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ME DA APOSTILA

C 2014 - SENAI / DR-MA – CALDEIREIRO

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO MARANHÃO


SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI
DEPARTAMENTO REGIONAL DO MARANHÃO
COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – COEPT

1ª EDIÇÃO

ELABORAÇÃO

Kellen dos Santos da Luz


Almir Figueira Almeida
Instrutores da Área de Metalmecânica
CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA-DISTRITO INDUSTRIAL

Lidyanne Mendes Barros da Silva


Rosângela Mota Haidar
Revisão Ortográfica e gramatical

Jacqueline Constance Silveira Furtado


Revisão Pedagógica/ Editoração final

Werlon Menezes Carneiro


Programação Visual/ Editoração

SENAI
Departamento Regional do Maranhão
Av. Jerônimo de Albuquerque, s/nº - 2º Andar
Edifício Casa da Indústria - Bequimão
CEP: 65060-645
Fones: (98) 2109-1871/1856 Fax: (98) 2109-1832
Site: www.fiema.org.br
São Luís - Maranhão

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 5
HISTÓRICO 6
1 SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO 7
2 METEMÁTICA APLICADA 24
3 METROLOGIA 36
4 DESENHO TÉCNICO 67
5 TRAÇADO DE RETAS E ÂNGULOS PARA DESENVOLVIMENTO DE PEÇAS 74
6 TRAÇADO DE CALDEIRARIA 85
CONCLUSÃO 107
REFERÊNCIAS 108

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APRESENTAÇÃO

Face às novas frentes de globalização tecnológica e exigências do mundo do trabalho, bem


como as diversas e significativas transformações na gestão e logística dos mercados
ocupacionais, a Educação Profissional tem buscado novas estratégias para a formação de mão
de obra qualificada.

Diante desse cenário, destaca-se o papel do SENAI e sua importância em traçar novos desafios,
que visem articular os meios produtivos e a prática profissional, através da formação de
competências e habilidades, vislumbrando a construção de uma sociedade com conhecimento
crítico e contemporâneo.

Para isso, oportuniza aos seus alunos, cursos baseados no princípio do “aprender fazendo”,
repassando ainda, conhecimentos teóricos/técnicos, que atendem ao perfil profissional
demandado pelo mercado de trabalho, na busca constante por profissionais qualificados.

Este material aborda assuntos como: segurança no trabalho, matemática aplicada, figuras
geométricas, perspectiva etc.

Durante todo o treinamento, o aprendizado estará focado no aprimoramento desses


profissionais, tornando-os aptos ao mercado de trabalho.

Bom estudo!

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HISTÓRICO

A caldeiraria é o ramo da fabricação industrial que requer muito


esforço físico por parte de seus profissionais, os Caldeireiros.

O Caldeireiro profissional trabalha na confecção dos mais


diferentes tipos de peças, que são empregadas nas mais diversas
áreas. A sua melhor fase foi logo após a revolução industrial, na
qual este profissional pode se beneficiar dos vários tipos de
máquinas e equipamentos desenvolvidos com a finalidade de
minimizar o esforço do seu trabalho árduo e aumentar sua linha de
produção.

Na universidade de Pardue há uma estátua de um caldeireiro que


retrata muito bem o esforço empregado em seu trabalho.

A tarefa desenvolvida era transformar a principal matéria-prima da época (chapa de aço plana),
em peças dos mais variados formatos. Seu maior desafio não estava na fabricação dessas
peças, mas sim na exatidão que as mesmas deveriam possuir, mostrando-se peças fieis do
produto ostentado.

Ainda que essa profissão tenha suas raízes artesãs, o trabalho realizado estende-se aos mais
intelectuais campos do saber, havendo a necessidade de ter o domínio de competências
matemáticas, metrológicas, representações gráficas de objetos etc.

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1. SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO
Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional ABNT NBR 18801:2010 e OHSAS
18001:2007

CONCEITO e OBJETIVO
A OHSAS 18001 é a especificação para certificação de Sistemas de Gestão de Segurança e
Saúde Ocupacional. Depois da publicação da BS 8800,
norma guia para implementação de sistemas de gestão de
segurança e higiene operacional, houve a necessidade de
estabelecer normas para segurança e higiene no trabalho.
Foi desenvolvida por um grupo de organismos internacionais
de peso e por órgãos de certificação para suprir a falta de
um padrão internacional independente e certificável.
Muitas organizações estão implementando um sistema de
gestão da saúde ocupacional e segurança como parte de sua estratégia de gerenciamento de
riscos para tratar questões como a mudança de legislação e proteção de sua força de trabalho.
Benefícios da Implementação de Sistemas de Gestão de Higiene e Segurança pela OHSAS
18001:

Requisitos legais: um sistema reconhecido não é apenas um meio excelente de evidenciar que
o seu sistema de segurança e higiene no trabalho funciona, mas também garante a proteção dos
seus colaboradores e constitui uma mensagem clara para os seus parceiros de negócio e
autoridades legais de que a empresa adotou boas práticas de higiene e segurança no trabalho.

Redução de Custos: a certificação pela OHSAS 18001 evidencia uma abordagem pela
minimização do risco, reduzindo os acidentes e doenças do trabalho. Assim, os tempos de
paragem e, consequentemente, os custos associados serão inferiores.

Serviço completo e compatível: a OHSAS 18001 foi deliberadamente desenvolvida de forma a


ser compatível com as normas existentes para Sistemas de Gestão da Qualidade – ISO 9001- e
Sistemas de Gestão Ambiental – ISO 14001- de forma a permitir a existência de um Sistema de
Gestão Integrado. Essas normas têm muitos requisitos e detalhes em comum pelo que a
certificação está simplificada.
Muitas organizações têm dúvidas na procura da melhor solução para o seu sistema de gestão de
forma a cumprir com os requisitos legais de segurança e higiene. Além disso, algumas
companhias desejam desenvolver Sistemas de Gestão de Segurança e Higiene integrados com
o Sistema de Gestão da Qualidade e Ambiente.

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Os Diretores de Higiene e Segurança, Diretores da Qualidade, Diretores do Ambiente, Diretores
de Ambiente, Segurança e Higiene, Colaboradores com responsabilidade na implementação e
auditoria de Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional devem ser formados de
maneira a estarem aptos a definir e auditar procedimentos da organização para:

 Avaliação do estado inicial.


 Definição da Política de Saúde Ocupacional e Segurança.
 Planejamento.
 Implementação e Operações.
 Verificações e Ações Corretivas.
 Revisão pela Direção e Melhoria Contínua.

As principais áreas focadas pela OHSAS 18001:

 Identificação de perigos, riscos e controles.


 Requisitos legais e outros.
 Objetivos e Programa OHS.
 Recursos, cargos, responsabilidades, disponibilidade e autoridade.
 Competências, treinamentos e conscientização.
 Comunicação, participação e consulta às partes interessadas.
 Controle operacional.
 Prontidão e respostas para emergência.
 Medição, monitoramento e melhoria contínua.

1.1 ACIDENTES DO TRABALHO

CONCEITOS
CONCEITO LEGAL (LEI 8.213/91)
“Acidente do Trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou
pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda, ou ainda
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.

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EM QUAIS SITUAÇÕES A LEI CONSIDERA ACIDENTE DE TRABALHO?

Na execução de ordem ou realização do serviço sob


autoridade da empresa.

Fonte: http://comsaudenopc.blogspot.com.br/

Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras


necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante esse, o empregado será considerado
a serviço da empresa.

Na prestação de serviço externo à empresa.

Em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio


de transporte utilizado, inclusive veículo de propriedade
do empregado.

Fonte: consciencianotrabalho.blogspot.com.br/

No percurso da residência para o trabalho e do trabalho para casa, obedecendo ao trajeto e


horários diários.

Doença Profissional ou do trabalho, assim entendida e


inerente ou peculiar a determinado ramo de atividade.

Fonte: www.comsaudenopc.blogspot.com.br

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CONCEITO PREVENCIONISTA
Acidente de trabalho é uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interfere ou
interrompe o processo normal de trabalho, ocasionando perda de tempo e/ou danos materiais
e/ou lesão no trabalhador.

O QUE ACONTECE AO TRABALHADOR ACIDENTADO?

ACIDENTE!!!

Fonte:www.pt.wikinoticia.com/

AFASTAMENTO DO TRABALHO

Fonte: consciencianotrabalho.blogspot.com.br/

15 PRIMEIROS DIAS DE AFASTAMENTO


O salário é pago pela empresa.

APÓS OS 15 DIAS DE AFASTAMENTO


O salário é pago pelo INSS até o retorno do trabalhador ao
trabalho.

Fonte: www.sindibiomg.org/

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CAUSAS DOS ACIDENTES

ATOS INSEGUROS
Os atos inseguros são geralmente definidos como causas de acidentes do trabalho que residem
exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das tarefas de
forma contrária às normas de segurança.
É falsa a ideia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento humano. Na
verdade, é possível analisar os fatores relacionados com a ocorrência de atos inseguros e
controlá-los.

Fonte: www.consciencianotrabalho.blogspot.com.br/

QUAIS OS FATORES PESSOAIS E O QUE PODE LEVAR UM TRABALHADOR A COMETER


ATOS INSEGUROS E CONSEQUENTEMENTE SE ACIDENTAR?

 Inexperiência/ falta de conhecimento.


 Negligência.
 Maldade.
 Desajustamento psicológico e social.
 Alcoolismo.
 Problemas Familiares.
 Fadiga.
 Desatenção.
 Autoconfiança.

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CONDIÇÕES INSEGURAS
São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, colocam em risco a integridade física e/ou
mental do trabalhador, devido à possibilidade de acidentar-se. Essas condições manifestam-se
como deficiências técnicas, podendo apresentar-se:

 Na construção e instalações em que se


localiza a empresa: áreas insuficientes, pisos
fracos e irregulares, excesso de ruído e
trepidações, falta de ordem e de limpeza,
instalações elétricas impróprias ou com defeitos,
falta de sinalização e outros.

 Na maquinaria: localização imprópria das


máquinas, a falta de proteção em partes móveis e
pontos de agarramento, máquinas apresentando
defeitos.
Fonte: consciencianotrabalho.blogspot.com.br/

 Na proteção do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupas e


calçados impróprios, equipamento de proteção com defeito, falta de treinamentos e
normas de segurança.

Deve-se levar em conta que, às vezes, os acidentes são provocados pela presença de
condições inseguras e atos inseguros ao mesmo tempo.
A limpeza, conservação e manutenção são muito
importantes em se tratando de máquinas,
equipamentos, bancadas e ferramentas de uso
individual. Do mesmo modo, as dependências de
uso coletivo merecem uma atenção especial no
que se refere a esse aspecto.
Muitos outros exemplos poderiam ser citados, pois
em todos os ramos de atividade na qual se deseja
realizar determinadas tarefas, em um ambiente de
tranquilidade e segurança, necessita-se de dois
fatores imprescindíveis: ordem e limpeza.
Fonte: http://equipedeobra.pini.com.br/

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ANÁLISE DOS ACIDENTES

O estudo dos acidentes está ligada a necessidade da emissão de


documentos que os descrevem, bem como suas causas, assim
como a elaboração de gráficos que evidenciam a segurança no
ambiente de trabalho.
As medidas prevencionistas decorrentes da análise devem ser
comunicadas pela CIPA sob a forma de relatórios e sugestões.

CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES QUANTO À SUA CONSEQUÊNCIA

Acidente sem afastamento


 É o acidente em que o funcionário pode exercer sua função normalmente, no mesmo dia do
acidente ou no dia seguinte, no horário regular. Portanto, não entra nos cálculos das taxas de
frequência e gravidade.

Acidente com afastamento


 É o acidente que provoca a incapacidade temporária ou permanente, ou morte do
acidentado.

Incapacidade temporária
 É a perda total da capacidade de trabalho por um
período limitado de tempo, nunca superior a um ano.
Ocorre nos casos em que o acidentado, depois de
algum tempo afastado do serviço, retorna as
atividades, executando suas funções normalmente
como fazia antes do acidente.

Incapacidade parcial e permanente


 É a diminuição, pelo resto da vida, da capacidade de trabalho, que sofre redução parcial e
permanente. Exemplo: perda de um dos olhos, perda de um dos dedos.

