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MEDALHAS DE CAMPANHA DA I GUERRA MUNDIAL

IMPÉRIOS CENTRAIS

por Douglas de Souza Aguiar Jr.

INTRODUÇÃO

Em novembro de 1918 a I Guerra Mundial chegava ao fim, após um morticínio


de mais de quatro anos de duração e com um saldo de cerca de 15 milhões de
mortos. Além de ser considerada a primeira guerra “moderna” – em razão da
introdução das armas de destruição em massa e de novas tecnologias -, a
“Grande Guerra” (como ficaria conhecida) causou a derrocada do Império
alemão, austro-húngaro, russo e otomano.

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T009 – MEDALHAS COMEMORATIVAS – © Douglas S. Aguiar Jr.
Os anos que se seguiram ao seu término foram de grande instabilidade no
cenário político europeu e culminariam com o surgimento dos regimes
totalitários de direita (fascismo e nazismo) e de esquerda (comunismo) e, por
fim, na II Guerra Mundial.

No longo processo de reconstrução do orgulho nacional dos países europeus


que foram derrotados na I Guerra Mundial – Alemanha, Áustria, Bulgária e
Hungria – um dos elementos mais importantes foi a valorização de seus ex-
combatentes, através do seu reconhecimento por meio de medalhas. Essas
condecorações buscavam mostrar que a nação, ainda que derrotada nos
campos de batalha, não havia esquecido aqueles que haviam lutado.

No caso específico da Alemanha (o


país mais estigmatizado pela
derrota de 1918) a introdução de
sua condecoração oficial para
relembrar seus soldados, surgiu em
um momento crucial: a
consolidação de Adolf Hitler e do
Partido Nazista no poder.

Foi, assim, a primeira condecoração


criada sob a égide do III Reich,
introduzida apenas um mês antes
do falecimento do Marechal (e
então presidente da Alemanha)
Paul von Hindenburg – que
Acima: oficial da reserva do Exército alemão,
acabaria dando seu nome a esta
ostentando as medalhas comemorativas da I Guerra
importante medalha. Mundial da Alemanha (2ª medalha), Áustria (5ª),
Hungria (6ª) e Bulgária (7ª).

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A Hungria, a Áustria e a Bulgária também criaram suas medalhas de
comemoração da Grande Guerra. Esses países haviam lutado ao lado da
Alemanha durante o primeiro conflito e, com a sua aproximação diplomática
nos anos 1930, seus governos acabaram estendendo o critério de elegibilidade
de suas medalhas comemorativas para incluírem os veteranos alemães (o
mesmo acontecendo com a correspondente medalha alemã). Deste modo, a
presença destas condecorações em barretes de veteranos germânicos é
freqüente.

Acima: típico barrete de veterano alemão, exibindo, além da Cruz de Honra, as medalhas comemorativas
do Tirol e da Hungria.

É interessante ressaltar que a Itália, a Romênia e o Japão (que seriam aliados


dos alemães na II Guerra Mundial) lutaram ao lado dos Aliados na I Guerra e,
por conta disso, os soldados do Eixo não eram elegíveis às medalhas feitas por
esses países relação àquele conflito.

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I. ALEMANHA

A primeira das muitas condecorações instituídas pelo III Reich, a "Ehrenkreuz


des Weltkrieg" (Cruz de Honra da Guerra Mundial) foi criada em 13 de julho de
1934 pelo Presidente da República alemã e herói daquela guerra,
Generalfeldmarshall Paul von Hindenburg (1847-1934) - daí ser também
conhecida pelo nome de “Cruz Hindenburg”.

A medalha, que celebrava aqueles haviam servido (e morrido) durante a


Grande Guerra, foi introduzida de modo a reforçar o orgulho entre os veteranos
e as Forças Armadas. Foi desenhada por Eugene Godet (que recebeu a
encomenda direto da Chancelaria do Reich) que baseou seu desenho e as
cores da fita na medalha comemorativa da vitória alemã na Guerra Franco-
Prussiana de 187-1871 (Kriegsdenkmünze 1870/71 Medaille).

