Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2ª etapa
Maio – Julho/2007
MÓDULO II
Aula 4: Propostas para uma Educação Anti-Racista
Problematização do tema:
Desenvolvimento do Tema:
1
escravismo colonial mercantil em nada teria mudado a vida da população africana, uma
vez que, segundo esse pensamento, os povos africanos já praticavam a escravização
entre si e que os europeus meramente se engajaram na comercialização já estabelecida.
Ora, primeiro é preciso que se entenda essa visão como uma idéia racista, simplista e
discriminatória. Ao retirar dos povos africanos sua humanidade, o mercantilismo europeu
implantou durante três séculos um tipo de genocídio jamais visto na história mundial. Na
África, como em outros continentes, a existência da escravidão baseava-se na captura de
prisioneiros de guerra, em que o estado servil era reversível e não reduzia as pessoas à
categoria de mercadoria.
Por múltiplas formas, a evolução dos povos africanos influiu nas diversas
sociedades do mundo, de modo que somente um enfoque do estudo da História que
privilegie tanto as relações intra-africanas quanto a interação do continente com o mundo
exterior permitirá preencher lacunas do conhecimento mundial, inclusive sobre fenômenos
e períodos. No entanto, em muitas instâncias ainda se isola a história da África da história
do resto do mundo, o que, além de concorrer para ocultar parte da história dos povos
extra-africanos, torna ininteligível a história dos povos africanos. As exigências analítico-
interpretativas requeridas para a compreensão da evolução das sociedades africanas
podem, simplificadamente, resumir-se a (WEDDERBURN, 2005):
2
A cosmovisão africana redefine as concepções filosóficas a
partir de sua própria dinâmica civilizatória, de acordo com o
escopo de sua forma cultural. Assim, o universo é pensado
como um todo integrado; a concepção de tempo privilegia o
tempo passado, o tempo dos ancestrais, e sustenta toda a
noção histórica da cosmovisão africana. (OLIVEIRA, 2003. p.
173-174):
Discriminação – É o nome que se dá para a conduta (ação ou omissão) que viola direitos
das pessoas com base em critérios injustificados e injustos, tais como a raça, o gênero, a
idade, a orientação sexual, a opção religiosa e outros. A discriminação racial é tida como
a prática do racismo, onde o preconceito se efetiva.
3
Xenofobia - Segundo Rocha-Trindade (1995: 381), xenofobia é “a predisposição de um
indivíduo ou de um grupo para a aversão ou a rejeição dos indivíduos cujos padrões de
cultura e práticas sociais considera diferentes dos seus, sendo por isso encarados como
estranhos e indesejáveis".
Praticando
Educar para a igualdade étnico-racial pressupõe romper com estigmas, com lingua-
gens explicitas ou não de inferioridade de negros(as) e indígenas. Como educadores(as)
temos a responsabilidade de ampliar e “deslocar” os conhecimentos, superar o velho, in-
ventando o novo.
- De que forma queremos abordar a África em sala de aula? Qual África devemos apre-
sentar aos estudantes? Como essa apresentação poderá favorecer a mudança de olhar
sobre a contribuição do continente africano para a humanidade?
REFERÊNCIAS
CAVALLEIRO, Eliane. In: Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº
10.639/03. Brasília Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade /
Ministério da Educação (Coleção Educação para todos), 2005.
GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações
raciais no Brasil: uma breve discussão. In: Educação anti-racista: caminhos abertos pela
Lei Federal nº 10.639/03. Brasília, Ministério da Educação, SECAD, 2005.
DIOP, Cheik Anta. Antériorité des civilisations négres, mythe ou vérité historique? Paris :
Présence Africaine, 1967
_______Civilisation ou Barbárie. Paris : Présence Africaine, 1981
______ L'Afrique noire précoloniale. Présence Africaine, 1960, 1987
4
LARKIN-NASCIMENTO, Elisa. Introdução à Historia da África. In. Educação, Africanidade,
Brasil, Brasília : UnB/SECAD, 2006.
OLIVEIRA, Eduardo. Cosmovisão africana no Brasil: elementos para uma filosofia
afrodescendente. Fortaleza: Ibeca, 2003
Filme
Sítios
www.acordacultura.org.br
www.unidadenadiversidade.org.br
www.ceafro.org.br