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º 21 — 30 de janeiro de 2019
das Autarquias Locais, após prévia deliberação dos seus cos no quadro da correção de desigualdades e assimetrias
órgãos deliberativos, até 60 dias corridos após entrada em locais e regionais, bem como a tomada de decisões numa
vigor do presente decreto-lei. lógica de proximidade.
Com esse propósito, este novo regime redefine as áreas
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20 de
de intervenção e o âmbito de ação e responsabilidade de
setembro de 2018. — Augusto Ernesto Santos Silva — Má-
cada interveniente, assente nos princípios e regras consa-
rio José Gomes de Freitas Centeno — Eduardo Arménio
do Nascimento Cabrita — Manuel de Herédia Caldeira grados na Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada
Cabral — Luís Manuel Capoulas Santos. pela Lei n.º 46/86, de 14 de outubro, na sua redação atual,
e no Regime de Autonomia, Administração e Gestão dos
Promulgado em 7 de janeiro de 2019. Estabelecimentos Públicos de Educação Pré-Escolar e dos
Publique-se. Ensinos Básico e Secundário, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 75/2008, de 22 de abril, na sua redação atual.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA. Entre estes princípios, destaca-se a salvaguarda da au-
Referendado em 9 de janeiro de 2019. tonomia pedagógica e curricular dos agrupamentos de
escolas e escolas não agrupadas, recentemente reforçada
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa. pela faculdade conferida às escolas para gerir parcialmente
112010771 o currículo dos ensinos básico e secundário partindo das
matrizes curriculares-base, e a estrita observância dos di-
Decreto-Lei n.º 21/2019 reitos de participação dos docentes no processo educativo,
previstos no Estatuto da Carreira dos Educadores de In-
de 30 de janeiro fância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário,
O Programa do XXI Governo Constitucional preconiza aprovado pelo Decreto-Lei n.º 139-A/90, de 28 de abril,
a modernização do Estado, através da transformação do seu na sua redação atual, designadamente a autonomia técnica
modelo de funcionamento, condição essencial para o de- e científica.
senvolvimento socioeconómico do país e para a satisfação, Nota inovadora deste quadro legal é a correspondência
com eficiência e qualidade acrescidas, das necessidades entre o âmbito das competências descentralizadas e a orga-
das populações. nização da oferta pública de ensino básico e secundário que
Coerente com este desígnio, a transferência de compe- assegura o cumprimento da escolaridade obrigatória pelas
tências da Administração direta e indireta do Estado para crianças e jovens em idade escolar e visa a universalidade
o poder local democrático, operada pela Lei n.º 50/2018, da educação pré-escolar. Esta solução, além de garantir
de 16 de agosto, concretiza e desenvolve os princípios da coerência entre o exercício das competências das autarquias
subsidiariedade, da autonomia das autarquias locais e da locais e entidades intermunicipais no domínio da educação
descentralização democrática da Administração Pública, e a organização geral do sistema educativo, corresponde aos
plasmados no n.º 1 do artigo 6.º da Constituição da Repú- diferentes níveis e ciclos de ensino existentes nos agrupa-
blica Portuguesa. mentos de escolas, pondo termo ao exercício concomitante
O exercício de competências pelas autarquias locais no de competências da mesma natureza, numa única unidade
domínio da educação é uma realidade com mais de três orgânica, por diferentes entidades públicas.
décadas e um dos fatores decisivos na melhoria da escola Mantêm-se como competências do departamento go-
pública, nomeadamente na promoção do sucesso escolar e vernamental da área da educação a definição da rede edu-
na subida constante da taxa de escolarização ao longo desse cativa, em articulação com os municípios, as entidades
período de tempo. As autarquias locais foram essenciais intermunicipais e os agrupamentos de escolas e escolas não
na expansão da rede nacional da educação pré-escolar, agrupadas, bem como a decisão sobre a contratualização ou
na construção de centros escolares dotados das valências cedência da criação e gestão de oferta pública da educação
necessárias ao desenvolvimento qualitativo dos projetos pré-escolar e dos ensinos básico e secundário a entidades
educativos, na organização dos transportes escolares e na
de natureza privada, cooperativa, solidária ou afim.