Com a introdução desta


condecoração, todas as
medalhas comemorativas
criadas por associações de
veteranos, tão comuns
durante o período da
República de Weimar
(1918-1933) tiveram seu
uso proibido e deveriam ser
substituídas pela nova
“Ehrenkreuz”. Mas é válido
dizer que nem sempre essa
Acima: as três versões da Cruz de Honra, junto a um diploma norma foi observada.
original e uma foto original do marechal Paul Von
Hindenburg.

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A principal característica da Cruz de Honra era o fato de ser entregue em três
classes distintas: uma reservada aos combatentes (soldados e oficiais), outra
aos não-combatentes (médicos, enfermeiros, pessoal administrativo, etc.) e a
última às mulheres que haviam perdido seus maridos ou filhos em combate.
Todos os três graus da Cruz de Honra tinham o formato de uma cruz maltesa;
o tamanho da medalha era sempre o mesmo, medindo 38 mm por 38 mm, com
uma borda em alto relevo de um mm de largura. O verso plano, com apenas a
marca ou código do fabricante. As três versões diferiam pouco entre si:

a) Cruz de Honra para Combatentes


(Ehrenkreuz für Frontkämpfer 1914-1918)

Acima: Cruz de Honra para Combatentes.

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De coloração bronze, a versão dos combatentes era entregue apenas àqueles
que viram combate na linha de batalha, razão pela qual possuía um par de
espadas cruzadas entre os braços da cruz.

Ela incluía uma coroa de louros no centro, tendo em sua porção inferior um
laço e, no centro da coroa, os anos "1914 - 1918" colocados um acima do
outro. Sua fita era composta por sete faixas na seqüência de cores
preto/branco/preto/vermelho/preto/branco/preto. Cerca de 6.250.000 medalhas
desta versão foram entregues

b) Cruz de Honra para Não-Combatentes


(Ehrenkreuz für Kriegsteilnehmer)

Acima: Cruz de Honra para Não-combatentes

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Também de cor bronze, esse grau diferenciava-se da versão para combatentes
pelo fato de que não tinha as espadas cruzadas entre os braços da cruz, e que
a coroa de louros era substituída por uma coroa de folhas de carvalho. A fita
era idêntica à versão de combatentes. Era destinada às pessoas que
participaram da I Guerra Mundial como não-combatentes (pessoal da área
médica, motoristas, burocratas, etc.). Aproximadamente 1.200.000 exemplares
desta variação foram distribuídas.

c) Cruz de Honra “Post-Mortem”


(Ehrenkreuz für Hinterbliebene)

Acima: Cruz de Honra “Post Mortem”

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Essa versão era similar à versão de não combatente, mas sua cor era negra e
as cores da fita eram invertidas, sendo que as faixas ficavam na seqüência
branco/preto/branco/vermelho/branco/preto/branco. Era destinada às mulheres
que haviam perdido um marido ou pais que haviam um filho em combate
durante aquele conflito. Nos diplomas desta versão, a pessoa agraciada era
identificada como “viúva” (Witwen) ou “ascendentes” (Eltern) Em inglês é
conhecida entre os colecionadores como “Honour Cross for Next-of-Kin”. Trata-
se da versão mais escassa, com cerca de 720.000 unidades entregues.

II. HUNGRIA

A mais popular das medalhas comemorativas estrangeiras dentre os veteranos


alemães foi, sem dúvida, a Medalha Comemorativa Húngara, também
chamada de "Pro Deo et Patria".

Foi a primeira medalha oficial


instituída entre os países que
integraram os Impérios Centrais
na I Guerra Mundial e a que foi
distribuída por mais tempo:
criada em 26.05.1929 pelo
ditador húngaro Almirante
Miklós Horthy (1868-1957) e foi
entregue até quase o fim da II
Guerra Mundial, quando a
derrota do país e a ocupação
soviética pôs fim ao regime
então no poder.
Acima: Policial húngaro em 1938. Note a medalha
comemorativa da I Guerra Mundial (3ª medalha a partir
da esquerda).

