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3ª Aula de Elevação de Espadas

ALMAS GÊMEAS

Salve Deus!

Meu filho Jaguar:

Através de suas Faixas Cármicas na longa jornada evolutiva, em


qualquer situação em que não estiverem juntos, haverá sempre uma imensa
saudade que se reflete em cada um dos dois, tornando suas existências
incompletas. Podem amar e ter tudo no Plano Material, mas fica uma
sensação de insatisfação, de não estar completa a felicidade, que só se realiza
quando as duas Almas Gêmeas se reencontram. E esse reencontro também só
as realiza quando ambas estão livres de seus compromissos cármicos, como
veremos mais adiante na história que Tia Neiva nos contou.
Não temos como penetrar a Mente Divina e perscrutar os
misteriosos desígnios do Criador, mas, o mecanismo das ALMAS GÊMEAS é
poderoso incentivo ao retorno às origens, ao seio do que é completo, a garantia
de que um dia os Espíritos voltarão à Divindade.

E é muito linda a jornada das Almas Gêmeas. Como progridem em


missões separadas, na maioria dos casos uma se dedica ao auxílio da outra.
Vivem no amor completo e incondicional. Quantas chegam ao último degrau
de sua Evolução na Terra, mas, como sua outra metade ainda está a caminho,
pedem a graça de poder voltar e ajudar suas Almas Gêmeas. E é um grande
sacrifício este, pois este Planeta é excessivamente pesado em suas Faixas
Vibratórias e um Espírito sofre muito em uma reencarnação dessas. Mas parte
feliz, com esperança, com dedicação, porque é uma missão de amor.

Para se ter um exemplo do encontro das Almas Gêmeas e de seus


compromissos, vamos ver a história de um velho Jaguar e Rosa Maria, que Tia
Neiva nos contou em uma aula dominical.

Salve Deus!
ALMAS GÊMEAS

Salve Deus!

Certa vez fui abordada por um Espírito calmo, tranqüilo, muito


bacana mesmo, desses que você pode ler em sua mente, ver em seu rosto toda
a dignidade, as coisas boas que porta o homem sem frustração. Honesto, sem
essa maneira de querer enganar alguém.

Tive a certeza de que era um daqueles Espíritos que, conforme a


época que estou passando, Amanto, Umahã ou mesmo Pai Seta Branca, me
enviam para transmitir uma história, uma mensagem.

Aquele Espírito foi chegando e começou a falar tranqüilamente


sobre sua vida.

- Tia – falou – Eu sou aquele do sonho... Aquele sonho...


Lembrei-me de que já o encontrara antes e me contara muita coisa.
Perguntei:

- Graças a Deus! Tem mais alguma coisa boa para dar


continuidade?

- Sim Tia, tenho. Tenho o princípio da história da minha vida, que


vou lhe contar. Eu era um homem perverso, um verdadeiro tirano. Sou um
Jaguar! Vivi nas planícies e estive por todas as partes da Terra. Só aprendi
tirania e violência. Não conhecia o Amor. Um dia reencarnei no Império como
Senhor de Engenho.

Sorri lembrando-me de vocês meus filhos. Esses seus rostos, cada


um revelando um Jaguar, Senhor de Escravos, Senhor de Engenho...

- Fui Senhor de Escravos – continuou – Mas era muito direito em


meus negócios e procurava aplicar a justiça a meu modo. Fui muito querido
pelo Imperador, chegando mesmo a merecer plena confiança dele.
Constantemente estava no Palácio – E então citou diversos nomes de políticos,
senadores, homens importantes naquela época, com os quais tinha estreitos
laços de amizade.

- Eu era um homem tão temido que quando chegava em minha


Fazenda Tia, uma das melhores da região, com uma bela mansão, os escravos
ficavam temerosos de mim. Faziam tudo com medo de mim, da punição que
era certa se não agissem conforme minha vontade. Minha família era a mais
bonita que havia. Minha esposa era linda e meus dois filhos, um casal, eram
verdadeiros Príncipes. Enfim Tia, parecia que eu não tinha mais nada para
desejar na vida. Bastava que eu falasse uma coisa e todos corriam para me
atender. Eu fui esse homem Tia Neiva... Tinha tudo, mas a verdade é que não
tinha Amor por nada.

- Esse é o grande mal – Comentei – Quando não temos Amor no


coração filho, a vida se torna seca, difícil...

- É, Tia, eu era honesto com minha família, com minha mulher,


com meus negócios. Mas, sentia no íntimo que alguma coisa me faltava. Um
dia... – Ele parou de falar e em seu olhar havia um brilho diferente, quando
continuou com meiguice:

- Tia, a senhora vive falando sobre as Almas Gêmeas. Pois um dia


esbarrei com minha Alma Gêmea. Interessante Tia, que nunca notara a
presença daquela escrava. Era uma jovem bem clara e naquele dia quando eu
me dirigia ao portão da casa, ela vinha com uma cesta de verduras e não me
viu. Deu um encontrão em mim e as verduras se espalharam pelo chão. Ela
ficou em pânico... Abaixou-se para catar as verduras chorando e implorando
que não a castigasse. Queria até mesmo beijar meus pés na sua aflição e
humildade. Fiquei reparando nela e alguma coisa despertou no meu íntimo.
Senti que ela era diferente. Senti meu coração se encher de alegria com a
presença dela. Então, peguei sua mão e a ergui, eu mesmo me abaixando e
catando as verduras para recolocá-las na cesta. Ela paralisada pelo medo, me
olhava com os lindos olhos marejados de lágrimas. Balbuciava desculpas e
pedia que eu não a castigasse. Acabei de encher a cesta e me levantei,
encarando aquela linda moça. Trocamos um longo olhar e acho que consegui
transmitir a ela o que eu sentia, de tal forma que ela pareceu se tranqüilizar,
acabando por dar um tímido sorriso. Eu é que me desculpei por minha falta
de atenção, e fiquei parado vendo aquela figurinha tão querida, sumir entre as
plantas do jardim levando sua cesta.

Desse momento em diante meus filhos, aquele Jaguar se


transformou. Aquele encontro com sua Alma Gêmea – de que ambos não
tinham consciência por estarem encarnados – despertou no coração dele o
Amor. E o Amor transforma as pessoas. Enquanto caminhava para casa ia
pensando no que havia ocorrido. Sentiu profundo desprezo pela fama que
tinha ao lembrar a aflição de sua querida, o medo de ser castigada por algo tão
banal. Aquela maneira humilde de pedir desculpas... Aquele olhar... Sim,
decidiu que dali para frente não mais seria aquele tirano.

Em casa, à noite, não conseguia dormir. Os dias se seguiram e ele


ficou isolado sem falar com ninguém, mal comendo, com o pensamento
naquela escrava adorada, cuja presença ele não havia percebido até aquele
dia. Não entendia o que estava acontecendo... Como podia não ter notado
aquela meiga presença? Ansiava por vê-la e ao mesmo tempo temia como
pudesse reagir a um novo encontro.

Seu comportamento preocupava a todos. Sua mulher achava


mesmo que ele estava enfeitiçado, tal era a mudança que se operava nele. E
um dia receberam a visita do Imperador.

A azáfama da recepção quebrou a rotina da Fazenda e até o Jaguar,


saiu um pouco de seus pensamentos para receber o ilustre amigo. E na hora
de servir o chá, quem se apresentou com a bandeja foi a bela escrava. Quando
ela se deparou com o Jaguar começou a tremer tomada de emoção e
desequilibrou a bandeja que caiu, despejando tudo sobre a mesa. A
Sinhazinha que havia com sua percepção sentido a reação dos dois ao se
olharem, ficou furiosa e chamou o Feitor para que retirasse imediatamente
aquela escrava dali e lhe aplicasse terrível castigo. O Imperador que era muito
galante e percebera a escrava encantadora, pediu que nada fizessem com ela.
Era um acidente e pronto. Já tinha passado, não devia a moça ser castigada.
Também o velho Jaguar interferiu, dizendo ao Feitor que não era preciso levá-
la.

Essa reação mais raiva provocou na Sinhazinha, tomada pelo


ciúme, já deduzindo que aquela bela jovem tinha algo a ver com a modificação
que se passara com o marido. Ordenou ao Feitor que a levasse.

