρ R |R| = (x − 6)2 + (y − 8)2 aˆρ = p
2πε0 ρ (x − 6)2 + (y − 8)2
~ ρL (x − 6)âx + (y − 8)ây ρL [(x − 6)âx + (y − 8)ây ]
E = =
2πε0 [(x − 6)2 + (y − 8)2 ]
p p
2πε0 (x − 6)2 + (y − 8)2 (x − 6)2 + (y − 8)2
ρL √ 1âx
~
b) E = aˆρ ~ = (1 − 0)âx + (0 − 0)ây + (0 − 0)âz = 1âx
R |R| = 12 = 1 aˆρ = = âx
2πε0 ρ 1
~ 0, 2.10−6
E = âx = 3.595âx [V /m]
2πε0 .1
ρL p √
~
c) E = aˆρ ~ = (0 − 0)âx + (1 − 0)ây + (2 − 0)âz = 1ây + 2âz
R |R| = 12 + 22 = 5
2πε0 ρ
−12
1ây + 2âz ~ = 0, 4.10√ 1ây√ + 2âz
aˆρ = √ E = 1, 44.10−3 ây + 2, 88.10−3 âz [V /m] = 1, 44ây + 2, 88âz [mV /m]
5 2πε0 . 5 5
7
6 Lei de Gauss
Duas esferas carregadas dispostas concentricamente:
~ = densidade de fluxo elétrico [C/m2 ]
D
Área da Superfı́cie da Esfera = 4.π.a2 [m2 ]
Carga na Esfera Interna = +Q [C]
Exercı́cio 1 ~ no ponto (3,-4,5) causado por uma carga puntual de 0,2µC na origem.
Determine o módulo de D
Solução :
p √
~r = P~ − O
~ = (3âx − 4ây + 5âz ) − (0âx + 0ây + 0âz ) = 3âx − 4ây + 5âz |~r| = 32 + 42 + 52 = 50
−6
~ Q 0, 2.10 3âx − 4ây + 5âz
D = aˆr = √ √ = (135âx − 180ây + 225âz ).10−12 C/m2
4.π.r2 4.π.( 50)2 50
~ =
p
|D| 1352 + (−180)2 + 2252 = 318, 31pC/m2
~ = Q ~ = Q ~ = ε0 E
~
E aˆr D aˆr ⇒ D
4πε0 r2 4πr2
~ = ε0 E,
Exercı́cio 2 Utilizando a relação D ~ determine o valor de D
~ no ponto (3,-4,5) causado por uma linha de cargas
sobre o eixo z com ρL = 30nC/m.
Solução :
p √
ρ
~ = P~ − L
~ = (3âx − 4ây + 5âz ) − (0âx + 0ây + 5âz ) = 3âx − 4ây ρ= 32 + 42 = 25 = 5
−9
~
D ~ = ε0 ρL aˆρ = ρL aˆρ = 30.10 3âx − 4ây = (573âx − 764ây ).10−12 C/m2
= ε0 E
2πε0 ρ 2πρ 2π5 5
~ é obtido dividindo a carga pela área, podemos fazer o racicı́nio contrário para descobrir a carga
Sabendo que o valor de D
~
total a partir do D:
Z
~ = Q ⇒ D.A
D ~ =Q⇒ ~ · dS
D ~=Q
A S
Se, ao invés de uma única carga tivermos uma distribuição volumétrica de cargas ρv , podemos subtituir, obtendo a Forma
Integral da Lei de Gauss:
Z Z Z Z Z Z Z
Q = ρv dV ⇒ ~ · dS
D ~= ρv dV
v S v
8
Exercı́cio 3 Calcule a densidade volumétrica de cargas que gera a densidade de fluxo elétrico:
2 2
~ = 4xy âx + 2x ây + 2x y âz [C/m2 ]
D
z z z 2
Resposta :
Resposta :
~ · dS
~ = Qt
RR
a) Forma Integral: S
D
Lado D ~ ~
dS ~ · dS
D ~
x=0 0 dydz (−âx ) 0 =0
x = 1 2yâx + ây dydz (âx ) 2ydydz
z }| {
Z 3 Z 2 Z 3 Z 1 Z 3 Z 1
y = 0 x2 ây dxdz (−ây ) −x2 dxdz Qt = 2ydydz − x2 dxdz + x2 dxdz
y = 2 4xâx + x2 ây dxdz (ây ) x2 dxdz 0 0 0 0 0 0
~ ∂(2xy) ∂(x2 )
∇·D = + = 2y
∂x ∂y
Z 3Z 2Z 1
2y 2 2 3
Qt = 2y.dx.dy.dz = x|10 . | .z| = 1.4.3 = 12[C]
0 0 0 2 0 0
Resposta : 128.π 2 C
Resposta : 294.5.10−9 C
9
7 Lei de Ampére
Supondo uma corrente linear constante que flui ao longo do eixo
z, o campo magnético em um ponto P qualquer é dado por:
~ = 1 I aˆα [A/m]
H
2π ρ
Assim, podemos definir os análogos em fórmula:
~ = 1 I aˆα [A/m] ⇒ D
H ~ = 1 ρL
aˆR [C/m2 ]
2π ρ 2π r
~ = µ I aˆα [W b/m2 ] ⇒ E
B ~ = 1 ρL
aˆR [V /m]
2π ρ 2πε r
Por este motivo, os fı́sicos chamam B ~ de campo magnético. Do ponto de vista de unidades, entretanto, as unidades de
~ /m] e H[A/m]
E[V ~ são muito mais significativas. Assim, na engenharia, chamamos H ~ de campo magnético [A/m] e B
~ de
2 ~ ~
vetor indução magnética [W b/m ]. Temos que B = µH, onde µ é a permeabilidade magnética do meio [H/m]. No vácuo,
µ = µ0 = 4π.10−7 [H/m].
Sabendo-se que H é a corrente dividida por um contorno (A/m), podemos calcular a corrente através de:
Z Z Z
~ = I ⇒ H.C
H ~ =I⇒ H~ · dL
~ =I Compare com: ~ · dS
D ~=Q
C C S
~ 2 ~ ~ teremos a Forma Integral da Lei
RR
Se tivermos uma distribuição superficial de corrente J[A/m ], tal que I = S
J · dS,
de Ampère (incompleta):
Z Z Z Z Z Z Z Z
~ ~
H · dL = ~ ~
J · dS Compare com: ~ ~
D · dS = ρv dV
C S S v
Utilizando o teorema de Stokes do Rotacional, obtemos a Forma Diferencial da Lei de Ampère (incompleta):
Z Z Z Z Z Z Z
~ ~
A · dL = ~ ~
(∇ × A) · dS ⇒ ~ ~
(∇ × H) · dS = J~ · dS
~ ⇒∇×H ~ = J~
C S S S
Este resultado é verdade para qualquer fio percorrendo uma corrente (toda
corrente que entra no fio, sai do fio).
Entretanto, quando observamos um capacitor, podemos perceber que a corrente
I que entra dentro do contorno C não sai dele. Logo ∇ · J~ 6= 0!!!
Para tornar a Lei de Ampère completa, é necessário levar em conta que só haverá corrente no capacitor se este estiver
carregando ou descarregando, ou seja, se estiver havendo variação no tempo na carga acumulada no capacitor (∂Q/∂t).
Esta variação na carga gera uma variação no campo elétrico produzido por esta carga (∂E/∂t), dependendo do meio (ε),
ou seja, gera uma variação na densidade de fluxo elétrico D.~ Levando-se isto em conta tem-se a SEGUNDA LEI DE
MAXWELL:
~ ~
∇×H ~ = J~ + ∂ D = J~ + ∂εE
∂t ∂t
As Quatro Equações de Maxwell A partir das duas primeiras equações, utilizando os conceitos de simetria (análogos)
discutidos e o fato de que não existe nem carga nem corrente magnética, temos as Quatro Equações de Maxwell :
∇·D ~ = ρV ⇒ ∇·B ~ =0
~ ~
~ = J~ + ∂ D
∇×H ⇒ ~ = − ∂B
∇×E
∂t ∂t
10
8 Meios Materiais
Tipos de Meios
Até agora temos estudado vários métodos de cálculo de campos, onde estes campos estavam no espaço vazio (ar, vácuo).
Embora este seja um caso importante e extremamente útil, nem sempre é assim. Campos elétricos e magnéticos podem
estar presentes em outros materiais, como água do mar, vidro, e até mesmo tecidos do corpo humano.
Existem milhares de materiais no universo. Cada um deles tem caracterı́sticas especı́ficas, como cor, densidade, orga-
nização atômica, constante de transferência de calor, viscosidade, transparência, cheiro, gosto, entre muitas outras. Cada
pessoa observa estes materiais sob a sua ótica. Viscosidade e densidade são importantes para um engenheiro civil; cons-
tante de transferência de calor e organização atômica para um fı́sico; cor, cheiro e gosto para a minha filha de 7 meses,
que põe tudo na boca. Para nós, engenheiros eletricistas e de telecomunicações, o que interessa são as propriedades
eletromagnéticas dos meios.
Condutores σ = condutividade elétrica [S/m] = No caso dos materiais condutores, a condutividade deve ser muito
alta (σ >>> 0). Esta caracterı́stica deriva do fato de que estes materiais possuem muitos elétrons livres, que, na presença
de campos, se organizam em correntes dentro do material.
Dielétricos ε = permissividade elétrica [F/m] = Materiais dielétricos, ao contrário, não apresentam nenhum elétron
livre (dielétrico sem perdas) ou apresentam pouquı́ssimos elétrons livres (dielétricos com perdas), o que impede a formação
destas correntes. No caso dos materiais dielétricos com perdas, a condutividade é diferente de zero (pele humana, por
exemplo, que tem σ = 0, 65), mas ainda é muito pequena.