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Ao contrário do que se pode supor, não era preciso ter servido como
observador junto ao Exército Húngaro ou mesmo ter lutado junto às forças
daquele país para ser elegível, sendo que seu critério admitia qualquer
veterano que houvesse lutado com os Impérios Centrais. Como esta foi a
primeira medalha comemorativa a ser criada, e pelo desenho do capacete de
aço no verso, ela rapidamente se tornou muito popular entre os alemães, em
especial aqueles pertencentes à S.A. (Sturm Abteilung – destacamento de
choque do Partido Nazista) e à organização de veteranos Stahlhelm. Existiram
as versões de combatente e não combatentes, com desenhos e fitas distintas.

a) Versão para combatentes

Acima: versão para combatentes (com espadas e capacete) da medalha húngara comemorativa da I
Guerra Mundial.

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Trata-se de uma medalha redonda, com cerca de 37mm de diâmetro, de
coloração acinzentada, geralmente era entregue com a fita em montagem
triangular, com o centro verde, ladeado por duas estreitas faixas vermelha e
branca. Na sua frente apresentava o brasão de armas da Hungria sobreposto a
duas espadas (indicação de combatentes) ladeado por dois ramos de louros e
folhas de carvalho. O seu verso mostra um capacete de aço alemão M16 com
as inscrições "PRO DEO ET PATRIA" ("por Deus e pela Pátria" em latim) e as
datas 1914-1918, parcialmente ladeado por ramos de louros.

b) Versão para não combatentes

Acima: Medalha comemorativa húngara da I Guerra, com as espadas e capacete.

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Também chamada de versão “sem capacete e sem espadas”, é a classe
destinada para aqueles que participaram da I Guerra Mundial, mas em funções
que não exigiam o combate contra o inimigo. Como já descrito, essa variante –
bem mais incomum - se caracteriza por não possuir as espadas na frente e
nem o capacete no verso. A fita, embora observe as mesmas cores nacionais
da Hungria, segue um padrão diferente, com a predominância da cor branca e
faixas mais estreitas em verde e vermelho.

Calcula-se que cerca de 600.000 medalhas húngaras foram entregues entre


1929 e 1944.

III. ÁUSTRIA

A Medalha Comemorativa da Áustria é a terceira mais comum dentre as


medalhas desta categoria, embora a natureza delicada das relações entre a 1ª
República austríaca e o III Reich (p.ex., o assassinato do chanceler Engelbert
Dolfuss e a tentativa de golpe por nazistas austríacos em 1934) tenha resultado
no fato de que muitos veteranos alemães não se candidataram para recebê-la.

A condecoração foi criada em 21.12.1932 e, menos de um depois, em


10.11.1933, foram introduzidas as espadas cruzadas douradas a serem
adicionadas nas fitas (para combatentes e feridos de guerra). Essa medalha
deixou de ser entregue em março de 1938, com a anexação do país pela
Alemanha (Anschluss), sendo que se calcula que cerca de 450.000 foram
entregues. No entanto, aqueles que a haviam recebido continuaram
autorizados a utilizá-la e, como a Áustria passou a figurar como uma província
do “Grande Reich Alemão”, ela passou a ser colocada logo após a Cruz
Hindenburg nos barretes, pois passou a ter o status de medalha nacional e não
mais estrangeira.

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A medalha, de coloração bronze,
apresentava em sua frente a águia
austríaca segurando um escudo,
sobre a inscrição "FÜR
OSTERREICH" (que significa “Pela
Áustria”) e, no verso, as datas "1914-
1918" cercadas por uma coroa
contínua de folhas de louros.

A fita (também quase sempre montada de modo triangular, uma antiga tradição
do Império austro-húngaro) era branca com duas faixas vermelhas verticais
paralelas no centro e duas mais estreitas nas laterais.

Abaixo: Medalha Comemorativa da Grande Guerra da Áustria.

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IV. BULGÁRIA

A outra medalha de veteranos comum entre os alemães era aquela concedida


pela Bulgária. Tendo sido instituída por volta de 1934, a medalha comemorativa
dos búlgaros somente passou a ser entregue aos alemães com mais
freqüência a partir de 1938.

Acima: exemplar da Medalha Comemorativa búlgara da participação na I Guerra Mundial.