Incapacidade total e permanente


 É a invalidez incurável, quando o acidentado perde a capacidade total para o trabalho.

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COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES
É um documento básico que está à disposição dos membros da CIPA, pois o seu preenchimento
é obrigatório por lei. A empresa deve fazer a comunicação dos acidentes ao INSS, no prazo de
48 horas, utilizando-se do impresso específico, o CAT - Comunicação de Acidente do Trabalho.
Se ocorrer a morte do funcionário, a comunicação deve ser feita também à autoridade policial.

1.2 RISCOS AMBIENTAIS

RISCOS FÍSICOS
São as diversas formas de energia a que estão expostos os trabalhadores.
Os riscos ambientais provocados por agentes físicos são representados por fatores ambientais
de trabalho, como: iluminação, vibração, radiação, ruído, calor e frio, que de acordo com as
características do posto de trabalho, o tempo de exposição e a susceptibilidade individual,
podem causar danos à saúde.

Temperaturas Extremas

Calor
Os trabalhadores expostos a atividades de fundição,
siderurgia, indústrias de vidro e outras, são os mais propensos
a problemas como insolação, câimbras e, em alguns casos,
problemas com o cristalino do globo ocular, mais conhecido
como catarata.

Fonte:http://sotnasclimatizacao.blogspot.com.br/

Frio
Os casos mais comuns de doenças que se destacam pela
ação do frio são as queimaduras pelo frio, gripes, inflamações
das amígdalas e da laringe, resfriados, algumas alergias,
congelamento nos pés e mãos, e problemas circulatórios.
Geralmente, essas ocorrências predominam em empresas do
ramo da industrialização de pescados, frigoríficos, indústria de
Fonte: http://es.fotolia.com/
alimentos congelados etc.

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Radiações Ionizantes
São basicamente os raios X, emitidos de equipamentos de
radiologia ou de materiais radioativos.
Podem provocar anemias, leucemia, alterações genéticas e até
outros tipos de câncer. Esses tipos de doenças podem ser
decorrentes de atividades que envolvam o uso de aparelhos
especiais e materiais radioativos, como os aparelhos de raio X.
Fonte:www.biomedicinaunipacuberlandia.com.br/

Radiações Não Ionizantes


São as de natureza eletromagnéticas,
infravermelhas e radiações ultravioletas que
estão presentes principalmente nas operações de
fusão de metais em alta temperatura, nos casos
de solda elétrica etc.
Como os seus efeitos são térmicos, podem
provocar queimaduras na pele, inflamações nos
olhos (casos de conjuntivite), conforme o tempo
Fonte: http://www.metalica.com.br/
de exposição.

Vibrações
Presentes nos trabalhos com utilização de
instrumentos vibrantes, como marteletes,
furadeiras, lixadeiras, tratores, motosserras etc.,
os problemas físicos motivados pela vibração
aparecem, na grande maioria dos casos, após
longo tempo de exposição. Nos casos de
vibração de todo o corpo, podem aparecer
problemas renais e casos de dores fortes na
Fonte: http://www.brcbosch.com.br/
coluna.

As vibrações localizadas nos braços e mãos provocam deficiências nas articulações e problemas
circulatórios.

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Ruído
Ruído é todo som que causa sensação desagradável ao homem.
Certas máquinas, equipamentos ou operações produzem um ruído
agudo e constante, em níveis sonoros acima da intensidade, conforme
legislação específica.
De acordo com a duração de exposição no ambiente de trabalho,
esses níveis sonoros provocam, em princípio, a irritabilidade ou uma
sensação de ouvir o ruído mesmo estando em casa.

http://mundodosilencio.blogspot.com.br

Com o passar do tempo, a pessoa começa a falar mais alto ou perguntar constantemente por
não ter entendido. Esse é o início de uma surdez parcial que com o tempo passará a ser total e
irreversível.

Pressões Anormais
Presentes nos trabalhos submersos, caixões pneumáticos, tubulações
de ar comprimido, trabalhos submarinos. A descompressão fora das
normas e procedimentos, pode causar uma grande embolia gasosa que
em geral leva à morte rapidamente ou a um quadro mais brando,
chamado “mal dos caixões”, caracterizado por violentas dores nas
articulações.

Fonte: http://sustentabilidadeevoce.blogspot.com.br

RISCOS QUÍMICOS
São as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar
no organismo. Os riscos químicos que podem causar doenças
profissionais são encontrados nas formas: gasosa, líquida e sólida
e, quando absorvidos pelo nosso organismo, produzem na grande
maioria dos casos, reações chamadas de venenosas ou tóxicas.

Há três vias básicas de penetração dos tóxicos no corpo humano:


 Respiratória.
 Cutânea. Fonte:http://www.uajms/

 Digestiva.

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Um agente químico, ao ser absorvido, tanto pelas vias respiratórias, cutâneas ou digestivas,
pode depositar-se em qualquer órgão do corpo humano. Alguns metais, como o cobre e o
mercúrio, podem fixar-se nos rins, criando uma insuficiência renal.
Outro caso é o monóxido de carbono que afeta as células do coração. Nas intoxicações por
chumbo, monóxido de carbono, arsênico e tálio, ocorrem problemas neurológicos.
Poeiras: são formadas quando um material sólido é quebrado, moído ou triturado.
Fumos: são pequenas partículas formadas quando um metal ou plástico é aquecido, vaporizado
e esse vapor é resfriado rapidamente.
Névoa: são partículas líquidas obtidas no processo de spray.
Neblinas: partículas líquidas produzidas por condensação de vapores.
Fumaças: sistema de partículas combinadas com gases que se originam em combustão
incompleta.
É importante tomar cuidado com os produtos químicos que utilizamos no nosso trabalho ou até
mesmo em casa. Antes de manuseá-los, verifique o rótulo e todas as indicações de perigo como:
inflamável, tóxico, corrosivo etc. Proteja-se com EPIs adequados.

RISCOS BIOLÓGICOS
São micro-organismos presentes no ambiente de trabalho,
como: bactérias, fungos, vírus, bacilos, protozoários, parasitas e
outros.
Esses agentes biológicos são visíveis apenas ao microscópio,
sendo capazes de produzir doenças, deteriorações de alimentos,
mau cheiro. Apresentam muita facilidade de reprodução, além
de contarem com diversos processos de transmissão. Por isso,
são importantes a limpeza e a higiene no ambiente de trabalho.
Fonte: http://nrfacil.com.br
Geralmente encontrados em hospitais, sanatórios, laboratórios,
esgotos, lixeiros, curtumes e em locais nas quais se manipulam produtos de origem animal.

RISCOS ERGONÔMICOS
Os riscos ergonômicos causadores de doenças se
caracterizam por atitudes e hábitos profissionais
prejudiciais à saúde, os quais podem se refletir no
esqueleto e órgãos do corpo. A adoção desses
comportamentos no posto de trabalho pode criar
http://cursos.vibemidia.com/
deformações físicas, atitudes viciosas, modificações da
estrutura óssea etc.

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A utilização de um grande número de ferramentas de forma constante e a pressão exercida
sobre algumas partes do corpo criarão diversos tipos de doenças profissionais, dentre as quais
podem ser citadas as hidrartroses e cifoses. No caso de costureiros, artrite crônica nos membros
superiores e no caso de marceneiros, escolioses. Nos tecedores à mão, pintores etc.,
neoformações cartilaginosas atribuídas aos martelos pneumáticos, bem como desenvolver a
LER - Lesão por esforços Repetitivos e/ou a DORT - Doença Osteomuscular Relacionada ao
Trabalho etc.

RISCOS DE ACIDENTES
Consideram-se as condições das máquinas, equipamentos, ferramentas e arrumação do
ambiente de trabalho que possam provocar acidentes. Esses riscos são responsáveis por uma
série de lesões nos trabalhadores, como cortes, fraturas, escoriações, queimaduras etc. As
máquinas desprotegidas, pisos defeituosos ou escorregadios, os empilhamentos precários ou
fora de prumo são exemplos desses riscos.

Fonte: http://sesi.webensino.com.br

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1.3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
São dispositivos de uso individual destinados a proteger a integridade física e a saúde do
trabalhador.
Existem EPI’s para proteção de praticamente todas as partes do corpo.

Fonte: sosnotrabalho.blogspot.com.br/

TIPOS DE EPIs MAIS UTILIZADOS NAS EMPRESAS


a) PROTEÇÃO PARA A CABEÇA PODEM SER DIVIDIDOS EM
Podem ser divididos em protetores para cabeça propriamente ditos, que são os protetores
usados para o crânio, e protetores para os órgãos da visão e audição.
 Capacete.
 Protetor facial contra impacto.
 Protetor facial contra respingos.
 Protetor facial contra radiações nocivas.
 Óculos de segurança contra impacto.
 Óculos para soldador - solda a gás.
 Máscara para soldador - solda elétrica;
 Protetor auditivo - tipo “plug”.
Fonte: http://www.extimbrasilpa.com.br/
 Protetor auditivo - tipo concha.

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b) PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS SUPERIORES
A grande parte destas lesões pode ser evitada através do uso de luvas. As luvas impedem,
portanto, um contato direto com materiais cortantes, abrasivos, aquecidos ou com substâncias
corrosivas e irritantes.
 Luvas de raspa de couro.
 Luvas reforçadas de couro.
 Luvas de lona.
 Luvas impermeáveis (borracha ou plástico).
 Luvas de amianto.
 Luvas de borracha especial (contra eletricidade).
 Mangas de raspa de couro.
 Mangotes de raspa de couro.

Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/

c) PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS INFERIORES


As pernas e os pés são partes do corpo que além de estarem sujeitos diretamente ao acidente,
mantêm o equilíbrio do corpo. Por essa razão, os EPIs ganham dupla importância, ou seja,
protegerem diretamente os membros inferiores e evitam a queda que pode ter consequências
graves.

 Sapatos de segurança com biqueira de aço.


 Sapatos de segurança com proteção metatársica.
 Sapatos de segurança com solado antiderrapante.
 Botas de segurança.

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 Botas de borracha.
 Perneiras de raspa de couro.

Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/

d) PROTEÇÃO DO TRONCO
Aventais e vestimentas especiais são usados contra os mais variados agentes agressivos:
 Avental de raspa de couro.
 Avental de lona.
 Avental de amianto.
 Avental de plástico.

Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/

e) PROTEÇÃO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS


Sua finalidade é impedir que as vias respiratórias sejam atingidas por gases ou outras
substâncias nocivas ao organismo.
A máscara é a peça básica do protetor respiratório:
 Máscara descartável.
 Máscara com filtro.
 Máscara com suprimento de ar.

Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/

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f) CINTOS DE SEGURANÇA
Não têm a finalidade de proteger esta ou aquela parte do corpo.
Destinam-se a proteger o homem que trabalha em lugares altos, prevenindo quedas.
 Cinto do tipo eletricista.
 Cinto do tipo paraquedista.
 Acessórios: talabarte, trava quedas.

Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/

GUARDA E CONSERVAÇÃO DOS EPI’s


É necessário que se ajude o operário a conservar o seu equipamento de proteção individual, não
só conscientizando-o sobre a conservação, como também, oferecendo-lhe lugar próprio para
guardar o EPI após o seu uso, que deve ser fornecido pela empresa, gratuitamente.

EXIGÊNCIA LEGAL PARA EMPRESAS E EMPREGADOS – NR 6


OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR (item 6.6.1)
 Adquirir o tipo apropriado à atividade do empregado.
 Fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo MTA e de empresas cadastradas no
DNSST/ MTA.
 Treinar o trabalhador sobre seu uso adequado.
 Tornar obrigatório o seu uso.
 Substituir, imediatamente, o danificado ou extraviado.
 Responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica.
 Comunicar ao MTA qualquer irregularidade observada no EPI.

OBRIGAÇÕES DO EMPREGADO (item 6.7.1)


 Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina.
 Responsabilizar-se pela sua guarda e conservação.
 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso.

22 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


1.4 HIGIENE CORPORAL

Tome banhos todos os dias.

Fonte:www.ecolabs.com/br

Mantenha as unhas limpas e cortadas.