Logo que o Feitor saiu com ela, empurrando-a com brutalidade, o


Jaguar foi atrás e mandou que ele a soltasse e que ela fosse para junto das
outras escravas na Senzala.

Era a época dos Nagôs que trabalhavam muito com Espíritos e


faziam trabalhos que os outros diziam que eram feitiços. Por isso a Sinhazinha
achou que finalmente descobrira a causa de tão brusca alteração no
comportamento do marido: Ele fora enfeitiçado por aquela escrava. Começou a
perseguir a moça e o Jaguar percebendo tudo, procurou solucionar a questão.
Arrumou um amigo de confiança e pediu que ele fizesse uma compra forjada
daquela escrava para que ela pudesse escapar da Sinhazinha.
E assim foi feito. Comprada a escrava, parecia que tudo voltaria ao
normal na Fazenda. O próprio Jaguar insistira para que ela fosse vendida,
dizendo que já não agüentava ver à sua frente aquela mulher que tanta
vergonha os haviam feito passar diante do Imperador...

Mas o que não sabiam é que o Senhor da Fazenda arranjara um


sítio solitário e escondido onde a bela escrava foi se ocultar. E uma vez ali
instalada, longe das garras da Sinhazinha, aquelas duas Almas Gêmeas
puderam construir um pequeno mundo. Passaram a se encontrar e sempre
que possível, o Sinhozinho corria a ver a sua amada.

O Amor das Almas Gêmeas é uma coisa sublime, muito lindo, pois
nunca pode se erguer sobre as ruínas dos outros. Para a plena realização
torna-se necessário que ambos estejam livres de compromissos. Mas o
Sinhozinho tinha a família e, então, era preciso que acontecesse um
verdadeiro milagre – como eles mesmo diziam – para que ele pudesse se
libertar. A esposa, os filhos ainda pequenos, representavam uma verdadeira
barreira para a plena vida daquele Amor.

O respeito da moça – que se chamava Rosa Maria – pelas


responsabilidades do Jaguar, mantinha a harmonia daquele romance sem
criar sofrimentos.

O tempo passou. Os filhos do Sinhozinho já mais crescidos foram


estudar em Portugal. E naquele mundo de encantamento das duas Almas
Gêmeas, teve início o último reajuste pelo qual deveriam passar para se
libertarem totalmente. Lembrem-se meus filhos, que só retornamos às origens
quando nada mais nos resta a resgatar. Vejam o exemplo de Aragana, que viu
aquele cobrador a urrar de ódio, e submeteu-se a um julgamento para libertá-
lo, a fim de que pudesse tranqüilamente voltar à origem.

Havia uma conta do passado. E para resgatar essa dívida, Rosa


Maria concebeu um filho que seria aquele Espírito reencarnado para se
reajustar com ambos. Mas, o fato de ficar grávida envergonhou tanto Rosa
Maria perante o Jaguar, que ela perdeu o encanto pela vida. Achava que
aquilo era uma falta de respeito para com seu amado, gerando uma
responsabilidade que ele não tinha condições de assumir.

É que encarnados não se lembravam dos compromissos assumidos


no espaço. Aquilo tudo havia sido tramado com eles no espaço, sob os
desígnios da Lei de Deus, que lhes fornecia aquela oportunidade de
resgatarem sua última dívida. Porque as Almas Gêmeas só se realizam quando
nada mais devem, quando não têm mais qualquer obsessor e quando já
atravessaram suas faixas cármicas positivas e negativas e podem, assim,
retornar juntas às origens. Porque é muito bonito meus filhos, ver o trabalho
das Almas Gêmeas. Uma ajudando a outra a evoluir e a se libertar. Quantas já
não precisavam mais retornar à Terra, mas como estão mais evoluídas que a
sua Alma Gêmea, reencarnam e sofrem para ajudar aquela a subir o degrau.
Sempre com dedicação, com Amor. Uma beleza...

Mas, sem consciência de suas tramas no espaço, Rosa Maria sofreu


com a situação, até dar à luz uma bela criança. Um menino clarinho, louro,
com lindos olhos azuis. O nascimento do menino modificou a sintonia do
casal. Rosa Maria passou a viver mais feliz e ambos se dedicavam com grande
Amor àquela criança. Aquele Amor ia resgatando a dívida com aquele Espírito.

O menino crescia e o Sinhozinho estava totalmente modificado. Pela


realização de seu Amor, pela sintonia com Rosa Maria, pelo tesouro que o
menino representava em suas vidas, ele se transformara em um homem
bondoso e amável. Tão bom que todos que o conheceram antes se admiravam.
Havia mandado embora de sua Fazenda o malvado Feitor, aquele homem feroz
que castigava e surrava os escravos e, tudo era administrado com Amor.

Isso é que eu gosto de mostrar a vocês meus filhos. O Amor é uma


força poderosa, bendita, que não deixa que se possa fazer mal aos outros ou
ferir alguém. Quando se ama, mas se ama realmente, a gente ama todo
mundo. É filhos, o mundo inteiro a gente ama. Não sei quantos de vocês já
puderam sentir isso, ter a oportunidade de viver um Amor assim, um Amor de
respeito, um Amor que a gente respeita, que a gente sente realmente estar
muito acima dessas baixezas... Duas pessoas que sentem um Amor
verdadeiro, sabem se entender à distância, se falam no silêncio, se
harmonizam a cada momento de suas vidas. Este é o Amor das Almas
Gêmeas!

Muitos me falam que encontraram sua Alma Gêmea. Eu concordo,


pois não quero causar tristeza. Mas, o Amor das Almas Gêmeas transforma as
pessoas. Elas ficam boas, não pensam em fazer mal à sua família, não pensam
em fazer mal aos outros, não desrespeitam a família. A primeira coisa que
fazem é passar a amar também os outros, principalmente os filhos, mesmo
que sejam fruto de ligações com outras pessoas.

Acho lindo o Amor das Almas Gêmeas no espaço. Têm a mesma


paixão, a mesma vida como temos aqui. Muitas tiveram filhos na Terra e os
buscam para, reunidos, viverem juntos em suas mansões do espaço. São tão
felizes e se realizam tanto com seu Amor, que buscam levar a felicidade aos
outros. Com essa intenção, protegidos pela vibração desse Amor tão puro,
penetram naqueles pântanos sombrios, arrebatando das trevas muitos
Espíritos que por ali se debatem.

Vejam o exemplo desse velho Jaguar: Era um tirano – e ele me


mostrou muitas das barbaridades que havia cometido – e temido por todos.
Um dia – um simples olhar modificou tudo. Pelo esclarecimento dos dois tudo
se transformou, e ele se tornou tão bom que até mesmo no Palácio do
Imperador se comentava o milagre de sua modificação.

A felicidade do encontro das Almas Gêmeas aqui na Terra, reside no


fato de não terem compromisso com outras pessoas. Elas se encontram, se
amam verdadeiramente, mas não podem desfazer os laços cármicos, seus
laços transcendentais. Apenas porque se encontram, porque se amam, não
podem abandonar seus lares.

E isso é o que havia acontecido com aqueles dois: tinham vindo


apenas para resgatar aquela dívida, libertar aquele Espírito que estava
encarnado como o filho dos dois.

Mas a Lei de Causa e Efeito sempre está em vigor. E um velho


chamado Gregório, que muito havia sofrido naquela Fazenda a mando do
Sinhozinho, soube da existência daquela criança e descobriu toda a situação.
Impulsionado pelo desejo de vingança correu a contar tudo para a Sinhazinha.
Não poupou detalhes malvados e aumentou muito as coisas, para fazer sofrer
o mais que pudesse aquele que o tinham castigado um dia.

Atenção meus filhos! Temos visto muitos “Gregorinhos” e


“Gregorinhas” por aí, sempre contando novidades – maior parte mentiras!
Espalhando o ódio e a desconfiança entre esposa e marido, desfazendo lares,
gerando desequilíbrios. Isso é muito perigoso. Quantos ao chegarem no dia de
prestar contas vão verificar que com suas línguas, cortaram o carma de outras
pessoas e não poderão pôr a culpa em ninguém, senão em si próprios, no seu
coração ainda em evolução...

