Você está na página 1de 77

Curso Técnico em Mecânica

Módulo I – Mecânico Industrial

ELETRICIDADE

Educação Profissional

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


SUMÁRIO

1 - FUNDAMENTOS DA ELETRICIDADE 03
1.1 - CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ELETRICIDADE 03
1.2 – MATÉRIA 03

2 - CIRCUITO ELÉTRICO 06
2.1 – CIRCUITO 06
2.2 - CIRCUITO ELÉTRICO 06
2.3 - ELEMENTOS DOS CIRCUITOS ELÉTRICOS 06

3 - GRANDEZAS ELÉTRICAS 08
3.1 - GRANDEZAS ELÉTRICAS 09
3.2 - CARGAS ELÉTRICAS 09
3.3 - CORRENTE ELÉTRICA 09
3.4 - TENSÃO ELÉTRICA (F.E.M.) 10
3.5 - RESISTÊNCIA ELÉTRICA E CONDUTÂNCIA ELÉTRICA 11
3.6 - MÚLTIPLO E SUBMÚLTIPLOS DAS GRANDEZAS ELÉTRICAS 12

4 - LEI DE OHM 13
4.1 - CÁLCULO DE TENSÃO 14
4.2 - CÁLCULO DE RESISTÊNCIA 15
4.3 - CÁLCULO DE CORRENTE 15
4.4 - EFEITOS DO CHOQUE ELÉTRICO 17
4.5 - DICAS E REGRAS (SEGURANÇA ELÉTRICA) 17

5 – RESISTIVIDADE 18
5.1 - NATUREZA DO MATERIAL 18
5.2 - COMPRIMENTO DO MATERIAL 19
5.3 - SEÇÃO TRANSVERSAL DO MATERIAL 20
5.4 - TEMPERATURA DO MATERIAL 20

6 - ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES 21
6.1 - LIGAÇÃO DE RESISTORES 21
6.2 - ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE 22
6.3 - ASSOCIAÇÃO EM PARALELO 22
6.4 - ASSOCIAÇÃO MISTA 22
6.5 - CIRCUITO SÉRIE 23

7 - POTÊNCIA EM C.C. 23
7.1 - TRABALHO MECÂNICO 28
7.2 - CAVALO-VAPOR (C.V.) 29
7.3 - HORSE-POWER (H.P.) 30

8 – MAGNETISMO 31
8.1 – INTRODUÇÃO 31
8.2 - IMÃS ARTIFICIAIS 32
8.3 - PÓLOS DOS ÍMÃS 33

Educação Profissional 1

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


8.4 - LINHA NEUTRA 33
8.5 - LINHAS DE FORÇA MAGNÉTICA 33
8.6 - SENTIDO DAS LINHAS DE FORÇA DE UM ÍMÃ 34
8.7 - FRAGMENTAÇÃO DE UM ÍMÃ 34
8.8 - CAMPO MAGNÉTICO DO ÍMÃ 34
8.9 - LEI DE ATRAÇÃO E REPULSÃO DOS ÍMÃS 34

9 – ELETROMAGNETISMO 35
9.1 – INTRODUÇÃO 35
9.2 - CAMPO MAGNÉTICO DO CONDUTOR RETILÍNEO 36
9.3 - CAMPO MAGNÉTICO DA ESPIRA 37
9.4 – SOLENÓIDE 38
9.5 - REGRA DA MÃO ESQUERDA 38

10 - CORRENTE ALTERNADA 39
10.1 - CORRENTE ALTERNADA E TENSÃO MONOFÁSICA 39

11 - MÁQUINAS ELÉTRICAS ROTATIVAS 40


11.1 - NOÇÕES GERAIS SOBRE MOTORES ELÉTRICOS 40
11.2 - MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA 43
11.3 - DEFEITOS NAS LIGAÇÕES DOS MOTORES DE C.A. 50
11.4 - DEFEITOS INTERNOS NOS MOTORES DE C.A. ASSÍNCRONOS 51
12 – TRANSFORMADOR 54
12.1 - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO 54
12.2 - TRANSFORMADORES COM MAIS DE UM SECUNDÁRIO 57
12.3 - RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO 58

13 - QUADROS DE COMANDO E CONTROLE 60


13.1 - CENTRO DE CONTROLE DE MOTORES (C.C.M.) 60

14 - DISPOSITIVOS DE PRODUÇÃO E ACIONAMENTO 61


14.1 – DISJUNTORES 61
14.2 - RELÉS DE SUBTENSÃO E SOBRECORRENTE 63
14.3 - SEGURANÇA FUSÍVEIS TIPO NH E DIAZED 63
14.4 - RELÉS TÉRMICOS 66
14.5 - CHAVES AUXILIARES TIPO BOTOEIRA 68
14.6 – CONTATORES 69
14.7 - RELÉS DE TEMPO 70
14.8 – CAPACITOR 71

15 – ANEXO 71

BIBLIOGRAFIA 76

Educação Profissional 2

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


1 - FUNDAMENTOS DA ELETRICIDADE

1.1 - CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ELETRICIDADE


Ao longo dos anos, vários cientistas descobriram que a eletricidade parece comportar de maneira
constante e previsível em dadas situações, ou quando sujeitas a determinadas condições. Estes
cientistas, tais como Faraday, Ohm e Kirchhoff, para citar apenas alguns, observaram e
descreveram as características previsíveis da eletricidade e da corrente elétrica, sob a forma de
certas regras. Estas regras recebem comumente o nome de “leis”. Pelo aprendizado das regras ou
leis aplicáveis ao comportamento da eletricidade você terá “aprendido” eletricidade.

1.2 - MATÉRIA
1.2.1 - Estudo do Átomo
Os átomos são tão pequenos, que 100 milhões deles, um ao lado do outro, formarão uma reta de
10mm de comprimento.

100 000 000 =


átomo
Átomo
É uma partícula presente em todo material do universo.
O universo, a terra, os animais, as plantas... tudo é composto de átomos.
Até o início do século XX admitia-se que os átomos eram as menores partículas do universo e que
não poderiam ser subdivididas. Hoje, sabe-se que o átomo é constituído de partículas ainda
menores. Estas partículas são:
 Prótons
 Nêutrons chamadas partículas

 Elétrons sub-atômicas

Importante: Todo átomo possui prótons, elétrons e nêutrons.

Elétrons
São partículas sub-atômicas que possuem cargas elétricas negativas.
Prótons
São partículas sub-atômicas que possuem cargas elétricas positivas.
Nêutrons
São partículas sub-atômicas que não possuem cargas elétricas.
Núcleo
É o centro do átomo, onde se encontram as partículas sub-atômicas prótons e nêutrons.
Eletrosfera
São as camadas ou órbitas formadas pelos elétrons, que se movimentam em trajetórias circulares
em volta do núcleo.
Educação Profissional 3

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Existe uma força de atração entre o núcleo e a eletrosfera, conservando os elétrons nas órbitas
definidas camadas, semelhantemente ao sistema solar.

Elétrons

Nêutrons
Figura 1.1
Prótons
Eletrosfera
Núcleo

A eletrosfera pode ser composta por camadas, identificadas pelas letras maiúsculas K, L, M, N,
O, P e Q.

Figura 1.2

Cada camada da eletrosfera é formada por um número máximo de elétrons, conforme você pode
observar na tabela abaixo.
Tabela 1.1

CAMADA Nº MÁXIMO DE
ELÉTRONS
K 2
L 8
M 18
N 32
O 32
P 18
Q 2

Note que nem todo átomo possui a mesma quantidade de camadas.

Educação Profissional 4

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 1.3

O que faz uma matéria diferente da outra?


Quais são as semelhanças e diferenças existentes entre os átomos?
A distribuição de prótons, nêutrons e elétrons é que de fato diferenciará uma material do outro.
Quanto mais elétrons:
 Mais camadas;
 Menos força de atração exercida pelo núcleo;
 Mais livres os elétrons da ultima camada;
 Mais instáveis eletricamente;
 Mais condutor o material.

Quanto menos elétrons:


 Menos camadas;
 Mais força de atração exercida pelo núcleo;
 Menos elétrons livres;
 Mais estável eletricamente;
 Mais isolante o material.

Condutores Isolantes
Prata Ar seco
Cobre Vidro
Alumínio Mica
Zinco Borracha
Latão Amianto
Ferro Baquelite

Observação: Semicondutores são materiais que não sendo bons condutores, não são tampouco
bons isolantes. O germânio e o silício são substâncias semicondutoras. Esses materiais, devido ás
suas estruturas cristalinas, podem sob certas condições, se comportar como condutores e sob
outras como isolantes.

Educação Profissional 5

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


2 - CIRCUITO ELÉTRICO

2.1 - CIRCUITO
É todo percurso que representa um caminho fechado.
Vamos acompanhar o percurso da corrente elétrica ao ligar um aparelho?
Para facilitar, vamos observar um “rádio de pilha” aberto, para você ver o caminho por onde passa
a corrente.

A corrente elétrica:
 Sai da pilha;
 Passa para o condutor de saída;
 Passa pelo interruptor;
 Caminha pelos componentes de rádio;
 Retorna à pilha pelo condutor de entrada;

 E, continua o percurso, num processo contínuo.


Figura 2.1

Observe, agora, o percurso da corrente numa lanterna:

Figura 2.2

Note que a corrente tem que percorrer o mesmo caminho, continuamente. É um caminho fechado;
é um circuito... um circuito elétrico.

2.2 - CIRCUITO ELÉTRICO


É o caminho fechado, pelo qual circula a corrente elétrica.
No exemplo da lanterna, você pode observar os diversos componentes do circuito elétrico:
1- Fonte geradora de eletricidade _____ pilha
2- Aparelho consumidor de energia _____ lâmpada
3- Condutor ______________________ tira de latão

2.3 - ELEMENTOS DOS CIRCUITOS ELÉTRICOS

Fonte Geradora de Energia Elétrica


É a que gera ou produz energia elétrica, a partir de outro tipo de energia.
A pilha da lanterna, a bateria do automóvel, um gerador ou uma usina hidrelétrica são fontes
geradoras de energia.

Educação Profissional 6

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Aparelho consumidor
Aparelho consumidor é o elemento do circuito que emprega a energia elétrica para realizar
trabalho.
A função do aparelho consumidor no circuito é transformar a energia elétrica em outro tipo de
energia.
Estamos nos referindo a alguns tipos de consumidores elétricos. Eles utilizam a energia elétrica
para realizar trabalhos diversos; ou seja, eles transformam a energia elétrica, recebida de fonte
geradora, em outro tipo de energia.
Trenzinho Elétrico
Transforma a energia elétrica em energia mecânica (imprime movimento).
Ferro de Soldar
Transforma a energia elétrica em energia térmica (transmite calor).
Televisor
Transforma a energia elétrica em energia luminosa e sonora (transmite sons e imagens).
Lâmpadas
Transforma a energia elétrica em energia luminosa (transmite luz).
Dispositivo De Manobra
Para avaliar a importância do último componente do circuito, imagine um consumidor (por exemplo,
uma lâmpada) ligado a uma fonte geradora (uma pilha).

Pense! – Uma vez completado o circuito, a lâmpada ficaria permanentemente acesa.


Para que a lâmpada se apague, é necessário interromper o caminho da corrente elétrica. A
corrente pode ser interrompida.
 No consumidor – quando a lâmpada queima, a corrente não pode prosseguir seu caminho,
retornando à fonte.
 Na fonte geradora – quando a pilha ou a bateria se esgota e não provoca mais a D.D.P.
 No condutor – emprega-se um dispositivo de manobra.
O dispositivo de manobra é um componente ou elemento que nos permite manobrar ou operar um
circuito. O dispositivo de manobra permite ou impede a passagem da corrente elétrica pelo
circuito. Acionando o dispositivo de manobra, nós ligamos ou desligamos os consumidores de
energia.
Função do dispositivo de manobra
Operar ou manobrar o circuito, interromper ou permitir a passagem da corrente elétrica.
Variações do circuito elétrico
1- Circuito aberto – É o que não tem continuidade; onde o consumidor não funciona.
2- Circuito fechado – É o circuito que tem continuidade. Por ele a corrente pode circular.
3- Circuito desligado – É o que o dispositivo de manobra está na posição desligado.
4- Circuito desenergizado – É o que a fonte geradora está desconectada do circuito ou não
funciona.

Educação Profissional 7

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 2.3

Condutor elétrico
O condutor elétrico faz a ligação entre o consumidor e a fonte geradora, permitindo a circulação
da corrente. Cada tipo de condutor pode ser preparado com características variadas, dependendo
de sua aplicação. Podem ser rígidas ou flexíveis, isolados ou não, com proteção adicional (além da
isolação) ou outras características.
Rede externa: Condutor elétrico rígido, com ou sem proteção.
Furadeira: Condutor elétrico flexível, com adicional.

Ferro Elétrico: Condutor elétrico flexível, com isolação de


plástico e proteção térmica.

Figura 2.4
Como você vê, cada aplicação exige tipos diferentes de condutor elétrico. Mas sua função no
circuito será sempre a mesma.

Função do condutor
O condutor liga os demais componentes do circuito elétrico, conduzindo a corrente: da fonte ao
consumidor e de retorno à fonte.

3 - GRANDEZAS ELÉTRICAS

Altura Peso Volume

São grandezas

Educação Profissional 8

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Em eletricidade, também existem grandezas.

3.1 - GRANDEZAS ELÉTRICAS


São as grandezas que provocam ou são provocadas por efeitos elétricos; ou ainda, que contribuem
ou interferem nesses efeitos.

3.2 - CARGAS ELÉTRICAS


Toda vez que houver desequilíbrio elétrico num material haverá deslocamento de elétrons.
A esse fluxo de elétrons dar-se-á o nome de carga elétrica, cuja unidade de medida será o
Coulomb [C].
1 Coulomb é igual a 6,25 x 1018 de elétrons ou 6 250 000 000 000 000 000 (Seis quintilhões e
duzentos e cinqüenta quatrilhões) de elétrons.
Quando circularem 6,25 x 1018 de elétrons por um condutor, dir-se-á que está circulando uma
corrente elétrica de 1 Coulomb.

Figura 3.2

3.3 - CORRENTE ELÉTRICA


O Coulomb não é, porém, uma unidade muito pratica, pois podemos constatar uma carga elétrica
com uma intensidade de 1 Coulomb percorrendo um condutor de um segundo.

Figura 3.3

Ou a mesma intensidade percorrendo outro condutor em 10 segundos:

Figura 3.4

Então, para se poder realmente medir e comparar a corrente elétrica, houve a necessidade de se
medir a intensidade da corrente em relação ao tempo.
Portanto, criou-se uma unidade prática, o ampère, que é representado pela letra (A) e equivale a 1
Coulomb por segundo.
Educação Profissional 9

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


[1A]  [1 Coulomb/seg.]

Vamos fazer agora uma comparação?


Condutor A Condutor B

Figura 3.5 Figura 3.6

No condutor (A), a intensidade da corrente é muito maior que no condutor (B).


Calculando o número de elétrons que circulam pelos condutores, teremos:

No condutor A: 3x6,25x1018 = 18 750 000 000 000 000 000 elétrons por segundo.