implementação da escola a tempo inteiro, respostas que
O presente decreto-lei procede ao reforço das áreas
concorrem decididamente para o cumprimento da garantia
constitucional do direito à igualdade de oportunidades de que anteriormente foram descentralizadas para os muni-
acesso e êxito escolar. cípios conferindo-lhes, também, novas competências e
Esta partilha de responsabilidades entre a Administração organizando num único diploma legal as competências
central e a Administração local desenvolveu-se através de das autarquias locais e entidades intermunicipais nas ver-
sucessivos quadros legais que ampliaram progressivamente tentes de planeamento, investimento e gestão no domínio
o âmbito de intervenção das autarquias. da educação e regulando o funcionamento dos conselhos
O presente decreto-lei é o resultado de um extenso e municipais de educação.
profícuo trabalho realizado com a Associação Nacional A este respeito, destaca-se a manutenção da carta educa-
de Municípios Portugueses e tem por base a experiência tiva municipal e do plano de transporte escolar como ins-
adquirida com os diferentes movimentos descentraliza- trumentos de planeamento e a consagração da participação
dores. das entidades intermunicipais no planeamento plurianual
O novo quadro de competências das autarquias locais da rede de oferta de educação e formação.
e das entidades intermunicipais em matéria de educação As competências das autarquias locais no domínio do
concretiza um modelo de administração e gestão do sistema investimento, equipamento, conservação e manutenção de
educativo que respeita a integridade do serviço público edifícios escolares são alargadas a todo o ensino básico e
de educação, a equidade territorial e a solidariedade in- ao ensino secundário, com exceção das escolas cuja oferta
termunicipal e inter-regional no planeamento das ofertas de educação e formação abranja, pela sua especificidade,
educativas e formativas e na afetação dos recursos públi- uma área territorial supramunicipal.
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No âmbito das competências de gestão, realçam-se as prazo de comunicação estabelecido na alínea a) do n.º 2
novas competências de organização e gestão dos procedi- do artigo 4.º da Lei n.º 50/2018, de 16 de agosto, prevê-se
mentos de atribuição de apoios de aplicação universal e de um regime próprio para o ano de 2019. Assim, tendo em
aplicação diferenciada, sendo o regime jurídico aplicável consideração estes factos, os municípios e as entidades
à atribuição e ao funcionamento dos apoios no âmbito intermunicipais que não pretendam a transferência das
da ação social escolar estabelecido em diploma próprio. competências previstas no presente decreto-lei no ano
Exclui-se, no entanto, a organização, desenvolvimento e de 2019 podem ainda comunicar esse facto à Direção-Geral
execução de programas de distribuição gratuita e reutiliza- das Autarquias Locais, após prévia deliberação dos seus
ção de manuais escolares, cuja competência se mantém sob órgãos deliberativos, até 30 de abril de 2019.
alçada do departamento governamental com competência Foram ouvidos a Associação Nacional de Municípios
na área da educação e dos órgãos de administração e gestão Portugueses e o Conselho das Escolas.
dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas. Assim:
Também o fornecimento de refeições em refeitórios Nos termos do n.º 1 do artigo 4.º da Lei n.º 50/2018,
escolares dos estabelecimentos dos 2.º e 3.º ciclos do en- de 16 de agosto, e da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da
sino básico e do ensino secundário passa a ser gerido pelos Constituição, o Governo decreta o seguinte:
municípios.
A gestão, funcionamento, conservação, manutenção
e equipamento das residências escolares que integram CAPÍTULO I
a rede oficial de residências para estudantes passam a Disposições gerais
integrar a competência dos municípios de onde se locali-
zam. No mesmo sentido, a gestão e o funcionamento das Artigo 1.º
modalidades de colocação de alunos junto de famílias de
acolhimento e alojamento facultado por entidades privadas, Objeto
mediante o estabelecimento de acordos de cooperação, pas- 1 — O presente decreto-lei concretiza a transferência de
sam a ser da competência dos órgãos municipais da área do competências para os órgãos municipais e das entidades
agrupamento de escolas ou escolas não agrupadas em que intermunicipais no domínio da educação, ao abrigo dos
os beneficiários se encontram matriculados, devendo os artigos 11.º e 31.º da Lei n.º 50/2018, de 16 de agosto.
critérios de concessão destas modalidades ser estabelecidos 2 — O presente decreto-lei regula ainda o funciona-
no referido diploma que vier a regular o regime jurídico mento dos conselhos municipais de educação.
