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Português

Frente 1
Livro 1
Capítulo 1 – Morfologia – Classes gramaticais

Substantivo
• Substantivo: classe gramatical que nomeia o ser;
• Classificação: simples (um radical) ou composto (mais de um
radical); concreto (elementos do mundo natural) ou abstrato
(categorias abstratas: sentimentos, qualidades, ações);
primitivo (palavra de origem – café) ou derivado (palavra
derivada – cafezal); comum (ser da mesma espécie –
professor) ou próprio (um ser em particular – João);
• Flexão: o substantivo pode flexionar em gênero
(masculino/feminino), número (singular/plural) ou grau
(aumentativo/diminutivo);
• A mudança de gênero pode gerar mudança de significado (não
havia capital necessário para a construção da capital);
• A mudança de gênero pode alterar o sentido do substantivo (Na
costa do Brasil, turistas americanos davam as costas para os
avisos);
• Valor conotativo do grau: o aumentativo e e o diminutivo podem
assumir um tom afetivo ou ofensivo (Aquele homenzinho de
meia tigela…);
• Campo semântico (ou lexical): conjunto de palavras que
remetem a um mesmo universo de conhecimento (ladrão, crime,
roubo, assalto, prisão, morte, por exemplo);

Adjetivo
• O adjetivo dá uma propriedade ao ser;
• O adjetivo pode assumir valor objetivo (A carteira é quadrada)
ou subjetivo (A vizinha é quadrada);
• A posição do adjetivo pode gerar mudança de significado (alto
funcionário/funcionário alto);
• O adjetivo pode virar advérbio, ou seja, passa a ser invariável
(Elas falam manso);
• O adjetivo pode ser simples (um só radical: escuro) ou
composto (mais de um radical: luso-brasileiro); primitivo (não
deriva de outra palavra: feliz) ou derivado (deriva de outra
palavra: amoroso);
• O adjetivo flexiona-se em gênero (plebeu/plebeia), número
(feliz/felizes) e grau (forte/fortíssimo);
• No grau absoluto sintético, pode haver a forma coloquial
(agilíssimo) ou erudita (agílimo);

Pronome
• O pronome desempenha importantes funções na língua: indica
as pessoas do discurso (primeira: quem fala; segunda: com
quem se fala; terceira: de quem ou de que se fala), promove a
coesão textual – liga partes, substituindo nomes,
acontecimentos – e auxilia o nome, atribuindo-lhe ideias de
posse, indefinição, etc. (pronome adjetivo: acompanha o
substantivo; pronome substantivo: substitui o substantivo);
• Pronomes você e vocês são utilizados para tratamento familiar,
expressam intimidade, aproximação, informalidade;
• São pronomes de tratamento cerimonioso senhor, senhora,
senhorita;
• Os pronomes de reverência (como, Vossa Excelência) são
utilizados em contextos formais para altas autoridades públicas,
membros da aristocracia e do clero;
• O possessivo faz referência às pessoas do discurso,
apresentando-as como possuidoras de algo. Os possessivos
podem imprimir ao texto traços de possessividade, afetividade,
admiração, simpatia e até mesmo desprezo;
• Os indefinidos costumam ser empregados com a finalidade de
se criar o efeito de vago, do geral, da indefinição;
• Os indefinidos são pronomes de terceira pessoa, alguns são
variáveis, outros invariáveis;
• Indefinido + substantivo versus indefinido + artigo +
substantivo: sem artigo, generaliza-se (toda mulher); com o
artigo, dá-se ao substantivo a noção do inteiro (toda a mulher);
• Indefinido + adjetivo: ligado ao adjetivo, tem-se a noção do
inteiro (toda bonita);
• Algum + substantivo versus substantivo + algum: no primeiro
caso, o indefinido tem valor positivo (algum sinal); no segundo,
negativo (sinal algum);
• Os demonstrativos, além de marcadores espaciais e temporais,
possuem uma função coesiva no texto, introduzindo ou
recuperando palavras, expressões, orações, parágrafos
inteiros:
◦ Este, esta, isto indicam proximidade da pessoa que fala;
◦ Esse, essa, isso indicam proximidade da pessoa a quem
se fala;
◦ Aquele, aquela, aquilo indicam o que está afastado tanto
da pessoa que fala como da pessoa a quem se fala;
◦ Este, esta, isto indicam tempo presente em relação à
pessoa que fala;
◦ Esse, essa, isso indicam tempo passado em relação à
época em que se coloca a pessoa que fala;
◦ Aquele, aquela, aquilo indicam tempo vago ou época
remota;

Artigo
• Os definidos:
◦ Determinam o ser, pressupõem que o ser já é conhecido;
◦ Podem assumir valor intensificador: Ele era o ladrão, o maior
de todos;
◦ Colocados após o indefinido “todo”, dão a ideia de inteiro
(todo o colégio); sem artigo, significa “qualquer” (todo
colégio);
◦ Podem assumir valor denotativo quando postos em
oposição ao indefinido: Meu lar é o escritório (mora no
escritório, emprego denotativo) versus Meu lar é um
escritório (assemelha-se ao escritório, emprego conotativo);
◦ Não se utiliza artigo após “cujo” (As deusas a cujas orações
me referi);
◦ Não se utiliza artigo diante de pronomes como Vossa
Excelência, Vossa Santidade;
• Os indefinidos:
◦ Indefinem o ser (Havia um garoto na calçada);
◦ Podem indicar aproximação (Tem uns vinte anos);
◦ Podem assumir valor pejorativo ou afetivo (É um zé
ninguém!; Ela tem uma boca);

Numeral
• Podem ser cardinais (um, dois), ordinais (primeiro, segundo),
multiplicativos (dobro, triplo) ou fracionários (um terço, dois
quartos);
• Podem assumir valor conotativo (Já falei mil vezes!);
• Com algarismo romano, se colocados à esquerda do
substantivo, leem-se como ordinais (XX – vigésima – Bienal do
Livro);
• Com algarismo romano, se colocados à direita do substantivo,
leem-se como ordinais de um a dez: Papa João Paulo II
(segundo); lê-se como cardinal a partir de onze: Leão XIII
(treze);
• Em linguagem coloquial, é comum a flexão de grau (Me dá um
cincão, pai?);
• Possuem valor argumentativo quando usados como dado
estatístico;

Verbo
• Voz (ação verbal é produzida ou recebida pelo sujeito):
◦ Ativa: sujeito pratica a ação;
◦ Passiva: sujeito sofre a ação;
◦ Reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação;
• Modo (as diversas maneiras sob as quais a pessoa que fala
traduz o significado contido no verbo, o modo de dizer):
◦ Indicativo: certeza;
◦ Subjuntivo: incerteza;
◦ Imperativo: pedido, sugestão, ordem, súplica;
• Tempo (momento em que ocorre a ação verbal):
◦ Presente;
◦ Passado (pretérito);
◦ Futuro;
• Número (singular ou plural);
• Pessoa (primeira, segunda, terceira);

Advérbio
• Classe gramatical invariável (flexão no grau apenas);
• Lugar: abaixo, acima, além, aí, ali, aqui, cá, dentro, lá, avante,
atrás, fora, longe, perto;
• Tempo: ainda, agora, amanhã, ontem, logo, já, tarde, cedo,
outrora, então, antes, depois, imediatamente, anteriormente;
• Intensidade: muito, pouco, assaz, bastante, demais,
excessivamente, demasiadamente;
• Dúvida: talvez, quiçá, acaso, porventura, provavelmente,
eventualmente;
• Modo: bem, mal, assim, adrede, asperamente;
• Negação: não, nunca, jamais, tampouco;
• Afirmação: sim, realmente, certamente, deveras, decerto,
efetivamente;
• Locuções adverbiais:
◦ Lugar: à distância, de longe, em cima, em volta;
◦ Tempo: às vezes, à tarde, à noite, de repente, de súbito,
hoje em dia;
◦ Modo: às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade,
dessa maneira, de cor, em vão;
◦ Afirmação: sem dúvida, de fato, por certo;
◦ Dúvida: por certo, quem sabe;
◦ Causa: Morreu por amor;
◦ Meio: a cavalo;
◦ Instrumento: Operou com o canivete;
◦ Condição: Sem você, eu não vou;
◦ Concessão: Mesmo doente, escrevia romances;
• Flexão do advérbio:
◦ O advérbio pode apresentar flexão em grau:
◦ Grau comparativo:
▪ … mais lentamente do que… (comparativo de
superioridade);
▪ … menos lentamente do que (comparativo de
inferioridade);
▪ … tão lentamente como… (comparativo de igualdade);
◦ Grau superlativo:
▪ Superlativo absoluto:
• Viveu muito fielmente (superlativo absoluto analítico –
uso do advérbio de intensidade);
• Viveu fidelissimamente (superlativo absoluto sintético –
uso do sufixo -íssimo);
▪ Superlativo relativo:
• Clara é a mais bela da sala (superlativo relativo de
superioridade);
• Ele é o menos capaz para a tarefa (superlativo relativo
de inferioridade);

Os conectivos
• A preposição e a conjunção possuem pontos em comum, por
exemplo:
◦ Ambas ligam palavras e orações, são elementos de coesão,
mas não retomam palavras como o pronome e o advérbio;
◦ Não possuem função sintática, ao contrário dos pronomes;
◦ Possuem na frase valor semântico, excetuando as
preposições de verbos transitivos indiretos;
• Preposição:
◦ Função: subordinar um termo a outro, o segundo passa a
ser dependente do primeiro;
◦ Classificação: as preposições podem ser de dois tipos:
▪ Essenciais: a, ante, até, após, com, contra, de, desde,
em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre;
▪ Acidentais (podem pertencer a outras classes
gramaticais): afora, consoante, durante, exceto, fora,
mediante, salvo, segundo, senão, tirante, visto;
◦ Locuções prepositivas:
▪ Nestas a última palavra é sempre uma preposição: ao lado
de, antes de, além de, adiante de, a despeito de, acima
de, abaixo de, depois de, em torno de, a par de, apesar
de, através de, de acordo com, com respeito a por causa
de, quanto a, respeito a, junto a, etc.;
◦ Emprego da preposição:
▪ As preposições essenciais são empregadas com os
pronomes pessoais oblíquos tônicos:
• Lutou contra mim/Não trabalhava sem mim/Pensava
em ti/Confiava a mim seus segredos;
▪ As preposições acidentais são empregadas com os
pronomes pessoais do caso reto:
• Todos comeram, salvo tu./Fora eu, todos comeram;
◦ Relações semânticas da preposição:
▪ As preposições podem exprimir várias relações, eis
algumas:
• Cantava à gaúcho (modo);
• O hotel foi estimado em 1 milhão (preço);
• A agulha apontava para o Sul/Atirou-se sobre o herói
(direção);
• Foram com o tio (companhia);
• Martelava com o ferro (instrumento);
• Vim de Salvador (procedência);
• Alimentava-se de farinha e feijão (meio);
• Falava-se sobre tudo (assunto);
• De manhã, tocava violino/Por dez anos, vivi em
Londres (tempo);
• Transformou-se em sapo (mudança de estado);
• Cantava pelos bares da vida/Vamos para o Rio?
(lugar);
• Editado para leitores exigentes (finalidade);
• Estavam sob o automóvel (posição inferior);
• Estavam sobre o automóvel (posição superior);
◦ Coesão e preposição:
▪ A preposição subordina um termo ao outro. O termo que
comanda a preposição pode ser chamado termo regente e
o comandado, regido. Em “confio em você”, o regente é o
verbo; o regido, o pronome de tratamento. Se regente e
regido estiverem distantes um do outro, haverá um
problema de coesão, de ligação malfeita;
• Conjunção:
◦ A conjunção, além de ligar palavras ou orações, dá uma
direção argumentativa ao texto, estabelece relação
semântica. Observe as conjunções e a ideia que elas
transmitem:
▪ Terás a felicidade, mas só na velhice (restrição);
▪ Comprou a casa, mas arrependeu-se e vendeu-a
(retificação);
▪ Estava feliz, mas dissimulava com uma expressão séria
(atenuação);
▪ Apanhou muito, mas ganhou (não compensação);
▪ Mas e o prefeito? Resolveu trabalhar? (situação,
assunto);
▪ Correu muito e não venceu (oposição);
▪ Correu muito e venceu (consequência ou conclusão);
▪ Era honesto, e muito honesto! (explicação enfática);
▪ Tirou o chapéu e entrou no templo (adição);
▪ E o Valdir? Já devolveu o dinheiro? (situação, assunto);
▪ Contava como Caetano (comparação);
▪ Como era louco, não podia sair de lá (causa);
▪ Jogava como o pai o orientou (conformidade);
▪ Se não foi um galanteio, ainda sim impressionou a jovem
(concessão);
▪ Se não falar, eu chamo o juiz! (condição);
• Interjeição:
◦ É a classe gramatical que expressa reação emocional;
◦ Exemplo: Ai! Socorro! Ufa!;
Capítulo 2 – Morfologia – Formação de palavras

Morfemas
• Além das desinências, do radical, do tema, da vogal temática,
temos como morfemas os afixos (prefixo e sufixo); são eles que
possibilitam a formação de novas palavras (morfemas
derivacionais). Os afixos que se antepõem ao radicam chama-
se prefixos; os que se pospõem denominam-se sufixos; os afixos
possuem significação maior que as desinências. Já a vogal de
ligação e a consoante de ligação são morfemas insignificativos,
servem apenas para evitar dissonâncias (hiatos, encontros
consonantais), sequências sonoras indesejáveis. Veja:
◦ Palavras cognatas, família ideológica:
▪ Quando um grupo de palavras possui o mesmo radical,
diz-se que o grupo é formado pela mesma raiz. Quando as
palavras irmanam-se pelo sentido, temos a série
sinonímica, a família ideológica: casa, moradia, lar,
mansão, habitação, etc.;
◦ Radical: O “radical” é a base significativa da palavra; “raiz” é
o morfema que contém o núcleo significativo comum a uma
família linguística (radical mais antigo);
◦ Prefixo: Os prefixos de nossa língua são de origem latina ou
grega, alguns apresentam alteração em contato com o
radical, assim o prefixo an-, indicador de privação, torna-se
a- diante de consoante;
▪ Os prefixos possuem mais independência que os sufixos,
pois, provêm, em geral, de advérbios ou preposições, que
têm ou tiveram vida independente;
◦ Sufixo: Os sufixos podem ser nominais, verbais, ou
adverbiais. Formam, respectivamente, nomes (substantivos,
adjetivos), verbos e advérbios (a partir de adjetivos).
Exemplos: anarquismo, malufar, rapidamente;
• Processos de formação de palavras:
◦ Há dois grandes processos de formação: a derivação e a
composição. Na derivação, temos apenas um radical, a
palavra é derivada de outra; na composição temos ao menos
dois radicais, a palavra é composta. Exemplos: girassol
(composta), giratório (derivada);
◦ Derivação:
▪ Tipos:
• Prefixal: cria-se uma palavra derivada a partir de um
prefixo (disenteria);
• Sufixal: cria-se uma palavra derivada a partir de um
sufixo (doutorada);
• Parassintética: cria-se uma palavra derivada por meio
do acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo. Se
retirarmos qualquer um dos afixos, não teremos palavra
(adoçar);
• Prefixal e sufixal: acréscimo não simultâneo de prefixo e
sufixo. Retirando-se um dos afixos (ou os dois), ainda
teremos palavra (deslealdade);
• Derivação regressiva: esse tipo de derivação cria
substantivos deverbais, isto é, derivados do verbo. Por
isso, são substantivos que denotam ação. Se o
substantivo indicar ação e se, em relação ao verbo
possuir um número menor de fonemas, o primitivo será
o verbo e o derivado, o substantivo (a derivação ocorre
por meio da supressão de fonemas) (ataque);
• Derivação imprópria:
◦ Mudança de classe gramatical:
▪ De substantivo comum para substantivo próprio;
▪ De substantivo próprio para substantivo comum;
▪ De adjetivo para substantivo;
▪ De substantivo para adjetivo;
▪ De verbo para substantivo;
▪ De substantivo/adjetivo/verbo para interjeição;
▪ De verbo e advérbio para conjunção;
▪ De adjetivo para advérbio;
▪ De particípio para preposição;
▪ De particípio para substantivo e adjetivo;
◦ Composição: palavras compostas são aquelas que
apresentam mais de um radical, no mínimo dois; os radicais
primitivos perdem a significação própria em benefício de um
único significado:
▪ Justaposição: os dois termos (radicais) conservaram a sua
individualidade, não há alteração fonética (girassol);
▪ Aglutinação: na composição, há perda de fonemas
(aguardente, boquiaberto);
◦ Outros processos:
▪ Onomatopeia: trata-se da imitação de sons e ruídos da
natureza. A partir de onomatopeias, formam-se novas
palavras (miar/miado, latir/latido, piar/pio);
▪ Abreviação vocabular: trata-se da redução de fonemas, a
palavra se apresenta de forma reduzida e não pelna
(auto/automóvel);
▪ Hibridismo: trata-se de palavras cujos morfemas são de
línguas diferentes (sambódromo, português e grego);
Capítulo 3 – Sujeito e predicado

Tipos de Sujeito
• Determinado:
◦ O sujeito é determinado quando pode ser identificado na
frase, por meio de seu(s) núcleo(s) ou por meio de uma elipse
(quando se oculta a palavra, porque ela está subentendida no
contexto ou implícita na terminação do verbo);
◦ Sujeito determinado simples:
▪ Quando há um só núcleo sintático, representado por um
substantivo, pronome ou numeral (no singular ou no
plural);
▪ Os presidenciáveis debateram, eles se ofenderam, os
dois foram analisados;
◦ Sujeito determinado composto:
▪ Quando há dois ou mais núcleos sintáticos, representados
por substantivos, pronomes ou numerais (no singular e no
plural);
▪ Lula e o ex-governador argumentaram de forma
diferente;
◦ Sujeito determinado elíptico ou implícito desinência verbal
(oculto):
▪ Quando o sujeito foi oculto por estar expresso
anteriormente ou por estar implícito na desinência verbal;
▪ Somos alienados? Os ricos e os pobres os são?;
▪ Há muitos ricos e muitos pobres… não igualemos;
• Indeterminado:
◦ O sujeito indeterminado ocorre quando o verbo não se refere
a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem
pratica a ação, ou ainda por não haver interesse no seu
conhecimento. O sujeito indeterminado pode apresentar-se
na terceira pessoa do plural ou na terceira pessoa do
singular, com emprego do “se”, índice de indeterminação do
sujeito;
◦ Com verbo na terceira pessoa do singular e com o índice de
indeterminação do sujeito (se):
▪ Necessita-se de água;
◦ Com verbo na terceira pessoa do plural, sem o índice de
indeterminação do sujeito (se):
▪ Necessitam de água;
• Inexistente (oração sem sujeito):
◦ Neste tipo de estrutura sintática, a exemplo do sujeito elíptico
e do sujeito indeterminado, há apenas o predicado; a
diferença é que, ao contrário dos dois primeiros, não há quem
faça a ação. Os principais casos:
▪ a)Verbos ou expressões que denotam fenômeno da
natureza e indicação de tempo em geral:
• Faz calor, meu bem? Podemos sair?;
• Chove, amor!;
▪ b)Com os verbos “haver” e “fazer” no sentido de tempo
decorrido (impessoais):
• Aliás, faz 10 minutos que não chove;
• Há pouco não chovia, que chato!;
▪ c)Com o verbo “haver” no sentido de existir, acontecer,
ocorrer (impessoal):
• Amor, há tantas outras coisas a fazer…;
◦ Em linguagem coloquial e em certos textos literários, é
comum o emprego do verbo “ter” com o sentido de existir.
Para muitos gramáticos, todavia, o uso deve ser evitado em
linguagem culta:
▪ Tem tanto museu bonito…;

Capítulo 4 – Termos da oração ligados ao verbo

Termos associados ao verbo

Objeto Objeto
Direto Indireto

Adjunto Verbo Agente


Adverbial da Passiva
• Verbos de ligação são frequentes na descrição dos seres em
geral, nas definições científicas e nas operações lógicas. Esse
tipo pode designar estado permanente, estado transitório,
mudança de estado e continuidade de estado;
Aparência de estado

Transitivos: possuem complemento


verbal, objeto/sentido incompleto

Significativos

Intransitivos: não possuem complemento


verbal; possuem sentido completo

• Verbo transitivo direto: o verbo não exige preposição e possui


um complemento chamado objeto direto;
• Verbo transitivo indireto: o verbo exige preposição e possui um
complemento chamado objeto indireto, o qual apresenta
preposição explícita (ou implícita, se for pronome);
• Verbo transitivo direto e indireto: o verbo exige dois
complementos, um objeto direto (sem preposição) e um objeto
indireto (com preposição explícita ou implícita);

Termo integrante (necessário à


estrutura sintática).

