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LONDRINA
2018
ALESSANDRO DA SILVA LADEIRA
LONDRINA
2018
ALESSANDRO DA SILVA LADEIRA
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
Professor Ms. Sueli Almeida de Oliveira
PUC-PR
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Professor 2
PUC-PR
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Professor 3
PUC-PR
RESUMO
RESUMEN
Este artículo trabaja, sobre las famílias en segunda unión y las perspectivas
pastorales para las parejas católicas divorciadas que volvieran a casarse. En esta
perspectiva, el artículo procura resaltar la acogida pastoral que la Iglesia Católica
tiene para las parejas católicas que viven una segunda unión. Profuniza el
1
Graduando do Curso de Bacharelado em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
2
Graduada em Direito pela UEL, com especialização em Direito Civil e Processo Civil pela Unopar,
especialização em Filosofia do Direito pela UEL. Mestre em Direito Canônico pela Pontifícia
Universidade Gregoriana de Roma. Doutoranda em Direito Canônico pela Universidade Católica da
Argentina (UCA). É professora das disciplinas de Direito Canônico da PUCPR (Campus Londrina).
4
INTRODUÇÃO
dos significados e dos valores próprios deste instituto.” 3 Não depende somente do
homem e da mulher, mas também do próprio Deus.
No Matrimônio, o amor e o respeito é algo fundamental, não podendo deixar
de lado a consumação que se dá no ato da sua relação sexual. O cônjuge é o
agente no desenvolvimento do matrimônio com a criação e o aumento da prole. “O
próprio Deus é o autor do matrimônio, o qual possui diversos bens e fins.” 4 O
matrimônio e o amor dos cônjuges, estão ligados e ordenadamente unidos para a
procriação e educação da prole. “O instituto do matrimônio na íntima comunhão de
amor conjugal que o Criador fundou e dotou com Suas leis.” 5 “Tal empenho comporta
que as relações entre os membros da família sejam caracterizadas pelo sentido da
justiça e, portanto, pelo respeito aos direitos e deveres recíprocos.” 6
“O matrimônio tem como traços característicos: a totalidade, em força da qual
os cônjuges se doam reciprocamente em todos os componentes da pessoa, físicos e
espirituais.”7 Em sua caminhada conjugal, o homem e a mulher que se doam um ao
outro formando uma aliança conjugal, “o homem se unirá à sua mulher e os dois
serão uma só carne (Mt 19, 6).”8
“O matrimônio, porém, não foi instituído unicamente em vista da procriação: o
seu carácter indissolúvel e o seu valor de comunhão permanecem mesmo quando
os filhos, ainda que vivamente desejados, não chegam a completar a vida conjugal.” 9
Dentro do matrimônio, os cônjuges assumem uma missão importante na vida
conjugal: “Neste caso, os esposos “podem mostrar a sua generosidade adotando
crianças desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo.” 10
O matrimônio é uma comunhão indissolúvel. O matrimônio é uma união íntima
entre o homem e a mulher, uma doação pessoal. Deus concede a indissolubilidade
do matrimônio como sinal e fruto de seu amor.
3
PONTIFÍCIO CONSELHO “JUSTIÇA E PAZ”. Compêndio da doutrina social da Igreja. São
Paulo: Paulinas, 2005.p. 132.
4
CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II, Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n.48. 5. ed. São
Paulo: Paulinas, 2007.p. 64-65.
5
PONTIFÍCIO CONSELHO “JUSTIÇA E PAZ”. Compêndio da doutrina social da Igreja. São
Paulo: Paulinas, 2005. (N. 215). p. 132.
6
Ibidem. (N. 215)., p. 133.
7
Ibidem. (N. 217)., p.133.
8
BÍBLIA de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2012. p. 1738.
9
PONTÍFÍCIO CONSELHO “JUSTIÇA E PAZ”. Compêndio da doutrina social da Igreja. São
Paulo: Paulinas, 2005. (N. 218). p.133-134.
10
Ibidem. (N. 218)., p.134.
7
11
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Diretório da Pastoral Familiar, 79. 7.ed.
São Paulo: CNBB, Paulinas, 2011. p. 55-56.
12
HORTAL, Jesús. “O que Deus uniu”: lições de direito matrimonial canônico. 7. ed. São Paulo:
Loyola, 1979. p. 11.
13
PAPA PIO XI, Carta Encíclica Casti Connubii, de 31 de dezembro de 1930, trad. Portuguesa. ed.
Vozes. Petrópolis, N.87.
14
HORTAL, Jesús. “O que Deus uniu”: lições de direito matrimonial canônico. 7. ed. São Paulo:
Loyola, 1979. p. 12.
8
18
JOÃO PAULO II. Exortação Apostólica Familiaris Consortio. Sobre a missão da família cristã
no mundo de hoje. 7.ed. São Paulo: Paulinas, 1988. p. 35-36.
19
CATECISMO da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2000. n. 1644. p.449-450.
