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O humanismo
como categoria
constitucional
2ª reimpressão
Belo Horizonte
2012
124 p.
ISBN 978-85-7700-088-3
CDD: 342
CDU: 342(81)
BRITTO, Carlos Ayres. O humanismo como categoria constitucional. 1. ed. 2. reimp. Belo
Horizonte: Fórum, 2010. 124 p. ISBN 978-85-7700-088-3.
Charles Chaplin
CAPÍTULO I
O humanismo como ilustração mental................................................................................................15
CAPÍTULO II
O humanismo como doutrina de exaltação ou culto à humanidade...........19
CAPÍTULO III
O humanismo como expressão de vida coletiva civilizada........................................25
CAPÍTULO IV
O humanismo como transubstanciação
da democracia política, econômico-social e fraternal.........................................................31
CAPÍTULO V
O necessário vínculo operacional entre humanismo e Direito...............................37
CAPÍTULO VI
O descompasso entre a teoria e a prática humanista como
atestado de pobreza eficacial do Direito.............................................................................................43
CAPÍTULO VII
A imperiosa mudança de mentalidade como condição de
encurtamento de distância entre o discurso humanista e sua prática........51
CAPÍTULO VIII
A mudança de mentalidade que implique analogia entre
o humanismo e a justiça e que ainda diferencie justiça
em abstrato e justiça em concreto.............................................................................................................55
CAPÍTULO X
A estrutura dual do próprio cérebro humano como impulso
para a busca da justiça em concreto.....................................................................................................65
CAPÍTULO XI
A inteireza do ser que maneja a reflexão e se abre para a intuição.............71
CAPÍTULO XII
O sentimento como o lado do cérebro que mais interage
com o mundo dos valores. O rebento da consciência ..................................................77
CAPÍTULO XIII
A Constituição como o Direito mais axiológico e de mais forte
compromisso humanista........................................................................................................................................87
CAPÍTULO XIV
A Constituição dirigente como garantia de efetivação do humanismo......91
CAPÍTULO XV
A Constituição dirigente como imperativo de reconceituação
das chamadas “normas constitucionais programáticas”.............................................101
CAPÍTULO XVI
O Poder Judiciário como garantidor da Constituição dirigente
e do humanismo..........................................................................................................................................................107
CAPÍTULO XVII
Conclusão: a governabilidade constitucional como o clímax
da governabilidade humanista...................................................................................................................115
BIBLIOGRAFIA ..........................................................................................................................................................................119
CAPÍTULO I
O humanismo
como ilustração mental
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CAPÍTULO II
O humanismo
como doutrina de exaltação
ou culto à humanidade
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1
Ver a obra O contrato social (Princípios de Direito Político), de Jean-
Jacques Rousseau, Ediouro, tradução de Antônio de P. Machado,
estudo crítico de Afonso Bertagnoli, capítulo VI, p. 34-36. Quanto
à expressão “estado de sociedade”, de se ver que ela ganhou foros
de positivação jurídica na secção I da “Declaração de Direitos”,
de Virgínia, datada de 16 de junho de 1776.
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Expressam bem essas três idéias-força as seguintes passagens
da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 26
de agosto de 1789: “Art. 1º. Os homens nascem e são livres e
iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundar-se na
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Constituições de cujo preâmbulo faz parte o vocábulo “fraterno
(a)” como objetivo a ser alcançado ora pelo “País” (Portugal), ora
pela “sociedade” (Brasil).
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CAPÍTULO III
O humanismo
como expressão de
vida coletiva civilizada
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do mundo”.
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CAPÍTULO IV
O humanismo
como transubstanciação
da democracia política,
econômico-social e fraternal
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CAPÍTULO V
O necessário
vínculo operacional
entre humanismo e Direito
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O rousseauniano estado de sociedade pressupõe, já foi dito, um
contrato social que Afonso Bertagnoli assim comenta: “Em
sentido mais filosófico, o contrato aparece como forma bilateral
ou multilateral, incluindo compromissos recíprocos. O contrato
social de Rousseau — também designado como pacto social — é
o conjunto de convenções fundamentais que, ainda que nunca
hajam sido formalmente enunciadas, resultam implícitas na vida
em sociedade, sendo a sua fórmula a designada de que cada um
de nós coloca em comum a pessoa em seu total poderio, sob a
suprema direção da vontade geral; em conseqüência, recebemos,
cada um, uma parte indivisível do todo comum” (prefácio do livro
O contrato social, anteriormente indicado).
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CAPÍTULO VI
O descompasso entre
a teoria e a prática humanista
como atestado de pobreza
eficacial do Direito
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Um dos maiores paradoxos da globalização é que ela universaliza
a informação mais aliciante para o consumo de tudo quanto é
bem material, porém elitiza a respectiva aquisição. Do que decorre
uma crescente insatisfação por parte das massas econômica e
socialmente excluídas, a se manifestar sob a forma tendencial
de violência urbana. O que faz eclodir, a seu turno, o conhecido
fenômeno da criminalidade de situação ou de ambiência de vida.
Pelo que ela, globalização, bem pode ser visualizada como correia
de transmissão desse maestro ideológico que atende pelo nome
de “neoliberalismo”. Fincado, este, no tripé economicista da
financeirização (trânsito sem fronteiras do capital especulativo,
sempre sedento dos mais altos juros), da terceirização e da
privatização. Estes dois últimos aspectos incessantemente
denunciados na arrebatadora fala e nos luminosos escritos de Celso
Antônio Bandeira de Mello.