Fonte: www.ecolabs.com/br

Escove os dentes após as refeições.

Fonte: www.ecolabs.com/br

Lave as mãos antes das refeições e ao usar o banheiro.

Fonte: www.ecolabs.com/br

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2. MATEMÁTICA APLICADA

Constantemente, em nosso dia a dia, utilizamos as quatro operações com números naturais,
pois sempre estamos somando, subtraindo, multiplicando ou mesmo dividindo alguma coisa para
solucionar algum problema ou questionamento.

Como faço
para Que operação eu
resolver? devo usar?
O que o
problema está
pedindo??

2.1 RECORDANDO OPERAÇÕES

O fator responsável pelo maior número de erros nos desenvolvimentos de exercícios


matemáticos é sem dúvida nenhuma a "regra de sinais".
Como essas operações são feitas? E quando devemos utilizá-las na solução de um problema?
Para começar, leia os problemas abaixo e tente descobrir quais são as contas que devem ser
feitas.

Exercícios Propostos

a) Um motorista de táxi andou 180 km em certo dia e 162 km no dia seguinte. No total, quanto
ele andou nesses dois dias?

b) Uma mercadoria que custa R$50,00 foi vendida a R$38,75. De quanto foi o desconto?

c) Uma caixa de leite tipo “longa vida” possui 16 litros de leite. Quantos litros existem em 12
caixas?

d) Devo repartir 24 balas igualmente entre meus três filhos. Quantas balas deve receber cada
um?

24 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Efetue as operações indicadas:

a) 37 + 0,43 =
b) 55 - 18 =
c) 18 – 5,5 =
d) 12 + (- 7) =
e) 12 - (- 7) =
f) - 9 - 6 =
g) - 9 + (- 6) =
h) - 9 - (- 6 ) =
i) 13 .1,7 =
j) (- 8). 9 =

2.1.1 Operações fundamentais

1. Em uma pequena Empresa, existem 3 equipes de trabalho dividida da seguinte forma: uma
com 27 Empregados, outra com 31 Empregados e outra com 18 Empregados. Quantos
Empregados existem ao todo nessa Empresa?

2. Um Caldeireiro recebeu a tarefa de preparar 90 cantoneiras de aço baixo carbono SAE1010.


Até a hora do almoço, ele já tinha feito 52. Quantos ele ainda tem de fazer?

3. João abriu uma conta bancária para gerenciar os lucros de sua Metalúrgica. Depois de algum
tempo, esta conta apresentou o seguinte movimento:

DIA SALDO INICIAL DEPÓSITO RETIRADA


10 00,00
10 53,00
12 25,00
15 65,00
18 30,00
21 18,00

Sabendo que os depósitos são representados por números positivos e as retiradas por números
negativos. Qual será o saldo de João após essas operações?

4. Desejamos colocar 80 Parafusos em 5 caixas, de maneira que todas as caixas tenham o


mesmo número de Parafusos. Quantos parafusos devemos pôr em cada caixa?

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 25


5. Certo elevador pode transportar no máximo 6 telhas de zinco. Se existem 46 telhas para
serem içadas, quantas viagens o elevador deverá fazer para transportar todas essas Telhas?

6. Em certo país, os Caldeireiros recebem dois salários mínimos em dezembro: o salário normal
e o 13º salário. Se o caldeireiro trabalhou os 12 meses do ano, os dois salários serão iguais. Se
a caldeireiro trabalhou uma fração do ano, o 13º salário corresponderá a essa fração do salário
normal. Se o salário normal de um caldeireiro é R$1200 reais e ele trabalhou 7 meses nesse
ano, quanto ele vai receber de 13º salário?

2.1.2 Porcentagem

A percentagem ou porcentagem é uma medida de razão com base 100. É um modo de


expressar uma proporção ou uma relação entre 2 valores a partir de uma fração cujo
denominador é 100, ou seja, é dividir um número por 100.

É frequente o uso de expressões que refletem acréscimos ou reduções em preços, números ou


quantidades, sempre tomando por base 100 unidades.

1. Em uma Empresa trabalham 519 Caldeireiros e 385 Soldadores. Quantos Empregados


trabalham nessa Empresa? Qual a porcentagem representada por Caldeireiros?

2. Numa Metalúrgica se fabricam por mês 586 Portões. Este mês foi vendido 15% dos mesmos.
Quantos portões ainda restam para serem vendidos?

3. Num Galpão havia 35 Máquinas de solda, 31 furadeiras, 8 calandras, 59 dobradeiras, 23


guilhotinas e 14 tornos mecânicos, em 6 meses, essa quantidade de equipamentos foram
multiplicadas por 28, em 7 meses 25% dos equipamentos ficaram fora de uso, por falta de
manutenção, e o restante dos equipamentos foram divididos por 8 Empresários. Quantos
equipamentos cada empresário recebeu?

4. João Carlos é auxiliar de Caldeireiro e seu salário é apenas R$ 920 reais por mês.

Gasta com aluguel e com alimentação da família. Esse mês ele teve uma despesa

extra: do seu salário foram gastos com remédios. Quantos por cento foram destinados ao

aluguel e alimentação? Sobrou dinheiro?

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2.1.3 Regra de três

Regra de três simples é um processo prático para resolver problemas que envolvam quatro
valores dos quais conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos
três já conhecidos.

1. Para fabricar 1000 tubos truncados de aço carbono, 15 homens gastaram 12 dias trabalhando
8 horas por dia. Vinte homens com a mesma capacidade de trabalho para fabricar 2000
Unidades da mesma peça, trabalharam 12 horas por dia, nas mesmas condições gastarão
quantos dias?

2. Dois galpões começam ser construídos por 15 empregados, devido exclusivamente as


dificuldades de manuseio dos equipamentos, enquanto uma equipe avança 2/3 da fabricação, a
outra avança 4/5. Determine a quantidade de empregados que deverão ser deslocados de uma
equipe para a outra, a fim de que os dois galpões terminem igualmente.

3. Dois mecânicos trabalham na pintura de um carro. Trabalhando sozinho, o mecânico A


termina a pintura em 8 horas, enquanto o mecânico B levaria seis horas. Eles trabalham na
pintura juntos, nas primeiras duas horas e, em seguida, o trabalho será terminado pelo mecânico
A, trabalhando sozinho. Quantas horas adicionais são necessárias para o mecânico A concluir a
pintura?

4. Uma oficina mecânica produz 1470 cantoneiras em 7 dias trabalhando 3 h/dia. Quantas
cantoneiras ela produzirá em 10 dias, trabalhando 8h/dia?

2.1.4 Figuras Geométricas

A geometria plana é muitas vezes relacionada como uma disciplina a parte da matemática, mas
a necessidade de se utilizar alguns dos artifícios da matemática, álgebra, aritmética etc., faz com
que a geometria seja a matemática em seu meio aplicativo. O nosso presente estudo nos
possibilitará entender onde os conhecimentos da geometria são aplicados e como poderão estes
facilitar o desenvolvimento das atividades de um caldeireiro.
O primeiro passo que analisamos, nesse caso, é o estudo de figuras geométricas planas, desde
as mais simples, como: quadrado, triângulo, retângulo... até as menos comuns: eneágono,
decágono, dodecágono, icoságono..., alguns desses polígonos são classificados quanto ao seu
respectivo número de lados.

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O cálculo do perímetro de qualquer figura geométrica plana é feito pela soma de seus lados,
vejamos um dos exemplos mais triviais.

Exemplo:

O quadrado: Figura geométrica em que todos os lados são iguais.

Perímetro:

a Pq = a + a + a +a = 4a

O paralelogramo: É um polígono de quatro lados (quadrilátero) cujos lados opostos são iguais e
paralelos. Por consequência, tem ângulos opostos iguais.

Perímetro:
h b
Pp = a + a + b + b = 2a + 2b

a
O triângulo: É a figura geométrica que ocupa o espaço interno limitado por três segmentos de
reta que concorrem, dois a dois, em três pontos diferentes formando três lados e
três ângulos internos que somam 180°.

Perímetro:

c a
Pq = a + b + c = a + b + c

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2.1.5 Cálculo de área

Cálculo da área do triângulo

Denominamos de triângulo a um polígono de três lados.


Observe a figura ao lado. A letra h representa a medida da altura
h do triângulo, assim como letra b representa a medida da sua
base.
A área do triângulo será metade do produto do valor da medida da
base, pelo valor da medida da altura, como na fórmula abaixo:
b

l l
No caso do triângulo equilátero, que possui os três ângulos
internos iguais, assim como os seus três lados, podem utilizar a
seguinte fórmula: onde l representa a medida dos lados do
triângulo.


l

Cálculo da área do paralelogramo

Um quadrilátero cujos lados opostos são iguais e


paralelos é denominado paralelogramo.
Com h representando a medida da sua altura e
h com b representando a medida da sua base, a
área do paralelogramo pode ser obtida
multiplicando-se b por h, como na fórmula abaixo:

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Cálculo da área do losango

O losango é um tipo particular de paralelogramo. Nesse


caso, além dos lados opostos serem paralelos, todos os
quatro lados são iguais.
d2
Se você dispuser do valor das medidas h e b, você
d1 d1 poderá utilizar a fórmula do paralelogramo para obter a
d2 área do losango.
Outra característica do losango é que as suas diagonais
são perpendiculares, e a partir das diagonais podemos
dividir o losango em quatro triângulos iguais.

Consideremos a base b como a metade da diagonal d1 e a altura h como a metade da diagonal


d2, para calcularmos a área de um desses quatro triângulos. Bastará então que a multipliquemos
por 4, para obtermos a área do losango. Vejamos:

Realizando as devidas simplificações chegaremos à fórmula:

Cálculo da área do quadrado

Todo quadrado é também um losango, mas nem todo losango


vem a ser um quadrado, do mesmo modo que todo quadrado é um
retângulo, mas nem todo retângulo é um quadrado.
h O quadrado é um losango, que além de possuir quatro lados
iguais, com diagonais perpendiculares, ainda possui todos os seus
ângulos internos iguais a 90°. Observe ainda que além de
perpendiculares, as diagonais também são iguais.
b

Por ser o quadrado um losango e por ser o losango um paralelogramo, podemos utilizar para o
cálculo da área do quadrado, as mesmas fórmulas utilizadas para o cálculo da área tanto do
losango, quanto do paralelogramo.
Quando dispomos da medida do lado do quadrado, podemos utilizar a fórmula do paralelogramo:

30 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Como h e b possuem a mesma medida, podemos substituí-las por l, ficando a fórmula então
como sendo:

Quando dispomos da medida das diagonais do quadrado, podemos


utilizar a fórmula do losango:
d2 d1

Como ambas as diagonais são idênticas, podemos substituí-las por


d1 d2
d, simplificando a fórmula para:

Cálculo da área do retângulo

Por definição o retângulo é um quadrilátero equiângulo (todo


os seus ângulos internos são iguais), cujos lados opostos
h
são iguais.
Se todos os seus quatro lados forem iguais, teremos um tipo
especial de retângulo, chamado de quadrado.
b

Por ser o retângulo um paralelogramo, o cálculo da sua área é realizado da mesma forma.
Se denominarmos as medidas dos lados de um retângulo como na figura a cima, teremos a
seguinte fórmula:

Cálculo da área do círculo


A divisão do perímetro (comprimento) de uma circunferência, pelo
seu diâmetro resultará sempre no mesmo valor, qualquer que seja
r circunferência. Esse valor irracional constante é representado pela
letra grega minúscula Pi .
Por ser um número irracional, o número pi possui infinitas casas
decimais. Para cálculos corriqueiros, podemos utilizar o valor
3,14159265358. Para cálculos com menos precisão, podemos utilizar 3,1416, ou até mesmo
3,14.

O perímetro de uma circunferência é obtido através da fórmula:

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O cálculo da área do círculo é realizado segundo a fórmula abaixo:

Onde r representa o raio do círculo.

Cálculo da área de setores circulares

O cálculo da área de um setor circular pode ser realizado calculando-se a


aa área total do círculo e depois montando uma regra de três, no qual a área
total do círculo estará para 360°, assim como a área do setor estará para

rr o número de graus do setor.

