Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DireitoPenal
Professor: JordanChaves
1) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITOPENAL
LEGALIDADE
Art. 5º...
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
legal
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Art. 5º...
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
IRRETROATIVIDADE
Art. 5º...
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
PRINCIPIO DA INSIGNIFICANCIA
a) Mínima
ínima ofensividade daconduta;
b) Ausência
usência de periculosidade social daação;
c) Reduzido
eduzido grau de reprovabilidade docomportamento
1
d) Inexpressividade da lesãojurídica
CONFLITO DE NORMAS:
Quando existe uma pluralidade de normas aparentemente regulando um mesmo fato criminoso
(CONFLITO APARENTE DE NORMAS), para saber qual das normas deve ser aplicada, temos que
recorrer aos seguintes princípios: ( SECA)
CONSUNÇÃO
Ocorre quando um fato definido como crime atua como fase de preparação ou de
execução, ou ainda, como exaurimento de outro crime mais grave, ficando absorvido por
este.
Ex: Lesão corporal + homicídio.
ALTERNATIVIDADE
Quando a norma penal descreve várias formas de execução de um mesmo delito, a
prática de mais de uma dessas condutas caracteriza crime único.
Ex: Participação em suicídio (art.122 CP) – instigar e auxiliar.
1
APLICAÇÃO DA LEI PENAL
ABOLITIO CRIMINIS
Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
TEMPO DO CRIME
3
EXTRATERRITORIALIDADE (exceções a regra de aplicação da
4
EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA NO BRASIL
Quando a lei brasileira produz as mesmas conseqüências da sentença estrangeira, esta
pode ser homologada no Brasil para:
à reparação do
- obrigar o dano a
condenado As obrigações dependem de pedido da
restituições
parte interessada
a outros efeitos civis
CONTAGEM DE PRAZO
O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos
pelo calendário comum.
5
2) SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO DA INFRAÇÃOPENAL
SUJEITO ATIVO
- É aquele que pratica a conduta descrita na norma penal, ou seja, é aquele a quem se atribui
aresponsabilidade.
- Não pode ser seres irracionais. (Ex: umcachorro)
- Pode ser pessoa jurídicanas seguintessituações:
I – quando praticar atos contra a ordem econômica e
financeira.
II – quando praticar atos contra a economiapopular.
III – quando praticar atos contra o meioambiente.
SUJEITO PASSIVO
- É o titular do bemlesionado.
- Pode ser classificado de duasformas:
I – Constante ou formal => é o Estado que sempre zela pelacoletividade.
II – Material ou eventual => é o protegido diretamente que tem o bemlesionado.
6
3) TIPICIDADE, ILICITUDE, CULPABILIDADE EPUNIBILIDADE
Vontade (dolo ou
culpa) Finalidade
CONDUTA Exteriorização
ão Consciência
TIPICIDADE
CRIME
(refere-se
se ao fato)
DO
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
1) Estado de necessidade (art 24CP)
2) Estrito cumprimento do deverlegal
3) Exercício regular dedireito
4) Legítima defesa (art 25CP)
(refere-seaoagente)
seaoagente) IMPUTABILIDADE
EXIGIBILIDADE DE CONDUTADIVERSA
EXCLUDENTES DE IMPUTABILIDADE EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE
1) Doençamental 1) Erro inevitável sobre a ilicitude do fato
2) Desenvolvimento mental incompleto ou (erro deproibição)
retardado 2) Coaçãoirresistível 7
3) Menoridade 3) Orem não manifestamente ilegal de
4) Embriaguez completa decorrente de caso superiorhierárquico
fortuito ou forçamaior
nos movimentos
- Não há conduta reflexos na coação
física absoluta
nos estados de inconsciência
3) Quanto aoresultado
- material–açãoeresultadosexigidos–Ex:estelionato(empregarfraudeparaobter
vantagemilícita)
- formal – ação e resultado não exigido – Ex: o seqüestro(independe do recebimento do
resgate)
- de mera conduta – simples ação – Ex: violação dedomicílio
8
6) Quanto à quantidade deatos:
I – Autor => é aquele que executa a conduta típica descrita na lei, ou seja, quem realiza o
verbo contido no tipo penal. (Ex: homicídio – mataralguém)
II – Co-autoria => existe quando duas ou mais pessoas, conjuntamente, praticam a conduta
descrita no tipo. (Ex: homicídio – duas pessoas atiram ao mesmo tempo emciclano)
III – Partícipe => é aquele que não comete qualquer das condutas típicas (verbos), mas de
alguma forma concorre para o crime. (Ex: o motorista de um carro que espera um ladrão
assaltar umaloja)
IV – Autor => é aquele que executa a conduta típica descrita na lei, ou seja, quem realiza o
verbo contido no tipo penal. (Ex: homicídio – mataralguém)
V – Co-autoria => existe quando duas ou mais pessoas, conjuntamente, praticam a conduta
descrita no tipo. (Ex: homicídio – duas pessoas atiram ao mesmo tempo emciclano)
VI – Partícipe => é aquele que não comete qualquer das condutas típicas (verbos), mas de
alguma forma concorre para o crime. (Ex: o motorista de um carro que espera um ladrão
assaltar umaloja)
9
9) Quanto à quantidade deagentes
- unissubjetivo – pode ser praticado individualmente pelo agente – Ex:homicídio
- plurissubjetivo – exige o concurso de no mínimo duas pessoas – Ex: quadrilhae
VII – Autor => é aquele que executa a conduta típica descrita na lei, ou seja, quem realiza
o verbo contido no tipo penal. (Ex: homicídio – mataralguém)
VIII – Co-autoria => existe quando duas ou mais pessoas, conjuntamente, praticam a
conduta descrita no tipo. (Ex: homicídio – duas pessoas atiram ao mesmo tempo emciclano)
IX – Partícipe => é aquele que não comete qualquer das condutas típicas (verbos), mas de
alguma forma concorre para o crime. (Ex: o motorista de um carro que espera um ladrão
assaltar umaloja)
Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
namedida de sua culpabilidade.
Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
penadeste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível
oresultado mais grave.
10
CONCEITOS IMPORTANTES
Crime
culposo – o agente dá causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia
11
INTER CRIMINIS (O CAMINHO DO CRIME)
ARREPENDIMEN
DESISTÊN ARREPENDIME TO
TENTATIVA
CIA NTO POSTERIOR
VOLUNTÁ EFICAZ
RIA
RESULTADO
- cogitação – nessa fase o agente está apenas pensando em cometer o crime e, como não há
exteriorização do pensamento, o ato praticado durante a fase de cogitação não épunível.
TENTATIVA => não ocorre a consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente.
- Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado diminuído de 1/3 a2/3.
De mera
conduta
- não é admitidanos Omissivos
crimes Culposos
Preterdolosos
Impossíveis
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA => o agente pode prosseguir, mas para de praticar o crime durante
a sua execução.
- o agente só responde pelos atos que efetivamente jápraticou.
12
ARREPENDIMENTO POSTERIOR => o agente percorre todas as fases do crime e alcança o
resultado, mas, antes do recebimento da denúncia/queixa, ele age voluntariamente buscando
sanar o dano.
*PENAS:
13
- PPL não superior a 4 anos e crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa
- qualquer que seja a pena aplicada, se o crime forculposo
HIPÓTESES
14
- se PPL < ou = a 1 ano, a substituição pode ser por multa ou por uma únicaPRD.
- se PPL > 1 ano, a substituição pode ser por uma PRD e uma multa ou duasPRD.
de 1/6 a 1/2).
- IMPROPRIO:Agentetinhaaintençãodeproduzirambososresutados.
5) IMPUTABILIDADEPENAL
inimputáveis.
6) EXTINÇÃO DEPUNIBILIDADE
A punibilidade não é um elemento do crime, é uma conseqüência jurídica que decorre da
prática de um ilícito. Ou seja, se uma causa extintiva de punibilidade é utilizada, o Estado abre
mão de punir, porém a infração penal não deixa de existir.
15
EXCLUDENTES DE PUNIBILIDADE
1) Morte doagente
2) Anistia, graça ouindulto
3) Retroatividade de lei que não mais considera o fato comocriminoso
4) Prescrição, decadência ouperempção
5) Renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de açãoprivada
6) Retratação do agente, nos casos em que a lei aadmite
7) Perdão judicial, nos casos previstos emlei
16
Vejamos todas elas separadamente:
MORTE DO AGENTE
- extingue a punibilidade até mesmo quando aplicada a pena demulta.
ANISTIA
- é a declaração do Estado de que não mais se interessa em punir determinados fatos. O
Estado abre mão do direito depunir.
- será concedida porlei.
INDULTO
- é a clemência cometida pelo Presidente daRepública.
- será concedido por decretoe dirigido à várias pessoas que preencham os requisitos
estabelecidos.
GRAÇA
- é o indultoindividual.
DECADÊNCIA
- é a perda do direitode representar na ação penal pública condicionada ou oferecer queixa
na ação penal privada, por decurso do prazo previsto emlei.
17
- Prazo: 6 meses contados do dia que o ofendido veio a saber quem é o autor do crime ou do
dia em que se esgotar o prazo para oferecimento dadenúncia.
- A decadência na ação penal privada subsidiária da pública não extingue a punibilidade, poiso
Ministério Público ainda poderá propor a ação penalpública.
PEREMPÇÃO
- é a perda do direito de prosseguir na ação penal privada em razão da inércia ou negligência
processual do querelante(ofendido).
PERDÃO JUDICIAL
- é a clemência do Estado para determinadas situações expressamente previstas emlei.
- a sentença que concede o perdão judicial não será considerada para efeitos dereincidência
- hipótese de aplicação: homicídioculposo
Ex: o pai, por imprudência, mata o filho em acidente de trânsito.
18
PRESCRIÇÃO
Tendo em vista que este assunto é bastante cobrado pela FCC, vou adaptar o
comentário de uma questão dos simulados disponibilizados no site do adinoel.
INÍCIO DO
QUEIXA OU SENTENÇ CUMPRIMENT
CRIM REPRESENTAÇÃ A O DA PENA
E O FINAL
PRESCRIÇÃO PRESCRIÇÃO
PUNTIVA EXECUTÓRIA
Ex: Se um funcionário público comete crime de concussão, que tem como pena prevista
reclusão de 2 a 12 anos e multa, a prescrição da pretensão punitiva será regulada pelo
máximodapena.Ouseja,seomáximoéde12anos,aoolharmosnatabela,vemosqueo
19
prazo prescricional é de 16 anos.
PARTE ESPECIAL
O bem jurídico se apresenta na forma da destruição da vida humana, por um fim. Com isto em
mente o bem jurídico tutelado é a vida, sua preservação e integridade. A importância do
estabelecimento é de vital importância e deve assumir preponderância, pois está assegurada pela
Constituição Federal.
Importa apontar que o Direito protege a vida a partir do nascimento até ser ceifada e com
tal importância há um destaque acentuado e necessário atribuído pela Carta Magna e o
próprio Código que trata de estabelecer sua proeminência.
Sem amparo para discutir a importância e valor uma vez que a lei e a doutrina assim a
conserva, resta seguro o valor e a proteção demonstrada.
20
II -Classificação
h). Progressivo – Por trazer em seu bojo a lesão corporal como elemento implícito).
ADMITE TENTATIVA.
III -Espécies:
O tipo penal prevê como crime de homicídio o ato de suprimir a vida humana, não definindo o
modo empregado para tanto, que estará sujeita a perícia e todos procedimentos que seguem tal
crime.
Está inserido no art.121, §1°, que preceitua “ se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um 1/6 a 1/3”.
A descrição legal carrega vários elementos que que são necessários discorrer para que o texto
legal não cai em uso abusivo e a natureza do ato praticado seja o contemplado.
Para não flutuar em outros focos, se mantenha este até para servir de laboratório de
apreciação da dificuldade da interpretação legal.
22
(BITENCOURT, 2014, p. 447).
É importante determinar que é a palavra tem um peso que impinge um valor ao crime praticado
distinguindo de um homicídio simples.
Assim é classificado:
Vem em linha diversa do doloso e apresenta elementos nos parágrafos que corroboram com a
construção do tipo penal não cavilando dúvidas que seccione possibilidades não contempladas
pelo legislador.
23
Cumpre analisar cada parágrafo para escavar suas circunstâncias.
e) Feminicídio
Entrou em vigor a lei 13.104/15. A nova lei alterou o código penal para incluir mais uma
modalidade de homicídio qualificado, o feminicídio: quando crime for praticado contra a mulher
por razões da condição de sexo feminino.
O § 2º-A foi acrescentado como norma explicativa do termo "razões da condição de sexo
feminino", esclarecendo que ocorrerá em duas hipóteses: a) violência doméstica e familiar; b)
menosprezo ou discriminação à condição de mulher; A lei acrescentou ainda o § 7º ao art. 121 do
CP estabelecendo causas de aumento de pena para o crime de feminicídio.
A pena será aumentada de 1/3 até a metade se for praticado: a) durante a gravidez ou nos 3
meses posteriores ao parto; b) contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos ou com
deficiência; c) na presença de ascendente ou descendente da vítima.
Por fim, a lei alterou o art. 1º da Lei 8072/90 (Lei de crimes hediondos) para incluir a alteração,
deixando claro que o feminicídio é nova modalidade de homicídio qualificado, entrando, portanto,
no rol dos crimes hediondos.
f) PerdãoJudicial
É previsto que no caso de homicídio culposo, o juiz pode discricionariamente não aplicar a pena,
“se as consequências da infração atingem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal
se torne desnecessária”. (PRADO, 2014, p.646).
Infelizmente, há casos que escapam até ao entendimento maior de justiça, um exemplo onde o
pai esquece o filho no carro trancado num calor escaldante e a criança vem a falecer. Entende-se
que neste caso, já houve uma penalização que é até maior do que a penalização que poderia ser
aplicada.
24
Observação: é inadmissível o perdão judicial em se tratando de homicídio culposo, se as
consequências da infração atingirem o próprio de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária. (Art. 121, §5°, CP).
g) Pena e açãopenal
Comina-se ao homicídio simples pena de reclusão, de seis a vinte anos (art. 121, caput, CP), e a
cada classificação do homicídio há a cominação da pena, levando em conta agravantes,
atenuantes e todas as circunstâncias.
2. Art. 122 – Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o
faça. (Art. 31,CP)
O bem tutelado juridicamente é a vida humana, nas palavras de Bitencourt “ a vida é um bem
jurídico indisponível! ” (BITENCOURT, 2014, 466). O sujeito ativo do delito pode ser qualquer
agente, não necessitando ter qualidade específica, a não ser a capacidade de induzir, instigar ou
auxiliar.
II – Tipo objetivo
III – Lesõescorporais
Não há exaurimento do tipo penal, uma vez que para que ocorra há a necessidade de consumação
do suicídio.
No dispositivo legal, em seu parágrafo único, do art.122 estabelece duas causas especiais de
aumento de pena:
25
b) A prática do crime contra vítima menor ou com capacidade de resistência diminuída, por
qualquercausa.
Desta forma atendida as caracterizações impostas pela legislação penal, o atendimento fica
objetivo e satisfatório.
3. INFANTICÍDIO
Art. 123, CP- Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após; (ver art. 30, CP).
Tipo objetivo
A conduta resultante deste delito é matar o próprio filho, sendo necessário para tipificação ser
“durante” ou, “logo após” o parto, e se torna indispensável apontar que esta condição é sine qua
non, pois se for horas e dias depois o crime praticado é ou abandono de incapaz (art. 134, CP) ou
homicídio.