No condutor B: 1x6,25x1018 = 6 250 000 000 000 000 000 elétrons por segundo.

3.4 - TENSÃO ELÉTRICA (F.E.M.)

PILHA BATERIA GERADOR

Figura 3.7

Essas são fontes geradoras, que produzem uma força eletromotriz (f.e.m.), a qual provoca o
deslocamento dos elétrons, de um para o outro extremo do material.
Força eletromotriz – é a força que movimenta os elétrons.

Figura 3.8

Educação Profissional 10

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


As fontes geradoras produzem, por um determinado espaço de tempo, uma f.e.m. constante.
Portanto, será constante também o movimento de elétrons do extremo B para o extremo A do
material, o que manterá o desequilíbrio elétrico do material.
O desequilíbrio elétrico é uma grandeza elétrica chamada diferença de potencial (d.d.p.) e seu
símbolo gráfico é a letra E.

Figura 3.9

Se dois materiais tiverem um mesmo potencial elétrico neutro, isto é, sem carga, não haverá
d.d.p. entre eles.

Os materiais (E) e (F) têm o mesmo potencial elétrico


neutro (sem carga); não há diferença de potencial entre
eles.

Figura 3.10

Para existir diferença de potencial entre dois materiais, é preciso que haja uma diferença na
qualidade de elétrons que eles possuem.

O material (G) está com potencial negativo e o material


(H) está com o potencial positivo; portanto, existe
Diferença de Potencial entre eles.

Figura 3.11

3.5 - RESISTÊNCIA ELÉTRICA E CONDUTÂNCIA ELÉTRICA


A facilidade que a corrente elétrica encontra, ao percorrer os materiais, é chamada de
condutância. Essa grandeza é representada pela letra G.

CONGUTÂNCIA:
Facilidade encontrada pela corrente elétrica, ao atravessar
|
um material.
G

Educação Profissional 11

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Porém, em contrapartida a condutância, os materiais sempre oferecem certa dificuldade à
passagem da corrente elétrica. Essa dificuldade que a corrente elétrica encontra ao percorrer
um material é a resistência elétrica, normalmente representada pela letra R.

RESISTÊNCIA:
Dificuldade encontrada pela corrente elétrica, ao atravessar
|
R um material.

Todo material condutor de corrente elétrica apresenta certo grau de condutância e de


resistência. Quanto maior for a condutância do material, menor será sua resistência. Se o
material oferecer grande resistência, proporcionalmente apresentará pouca condutância.
A condutância é o inverso da resistência.
A condutância e a resistência elétrica se manifestam com maior ou menor intensidade nos
diversos tipos de materiais.

Por exemplo:
No cobre, a condutância é muito maior que a resistência. Já no plástico, a resistência é muito
maior que a condutância.

PLÁSTICO __________ MAIOR resistência __________ MENOR condutância

COBRE __________ MENOR resistência __________ MAIOR condutância.


A condutância e a resistência são grandezas; portanto, podem ser medidas.

A unidade utilizada para medir a resistência é o OHM, representada pela letra (lê-se ômega).

RESISTÊNCIA R ______ é medida em OHM

Como a condutância é o inverso da resistência, de início, foi denominada MHO (inverso de OHM),

e representada simbolicamente pela letra grega ômega, também invertida .


Atualmente, a unidade empregada para medir a condutância é denominada SIEMENS é
representada pela letra S.

CONDUTÂNCIA:  até há pouco, era medida em MHO -


|
G  atualmente, é medida em SIEMENS -

3.6 - MÚLTIPLO E SUBMÚLTIPLOS DAS GRANDEZAS ELÉTRICAS


As variações no sistema métrico é de 10 (dez) vezes:
Exemplo:
Unidade - o metro (M)

Educação Profissional 12

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


milímetro Centímetro Decímetro Metro Decâmetro Hectômetro Kilômetro
0,001 (M) 0,01 (M) 0,1 (M) 1 (M) 10 (M) 100 (M) 1000 (M)
mm cm dm m dam ham km
Nas grandezas elétricas as variações são de 1000 em 1000 vezes.
Ampère. (corrente elétrica).
microamper miliamper Ampère Kiloampaer Megampar
0,000001 (A) 0,001 (A) 1 (A) 1000 (A) 1000000 (A)

µ A mA A kA 1mA

Volt (tensão elétrica).


microvolt milivolt Volt Kilovolt Megavolt
0,0000001 (V) 0,001 (V) 1 (V) 1000 (V) 1000000 (V)

µ V mV V kV 1mV

Ohm (resistência elétrica).


microhm miliohm Ohm Kilohm Megaohm
0,000001 (Ω) 0,001 (Ω) 1 (Ω) 1000 (Ω) 1000000 (Ω)

µ Ω mΩ Ω kΩ 1mΩ

Observação: Na eletricidade de modo geral as grandezas se apresentam muito grandes ou muito


pequenas.

4 - LEI DE OHM

Existe uma relação matemática entre a tensão elétrica,


a corrente elétrica e a resistência elétrica.

Figura 4.1

No século XIX, um filósofo alemão, Georg Simon Ohm, demonstrou experimentalmente a


constante de proporcionalidade entre a corrente elétrica, a tensão e a resistência. Essa relação é
denominada Lei de Ohm, e é expressa literalmente como:
“A corrente em um circuito é diretamente proporcional à tensão aplicada e inversamente
proporcional à resistência do circuito”. Na forma de equação a Lei de Ohm é expressa como:

Educação Profissional 13

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


I= E-
R

Onde: I = corrente em ampères


E = tensão em volts
R = resistência em Ohms.

Figura 4.2

Assim para cada tensão aplicada num circuito


teremos um resultado de corrente elétrica,
isto tendo em vista um valor de resistência.

Aprenda a utilizar o triângulo das deduções da


fórmula da lei de Ohm.

Figura 4.3

4.1 - CÁLCULO DE TENSÃO


Se você pretende saber o valor da tensão, cubra a letra (E) no triângulo.

Figura 4.4

- O que ficou?
- Ficou a fórmula R . I
- Muito bem! Basta multiplicar R x I e você
terá, como resultado, o valor da ( E ).

Figura 4.5

Por exemplo:

Suponhamos seja R = 10, e I = 5


E = R x I = 10 x 5 = 50 V.

Figura 4.6

Educação Profissional 14

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


4.2 - CÁLCULO DE RESISTÊNCIA
Agora, cubra a letra R:

- Ficou a fórmula E -
I
- Muito bem! Basta dividir E -, e o resultado será ( R ).
Figura 4.7 I

Por exemplo:

Suponhamos seja E = 50, e I = 5; teremos:


R= E = 50 = 10 Ω
I 5
Figura 4.8

4.3 - CÁLCULO DE CORRENTE


Suponhamos que você queira saber o valor de I, então, cubra a letra ( I ).

- Ficou a fórmula E -
R
- Muito bem! Basta dividir E -, e o resultado será ( I ).
R
Figura 4.9
Por exemplo:

I= E = 50 = 5A
R 10
Figura 4.10

Dessa forma, você não mais se esquecerá de como encontrar estes três valores:

Figura 4.11

Sempre que for aplicar a lei de Ohm.


Vamos a um exemplo prático:

Educação Profissional 15

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Você vai mudar de casa e deverá fazer as ligações dos aparelhos elétricos na nova residência:
chuveiro, ferro de passar, etc.
Comecemos pela ligação do chuveiro: se o aparelho não tiver as características técnicas
adequadas quanto à corrente, tensão e resistência, em função da rede elétrica de sua casa,
poderão ocorrer alguns acidentes.
Para evitar isso, vamos voltar ao esquema de ligação:

Qual seria a resistência do chuveiro, para ele


poder funcionar dentro das condições ideais?

Figura 4.12
Qual a incógnita?
Vamos montar o triângulo:
Resistência
Figura 4.13
R= E = 110 = 5,5 Ω
I 20

O seu chuveiro deverá ter uma resistência de 5,5 Ω para 110 V. Se você for usá-lo em 220 V, ele
terá que ter a resistência em dobro.
Ele deverá ter, então: 5,5 x 2 = 11 Ω
Ao compará-la, compare com esse valor, para que o seu chuveiro funcione bem.
Vamos ao outro exemplo:
Você quer instalar um fusível ou disjuntor, para o seu ferro de passar. A tensão é de 110 V e sua
resistência tem 25Ω.
Qual seria a corrente elétrica em Ampères do ferro de passar?

Voltemos ao triângulo:
Qual é a incógnita?
Corrente
No triângulo aparece E ; então I = E .
R R

Substituindo esses valores, temos:


I= E = 110 = 5A
R 25

Você usará um disjuntor de 05 Ampères.


Você pretende estender uma rede nos fundos de sua casa.
 A corrente dos aparelhos deverá atingir 12 Amperes.

Educação Profissional 16

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


 A resistência dos condutores é de 0,25 e você quer saber qual será a diferença de
tensão, entre o começo e o fim da rede, ou a queda de tensão.
Use triângulo - Tapando a incógnita, aparece R x I; então, a queda de tensão será:
E=RxI
E = 0,25 x 12 = 3 Volts
Essa queda de tensão está conforme NB-3.
Figura 4.14

Quando é que a corrente é perigosa?

Figura 4.15
Figura 4.16

4.4 - EFEITOS DO CHOQUE ELÉTRICO


A quantidade de corrente que pode fluir através do corpo, sem perigo para a saúde ou risco de
vida, depende do indivíduo e do tipo, do percurso e do tempo de duração do contato.
A resistência ôhmica do corpo varia de 1.000 a 500.000 ohms quando a pele estiver seca.
A resistência diminui com a umidade e aumento de tensão. Mesmo a pequena corrente de 1
miliampere pode ser sentida e deve ser evitada.
Um valor de corrente igual a 5 miliamperes pode ser perigoso. Se a palma da mão fizer contato
com um condutor de corrente, uma corrente de 12 miliamperes será suficiente para produzir
contrações nos músculos, fazendo com que involuntariamente a mão se feche sobre o condutor.
Tal choque pode causar sérios danos, dependendo do tempo de duração do contato e das
condições físicas da vítima, particularmente das condições do coração. Muitos acidentes fatais
têm ocorrido com um valor de corrente igual a 25 miliamperes. Considera-se fatal um fluxo de
corrente pelo corpo igual a 100 miliamperes.

4.5 - DICAS E REGRAS (SEGURANÇA ELÉTRICA)


1. Considere cuidadosamente o resultado de cada ação a ser executada. Não há razão, em
absoluto, para um indivíduo correr riscos ou colocar em perigo a vida do seu semelhante.
2. Afaste-se de circuitos alimentados. Não substitua componentes, nem faça ajustamento dentro
de equipamento com alta tensão ligada.
3. Não faça reparo sozinho. Tenha sempre ao seu lado uma pessoa em condições de prestar
primeiros socorros.

Educação Profissional 17

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


4. Não confie nos interloques, nem dependa deles para a sua proteção. Desligue sempre o
equipamento. Não remova, não coloque em curto-circuito e não interfira com a ação dos
interloques, exceto para reparar a chave.
5. Não deixe o seu corpo em potencial de terra. Certifique-se de que você não está com o seu
corpo em potencial de terra, isto é, com o corpo em contato direto com partes metálicas do
equipamento, particularmente, quando estiver fazendo ajustagens ou medições. Use apenas uma
das mãos quando estiver reparando equipamento alimentado. Conserve uma das mãos nas costas.
6. Não alimente qualquer equipamento que tenha sido molhado. O equipamento deverá estar
devidamente seco e livre de qualquer resíduo capaz de produzir fuga de corrente antes de ser
alimentado. As regras acima, associadas com a idéia de que a tensão não tem favoritismo e que o
cuidado pessoal é a sua maior segurança, poderão evitar ferimentos sérios ou talvez a morte.

5 - RESISTIVIDADE
Para qualquer condutor dado, a resistividade de um determinado comprimento depende da
resistividade do material, do comprimento do fio e da área da seção reta do fio de acordo com a
fórmula.

Onde:
R = resistência do condutor, Ω
l = comprimento do fio, m
S = área da seção reta do fio, cm²
ρ = resistência específica ou resistividade, cm².Ω/m
O fator ρ (letra grega que se lê “rô”) permite a comparação da resistência de diferentes
materiais de acordo com natureza, independentemente de seus comprimentos ou áreas. Valores
mais altos de ρ representam maior resistência. Os valores de resistência elétrica variam de
acordo com certos fatores. Esses quatro fatores são: natureza, comprimento, seção transversal
e temperatura do material.

Figura 5.1

5.1 - NATUREZA DO MATERIAL

Figura 5.2 Figura 5.3

Educação Profissional 18

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Você deve lembrar, que a resistência oferecida pelo cobre é bem menor que a resistência
oferecida pelo plástico.
Observe os átomos de alguns materiais:

Átomo de Carbono Átomo de Alumínio Átomo de Cobre

Figura 5.4

Note que, os átomos que constituem o carbono, alumínio e cobre são diferentes entre si. A
diferença nos valores de resistência e condutância oferecidas pelos diferentes materiais, deve-
se principalmente ao fato de que cada material tem um tipo de constituição atômica diferente.
Por isso, para a determinação dos valores de resistência e condutância, é importante levarmos em
consideração a constituição atômica, ou seja, a natureza do material.

5.2 - COMPRIMENTO DO MATERIAL

Figura 5.6
Figura 5.5

Na figura acima, temos dois materiais da mesma natureza; porém, com comprimento diferente:
COMPRIMENTO DO MATERIAL RESISTÊNCIA
3 metros ____________________________________ 2 
8 metros ____________________________________ Maior que 2 
Os valores apresentados servem apenas para exemplificar. A partir daí você pode concluir que em
dois ou mais materiais da mesma natureza...
aumentando o comprimento diminuindo o comprimento
aumentará a resistência diminuirá a resistência

Educação Profissional 19

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


5.3 - SEÇÃO TRANSVERSAL DO MATERIAL
Vamos ao estudo do fator seção transversal do material. Portanto, é necessário saber o que é
seção transversal.

Seção transversal é a área do material, quando este é


cortado transversalmente.