É o complemento de um verbo transitivo


(sinônimo de complemento verbal).

Objeto Funciona semanticamente como o alvo,


o ser afetado, o destinatário

Pode estar elíptico se estiver


claro no contexto

Está sempre associado ao verbo transitivo


(termo associado ao verbo)
Objeto direto
• Trata-se do complemento do verbo transitivo direto, ou do
complemento verbal sem preposição (porque o verbo não a
exige);

Objeto indireto
• Trata-se do complemento do verbo transitivo indireto, ou do
complemento verbal com preposição (quando a preposição é
uma exigência do verbo);

Objeto na forma de pronome


• Pronomes como “me”, “te”, “se”, “nos”, “vos” podem funcionar
como OD ou OI, se ligados ao verbo (se ligados ao nome,
adjunto adnominal ou complemento nominal). Para saber a
função, deve-se analisar a regência do verbo;

Objeto direto preposicionado


• O objeto direto preposicionado (ou preposicional) ocorre
quando a preposição existe no objeto, mas não é comandada
pelo verbo. Ou é comandada pelo falante ou por um outro
vocábulo (pronomes oblíquos tônicos). Veja os casos:
◦ a)Com pronomes oblíquos tônicos, que exigem preposição
(obrigatório);
◦ b)Com o pronome quem, com antecedente expresso
(obrigatório);
◦ c)Com o nome Deus (obrigatório);
◦ d)Quando se coordena o pronome átono (na função de OD) e
um substantivo (obrigatório);
◦ e)Quando se usa um verbo transitivo direto de forma
impessoal (no singular), acompanhado da partícula se
(obrigatório);
◦ f)Diante de pronomes referentes a pessoas (facultativos);
◦ g)Por necessidade de clareza;
◦ h)Com pronomes precedidos de partícula comparativa
(facultativo);
◦ i)Quando o objeto direto precede o verbo (facultativo);
◦ j)Quando a preposição tem valor partitivo (facultativo,
dependendo do caso);
◦ k)Em certas expressões idiomáticas (facultativo);

Objeto direto cognato (ou interno)


• Ocorre quando o objeto traz o mesmo radical (ou mesmo
sentido: Dormiu um sono) do verbo. É frequente na literatura
como recurso expressivo;

Objeto direto (ou indireto) pleonástico


• Trata-se da repetição do objeto como instrumento de ênfase:
Os sonhos, eu os perdi;

Topicalização do objeto
• Colocar o objeto no início da oração (no topo) é uma forma de
chamar a atenção (instrumento de ênfase). É preciso não
confundir a topicalização do objeto com determinadas
estruturas chamadas anacoluto;

Alteração semântica
• Em literatura, é comum o uso de rescursos expressivos
envolvendo o objeto. Um desses recursos consiste em
empregar o mesmo verbo em sentidos diferentes para cada
objeto;

Ampliação de sentido na mudança de regência


• Verbos transitivos, quando se tornam intransitivos, passam a ter
sentido mais abrangente;

Adjunto adverbial
• Do ponto de vista sintático, relacional, o adjunto adverbial se
anexa ao verbo, ao adjetivo e ao advérbio. Do ponto de vista
semântico, o adjunto dá ao verbo uma circunstância de lugar,
tempo, modo, etc. (os valores semânticos do addvérbio).
Quando ligado ao adjetivo e ao advérbio, expressa intensidade;
• Em certas construções, o adjunto adverbial pode ligar-se à frase
toda (para muitos linguistas, seria um adjunto adverbial de
enunciação);
• Com o seu emprego, o enunciador manifesta sua opinião em
relação a um fato, expresso por uma frase;
• Ao contrário do objeto, dado como termo integrante, necessário
à estrutura da frase, o adjunto adverbial é classificado pelas
gramáticas normativas como termo acessório, desnecessário à
frase;
• Em algumas situações, a omissão do adjunto adverbial pode
não prejudicar a sintaxe, mas pode prejudicar a mensagem, se
o adjunto contiver uma informação importante para o emissor ou
para o contexto;
• Tipos de adjunto adverbial:
◦ 1. Causa;
◦ 2. Companhia;
◦ 3. Concessão;
◦ 4. Condição;
◦ 5. Conformidade;
◦ 6. Dúvida;
◦ 7. Finalidade;
◦ 8. Instrumento;
◦ 9. Intensidade;
◦ 10. Lugar;
◦ 11. Matéria;
◦ 12. Meio;
◦ 13. Modo;
◦ 14. negação;
◦ 15. Oposição;
◦ 16. Tempo;
• Em relação à classificação, é importante levar em consideração
a frase, pois um mesmo adjunto pode assumir um significado
diferente em outro contexto;
Agente da passiva
• Termo que, na oração em voz passiva analítica, designa o
agente da ação verbal. Introduzido pela preposição por ou de,
o agente da passiva está sempre ligado ao verbo. Quando uma
oração apresenta um verbo construído com o objeto direto (voz
ativa, sujeito agente), ela pode assumir a forma passiva;
havendo a passiva analítica, pode-se ter o agente da passiva.
As transformações podem ser descritas da seguinte forma:

Voz ativa Voz passiva analítica


OD Sujeito
Locução verbal (verbo ser no mesmo tempo e
Verbo Viram modo + particípio do verbo)
Agente da passiva, introduzido pela preposição
Sujeito
por

• Observações:
1. Se o sujeito da ativa estiver acompanhado de artigo, haverá a
contração antecedendo o núcleo (substantivo ou pronome)
do agente da passiva:
◦ Por + a = pela;
◦ Por + o = pelo;
◦ Por + as = pelas;
◦ Por + os = pelos;
2. Pode haver na ativa uma locução verbal (verbo auxiliar +
verbo principal em um das formas nominais). A
transformação para a passiva obedece aos seguintes
critérios:
◦ a) O auxiliar concorda com o sujeito na passiva, mas
permanece no mesmo tempo e no mesmo modo;
◦ b) O verbo principal, na passiva, vai para o particípio;
◦ c) Coloca-se o verbo ser na passiva após o auxiliar da
ativa e antes do particípio;
◦ d) O verbo ser assume o tempo e o modo do verbo
principal da ativa;
• Omissão do agente da passiva:
◦ a) Se, em uma oração de voz ativa, o verbo estiver na
terceira pessoa do plural, não haverá agente explícito para
indicar sujeito indeterminado na transformação para a voz
passiva;
◦ b) Na imprensa, às vezes o agente não aparece por
desconhecimento ou por não haver interesse em revelá-lo;

Capítulo 5 – Termos da oração ligados ao nome e


vocativo

Adjunto adnominal
• Termo ligado ao nome, mais especificamente a um núcleo
sintático (do sujeito, do objeto, etc.);
• É expresso por: artigos, pronomes, numerais, adjetivos,
locuções adjetivas e orações adjetivas;
• As minhas duas lindas garotas da África morrem da
subnutrição que o mundo não combate;
• Possui função de especificar, explicar, indeterminar, determinar
o ser, isto é, o nome, o substantivo;
• Pode estar presente em qualquer termo da oração, estará
ligado ao seu núcleo, sem intermediação do verbo ou da vírgula;
• Quando o adjunto adnominal estiver ligado ao sujeito e for
desempenhado por um adjetivo, teremos uma qualidade velha
(posta como conhecida pelos interlocutores) ou permanente (o
predicativo transmite-nos uma qualidade nova – posta como
revelação – ou passageira);
• O documento falso foi encontrado (adjunto adnominal);
• O documento é falso (predicativo);

Predicativo do sujeito
• Remete a uma qualidade (qualidade nova, isto é, posta como se
fosse uma revelação) ou a um estado do sujeito (de caráter
passageiro). Pode apresentar-se:
◦ a) Com verbo de ligação (ser, estar, parecer, continuar, entre
outros, podem funcionar como verbos de ligação se
introduzirem uma qualidade, um estado ou uma mudança de
estado do sujeito):
▪ As nuvens são mágicas;
▪ As nuvens estão escuras;
▪ As nuvens continuam ameaçadoras;
◦ b) Sem verbo de ligação (com transitivo ou intransitivo):
▪ As nuvens marcham mansas;
• Depois do verbo, não há necessidade da vírgula. A vírgula,
porém, é de fundamental importância quando o adjetivo segue o
núcleo do sujeito;
◦ O garoto, cansado, assistia a guerras;
◦ O garoto assistia a guerras cansado;
• É preciso estar atento também à ordem das palavras, pois em
muitos casos é a posição do adjetivo que gera ambiguidade;
◦ O garoto saiu do local abandonado;

Predicativo do objeto
• Qualidade nova imposta pelo sujeito ao objeto ou uma opinião
do sujeito sobre o objeto;
• Alguns verbos que possibilitam o predicativo do objeto: eleger,
crer, encontrar, estimar, fazer, nomear, proclamar, chamar,
formar;
• Nomearam o ministro chefe da comissão;

Complemento nominal
• Possui a função de completar o nome; pode estar ligado a
substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio, sempre com
preposição;
• Ligado ao substantivo, cumpre o papel semântico do objeto, isto
é, ser afetado, alvo da ação:
◦ Invasão no Líbano;
• Se for agente, ou possuidor, teremos o adjunto adnominal:
◦ As armas dos Estados Unidos;

Aposto
• Mantém uma relação de igualdade semântico com o termo
anterior. O aposto pode ser explicativo, enumerativo,
distributivo, recapitulativo, especificativo ou oracional;
• Os Beatles, o mais famoso conjunto de rock de todos os
tempos, tornaram-se um mito (explicativo);
• Ele amava tudo dos Beatles: a música, a filosofia, as
vestimentas, etc. (enumerativo);

Vocativo
• O vocativo é um termo que não pertence ao sujeito nem ao
predicado; indica um chamado, um apelo; o vocativo remete ao
destinatário da mensagem. Também pode ser um indicador de
religião, posição política, grupo social, idade, orientação sexual,
origem geográfica, etc;
◦ – Tucanos, o petista já chegou!;
◦ – Padre, eu pequei!;
◦ – Bofe, você tem “fogo”?;
Capítulo 6 – Sintaxe e semântica, tipos de predicado

Predicado nominal
• Informa uma qualidade nova ou passageira; está presente de
forma mais sistemática nas descrições e nas definições
científicas;
• No predicado nominal, o núcleo é o nome, sintaticamente
denominado predicativo do sujeito. Estruturas que apresentam
o predicado nominal:
◦ a) Verbo de ligação + predicativo do sujeito:
▪ A vida é um cálice de vinho;
◦ b) Verbo de ligação + predicativo do sujeito + adjunto
adverbial:
▪ Os corvos são mensageiros do terror à noite;

Predicado verbal
• O predicado verbal expressa uma ação mental ou física; nele
estão presentes verbos transitivos ou intransitivos;
• Como esses verbos expressam uma ação do ser, o uso desse
tipo de predicado pode criar um efeito de dinamicidade. No
predicado verbal, o núcleo é o verbo (transitivo ou intransitivo).
Estruturas sintáticas:
◦ a) Verbo intransitivo:
▪ O vento dança;
◦ b) Verbo intransitivo + adjunto adverbial:
▪ O vento dança loucamente;
◦ c) Verbo transitivo + objeto:
▪ O vento dança a valsa da natureza;
◦ d) Verbo transitivo + objeto + adjunto adverbial:
▪ O vento dança a valsa da natureza loucamente;

Predico verbo-nominal
• Esse tipo de predicado está presente no momento em que o
enunciador deseja passar:
◦ a) Uma ação e um estado de sujeito:
▪ São Paulo caminha lenta;
◦ b) Uma qualidade nova do objeto causada pelo sujeito:
▪ As indústrias deixam a rica cidade;
◦ c) Uma opinião do sujeito sobre o objeto:
▪ Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
(Cazuza; O tempo não para);
• No predicado verbo-nominal, o núcleo é o verbo e o nome (um
predicativo);
• Estruturas sintáticas:
◦ a) Verbo transitivo + objeto + predicativo do sujeito;
◦ b) Verbo transitivo + objeto + predicativo do objeto;
◦ c) Verbo intransitivo + predicativo do sujeito;

Topicalização do objeto
• Quando se quer destacar o objeto, pode-se colocá-lo à frente de
toda a oração:
◦ Livro: Compre um!;

Ambiguidade sintática
• Ocorre quando um termo da oração pode assumir dupla função
sintática:
◦ As mulheres do sertão saíram das terras castigadas;
◦ O termo “castigadas” pode estar ligado a “terras” ou a
“mulheres”; pode ser adjunto adnominal de “terras” ou
predicativo do sujeito de “mulheres”;

Paralelismo sintático
• Trata-se da reiteração de estruturas sintáticas;
◦ […] Nunca me esquecerei que no meio do caminho/tinha uma
pedra/tinha uma pedra no meio do caminho/no meio do
caminho tinha uma pedra (Carlos Drummond de Andrade.
“No meio do caminho”);
Capítulo 7 – A palavra “se”

Voz ativa
• Temos a voz ativa quando o sujeito da oração é agente, isto é,
pratica a ação:
◦ Bombeiro resgata torcedor;

Voz passiva analítica


• A voz passiva analítica ocorre quando a oração apresenta um
sujeito paciente e uma locução verbal (verbo ser + particípio):
◦ Torcedor é resgatado;
• Essa estrutura pode ainda conter um termo acessório
denominado agente da passiva:
◦ Torcedor é resgatado por bombeiro;

Pronome apassivador
• A estrutura em que a partícula (ou pronome) apassivadora se
encontra é mais concisa, não traz o agente da passiva:
◦ Trocam-se ideias;
• Para que haja voz passiva sintética, é preciso que:
◦ a) O verbo esteja em terceira pessoa;
◦ b) Haja a palavra “se”;
◦ c) O verbo seja VTD ou VTDI;
◦ d) O substantivo seja sujeito paciente;
• Deve-se observar ainda se o verbo está concordando com o
substantivo, o qual funciona como sujeito. O objeto direto não
ocorre na passiva, transforma-se em sujeito paciente;

Índice de indeterminação do sujeito


• Em português, pode-se indeterminar o sujeito na terceira
pessoa do plural, sem a palavra “se”; ou na terceira pessoa do
singular, com o “se” denominado índice de indeterminação do
sujeito:
◦ Precisa-se de alimentos e livros;
• Além do verbo transitivo indireto, é comum o uso de intransitivos
nesse tipo de estrutura:
◦ Rouba-se muito.

Pronome reflexivo ou pronome recíproco


• A refexividade ocorre quando o sujeito é agente e paciente,
pratica e sofre a ação:
◦ Maria cortou-se com a navalha;
• Na voz reflexiva, observa-se também a presença do pronome
recíproco (em vez de a si mesmo, teremos um ao outro):
◦ Elas se cumprimentaram;

Parte integrante do verbo


• Como parte integrante do verbo, esse pronome ocorre com
verbos que expressam sentimento ou mudança de estado:
◦ Alegrou-se ao ver a paz surgir no horizonte;

Partícula de realce
• O pronome de realce servirá para destacar, enfatizar um verbo
intransitivo; tal recurso dá mais espontaneidade à ação do
sujeito:
◦ Foi-se a primeira bomba de chocolate;
Capítulo 8 – Sintaxe dos pronomes

Uso dos pronomes pessoais do caso reto


• Os pronomes pessoais do caso reto funcionam como sujeito da
oração;
• a) Para eu / para mim:
◦ Emprega-se “para eu” quando o pronome é sujeito de um
verbo que vem a seguir; emprega-se “para mim” quando o
pronome pessoal da primeira pessoa não for sujeito a oração
e houver a preposição;
• b) Salvo eu/exceto eu/menos eu:
◦ As palavras denotativas de exclusão “salvo”, “menos” e
“exceto” pedem pronome pessoal do caso reto;
• c) Pronomes pessoais do caso reto regidos por preposição:
◦ Os pronomes “ele”, “ela”, “nós”, “vós”, “eles”, “elas” podem
não exercer a função de sujeito quando regidos por
preposição;

Uso dos pronomes pessoais do caso oblíquo átono


• Esses pronomes não atuam como sujeitos da oração, exceto
quando envolvem auxiliar causativo ou sensitivo;
• a) Me – te – nos – vos:
◦ Pronomes que podem exercer a função de complemento
verbal, complemento nominal e adjunto adnominal;
• b) Reflexividade e reciprocidade dos oblíquos átonos:
◦ Quando o sujeito pratica e sofre a ação (a reflexividade ou
reciprocidade), sujeito e pronome estarão na mesma pessoa;
• c) o, a, os, as, lhe, lhes:
◦ Os pronomes “o”, “a”, “os”, “as” exercem a função de objeto
direto, não pressupondo preposição; já os pronomes “lhe” e
“lhes” são utilizados quando pressupõem preposição,
podendo exercer o papel sintático de objeto indireto,
complemento nominal ou adjunto adnominal (valor
possessivo);
• d) Pronome de interesse:
◦ O pronome “me” pode ser empregado em certos contextos
para demonstrar o interesse do enunciador sobre fatos; trata-
se de um efeito de aproximação; no cotidiano, é comum a sua
ocorrência;
• e) Recurso de estilo: os oblíquos átonos com valor possessivo:
◦ Os pronomes pessoais podem assumir valor possessivo em
determinadas frases; tal recurso dá elegância ao texto;
• f) Recurso de estilo: o pleonasmo:
◦ Os oblíquos “o”, “a”, “os”, “as”, “lhe”, “lhes” podem
recuperar um objeto e com isso enfatizá-lo;