aplicável à atribuição e ao funcionamento dos apoios no
âmbito da ação social escolar. Artigo 2.º
Na lógica da correspondência entre o exercício das
competências e a escolaridade obrigatória acima referida, Princípio geral
a competência para o recrutamento, seleção e gestão do O disposto no presente decreto-lei subordina-se aos
pessoal não docente, de todos os níveis e ciclos de ensino, princípios e regras consagrados na Lei de Bases do Sis-
passa para as câmaras municipais. Para o efeito, prevê-se a tema Educativo, aprovada pela Lei n.º 46/86, de 14 de
transferência do pessoal não docente com vínculo ao Mi- outubro, na sua redação atual, e no Regime de Autonomia,
nistério da Educação para os municípios, estabelecendo-se Administração e Gestão dos Estabelecimentos Públicos da
mecanismos que visam a salvaguarda da situação jurídico- Educação Pré-escolar e dos Ensinos Básico e Secundário,
-funcional do pessoal abrangido. aprovado pelo Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de abril, na
Os municípios adquirem ainda, em articulação com as sua redação atual.
forças de segurança presentes no respetivo território e com
os órgãos de administração e gestão dos agrupamentos Artigo 3.º
de escolas e escolas não agrupadas, as competências de
organização da vigilância e segurança de equipamentos Transferência de competências
educativos, designadamente o edificado e espaços exte- 1 — É da competência dos órgãos municipais partici-
riores incluídos no seu perímetro. par, em matéria de educação, no planeamento, na gestão
O conselho municipal de educação permanece como e na realização de investimentos, nos termos regulados no
órgão institucional de intervenção das comunidades edu- presente decreto-lei.
cativas em cada concelho, no reconhecimento do seu 2 — É da competência dos órgãos das entidades in-
papel essencial como instância territorial de consulta e termunicipais o planeamento intermunicipal da rede de
reflexão sobre a política educativa. A sua composição transporte escolar e da oferta educativa de nível supra-
é alargada, nele se incluindo, além dos membros que municipal.
atualmente o integram, um representante das comis-
Artigo 4.º
sões de coordenação e desenvolvimento regional, um
representante de cada um dos conselhos pedagógicos Exercício das competências
dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas
1 — Salvo indicação em contrário, todas as competên-
e um representante das instituições do setor social e so-
cias previstas no presente decreto-lei são exercidas pela
lidário que desenvolvam atividade na área da educação.
câmara municipal.
Com o objetivo de garantir a coordenação entre os dife-
2 — No exercício das competências previstas no pre-
rentes níveis de administração é criada, em cada concelho,
sente decreto-lei, os órgãos dos municípios e das entidades
uma comissão restrita que acompanhará o desenvolvimento
intermunicipais, devem respeitar:
e evolução das competências transferidas.
Face à data da publicação do presente decreto-lei, e à a) O direito à igualdade de oportunidades de acesso e
dificuldade que muitos municípios terão para cumprir o sucesso escolar;
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b) O cumprimento do currículo e orientações pedagó- damente com a distribuição espacial da população e das
gicas nacionais; atividades económicas daquele.
c) A equidade territorial e a solidariedade intermunicipal
e inter-regional no planeamento das ofertas educativas e for- Artigo 7.º
mativas e na afetação dos recursos públicos, no quadro da
Objeto
correção de desigualdades e assimetrias locais e regionais;
d) O respeito pela autonomia curricular e pedagógica 1 — A carta educativa tem por objeto a identificação, a
dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas; nível municipal, dos edifícios e equipamentos educativos,
e) A salvaguarda da autonomia pedagógica no exercício e respetiva localização geográfica, bem como das ofertas
da atividade docente; educativas da educação pré-escolar, dos ensinos básico e
f) A gestão pública da rede de estabelecimentos públicos secundário da educação escolar, incluindo as suas modali-
de ensino, existentes ou a criar, através dos órgãos próprios dades especiais de educação, e da educação extraescolar.
dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas. 2 — A carta educativa incide sobre os estabelecimen-
tos de educação pré-escolar e de ensino da rede pública,
3 — A contratualização ou cedência, a qualquer título, privada, cooperativa e solidária.
da criação e gestão de oferta pública da educação pré- 3 — A carta educativa deve refletir a estratégia muni-
-escolar e dos ensinos básico e secundário a entidades cipal para a redução do abandono escolar precoce e para
de natureza privada, cooperativa, solidária ou afim, cabe a promoção do sucesso educativo.
exclusivamente aos departamentos governamentais com 4 — A carta educativa deve prever os termos da pros-
competência na matéria. secução, pelo município, de ações na área das atividades
complementares de ação educativa e do desenvolvimento
CAPÍTULO II do desporto escolar.
municipal, após discussão e parecer do conselho municipal de matrícula por cursos e grupos-turma, identificando os
de educação. recursos humanos necessários à sua prossecução.
