A verdade está tanto no intelecto quanto no sentido, mas de diferentes maneiras. A verdade está no intelecto como algo conhecido através da reflexão sobre seus próprios atos de conhecimento, enquanto no sentido a verdade está presente nos seus juízos sobre os objetos dos sentidos, embora o sentido não tenha consciência da verdade desses juízos.
A verdade está tanto no intelecto quanto no sentido, mas de diferentes maneiras. A verdade está no intelecto como algo conhecido através da reflexão sobre seus próprios atos de conhecimento, enquanto no sentido a verdade está presente nos seus juízos sobre os objetos dos sentidos, embora o sentido não tenha consciência da verdade desses juízos.
A verdade está tanto no intelecto quanto no sentido, mas de diferentes maneiras. A verdade está no intelecto como algo conhecido através da reflexão sobre seus próprios atos de conhecimento, enquanto no sentido a verdade está presente nos seus juízos sobre os objetos dos sentidos, embora o sentido não tenha consciência da verdade desses juízos.
A verdade está no sentido? [Leituras paralelas: S.T., I, 16, 2; 17, 2; 85, 6; III De anima, lect. 6, n. 660 seq.; IV Metaph., lect. 12, nn. 67 3, 68 1 seq.] Dificuldades E parece que não, pois 1. Anselmo diz: “A verdade é uma retidão perceptível apenas pela mente” 1. Mas o sentido não é da mesma natureza que a mente. Portanto, a verdade não está no sentido. 2. Agostinho prova2 que a verdade não é conhecida pelos sentidos corporais, e suas razões foram expostas acima. Portanto, a verdade não está no sentido. Pelo contrário Agostinho diz: “A verdade manifesta aquilo que é” 3. Mas aquilo que é, não se manifesta apenas ao intelecto, mas também ao sentido. Portanto a verdade não está apenas no intelecto, mas também no sentido. RESPOSTA A verdade está tanto no intelecto quanto no sentido, mas não do mesmo modo. Está no intelecto como consequência do ato do intelecto e como conhecida pelo intelecto. A verdade segue a operação do intelecto, na medida em que pertence ao intelecto julgar sobre uma coisa como ela é. E a verdade é conhecida pelo intelecto pelo fato de que o intelecto reflete sobre seu próprio ato – não apenas como conhecendo seu próprio ato, mas como conhecendo a proporção de seu ato com a coisa. Ora, essa proporção não pode ser conhecida sem conhecer a natureza do ato; e a natureza do ato não pode ser conhecida sem conhecer a natureza do princípio ativo, isto é, o próprio intelecto, cujo a natureza pertence conformar-se às coisas. Conseqüentemente, é porque o intelecto reflete sobre si mesmo que ele conhece a verdade. Mas a verdade está no sentido também como consequência de seu ato, pois o sentido julga as coisas como elas são. Porém, a verdade não está no sentido como algo conhecido pelo sentido; pois, embora o sentido julgue verdadeiramente sobre as coisas, ele não conhece a verdade pela qual verdadeiramente julga. Embora o sentido conheça que sente, ele não conhece sua própria natureza; conseqüentemente, ele não conhece a natureza de seu ato nem a proporção deste ato para as coisas. Como resultado, ele não conhece sua verdade. A razão disso é que as coisas mais perfeitas em entidade, como, por exemplo, as substâncias intelectuais, retornam à sua essência com um retorno completo: conhecendo algo externo a si mesmos, em certo sentido saem de si mesmos; mas ao conhecer que conhecem, já começam a retornar a si mesmos, porque o ato de cognição faz a mediação entre o conhecedor e a coisa conhecida. Mas esse retorno se completa na medida em que conhecem suas próprias essências. Por isso, é dito no livro Sobre as causas: “Algo que tem ciência de sua própria essência, retorna a ela por um retorno completo”4. Como o sentido está mais próximo de uma substância intelectual do que outras coisas, ele começa a retornar à sua essência; pois não só conhece o sensível, mas também sabe que sente. Seu retorno, porém, não é completo, pois não conhece sua própria essência. Avicena deu a razão para isso 5, apontando que o sentido não conhece 1 De verit., cap. 11. 2 LXXXIII Quaestionum [qu. 9]. 3 Vera Religione [cap. 36]. 4 De Causis [prop. 15 (14)]. 5 De anima V, 2 nada exceto através de um órgão corporal, e um órgão corporal não pode ser um meio entre uma potência sensitiva e ele mesmo. Mas as potências insensíveis não podem retornar a si mesmas de modo algum, pois elas não possuem o conhecimento de que estão agindo. Por exemplo, o fogo não tem o conhecimento de que está aquecendo. A partir desta discussão, as soluções para as dificuldades são claras.