Uso dos pronomes pessoais do caso oblíquo tônico


• Esses pronomes não funcionam como sujeito e são utilizados
com preposição, que pode estar embutida no próprio pronome
(comigo, contigo, consigo) ou antecedida ao pronome (para
mim, para ti, para si, a mim, a ti, a si, entre mim, sobre ti), etc.;
• a) Reflexivos si, consigo:
◦ Os reflexivos “si”, “consigo” exigem sujeito na terceira
pessoa, em norma culta;
• b) Com nós/conosco, com vós/convosco:
◦ utilizam-se as formas pronominais “com nós”, “com vós”, em
vez de “conosco” e “convosco”, quando esses pronomes
pessoais estiverem acompanhados de “mesmos”, “próprios”,
“outros”, “todos” e numerais;

Adaptações fonéticas: lo-la-los-las, no-na-nos-nas


• a) A terminação r/s/z:
◦ Cai essa consoante e acrescenta-se “l” ao pronome pessoal;
• b) A terminação ditongo nasal/m:
◦ Acrescenta-se “n” ao pronome pessoal;
• c) A terminação “mos” seguida de “nos”:
◦ Cai o “s” do verbo;

Auxiliares causativos e sensitivos (deixar, mandar, fazer, ouvir,


escutar, ver…)
• Quando os auxiliares causativos ou sensitivos estiverem
seguidos de pronome pessoal e forma no infinitivo, utiliza-se o
pronome pessoal do caso oblíquo, o qual será o sujeito do
infinitivo (trata-se de um exceção, pois haverá um pronome
oblíquo na função de sujeito). O pronome oblíquo e o verbo no
infinitivo funcionarão como objeto direto oracional;

Variantes linguísticas
• O uso coloquial dos pronomes deve ser considerado erro
quando a situação requerer uma linguagem culta. No diálogo,
em situações informais, o seu emprego é aceito, visto que,
nesses contextos, emprega-se a variante popular. Veja os
principais casos:
◦ a) Pronome do caso reto na função de oblíquo;
◦ b) Uso indevido do “lhe”, “lhes” como objeto direto;
◦ c) Falta de concordância entre pronomes de segunda e
terceira pessoa;
◦ d) Falta de concordância entre pronome e verbo;
◦ e) Uso indevido de pronome pessoal do caso reto com
auxiliar causativo e sensitivo;
◦ f) Utilização indevida de reflexivos de terceira pessoa com
sujeito em primeira ou segunda pessoas;
◦ g) Emprego errôneo de formas como “conosco”, “convosco”;

Contrações: “mo”, “ma”, “to”, “ta”, “lho”, “lha”


• Os oblíquos “me”, “te”, “lhe”, “nos”, “vos”, “lhes” contraem-se
com os átonos “o”, “a”, “os”, “as”. Veja:

me + o = mo me + a = ma me + os = mos me + as = mas

te + o = to te + a = ta te + os = tos te + as = tas

lhe + o = lho lhe + a = lha lhe + os = lhos lhe + as = lhas

lhes + o = lho lhes + a = lha lhes + os = lhos lhe + as = lhas


nos + as = no-
nos + o = no-lo nos + a = no-la nos + os = no-los
las
vos + o = vo-lo vos + a = vo-la vos + os = vo-los vos + as = vo-las

• Tais formas pronominais não possuem muita frequência


modernamente; em consequência disso, o emprego torna-se
mais difícil;

Capítulo 9 – Período composto por coordenação

• As coordenadas podem ser de dois tipos: assindéticas (sem


conjunção) ou sindéticas (com conjunção);
• As sindéticas dividem-se em:
◦ Aditiva:
▪ Passa ideia de sobreposição, adição (e, nem, não só...,
mas também, não apenas..., mas ainda, etc.);
◦ Adversativa:
▪ Apresenta quebra de expectativa em relação ao que foi
dito anteriormente (mas, todavia, no entanto, entretanto,
contudo, porém, etc.);
◦ Explicativa:
▪ Trata-se de justificativa, argumento favorável ao que foi
dito anteriormente (pois, porque, porquanto, etc.);
◦ Conclusiva:
▪ Explicita algo que está implícito na oração anterior (logo,
portanto, por isso, por conseguinte, pois, então, etc.);
◦ Alternativa:
▪ Passa a ideia de alternidade, oposição, exclusão (ou… ou,
ora… ora, quer… quer, já… já, seja… seja);
• As conjunções são polissêmicas, apresentam vários valores
semânticos;
• A conjunção “e” coordena elementos de igual função, quando
isso não ocorre há quebra de paralelismo sintático;
• As correlações conjuntivas (não só..., mas também, ora… ora)
pressupõem paralelismo gramatical; a ausência de um dos
termos da correlação implicará quebra de paralelismo;

Capítulo 10 – Período composto por subordinação

Orações subordinadas substantivas:


• As subordinadas são estruturas dependentes;
• Haverá quebra de paralelismo sintático se houver a omissão da
oração principal ou da subordinada;
• A oração subordinada substantiva é permutável por “isto”;
• A oração principal não apresenta a conjunção;
• A oração subordinada substantiva faz uso de conectivo ou de
verbo no infinitivo (oração reduzida);
• A oração subjetiva exerce o papel de sujeito da principal, exige
verbo da oração principal na terceira pessoa do singular:
◦ É preciso que haja democracia;
• A objetiva direta: exerce o papel de objeto direto da oração
principal:
◦ Quero que todos aprendam;
• A objetiva indireta exerce papel de objeto indireto da principal,
vem regida por preposição:
◦ Duvido de que todos venham;
• A completiva nominal exerce papel de complemento nominal de
um termo da principal, vem regida por preposição obrigatória:
◦ Chegamos à conclusão de que tudo não passava de um
engano;
• A predicativa exerce função de predicativo do sujeito da oração
principal:
◦ O sonho era que houvesse menos fome;
• A apositiva exerce função de aposta da oração principal, é
precedida de dois pontos ou vírgula:
◦ O rei queria isto: que todos o respeitassem na corte;
• O discurso direto reproduz fala da personagem:
◦ Ele disse: “Estou com frio!”;
• O discurso indireto ocorre quando o narrador incorpora em seu
discurso a fala da personagem:
◦ Ele disse que estava com frio;

Orações subordinadas adjetivas


• As orações adjetivas exercem morfologicamente o papel de
adjetivo; sintaticamente, a função de adjunto adnominal;
• Os pronomes relativos introduzem as orações adjetivas;
• O relativo “que” substitui coisa ou pessoa; pode estar
acompanhado de preposições monossilábicas;
• O relativo “quem” substitui pessoas ou seres personificados,
sempre vem acompanhado de preposição;
• O relativo “o qual” (e flexões) substitui o relativo “que” nas
adjetivas explicativas; deve ser utilizado para evitar
ambiguidades;
• O relativo “cujo” indica posse e subentende a preposição “de”
mais o antecedente (= do qual, da qual); concorda com o
substantivo posposto (não há cujo o, cuja a);
• A oração subordinada adjetiva explicativa é acompanhada de
vírgulas e compartilha um saber sobre o antecedente;
• As adjetivas restritivas não são acompanhadas de vírgulas e
delimitam o antecedente;
• As adjetivas podem sofrer redução no infinitvo, no gerúndio e
particípio. São instrumentos de concisão;
• O relativo é elemento de coesão, de ligação;
• O relativo pode estar acompanhado de preposição;
• Para saber se há preposição, observe se há palavra, expressão
ou oração à direita que peça preposição:
◦ As poesias de que gosto;
• A oração adjetiva deve estar encostada ao antecedente do
relativo:
◦ Correto:
▪ As guerras, que são insanas, traduzem uma fragilidade
humana;
◦ O que não pode acontecer:
▪ As guerras traduzem uma fragilidade humana, que são
insanas;

Orações subordinadas substantivas adverbiais


• Os tipos de adverbiais:
◦ Causais:
▪ Expressam a causa oração principal;
◦ Consecutivas:
▪ Expressam a consequência da oração principal;
◦ Condicionais:
▪ Expressam a condição da oração principal;
◦ Conformativas:
▪ Expressam relação de concordância, conformidade;
◦ Comparativas:
▪ Expressam confronto, comparação com a oração principal;
◦ Concessivas:
▪ Expressam a ressalva, a concessão, argumento mais
fraco, quebra de expectativa;
◦ Temporais:
▪ Expressam o momento em que se realiza a ação da oração
principal;
◦ Finais:
▪ Expressam a intenção, a finalidade do que é dito na
principal;
◦ Proporcionais:
▪ Apresentam uma ação simultânea à ação da oração
principal;
Capítulo 11 – Regência

Verbos
• Assistir:
◦ VI = morar;
◦ VTD = socorrer;
◦ VTI = ver;
◦ VTI = ter direito a;
• Visar:
◦ VTI = ter por objetivo;
▪ Apesar de VTI, “visar”, com o sentido de ter por objetivo,
não aceita “lhe” (Visava a ele);
◦ VTD = pôr visto;
◦ VTD = mirar;
• Aspirar:
◦ VTI = almejar;
▪ Apesar de VTI, “aspirar”, com o sentido de almejar”, não
aceita “lhe” (Aspirava a ele);
◦ VTD = inspirar;
• Obedecer/Desobedecer:
◦ VTI;
• Esquecer/Lembrar:
◦ VTD = cair na lembrança/apagar-se da memória (sem
preposição e sem pronome);
◦ VTI pronominal = cair na lembrança/apagar-se da memória
(com preposição e pronome);
◦ VTI = cair na lembrança/apagar-se da memória (com verbo
sempre na terceira pessoa, sujeito à direita e objeto indireto
posposto ao verbo, mas antecedido ao sujeito);
• Ir/Chegar:
◦ VI = ir em/chegar em;
◦ VI = ir a/chegar a;
• Implicar:
◦ VTD = acarretar;
▪ A regência “implicar em”, no sentido de acarretar, é
largamente utilizada pelo povo, mas ainda não foi
assimilada pela norma culta;
◦ VTI = meter-se;
◦ VTI = mostrar má disposição com as pessoas;
• Informar/Avisar/Notificar:
◦ VTDI;
◦ Informar algo a alguém. Informar alguém de algo. Informar
alguém sobre algo;
◦ Se utilizarmos os pronomes pessoais do caso oblíquo,
teremos:
▪ Informar ao professor que tudo estava certo = Informar-
lhe que tudo estava certo;
▪ Informar o professor de que tudo estava certo = Informá-lo
de que tudo estava certo;
• Querer:
◦ VTD = desejar;
◦ VTI = querer bem, estimar, amar;
• Agradar:
◦ VTD = fazer carinho;
◦ VTI = satisfazer;
• Custar:
◦ VTD = valer;
◦ VTI = ser difícil, ser obtido à custa de (com sujeito em forma
de oração, a qual pode ser precedida ou não de preposição
expletiva);
◦ VTDI = causar, acarretar;
• Pagar, perdoar:
◦ VTD = objeto é coisa;
▪ Se for verbo for transitivo direto, utiliza-se “o”, “a”, “os”,
“as”;
◦ VTI = objeto é pessoa;
▪ Se o verbo for transitivo indireto, utiliza-se “lhe” e “lhes;
◦ VTDI = objeto é coisa e pessoa;
• Preferir:
◦ VTDI = preferir uma coisa a outra, preferir uma entre duas
coisas;
◦ Construções como “prefiro mais”, “prefiro antes” e “prefiro
mais… que” não são aceitas pela norma, trata-se de
linguagem coloquial;
◦ VTD = dar primazia a;
• Responder:
◦ VTI/VI = dar resposta a alguém, replicar;

No caso das adjetivas, a palavra que comanda a preposição está à


direita desta e não à esquerda, como nos demais casos. Observe:
• O presidente a que fiz referência estava e Londres;

Em relação às subordinadas substantivas, a preposição ocorre nas


objetivas indiretas e nas completivas nominais.
Capítulo 12 – Crase

A Crase é a contração de duas vogais idênticas. Temos esse


fenômeno na prosa e na poesia. A fusão ocorre entre a preposição
“a”, comandada pelo verbo, advérbio ou adjetivo, e o artigo “a”, que
precede o substantivo. O sinal sobre o “a” recebe o nome de acento
grave.

Não há crase:
• Diante de masculino;
• Diante de verbo;
• Diante de pronomes que não aceitam artigo;
• Em expressões repetidas;
• Diante de palavras de sentido indeterminado;
• Diante de nomes de lugares que não aceitam artigo;
• Diante da palavra “casa” com o sentido de lar;
• Diante da palavra “terra” como antônimo de “bordo”;
• Diante da palavra “distante” quando esta estiver indeterminada;
• Diante da palavra “após”;
• Diante dos pronomes de tratamento iniciados por Vossa/Sua
(de cerimônia);
• Diante de numerais (exceto em indicações de horas);

Crase facultativa:
• Diante de possessivo;
• Diante de nome próprio feminino;

Crase obrigatória
• Se a palavra à esquerda (A) pedir preposição “a” e a palavra à
direita (B) aceitar artigo feminino “a”;
• Se a palavra à esquerda pedir preposição “a” e a palavra à
direita for um pronome demonstrativo (a, as, aquele, aqueles,
aquela, aquelas, aquilo);
• Se houver uma palavra à direita dos relativos “a qual”, “as
quais” que peça preposição “a”;
• Nas locuções adverbiais femininas e nas locuções prepositivas
femininas (à moda de, à custa de, à beira de, à maneira de, à
vista de, à procura de, etc.). Se subentender “à moda de”,
haverá acento grave diante de masculino;
• Nas locuções conjuntivas adverbiais proporcionais;
• Diante da palavra “casa”, quando estiver determinada;
• Diante da palavra “terra”, quando esta estiver determinada (ou
quando for planeta);
Capítulo 13 – Pontuação

Vírgula – Regra geral I


• A associação lógica entre as palavras pode ser concebida como
um critério (regra) geral: se entre duas palavras vizinhas não
hoiver vírgula, é porque estão em relação, em associação lógica
(AB); todavia, se entre elas houver uma vírgula, é porque não
estão em associação;
• Em suma:
◦ A B = há associação lógica;
◦ A, B = não há associação lógica;
• A regra geral acima descrita explica a ausência da vírgula entre
certos termos da oração, por exemplo:
◦ a) Não há vírgula entre sujeito (A) e predicado (B), pois estão
em associação lógica;
◦ b) Não há vírgula entre verbo (A) e objeto (B), pois estão em
associação lógica;
◦ c) Não há vírgula entre o adjunto adnominal (A) e o núcleo
(B), pois estão em associação lógica;
◦ d) Não há vírgula entre o nome (A: substantivo abstrato,
adjetivo ou advérbio) e o complemento nominal (B), pois
estão em associação lógica;
• Por ser uma regra geral, convém observar as demais regras;

Vírgula – Regra geral II


• A intercalação também será tratada como regra geral, por isso,
convém observar algumas exceções – as orações subordinadas
adjetivas restritivas intercaladas, por exemplo, não recebem a
vírgula (vide item das subordinadas). A intercalação pode ser
traduzida como uma interrupção sintática; a ordem natural
(sujeito + verbo + objeto (+ adjunto adverbial)) tem sua
sequência interrompida por uma palavra, expressão, oração,
etc. Se retirarmos o termo intercalado, a sequência natural será
recuperada. O termo intercalado receberá duas vírgulas (uma
antes e outra depois). Veja os principais casos:
◦ Conjunção intercalada;
◦ Adjunto adverbial intercalado;
◦ Oração intercalada;
◦ Aposto explicativo intercalado;
◦ Predicativo do sujeito;
◦ Expressões de caráter explicativo;

A vírgula no período simples: objeto pleonástico


• A colocação do objeto antecedendo o objeto é um recurso
expressivo, dá-se ênfase ao complemento do verbo. As
gramáticas, todavia, não registram a vírgula nesses casos, mas
observa-se a sua ocorrência em alguns textos;
• O consenso em torno da vírgula no que tange à topicalização do
objeto ocorre quando o enunciado utiliza dois objetos: o objeto
pleonástico. Nesses casos, coloca-se a vírgula após o primeiro
objeto:
◦ Os sonhos [OD], eu os [OD] busquei loucamente;
◦ Aos famintos [OI], dei-lhes [OI] livros velhos;

A vírgula no período simples: o adjunto adverbial


• Iniciando a oração:
◦ No início do período ou da oração, o adjunto adverbial recebe
a vírgula, salvo se for um advérbio de pequeno corpo;
• No meio da oração:
◦ Nessa posição, o adjunto adverbial (sobretudo se for longo)
receberá duas vírgulas. Na realidade, a colocação do adjunto
adverbial no meio do período pode ser caracterizada como
uma intercalação;
• No final da oração:
◦ No final do período ou da oração, o adjunto adverbial
dispensa a vírgula, a não ser que se queira enfatizá-lo;
• Caso facultativo:
◦ Segundo Celso Cunha, em Gramática da Língua Portuguesa,
quando os adjuntos adverbiais são de pequeno corpo (um
advérbio, por exemplo), costuma-se dispensar a vírgula. A
vírgula pode ser utilizada quando se pretende realçá-los.