2 — Quando exista estabelecimento de educação de
âmbito supramunicipal, é da competência do secretariado SUBSECÇÃO II
executivo intermunicipal a elaboração do plano de trans-
porte escolar intermunicipal adequado, sendo aprovado Planeamento plurianual da rede da oferta educativa
pelo conselho intermunicipal, após discussão e parecer
dos conselhos municipais de educação da respetiva área Artigo 26.º
territorial. Competências
3 — Os departamentos governamentais com compe-
tência na matéria disponibilizam a informação e o apoio 1 — Nas áreas metropolitanas, o planeamento plurianual
técnico necessários para a elaboração do plano de trans- da rede da oferta educativa é da competência da comissão
porte escolar. executiva metropolitana, sendo aprovado pelo conselho
Artigo 22.º metropolitano, ouvidos os agrupamentos de escolas e esco-
las não agrupadas da respetiva área territorial, e atendendo
Vigência e revisão aos critérios definidos nos artigos seguintes.
1 — O plano de transporte escolar é aprovado até ao dia 2 — Nas comunidades intermunicipais, o planeamento
1 de agosto de cada ano, vigorando no ano letivo seguinte, plurianual da rede da oferta educativa é da competência
sendo remetido para os municípios e para os agrupamentos do secretariado executivo intermunicipal, sendo aprovado
de escolas e escolas não agrupadas por ele abrangidos e pelo conselho intermunicipal, ouvidos os agrupamentos de
para os departamentos governamentais com competência escolas e escolas não agrupadas da respetiva área territorial,
de regulamentação técnica, licenciamento, coordenação, e atendendo aos critérios definidos nos artigos seguintes.
fiscalização e planeamento no setor dos transportes ter-
restres. Artigo 27.º
2 — Sempre que se verifiquem alterações conjunturais, Critérios
o plano de transportes escolares pode ser objeto de ajusta-
mentos no decurso do ano letivo a que respeita, sendo dado 1 — O planeamento plurianual da rede da oferta educa-
conhecimento de tais ajustamentos a todas as entidades tiva de âmbito intermunicipal respeita, obrigatoriamente,
referidas no número anterior. os critérios, parâmetros técnicos e orientações fixados
pelos departamentos governamentais com competência na
SECÇÃO III matéria e a rede escolar definida em cada uma das cartas
educativas em vigor em cada município.
Ofertas de educação 2 — Os departamentos governamentais com compe-
tência na matéria disponibilizam a informação e o apoio
SUBSECÇÃO I técnico necessários ao processo de planeamento.
Rede da oferta de educação 3 — A definição de prioridades no âmbito do planea-
mento plurianual da rede de âmbito intermunicipal realiza-
Artigo 23.º -se em articulação com os departamentos governamentais
com competência na matéria.
Conceito
Entende-se por rede da oferta educativa a organização Artigo 28.º
territorial, a nível intermunicipal, dos cursos e grupos- Vigência e reavaliação
-turmas para a frequência da educação pré-escolar, dos
ensinos básico e secundário, das modalidades especiais de 1 — O planeamento intermunicipal da rede da oferta
educação escolar, da educação extraescolar e das ofertas educativa vigora após aprovação pelos órgãos competentes
de formação de dupla certificação, nos agrupamentos de das entidades intermunicipais, mediante parecer prévio
escolas e escolas não agrupadas, bem como, nos estabe- vinculativo dos departamentos governamentais com com-
lecimentos da rede solidária, privada e cooperativa com petência na matéria.
contrato celebrado com o Estado para a criação de oferta 2 — Os departamentos governamentais com compe-
pública de ensino e formação. tência na matéria e os órgãos competentes das entidades
intermunicipais reavaliam obrigatoriamente, de cinco em
Artigo 24.º cinco anos, o planeamento plurianual da rede da oferta
Objetivos educativa intermunicipal.
A configuração da rede da oferta educativa visa garantir SUBSECÇÃO III
o cumprimento dos princípios enunciados no artigo 4.º,
designadamente nas alíneas a) e c) do n.º 2, a racionali- Definição anual da rede da oferta educativa
zação e complementaridade das diferentes ofertas e o seu
desenvolvimento qualitativo. Artigo 29.º
Competência
Artigo 25.º
A rede da oferta educativa é fixada anualmente pelos
Objeto
departamentos governamentais com competência na maté-
A rede da oferta educativa tem por objeto a identificação, ria, ouvidos os municípios, as entidades intermunicipais e
por estabelecimento de ensino, da disponibilidade de vagas os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas.