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Certo que economistas e cientistas sociais de peso, como o
português Antônio Borges, não deixam de creditar ao atual sistema
econômico brasileiro a virtude dos investimentos que dão mostras
de se deslocar do mercado financeiro para a produção, tendo por
pano de fundo uma certa continuidade histórica de políticas públicas,
taxa de inflação competentemente controlada, responsabilidade
fiscal, moeda forte e crescentes níveis de exportação (conferência
feita em seminário promovido pela Faculdade de Direito da
Universidade de Coimbra, no dia 9 de julho de 2007, sob a
coordenação do professor-doutor Manoel Carlos Lopes Porto).
Mas impossível negar que permanecem assustadores os altos
índices brasileiros de economia informal, o baixo teor de renda
per capita e coisas como prostituição e trabalho infantil, trabalho
escravo, moradores de rua, catadores de lixo, proliferação de favelas
nos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Salvador e Recife.
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CAPÍTULO VII
A imperiosa mudança
de mentalidade como
condição de encurtamento
de distância entre o discurso
humanista e sua prática
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CAPÍTULO VIII
A mudança de
mentalidade que implique
analogia entre o humanismo
e a justiça e que ainda
diferencie justiça em abstrato
e justiça em concreto
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CAPÍTULO IX
O operador do Direito
na condição de ponte
entre a justiça em abstrato
e a justiça em concreto
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CAPÍTULO X
A estrutura dual do
próprio cérebro humano
como impulso para a busca
da justiça em concreto
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direta com o caso entre partes, se vier a intuir que tal caso
é dotado de reflexividade o bastante para desencadear
no dispositivo que o descreve um efeito reciclador da
sua inicial compreensão. É o que se pode chamar de
reação normativa inédita do texto, mas não inédita por
inexistir anteriormente, porém inédita por somente
ganhar espaço de irrupção após impactar-se com
a reverberação do caso concreto. Vale dizer, reação
virginal do texto que se depara com o surgimento de
um espaço anímico no sujeito que o visualiza pela ótica
da vida em seu ininterrupto e sempre novidadeiro fluir
(“o ser das coisas é o movimento”, anotava Heráclito,
fundador da Escola Jônica).
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CAPÍTULO XI
A inteireza do ser
que maneja a reflexão
e se abre para a intuição
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CAPÍTULO XII
O sentimento como
o lado do cérebro
que mais interage
com o mundo dos valores.
O rebento da consciência
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Para o que tem especial serventia o critério hermenêutico da
proporcionalidade em sentido estrito, que leva o intérprete a se
perguntar qual dos princípios em concreto estado de tensiona
mento ofende menos a Constituição como um todo, se vier a ser
o escolhido para reger o caso concreto. Ou, inversamente, qual
dos princípios em estado de fricção mais confirma os comandos
todos da Constituição, se vier a ser escolhido para a regência do
conflito entre partes.
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No que toca ao poder de interferência do observador consciente
no acontecer da realidade observada, a mesmo Danah Zohar
escreve (p. 293, op.cit.): “Em resumo, a cosmovisão quântica
enfatiza o relacionamento dinâmico como a base de tudo o que
existe. Diz que o nosso mundo surge através de um diálogo
mutuamente criativo entre mente e corpo (interior e exterior,
sujeito e objeto), entre o indivíduo e seu contexto material e
pessoal, e entre a cultura humana e o mundo da natureza. Dá-nos
uma visão do ser do homem como livre e responsável, reagindo aos
outros e ao ambiente, essencialmente relacionado e naturalmente
comprometido, e, a cada instante, criativo”.
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CAPÍTULO XIII
A Constituição como
o Direito mais axiológico
e de mais forte
compromisso humanista
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CAPÍTULO XIV
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Mesmo no exclusivo campo da iniciativa privada, se esta é positivada
como um direito de todos (parágrafo único do art. 170), a partir
da apropriação individual de certos bens de produção (inciso II
do mesmo art. 170), ainda assim é um geminado direito-dever.
Um direito que têm as pessoas naturais de realizar a sua vocação
para os negócios, é certo, mas debaixo de um propósito último
que a Constituição vocaliza como de “justiça social”. Não sendo
por outra razão que o art. 170 (caput) estatui que o fim da ordem
econômica é “assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social”. No que é seguido (esse dispositivo)
pelo art. 193, segundo o qual “A ordem social tem como base
o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça
social”. Comandos de significação mais clara, impossível!
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CAPÍTULO XV
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Verdade é que não se pode obrigar o legislador a legislar. Mas,
ainda aqui, a Lei Republicana de 1988 contém eficaz remédio
para tal inapetência legiferante. Por isso que aviou o receituário do
mandado de injunção, de modo a possibilitar ao Poder Judiciário
preencher o vácuo de legislação com um tipo de sentença que,
excepcionalmente, se define como de aplicação primária da
Constituição (sem a intercalação da lei, portanto). Embora válida
tão-somente para as partes em litígio. E se considerarmos que
somente cabe a impetração do mandado injuntivo no pressuposto
de uma norma constitucional “de eficácia limitada” que deixou de
ser regulamentada, não faz sentido responder a esse tipo de norma
de eficácia limitada com uma sentença igualmente de eficácia
limitada... A decisão judicial tem mesmo de ser mandamental em
plenitude.
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CAPÍTULO XVI
O Poder Judiciário
como garantidor
da Constituição dirigente
e do humanismo
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Cogitando-se, porém, dos processos de índole objetiva ou em
abstrato, instaurados por efeito da propositura de uma ação direta
de inconstitucionalidade (ADIN), a atuação do Supremo Tribunal
Federal já se faz por atalho ou per saltum, no sentido de que não
precisa aguardar a prática de nenhuma conduta sub-lege ou de
concreta aplicação de diploma normativo federal, ou estadual.
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CAPÍTULO XVII
Conclusão:
a governabilidade
constitucional como
o clímax da
governabilidade humanista
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BIBLIOGRAFIA
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