A vírgula no período simples: predicativo do sujeito


• O uso da vírgula para o predicativo do sujeito segue
praticamente o mesmo raciocínio observado no emprego da
vírgula para o adjunto adverbial. Repare:
◦ No início da oração:
▪ Nessa posição, a vírgula é obrigatória;
◦ No meio da oração, após o verbo:
▪ Depois do verbo, o predicativo do sujeito pode receber a
vírgula ou não; mas, se ele estiver colocado após o sujeito,
antes do verbo, deve-se pontuar, já que a omissão das
vírgulas implicará mudança de sentido e de função
sintática;
◦ No fim da oração:
▪ No final da oração (com verbos transitivos ou intransitivos),
ou após o verbo de ligação, não se utiliza a vírgula para o
predicativo do sujeito;

A vírgula no período simples: vocativo


• Exceto na poesia, em que a omissão da vírgula é possível, o
vocativo sempre estará separado por vírgula, em qualque
posição;

A vírgula no período composto: as coordenadas


• As coordenadas assindéticas são separadas por vírgula;
• As conjunções que iniciam as orações coordenadas sindéticas
adversativas, explicativas e conclusivas precedidas de vírgula;
• Algumas conjunções coordenativas sindéticas adversativas e
conclusivas (contudo, entretanto, no entanto, todavia, portanto,
por conseguinte, etc.) costumam, para efeito de ênfase, serem
seguidas também de vírgula;
• Nas coordenadas sindéticas alternativas, as correlações
conjuntivas (ou… ou, ora… ora, quer… quer) são separadas por
vírgula na mudança de oração;
• Nas orações coordenadas, o “e” poderá receber vírgula quando
os sujeitos das orações forem diferentes (caso facultativo),
quando a conjunção estabelecer uma oposição (caso
facultativo) ou quando houver a repetição da conjunção;
• Quanto às correlações conjuntivas (tanto… quanto, não só… mas
também), costuma-se não utilizar a vírgula, mas a sua presença
é observada em muitos textos;

A vírgula no período composto: subordinadas substantivas


• Em ordem direta (a principal iniciando a oração), não há vírgula;
em ordem indireta (a subordinada iniciando a oração), embora
não seja consenso, costuma-se empregá-la;

A vírgula no período composto: subordinadas adjetivas


• Restritiva:
◦ A adjetiva restritiva não recebe a vírgula; sua função é
delimitar, restringir o antecedente;
• Explicativa:
◦ A adjetiva explicativa recebe a vírgula (se estiver no meio do
período, fica entre vírgulas); sua função é compartilhar um
saber sobre o antecedente;

A vírgula no período composto: subordinadas adverbiais


• Separam-se por vírgula as subordinadas adverbiais,
principalmente quando antepostas à principal;

A vírgula na enumeração de palavras e orações


• A vírgula separa elementos de mesma função sintática:
◦ Orações;
◦ Palavras;
A vírgula em elementos de valor explicativo
• Recebem a vírgula palavras ou expressões explicativas,
retificativas, conclusivas e continuativas (por exemplo, isto é,
difo, então, a saber, com efeito, ou melhor, além disso, etc.);

A vírgula na zeugma e elipse


• Usa-se a vírgula para indicar a zeugma (quando se oculta um
verbo citado anteriormente) e a elipse (quando o enunciador
omite uma palavra ou expressão subentendida na desinência do
verbo ou no contexto);

Emprego das reticências


• As reticências são utilizadas para indicar pensamento
incompleto, omissão de partes de um texto, interrupção da fala
ou do pensamento, hesitação da personagem, interrupção da
narrativa a fim de que o leitor dê asas à imaginação;

Emprego dos parênteses


• Os parênteses são empregados para indicar, principalmente,
um comentário, uma reflexão, uma informação acessória, uma
explicação, uma observação, uma nota emocional. Observa-se
ainda o seu emprego em referência a datas, indicações
bibliográficas e indicações cênicas;

Emprego do travessão
• O travessão é indicado para introduzir o discurso direto, para
isolar palavras ou frases, para dar mais realce a uma conclusão,
para substituir as vírgulas em frases e expressões de caráter
explicativo, sobretudo se o período já contiver um bom número
de vírgulas;

Emprego das aspas


• São empregadas:
◦ No início e no fim de uma citação;
◦ Para indicar um estrangeirismo;
◦ Para indicar um neologismo;
◦ Para enfatizar o valor significativo de uma palavra;
◦ Para indicar uma ironia da enunciação;
◦ Em títulos de obras;

Emprego dos dois pontos


• Os dois pontos podem introduzir o discurso direto, um
comentário, um esclarecimento, uma enumeração. Em
requerimentos, colocam-se os dois pontos após o vocativo (ou a
vírgula);

Emprego do ponto e vírgula


• O ponto e vírgula, segundo Celso Cunha, é um sinal
intermediário entre a vírgula e o ponto; equivale a um ponto
reduzido ou a uma vírgula mais alongada. Veja alguns
exemplos:
◦ Separar orações de mesma natureza que possuem certa
extensão;
◦ Separar partes do período que se apresentam subdivididas
por vírgula;
◦ Separar uma enumeração de itens (listas, leis, decretos,
portarias, etc.);

Capítulo 14 – Colocação pronominal

Emprego da próclise
• A gramática normativa toma como critério a ocorrência de
determinados elementos gramaticais para que haja a próclise.
Seguem os elementos gramaticais que atraem o pronome para
antes do verbo:
◦ a) Partícula negativa;
◦ b) Pronome indefinido;
◦ c) Pronomes demonstrativos;
◦ d) Advérbios;
▪ Obs.: Se o advérbio for seguido de pause, teremos a
ênclise;
◦ e) Orações interrogativas e exclamativas (optativas);
◦ f) Gerúndio e infinitivo flexionado precedidos por preposição;

Emprego da mesóclise
• A mesóclise só é possível com o futuro do presente e com o
futuro do pretérito; o fato de ser futuro, contudo, não garante a
mesóclise, é preciso observar alguns fatores:
◦ a) Com o futuro do presente:
▪ Não precedido de palavra atrativa (negação, advérbio…),
no início do período ou da oração, o futuro do presente
exigirá mesóclise;
▪ Entregar-te-ei os meus pulmões para que grites;
▪ Atente, todavia, para duas situações:
• Precedido de palavra atrativa: próclise;
• No meio do período, sem palavra atrativa, próclise ou
mesóclise;
◦ b) Com o futuro do pretérito:
▪ Não precedido de palavra atrativa (negação, advérbio…),
no início do período ou da oração, o futuro do pretérito
exigirá mesóclise;
▪ Oferecer-me-ia se me conhecesse;
▪ Atente, todavia, para duas situações:
• Precedido de palavra atrativa: próclise;
• No meio do período, sem palavra atrativa: próclise ou
mesóclise;

Emprego da ênclise
• a) Quando o verbo é precedido de pausa (início de período,
vírgula, ponto, ponto e vírgula);
• b) Com infinitivo impessoal:
◦ Precedido de preposição ou negação, pode haver próclise ou
ênclise; a ênclise é, todavia, obrigatória, se o pronome for
“o(s)”, “a(s)”, e o infinitivo vier regido da preposição “a”:
▪ Comecei a amá-la;
• c) Com imperativo;
• d) Com gerúndio, desde que não precedido de preposição;

Colocação pronominal nas locuções verbais


• Não há ênclise ao particípio; havendo palavra atrativa, não é
possível a colocação do pronome no meio da locução (qualquer
que seja a locução: com infinitivo, gerúndio ou particípio);
Capítulo 15 – Ortografia

Na maioria das vezes, o erro de ortografia não interfere na


mensagem, porém prejudica a imagem do enunciador, pois é
bastante perceptível. Quando possível, deve-se utilizar o raciocínio:
se “análise” é com “s”, “analisar” também será (o radical da palavra
primitiva possui “s”);

Nomenclatura
• a) Sinônimos:
◦ Palavras que se assemelham no sentido;
• b) Antônimos:
◦ Palavras que se opõem quanto ao sentido;
• c) Homônimos:
◦ Palavras que possuem o mesmo nome;
• d) Homófonos:
◦ Palavras que possuem o mesmo som;
• e) Homógrafos:
◦ Palavras que apresentam a mesma grafia;
• f) Heterônimos:
◦ Nomes diferentes atribuídos a uma mesma pessoa;
• g) Parônimos:
◦ Palavras semelhantes quanto ao seu som;

Emprego do s com som de z


• a) Nome próprio: Isabel, Teresa, Luís, Tomás, Sousa, Queirós;
• b) Adjetivos com sufixo -oso, -osa: amoroso, carinhosa,
afetuoso;
• c) Adjetivos com sufixo -ês, -esa: burguês, burguesa,
camponês, camponesa, freguês, freguesa;
• d) Adjetivos pátrios com os sufixos -ês, -esa: português,
portuguesa, inglês, inglesa;
• e) Adjetivos com os sufixos -ese, -isa, -ose: metamorfose,
sacerdotisa, diocese, virose;
• f) Verbos derivados cujo radical termina em “s”: analisar (de
análise), atrasar (de atrás), extravasar (de vaso), paralisia (de
paralisar);
• g) Formas dos verbos “pôr” e “querer”: pus, depuseste,
quisesse;
• h) O “s” entre vogais possui som de “z”: crise, Brasil;

Os sufixos -ês e -esa e os verbos terminados em -isar


• a) Forma adjetivos ou substantivos derivados de substantivos
concretos: montês, chinês;
• b) Formas femininas dos adjetivos terminados em -ês: inglesa,
burguesa;
• c) Radical dos nomes primitivos termina em “s”: frisar, paralisar;

Usa-se “s” em verbos terminados em -nder ou -ndir


• Compreender, compreensão;
• Distender, distensão;
• Repreender, repreensão;

Emprego do dígrafo “ss”


• Usa-se “ss” nos substantivos derivados de verbos com
terminação em -eder ou -edir:
◦ Ceder, cessão;
◦ Conceder, concessão;
◦ Proceder, processo;
◦ Suceder, sucessão;

Emprego do “c” e “ç”


• a) Nos vocábulos de origem tupi e africana: açaí, caçula,
miçanga;
• b) Após ditongo: beiço, caiçara, foice, louça, precaução,
traiçoeiro;
Emprego da letra “h”
• a) Final e inicial em certas interjeições: ah!, ih!, oh!;
• b) No substantivo próprio Bahia (estado), por tradição; todavia
grafa-se baía, Baía de Guanabara, baiano, baiana, baianinha;
• c) Nos compostos unidos por hífen, no início do segundo
elemento, se etimológico: sobre-humano, anti-higiênico, pré-
histórico;

Emprego das letras “k”, “w” e “y”


• a) Abreviaturas e símbolos de termos científicos: km
(quilômetro), kg (quilograma);
• b) Na transcrição de palavras estrangeiras não aportuguesadas:
show, playground;

Emprego do “z”
• a) Os derivados em -zal, -zinho, -zito: cafezal, avezinha;
• b) Os derivados de palavras cujo radical terminam em “z”:
enraizar (de raiz);
• c) Os sufixos -ez, -eza formam substantivos abstratos femininos
derivados de adjetivos: pobreza (de pobre), acidez (de ácido).
• d) O sufixo -izar é empregado se o radical dos nomes primitivos
não terminar em “s”: canalizar (de canal), cicatrizar (de cicatriz);

Emprego da letra “x”


• a) Geralmente após ditongo: baixo, deixar, eixo;
• b) Após sílaba inicial en-: enxada, enxergar, enxofre, enxerido,
enxurrada, enxoval;
• c) Depois de sílaba inicial me-: mexer, mexerica, mexicano;
• d) Em vocábulos de origem indígena ou africana: abacaxi,
xavante;

Emprego do dígrafo “ch”


• Usa-se “ch”, por razões etimológicas, nas palavras: chuchu,
salsicha, mochila, pechincha;

Emprego da letra “g”


• a) Substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem: garagem,
massagem;
• b) Palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, ógio, úgio:
contágio, estágio, refúgio;
• c) Palavras derivadas de outras que se grafam com “g”:
massagista (de massagem);

Emprego da letra “j”


• a) Palavras derivadas de outras terminadas em -ja: laranjada
(de laranja);
• b) Todas as formas de conjugação dos verbos terminados em
-jar ou -jear: arranjemos (de arranjar);
• c) Vocábulos cognatos ou derivados que têm “j”: lajes (de laje);
• d) Palavras de origem ameríndia ou africana: canjica;

Emprego da letra “e”


• a) A sílaba final dos verbos terminados em -uar ou -oar:
continue, abençoe;
• b) Palavras formadas com o prefixo ante-: antebraço;

Emprego da letra “i”


• a) Na sílaba final dos verbos terminados em -uir: diminui;
• b) Em palavras formadas com o prefixo anti-: antiaéreo;

Emprego do hífen
• Regra geral: usa-se hífen quando a palavra é um todo
semântico e pode ser permutada por outra. Não se usa hífen
quando os componentes conservam seu valor individual: pão-
duro (avarento); pão duro (pão endurecido);
• Sempre se usa o hífen diante de “h”: anti-higiênico, super-
homem;
• Prefixo terminado em vogal:
◦ a) Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo;
◦ b) Sem hífen diante de consoante diferente de “r” e “s”:
anteprojeto, semicírculo;
◦ c) Sem hífen diante de “r” e “s”. Dobram-se essas letras:
antirracismo, antissocial, ultrassom;
◦ d) Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-
ondas;
• Prefixo terminado em consoante:
◦ a) Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
bibliotecário;
◦ b) Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal,
supersônico;
◦ c) Sem hífen diante de vogal: interestadual,
superinteressante;
• Compostos:
◦ a) Sem hífen, se houver elemento de ligação (há exceção) ou
base oracional: fim de semana, olho de sogra, dia a dia, faz
de conta, bicho de sete cabeças. Exceção: cor-de-rosa;
◦ b) Com hífen, se não houver elemento de ligação (há
exceção): bate-boca, porta-bandeira, terça-feira;
◦ c) Com hífen, se forem palavras iguais ou quase iguais: tique-
taque, reco-reco;

Emprego da maiúsculo e minúscula


• Maiúsculas:
◦ Para épocas históricas, datas importantes, festas religiosas;
altos cargos e dignidades; nomes de altos conceitos
religiosos ou políticos e pontos cardeais, quando designam
regiões;
• Minúsculas:
◦ Para festas pagãs ou populares, nomes de meses; após
vírgula, ponto e vírgula e dois pontos(não se tratando de
discurso direto) e nos casos de derivação imprópria em que o
substantivo próprio tornou-se substantivo comum;

A ortoépia
• Ocupa-se da pronúncia correta das palavras; eis alguns casos
frequentes:
◦ Pronúncia e grafia incorretas: advinhar, dignatário, impecilho,
mendingo, previlégio, supertição;
◦ Pronúncia e grafia corretas: adivinhar, dignitário, empecilho,
mendigo, privilégio, superstição;

Capítulo 16 – Verbo

Presente do indicativo e tempos derivados


• Para conjugar os verbos no presente do indicativo, isole o
radical e acrescente as seguintes terminações:
◦ 1ª conjugação (AR): -o; -as; -a; -amos; -ais; -am;
◦ 2ª conjugação (ER): -o; -es; -ei; -emos; -eis; -em;
◦ 3ª conjugação (IR): -o; -es; -e; -imos; -is; -em;
• a) Presente do subjuntivo (que eu…):
◦ Terminação AR: -e; -es; -e; -emos; -eis; -em;
◦ Terminações ER/IR: -a; -as; -a; -amos; -ais; -am;
• b) Imperativo afirmativo:
◦ Segundas pessoas:
▪ Conjugar as segundas do presente do indicativo e tirar a
letra “s”;
▪ Demais: são iguais ao presente do subjuntivo;
• c) Imperativo negativo:
◦ É igual ao presente do subjuntivo, com o advérbio “não”
antecedendo;

Terminação do pretérito perfeito


• -i, -ste, -u, -mas, -stes, -ram;
• Obs.: cuidado com a primeira e a terceira pessoa em verbos
irregulares;

Diferenças entre o perfeito e o imperfeito


• João matava [imperfeito: passado durativo] aula;
• João matou [perfeito: passado pontual] aula;

Derivados do pretérito perfeito


• Para obter os três tempos derivados do pretérito perfeito, tira-se
o “-ste” da forma verbal da segunda pessoa do singular do
pretérito perfeito e agregam-se as desinências de cada tempo.
Veja os três tempos e as respectivas desinências:
◦ 1. Pretérito mais-que-perfeito do indicativo (passado anterior
a outro passado):
▪ -ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram;
▪ João já sentara [Forma simples] quando Léo chegou;
▪ João já tinha sentado [Forma composta] quando Léo
chegou;
◦ 2. Pretérito imperfeito do subjuntivo (uma probabilidade no
presente, passado ou no futuro; acesso ao mundo da
fantasia):
▪ -sse, -sses, -sse, -ssemos, -sseis, -ssem;
▪ Observe a combinação desse tempo com o futuro do
pretérito:
• Se ele viesse [Imperfeito do subjuntivo] eu faria
[Futuro do pretérito] a sua vontade;
◦ 3. Futuro do subjuntivo (uma possibilidade no futuro):
▪ -r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem;
▪ Observe a combinação desse tempo com o futuro do
presente:
• Se ele vier [Futuro do subjuntivo], eu farei [Futuro do
presente] a sua vontade;

Embreagens verbais
• O emprego metafórico dos tempos (ou embreagens verbais) é a
substituição de um tempo por outro e seus efeitos de sentido.
Esse procedimento não se restringe a textos literários; no
cotidiano, é comum a troca de tempos. Veja a diferença entre o
emprego literal e o emprego metafórico no período a seguir:
◦ Em 2006, o Brasil perdeu [Pretérito perfeito: emprego literal]
a copa e o “status” de melhor equipe do mundo;
◦ Em 2006, o Brasil perde [Presente do indicativo no lugar do
pretérito perfeito (emprego metafórico)] a copa e o “status”
de melhor equipe do mundo;
◦ No segundo período, o presente destaca o passado, já que
este possui ressonância até os dias de hoje. Veja outros
exemplos:
▪ 1. O imperfeito no lugar do presente do indicativo (efeito:
polidez, educação):
• O senhor podia tirar o seu revólver do meu pescoço?
(podia em vez de pode);
▪ 2. O imperfeito no lugar do futuro do pretérito (efeito:
certeza):
• Este jantar até meu marido fazia! (fazia no lugar de
faria);
▪ 3. O perfeito no lugar do futuro do presente (efeito:
certeza):
• USP? O ano que vem? Já passei! (passei no lugar de
passarei);
Capítulo 17 – Concordância nominal

Substantivo e seus satélites


• A concordância nominal estuda as relações estabelecidas entre
o substantivo e seus satélites (relações de gênero e número);
• A regra geral diz que o artigo, o pronome, o numeral e o adjetivo
concordam em gênero e número com o substantivo ao qual se
referem;

Dois substantivos para um adjetivo


• Para uso correto das primeiras regras especiais, leve em contra
os dois tipos de concordância:
◦ 1. Concordância gramatical:

◦ 2. Concordância atrativa:
▪ O adjetivo refere-se aos dois substantivos, mas concorda
com o mais próximo (o critério é a eufonia);
▪ Observe as situações:
• Um adjetivo (na função de adjunto adnominal) para dois
ou mais substantivos:
◦ Ordem direta (subst./s + adjetivo):
▪ Nessa ordem, o adjetivo pode concordar com o
mais próximo (concordância atrativa) ou com a
soma (concordância gramatical);
◦ Ordem indireta (adjetivo + subst./s):
▪ Nessa ordem, o adjetivo concorda com o mais
próximo (concordância atrativa);
▪ Quando os substantivos são nomes próprios ou
nomes de parentesco, o adjetivo vai sempre para o
plural;
• Um adjetivo (na função de predicativo) para dois ou
mais substantivos:
◦ Ordem direta (subst./s + adjetivo):
▪ Nessa ordem, o adjetivo concorda com a soma
(concordância gramatical);
▪ Se os substantivos foram próprios, convém usar o
plural;
▪ Se os substantivos foram de número diferentes,
convém repetir o adjetivo;
◦ Ordem indireta (adjetivo + subst./s):
▪ Nessa ordem, pode concordar com o mais próximo
(concordância atrativa) ou com a soma
(concordância gramatical);

Dois adjetivos para um substantivo


• Quando há dois adjetivos para um substantivo, o critério é o
seguinte:
◦ Se o substantivo estiver no plural, não haverá artigo diante do
segundo adjetivo;
◦ Se o substantivo estiver no singular, haverá artigo diante do
segundo adjetivo;

Meio, bastante, caro, barato, muito, pouco


Verbo ser + adjetivo
• As expressões “é bom”, “é ótimo”, “é necessário”, “é proibido”
etc. (verbo ser + adjetivo) são variáveis se o substantivo, ao
qual se referem, for precedido de determinante;
• São invariáveis quando os substantivos estiverem
desacompanhados de determinante;

Adjetivo com valor de advérbio


• Os adjetivos que se transformaram em advérbios (ligados ao
verbo) permanecem invariáveis (como adjetivos, variam);

Alerta
• A palavra “alerta” e a locução “em alerta” não variam;

Anexo, em anexo
• O primeiro varia, concorda com o substantivo (o que está sendo
anexado);
• O segundo não, é locução adverbial;
• Utiliza-se “em anexo” quando não é preciso especificar a que
está anexado;

Mesmo, próprio
• Variam quando ligados ano nome, não variam quando ligados
ao verbo (“mesmo” como “de fato”);

Incluso, lesa
• Variam, pois concordam com o substantivo ao qual se refere;

Quite, pseudo
• A palavra “quite” concorda com o sujeito ao qual se refere;
• “Pseudo” é invariável;

Obrigado
• Varia em gênero e número;
Capítulo 18 – Concordância verbal

• A concordância verbal estuda, principalmente, as relações


estabelecidas entre o verbo e o sujeito;
• É importante priorizar, além da regra geral, a concordância do
verbo haver, da palavra se, do sujeito composto, do sujeito
oracional e do substantivo coletivo;

Sujeito simples
• O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito;
• Pássaros metálicos bombardeiam Bagdá;

Sujeito composto
• a) Em ordem direta:
◦ Se os sujeitos estiverem na terceira pessoa, o verbo vai para
a terceira do plural;
◦ Crianças e mulheres temem o pior;
• b) Em ordem indireta:
◦ Pode ir para o plural ou concordar com o mais próximo;
◦ Morre um velhinho e seu netinho;
◦ Morrem um velhinho e seu netinho;
• c) Núcleos são (quase) sinônimos ou há gradação:
◦ Pode concordar com o mais próximo ou ir para o plura;
◦ A vingança, maldade, o ódio condenou o ditador do Iraque
(ou condenaram);
• d) Sujeito composto seguido de aposto recapitulativo:
◦ Concorda com o aposto (tudo, nada etc.);
◦ Morte, miséria, caos… nada sensibiliza o equivocado
presidente norte-americano;
Sujeito oracional
• Quando o sujeito for oracional, o verbo da oração principal deve
permanecer na terceira do singular;
• Parece que os democratas farão oposição sistemática a Bush,
dizem os especialistas;
◦ Observação:
▪ O sujeito de parecer tem início a partir da palavra que;

Pronomes de tratamento: Vossa Excelência, Vossa Santidade etc.