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Artigo 36.º
CAPÍTULO IV
Transportes escolares
Gestão A organização e o controlo do funcionamento dos
transportes escolares são da competência das câmaras
SECÇÃO I municipais da área de residência dos alunos, nos termos
definidos no plano de transportes intermunicipal respetivo,
Apoios e complementos educativos
cabendo-lhes especificamente:
Artigo 33.º a) Organizar o processo de acesso ao transporte escolar
para cada aluno;
Ação Social Escolar
b) Requisitar às entidades concessionárias dos serviços
1 — A ação social escolar, nas suas diferentes modali- de transporte coletivo os bilhetes de assinatura (passe es-
dades, é desenvolvida pelas câmaras municipais. colar) para os alunos abrangidos, nos termos a fixar por
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escolas e escolas não agrupadas da rede escolar pública do 2 — No exercício das suas competências, cabe ainda
Ministério da Educação. aos diretores dos agrupamentos de escolas e escolas não
3 — A transição referida no n.º 1 implica a sucessão agrupadas, relativamente ao pessoal não docente, propor
na posição jurídica entre os empregadores públicos, de ao presidente da câmara municipal:
origem e de destino, envolvidos, mantendo-se inaltera-
a) Os contributos para a avaliação de desempenho;
dos, quanto às restantes matérias, os contratos de trabalho
b) A proposta de mapa de férias, de modo a assegurar
em funções públicas, designadamente quanto à situação
o normal funcionamento do estabelecimento de educação
jurídico-funcional que os trabalhadores detêm à data da
ou de ensino.
transição.
4 — Os trabalhadores que transitam para os mapas de
pessoal das câmaras municipais nos termos do n.º 1 con- 3 — As competências próprias do presidente da câmara
tinuam a exercer funções no estabelecimento de educação municipal e dos órgãos municipais referidas no n.º 1 podem
ou ensino em que o fazem à data da entrada em vigor ser objeto de delegação nos órgãos de direção, adminis-
do presente decreto-lei, salvo quando manifestem o seu tração e gestão dos agrupamentos de escolas e escolas
acordo em exercer funções em estabelecimento diferente, não agrupadas.
ou quando o estabelecimento em causa encerre, caso em
que são recolocados em estabelecimento do mesmo agru- Artigo 45.º
pamento de escolas. Ações de formação
5 — A reafetação por opção, prevista no número ante-
A apreciação técnico-pedagógica e a certificação das
rior, carece de concordância expressa do diretor do agru-
ações de formação cabem, concomitantemente, ao depar-
pamento de escolas ou escola não agrupada em que o
tamento governamental com competência na matéria e à
pessoal presta serviço.
Associação Nacional de Municípios Portugueses.
6 — As situações de mobilidade, em todas as suas mo-
dalidades, existentes à data da transição dos trabalhadores
para os mapas de pessoal das câmaras municipais prevista SECÇÃO III
no n.º 1, mantêm-se inalteradas até ao respetivo termo. Funcionamento dos edifícios escolares
7 — A transição dos trabalhadores para os mapas de
pessoal das câmaras municipais, prevista no n.º 1 produz
Artigo 46.º
efeitos com a publicação de lista nominativa dos referidos
trabalhadores, organizada por município, na 2.ª série do Fornecimentos e serviços externos
Diário da República, homologada pelo membro do Go- A contratação de fornecimentos e serviços externos
verno responsável pelo serviço de origem. essenciais ao normal funcionamento dos estabelecimentos
8 — A lista referida no número anterior contém obri- educativos, designadamente eletricidade, combustível,
gatoriamente a caracterização do posto de trabalho nos água, outros fluidos e comunicações, compete aos mu-
serviços de origem, bem como a carreira, categoria e po- nicípios.
sição remuneratória de cada trabalhador.
9 — Os postos de trabalho necessários para dar cumpri- Artigo 47.º
mento ao disposto nos números anteriores são automatica-
mente aditados ao mapa de pessoal da câmara municipal Utilização de espaços fora do período das atividades escolares
para onde transitam os trabalhadores referidos no n.º 1. 1 — A gestão da utilização dos espaços que integram
10 — Os processos individuais dos trabalhadores são os estabelecimentos escolares, fora do período das ativi-
entregues pelo serviço de origem nos serviços da câmara dades escolares, incluindo atividades de enriquecimento
municipal de destino no prazo de 90 dias após a publicação curricular, compete aos municípios.
referida no n.º 7. 2 — A cedência de utilização de espaços nas condi-
11 — Os trabalhadores a que se refere o presente artigo ções referidas no número anterior é, obrigatoriamente,
continuam a beneficiar do regime da Direção-Geral de onerosa.
Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Pública 3 — Excetuam-se do número anterior a utilização de
(ADSE) e de reembolso das despesas com o Serviço Na- espaços pelo agrupamento de escolas ou escola não agru-
cional de Saúde (SNS) vigente nos respetivos lugares de pada em atividades educativas, pelos próprios municípios
origem. no desenvolvimento das suas atribuições e competências,
bem como pela freguesia em cujo território se situar o
Artigo 44.º estabelecimento escolar e ainda pelas respetivas associa-
Gestão de pessoal ções de pais.
1 — Sem prejuízo das competências próprias do pre-
Artigo 48.º
sidente da câmara municipal e dos órgãos municipais,
os diretores dos agrupamentos de escolas e escolas não Consignação
agrupadas exercem, relativamente ao pessoal não docente,
O fruto da receita da cedência de espaços prevista no
os seguintes poderes:
artigo anterior é consignado a despesas de beneficiação,
a) Poder de direção; conservação e manutenção dos equipamentos escolares
b) Fixação do horário de trabalho; públicos ou dos espaços exteriores incluídos no perímetro
c) Distribuição do serviço; dos estabelecimentos localizados na área territorial do
d) Poder disciplinar de aplicação de pena inferior a multa. município.
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pessoal das câmaras municipais, prevista no artigo 43.º, lizar a informação de que disponham relativa aos assuntos
inclui os eventuais abonos que os trabalhadores aufiram. a tratar, cabendo, ainda, ao representante do departamento
5 — Os encargos relativos às despesas com a ADSE e governamental com competência na matéria apresentar, em
o SNS, previstos no n.º 11 do artigo 43.º, são da respon- cada reunião, um relatório sintético sobre o funcionamento
sabilidade da Administração central. do sistema educativo, designadamente sobre os aspetos
referidos no número anterior.
CAPÍTULO VI
Artigo 57.º
Conselho municipal de educação Composição
5 — De acordo com a especificidade das matérias a discutir do Ministério da Educação e a rede oficial de residências
no conselho municipal de educação, pode este deliberar que para estudantes.
sejam convidadas a estar presentes nas suas reuniões perso- 2 — Excluem-se do número anterior:
nalidades de reconhecido mérito na área de saber em análise.
a) Os equipamentos educativos que integram o patri-
6 — O presidente da câmara municipal preside a ambas mónio próprio da Parque Escolar, E. P. E., nos termos pre-
as comissões do conselho municipal de educação, sendo vistos no artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 41/2007, de 21 de
substituído, nas suas ausências e impedimentos, pelo ve- fevereiro, na sua redação atual;
reador responsável pela educação. b) As escolas profissionais agrícolas e de desenvolvi-
mento rural e as escolas profissionais agrícolas que inte-
Artigo 58.º gram a rede pública do Estado.
Constituição
3 — Os imóveis transferidos ao abrigo do presente
O conselho municipal de educação é nomeado por de- decreto-lei não podem ser objeto de direitos privados ou de
liberação da assembleia municipal, nos termos propostos transmissão por instrumentos de direito privado, enquanto
pela câmara municipal. estiverem afetos a funções educativas e formativas, nos
termos do artigo 8.º do presente decreto-lei.
Artigo 59.º 4 — O presente decreto-lei constitui título bastante para
Funcionamento o registo de imóveis transferidos, nos termos do presente
artigo, a favor dos municípios, os quais ficam isentos de
1 — O conselho municipal de educação reúne, ordina- quaisquer taxas ou emolumentos.
riamente, no início e no final do ano letivo e, extraordina- 5 — A restrição legal constante do n.º 3 está sujeita a
riamente, sempre que convocado pelo seu presidente. registo, sob pena de nulidade do ato.
2 — O conselho municipal de educação pode deliberar 6 — O registo efetuado nos termos do presente artigo
a constituição interna de grupos de trabalho, em razão é comunicado ao departamento governamental com com-
das matérias a analisar ou dos projetos específicos a de- petência na gestão dos bens imóveis do domínio privado
senvolver. do Estado.
3 — O apoio logístico e administrativo necessário ao
funcionamento do conselho municipal de educação é as- Artigo 63.º
segurado pela câmara municipal.