Magnéticos µ = permeabilidade magnética [H/m] = No caso dos materiais magnéticos, eles são divididos em dia-
magnéticos (µ ≤ µ0 ), paramagnéticos (µ ≥ µ0 ) e ferromagnéticos (µ >>>> µ0 ). Apenas os ferromagnéticos são
de nosso interesse no momento, já que os diamagnéticos e paramagnéticos em geral tem outra caracterı́stica principal. A
madeira, por exemplo, é diamagnética (µ = 0, 9999995µ0 ), mas suas propriedades dielétricas são muito mais importantes
(ε = 1, 5ε0 a 4ε0 ). Já o alumı́nio é paramagnético (µ = 1, 00000065µ0 ), mas suas propriedades condutoras são muito mais
importantes (σ = 3, 82.107 [S/m]).
Semi-condutores Um outro tipo de material do qual não falamos ainda são os semi-condutores, como o silı́cio. Este
é um material extremamente importante para nós, porque com ele fazemos transistores, diodos e microprocessadores. A
principal caracterı́stica dos semicondutores é que o valor das suas propriedades mudam quando aplicamos corrente à eles.
De material não-condutor (dielétrico), eles se tornam condutores, funcionando como chaves1 .
Para facilitar a comparação com o vácuo, dividiremos os valores do ε e do µ pelos valores de ε0 e µ0 , obtendo valores
relativos ao do vácuo: εR e µR . Vejamos alguns exemplos na Tabela 1 (observe que embora a ferrita tenha valores
diferentes do vácuo de εR e σ, o valor de µR é muito mais significativo).
– Linear = as caracterı́sticas do material variam linearmente (ex: em um resistor, quando a tensão aumenta, a
corrente aumenta linearmente)
– Não-linear = as caracterı́sticas do material não variam linearmente (ex: quando você estica uma borracha, o
tamanho que ela fica não é linear com a força, no começo precisa fazer pouca força para esticar muito, no final
precisa fazer muita força para esticar pouco)
D~lat · dS~lat = 0:
RR
Como Slat ⇒ 0, ~ 3 · l3 e ~ · l4 ⇒ 0:
R R
Slat Como L3 e L4 ⇒ 0, L3 H H
L4 4
Z Z Z Z Z Z
~ ~
D1 · S1 + D~2 ·S
~2 = Qt H~ 1 · l1 + ~ 2 · l2 = I
H
S1 S2 L1 L2
~ 1 for constante em S1 e D
Se D ~ 2 for constante em S2 : ~ 1 for constante em L1 e H
Se H ~ 2 for constante em L2 :
Z Z Z Z Z Z
~1 ·
D ~1 + D
S ~2 · S~2 = Qt ~
H1 · ~
l1 + H2 · l2 = I
S1 S2 L1 L2
Como a carga está distribuı́da apenas na superfı́cie S: Como a corrente está distribuı́da apenas na linha L:
Z Z Z Z Z Z
Qt = ρs .dS = q.dS = q.S I= Jl .dL = i.dL = i.L
S S L L
~ 1 · S1 (−n̂) + D
D ~ 2 · S2 (+n̂) = q.S ~ 1 · L1 (−t̂) + H
H ~ 2 · L2 (+t̂) = i.L
Como S1 = S2 = S, podemos simplificar os dois lados: Como L1 = L2 = L, podemos simplificar os dois lados:
~ 1 · (−n̂) + D
D ~ 2 · (+n̂) = q ~ 1 · (−t̂) + H
H ~ 2 · (+t̂) = i
~2 −D
n̂ · (D ~ 1) = q n̂ × (H~2 − H ~ 1) = i
13
10 Eletrostática
Definição de Eletrostática A Eletrostática representa as situações onde há apenas campo elétrico (Eletro) que não
varia no tempo (estática).
~
∂εE ~
~ ×H
∇ ~ = J~s + ∇ ~ = − ∂µH
~ ×E ~ · µH
∇ ~ =0 ~ · εE
∇ ~ = ρv
∂t ∂t
Temos então quatro opções:
1. Se fizermos ∂/∂t = 0, J~s = 0 e ρv = 0, ⇒ E
~ =0eH
~ = 0 ⇒ Solução TRIVIAL (inútil)
~ ×H
∇ ~ = 0 ~ ×E
∇ ~ =0 ~ · µH
∇ ~ =0 ~ = ρv
~ ·E
∇
ε
Ou seja:
~ pois ∇
• Não há campo magnético H, ~ ×H
~ =0e∇
~ ×H
~ =0
~ tem natureza divergente, gerada por uma distribuição volumétrica de cargas ρv .
• O campo elétrico E
~ = −∇V
b) E ~ ⇒ O campo eletrostático é potencial (depende de variação)
Exercı́cios:
~ Resposta: E
1. Dado V = (4x2 − 3xy 3 )[V ], calcule o valor de E. ~ = (−8x + 3y 3 )âx + 9xy 2 ây [V /m]
2. Dado V = ( 10 2 ~ ~ 2
ρ + cos(α) + z )[V ], calcule o valor de E. Resposta: E = (10/ρ )aˆρ + (sin α/ρ)aˆα − 2zâz [V /m]
3. O potencial escalar eletrostático de uma distribuição constante de cargas ρs sobre a superfı́cie de uma esfera de raio
a é dada por: V = φ = (ρs a2 )/(εr)[V ]. Calcule o valor de E.~ Resposta: E ~ = (ρs a2 )/(εr2 )aˆr [V /m]
4. Usando a resposta do exercı́cio anterior calcule o valor do campo Elétrico a 10cm da esfera, se o raio da esfera é de
4cm, está no ar e tem ρs = 2n[C/m2 ]. Resposta: E ~ = 36, 14aˆρ [V /m]
14
11 Magnetostática
Definição de Magnetostática :
A Magnetostática representa as situações onde há apenas campo magnético (Magneto) que não varia no tempo (estática).
~
∂εE ~
~ ×H
∇ ~ = J~s + ∇ ~ = − ∂µH
~ ×E ~ · µH
∇ ~ =0 ~ · εE
∇ ~ = ρv
∂t ∂t
Temos então quatro opções:
• Se fizermos ∂/∂t = 0, J~s = 0 e ρv = 0, ⇒ E
~ =0eH
~ = 0 ⇒ Solução TRIVIAL (inútil)
Ou seja:
~ pois ∇
1. Não há campo elétrico E, ~ ×E
~ =0e∇
~ ·E
~ =0
Lei de Biot-Savart :
Compare com:
~
IdL dQ
~ =
dH × aˆR [A/m] ~ =
dE · aˆR [V /m]
4π|R|2 4πε0 |R|2
OBS: é impossı́vel verificar esta lei experimentalmente, pois o elemento diferencial de corrente não pode ser isolado, i.e.,
não podemos separar um pedacinho de corrente.
J~s · dS
~ (a corrente total é a soma de todas as contribuições de corrente).
RR
Define-se então: I = s
~ · dS
~= ~ (∇ · J~s dV
RR RRR RRR
Usando o Teorema da Divergência: S
A v
(∇ · A)dV , temos: I = v
Como a definição de corrente é a variação de carga no tempo e a carga pode ser calculada através da integral de volume
da distribuição volumética de cargas, tem-se:
Z Z Z Z Z Z Z Z Z
∂Q ∂ ∂
I=− e Q= ρv dV ⇒ − ρv dV = (∇ · J~s )dV ⇒ = − ρv = ∇ · J~s
∂t v ∂t v v ∂t
Esta é a equação da continuidade da corrente na forma puntual, que indica que só haverá diferença entre a quantidade
de corrente entrando e saindo de uma superfı́cie se houver variação na quantidade de cargas na superfı́cie.
15
Restringindo nossa análise à corrente contı́nua, não haverá variação no tempo, ou seja, ∂/∂t = 0, daı́: ∇J~s = 0, ou seja,
a corrente total que atravessa uma superfı́cie fechada é sempre zero. Por isto, a corrente fluindo em um circuito fechado
é a fonte da Magnetostática, e não o elemento diferencial. Assim, integramos os dois lados da Lei de Biot-Savart:
Z Z ~
IdL
Z ~
IdL
~ =
dH × aˆR [A/m] ⇒ ~ =
H × aˆR [A/m]
4π|R|2 4π|R|2
Utilizando a Lei de Biot-Savart em sua forma integral, calcularemos o campo magnetostático de um fio de corrente infinito
no eixo z.
Por simetria, observa-se que não há componente de campo na direção radial (Hρ = 0) e nem na direção do eixo onde a
~ = Hα âα .
linha de corrente se encontra (Hz = 0). Só haverá campo na direção do ângulo de rotação da base: H
p
dL ~ = dzâz ~ = ρaˆρ − zâz
R |R| = ρ2 + z 2
~
R ρaˆρ − zâz
aˆR = = p
|R| ρ2 + z 2
Z
IdL~ Z
Idzâz ρaˆρ − zâz
~
H = × aˆR = ×p
4π|R|2 4π(ρ2 + z 2 ) ρ2 + z 2
Z +∞
I ρdz
= aˆα
4π −∞ (ρ + z 2 )3/2
2
Z +∞ +∞
ρdz z
OBS: =
2 + z 2 )3/2
p
(ρ
2 2
ρ ρ + z −∞ 2
−∞
" #
1 +∞ −∞ 1 +∞ −∞ 2
= − = − = 2
ρ2 ρ2 +∞ +∞
p p
ρ2 + ∞2 ρ2 + ∞2 ρ
~ Iρ 2 ~ = I âα
H = . âα ⇒ H
4π ρ2 2πρ
~ = ρL
Compare com: E âR
2πε0 R
Quando conhece-se a direção do campo a priori (a priori significa ”anteriormente”, ou seja, sabe-se a direção do campo
~ · dL
~ =I
R
antes de começar a resolver o problema), pode-se utilizar a Lei Circuital de Ampère: H
No caso do fio infinito de corrente no eixo z, sabe-se que aireção do campo é âα . Sabendo-se que, em coordenadas
~ = dρâρ + ρ.dαâα + dzâz , tem-se:
cilı́ndricas, dL
Z Z Z 2π
~ · dL
H ~ =I ⇒ (Hα âα ) · (dρâρ + ρ.dαâα + dzâz ) = I ⇒ Hα .ρ.dα = I
0
Como nem Hα nem ρ variam com o ângulo α, eles saem da integral como constantes:
Z 2π
2π I
Hα .ρ dα = I ⇒ Hα .ρ α|0 = I ⇒ Hα .ρ.2π = I ⇒ Hα = c.q.d.