Seção transversal do material

Figura 5.7

Sabendo-se o que é seção transversal, vamos agora ver qual é a sua interferência nos valores de
resistência:

Figura 5.8
Figura 5.9

Na figura acima, vemos dois materiais de mesma natureza e de igual comprimento, porém, com
seção transversal diferente:

SEÇÃO TRANSVERSAL RESISTÊNCIA


2 mm² __________________________ 5
3 mm² __________________________ menor que 5 

Concluímos, então, que:

aumentando a seção transversal diminuindo a seção transversal

diminuirá a resistência aumentará a resistência

5.4 - TEMPERATURA DO MATERIAL


Vamos ao 4° e último fator que altera os valores de resistência e condutância dos materiais, que é
a temperatura.
Vamos supor que você tenha dois pedaços de materiais de mesma natureza, de igual comprimento
e de mesma seção transversal, um deles porém, está com temperatura diferente da do outro:

Educação Profissional 20

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


TEMPERATURA RESISTÊNCIA
20° C _____________________________ 1,5 
40° C __________________________ maior que 1,5 

Percebemos que:

aumentando a temperatura diminuindo a temperatura

aumentará a resistência aumentará a resistência

6 - ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

6.1 - LIGAÇÃO DE RESISTORES


Em muitas situações as pessoas reúnem-se:
. para se divertirem,

. com fins religiosos,


. para trabalhar.
Em todos esses casos as pessoas que se reuniram, formaram uma associação, pois se juntaram
com a mesma finalidade.
Os resistores também podem trabalhar reunidos, formando uma associação: a associação de
resistores.
R = 5Ω

Figura 6.1

Agora, imagine-se de posse de vários resistores! Você poderia associá-los de várias maneiras;
observe algumas delas:

1ª Situação

2ª Situação

3ª Situação

4ª Situação
Figura 6.2

Educação Profissional 21

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Esses meios de unir resistores são muito usados em eletricidade, quando se pretende obter uma
resistência elétrica adequada para um certo trabalho:
Essas ligações constituem uma _____________ ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
As associações de resistores podem ser reduzidas a três tipos básicos:
1 Associação de resistores em série.
2 Associação de resistores em paralelo.
3 Associação de resistores mista.
Atenção!
Os resistores presentes em qualquer uma dessas associações são chamados resistores
componentes e são representados por R1, R2, R3, R4, . . . , Rn.

6.2 - ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE


Porque os seus resistores componentes, com os respectivos terminais, são ligados, um após o
outro.

Figura 6.3

6.3 - ASSOCIAÇÃO EM PARALELO


Porque os seus resistores componentes, com os respectivos terminais, são ligados diretamente à
linha principal.

Figura 6.4

6.4 - ASSOCIAÇÃO MISTA


Porque se apresenta agrupadas, isto é, unidas, a associação de resistores em série e a associação
de resistores em paralelo.

Educação Profissional 22

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 6.5

6.5 - CIRCUITO SÉRIE

Figura 6.6

Nesta associação estão representados resistores associados em série. Note que, neste tipo de
associação, a corrente elétrica “ I ” não se divide.
Substituindo os resistores componentes pela resistência total que os representa, temos:

A resistência total de uma associação;


Matematicamente, temos: RT = R1 + R2 + R3 + ... + Rn
Então, para se determinar à resistência total, substituindo o “R” pelos valores de cada resistência
componente de associação.
Veja a aplicação dessa fórmula na associação dada anteriormente, onde:
R1 = 3 Ω; R2 = 2 Ω e R3 = 5 Ω
Substituindo e calculando, temos:
RT = R1 + R2 + R3
RT = 3 +2 + 5
RT = 10 Ω
No circuito série o RT será sempre maior que qualquer resistor.

7 - POTÊNCIA EM C.C.

A potência elétrica é uma grandeza como a resistência elétrica, a diferença de potencial, ou a


intensidade da corrente, sendo representada pela letra ” P “.

Como é uma Grandeza, a potência elétrica pode ser medida.

Como sabemos, para medir alguma coisa, temos que ter uma unidade padrão.

Educação Profissional 23

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


E o watt, de onde aparece?
Temos a potência de 1 watt quando.

A quantidade de 6,25 . 1018 elétrons, sob uma diferença de


potencial de 1 volt, realiza um trabalho no tempo de 1 segundo.

Então, temos na potência de 1 watt duas unidades que você já conhece:

O Volt e o Ampere

Para calcular a potência “P” em watts, você multiplica:


E.I
Então temos a seguinte expressão:

Potência em watts = volts . ampere

Simplificando, temos:
(P = E . I)

Vamos ver um exemplo de cálculo de potência:

O motor representado no diagrama ao


lado funciona com...
E = 225 V e I = 12 A
Então sua potência P será:
P=E.I P = 225 . 12
... P = 27000 W
Figura 7.1
Vamos a outro exemplo:

No circuito ao lado a corrente das lâmpadas


é de 2,5 A quando aplicamos 120 V. Qual é a
potência do circuito?
P = E . I P = 120 . 2,5
... P = 300 W

Figura 7.2
Educação Profissional 24

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


O Watt é a unidade tem, portanto, seus
padrão de medida da múltiplos e seus
potência elétrica submúltiplos.

Porém, para o nosso estudo nos


interessa apenas o múltiplo QUILOWATT KW

Vamos então ver sua equivalência com o watt:

1 quilowatt (KW) = 1000 watts (W) ou 1 watt = 0,001 quilowatt

Vejamos agora como se transforma W e KW:

Para transformar W em KW dividimos o número de Watts por 1000

Vamos a um exemplo:
Que potência em KW tem um consumidor de 3500 watts?
Potência em KW = W então... Potência em KW = 3500 Portanto:
1000 1000
P = 3,5 KW
Que tal um outro exemplo?
Você deseja saber a potência em KW de um circuito de lâmpada de 120 V e 5 A.

Pode-se calcular de duas formas:

Figura 7.3

1o) Obter o resultado em W e transformar em KW.

P = E x I  P = 120 x 5 ... P = 600 W

Potência em KW = W P = 600W ... P = 0,6 KW


1000 1000

2 o ) Calcular de forma direta, usando a fórmula P = E x I, com o denominador 1000.

P = E x I  P = 120 x 5  P = 60 ... P = 0,6 KW


1000 1000 100

Educação Profissional 25

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Vamos a mais um exemplo:
Você mediu a tensão e a corrente de um ferro elétrico e anotou:
E = 120  I = 7A
Desejando saber a potência em KW, aplica a fórmula:

P = ExI P = 120 x 7 ... P = 0,84KW


1000 1000
Existem várias fórmulas para o cálculo da potência.
Vamos estudá-las então.
Você já aprendeu a calcular a potência pelos valores de:
E e I, ou seja, P = E x I
Vamos agora usar uma variante dessa fórmula, para chegar ao mesmo resultado.
Vamos calcular “P” no circuito a seguir:

P=ExI
Porém não temos o valor de “I”. Mas temos o
valor de “E” e de “R”. Pela Lei de Ohm calculamos
o valor de “I“, que é igual a E -
R
.
I = 120 . . I = 5A
24
Então, a potência do resistor será ...
Figura 7.4 P = E x I P =120 x 5 P = 600W

Podemos também calcular a potência de forma direta.


Se P = E x I e I = E então, no lugar de “I“, na fórmula P = E x I, nós usamos E , que é a mesma
R R
coisa.
Veja:

Vamos calcular a forma direta a potência do circuito do exemplo anterior, empregando somente
os valores de E de R.

Figura 7.5

Educação Profissional 26

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Na realidade, usando a fórmula P = E2 , você também fez a operação E x I. Lembre-se que o
R
valor de I está contido na divisão de E . Como já calcularemos anteriormente I = 5A.
R.
Vamos a outro exemplo:
Você tem, no circuito ao lado, os valores:

Figura 7.6

Confira usando o valor da corrente, na fórmula fundamental.


O valor da corrente será I = E  I = 240 ... I = 9600W
R 6
Então P = E x I  P = 240 x 40 ... P = 9600 W

Veja o exemplo:

Analise o circuito e responda: podemos


calcular sua potência usando a fórmula
fundamental P = E x I?

Figura 7.7

Não podemos, porque o valor de I não consta do diagrama.


Pense ! Que fórmula vamos usar, então?

Tendo os valores da tensão e da resistência, podemos usar a fórmula P = E2 .


R
Logo: P = 220 x 220 ... P = 880W
55
Calculando a potência sem o valor de E.
Observe agora uma outra forma de resolver problemas de potência com as outras grandezas.

No circuito ao lado você tem I = 5 A e R = 24Ω

Figura 7.8

Educação Profissional 27

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Você conhece a fórmula P = E x I, mas falta o valor de E, pela Lei de Ohm. E = I x R, E = 5 x 24,
E = 120 V.
Então, P = E x I P = 120 x 5 ... P = 600 W
Vamos a fórmula direta.
Se E = I x R, colocamos I x R no lugar de E, P = E x I P = I x R x I, portanto, P = I2 x R

7.1 - TRABALHO MECÂNICO

Figura 7.9

As bombas d’água da ilustração acima encheram caixas iguais. Portanto, realizaram o mesmo
trabalho.
Porém, examine novamente os relógios da ilustração.
A bomba d’água A gastou 15 minutos para encher a caixa. A bomba B precisou de 25 minutos para
realizar o mesmo trabalho.
Se o trabalho realizado foi o mesmo, a bomba mais eficiente foi àquela que gastou menos tempo.
Portanto foi a bomba A, que tem maior potência que a bomba B.
Para o seu estudo é, importante o conhecimento de potência mecânica e potência elétrica.
Como você já estudou a potência elétrica, resta o estudo da potência mecânica. Portanto,
Potência Mecânica é o resultado do trabalho realizado, pelo tempo gasto para realizá-lo.
Matematicamente, temos:
P = Trabalho .
t(tempo)

Como você já sabe, trabalho é igual ao produto da força pela distância, isto é: T = F x d
Assim, substituindo, na fórmula, T por F x d, temos:
P = Fxd .
T

Exemplo: Acompanhe o desenvolvimento do cálculo da potência mecânica do enunciado abaixo:

Educação Profissional 28

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Qual a potência de um motor de elevação de guindaste para carga de 10 000 N, se esta carga, em
50 segundos (s), deve se elevar a 3 m?

P = 600 ... o quê?


P = 600 joule por segundo (j/s) ou watt ( W ).
Pense ! Por que joule por segundo (j/s) ou watt ( W )?
Porque joule por segundo ou watt são as unidades oficiais de potência, adotadas pelo Sistema
Internacional de unidades.
Acompanhe, agora o cálculo da potência mecânica desenvolvida por um eletricista que precisa de
120 s para levar uma bobina de fio de cobre para o 2º andar (altura de 12 m), empregando uma
força de 40 N.

Note que, além das unidades - joule por segundo (j/s) ou watt (W) - você encontrará, no dia-a-dia,
outras unidades de potência que não pertencem ao Sistema Internacional de Unidades.
Essas Unidades. Essas unidades são chamadas de unidades práticas, são elas:

Kgm/s Quilogrâmetro por segundo;


c.v. cavalo-vapor;
H.P. Horse Power.

Atenção!
No dia-a-dia, costuma-se usar também o quilowatt (KW), que é múltiplo do watt.
Com a existência de todas essas unidades de potência, torna-se necessário fazer certos cálculos,
transformando unidade que estão em determinado sistema para outro sistema de medida.
Portanto, vamos estudar, a seguir, a transformação de cada uma dessas unidades.

7.2 - CAVALO-VAPOR (C.V.)


Se você ler uma dessas plaquetas que indicam as características de um motor, ficará sabendo
qual é a sua potência mecânica em c.v..

Educação Profissional 29

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


A potência mecânica em c.v., nos motores elétricos, varia de 1/10 (0,1 c.v.) a 50.000 c.v. e, em
certas usinas elétricas, vai a mais de 100.000 c.v.
Para sua transformação, existe a seguinte relação de equivalência:

Cálculo para transformar essa unidade é feito mediante a aplicação da regra de três simples.
Acompanhe os cálculos de cada transformação:

 Transformação de 5 c.v. em j/s

 Transformação de 5 c.v. em kgm/s.

 Transformação de 5 c.v. em H.P.

 Transformação de 5 c.v. em KW.

7.3 - HORSE-POWER (H.P.)


É a unidade inglesa de potência. Muitos motores apresentam, em suas plaquetas de
características, esta unidade inglesa.
Para transformar essa unidade, devemos também aplicar a regra de três simples.
A sua relação de equivalência com as outras unidades é:

Educação Profissional 30

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Acompanhe os cálculos:

 Transformação de 10 H.P. em j/s ou W.

 Transformação de 10 H.P. em kgm/s.

 Transformação de 10 H.P. em c.v.

 Transformação de 10 H.P. em KW.

8 - MAGNETISMO

8.1 – INTRODUÇÃO
Dá-se o nome de magnetismo à propriedade de que certos corpos possuem de atrair pedaços de
materiais ferrosos.
Em época bastante remota os gregos descobriram que um certo tipo de rocha, encontrada na
cidade de Magnésia, na Ásia Menor, tinha o poder de atrair pequenos pedaços de ferro.
A rocha era construída por um tipo de minério de ferro chamado magnetita e por isso o seu poder
de atração foi chamado magnetismo.
Mais tarde descobriu-se que se prendendo um pedaço dessa rocha ou imã natural na extremidade
de um barbante com liberdade de movimento o mesmo gira de tal maneira que uma de suas
extremidades apontará sempre para o norte da terra.
Esses pedaços de rochas, suspensos por um fio receberam o nome de “pedras-guia” e foram
usadas pelos chineses, há mais de 2 mil anos, para viagens no deserto e também pelos marinheiros
nos primeiros descobrimentos marítimos.

Educação Profissional 31

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Assim sendo a Terra um grande ímã natural e o giro dos ímãs em direção ao norte é causado pelo
magnetismo da terra.

Bússolas primitivas
Essas pedras receberam o nome de imãs
naturais.

Figura 8.1

O pólo norte geográfico da terra é na realidade o pólo sul magnético e o pólo sul geográfico é o
pólo norte magnético.
Esta é a razão pelo qual o pólo norte da agulha de uma bússola aponta sempre para o pólo sul
geográfico.

Figura 8.2

Outras causas do magnetismo terrestre são as correntes elétricas (correntes telúricas)


originadas na superfície do globo em sua rotação do oriente para o ocidente e a posição do eixo
de rotação da terra em relação ao sol.

8.2 - IMÃS ARTIFICIAIS


São aqueles feitos pelo homem.

Educação Profissional 32

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Quando se imanta uma peça de aço temperado, seja pondo-a em contato com outro ímã ou pela
influência de uma corrente elétrica, observa-se que o aço adquiriu uma considerável quantidade
de magnetismo e é capaz de reter indefinidamente.
Estes são chamados ímãs artificiais permanentes.
Este ímã oferece uma vantagem sobre os naturais, pois além de possuir uma força de atração
maior, pode ser feito de tamanho e formato de acordo com as necessidades.
As ligas de aço contendo níquel e cobalto constituem os melhores ímãs.

8.3 - PÓLOS DOS ÍMÃS


Os pólos dos ímãs localizam-se nas suas extremidades, locais onde há a maior concentração de
linhas magnéticas.
Eles são chamados norte e sul.

Pólo magnético é toda superfície


nas quais saem ou entram linhas
magnéticas.

Figura 8.3

8.4 - LINHA NEUTRA


A força magnética não se apresenta uniforme no ímã. Na parte central do ímã, há uma linha
imaginária perpendicular à sua linha de centro, chamada linha neutra. Neste ponto do ímã não há
força de atração magnética.

Linha Neutra

Figura 8.4

8.5 - LINHAS DE FORÇA MAGNÉTICA


Linha de força magnética é uma linha invisível que fecha o circuito magnético de um ímã, passando
por seus pólos.
Para provar praticamente a existência das linhas de força magnética do ímã podemos fazer a
experiência do espectro magnético.
Para tal, coloca-se um ímã sobre uma mesa; sobre o ímã um vidro plano e em seguida derrama-se
limalhas, aos poucos, sobre o vidro. As limalhas se unirão pela atração do ímã, formando o circuito
magnético do ímã sobre o vidro, mostrando assim as linhas magnéticas.