Investimentos em curso
Artigo 60.º A produção de efeitos do presente decreto-lei não pre-
Regimento judica a conclusão dos contratos e programas de investi-
mento em equipamentos escolares aprovados até ao seu
As regras de funcionamento do conselho municipal de início de vigência.
educação constam de regimento, a aprovar pelo conselho,
devendo respeitar os seguintes princípios: Artigo 64.º
a) O conselho só pode funcionar quando estiverem Contratos duradouros vigentes
presentes, pelo menos, metade dos seus membros;
b) As deliberações que traduzam posições do conselho Aos contratos para aquisição de bens e prestação de
com eficácia externa devem ser aprovadas por maioria serviços destinados aos agrupamentos de escolas e escolas
absoluta dos seus membros; não agrupadas cuja vigência se prolongue para além da data
c) Os membros do conselho devem participar obrigato- da entrada em vigor do presente decreto-lei, aplicam-se as
riamente nas discussões e votações que, de forma direta ou seguintes regras:
indireta, envolvam as estruturas que representam; a) Opera-se a cessão da posição contratual do Estado
d) As atas das reuniões do conselho devem ser rubrica- em cada um dos municípios, caso estes manifestem a sua
das por todos os membros que nelas participem. concordância, relativamente aos agrupamentos de escolas
e escolas não agrupadas da respetiva área territorial;
Artigo 61.º b) Caso os municípios não assumam a posição contratual
Envio de pareceres do Estado, são deduzidas das transferências financeiras
para o desenvolvimento das competências em matéria de
As avaliações, propostas e recomendações do conselho educação os montantes correspondentes aos respetivos
municipal de educação devem ser remetidas diretamente encargos, até à sua execução integral.
aos serviços e entidades com competências executivas nas
matérias a que os mesmos respeitem.
CAPÍTULO VIII
2 — Para efeitos do número anterior consideram-se as 3 — Podem participar nos trabalhos, quando a natureza
despesas com: das matérias a tratar o justifique, representantes das entida-
des intermunicipais ou representantes de outras entidades
a) Equipamento, conservação e manutenção de edifícios
e residências escolares: e organismos da Administração Pública.
b) Transporte escolar. 4 — A comissão de acompanhamento e monitorização
reúne, pelo menos, trimestralmente.
3 — A comissão é ainda encarregue de desenvolver 5 — A comissão de acompanhamento e monitorização
trabalho técnico a fim de definir e propor novos critérios efetua um balanço anual do desenvolvimento e da evolu-
e a respetiva fórmula de cálculo para a determinação da ção das competências transferidas ao abrigo do presente
dotação máxima de referência do pessoal não docente, por decreto-lei, através da publicação de um relatório.
agrupamento de escolas ou escolas não agrupadas. 6 — A comissão de acompanhamento e monitorização
4 — A comissão técnica é composta por: aprova o respetivo regulamento interno.
7 — A comissão de acompanhamento e monitorização
a) Um representante designado pelo membro do Go- extingue-se após a publicação do relatório referido no n.º 5
verno responsável pela área das finanças; referente ao ano de 2021.
b) Um representante designado pelo membro do Go-
verno responsável pela área das autarquias locais;
Artigo 67.º
c) Um representante designado pelo membro do Go-
verno responsável pela área da educação; Regime transitório
d) Dois representantes designados pela Associação Na-
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 31.º as respon-
cional de Municípios Portugueses;
e) Para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 2 a comis- sabilidades de construção, requalificação e modernização
são integra um representante designado pelo membro do de edifícios escolares relativas a edifícios e equipamentos
Governo responsável pela área dos transportes terrestres. escolares constantes do mapeamento referido no n.º 3 do
artigo 50.º continuam a ser exercidas pelo Ministério da
5 — Cada uma das entidades referidas no número an- Educação até que seja assegurado o financiamento dessas
terior designa ainda um suplente à exceção da Associação operações de investimento.
Nacional de Municípios Portugueses que nomeia dois 2 — Até à entrada em vigor da portaria referida no
suplentes. artigo 51.º, para o financiamento das competências de
6 — Os representantes e os respetivos suplentes de conservação e manutenção de escolas dos 2.º e 3.º ciclos
cada uma das entidades referidas no n.º 4 são designados do ensino básico e do ensino secundário, previstas no
no prazo máximo de 30 dias após a entrada em vigor do n.º 5 do artigo 32.º, bem como das residências escolares,
presente decreto-lei. previstas no n.º 2 do artigo 37.º, é transferida anualmente
7 — As designações são comunicadas ao membro do para cada município, a verba de vinte mil euros por cada
Governo responsável pela área da educação, que procede estabelecimento ou residência.