É de suma necessidade existir uma perturbação psíquica e essa característica patológica existe
neste estado puerperal. Se faz necessário se produzir laudo psiquiátrico para que a constatação de
tal ato se comprove.
O prof. Luiz Regis Prado traz ao centro da discussão um tema que merece atenção:
Nexo Causal
O crime é próprio, pois exige a mãe em estado puerperal expõe privilégio, pois há uma condição
necessária e indispensável para que tal ato aconteça.
27
morto enquanto nasce ou logo após o nascimento. O aborto,
ao contrário, somente se tipificará se o feto morto antes de
iniciado o trabalho do parto haja ou não a expulsão. Antes
de iniciado o parto existe aborto e não infanticídio. É
necessário precisar em que momento tem início o parto,
uma vez que o fato se classifica como um ou outro crime de
acordo com a ocasião da prática delituosa: antes do início
do parto existe aborto; a partir do seu início,infanticídio.
(http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,diferenciacoes-
juridicas-entre-o-delito-de-infanticidio-e-os-crimes-de-
aborto-e-homicidio,38211.html).
Crime impossível
Ocorre no caso da mãe sem saber que a criança em seu ventreestámorta pratica os atos
característicos doinfanticídio.
Classificação Doutrinária
Art. 124 – Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque
A análise juridicamente deste bem jurídico “consiste em dar morte ao embrião ou feto
humanos, seja no claustro materno, seja provocando sua expulsão prematura”. (PRADO, 2014,
p.664).
Só após a concepção com vida que para efeito de Direito Penal, passa a ser pessoa humana
constituída de direitos.
Tipo Penal
28
Consiste basicamente em provocar, dando causa da morte do feto, originando desta forma a
condição sine qua non ao tipo que imperiosamente exige para que o ato seja tratado na seara
do aborto.
Torna-se fundamental se distinguir as duas práticas que tem resultados semelhantes, porém,
como aponta Bitencourt, há diferenças fundamentais e características:
Desta feita não se pode falar que houve homicídio no aborto por considerar que não houve vida
fora do útero, na concepção aceita pela doutrina majoritária, há um embrião em formação e na
aceitação do direito, como não houve a expulsão deste feto fora do útero com vida, não há de se
falar de homicídio e sim de aborto, pois houve um rompimento do ciclo natural que o classificaria
como uma pessoa humana com vida.
O sujeito ativo no caso chamado “autoaborto”, ou “aborto consentido figura a própria mulher,pois
ela mesma pode provocar aborto em si mesma ou consentir que alguém, uma segunda pessoa o
faça. Trata-se nesta autoaborto, a qualificação é de crime de mão própria “só pode ser autor
quem esteja em situação de realizar pessoalmente e de forma direta o fatopunível”.
É de suma importância lembrar que neste caso em comento, haverá autoria por participação ativa
no ato de aborto, como afirma o art. 126, D.P.
Definição de Aborto
Para melhor clareza e compreensão se torna necessário que o conceito de aborto seja assim
dividido.
Neste caso de forma particular não há distinção entre a mulher que consente o aborto e o
autoaborto, para efeito doutrinário é como se a própria gestante tivesse realizado o autoaborto
(art.124, DP). O que claramente ocorre é que o consentimento encerra dois crimes, um para
gestante que consente (art.124, D.P) e, outro para o sujeito que provoca (art. Art.126, DP).
Esta ação descrita no art. 125, do DP, conduz a punição mais gravosa, pois trata-se de aborto
sofrido, onde houve ausência de consentimento real da gestante “ou ausência de consentimento
presumido (menor de 14 anos, alienada ou débil mental) ” (Bitencourt, 2014, p. 482).
Nesta esteira é importante a análise de “morte de mulher grávida: concurso”, como preleciona
“Matar mulher que sabe estar grávida configura também crime de aborto, verificando-se, o
concurso formal, pelo crime de homicídio e aborto”. (Bitencourt, 2014, p. 483).
Consumação e tentativa
O crime de aborto é consumido com a morte do feto ou do embrião, não importando que a morte
ocorra dentro do ventre ou fora dele, assim, consuma-se o crime com “o perecimento do feto ou a
destruição do óvulo”. (Bitencourt, 2014, p.484).
Sendo este crime material, admite-se a tentativa , desde que já esteja ocorrendo todas as
manobras para que se efetue o aborto e por motivo alheio a vontade do agente, não consiga
chegar ao fim da prática iniciada.
Classificação Doutrinária
Crime de mão própria (no autoaborto e no consentido), crime comum, de dano, material,
instantâneo e doloso.
Forma qualificada
31
Art. 127 – As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de 1/3, se,
em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre
lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe
sobrevém a morte.
Este artigo provê duas formas de aumento de pena: a) lesão corporal de natureza grave – a pena
é elevada em um terço; b) pela segunda – morte da gestante – a pena é duplicada.
Crime preterdoloso: O crime preterdoloso caracteriza-se quando o agente pratica uma conduta
dolosa, menos grave, porém obtém um resultado danoso mais grave do que o pretendido, na
forma culposa. Ou seja, o sujeito pretendia praticar um assalto, porém, por erro ao manusear a
arma, acaba atirando e matando a vítima.
Crime em concurso formal: ocorre quando o autor da infração, mediante uma única conduta
ou omissão, pratica dois ou mais delitos, iguais ou não.
No art. 128 do CP, expõe: “ Não se pune o aborto praticado por médico: I - se não há outro meio
de salvar a vida da gestante; se II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”.
6. LesãoCorporal
32
I - Bem jurídico protegido e sujeito dodelito
A doutrina dominante é plural em afirmar que “o bem jurídico tutelado é a incolumidade humana”,
ou seja, diretamente a proteção da integridade física, psíquica da pessoa humana, bem como “ a
normalidade anatômica”. (PRADO, 2014, p.685).
O professor Luiz Regis Prado avança nesta tese destacando o porquê desta proteção:
Ao tratar o dispositivo legal no art. 129, caput §§1°, 2°, 3° e 6°, do Código Penal pode ser
qualquer pessoa, desta forma trata-se de delito comum. Cumpre a análise de que a lei não
penaliza a autolesão, e excetuando-se “quando caracteriza os delitos de fraude para recebimento
de indenização ou valor de seguro (art. 171, §2°, V, CP) ou da criação ou simulação de
incapacidade física para furtar-se para incorporação militar. (Art.184, COM). (PRADO, 214,
p.685).
É importante salientar o “objeto material do crime de lesão corporal é o ser humano vivo”.
(Idem). Por tanto, golpes desferidos contra um cadáver, mas em crimes acostados no art. 211, CP
(Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele) ou art.212, CP (Vilipendiar, cadáver ou suas
cinzas).
Tratando da subjetividade, “O tipo subjetivo é composto pelo dolo, ou seja, pela consciência e
vontade de ofender a integridade corporal ou a saúde outrem”. A consumação do crime ocorre
quando efetivamente a ofensa atinge a integridade corporal ou à saúde de outrem, havendo assim
delito de resultado.
33
Quanto a tentativa é admissível ao verificar-se que o agente atua com consciência e vontade de
atingir a incolumidade física ou psíquica. A afirmativa exposta não é o mesmo de se admitir lesão
culposa (art.129, §6°) e de lesão corporal seguida de morte (art.129, §3°).
a) Lesão Corporalleve
A lesão corporal leve, mais também chamada simples é aquela que não se obtém resultado
gravoso ou, que não apresenta resultado que a lei classifica como circunstâncias qualificadoras
nos §§ 1°, 2° e 3° do art. 129, ou seja, pode ser definida “como a ofensa à integridade corporal
ou a saúde de outrem (art. 129, caput, CP – tipo básico ou fundamental) ”. (PRADO, 2014, p.
691). Por contraste, todas as hipóteses expostas nas lesões graves e gravíssimas.
Cumpre dizer que não se deve entender como a lesão insignificante, “incapaz de ofender o bem
jurídico tutelado”. (PRADO, 2014, p.691). Para que não reste dúvida este delito tratado, a lesão
“os danos à incolumidade física, ou psíquica”, sendo apenas estas para o exaurimento do tipo
penal.
b) Lesão Corporalgrave
Este tipo penal apresenta por sua vez a natureza grave (lato sensu), e estão arroladas nos §§
1° e 2°, do art. 129. O professor os chamam “tipos penais derivados (qualificados), nos quais
é conferido maior relevo ao desvalor do resultado (lesão ou perigo concreto de lesão ao bem
jurídico protegido). As consequências mais gravosas elencadas no mencionando dispositivo são
imputadas ao agente a título de dolo e culpa”. (Prado, 2014, p.691).
Para haver a caracterizada pela doutrina e legislador há situações que devem ser geradas
como forma de comprovação da gravidade:
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias (inciso I): Estas
incapacidades são aquelas rotineiras desenvolvidas pelo indivíduo em sua vida normal, de
trabalho, estudo, passeio, e tudo o mais que possa se encaixar em seus afazeres. Enfim, o que
se depreende do texto legal é que se houver uma incapacidade que impeça a vítima de dar
prosseguimento a sua vida de forma natural, sem limitações, seja física ou psíquica estabelece
o tipo penal de lesão corporalgrave.
II – Perigo de vida (inciso II) – para que esta condição alcance seu apogeu é necessário
que haja concretude e iminência de um resultado letal. Não é aceito probabilidade ou
prognóstico presumida e eventual, o perigo tem que ser real, efetivo, apresentando “sinais
indiscutíveis de grandes proporções sobre a vida orgânica”. (PRADO, 2014, p.693). Nas
palavras dadoutrina:
Além de tudo o já descrito importa que a debilidade seja permanente, o que não implica
perpetuidade. A redução deve ser duradoura, permanente e persistente, não tendo condições de
proporcionar previamente quando terá fim. Com este quadro formado fica evidente que se trata
de uma lesão gravíssima e com proporções a longo prazo (ou melhor ainda, sem prazo).
Se torna necessário fazer a distinção entre o artigo 129, §2°, V, do exposto do artigo 127, do
Código Penal. Na questão da lesão, o objetivo é causar lesão não o aborto que passa a ser
consequência da lesão praticada, enquanto no art.127, do CP o objetivo é o aborto que acaba por
gerar lesão. “É preciso que o agente tenha conhecimento da gravidez da vítima. Se ignorava tal
estado – sendo sua ignorância escusável – exclui-se a qualificadora”. (Prado, 2014, 696).
35
No art.129, § 3°, do CP ao se postar sobre a lesão corporal seguida de morte, se pode notar que
não era este o resultado desejado pelo que pratica a lesão corporal, não queria este resultado e
nem tampouco assumiu o risco. “Trata-se de lesão corporal qualificada pelo resultado (morte),
que opera como condição de maior punibilidade, estabelecendo a lei uma agravação de pena para
o resultado mais grave causado no mínimo por culpa”. (PRADO, 2014, p.696).
Assumindo as palavras do professor Luiz Regis “Conclui-se, portanto, que a lesão corporal seguida
de morte é um misto de dolo e culpa: conjuga o dolo no antecedente (lesão corporal) e a culpa no
consequente (morte) ”. (PRADO, 2014, p. 696).
VI – Lesão CorporalCulposa
Prevista no art.129, §6°, CP. Estando contemplada no diploma legal para destilar o dolo das
condutas que são dolosas e, portanto, mais sérias e contundentes, uma boa forma de verificar
isso é apresentar as formas como se apresentam as lesões culposas: Leves, graves e gravíssimas.
É significativo que “da lesão advinda da inobservância do cuidado exigível na vida de relação
social resulta, por exemplo debilidade permanente de membro [...]deve o magistrado avaliar a
magnitude da ofensa produzida quando da aplicação concreta da pena”. (PRADO, 2014,697).
Cumpre salientar que “a lesão corporal culposa relacionada à direção de veículo automotor
encontra previsão explicita no Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997). Com efeito no artigo
303 do referido diploma tipifica a conduta de „praticar lesão culposa na direção de veículo
automotor‟”. ((PRADO, 2014, p. 697).
O Direito Penal deve ser cioso no trato dos tipos estabelecidos para não gerar quebra dos
princípios formadores do bastião de seus deveres. Por tanto, entender e examinar individualmente
os casos que se apresentam, buscando extrair o que deu causa ao crime se faz pungente.
No caso em tela, o caso de diminuição de pena se aplica quando “por motivo de relevante valor
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço” (Art. 129, §4° CP). Trata-se de causa
especial de diminuição de pena que determina a redução desta em virtude de menor
reprovabilidade pessoal da conduta típica e antijurídica”. (PRADO, 2014, p.703).
Nesta esteira pode se afirmar que a lesão corporal leve, alcança ser substituída pela pena de
multa, ocorrendo qualquer umas das hipóteses do art. 129, §4°.
No diploma legal em seu art. 129, §7° apresenta a pena aumentada de 1/3 se ocorrer o previsto
no art. 121, §§ 4° e 6°, DP. Há uma nova redação que faz jus se valer do doutrinador Luiz Regis
Prado:
36
Logo, no que se refere à primeira parte, se a lesão decorrer de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, e deixa
o agente de prestar imediato socorro à vítima ou não procura
diminuir as circunstâncias do seu ato, ou, por fim, se foge para
evitar da prisão em flagrante, sobre a pena cominada para a lesão
corporal culposa (detenção, de dois meses a um ano) incide o
acréscimo decorrente da presença da causa especial de aumento
de pena. (PRADO, 2014, p. 704).
Quando a lesão corporal for dolosa (art.129, caput e §§ 1°, 2° e 3°, CP, a pena será aumentada
de 1/3 e, nesta mesma linha o crime for contra menor de 14 anos ou pessoa com idade superior a
60 anos. (Art. 129, §7°).
IX – PerdãoJudicial
A lei 8.069/1990 – prevê hipótese de perdão judicial, com base no art. 129, §8°, esta previsão é
encontrada nos arts 107, IX e 120, CP), quando a lesão for culposa, podendo promover a extinção
da punibilidade, cumpre lembrar que se o agente que provoca a lesão corporal em outra pessoa,
for atingido de forma tão grave ou pior, a sanção penal é de toda desnecessária.
7. Abandono deIncapaz
Art. 133 – Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e,
porque qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono.
A tutela recaí sobre a vida e saúde da pessoa humana, de forma particular daqueles que não
podem se defender e o perigo se torne iminente, devido à falta de cuidado é sobressaia a
necessidade do dever de guarda, assistência e proteção. A lei procura proteger os indivíduos
considerados incapazes, e que não possua condições de se protegerem por si só.
Sujeito ativo – é somente aquele que possua uma especial relação de assistência com a vítima,
ou que esteja cuidando, ou com a guarda, vigilância ou imediata autoridade (delito especial
próprio).
Sujeito passivo - é aquele que está sob a guarda, ainda que provisória, não se limitando o
legislador a figura do infante, trazendo todos aqueles que figurem como incapazes de serem
resguardados dos perigos e riscos possíveis do seu abandono. O doutrinador Luiz Regis Prado
aponta um quadro de quem pode se enquadrar (ébrio, paralítico, cego e enfermo, etc.). (PRADO,
2014, p.723). Urge lembrar que pessoas consideradas capazes, mas que por circunstâncias
encontre-se temporariamente incapazes de assumirem sua vida sozinho, sem ajuda de outrem,
mesmo que provisoriamente se encontram como incapazes.
37
II - Tipo objetivo esubjetivo
Como tipo objetivo trata de conduta ela passa a ser típica quando ocorre o abandono do incapaz,
possibilitando serem exposto a perigo concreto. Cumpre entender que para consolidação do
abandono é necessário o afastamento físico, proporcionando perigo iminente.
