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ARTIGO 1

A questão é sobre a verdade.


E ao primeiro questiona-se o que é a verdade?
Parece que o verdadeiro e o ente são totalmente a mesma coisa.
[51571] De veritate, q. 1 a. 1 arg. 1
Agostinho no livro “Solilóquios” diz, que o verdadeiro é aquilo que é. Mas aquilo
que é, nada é, senão o ente. Logo, o verdadeiro significa totalmente a mesma coisa que
o ente.
[51572] De veritate, q. 1 a. 1 arg. 2
Respondendo, dizia que são iguais, segundo os supósitos, mas diferem pela razão.
Ao contrário, a razão de qualquer coisa é aquela que é significada por sua definição.
Mas aquilo que é, é assinalado por Agostinho, como a definição de verdadeiro, pelo que
outras definições são reprovadas. Logo, visto que, segundo aquilo que é, convêm o
verdadeiro e o ente, parece que sejam da mesma razão
[51573] De veritate, q. 1 a. 1 arg. 3
Além disso, quaisquer coisas que diferem pela razão, se relacionam de tal modo,
que uma delas pode ser inteligida sem a outra: por isso Boécio em seu livro “Sobre as
Semanas” diz que, pode ser inteligido que Deus é, se se abstrai brevemente pelo
intelecto a bondade dele. O ente, porém, por nenhum modo pode ser inteligido se se
separa o verdadeiro: pois o ente só é entendido enquanto é verdadeiro. Logo, o
verdadeiro e o ente não diferem pela razão.
[51574] De veritate, q. 1 a. 1 arg. 4
Além disso, se o verdadeiro não é o mesmo que o ente, é necessário que seja
disposição do ente. Não é, contudo, disposição totalmente corrompedora, do contrário,
se seguiria: é verdadeiro, logo é não-ente; como se segue: é homem morto, logo não é
homem. Semelhantemente, não é disposição diminuidora, do contrário, se seguiria: é
verdadeiro, logo é; como não se segue: é branco os dentes, logo é branco (por inteiro).
Semelhantemente, não é disposição contraente ou especificadora: pois assim não se
converteria com o ente. Logo, o verdadeiro e o ente totalmente são a mesma coisa.
[51575] De veritate, q. 1 a. 1 arg. 5
Além disso, aquelas coisas das quais a disposição é uma, são as mesmas coisas.
Mas do verdadeiro e do ente a disposição é a mesma. Logo, são as mesmas coisas. Diz-
se, contudo, na “Metafísica II”: a disposição da coisa no ser é como sua disposição na
verdade. Logo, o verdadeiro e o ente são totalmente a mesma coisa.
[51576] De veritate, q. 1 a. 1 arg. 6
Além disso, quaisquer coisas que não são as mesmas, de algum modo diferem.
Mas o verdadeiro e o ente de nenhum modo diferem: pois não diferem por essência,
uma vez que todo ente por sua essência seja verdadeiro; nem diferem por outras
diferenças, pois seria necessário que em algum gênero comum conviessem. Logo, são
totalmente a mesma coisa.
[51577] De veritate, q. 1 a. 1 arg. 7
Do mesmo modo, se não são totalmente a mesma coisa, é necessário que o
verdadeiro adicione algo ademais ao ente. Mas o verdadeiro nada adiciona sobre o ente,
visto que é maior que o ente: o que se patenteia pelo filósofo, “Metafísica IV”, onde diz
que: dizemos se definir o verdadeiro por aquilo pelo qual dizemos ser, aquilo que é; ou
não ser, aquilo que não é; e assim, o verdadeiro inclui o ente e o não-ente. Logo, o
verdadeiro não adiciona algo sobre o ser; e assim parece que o verdadeiro e o ente são
totalmente a mesma coisa.
[51578] De veritate, q. 1 a. 1 s. c. 1
Mas ao contrário. A redundância é a inútil repetição da mesma coisa. Logo, se o
verdadeiro fosse o mesmo que o ente, seria redundância, quando é dito ente verdadeiro;
o que é falso. Logo, não são as mesmas coisas.
[51579] De veritate, q. 1 a. 1 s. c. 2
Do mesmo modo, o ente e o bom convertem-se. Mas o verdadeiro não se converte
com o bom; algo é, de fato, verdadeiro e não é bom, assim como alguém fornicar. Logo,
nem o verdadeiro se converte com o ente e, como tal, não são a mesma coisa.
[51580] De veritate, q. 1 a. 1 s. c. 3
Além disso, segundo Boécio no livro “Sobre as semanas”: em todas as criaturas é
diverso o ser e aquilo que é. Mas o verdadeiro significa o ser da coisa. Logo, o
verdadeiro é diverso daquilo que é, nas coisas criadas. Mas aquilo que é, é o mesmo que
ente. Logo, o verdadeiro nas criaturas é diverso do ente.