à convocatória da primeira reunião no prazo máximo de 3 — Até à entrada em vigor da portaria referida no
60 dias após a entrada em vigor do presente decreto-lei. artigo 51.º as competências de equipamento de escolas
8 — Por deliberação da comissão, podem ser convida- dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundá-
dos a participar nas suas reuniões, quando a natureza das rio previstas nos n.os 1 e 2 do artigo 32.º, bem como das
matérias a tratar o justifique, sem direito de voto, pessoas residências escolares previstas no n.º 2 do artigo 37.º são
de reconhecido mérito ou representantes de outras entida- exercidas pelo departamento governamental com compe-
des públicas ou privadas cuja presença seja considerada tências na área da educação.
útil para os trabalhos.
9 — A comissão é presidida pelo representante previsto Artigo 68.º
na alínea c) do n.º 4.
Regulamentação
Artigo 66.º
1 — É fixada por portaria dos membros do Governo
Comissão de acompanhamento e monitorização
responsáveis pelas áreas das finanças, das autarquias locais,
1 — É criada, em cada município, uma comissão de da educação e dos transportes terrestres, uma fórmula de
acompanhamento e monitorização da implementação e financiamento das despesas de transporte escolar.
desenvolvimento do quadro de competências regulado no 2 — É fixada por portaria dos membros do Governo
presente decreto-lei, com competências específicas para: responsáveis pelas áreas das finanças, das autarquias locais
a) Acompanhar, numa lógica de proximidade, o desen- e da educação:
volvimento e a evolução das competências transferidas; a) Uma fórmula de cálculo para a determinação da do-
b) Propor a adoção de medidas tendo em vista a concre- tação máxima de referência do pessoal não docente, por
tização dos objetivos enunciados no artigo 4.º agrupamento de escolas ou escolas não agrupadas;
b) Uma fórmula de financiamento das despesas de equi-
2 — A comissão de acompanhamento e monitorização pamento, conservação e manutenção de edifícios escolares
a que se refere o número anterior integra: dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário
a) O presidente da câmara municipal, que preside; e de residências escolares.
b) O representante do departamento governamental
responsável pela área da educação que integra o conselho 3 — As portarias a que se referem os números anteriores
municipal de educação; resultam do trabalho a desenvolver pela comissão criada
c) Os diretores dos agrupamentos de escolas e de escolas nos termos do artigo 66.º, sendo aprovadas no prazo de um
não agrupadas da área do município. ano após a entrada em vigor do presente decreto-lei.
Diário da República, 1.ª série — N.º 21 — 30 de janeiro de 2019 687
ANEXO I
ANEXO II
Rede pública de residências escolares do ensino básico e secundário
Residências para estudantes sob gestão municipal (artigo 37.º)
Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa . . . . . . . . . . . . . . Castelo Branco . . . . . . . . . . Residência feminina para estudantes de Castelo Branco.
Residência masculina para estudantes de Castelo
Branco.
Diário da República, 1.ª série — N.º 21 — 30 de janeiro de 2019 749
Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela . . . Gouveia . . . . . . . . . . . . . . . Residência para estudantes de Gouveia.
Guarda . . . . . . . . . . . . . . . . Residência para estudantes da Guarda.
Trancoso. . . . . . . . . . . . . . . Residência para estudantes de Trancoso.
Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes. . . . Bragança . . . . . . . . . . . . . . Residência para estudantes Calouste Gulbenkian.
Mirandela . . . . . . . . . . . . . . Residência para estudantes de Mirandela.
Comunidade Intermunicipal do Alto Minho . . . . . . . . . . . . . . Viana do Castelo . . . . . . . . Residência para estudantes de Viana do Castelo.
Residências para estudantes sob gestão das escolas profissionais agrícolas e de desenvolvimento rural
Área Metropolitana do Porto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Santo Tirso . . . . . . . . . . . . . Residência para estudantes de Santo Tirso — EPA
Conde S. Bento.
Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes. . . . Mirandela . . . . . . . . . . . . . . Residência para estudantes de Carvalhais — EPADR
Mirandela.
Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo . . . . . . . . . . . Serpa . . . . . . . . . . . . . . . . . Residência para estudantes — EAPDR Serpa.
Comunidade Intermunicipal do Douro . . . . . . . . . . . . . . . . . . Peso da Régua . . . . . . . . . . Residência para estudantes do Rodo — EPDR Rodo,
Peso da Régua.
112010236