O legislador ao tipificar esta conduta procura dispensa destila a ideia de cuidado, guarda,
vigilância ou autoridade, conferindo ao incapaz todo cuidado possível e assistência necessária não
dando espaço para ocorrência de perigo.
O tipo subjetivo se caracteriza pelo dolo, isto é, “pela consciência e vontade do agente de expor a
perigo concreto a vida ou saúde do sujeito passivo através do abandono”. (PRADO, 2014, p.275).
Consuma-se o crime através da efetividade de abandono, uma vez havendo perigo concreto. Não
há uma medida de tempo determinada pela lei, sendo importante para caracterização um perigo
iminente. Lembrando que o crime é classificado como instantâneo, sendo necessário a situação de
perigo que não transcorre com o tempo, mas sim de sua concretude e existência.
III – Formasqualificadas
Uma vez gerado o abandono houver resultante de lesão corporal de natureza grave, “são elevadas
as margens penais”. (PRADO, 2014, p.726). (Art.133, §§ 1°e 2°, CP). Se faz propício a indicação
do que a doutrina efetivamente trata do tema:
A legislação apresenta de forma inequívoca apresenta através dos artigos expostos como ocorre a
forma qualificada.
Extraindo do tipo básico (Art. 133, caput, CP) e as derivações (Art. 133, §§ 1°,2° e 3°, CP), o
aumento ocorre em um 1/3.
9. Omissão deSocorro
38
Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desemparo ou
em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridadepública;
Sujeito ativo – pode ser qualquer pessoa sem restrição (delito comum), há apenas uma
exigência no caso em tela é que o sujeito ativo esteja próximo, podendo prestar socorro.
Tipo subjetivo: adequação típica – O elemento subjetivo deste crime é o dolo (de perigo),
representado pela vontade de omitir com a consciência do perigo, isto é, o dolo deve
abranger a consciência da concreta situação de perigo em que a vítima se encontra. O dolo poderá
ser eventual, por exemplo, quando o agente, com sua conduta omissiva, assume o risco de
manter de manter o estado de perigo preexistente. (BITENCOURT, 2014,p.548).
OBSERVAÇÃO: Não há forma de omissão culposa. O erro quanto à existência do perigo exclui o
dolo. No entanto, sobrevindo dano (lesão corporal ou morte), o agente responderá pelo crime
culposo (Art. 20 e § 1°).
11. Maus-tratos
Art. 136 – Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância,
para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou
cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de
meios de correção ou disciplina:
39
12. Darixa
Sujeitos dos crimes – “Os participantes da rixa são ao mesmo tempo sujeitos ativos e passivos
uns em relação aos outros: rixa é crime plurissubjetivo (Delito cuja definição exige a
participaçãode mais de uma pessoa na prática da ação típica. O mesmo que crime de concurso
necessário.
Não se confunde com a coautoria) recíproco, que exige a participação de, no mínimo, três
contendores no Direito pátrio, ainda que alguns sejam menores”. (BITENCOURT, 2014,
p.137) (acréscimos nosso)
Tipo objetivo: adequação típica – “Rixa é uma briga entre mais de duas pessoas,
acompanhada de vias de fato ou violência reciprocas. Para caracterizá-la é insuficiente a
participação de dois contendores. ” [...] (BITENCOURT, 2014, p.137). Salta ao texto a importância
de: haver vias de fato, haver mais do que dois contendores, e que haja generalização entre todos,
ou seja, todos brigando contra todos.
13. Calúnia
Art. 138 – Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime.
É a honra objetiva, aquela que atinge o conceito do que as pessoas de convívio pensam ou a
imagem que criaram do caluniado, atingindo “seus atributos morais, éticos, culturais, intelectuais,
físicos ou profissionais. É, é em outros termos, o sentimento do outro que incide sobre as nossas
qualidades ou nossos atributos”. (BITENCOURT, 2014, p. 567).
Definição de honra
40
Sujeito ativo – pode ser qualquer pessoa “imputável”. Excetuando-se pessoa jurídica “por faltar-
lhe capacidade penal, não pode ser sujeito ativo dos crimes contra a honra. ” (BITENCOURT,
2014, p. 568).
Sujeito passivo – no aspecto mais amplo qualquer pessoa pode ser sujeito passivo.
Tipo objetivo – Calúnia é imputação falsa de fato tipificado como crime a alguém.
Falsidade de imputação – É de suma importância que se atribui a alguém seja falsa, não sendo
verdade. E a acusação tem que figurar na tipificação do Código Penal, e tão necessário quanto que
a calúnia seja conhecida por terceiros. Caso contrário a tipicidade não tem azo.
Classificação doutrinária – Crime formal, crime comum, crime instantâneo, crime comissivo,
crime unissubsistente (via oral), [delito que se consuma em um ato só] e crime plurissubsistente
(por escrito), [é o constituído de vários atos, que fazem parte de uma única conduta].
Exceção da verdade – significa haver possibilidade do sujeito ativo ter a possibilidade de provar
o fato imputado. (Art.141, § 3°, do CP), como o próprio tipo aponta a falsidade da calúnia como
elemento indispensável para que o crime seja exaurido.
Calúnia contra Presidente da República – se faz sumamente necessário registrar que calúnia
contra o Presidente da República motivada pela política se perfaz em crime contra a Segurança
Nacional (Art. 2°, c/c com o art. 26 da lei 7.170/12/1983), não havendo motivação política, o
crime será comum.
41
disciplinarmente, mas também no plano criminal. Contudo,
mesmo na hipótese de calúnia, é admissível a exceptio veritas.
[Lobo, Paulo. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. 4ª
ed. 2007. Saraiva. pg. 63]
Segundo o Estatuto da OAB a calúnia proferida por advogado, que não possa ser provada fica
considerada crime e deve ser tratada como tal. Esta é uma exceção a liberdade do advogado
tanto na defesa escrita como defesa oral.
RETRATAÇÃO
O crime de calúnia aceita, admite retratação, antes da sentença (Art. 143). Sendo claro o que se
considera como retratação: “Retratação é o ato de desdizer-se, de retirar o que se disse. Não se
confunde com negação do fato, pois retratação pressupõe o reconhecimento de uma afirmação
confessadamente errada, inverídica. A retratação é causa extintiva de punibilidade (Art. 107, VI).
14. Difamação
O bem protegido é a honra, a reputação. “A tutela da honra, como bem jurídico autônomo, não é
um interesse exclusivo do indivíduo, mas da própria objetividade, que se interessa pela
preservação desse atributo, além de outros bens jurídicos, indispensáveis para a boa convivência
harmônica em sociedade”. (BITENCOURT, 2014, p.579).
Sujeitos ativos e passivos - pode ser tanto qualquer pessoa nos dois sujeitos.
Tipo Objetivo – Difamar é imputar a uma pessoa fato ofensivo à sua reputação. Em oposição ao
delito de calúnia o fato imputado, não precisa ser falso e nem tampouco, ser definido como crime.
Tipo subjetivo – A subjetividade deste delito reside no dolo de dano, “ que se constitui na
vontade consciente de difamar o ofendido imputando-lhe a prática de fato desonroso; é
irrelevante tratar-se de fato falso ou verdadeiro. [...] O dolo pode ser direto ou eventual”.
(BITENCOURT, 2014, p. 581).
Classificação doutrinária – Crime comum, crime formal, crime instantâneo, crime comissivo,
crime unissubsistente (via oral), crime plurissubsistente.
42
Retratação – antes da sentença, admite retratação (Art. 143, CP).
15. Injúria
Trata-se de crime contra honra, havendo diferença que esta honra é a subjetiva.
Injúria Real – “ A injúria real, definida no § 2°, do Art. 140, é um dos chamados crimes
complexos, reunindo sob sua proteção dois bens jurídicos distintos: e a integridade ou
incolumidade física de alguém. ” (BITENCOURT, 2014, p.140).
Tipo subjetivo – é o dolo de dano, instituindo, constituído pela vontade livre e consciente de
injuriar.
Injúria preconceituosa – é determinante que a injúria seja motiva pela raça, cor, etnia, religião
ou origem.
Classificação doutrinária – crime comum, crime formal, crime instantâneo, crime comissivo.
Perdão judicial – é o meio adequado que legalmente possibilita o juiz deixar aplicar pena diante
da existência “na legislação especial”. (BITENCOURT, 2014, p.591).
16. Constrangimentoilegal
Art. 146 – Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite,
ou fazer o que ela não manda:
A proteção é tanto a liberdade individual, bem como a liberdade de pensar livremente, ou como
expõe Prado, “cuida-se da liberdade psíquica”.
Sujeito ativo – qualquer pessoa pode praticar este delito, havendo senão a funcionário público
(Art. 327, CP), que emprega violência ou grave ameaça no exercício de suas funções, configura-se
o delito de violência arbitrária (Art. 322, CP). (Prado, 2014, p. 798).
Consumação – havendo a efetiva realização, pelo constrangido da conduta visada pelo agente. E
um dado importante: “se na cobrança de dívidas é utilizada ameaça, coação, constrangimento
físico ou moral ou qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a
ridículo ou interfira em seu trabalho, descanso ou lazer, há o delito do art. 71 do CDC”. (PRADO,
2014, p. 801).
17. Ameaça
Art. 147 – Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de
causar-lhe mal injusto e grave;
Tipicidade
44
A forma tipificada é ameaçar e causar um mal injusto. É necessário para confirmação do tipo
penal que ameaça seja injusta. Além do descrito se faz necessário que a ameaça se revista de
gravidade (ameaça de morte, de lesão corporal grave, etc.).
O delito é subsidiário, em crimes complexos como Constrangimento ilegal (Art. 146, CP). Roubo
(Art.157, CP), extorsão (art. 158, CP), estupro (Art. 213, CP), pode se tornar mais gravoso se
estiver em uma condição que exponha a perigo, como nos crimes citados.
Art. 148 – Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:
Sujeito ativo – pode ser qualquer pessoa (delito comum), todavia, se for o agente é funcionário
público (Art.327, CP), pratica o crime “com abuso da função ou pretexto de exercê-la, configura-
se o delito de violência arbitrária (Art. 322, CP), ou exercício arbitrário ou abuso de poder (Art.
350, CP) previsto também pela lei 4.898/1965 (Abuso de Autoridade). Constitui abuso de
autoridade qualquer atentado à liberdade de locomoção (Art. 3°, “a”, Lei de 4.898/1965).
(PRADO, 2014, 812
Urgesedestacar,“osequestroéogênerodoqualocárcereprivadoéespécie,ou,noutrodizer,„o sequestro
(arbitrária privação ou compreensão da liberdade de movimento e espaço) toma o nome
tradicional de cárcere privado quando exercido[...] em qualquer recinto fechado, não destinado a
prisão pública‟. “ (PRADO, 2014, p.813).
Tipo subjetivo – tem a necessidade de dolo, sendo ou pela consciência ou pela vontade de privar
alguém de sua locomoção.
Consumação – no momento onde a pessoa é posta em um lugar que não tenha mais liberdade
de ação, esteja privada de sua locomoção.
Tentativa – é possível pois os agentes podem ter percorrido todos os atos preparatórios e não
logra êxito por circunstâncias alheias a sua vontade.
45
Formas qualificadas – Nos parágrafos §§ 1° e 2° do artigo 148, CP, se encontra as
qualificadoras do crime. “ As margens penais são exasperadas – reclusão, de dois a cinco anos –
(Art. 148, §1°). ” Nesta linha a doutrina específica os casos ilididos, que se encaixa na
tipicidade:
Tipo Penal
Ao se tratar deste tema cumpre iniciar entendendo o significado do termo e sua extensão.
“Otermo„tipo‟exprimeaideiade„modelo‟,„esquema‟.Éutilizado em
todas as áreas do conhecimento para separar e agrupar em
classes objetos particulares que apresentem algo comum. [...].
Em direito penal classificam-se em tipos algumas formas de
comportamento humano. De um modo geral, o tipo é, pois, um
conceito abstrato elaborado com material obtido daquele „algo de
comum‟queretiramosdeumavariedadedeentesparticulares.”
(TOLEDO, 2002, p.126).
Então não se está errado se dizer que o tipo penal é verbo, que distingue no texto legal a ação a
46
ser penalizada, a figura abstrata, que alcançando a condição de concreto entra em confronto com
47
o ordenamento jurídico tendo que ser penalizada a conduta praticada para o retorno da chamada
ordem jurídica.
a) Proteção Constitucional – no art. 5°, caput, da CF aponta que todos são iguais perante a lei,
garantia esta não franqueada só a brasileiros, estendidas aos estrangeiros residentes (ou de
passagem) no país a inviolabilidade do Direito à propriedade, considerado, pois, um dos um dos
direitos humanos fundamentais. Esta é a base jurídica constitucional para inserir no Código Penal
a tutela e proteção ao direito depropriedade.
Diante do exposto o que vem a ser furto? Se faz necessário lembrar o art. 18, do CP que ao tratar
do dolo afirma: “o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”. Por tema
recorrente no direito penal é bom analisar, a cada artigo estudado a questão do dolo, como
primeiro fator a determinar a conduta do agente, para assumir a postura (querer o resultado,
assumir o risco e pôr fim a produção).
Há a ideia corrente para caracterização do furto que a vítima não consentiu, não é avisada, e foi
iludida por alguma manobra destra de quem tem a pretensão de furtar, que engana o agente
distraindo, ou usando de habilidade para subtrair coisa alheia móvel. Este pode ser estabelecido
como o furto simples, por não dispor de manobras especiais, ou de meios elaborados que leve
ao engano da vítima que não percebe o intuito a ser praticado.
Sujeito ativo e passivo: Como não dependem de qualidades especiais, qualquer pessoa pode
ser tanto o sujeito ativo ou passivo.
48
Consumação do furto: Nucci inicia o trato do tema afirmando “tratar-se de tema polêmico e de
difícil visualização na prática”. (IBIDEM). E continua sua explanação:
Furto de coisa puramente de estimação: Entende o doutrinador “não ser objeto do crime de
furto, pois o objeto sem qualquer valor econômico”. Há uma lógica imprescindível não ter como
aferir um objeto de estimação que em muitos casos não tem nem valor de mercado.
Furto de coisas abandonadas (res derelicta) não pertencentes a ninguém (res nullius)
ou perdidas (res deperdita): Nas duas condutas não se pode considerar crime de furto, pois,
“não integram o patrimônio de outrem; e a terceira hipótese também não se encaixa como objeto
de furto, pois há tipo especifico para tal caso, cuidando-se de apropriação indébita (art.169, P.U,
CP).” (Op. Cit. p. 868).
49
Furto de coisa de ínfimo valor e princípio da insignificância: Importa estabelecer o que vem
a ser “coisa de ínfimo valor”. Para estender esta discussão cumpre lembrar, e usar de cautela do
princípio da insignificância (crimes de bagatela). “o Direito Penal não se ocupa de insignificâncias
(aquilo que a própria sociedade concebe ser de somenos importância), deixando de considerar
fato típico a subtração de pequeninas coisas de valor nitidamente irrelevante. Ex: o sujeito que
leva, sem autorização, do banco, onde vai sacar uma determinada quantia em dinheiro, o clipe
que está sob o guichê do caixa, embora não lhe pertença. Não se deve se exagerar, no entanto,
na aplicação do princípio da bagatela, pois o que é irrelevante para uns pode ser extremamente
importante para outros. Ex. Subtrair uma galinha, de quem só possui um galinheiro com quatro,
representa um valor significativo, que necessitará ser recomposto”. O caso em concreto pode e
deve servir de parâmetro para análise do crime em espécie. Hipoteticamente, vários exemplos
podem ser dados, mas, só quando o crime sai da esfera da abstração e passa a concretude é que
se pode ter um conceito acertado do significado da “coisa de ínfimo valor”. (NUCCI, 2015,p.868).