1. Sendo S a área total do círculo, Sα a 3. A partir dessas sentenças podemos


área do setor circular e α o seu chegar a essa fórmula em graus:
número de graus, temos:

2. Em radianos temos: 4. E a esta outra em radianos:

𝑆 𝑆𝑎 𝑟 𝛼
𝑆
𝜋 𝛼

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Cálculo da área de coroas circulares

O cálculo da área de uma coroa circular pode ser realizado


calculando-se a área total do círculo e subtraindo-se dessa, a
r área do círculo inscrito. Podemos também utilizar a seguinte
fórmula:
R

Onde R representa o raio do círculo e r representa o raio do


círculo inscrito.

Exercícios propostos:

1. A medida da base de um triângulo é de 7 cm, visto que a medida da sua altura é de 3,5 cm,
qual é a área desse triângulo?
2. Os lados de um triângulo equilátero medem 5 mm. Qual é a área desse triângulo equilátero?
3. A medida da base de um paralelogramo é de 5,2 dm, sendo que a medida da altura é de 1,5
dm. Qual é a área desse polígono?
4. Qual é a medida da área de um paralelogramo cujas medidas da altura e da base são
respectivamente 10 cm e 2 dm?
5. As diagonais de um losango medem 10 cm e 15 cm. Qual é a medida da sua superfície?
6. Qual é a medida da área de um losango cuja base mede 12 cm e cuja altura seja de 9 cm?
7. A lateral da tampa quadrada de uma caixa mede 17 cm. Qual a superfície dessa tampa?
8. A medida do lado de um quadrado é de 20 cm. Qual é a sua área?
9. A área de um quadrado é igual a 196 cm2. Qual a medida do lado desse quadrado?
10. Um terreno mede 5 metros de largura por 25 metros de comprimento. Qual é a área desse
terreno?
11. A tampa de uma cisterna tem as dimensões 30 cm por 15 cm. Qual a área dessa tampa?
12. A lente de uma lupa tem 10 cm de diâmetro. Qual é a área da lente dessa lupa?
13. Um círculo tem raio de 8,52 mm. Quantos milímetros quadrados ele possui de superfície?
14. Qual é a área de um setor circular com ângulo de 30° e raio de 12 cm?
15. Qual é a superfície de um setor circular com ângulo de 0,5 rad e raio de 8 mm?
16. Qual é a área de uma coroa circular com raio de 20 cm e largura de 5 cm?
17. Qual é a superfície de uma coroa circular com r = 17 e R = 34?

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2.1.6 Cálculo de Volumes

Adiante iremos utilizar a letra “V” para designar fórmulas de cálculo de volume de sólidos.

Paralelepípedo

a
Cubo

Prisma de base triangular

Base triangular A0

Altura do Prisma

Base triangular Al

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Prisma de base retangular

Cilindro

Cone

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3. METROLOGIA

A metrologia aplica-se a todas as grandezas determinadas e, em particular, às dimensões


lineares e angulares das peças mecânicas. Nenhum processo de usinagem permite que se
obtenha rigorosamente uma dimensão prefixada. Por essa razão, é necessário conhecer a
grandeza do erro tolerável, antes de se escolherem os meios de fabricação e controle
convenientes.

Fonte: http://pt.dreamstime.com/

3.1 Sistema Inglês e Americano

A Inglaterra e todos os territórios dominados há séculos por ela, utilizavam um sistema de


medidas próprio, baseado na jarda imperial (yard) e seus derivados não decimais, em particular
a polegada inglesa (inch), equivalente a 25,399956mm à temperatura de 0°C, facilitando as
transações comerciais ou outras atividades de sua sociedade.
Em razão da influência inglesa na fabricação mecânica, emprega-se frequentemente, para as
medidas industriais, à temperatura de 20°C, a polegada de 25,4mm.
Acontece que o sistema inglês difere totalmente do sistema métrico que passou a ser o mais
usado em todo o mundo. Em 1959, a jarda foi definida em função do metro, valendo 0,91440 m.
As divisões da jarda (3 pés, cada pé com 12 polegadas) passaram, então, a ter seus valores
expressos no sistema métrico:

1 yd (uma jarda) 0,91440 m

1 ft (um pé) 304,8 mm

1 inch (uma polegada) 25,4 mm

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3.2 Múltiplos e submúltiplos do metro

A tabela abaixo é baseada no Sistema Internacional de Medidas (SI).

MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DO METRO


Nome Símbolo Fator pelo qual a unidade é multiplicada
Exametro Em 1018 = 1 000 000 000 000 000 000 m
Peptametro Pm 10 15 = 1 000 000 000 000 000 m
Terametro Tm 10 12 = 1 000 000 000 000 m
Gigametro Gm 10 9 = 1 000 000 000 m
Megametro Mm 10 6 = 1 000 000 m
Quilômetro km 10 3 = 1 000 m
Hectômetro hm 10 2 = 100 m
Decâmetro dam 10 1 = 10 m
Metro m 1 = 1m
Decímetro dm 10 -1 = 0,1 m
Centímetro cm 10 -2 = 0,01 m
Milímetro mm 10 -3 = 0,001 m
Micrômetro µm 10 -6 = 0,000 001 m
Nanômetro nm 10 -9 = 0,000 000 001 m
Picômetro pm 10 -12 = 0,000 000 000 001 m
Fentometro fm 10 -15 = 0,000 000 000 000 001 m
-18
Atometro am 10 = 0,000 000 000 000 000 001 m

3.3 Medição

O conceito de medir traz, em si, uma ideia de comparação. Como só se podem comparar
“coisas” da mesma espécie, cabe apresentar para a medição a seguinte definição, que, como as
demais, estão sujeitas a contestações:

“Medir é comparar uma dada grandeza com outra da mesma espécie, tomada como unidade”.

Uma contestação que pode ser feita é aquela que se refere à medição de temperatura, pois,
nesse caso, não se comparam grandezas, mas sim, estados. A expressão “medida de
temperatura”, embora consagrada, parece trazer em si alguma inexatidão, além de não ser

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grandeza, ela não resiste também à condição de soma e subtração, que pode ser considerada
implícita na própria definição de medir.
Quando se diz que um determinado comprimento tem dois metros, pode-se afirmar que ele é a
metade de outro de quatro metros. Entretanto, não se pode afirmar que a temperatura de
quarenta graus centígrados é duas vezes maior que uma de vinte graus e nem a metade de
outra de oitenta. Portanto, para se medir um comprimento, deve-se primeiramente escolher outro
que sirva como unidade e verificar quantas vezes a unidade cabe dentro do comprimento por
medir.
Uma superfície só pode ser medida com unidade de superfície; um volume, com unidade
volume; uma velocidade, com unidade de velocidade; uma pressão, com unidade de pressão
etc.

O procedimento de medir – medição


Medir é o procedimento pelo qual o valor momentâneo de uma grandeza física (grandeza a
medir) é determinado como um múltiplo e/ou uma fração de uma unidade estabelecida como
padrão.

Medida
A medida é o valor correspondente ao valor momentâneo da grandeza a medir no instante da
leitura. A leitura é obtida pela aplicação dos parâmetros do sistema de medição à leitura e é
expressa por um número acompanhado da unidade da grandeza a medir.

Histerese
É a diferença entre a leitura/medida para um dado valor da grandeza a medir, quando essa
grandeza foi atingida por valores crescentes, e a leitura/ medida, quando atingida por valores
decrescentes da grandeza a medir. O valor poderá ser diferente, conforme o ciclo de
carregamento e descarregamento, típico dos instrumentos mecânicos, tendo como fonte de erro,
principalmente folgas e deformações, associadas ao atrito.

Exatidão
É o grau de concordância entre o resultado de uma medição e o valor verdadeiro do
mensurando. Exatidão de um instrumento de medição.
É a aptidão de um instrumento de medição para dar respostas próximas a um valor verdadeiro.
Exatidão é um conceito qualitativo.

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Importância da qualificação dos instrumentos
A medição e, consequentemente, os instrumentos de medição são elementos fundamentais
para:
 Monitoração de processos e de operação.
 Pesquisa experimental.
 Ensaio de produtos e sistemas (exemplos: ensaio de recepção de uma máquina/
ferramenta; ensaio de recepção de peças e componentes adquiridos de terceiros).
 Controle de qualidade (calibradores, medidores diferenciais múltiplos, máquinas de
medir coordenadas etc.).

3.4 Normas gerais de medição

Medição é uma operação simples, porém só poderá ser bem efetuada por aqueles que se
preparam para esse fim. O aprendizado de medição deve ser acompanhado por um treinamento,
quando o aluno será orientado segundo as normas gerais de medição.

Normas gerais de medição


 Tranquilidade
 Limpeza
 Cuidado
 Paciência
 Senso de responsabilidade
 Sensibilidade
 Finalidade da Posição Medida
 Instrumento Adequado
 Domínio sobre o instrumento

3.5 Recomendações

Os instrumentos de medição são utilizados para determinar grandezas. A grandeza pode ser
determinada por comparação e por leitura em escala ou régua graduada.
É dever de todos os profissionais zelarem pelo bom estado dos instrumentos de medição,
mantendo-se, assim por maior tempo, sua real precisão.

Evite:
1. Choque, queda, arranhões, oxidação e sujeira.
2. Misturar instrumentos.
3. Cargas excessivas no uso, medir provocando atrito entre a peça e o instrumento.

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4. Medir peças cuja temperatura, quer pela usinagem quer por exposição a uma fonte de
calor, esteja fora da temperatura de referência.

Cuidados:
1 - USE proteção de madeira, borracha ou feltro para apoiar os instrumentos.
2 - DEIXE a peça adquirir temperatura ambiente, antes de tocá-la com o instrumento de
medição.

3.6 Medidas e conversões

Apesar de se chegar ao metro como unidade de medida, ainda são usadas outras unidades. Na
Mecânica, por exemplo, é comum usar o milímetro e a polegada.
O sistema inglês ainda é muito utilizado na Inglaterra e nos Estados Unidos e é também no
Brasil devido ao grande número de empresas procedentes desses países. Porém, esse sistema
está aos poucos, sendo substituído pelo sistema métrico. Mas ainda permanece a necessidade
de se converter o sistema inglês em sistema métrico e vice-versa.

3.6.1 O sistema inglês

O sistema inglês tem como padrão a jarda. A jarda também tem sua história. Esse termo vem da
palavra inglesa “yard” que significa “vara”, em referência a uso de varas nas medições. Esse
padrão foi criado por alfaiates ingleses.
No século XII, em consequência da sua grande utilização, esse padrão foi oficializado pelo rei
Henrique I. A jarda teria sido definida, então, como a distância entre a ponta do nariz do rei e a
de seu polegar, com o braço esticado.
A exemplo dos antigos bastões de um cúbito, foram construídas e distribuídas barras metálicas
para facilitar as medições. Apesar da tentativa de uniformização da jarda na vida prática, não se
conseguiu evitar que o padrão sofresse modificações.

As relações existentes entre a jarda, o pé


e a polegada também foram instituídas
por leis, nas quais os reis da Inglaterra
fixaram que:
1 pé = 12 polegadas
1 jarda = 3 pés

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3.6.2 Leitura de medida em polegada fracionária

Os numeradores das frações devem ser números ímpares:


Quando o numerador for par, deve-se proceder à simplificação da fração:

3.6.3 Leitura de medida em polegada decimal

A divisão da polegada em submúltiplos de 1/2”, 1/4” ...1/128” em vez de facilitar, complica os


cálculos na indústria.
Por essa razão, criou-se a divisão decimal da polegada. Na prática, a polegada subdivide-se em
milésimo e décimos de milésimo.
Exemplo:

a) 1.003" = 1 polegada e 3 milésimos

b) 1.1247" = 1 polegada e 1 247 décimos de milésimos

c) .725" = 725 milésimos de polegada


Nas medições em que se requer maior exatidão, utiliza-se a divisão de milionésimos de
polegada, também chamada de micropolegada. Em inglês, “micro inch”. É representado por m
inch.

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Exemplo:
.000 001" = 1 m inch

3.6.4 Leitura de medida em milímetros

3.7 Conversões de medidas

Sempre que uma medida estiver em uma unidade diferente da dos equipamentos utilizados,
deve-se convertê-la (ou seja, mudar a unidade de medida).