0 2πρ
Exercı́cios:
~ em: a) P1(0,2m,0); b) P2(2m, 0, 0); c) P3(2m, 2m, 0).
1. Linha com I=3A no eixo z (direção âz ). Calcule H
~ em: a) P1(0,2m,0); b) P2(2m, 0, 0); c) P3(2m, 2m, 0).
2. Linha com I=3A no eixo z (direção −âz ). Calcule H
~ em: a) P1(0,2m,0); b) P2(0, 0, 2m); c) P3(0, 2m, 2m).
3. Linha com I=3A no eixo x (direção âx ). Calcule H
~ em: a) P1(0,0,2m); b) P2(0, 0, 2m); c) P3(2m, 0, 2m).
4. Linha com I=3A no eixo y (direção ây ). Calcule H
~ em P(2m, 2m, 0).
5. Duas linhas com I=3A nos eixos x (direção -âx ) e y (direção ây ). Calcule H
16
Campo de Cabo Coaxial :
Utilizando-se a Lei Circuital de Ampère, pode-se calcular o campo dentro das
quatro regiões do cabo coaxial:
• 0≤ρ≤a
πρ2 ρ2 ρ2 Iρ
IT = I 2
=I 2 ⇒ Hα .ρ.2π = I ⇒ Hα =
πa a a2 2πa2
• a≤ρ≤b
I
IT = I ⇒ Hα .ρ.2π = I ⇒ Hα =
2πρ
• b≤ρ≤c
ρ2 − b2
IT = I + I0 I 0 = −I 2
c − b2
2 2
ρ2 − b2
2
c − b2 − ρ2 + b2
2
c − ρ2
ρ −b
IT = I −I = I 1 − = I = I
c2 − b2 c2 − b2 c2 − b2 c 2 − b2
2
c − ρ2 c2 − ρ 2
I
Hα .ρ.2π = I 2 2
⇒ Hα =
c −b 2πρ c2 − b2
• ρ>c
IT = 0 ⇒ Hα .ρ.2π = 0 ⇒ Hα = 0
Exercı́cios:
1. Um cabo coaxial com a=2cm, b=8cm e c=10cm tem I=3A no condutor interno (direção +âz ) e I=3A no condutor
~ em um ponto localizado em: a) ρ = 1cm, b) ρ = 5cm, c) ρ = 9cm e d) ρ = 11cm.
externo (direção −âz ) . Calcule H
2. Um cabo coaxial com a=2cm, b=8cm e c=10cm tem I=3A no condutor interno (direção +âz ) e I=3A no condutor
~ em um ponto localizado em: a) ρ = 1cm, b) ρ = 5cm, c) ρ = 9cm e d) ρ = 11cm.
externo (direção +âz ) . Calcule H
3. Um cabo coaxial com a=2cm, b=8cm e c=10cm tem I=5A no condutor interno (direção +âz ) e I=3A no condutor
~ em um ponto localizado em: a) ρ = 1cm, b) ρ = 5cm, c) ρ = 9cm e d) ρ = 11cm.
externo (direção −âz ) . Calcule H
4. Um cabo coaxial com a=2cm, b=8cm e c=10cm tem I=5A no condutor interno (direção +âz ) e I=3A no condutor
~ em um ponto localizado em: a) ρ = 1cm, b) ρ = 5cm, c) ρ = 9cm e d) ρ = 11cm.
externo (direção +âz ) . Calcule H
Figura 1: Resposta
17
Potencial Vetor Magnetostático : Similarmente ao potencial vetor eletrostático V , podemos definir o Potencial
Vetor Magnetostático A. ~ Contrariamente ao que foi feito com o potencial escalar eletrostático V , não é possı́vel associar
~ Ele é uma ferramenta matemática para resolver problemas de
significado fı́sico ao potencial vetor magnetostático A.
forma mais fácil. Sabendo-se que ∇ · B~ = 0 e que o divergente de um rotacional é sempre zero (∇ · ∇ × A ~ = 0), definimos
~ ~
B = ∇ × A. Utilizando o Teorema de Stokes, temos a mesma definição em sua forma integral:
Z Z Z
~ =∇×A
B ~ ⇒ ~ · dS
B ~= ~ · dL
A ~
S C
~
Se considerarmos meios homogêneos (∇µ = 0) é possı́vel calcula a distribuição de corrente ~j a partir de A:
~ = ~j ⇒ ∇ × B
∇×H ~ = µ~j ⇒ ∇ × (∇ × A)
~ = µ~j ⇒ ∇(∇ · A)
~ − ∇2 A
~ = µ~j ⇒ ∇2 A
~ = −µ~j
~ = B0 az,
1. Dado um vetor inducao B ~ em cilı́ndricas.
ˆ calcule A
~ ~ ~
Sabemos que B = ∇ × A. Como B esta em az,ˆ sabemos que o rotacional so pode estar em aα. ~ = Aα aα.
ˆ Assim: A ˆ
~
dS = ρdαdz aρ
ˆ + dzdρaα
ˆ + ρdρdαaz
ˆ d~l = dρaρ
ˆ + ρdαaα
ˆ + dz az
ˆ
Z Z Z Z 2π Z ρ Z 2π
~ · dS
B ~ = ~ · d~l
A ⇒ B0 ρdρdα = Aα ρdα
S C 0 0 0
ρ2 ~ = B0 .ρ aα
B0 .2π. = Aα .2π.ρ ⇒ A ˆ
2 2
2. Dado ~j = ρ0 ωρaα, ~ B
ˆ calcule A, ~ e H.
~
~ ou seja A
Como a corrente depende do ρ e está na direção de α, assim também será o A, ~ = A(ρ)aα.
ˆ
~ = 1 1 ∂ ∂Aα 1
∇2 A ∇ 2 Aα − Aα = (ρ ) − 2 Aα = −µ~j = −µρ0 ωρ
ρ2 ρ ∂ρ ∂ρ ρ
∂ ∂Aα 1 ∂ ∂Aα
(ρ ) − Aα = −µρ0 ωρ2 ⇒ ρ (ρ ) − Aα = −µρ0 ωρ3
∂ρ ∂ρ ρ ∂ρ ∂ρ
∂ ∂Aα ∂2 ∂Aα ∂2
ρ( ρ · + ρ 2 Aα ) − Aα = −µρ0 ωρ3 ⇒ ρ· + ρ2 · 2 Aα − Aα = −µρ0 ωρ3
∂ρ ∂ρ ∂ρ ∂ρ ∂ρ
Utilizamos então uma solução genérica, onde a, b, c e d são inteiros quaisquer e a aplicamos ao nosso caso:
d ∂ d ∂2 2d
A = a.ρ3 + b.ρ2 + c.ρ + A = 3a.ρ2 + 2b.ρ + c − 2
⇒ ⇒ 2
A = 6a.ρ + 2b + 3
ρ ∂ρ ρ ∂ρ ρ
d 2d d
ρ(3a.ρ2 + 2b.ρ + c − 2 ) + ρ2 (6a.ρ + 2b + 3 ) − (a.ρ3 + b.ρ2 + c.ρ + ) = −µρ0 ωρ3
ρ ρ ρ
d 2d d
3aρ3 + 2bρ2 + cρ − + 6aρ3 + 2bρ2 + − aρ3 − bρ2 − cρ − = −µρ0 ωρ3
ρ ρ ρ
8aρ3 + 3bρ2 = −µρ0 ωρ3
~
B = ∇×A ~ = (− ∂Aα aρ)
ˆ +(
1 ∂
ρAα az)
ˆ =(
1 ∂
ρAα az)
1 ∂ 1
ˆ = [ (− µρ0 ωρ4 + cρ2 + d)]az
ˆ
∂z ρ ∂ρ ρ ∂ρ ρ ∂ρ 8
1 4 1
= (− µρ0 ωρ3 + 2cρ)az
ˆ = (− µρ0 ωρ2 + 2c)az[W
ˆ b/m2 ]
ρ 8 2
~ 1 2c
H = (− ρ0 ωρ2 + )az[A/m]
ˆ
2 µ
Trabalho de Potencial Vetor Magnetostático - Grupo de 3 alunos
• VALOR: 5pts DATA: / /
~
• Cada grupo deve inventar e resolver um problema com o vetor magnético A.
• Este problema deverá ser entregue no dia da apresentação.
• Cada grupo deverá explicar no quadro a resolução de um problema que será sorteado.
• As opções de problemas são: Exercı́cio 1, Exercı́cio 2, ou o Problema proposto pelo grupo.
18
12 Quase-Estática
Um campo eletromagnético monocromático 3 é aquele que depende do tempo segundo uma função harmônica, ou seja,
qualquer dos componentes dos vetores do campo são descritas por:
~
E(x, ~
y, z, t) = E(x, y, z).[a cos(ωt) + b sin(ωt)] ~
H(x, ~
y, z, t) = H(x, y, z).[c cos(ωt) + d sin(ωt)]
Nesta formulação, a, b, c, d e ω são grandezas uniformes e constantes. O escalar positivo ω[rad/s] é a frequência angular.