• O verbo e os pronomes devem estar na terceira pessoa;
• Vossa Excelência deseja o seu café na cama?;

Substantivo coletivo e expressões partitivas (grande parte, maioria


etc.)
• Grande parte das vítimas fugia (ou fugiam) da guerra;

Verbos haver e fazer


• a) Haver – sinônimo de existir, acontecer:
◦ É impessoal, empregado na terceira pessoa do singular
(oração sem sujeito);
◦ Devia haver outras razões para o ataque americano;
◦ Sim, havia bombas;
• b) Haver e fazer com o sentido de tempo decorrido:
◦ Impessoais, empregados sempre no singular (oração sem
sujeito);
◦ Faz vinte anos que aquele povo não respira a paz;
◦ Há vinte anos que vive o inferno da guerra;

Verbos que denotam tempo, fenômeno da natureza


• a) Indicação de horas:
◦ O verbo concorda com o número de horas;
◦ São duas horas em Brasília;
• b) Fenômeno temporal:
◦ O verbo é impessoal, só na terceira pessoa do singular;
◦ Chove na capital federal;
A palavra “se”
• a) Partícula apassivadora:
◦ O verbo concorda com o sujeito;
◦ Roubam-se os cofres enquanto a rádio prevê bom tempo;
• b) Índice de indeterminação do sujeito:
◦ O verbo permanece no singular;
◦ Precisa-se de livros para a população enxergar;
Capítulo 19 – Acentuação

• I. Posição da sílaba tônica:


◦ A sílaba tônica é a mais forte (pronunciada com mais
intensidade);
◦ De acordo com sua posição, temos a seguinte classificação:
▪ a) Última: oxítona:
• Ca-fé;
▪ b) Penúltima: paroxítona:
• Pa-ne-la;
▪ c) Antepenúltima: proparoxítona:
• Lím-pi-do;
◦ Observe a sílaba tônica das palavras a seguir:
▪ No-bel (oxítona);
▪ A-va-ro (paroxítona);
▪ Ru-bri-ca (paroxítona);
▪ Ín-te-rim (proparoxítona);
• II. Mudança de significado na alteração da sílaba tônica:
◦ A mudança de sílaba tônica pode, em alguns casos, gerar
mudança de sentido;
◦ Exemplos:
▪ Ja-ca (paroxítona) = fruta;
▪ Ja-cá (oxítona) = cesto;
▪ Cá-qui (parxítona) = cor;
▪ Ca-qui (oxítona) = fruta;
• III. Mudança de classe gramatical na alteração da sílaba tônica:
◦ A alteração da posição da sílaba tônica também pode alterar
a classe gramatical;
◦ Exemplos:
▪ Fá-brica (proparoxítona) = substantivo;
▪ Fa-bri-ca (paroxítona) = verbo;
• IV. Regras de acentuação:
◦ 1. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminadas em
-a(s), -e(s), -o(s):
▪ Há, pás, é, pés, mês, pó, nós, vós, pôs;
◦ 2. Acentuam-se as oxítonas terminadas em: -a(s), -e(s), -o(s),
-em(s):
▪ Gam-bá, te-rás, a-xé, pa-jés, a-vô, a-vós, re-cém, re-
féns;
◦ 3. Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: -os, -um(s),
-x, -u(s), -r, -i(s), -n, -ão(s), -l, ã(s), ditongo oral, -ons:
▪ Fór-ceps, fó-rum, lá-tex, bô-nus, re-vól-ver, ra-vi-ó-li, lá-
pis, pó-len, ór-gão, a-má-vel, í-mã, fa-lên-cia, pró-tons;
◦ 4. Acentuam-se todas as proparoxítonas:
▪ Es-pé-ci-me, mu-ní-ci-pe, noc-tí-va-go, ê-xo-do, an-tí-do-
to;
◦ 5. Acentuam-se os ditongos abertos tônicos: -éu(s), -éi(s),
-ói(s), em palavras oxítonas:
▪ réu, véu, céu, do-dói, pas-téis, tro-féu, tro-féis;
▪ Mas não são acentuados em palavras oxítonas:
• Geleia, paranoico, ideia, plateia, apoia, apoio;
◦ 6. Acentuam-se o i e o u, quando:
▪ a) Forem tônicos;
▪ b) Fizerem hiato com a vogal anterior;
▪ c) Estiverem sozinhas na sílaba ou com s;
▪ d) Não seguidas de nh;
▪ e) Não precedidas de ditongo decrescente em palavras
paroxítonas:
• Ataíde, cafeína, Esaú, ciúme, atraí-los;
• Mas nas palavras paroxítonas, se vierem depois de um
ditongo descrescente, não serão acentuados:
◦ Baiuca, bocaiuva, feiura, taoismo;
• As palavras xiita e juuna não são acentuadas porque
nfazem hiato com a própria vogal;
◦ 7. Verbos terminados em -guar, -quar, -equir – como “aguar”,
“averiguar”, “desaguar”, “enxaguar”, “obliquar”, “delinquir” -
admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do
indicativo, do presente do subjuntivo e do imperativo:
▪ Há duas possibilidades:
• a) Se pronunciadas com “a” ou “i” tônicos, essas formas
devem ser acentuadas;
• b) Se pronunciadas com “u” tônico, essas formas
deixam de ser acentuadas;
▪ Atenção:
• No Brasil, a pronúncia mais correta é deixar tônicos o a
e o i (primeiro caso);
◦ 8. Palavras terminadas em -eem e -oo não são mais
acentuadas:
▪ Creem, deem, voo, doo;
◦ 9. Principais acentos diferenciais:
▪ Singular / plural:
• Tem / Têm;
• Detém / Detêm;
• Vem / Vêm;
• Intervém / Intervêm;
▪ Atenção:
• “Lê”, “crê”, “dê”, “vê” (3ª pessoa do singular) = leem,
creem, deem, veem (3ª pessoa do plural);
▪ Por / pôr:
• Preposição (átona): Saiu por aí;
• Verbo (tônico): Pôr os pés pelas mãos;
▪ Pode / pôde:
• Presente: Você quer, você pode;
• Passado: Ele pôde sentir o gosto da derrota;
▪ Atenção:
• Para (verbo parar);
• Pelo (substantivo);
• Pera (substantivo);
• Polo (substantivo);
Capítulo 20 – Estudo de determinadas partículas

• O estudo da palavra que possibilita rever os valores semânticos


das conjunções coordenativas e subordinativas;
• Quanto ao estudo das palavras denotativas de exclusão,
inclusão etc., trata-se de matéria importante para os exames
modernos; a semântica dessas partículas tem sido objeto de
investigação por parte dos linguistas;
• Não se esqueça de que o importante não é decorar, mas
interpretar;
• Observe a síntese a seguir:
◦ 1. Situação (afinal, então, mas):
▪ Afinal, a guerra acabou?;
▪ Então, o verdão está na final?;
▪ Mas o governo, cederá?;
◦ 2. Realce (cá, lá, só, mesmo):
▪ Eu cá me viro, Maria!;
▪ Veja só!;
▪ É isso mesmo, beija a moça;
▪ Eu sei lá!;
◦ 3. Limitação (só, apenas, somente):
▪ Só ele sabia velejar;
▪ Somente o São Paulo é tri;
▪ Apenas duas moscas pousaram na sopa;
◦ 4. Inclusão (ainda, ademais, além disso, também, até,
inclusive):
▪ Ademais é insano;
▪ Até o sol se pôs;
◦ 5. Exclusão (salvo, exceto, menos, fora, tirante):
▪ Tirante os olhos perversos, tudo era luz;
▪ Fora o deputado federal, todos votaram contra;
◦ 6. Porque:
▪ Nas respostas e justificativas (= pois);
▪ Cante, porque está frio e perigoso;
◦ 7. Por que:
▪ a) Nas interrogativas em início de frase:
• Por que você me olha assim?;
▪ b) Introduzindo substantivas (interrogativas diretas):
• Não sei por que a cobiça existe;
▪ c) Introduzindo adjetivas (= pelo qual, pela qual…):
• Só eu sei as esquinas por que passei;
◦ 8. Por quê:
▪ a) Antes da interrogação:
• Por quê? Por que você insiste?;
▪ b) Antes do ponto:
• Não sei por quê;
◦ 9. Porquê:
▪ Precedido de artigo;
▪ Não sei o porquê;
◦ 10. Senão (principais casos):
▪ Saia, senão eu grito! (caso contrário);
▪ Todos cantavam, senão José (exceto);
◦ 11. Se não:
▪ Se não contar, será preso (caso não);
Frente 2
Capítulo 1 – Introdução aos estudos literários

• O conceito de literatura (a arte da palavra) e a importância de


ler obras literárias;
• Os fundamentos e os elementos introdutórios dos estudos
literários e da teoria literária; a dinâmica entre o compreender e
o interpretar;
• O conjunto de figuras de linguagem:
◦ Figuras de palavras (comparação, metáfora, metonímia e
sinestesia);
◦ Figuras de construção (hipérbato, elipse, pleonasmo, silepse
e onomatopeia);
◦ Figuras de pensamento (antítese, paradoxo, eufemismo,
hipérbole, apóstrofe, gradação e prosopopeia);
• A intertextualidade: o diálogo entre os textos;
• A paródia: adaptação, em geral cômica ou satírica, de uma obra
ou evento;
• A paráfrase: adaptação sem alteração dos sentidos do texto-
fonte;
• As noções de estilo individual e estilo da época;
• A história da literatura;
• Os três gêneros literários:
◦ Lírico, épico e dramático;
• Os elementos da narrativa:
◦ Foco narrativo;
◦ Personagem (plano ou esférica);
◦ Tempo (linear ou não linear);
◦ Espaço e enredo (apresentação, complicação,
desenvolvimento, clímax e desenlace);
• A diferença entre narração e descrição;
Capítulo 2 – Trovadorismo, Humanismo e Classicismo:
as origens da Literatura em Língua Portuguesa

Os primeiros movimentos literários desenvolvidos em Língua


Portuguesa são o Trovadorismo e o Humanismo.

Trovadorismo
• Surge com a formação de Portugal como país independente
durante a Idade Média;
• Sua poesia é compota de cantigas musicadas, as quais
alegravam as festas da corte;
• Suas cantigas foram registradas por escrito – em galego-
português – no Cancioneiro da Biblioteca Nacional, no
Cancioneiro da Ajuda e no Cancioneiro do Vaticano;
• As cantigas trovadorescas são classificadas em:
◦ Cantigas líricas:
▪ De amor (eu lírico masculino);
▪ De amiga (eu lírico feminino);
◦ Cantigas satíricas:
▪ De escárnio (crítica indireta);
▪ De maldizer (crítica direta);
• O amor cortês é a mais importante temática das cantigas
trovadorescas e definia as leis do amor e regras para trovar;
• Suas prosas em língua portuguesa eram basicamente
traduções, das quais se destacam as novelas de cavalaria,
baseadas em mitos como A demanda do Santo Graali e
Amadis de Gaula.

Humanismo
• Surgiu durante o período de transição entre a Idade Média e o
Renascimento. Em Portugal, dá-se início às Grandes
Navegações, com enriquecimento financeiro e desenvolvimento
cultural para o país;
• A sua poesia é chamada de poesia palaciana, com poemas
mais rebuscados que as cantigas trovadorescas e declamados
(em vez de cantados) em saraus da corte;
• Seus poemas abordam questões amorosas com maior
liberdade e complexidade;
• A crônica histórica (historiografia) portuguesa ganha novo fôlego
com os escritos de Fernão Lopes, os quais registram não
apenas os feitos dos reis e da nobreza, mas também o cotidiano
da nação como um todo;
• O ponto mais importante do Humanismo português é o teatro de
Gil Vicente, composto em versos. O autor é o primeiro grande
nome da literatura portuguesa e um dos mais importantes
teatrólogos da literatura mundial;
• Divididos em autos e farsas, o teatro vicentino promovia
entretenimento e introduzia a mentalidade dos novos tempos à
literatura portuguesa. Alegóricas e muito críticas, as peças
vicentinas são excelentes retratos da época;
• Entre a vasta obra de Gil Vicente, destacam-se o Auto da barca
do inferno e a Farsa de Inês Pereira;

Classicismo
• O Classicismo na Literatura é fruto do Renascimento, inspirado
em antigos escritores italianos por recuperar a tradição greco-
latina, marcando o fim da Idade Média europeia e a entrada na
Era Moderna;
• Em Portugal, desenvolve-se ao longo do século XVI – era de
ouro do país, à época das explorações marítimas e da conquista
de colônias ultramarinas – é introduzido pelo poeta Sá de
Miranda depois que voltou da Itália;
• Sua literatura introduz uma nova metrificação ao verso
português (decassílabo heroico), trazida da Itália, para fazer
frente ao modo tradicional de versar – a medida velha (em
redondilhas, ou versos, maiores e menores);
• Sá de Miranda introduz em Portugal a forma soneto, criada pelo
poeta italiano Petrarca. Trata-se de um poema de quatro
estrofes, sendo as duas primeiras de quatro versos (quartetos)
e as duas últimas de três versos (tercetos);
• Seu nome de destaque é o poeta Luís de Camões, português
por excelência. Na sua obra, destacam-se a poesia lírica,
principalmente os sonetos, os quais discutem a arte do amor e o
desconcerto do mundo, além de sua poesia épica – o poema Os
Lusíadas –, que celebra o povo português e suas conquistas.
Capítulo 3 – Literatura Colonial: Quinhentismo, Barroco
e Arcadismo

Quinhentismo
• Carta de Caminha: a “certidão de nascimento” do Brasil;
• A literatura de informação, com textos dos primeiros europeus
que vieram ao Brasil;
• O retrato do índio – e da sua cultura – como um objeto exótico e
selvagem;
• Os primeiros esboços da história do Brasil;
• A perspectiva de outros europeus com relação à terra
“descoberta” pelos portugueses;
• A literatura jesuítica e o esforço de aportuguesamento dos
negros trazidos da África e dos indígenas;
• José de Anchieta, nome de destaque da Companhia de Jesus,
com sua obra, seu teatro de catequese e sua poesia devocional;

Barroco
• Movimento literário marcado pelo questionamento de uma
época de crescimento econômico e imposição imperial europeia
em termos religiosos ou políticos;
• Choque de valores, representado pelo exagero das formas e
dos recursos artísticos, como principal características;
• Contradição, imprecisão, excesso e retórica apurada como
marca de seus textos literários;
• Tendências básicas:
◦ Conceptismo: jogo de ideias;
◦ Cultismo: jogo de palavras;
• Padre Antônio Vieira:
◦ Principal nome do Barroco português e figura de destaque no
Barroco brasileiro;
◦ Importante figura política do século XVII, além de sermonista
de destacado prestígio;
◦ Em sua obra, destacam-se os sermões, as cartas e os textos
proféticos que escreveu valendo-se dos recursos barrocos;
• Gregório de Matos:
◦ Primeiro nome da poesia brasileira propriamente dita pelo
interesse em retratar as questões brasileiras sem sua
inserção no contexto maior do Império Português;
◦ Poeta satírico, de alcunha Boca do Inferno, mas, como os
demais artistas barrocos, com relação conflituosa com a fé
católica e com os valores sociais da época, também com
produção de poesia lírica, religiosa e fescenina;

Arcadismo
• As características do estilo neoclássico;
• O Pombalismo e suas relações com a arcádia lusitana;
• A obra de Bocage, um dos principais poetas portugueses de
todos os tempos;
• As mudanças promovidas no Brasil por conta da descoberta do
ouro em Minas Gerais;
• A arcádia ultramarina como primeira tentativa de formar uma
literatura característica brasileira;
• A Inconfidência Mineira e sua tentativa frustrada de
independência do Brasil;
• A obra literária e as ideias políticas de plêiade mineira e dos
poetas árcades brasileiros;
• Cláudio Manuel da Costa, o mentor do Arcadismo no Brasil;
• Tomás Antônio Gonzaga, o poeta árcade de maior destaque no
país;
• A épica árcade brasileira;
Capítulo 4 – Romantismo: o arrebatamento das
emoções

Romantismo: origens e características


• O Romantismo na Europa:
◦ As transformações históricas: Revolução Industrial e
Revolução Francesa;
◦ A ascensão da burguesia;
◦ As novas classes sociais e os renovados rumos da
sociedade;
◦ A subjetividade e o sentimentalismo com expressão de novos
sujeitos;
◦ O individualismo e a originalidade;
◦ O crescimento dos gêneros modernos, em especial, o
romance;
◦ O ponto de vista mudado: a nova literatura e os novos
instrumentos de legitimação cultural;
• O Romantismo no Brasil:
◦ O surgimento do sistema literário brasileiro;
◦ A Independência do Brasil e as necessidades de definir a
recente nação;
◦ A transferência de modelos maduros e prontos da Europa
para o Brasil;
◦ A incompatibilidade de realidades distintas;
◦ O indianismo e a idealização do passado colonial;
• O Romantismo em Portugal:
◦ O conturbado cenário histórico-político;
◦ A literatura e sua função política;
◦ A exaltação do caráter nacional;
◦ A figura do herói;
◦ O sentimentalismo – a emoção em detrimento da razão;
◦ O perfil literário dos principais autores românticos
portugueses: Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Camilo
Castelo Branco;
Capítulo 5 – Romantismo no Brasil: as gerações
poéticas