1ª Transformação

Transformar Sistema Inglês em Métrico Decimal.

1º CASO - Transformar polegadas inteiras em milímetros.


Para se transformar polegada inteira em milímetros, multiplica-se 25,4mm, pela quantidade de
polegadas por transformar.

Ex.: Transformar 3" em milímetros

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2º CASO - Transformar fração da polegada em milímetro.

Quando o número for fracionário, multiplica-se 25,4mm pelo numerador da fração e divide-se o
resultado pelo denominador.
Ex.:transformar 5/8" em milímetros.

3º CASO - Transformar polegada inteira e fracionária em milímetro.

Quando o número for misto, inicialmente se transforma o número misto em uma fração imprópria
e a seguir, opera-se como no 2º Caso.

Ex.: Transformar em milímetros.

2ª Transformação

Transformar Sistema Métrico Decimal em Inglês Ordinário.

Para se transformar milímetro em polegada, divide-se a quantidade de milímetros por 25,4 e


multiplica-se o resultado pela divisão (escala) de 128. Aproxima-se o resultado para o inteiro
mais próximo, dando ao denominador a mesma divisão tomada, e a seguir, simplifica-se a fração
ao menor numerador.

Simplificando as frações temos:

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Aplicando outro Processo

Multiplica-se a quantidade de milímetros pela constante 5,04, dando ao denominador à parte


inteira do resultado da multiplicação a menor fração da polegada, simplificando-se a fração,
quando necessário.
Ex.: Transformar 9,525mm em polegadas.
Ex.: Transformar 9,525mm em polegadas.

Simplificando as frações temos:

3ª Transformação

Transformar Sistema Inglês Ordinário em Decimal.


Para se transformar sistema inglês ordinário em decimal, divide-se o numerador da fração pelo
denominador.
Ex.: Transformar 7/8" em decimal.

4ª TRANSFORMAÇÃO

Transformar Sistema Inglês Decimal em Ordinário.

Para se transformar sistema inglês decimal em ordinário, multiplica-se valor em decimal por uma
das divisões da polegada, dando para o denominador a mesma divisão tomada, simplificando a
fração, quando necessário.
Ex.: Transformar .3125" em sistema inglês ordinário.

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5ª TRANSFORMAÇÃO

Transformar Sistema Inglês Decimal em Métrico Decimal.


Para se transformar polegada decimal em milímetro, multiplica-se o valor em decimal da
polegada por 25,4.

Exemplo – Transformar 0.875" em milímetro.

6ª TRANSFORMAÇÃO

Transformar Sistema Métrico Decimal em Inglês Decimal


Para se transformar milímetro em polegada decimal, podemos utilizar dois processos:
1º Processo: Divide-se o valor em milímetro por 25,4.
Exemplo: Transformar 3,175mm em polegada decimal.
3,175 : 25,4 = .125”

2º Processo: Multiplica-se o valor em milímetro pela constante 0,03937".


Observação: A constante .03937" corresponde à quantidade de milésimos de polegada contida
em 1 milímetro.
1mm = .03937”
Exemplo: Transformar 3,175mm em polegada decimal.

3,175 x .03937” = .125”


Observação: A diferença do resultado entre o 1º e 2º processo, conforme mostram os exemplos
acima, passa a ser desprezível, considerando ambos os processos corretos.

Representação gráfica

A equivalência entre os diversos sistemas de medidas, vistos até agora, pode ser melhor
compreendida graficamente.

Sistema inglês de polegada fracionária

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Sistema inglês de polegada milesimal

Sistema métrico

3.8 Régua graduada

Conceito
O mais elementar instrumento de medição utilizado nas oficinas é a régua graduada (escala). É
usada para tomar medidas lineares, quando não há exigência de grande precisão. Para que seja
completa e tenha caráter universal, deverá ter graduações do sistema métrico e do sistema
inglês.

Tipos de Graduações

 Sistema métrico
Graduação em milímetros (mm) = 1m
1000

 Sistema inglês
Graduação em polegadas (“).1” = 1 jarda
36

A escala ou régua graduada é construída de aço, tendo sua graduação inicial situada na
extremidade esquerda. É fabricada nas dimensões de 150, 200, 250, 300, 500, 600,1000, 1500,
2000 e 3000 mm. As mais comuns são as de 150 mm (6”) e 300mm (12”).

46 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


A régua graduada, o metro articulado e a trena são os mais simples entre os instrumentos de
medida linear. A régua apresenta-se, normalmente, em forma de lâmina de aço carbono ou de
aço inoxidável. Nessa lâmina estão gravadas as medidas em centímetro (cm) e milímetro (mm),
conforme o sistema métrico ou em polegada e suas frações, conforme o sistema inglês.

Utilização
Utiliza-se a régua graduada nas medições com “erro admissível” superior à menor graduação.

Normalmente, essa graduação equivale a 0,5 mm ou 1”


32

As réguas graduadas se apresentam nas dimensões de 150, 200, 250, 300,500, 600, 1000,
1500, 2000 e 3000 mm. As mais usadas na oficina são as de 150 mm (6”) e 300 mm (12’).

Uso da régua graduada

Medição de comprimento com face de referência

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Medição de comprimento sem encosto de referência

Medição de profundidade de rasgo

Medição de comprimento com face interna de referência

48 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Medição de comprimento com apoio em um plano

Características

De modo geral, uma escala de qualidade deve apresentar bom acabamento, bordas retas e bem
definidas e faces polidas.
As réguas de manuseio constante devem ser de aço inoxidável ou de metais tratados
termicamente. É necessário que os traços da escala sejam gravados, bem definidos, uniformes,
equidistantes e finos.
A retitude e o erro máximo admissível das divisões obedecem a normas internacionais.

Conservação

 Evitar quedas e contato com ferramentas de trabalho.


 Evitar flexiona-la ou torcê-la, para que não se empene ou quebre.
 Limpar após o uso para remover o suor e a sujeira.
 Aplicar ligeira camada de óleo fino, antes de guardá-la.

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Graduação no Sistema métrico decimal

1 metro = 10 decímetros
1 m = 10 dm
1 decímetro = 10 centímetros
1 dm = 10 cm
Intervalo referente a 1cm (ampliada)
1 centímetro = 10 milímetros
1 cm = 10 mm

A graduação consiste em dividir 1 cm em 10 partes iguais.

1cm : 10 = 1mm
A distância entre traços = 1mm

No sentido da seta, podemos ler 13 mm.

Graduação no Sistema inglês ordinário

(“) polegada – 1” = uma polegada


Representações (IN) polegada – 1IN = uma polegada
de polegadas (INCH) palavra inglesa que significa polegada

Intervalo referente a 1”(ampliada).

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As graduações da escala são feitas dividindo-se a polegada em 2, 4, 8 e 16 partes iguais,
existindo em alguns casos escalas com 32 divisões, conforme figuras abaixo.

Observação:
Operando com frações ordinárias, sempre que o resultado é numerador par, devemos simplificar
a fração.

Exemplo: . Simplifando temos:

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 51


Prosseguindo a soma, encontraremos o valor de cada traço.

Prosseguindo a soma, encontraremos o valor de cada traço.

Dividindo-se 1” por 32, teremos 1”:32 = 1 x

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3.9 Paquímetro

Conceito

Enquanto a régua é usada para medir faces, o paquímetro é o instrumento mais utilizado para
medir peças, quando a quantidade não justificar um instrumental específico e a precisão
requerida não desce a menos de 0,02mm 1/128” e 0,001”. Ele é capaz de especificar dimensões
lineares internas, externas e de profundidade da peça.

É um instrumento finalmente acabado, com as superfícies planas e polido, o cursor é ajustado à


régua, de modo que permita a sua livre movimentação com um mínimo de folga. Geralmente, é
construído de aço inoxidável, e suas graduações referem-se a 20° C. A escala é graduada em
milímetros e polegadas, podendo a polegada ser fracionária ou milésima. O cursor é provido de
uma escala, chamada de nônio ou vernier, que se desloca em frente às escalas da régua e
indica o valor da dimensão tomada.
Os paquímetros distinguem-se pela faixa de indicação, pelo nônio, pelas dimensões e forma dos
bicos. Em geral, os paquímetros são constituídos para faixa de indicação 120 – 2.000 mm, e o
comprimento dos bicos de 35 a 200 mm correspondentemente. Para casos especiais, é possível
adquirir paquímetros de bicos compridos.
O material empregado na construção de paquímetros e usualmente o aço, com coeficiente de
dilatação linear α = 11. 5 μm/m . K, de forma equivalente a maioria das peças.

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Erros de leitura
Além da falta de habilidade do operador, outros fatores podem provocar erros de leitura no
paquímetro, como, por exemplo, a paralaxe e a pressão de medição.

Paralaxe

Dependendo do ângulo de visão do operador, pode ocorrer o erro por paralaxe, pois devido a
esse ângulo, aparentemente há coincidência entre um traço da escala fixa com outro da móvel.
O cursor no qual é gravado o nônio, por razões técnicas de construção, normalmente tem uma
espessura mínima (a) e é posicionado sobre a escala principal. Assim, os traços do nônio (TN)
são mais elevados que os traços da escala fixa (TM).
Colocando o instrumento em posição não perpendicular à vista e estando sobrepostos os traços
TN e TM, cada um dos olhos projeta o traço TN em posição oposta, o que ocasiona um erro de
leitura.

Para não cometer o erro de paralaxe, é aconselhável que se faça a leitura situando o paquímetro
em uma posição perpendicular aos olhos.

ERRADO

CERTO

ERRADO

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Paquímetro universal

É utilizado em medições internas, externas, de profundidade e de ressaltos. Trata-se do tipo


mais usado.

Paquímetro duplo

Utilizado nas medições de dentes de engrenagens.

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Paquímetro digital

Utilizado para leitura rápida, livre dos erros de paralaxe e ideal para controle estatístico.

Traçador de Altura

É empregado na traçagem de peças, para facilitar o processo de fabricação e, com auxílio de


acessórios, no controle dimensional.

56 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Príncipio do nônio

A escala do cursor, chamada de nônio (designação dada pelos portugueses em homenagem a


Pedro Nunes, a quem é atribuída sua invenção) ou vernier (denominação dada pelos franceses
em homenagem a Pierre Vernier, que eles afirmam ser o inventor), consiste na divisão do valor
N de uma escala graduada fixa por N.1 (n de divisões) de uma escala graduada móvel.

Tomando o comprimento total do nônio, que é igual a 9 mm, concluímos que cada intervalo da
divisão do nônio mede 0,9 mm.

Escala em milímetro e nônio com 10 divisões

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 Escala em milímetro e nônio com 20 divisões

 Escala em milímetro e nônio com 50 divisões

Sistema inglês ordinário


Para efetuarmos leituras de medidas em um paquímetro do sistema inglês ordinário, faz-se
necessário conhecermos bem todos os valores dos traços de escala.

58 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Assim sendo, se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o traço zero do nônio coincida
com o primeiro traço da escala fixa, a leitura da medida será 1/16”, no segundo traço 1/8”, no
décimo traço, 5/8”.

Uso do vernier (nônio)


Através do nônio, podemos registrar no paquímetro várias outras frações da polegada, e o
primeiro passo, será conhecer qual a aproximação (sensibilidade) do instrumento.

Sabendo que o nônio possui 8 divisões, sendo a


aproximação do paquímetro 1/128”, podemos conhecer
o valor dos demais traços .

Observando a diferença entre uma divisão da escala


fixa e uma divisão do nônio, concluímos que cada
divisão do nônio é menor 1/128” do que cada divisão da
escala Fixa.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 59


Assim sendo, se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o primeiro traço do nônio coincida
com a escala fixa, a leitura da medida será 1/128”, o segundo traço 1/64”, o terceiro traço 3/128”,
o quarto traço 1/32” e assim sucessivamente.

Observação: para a colocação de medidas, assim como para leituras de medidas feitas em
paquímetro do sistema inglês ordinário, utilizaremos os seguintes processos:

Processo para a colocação de medidas


1º Exemplo - Colocar no paquímetro a medida 33/128”.
Divide-se o numerador da fração pelo último algarismo do denominador

O quociente encontrado na divisão será o número de traços por deslocar na escala fixa pelo zero
do nônio (4 traços). O resto encontrado na divisão será a concordância do nônio, utilizando-se o
denominador da fração pedida (128).