No limite ω = 0, o campo torna-se estático. Se ω 6= 0, esta função é periódica, repetindo-se a intervalos regulares, podemos
definir o perı́odo T , o comprimento de onda λ e a frequência linear (ou simplesmente frequência) f como sendo:
Na forma fasorial, para componentes lineares (a=b e c=d), podemos escrever as componentes como sendo:
~
E(x, ~
y, z, t) = E(x, y, z).ejωt ~
H(x, ~
y, z, t) = H(x, y, z).ejωt
A definição de uma variação lenta do campo será feita através do critério de que a corrente de deslocamento será muito
~
menor do que a corrente induzida (ou livre) (∂ D/∂t << J~s ). A aplicação deste critério nas equações de Maxwell e na
Equação constitutiva da corrente resulta em:
~
∂D ~
∂E
=ε ~ <<< J~s = σ E
= jωεE ~ ⇒ ωε <<< σ ⇒ ω <<< σ/ε
∂t ∂t
Também é necessário que o observador esteja a uma distância d tal que mudanças no campo sejam sentidas instantanea-
mente. A condição para isto é que: d << λ.
Desta forma, podemos desconsiderar o acoplamento pela corrente de deslocamento, mas não o acoplamento pela variação
no tempo. Assim, as equações da Quase-Estática tornam-se:
~
~ + ∂B = 0
∇×E ~ = J~s
∇×H ~ = ρv
∇·D ~ =0
∇·B ~ = εE
D ~ ~ = µH
B ~ J~s = σ E
~
∂t
Para que o observador possa observar o campo quase-estático corretamente, é necessário que ele esteja próximo do campo,
para que não haja atraso na informação que chega a ele. A condição necessária para isto é: dmax <<< λ.
Para satisfazer estas duas condições, observaremos os casos da potência da rede (60Hz) e das ondas de telefonia celular
3G (f=2,1GHz), propagando-se no cobre (σ = 5, 8.107 S/m).
3.108
60Hz: ωε <<< σ ⇒ 2π.60 << 5, 8.107 ⇒ 377 <<< 5, 8.107 λ=
= 5000km
60
3.108
2,1GHz: ωε <<< σ ⇒ 2π.2, 1.109 << 5, 8.107 ⇒ 1319, 5.107 <<< 5, 8.107 λ= = 14, 2cm
105.106
Observamos que a condição de 60Hz atende à condição inicial e permite que observemos seu campo como quase-estático
até distâncias muito grandes (5000km) da fonte. As ondas de telefone, por outro lado, não atendem à primeira condição,
e, mesmo que atendessem, terı́amos que observá-las MUITO de perto (d <<< 14, 2cm) para que fossem quase-estáticas.
Estas ondas de telefone são tratadas na Eletrodinâmica.
As consequências destas alterações nas equações gerais são que agora tanto a corrente J~s quanto a distribuição de cargas
ρv podem variar no tempo, embora lentamente. Este resultado permite a avaliação de elementos de circuitos, como
capacitores, indutores e resistores. Para um circuito RLC série, partindo da lei de Ohm na forma diferencial, pode-se
mostrar que chega-se à Lei de Ohm na forma diferencial e a frequência de ressonância de um circuito:
d2 q dq 1 1
J~ = σ E
~ (I = V /R) ⇒ L + R + q = tensão ω0 = √
dt2 dt C LC
3 A definição de monocromático é aquele que tem apenas uma (mono) cor (cromático). Isto vem do fato de que cada cor que percebemos é
~
∂D ~
~ ×H
∇ ~ = J~s + ∇ ~ = − ∂B
~ ×E ~ ·B
∇ ~ =0 ~ ·D
∇ ~ = ρv
∂t ∂t
~ = εE
Aplicando as Equações Constitutivas D ~ eB
~ = µH,
~ para meios isotrópicos, homogêneos e lineares, temos:
~
∂εE ~
~ ×H
∇ ~ = J~s + ∇ ~ = − ∂µH
~ ×E ~ · µH
∇ ~ =0 ~ · εE
∇ ~ = ρv
∂t ∂t
~
∂εE ~
~ ×H
∇ ~ = ∇ ~ = − ∂µH
~ ×E ~ ·H
∇ ~ =0 ~ ·E
∇ ~ =0
∂t ∂t
Ou seja:
~ pois ∇
1. Há campo elétrico E, ~ ×E
~ 6= 0
~ pois ∇
2. Há campo magnético H, ~ ×H
~ 6= 0
~ e magnético H
3. Os campos elétrico E ~ têm natureza rotacional
Lembrete de Fasores :
~ =
A Re[As .e+jωt ] = Re[As .{cos(ωt) + jsen (ωt)}] = Re[As . cos(ωt) + jAs sen (ωt)]
= Re[10âx . cos(ωt) + j10âx (sen ωt)] = 10 cos(ωt)âx (c.q.d)
Uma propriedade útil de fasores é que a derivada no tempo de um vetor pode ser expressa como uma multiplicação por
jω quando usamos fasores:
∂ ~ ∂ ~
A = Re[As .e+jωt ] = Re[As .jω.e+jωt ] = jω.Re[As .e+jωt ] = jω.A
∂t ∂t
A Equação da Onda :
∇ × Hs = jωεEs ∇ × Es = −jωµHs ∇ · Hs = 0 ∇ · Es = 0
∇ × (∇ × Es ) = ∇ × (−jωµHs )
Usando a propriedade:
~
∇×∇×A ~ − ∇2 A
= ∇(∇ · A) ~ ⇒ ∇(∇ · Es ) − ∇2 Es = ∇ × (−jωµHs ) = −jωµ(∇ × Hs )
20
Como ∇ · Es = 0 e ∇ × Hs = jωεEs :
Para cada uma das componentes de Es = Esx âx + Esy ây + Esz âz , temos a mesma equação:
PROVA:
∂Esx ∂
2
= (+jkx )Ex0 .e+jkx z = (+jkx ).(+jkx )Ex0 .e+jkx z = −kx2 Ex0 .e+jkx z = −kx2 .Esx (c.q.d)
∂z ∂z
∂Esx ∂
2
= (−jkx )Ex0 .e−jkx z = (−jkx ).(−jkx )Ex0 .e−jkx z = −kx2 Ex0 .e−jkx z = −kx2 .Esx (c.q.d)
∂z ∂z
Voltando para vetor utilizando: E~x = Re[Esx .ejωt ]:
Ex = Re[Ex0 .e+jkx z .ejωt ]Re[Ex0 .ej(kx z+ωt) ] = Re[Ex0 .{cos(ωt + kx z) + jsen (ωt + kx z)}] = Ex0 . cos(ωt + kx z)
Ex = Re[Ex0 .e−jkx z .ejωt ]Re[Ex0 .ej(kx z−ωt) ] = Re[Ex0 .{cos(ωt − kx z) + jsen (ωt − kx z)}] = Ex0 . cos(ωt − kx z)
Para avaliar o efeito do sinal em (ωt + kx z) ou (ωt − kx z), avaliaremos quando a onda está no seu valor máximo, ou seja
Ex = Ex0 . Para isto acontecer, o valor do cosseno deve ser igual a 1. Isto ocorre quando o valor dentro do cosseno é 0,
π, 2π, 3π, etc.
Exercı́cio 1 O campo E~ de uma onda plana uniforme que se propaga na direção âz no vácuo tem amplitude de 250V/m.
~
Se E = Ex âx e ω=1Mrad/s, calcule:
a) A frequência (R: 159,2kHz)
b) O comprimento de onda (R: 1,88km)
c) O perı́odo (R: 6, 28.10−6 s)
~ em t=30µs e z=1km (R: E
d) o valor de E ~ = 9, 78âx V /m)
~
Voltando às Equações de Maxwell, calcularemos o valor de H:
∂Esx ∂Esx
∇ × Es = −jωµHs ⇒ ∇ × (Esx âx ) = −jωµHs ⇒ ây − âz = −jωµHs ⇒ −jkx Esx ây = −jωµHs
∂z ∂y
√
−jkx Esx ây ω µεEs ây
r
ε Esx Ex
Hs = = = Esx ây = ây ⇒ Hy =
−jµω µω µ η η
r r
µ µ0
onde: η = é a Impedância Intrı́nsica do Meio [Ω] No vácuo: η0 = = 376, 7Ω
ε ε0
Com isto, o número de onda k torna-se complexo e pode ser representado por uma constante de atenuação (α) e uma
constante de fase (β):
√
k = ω µε ⇒ jk = α + jβ
r sr
µε0 ε00 2
α = ω 1 + 0 − 1[N p/m]
2 ε
r sr
µε0 ε00 2
β = ω 1 + 0 + 1[rad/m]
2 ε
A equação da onda torna-se então:
Ex = Re[Ex0 .e−αz .e−jβz .ejωt ] = Re[Ex0 .e−αz .ej(−βz+ωt) ] = Re[Ex0 .e−αz .{cos(ωt − βz) + jsen (ωt − βz)}]
= Ex0 .e−αz . cos(ωt − βz)
Exercı́cio 1 O campo E ~ de uma onda plana uniforme que se propaga na direção âz no polietileno (uma espécie de
~ = Ex âx e ω=1Mrad/s, calcule:
plático) com εR = 2, 26 − j0, 0002 tem amplitude de 250V/m. Se E
a) A frequência (R: 159,2kHz)
b) O comprimento de onda (R: 1,88km)
c) O perı́odo (R: 6, 28.10−6 s)
~ em t=30ns e z=10m (R: E
d) o valor de E ~ = −244, 06âx V /m)
~
Voltando às Equações de Maxwell, calcularemos o valor de H:
∂Esx ∂Esx
∇ × Es = −jωµHs ⇒ ∇ × (Esx âx ) = −jωµHs ⇒ ây − âz = −jωµHs ⇒ −jkx Esx ây = −jωµHs
∂z ∂y
−jkx Esx ây
r
ωEs ây ε Esx Ex
Hs = = = Esx ây = ây ⇒ Hy =
−jµω µω µ η η
r
ε
onde: η = é a Impedância Intrı́nsica do Meio [Ω]
µ
Tangente de Perdas: Para materiais onde a perda é pequena, podemos definir a tangente de perdas (tg θ) como:
ε00 σ
tg θ = =
ε0 ωε0
Exercı́cio 3 Um plástico tem ε0 = 3, 2ε0 e σ = 1, 5.10−4 S/m. Calcule na frequência de 3MHz: a) a tangente de perdas
(R: tg θ=0,281); b) a constante de atenuação (R: α = 0,0158Np/m = 0,14dB/m); c) a constante de fase (R: β = 0,1136
rad/m); d) a impedância intrı́nsica do meio (R: η = 210, 6 + j29, 29 = 212, 76 8o ).