Furto de talão de cheque: em tese qualquer coisa que possua valor, ou possa se transformar e
valor monetário pode ser passivo de furto. Nas palavras de Nucci, “visto possuir nítido valor
econômico, tanto para quem subtraí, que vende e estelionatários, quanto a vítima, que é obrigada
a sustar os cheques e retirar outro talão, pagando ao estabelecimento bancário taxas elevadas e
sofrendo prejuízo material. [...] O talão de cheques, incluindo as folhas de cheques avulsas ou em
branco, pode ser objeto material do crime de furto, pois representam valor econômico
considerável, pelo prejuízo que a subtração causa ao proprietário”. (TACRIM/SP atual TJSP) Ap.
617.021, 1.° C., rel. Silva Franco, 07.11.1991)”. (Ibidem, p. 869).
Furto em túmulo e sepulturas: O crime nestes casos se encontra tipificado no art. 210, do CP,
ou ainda, dependendo do caso “destruição, subtração ou ocultação de cadáver”. (Art. 211, CP). A
doutrina majoritária indica que todos os objetos matérias que ali se encontram, “dentro da cova
não pertencem a ninguém. Foram ali abandonados pela família. Entretanto, se o agente subtrai
adornos ou bens que guarnecem o próprio túmulo, como castiçais ou estatuas de bronze,
naturalmente há furto”. (Ibidem, p. 871).
50
Furto sob vigilância: No Art. 17, do CP (Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta
do meio ou por absoluta impropriedade do objeto é impossível consumar-se o crime). O caso
exemplo exposto é: “Se um indivíduo é vigiado num supermercado o tempo todo por seguranças
e câmeras internas, de modo a tornar, naquela situação concreta, impossível consumação do
delito de furto, trata-se da hipótese do art.17. Mas se a vigilância é falha ou incompleta, cremos
ser cabível falar em tentativa”. (Ibidem, p.872)
Furto de cartão de crédito e bancário: Para doutrina maior, a subtração pode ser considerada
“crime de bagatela”, fato atípico, pois o cartão em si não possui valor algum “ e a administradora
ou estabelecimento bancário, comunicado o furto, repõe o mesmo ao cliente sem nenhum custo,
como regra”. (Ibidem, p.873).
Furto de imagem: no texto legal ao se referir sobre “coisa”, está apresentado algo que seja
palpável, que possa ser manejada. Por conta disso, fotos, ou filmagens não pode ser objeto de
furto, sendo no máximo violação de direito autoral. “O furto deve ser furto de coisa ou recair em
uma coisa: a coisa mesma deve ser subtraída”. (Ibidem, p. 873).
Furto famélico: Em tese pode ser considerado estado de necessidade (Art.23, I e Art. 24, caput,
CP). Encontrasse nestes dois artigos a conceituação e o que significa estado de necessidade,
sendo claro que para utilizar-se deste meio jurídico há elementos indispensáveis que devem se
apresentar: “a pratica do fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade,
nem podia de outro modo evitar, [...] cujo sacrifício nas circunstâncias, não era razoável exigir”.
Para Nucci, estes são os bens a ser protegido nesta excludente (vida, integridade física ou saúde
humana). “Atualmente, não é qualquer situação que pode configurar o furto famélico, tendo em
vista o estado de pobreza que prevalece em muitas regiões de nosso país. Fosse admitido sempre
e jamais se teria proteção segura ao patrimônio. Portanto, reserva-se tal hipótese a casos
excepcionais, como, por exemplo a mãe que, tendo o filho pequeno adoentado, subtraí um litro de
leite ou um remédio, visto não ter condições materiais para adquirir o bem desejado e
imprescindível para o momento”. (Op. Cit. p.873).
Conceito de móvel: qualquer coisa que possa se deslocar de um lugar para o outro sem grandes
dificuldades.
Classificação: Crimes: comum (aquele que não demanda sujeito ativo qualificado ou especial);
material (delito que exige resultado naturalístico, consistente na diminuição do patrimônio da
vítima); de forma livre (podendo ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); comissivo (
implica em ação); instantâneo (cujo resultado se dá de maneira instantânea, não se prolongando
no tempo; de dano (consuma-se apenas com efetiva lesão a um bem jurídico tutelado);
51
Unissubjetivo (que pode ser praticado por um só agente); plurissubsistente (em regra, vários atos
integram a conduta); admite-se tentativa. (Ibidem, p. 874).
Causa de aumento de pena: é o furto praticado cometido no período do repouso noturno, isto
por tornar mais difícil a vigilância, por estarem as pessoas em seu repouso, o que é um facilitador
para quem deseja furtar.
Repouso Noturno: doutrinariamente entende-se por repouso noturno, “ a fim de dar segurança
à interpretação do tipo penal, uma vez que as pessoas podem dar início ao repouso noturno em
variados horários, mormente em grandes cidades, o período que medeia entre o início da noite,
com o pôr do sol, e o surgimento do dia, com o alvorecer. A vigilância tende a ser naturalmente
dificultada quando a luz do dia é substituída pelas luzes artificiais [...], de modo que o objetivo do
legislador foi justamente agravar a pena daquele que se utiliza desse período para praticar o
delito contra o patrimônio”. (NUCCI, 2015, p.875).
Furto privilegiado: §2°, Art. 155, há uma discussão de se tratar ou não de furto privilegiado.
Para Nucci trata-se de apenas uma diminuição da pena. Mas, admite, de forma quase implícita
“poder-se-ia falar em privilégio em sentido amplo”. Para compreender a questão, há de se buscar
o significado do que vem a ser privilégio que para o supracitado autor é “representar uma nova
faixa da pena, diminuindo-se o mínimo e o máximo em abstrato, estabelecidos pelo legislador no
preceito sancionador do tipo penal”. (Ibidem, p.877).
Furto de Sinal de TV a Cabo: “é válido para encaixar-se na figura prevista neste parágrafo, pois
é uma forma de energia. Nesta ótica o: STJ: Indícios apontando o uso irregular de sinais de TV a
cabo por um período de cerca de 1 ano e 9 meses, sem o pagamento da taxa de assinatura ou
das mensalidades pelo uso, apesar da cientificarão pela empresa vítima da irregularidade da
forma como recebiam o sinal, tendo sido refeita, inclusive, a ligação clandestina após a primeira
desativação”. (HC 17.867-SP, 5ª T. rel. Gilson Dipp, 17.12.2002, DJ 17.03.2003) ”. (Ibidem,
p.881).
Conceito de qualificadora: “Convém relembrar que o crime é qualificado quando o tipo penal
faz prever circunstâncias acrescentadas ao tipo básico, tornando-o mais grave. O gravame é
exposto na forma da alteração do mínimo e do máximo em abstrato das penas previstas para o
delito”. (Ibidem, p. 881).
52
entregam a chave da casa e várias outras atividades pessoais (como pagamentos de contas), caso
pratique furto, incidirá na figura qualificada”. (Ibidem, p. 884).
Furto como fraude versus estelionato: “eis a polêmica estabelecida no caso concreto,
provocando variadas posições na jurisprudência. O cerne da questão diz respeito ao modo de
atuação da vítima, diante do engodo programado pelo agente. Se este consegue convencer o
ofendido, fazendo-o incidir em erro, a entregar, voluntariamente o que lhe pertence, trata-se de
estelionato; porém, se o autor, em razão do quadro enganoso, ludibria a vigilância da vítima,
retirando-lhe o bem, trata-se de furto com fraude. No estelionato, a vítima entrega o bem ao
agente, acreditando fazer o melhor para si; no furto fraude, o ofendido não dispõe de seu bem,
podendo até entregá-lo, momentaneamente, ao autor do delito, mas pensando em tê-lo de volta”.
(Ibidem, p. 885).
Chave falsa: “é o instrumento destinado a abrir fechadura ou fazer funcionar aparelhos. A chave
original, subtraída sub-repticiamente, não provoca a configuração da qualificadora. Pode haver,
nessa hipótese, conforme o caso concreto, abuso de confiança ou fraude. A mixa – ferro curvo
destinado a abrir fechaduras -, segundo nos parece, pode configurar a qualificadora. Afinal, deve-
se notar que se chave falsa não é de possuir o mesmo aspecto ou a mesma forma da chave
original”. (Ibidem, p. 887).
Nova qualificadora: é uma segunda figura de crime qualificado, sendo a pena aumentada ainda
mais, “para reclusão de 3 a 8 anos, quando o veículo automotor for transportado para outro
Estado da Federação ou para o exterior”. (Ibidem, p. 887) verificar Lei 9.426/96, esta é a lei que
acrescentou uma pena mais alta quando há este transporte para outro Estado e outro país.
Nas palavras de Prado, “elenca o elemento qualquer meio como modo de reduzir ou impossibilitar
a resistência da vítima (violência imprópria).
Assim completo o tratamento capilar ofertado pelo legislador, cumpre observar a diferença e
noção de aplicabilidade do tipo da forma mais adequada possível.
53
1.2.2 Sujeito Ativo ou Passivo – pode ser qualquer agente, uma vez o dispositivo legal não
trazer em seu bojo qualificaçãoalguma.
1.2.3 Princípio da Insignificância – Não há como se aplicado no contexto do roubo, por tratar
de crime complexo, o que se exige haver ao menos duas condutas distintas, além da
peculiaridade da violência tornando expresso no artigo que este elemento deve existir de forma a
entrega do bem ou objeto desejado, ser entregue ao que o pretende, expulsando a possibilidade
de crime de bagatela. Havendo manifestação neste sentido do STF, STJ e da doutrinamajoritária.
1.2.4 Bem jurídico tutelado – protege o “patrimônio público e privado, além da liberdade e
individual e a integridade física e a saúde, que são atingidos pela ação incriminada”.(Bitencourt,
2014,p.722).
a) Roubo contra várias pessoas através de uma ação – Concurso formal. “Como regra, a
ação desencadeada pelo agente envolve uma única grave ameaça, voltado a determinados
ofendidos, confinados num local. Eles se desfazem de seus pertences, quase ao mesmo tempo,
constituindo cenário único”. (Nucci, 2015, p.894). Ex. Um assalto num ônibus com muitos
passageiros.
b) Roubo seguido de resistência – Concurso material. “Ambos os delitos tutelam bens jurídicos
diversos: patrimônio e administração da justiça”. (Nucci, 2015, p.895).
d) Roubo Próprio – “o modelo abstrato de conduta do caput configura o roubo próprio, isto é a
autêntica forma de realização do roubo”. (Nucci, 2015, p.898).
54
f) Tentativa no roubo próprio – Segundo doutrina majorante há duas posições: “a) pode haver
tentativa do roubo impróprio, quando o agente, apesar de ter conseguido a subtração é detidopor
terceiros no instante em que pretendia usar violência ou grave ameaça; b) não é cabível. Se a
subtração se concretizou, não há de se falar em tentativa de roubo impróprio: ou o agente usa a
violência ou grave ameaça e está consumado o roubo impróprio, ou não se utiliza e mantém-se
somente a figura do furto”. (Nucci, 2015,p.899)
1.2.9 Causas de aumento da pena – o artigo em comento trata no §2° do que pode gerar
aumento da pena, lembrando que esta se aufere em condição de única qualificadora. (Lembrando
que qualificadora se dá quando se percebe modificação da conduta em relação ao caput, ou seja,
há uma condicionante estipulada pelo próprio art.157, §2°, I, arma de fogo, mesmo que seja
apenas em forma de ameaça, o agente está armado gera possibilidade de agravar asituação).
1.2.10 Incidência de mais de uma causa de aumento – “há quatro posições principais nesse
contexto: a) deve haver um único aumento, baseado numa das causas constadas. Se houvermais
de uma circunstância, as demais podem ser consideradas como circunstâncias judiciais (art.59)
para estabelecer a pena base; b) o aumento que é variável (1/3 até metade), deve ser
proporcional do número de causas presentes. Assim, havendo uma única, cabe aumentar, cabe
aumentar a pena a um terço. Se todas estiverem presentes, o juiz deve aumentar a pena pela
metade; c) a existência de mais de uma causa de aumento por si só não significa a elevação
necessária da pena. O juiz, se assim entender, ainda que presentes várias causas de aumento,
poderia aplicar o acréscimo de apenas um terço, pois o que está em jogo é a gravidade do meio
empregado, e não o número de incisos do § 2° que sejam configurados; d) deve haver a elevação
necessária (entre 1/3 e metade) e suficiente para no entendimento do julgador, punir de modo
justo o crime, com circunstâncias presentes, sem qualquer critério punir de modo justo o crime,
com as circunstâncias presentes, sem qualquer critério matemático fixo. A última posição é a
correta e vem ganhando adeptos, inclusive nos tribunais superiores. ”[...] (Nucci, 2015,p.900).
1.2.11 Arma de brinquedo – é de muita importância lembrar que a arma pode causar muito
mais leniência da pessoa que está sob sua mira do que outro objeto que assuma a posição de
arma, como uma faca, a intimidação é notória. No que tange a arma de brinquedo é bom notar “é
indiscutível que a arma de brinquedo pode gerar grave ameaça e, justamente por isso, ela serve
para configurar o tipo penal de roubo, na figura simples (jamais causa de aumento) ”. (Nucci,
2015, p.905). Lembrando que a arma de brinquedo tem que ter uma aparência semelhante a de
verdade, se no caso ficar evidente tratar-se de arma de brinquedo, não há como configurar o
crime deroubo.
Dolo Direto – “exige o tipo penal que o agente conheça a circunstância referente ao transporte
de valores de terceiros, razão pela qual não configura a causa de aumento quando houver dolo
indireto (assumir o risco de provocar o resultado”. (Nucci, 2015, p. 908).
1.2.12 – Crime qualificado pelo resultado morte – “trata-se da hipótese do latrocínio quando
também se exige dolo na conduta antecedente (roubo) e dolo ou culpa na conduta subsequente
(morte). É considerado crime hediondo”. (Nucci, 2015, p.910).
55
1.3 Extorsão (art.158)
a) Extorsão – “é uma variante de crime de crime patrimonial muito semelhante ao roubo, pois
também implica uma subtração violenta ou com grave ameaça de bens alheios. [...] A diferença
encontra-se no fato de a extorsão exigir a participação ativa da vítima fazendo alguma coisa,
tolerando que se faça ou deixando de fazer algo em virtude de ameaça ou da violência sofrida”.
(Nucci, 2015, p.914).
c) Violência ou grave ameaça – A violência e a grave ameaça está presente neste crime, pois,
caso não houvesse, certamente, não haveria sucesso no resultadoesperado.
a) Análise do Núcleo do tipo – “sequestrar significa tirar a liberdade da pessoa, isolar, reter a
pessoa”. (Op. Cit.p.922).
b) Elemento subjetivo – “é o dolo, que deve constar o elemento objetivo do tipo”. (Ibidem, p.