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Também presenteada normalmente com fita com uma montagem triangular,
nas cores da bandeira búlgara (vermelha, com faixas estreitas em verde e
branco), ela tinha uma coloração dourada e apresentava na sua frente o brasão
nacional de armas (um escudo com um leão rampante, encimado por uma
coroa) sobreposto a um par de espadas cruzadas e ladeado por uma coroa de
folhas de carvalho. No verso, a data "1915-1918" também dentro de um coroa
de folhas de carvalho.

A medalha foi entregue até fins


de 1943, num total de cerca de
249.000 medalhas, sendo que
50.000 foram entregues para
búlgaros e o restante (200.000)
para antigos aliados
(principalmente alemães).

Sua cunhagem também se deu


em locais diferentes: Alemanha
(30.000 feitas entre 1934-1936 e
Acima: detalhe do elaborado brasão de armas búlgaro
presente na condecoração. Abaixo: exemplar da 60.000 entre 1938-39) e Suíça
medalha ainda com o envelope original.
(60.000 entre 1938-39). O
restante foi cunhado na Bulgária.

Nos barretes alemães, essas


medalhas figuravam depois das
medalhas nacionais e,
normalmente, após as
condecorações da Áustria, Tirol e
Hungria.

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V. TIROL

Trata-se da Tiroler Landesdenkmünze (Medalha de Lembrança do Tirol). Essa


medalha em bronze dourado foi instituída em 07.02.1928 e entregue até março
de 1940. Durante este período, cerca de 120.000 medalhas foram entregues.

Acima: Medalha Comemorativa da I Guerra Mundial entregue pela província austríaca do Tirol.

A condecoração era deferida a todos os naturais da região montanhosa do Tirol


(os tiroleses) que serviram na I Guerra Mundial bem como àqueles que, entre
1915 e 1918 participaram na defesa da província. Quando entregue para

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alemães, é quase certo que estes compunham unidades de tropas de
montanha (Gebirgsjäger) que atuaram na região.

Dentre todas as medalhas


comemorativas instituídas
entre as duas guerras
mundiais, esta é a única
condecoração que exige o
serviço efetivo em uma
determinada área geográfica.

Sua frente mostra a Águia


Tirolesa e seu reverso traz a
seguinte inscrição dentro de
uma coroa de folhas de
carvalho:
"DAS
LAND TIROL
DEN
VERTEIDIGERN
DES
VATERLANDES
1914-1918" Acima: impressionante imagem de soldados das tropas de
montanha austro-húngaras em ação durante a Primeira
Guerra Mundial na região do Tirol.
("Da província do Tirol para
os Defensores da Pátria,
1914-1918")

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CONCLUSÃO

Estas medalhas, por serem bem comuns, geralmente ficam relegadas a um


segundo plano nas coleções, o que é injusto diante do que a maioria delas
significou: parte do regate do orgulho nacional naquelas países que haviam
sido derrotados na I Guerra Mundial, mostrando que a nação não havia
esquecido seus soldados.

Esse certo desprezo por essas medalhas acaba por ofuscar esses itens que
trazem, muitas vezes, desenhos e histórias interessantes. Deste modo, a idéia
principal deste artigo é procurar trazer à luz alguns fatos e dados sobre estas
condecorações dando às mesmas o devido reconhecimento histórico.

Abaixo: exemplar do documento da Cruz de Honra 1914-1918 para Combatentes (Alemanha).

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Acima: exemplar do documento da Cruz de Honra 1914-1918 para Não Combatentes (Alemanha).
Abaixo: exemplar do documento da Cruz de Honra 1914-1918 “Post-Mortem” em sua versão para viúvas
(Alemanha).

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Acima: exemplar do documento da Cruz de Honra 1914-1918 “Post-Mortem” em sua versão para Pais de
soldados falecidos na Grande Guerra (Alemanha).

Abaixo: um escasso documento para a Medalha Comemorativa do Tirol.

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Acima: exemplares das três versões da Cruz de Honra de 1914-1918 em suas respectiva caixas. Na parte
interna da tampa da caixa encontra-se uma fac-símile da assinatura do marechal Hindenburg.
Abaixo à esquerda: um graduado da Kriegsmarine, com a versão para não combatentes, além da
Medalha Comemorativa da Hungria. Abaixo à direita: a versão de combatentes sendo usada por um
Major do Exército.

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