60 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Cálculo de resolução

ESCALA
FIXA

Cada divisão do nônio é menor 0,02mm do que cada divisão da escala. Se deslocarmos o cursor
do paquímetro até que o primeiro traço do nônio coincida com o da escala, a medida será
0,02mm, o segundo traço 0,04mm, o terceiro traço 0,06mm, e o décimo sexto 0,32mm.

Leitura de medidas
Conta-se o número de traços da escala fixa ultrapassados pelo zero do nônio (10mm) e a
seguir, faz-se a leitura da concordância do nônio (0,08mm). A medida será 10.08mm.

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Sistema inglês decimal

Graduação da escala fixa


Para conhecermos o valor de cada divisão da escala fixa, basta dividir o comprimento de 1” pelo
número de divisões existentes.

1” = 1000 milésimos

Conforme mostra a figura abaixo, no intervalo de 1” temos 40 divisões. Operando a divisão,


teremos:1”:40 = .025”.

Se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o zero do nônio coincida com o primeiro traço
da escala, a leitura será 0,025”, no segundo traço .050”, no terceiro traço .075”, no décimo traço
.250”, e assim sucessivamente.

Uso do vernier (nônio)


O primeiro passo será calcular a aproximação do paquímetro. Sabendo-se que o menor valor da
escala fixa é .025” e que o nônio possui 25 divisões, teremos:
a = .025’’ : 25 = .001”
Cada divisão do nônio é menor .001” do que duas divisões da escala.

62 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


.

Se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o primeiro traço do nônio coincida com o traço
da escala, a leitura será .001”, o segundo traço .002”, o terceiro traço .003” e o décimo segundo
traço .012”.

3.10 Goniômetro

Conceito
O goniômetro é um instrumento de medição ou de verificação de medidas angulares.

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O goniômetro simples, também conhecido como transferidor de grau é utilizado em medidas
angulares que não necessitam de extremo rigor. Sua menor divisão é de 1° (um grau). Há
diversos modelos de goniômetro. Abaixo, mostramos um tipo bastante usado, em que podemos
observar algumas de suas aplicações.

Na figura abaixo, temos um goniômetro de precisão. O disco graduado apresenta quatro


graduações de 0 a 90°. O articulador gira como disco do vernier e, em sua extremidade, há um
ressalto adaptável à régua.

64 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Exemplos de diferentes medições de ângulos de peças ou ferramentas, mostrando várias
posições da lâmina.

Na leitura do nônio, utilizamos o valor de 5’ (5 minutos) para cada traço do nônio. Dessa forma,
se é o 2 traço no nônio que coincide com um traço da escala fixa, adiciona-se 10’ aos graus lidos
na escala fixa; se é o 3 traço, adicionamos 15’ se é o 4 traço, 20’ etc.
A resolução do nônio é dada pela fórmula geral, a mesma utilizada em outros instrumentos de
medida com nônio, ou seja, divide-se a menor divisão do disco graduado pelo número de
divisões do nônio.

Veja:

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Leitura do goniômetro
Os graus inteiros são lidos na graduação do disco, com o traço zero do nônio. Na escala fixa, a
leitura pode ser feita tanto no sentido horário quanto no sentido anti-horário.
A leitura dos minutos, por sua vez, é realizada a partir do zero nônio, seguindo a mesma direção
da leitura dos graus.

Assim, nas figuras acima, as medidas são, respectivamente:

A1 = 64º B1 = 30’ leitura completa 64º30’


A2 = 42º B2 = 20’ leitura completa 42º20’
A3 = 9º B3 = 15’ leitura completa 9º15’

Conservação
 Evitar quedas e contato com ferramentas de oficina.
 Guardar o instrumento em local apropriado, sem expô-lo ao pó ou a umidade.

66 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


4. DESENHO TÉCNICO

O desenho técnico é a ferramenta necessária para a interpretação e representação de um


projeto, por ser o meio de comunicação entre a equipe de criação e a de fabricação (ou de
construção). Nesse contexto, ele pode ser interpretado como a linguagem gráfica que representa
as formas, dimensões e posicionamento de objetos e suas relações com o meio.

Materiais:

Compassos
Réguas

centrotecnicotca.blogspot.com.br/

otaku.blogspot.com.br

Pranchetas
Grafites: 0,3/0,5/0,7/0,9

http://forum.imasters.com.br/

http://www.ebah.com.br/

Transferidor
Borracha, Fita adesiva, Papel A3 etc.

www.serrasilk.com.br/
www.artcamargo.com.br/

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4.1 Posicionamento do Instrumento de Desenho

68 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


4.1.1 Folha para desenho: dimensões (Norma ABNT NBR 10068)

Para tornar o desenho um documento de igual valor dentre os documentos empresariais, faz-se
necessário utilizar um padrão reconhecido mundialmente, com o objetivo de tornar uniforme a
apresentação dos projetos. Abaixo, segue os padrões mais utilizado de papel.

Formatos Série AO

A0 ................................................ 841 X 1.189


A1 ................................................ 594 X 841
A2 ................................................ 420 X 594
A3 ................................................ 297 X 420
A4 ................................................ 210 X 297
A5 ................................................ 148 X 210

Para melhor se arquivarem os documentos, deve fazer uso de limitadores, denominados


margens, estas servem para limitar o espaço a ser utilizado como tela para desenvolvimento do
desenho. As margens dispõem de legendas que evidenciam as especificações do desenho.

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MARGEM LARGURA
FORMATO
ESQUERDA DIREITA DA LINHA
A0 10 1.4
A1 10 1.0
A2 25 7 0.7
A3 5 0.5
A4 5 0.5

4.1.2 Legenda (NBR 10068)

Usada para informação, indicação e identificação do desenho, a saber: designação da firma,


projetista, local, data, assinatura, conteúdo do desenho, escala, número do desenho, símbolo de
projeção, logotipo da firma, unidade empregada, escala, etc.

A legenda deve ter 178 mm de comprimento nos formatos A2, A3 e A4, e 175
mm nos formatos A0 e A1.

OLIMPIADA DO CONHECIMENTO

OCUPAÇÃO 43: CALDEIRARIA


PROJETO TESTE UNIDADE: DATA:
EMPRESA ESCALA: FOLHA:

DESENHADO POR: UNIDADE DR:

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4.1.3 Linhas Convencionais (NBR 8403)

Funcionalidades:

4.1.4 Cotas (NBR 10126)

Em desenhos técnicos, chamam-se cotas às medidas dos objetos desenhados.

O desenho deve ter todas as medidas ou cotas necessárias para sua execução
 Cotas: valor das medidas.
 Linha de Cota: linha fina paralela ao objeto cotado delimitando o início e o fim da medida
especificada.
 Linha Auxiliar: são linhas finas, paralelas entre si e perpendicular ao elemento cotado.
 As linhas de cotas podem ser terminadas em traços a 45º, bolinhas fechadas ou setas
fechadas ou abertas. No entanto, deve-se manter o mesmo estilo em todo o desenho.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 71


4.1.5 Emprego de Escalas (NBR 8196)

A escala nada mais é que um artifício utilizado para representação de um desenho, essa se
refere às dimensões em que o desenho apresenta-se, tornando viável a sua representação ou
reprodução.

Existe a Escala Natural – onde o desenho técnico é igual ao desenho da peça real.
Escala de Redução – onde o desenho técnico é menor que o tamanho da peça real.
Escala de Ampliação – onde o desenho técnico é maior que o tamanho da peça real
A escala a ser escolhida deve ter em vista:

1) O tamanho do objeto a representar


2) As dimensões do papel
3) A clareza do desenho.

Exemplo: a planta de uma casa, a casa não pode ser desenhada em tamanho real, mas pode
ser representada em tamanho menor, evidenciando todos os seus detalhes.

4.2 Perspectiva

O desenho em perspectiva mostra o objeto como ele aparece aos olhos do observador. Dá ideia
clara de sua forma por apresentar diversos detalhes do objeto. Sendo um desenho ilustrativo, a
perspectiva é de fácil compreensão, as vistas também servem como auxiliadoras na
representação do objeto através de seus gráficos. Diferente da perspectiva, as vistas não
mostram muitos detalhes, só evidenciam o objeto a grosso modo, tornando o seu entendimento
um tanto mais complexo que a perspectiva.
Abaixo, seguem exemplos:

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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 73
5. TRAÇADO DE RETAS E ÂNGULOS PARA DESENVOLVIMENTO DE PEÇAS

I. Por um ponto “y” dado fora da reta, fazer passar uma perpendicular

A
Y
F

AB, reta dada. Y ponto fora da reta. Com ponta seca em Y, traçar dois arcos que cortem a reta
nos pontos C e D. Em seguida, com ponta seca em C e depois em D, traçar dois arcos abaixo da
reta AB, que se cruzem no ponto E.
A reta que une o ponto E com o ponto Y é a perpendicular procurada.

II. Levantar uma perpendicular na extremidade de uma reta

AB, reta dada. Com ponta seca em A, e


qualquer abertura do compasso traçar o
G
arco CD. Continuando com a mesma
abertura do compasso e ponta seca em D,
traçar o arco E. Com ponta seca em E (e
F E
mesma abertura do compasso) traçar o arco
F. Ainda com a mesma abertura do
C compasso e ponta seca em E e depois em
F, traçar dois arcos acima que se cruzem no
B ponto G. A linha que une o ponto C ao ponto
A D A é a perpendicular procurada.

74 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


III. Dado um ângulo abc qualquer, traçar outro igual na extremidade de uma reta.

F C
F

A B
E A
E

ABC, ângulo dado. AB, reta dada. Com a ponta seca do compasso no vértice do ângulo dado,
traçar um arco que corte seus dois lados nos pontos E e F. Depois, com a ponta seca na
extremidade de A da reta (sem mudar a abertura do compasso) traçar outro arco. Em seguida,
com abertura EF e ponta seca em E, traçar outro arco que corte o primeiro no ponto F. Ligando-
se o A da extremidade da reta com F, obtém-se outro ângulo igual ao primeiro.

IV. Traçar a bissetriz de um ângulo qualquer

ABC, ângulo dado. Com abertura


qualquer do compasso e ponta
seca no vértice do ângulo dado,
traçar um arco que corte seus dois
lados nos pontos E e F. Depois,
com ponta seca em E e depois em
F, traçar outros dois arcos que se
cruzem no ponto G. A linha que
liga o vértice B do ângulo com o
ponto G é a bissetriz.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 75


V. Traçar duas paralelas a uma distância dada

E F

A B
C D

AB, primeira paralela. Z, distância dada. Em dois locais quaisquer, próximos das extremidades
da semirreta AB, levantar duas perpendiculares C e D. Depois, com abertura de compasso igual
a Z e ponta seca em C, marcar E. Com ponta seca D marcar F. A linha que liga E com F é
paralela a AB.

VI. Traçar uma paralela a uma reta e que passe por um ponto dado fora da reta

AB, reta dada. Y ponto dado fora da reta. Com ponta seca em Y e uma abertura qualquer do
compasso, traçar um arco que corte a reta AB no ponto C. Com mesma abertura centrar em C e
traçar o arco YD. Centrar em D e pegar a abertura DY, com essa abertura centrar em C e marcar
o ponto X. A reta XY é paralela a AB e passa pelo ponto Y dado fora da reta.

76 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


VII. Traçar a bissetriz de um ângulo cujo vértice não conhecemos.

AB e CD são os lados do ângulo de vértice desconhecido. Num ponto qualquer do lado CD


levantar um reta que toque o lado AB formando a linha EF. Centrar em E e traçar um arco que
toque os pontos G e H, marcando também o ponto 1. Centrar em F e traçar outro arco que toque
os pontos I e J, marcando também o ponto
2. Centrar no ponto 1 e depois em H e traçar
dois arcos que se cruzem no ponto 3.
Centrar em 1 e depois em G, e traçar outros
dois arcos que se cruzem no ponto 4.
Centrar em 2 e I e traçar dois arcos que se
cruzem no ponto 5. Centrar em 2 e J e traçar
dois arcos que se cruzem no ponto 6. Ligar
E com 4 e F com 5 de modo que se cruzem
no ponto 7. Ligar E com 3 e F com 6 de
modo que se cruzem no ponto 8. A linha de
centro que liga 7 a 8 é a bissetriz do ângulo.