A Sinhazinha, enlouquecida pelo ódio e pelo ciúme por tudo que


ouvira de Gregório, tramou em segredo a destruição de Rosa Maria e do
menino. Aproveitando-se do ódio que o malvado Feitor nutria por ter sido
despedido pelo Sinhozinho, conseguiu induzi-lo a realizar seu plano. Um dia,
quando o Sinhozinho teve que ir ao Palácio ver o Imperador, o Feitor raptou
Rosa Maria e o filho, levou-os para um local ermo, e ali os executou ocultando
os corpos. Ninguém vira essa ação criminosa, de modo que quando o
Sinhozinho voltou e foi correndo ao seu ninho de Amor, não encontrou sua
amada nem o filho, nem qualquer orientação sobre o destino daqueles dois
seres tão queridos. Também pelas redondezas, ninguém sabia informar o que
teria acontecido.

Desesperado, continuou buscando-os por muito tempo, sem


descobrir o que houvera. Mesmo mergulhado na dor e na aflição, a bondade
daquele Jaguar superou suas forças. Continuou a ser bom e caridoso e
testado por Deus, que quis saber até onde ia sua paciência, superou todo o
seu desespero e completou sua missão na Terra, com aquela força bendita que
o Amor lhe dera.

Sua jornada ainda continuou muitos anos. Na solidão, chorava a


ausência de sua amada. Muitas noites quando mergulhava em seus
pensamentos, vinha-lhe a certeza de que sua esposa tinha muito o que ver
com aquele desaparecimento misterioso. Também não sentia ódio ou desejo de
vingança. Lembrava-se de que Rosa Maria sempre lhe dizia, que chegaria um
dia em que morreriam e poderiam ficar juntos para sempre, no céu. Mas, se
ele fizesse alguma maldade, não seria possível o encontro, pois Deus não
permitiria que gente ruim entrasse no céu. Ele lembrava dos olhos de Rosa
Maria. Quando falava essas coisas, ficava brilhando como estrelas, como se
tivesse certeza do que falava, como se o amor deles só pudesse atingir toda a
plenitude depois que tivessem deixado essa vida. E porque a amava, tinha
confiança nela e achava que o único meio de tornar a encontrá-la, seria
manter-se acima do mal. Mas a dor da ausência de Rosa Maria tornara-o
triste, e a vida era quase mecânica. Seu coração sangrava de saudade.
Tornou-se Espiritualista. Continuou acompanhando sua esposa sem
demonstrar sua desconfiança, mas a vida já não tinha mais prazer. Só existia
para ele a lembrança daquele Amor.

Muitas coisas enfrentou até o dia de sua morte. Contou diversas


passagens, e me admirei com a fibra daquele Jaguar. Era uma época terrível
aquela. Muitos Espíritos haviam encarnado na Terra na missão de
Evangelizar. Alguns mesmo vinham preparados para domar como se fossem
animais, aqueles Espíritos de Imperadores, Centuriões, vestindo roupagens de
Pretos Velhos e Escravos. Aquele Jaguar havia sido diferente. Morreu
purificado pelo Amor, por suas boas ações, e sua câmara mortuária foi
perfumada pelos Pretos Velhos, a quem vivia pedindo perdão pelos males
causados outrora.

Pouco antes de morrer, soube de toda a trama da esposa, o triste


fim que tinham tido seus amados. Mandou chamar Gregório e fez com que ele
visse o punhal que atravessou em seu coração. Mesmo assim, perdoou-lhe e
ainda arranjou meios de ajudar ao velho que tanto mal lhe causara.

Há muitas passagens lindas nessa história. Houve até o caso de


uma aparição de Jesus ao sofrido Jaguar. Um dia contarei!

Quando desencarnou, Rosa Maria veio recebê-lo. É muito grande a


felicidade do reencontro de duas Almas Gêmeas, preparado pelos Mentores.
Pensavam que havia chegado o momento de seguirem a linda caminhada para
a origem. Mas, ainda não era a hora. Havia permanecido aquele Espírito
cobrador, do filho deles, que o ciúme da Sinhazinha não deixara realizar a
missão do reajuste.

Era preciso reparar o destino daquela criança, que por culpa deles
havia nascido em tão tristes circunstâncias. Era responsabilidade do Jaguar,
que devia ter tomado as providências para evitar aquela gestação que o
respeito impunha, pois não haveria condições para criar um filho. Com isso,
ele criara uma responsabilidade a mais e teria que voltar à Terra para cumprir
sua última missão.

Após o feliz encontro, Rosa Maria ficou triste sabendo que ainda
teriam que esperar a conclusão dessa missão para poderem ir para a origem.
Preocupava-se com seu amado, incerta sobre as condições dele para enfrentar
mais essa prova. Ele fora um tirano, mas o Amor mudara completamente seu
Espírito por saber Amar. Mas fora a presença de Rosa Maria que o havia
despertado para o Amor. Agora ela não viria à Terra, como agiria ele?

Tudo foi preparado no espaço e quando chegou o momento, o


Jaguar despediu-se de Rosa Maria e, triste pela separação se encaminhou
para o sono cultural.

Quando o Espírito vai reencarnar, meus filhos, é uma tristeza maior


do que a morte aqui na Terra. Ele vai partir para uma missão da qual tem
consciência, sabe da responsabilidade e, corajosamente se entrega ao sono
cultural, que vai apagar de sua consciência toda a memória transcendental,
preparando-o para ser colocado no feto e nascer na Terra.

E o velho Jaguar, o velho Senhor de escravos, parte em busca do


seu filho, o lindo menino louro de olhos azuis.

Mas Deus não diz para você que será tudo “bonitinho” nem os
Mentores resolvem que será tudo fácil. Não! Ele por exemplo, iria voltar à
Terra e desposar uma mulher que seria aquele mesmo Espírito da Sinhazinha
– mau a ponto de mandar matar uma criança – e em meio a muitas provações
e dificuldades, deveria salvar seu filho, Espírito que até aquele instante não
perdoara a ele nem a Rosa Maria.
Na Terra o início foi relativamente fácil. Casou-se (com aquela que
havia sido a Sinhazinha) e teve alguns filhos. Mas, esquecido dos planos do
espaço pelo efeito do sono cultural, não entendia o vazio que sentia. Faltava
alguma coisa que não identificava, para sua vida fazê-lo feliz, realizado.
Perguntava a si mesmo porque aquela paixão pelas pessoas, pelas coisas,
aquela insatisfação permanente. E o desespero começava a tomar conta de
seus pensamentos, nas horas em que estava sozinho.

Foi quando nasceu um novo filho, um menino debilitado, com um


aleijão na perna e que mais tarde quando começou a falar tinha dificuldades
em se expressar, um pouco mais moreno do que os demais irmãos e, que o fez
sentir algo estranho. Quando pegava o menino no colo, sentia um arrepio,
uma sensação que não identificava, mas sabia ser de repulsão àquela criança.
A mãe do menino também demonstrava total intolerância e até mesmo
desprezo pelo pequenino. Vendo essa reação de ambos, o Jaguar superou tudo
e passou a amar mais àquele filho do que aos demais. Também a criança ficou
num grande agarramento com o pai.

Em seus sonhos o Jaguar se encontrava com uma moça muito


bonita – Rosa Maria – que lhe falava na força do Amor, e pedia que ele sempre
tivesse esperança em seu coração.

Sempre protegendo a criança do ódio da mãe e do desprezo dos


irmãos, o Jaguar prosseguiu em sua missão. Ficou seriamente doente e o filho
mais novo não se separava dele. Ficava ali atento ao que fosse preciso, dando-
lhe água, remédio, preso pelos laços de uma profunda afeição.

Uma noite profundamente enfraquecido, estado em que se fica mais


próximo da Espiritualidade, foi levado por aquela mulher de seus sonhos até
uma casa onde havia uma criança. Esta estava muito mal, já para morrer. Os
pais ali perto choravam a morte do filho, já não tendo mais nada a fazer. A
criança com os olhos fechados parecia estar sofrendo muito. O Espírito do
Jaguar ficou preso àquele quadro e se aproximou da criança que, abrindo os
olhos percebeu a imagem do Jaguar e exclamou: “Papai!”.