923). Há o elemento subjetivo do tipo que especificamente é “ com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço doresgate”.
c) Consumação – por tratar de crime formal, a punição é gerada através da mera atividade de
sequestrar pessoa, tendo a fim a obtenção de resgate. Mesmo que o agente não consiga o
resultado final, o delito de sequestro está consumado, pois, toda a conduta foiexercida.
e) Classificação: Crime comum (aquele que não demanda sujeito ativo qualificado ou especial);
formal (delito cujo resultado naturalístico previsto no tipo penal – recebimento do resgate – pode
não ocorrer contentando-se, para a sua configuração, com a conduta de sequestrar); de forma
livre (podendo ser cometido por qualquer meio pelo agente); comissivo (“sequestrar, implica em
ação); e, excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, ou seja, é a aplicaçãodo
art. 13, § 2° do Código Penal); permanente (o resultado se prolonga no tempo);Unissubjetivo
56
(que pode ser praticado por um só agente); plurissubsistente (em regra vários atos integram a
conduta); admite a tentativa. Trata-se de crime hediondo (Lei 8.072/90).
h) Sequestro de pessoa menor de 18 anos e ou idoso - há sem dúvida uma proteção maior a
vítima menor, por sua fragilidade, bem como idoso maior de 60 anos, pelas condições de saúde
que podem não ser a melhor possível, para estar num cativeiro exposto a impossibilidades de
todo gênero.
i) Bando ou quadrilha – vale-se o código penal do tipo penal específico previsto no art. 288 do
CP, atualmente modificado pela lei 12.850/2013, intitulando-se associação criminosa. É
importante que haja prova da participação de 3 ou mais pessoas para haver esta configuração e,
a compreensão que houve associação com esta finalidadeespecífica.
j) Delação premiada – na Lei 8.072/90, que instituiu “os crimes hediondos, houve por bem
criar, no Brasil, a delação premiada que significa a possibilidade de se reduzir a pena docriminoso
que entregar o (s) comparsa (s). [...]. É um mal necessário, pois trata-se de quebrar a espinha
dorsal das quadrilhas [...] (Nucci, 2015, p.926). É importante dizer que neste caso é
sumamente importante que a delação leve a libertação do sequestrado, caso contrário a
delação não poderá contemplar quemdelatou.
a) Análise do Núcleo do tipo - “apropriar-se significa apossar-se ou tomar como sua coisa que
pertence a outra pessoa”. (Op. Cit. p.940). A clara e flagrante intenção é de proteção da “coisa
alheia móvel”, passando pela confiança que o dono possui sobre a pessoa que “tem a posse ou a
detenção”. O delito se consuma quando o verdadeiro dono é solicita a coisa e aquele que estava
na “posse ou detenção” temporária, nega aentrega.
b) Sujeitos ativo e passivo – “o sujeito ativo é a pessoa que tem a posse ou a detenção de coisa
alheia; o sujeito passivo é o senhor da coisa dada ao sujeito passivo”. (Nucci, 2015, p.941).
d) Objetos material e jurídico – material é a coisas alheia móvel; enquanto o objeto jurídico é o
patrimônio.
57
e) Posse ou detenção – é importante que a coisa tenha sido dada espontaneamente para que
usufrua, podendo tirar alguma vantagem e exercendo a posse chamada direta, ou podendo ser
dada para utilização em nome de quem deu, assumindo que houve ordens do verdadeiro dono
sobre a forma deuso.
f) Classificação – crime próprio (aquele que demanda sujeito com qualificação especial); material
(delito que exige resultado naturalístico, consistente na diminuição do patrimônio da vítima); de
forma livre (podendo ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); comissivo ou omissivo
(“apropriar-se” pode implicar em ação ou omissão); instantâneo (resultado se dá de maneira
instantânea não se prolongando no tempo); Unissubjetivo (que pode ser praticado por um só
agente); unissubsistente ou plurissubsistente (pode haver um único ato ou vários atos
integrando a conduta); admite tentativa , conforme o meio eleito pelo agente. (Op. Cit., p.942).
h) Apropriação indébita contra idoso – A Lei 10.741/2003 criou a seguinte figura típica, no art.
102:„Apropriar-sedeoudesviarbens,proventos,pensãoouqualqueroutrorendimentodoidoso, dando-
lhes aplicação diversa de sua finalidade: Pena – Reclusão de 1(um) a 4(quatro) anos e multa”.
(Ibidem, p.943). Se a pessoa for idosa, portanto acima de 60 anos, segue-se o disposto na
LeiEspecial.
a) Análise do núcleo do tipo –cumpre dizer que a conduta é sempre composta. “Obter
vantagem indevida induzindo ou mantendo alguém em erro. Significa conseguir um benefício ou
um lucro ilícito em razão de engano provocado pela vítima. [...]. Induzir quer dizer incutir ou
persuadir e manter significa fazer permanecer ou conservar. Portanto, a obtenção da vantagem
indevida deve se ao fato do agente conduzir o ofendido ao engano ou quando deixa que a vítima
permaneça na situação de erro na qual se envolveusozinha.
d) Vantagem ilícita – esta espécie de conduta delituosa, basta que “o agente obtenha
vantagem, isto é, qualquer benefício, ganho ou lucro, de modo indevido, ou seja, ilícito”.(Nucci,
2015,p.962).
e) Elemento normativo – “perda quer dizer perda ou dano; alheio significa pertencente a
outrem. Portanto, a vantagem auferida pelo agente deve implicar numa perda, de caráter
econômico, ainda que indireto, para outra pessoa”. (Nucci, 2015, p.962).
58
f) Qualquer outro meio fraudulento – “Trata-se de interpretação analógica, ou seja, após ter
mencionado duas modalidades de meios enganosos, o tipo penal faz referência a qualquer outro
semelhante ao artifício e ao ardil que possa, igualmente, ludibriar a vítima”. (Nucci, 2015, p.963).
Cumpre ainda dizer sobre o art. 171 do CP, que ele tem variantes em seus incisos expondo
condutas próprias e específicas de outras fraudes como:
IV – Fraude na entrega de coisa (ou na qualidade ou na quantidade de coisa que deve entregar a
alguém.
V – Fraude para recebimento de indenização ou valor do seguro (usa de meio fraudulento para
receber.
VI – Fraude no pagamento por meio de cheque. (Emissão de cheque sem provisões de fundos, ou
por qualquer meio lhe frustra opagamento).
1.7 Da receptação(art.180)
a) Análise do núcleo do tipo – esta espécie de crime não traz complicação por tratar-se de dois
blocos bem específico e com duas condutas autonomamente puníveis. Sendo a primeira
“denominada de receptação própria – é formada pela aplicação alternativados
verbos adquirir (obter, comprar), receber (aceitar em pagamento ou simplesmente
aceitar), transportar (levar de um lugar a outro), conduzir (tornar-se condutor,
guiar), ocultar (encobrir ou disfarçar), tendo por objeto material coisa fruto produto de crime. [...]
A segunda – denominada receptação imprópria – é formada pela associação da conduta de influir
(inspirar ou insuflar)) alguém de boa-fé a adquirir (obter ou comprar), receber (aceitar em
pagamento ou aceitar) ou ocultar (encobrir ou disfarçar) coisa produto de crime”. (Op. Cit. p.
1001).
59
b) Sujeito Ativo ou passivo – “o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O Sujeito passivo
necessita ser o proprietário ou possuidor da coisa produto do crime”. (Nucci, 2015, p.1001).
c) Elemento subjetivo – “é o dolo. A forma culposa possui previsão específica no § 3°. Exige-se
elemento subjetivo do tipo específico que é a nítida intenção de tomar, para si ou para outrem,
coisa alheia originária na prática de um delito”. (Nucci, 2015, p.1002).
f) Análise da nova figura típica qualificada – “a Lei 9426/96 introduziu a figura típica do §1°,
tendo por finalidade atingir os comerciantes e industrias que, pela facilidade com que atuam no
comércio, podem prestar maior auxílio à receptação de bens de origem criminosa”. (Nucci,2015,
p. 1005). Alguns novos verbos são propostos: desmontar, montar e remontar. Demonstram “a
clara intenção de abranger alguns „desmanches‟ de carros que tanto auxiliam a atividade dos
ladrões de veículos”. (Nucci, 2015, p. 1005).
g) Sujeito ativo e passivo – neste caso específico só pode ser o comerciante ou industrial;
enquanto o sujeito passivo é o proprietário ou possuidor legítimo da coisa ou produto do crime.(
Op. Cit. p.1006).
1.8 Disposiçõesgerais
At. 181 – É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título em
prejuízo:
“No âmbito penal, trata-se (art.181) de uma escusa absolutória, condição negativa de punibilidade
ou causa pessoal de exclusão da pena. [...] baseando-se na circunstância de existirem laços
familiares ou afetivos entre os envolvidos, o legislador houve por bem afastar a punibilidade de
determinadas pessoas. O crime – fato típico, antijurídico e culpável – está presente, embora não
seja punível. Cuida-se de imunidade absoluta, porque não admite prova em contrário, nem
possibilidade de se renunciar à sua incidência. [...] Ensina Nelson Hungria que a razão dessa
imunidade nasceu, no direito romano, fundada na copropriedade familiar. Posteriormente, vieram
outros argumentos: a) evitar a cizânia entre os membros da família; b) proteger a intimidade
60
familiar; c) não dar cabo do prestígio auferido pela família. ” (Nucci, 2015, p.1017). Assim não é
de todo errado imaginar que o que acontece dentro de uma família deve ser resolvida de
preferência se resolve no seio familiar, sem dar vazão e trazer a público.
A CF em seu art. 216 aponta de formada definida o que “constituem ´patrimônio cultural
brasileiro os bens de natureza material e imaterial”. [...]
a) Conceito de Direito de autor – Nucci apud Carlos Alberto Bittar “é o ramo do Direito Privado
que regula as relações jurídicas, advindas da criação e da utilização econômica de obras
intelectuais estéticas e compreendidas na literatura, nas artes e ciências. (...). As relações regidas
por esse Direito nascem com a criação da obra, exsurgindo, do próprio criador, direitos
respeitantes à sua face pessoal [...]”. (Nucci, 2015, p.1026).
b) Análise do núcleo do tipo – “violar significa ofender ou transgredir, tendo por objeto o
direito de autor à sua produção intelectual. O tipo é uma norma penal em branco,necessitando,
pois, de vinculação com as leis que protegem o direito de autor (consultar as Leis 9.609/98 e
9.610/98), bem como usando a interpretação do juiz para que possa ter alcance e sentido”.
(Nucci, 2015, p.1026).
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar
ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.”
1.4-Tipo objetivo – “Constranger” é obrigar, coagir, forçar a vítima ao ato sexual. “Violência” é a
prática de lesão corporal ou homicídio contra a vítima.
61
“Grave ameaça” é a intimidação psíquica, a violência moral.
“Ato libidinoso” é todo ato destinado ao prazer sexual, para satisfazer a libido sexual. Exemplos:
apalpação dos seios, coito oral, coito anal, etc.
Na segunda parte do dispositivo, o crime pode ser praticado de duas formas: 1ª) o agente obriga
a vítima a praticar um ato libidinoso diverso da conjunção carnal. A vítima, neste caso, tem um
comportamento ativo no ato sexu
sexual.
al. Exemplo: o agente obriga a vítima a masturbá
masturbá-lo.
Na segunda parte do art. 213, o delito se consuma quando a vítima pratica ou permite que com
ela se pratique o ato libidinoso. Nesta hipótese, basta o toque físico eficiente para gerar a lascívia
do acusado e o constrangimento da vítima.
Não há necessidade que a vítima coagida realize o ato sexual com o agente do crime, pode ser
com
om um terceiro, ou ainda em si mesma como no caso de automasturbação.
Comete ainda o crime de estupro a pessoa que se deparando com uma pessoa despida,obriga
essa pessoa a permanecer nua para contemplá-la.
contemplá
1.7- Qualificação – As modalidades qualificadas estão previstas nos §§ 1º e 2º do art. 213. São
formas preterdolosas do delito. Ler.
62
Quando o estupro é cometido no dia em que a vítima completa 14 anos, Damásio de Jesus
entende que deve incidir a qualificadora do
O resultado qualificador pode se dar por dolo ou culpa (exceto quando o legislador deixa claro a
exclusão do dolo como fez no §3º do art. 129).
Há quem sustente que deve existir nos delitos sexuais, para a configuração do resultado
qualificador, a incidência somente de culpa. Se existir dolo haveria concurso de crimes entre
homicídio ou lesão corporal.
EXEMPLO: “Um homem ao tentar estuprar uma mulher, derruba a vítima que bate a cabeça em
uma pedra e morre. A corrente doutrinária majoritária entende haver ocorrido a modalidade
qualificada do crime do parágrafo segundo. Uma corrente minoritária entende haver tentativa
qualificada de estupro.
Na hipótese de estupro de menor de 18 e maior de 14 anos vier a ocorrer morte da vítima, aplica-
se a pena do § 2º.
3- De quarta parte, quando o crime é cometido mediante concurso de duas ou mais pessoas.
1.8- AÇÃO PENAL – (ART. 225) A ação penal será pública condicionada a representação.
No parágrafo único, a ação penal será pública incondicionada, se a vítima é menor de 18 anos ou
pessoa vulnerável.
1.9- SEGREDO DE JUSTIÇA – Segundo o art. 234-B Os processos que apuram crimes contra a
dignidade sexual correrão em segredo de justiça.
63
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
1) Não haverá concurso de crimes se o agente realizar conjunção carnal e outro ato libidinoso
diverso com a vítima. Vicente Greco Filho minoritariamente defende a possibilidade de existir
concurso entre as duas modalidades de estupro. Todavia, o juiz deve levar em consideração este
comportamento duplo a quando da dosimetria dapena.
2) Somente ocorrerá concurso se o agente cometer novamente o ato sexual em outro cenário, em
outrascircunstâncias.
3) O dissenso da vítima deve ser durante todo o ato sexual, assim como a cessação do
consentimento para o ato sexual pode ocorrer a qualquer momento, impedindo o autorde
prosseguir o ato, incorrendo no delito seprosseguir.
5) Para a prática do crime, não é necessário o contato físico. Exemplo: A, um homem, ameaça B,
uma mulher, com uma arma de fogo e obriga a vítima a se despir em sua frente, o que lhe
confere prazer sexual, comete o delito consumado (Guilherme de SouzaNucci).
“Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio
que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima”.
2.2- Sujeito ativo – na modalidade “ter conjunção carnal”, o delito é próprio, somente pode ser
praticado pelo homem. Na segunda modalidade, qualquer pessoa pode ser autora do crime.
2.4- Tipo Objetivo – “ato libidinoso”, e “conjunção carnal”, já foram explanados no art. 213, CP.
“Fraude” é o ardil, o engano, o artifício. Um verdadeiro estelionato sexual.
Diante da fraude, a vontade da vítima é viciada, pois se conhecesse a realidade, a vítima não
consentiria o ato sexual. Exemplos: a simulação de casamento; um homem penetra no quarto de
uma mulher fingindo ser seu esposo. O caso dos gêmeos Cosme e Damião em que um se faz
passar pelo outro.
64
“Outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vítima” deve ser um meio análogo à
fraude. Exemplo: embriaguez incompleta da vítima.
2.5- Consumação – Na modalidade conjunção carnal, a consumação ocorre nos mesmos moldes
do crime de estupro; Na segunda modalidade, com a realização do ato libidinoso.
A tentativa é admitida.
2-Sujeito ativo e passivo é qualquer pessoa. O agente deve se encontrar em uma posição de
superioridade hierárquica ou ascendência em relação à vítima, decorrente de cargo, emprego ou
função.
“Constranger” é coagir. O constrangimento pode ser por qualquer meio de comunicação (verbal,
escrito ou mímica). O constrangimento não pode ser físico.
A vantagem e o favorecimento podem ser de diversas ordens, desde que tenham um cunho
sexual.