20
SANTOS, Benedito Beni dos (Dom). Reflexões sobre a Exortação Apostólica Pós-Sinodal
Amoris Laetitia. Brasília, Edições CNBB. 2017. p. 27.
10
21
LECLERCQ, Jacques, A família. Tradução de Emérico da Gama. Editora Quadrante Ltda. São
Paulo, 1968. p. 85.
22
JOÃO PAULO II. Exortação Apostólica Familiaris Consortio. Sobre a missão da família cristã
no mundo de hoje. 7. ed. São Paulo: Paulinas, 1988. p. 38.
11
25
OLIVEIRA, João Bosco; OLIVEIRA, Aparecida de Fátima Fonseca. Casais em segunda união –
Uma visão pastoral. São Paulo: Paulus, 2011. p. 16.
26
PORRECA, Wladimir. Famílias em segunda união – Questões pastorais. 1. ed. São Paulo:
Paulinas, 2010. p. 88-89.
13
Famílias “irregulares” “são aquelas que contraíram matrimônio civil, que são
divorciadas novamente casadas, ou que simplesmente convivem.” 28 Outra definição
para famílias “irregulares”:
27
PORRECA, Wladimir. Famílias em segunda união – Questões pastorais. 1. ed. São Paulo:
Paulinas, 2010. p. 89-90.
28
FRANCISCO. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia. Sobre o amor na família. São
Paulo: Paulinas, 2016. p. 247.
29
CASOS ESPECIAIS: Famílias irregulares. Disponível em:<
http://diocesevaladares.com.br/noticiasdiocese/a-pastoral-familiar-e-o-setor-casos-especiais/.>
Acesso em: 25 jul. 2018.
14
Por Idade (cân. 1083), Impotência (cân. 1084), Vínculo anterior (cân. 1085),
Disparidade de culto (cân. 1086; 1071; 1125-1126), Ordem Sacra (cân.
1087), Voto (cân. 1088), Rapto (cân. 1089), Crime (cân. 1090),
Consanguinidade (cân. 1091), Afinidade (cân. 1092), Pública honestidade
(cân. 1093) e de Parentesco legal (cân. 1094).33
1° os que não têm suficiente uso da razão; 2° os que têm grave falta de
discrição de juízo a respeito dos direitos e obrigações essenciais do
matrimônio, que se devem mutuamente dar e receber; 3° os que não são
capazes de assumir as obrigações essenciais do matrimônio, por causas de
natureza psíquica.36
34
ALMEIDA, José Aparecido Gonçalves de (Dom). Vade – Mécum do Motu Próprio Mitis Ludex
Dominus Iesus. Brasília, Edições CNBB. 2017. p. 32.
35
CAPPARELLI, Julio César. Manual sobre o matrimônio no direito canônico. São Paulo:
Paulinas, 1999. p. 89.
36
CÓDIGO de direito canônico. 14. ed. São Paulo: Loyola, 2015. p. 279.
37
ALMEIDA, José Aparecido Gonçalves de (Dom). Vade – Mécum do Motu Próprio Mitis Ludex
Dominus Iesus. Brasília, Edições CNBB. 2017. p. 37.
38
CÓDIGO de direito canônico. 14. ed. São Paulo: Loyola, 2015. p. 280-281.
16
A Igreja, não tem o poder para dissolver um casamento válido. “Ao tribunal
eclesiástico, diante de um casamento concreto, competirá à tarefa de dizer se o ato
jurídico celebrado foi válido ou inválido.” 39
“O Código de Direto Canônico no cânon número 1.674 prescreve que para
impugnar o matrimônio são hábeis as seguintes pessoas: os cônjuges e o promotor
de justiça.”40
Sampel enfatiza que na impugnação do matrimônio os cônjuges e o promotor
de justiça sendo hábeis para impugnar o matrimônio, ele sinalizam:
39
SAMPEL, Edson Luiz. Questões de Direito Canônico. São Paulo: Paulinas, 2010. p. 68.
40
CÓDIGO de direito canônico. 14. ed. São Paulo: Loyola, 2015. p. 397-398.
41
SAMPEL, Edson Luiz. Questões de Direito Canônico. São Paulo: Paulinas, 2010. p. 68.
42
Ibidem., p. 69.
17
43
SAMPEL, Edson Luiz. Questões de Direito Canônico. São Paulo: Paulinas, 2010. p. 69-70.
44
Ibidem., p. 70-71.
45
JOÃO PAULO II. Exortação Apostólica Familiaris Consortio. Sobre a missão da família cristã
no mundo de hoje. 7. ed. São Paulo: Paulinas, 1988. p. 147.
46
Ibidem., p.147.
18
47
FRANCISCO. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia. Sobre o amor na família.
São Paulo: Paulinas, 2016. p. 246.
48
FRANCISCO. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia. Sobre o amor na família.
São Paulo: Paulinas, 2016. p. 263.
49
FRANCISCO. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia. Sobre o amor na família.
São Paulo: Paulinas, 2016. p. 264.