Romantismo no Brasil
• A predominância da emoção e do sentimento nos poetas
românticos;
• O Brasil retratado como uma nação recente;
• O padrão europeu para a formação da cultura brasileira;
• Discrepâncias: o Brasil no início do desenvolvimento de sua
nação; a Europa já madura;
• Autores de destaque:
◦ Gonçalves Dias:
▪ Um dos poetas mais importantes da Literatura brasileira;
▪ Temas predominantes:
• O amor, a natureza, o indígena, a saudade, a melancolia
e Deus;
▪ A inovação: os temas abordados como parte da formação
do ser literário;
▪ O indianismo como solução para desenvolver o orgulho
histórico;
▪ A transfiguração pautada em modelos europeus;
▪ O mito do bom selvagem;
◦ Álvares de Azevedo:
▪ Sombras, sentimentos, melancolia, sonho, morbidez,
morte e inconsciente;
▪ A adolescência e as ambiguidades próprias da idade;
▪ O extraordinário domínio da linguagem;
▪ O sarcasmo como recurso;
▪ A abordagem poética de elementos cotidianos;
◦ Casimiro de Abreu:
▪ A leveza da leitura fluida e agradável;
▪ O tom muito mais afetuoso para tratar dos mesmos temas
dos poetas anteriores;
▪ O amor romântico e a paixão atenuada;a
▪ A sinceridade da simplicidade;
▪ O maior alcance do real com mais claridade e equilíbrio;
◦ Castro Alves:
▪ O abolicionismo;
▪ O foco no negro escravizado;
▪ A questão social como fator externo ao indivíduo;
▪ O negro como personagem central e as dificuldades dessa
representação;
▪ A opressão e a humanização;
▪ A lírica amorosa de Castro Alves;
Capítulo 6 – Romantismo: prosa

A prosa multifacetada de José de Alencar


• José de Alencar, além de ser o nome central da prosa do
Romantismo, é figura importante para a consolidação da
Literatura brasileira. Uma de suas metas era fundar a tradição
literária do Brasil, e empenhou-se na criação de imagens e
símbolos permanentes no imaginário nacional;
• Alencar traçou um retrato completo do país, tanto
temporalmente como espacialmente. A produção literária
encontra-se dividida nas seguintes fases:
◦ Primitiva:
▪ Relacionada às tradições, às lendas e aos mitos indígenas;
▪ Exemplo: Iracema;
◦ Histórica:
▪ Relativa à valorização do solo nativo e ao período de
invasão da terra americana pelo europeu;
▪ Exemplo: O Guarani;
◦ Pós-independência política:
▪ Correspondente à infância de nossa literatura;
▪ Exemplo: Senhora e Til;
• Tendo sido o escritor mais profícuo de sua época, podemos
destacar os seguintes aspectos e características de sua obra e
de seu perfil literário:
◦ O indianismo:
▪ Heróis inigualáveis: nobres e dominadores da natureza;
▪ Contraposição aos valores da sociedade burguesa;
▪ Influência dos romances franceses;
▪ Idealização do indígena;
▪ Formação de um passado mítico;
◦ As personagens femininas:
▪ Destaque para os romances Senhora e Lucíola;
▪ Profundidade psicológica e complexidade humana;
▪ Dado econômico como obstáculo constante;
▪ Lado social das imposições da sociedade burguesa;
◦ O romancista múltiplo:
▪ Grande variedade de produções;
▪ Oposição bem x mal em alguns romances e a
complexidade dessa mistura em outros;
▪ Modos de composição diferentes;
▪ Profundo domínio na condução do enredo;
▪ Retrato da visa social brasileira;

Romantismo e outras prosas


• No Brasil, os romances do século XIX retratam o modo de vida
desse momento histórico, sendo considerados registros do
período. Dessa forma, no romance social, no urbano e no
regionalista, há trechos em que os autores parecem pintar um
quadro da época;
• Autores de destaque:
◦ Joaquim Manuel de Macedo:
▪ Escreveu obras que fizeram sucesso entre o público da
época e que retratavam a vida urbana no Rio de Janeiro;
▪ A verossimilhança estava presente nessas obras: eram
histórias reais, com personagens do dia a dia;
▪ Os pontos altos dos romances eram os sentimentos e
aventuras;
▪ Seu estilo era simples, e sua linguagem, coloquial;
▪ Em suas obras, não havia críticas sociais mais evidentes;
▪ Retratou a escravidão em uma de suas obras, abordando
o tema da abolição, porém sob o ponto de vista dos
senhores;
◦ Visconde de Taunay:
▪ Foi um dos principais representantes do regionalismo
romântico;
▪ Sua escrita era refinada e sofisticada;
▪ Suas obras evidenciavam a visão de um homem culto e
sensível sobre o sertão exuberante e inexplorado no
Brasil;
▪ Escreveu romances mais sóbrios (menos emotivos e
exaltados que José de Alencar), um registro consciente
dos problemas econômicos e sociais do sertão;
▪ Os principais movimentos de algumas narrativas são a
experiência da viagem, o sertão, a guerra e, sobretudo, o
amor às índias e sertanejas. Em algumas obras, ele
também representou a vida urbana e a sociedade
burguesa;
◦ Manuel Antônio de Almeida:
▪ Escreveu um único romance: Memórias de um sargento
de milícias;
▪ Sua obra é uma observação da vida comum de um grupo
popular da sociedade e de suas relações, em um
momento específico da história;
▪ Utiliza linguagem simples e direta e traz um olhar atento e
desencantado, tendo desenvolvido seu romance com
frieza, imparcialidade, cinismo e ironia;
▪ As personagens são mais importantes como tipos sociais
do que como personalidades;
▪ A narrativa tem movimento constante: trata-se de um
conjunto de cenas e acontecimentos que revelam os
costumes da época;
◦ Bernardo Guimarães:
▪ Como escritor, publicou o primeiro romance regionalista
brasileiro, O Ermitão, em 1868;
▪ Sua obra de maior destaque é A escrava Isaura (1875),
na qual desenvolveu o tema da escravidão;
▪ Ainda que tematize a escravidão, ao ler A escrava
Isaura, o leitor deve considerar que a temática central é o
amor;
• O teatro romântico:
◦ Ainda que em menor escala que o relativo à poesia e ao
romance, o desejo romântico de forjar e caracterizar uma
arte literária autônoma incluiu o decisivo influxo para a
criação do teatro brasileiro;
◦ O pioneirismo coube a Gonçalves de Magalhães, que, em
1838, viu subir à cena sua peça Antônio José ou o Poeta
e a Inquisição;
◦ As peças de Martins Pena, como O noviço e O juiz de
paz na roça, ainda hoje são bastante amadas e encenadas;
Capítulo 7 – Realismo: a desconstrução romântica

Realismo: origens:
• Realismo é o estilo de época que procurou introduzir o
cientificismo na literatura;
• Produz uma crítica ao sentimentalismo, ao subjetivismo e à
fantasia que marcam a escola Romântica;
• Deseja-se uma transformação social por meio da crítica;
• Há confiança na ciência, no liberalismo e nas correntes
intelectuais da época: racionalismo, positivismo e determinismo;
• O marxismo afeta o modo de pensamento burguês desenvolvido
até então;
• A literatura realista é marcada pela objetividade, pela
contemporaneidade, pelas personagens-tipo, pela lei da
causalidade e pela linguagem cotidiana;
• O Realismo desenvolveu-se, primeiro, na França, por meio de
autores como Balzac, Flaubert, Zola;

Realismo em Portugal
• Em Portugal, o Realismo foi marcado pela Questão Coimbrã –
polémica travada com a geração anterior de escritores, os
românticos;
• Os escritores realistas portugueses ficaram conhecidos com
Geração de 70 por terem organizado, em 1971, as
Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense;
• Eça de Queirós foi o escritor que mais se destacou dentre os
autores da Geração de 70. É um dos autores mais importantes
da Literatura portuguesa. Aliava os elementos da estética
realista com uma forma particularmente sarcástica e zombeteira
de enxergar a realidade;
• A obra de Eça de Queirós é didaticamente dividida em três
fases:
◦ A fase inicial, com os textos reunidos no livro Prosas
bárbaras;
◦ A fase realista propriamente dita, cujo primeiro romance foi O
crime do padre Amaro, e o último Os Maias;
◦ E a fase pós-realista, com o repensar de sua estética realista
e destaque para os romances A ilustre casa de Ramires e
A cidade e as serras;
◦ O romance O primo Basílio, de Eça de Queirós, critica,
entre outros pontos, a criação romântica das moças
portuguesas;
◦ Também de Eça de Queirós, o romance O crime do padre
Amaro denuncia, principalmente, a excessiva influência do
clero sobre a sociedade portuguesa;
◦ O romance A cidade e as serras, escrito na fase mais
madura de Eça de Queirós, traça sua reconciliação com a
sociedade portuguesa e faz uma revisão dos princípios
realistas;

Realismo no Brasil
• O escritor Machado de Assis: o grande expoente do Realismo
no Brasil:
◦ Características:
▪ Universalismo: aborda temas filosóficos e faz análises
psicológicas e das convenções sociais;
▪ Rompe com a linearidade da narrativa;
▪ Elabora o discurso do narrador direcionado ao leitor, com
frequentes referências ao texto (metalinguagem);
▪ Utiliza-se da ironia e do nilismo;
▪ Tem um estilo próprio e único;
◦ O legado literário de Machado de Assis:
▪ Seus contos de maior destaque são:
• “A cartomante”;
• “Uns braços”;
• “O alienista”;
• “A causa secreta”:
• “Teoria do medalhão”;
• “O enfermeiro”;
▪ Memórias Póstumas de Brás Cubas:
• Inaugura o Realismo no Brasil, em 1881;
• Foco narrativo em 1ª pessoa: quem narra é um defunto
autor, o que descontinua a tradição literária;
• Ruptura com a narrativa linear: não há sequência
cronológica, e os fatos são narrados seguindo o fluxo de
memória do narrador;
• Metalinguagem: o narrador interrompe a narrativa para
comentar com o leitor sobre a própria obra;
• Temas:
◦ Machado de Assis critica e desmascara a sociedade
carioca do século XIX a partir do jogo de valores –
essência/aparência, convenções sociais, hipocrisia,
loucura, ambição e adultério;
• Estilo:
◦ Utiliza-se da ironia, pessimismo, nilismo e humor
negro;
• Considerações:
◦ Brás Cubas discorre sobre a sua existência, no caso,
mesquinha e solitária – reflexão que pode ser
estendida aos leitores;
▪ Quincas Borba:
• Publicado em 1891, a obra pode ser vista como um
prolongamento da teoria do Humanitismo, apresentada
em Memórias Póstumas de Brás Cubas;
• O foco narrativo está em 3ª pessoa;
• Protagonista: é o Rubião, que enriquece após herdar a
fortuna de Quincas Borba;
• Humanitismo:
◦ Teoria de Quincas Borba que prediz que a vida é um
campo de batalha, no qual apenas os mais adptados
sobrevivem;
◦ O autor parodia e critica as teorias cientificistas de
sua época (com foco no darwinismo);
• Quincas Borba – o cão: o cachorro do filósofo Quincas
Borba recebeu o mesmo nome do dono como prova da
igualdade entre os seres, segundo um dos preceitos da
Humanitas – o princípio da existência;
• Rubião é manipulado pelo casal Palha; por ser o menos
adaptado ao sistema, vai à falência e enlouquece –
comprovando a teoria do Humanitismo (“Ao vencedor,
as batatas”);
▪ Dom Casmurro:
• Romance realista, foi escrito por Machado de Assis e
publicado no ano de 1899;
• Bento Santiago – o Dom Casmurro – é o narrador e
também protagonista da obra. Em sua velhice, ele
escreve rememorando sua história com o intuito de
restaurar os momentos da infância e da adolescência;
• “Dom” é uma ironia, indicando um título de nobreza, e
“Casmurro” refere-se aos hábitos do narrador
personagem, sempre calado e recluso. Ele próprio
explica o título e o porquê da escrita do livro logo nos
primeiros capítulos;
• O tempo do romance é, fundamentalmente, o da
memória de Bentinho, e a narrativa é cíclica, visto que a
obra começa e termina com o velho casmurro indicando
a necessidade da escritura de sua história;
• A vizinha e amada de Bentinho é Capitu, moça de olhar
sedutor e comportamento intrigante. De acordo com a
visão do agregado Jośe Dias, ela tem “olhos de cigana
oblíqua e dissimulada”, metáfora que inicia as suspeitas
de Bentinho;
• Bentinho acusa Capitu de adultério com seu melhor
amigo, Escobar, o qual conhecera no seminário;
• Em nenhum momento, o autor nos confirma o adultério,
mas também não o nega;
• A narrativa apresenta apenas o ponto de vista do
narrador, portanto o leitor precisa ter em mente que lê
uma versão parcial dos acontecimentos;
• Escobar morre afogado no mar, em um dia de ressaca
(mar agitado). Há de se destacar outra metáfora para os
olhos de Capitu, vinda de Bentinho: “fluido misterioso e
enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a
vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca”;
• No velório de Escobar, em que estava presente a viúva
Sancha, Bento Santiago vê uma lágrima nos olhos da
Capitu, o que foi, para ele, a comprovação do adultério;
Capítulo 8 – Naturalismo: o homem é bicho

Naturalismo: o olhar científico sobre as relações humanas


• O Naturalismo pertence à chamada “escola realista” por
apresentar características do Realismo, mas vai além dele, com
mais intensidade e vigor;
• O Naturalismo é fortalecido por teorias científicas – positivismo,
determinismo e darwinismo –, logo, conforme a analogia entre
escritor e médico, a linguagem terá cunho científico;
• Há, no Naturalismo, uma visão materialista do ser humano e de
sua vida em sociedade – o ser metafísico e abstrato cede lugar
ao ser natural, que, regido por leis físico-químicas e influenciado
diretamente pelo meio, é uma máquina comandada pela
natureza;
• A linguagem do Naturalismo será mais agressiva na escolha
dos vocábulos, muito relacionados ao sexo, ao corpo humano e
aos instinto primitivos;
• Os escritores naturalistas despertaram e voltaram os olhares
para as classes mais baixas da sociedade, opuseram-se ao
conceito religioso e acentuaram os aspectos fisiológicos do
homem, evidenciando sua origem (por meio do “parentesco”
com os animais),– daí o conceito de zoomorfização das
personagens dos romances naturalistas – retratando-as em seu
lado mais vil e sórdido;

O Naturalismo de Aluísio Azevedo: O Cortiço:


• O romance O Cortiço é considerado o expoente de nossa
literatura naturalista. A partir do estuda da obra, é possível
observar os seguintes aspectos:
◦ Há o predomínio do coletivo sobre o particular – habitação
coletiva;
◦ O cortiço é um organismo vivo – com personificação – ainda
na concepção das leis evolutivas e de adaptação;
◦ O meio determina o homem – segundo o determinismo de
Taine. As personagens se transformam no decorrer da obra,
com ênfase em Jerônimo e Pombinha;
◦ João Romão sintetiza características do ser ganancioso,
aproveitador e sem escrúpulos, desvencilhando o homem da
imagem romãntica;
◦ O narrador trabalha com o recurso de antropomorfização ao
dar vida ao cortiço e comparar o homem ao animal em seus
instintos;
◦ Na obra, celebra-se a força do instinto, do trabalho braçal,
do grupo e da sensualidade da mulher brasileira;
Capítulo 9 – As vertentes poéticas do final século XIX

Parnasianismo
• A estética parnasiana surge em oposição ao Romantismo e ao
excesso de sentimentalismo, com uma poesia contida e
racional;
• Os poetas parnasianos Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto
de Oliveira ficaram conhecidos como a tríada parnasiana;
• Entre as características do Parnasianismo, destacam-se: a
mitologia grega e a descrição objetiva de objetos e cenas;
• Há a valorização da forma, com métrica perfeita, rimas ricas e
uso preferencial do soneto;
• Entre as divergências com o Simbolismo, evidenciam-se poema
descritivo, não sugestivo, com texto lógico e racional;
• O trabalho do poeta parnasiano é comparado ao do ourives,
pois ambos trabalham sua matéria-prima (o ouro ou a palavra)
para atingir a perfeição;

Simbolismo
• O Simbolismo é o movimento literário que surge como uma
reação à forma objetiva/científica de ver o mundo e refletir sobre
ele. Nomes como Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens
estão entre os principais poetas simbolistas no Brasil;
• Entre as características do Simbolismo, destaca-se o resgate de
elementos românticos, como a emoção, a introspecção e a
subjetividade;
• Alguns dos temas no Simbolismo são mistério, ocultismo, morte,
noite, abstrações, pessimismo e religiosidade;
• A linguagem poética simbolista faz uso de aliterações,
assonâncias e sinestesias;
• Há referência constante à cor branca, transmitindo uma
atmosfera de mistério e coisas vagas;
Capítulo 10 – Pré-modernismo: entre o conservador e o
moderno

Pré-modernismo
• Período de transição das duas primeiras décadas do século XX
até a Semana de 1922 que não se constitui uma escola literária;
• Denúncias de problemas que acometem a sociedade brasileira,
sem idealizações, com obras que retratam objetivamente a
realidade;
• Literatura preocupada com fatos políticos e econômicos,
revelando engajamento;
• Temas novos, sem maiores inovações formais;
• Autores de destaque:
◦ Augusto dos Anjos:
▪ Poeta de difícil classificação, é pré-modernista porque
aglutina várias tendências e inova no uso de vocabulário
cientificista;
▪ Seus temas (junto aos temas considerados grotescos)
relacionam-se à morte, ao horror, à podridão, à
constituição do corpo humano e à angústia de viver;
▪ Foi autor de um único livro: Eu;
◦ Lima Barreto:
▪ Fez denúncia ao abandono da periferia do Rio de Janeiro e
aos preconceitos raciais e sociais. Criticou o nacionalismo
ingênuo e os falsos nacionalistas em Triste fim de
Policarpo Quaresma;
◦ Monteiro Lobato:
▪ De linguagem irônica e por vezes amarga, abordou a
decadência das cidades cafeeiras paulistas do Vale do
Paraíba (nas obras Urupês e Cidades mortas). Sua
literatura voltada para crianças revolucionou a literatura
infantil do país;
◦ Euclides da Cunha:
▪ Tinha uma visão determinista da sociedade. Em Os
sertões, revelou o abandono do sertão nordestino e o
massacre na Guerra de Canudos;

O mundo ocidental no início do século XX


• Diferentes valores culturais;
• Grandes renovações no mundo da arte;
• As vanguardas europeias:
◦ Expressionismo:
▪ Deformação da figura humana;
▪ Mundo subjetivo e irracional;
◦ Cubismo:
▪ Decomposição segundo a imaginação;
▪ Ruptura da forma e geometrização;
◦ Futurismo:
▪ Velocidade;
▪ Anulação do tempo;
▪ Simultaneidade;
▪ Avanço, progresso;
◦ Dadaísmo:
▪ Improviso;
▪ Falta de significado;
▪ Sentimento de decepção;
◦ Surrealismo:
▪ Estado subsconsciente, contrário à lógica, de abstração;
▪ Busca do sonho e da loucura;
Capítulo 11 – Modernismo em Portugal: o começo