A vantagem ou o favorecimento podem ser para o próprio agente ou para terceiro, ainda que sem
o conhecimento deste. Se o terceiro tem ciência do constrangimento, poderá responder como
partícipe do delito.
65
3- Consumação – Ocorre no momento em que o agente realiza a ação de constranger,
independentemente de obter ou não o favor sexual buscado. Na hipótese do constrangimento ter
sido por escrito, admite-se a formatentada.
OBS. No art. 216-A foi acrescentado pela lei 12.015, o §2º, com a seguinte redação: “a pena é
aumentada em até um terço, se a vítima é menor de 18 anos.”
A doutrina critica essa formula por não prever um mínimo de aumento, somente o máximo é
previsto.
3- Estupro de Vulnerável (art. 217-A) “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso
com menor de 14 (quatorze) anos”. Reclusão de 8 a 15 anos.
3.3- Sujeito ativo – Na primeira modalidade somente o homem. Na segunda é qualquer pessoa.
Sujeito passivo deve ser pessoa vulnerável.
3.4- Tipo objetivo – O núcleo do tipo penal é o verbo “ter”, que difere do verbo “constranger”
empregados no art. 213. Ou seja, não se exige, nesta forma especial de estupro, que o agente
empregue violência ou grave ameaça. CONJUNÇÃO CARNAL E ATO LIBIDINOSO FORAM
CONCEITUADOS NO ESTUDO DO CRIME DE ESTUPRO (ART. 213).
Mesmo que sem violência ou grave ameaça, mesmo a vítima consentindo o ato sexual, ainda
assim haverá o crime.
Não incorre no crime o agente que mantém relação sexual com a vítima no dia de seu aniversário
de 14 anos, porque a lei se refere a “ menor de 14 anos.” A idade da vítima é provada pela
certidão de nascimento ou outro documento idôneo.
A vulnerabilidade pode ser relativa ou absoluta. Pergunta Nucci: Pode-se considerar, o menor de
13 anos, absolutamente vulnerável, a ponto de seu consentimento para a prática sexual ser
completamente inoperante, ainda que tenha experiência sexual comprovada?
Depois que a vítima completa 14 anos, somente poderá ser vítima de crime sexual nas seguintes
hipóteses:
• Se o ofendido, embora voluntário o ato, encontra-se em situação de prostituição (art. 218, §2º,I)
• Se o ato sexual for praticado sem o seu consentimento (art. 213 ou215).
Quanto a enfermidade mental ou deficiência mental pode-se sustentar o mesmo: deve-se avaliar
a falta de discernimento (caráter absoluto) ou discernimento incompleto (caráter relativo),
aplicando-se conforme a situação o art. 215 (violação sexual mediante fraude) ou o art. 217§1º
(estupro de vulnerável). Neste caso, não importa a idade do ofendido.
Se o agente for enganado quanto a idade da vítima ou as circunstâncias do caso concreto (altura,
compleição física, desenvoltura, comportamento, etc.) levarem o agente a presumir que a vítima
tem mais de 14 anos, poderá haver erro de tipo (ART. 20, CP).
Pode uma pessoa, mesmo portadora de doença mental ou deficiência mental manter relação
sexual e isso não configurar o crime em estudo, como no caso de uma pessoa portadora de
epilepsia.
3.5- Consumação – Ocorre nos mesmos moldes do crime de estupro (art. 213, CP).
3.6- Causas de aumento de pena: Estão previstas no art. 234-A E 226, CP:
A PENA É AUMENTADA:
67
1- De metade se do crime resultargravidez.
3- De quarta parte, quando o crime é cometido mediante concurso de duas ou mais pessoas.
3.7- Ação Penal – Tendo em vista a vulnerabilidade da vítima, a ação penal é pública
incondicionada (art. 225). O processo deverá correr em segredo de justiça.
3.8- Concurso de Crimes – pode ocorrer entre o art. 217-A e lesão corporal (art. 129,CP) ou
ameaça (art. 147) se foram estes os meios empregados pelo agente.
Com a mesma finalidade, exibi-la durante um banho; induzir à automasturbação da vítima; a ficar
deitada sem roupas; danças eróticas semi-nua; streaptease, etc.
Trata-se de uma modalidade especial de lenocínio (ato de tirar proveito da sexualidade alheia),
onde o sujeito presta assistência à libidinagem de outrem. (COMPARAR COM O ART. 227).
A mediação para servir a lascívia de outrem envolvendo apenas adultos é crime vetusto e de
raríssima aplicação que já deveria ter sido revogado do CP.
Não satisfeito de manter esse tipo penal, o legislador ainda criou a “mediação de vulnerável para
servir a lascívia de outrem”.
Aquele que desafoga na vítima sua libidinagem responde por estupro de vulnerável (art. 217-
A).Trata-se de uma exceção pluralística à teoria monista.
Se A induz (dar idéia) a menor de 14 anos B a ter conjunção carnal com C, responderá pelo art.
218, enquanto C deve ser processado como incurso no art. 217-A (estupro de vulnerável). O
68
partícipe moral tem pena mínima de 2 anos, enquanto aquele que realizou o ato sexual tem pena
mínima de 8 anos.
A consequência dessa falta de bom senso será a possibilidade de aplicar por analogia in bonam
parte, ao partícipe em geral do estupro de vulnerável a figura privilegiada do art. 218, uma vez
que não tem sentido em punir o indutor com pena de 2 a 5 anos e o instigador com pena de 8 a
15 anos.
Exige-se que o sujeito passivo seja induzido a satisfazer a lascívia de determinada pessoa. Se o
induzimento é para que a vítima satisfaça a libidinagem de indeterminado número de pessoas, o
crime será o do art. 218-B (favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de
vulnerável).
4.3- Sujeito Ativo e passivo. Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime. Sujeito passivo é
o menor de 14 anos. Se a vítima tem mais de 14 anos, o crime será o do art. 227, CP.
4.4- Ação penal é pública incondicionada e deve correr em segredo de justiça (art. 234-A).
Para a configuração do crime, o agente deve praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso na
presença do menor de 14 anos, com a finalidade de satisfazer a lascívia de outrem. A presença do
menor no ato sexual é motivo de prazer para um terceiro.
69
O menor não pratica nenhum ato sexual, mas apenas assiste essas práticas. “Lascívia” é a
sensualidade, luxúria, concupiscência.
O agente do crime não tem qualquer contato físico com o menor de 14 anos nem o obriga a se
despir ou a adotar qualquer conduta sexualmente atrativa, pois se assim fizesse estaria
cometendo estupro de vulnerável.
O núcleo do tipo prevê a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso, destinado ao prazer
sexual, para satisfação de lascívia própria ou de terceiro.
O menor de 14 anos a tudo assiste. O tipo penal menciona o termo presença e o verbo presenciar,
dando margem a interpretação de que o menor deveria estar fisicamente no local onde o ato
sexual se desenvolve.
Não deveria ser assim, pois a evolução tecnológica já propicia a presença – estar em determinado
lugar ao mesmo tempo em que algo ocorre – por meio de aparelho apropriado (web Can). Logo, o
menor pode a tudo assistir ou presenciar através de TV ou monitores.
Nessa última medida, por cautela, deveria o legislador ter inserido os verbos instigar e auxiliar.
Porém, se algum deles se configurar, torna-se viável inserir o autor como partícipe do ato sexual
de qualquer modo.
4.3- Sujeito Ativo e passivo. Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime. Sujeito passivo é
o menor vulnerável.
“Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de
18 anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para
a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone.”
70
EXPLORAÇÃO SEXUAL é expressão nova na legislação penal que significa tirar proveito ou
enganar alguém para lucrar.
Se a vítima tem menos de 14 anos, o crime poderá ser o de estupro de pessoa vulnerável (art.
217-A).
Quanto ao relacionamento sexual do vulnerável, está vedado quando a pessoa tiver menos de 14
anos (estupro de vulnerável), porém somente está proibido para os que possuem menos de 18
anos quando envolver prostituição ou outra forma de exploração sexual.
1) enfermos e deficientes que não têm a menor compreensão e discernimento em relação ao ato
sexual, a vulnerabilidade é absoluta (estupro devulnerável).
Nucci entende que a vulnerabilidade relativa deve inserir, dependendo do caso, os menores com
idade entre 12 e 13 anos.
Pode ainda o crime ser cometido quando o agente impede ou dificulta a vítima de abandonar a
prostituição. A vítima se encontra no exercício da atividade, sendo impedida pelo agente de
abandoná-la ou quando o agente dificulta o abandono.
71
A vítima com doença mental ou com deficiência mental se deixa explorar sexualmente, sem que
ninguém mantenha com ela conjunção carnal ou ato libidinoso. Por exemplo: tirar fotos eróticas,
trabalhar em casa de prostituição, em casa de disque-sexo, etc.
Se ocorrer ato sexual poderá ocorrer o crime do art. 217-A (estupro de vulnerável).
O tipo é misto alternativo: a prática de uma só conduta configura o crime. Porém, a prática de
mais de um verbo mantém o crime único.
Portanto, deve existir prova de habitualidade, ou seja, de que o comércio sexual instalou-se na
vida da vítima, ainda que por breve tempo.
Se uma pessoa realizou ato sexual uma única vez mediante paga não há prostituição porque não
existe habitualidade.
I- pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18anos e maior de 14
anos na situação descrita no caput do artigo218-B.
II- o proprietário, gerente ou responsável pelo local (hotel, motel, boate, danceteria, etc.) em que
se verifiquem as práticas referidas no caput do artigo218-B.
6.4- Consumação – Ocorre com a realização da conduta descrita no núcleo do tipo penal.
72
•
Art.220 Revogado.
2- Art. 224Revogado
“Nos crimes definidos nos capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública
condicionada à representação”.
Parágrafo Único: “procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima
é menor de 18 anos ou pessoa vulnerável.”
Observação: Em caso de estupro de pessoa adulta, ainda que cometido com violência a ação
penal é pública condicionada à representação.
73
4. Rufianismo(art.230).
A mediação para servir a lascívia de outrem envolvendo apenas adultos é crime vetusto e de
raríssima aplicação que já deveria ter sido revogado do CP.
Não satisfeito de manter esse tipo penal, o legislador ainda criou a “mediação de vulnerável para
servir a lascívia de outrem”.
1.2- Objeto Jurídico: a disciplina da vida sexual, de acordo com os bons costumes, a moralidade
pública e a organização da família.
“Art. 228 – Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual,facilitá-la,
impedir ou dificultar que alguém a abandone”.
Outra forma de exploração sexual é outra maneira de se tirar proveito, abusar ou lucrar
com a lascívia alheia. Ex. Violação sexual fraudulenta (art. 215) assédio sexual (art.
216-A), etc.
74
2.1- Objeto Jurídico: é o interesse social que a função sexual se exerça normalmente, de acordo
com os bons costumes.
2.3- Sujeito Passivo: qualquer pessoa. Não importa a condição pessoal da vítima, mesmo a
meretriz pode ser sujeito passivo.
Não pode ser pessoa já prostituída no caso de induzir ou instigar. Seria hipótese de crime
impossível por absoluta impropriedade do objeto.
O mais (a prostituição não é crime); o menos (dar a idéia ou atrair à prostituição) formalmente é
delito. Há lesão ao princípio da intervenção mínimo e ao princípio da ofensividade.
3- Este artigo não tem denominação. Era chamado de Casa de Prostituição antes da lei
12.015/2009:
“Art. 229 – Manter por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração
sexual, haja ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente”.
Exige-se habitualidade. Só um ato não configura o crime. Logo, não tem tentativa e nem pode o
autor ser preso em flagrante.
Se houver concurso com o crime do art. 228 deve-se aplicar o princípio da consunção. O fato mais
grave (manter o estabelecimento) absorve o menos grave (facilitar a prostituição).
3.1- Sujeito Ativo: é a pessoa que mantém o estabelecimento em que ocorra exploração sexual.
3.2- Sujeito Passivo: são as pessoas que praticam a prostituição ou se entregam a lascívia
alheia e a sociedade.
75
Não alcança os motéis e os hotéis de alta rotatividade, locais em que há prática de libidinagem,
porém sua manutenção não é dirigida à prostituição.
Este crime pode ser condicionado à prova da existência do crime de Favorecimento daprostituição
ou outra forma de exploração sexual (art.228). Desse modo funcionaria como crime assessório ou
parasitário.
4-Rufianismo:
“Art. 230 – Tirar proveito da prostituição alheia participando diretamente de seus lucros ou
fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem exerça”.
Se sustentar outros parentes somente haverá o crime se os parentes tiverem direito a alimentos.
“Art. 231 – Promover ou facilitar a entrada, no território nacional, de alguém que nele venha
exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou a saída de pessoa para exercê-la
no estrangeiro”.
a) Promover ou facilitar a entrada, no território nacional, de pessoa que nele venha exercer a
prostituição ou outra forma de exploraçãosexual.
Leitura Extra-Classe:
“Art. 231 – Promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território nacional para o
exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual”.
É uma modalidade do art. anterior. A diferença é que neste delito a ação é cometida no interior do
país e não em âmbito internacional.
1- Ato Obsceno: “Art. 233 – Praticar ato obsceno, em lugar público ou aberto aopúblico”.
77
1.1- Objeto Jurídico: é o pudor e a moralidade públicos.
Ato Obsceno: é a manifestação corpórea, de cunho sexual, que ofende o pudor público.
Exemplos do crime:
2- Escrito ou ObjetoObsceno:
“Art. 234 – Fazer, importar, exportar, adquirir, ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de
distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa, ou qualquer objeto
obsceno”.
• EscritoObsceno.
• Desenho Obsceno.
• PinturaObscena.
• EstampaObscena.
78
CAPÍTULO VII (acrescentado pela Lei 12.015/2009)
Disposições Gerais
Aumento de Pena
I-vetado;
II- vetado;
IV- de um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível
de que sabe ou deveria saber serportador.
Art. 234-B-Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de
justiça.
1.2- Sujeito Ativo: é a pessoa casada. A pessoa que, não sendo casada, contrai casamento com
pessoa casada, conhecendo esta circunstância, incorre na pena do § 1º do art. 235.
O delito de bigamia absorve o crime anterior de falsidade ideológica, pelo princípio da consunção.
3- ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
“Art. 288 – Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer
crimes”.
O art. 288 prevê um ilícito em que se nota claramente a impaciência do legislador ao incriminar
fato que consistiria apenas ato preparatório de crimes.
Exige-se a associação de pelo menos quatro pessoas, podendo ser computado nesse número os
inimputáveis.
• Da MoedaFalsa.
• Da FalsidadeDocumental.
• De OutrasFalsidades.
80
1.4-Tipo Objetivo: Moeda é o valorímetro dos bens econômicos, o denominador comum a que
se reduz o valor das coisas úteis. (N. H.).
O núcleo do tipo é falsificar moeda, isto é, imitar, fazer passar por autêntica moeda que não é.
• Alteração: o agente, tendo moeda verdadeira, a modifica para que passe a representar um valor
maior que o real. Ex: modificação ou acréscimo dealgarismo.
É indispensável que a moeda fabricada ou alterada possa ser confundida com a autêntica.
O art. 289 viola a fé pública da União, seu patrimônio ou interesse. Competente para aprecia-lo é
a Justiça Federal.
A terceira modalidade típica é a de restituir à circulação o papel moeda formado com fragmentos
ou com o sinal indicativo de inutilização suprimido.
Também é criminosa a conduta de restituir à circulação o papel moeda que, embora ainda não
assinado, foi recolhido para ser inutilizado.