Educação Profissional 33

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Ímã – Vidro Plano

Figura 8.5

A linha de força magnética é a unidade do fluxo magnético.


Podemos notar através do espectro magnético que as linhas de força magnética caminham dentro
do ímã: saem por um dos pólos e entram por outro, formando assim um circuito magnético.
Observa-se também a grande concentração de linhas nos pólos dos ímãs, ou seja, nas suas
extremidades.

8.6 - SENTIDO DAS LINHAS DE FORÇA DE UM ÍMÃ


O sentido das linhas de força num ímã é do pólo norte para o pólo sul, fora do ímã.

Figura 8.6

8.7 - FRAGMENTAÇÃO DE UM ÍMÃ


Se um ímã for quebrado em três partes por exemplo, cada uma destas partes constituirá um novo
ímã.

Figura 8.7

8.8 - CAMPO MAGNÉTICO DO ÍMÃ


Damos o nome de campo magnético do ímã ao espaço ocupado por sua linha de força magnética.

8.9 - LEI DE ATRAÇÃO E REPULSÃO DOS ÍMÃS


Nos ímãs observa-se o mesmo princípio das cargas elétricas.
Ao aproximarmos um dos outros, pólos de nomes iguais se repelem e pólos de nomes diferentes se
atraem.

Educação Profissional 34

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 8.8 Figura 8.9

Figura 8.10

9 - ELETROMAGNETISMO

9.1 – INTRODUÇÃO
Uma corrente elétrica pode ser produzida pelo movimento de uma bobina em um campo magnético
fato este da maior importância na eletricidade. Este é o modo mais geral de produção de
eletricidade para fins domésticos, industriais e marítimos.
Como o magnetismo pode gerar eletricidade, bastaria um pouco de imaginação para que se fizesse
uma pergunta: será que a eletricidade pode gerar campos magnéticos? A seguir, veremos que isto
realmente acontece.
Observamos, anteriormente, que a corrente elétrica é movimento de elétrons no circuito.
Analisemos, agora, as linhas de força eletrostática e as linhas magnéticas concêntricas ao
condutor, produzidas pelo elétron imóvel e em movimento.
Linhas de força eletrostática

Figura 9.1

O elétron parado contém linhas de força eletrostática no sentido radial.


Vimos na experiência da garrafa eletrostática, as lâminas de alumínio se atraírem por possuírem
cargas contrárias e, conseqüentemente, repelir cargas elétricas do mesmo nome. As linhas de
força eletrostática são a manifestação do campo eletrostático do elétron.

Educação Profissional 35

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 9.2

Quando o elétron percorre um condutor, ele cria um campo magnético concêntrico ao condutor,
cujas linhas de força giram no sentido dos ponteiros do relógio, quando o sentido do movimento
do elétron é da direita para a esquerda.
O elétron em movimento tem os dois campos; o elétrico e o eletromagnético.
O espaço em que atuam as força de atração e repulsão tem o nome de “campo de força”; assim,
tem-se um “campo eletrostático” ou simplesmente “campo elétrico” na figura da esquerda e têm-
se “campos magnéticos” na figura à direita.

Campo elétrico de duas esferas Campo magnético de dois pólos do


eletrizadas (corpos isolantes) imã (corpos magnéticos)
Figura 9.3 Figura 9.4

Nota: A concepção dos elétrons esclarece todos os efeitos observados em Eletrotécnica.


Para demonstrar a existência de um campo magnético ao redor de um condutor percorrido por
uma corrente, liga-se por intermédio de uma chave, um fio grosso de cobre em série com uma
pilha ou acumulador. O fio de cobre é introduzido em um orifício de uma folha de cartolina que é
mantida na posição horizontal, perpendicular ao condutor. Com a chave ligada espalha-se limalha
de ferro. A seguir, bate-se levemente na cartolina para ajudar o alinhamento da limalha. A figura
chama-se espectro magnético.

9.2 - CAMPO MAGNÉTICO DO CONDUTOR RETILÍNEO


Obtém-se a direção da corrente no condutor segurando-o com a mão esquerda; o polegar indica a
direção da corrente e a curvatura dos dedos o sentido de rotação das linhas de força magnética,
concêntrica ao condutor.

Educação Profissional 36

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Campo magnético

Verificação do sentido do
campo magnético usando
bússolas

e a regra da mão
esquerda
Bússolas

Condutor percorrido por corrente


Figura 9.5

A experiência de Oersted demonstra que, estando o condutor acima da agulha com a corrente na
direção N, a ponta da agulha desvia-se para a esquerda.

Figura 9.6

Na falta da bússola, aplica-se o processo do Voltâmetro; com um pouco d’água salgada (1% sal)
num prato de louça, mergulham-se as pontas dos fios como mostra a figura abaixo, sendo que no
pólo negativo formam-se bolhas de gás hidrogênio.

Figura 9.7

9.3 - CAMPO MAGNÉTICO DA ESPIRA


Dando-se ao condutor retilíneo a forma de anel ou espira, as linhas magnéticas concêntricas dão
uma resultante S-N, perpendicular ao plano da espira. A posição do pólo N depende do sentido da
corrente no condutor.

Educação Profissional 37

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 9.8 Figura 9.9

Campo magnético ao redor de uma espira e de uma bobina.

A indicação da entrada e saída da


corrente num condutor ou numa bobina
são representados as como mostra a
figura ao lado. A cruzeta na entrada
representa a cauda da seta e o ponto
de saída representa a ponta da seta.

Figura 9.10

9.4 – SOLENÓIDE
Para conhecer a polaridade de bobinas, aplicamos as seguintes regras:

Figura 9.11

9.5 - REGRA DA MÃO ESQUERDA


Tomando-se o solenóide na mão esquerda, como na figura, o polegar indica a posição do pólo N e a
curvatura dos dedos a direção, a entrada e a saída da corrente quando os terminais do solenóide
são visíveis.

Educação Profissional 38

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 9.12

10 - CORRENTE ALTERNADA

10.1 - CORRENTE ALTERNADA E TENSÃO MONOFÁSICA


A tensão e a corrente produzidas por fontes geradoras podem ser contínuas ou alternadas. A
corrente é contínua quando circula no circuito num único sentido, como temos estudado até agora.
Entretanto, se a corrente sai ora por um, ora por outro borne, na fonte geradora, circula ora
num, ora noutro sentido, no circuito, é corrente alternada. A fonte geradora de corrente
alternada chama-se alternador.
Se representássemos num gráfico os valores da corrente no eixo vertical e o tempo horizontal,
obteríamos uma curva, como a da figura abaixo, para representação da variação da corrente
alternada.

Figura 10.1

Vemos aí que, no instante inicial, a corrente tem valor nulo, crescendo até um valor máximo,
caindo novamente a zero; neste instante, a corrente muda de sentido, porém, seus valores são os
mesmos da primeira parte. O mesmo acontece com a tensão.
A essa variação completa, em ambos os sentido, sofrida pela corrente alternada, dá-se o nome de
ciclo. O número de ciclos descritos pela corrente alternada, na unidade de tempo, chama-se
freqüência. Sua unidade é o ciclo/segundo ou Hertz. É medida em instrumentos chamados
freqüencímetros. As freqüências mais comumentes usadas são 50 c/s e 60 c/s.
Durante um ciclo, a corrente e a tensão tomam valores diferentes de instante a instante; esses
são ditos valores momentâneos ou instantâneos, dentre os quais cumpre destacar o valor máximo
(Imax).
Entretanto, na prática, não é o valor máximo o empregado e sim o valor eficaz. Por exemplo, um
motor absorve uma corrente de 5 A que é o valor eficaz. Define-se como valor eficaz de uma
corrente alternada ao valor de uma corrente contínua que produzisse a mesma quantidade de
calor numa mesma resistência (Lei de Joule).
Esse valor é expresso por: Ief = Imax = 0,707 Imax

2

Educação Profissional 39

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Por analogia, para a tensão, temos: Eef = Emax = 0,707 Emax
2
Tanto o voltímetro como o amperímetro para corrente alternada medem valores eficazes.

11 - MÁQUINAS ELÉTRICAS ROTATIVAS

11.1 - NOÇÕES GERAIS SOBRE MOTORES ELÉTRICOS


Os motores elétricos são máquinas que transformam energia elétrica em energia mecânica; assim,
ao ligarmos um motor à rede, ele irá absorver uma dada quantidade de energia elétrica, e em
troca aciona uma carga, por exemplo, um bonde.
Este processo de conversão da forma de energia é análogo ao que se verifica num motor a
gasolina. Neste motor, também dito motor a explosão, aproveita-se a energia proveniente da
queima de combustível para movimentar o veículo. Num motor elétrico o combustível é a energia
elétrica.
Os motores elétricos em geral se compõem de duas partes: o rotor que é a parte móvel e o
estator ou carcaça que é a parte fixa.

Figura 11.2
Figura 11.1
Estator ou Carcaça Rotor

Podemos classificar os motores, quanto à energia elétrica absorvida, da seguinte maneira:

monofásico
de CA
trifásico
Motores elétricos

de CC

Os motores elétricos de corrente alternada funcionam quando ligados à uma rede de tensão
alternada; são monofásicos ou trifásicos se necessitam de tensão monofásica ou de tensão
trifásica.
Os motores elétricos de corrente contínua funcionam quando ligados à uma rede de tensão
contínua. Os motores de CA são hoje os mais utilizados; podemos encontrá-los em refrigeradores
domésticos. em máquinas ferramentas etc. Os motores de CC são de emprego mais restrito,
sendo encontrados na tração elétrica, grandes laminadores etc.

Educação Profissional 40

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Vamos estudar com maior profundidade os motores de CA. Eles podem se classificar, segundo o
sistema elétrico de alimentação e o princípio de funcionamento ou arranque, em:

de rotor em curto ou gaiola de


de indução ou assíncrono
esquilo de rotor bobinado
Motores trifásicos

síncrono

de arranque capacitativo e
marcha indutiva (fase dividida)
de indução ou assíncrono

Motores monofásicos de arranque por repulsão de


pólo dividido
série

Existem outros tipos de motores de CA, que se encontram mais raramente. Os motores de
indução (tanto trifásicos como monofásicos) possuem no estator um jogo de bobinas que
produzem um campo magnético. No interior do motor, apoiando-se sobre mancais, encontra-se a
parte móvel, ou rotor. Este rotor dispõe de um enrolamento constituído por simples condutores
ou barras postas em curto-circuito entre si (rotor em curto ou em gaiola de esquilo) ou podem
também possuir um outro tipo de enrolamento, cujos extremos são levados a anéis coletores
eletricamente isolados do eixo e entre si e sobre os quais se apóiam escovas de carvão, fixas ao
estator, que nos permitem ligar o motor a um circuito externo.

Figura 11.4
Figura 11.3

Rotor Gaiola Rotor Bobinado

O motor de indução possui velocidade praticamente constante.


Os motores de indução de pequena potência são, na maioria das vezes, monofásicos, com rotor em
curto; para a partida necessitam de dispositivos especiais, uma vez que não tem arranque próprio.
Já os motores trifásicos de indução são de maior potência e tem arranque próprio. Como exigem
grande corrente da rede, no instante de partida, usam-se dispositivos especiais para diminuí-la.
No motor monofásico série ou universal o enrolamento do rotor é levado às escovas, por
intermédio de um comutador (coletor constituído por lâminas isoladas entre si), e ligado ao
estator.
Este tipo de motor funciona tanto com CC como com CA. Possui velocidade variável. No motor à
repulsão o enrolamento do rotor é levado às escovas que estão ligadas em curto circuito. Possui
velocidade variável, sendo usualmente empregado como motor repulsão indução. Na partida

Educação Profissional 41

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


funciona como motor de repulsão (que tem arranque próprio) e, posteriormente, por um
dispositivo centrífugo, as lâminas do coletor são colocadas em curto-circuito, passando a
funcionar como motor de indução monofásico.
Os motores de corrente contínua podem ser classificados segundo o modo de excitação em:

motores séries
auto excitados motores paralelos
motores mistos ou compound
Motores de CC

com excitação independente

Num motor de CC distinguimos o estator com pólos indutores, o rotor com enrolamento induzido e
o comutador.
Eles são empregados em razão de terem suas velocidades variáveis, conforme a corrente no
campo indutor.
De acordo, com as normas brasileiras de eletrotécnica NB-3, todos os motores elétricos devem
possuir uma placa metálica firmemente presa ao estator, na qual são marcadas, de maneira
legível, pelo menos as seguintes características:

 Nome, marca comercial ou símbolo identificador do comerciante;


 Tipo, série e número de fabricação;
 Espécie de corrente (alternada ou contínua);
 Espécie de motor (indução, paralelo, etc.);
 O número de fases ou freqüência em ciclos/seg. (motores de CA);
 Potência nominal em KW, HP (1 HP = 0,746 KW), ou em c.v. (1 c.v. = 0,736 KW);
 Tensão nominal ou tensões nominais de operação;
 Corrente nominal à plena carga;
 Velocidade angular nominal à plena carga (rotações p/min.);
 Tensão e corrente do circuito secundário (motores de indução com rotor bobinado de
anéis).
Todos os motores devem trazer, ainda, na mesma ou noutra placa, o esquema das ligações.
As placas de características podem ainda indicar:
 Fator de potência nominal à plena carga;
 Espécie de serviço (contínuo, de pequena duração; quando falta esta indicação, o motor é
de serviço contínuo);
 O aumento permissível da temperatura dos enrolamentos e partes adjacentes, em graus
centígrados;
 O fator de serviço (sobrecarga que o motor pode suportar em serviço contínuo).

Educação Profissional 42

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


11.2 - MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA

11.2.1 - Motor Universal


O motor elétrico universal é um motor que permite ligação, tanto na corrente contínua como na
corrente alternada, pois o seu rotor bem como seu estator são formados por chapas de ferro-
silício, que reduzem ao mínimo os efeitos caloríficos originados pelas correntes induzidas nas
massas metálicas, quando sob a ação de um campo magnético variável.

Figura 11.5

Nas ranhuras do estator são alojadas as bobinas de campo (geralmente duas), necessárias para a
formação do campo indutor. Nas ranhuras do rotor são enroladas diretamente as bobinas
induzidas, cujas pontas terminais são ligadas devidamente nas lâminas que formam o coletor.

Figura 11.6

O induzido I e o campo indutor C, são ligados em série, como mostra o diagrama. Para a mudança
do sentido de rotação, basta inverter as ligações nos porta-escovas, ou as ligações das bobinas do
campo indutor, quando a colagem de ligações ao coletor, são equivalentes aos dois sentidos.

Figura 11.7

Os motores universais apresentam um alto conjugado de partida, desenvolvem alta velocidade,


são construídos para tensões de 110V e 220V CC ou CA e normalmente a sua potência não vai além
de 300W, salvo em casos especiais.
Este tipo de motor é aplicado na maioria dos aparelhos portáteis eletrodomésticos e em algumas
máquinas portáteis usadas na indústria.