[51581] De veritate, q. 1 a. 1 s. c. 4
Além disso, quaisquer coisas que se relacionam como prior1 e posterior2, é
necessário serem diversas. Mas o verdadeiro e o ente se relacionam pelo modo predito,
pois, como no livro “Sobre as Causas” se diz, a primeira das coisas criadas é o ser; e o
Comentador no mesmo livro diz que todas as outras coisas se dizem por informações 3
sobre o ente, e assim, as coisas posteriores são pelo ente. Logo, o verdadeiro e o ente
são coisas diversas.
[51582] De veritate, q. 1 a. 1 s. c. 5
Além disso, aquelas coisas que se dizem comumente sobre as causas e os
causados, são mais unas nas causas que nos causados, e precipuamente em Deus que nas
criaturas. Mas em Deus essas quatro coisas, ente, uno, verdadeiro e bom, deste modo se
apropriam: quanto ao ente, pertence à essência; ao uno à pessoa do Pai; ao verdadeiro à
pessoa do Filho; e ao bom à pessoa do Espírito Santo. As pessoas divinas, porém, se
distinguem não só pela razão, mas também pela realidade 4; por isso, não se predicam
entre si. Logo, muito mais fortemente nas criaturas, as preditas quatro coisas devem
diferir mais amplamente pela realidade que pela razão.
[51583] De veritate, q. 1 a. 1 co.
Resposta. Deve-se dizer, que assim como nas coisas demonstráveis é necessário se
fazer a redução a alguns princípios notados por si5 pelo intelecto, assim também ao se
investigar o que é uma coisa; do contrário, em cada caso, se iria ao infinito, e assim
pereceria toda ciência e cognição das coisas.
Aquilo, porém, que por primeiro o intelecto concebe como notadíssimo, e no qual
resolve todas as concepções, é o ente, como Avicena diz no início de sua metafísica.
Onde, é necessário que todas as outras concepções do intelecto se tomem a partir de
adições ao ente.
Mas não se pode adicionar aos entes algo como estranho ou alheio, como acontece
quando a diferença é adicionada ao gênero, ou o acidente ao sujeito, pois cada natureza
é essencialmente ente; onde o filósofo também prova em “Metafísica III”, que o ente
1
Literalmente: “o mais primeiro”, ou seja, é o grau comparativo de superioridade do adjetivo primeiro,
assim como posterior o é de “o mais após” ou “o mais depois”.
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Ou seja, relacionam-se numa determinada ordem de posição: antes e depois.
3
No sentido de “representações, ideias ou concepções”, ou seja, que acrescente algo ao ente, como se diz
no início do arg. 7.
4
Res também pode significar realidade: distinguir-se pela coisa ou pela realidade, são sinônimos, nesse
sentido.
5
Ou seja, evidentes.
não pode ser um gênero, mas conquanto isto, algumas coisas se dizem para adicionar ao
ente, na medida em que exprimam um modo próprio do ente que pelo nome ‘ente’ não
se exprime. Isso pode se dar de duplamente:
De um primeiro jeito, que expresse algum modo especial do ente. Pois são vários
os graus de entidade, de acordo com os quais tomamos os diferentes modos de ser, e de
acordo com esses modos, tomamos os vários gêneros das coisas, nos quais as
classificamos. De fato, a substância não adiciona sobre o ente alguma diferença, pela
qual designe alguma natureza sobre-adicionada ao ente, como alheia ao próprio ente,
i.e., como se não fosse ente; mas o nome substância exprime certo modo especial, a
saber, o ente por si; e o mesmo se dá nos outros gêneros.
Por outro jeito, que expresse algum modo geral presente em todo ente; e esse
modo pode se dar duplamente: por um modo, segundo àquilo que é presente em cada
ente em si; por outro modo, segundo àquilo que é presente em um ente em ordem a
outro, i.e., em um ente relativamente a outro.
No primeiro modo, i.e., segundo àquilo que é presente em cada ente em si, pode
se dar ainda de dois modos: pois ou se exprime algo afirmativo ou negativo a respeito
do ente.
Porém, não se encontra algo que se possa tomar de modo absoluto dito
afirmativamente em todo ente, exceto sua essência, segundo a qual se diz ser; e assim se
impõe o nome ‘coisa’, que difere do ente, segundo Avicena no princípio da Metafísica,
no fato que o ente se assume pelo ato de ser 6, mas o nome ‘coisa’ exprime a quididade
ou a essência do ente. Já a negação presente em todo ente de modo absoluto é a
indivisão; e isso é expresso pelo nome ‘um’ (ou ‘uno’), pois ‘um’ nada mais é do que o
ente indiviso.
No segundo modo, i.e., de acordo com a ordem de um ente a outro, isso também
pode se dar de duas maneiras.