Ex0 E2
Pz = Ex × Hy = Ex0 cos(ωt − βz) × cos(ωt − βz) = x0 cos2 (ωt − βz)
η η
Para calcular a potência média Pmed , integramos por um ciclo e dividimos pelo perı́odo:
1 τ Ex0 2 2 Z τ
Z
1 Ex0
Pz,med = cos2 (ωt − βz)dt = [1 + cos(2ωt − 2βz)dt
τ 0 η 2τ η 0
2
τ
E2 E2
Ex0 1 τ 1
= t+ sen (2ωt − 2βz) = x0 [t]0 = x0 = |E|.|H|
2τ η 2ω 0 2τ η 2η 2
OBS: cos2 (a) = [1 + cos(2a)]/2 sen (2ωτ − 2βz) − sen (2ω.0 − 2βz) = 0
Para meios com perdas, utilizando o mesmo raciocı́nio, obtemos:
2
Ex0
Pz,med = e−2αz cos(θη )[W/m2 ]
2|η|
Exercı́cio 1 O gelo feito de água pura apresenta tg θ = 0, 12 e εR = 4, 15 na frequência de 1MHz. Se uma onda
com Ex0 = 100V /m propaga neste gelo, calcule a potência média em z=0 e z=10m. (R: Pz=0,med = 27, 1W/m2 e
Pz=10,med = 25, 7W/m2 )
a) P~ , se E
~ = Ex e H
~ = Hy (R: +aˆz )
b) P~ , se E
~ = Ey e H
~ = Hx (R: −aˆz )
c) P~ , se E
~ = Ez e H
~ = Hx (R: +aˆy )
~ se P~ = Px e H
a) E, ~ = Hy (R: −aˆz )
~ se P~ = Py e H
b) E, ~ = Hx (R: +aˆz )
~ se E
c) H, ~ = Ez e P~ = Hx (R: −aˆy )
23
16 Eletrodinâmica: Propagação em Bons Condutores
Em bons condutores, σ >> 0, daı́:
r r r
p σ p ω 2 µε0 σ
σ p
jk = jω µε0 · 1 − j 0 = jω µε0 · −j 0 = j
0
−j
= j −jωµσ
ωε ωε
ωε
r
o o √ o √ 1+j√ 2πf µσ p p
= 16 90 .16 − 45 ωµσ = 16 45 ωµσ = √ ωµσ = (1 + j) = πf µσ + j πf µσ
2 2
p
jk = α + jβ ⇒ α = β = πf µσ
Embora estas simplificações nas equações sejam úteis para visualizar os efeitos da propagação em bons condutores,
recomenda-se que se utilize sempre as equações gerais, que resultam nos mesmos valores numéricos.
Exercı́cio 1 (Exemplo 11.6, Hayt, pág.217) Consideremos a água do mar, que na frequência de 1MHz apresenta
σ = 4S/m e ε0R = 81. Calcule:
a) a profundidade de penetração (R: δ = 25cm)
b) o comprimento de onda (R: λ = 1, 6m)
24
17 Eletrodinâmica: Ondas Planas nas Fronteiras
O percentual de transmissão (τ ) e de
reflexão (Γ), podem ser então obtidos
através de:
E2+ E1−
τ= Γ=
E1+ E1+
Para calcular os valores numéricos de τ e Γ devemos então calcular os valores de E2+ e H2+ e de E1− e H1− . Supondo uma
onda plana onde E ~ = Ex , H
~ = Hy e P~ = Pz , e a relação H
~ = E/η
~ temos o coeficiente de reflexão Γ:
+ − +
Ex1 + Ex1 = Ex2
+ − +
+
Ex1 E− E+ +
(Ex1 −
+ Ex1 ) − + η2 − η1 η2 − η1
Hy1 + Hy1 = Hy2 ⇒ + x1 = x2 = ⇒ Ex1 = Ex1 ⇒Γ=
η1 η1 η2 η2 η2 + η1 η2 + η1
Dedução similar leva ao coeficiente de transmissão τ :
2η2
τ= =1+Γ
η2 + η1
Exercı́cio 1 Suponha que o meio 1 é um dielétrico perfeito e que o meio 2 é um condutor perfeito. Calcule os coeficientes
de reflexão e de transmissão.
Resposta Um dielétrico perfeito terá perdas = 0, ou seja, o valor de impedância será real. Um condutor perfeito terá
condutividade infinita σ = ∞, o que resulta em:
s s
µ1 jωµ2 jωµ2
η1 = η2 = = =0
ε1 σ2 + jωε02 ∞ + jωε02
η2 − η1 0 − η1
Γ = = = −1 Reflexão total com fase invertida
η2 + η1 0 + η1
2.0
τ = = 1 + (−1) = 0 Não há transmissão
0 + η1
Podemos agora somar a onda plana incidente com a onda refletida para obter a onda total no meio 1.
−
Exs1 +
= Exs1 + Exs1 = Ex10 .e−jβ1 z − Ex10 .e+jβ1 z = Ex10 (e−jβ1 z − e+jβ1 z ) = Ex10 .[−2jsen (β1 z)]
OBS: e−ja − eja = [cos(a) − jsen (a)] − [cos(a) + jsen (a)] = −2jsen (a)
~ = <[Es .e+jωt ] = <[−2.j.Ex10 .sen (β1 z).e+jωt ] = 2Ex10 .sen (β1 z).sen (ωt)
E
Para todos os pontos no espaço onde β1 z = nπ OU momentos no tempo onde ωt = nπ, o valor da onda é zero. Esta é
uma onda estacionária, ou seja, ao contrário da onda do tipo cos(ωt − βz), esta onda não depende do tempo e do espaço
ao mesmo tempo. Este fenômeno está representado na Fig.2, onde a onda incidente está em preto, a refletida em azul e
a estacionária em vermelho.
25
Figura 2: Representação da Onda Estacionária
Padrão de Onda Estacionária O padrão de onda estacionária S (em inglês Voltage Standing Wave Ratio - VSWR),
ou taxa de onda estacionária (TOE) ou razão de onda estacionária (ROE), é então calculado. S nunca é menor do que
1, e S = 1 representa transmissão total da onda = Casamento de Impedância entre os meios 1 e 2.
1 + |Γ|
S = V SW R =
1 − |Γ|
Exercı́cio 2 Suponha que os meios 1 e 2 são dielétricos perfeitos com η1 = 100Ω e η2 = 300Ω. Se Ex0 = 100V /m,
calcule os coeficientes de reflexão e de transmissão e os valores dos campos elétrico e magnético das ondas incidente,
refletida e transmitida. Calcule também o VSWR.
Resposta :
+
+ Ex10 100
Hx10 = = = 1, 00A/m
η1 100
300 − 100
Γ = = 0, 5 τ = 1 + Γ = 1 + 0, 5 = 1, 5
300 + 100
− + − E− 50
Ex10 = Γ.Ex10 = 0, 5.100 = 50V /m Hx10 = − x10 = − = −0, 5A/m
η1 100
+ + + E+ 150
Ex20 = τ.Ex10 = 1, 5.100 = 150V /m Hx20 = x20 = = 0, 5A/m
η2 300
1 + 0, 5 1, 5
V SW R = = =3
1 − 0, 5 0, 5
Considerações sobre Potência O exercı́cio anterior parece indicar uma resposta incorreta, pois o valor do campo
elétrico transmitido (E2+ = 150V /m) é maior do que o valor do campo elétrico incidente (E1+ = 100V /m). Entretanto,
este aparente aumento no valor de E é compensado pela redução no valor de H, resultando em uma potência média
coerente:
− 1 − 1 1 1
P~1,med = |E |.|H1− | = 50.0, 5 = 12, 5W/m2 P~2,med
+
= |E2+ |.|H2+ | = 150.0, 5 = 37, 5W/m2
2 1 2 2 2
1 + 1 −
P~1,med
+
= |E |.|H1+ | = 100.1, 0 = 50W/m = P~1,med + P~2,med
2 +
2 1 2
Os resultados encontrados permitem calcular a potência transmitida e refletida de forma mais direta, utilizando-se:
−
P~1,med = |Γ|2 P~1,med
+
P~2,med
+
= (1 − |Γ|2 )P~1,med
+
26
Exercı́cio 3 Calcule o percentual de potência refletida e transmitida, se f=1GHz:
a) o meio 1 é ar e o meio 2 é cobre (σ = 5, 8.107 S/m)
b) o meio 1 é ar e o meio 2 é pirex (εR = 4)
Respostas :
s
j2.π.1.109 µ0
r
µ0
a) η1 = = 377Ω η2 = = 11, 67.10−3 6 45o Ω
ε0 5, 8.107 + j2.π.1.109 ε0
η2 − η1 1 + |Γ|
Γ= = −0, 999 S= = 20
η2 + η1 1 − |Γ|
Pr = (Γ2 ).Pi = 0, 9999.Pi = 99, 99% Pt = 0, 01%.Pi
r r
µ0 µ0
b) η1 = = 377Ω η2 = = 188, 37Ω
ε0 4.ε0
η2 − η1 1 + |Γ|
Γ= = −0, 333 S= =2
η2 + η1 1 − |Γ|
Pr = (Γ2 ).Pi = 0, 11.Pi = 11%.Pi Pt = 89%.Pi
s
j2.π.1.109 µ0
r
µ0
c) η1 = = 377Ω η2 = = 36, 26 21o Ω
ε0 4 + j2.π.1.109 .81ε0
η2 − η1 1 + |Γ|
Γ= = 0, 8356 176o S= = 11, 12
η2 + η1 1 − |Γ|
Pr = (Γ2 ).Pi = 0, 698.Pi = 70%.Pi Pt = 30%.Pi
s
j2.π.1.109 µ0
r
µ0
d) η1 = = 377Ω η2 = = 58, 46 8, 14o Ω
ε0 0, 65 + j2.π.1.109 .40ε0
η2 − η1 1 + |Γ|
Γ= = 0, 7346 177o S= = 6, 51
η2 + η1 1 − |Γ|
Pr = (Γ2 ).Pi = 0, 539.Pi = 54%.Pi Pt = 46%.Pi
27
18 Eletrodinâmica: Reflexões Múltiplas
Quando consideramos mais de dois meios, temos a seguinte configuração:
Neste caso, a impedância equivalente dos meios 1 e 2, chamada de impedância de entrada (ηent ), é dada por:
η3 cos(β2 .L) + j.η2 sen (β2 .L)
ηent = η2 .
