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GRADUAÇÃO

DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL


PROFA. RAFAELA ALBAN

AULA 01
CRIMES EM ESPÉCIE:
CLASSIFICAÇÃO E FORMA DE APREENSÃO

1. DIVISÃO DE CAPÍTULOS x BEM JURIDICO


• Ao adotar o Estado Democrático de Direito, nosso ordenamento adota um modelo em que
o Estado se aplica a garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos
direitos humanos e pelas garantias fundamentais, através do estabelecimento de uma
proteção jurídica. Em um estado de direito, as próprias autoridades políticas estão sujeitas
ao respeito das regras de direito.
• Ao incluir liberdade como direito fundamental, percebe-se que o sistema jurídico-penal de
um Estado Democrático de Direito apenas pode erigir a categoria de bens jurídicos penais
aqueles que advenham de seus princípios estruturantes. Caso contrário, na colisão entre
garantir a liberdade do criminoso e o bem jurídico tutelado da vítima, haveria uma
desproporção e a aplicação de pena seria inconstitucional.
• Por isso, a Parte Especial do CP é estruturada em 11 títulos, subdivididos em capítulos,
nos quais os crimes são divididos entre classes de bens jurídicos sujeitos à tutela penal
(ex. vida, honra, patrimônio, liberdade sexual, etc.), tendo em vista a similitude entre os
crimes que violam os mesmos bens jurídicos.

2. CLASSIFICAÇÕES RELEVANTES:
2.1. Quanto ao sujeito ativo:
a) Comum: aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa.
b) Próprio: aquele que exige uma condição especial do sujeito para ser praticado.
c) De mão própria: aquele que só pode ser praticado pelo sujeito específico, não
admitindo interposta pessoa.

2.2. Quanto ao núcleo do tipo:


a) Comissivo: praticado por ação positiva. Ex. homicídio.
b) Omissivo próprio: praticado por omissão penalmente relevante. Ex. omissão de
socorro.
c) Omissivo impróprio ou comissivo por omissão ou comissivo omissivo: o crime é
tipicamente comissivo, mas a omissão é a forma pela qual o agente produz o resultado.
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Só ocorre quando o agente tem o dever evitar o resultado, se inclui numa posição de
garante.

2.3. Quanto ao elemento subjetivo:


a) Doloso: quando o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo;
b) Culposo: quando há violação ao dever objetivo de cuidado, ou seja, quando o agente
deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
c) Preterdoloso: quando o resultado é mais grave do que o pretendido. Quando há dolo
no antecedente e culpa no subsequente. Ex. lesão corporal seguida de morte.

2.4. Quanto ao resultado:


a) Material ou de resultado: aquele cujo resultado material integra o tipo. Ou seja, que
provoca uma alteração naturalística, que deixa vestígios. Ex. homicídio.
b) Formal (de consumação antecipada): aquele em que o tipo descreve resultado, mas
a consumação independe da ocorrência do mesmo. Basta a ação do agente e a vontade
de caracterizar o resultado. Ex. extorsão mediante sequestro.
c) Mera Conduta: aquele que não descreve o resultado, mas o mero comportamento, já
suficiente para a consumação. Ex. desobediência.

3. PERGUNTAS-CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO DO CRIME:


a) Qual a intenção do sujeito?
b) Qual o bem jurídico ofendido?
c) Existe na situação alguma qualidade especial do sujeito? A mesma é relevante?
d) O tipo penal exige alguma finalidade específica?

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