De um modo, segundo a divisão (ou separação) um do outro; e isto se expressa
pelo nome ‘algo’, pois se diz ‘algo’ como que ‘aquilo outro’. Consequentemente, assim
como o ente é dito ‘um’, na medida em que é indiviso em si mesmo (i.e., absolutamente
falando), também é denominado ‘algo’ na medida em que é dividido por outros (i.e.,
relativamente falando). De outro modo, segundo a conveniência de um ente a outro; e
isso não pode existir a menos que se tome algo que naturalmente seja conveniente com
todos os entes, mas isto só pode ser a alma, que de certa forma é todas as coisas, como
é dito no “Sobre a Alma, III”.
Mas na alma existe uma virtude cognitiva e uma apetitiva. Assim sendo, a
conveniência do ente ao apetite se exprime com o nome ‘bom’, por isso no início da
“Ética” se diz que bom é o que todos apetecem. Já a conveniência do ente ao intelecto se
exprime com o nome ‘verdadeiro’.
Pois bem, toda cognição é aperfeiçoada pela assimilação do cognoscente à coisa
cognoscida, de modo que a assimilação é dita ser a causa da cognição, assim como a
visão, que por aquilo que dispõe segundo as espécies de cores, conhece as cores.
Logo, a primeira comparação do ente ao intelecto é que o ente concorde com o
intelecto: e essa concórdia é dita ‘adequação do intelecto e da coisa’; e nisso a razão da
verdade é formalmente aperfeiçoada.

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Actus essendi.
Portanto, é isto que o verdadeiro adiciona ao ente, a saber, a conformidade, ou a
adequação da coisa e do intelecto; e a esta conformidade, como dito, segue-se o
conhecimento da coisa.
Assim, portanto, a entidade de uma coisa precede a razão da verdade, mas o
conhecimento é um efeito da verdade. Logo, segundo isto, a verdade ou o verdadeiro se
define de três modos.
De um modo, segundo o que precede a razão da verdade e sobre a qual o
verdadeiro é fundado; e assim Agostinho o define no livro “Solilóquios”: verdadeiro é
aquilo que é; e Avicena em sua “Metafísica”: a verdade de cada coisa é a propriedade
de seu ser que foi estabelecido para ela; e alguns assim: verdadeiro é o indiviso, e
aquilo que é.
De outro modo, é definido segundo aquilo no qual a razão de verdade é
formalmente aperfeiçoada; e assim Isaac diz que a verdade é a adequação da coisa e do
intelecto; e Anselmo no livro “Sobre a verdade”: a verdade é a retidão perceptível
apenas pela mente. Pois essa retidão é dita segundo uma certa adequação, e o Filósofo
diz na “Metafísica, IV”, que ao definir o que é verdadeiro, dizemos ‘ser, o que é’, ou
‘não ser, o que não é’.
Do terceiro modo, o verdadeiro é definido segundo o efeito conseqüente; e assim
Hilário diz que o verdadeiro é o declarativo e o manifestativo do ser; e Agostinho no
livro “Sobre a verdadeira religião”: verdade é aquilo pelo qual é mostrado aquilo que é;
e no mesmo livro: a verdade é segundo aquilo pelo qual julgamos os inferiores.
[51584] De veritate, q. 1 a. 1 ad 1
Ao primeiro, deve ser dito que aquela definição de verdade de Agostinho é dada
segundo aquilo que tem o fundamento na coisa, e não segundo àquela razão de verdade
que se completa na adequação da coisa ao intelecto. Ou pode-se dizer que quando é dito
que o verdadeiro é aquilo que é, a palavra ‘é’ não é tomada no sentido de significar o
ato de ser, mas sim como o que é notado pelo intelecto componente, a saber, significa
uma proposição afirmativa, de modo que, assim, a definição de Agostinho retoma à
mesma definição do filósofo citada acima.
[51585] De veritate, q. 1 a. 1 ad 2
Ao segundo é clara pelo que foi dito.
[51586] De veritate, q. 1 a. 1 ad 3
Ao terceiro, deve-se dizer que uma coisa pode ser inteligida sem outra, de dois
modos. De um modo, que algo seja entendido e o outro não: e assim, aquelas coisas que
diferem pela razão, se relacionam de tal modo, que uma pode ser inteligida sem a outra.
Outro modo, algo pode ser entendido sem outro, quando é entendido mesmo que a outra
coisa não exista: e assim o ente não pode ser entendido sem a verdade, porque o ente
não pode ser entendido sem concordar ou se adequar ao intelecto. Mas não é necessário,
entretanto, que quem entende a razão do ente, entenda a razão da verdade, assim como
nem todo mundo que entende o ente, entende o intelecto agente; e, no entanto, nada
pode ser entendido sem o intelecto agente.