η2 cos(β2 .L) + j.η3 sen (β2 .L)
Nota-se que:
• ηent depende da largura L do meio 2;
• ηent depende de β, logo depende da frequência;
• ηent pode ser calculado para ser igual à η1 = CASAMENTO DE IMPEDÂNCIA
Para fazermos o CASAMENTO, temos duas opções:
a) CASAMENTO DE MEIA ONDA: L = λ2 /2
Ou seja, para que ηent = η1 , a impedância do meio 1 deve ser igual à do meio 3: η1 = η3
b) CASAMENTO DE UM QUARTO DE ONDA: L = λ2 /4
Exercı́cio 1 Seja η1 = 100Ω, η2 = 200Ω e η3 = 150Ω e L=3cm: a) calcule todos os Γ, se f=10GHz; b) Calcule o
+
valor da potência refletida e da potência transmitida de Ex10 = 100V /m; c) calcule η2 e L para que haja o casamento de
impedância em 10GHz.
+ 1 + + 1 E+ 1 100V /m
P1,med = E1 .H1 = E1+ . 1 = 100V /m. = 100[W/m2 ]
2 2 η1 2 100Ω
1 +
P1,med = (|Γ|2 ).P1,med = [(0, 353)2 ].100 = 12, 46[W/m2 ]
+ +
P2,med = (1 − |Γ|2 ).P1,med = [1 − (0, 353)2 ].100 = 87, 54[W/m2 ]
√
c) Como η1 6= η3 , temos que usar o casamento de um quarto de onda, ou seja, L = λ2 /4, sabendo que η2 = η1 .η3 .
√ √
η2 = η1 .η3 = 100.150 = 122, 5[Ω]
r
µ0 µ0
η2 = ⇒ ε2R = = 9, 46
ε2R .ε0 122, 52 .ε0
√ p
β2 = ω µ0 ε2 = 2.π.10.109 . µ0 .9, 46.ε0 = 644, 61[rad/s]
2π 2π 2π
β2 = ⇒ λ2 = = = 9, 75[mm]
λ2 β2 644, 61
λ2 9, 75.10−3
L = = = 2, 44[mm]
4 4
(Problema 12.15, pág.252) Considere estas regiões nas quais ε00 = 0: região 1, z < 0, µ1 = 4µ[H/m] e ε01 = 10p[F/m];
região 2, 0 < z < 6cm, µ2 = 2µ[H/m] e ε02 = 25p[F/m]; região 3, z > 6cm, µ3 = µ1 e ε03 = ε01 . (a) Qual é a menor
frequência na qual uma onda plana uniforme incidente na região 1 na fronteira em z=0 terá nenhuma reflexão? (b) Se
f=50MHz, qual será a taxa de onda estacionária na região 1?
(Problema 12.16, pág.252) Uma onda plana uniforme, no ar, é normalmente incidente em uma placa dielétrica sem
perdas de espessura λ/8, e de impedância intrı́nsica η = 260 Ω. (a) Determine a taxa de onda estacionária em frente da
placa. (b) Também, calcule a fração da potência incidente que é transmitida para o outro lado da placa.
Formulário :
√ ~
ES = E0 · e−jkz = Re ES · e+jωt
n1 = R E0 = ηH0 E(t) n1 sin θ1 = n2 sin θ2
r
p σ 1 1 1
jk = α + jβ = jω µ0 1 − j 0 δ= = =√ α · 8, 686 = α[dB/m]
ω α β πf µσ
ω 2π η2 − η1
vp = λ= Γ= τ =1+Γ 0 = 8.854.10−12 [F/m] µ0 = 4π.10−7 [H/m]
β β η2 + η1
1 |Ex |2 −2αz
Pz,med = .e . cos θη P− = |Γ|2 P + P+ = (1 − |Γ|2 )P +
2 |η| 1,med 1,med 2,med 1,med
1 η3 cos (β2 .l) + jη2 sin (β2 .l) 1 + |Γ|
zmax = − (φ + 2mπ) ηent = η2 V SW R =
2β1 η2 cos (β2 .l) + jη3 sin (β2 .l) 1 − |Γ|
vs vs
r u 00 2 r u 00 2
µε0 u ε µε0 u ε ε00 σ
α = ω 1+ − 1 β = ω 1 + + 1 tg θ = =
t t
2 ε0 2 ε0 ε0 ωε0
r r s
µ µ 1 jωµ
η = = .p = σcu = 5, 8.107 e+jα = cos α + j sin α
ε0 − jε00 ε0 1 − j(ε00 /ε0 ) σ + jωε0
29
19 Eletrodinâmica: Incidência Oblı́qua
Definição
Até então temos trabalhado com incidência normal, ou seja, o campo eletromagnético incidia sobre a interface entre os
meios 1 e 2 fazendo um ângulo de 90o com a superfı́cie (ou de 0o com a normal). Agora trataremos do caso mais geral,
onde a incidência ocorre em um ângulo θ1 qualquer:
Polarização:
Ondas com incidência normal obedecem à polarização TEM, e ondas com incidência oblı́qua podem estar polarizada no
modo TE (s) ou TM (p):
~ e o campo magnético (H)
TEM Transverso eletro-magnético: o campo elétrico (E) ~ não têm componente na direção de
~ ~ ~
propagação (exemplo: E = Ex , H = Hy , P = Pz ).
~ não tem componente na direção de propagação (exemplo: E
TE Transverso elétrico (s): o campo elétrico (E) ~ = Ey ,
~ ~
H = Hx + Hz , P = Px + Pz ).
~ não tem componente na direção de propagação (exemplo:
TM Transverso magnético (p): o campo magnético (H)
~ = Hy , E
H ~ = Ex + Ez , P~ = Px + Pz ).
Sabendo-se que:
~k + = k1. cos θ1 âx + k1 .sen θ1 âz ~k − = k1. cos θ0 âx − k1 .sen θ0 âz ~k + = k1. cos θ1 âx + k1 .sen θ1 âz
1 1 1 1 1
~r = xâx + zâz
Temos:
~k + · ~r = k1. cos θ1 .x + k1 .sen θ1 .z ~k − · ~r = k1. cos θ0 .x − k1 .sen θ0 .z ~k + · ~r = k1. cos θ1 .x + k1 .sen θ1 .z
1 1 1 1 1
30
~ utilizando:
Podemos decompor as componentes de E,
E1x = E1 .sen θ1
E1z = E1 . cos θ1
~ na
Calculando apenas para a componente de E
direção z, temos:
+
Ezs1 +
= E10 . cos θ1 .e−j.k1 (cos θ1 x+sen θ1 z)
E − = E − . cos θ0 .e+j.k1 (cos θ1 x−sen θ1 z)
0 0
zs1 10 1
+
Ezs2 = E20 . cos θ2 .e−j.k2 (cos θ2 x+sen θ2 z)
+
As condições de interface nos dizem que E1+ + E1− = E2+ na interface x=0, daı́:
. cos θ1 .e−j.k1 sen θ1 z + E10 . cos θ10 .e−j.k1 sen θ1 z = E20 . cos θ2 .e−j.k2 sen θ2 z
0
+ − +
E10
+ − +
Para que isto seja verdade para qualquer z, e sabendo-se E10 , E10 e E20 são constantes, temos que o expoente de cada
termo deve ser o mesmo, ou as ondas defasariam. Assim:
Exercı́cio 1 Uma onda propagando no Pirex (εR = 4) atinge o ar. Calcule Γp e Γs para:
a) θ1 = 25o
(RESPOSTAS: θ2 = 26, 96o , η1p = 170, 7Ω, η2p = 335, 8Ω, Γp = 0, 326, η1s = Ω, η2s = Ω, Γs =)
b) θ1 = θc
(RESPOSTAS: θ1 = 30o , θ2 = 90o , η1p = 163, 12Ω, η2p = 0Ω, Γp = −1, η1s = 377Ω, η2s = 377Ω, Γs = 0)
c) θ1 = θB
(RESPOSTAS: θ1 =o , θ2 =o , η1p = Ω, η2p = Ω, Γp =, η1s = Ω, η2s = Ω, Γs =)
Formulário
!