81
Portanto, o objeto material pode ser a cédula contrafeita ou a autêntica destinada à inutilização.
“Art. 291 – Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de
moeda”.
Qualquer Objeto: são prelos, matrizes, placas, moldes, formas, cunhos, matéria-prima, etc.
“Art. 292 – Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa
de pagamento em dinheiro ao portador ou que falte indicações do nome da pessoa a quem deva
ser pago”.
A circulação deles perturba a normalidade de circulação do Estado, que vem a sofrer concorrência
desses papéis de crédito. (N. H.).
4.1-Tipo Objetivo: o objeto material do crime é o título ao portador (nota, bilhete, ficha, etc.).
Título ao Portador: é o título de crédito sem a indicação de qualquer nome e sem valor intrínseco,
representando apenas a prestação devida pelo emissor ao seu portador. (Bento de Faria).
É indispensável que o título contenha promessa de pagamento em dinheiro, não incluindo os que
representam mercadorias, serviços, utilidades (emissão irregular de depósito ou warrant é crime
contra o patrimônio).
82
Só ocorre o crime se a emissão se der sem autorização legal. São permitidos por lei o cheque, a
letra de câmbio, ações.
Incisos I e III revogados pelo art. 36 da Lei 6.538/78, a respeito de selo e vale postal.
1.2-Tipo Objetivo: o núcleo do tipo é falsificar os papéis referidos no dispositivo, por fabricação
ou alteração.
Na alteração há um título ou papel autêntico que é modificado, alterado pelo sujeito ativo.
2- Petrechos defalsificação:
“Art. 294 – Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à
falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior”.
Como ocorre a falsificação da moeda, a lei prevê a incriminação de conduta que constituiria
simples ato preparatório da falsificação de papel público.
É necessário que o objeto se revele especialmente destinado à falsificação dos papéis públicos.
Os papéis a que se refere a lei são os previstos no art. 293, e não quaisquer outros documentos
públicos particulares.
OBS: art. 295 – tanto na hipótese do art. 293, quanto no art. 294, a pena é aumentada de sexta
parte se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo.
1. Os de falsidade material previstos nos artigos 296, 297, 298, 301, § 1º, 303 e 305 doCP.
2. Os de falsidade ideológica previstos nos artigos 299, 300, 301 e 302 doCP.
Ler §§ 1ºe2º.
1.1- Objetividade Jurídica: tutela-se, com o dispositivo, a fé pública, no tocante ao selo ou sinal
público, que não são propriamente documentos, mas são colocados neles para dar-lhes
autenticidade.
1.2- Sujeitos do delito: sujeito ativo é qualquer pessoa. Sujeito passivo é o Estado, titular da fé
pública lesada com a falsificação.
Sinal Público de Tabelião: é o instrumento destinado a impressão da rubrica ou desenho com que
o serventuário autentica seus atos.
84
Ler §§ 1º e 2º.
2- Falsificação de documentopúblico:
“Art. 297 – Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro”.
Tutela-se a fé pública, no tocante aos documentos públicos e aos que lhe são equiparados por
força da Lei penal.
Documento em sentido amplo: é o objeto idôneo a servir de prova, que inclui não só o escrito,
mas também uma pedra, um fragmento de metal, etc.
Documento em sentido restrito: é toda peça escrita que condensa graficamente o pensamento de
alguém, podendo provar um fato ou a realização de algum ato dotado de significação ou
relevância jurídica.
2.1-Tipo Objetivo: são duas as formas de conduta inscritas no tipo. A primeira é a de falsificar,
que significa criar materialmente. O agente elabora, forja o escrito integralmente ou acrescenta
algo a um escrito, inserindo dizeres em espaço em branco.
A segunda ação é a de alterar o documento verdadeiro. O sujeito ativo exclui termos, substitui
palavras por outras, etc.
A falsificação pode ser total, quando o documento é inteiramente criado, ou parcial, quando recair
necessariamente em documento de duas ou mais partes perfeitamente individualizáveis.
2.2- Objeto Material: do crime do art. 297 é o documento público. Este é o documento expedido
na forma prescrita em lei, por funcionário público no exercício de suas funções. Exemplos: cédula
de identidade, CNH, cartão de identidade policial.
3- Falsificação de documentoparticular:
“Art. 298 – Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular
verdadeiro”.
85
A diferença entre os crimes previstos nos arts. 297 e 298 está no objeto material, que para este é
o documento particular.
Documento Particular: é o que é feito ou assinado por particulares, sem interferência do Poder
Público.
4- Falsidade ideológica: (art. 299) ou falso intelectual, falso ideal, falso moral ou falso não
material.
Distingue-se o falso ideológico do material porque neste o agente imita a verdade, através da
contrafação ou da alteração.
Na falsidade material o crime é apurado pelo exame do escrito para se verificar se houve
contrafação ou alteração. Na ideológica somente pode ser constatada pela verificação dos fatos a
que se refere o documento.
4.3- Sujeito Passivo: o Estado e qualquer pessoa a quem a falsificação possa causar dano.
4.4- Tipo Objetivo: são três as ações incriminadas. A primeira é a de omitir declaração a que
estava o agente obrigado. O agente silencia, não menciona fato que era obrigado a fazer constar
do documento.
A segunda ação é a de inserir declaração falsa ou diversa da que devia o agente fazer. Inclui por
ato próprio a declaração inverídica. Trata-se de falsidade imediata.
A terceira ação consiste em inserir de modo indireto, em utilizar-se, o agente, de terceiro para
introduzir, por sua determinação, a declaração falsa ou diversa da que devia constar. Trata-se
de falsidade mediata, da qual será co-autor aquele que escreve o documento, se tiver ciência da
falsidade.
Para que ocorra falsidade ideológica é necessário que o agente vise prejudicar direito ou criar
obrigação ou que a alteração seja relativa a fato juridicamente relevante.
86
• troca de provas realizadas em concursos públicos de modo que os acusados se fizessem passar
um pelooutro.
• falsa declaração de parentesco a fim de que o interessado atingisse a renda exigida para a
aquisição de imóvel peloS.F.H.
“Art. 300 – Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública firma ou letra que não o
seja”.
Na verdade o fato não merece disciplina especial, hipótese que é de falsidade ideológica (Everaldo
da Cunha Luna).
5.1- Sujeito Ativo: são as pessoas depositárias da fé pública, podendo reconhecer como
verdadeira a firma ou letra de outrem (tabelião, oficial do registro civil, etc.).
5.3- Tipo Objetivo: a conduta típica é reconhecer firma ou letra como verdadeira quando não é.
87
Certificado (ou Certidão): é o documento no qual o funcionário afirma a verdade de um fato ou
circunstância contida em documento público ou transcreve o conteúdo do texto, total ou
parcialmente.
Exemplos do crime: falso atestado de antecedentes para inscrição em concurso público; de serviço
prestado ao tribunal do júri, como jurado.
7- Falsidade de atestado médico: “Art. 302 – Dar o médico, no exercício da sua profissão,
atestadofalso”.
7.1- Sujeito Ativo: o médico, Tratando-se de médico funcionário público, o crime é o do art.
301.
Pode, contudo, referir-se a fatos diversos como a morte, causa de uma moléstia, os efeitos de
uma lesão física ou de uma doença.
8.3- Elementos Objetivos do Tipo: o selo pode ser usado ou novo, nacional ou estrangeiro.
Normalmente é meio para a prática de estelionato.
9- Uso de documentofalso:
“Art. 304 – Fazer uso de qualquer dos papeis falsificados ou alterados a que se referem os artigos
297 a 302”.
“É com o uso do documento falso que se atinge a função maléfica a que é destinado, devendo o
usuário ser submetido à mesma pena que o falsificador” (Nelson Hungria).
9.1- Tipo Objetivo: a figura típica é fazer uso do documento material ou ideologicamente falso,
como se fosse autêntico ou verídico.
Exemplo do Crime:
Quando se trata de documento judicial ou processo, sendo o sujeito ativo procurador ou advogado
aplica-se o art. 356.
89
Suprimir: é fazer desaparecer sem que haja destruição.
Ocultar: é esconder.
1.3- Tipo Objetivo: marca é o selo de garantia para autenticar certos objetos ou de indicar a
qualidade de determinados produtos.
As marcas se apresentam de várias formas: são gravadas na própria peça, selos adesivos,
impressos, etiquetas, lacre, etc.
Este crime é absorvido quando aparece integrando estelionato, falsidade ideológica, bigamia, etc.
2.3- Tipo Objetivo: o crime é atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade, isto é, identidade que não
corresponde a pessoa a quem é inculcada.
Comete o crime tanto quem atribui a si ou a terceiro identidade de pessoa existente como quem invoca a de
pessoa fictícia.
Não comete este crime quem apenas silencia a respeito da errônea identificação que lhe é atribuída.
A identidade é constituída de todos os elementos que podem individualizar uma pessoa. Exemplos: idade,
matrimônio, filiação (estado civil); condição social (militar, médico, padre).
90
2.4- Consumação: ocorre com a falsa atribuição de identidade, independentemente da obtenção da
vantagem ou do dano causado a terceiro.
3.3- Tipo Objetivo: o crime pode ser cometido de duas formas: a) usando o agente como se fosse dele
qualquer dos documentos mencionados no artigo; b) cedendo a terceiros tais documentos, para que os use,
sejam dele ou alheios.
3.4- Consumação: ocorre, na primeira modalidade típica, com o uso do documento; na segunda, com a
entrega do objeto material a terceiro.
4.3-Tipo Objetivo: a conduta consiste no sujeito usar nome que não é o seu, por meio verbal ou escrito,
de terceiro ou imaginário.
4.4- Consumação: ocorre com o uso pelo estrangeiro de nome imaginário ou de terceiro.
“Art. 310 – Atribuir a estrangeiro falsa qualidade, para promover-lhe a entrada em território nacional”.
5.3-Tipo Objetivo: a conduta prevista no tipo penal é atribuir a estrangeiro, por escrito ou verbalmente,
falsa qualidade para que possa entrar no país.
Qualidade é o atributo ou predicado emprestado ao estrangeiro. Ex: nacionalidade, profissão, idade, etc.
91
A competência para apreciar o fato é da Justiça Federal, pois é atingido interesse da União.
Consuma-se o crime com a falsa inculcação, não sendo necessário a entrada do estrangeiro no país.
“Art. 311 – Prestar-se a figurar como possuidor de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro nos casos
em que a este é vedado por lei a propriedade ou a posse de tais bens”.
6.1- Objetividade Jurídica: a Constituição Federal/88 veda ao estrangeiro ser proprietário de empresa
jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens (art. 222). Há ainda outras vedações (arts. 176
§1º, 178 § 2º, etc.).
6.2- Sujeito Ativo: somente o brasileiro pode cometer o delito, ao funcionar como “testa de ferro” do
estrangeiro.
6.4-Tipo Objetivo: o art. 311 é norma penal em branco devendo ser verificada a restrição à propriedade
ou posse do estrangeiro na legislação extra-penal, inclusive na CF/88.
A figura típica é prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de certos bens (ação, título, valor,
etc.). pertencente a alienígena.
Administração Pública é considerada pela lei penal num sentido amplo, ou seja, como atividade funcional do
Estado em todos os setores em que se exerce o poder público (H.F.).
• Capítulo I – Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração emgeral.
• Capítulo II-A - doa crimes praticados por particular contra a administração públicaestrangeira.
92
Capítulo I - Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração em Geral
Crimes Funcionais – no primeiro capítulo os delitos são próprios. São chamados crimes funcionais, por
serem praticados pelas pessoas físicas que se entregam à realização das atividades doEstado.
Os crimes deste capítulo são uma espécie dos crimes de responsabilidade (art. 513 e segs. do CPP; CF:
arts. 52, I e II; 85; 102, I, e; 105, I, a: 108, I, a; etc.).
Crimes Funcionais Próprios – são os que têm como elemento essencial a função pública, indispensável para
que o fato constitua infração penal. Sem ela a conduta seria penalmente irrelevante. Exs: corrupção
passiva, prevaricação, excesso de exação, etc.
Crimes Funcionais Impróprios – são os que se destacam apenas por ser o sujeito ativo funcionário público.
Se o agente não estivesse revestido dessa qualidade, o crime seria outro. Ex: o peculato nada mais é do
que uma apropriação indébita praticada em decorrência da função pública.
1- Peculato: “Art. 312 – Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desvia-lo em proveito próprioou
alheio”.
Peculato deriva de pecus (gado em latim), que era meio nas sociedades primitivas, nome também dado as
primeiras moedas feiras de pele animal, trazendo depois as de metal, a imagem de um boi (E. M. Noronha).
1.2- Sujeito Ativo: é o funcionário público. Qualquer pessoa pode ser responsabilizada pelo crime, diante
do disposto no art. 30, já que se trata de circunstância elementar do crime.
No primeiro caso, como ocorre com a apropriação indébita o agente se propõe a fazer sua a coisa de quem
tem a posse em razão do cargo.
O objeto material do crime pode ser dinheiro, valor ou qualquer bem móvel, público ou particular.
93
Valor é o título, documento ou efeito que representa dinheiro ou mercadorias (apólices, letra decâmbio,
etc.). Exemplo de peculato por apropriação: policial ou carcereiro que se apropria de bens do preso que
estão sob a suaguarda.
A segunda hipótese de peculato próprio é a de desviar a coisa. O agente dá a coisa destinação diversa da
exigida, em proveito próprio ou de outrem. Ex.: empréstimo pelo funcionário de dinheiro de que tem a
guarda.
O sujeito ativo não tem a posse da “RES”, nem o crime ocorre em virtude de sua função, mas aproveita-se
ele da facilidade que a condição de funcionário lhe proporciona para praticar a conduta. Exemplo: o
funcionário subtrai dinheiro do cofre da repartição em que trabalha por encontrar a porta aberta.
“Art. 313 – Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade, que no exercício do cargo, recebeu por erro de
outrem”.
2.1- Sujeito Passivo: é o Estado. Podem ser vítimas, também, um extraneus ou outro funcionário público,
que entrega a “RES” por erro ou são dela proprietários.
2.2- Tipo Objetivo: a conduta traduz-se na apropriação do objeto do crime, em decorrência de erro
daquele que faz a entrega.
O erro pode ser sobre a coisa que é entregue; sobre a obrigação que deu causa à entrega; sobre a quem se
faz a entrega; ou sobre a quantidade da coisa devida.
Art. 313-A- “ inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou banco de dados da Administração Pública
com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem.”
Reclusão de 2 a 12 anos.
O objeto material são os dados verdadeiros dos sistemas informatizados ou bancos de dados da
administração pública.
94
2- Sujeito Ativo – é o funcionário público autorizado a trabalhar com a informatização ou sistema dedados
da administraçãopública.
4- Tipo Objetivo – o verbo INSERIR tem o sentido de introduzir, incluir. FACILITAR a inserção significa
tornar fácil, ou seja, permitir que outrem insira dados falsos. ALTERAR é mudar, modificar. EXCLUIR é
retirar, remover.
Qualquer das condutas exige a finalidade específica de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou,
simplesmente, causar dano.
Na modalidade facilitar a inserção de dados, o funcionário público autorizado não realiza pessoalmente o ato
delituoso, mas utiliza interposta pessoa que pode ou não ser funcionário público.
Se for justa a vantagem pretendida pelo funcionário, estará afastada esta figura penal, podendocaracterizar
o delito do art. 345 (exercício arbitrário das próprias razões). A vantagem deve ser econômica. Há
escritores que entendem que pode ser econômica ounão.