Educação Profissional 43

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


11.2.2 - Motor Monofásico de Anel em Curto
O motor monofásico de anel em curto é um motor de indução de rotor tipo gaiola de esquilo e seu
estator é de pólos salientes com cavidades, onde são colocados anéis de cobre ou latão, que
abraçam pouco menos da metade de cada pólo.

Figura 11.8

É criado pelos anéis, um fluxo, devido as correntes induzidas produzidas pelo fluxo variável,
defasado em atraso do fluxo originado pelas bobinas dos pólos indutores, surgindo com a
resultante, um campo giratório. O rotor dentro dele é forçado a girar no mesmo sentido devido
ao campo produzido pelas correntes induzidas nas barras alojadas nas ranhuras do rotor.

Figura 11.9

São construídos para tensões de 110V e 220V, 50 ou 60 Hz, 25W a 120W e normalmente para 2 -
4 e 6 pólos para velocidades de 900 a 2800 R.P.M. em 50 Hz e 1000 a 3400 R.P.M. para 60 Hz.
tem velocidade constante não admite regulagem e nem reversibilidade.
A aplicação desses motores se faz em pequenas máquinas tais como: toca-discos, relógios, servo-
mecanismos, etc; porque é um motor de baixo conjugado de partida e baixo rendimento.

11.2.3 - Motor Monofásico de Fase Auxiliar


O motor de fase auxiliar é um motor de indução constituído de um rotor tipo gaiola de esquilo e
um estator formado por coroas de chapas isoladas de ferro-silício, com ranhuras na parte
interna, fixadas numa carcaça.
Os enrolamentos, principal e auxiliar são alojados nas ranhuras isoladas, deslocadas de um ângulo
de 90º elétricos um do outro.
Os motores monofásicos de indução sem dispositivos de partida, não tem arranque próprio, por
não produzir campo rotativo, daí a necessidade, de se utilizar a fase auxiliar com características
diferentes do principal, para que os campos magnéticos defasados entre si, produzam uma
resultante rotativa, que por indução movimente o rotor tipo gaiola colocado dentro dele.
O enrolamento principal é calculado de modo preciso, mas o auxiliar é conseguido de maneira
empírica, mas sempre em relação ao principal, isto é, o auxiliar vai de 34% a 80% do número de
condutores do principal e a seção do condutor varia de 30% a 50% do condutor empregado no
principal, calculado para 110V.

Educação Profissional 44

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 11.10

Para duas tensões, basta desdobrar o enrolamento do principal calculado inicialmente para 110V
em duas vezes o número de condutores, com sua seção reduzida pela metade, dividido em dois
circuitos, para que possibilite ligar em paralelo para 110V e em série para 220V.

Figura 11.11

O enrolamento auxiliar não deve ser modificado para 220V, mas seus terminais deverão ser
ligados um num dos extremos e o outro no centro da ligação série do principal, para que o
condensador que fica ligado em série com o auxiliar, não receba uma tensão além de 110V.
Geralmente é usado o enrolamento auxiliar somente para o arranque, depois, por intermédio de
um interruptor comandado por um dispositivo centrífugo o auxiliar é desligado, permanecendo o
campo rotativo pela ação do sentido de rotação do rotor e pelo componente de campo criado pelas
correntes induzidas nas barras do tipo gaiola (rotor em curto).
Atualmente estes motores são fabricados para duas tensões 110V e 220V, para as freqüências de
50 Hz ou 60 Hz, para as potências, de 1/6 a 2 c.v.
Sobre o motor é colocado um condensador eletrolítico com sua proteção conforme a figura
abaixo.

Figura 11.12

Nas tabelas abaixo temos as características principais dos motores monofásicos de fase auxiliar.
Educação Profissional 45

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


A tabela abaixo dá o valor da corrente em amperes dos motores monofásicos em geral, nas
diversas potências relacionadas com a tensão de alimentação.
Tabela 11.1

C.V. 110V (A) 220V (A)

1/6 3,2 1,6


1/4 4,6 2,3
1/2 7,4 3,7
3/4 10,2 5,1
1 13,0 6,5
1 1/2 18,4 9,2
2 24,0 12,0

Tabela 11.2

Número Velocidade aproximada em R.P.M.


de 50 Hertz 60 Hertz
Pólos Em vazio À plena carga Em vazio À plena carga
2 3.000 2.920 3.600 3.500
4 1.500 1.435 1.800 1.730
6 1.000 960 1.200 1.140

Para velocidade em vazio foi tomada a velocidade de sincronismo, embora, na prática, essa
velocidade seja ligeiramente menor.
A velocidade marcada na placa dos motores refere-se àquela medida à plena carga.
Os motores monofásicos de indução têm os seguintes inconvenientes:
 Pequena capacidade para suportar sobrecarga;
 Baixo rendimento;
 Baixo fator de potência;
 Manutenção de custo elevado.
Os motores monofásicos de indução de fase auxiliar são utilizados em máquinas de lavar roupas,
em eletrobombas, em geladeiras, enceradeiras de potência elevadas, etc.
O condensador aplicado nos motores de fase auxiliar tem dupla finalidade:
 Dar maior conjugado no arranque;
 Produzir maior defasamento entre os campos magnéticos principais e auxiliar.
A capacidade dos condensadores de partida, determinada experimentalmente pelos fabricantes
de motores, varia ao variar a potência do motor, conforme a tabela abaixo com limite máximo até
1 c.v.
Tabela 11.3

Condensadores de Partida
C.V. microfarads (µF)
1/6 de 161 até 193
1/4 de 216 até 259
1/3 de 270 até 324
1/2 de 340 até 408
3/4 de 430 até 516
1 de 540 até 648

Educação Profissional 46

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


11.2.4 - Motor Trifásico Assíncrono
O motor trifásico se compõe de um estator com ranhuras no seu interior, onde são alojadas
várias bobinas perfeitamente isoladas da massa estatórica e entre si, devidamente distribuídas e
ligadas formando três circuitos distintos e simétricos chamados fases.
Estas fases deverão estar ligadas em triângulo (∆) ou estrela (γ) a uma rede trifásica para que
suas bobinas produzam um campo resultante giratório de valor invariável.
O motor trifásico de aplicação mais comum tem seu rotor do tipo gaiola de esquilo, podendo
também ser do tipo bobinado com anéis para controlar o arranque por intermédio de reostato.
O campo giratório ao passar pelas barras ou condutores produz nestes correntes induzidas,
fazendo com que o rotor crie um campo magnético que acompanhe seu sentido de giro.
Pode-se enunciar o seguinte princípio de funcionamento: três enrolamentos idênticos A, B e C
simetricamente colocados com os respectivos eixos a 120º entre si, percorridos por três
correntes alternadas de igual freqüência e valor eficaz, mas defasadas uma da outra de 120º
elétricos ou de 1/3 de período, produzem um campo magnético rotativo φ R com amplitude
constante, igual a 1,5 vezes o valor máximo de cada um dos três campos componentes φ A, φ B e φ
C.

Figura 11.13

φ R = 1,5 x φ B, onde φ B = máximo no instante considerado.

Figura 11.14

O campo magnético rotativo gira com velocidade uniforme, fazendo uma rotação em cada período
da corrente de alimentação.
O sentido de giro está subordinado à seqüência de fases das correntes nos três enrolamentos
das fases do motor que para girar ao contrário é preciso inverter-se a corrente de dois
enrolamentos. Em geral, os três enrolamentos são ligados em estrela ou triângulo, para receber
ligação de uma linha trifásica com três fios. O sentido de giro do campo poderá ser invertido,
trocando-se simplesmente dois fios da linha ligados aos terminais do motor.

Educação Profissional 47

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 11.16
Figura 11.15

O gráfico abaixo mostra uma curva senoidal que é a representação da f.e.m. da corrente
alternativa, e do campo magnético variável produzido por uma corrente que varia periodicamente
seu sentido e sua intensidade.

Uma corrente alternada Figura 11.17

O motor trifásico de indução tem rotação de campo girante de acordo com a freqüência da rede
e do número de pares de pólos: n = 120 x ƒ onde: ƒ = freqüência de rede elétrica e P = número
P
de pólos do motor

Escorregamento
A diferença entre a velocidade do campo girante e a do rotor dá-se o nome de escorregamento.
Geralmente o escorregamento é expresso percentualmente em relação à velocidade de
sincronismo. Seu valor é baixo quando o motor funciona à vazio.
O escorregamento é calculado pela relação: s = ns - n x 100
ns
Onde:
s = escorregamento, em %;
ns = velocidade síncrona;
n = velocidade do rotor.

O rotor do motor à plena carga dá um escorregamento que varia de 3% para os motores potentes
até 6% para os de pequena potência.
Estes motores levam vantagem sobre o motor síncrono, pelo fato de poder partir com carga.
Há dois tipos de motores de indução, conforme a forma do enrolamento do seu induzido:

Educação Profissional 48

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


 Motor de rotor gaiola de esquilo;
 Motor de rotor bobinado.

Rotor com Gaiola de Esquilo


O enrolamento do induzido deste tipo de motor é formado por barras de alumínio ou cobre,
colocadas dentro das ranhuras do rotor e tendo suas extremidades reunidas através de anéis de
curto circuito; as barras, quando de cobre, são soldadas aos anéis. Este motor é também chamado
rotor em curto circuito.
A velocidade do motor é praticamente constante, pois o escorregamento varia pouco com a carga.
O fator de potência aumenta com a utilização do motor até próximo à plena carga nominal, quando
alcança o seu máximo;
a partir de então elevando-se a carga, diminuirá o valor de cós φ.
O rendimento cresce, com a carga, até determinado ponto, também vizinho à plena carga nominal
quando as perdas fixas e variáveis se equivalem; além deste ponto o rendimento passa a baixar.
As características acima podem ser observadas no gráfico seguinte, onde 3 curvas relacionam o
rendimento, a velocidade e o fator de potência com a potência solicitada ao motor.

Figura 11.18

O conjugado que vem relacionado com o escorregamento, no gráfico seguinte é baixo no início do
funcionamento, sendo próprio para arranques sem carga. Quando se necessita maior conjugado no
início do funcionamento eleva-se a resistência do induzido usando-se rotores com dupla ou tripla
gaiola, ou ainda com ranhuras profundas.

Figura 11.19

Educação Profissional 49

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


O motor de indução com o rotor em curto circuito é próprio para comando de eixo de
transmissão, acionando bombas centrífugas, compressores de ar, ventiladores, tornos mecânicos
etc.

Rotor Bobinado
O enrolamento do induzido é constituído por condutores de cobre isolados entre si e montados
nas ranhuras do rotor. O conjugado no arranque, deste tipo de motor, é bem melhor que o
anterior, porque podemos inserir resistores em série com as fases do enrolamento do rotor. Há
tipos em que os resistores são montados no rotor e eliminados, quando a máquina atinge a sua
velocidade normal, através de mecanismos centrífugos.
Outro tipo de rotor bobinado é aquele em que seus enrolamentos se ligam à anéis coletores sobre
os quais apóiam-se as escovas. Para estes tipos usam-se reostatos, em estrela (γ), ligados em
série com os enrolamentos do rotor através de escovas e anéis coletores. A medida que o motor
aumenta a sua velocidade, manobra-se o reostato a fim de retirar gradativamente os resistores
do circuito até ligar os enrolamentos em estrela. Em alguns tipos de motores, para que as escovas
não fiquem desgastando-se durante a marcha normal, elas são suspensas e, através de alavancas,
os anéis são curto circuitados.
Com a adição de reostatos além de se melhorar o conjugado do motor pode-se variar a velocidade
do mesmo, porém com o inconveniente de aumentar a perda por efeito Joule nos resistores,
diminuindo o seu rendimento.
O motor com rotor bobinado é usado quando se necessita arrancar com carga e ainda quando se
precisa variar a velocidade, como no caso das gruas, elevadores, etc.
Os motores de indução, gaiola ou rotor bobinado, apresentam as seguintes vantagens: São
simples, robustos, de arranque próprio e bom rendimento.
O tipo gaiola de esquilo deve ser utilizado em todos os locais onde haja perigo de explosão, visto
não produzir faíscas, pois não contém contatos deslizantes (coletor, escovas, etc.).
O tipo com rotor bobinado é empregado quando há necessidade de arranque e paradas freqüentes
(serviço intermitente) que exige maior conjugado inicial. Além disso, com reostatos se tem
velocidade regulável.
Como desvantagens dos motores assíncronos citamos: o fator de potência não igual a unidade,
sendo baixo nos motores de pequena potência, salvo no caso de serem bem construídos. O tipo
gaiola de esquilo apresenta um baixo conjugado inicial, exceto nos de gaiolas especiais, e sua
velocidade não pode ser regulada por meios comuns.
Quando for necessário a velocidade na proporção de 2 para 1 ou vice-versa, usa-se efetuar
enrolamentos especiais de estator.

11.3 - DEFEITOS NAS LIGAÇÕES DOS MOTORES DE C.A.


Trataremos apenas dos defeitos externos mais freqüentes dos motores de CA.

11.3.1 - O Motor Não Arranca


Interrupção de uma ou mais fases da rede
Com o auxílio de um multímetro, pode ser verificado se há fios interrompidos, conexão solta,
contato frouxo, fusível queimado, ou falta de tensão em uma ou mais fases da rede. Com exceção
da última, que depende da rede da distribuição externa, as outras causas podem ser facilmente
reparadas.

Educação Profissional 50

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Reostato de arranque interrompido
Com o auxílio de um multímetro, pode se verificar a continuidade do circuito dos resistores ou o
mau funcionamento dos contatos. Este defeito é de fácil reparação.

11.3.2 - Motor não permanece com sua velocidade nominal com carga
Tensão baixa
Com a diminuição da tensão, à velocidade decresce, pois a potência é proporcional a ela. Com um
voltímetro devemos conferir o valor da tensão e ajustá-la ao devido valor, quando possível.

Ligação trocada
Corrige-se o defeito trocando-se as ligações.

11.3.3 - Aquecimento anormal


Interrupção de uma das fases
O motor funciona como se fosse monofásico, sua velocidade baixa e apresenta um ruído
característico, consome uma corrente muito maior que a de regime e, no caso de estar com carga,
acaba por queimar o enrolamento. Deve-se parar a máquina imediatamente, localizar o defeito
com um multímetro e repará-lo, sempre que possível.

Ligação trocada
Corrige-se o defeito, mudando-se as ligações. Caso se mude as ligações e o motor continue
apresentando o problema, é por que o defeito é interno.

11.4 - DEFEITOS INTERNOS NOS MOTORES DE C.A. ASSÍNCRONOS

11.4.1 - O Motor Não Arranca


Interrupção numa das fases do estator trifásico
A interrupção numa das fases dos motores trifásicos transforma o enrolamento em monofásico e
o motor não arranca. O consumo de corrente será excessivo e o enrolamento, como é óbvio, se
aquecerá demasiadamente, podendo até queimar o motor. Com um multímetro, procura-se a fase
interrompida e a seguir, usando-se o mesmo processo, verifica-se qual a ligação ou bobina
defeituosa. Encontrando-se o defeito, o reparo é simples.

