Você está na página 1de 5

FACULDADE SÃO LUIZ

Filosofia do conhecimento
Professor: Eduardo Dalabeneta
Acadêmico: Daniel Fidelis Raupp
Data de entrega: 17/04/2023

ESSÊNCIA SEGUNDO TOMÁS DE AQUINO


Segundo o texto base para a realização deste trabalho, Tomás está
mostrando uma explicação de idêntico, verdadeiro e ente, quanto cita sobre
essência:
Todas as coisas que não são idênticas diferem de algum modo; mas
o verdadeiro e o ente de modo algum diferem. Não diferem por
essência, pois todo o ente é verdadeiro por sua essência; não
diferem por qualquer diferença, pois então seria necessário convirem
em algum gênero comum. Portanto, são em tudo idêntico (AQUINO,
2011, p. 141).

A partir desse ponto, realizaremos uma breve elucidação sobre o que é


essência para Tomás de Aquino. Tomás nos mostra uma compreensão de essência
como que sendo a natureza fundamental ou o conjunto de características que
definem uma coisa. O Doutor Angélico, como era e ainda é chamado, nos mostra
que toda a coisa tem uma essência, que faz tal coisa ser o que é, assim,
distinguindo-a das demais. Ainda argumenta que a essência de uma coisa é algo
que se pode ser conhecido através da razão e da observação.
Nas substâncias compostas conhece-se a forma e a matéria, como
no Homem a alma e o corpo. Porém, não se pode dizer que apenas
um ou outro desses compostos é que é a essência. De facto, que a
matéria sozinha não seja a essência de uma coisa é evidente, pois é
pela sua essência que uma coisa se torna cognoscível e pertence a
uma espécie ou a um gênero. [...] Assim, pelo que ficou dito, é
evidente que a essência é aquilo que é significado pela definição de
uma coisa (AQUINO, 2008, p. 8).

Tomás distingue ainda a existência e a essência de uma coisa. Por um lado,


a essência é o que define a natureza da coisa, pelo outro vemos que a existência é
o fato de que a coisa realmente existe no mundo real. Segundo ele, a existência é
algo que se é concedido a cada coisa por Deus, e ainda a existência e a essência
são interdependentes.
Portanto, é necessário afirmar que a existência e a essência são
realmente distintas em todas as coisas criadas. [...] É necessário,
portanto, que a existência, que é recebida pelas coisas, seja recebida
de alguma coisa; e visto que não pode ser recebida pelos acidentes,
deve ser recebida pela essência. [...] A existência, portanto, é o que é
acrescentado à essência, como um ato que aperfeiçoa a potência.
Mas a essência, considerada em si mesma, é algo indiferente a
existir ou não existir. (TOMÁS DE AQUINO, Suma teológica, I, q.3,
a.4, resp.).

O Doutor Angélico ainda continua:

Portanto, a existência deve ser atribuída a Deus de uma maneira


especial, de tal forma que a essência de Deus é a própria existência.
[...] Pois, em todas as outras coisas, a existência é algo acrescentado
à essência, já que a existência é algo recebido, enquanto a essência
é algo recebido. Mas Deus, a essência e a existência são idênticas,
pois Ele é Sua própria existência. (TOMÁS DE AQUINO, Suma
teológica, I, q.4, a.1).

Tomás de Aquino ainda utiliza do filósofo Avicena para criar a sua teoria de
essência. No prólogo do livro “Ente e Essência”, Tomás cita o filósofo: “Ora, o ente e
a essência são aquilo que o intelecto concebe em primeiro lugar, como diz AVICENA
no princípio da sua Metafísica” (AQUINO, 2008, p. 3).
O filósofo ainda nos mostra que a essência de algo ou coisa pode ser
entendida em termos de seus elementos constitutivos, ou em outras palavras, nas
partes que a compõem. Tomás argumenta que os elementos constitutivos citados
são, de certa forma, integrados em uma unidade, e que essa união das partes forma
a essência da coisa, e ainda que essa unidade é o que traz um significado e um
propósito específico para a coisa.
Em outras palavras, embora o ato de ser seja comum
especificamente
para as substâncias de mesma natureza, ele se realiza numa
essência individual, na medida em que se individua na essência que
compõe a substância, mediante a união da forma com a matéria
individual, ou seja, com a matéria assinalada pela quantidade. Esta
última doutrina é o que define o ‘princípio de individuação’ das
substâncias materiais em Tomás, mais conhecida como materia
signata quantitate. Pautado nisso, afirma-se que ser (ato de ser) e
essência distinguem-se nas criaturas. Só em Deus ser e essência se
identificam. (FAITANIN, 2013, p. 34).

Concluímos, assim, que na visão de Tomás de Aquino, a essência é a


natureza fundamental de uma coisa, sendo que a define e distingue das demais
coisas. Argumenta ainda que a essência é algo que pode tornar-se conhecido
através da razão e da observação. Ainda, a essência é interdependente com a
existência da coisa, ou seja, se não haver algo para a essência existir, ela não
existirá, pois a finalidade dela é ser, de fato, uma essência de uma coisa, ser o
movimento da coisa.
O doutor angélico ainda destaca a importância dos elementos constitutivos, das
partes da coisa, para a formação da essência e para a sua compreensão e
propósito.
REFERÊNCIAS
AQUINO, Tomás de. Verdade e conhecimento. Trad. Luiz J. L e Mário B. São
Paulo: Martins Fontes, 2011, p. 138-171.
AQUINO, Tomás de. O Ente e a Essência. Trad. Mário Santiago de Carvalho.
Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2008. Coleção: Textos Clássicos de
Filosofia.
AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. Trad. Alexandre Correia. 4º Ed. Campinas:
Ecclesiae, 2016.
FAITANIN, Paulo. As sentenças de Tomás de Aquino sobre os livros de Metafísica
de Aristóteles. Aquinate. 2013, n. 22, p. 22-39.

Descritor Descont Justificativa NOTA


o

- A presença explícita do elemento escolhido ok


indicado ao professor
9,5

- A indicação de onde foi tirada no De ok


Veritate o elemento escolhido

- A presença explícita do comentário dissertativo:

[a.] - Coerência direta entre o ok


comentário dissertativo produzido e o
elemento de estudo escolhido;

[b.] - Qualidade filosófica; ok


[c.] - A presença de comentadores na ok
resposta;

[d.] - A presença de começo, meio e fim -0,5


no texto produzido.

- O uso correto da norma culta da língua ok


portuguesa;

Desconto de 0,10 por erro

- O uso correto das normas metodológicas ok

Desconto de 0,10 por erro de pontuação ( ) .


, ; : < >, maiúsculo, minúsculo, itálico,
espaçamento, espaço, tipo de fonte,
tamanho da fonte, diagramação, cabeçalho,
formatação da citação, outros erros
metodológicos.

Você também pode gostar