VIII. Dividir o ângulo em três partes iguais

ABC, ângulo dado. X, vértice do ângulo. Centrar em X e com uma abertura qualquer do
compasso traçar o arco DE. Em seguida, com a mesma abertura, centrar em E e traçar um arco
marcando o ponto G. Centrar em D com mesma abertura e marcar o ponto H. Ligando X com G
e X com H o ângulo reto fica dividido em três partes iguais.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 77


IX. Traçar um losango e inscrever nele uma circunferência em perspectiva.

AB diagonal maior. CD diagonal menor.


Ligar A com C e A com D. Ligar B com C e B com D,
formando assim o losango. Dividir ao meio os lados do
losango marcando os pontos E, F, G e H. Ligar D com
E e C com G, marcando o ponto I. Ligar D com F e C
com H, marcando o ponto J. Em seguida, centrar o
compasso em D e traçar um arco que ligue E com F.
Centrar em C e traçar outro arco que ligue G com H.
Centrar em I e traçar um arco que ligue G com E.
Centrar em J e traçar outro arco que ligue F com H,
ficando assim pronta a circunferência em perspectiva.

X. Traçar uma linha tangente a uma circunferência dada

Traçar a circunferência e marcar nela o ponto X. Ligar o ponto


O (centro da circunferência) ao ponto X. Centrar o compasso
em X e traçar um arco marcando o ponto 1. Centrar em 1 e com
a mesma abertura do compasso marcar o ponto 2. Centrar em 2
e marcar o ponto 3. Centrar em 3 e depois em 2 e traçar dois
arcos que se cruzem no ponto 4. A linha que liga 4 com X é a
tangente pedida.

XI. Por três pontos dados que não estejam alinhados, fazer passar uma circunferência.

ABC, pontos dados. Unir os pontos A, B e C por meio de


retas. Dividir estas retas ao meio e traçar as retas EF e GH
de modo que se cruzem no ponto 1. O ponto 1 é o centro da
circunferência que passa pelos pontos dados anteriormente.

78 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


XII. Inscrever uma circunferência em um triângulo dado

ABC, triângulo dado. Achar o meio do lado AB e também o


meio do lado AC, marcando os pontos D e E. Ligar D com
C, e ligar E com B, de modo que se cruzem no ponto 5. O
ponto 5 é o centro da circunferência.

XIII. Dividir uma circunferência em três partes iguais e inscrever o triângulo

Traçada a circunferência, traçar também a linha AB. Depois, centrar


o compasso em B e com abertura igual a B1, traçar o arco CD. Ligar
A com C e A com D. Finalmente, ligar D com C, formando assim o
triângulo.

XIV. Dividir uma circunferência em quatro partes iguais e inscrever o quadrado

Traçada a circunferência, traçar também as linhas AB e CD.


Ligar A com C e A com D. Ligar B com C e B com D, formando
o quadrado dentro da circunferência.

XV. Dividir uma circunferência em cinco partes iguais e inscrever o pentágono

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 79


Traçada a circunferência, traçar também o diâmetro AB. Em seguida, traçar a perpendicular CD.
Dividir DB ao meio, marcando o ponto E. Com uma ponta do compasso em E e outra em C,
traçar o arco CF. Em seguida, com abertura igual à reta pontilhada FC e uma ponta em C,
marcar os pontos G e H. Com uma ponta em G (e mesma abertura anterior) marcar o ponto I.
Com uma ponta em H, marque o ponto J. Ligar C com H, H com J, J com I, I com G, G com C,
ficando assim pronto o pentágono dentro da circunferência.

XVI. Traçado do pentágono sendo dado o lado

AB, lado dado. Com uma ponta do compasso em B e abertura igual a AB, traçar uma
circunferência. Em seguida, com centro em A, traçar outra circunferência de modo que corte a
primeira nos pontos C e D. Traçar a perpendicular CD, depois, com centro em D ( e a mesma
abertura anterior), traçar uma terceira
circunferência, marcando os pontos 1, 2 e 3.
Ligar o ponto 3 com o ponto 1 e prolongar até
tocar o lado da primeira circunferência,
marcando o ponto 4. Ligar 2 com 1 e prolongar
até tocar o lado da segunda circunferência,
marcando o ponto 5. Depois com a ponta do
compasso no ponto 5 e abertura igual ao lado
dado, traçar um arco que corte a reta CD. Com
uma ponta em 4, traçar outro arco que corte o
primeiro no ponto 6. Unir A com B, A com 4, 4
com 6, 6 com 5 e 5 com B.

XVII. Dividir uma circunferência em 6 partes iguais e inscrever o hexágono

Traçada a circunferência, traçar também o diâmetro AB.


Depois, com a mesma abertura do compasso, centro em
A, traçar um arco que toque nos dois lados da
circunferência marcando os pontos C e D. Mudando a
ponta do compasso para B, traçar outro arco que toque em
outros dois lados da circunferência, marcando os pontos E
e F. Ligar os pontos através de retas para que fique
inscrito o hexágono dentro da circunferência.

80 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


XVIII. Dividir uma circunferência em 10 partes iguais e inscrever o decágono

Traçar a circunferência e os diâmetros AB e CD e determinar o centro O. Depois, fazendo centro


em A, traçar dois arcos acima e abaixo da linha AB. Fazer centro em O e traçar outros dois
arcos que cortem os dois primeiros nos pontos 1 e 2.
Traçar uma perpendicular por esses pontos para
determinar o meio de AO, marcando o ponto 3. Com
centro em 3 e abertura igual a 3-A, traçar um arco AO.
Ligar 3 com C, determinando o ponto 4. Abrir o
compasso com medida igual a C-4, tacando a seguir o
arco EF. Com essa mesma medida, marcar ao longo
da circunferência para dividi-la em 10 partes iguais.
Ligar finalmente essas partes através de retas.

XIX. Dividir uma circunferência em 9 partes iguais e inscrever o eneágono

Traçar a circunferência e também os diâmetros AB e 1D, marcando também o centro O. Em


seguida (com a mesma abertura do compasso) traçar o arco OE. Abrir o compasso com medida
igual a DE, centrar em D e traçar o arco EF. Continuando com a mesma abertura, centrar em F e
traçar o arco 1G. A distância GA é igual a um dos lados que dividirá a circunferência em 9 partes
iguais. Bastará, portanto, abrir o compasso com essa medida, centrar em 1 e marcar 2; centrar
em 2 e marcar 3 e assim sucessivamente. Depois, unir esses pontos através de retas, para
inscrever o eneágono dentro da circunferência.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 81


XX. Traçar o heptágono pelo processo geral

Obs.: Este processo permite dividir a circunferência em qualquer número de partes iguais.

Traçar a circunferência e também os


diâmetros 1C e AB, prolongando um pouco
para além da circunferência a linha de
diâmetro AB. Depois, ao lado do diâmetro
1C, traçar outra linha formando um ângulo
qualquer. Abrir o compasso com uma
medida qualquer e marcar na linha inclinada
tantas vezes quantas se quer dividir a
circunferência (no caso 7 vezes).
Continuando, com o auxílio da régua e
esquadro, ligar 7 a C e mantendo a mesma
inclinação, ligar os outros números à linha de centro e marcar nessa linha apenas o número 2.
Abrir o compasso com a medida igual a 1C, centrar em C e traçar um arco que corte o
prolongamento do diâmetro AB. Centrar em 1 e traçar outro arco que corte o primeiro, marcando
o ponto D. Ligar D ao ponto 2 do diâmetro vertical e prolongar até tocar a circunferência,
marcando o ponto 2.
À distância 1-2 é uma das partes que dividirá em 7 partes iguais. Atenção: sejam quantas forem
às partes em que se queira dividir a circunferência, a linha que parte de D deverá sempre passar
pelo ponto 2 do diâmetro vertical.

XXI. Traçado da elipse ponto por ponto

Traçam-se primeiramente os eixos AB e CD.


Depois abre-se o compasso com medida AO
(cruzamento dos dois eixos), centra-se em C e
traça-se um arco marcando os pontos F e F-1.
Esses pontos são os focos da elipse. Na metade
da reta AB, marcam-se vários pontos de igual
medida a, b, c, d, e, f e g. Continuando, abre-se o
compasso com a medida Aa, centra-se em F e
traçam-se arcos acima e abaixo do eixo horizontal;
muda-se o compasso para F1 e traçam-se outros dois arcos. Depois, abre-se o compasso com
medida igual a aB, centra-se em F e traçam-se outros dois arcos de modo que cortem os dois

82 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


primeiros. Muda-se para F1 e faz-se o mesmo, e assim, sucessivamente. Em seguida, unem-se
os pontos com uma régua flexível.

Obs.: Os pontos A e B servem apenas para tomar medidas. Para traçar, usam-se os focos F e
F1.

XXII. Dado o eixo menor ab, construir o óvulo


Traça-se o eixo menor AB e divide-se ao
meio, por onde passará o eixo maior CD.
Centra-se em 5 e traça-se uma
circunferência, marcando o ponto 6. A seguir,
liga-se A com 6 e prolonga-se para além da
circunferência. Faz-se o mesmo, partindo de
B. Depois, abre-se o compasso com medida
AB, centra-se em A e traça-se um arco que,
partindo de B, pare na linha A6, marcando o
ponto 7. Muda-se o compasso para B, traça-
se outro arco que, partindo de A, pare na linha B6, marcando o ponto 8. Finalmente, centra-se
no ponto 6 e traça-se um arco que ligue 7 a 8, completando assim o óvulo.

XXIII. Dado o eixo maior, traçar a oval de duas circunferências

Traça-se o eixo maior AB e divide-se em três


partes iguais, marcando os pontos 1 e 2.
Centra-se o compasso em 1 e com abertura
igual a A1, traça-se a primeira circunferência.
Muda-se o compasso para o ponto 2 e traça-
se a segunda circunferência, marcando os
pontos 3 e 4. Liga-se 3 com 1 e prolonga-se
marcando o ponto 5. Liga-se 3 com 2,
prolonga-se, marcando o ponto 6. Liga-se 4
com 1 e prolonga-se marcando o ponto 7.
Liga-se 4 com 2 e prolonga-se marcando o ponto 8. Em seguida, abre-se o compasso com
medida igual a 3,5, centra-se em 3 e traça-se em arco ligando 5 a 6. Muda-se o compasso para
o ponto 4 e traça-se outro arco, ligando 7 a 8 e completando assim a oval.

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XXIV. Traçar a oval de três circunferências

Inicialmente, traça-se o eixo AB e divide-se em quatro partes iguais marcando os pontos 1, 2 e


3. Abre-se o compasso com medida igual a A1, centra-se em 1 e traça-se a primeira
circunferência. Muda-se o compasso para 2 e traça-se a segunda, marcando os pontos 4 e 5.
Centra-se em 3 e traça-se a terceira circunferência, marcando os pontos 6 e 7 . Liga-se 1 com 4
e prolonga-se nos dois sentidos, marcando os pontos D e C. Liga-se 3 com 6 e prolonga-se até
cruzar com a primeira, marcando os pontos D e E. Depois, liga-se 1 com 5, prolonga-se e
marca-se os pontos F e G, liga-se 3 com 7 e também prolonga-se nos dois sentidos, marcando
os pontos G e H. Os pontos D e G são os vértices da oval. Centra-se, portanto em D e com
abertura DC, traça-se um arco ligando C com E. Muda-se o compasso para G e com a mesma
abertura traça-se outro arco, ligando F com H.

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6. TRAÇADO DE CALDEIRARIA

Desenvolvimento lateral de um cilindro.

A figura acima evidencia o desenvolvimento da lateral de um cilindro, que é um retângulo, cujo


comprimento é igual ao diâmetro médio encontrado, multiplicado por 3,14159, referente ao valor
de Π. Em planificação de chapas em caldeiraria, deve-se sempre usar o diâmetro médio,
indicado aqui pelas letras DM.