Interrupção do circuito de trabalho ou auxiliar dos estatores monofásicos


A interrupção na alimentação de uma das bobinas (ou nas próprias bobinas), no condensador ou no
interruptor centrífugo faz com que o motor não arranque.
Localize o defeito como anteriormente e repare.

Rotor roçando no estator


O entreferro de motores de pequena e média potência é muito reduzido e qualquer desgaste de
mancais ou defeitos nos rolamentos desloca o rotor que entra em contato com o estator; tem-se

Educação Profissional 51

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


então o rotor bloqueado em razão da atração magnética, o que faz com que o rotor permaneça
parado. Constatado o defeito, proceder o reparo dos mancais ou rolamentos.
Interrupção em uma das fases do rotor bobinado
Havendo interrupção em uma das fases do rotor, o motor não dá partida. Com um multímetro
observar os defeitos que podem ser devido à falta de contato das escovas com os anéis, ligações
não executadas ou bobinas interrompidas. Constatado o defeito, proceder o reparo.

11.4.2 - O Motor Não Mantém Carga


Fase interrompida no enrolamento do rotor bobinado
A interrupção de uma fase no rotor bobinado, durante o funcionamento sob carga provoca perda
de velocidade do motor, gradualmente, até parar; essa anomalia é verificada também por um
ruído característico. A localização deste defeito se efetua ligando-se três amperímetros em
série com as fases respectivas do rotor. No funcionamento à vazio, as correntes assinaladas nos
aparelhos são iguais; a medida que se carrega o motor, há diminuição da velocidade e um
desequilíbrio nas fases do rotor que se observa nos amperímetros. Num dos aparelhos a corrente
cai a zero e nos outros dois, ela se eleva, indicando a fase interrompida naquela em que a
corrente se anula. Procurar o defeito e efetuar o reparo.

Defeito de fundição ou de solda no rotor gaiola de esquilo

Pode acontecer que, na fundição, o alumínio não encha completamente as ranhuras, ficando as
barras defeituosas, ou ainda, partirem-se devido ao esforço a que o rotor está submetido. Em se
tratando de barras de cobre, ligadas ao anel de curto circuito, com solda fraca, podem elas, por
aquecimento, dessoldarem-se. Essas irregularidades trazem consigo aumento de resistência do
rotor, o motor se aquece e a velocidade será inferior à do regime. Inspecionando-se o rotor,
constata-se o defeito e substitui-se o induzido ou refaz-se a solda conforme o caso.
É sempre preferível usar a solda forte ao invés da solda fraca, pois o ponto de fusão da solda
forte é mais elevado que o da fraca.

11.4.3 - Aquecimento Anormal


Interrupção numa fase do estator
Durante o funcionamento, ocorrendo a interrupção numa fase do estator, o motor passa a
trabalhar como monofásico, absorvendo maiores correntes e aquecendo exageradamente.
Deve-se parar o motor, verificar a fase interrompida, com um multímetro e efetuar o conserto.

O interruptor centrífugo não desliga (motores monofásicos)


O circuito auxiliar dos motores monofásicos não sendo interrompido durante o funcionamento,
provoca aquecimento do motor podendo queimar o enrolamento. Verificar o interruptor
centrífugo e repará-lo.

Ligações erradas
Engano nas ligações das fases ou nos grupos de bobinas de uma fase, ou ainda desigualdade do
número de espiras nas fases dão lugar a desequilíbrios de correntes. Comumente a corrente
resulta ser superior a do regime e o aquecimento será anormal. Com três amperímetros inseridos
em série nas fases do motor verificam-se as diferenças das correntes.

Educação Profissional 52

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Também pode ocorrer dissimetria devido a curto circuito entre espiras de uma fase.
Localizar o defeito, com instrumento adequado e conferir as ligações. Refazer as conexões
conforme esquema ou trocar bobinas com espiras em curto.

Curto circuito no rotor bobinado


Contato entre espiras ou entre bobinas do rotor, provocam maior consumo de corrente do
estator, principalmente no arranque, e forte aquecimento. Localizar o defeito com instrumento
adequado e efetuar o reparo.

Contato defeituoso entre barras e anéis de curto circuito


A f.e.m. induzida nas barras do rotor é muito pequena e a corrente, dada a baixa resistência da
gaiola, é grande. Os contatos, quando imperfeitos, provocam aumento de resistência, havendo,
pela Lei de Joule, aquecimento suficiente para dessoldar às barras de anéis (quando se trata de
solda fraca).
Com este defeito o motor perde velocidade. Com gaiola de alumínio fundido sob pressão ou com
barras de cobre unidas aos anéis, com solda forte, estes inconvenientes não se manifestam.

Umidade ou óleo nos enrolamentos


Umidade ou óleo nos enrolamentos baixa a resistência do isolamento, provocando aquecimento
anormal na máquina.
Quando este fica depositado em lugar pouco arejado e com vapor de água os enrolamentos
adquirem umidade. É de boa norma efetuar um teste de isolação antes de colocarmos a máquina
em funcionamento. No caso do óleo lubrificante escorregar dos mancais, penetrando nos
enrolamentos; é necessário efetuarmos um teste de isolação, pois tanto a umidade como o óleo
lubrificante estragam o verniz dos enrolamentos. Para repararmos estes inconvenientes é
necessário colocarmos a máquina em estufa, tendo o cuidado de retirar as partes que podem se
danificar com a temperatura que vai aproximadamente a 100ºC.
Em alguns casos torna-se necessário aplicar nova camada de verniz nos enrolamentos.

Enrolamento do estator ou do rotor ligados à massa


Com um megôhmetro, verificar se há contato entre condutores e massa. localizar as bobinas
defeituosas e isolá-las ou substituí-las por outras novas, conforme a necessidade.

Mancais ou rolamentos gastos


Verificar a folga nos mancais e rolamentos e proceder a reparação do mancal ou substituição dos
rolamentos.

Defeitos de lubrificação (falta ou excesso)


Verificar os mancais e reparar caso haja excesso ou falta de lubrificação.

11.4.4 - Funcionamento Ruidoso


Rotor desequilibrado

Educação Profissional 53

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


O defeito se manifesta com um ruído periódico, tanto mais acentuado quanto for o desequilíbrio
do rotor e excessiva vibração da máquina.
Essa irregularidade pode ser proveniente de um enrolamento mal distribuído. Deve-se
restabelecer de imediato, o equilíbrio estático, com máquina apropriada; o desequilíbrio faz com
que a parte mais pesada do rotor se desloque para baixo. Adiciona-se ou retira-se um contrapeso,
que pode ser de chumbo, na parte diametralmente oposta.
A fixação deste contrapeso deve ser firme para evitar que se solte sob a ação da rotação.

Figura 11.20

Desgaste dos mancais ou rolamentos


O desgaste dos mancais ou dos rolamentos provoca um ronco no motor que pode ser contínuo ou
intermitente. Reparar os mancais ou substituir os rolamentos quando comprovada essa anomalia.

Indução excessiva
Sobre carga, tensão superior à normal, e freqüência inferior a de regime fazem com que a
indução se eleve, provocando aquecimento do motor e funcionamento ruidoso.
A sobrecarga eleva a corrente acima do normal, aumentando por conseguinte o número de
ampère-espiras, o que determina excesso de indução. A tensão superior à normal e a freqüência
inferior à do regime produzem o mesmo efeito da sobrecarga.
A indução excessiva se elimina fazendo com que o motor trabalhe dentro de suas características
que estão indicadas na placa fixada na carcaça.

12 - TRANSFORMADOR

12.1 - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO


O transformador é um dispositivo que permite elevar ou abaixar os valores de tensão ou corrente
em um circuito de C.A.

Acumulo de linhas de força

Figura 12.1

A grande maioria dos equipamentos eletrônicos emprega transformadores, seja como elevador ou
abaixador de tensões.
Educação Profissional 54

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 12.2

Quando uma bobina é conectada a uma fonte de C.A. surge um campo magnético variável ao seu
redor.

CAMPO MAGNÉTICO
VARIÁVEL

Figura 12.3

Aproximando-se outra bobina a primeira o campo magnético variável gerado na primeira bobina
“corta” as espiras da segunda bobina.

TENSÃO
APLICADA

Figura 12.4

Como conseqüência da variação de campo magnético sobre suas espiras surge na segunda bobina
uma tensão induzida.

TENSÃO TENSÃO
APLICADA INDUZIDA

Figura 12.5

A bobina na qual se aplica a tensão C.A. é denominada de primário do transformador e a bobina


onde surge a tensão induzida é denominada de secundário do transformador.

Educação Profissional 55

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


TENSÃO TENSÃO
APLICADA INDUZIDA

Figura 12.6

É importante observar que as bobinas primária e secundária são eletricamente isoladas entre si.
A transferência de energia de uma para a outra se dá exclusivamente através das linhas de força
magnéticas.
A tensão induzida no secundário de um transformador é proporcional ao número de linhas
magnéticas que corta a bobina secundária.
Por esta razão, o primário e o secundário de um transformador são montados sobre um núcleo de
material ferromagnético.

Núcleo de ferro

Secundário

Primário

Figura 12.7
O núcleo diminui a dispersão do campo magnético, fazendo com que o secundário seja cortado
pelo maior número de linhas magnéticas possível, obtendo uma melhor transferência de energia
entre primário e secundário. As figuras abaixo ilustram o efeito provocado pela colocação do
núcleo no transformador.

Figura 12.8

Com a inclusão do núcleo o aproveitamento do fluxo magnético gerado no primário é maior.


Entretanto, surge um inconveniente: o ferro maciço sofre grande aquecimento com a passagem do
fluxo magnético.

Educação Profissional 56

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Para diminuir este aquecimento utiliza-se ferro silicoso laminado para a construção do núcleo.
Ferro Silicoso
Laminado

Figura 12.9

Com a laminação do ferro se reduzem as “correntes parasitas” responsáveis pelo aquecimento do


núcleo.
A laminação não elimina o aquecimento, mas reduz sensivelmente em relação ao ferro maciço.
A figura abaixo mostra os símbolos empregados para representar o transformador, segundo a
norma ABNT.

Figura 12.10 Figura 12.11

Os traços colocados no símbolo entre as bobinas do primário e secundário, indicam o núcleo de


ferro laminado. O núcleo de ferro é empregado em transformadores que funcionam em baixas
freqüências (50 Hz, 60 Hz, 120 Hz).
Transformadores que funcionam em freqüências mais altas (KHz) geralmente são montados em
núcleo de FERRITE. A figura abaixo mostra o símbolo de um transformador com núcleo de
ferrite.

Figura 12.12

12.2 - TRANSFORMADORES COM MAIS DE UM SECUNDÁRIO


É possível construir transformadores com mais de um secundário, de forma a obter diversas
tensões diferentes.

Educação Profissional 57

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 12.13

Estes tipos de transformadores são muito utilizados em equipamentos eletrônicos.

12.3 - RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO


A aplicação de uma tensão C.A. ao primário de um transformador resulta no aparecimento de uma
tensão induzida no seu secundário.

TENSÃO
INDUZIDA

Figura 12.14

Aumentando-se a tensão aplicada ao primário, a tensão induzida no secundário aumenta na mesma


proporção.

Figura 12.15

Verifica-se através dos exemplos das figuras acima que, no transformador tomado com exemplo;
a tensão do secundário é sempre a metade da tensão aplicada no primário.
A relação entre as tensões no primário e secundário depende fundamentalmente da relação entre
o número de espiras no primário e secundário.

Educação Profissional 58

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Num transformador com primário de 100 espiras e secundário de 200 espiras a tensão no
secundário será o dobro da tensão no primário.

Figura 12.16

Denominando-se o número de espiras do primário de NP e do secundário de NS pode-se escrever:

(lê-se: saem 2 para cada 1 que entra)

Verifica-se que o resultado da relação NS/NP é o mesmo da relação VS/VP. Logo, pode-se
escrever:

Matematicamente, pode-se, escrever que, para o transformador usado como exemplo:

O resultado desta relação (VS/VP) é denominado de relação de transformação.

A relação de transformação expressa a relação entre a tensão aplicada ao primário e a tensão


induzida no secundário.

Um transformador pode ser construído de forma a ter qualquer relação de transformação que se
necessite. Por exemplo:
Tabela 12.1

Relação de Tensões
Transformador
3 VS = 3 x VP
5,2 VS = 5,2 x VP
0,3 VS = 0,3 x VP
Educação Profissional 59

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


13 - QUADROS DE COMANDO E CONTROLE

13.1 - CENTRO DE CONTROLE DE MOTORES (C.C.M.)


É um quadro de distribuição de energia, porém adequado ao comando e proteção de motores.
É indicado quando:
 Um grande número de motores deve ser comandado;
 Máxima continuidade de serviço deve ser assegurada;
 Segurança absoluta para os operadores deve ser garantida.
Neste tipo de quadro, os compartimentos contém gavetas onde estão instalados todos os
componentes de comando e proteção do motor alimentado por aquele compartimento.

Desta forma, a manutenção é rápida e segura, pois a gaveta pode ser retirada do compartimento
sem interrupção de serviço dos outros compartimentos do C.C.M.
A figura abaixo mostra um Centro de Controle de Motores (C.C.M.).

Figura 13.1

Figura 13.2

Educação Profissional 60

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


14 - DISPOSITIVOS DE PRODUÇÃO E ACIONAMENTO

14.1 - DISJUNTORES
Denominam-se disjuntores os dispositivos de manobra e proteção, capazes de estabelecer,
conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito, assim como estabelecer,
conduzir por tempo especificado e interromper correntes em condições anormais especificadas
do circuito, tais como as de curto-circuito e/ou sobrecarga.
Os disjuntores denominados térmicos possuem um dispositivo de interrupção da corrente
constituído por lâminas de metais de coeficientes de dilatação térmica diferentes (latão e aço),
soldados. A dilatação desigual das lâminas, por efeito do aquecimento, provocado por uma
corrente de sobrecarga moderada de longa duração, faz interromper a passagem da corrente no
circuito, porque a dilatação desigual das lâminas determina que as mesmas se curvem e desliguem
o dispositivo.
Esses dispositivos bimetálicos são relés térmicos e, em certos tipos de disjuntores, são
ajustáveis em função da temperatura ambiente. Além dos relés bimetálicos, muitos disjuntores
são providos de relés magnéticos (bobinas de abertura), que atuam mecanicamente, desligando o
disjuntor quando a corrente é intensa e de curta duração (relés de máxima). Desarmam, também,
quando ocorre um curto-circuito em uma ou nas três fases.

Figura 14.1

Disjuntor tripolar a seco 3VE0 para correntes até 16 A, os tipos que possuem “bobina de mínima”
desarmam quando falta tensão em uma das fases. A figura abaixo mostra como atua o elemento
térmico bimetálico.

a) Ligado b) Desligado
Disjuntor com proteção térmica apenas

Figura 14.2
Quando ocorre um aumento de intensidade da corrente, o elemento bimetálico (1) se desloca,
provocando o desarmamento da peça (2), a qual recebe a ação de uma mola.
Este tipo de disjuntor é ideal para proteção contra sobrecarga.
O disjuntor representado esquematicamente na figura abaixo é do tipo eletromagnético.