√ η2 − η1 n2 n2
n= εR ηp = η cos θ ηs = η sec θ Γ= θc = arcsen θB = arcsen p
η2 + η1 n1 n21 + n22
31
20 Meios dispersivos
32
21 Exercı́cios Propostos
UNA Engenharia Elétrica
Disciplina: Eletromagnetismo Ex. 1 - Cálculo Nota:
Aluno:
~·B
1. A ~ =
~ = (2âx + 4âz ), B
2. A ~ = (1âx − 4ây ): A
~·B
~ =
Magnetostática
1. Um cabo coaxial com a=2cm, b=8cm e c=10cm tem I=3A no condutor interno (direção +âz ) e I=3A no condutor
externo (direção −âz ) . Plote o campo deste cabo coaxial no Excel ou Matlab, usando incrementos de 0,1cm.
2. Leia o Exemplo 8.1 do Livro Texto (Eletromagnetismo de William Hayt). Deduza a equação do fio infinito a partir
da equação do filamento de corrente:
Condições de Contorno
~2 e E~2 , se q = 0 e i = 0.
1. Calcule H
DADOS: E1 = 10V /m, H1 = 0, 0265A/m, θ1 = 35o
Meio 1: Ar, ε1 = ε0 , µ1 = µ0
Meio 2: Plástico, ε2 = 3ε0 , µ2 = µ0 .
~2 e E~2 , se q = 0 e i = 0.
2. Calcule H
DADOS: E1 = 10V /m, H1 = 0, 0265A/m, θ1 = 35o
Meio 1: Ar, ε1 = ε0 , µ1 = µ0
Meio 2: Ferrita, ε2 = ε0 , µ2 = 1000µ0 .
3. Calcule ε2 e µ2 , se q = 0 e i = 0.
DADOS: E1 = 10V /m, H1 = 0, 0265A/m, θ1 = 35o
E2 = 40V /m, H2 = 0, 0265A/m
Meio 1: Ar, ε1 = ε0 , µ1 = µ0
4. Calcule ε2 e µ2 , se q = 0 e i = 0.
DADOS: E1 = 10V /m, H1 = 0, 0265A/m, θ1 = 35o
θ2 = 45o
Meio 1: Ar, ε1 = ε0 , µ1 = µ0
FORMULÁRIO:
~ = εE
D ~ ~ = µH
B ~ ~2 − D
~n · (D ~1 ) = q ~2 − H
~n × (H ~1 ) = i ~n · (B~2 − B~1 ) = 0 ~n × (E~2 − E~1 ) = 0
34
UNA Engenharia Elétrica
Disciplina: Eletromagnetismo Ex. 3 - Maxwell e os Nerds Nota:
Aluno:
Leia o texto: “Maxwell e os Nerds”, capı́tulo 23 do livro “O Mundo Assombrado Pelos Demônios: A Ciência Vista Como
Uma Vela No Escuro”, de Carl Sagan, e responda às perguntas a seguir.
35
UNA Engenharia Elétrica
Disciplina: Eletromagnetismo Ex. 4 - Fasor e Vetor Nota:
Aluno:
Identidade de Euler eja = cos(a) + jsen (a); e−ja = cos(a) − jsen (a)
1. eja = 3. ejωt =
2. e−ja = 4. e−jωt =
Parte real e imaginária Re[a + jb] = a; Re[a − jb] = a; Im[a + jb] = b; Im[a − jb] = −b
1. Re[10] = 5. Im[10] =
2. Re[-j10] = 6. Im[-j10] =
3. Re[2-j4] = 7. Im[2-j4] =
4. Re[2+j4] = 8. Im[2+j4] =
Identidade de Euler e Parte Real e Imaginária Re[eja ] = Re[cos(a) + jsen (a)] = cos(a)
1. Re[eja ] = 5. Re[10eja ] =
2. Re[e−ja ] = 6. Re[10e−ja ]=
3. Re[jeja ] = 7. Re[j10e−ja ]=
4. Re[je−ja ]= 8. Re[j10eja ]=
~
Transformação de Fasor (As ) em vetor (A) ~ =Re[As .e±jωt ]
a6 bo = a.ejb ; A
1. 106 30o =
2. 56 − 45o =
~=
3. As = 10 → A
~=
4. As = j10 → A
~=
5. As = 106 45o → A
~=
6. As = j106 45o → A
~=
7. As = 10 + j5 → A
~=
8. As = 10 − j5 → A
~ em Fasor (As )
Transformação de vetor (A) cos(a) = Re[e±ja ]
~ = 10 cos(ωt) → As =
1. A
~ = 5 cos(ωt) → Es =
2. E
~ = 5 cos(ωt + 45o ) → Es =
3. E
~ = 5 cos(ωt − 45o ) → Es =
4. E
~ = 5 cos(ωt + 45o + βz) → Es =
5. E
~ = 5 cos(ωt − 45o + βz) → Es =
6. E
~ = 5 cos(ωt + 45o − βz) → Es =
7. E
~ = 5 cos(ωt − 45o − βz) → Es =
8. E
36
UNA Engenharia Elétrica
Disciplina: Eletromagnetismo Ex. 5 - ∇, ∇·, ∇× e ∇2 Nota:
Aluno:
~ = Ax ax
Sendo f uma função de (x, y, z) e A ˆ + Ay ay
ˆ + Az az,
ˆ em coordenadas cartesianas temos:
∂ ∂ ∂
NABLA = ∇ = âx + ây + âz
∂x ∂y ∂z
∂ ∂ ∂
GRADIENTE = ∇f = f âx + f ây + f âz
∂x ∂y ∂z
~ ∂ ∂ ∂
DIVERGENTE = ∇ · A = Ax + Ay + Az
∂x ∂y ∂z
~ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂
ROTACIONAL = ∇ × A = Az − Ay âx + Ax − Az ây + Az − Ay âz
∂y ∂z ∂z ∂x ∂y ∂z
~ ∂2 ∂2 ∂2
LAPLACIANO = ∇2 A = Ax + 2 Ay + 2 Az
∂x2 ∂y ∂z
1. Descreva uma aplicação de cada operador deste relacionada ao Eletromagnetismo.
~ = 2âx + 3ây − 2âz e f = 4x2 yz 3 , calcule:
2. Dado A
a) ∇f = ~=
c) ∇ × A
~=
b) ∇ · A d) ∇2 A~=
37
UNA Engenharia Elétrica
Disciplina: Eletromagnetismo Ex. 6 - Eletrodinâmica Nota:
Aluno:
Calcule E~3 e H
~3 no ponto z=3cm e t=10ps, se f=9MHz e E + = 15V /m.
1
Solução:
E+
r
1.µ0 15
η1 = = 377[Ω] H1+ = 1 = = 39, 8[mA/m]
1.ε0 η1 377
r
1.µ0
η2 = = 188, 4[Ω]
4.ε0
ε00 σ 0, 65
tg θ = = = = 32, 45
ε0 ωε0 2π9.109 .40.ε0
r
1.µ0 1
η3 = ·√ = 10, 456 44, 11o [Ω] = 10, 456 0, 77rad[Ω]
40.ε0 1 − jtg θ
√ p
β2 = ω µ2 ε2 = 2π9.109 1.µ0 .4.ε0 = 0, 377[rad/m] ⇒ β2 .L = 0, 377.6m = 2, 262[rad] = 129, 6o
η3 cos (β2 .L) + jη2 sen (β2 .L)
ηent = η2 = 209, 846 − 85, 4o [Ω] (usando a HP)
η2 cos (β2 .L) + jη3 sen (β2 .L)
ηent − η1 210, 466 − 85, 4o − 377
Γ = = = 0, 9346 − 121, 85o
ηent + η1 210, 466 − 85, 4o + 377
τ = 1 + Γ = 0, 9426 − 57, 42o = 0, 9446 − 1, 00rad
r sr r
µε0 ε00 2 1.µ.40.ε0 p
q
9
α3 = ω 1 + 0 − 1 = 2π9.10 1 + 32, 452 − 1 = 4, 73[N p/m] (×8, 686 = 41, 1dB/m)
2 ε 2
r s r r
µε0 ε00 2 1.µ.40.ε0 p
q
9
β3 = ω 1 + 0 + 1 = 2π9.10 1 + 32, 452 + 1 = 4, 88[rad/m]
2 ε 2
E3+ = (15.0, 944).e−α3 .z cos(ωt − β3 z − 1, 00)âx
−2
= 14, 16.e−4,73.3.10 cos(2π.9.109 .10.10−9 − 4, 88.3.10−2 − 1, 00)âx = 10, 27âx [V /m]
E3+ 14, 16 −4,73.3.10−2
H3+ = = .e cos(2π.9.109 .10.10−9 − 4, 88.3.10−2 − 1, 00 − 0, 77)ây = 0, 256ây [A/m]
η3 10, 45
38
22 Lista de Exercı́cios
1. Relacione os fenômenos a seguir com (I) Eletrostática, (II) Magnetostática ou (III) Eletrodinâmica: a) imã; b)
corrente contı́nua passando em um fio; c) corrente de deslocamento de um capacitor; d) antena de rádio; e) cabo
coaxial percorrido por corrente contı́nua; f) carga puntual; g) forno de microondas; h) placa carregada com uma
densidade superficial de cargas; i) onda plana propagando no vidro; j) transmissão em fibras óticas.
2. Descreva o que são: a) polarização TE; b) ı́ndice de refração; c) meios dispersivos.
3. Descreva a utilidade prática de: a) VSWR; b) casamento de um quarto de onda; c) polarização TE e TM.
4. Numere a segunda coluna de forma que as frases estejam corretas:
1. Um meio com perdas... ( ) ...é calculado a partir do módulo de Γ.
2. O Casamento de um quarto de onda... ( ) ...acontece em meios dispersivos.
3. A incidência de uma onda em um condutor perfeito... ( ) ...tem impedância intrı́nsica complexa.
4. O VSWR ... ( ) ...resulta em α = 0[N p/m].
5. A dispersão angular cromática... ( ) ...resulta em reflexão com fase invertida.
6. A propagação no ar... ( ) ...implica em transmissão total.
8. Seja Hs = (26 40o ax ˆ −j0,07z [A/m] para uma onda plana uniforme que está se propagando no espaço
ˆ − 36 20o ay)e
livre. Calcule: a) a constante de atenuação; b) o valor do campo magnético na direção x em P(1m,2m,3m) e t=31ns;
c) o valor do módulo do campo magnético quando t=0 na origem; d) o valor do módulo do campo elétrico quando
t=0 na origem; e) a polarização desta onda.