Parágrafo único: “as penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração
resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado”.
O objeto material da proteção penal é o sistema público de informações e seu programa de informatização.
4- TipoObjetivo
O legislador emprega os verbos “modificar” (significa uma radical transformação no programa) e “alterar”
(uma modificação de menor monta, sem alterar a essência do programa).
95
Sistema de Informações é um conjunto de programas integrado regularmente para permitir com o máximo
de rapidez e eficiência um processo de captura, armazenamento, resumo e relato de informações úteis ao
exercício funcional do usuário, que no caso é a administração pública.
A conduta é extraviar, sonegar e inutilizar. Sonegar é não exibir quando isso é devido; Extraviar é fazer
desaparecer e Inutilizar é tornar imprestável.
Os recursos públicos devem ser aplicados de conformidade com a destinação legal prévia, mesmo que o fato
não cause dano patrimonial.
4.1-Sujeito Ativo: é o funcionário público que dispõe de verbas ou rendas públicas (Presidente da
República, Ministros, Governadores, Prefeito, Diretor de Entidade Paraestatal).
5- Concussão: art.316.
O crime se origina etimologicamente de “CONCUTERE” = sacudir a árvore para que os frutos caiam.
5.1-Tipo Objetivo: a conduta é exigir, ou seja, reclamar imperiosamente, impor como obrigação, para que
a pessoa conceda a vantagem indevida.
O sujeito passivo teme represália do agente. É uma espécie de extorsão. Ex.: exigir dinheiro para permitir
funcionamento de prostíbulo; para evitar a instauração de inquérito policial, etc.
O tipo penal contém três modalidades de condutas típicas: solicitar ou receber vantagem indevida ou
acreditar a promessa desta.
96
Solicitar – é pedir, manifestar o desejo de receber.
O objeto do ilícito é a vantagem indevida. Se for revertida em proveito da pessoa jurídica de direito público
descaracteriza-se o delito.
Exemplo: aceitação pelo Delegado de Polícia de dinheiro aplicado na aquisição de gasolina para a viatura
policial a fim de intensificar o policiamento da cidade.
Ler § 1º (qualificação).
Contrabando é a importação ou exportação fraudulenta, de mercadoria, cuja entrada ou saída seja proibida.
Descaminho é o ato fraudulento que se destina a evitar o pagamento de direitos e impostos previstos pela
entrada, saída ou consumo de mercadorias.
8- Prevaricação:art.319.
A conduta constitui infidelidade ao dever de ofício em que o agente não cumpre as obrigações inerentes a
sua função.
Retardar é atrasar, protelar, procrastinar. O funcionário não realiza o ato que deve executar no prazo
previsto.
Deixar de Praticar – constitui-se na omissão do agente que não tem a intenção de praticar o ato devido.
Art. 319-A “Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o
acesso a aparelho telefônico, de áudio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
ambiente externo”.
97
A doutrina denomina este crime de prevaricação imprópria. Trata-se de uma omissão ao dever funcional.
O aparelho telefônico pode ser celular ou telefone convencional, tanto faz. Aparelho de áudio pode ser rádio
“Halk talk” ou mesmo acesso a Internet.
O art. 320 é uma espécie de prevaricação privilegiada em que o sentimento pessoal do agente é a
indulgência.
O agente deve ser superior hierárquico do funcionário infrator. Trata-se de crime omissivo puro em que o
funcionário superior não toma providências a fim de responsabilizar o subordinado pela prática de infração.
A segunda modalidade a conduta é a de, não tendo o superior atribuição para responsabilizar o subordinado
pela infração praticada, deixa de levar a conhecimento da autoridade competente.
Embora o “Nomen Juris” pareça indicar que o sujeito ativo seja advogado, o patrocínio a que se refere a lei
inclui qualquer funcionário público.
10.1-Tipo Objetivo: o crime é advogar, facilitar, proteger um interesse particular alheio perante a
administração pública, aproveitando-se das facilidades que sua qualidade de funcionário lhe proporciona.
O crime pode ser praticado diretamente, sem intermediário (através de requerimentos, defesas,
justificações, solicitando providências, etc.).
Ou indiretamente através de testa de ferro, ou seja, com uma atuação dissimulada. O interesse pode ser
legítimo ou ilegítimo.
OBS: Violência Arbitrária (art. 322) revogado pela Lei 4.898 de 09/12/65.
“Art. 323 – Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei”.
98
O Nomen Júris deveria ser “Abandono de cargo” e não de “Função”, uma vez que função pública é uma
expressão mais ampla que cargo público.
Sujeito ativo do crime é o funcionário público (crime próprio). Polo passivo da relação jurídica é o Estado.
11.1-Tipo Objetivo:
Se o funcionário pedir demissão, deverá aguardar o deferimento do pedido. Se afastar-se antes do deferido
o pedido pode praticar o crime sob enfoque.
A expressão “fora dos casos permitidos em lei”, significa que a lei admite o abandono de cargo público em
hipóteses como força maior (doença, por exemplo), estado de necessidade (seca, guerra, epidemia, etc.).
11.2-Qualificação: §§ 1º e 2º CP.
No parágrafo 2º aparece a expressão faixa de fronteira que é a situada a 150 Km da divisa do Brasil com
outros países (Lei nº 6.634/79).
“Art. 324 – Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a
exerce-la , sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou
suspenso”.
Na 1ª hipótese trata-se de uma norma penal em branco, pois o tipo penal não diz quais são as “exigências
legais”.
Tais exigências estão contidas nos estatutos dos funcionários civis da União e dos Estados. Ex: Inspeção de
saúde, exame psicotécnico, prova de quitação do serviço militar, etc. (Regime Jurídico Único).
É indispensável que o agente já tenha sido nomeado para o cargo público, mas ainda não satisfaça as
exigências legais.
Na 2ª modalidade o art. 324 descreve uma forma de usurpação de função pública. Depreende-se a conduta
por simples leitura do dispositivo.
99
13- Violação de SigiloFuncional:
“Art. 325 – Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou
facilitar-lhe a revelação”.
13.1-Subsidiariedade Expressa: o enquadramento do agente será no art. 325, caso o fato não constituir
crime mais grave. Ex.: espionagem ou revelação de segredo com ofensa a Segurança Nacional (Lei 7.170,
de 14/12/83).
13.2-Elementos Objetivos do Tipo: a revelação pode ser: Direta – quando o funcionário comunica o
fato, pessoalmente a terceiro. Indireta – quando torna fácil o conhecimento do fato pelo terceiro.
Pratica o crime quem, indevidamente, assume uma função pública e passa a realizar atos inerentes ao
ofício.
A conduta exige que o sujeito realize pelo menos um ato oficial. Se somente alega que é titular de uma
função pública, pode ocorrer a contravenção do art. 45 da LCP.
2- Resistência: “Art. 329 – Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executa-lo ou a quem lhe esteja prestandoauxílio”.
No art. 329, o Estado confere proteção à autoridade, viabilizando a eficiência de seus agentes e de quem
lhes presta colaboração.
2.1-Sujeito Ativo: qualquer pessoa, em geral, é aquela a quem se dirige o ato da autoridade, podendo ser
também um terceiro.
2.3-Tipo Objetivo: A conduta incriminada é a oposição à execução de ato funcional. Os meios empregados
pelo agente são a violência física e a ameaça.
10
0
É elemento do tipo a legalidade do ato do funcionário e sua competência.
A resistência passiva não caracteriza o crime. Pode caracterizar o art. 330, LP.
3.1- Desobedecer: é desatender, não cumprir a ordem do funcionário público. Se a ordem é ilegal não há
crime.
É indispensável que o fato seja cometido na presença do sujeito passivo. Se na ausência, ocorrerá injúria
qualificada (art. 141, II).
5- Exploração de Prestígio: “Art. 332 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de
vantagem, a pretexto de influir um funcionário público no exercício dafunção”.
É uma fraude em que, o sujeito alegando ter prestígio junto ao funcionário público, faz a vítima crer,
enganosamente, que possui condições de alterar o comportamento daquele funcionário.
6- Corrupção Ativa: “Art. 333 – Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determina-lo a praticar, omitir ou retardar ato deofício”.
O art. 333 constitui exceção pluralista ao princípio unitário que norteia o concurso de agentes.
10
No delito não deve existir exigência por parte do funcionário. Nesta hipótese haverá concussão.
Se o funcionário repele a conduta do sujeito, ainda assim há delito, uma vez que a lei incrimina o simples
oferecer ou prometer a vantagem.
7- Contrabando ou Descaminho: “Art. 334 – Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo
ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
mercadoria”.
Tutela-se com o dispositivo a indústria brasileira e a saúde pública que pode vir a ser lesada pela entradade
produtos nocivos a ela e por issoproibidos.
Contrabando/Descaminho: jáconceituados.
a) Inutilização de edital.
• Inutilização desinal.
No primeiro caso, o crime consiste em rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado
por ordem de funcionário. Os verbos usados são: rasgar, inutilizar, conspurcar o edital.
Edital: é a comunicação oficial para dar conhecimento de alguma coisa a todos e afixada em local público.
No segundo caso a conduta é violar ou inutilizar selo ou sinal empregado para identificar ou cerrar qualquer
objeto.
Não há crime se o selo, sinal ou edital não possuir mais utilidade pelo decurso do tempo.
Exemplo: tratando-se de documento nos termos do art. 305, o crime será o previsto no art. 305.
Mais comentários
COMENTÁRIOS
O crime pressupõe que o estrangeiro tenha sido expulso legalmente do país (art. 65 a 75 do Estatuto dos
Estrangeiros – Lei 6.815/80).
2- Denunciação Caluniosa: “Art. 339 – Dar causa a instauração de investigação policial ou de processo
judicial contra alguém imputando-lhe crime de que o sabeinocente”.
Se o crime for de ação penal privada ou de ação penal pública condicionada à representação, somente pode
praticá-lo quem tem legitimidade para exercer o direito de queixa ou de representação.
2.2-Tipo Objetivo: dar causa significa provocar, originar. A causa pode ser:
• Direta: o sujeito diretamente apresenta a notícia criminal à autoridade policial ou judiciária, verbalmenteou
porescrito.
10
• Indireta: o sujeito dá causa à iniciativa da autoridade por qualquer outro meio, como carta,telegrama,
telefonema anônimo, TV, rádio, colocando entorpecente ou objeto furtado na bolsa dealguém.
A imputação de fato mais grave do que realmente sofreu a vítima constitui o crime. Ex: atribuir a alguém a
prática de um homicídio quando ocorreu lesão corporal; roubo se ocorreu furto, etc.
3.1-Objetividade Jurídica: procura o legislador evitar as falsas provocações da autoridade pública em sua
missão de coibir práticas delituosas com gastos inúteis, perturbações das pessoas, etc.
3.2-Tipo Objetivo: a comunicação pode ser verbal ou por escrito, anônima ou com o nome imaginário.
A comunicação deve ser falsa, isto é, o crime ou contravenção não devem ter ocorrido.
Se o sujeito indicar o autor responsável pela falsa prática, responderá por denunciação (art. 339).
Se a pessoa afirma ter ocorrido um furto, quando na verdade ocorreu um roubo, não ocorre o crime do art.
340.
3.3-Consumação: ocorre com a ação da autoridade pública (audiência de pessoas, coleta de informações,
etc.).
Normalmente é cometido com o fim de encobrir outro autor do crime. Na Itália o crime chama-se “auto-
callunia”.
O objeto da auto-acusação deve ser crime, se for contravenção o fato será atípico.
10
5- Falso Testemunho ou Falsa Perícia: art.342.
Qualquer pessoa que toma conhecimento do crime, não pode isentar-se do dever de depor perante a
autoridade policial ou juiz (art. 206 CPP).
É dever, também, da testemunha dizer a verdade a respeito do que souber e lhe for perguntado. Esse dever
é imposto à testemunha a partir da ciência do fato.
O compromisso previsto no art. 288 do CPP não é elemento do crime, podendo comete-lo a testemunha
numerária e a informante.
Ler § 1º e §§ 2º e 3º.
6.1-Tipo Objetivo: dar é entregar; oferecer é colocar à disposição dinheiro ou qualquer outra vantagem
para que as pessoas mencionadas falseiem a verdade.
Se o perito, tradutor ou intérprete são oficiais, o crime é o do art. 333 do CP (corrupção ativa).
7.2-Sujeito Passivo: o Estado. Secundariamente, a autoridade parte ou qualquer pessoa que intervém na
atividade da máquina judiciária.
O crime é realizado contra autoridade que funciona no processo (juiz, promotor, desembargador,
procurador, delegado de polícia, etc.) contra parte (réu, autor) ou outra pessoa que intervém ou é chamada
a intervir (escrivão, intérprete, jurado, perito, etc.).
O processo pode ser judicial (civil, criminal), administrativo ou em curso em juízo arbitral. Não se exclui o
inquérito policial.
8- Exercício Arbitrário das Próprias Razões: “Art. 345 – Fazer justiça pelas próprias mãos,para
satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei opermite”.
10
8.1-Tipo Objetivo: a pretensão deve referir-se a um direito que o sujeito realmente tem ou supõe possuir.
A pretensão pode ser legítima ou ilegítima.
A pretensão pode incidir sobre qualquer direito: real (propriedade, posse, etc.), pessoal (contratos) ou de
família (guarda dos filhos, tutela, etc.).
É necessário que a pretensão possa ser satisfeita perante o judiciário. Não há o crime, por exemplo, nos
casos de dívida prescrita, preço carnal, etc.
“Salvo quando a lei permite”, ou seja, o fato é atípico quando está autorizado por lei. Ex: direito de
retenção, desforço incontinenti (§ 1º do art. 1210 do CC).
“Art. 346 – Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por
determinação judicial ou convenção”.
Trata-se de um subtipo do crime de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345), punido com maior
gravidade.
9.5-Tipo Objetivo: a conduta é tirar (subtrair), suprimir (fazer desaparecer), eliminar (destruir), danificar
(estragar a coisa).
A disposição visa proibir os meios de iludir o juiz e o perito na coleta e na apreciação da prova, evitando-se
injustiças nos julgamentos.
Inovar significa alterar, substituir determinada situação referente ao estado de lugar (Ex: abertura de um
caminho), de coisa (Ex.: colocação de uma arma de fogo ao lado de um cadáver) ou de pessoa (Ex.:
alteração do aspecto físico de uma pessoa).
10
É necessário que haja processo judicial em andamento. Não há crime se a ação não foi iniciada, com
exceção do parágrafo único.
Impõe-se o dever do sujeito não colocar obstáculo à ação judicial na luta contra a criminalidade.
11.1-Sujeito Ativo: qualquer pessoa, exceto o co-autor ou partícipe do delito anterior, pois não há auto-
favorecimento.
11.3-Tipo Objetivo: a conduta consiste em prestar auxílio a autor de crime com o fim de subtraí-lo da
ação da autoridade.
O auxílio admite qualquer modo de realização (emprego de meios para fuga, ocultação do autor do crime,
engano da autoridade, etc.).
Ler §§ 1º e 2º.
Procura-se evitar que se preste colaboração a criminoso, após a prática do crime, no sentido de tornar
seguro o proveito obtido, dificultando a ação da justiça.
Proveito é toda utilidade material ou não, abrangendo o objeto material do delito, o preço do crime, as
coisas obtidas com a prática criminosa.
Distinção – no favorecimento real o sujeito visa tornar seguro o proveito do crime; no pessoal, manter
seguro o autor do crime antecedente.
10
#ESTUDAQUEPASSA
10
ANOTAÇOES:
10