Método para se encontrar o DM:


Se o diâmetro indicado no desenho for interno, acrescenta-se uma vez a espessura do material
e multiplica-se por 3,14159.

1º exemplo:

Diâmetro indicado no desenho 150 mm interno; espessura do material, 3mm. 150 + 3 =


153. O número 153 é o DM encontrado e é ele que deve ser multiplicado por 3,14159.

2º exemplo:

O diâmetro indicado no desenho é 150 mm externo: subtrai-se uma vez a espessura do material.
Assim, 150 – 3 = 147. O número 147 é o DM encontrado e é ele que deve ser multiplicado por
3,14159.

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Exercícios
a) Desenvolva a lateral de um cilindro de 150 mm de diâmetro e 100 mm de altura, em cartolina.
Quando se trata de papel, como material de confecção de peças, a espessura do mesmo é
desprezível.

b) Desenvolva a lateral de um cilindro com 120 mm de diâmetro e 80 mm de altura, em cartolina.

Planificação de cilindro com duas bocas inclinadas

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Esta peça é semelhante a atividade anterior, com a única diferença de que tem as duas bases
inclinadas. A planificação inicia com a divisão do semicírculo AB em partes iguais e se levantem
perpendiculares, marcando os pontos 1-2-3-4-5-6-7 e 1’-2’-3’-4’-5’-6’-7’.
Levantam-se perpendiculares para que haja o cruzamento das linhas, gerando pontos de
desenvolvimento para a fabricação da peça.

Obs.: Essa figura também pode ser desenvolvida transcrevendo as medidas com o compasso
ao invés de se cruzarem as linhas.

Exercícios

a) Desenvolva o cilindro com bases inclinadas a 45º, de 150 mm de diâmetro e 100 mm de


altura, em cartolina. Quando se trata de papel, como material de confecção de peças, a
espessura do mesmo é desprezível.
b) Desenvolva o cilindro com bases inclinadas a 45º, com 120 mm de diâmetro e 80 mm de
altura, em cartolina.

Planificação de cotovelo de 90º e 45º

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O cotovelo de 45º é uma peça de fácil desenvolvimento, o cotovelo nada mais é do que dois
tubos desenvolvidos com o mesmo grau. Assim, dois tubos de 22,5º formam uma conexão de
45º, após o agrupamento dos dois desenvolvimentos. Apenas uma das bases será inclinada.
Segue o mesmo procedimento de cruzamento das linhas perpendiculares ou transcrição das
medidas com auxilio do compasso.

Obs.: Ressalta-se a utilização do diâmetro para o desenvolvimento das peças cilíndricas.

88 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Exercícios
1. Desenvolva o conjunto de conexões com bases inclinadas a 90º e 45º, de 150 mm de
diâmetro e 100 mm de altura, em cartolina. Quando se trata de papel, como material de
confecção de peças, a espessura do mesmo é desprezível.

2. Desenvolva o conjunto de conexões com bases inclinadas a 90º e 45º, com 120 mm de
diâmetro e 80 mm de altura, em cartolina.

Interseção de cilindros com diâmetros diferentes

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A interseção de dois cilindros de mesmo centro, basta que se trace inicialmente à vista de
elevação, e se divida o arco AB em partes iguais e marquem-se os pontos 1-2-3-4-5-6-7. A partir
destes pontos, levantam-se perpendiculares até tocar o tubo superior, marcando os pontos 1’-2’-
3’-4’-5’-6’-7’. A seguir, acha-se o diâmetro médio, multiplica-se por 3,14159 e a medida
encontrada, marca-se em uma reta CD na mesma direção de AB e divide-se em partes iguais
marcando os pontos M-N-O-P-Q-R-S-R-Q-P-O-N-M.
A partir desses, levantam-se perpendiculares. Depois, partindo dos pontos 1’-2’-3’-4’ etc.,
traçam-se linhas horizontais que cruzarão com as verticais e levantadas anteriormente,
marcando os pontos 1”-2”-3”-4”-5”-6”-7” etc. Faz a ligação dos pontos e está pronta sua
planificação.

Bifurcação em “Y” a 120º

Figura A

Figura B

Desenhada a figura A, faz-se uma de suas bocas superiores o arco 1-7, o qual divide-se em
partes iguais 1-2-3-4-5-6-7. Partindo desses pontos, traçam-se perpendiculares até a linha de
base da boca. Essas linhas serão prolongadas obedecendo a inclinação do tubo até tocar a

90 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


divisão com o outro tubo e a metade da boca inferior, marcando os pontos B-C-D-E-F-G. Traçar
também a linha 8-9, na qual marcam-se os pontos I-II-III-IV-V-VI-VII. Para fazer o
desenvolvimento, traça-se a linha XY (figura B) a qual se divide em partes iguais I’-II’-III’-IV’-V’-
VI’-VII’ etc., por esses pontos, levantam-se perpendiculares.
A seguir, abre-se o compasso com medida igual a 1-I da figura A e marcam-se os pontos I’-1’ na
primeira perpendicular da figura B, partindo da linha XY. Volta-se à figura A, abre-se o compasso
com medida II-2, passa-se para a figura B, centra-se na segunda vertical da linha XY marcando
os pontos II’-2’ e assim sucessivamente sempre pegando as medidas na figura A e centrando-se
na linha XY da figura B, vão-se marcando os pontos de desenvolvimento, que deverão ser
unidos por meio de uma régua flexível. Para se desenvolver a parte inferior, procede-se da
mesma forma.

Curvas de gomos cilíndricas a 90º

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 91


Para desenvolvimento com compasso, desenvolve-se a planta e elevação da peça composta por
uma semicircunferência e três arcos, partindo da mesma para altura da peça. Divide-se a
semicircunferência em quantas partes forem necessárias, lembrando que quanto mais partes for
a divisão mais precisa se finaliza a peça. Eleva-se as divisões até a 1º divisão do arco
(semigomo). Depois, constrói-se um retângulo com o comprimento da curva, diâmetro médio x
Π, com altura de 1,5 x altura final da peça, divide-se esse retângulo em 6 partes iguais e
planifica-se a peça com auxílio do compasso através da transferência de medidas.

Em caso do cálculo, alteram-se apenas os ângulos na fórmula.

Chapéu Chinês

Desenha-se a vista de elevação do cone, conforme figura acima. Depois, fazendo centro em A,
com abertura de compasso igual a AB, traça-se o arco CD. Multiplica-se o diâmetro da base por
3,14 e o produto encontrado, divide-se em um número qualquer de partes iguais (quanto mais
divisões melhor) e com o auxílio do compasso, marcam-se essas divisões no arco CD.
Finalmente, traça-se uma reta ligando D a A e C a A, completando o desenvolvimento da
figura.

92 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Para fins técnicos, segue o cálculo abaixo:

Ex.: Fabricar um chapéu chinês de 100 mm de diâmetro e altura de 80 mm.

Dados:
H = 80 mm
D = 100 mm
r = 50 mm

R² =
R=√
R=√
R = 94,33

ἀ = 360 – (180 x r ÷ R x 2)
ἀ = 360 – (180 x 50 ÷94,33 x 2)
ἀ = 360 – (190.,81)
ἀ = 169,18

c = sen(ἀ ÷2) x (R x2)


c = sen (169,18 ÷ 2 ) x (94,33 x 2)
c = 187,81

Tronco do cone (Processo da Geratriz)

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 93


Traça-se a vista de elevação ABCD. Na base maior, traça-se o arco 1-9, o qual divide-se em
partes iguais 1-2-3-4-5-6-7-8-9. Prolongam-se as linhas AC e BD de modo que se cruzem
marcando a vértice S. Abre-se o compasso com medida igual a SA e traça-se o arco maior. Com
mesmo centro e medida igual a SC, traça-se o arco menor. A seguir, com abertura de compasso
igual a uma das divisões do 1-9, marcam-se a partir da linha de centro, metade para cada lado
(1-2-3-4-5-6-7-8-9) no arco maior determinando os pontos 9 e 9e. Liga-se o ponto 9 ao vértice S,
marcando o ponto F no arco menor. Liga-se o ponto 9e ao vértice S, marcando o ponto G no
arco menor, completando a figura.

Para desenvolvimento mais técnico:

r² = 50² + 15²
r=√ 180 x (15 ÷52,2) = 51,7
r = 52,2 2x(104,4 x sen51,70) = 163,8

R=√ x 30 ÷15 2x(52,2 x sen51,70) = 163,8

R = 104,4

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Desenvolvimento do tronco do cone (triangulação)

Vg = cos 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 = 52,2

Os espaçamentos superiores é a menor circunferência dividida na quantidade de divisões


estabelecidas pelo desenho. Os espaçamentos inferiores são a quantidade de divisões
necessárias para o desenvolvimento da planificação. E para encontrar as distâncias que fazem
triangulação, é só substituir o ângulo 0º no seno e coseno pelos ângulos sucessores.

Transição de quadrado para redondo com Base a 90º

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Desenvolvimento técnico:

Exemplo: Quadrado para redondo:


Altura: 50 mm
Diâmetro: 30 mm
Lateral: 90 mm

Vg=

Vg1= = 73,6

Vg2= = 70,2

Vg3= = 70,2

Vg4= =73,6

96 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Onde, os espaços de 1-4, são as divisões da circunferência, 45 é metade do lado de cada
quadrado e 90 é o lado inteiro.

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Anexos

Tabela de variação das funções de 0º, 30º, 45º, 60º e 90º

FUNÇÕES 0º 30º 45º 60º 90º


Seno 0,000 500 707 866 1,000 Cresce
Cosseno 1,000 866 707 500 0,000 Decresce
Tangente 0,000 577 1,000 1,732 00 Cresce
Cotangente 00 1,732 1,000 577 0,000 Decresce
Secante 1,00 1,154 1,414 2,000 00 Cresce
Cossecante 00 2,000 1,414 1,154 1,000 Decresce

Variações dos senos e cossenos

0 0-90 90 90-180 180 180-270 270 270-360 360 Graus


0 Cresce 1 Decresce 0 Decresce -1 Cresce 0 Seno
1 Decresce 0 Decresce -1 Cresce 0 Cresce 1 Cosseno

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Fórmulas Geométricas

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102 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 103
104 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
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Tabela Peso Chapa de Aço Carbono

106 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


CONCLUSÃO

O Curso de CALDEIREIRO, ministrado no SENAI/DR-MA, procurou, em todo seu


desenvolvimento, repassar conteúdos teóricos e práticos de suma importância na formação de
um profissional, qualificando-o no que há de mais moderno no mercado e oportunizando a sua
inserção no mercado de trabalho.

O SENAI/DR-MA, através dos serviços prestados em qualificação de mão de obra para a


indústria, cumpre a sua missão, tornando as empresas maranhenses mais competitivas,
oportunizando ao seu aluno, geração de renda e, consequentemente, melhoria de qualidade de
vida.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 107


REFERÊNCIAS

APOSTILA de Caldeiraria. Disponível em:<www.caldnazza.com>. Acesso em: 15 jul. 2014.

ATIVIDADES de geometria plana com gabarito. 9 out. 2013. Disponível


em:<http://educarx.blogspot.com.br/2013/10/atividades-de-geometria-plana-com.html>. Acesso
em: 15 jul. 2014.

EXERCÍCIO de regra de três. Amigo Nerd, 2014. Disponível em:


<http://www.amigonerd.com/regra-de-tres/>. Acesso em: 15 jul. 2014.

FIGURAS Geométricas. Sítio da Matemática. Porto Editora. Disponível em:


<http://www.sitiodosmiudos.pt/matematica/default.asp?url_area=D>. Acesso em: 15 jul. 2014.

KURZ, Catiéle Scheidt. Desafios de matemática.10 jun. 2012. Disponível em: <http://prof-catiele-
desafios.blogspot.com.br/2012/06/situacoes-problema-envolvendo-as-quatro.html>. Acesso em:
15 jul. 2014.

RIBEIRO, Antonio Clélio; PERES, Mauro Pedro; IZIDORO, Nacir. Teoria do Desenho Projetivo
Utilizado pelo Desenho Técnico. [S.l:s.n], [200-?]

RODRIGUES, Rejane. Desenho Técnico. Escola Técnica Regional Segurança do Trabalho,


[S.l:s.n], [200-?].

108 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

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