9. Uma onda plana de 1M[Hz] com módulo do campo elétrico igual à 0,1[V/m] propaga-se em água doce. Nesta
frequência, sabe-se que as perdas na água são pequenas; portanto, para simplificar, desconsideraremos ε00 . Neste
caso, µR = 1 e ε0R = 81. Calcule: a) a constante de fase; b) o valor da impedância intrı́nsica; c) a expressão do
vetor campo elétrico; d) a expressão do vetor campo magnético.
10. Dado um material não-magnético com ε0R = 3, 2 e σ = 1, 5.10−4 S/m, calcule os valores numéricos em 3MHz para:
a) tangente de perdas; b) constante de atenuação; c) constante de fase; d) impedância intrı́nsica; e) vetor campo
elétrico, se Ex0 =3[V/m] e a onda propaga em az.
ˆ
11. Uma onda plana Es = 300·e−jkx ay[V ˆ /m] está se propagando em um material no qual µ = 2, 25µ[H/m], ε0 = 9p[F/m]
00
e ε = 7, 8p[F/m]. Se ω = 64M [rad/s], calcule: a) a constante de atenuação; b) a constante de fase; c) a impedância
intrı́nsica; d) a expressão do fasor do campo magnético; e) o valor do campo elétrico no ponto P(3m,2m,4m) no
instante t=10ns.
12. Seja η = 250 + j30[Ω] e jk = 0, 2 + j2 para uma onda plana uniforme que está se propagando na direção az.
ˆ Se
|Esx | = 400[V /m] em z=0: a) Calcule a Pz,med em z=0 e z=60cm; b) que tipo de material é este? c) que tipo
de polarização tem esta onda (JUSTIFIQUE)? d) qual o valor da constante de perdas em dB? e) qual a direção e
módulo do campo H? ~
+ −
13. Uma onda plana viajando no ar incide sobre um meio. Obtêm-se EZS10 = 10[V /m] e EZS10 = −8, 9[V /m].
a) Determine o coeficiente de reflexão. b) Qual a provável composição do meio? c) Determine o coeficiente de
+
transmissão e EZS20 . d) Se τ fosse igual à 0,7, qual(is) seria(m) a(s) diferenças para o caso dado? e) Calcule η2
para o caso dado e para a letra (d).
14. Uma onda plana uniforme no ar com E1+ = 50 cos(1012 t − 6z)[V /m] é normalmente incidente sobre uma superfı́cie
de cobre (σ = 5, 8.107 [S/m]) em z=0. a) Qual a porcentagem da densidade de potência incidente que é transmitida
para dentro do cobre? b) (2pt) Este valor era esperado? Por que? c) (2pt) Se ao invés do cobre tivessemos um
dielétrico com εR = 5 quais seriam as diferenças nas respostas?
39
15. Considerando as três regiões a seguir (00 = 0), e sabendo que a região 2 tem 10cm de largura, determine: a) Qual
a menor frequencia na qual uma onda plana uniforme incidente da região 1 na fronteira com a região 2 não terá
nenhuma reflexão. b) Se f = 50MHz, qual será a taxa de onda estacionária na região 1. c) Para que este arranjo pode
ser utilizado na prática? REGIAO 1: 0 = 10[pF/m], , µ = 4µ[H/m]; REGIAO 2: 0 = 25[pF/m], µ = 2µ[H/m];
REGIAO 3: 0 = 10[pF/m], µ = 4µ[H/m].
16. Uma onda plana uniforme, no ar, é normalmente incidente em uma placa dielétrica sem perdas de espessura λ/4 e
de impedência intrı́nsica η = 250Ω. Determine: a) a taxa de onda estacionária em frente da placa; b) a fração da
potência incidente que é refletida de volta para o ar; c) onde ocorrerá o primeiro mı́nimo.
+ − + +
17. Determine os valores de Ex1 , Ex1 e Ex2 para uma onda de 100MHz, com Ex10 = 5V/m, viajando no espaço livre,
que encontra um dielétrico com η = (150 + j20)Ω.
18. Qual o valor percentual de transmissão de potência quando o VSWR é de 1,5?
19. Qual o valor do VSWR quando uma onda na frequência de 5GHz propagando no ar atinge: a) um condutor perfeito;
b) ar; c) gelo (ε0R = 4, 2, tg θ = 0, 05); d) ferro (σ = 1, 03.107 S/m).
20. Qual a diferença entre a equação de uma onda estacionária e a equação de uma onda viajante?
21. Uma onda plana uniforme de 700MHz com Ex0 = 4V/m propaga no espaço livre. Qual o valor do módulo do campo
magnético refletido quando esta onda encontra uma placa de vidro com εR = 3, 9 e largura igual à 10cm?
22. Uma onda plana uniforme de 700MHz com Ex0 = 4V/m propaga no espaço livre e encontra uma placa de vidro
com εR = 3, 9. a) Deduza as equações para o casamento de meia onda; b)(2pt) É possı́vel utilizar neste caso o
casamento de 1/4 de onda? POR QUE? c) Calcule a largura que a placa de vidro deve ser para que haja casamento
de meia onda.
23. Deduza as condições para obter-se: a) casamento de meia onda; b) casamento de um quarto de onda; c) VSWR=1;
d) Γ = −1.
40
Respostas da Lista de Exercı́cios
Questão 3
a) medir o quanto da onda está sendo refletida, ou seja, a eficiência de uma transmissão.
b) casar a impedância de 2 meios com η diferente, para que haja transmissão total.
c) filmes 3D, filtros, óculos de neve, transmissão de dois sinais na mesma antena.
Questão 4
Ordem da 2a coluna: 4, 5, 1, 6, 3, 2.
Questão 7
a) β = 3, 33.10−3 rad/m;
b) λ = 1884m;
c) > = 6, 28µs;
d) |H| = 0, 663A/m;
~ = 3µs, z = 200m) = −172, 8axV/m.
e) E(t ˆ
Questão 8
a) α = 0;
b) Hx = 0, 8375[A/m];
c) |H| = 3, 21[A/m];
d) |E| = 1209, 6[V /m];
e) elı́ptica .
Questão 13
a) Γ = −0, 89;
b) condutor;
+
c) τ = 0, 11 e Ezs20 = 1, 1[V /m];
+ −
d) dielétrico sem perdas, Ezs20 = 7[V /m], Γ = −0, 3, Ezs10 = −3[V /m];
e) η2 = 21, 94Ω e η2 = 203Ω .
Questão 14
a) η2 = 0, l1476 45o Ω e Ptrans = 0, 11%Pinc
b) Sim, porque condutores refletem quase toda a potência.
c) η2 = 168, 5Ω e Ptrans = 85, 4%Pinc
Questão 19
a) V SW R = ∞;
b) V SW R = 0;
c) V SW R = 2, 05;
d) V SW R = 8695.
Questão 22
a) l = λ/2 e η1 = η3 .
b) Não, porque η2 teria que ser igual à η1 .
c) l = 10,8cm.
41
23 Formulário de Eletromagnetismo
Distribuição de Cargas :
ZZZ ZZ Z
Qtotal = ρv · dV Qtotal = ρs · dS Qtotal = ρL · dL
V S L
Q ρL ~
R
~
E = âR ~ =
E âR âR =
4πε0 |R|2 2πε0 |R| |R|
~
∂B ~
~
∇×E = − ~ = J~s + ∂ D
∇×H ~ = ρv
∇·D ~ =0
∇·B
∂t ∂t
~ · dS
D ~ = ρv dV ~ · dS
B ~=0
S V S
Equações Constitutivas :
~
D ~
= εE ~ = µH
B ~ ~ = σ J~s
E ε0 = 8, 854.10−12 [F/m] µ0 = 4π.10−7 [H/m]
Condições de Contorno :
~2 −D
~n · (D ~ 1) = q ~2 − H
~n × (H ~ 1 ) = J~s ~2 − B
~n · (B ~ 1) = 0 ~2 − E
~n × (E ~ 1) = 0
Eletrodinâmica :
~ Re ES · e+jωt e+ja = cos(a) + jsen (a) e−ja = cos(a) − jsen (a)
E(t) =
s r
−jk~
r jωµ µ 1
ES = E0 · e E0 = ηH0 η= = ·p
σ + jωε0 ε0 1 − j(ε00 /ε0 )
r
ω 2π p σ 1 1 1
vp = λ= jk = α + jβ = jω µε0 1 − j 0 δ= = =√
β β ωε α β πf µσ
r sr r sr
µε0 ε00 2 µε0 ε00 2
α = ω 1+ 0 −1 β=ω 1+ 0 +1
2 ε 2 ε
1 + |Γ| η2 − η1 ε00 σ
S = Γ= τ = 1 − |Γ| tan θ = 0 =
1 − |Γ| η2 + η1 ε ωε0
√ n2 n2
n1 = εR n1 sen θ1 = n2 sen θ2 sen θc = sen θB = p 2
n1 n1 + n22
1 |Ex |2 −2αz
Pz,med = .e . cos θη P− = |Γ|2 P + P+ = (1 − |Γ|2 )P +
2 |η| 1,med 1,med 2,med 1,med
1 η3 cos (β2 .l) + jη2 sen (β2 .l)
zmax = − (α + 2mπ) ηent = η2
2β1 η2 cos (β2 .l) + jη3 sen (β2 .l)
η1
η1s = η1p = η1 cos θ1
cos θ1
42