19
50
GROPELLI, Vitor. A cruz dos recasados. 3. ed. São Paulo: Ave-Maria, 2001. p. 44-45.
51
Ibidem., p. 45.
20
rito civil ou o ato com que os desquitados passaram a se considerar marido e mulher
antes de conseguir a declaração de nulidade do casamento anterior.
Gropelli apresenta a resposta da Igreja em relação aos presbíteros que só
podem transmitir estas palavras do papa:
As palavras da Igreja são fortes tanto para com os casais em segunda união,
quanto também para os sacerdotes aos quais devem explicar com clareza e
delicadeza aos fiéis, as razões dessa disciplina, com termos de fácil entendimento e
que sejam apropriados e convincentes.
Os sacerdotes não podem perder a sintonia com a doutrina do magistério da
Igreja do qual são guias espirituais, porta-vozes. Os sacerdotes tem o dever de
orientar os casais, mas não tem o direito de falar publicamente ou de induzir o fiel a
pensar que lhes é permitido fazer o contrário do que a Igreja manda. Dizer sim, a
verdade com a devida caridade.
Dentre os direitos dos casais em segunda união citado acima por Gropelli, os
casais em segunda união, devem sentir-se filhos amados pela Igreja que devem
guiar os seus passos, para sentirem no pensamento discípulos de Jesus. A
Igreja não admite o segundo casamento de um seu membro, mas não exclui e nem
excomunga os casais em segunda união. A Igreja defende com vigor a
indissolubilidade do sacramento do matrimônio, éla também incentiva o respeito e o
amor daqueles que vivem em situações de segunda união.
Portanto, a Igreja tem a responsabilidade de tratar bem e acolher de braços
abertos às pessoas que vivem um drama tão delicado e dolorido. O compromisso
dos pastores é de ir atrás, acolhê-las, apresentar, e transmitir o carinho e amor de
Cristo Jesus.
A Igreja também tem a missão de acolher bem os filhos dos casais em
segunda união. Os filhos devem ser acolhidos com muito amor e carinho e abertura
espiritual. Os casais em segunda união esperam da Igreja a acolhida dos filhos para
receberem uma formação cristã e o engajamento na catequese da paróquia.
Os catequistas precisam ter um bom discernimento para com a formação e
acolhida dos filhos dos casais. Sabedoria e discernimento para não usarem palavras
que possam ferir os filhos em relação às situações dos pais.
Os casais em segunda união esperam receber a visita do sacerdote e dos
responsáveis de pastorais e movimentos da comunidade. A visita às famílias em
segunda união é de suma importância. A acolhida por parte dos sacerdotes e
lideranças das pastorais e movimentos da comunidade visa em proporcionar alegria
e entusiasmo aos casais e fazer com que os casais percebam que são amados e
que não estão isolados pela comunidade. Uma acolhida fraternal e com o espírito de
caridade causa alegria e não escândalo. Antigamente éra escândaloso a visita de
um sacerdote aos casais em segunda união. Hoje não é mais. Hoje é algo que deve
ser abolido se não já é.
53
GROPELLI, Vitor. A cruz dos recasados. 3. ed. São Paulo: Ave-Maria, 2001. p. 29.
22
54
CÓDIGO de direito canônico. 14. ed. São Paulo: Loyola, 2015. p. 240.
55
JOÃO PAULO II. Exortação Apostólica Familiaris Consortio. Sobre a missão da família cristã
no mundo de hoje. 7. ed. São Paulo: Paulinas, 1988. p. 148.
23
A disciplina é severa frente a essa realidade dos casais que vivem uma
segunda união. A absolvição mediante ao sacramento da penitência não pode ser
dada a quem pretende perceverar na segunda união.
Na Exortação Apostólica Familiaris Consortio no número 84, o Papa João
Paulo II tinha dado esta orientação:
58
SCAMPINI, Luciano. Casais em segunda união: uma experiência de encontro com a Divina
Misericórdia. 3. ed. Aparecida, SP: Santuário, 2009. p. 87-88.
25
CONSIDERAÇÕES FINAIS
59
JOÃO PAULO II. Exortação Apostólica Familiaris Consortio. Sobre a missão da família cristã
no mundo de hoje. 7. ed. São Paulo: Paulinas, 1988. p. 148-149.
60
OLIVEIRA, João Bosco; OLIVEIRA, Aparecida de Fátima Fonseca. Casais em segunda união:
uma visão pastoral. São Paulo: Paulus, 2011. p. 45.
26
REFERÊNCIAS
HORTAL, Jesús. “O que Deus uniu”: lições de direito matrimonial canônico. 7. ed.
São Paulo: Loyola, 1979.
PAPA PIO XI, Carta Encíclica Casti Connubii. Trad. Portuguesa. ed. Vozes:
Petrópolis, 1930. (Documentos da Igreja, 84).
SAMPEL, Edson Luiz. Questões de Direito Canônico. São Paulo: Paulinas, 2010.