O Modernismo em Portugal
• O Modernismo português, didaticamente, teve seu início com a
publicação da revista Orpheu, em 1915;
• A Literatura portuguesa viveu três momentos bem delineados:
◦ A Geração Orpheu;
◦ A Geração Presença;
◦ O Neorrealismo;
• O Modernismo passou a ser considerado um movimento que
visava, artisticamente, a romper com o romantismo idealizante e
os convencionalismos linguísticos;
• Autores de destaque:
◦ Fernando Pessoa:
▪ É o grande nome do Modernismo português;
▪ Apresenta-se sob a forma de:
• Pessoa ortônimo, ou seja, ele-mesmo;
• Heterônimos, que são personalidades diferentes criadas
para existirem de maneira independente. Seus três
principais heterônimos são:
◦ Alberto Caeiro: simples, campestre;
◦ Ricardo Reis: neoclássico;
◦ Álvaro de Campos: engenheiro de tendência futurista;
◦ Mário de Sá-Carneiro
▪ Demonstra a angústia existencialista e aborda suas
frustrações com o mundo e a dificuldade do sujeito em se
conhecer;
◦ José Saramago:
▪ Nobel de Literatura em 1998, também se destaca em
Portugal por falar dos anseios por solidariedade e da
esperança em uma sociedade criticada por ser hipócrita e
indolente;

Capítulo 12 – O Modernismo no Brasil: primeira


geração

O Brasil no início do século XIX


• Momentos de redefinição política;
• Declínio da oligarquia do café com leite;
• Número crescente de imigrantes na população;
• Crescimento do poder da burguesia industrial, da classe média
e do proletariado;
• Necessidade urgente de definir uma identidade nacional;
• A primeira fase modernista – fase heroica (1922-1930) – com a
renovação da mentalidade artística brasileira;
• Semana de Arte Moderna de 1922:
◦ Encontro e fortalecimento dos artistas modernistas e
apresentação das novas concepções de arte ao público;
◦ Reação crítica negativa: vaias e chacotas;
◦ Polêmica;

As características da poesia moderna


• Novas abordagens e temas;
• Versos livres;
• Linguagem escrita x Linguagem falada;
• Composição pictórica;
• Contrastes sonoros e ritmos imprevistos;
• Libertação de padrões clássicos;

Localismo x cosmopolitanismo
• A realidade moderna e a urbanização;
• A reconfiguração da sociedade;
• O conhecimento dos problemas e contrastes sociais;
• O curioso convívio entre a literatura de salão e a literatura
regionalista;
• As prévias do nacionalismo exaltado;
• As incongruências entre o nacionalismo e o cosmopolitanismo;

Autores de destaque
• Mário de Andrade:
◦ A busca do caráter brasileiro em Macunaíma: “o herói sem
nenhum caráter”;
◦ Romance surrealista: condensação, colagem e montagem;
◦ Função de evidenciar os contrastes e desigualdades do povo;
◦ O efeito de simultaneidade na narrativa;
• Oswald de Andrade:
◦ Papel de agitador cultural;
◦ Primitivismo: olhar voltado aos primeiros indígenas;
◦ Novo uso da linguagem: quem somos e como falamos;
◦ “Manifesto da poesia Pau-Brasil” e “Manifesto antropófago”;
• Manuel Bandeira:
◦ As práticas neoclássicas e as heranças do
Romantismo/Simbolismo em sua formação;
◦ Inovações do Modernismo e as influências das vanguardas
europeias;
◦ Leitura do poema “Os Sapos” na Semana de Arte Moderna;
◦ A questão – natural e não intencional – da identidade nacional
brasileira para o poeta;
◦ O lirismo do poeta: adesão aos ideais modernistas de forma
intensa e ativa, porém sem abandonar as técnicas anteriores
consideradas importantes para o desejado resultado poético
◦ A “modesta grandeza” do poeta:
▪ A simplicidade na abordagem às complexidades;
▪ O espaço fechado do quarto e a abertura para a rua;
▪ A vida cotidiana e as grandes simplicidades brasileiras;
▪ O inusitado e o inesperado nas pequenas coisas;
▪ O rearranjo dos elementos tradicionais e incomuns;
▪ A efemeridade e o caráter passageiro de tudo;
▪ As limitações da doença e o anúncio constante do fim;
◦ O alumbramento e Pasárgada:
▪ Auge da inspiração e revelação
▪ Relembranças da infância;
▪ O tema da evasão;
Capítulo 13 – O Modernismo no Brasil: segunda
geração

Carlos Drummond de Andrade


• Sua obra pode ser dividida em três fases:
◦ Poesia gauche:
▪ Próxima à primeira geração modernista;
▪ Trabalho com a linguagem coloquial;
▪ Ironia e humor;
▪ Exemplo: “Cidadezinha qualquer”;
◦ Poesia social:
▪ Sentimento em relação ao mundo e aos problemas da
sociedade;
▪ Reflexão, consciência e reconhecimento da realidade;
▪ Exemplo: “José”;
◦ Poesia metafísica:
▪ Temas mais universais;
▪ Sentimentos humanos, a relação com a vida;
▪ Situações cotidianas e as limitações humanas.
▪ Exemplo: “A máquina do mundo”;

Cecília Meireles
• Características marcantes:
◦ Expressão intensa da intimidade da alma;
◦ Sombras, indefinições e sentimentos;
◦ Imagens profundas no âmbito reflexivo e intuitivo;
◦ Aproveitamento intenso do léxico da linguagem e dos ritmos
da poesia;
◦ Neossimbolismo;
◦ O efêmero e a passagem da vida;
◦ O amor, a natureza, a solidão e a metalinguagem;

Vinícius de Moraes:
• Pontos principais de sua obra:
◦ Aprovação crítica e amplo acesso popular;
◦ Intensidade de emoções e a questão social;
◦ Linguagem simples e direta;
◦ Soneto camoniano;
◦ Primeiro momento cristão, segunda fase material e cotidiana;
◦ Grande apreço pela carreira musical;
◦ Sensualidade, erotismo, amor e a mulher;

Jorge de Lima
• Pontos principais de sua obra:
◦ Temas locais: folclore, fauna e flora;
◦ O negro incluído na literatura;
◦ Obra variada:
▪ Exemplos parnasianistas, versos livres, características
românticas e simbologia bíblica;
◦ Poema épico: “A Invenção de Orfeu” (1952);

Murilo Mendes
• Pontos principais de sua obra:
◦ Fotomontagens em parceira com Jorge de Lima;
◦ Relação entre a religião católica e a obra de arte;
◦ Surrealismo;
Capítulo 14 – Modernismo: novo regionalismo

A prosa modernista e os romances regionalistas


• Do centro (São Paulo e Rio de Janeiro) para o interior:
diferentes histórias e culturas;
• Questões:
◦ Físicas do ambiente: seca;
◦ Sociais: pobreza e opressão;
◦ Linguísticas: liberdade de expressão;
• Universalidade das obras:
◦ Questões que ultrapassam descrições regionalistas;
◦ Temas atuais: problematização das questões econômicas,
políticas e sociais;
• Relação das obras do período com a formação da identidade
nacional:
◦ Linguagem de riqueza e diversidade;
◦ Grandes desigualdades sociais;
• Autores de destaque:
◦ Rachel de Queiroz:
▪ Pioneirismo: primeira mulher a ingressar na Academia
Brasileira de Letras, de importância fundamental para o
romance regional brasileiro e escritora de sucesso ainda
muito jovem;
▪ Escrita de forma livre e natural: registro da realizada vista e
sentida;
▪ Fluido e terno interesse pelo ser humano transparecido na
sua produção;
▪ “O quinze” como romance de destaque;
◦ Jorge Amado:
▪ Escritor de popularidade e reconhecimento internacional;
▪ O foco na Bahia e a inclinação ao erotismo estão
marcadas em sua produção literária;
▪ Criação de imagens marcantes e permanentes no
imaginário coletivo nacional;
▪ Mulheres, religião, festas, pobreza e violência como temas
frequentes;
▪ Crítica social e denúncia das injustiças de sua terra;
▪ Adesão à ideologia comunista e forte atuação política;
▪ “Cacau” e “Capitães da Areia” estão entre os seus
inúmeros romances;
◦ Érico Veríssimo:
▪ Primeiras obras constituídas de relatos do cotidiano da
vida urbana de estratos médios da sociedade;
▪ Segunda fase de sua produção: pode ser considerada
regionalista:
• Produção da trilogia sobre a vida e a história gaúcha
com o título geral de “O tempo e o vento”, com a ideia
de busca da formação da identidade da região e do
povo do Rio Grande do Sul;
◦ José Lins do Rego:
▪ Presença de traços biográficos em sua obra;
▪ Mistura de memória e registro;
▪ Linguagem poética, sensibilidade com a matéria narrada
como suas características principais;
▪ “Menino de engenho” e “Banguê” como obras de
destaque;
◦ Graciliano Ramos:
▪ Obra marcada pelo realismo crítico, Neorrealismo e
determinismo;
▪ Demonstração de atitude política por meio da escrita;
▪ Impressão de carga psicológica na condução do romance
e na caracterização dos personagens;
▪ Uso de uma linguagem enxuta, com apenas o que deve ser
dito;
▪ “Vidas Secas” e “São Bernardo” são suas obras de
destaque;
Capítulo 15 – Século XX: novas identidades literárias

Guimarães Rosa e a reinvenção do regionalismo


• Aspectos gerais trabalhados pelo autor:
◦ Plano metafísico;
◦ Embate entre as forças do bem e do mal;
◦ Mistério da morte e os enigmas da vida;
◦ Perenidade da vida e de todas as coisas;
◦ Regionalismo e universalidade;
• A língua roseana:
◦ Neologismos, arcaísmos, latinismos, estrangeirismos e
indianismos;
◦ Estruturas sintáticas livres;
◦ Preferência às orações coordenadas, sem qualquer relação
de dependência;
◦ Convivência entre o popular e o erudito;
◦ Estilo próprio, inédito e único;
◦ Jogo com as palavras;
• Relação com o leitor:
◦ Desafio à compreensão do leitor;
◦ Convite ao olhar primitivo de descoberta;
◦ Expectativa do acaso:
▪ Uma mudança sempre pode ocorrer;
◦ Reflexão sobre o caráter fragmentário do homem;
• Conteúdo regional, nacional e universal:
◦ Mistura entre a descrição histórico-geográfica real com a
fantasia e imaginação;
◦ Saberes populares e cultos com a mesma força de atuação;
◦ Transcendência e epifania: momentos de luz;
◦ Perspectiva do autor:
▪ Proximidade absoluta com a matéria narradas;
◦ Condensação entre realidade e ficção;
Clarice Lispector
• Literatura intensa e profunda a partir de temas aparentemente
corriqueiros;
• Intenção de mostrar o que estava prestes a transbordar do
terreno oculto;
• Mundo caótico e tenso mesmo nos fatos mais simples do
cotidiano;
• Temas que tocam nos sentimentos e instintos humanos, como
desejos, paixões etc.;
• Processo de alteridade e identidade a partir da diferença entre o
eu e o outro;
• Questão social presente de maneira intrínseca à questão
existencial;
• As posições sociais se projetam em questões psicológicas e
existenciais;

João Cabral de Melo Neto


• Pertencimento à geração de 1945;
• Reconhecimento por seu rigor estético;
• Poemas construídos de forma inédita a partir de padrões
formais;
• Objetividade como traço principal;
• Recusa de sentimentalismos;
• Poesia como objeto de trabalho construído, planejado e
objetivado;
• Preocupação com a realidade social, especialmente a do
Nordeste brasileiro;

Poesia concreta
• Abolição do verso;
• Disposição das palavras na página a contribuir para a
significação;
• Visual e sonoro juntos na construção do sentido;
• Rejeição do lirismo;
• Possibilidade de múltiplas leituras;
• Poema sem ser fruto de mera inspiração;

Neoconcretismo
• Leitor com importância fundamental na construção do poema,
que se cumpre na leitura;
• Interlocutores retirados da passividade contemplativa e
convocados a interagir com as obras;
• Destaque ao poeta Ferreira Gullar e aos artistas plásticos Lygia
Clark e Hélio Oiticica;

Poesia-práxis
• Poesia transformada pela manipulação do leitor;
• Retomada do verso;
• Valorização do sentido das palavras e suas relações em nível
sintático, semântico e pragmático;

Poesia-processo
• Concretude da linguagem;
• Valorização do visual em detrimento do verbal;
Capítulo 16 – Literatura contemporânea

A arte engajada dos anos 1960


• O processo de modernização e desenvolvimento da nação
brasileira a partir dos anos 1950;
• A renovação e atualização do legado dos modernistas;
• O surgimento e a atuação do Centro Popular de Cultura (CPC);

Ferreira Gullar e a poesia participante


• Adesão e rompimento com a poesia concreta;
• Começo e amadurecimento de uma poesia de caráter social;
• Poema sujo: uma obra-prima;

Tropicalismo
• Movimento de ruptura e inovação;
• Reflexão das aspirações de jovens;
• Caráter de resistência;

A poesia marginal e a “geração mimeógrafo”


• Forte irreverência;
• Exploração de detalhes modernistas;
• Descompressão do rigor concretista;
• Preocupação com a expressão e o alcance da poesia;

Os diversos caminhos da invenção literária no século XX


• Prosa e poesia contemporânea:
◦ Diversidade de estilos;
◦ Individualidade do autor;
◦ Novas estruturas narrativas;
• Autores em destaque:
◦ A ficção introspectiva de Lygia Fagundes Telles;
◦ A bagagem modernista de Adélia Prado;
◦ A poesia de chão e as palavras em transe de Manoel de
Barros;
◦ As cidades e as suas complexidades na crônica de Rubem
Braga e nos contos de Rubem Fonseca;
◦ O fantástico e sua tangência ao real nos contos de Murilo
Rubião e J. J. Veiga;

O teatro do século XX
• Atualidade de O Rei da Vela, peça de Oswald de Andrade;
• O psicológico, o mítico e o trágico no teatro de Nelson
Rodrigues;
• O retrato da falida aristocracia rural no teatro de Jorge de
Andrade;
• O teatro de marca intervenção social dos dramaturgos
Gianfrancesco Guarnieir e Augusto Boal;
• Os marginalizados do teatro Plínio Marcos;
• O medievalismo no teatro de Ariano Suassuna;

A literatura africana de língua portuguesa


• O saldo literário do processo de colonização portuguesa na
África;
• A prosa poética de Mia Couto;
• O elemento africano na cultura brasileira;a
• A representação do negro na Literatura brasileira;
Geografia
Frente 1
Livro 1
Capítulo 1 – Cartografia

• A cartografia é dividida em sistemática (que se dedica à


produção de mapas topográficos) e temática (que produz
mapas em que temas específicos são representados
graficamente);
• A localização dos lugares nos mapas é feita por meio das
coordenadas geográficas, que, por sua vez, se baseiam nas
linhas imaginárias: os paralelos (nos quais se baseia a medida
das latitudes), e os meridianos (nos quais se baseia a medida
das longitudes);
• Os fusos-horários são faixas de 15° que têm como centro os
meridianos múltiplos de 15° e servem para padronizar os
horários da superfície terrestre em intervalos de horas cheias.
Cada fuso que passamos para leste, somamos uma hora,
fazendo-se o inverso quando vamos para oeste;
• A escala pode ser geográfica, que determina o tamanho da área
a ser estudada, ou cartográfica, que determina quantas vezes a
realidade foi dividida para ser desenhada no mapa, por
exemplo, 1:5000 = medidas reais divididas 5.000 vezes para
serem desenhadas no mapa;
• As projeções cartográficas são técnicas para transferir as
formas e dimensões da superfície terrestre, que é curva, para o
mapa, que é plano. Elas podem ser:
◦ Conformes (mantêm a forma);
◦ Equivalentes (mantêm o tamanho);
◦ Equidistantes (mantêm as distâncias;
◦ Afiláticas (distorcem pouco cada uma das dimensões);
• As estratégias utilizadas para a representação de temas nos
mapas temáticos são: símbolos, linhas, cores, formas e
tamanhos;

Capítulo 2 – Geomorfologia

• A Terra tem uma estrutura dividida, principalmente, em três


camadas:
◦ O núcleo, mais ao centro;
◦ O manto, intermediário;
◦ A crosta, ou litosfera, muito fina em relação às outras e muito
importante para a vida no planeta, pois é sobre ela que todos
os ecossistemas se desenvolveram;
• O relevo terrestre é resultado do choque entre dois conjuntos de
forças:
◦ As endógenas (que resultam dos movimentos de convecção
do magma no manto e sua pressão sobre a crosta);
▪ Resultam destas: orogênese, epirogênese, terremotos,
falhamentos e vulcanismo;
◦ As exógenas (que resultam da atividade da atmosfera);
▪ Destas são resultantes: intemperismo, transporte e
sedimentação;
• As rochas se diferenciam em três tipos, de acordo com o
processo de formação:
◦ As ígneas ou magmáticas (formadas pela solidificação do
magma);
◦ As sedimentares (formadas por litificação);
◦ As metamórficas (formadas por alteração de outras rochas
por causa da exposição a extremas condições de pressão e
temperatura);
• As estruturas de relevo se dividem em três tipos:
◦ Crátons ou escudos;
◦ Dobramentos ou cinturões orogênicos;
◦ Bacias sedimentares;
• As principais formas de relevo são:
◦ Planaltos (áreas em desgaste);
◦ Planícies (áreas em sedimentação);
◦ Depressões (rebaixadas por longos processos de desgaste);
◦ Tabuleiros (originados de antigas planícies);
◦ Cuestas (caracterizam as bordas das bacias sedimentares);
• A mais recente classificação do relevo brasileiro é a de Jurandyr
Ross, que divide o território brasileiro em formas (planalto,
planície e depressões) e estruturas (escudos, cinturões
orogênicos e bacias sedimentares);
Capítulo 3 – Solos e minérios

• Os recursos minerais são fundamentais para muitas atividades


humanas, entre elas a indústria, o transporte, a geração de
energia e a agricultura. Algumas reservas são maiores e outras
menores, mas todos são recursos não renováveis;
• Duas formas de intemperismo atuam sobre as rochas em seu
processo de transformação em solo:
◦ O intemperismo físico (que promove a desagregação da
rocha);
◦ O intemperismo químico (que promove a sua decomposição);
• A intensidade do intemperismo para a formação dos solos
depende de cinco fatores:
◦ A rocha original, o clima, a declividade, a biosfera e o tempo;
• Entre os problemas ambientais relacionados aos solos estão:
◦ Erosão (laminar ou voçorocas);
◦ Lixiviação;
◦ Salinização;
◦ Arenização;
• Os minerais metálicos são encontrados, mais facilmente, em
terrenos de estrutura geológica antiga e cristalina (rochas
ígneas e metamórficas). Isso se deve ao processo de formação,
que pode estar ligado às atividades tectônicas ou à laterização;
• As maiores áreas de extração de minério de ferro no Brasil são
o Quadrilátero Ferrífero (MG) e a Serra dos Carajás (PA).
• A bauxita é extraída, principalmente, no vale do rio Trombetas,
no Pará e seu processamento exige muita energia elétrica;
• O manganês é extraído no Quadrilátero Ferrífero (MG) e no
Maciço do Urucum (MS);
• O nióbio é um importante mineral extraído, principalmente, em
Araxá (MG);
Capítulo 4 – Recursos hídricos