Os pais se alvoroçaram, e o pai abraçou a criança certo de sua


melhora, pois ouvira o chamado. Mas o Espírito do Jaguar percebeu
emocionado quem era a criança, quando vira aqueles olhinhos azuis e sabia a
quem ela chamara de pai. Sim, aquele era o seu filho, a quem buscava para
resgatar suas dívidas do passado.

Mas, teve que retornar ao corpo e sua memória apagou-se quase


totalmente. Ficou uma lembrança do menino, mas em sua fraqueza não sabia
separar bem os fatos. Seu estado piorou e começou a delirar, falando de um
menino louro de olhos azuis que era seu filho, que ele tinha que encontrar.
Suas palavras não eram entendidas pela mulher e pelos filhos, que achavam
ser tudo fruto de sua delicada situação de saúde.

Finalmente o mal começou a ser debelado, e ele teve a fase de


recuperação povoada pela lembrança daquela criança. Irritado por não ser
entendido pelos outros, criara em sua cabeça a necessidade de encontrar
aquele menino, que ele sabia existir em algum lugar.
Já recuperado começou a andar pela cidade. Assim fazia um
exercício e atendia à sua ânsia de descobrir a criança.

Andava certa vez pela beira do cais, quando o choro de uma criança
chegou até ele.

Curioso aproximou-se de uma pobre casa de onde parecia vir aquele


choro convulso. Um vizinho estava por ali e ele perguntou o que fazia aquela
criança chorar tanto.

- É uma triste história – disse o vizinho – O pai desse menino


trabalhava naquele navio ali e saiu com a esposa para dar um passeio de
barco. O barco virou e os dois morreram. Restou o filho que está ai com esses
parentes, mas, desde então chora como se nada o pudesse fazer calar...

Bateu à porta do casebre e uma pobre mulher o atendeu. Pediu


para conhecer o pequeno órfão e entrou. Pôde ver então aquele menino por
quem tanto buscava, por quem seu coração ansiava loucamente, chorando.
Aquela linda criança loura com os olhos azuis...

Emocionado, pediu àquela gente que o deixasse levar o menino para


cuidar dele. Foi atendido prontamente, pois os parentes estavam loucos para
se verem livres daquele choro angustiado, e seria menos uma boca para
alimentar.

Chegou feliz à sua casa. No trajeto para lá a criança se calara e


aconchegara-se a ele como se estivesse acostumada com o seu colo. Sentindo-
o em seus braços, o velho Jaguar sentia que amava muito aquele pequeno Ser.
Um amor muito maior do que o que nutria por qualquer de seus filhos, até
pelo mais novo.

Começou uma nova fase de complicações. Os laços de amizade tão


profundos entre o Jaguar e aquela criança abandonada haviam despertado a
inveja e o ciúme da família. A hostilidade da esposa – que na outra encarnação
mandara executar o menino – era para com os dois. O tempo foi passando, e
cada vez mais estreita era a amizade entre o Jaguar e o menino.

Mas o grau de maldade da esposa era tanto, um Espírito que não se


abria para o amor, e assim, não evoluía e esperava uma oportunidade para se
vingar daquela criança. E quando o esposo precisou ausentar-se um pouco
mais demoradamente de casa, pegou o menino e o colocou para fora de casa.
A pobre criança já com sete anos, não pode fazer nada senão afastar-se triste
daquela casa, onde estava alguém que lhe era muito caro.

Retornando e não encontrando o menino, o Jaguar forçou a esposa


a dizer o que havia feito. Ela confessou que havia mandado embora aquele
estranho e não permitiria que voltasse.

Ele saiu em busca do menino e teve um palpite que poderia


encontrá-lo onde o fora buscar – na beira do cais. Correu para lá e viu o garoto
sentado, olhando o mar com o queixo apoiado na mão, como se aguardasse
alguém.
Alegre pelo encontro chamou o menino. Este assustou-se com o
chamado e levantou rápido de onde estava, virando-se para ver seu querido
benfeitor. Mas, agitando os braços perdeu o equilíbrio e caiu do cais, naquele
local cheio de pedras, madeirame e ferros batidos pelas ondas do mar.

Desesperado, o velho Jaguar correu e pulou na água. Diversas


pessoas que estavam por ali tentaram ajudar, mas o destino havia marcado
aquele desenlace. Morreram ali, pai e filho, tragados pelo mar.

Esse é o destino do homem meus filhos! Muitas vezes temos uma


tristeza muito grande sem saber porquê. Muitas vezes o homem se casa e tem
por obrigação honrar aquele casamento, os filhos que dele nascem, mas em
seu íntimo não está feliz. Porém, existe uma responsabilidade maior: o destino
cármico. Ninguém pode ser feliz, feliz mesmo, se não terminar a sua missão,
se não libertar seus cobradores.

Imaginem que aquele filho mais novo, moreno, do casal, era o


Espírito do velho Gregório, que apesar de seus defeitos físicos, amou muito
aquele a quem tanto mal fizera e por ele foi amado. Foi aquela mulher que
tanto mal fizera que o recebeu no ventre e, pela bênção de Deus o criou com
cuidados, mas sem amor. Mas Gregório conseguiu resgatar suas faltas, pelo
amor daquele a quem tanto fizera sofrer.

E no desenlace da história, quando o homem e o menino


desencarnaram no mar, seus Espíritos se reencontraram com Rosa Maria e
juntos, felizes, foram para sua origem.

E a Sinhazinha que voltara agora como uma simples dona de casa,


não evoluiu, não aproveitou a chance que lhe foi dada, e nada fez de bom.
Então, seu sofrimento será grande. Deverá voltar várias vezes, para subir seus
degraus na Evolução.

Mesmo assim, ela foi objeto da ajuda dos Espíritos do Jaguar e de


Rosa Maria, que entenderam que tudo que ela havia cometido servira como
degrau para a libertação deles, através da Evolução. Na realidade, fora a
Sinhazinha que preparara a subida dessas Almas Gêmeas.

Por isso, jamais devemos nos queixar de Deus. Ele nos dá tudo, nos
proporciona os meios para nossa libertação. O conhecimento, a consciência, é
que nos impulsionam no caminho certo. Ele nos dá força antes de chegarmos
aqui e, chegamos preparados para cumprir nossa missão. É errado só se
desejar coisas boas e reclamá-las de Deus. Pelo sofrimento, conseguimos
nossa libertação, nossa Evolução. Nem Deus, nem nossos Mentores, nos
seguram para que possamos subir os degraus de nossa jornada. Temos que
caminhar por nós mesmos, com nossas próprias pernas. Deus nos dá tudo...

Salve Deus!

Com carinho,

A Mãe em Cristo.