Educação Profissional 61

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


a) Ligado b) Desligado
Disjuntor com proteção eletromagnética apenas
Figura 14.3

Quando uma corrente de determinada intensidade percorre a bobina (1), a haste (2) é atraída; a
peça (3) destrava a alavanca (4), que, pela ação de uma mola, desliga o contato (5).
Este tipo de disjuntor é ideal para proteção contra curto-circuito.
A figura abaixo representa um disjuntor com proteção térmica e eletromagnética.

a) Ligado b) Desligado
Disjuntor com proteção térmica e eletromagnética
Figura 14.4

Este tipo de disjuntor é ideal para proteção contra sobrecarga e curto-circuito.


Existem disjuntores termomagnéticos compensados que contêm um segundo par bimetálico, capaz
de neutralizar o efeito de eventual elevação de temperatura ambiente.

Figura 14.5

Existem disjuntores que desarmam as três fases quando a sobrecarga ocorre em apenas uma das
fases.
O tipo de disjuntor usado na proteção de circuitos de baixa-tensão são os disjuntores em caixa
moldada (caixa suporte de material isolante). Para a proteção de circuitos de iluminação e
tomadas são usados os disjuntores em caixa moldada monofásicos, como o QUICKLAG, da
Eletromar-Westinghouse;
Diaquick, da Siemens; TQC, da General Eletric etc.

Educação Profissional 62

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


14.2 - RELÉS DE SUBTENSÃO E SOBRECORRENTE
Muitos disjuntores, além dos elementos térmicos e eletromagnéticos, podem ter como acessórios
bobina de mínima tensão (também chamada, relé de subtensão), que numa falta ou queda de
tensão interrompe a passagem de corrente, não danificando os equipamentos (no caso um motor
trifásico ligado à rede de alimentação) quando há uma queda de energia na linha ou até mesmo a
falta. O relé (eletroímã) (1) mantém a peça (2) travando a peça (3), fechando o circuito. A mola
(4) não tem condições de fazer baixar a peça (2). Faltando tensão, o eletroímã (1) não funciona, e
amola (4) desloca a peça (2). Com isto, a barra (3) é destravada e, acionada pela mola (5),
desarmando as três fases da chave, e esta só poderá ser rearmada manualmente.
Assim, há certeza de que o motor não voltará a funcionar quando a tensão se restabelecer.

Figura 14.6
Réle de mínima tensão
Poderemos ter também um relé de sobrecorrente que atuará sempre que a corrente atingir
valores elevados. Ele tem o mesmo funcionamento do relé térmico já mencionado.

Figura 14.7

Disjuntor tripolar a seco 3VE4, Siemens, com relé térmico bimetálico ajustável, relé magnético
não ajustável, relé de subtensão (bobina de mínima) e relé de disparo (para acionamento a
distância).

14.3 - SEGURANÇA FUSÍVEIS TIPO NH E DIAZED


São dispositivos usados com o objetivo de limitar a corrente de um circuito, proporcionando sua
interrupção em casos de curtos-circuitos ou sobrecargas de longa duração (figs 14.8 e 14.9).

Educação Profissional 63

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 14.8 Figura 14.9

14.3.1 - Constituição das Seguranças NH


As seguranças NH são compostas de base e fusível. (figs. 14.10 e 14.11). A base é construída
geralmente de esteatita., plástico ou termofixo, possuindo meios de fixação a quadros ou placas.
Possuem contatos em forma de garras prateadas, que garantem o contato elétrico perfeito e alta
durabilidade; a essas garras se juntam molas que aumentam a pressão de contato.
a = Material isolante (esteatita)
b = Contato em forma de garra
c = Mola

Base de montagem de fusíveis do Sistema NH


Figura 14.11
Figura 14.10 Fusível NH

O fusível possui um corpo de porcelana (fig. 14.12) de seção retangular, com suficiente
resistência mecânica, contendo nas extremidades facas prateadas. Dentro do corpo de porcelana
se alojam o elo fusível e o elo indicador de queima, imersos em areia especial, de granulação
adequada.

Figura 14.12

Corpo de porcelana

O elo fusível é feito de cobre, em forma de laminas, vazadas em determinados pontos para
reduzir a seção condutora (fig. 14.13). Existem ainda elos fusíveis feitos de fita de prata virgem.

Elo indicador de queima


Elo fusível

Figura 14.13

Educação Profissional 64

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Retirando-se o fusível de segurança, obtém-se uma separação visível dos bornes, tornando
dispensável em alguns casos a utilização de um seccionador adicional. Para se retirar o fusível, é
necessária a utilização de um dispositivo, construído de fibra isolante, com engates para
extração, o qual recebe o nome de “punho saca-fusíveis”.

14.3.2 - Constituição de Seguranças Diazed (D)


As seguranças D são compostas de: base aberta ou protegida, tampa, fusível, parafuso de ajuste
e anel.
Base
É um elemento de porcelana (fig. 14.14) que comporta um corpo metálico, roscado internamente, e
externamente ligado a um dos bornes; o outro borne está isolado do primeiro e ligado ao parafuso
de ajuste.

Figura 14.14

A = borne ligado ao corpo roscado.


B = borne ligado ao parafuso de ajuste.
Tampa
É um dispositivo, geralmente de porcelana, com um corpo metálico roscado, que fixa o fusível à
base e não se inutiliza com a queima do fusível (fig. 14.15).

Figura 14.15

Permite inspeção visual do indicador do fusível e a substituição deste sob tensão.


Parafuso de ajuste
É um dispositivo, feito de porcelana, com um parafuso metálico que, introduzido na base, impede o
uso de fusíveis de “capacidade” superior a da indicada (fig. 14.16).

Figura 14.16

A montagem do parafuso de ajuste é feita com o auxílio de uma chave especial.

O anel
É também um elemento de porcelana, roscado internamente, que protege a rosca metálica da base
aberta, evitando a possibilidade de contatos acidentais, na troca do fusível (fig. 14.17).

Educação Profissional 65

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 14.17

O fusível
É constituído de um corpo de porcelana em cujos extremos metálicos se fixa um fio de cobre
puro ou recoberto com uma camada de zinco, imerso em areia especial, de granulação adequada,
que funciona como meio extintor do arco voltaico, evitando o perigo de explosão, no caso da
queima do fusível (figs 14.18 e 14.19).
Fusão dos elos e expulsão da espoleta
Espoleta
Mola
Contato superior

Elo indicador de queima Elo fusível

Areia

Contato inferior

Figura 14.18 Figura 14.19

Possui um indicador, visível através da tampa, denominado espoleta, com cores correspondentes
em caso de queima.
O elo indicador de quem é constituído de um fio muito fino, que está ligado em paralelo com o elo
fusível. No caso de fusão do elo fusível, o fio do indicador de queima também se fundirá,
provocando o desprendimento da espoleta.

14.4 - RELÉS TÉRMICOS


Os relés térmicos são dispositivos construídos para proteger, controlar ou comandar um circuito
elétrico, atuando sempre pelo efeito térmico provocado pela corrente elétrica (fig. 14.20).

Figura 14.20

14.4.1 - Elemento básico dos relés térmicos


Os relés térmicos têm como elemento básico o “bimetal”. Esse elemento é constituído de duas
lâminas finas (normalmente ferro e níquel), sobrepostas e soldadas (figs. 14.21).

Educação Profissional 66

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 14.21

14.4.2 - Funcionamento dos relés térmicos (fig. 14.22)


Quando dois metais, de coeficientes de dilatação diferentes, são unidos em superposição, temos
um par metálico. Se esses metais forem em forma de tiras, teremos um par metálico (ou bimetal)
com a conformação apropriada para o relé. Em virtude da diferença do coeficiente de dilatação,
um dos metais se alonga mais que o outro. Por estarem rigidamente unidos, o de menor
coeficiente de dilatação provoca um encurvamento do conjunto para o seu lado, afastando o
conjunto de um ponto determinado. Esse movimento pode ser usado para diversos fins, como
disparar um gatilho e abrir um circuito. O gatilho tem a função de fazer com que a abertura ou o
fechamento dos contatos seja o mais rápido possível, a fim de que o arco elétrico não provoque a
soldagem ou o desgaste dos contatos.

Figura 14.22

14.4.3 - Aplicação dos relés térmicos


As características dos bimetais aplicados aos relés permitem aos mesmos o controle de:
1 - sobrecarga - na proteção de motores;
2 - controle da temperatura ambiente;
3 - temporização - quando usados juntamente com uma bobina de duplo bobinado (bobina Y), ou
seja, bobina de contator com secundário.

14.4.4 - Tipos de relés térmicos


Os relés térmicos podem ser:
1 - diretos ou indiretos;
2 - com retenção ou sem retenção;
3 - compensados;

Educação Profissional 67

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


4 - diferenciais.

14.4.5 - Relés diretos


Os relés diretos são aquecidos pela passagem da corrente de carga pelo próprio bimetal.
O relé bimetálico direto desarma o disjuntor, quando há uma sobrecarga. A ação bimetal é lenta,
porém o deslocamento é brusco, pela ação do gatilho.
Observação: A abertura rápida evita a danificação ou soldagemdos contatos.

14.5 - CHAVES AUXILIARES TIPO BOTOEIRA


As chaves auxiliares tipo botoeira são chaves de comando manual que têm por finalidade
interromper ou estabelecer momentaneamente, por pulso, um circuito de comando, para iniciar,
interromper ou continuar um processo de automação.
Podem ser montadas em caixas para sobreposição ou para montagem em painéis (figs. 14.23 e
14.24).

Figura 14.23 Figura 14.24

As botoeiras podem ter diversos botões agrupados em painéis ou caixas, e cada botão pode
acionar também diversos contatos, abridores ou fechadores.
Externamente, são construídas com proteção contra ligação acidental (fig. 14.25), sem proteção
fig. 14.26) ou com chave tipo fechadura, denominada comutador de comando (fig. 14.27).

Figura 14.25 Figura 14.26 Figura 14.27

As botoeiras protegidas (fig. 14.25) possuem uma guarnição que impede a ligação acidental e
possuem longo curso para a ligação.
As botoeiras com chave (fig. 14.27) são do tipo comutadoras, que tem por finalidade impedir que
qualquer pessoa ligue o circuito.
As botoeiras ainda podem ser apresentadas no tipo pendente.
Nesse caso, sua utilização destina-se ao comando de pontes rolantes, falhas elétricas ou, ainda,
máquinas operatrizes em que o operador tem de ligá-las em várias posições diferentes (fig.
14.28). Elas possuem formato anatômico.

As botoeiras luminosas são dotadas de lâmpadas internas, que se iluminam quando os botões são
acionados (fig. 14.29).

Educação Profissional 68

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Figura 14.28
Figura 14.29

Observação: Não devem ser usadas para desligar nem para ligar emergência.

14.5.1 - Constituição das botoeiras


As botoeiras são essencialmente constituídas de botões propriamente ditos, dos contatos móveis
e dos contatos fixos.
Os contatos móveis podem ter um movimento de escorregamento para auto manutenção, ou seja,
retiram qualquer oxidação que possa aparecer na superfície de contato.
Esses contatos são recobertos de prata e construídos para elevado número de manobras,
aproximadamente 10 milhões de operações.

14.6 – CONTATORES
São dispositivos de manobra mecânica, acionados eletromagneticamente, construídos para uma
elevada freqüência de operação, e cujo arco é extinto no ar, sem afetar o seu funcionamento.
O contator é, de acordo com a potência (carga), um dispositivo de comando de motor, e pode ser
utilizado individualmente, acoplado a relés de sobrecorrente, na proteção contra sobrecarga. Há
certos tipos de contatores com capacidade de estabelecer e interromper correntes de curto-
circuito.
Basicamente existem contatores para motores e contatores auxiliares.

Figura 14.30 - Contadores para motores

Figura 14.31 - Contadores


auxiliares

14.6.1 - Construção
Os contatores são construídos de um grande número de peças, tendo como elementos principais
os representados na figura abaixo.

Educação Profissional 69

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


Observação: A bobina de sombra (anel em curto) tem a finalidade de eliminar a trepidação
produzida no núcleo pelo campo magnético de C.A.

Figura 14.32

1 - Contato fixo com parafuso e arruela;


2 - Bobina;
3 - 3a - núcleos dos magnetos (fixo e móvel);
4 - Bobina de sombra;
5 - Suporte da mola do contato móvel;
6 - Mola do contato móvel;
7 - Contato móvel;
8 - Suporte inferior dos contatos fixos;
9 - Ponte suporte dos contatos móveis;
10 - Mola;
11 - Mola interruptora;
12 - Suporte superior dos contatos fixos (extintor do arco).

14.7 - RELÉS DE TEMPO


São dispositivos para utilização em manobras que exigem temporização, em esquemas de
comando, para partida, proteção e regulagem. Eles têm excitação permanente e acionamento em
corrente alternada. Os relés de tempo tipo eletrônicos também podem ter aplicações em
corrente contínua.

Figura 14.33

Educação Profissional 70

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


14.8 - CAPACITOR
Denomina-se capacitor um sistema formado por dois condutores próximos, mas isolados um do
outro, que interagem apenas por meio do campo elétrico, de forma que todas as linhas de campo
que saem de um deles atingem o outro.

Capacitor esférico Capacitor diano


Figura 14.34 Figura 14.35

Esse sistema resulta numa indução eletrostática muito intensa, que leva a uma grande capacidade
de armazenamento de carga elétrica e de energia potencial elétrica.
Os condutores que formam o capacitor denominam-se armaduras.

14.8.1 - CAPACIDADE DE UM CAPACITOR


Quando o capacitor está carregado, suas armaduras apresentam sempre cargas de mesmo módulo
e sinais contrários. Sendo +Q e -Q as cargas das armaduras, a carga do capacitor é Q. Para o
capacitor se carregar com carga Q, é necessário uma diferença de potencial U entre suas
armaduras.
Capacidade elétrica do capacitor (medida em farad) é a relação entre a carga e a diferença de
potencial:
C = Q
U

15 - ANEXO

NR 10 - INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE (110.000-9)

15.1. Esta Norma Regulamentadora - NR fixa as condições mínimas exigíveis para garantir a
segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas,
incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação e, ainda, a segurança de
usuários e terceiros.
15.1.1. As prescrições aqui estabelecidas abrangem todos os que trabalham em eletricidade, em
qualquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica.

Educação Profissional 71

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


15.1.2. Nas instalações e serviços em eletricidade, devem ser observadas no projeto, execução,
operação, manutenção, reforma e ampliação, as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos
órgãos competentes e, na falta destas, as normas internacionais vigentes. (110.001-7 / I2)
15.2. Instalações.
15.2.1. Proteção contra o risco de contato.
15.2.1.1. Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo
que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros
tipos de acidentes. (110.002-5 / I2)
15.2.1.2. As partes de instalações elétricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas, devem
ser dispostas de modo a permitir um espaço suficiente para trabalho seguro. (110.003-3/ I2)
15.2.1.3. As partes das instalações elétricas, não cobertas por material isolante, na
impossibilidade de se conservarem distâncias que evitem contatos casuais, devem ser isoladas por
obstáculos que ofereçam, de forma segura, resistência a esforços mecânicos usuais. (110.004-1 /
I2)
15.2.1.4. Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que,
eventualmente, possa ficar sob tensão, deve ser aterrada, desde que esteja em local acessível a
contatos. (110.005-0 / I2)
15.2.1.5. O aterramento das instalações elétricas deve ser executado, obedecido o disposto no
subitem 10.1.2.