[51587] De veritate, q. 1 a. 1 ad 4
Ao quarto, deve-se dizer que o verdadeiro é a disposição do ente não por adicionar
alguma natureza a ele, nem por expressar algum modo especial de ente, mas algo que é
encontrado genericamente em todo ente, que, no entanto, não é expresso pelo nome
‘ente’; por isso, não é necessário que haja uma disposição, seja corrupta, diminuta, ou
contraente.
[51588] De veritate, q. 1 a. 1 ad 5
Ao quinto, deve-se dizer que a disposição não se aceita ali segundo o que está no
gênero da qualidade, mas segundo o que importa certa ordem; pois as coisas que são a
causa do ser de outras são maximamente ente, e aquelas coisas que são a causa da
verdade são maximamente verdadeiras; o filósofo conclui, que a ordem de qualquer
coisa no ser e na verdade é a mesma; assim, a saber, onde se encontra aquilo que é
maximamente ente, será maximamente verdadeiro. Conseqüentemente, isso não se dá
pelo suposto fato do ente e do verdadeiro serem o mesmo na razão, mas sim porque,
segundo aquilo que algo tem de entidade, segundo isso mesmo é naturalmente adequado
ao intelecto; e assim a razão de verdade segue a razão do ente.
[51589] De veritate, q. 1 a. 1 ad 6
Ao sexto, deve se dizer que o verdadeiro e o ente diferem em razão do fato de que
algo está na razão da verdade e não está na razão do ente; mas não que algo seja da
razão do ente e não seja da razão da verdade; portanto, não diferem essencialmente, nem
são distintos um do outro por diferenças opostas.
[51590] De veritate, q. 1 a. 1 ad 7
Ao sétimo, deve se dizer que o verdadeiro não é mais extenso do que o ente; pois
‘ente’, de algum modo, é aceito ser dito como ‘não-ente’, segundo aquilo que o não-ente
é apreendido pelo intelecto; daí o filósofo dizer na “Metafísica, IV” que a negação ou a
privação do ente de algum modo é dita ‘ente’; por isso Avicena também diz no princípio
de sua metafísica, que um enunciado só pode ser formado sobre o ente, pois é
necessário que aquilo sobre o que a proposição é formada, seja apreendido pelo
intelecto; do qual é evidente que todo verdadeiro é de algum modo um ente.
[51591] De veritate, q. 1 a. 1 ad s. c. 1
Ao primeiro daqueles argumentos que objetaram contra, deve se dizer que não é
tautológico dizer ‘ente verdadeiro’, porque algo se exprime pelo nome ‘verdadeiro’ que
não se exprime pelo nome ‘ente’; não por causa deles diferirem na realidade.
[51592] De veritate, q. 1 a. 1 ad s. c. 2
Ao segundo, deve se dizer que embora fornicar seja um mal, na medida em que
tem algo de uma entidade, é naturalmente conformável ao intelecto e, desse modo,
segue-se a razão da verdade; e assim é evidente que a verdade não é nem mais, nem
menos, extensa que o ente.
[51593] De veritate, q. 1 a. 1 ad s. c. 3
Ao terceiro, deve se dizer que quando se diz que é diverso o ser e aquilo que é, é
porque o ato de ser é distinto daquilo ao qual convêm esse ato. Mas o nome ‘ente’ é
assumido do ato de ser, e não daquilo ao qual pertence o ato de ser e, portanto, a razão
não segue.
[51594] De veritate, q. 1 a. 1 ad s. c. 4
Ao quarto, deve se dizer que, a esse respeito, o verdadeiro é posterior ao ente,
porque a razão da verdade difere da razão de ente pelo modo já mencionado.
[51595] De veritate, q. 1 a. 1 ad s. c. 5
Ao quinto, deve se dizer que este argumento é deficiente em três pontos. Primeiro,
porque embora as pessoas divinas sejam distintas na realidade, as coisas apropriadas às
pessoas não diferem na realidade, mas apenas na razão. Em segundo lugar, porque
embora as pessoas sejam realmente distintas umas das outras, elas não são realmente
distintas da essência; logo, tampouco a verdade apropriada à pessoa do Filho é
realmente distinta do ente que foi relacionado à essência. Em terceiro lugar, porque,
embora o ente, o verdadeiro e o bom estejam mais unidos em Deus que nas coisas
criadas, não é necessário, porém, que se distingam de Deus por serem realmente
distintos nas coisas criadas. Pois assim é com aqueles que não têm razão de ser ‘um’ na
realidade, como sabedoria e poder, que, sendo um realmente em Deus, são realmente
distintos nas criaturas: mas o ente, o uno, o verdadeiro e o bom segundo a sua razão são
um segundo a realidade; portanto, onde quer que se encontrem, eles são realmente um,
embora a unidade pela qual estão unidos em Deus seja mais perfeita do que aquela pela
qual estão unidos nas criaturas.

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