Tia Neiva.
F ascículo 3
Prefácio
Caro Médium:
Agora que você já leu os fascículos I e II e, provavelmente, já tem alguns
meses de prática no Templo do Amanhecer, você estará em condições de
entender melhor o que este terceiro volume tem para lhe dizer.
Você irá notar que os termos começam a ser um pouco mais difíceis, um
aspecto mais científico e até mesmo que o livro entre em considerações
filosóficas.
Não pense que isso está acontecendo porque nós julgamos que você se
matriculou na Universidade ou coisa parecida. Não, é que agora temos uma certa
idéia de que você já está sintonizado com a Corrente, que sua mediunidade já se
abriu, que seus "chacras" estão mais ativos.
A terminologia aqui usada é a mesma que você estará ouvindo de seus
Mestres e seus Instrutores. É importante que você se familiarize com essas
palavras porque elas revestirão suas atividades.
Pode ser que você atenda uma pessoa e ela manifeste o desejo de tomar
um passe. Você a conduz, mas daquele instante e nos instantes seguintes, você
estará mentalizando a transferência de energias que o referido passe representa.
Agora, se você é um leigo, um cliente ou um leitor casual deste manual,
procure os Fascículos I e II, que irá entender melhor o que aqui estamos dizendo.
O Editor
01. O Templo do Amanhecer
Se você assimilou as coisas fundamentais que ficaram registradas até este
ponto, irá ter condições para compreender a função do Templo em seus vários
aspectos. Antes, porém, é bom que conheça algo a respeito do templo através dos
tempos.
Você sabe agora que nós, no Vale vemos o Mundo como algo acima da
nossa capacidade de verificação, em termos de "comos" e "porquês". A
Humanidade não sabe, nem pela Ciência ou pela Religião, porque o nosso Planeta
foi criado ou quando isso aconteceu. Tudo que sabemos é como ele se apresenta
em alguns aspectos físicos e funcionais. Doutrinariamente, nós o vemos como
uma espécie de escola para espíritos, com as coisas sempre incertas e inseguras,
verdadeiros testes permanentes para seus habitantes. Seu passado e as coisas
que aconteceram antes existem para nosso conhecimento em termos de algumas
coisas escritas e outras tantas ruínas em pedra. Esses testemunhos são vistos, em
cada geração, pela maneira de ver dessa mesma geração, pela maneira de ver
dessa mesma geração, conforme a interpretação do momento.
Nessa altura você se perguntando o que terá isso a ver com o nosso
Templo, não é verdade? Então procure seguir o nosso raciocínio e irá entender.
Assimile a idéia conforme as coisas se apresentem aos seus sentidos. Vejamos o
que nos diz o Prof Silveira Bueno no seu “Grande Dicionário Etimológico Prosódico
da Língua Portuguesa, Ed. Saraiva, 1967”: “Templo - s.m. Igreja, lugar dedicado
ao culto divino. Latim, “templum”, nos templos antigos, o quadrado, descrito pelos
Augures (o grifo é nosso) já em terra, já imaginariamente no céu, dentro do qual
observavam o vôo das aves e outro fenômenos, interpretando-os como favoráveis
ou desfavoráveis segundo a superstição da época”.
A língua latina já existia mil anos antes da vinda de Jesus. Foi nessa, língua
que se conceituou a palavra “templum” que em português se pronuncia “templo”.
A palavra “Augures” significa, advinho ou a pessoa que advinha. Conclui-se então,
que templo significa um local delimitado no chão e imaginariamente no céu, isto é,
no ar, em cujos limites os fenômenos observados preconizavam as coisas que
iriam acontecer, de bom ou de mau. O “quadrado descrito”, isto é, o local
indicado, dá a entender que as informações buscadas só seriam encontradas ali e
não em outro lugar. Se as aves vinham voando, esse vôo somente significaria,
alguma, coisa no momento em que cruzava aquele espaço acima do quadrado.
Porque?
Tudo indica que naquele pedaço de chão havia algum tipo de força, de
energia, que diferenciava o espaço acima dele de alguma forma.
Por outro lado, as interpretações eram feitas apenas pelos Augures, o que
significava que só eles sabiam o segredo ou tinham a sensibilidade para aquele
fenômeno sutil. Em nossos dias, fato semelhante é descrito, com riqueza de
detalhes, por Carlos Castanheda no seu livro “Viagem a Ixtlan” e outros do mesmo
autor.
Resumindo: para operar um “Templum” era necessário haver um pedaço
de chão com condições diferentes e indivíduos também com condições diferentes.
Transportando esse fato para o Templo do Amanhecer, nós temos um pedaço de
chão ionizado e pessoas mediunizadas. A palavra “íon” significa átomo eletrizado,
e, embora as propriedades dos íons sejam cientificamente complexas, nós
sabemos que eles são partículas encontradas nos raios solares. O sol é, pois, a
fonte da energia que ioniza o Templo. A lua por sua vez atua em termos de
partículas negativas, digamos assim, de íons diferenciados dos íons solares. Assim
nós temos duas energias básicas concentradas no espaço do Templo. É lógico que
o mesmo fenômeno atua sobre toda a superfície do planeta. No Templo, porém,
ele é dirigido, concentrado, pela força, dos Médiuns. Conclui-se dai que há uma
relação direta entre as energias que chegam de fora da Terra, e a energia que é
emitida pelos seres que habitam o Planeta, nesse caso nos os Seres Humanos e,
especificamente no caso de nosso Templo, nós os Médiuns.
Meu caro principiante, procure nos perdoar tanta complexidade para
explicar uma coisa, tão simples. A razão é que você precisa compreender e
assimilar que ser Médium com M maiúsculo é muito mais importante do que
habitualmente se pensa. O Templo do Amanhecer é uma potente usina de energia
cósmica, concentrada num espaço relativamente pequena e ele não funciona sem
os catalisadores que são os Médiuns.
Assimilado isso, você irá começar a entender o simbolismo da Pira que
divide o Templo em dois. Chegue perto dela, olhe com atenção e você ira
encontrar claramente representada, a Terra, o Sol e a Lua.
A parti desse conhecimento, ficou sabendo o mecanismo da sua
participação na Corrente. No Templo existem energias recebidas do Sol e da Lua e
em você existem energias que partem de você mesmo. Da manipulação desses
vários tipos de energias que resultam a cura, a desobsessiva e reequilíbrio das
pessoas que nos procuram.
Agora vamos percorrer juntos o recinto do Templo, como se você fosse um
visitante e estivesse curioso para saber. Antes, porém, vamos dar uma olhada na
estrela que está em frente chamada, “Estrela de David”.
David foi rei de Israel, cerca de 1000 anos antes da vinda de Jesus. Entre
outras coisas, diz a lenda que ele combateu o gigante Golias, munido apenas de
uma funda (objeto para o arremesso de pedras). Também ele estabeleceu o Reino
de Judá em Jerusalém como Capital, levando a Arca da Aliança.
Naturalmente, as coisas que ele realmente fez se tornaram lendas e
alegorias. Mas o fato fundamental é que ele ficou sendo o autor do símbolo do
“hexagrama” ou seja, dois triângulos, eles eram entrelaçados. Eles simbolizavam o
Bem e o Mal, o Jeovah Preto e o Jeovah Branco, o Positivo e o Negativo. Tudo
isso resulta num símbolo mais amplo: a Subida e a Descida do espírito, igual a
Involução e Evolução.
É bom que você saiba pelo menos isso dessa estrela, uma vez que ela esta
em quase toda as parte do Templo, no Escudo do Médium Iniciado e até nos
párabrisas
dos carros. Só que a nossa estrela não é entrelaçada e nem mesmo se
distingue os dois triângulos. Isso porque a nossa Corrente simboliza a Síntese
mais do que a Análise.
Também é bom que você saiba que não foi David quem inventou essa
estrela. Ela sempre existiu na natureza, na formação de cristais e outras coisas.
Talvez por isso ela seja um símbolo eterno. O importante é que você saiba que
seu uso pela nossa Corrente não implica filiação alguma a outros grupos religiosos
ou doutrinários.
Voltemos agora a nossa estrela em frente ao Templo. Nela você verá um
trecho de uma de suas mensagens: “Filhos - O Homem que tentar fugir de suas
metas cármicas ou juras transcendentais será devorado ou se perderá como a ave
que tenta voar na escuridão da noite”. Essa advertência está implícita na própria
estrela: metas cármicas são o triângulo da descida; juras transcendentais estão
contidas no triângulo de subida.
Logo em seguida, no anteparo da porta, você encontra o trecho do
Evangelho de João 14:06 que diz: “Eu sou o caminho da verdade e da vida;
ninguém vai ao Pai senão por mim”. Dentre os profundos significados dessa frase
do Mestre Jesus, nós destacamos o sentido do “EU” ou seja, a sede da decisão, o
centro do livre arbítrio, da responsabilidade individual. Essa é a base da Doutrina
da Amanhecer.
Entre pelo lado pouco esquerdo e veja o conjunto elíptico. Pare um pouco
junto ao anteparo da entrada e divida o Templo em 14 partes; começando pelos
Castelos, distribuídos na seqüência 3 + 2 + 3 = 8.
O 1º Castelo da Esquerda representa a parte burocrática: Secretaria dos
Médiuns e Recepção aos principiantes. No 2º da esquerda você encontra o ponto
dos Mestres Devas, das Samaritanas, dos Magos e das Nitiamas. No 3º está a
sede de desenvolvimento dos Aparás principiantes. No 4º é feita a Iniciação de
Aparás.
Continue a percorrer com a vista e comece pelo 5º, ou seja, último da
direita. Esse é o Castelo da Iniciação de Médiuns Doutrinadores. Continue
voltando e você encontra o 6º Castelo, ou seja, o de Desenvolvimento de
Doutrinadores. O 7º Castelo é o dos Mestres e o 8º, ou seja, o que está a sua
direita junto à porta de entrada é o Castelo Memorial.
Comece agora de novo pelo centro, atrás do anteparo, a 9ª parte do
conjunto Doutrinário representado pela Mesa Triangular. A 10ª é a Pira. Ela é o