(110.006-8 / I2)
15.2.1.6. As instalações elétricas, quando a natureza do risco exigir e sempre que tecnicamente
possível, devem ser providas de proteção complementar, através de controle à distância, manual
e/ou automático. (110.007-6 / I2)
15.2.1.7. As instalações elétricas que estejam em contato direto ou indireto com a água e que
possam permitir fuga de corrente devem ser projetadas e executadas, considerando-se as
prescrições previstas no subitem 10.1.2, em especial quanto à blindagem, estanqueidade,
isolamento e aterramento. (110.008-4 / I2)
15.2.2. Proteção contra riscos de incêndio e explosão.
15.2.2.1. Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas, executadas e
conservadas de acordo com as prescrições do subitem 10.1.2, para prevenir os riscos de incêndio
e explosão. (110.009-2 / I2)
15.2.2.2. As instalações elétricas sujeitas a maior risco de incêndio e explosão devem ser
projetadas e executadas com dispositivos automáticos de proteção contra sobrecorrente e
sobretensão, além de outras complementares, de acordo com as prescrições previstas no subitem
15.1.2. (110.010-6 / I3)
15.2.2.3. Os ambientes das instalações elétricas, que contenham risco de incêndio, devem ter
proteção contra fogo, de acordo com as normas técnicas vigentes no País. (110.011-4 / I2)
15.2.2.4. As partes das instalações elétricas sujeitas à acumulação de eletricidade estática
devem ser aterradas, seguindo-se as prescrições previstas no subitem 10.1.2. (110.012-2 / I2)
15.2.3. Componentes das instalações.
15.2.3.1. Os transformadores e capacitores devem ser instalados, consideradas as
recomendações do fabricante e normas específicas, no que se refere à localização, distância de
isolamento e condições de operação, respeitando-se as prescrições previstas no subitem 10.1.2,
em especial, e as prescrições dos subitens 10.2.1.3 e 10.2.1.4. (110.013-0 / I2)

Educação Profissional 72

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


15.2.3.2. Os transformadores e capacitores, localizados no interior de edificações destinadas a
trabalho, deverão ser instalados em locais bem ventilados, construídos de materiais
incombustíveis e providos de portas corta-fogo, de fechamento automático. (110.014-9 / I4)
15.2.3.3. Os postos de proteção, transformação e medição de energia elétrica devem obedecer às
prescrições contidas no subitem 10.1.2 e, em especial, àquelas referentes a espaço de trabalho,
iluminação e isolamento de ferramentas. (110.015-7 / I2)
15.2.3.4. Os dispositivos de desligamento e manobra de circuitos elétricos devem ser projetados
e instalados, considerando-se as prescrições previstas no subitem 10.1.2 e, em especial, as
prescrições referentes à localização, sinalização, comando e identificação. (110.016-5 / I2)
15.2.3.5. Todas as edificações devem ser protegidas contra descargas elétricas atmosféricas,
segundo as prescrições do subitem 10.1.2 e, em especial, as prescrições referentes à localização,
condições de ligação à terra e zona de atuação dos pára-raios. (110.017-3 / I2)
15.2.3.6. Os condutores e suas conexões, condutos e suportes devem ser projetados e instalados,
considerando-se as prescrições previstas no subitem 10.1.2 e, em especial, as prescrições
referentes a isolamento, dimensionamento, identificação e aterramento. (110.018-1 / I2)
15.2.3.7. Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como telefonia, sinalização,
controle e tração elétrica, devem ser instalados, observando-se os cuidados especiais quanto à
sua separação física e identificação. (110.019-0 / I1)
15.2.3.8. Os Quadros de Distribuição e Painéis de Controle devem ser projetados, instalados,
mantidos e operados, considerando-se as prescrições previstas nos subitens 10.1.2 e 10.3.2.4 e,
em especial, as prescrições referentes à localização, iluminação, visibilidade, identificação dos
circuitos e aterramento. (110.020-3 / I2)
15.2.3.9. As baterias fixas de acumuladores devem ser instaladas em locais ou compartimentos
providos de piso de material resistente a ácidos e dotados de meios que permitam a exaustão dos
gases. (110.021-1 / I2)
15.2.3.9.1. Os locais ou compartimentos referidos no subitem 10.2.3.9 devem estar situados à
parte do restante das instalações. (110.022-0 / I2)
15.2.3.9.2. A instalação elétrica dos locais ou compartimentos referidos no subitem 10.2.3.9.1
devem obedecer às prescrições previstas no subitem 10.1.2. (110.023-8 / I2)
15.2.4. Equipamentos de utilização da energia elétrica.
15.2.4.1. As instalações elétricas, destinadas à utilização de eletrodomésticos, em locais de
trabalho e de ferramentas elétricas portáteis, devem atender às prescrições dos subitens
15.2.1.4 e 15.2.1.7 e, ainda, quanto à tomada de corrente, extensões de circuito, interruptores de
correntes, especificação e qualidade dos condutores devem obedecer às prescrições previstas no
subitem 10.1.2. (110.024-6 / I2)
15.2.4.1.1. É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho à mesma tomada de corrente,
com o emprego de acessórios que aumentem o número de saídas, salvo se a instalação for
projetada com essa finalidade. (110.025-4 / I2)
15.2.4.2. As máquinas elétricas girantes devem ser instaladas, obedecidas as recomendações do
fabricante, as normas específicas no que se refere à localização e condições de operação e, em
especial, as prescrições previstas nos subitens 10.2.1.3 e 10.2.1.4. (110.026-2 / I2)
15.2.4.3. Todo motor elétrico deve possuir dispositivo que o desligue automaticamente toda vez
que, por funcionamento irregular, represente risco iminente de acidente. (110.027-0 /I2)
15.2.4.4. Os equipamentos de iluminação devem ser especificados e mantidos durante sua vida
útil, de forma a garantir os níveis de iluminamento contidos na Norma Regulamentadora - NR 15 e
posicionados de forma a garantir condições seguras de manutenção. (110.028-9 / I1)

Educação Profissional 73

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


15.2.4.5. Os equipamentos de iluminação devem ser de tipo adequado ao ambiente em que serão
instalados e possuir proteção externa adequada. (110.029-7 / I1)
15.2.4.6. As lâmpadas elétricas portáteis serão utilizadas unicamente onde não possa ser
conseguida uma iluminação direta dentro dos níveis de iluminamento previstos na NR 15.(110.030-
0 / I1)
15.2.4.7. Os aparelhos portáteis de iluminação devem ser construídos e utilizados de acordo com
o subitem 10.1.2. (110.031-9 / I1)
15.2.4.8. As tomadas de correntes para instalação no piso devem possuir caixa protetora que
impossibilite a entrada de água ou de objetos estranhos, estando ou não o pino inserido na
tomada. (110.032-7 / I1)
15.3. Serviços.
15.3.1. Proteção do trabalhador.
15.3.1.1. No desenvolvimento de serviços em instalações elétricas devem ser previstos Sistemas
de Proteção Coletiva - SPC através de isolamento físico de áreas, sinalização, aterramento
provisório e outros similares, nos trechos onde os serviços estão sendo desenvolvidos. (110.033-5
/ I2)
15.3.1.1.1. Quando, no desenvolvimento dos serviços, os sistemas de proteção coletiva forem
insuficientes para o controle de todos os riscos de acidentes pessoais, devem ser utilizados
Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC e Equipamentos de Proteção Individual - EPI, tais como
varas de manobra, escadas, detectores de tensão, cintos de segurança, capacetes e luvas,
observadas as prescrições previstas no subitem
15.1.2. (110.034-3 / I3)
15.3.1.2. As ferramentas manuais utilizadas nos serviços em instalações elétricas devem ser
eletricamente isoladas, merecendo especiais cuidados as ferramentas e outros equipamentos
destinados a serviços em instalações elétricas sob tensão. (110.035-1 / I2)
15.3.1.3. Todo equipamento elétrico, tais como motores, transformadores, capacitores, devem
conter, nas suas especificações, o seu espectro sonoro em faixas de oitava freqüência, para
controle do seu nível de pressão sonora. (110.036-0 / I1)
15.3.2. Procedimentos.
15.3.2.1. Durante a construção ou reparo de instalações elétricas ou obras de construção civil,
próximas de instalações sob tensão, devem ser tomados cuidados especiais quanto ao risco de
contatos eventuais e de indução elétrica. (110.037-8 /I2)
15.3.2.2. Quando forem necessários serviços de manutenção em instalações elétricas sob tensão,
estes deverão ser planejados e programados, determinando-se todas as operações que envolvam
riscos de acidente, para que possam ser estabelecidas as medidas preventivas necessárias.
(110.038-6 / I2)
15.3.2.3. Toda ocorrência, não programada, em instalações elétricas sob tensão deve ser
comunicada ao responsável por essas instalações, para que sejam tomadas as medidas cabíveis.
(110.039-4 / I3)
15.3.2.4. É proibido o acesso e a permanência de pessoas não autorizadas em ambientes próximos
a partes das instalações elétricas que ofereçam riscos de danos às pessoas e às próprias
instalações. (110.040-8 / I2)
15.3.2.5. Os serviços de manutenção ou reparo em partes de instalações elétricas que não
estejam sob tensão só podem ser realizados quando as mesmas estiverem liberadas. (110.041-6/
I2)

Educação Profissional 74

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


15.3.2.5.1. Entende-se por instalação elétrica liberada para estes serviços aquela cuja ausência de
tensão pode ser constatada com dispositivos específicos para esta finalidade.
15.3.2.5.2. Para garantir a ausência de tensão no circuito elétrico, durante todo o tempo
necessário para o desenvolvimento destes serviços, os dispositivos de comando devem estar
sinalizados e bloqueados, bem como o circuito elétrico aterrado, considerando-se as prescrições
previstas no subitem 15.3.1.1. (110.042-4 / I3)
15.3.2.6. Os serviços de manutenção e/ou reparos em partes de instalações elétricas, sob tensão,
só podem ser executados por profissionais qualificados, devidamente treinados, em cursos
especializados, com emprego de ferramentas e equipamentos especiais, atendidos os requisitos
tecnológicos e as prescrições previstas no subitem 15.1.2. (110.043-2 / I2)
15.3.2.7. As instalações elétricas devem ser inspecionadas por profissionais qualificados,
designados pelo responsável pelas instalações elétricas nas fases de execução, operação,
manutenção, reforma e ampliação. (110.044-0 / I2)
15.3.2.7.1. Deve ser fornecido um laudo técnico ao final de trabalhos de execução, reforma ou
ampliação de instalações elétricas, elaborado por profissional devidamente qualificado e que
deverá ser apresentado, pela empresa, sempre que solicitado pelas autoridades competentes.
(110.045-9 / I1)
15.3.2.8. Nas partes das instalações elétricas sob tensão, sujeitas a risco de contato durante os
trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a atenção quanto ao risco. (110.046-7 / I2)
15.3.2.8.1. Quando os dispositivos de interrupção ou de comando não puderem ser manobrados,
por questão de segurança, principalmente em casos de manutenção, devem ser cobertos por uma
placa indicando a proibição, com letreiro visível a olho nu, a uma distância mínima de 5 (cinco)
metros e uma etiqueta indicando o nome da pessoa encarregada de recolocação, em uso normal,
do referido dispositivo. (110.047-5 / I2)
15.3.2.9. Os espaços dos locais de trabalho situados nas vizinhanças de partes elétricas expostas
não devem ser utilizados como passagem. (110.048-3 / I3)
15.3.2.10. É proibido guardar objetos estranhos à instalação próximo das partes condutoras da
mesma. (110.049-1 / I1)
15.3.2.11. Medidas especiais de segurança devem ser tomadas nos serviços em circuitos próximos
a outros circuitos com tensões diferentes. (110.050-5 / I2)
15.3.2.12. Quando da realização de serviços em locais úmidos ou encharcados, bem como quando o
piso oferecer condições propícias para condução de corrente elétrica, devem ser utilizados
cordões elétricos alimentados por transformador de segurança ou por tensão elétrica não
superior a 24 volts. (110.051-3 / I3)
15.3.3. Situações de emergência.
15.3.3.1. Todo profissional, para instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas,
deve estar apto a prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente através das técnicas
de reanimação cardio-respiratória. (110.052-1 / I1)
15.3.3.2. Todo profissional, para instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas,
deve estar apto a manusear e operar equipamentos de combate a incêndios utilizados nessas
instalações. (110.053-0 / I1)
15.4. Pessoal.
15.4.1. Autorização para trabalhos em instalações elétricas.

Educação Profissional 75

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)


15.4.1.1. Estão autorizados a instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas,
somente os profissionais qualificados que estiverem instruídos quanto às precauções relativas ao
seu trabalho e apresentarem estado de saúde compatível com as atividades desenvolvidas no
mesmo. (110.054-8 / I1)
15.4.1.1.1. Cabe ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho –
SESMT, o estabelecimento e avaliação dos procedimentos a serem adotados pela empresa
visando à autorização dos empregados para trabalhos em instalações elétricas, conforme o
previsto no subitem 15.4.1.1.
15.4.1.2. São considerados profissionais qualificados aqueles que comprovem, perante o
empregador, uma das seguintes condições:
a) capacitação, através de curso específico do sistema oficial de ensino;
b) capacitação através de curso especializado ministrado por centros de treinamento e
reconhecido pelo sistema oficial de ensino;
c) capacitação através de treinamento na empresa, conduzido por profissional autorizado.
15.4.1.3. Das instruções relativas às precauções do trabalho, prescritas no subitem 15.4.1.1.,
devem constar orientação quanto à identificação e controle dos riscos e quanto aos primeiros
socorros a serem prestados em casos de acidentes do trabalho.
15.4.1.4. Todo profissional qualificado, autorizado a trabalhar em instalações elétricas, deve ter
essa condição anotada no seu registro do empregado. (110.055-6 / I2)

15.4.2. Responsabilidade.
10.4.2.1. Todo responsável pelas instalações elétricas e os profissionais qualificados e autorizados
a trabalhar em instalações elétricas devem zelar pelo cumprimento desta Norma
Regulamentadora.

BIBLIOGRAFIA

SENAI. Elétrica: Materiais e Equipamentos em Sistema de Baixa Tensão. Senai-ES/CST.1996

(COM – Programa de certificação de pessoal de manutenção).

SENAI. Elétrica: Eletrotécnica. Senai-ES/CST.1996 (COM – Programa de certificação de pessoal

de manutenção).

SENAI. Elétrica: Ferramentas e Acessórios. Senai-ES/CST.1996 (COM – Programa de

certificação de pessoal de manutenção).

TELECURSO 2000. Mecânica: Automação. São Paulo: Editora Globo. 2000.

Educação Profissional 76

Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)

Você também pode gostar