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2ª avaliação do curso de Cosmologia filosófica

Aluno: João Goldoni Peixoto

Professor: Pedro Tenório Fonseca

De que maneira os estudos da causa do ente pode compor o estudo da cosmologia


filosófica?

Diferentemente da física, que se debruça única e exclusivamente sobre o estudo


do universo enquanto campo de desdobramento do múltiplo, do movimento, da geração
e da corrupção de tudo aquilo que existe no mundo físico, a cosmologia filosófica é uma
disciplina que tensiona descobrir em que se sustenta essa realidade variável e
corruptível do universo concreto. Em outras palavras, ela necessita fundamentalmente
alcançar o princípio filosófico unificante que explica e dá sentido à pluralidade de
fenômenos que compõem o mundo físico.

Nesse sentido, o estudo das causas do ente se apresenta como pedra fundamental
do estudo da cosmologia filosófica, pois, conhecer um ente, significa em última análise
estabelecer a resposta sobre o que é o ente, e porque esse ente é o que é. Não se trata
simplesmente de compreender um ente naquilo que é evidente e observável, bem como
observar a sua composição pura e simples, mas de chegar ao entendimento do seu
componente essencial; naquilo que dá sentido à toda realidade manifesta.

Dessa maneira, mais do que compreender a causa material que compõem um


determinado ente, se trata de compreender também a causa formal, que é a “perfeição
intrínseca” pela qual uma coisa é o que é. Quando se entende aquilo que é a causa
formal de um ente, o que se descobre é a sua forma; sua definição. A forma é
justamente aquele aspecto do ente sem o qual este se tornaria pura e simplesmente
matéria disforme. Pode-se dizer, em última análise, que a forma é a natureza íntima de
cada coisa, de natureza metafísica, que se utiliza da matéria como seu suporte. Isso
demonstra de maneira evidente que, como base de sustentação daquilo que é puramente
concreto, existe uma outra realidade além dos fenômenos aparentes no mundo material.
Assim sendo, uma vez entendido a cosmologia filosófica como essa busca de
uma estrutura unificante que existe por detrás do universo físico, formando aí uma
cosmovisão globalizante da realidade, e entendendo também o estudo das causas do
ente como a busca daquele aspecto do ente que não é a sua base material, mas sim a sua
definição, o seu quid, fica evidente que a busca dessas causas é fundamental para uma
boa compreensão dessa disciplina.

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