comando do Templo e merece uma explicação mais detalhada.
02. A Pira
A Pira representa o centro de controle do Templo e ao mesmo tempo, é
uma síntese da Doutrina do Amanhecer. O observador colocando-se de costa para
a estátua de Jesus verá o seguinte: a Terra, representada pela base; o Sol a sua
esquerda e a Lua a sua direita. No Centro, está colocada a Presença Divina. Essa
figura não é privativa de nosso Templo e é encontrada em uso em outros grupos
iniciáticos. Ela representa os 7 planos do Homem, ou seja do Espírito Encarnado
na Terra com seus 7 raios de forças. No centro, na parte espelhada, está
representado o Corpo Físico, seu sistema nervoso, os 7 plexos, seus "chakras"
correspondentes e o sistema circulatório do sangue. O sangue venenoso e o
sangue arterial representam os pólos positivos e negativos. O circulo maior
destaca o Plexo Solar e seu respectivo "chakra" umbilical. As duas taças
representam o sangue que fornece o ectoplasma. As duas setas, uma subindo e
outra descendo simbolizam a macrocirculação. Temos então representados o
microcosmo que é o Homem e o macrocosmo que representa seu Universo. As
estrelas simbolizam Maianti e as nossas casas transitórias.
A 11ª parte que fica situada ao lado da Pira, é a Fonte de Iemanjá onde é
fluidificada a água. A 12ª parte é a Cruz do Cristianismo e a figura de Jesus o
Caminheiro. A 13ª parte é o conjunto de Tonos dos Pretos Velhos. E o setor da
desobsessão, da desassimilação de cargas negativas. A última e 14ª parte é o
Trono de Seta Branca.
03. O Fluxograma do Templo
O recinto do Templo é dividido por unia linha imaginária que parte da
estátua de Pai Seta Branca e termina na parte traseira do anteparo da entrada. Ao
ser aberta a Corrente, o conjunto de forças é emitido, como se fosse um feixe de
raios partindo da Pira e convergindo para a Mesa de Doutrina até atingir o
anteparo da entrada. Outro feixe parte da Pira até atingir a figura de Seta Branca.
Essa é a razão principal pela qual o Médium deve abrir os braços ao cruzar
essa linha. Recebendo a força no plexo Solar (na frente ou nas costas) com os
braços abertos ele estabelece uma descarga. Se cruzar sem esse gesto ele pode
tomar um choque.
Além do aspecto horizontal, as forças percorrem o Templo de cima para
baixo como se fossem colunas de luz. Elas caminham "penduradas" no teto e no
sentido dos ponteiros do relógio.
Os bancos em que o público senta ficam do lado esquerdo. Enquanto as
pessoas esperam o atendimento elas vão sendo trabalhadas pela Corrente. A
parte mais ativa das cargas magnéticas, trazidas pelas pessoas, vai sendo
absorvida pela Mesa de Doutrina, mesmo que ela não esteja funcionando. Ao
chegar aos Tronos o cliente já está melhor preparado para receber o tratamento.
É por isso que não é de bom alvitre uma pessoa ser atendida nos Tronos ou na
Cura tão logo chegue ao Templo.
A circulação deve ser feita de preferência entrando pelo lado esquerdo e
saindo pelo direito seguindo o sentindo dos ponteiros de relógio.
O Médium ao fazer a preparação recebe as forças diretamente da Pira. Por
isso não é preciso fazer a reverência ao Cristo, a menos que esteja em trânsito do
lado de fora das porteirinhas da entrada da Doutrina.
Em dia de Trabalho Oficial não deve haver circulação de pessoas sem
uniforme no recinto da Doutrina, nem mesmo sendo Médium da Corrente.
Nem Médiuns nem profanos devem entrar nos recintos da Iniciação sob
pena de tomarem choque magnético, a menos que estejam a serviço das
Iniciações.
04. Suas energias humanas
Se você assimilou tudo que foi dito até aqui, principalmente o que é
realmente o Templo, você então sabe que está lidando com energias de vários
tipos. São elas que curam, que resolvem os seus problemas e os problemas dos
Clientes. A parti daqui preste muita atenção e procure entender bem, pois disso
depende o seu futuro de Missionário.
05. Cura espiritual
A cura é a primeira palavra que você precisa conhecer e saber o que é. Pelo
dicionário “curar” quer dizer sanar, cuidar, velar pelos interesses de alguém. Pela
nossa Doutrina, curar significa reequilibrar uma pessoa, não somente em relação
aos problemas que ela apresenta, mas também ajudá-la a encontrar seu caminho
espiritual e ter alguma coisa em que se apoiar dai para frente. Por isso nós
usamos a expressão "cura espiritual".
Logo, tudo que fazemos no Templo é cura, embora a gente costume dizer
que cura é o trabalho feito na Sala de Cura, quando a pessoa apresenta distúrbios
físicos. Isso é apenas uma questão de costume, uma vez que as pessoas só se
consideram doentes quando têm sintomas de distúrbios físicos.
06. Forças e Energias
Outras duas palavras que você precisa entender com muita clareza são
“forças” e “energias”. Elas não são exatamente sinônimas, isto é, não significam
exatamente a mesma coisa, mas, no seu emprego elas se confundem. Por isso a
gente usa "força" ou "energia" conforme o emprego. Pela origem de ambas,
“forças” deriva de "forte", que tem força: e “energia” deriva de trabalho, ou seja,
de força direcionada, empregada em alguma coisa.
No item da descrição do Templo da Amanhecer, você já se familiarizou com
a idéia de forças e energias. Você então ficou sabendo que existem forças e
energias circulando no Templo. Percebeu também que existem forças de fora e
forças que partem de você mesmo. Resumindo, sabe agora que no Templo são
manipuladas forças, do Médium e forças que chegam de fora dele. Vamos tentar
com o máximo cuidado descrever essas forças.
Comece por se lembrar do que dissemos a respeito da Pira, quando
mencionamos a microcirculação. "Macro" quer dizer grande, e "micro" quer dizer
pequeno. "Microcirculação", significa a movimentação de forças dentro de você e
Macrocirculação" é a movimentação de forças dentro do Templo.
07. Trabalho
Vamos fazer urna pequena pausa e recapitular, para que possamos
entender com simplicidade, as coisas que acontecem no Templo e em cada
Médium, particularmente em você.
Até agora você ficou sabendo que o Templo se divide em 14 partes básicas
e que existe um "fluxograma" da circulação das forças no seu interior.
Também você ficou sabendo o que significam as palavras "cura", "força" e
"energia". Vamos então aprofundar um pouco o assunto.
Mentalize três aspectos diferentes desse conjunto de idéias: a inércia, o
movimento e o resultado. Para isso se tornar mais fácil ainda vamos comparar
com um automóvel. Um carro parado representa uma força, uma energia inerte.
No momento em que ele é posto em movimento, ele significa um conjunto
energético, força em movimento. Isso quer dizer "trabalho", o carro está
“trabalhando”. Ele então leva pessoas ou cargas a algum lugar e esse é o
"resultado".
Observamos agora esse carro em movimento.
No seu interior existe um mundo de forças que se transformam em
energias, em trabalho; essas forças são tantas que a gente nem tem capacidade
para descrevê-las todas: a gasolina, a eletricidade, o calor, o atrito, o peso, a
água, o ar, o fogo, a idade etc. Isso sem mencionar o motorista, os passageiros e
as cargas que possam estar nele.
No seu exterior, isto é, fora do carro, nas ruas ou nas estradas, outro
mundo de forças influenciam e são influenciadas pelo nosso carro em movimento:
o ar, a luz, os ruídos, as ladeiras ou descidas, os outros carros, os sinaleiros, os
avisos de trânsito, a chuva ou sol, as curvas, enfim, são tantas as forças que a
gente não tem também capacidade para descrevê-las todas.
Mas, de tudo isso, o mais importante para nosso esclarecimento
doutrinário, e distinguir que há uma diferença no tipo de forças que causam toda
essa complicação: "forças físicas e forças psicológicas. Quando o motorista lê
numa placa na beira da estrada: "Cuidado, escola" ele aceita a advertência do
aviso e torna-se mais cauteloso. Nesse caso ele obedeceu a uma força psicológica.
Se logo em seguida ele levanta o vidro da janela, para evitar que a chuva o
molhe, ele obedeceu a uma força física.
Naturalmente não é fácil a gente distinguir os aspectos psicológicos e os
físicos das forças que atuam sobre nós. Mas, se aplicarmos o bom senso, o senso
comum de observação, nós podemos fazer uma razoável separação.
Vejamos o que podemos fazer para você distinguir em você o que é físico e
o que é psicológico.
Você se alimenta e respira, e a comida e o ar se transformam em forças
físicas, isto é você é capaz de se movimentar, trabalhar, mover objetos, etc. Essa
força lhe permite a existência física e, como Médium, "existir" fisicamente no
Templo.
Você apreende, pensa, tira conclusões e as coisas aprendidas se
transformam em forças psicológicas, isto é capaz de entender, tomar decisões,
amar, gostar, sentir-se feliz ou infeliz. Essas forças lhes permitem a existência
psíquica e, como Médium "existir" psicologicamente no Templo.
Você aperta a mão de um amigo e diz: “Como tem passado?”. Nesse gesto
você usou a força física para aperta a mão e a forças psicológica para fazer um
gesto de cortesia para com seu amigo.
A palavra “físico” deriva da palavra grega "physike” que vem de "physis"
que significa natureza. A palavra "psíquico" deriva da palavra grega "psykhè" que
quer dizer alma. Por isso nós podemos dizer, "força psicológica" ou "força
anímica".
08. Forças Físicas e Psicológicas
Cremos que o que foi dito até agora, você já pode considerar-se consciente
do fato de que vive dentro de uma usina maior que é o mundo que o cerca.
Também já deve ter se compenetrado de que existe uma variação no tipo de
forças que atuam sobre você, podendo separar razoavelmente o que é força física
e o que é força psicológica.
Daqui para diante vamos observar um outro fato, um tanto subjetivo, mas
que será a porta de entrada para seu mundo iniciático, o mundo invisível e
subjacente em todos os atos humanos. Tomemos de novo o surrado exemplo do
automóvel em movimento conduzido pelo nosso motorista.
Enquanto o carro anda, o motorista obedecendo os regulamentos de
trânsito, o mecanismo funcionando perfeitamente e os dois seguindo uma rota,
um outro mundo de forças está atuando sobre eles, um mundo subjetivo e
indefinido. Por exemplo, quando ele olha para a placa "Cuidado, escola!" e
automaticamente diminui a velocidade, um mundo de coisas que se referem a
crianças atravessa rapidamente a sua consciência. Ele pode se lembrar da sua
infância, dos seus filhos, da oportunidade que ele perdeu não estudando, da
filosofia educacional do Brasil, da meiguice das crianças, etc.
Aquela placa, por sua vez, representa o fato de que existe preocupação das
autoridades com a segurança das crianças, que existe um cuidado, que existe uma
filosofia de educação dos motoristas, que é uma cidade organizada, que trânsito é
um negócio perigoso, etc, etc e etc...
Você percebeu? Não são apenas os estímulos físicos e psicológicos,
objetivos, que representam forças físicas ou psíquicas atuantes no ato, no
trabalho que está sendo executado, que estão em ação; também outras forças
atuam e determinam os estados de ânimo ou desânimo do motorista. Esses
estados por sua vez atuam sobre o mecanismo do carro e influem no
comportamento mecânico da máquina... Ele freia com violência, esquece de
abastecer ou de parar para colocar água no radiador, etc, etc e etc...
Todo estimulo resulta de um movimento energético, todo estímulo é uma
força. A placa "Cuidado, escola!" além da forças das palavras em si, representa a
força administrativa, governamental, o poder dirigente, a organização política, a
filosofia civilizatória do Pais e etc.
As reações do motorista representam as forças atávicas, subconscientes, a
educação recebida, os fatos particulares da sua própria vida, as atitudes que ele
tem tomado em relação às crianças, enfim seus conceitos e preconceitos.
09. Recepção e Emissão
A parti daqui nós sabemos, pelo bom senso, sem complicação alguma de
ordem intelectual, que tudo que se move e age no Planeta, até mesmo uma pedra
inerte na aparência sensorial, existe e age por recepção e emissão de forças e
energias. Assim é nosso organismo físico, assim é nossa alma e assim é nosso
espírito. Cada movimento do nosso corpo, cada sensação de nossa alma e cada
deliberação de nosso espírito, tudo acontece por meio de energias que se
transformam em forças e forças que se transformam em energias. Vamos agora
considerar essas energias e forças em relação apenas a nossa posição de Médiuns
e nossa Missão Crística.
O corpo elabora a energia física, a alma produz a energia psíquica e o
espírito fornece a energia espiritual. Assim sendo, o ser humano tem uma fase
física, uma psíquica e termina com a espiritual. No começo o ser humano só é
movido pelo instinto de sobrevivência física, no período que vai desde a sua
gestação até mais ou menos 7 anos de idade, começa depois sua elaboração
psicológica até aos 14 anos e a parti daí entra nos contatos transcendentes que
vão até o fim de sua vida. Como você já sabe o suficiente sobre a questão
físico-psíquica, daqui para frente trataremos apenas da questão de suas forças
mediúnicas.
10. Suas forças mediúnicas
A força, mediúnica é de ordem transcendental, isto é, ele ultrapassa os
limites da educação, dos hábitos e da situação física. Mas quaisquer que sejam
suas manifestações, eles aparecerão sempre no seu comportamento humano,
através de sua personalidade, pois você sendo o veículo, é lógico que não existe
outra forma – só que quando essas forças se manifestam, elas produzem atitudes
que são consideradas anormais. Isso porque toda a ciência e toda a religião
existente em nossa Civilização consideram apenas a existência da alma e do corpo
e, como conseqüência, qualquer fenômeno mediúnico é rotulada apenas como
uma anormalidade da alma, uma manifestação patológica, isto é, considera-se
como um desequilíbrio mental ou físico. Se o fenômeno acontece em termos
religiosos, ou melhor, se a forma de apresentação se enquadra em alguma crença
religiosa, ele então é chamado de milagre.
Atualmente, face ao crescimento das manifestações mediúnicas a ciência e
as religiões oficiais tentam, criar uma explicação racional e para isso criaram um
novo método cientifico chamado "parapsicologia". Essa ciência cataloga os fatos
mais exóticos da mediunidade e procura provar que se tratam apenas de forças
que alguns indivíduos possuem, mas que são dele mesmo, não vêm de parte
alguma. Esta atitude coerente com a ciência oficial que simplesmente nega ou
desconhece a existência do espírito transcendental - para a ciência só existe o
indivíduo a partir do seu nascimento e que deixa de existir com a morte. Para o
religioso, o espírito e algo abstrato e, na falta de um conceito mais razoável, o
identifica com a alma. Por isso as religiões oficiais não aceitam a idéia da
reencarnação.
Na verdade, as forças mediúnicas são estimuladas pelo seu espírito e,
sendo algo que já existiu antes, que já ocupou outras personalidades, que teve
muitas experiências, as forças puramente físicas e psicológicas da sua atual
personalidade.
Mas, assim como suas forças psicológicas repousam nas suas forças físicas
- é lógico que você não poderia falar se não tivesse uma boca e etc - suas forças
mediúnicas repousam sobre suas forças físicas e psicológicas.
A base da manifestação mediúnica é o ectoplasma, o fluído magnético e
animal que é produzido no organismo. Esse ectoplasma varia em teor e
quantidade conforme suas metas cármicas, conforme o programa que seu espírito
tem a cumprir na Terra. É por isso que cada Médium tem a sua própria
mediunidade e, embora ela seja sempre a mesma na base, ela varia conforme o
uso que você fizer dela. Vamos dar-lhe um exemplo bem simples e verificável para
que entenda bem isso: a maioria dos Médiuns quando começa a se desenvolver
apresenta um entusiasmo e uma pressa de trabalho fora do comum. Se for um
Médium de incorporação, ele incorpora a todo o momento, custa para
desincorporar e dá verdadeiros "shows" de mediunismo. Entretanto, passados
apenas alguns dias de desenvolvimento, ele esmorece, tem dificuldades para
sintonizar com seu Mentor, começa a achar que não é Médium Apará e chegar a
pedir para passar para a Doutrina.
Isso acontece pela simples razão que ele chega carregado com seu próprio
ectoplasma, acumulado desde o momento em que sua mediunidade começou a se
manifestar, e que foi subindo além de suas forças, além do seu padrão normal.
Isso quer dizer que ele vem com mais energia do que sua força suporta. Esse
exemplo completa seu entendimento do que sejam forças e energias.
Todo Médium tem uma "força" mediúnica e com essa força manipula vários
tipos de energias, conforme seu programa de trabalho. Essas energias são muito
variáveis e se torna desnecessário descrevê-las todas aqui.
Mas, para seu melhor entendimento, vamos citar alguns exemplos. Há
Médiuns aparás que têm força para manipular energias do Povo das Águas, outros
dos Pretos Velhos e outros dos Caboclos. Embora ele possa trabalhar com todas
essas falanges, há sempre uma que é sua força predominante. É com base nisso
que é identificado o seu Guia Principal ou Mentor. Os outros Guias, pertencentes a
outras falanges, trabalham com o Médium na "Linha" predominante do Médium.
Assim acontece também com os Doutrinadores cuja força principal é caracterizada
pela sua Princesa.
11. A consciência das próprias forças
A forças, ou capacidade de manipular energias já vem com a pessoa, faz
parte do esquema de trabalho que seu espírito preparou para sua trajetória no
Planeta. Mas assim como a pessoa desconhece o seu carma ele também não
conhece as suas forças. O carma vai sendo conhecido na proporção que os fatos
vão acontecendo e o mesmo se dá com as forças. É no momento da tragédia, do
acontecimento difícil, que a pessoa descobre suas capacidade e habilidades para
contornar as coisas.
Logo, tanto as tragédias como a capacidade de enfrentá-las, são potenciais
dormentes no individuo e somente seu espírito as conhece antecipadamente. O
espírito da pessoa sabe também quais as forças que ela poderá contar para isso.
Esse fato fundamental é que nos leva ao Sistema Crístico e um dos seus
mecanismos que é o Mediunismo Crístico ou Espiritismo. Pelo desenvolvimento
mediúnico, a pessoa aprende a "ouvir" seu próprio espírito e ampliar a visão da
sua própria vida. Com isso ela pode prevenir-se aprender a manipular suas forças
e modificar seu carma até onde lhe foi permitido pelo seu próprio programa de
vida. É por isso também que a Doutrina do Amanhecer exige um respeito
profundo pelo Livre Arbítrio. Ninguém dá ou tira nada de ninguém, mas apenas
uns servem de instrumento de outros. Alguns nos trazem o alivio, mas somos
somente nós mesmos que buscamos uma ou outra coisa.
O que a Doutrina do Amanhecer nos retransmite são as coisas que nosso
próprio espírito tenta nos "dizer" e nós habitualmente não entendemos. Nisso
consiste também a essência do Sistema Crístico e da Escola do Caminho de Mestre
Jesus. Pela Lei do Perdão, do Amor, da Tolerância e da Humildade, a pessoa se
esclarece, se torna sensível à direção de seu espírito e se equilibra consigo
mesmo. Equilibrado e consciente de suas forças o Ser Humano retoma o seu
caminho com tranqüilidade, sabendo para onde vai e o que quer da vida.
Pequenos Detalhes

Meus filhos Jaguares,


Salve Deus!

O Prisioneiro vive a expectativa dos seus obsessores e o seu comportamento


deve ser um pouco diferente, mesmo dentro da sua Conduta Doutrinária. Em
qualquer
anormalidade física deve fazer uma concentração e procurar um Médium da
mesma
mediunidade, Num outro aparelho que não esteja prisioneiro também. Se
necessário
fazer uma passagem, porém sem nunca dar passagem a Sofredor num Mestre Lua
prisioneiro, porque vem o sério perigo da obsessão. Se o prisioneiro tem qualquer
toque de esquizofrenia, poderá ficar louco.
Se eu reclamo das Indumentárias, é porque a Indumentária vem do Reino
de "ZANA". ZANA é um dos reinos mais civilizados que baixa na Terra e seu povo
vem
nas consagrações e ioniza todas Indumentárias. Por exemplo: "EXÊ".
"EXÊ" é a rosa e o "SUDÁRIO" da cabeça das Ninfas Prisioneiras.
"SUDÁRIO" chama-se o Lencinho pregado à Rosa. O "EXÊ" fica pregado ao
"SUDÁRIO",
no lado esquerdo da cabeça. Estando prisioneiro, a proteção que recebe não lhes

condições de receber uma corrente negativa. Se ele for fiel a sua prisão ele terá
uma
paz muito grande, isto é, sem passar de oito dias; só em caso psíquico é possível
uma corrente magnética. O mesmo ocorre ao Jaguar Adjuração ou Ajanã, Ninfas lua
ou Doutrinadora; é uma lei somente.
Na Indumentária do Jaguar afirmam-se as "ATACAS", afirma a Guarda
Pretoriana; os imortais de Amon-rá na figura dos "NÚBIOS" no Vale dos Reis e o
respeitado mundo Peloponeso.
Toda faixa de obsessores que dizemos perigosos atingirão esta época.
Somente eu poderia fazer o que fiz, pois é muito sério, porém, está feito.
Quando eu partir daqui, poderão continuar dentro deste critério: seja julgado logo;
deixe a "ATACA" onde foi feito o julgamento, não dê um passo com ela, não vista a
"ATACA" sem conquistar primeiro a sua jornada, alugar uma que já vem de outras
Sintonias. Lembre-se que o obsessor só tem olfato. O mesmo se faz com os "EXÊS",
"SUDÁRIOS". Deixe ali e leve somente a rosa como uma recordação.
Melhor mesmo é deixar tudo naquela bendita hora, "EXÊ" e "SUDÁRIO".
Para eles, os obsessores, é como se estivessem vendo uma rainha arrependida,
atirando sua coroa para acompanhá-lo, sabe Deus o que devem pensar!
Quanto aos "BÔNUS", são pequenas células em energia vital, que vão se
desagregando de um para o outro, células vitais, em nome de nosso Senhor Jesus
Cristo. Células que fortalecem não somente o seu Sol Interior, como rejuvenesce as
células faciais, células de nossas heranças transcendentais; charmes, centelhas
cósmicas.
Este Livro deverá ficar em seu "ALEDÁ" e aquela "PRISÃO" que você
assumiu com amor e tolerância, sirva-se dele em seus "AIS", em suas dores. Tem
impregnação de efeito físico, que poderá curar.
Ponha uma toalha branca em uma mesa, acenda uma vela, ponha um
copo de água, ou mais. Digo: Um copo de Água, uma vela, seu talismã, sua cruz, um
pequeno defumador, faça a Prece de Simiromba; sentindo com amor a presença
dos
mentores em Jesus, processe a sua cura, a Cura Desobsessiva. A Cura Desobsessiva
é a cura física. Cura, por exemplo: uma grande perturbação, já que se tira o espírito
perseguidor. Homens perseguidos por um espírito que maltrata a família e que o
faz
perder seus negócios, homens que vivem em total miséria, que se entregam ao
ridículo
com vícios, etc...
Salve Deus! Se coloque neste pequeno ritual e faça sua cura. Se um Preto
Velho quiser baixar, poderá fazer seu "ALEDÁ". Agradeça a Deus com amor.

Com carinho, a mãe em Cristo Jesus.


Tia Neiva
Vale do Amanhecer-DF, 13 de Outubro de 1983.

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