• Apesar de parecer um recurso abundante, a água pode ser ou


vir a se tornar escassa. Apenas 2,5% do total é de água doce,
desses 2,5%, 68,9% estão congelados e 29,9% são água
subterrânea;
• O ciclo da água é fundamental para a renovação dos recursos
hídricos. Fazem parte dele, principalmente:
◦ A evaporação;
◦ A precipitação;
◦ O escoamento superficial e a infiltração no solo e nos
aquíferos;
• Os principais usos da água são o agrícola e o industrial e as
principais causas da degradação dos recursos hídricos são o
desmatamento, a poluição do solo, dos rios e da atmosfera;
• As redes hidrográficas são formadas pelo conjunto do rio
principal e seus afluentes. A área drenada por uma rede
hidrográfica é a chamada de bacia hidrográfica. Entre as
características das redes hidrográficas estão:
◦ A origem das águas;
◦ A declividade dos rios;
◦ A sua drenagem;
◦ O regime de cheias e vazantes dos rios;
• As três principais bacias hidrográficas brasileiras são:
◦ A do Amazonas, que se destaca por ser a maior do mundo
em volume de água e em área drenada, assim como por ter o
maior potencial hidrelétrico natural do país;
◦ A do Paraná, que se destaca por ter a maior capacidade
hidrelétrica instalada no país e por ser a que mais sofre com
a superexploração e com a poluição de suas águas;
◦ A do São Francisco, que se destaca pelo projeto de
transposição do rio São Francisco e suas implicações para a
vida local e do próprio rio;
Capítulo 5 – Climatologia

• Os fenômenos climáticos são resultantes da interação entra a


luz solar, a atmosfera e a superfície. A energia chega ao planeta
na forma de luz solar e a atmosfera determina as condições de
entrada e de saída dessa energia, que variam de uma região do
planeta para outra e também ao longo do ano;
• A superfície é dotada de diferentes graus de albedo, que é a
capacidade de reflexão da luz solar. Dependendo do índice de
albedo, a quantidade de energia mantida no planeta ou enviada
de volta ao espaço é diferente;
• O tempo é a condição da atmosfera em um determinado
instante. Para identificar e descrever esta condição utilizamos
os elementos do clima;
• O clima, por sua vez, é a forma como os tipos de tempo
normalmente se sucedem em uma determinada região, o que
varia de acordo com os fatores climáticos;
• Os fatores climáticos mais importantes são a latitude, a altitude,
a circulação atmosférica, a continentalidade, as correntes
marítimas, o relevo e o uso do solo;
• Os principais climas presentes no Brasil são o tropical, o
tropical húmido, o semiárido, o equatorial e o subtropical;
• As mudanças climáticas podem ser naturais ou antropogênicas.
Neste último caso, as mais importantes são o aquecimento
global, as ilhas de calor e o rareamento da camada de ozônio;
Capítulo 6 – Biogeografia

• A vegetação se distribui no planeta de acordo com fatores como


a luz, a temperatura e a fertilidade do solo;
• Os biomas são conjuntos de ecossistemas e condições
climáticas. Alguns exemplos importantes no mundo são: as
florestas tropicais úmidas, as florestas temperadas, a taiga, as
savanas, as pradarias e a tundra;
• Os principais biomas brasileiros são:
◦ Floresta Amazônica, característica das áreas de clima
equatorial na região Norte;
◦ Mata Atlântica, característica do litoral, onde predomina o
clima tropical húmido;
◦ Cerrado, que é uma mistura de gramíneas, arbustos e
árvores e se localiza nas áreas de clima tropical do Centro-
Oeste do país;
◦ Mata das Araucárias, relativamente homogênea e que se
localiza nas áreas de climas mais amenos, como o tropical de
altitude e o subtropical;
◦ Caatinga, que é uma vegetação xerófila e se localiza no
sertão nordestino;
◦ Pantanal, que é um grande complexo ligado ao regime de
cheias e vazantes do rio Paraguai e se localiza no Mato
Grosso do Sul;
• Os biomas brasileiros estão altamente degrados, principalmente
os mais próximos das áreas tradicionalmente urbanizadas e
industrializadas. Entre as causas da degradação estão a
exploração agrícola, a urbanização e a industrialização;
Capítulo 7 – Questão ambiental

• A questão ambiental passou a existir e fazer sentido a partir do


momento em que a devastação promovida pelas ações
humanas começou a tomar extensão e intensidade
consideráveis. Tal mudança está diretamente ligada à
Revolução Industrial e a processos a ela ligados, como a
urbanização e a modernização agrícola;
• A consciência sobre a degradação ambiental fez surgir a
Ecologia e o Ecologismo.
◦ A primeira é parte da biologia, mas que também pode
aparecer como ciência autônoma, que tem por objetivo
estudar as relações entre os seres vivos e destes com o
meio;
◦ A segunda se refere às ações que têm a pretensão de
preservar as boas condições ambientais. Dentro do
Ecologismo é possível identificar pelo menos três grandes
tendências:
▪ O Preservacionismo;
▪ O Conservacionismo;
▪ O Ecossocialismo;
• Os principais problemas ambientais da atualidade são: o
escasseamento dos recursos naturais, a poluição ambiental e
as mudanças climáticas;
• Iniciadas em 1972, em Estolcomo, as reuniões internacionais
para definir metas e meios de preservar o meio ambiente vêm
se tornando mais fortes, mas, ao mesmo tempo, mais polêmicas
e com grandes impasses, sendo os dois principais a dificuldade
de aliar crescimento econômico com preservação ambiental e
as disputas entre os países ricos (já desenvolvidos e com
tecnologia “limpa”) e os países pobres (ainda pouco
desenvolvidos e com tecnologias “sujas”);
Capítulo 8 – O espaço urbano

• Vimos que a urbanização pode ser percebida pelo aumento da


população urbana em relação à população rural, mas que o
processo com tal é bem mais amplo do que isso, envolvendo
mudanças econômicas e culturais, tanto nas cidades como no
campo;
• A partir daí, destacamos o fato de que cada processo de
urbanização é diretamente caracterizado pelas mudanças mais
amplas ocorridas na sociedade em questão, o que nos permite
diferenciar a urbanização em países ricos da que acontece em
países pobres, evitando a ideia equivocada de que quanto mais
urbanizado for um país, mais rico e desenvolvido ele deve ser;
• A urbanização deixa suas marcas no território, levando à
criação de redes urbanas, que são grandes conjuntos de
cidades interligadas por meio de transporte e comunicação e
com relações econômicas, políticas e culturais bastante
intensas. Dentro das redes urbanas, percebemos a existência
de uma hierarquia e de diferentes processos de concentração
(metropolização) e desconcentração (desmetropolização);
• Por mais que os problemas sociais caracterizem países como
um todo, os problemas sociais urbanos se ligam diretamente ao
espaço das cidades e às suas características. Nos países ricos,
questões como poluição e trânsito intensos se mantêm
constantes, enquanto isso, nos países mais pobres, a esses
problemas somam-se outros, como o déficit habitacional e a
violência urbana;
Capítulo 9 – Dinâmica demográfica e estruturas da
população

• O crescimento vegetativo é resultante da diferença entre a taxa


de natalidade e de mortalidade e que, somado ao saldo
migratório, resulta no crescimento demográfico. A diferença
entre os dois conceitos é importante para distinguir países com
alto e baixo crescimento natural;
• As taxas de natalidade, de mortalidade e de fecundidade variam
ao longo do tempo. Sua queda acentuada marca a passagem,
segundo a teoria da modernização, de um antigo para um novo
regime demográfico. Essa passagem é chamada também de
transição demográfica, ao longo da qual a população cresce
devido à queda mais rápida da mortalidade;
• A transição demográfica ocorreu antes e de forma mais
completa nos países centrais que nos periféricos. Isso faz com
que os países centrais tenham uma população estável ou, em
alguns casos, declinante, mas sempre em processo de
envelhecimento, Tanto o envelhecimento como a queda
populacional colaboram para atrair imigrantes, mas o medo da
descaracterização cultural vem aumentando a aversão aos
estrangeiros;
• Ao longo dos últimos séculos, foram criadas três teorias sobre
as relações entre a dinâmica demográfica e o desenvolvimento
socioeconômico: a malthusiana e a neomalthusiana, que
priorizam o controle da natalidade a reformista, que põe o foco
nas injustiças sociais e suas consequências demográficas;
• O Brasil foi formado por três matrizes étnicas: os europeus, os
indígenas e os negros africanos. Atualmente, a estrutura étnica
do país é fortemente marcada pela presença dos povos não
brancos. No entanto, a discriminação continua, assim como as
desigualdades no que tange ao acesso, tanto de negros como
de indígenas, aos bens socioeconômicos do Brasil atual;
Capítulo 10 -

• O desenvolvimento econômico e social não é uma mudança


quantitativa, mas sim, qualitativa, apesar de não estar
totalmente desligado da primeira;
• As mudanças promovidas pelo processo de desenvolvimento
podem ser percebidas nas transformações da estrutura da
população, principalmente na organização da PEA;
• A PEA pode ser analisada tanto em relação ao quanto ela
representa da população total como também em relação às
suas subdivisões, por exemplo, homens e mulheres ou por
setores da economia;
• Os principais fatores para o desenvolvimento são a
alimentação, a saúde e a educação; cada um deles deve ser
estudado levando-se em consideração as características
socioespaciais que dificultam ou facilitam o desenvolvimento;
• Entre os índices para medir o desenvolvimento, estudamos o
PIB, o PIB per capita, o IDH e o Índice de Gini;
Capítulo 11 – Regiões e regionalização do espaço
político

• Região é uma área delimitada de acordo com critérios


estabelecidos caso a caso, portanto, são possíveis diferentes
regionalizações em diferentes escalas;
• Cada regionalização está baseada em uma teoria ou mesmo em
uma visão de mundo diferente;
• Existem três principais formas de regionalizar o território
brasileiro:
◦ A mais conhecida é a do IBGE, baseada na regionalização
homogênea, que inclui cinco regiões: Sul, Sudeste, Centro-
Oeste, Norte e Nordeste;
◦ Outra, também ligada a estudos do IBGE, é a regionalização
geoeconômica, baseada na ideia de divisão territorial do
trabalho, dividindo o país em três macrorregiões: Centro-Sul,
Amazônia e Nordeste;
◦ E uma mais recente, ligada às teorias de Milton Santos, é a
que divide o país em “Quatro Brasis”: região Concentrada,
Centro-Oeste, Amazônia e Nordeste;
• O processo de integração do território nacional, ligado à
mudança da economia agroexportadora para a urbano-
industrial, promoveu a configuração da divisão territorial do
trabalho que conhecemos atualmente, destacando a região
Concentrada como o grande centro produtivo e decisório do
país; a região Centro-Oeste como a de expansão econômica
recente, ligada principalmente ao agronegócio; a Nordeste
como a região de manutenção de modelos, tanto técnicos
quanto político-sociais, de atraso; e a Amazônia como reserva
territorial pouco ocupada; no entanto, nos últimos anos fica clara
a tendência de renovação econômica do Nordeste;
• O mesmo processo de integração do território que gerou a
divisão territorial do trabalho produziu também as migrações
internas no país;
• Ao longo do processo de industrialização da região
Concentrada, o Centro-Oeste conheceu um intenso e rápido
processo de expansão da fronteira agrícola, a Amazônia foi alvo
de investimentos pontuais (Zona Franca e áreas de mineração)
e o Nordeste conheceu um longo período de estagnação
econômica;
• Dessa forma, enquanto esta última região ia se afirmando como
área de repulsão econômica, as outras três se firmaram como
áreas de atração; uma exceção importante, nesse esquema
sintético, foi o interior dos estados do Paraná e do Rio Grande
do Sul, de onde também saíram muitos grupos de migrantes,
principalmente em direção ao Centro-Oeste;
• Atualmente destaca-se uma tendência de desconcentração dos
fluxos migratórios, marcada pelas migrações intrarregionais,
pelas migrações temporárias (pendulares e sazonais) e pela
queda da imigração na região Concentrada e aumento da
imigração no Nordeste, configurando, muitas vezes, uma
migração de retorno;
Frente 2
Livro 1
Capítulo 1 – A Geografia e o estudo do mundo atual

• A Geografia estuda a relação entre os seres humanos e o meio.


Portanto, é fundamental para os estudos geográficos,
compreender a forma como os seres humanos estão
organizados em sociedade e como o meio é, por eles,
apropriado;
• A sociedade em que vivemos tem como característica principal
e mais geral a modernidade, que, por sua vez, caracteriza-se
por uma economia de mercado, um Estado nacional e uma
cultura laica de massas;
• O Estado moderno é caracterizado pela laicização (separação
entre estado e Igreja), pela separação entre poder político e
poder econômico, pela centralização, pela identidade nacional e
pela busca do poder com base na hegemonia;
• A economia capitalista se baseia na propriedade privada dos
meios de produção, no trabalho assalariado, na busca do lucro
e no mercado;
• A cultura da modernidade é caracterizada pelo declínio da
tradição, pela ascensão de cultura de massas e dos valores
ligados ao capitalismo e ao individualismo e pelo surgimento da
esfera pública, fundamental para o desenvolvimento das
sociedades democráticas;
• A Geografia estuda a relação entre a sociedade moderna e o
meio através de quatro conceitos fundamentais:
◦ Paisagem;
◦ Espaço;
◦ Região;
◦ Lugar;
Capítulo 2 – Do meio natural ao meio técnico-
científico-informacional

• Segundo Milton Santos, podemos dividir as relações entre


sociedade e natureza em três períodos caracterizados por três
diferentes tipos de meio:
◦ O meio natural (antes da Revolução Industrial);
▪ No meio natural, há técnicas, mas elas se limitam a auxiliar
a adequação do ser humano ao meio;
◦ O meio técnico (entre a Revolução Industrial e a Segunda
Guerra Mundial);
▪ No meio técnico, é a natureza que começa a ser adequada
aos sistemas técnicos criados pelos seres humanos;
▪ A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, com base
no liberalismo, inaugurou o período técnico. Além disso,
deu origem ao imperialismo (econômico, político e cultural)
e à antiga Divisão Internacional do Trabalho (DIT);
◦ O meio técnico-científico-informacional, que começa a se
constituir nos anos 1930, mas ganha força, extensão e
intensidade após a Segunda Guerra Mundial;
▪ No meio técnico-científico-informacional, passa a haver
uma clara união entre técnica e ciência, controlada pelas
grandes empresas ou pelo Estado;
▪ O período técnico-científico está diretamente ligado ao
fordismo – que é um sistema de organização empresarial
baseado na ideia de produção em massa com consumo
em massa – e ao keynesianismo – um modelo econômico
que prega interferência do Estado na economia;
• As indústrias podem ser divididas em:
◦ De bens de consumo, que se dividem em:
▪ Bens de consumo duráveis;
▪ Bens de consumo semiduráveis;
▪ Bens de consumo não duráveis;
◦ De bens de produção:
▪ Extrativistas;
▪ De bens intermediários;
▪ De bens de capital;
• A nova DIT é dividida em países industrializados desenvolvidos,
industrializados subdesenvolvidos e não industrializados;
• O subdesenvolvimento tem como principais fundamentos:
◦ A inferioridade tecnológica;
◦ A dependência financeira;
◦ A participação das multinacionais no processo de
industrialização;
• O período atual é caracterizado pelo neoliberalismo (apesar de
haver reviravoltas recentes), pela acumulação flexível
(toyotismo) e pela globalização;
Capítulo 3 – A industrialização brasileira

• A colonização brasileira é geralmente classificada como de


exploração, o que, apesar das polêmicas levantadas, explica,
em parte a história de subdesenvolvimento do país;
• A industrialização brasileira foi tardia e baseada na substituição
de importações;
• A industrialização brasileira foi promovida por um tripé
econômico formado por:
◦ Estado: infraestrutura e indústrias de base;
◦ Capital privado nacional: indústrias de bens de consumo não
duráveis;
◦ Capital privado internacional: indústrias de bens de consumo
duráveis;
• A industrialização brasileira promoveu a integração do território
nacional e, ao mesmo tempo, a divisão territorial do trabalho,
aumento a desigualdade entre as regiões;
• Até a década de 1970, houve um processo de concentração
espacial da indústria, mas desde o fim daquela década vem
ocorrendo um processo de desconcentração espacial da
indústria, causado pelo aumento dos custos de produção nos
grandes centros e pelos incentivos fiscais dos novos polos;
Capítulo 4 – Fontes de energia 1

• A energia encontra-se na natureza em forma de fonte primária.


Para ser utilizada, ela deve ser transformada em alguma forma
de fonte secundária. Um exemplo é a energia hidráulica que se
transforma em energia elétrica nas hidrelétricas;
• As fontes primárias podem ser divididas em renováveis e não
renováveis, o que depende da relação entre a intensidade do
uso e a reposição da natureza. Combustíveis fósseis e urânio
não são renováveis, ao passo que a hidreletricidade e biomassa
o são;
• O uso de energia é muito maior em países urbano-industriais do
que em países agrários, o que se deve, por um lado, ao uso das
indústrias e, por outro, dos sistemas técnicos ligados ao modo
de vida urbano-industriais;
• O sistema elétrico brasileiro é baseado em hidrelétricas, o que
se deveu à grande disponibilidade de potencial hídrico no país.
Este sistema foi formado por iniciativa estatal durante o período
nacional-desenvolvimentista, mas entrou em crise na década de
1980. Nos últimos anos, vem ocorrendo uma recuperação, com
grandes projetos sendo iniciados, com destaque para as usinas
do rio Madeira e para Belo Monte;
Capítulo 5 – Fontes de energia 2: Combustíveis

• Os combustíveis são utilizados desde a antiguidade pelos seres


humanos, principalmente para o cozimento da comida, para a
proteção e para a manipulação de materiais, em particular de
metais. Os primeiros combustíveis utilizados eram exemplos de
biomassa, principalmente a lenha;
• Desde a Revolução Industrial, ganharam mais destaque os
combustíveis fósseis. Sendo grandes reservas energéticas, eles
proporcionaram grande aumento no poder humano de
transformar o meio. Mas, ao mesmo tempo, apresentam
algumas desvantagens, principalmente a de não serem
renováveis e a de serem as principais fontes dos gases de
efeito estufa;
• O carvão mineral, formado por carbonificação, é a principal
fonte primária utilizada para geração de energia elétrica no
mundo, assim como a principal fonte de calor para usinas
siderúrgicas. No Brasil, seu uso em termoelétricas é bem
pequeno;
• O petróleo e o gás natural são hidrocarbonetos formados em
bacias sedimentares marítimas ou ligadas a grandes lagos.
Normalmente, são formados juntos, mas a proporção entre eles,
assim como entre os diversos tipos de hidrocarbonetos que
formam o petróleo, costuma variar bastante. Existem petróleos
mais leves e pesados. No Brasil, predominam estes últimos;
• Até a década de 1950, a extração, o transporte e o refino do
petróleo eram dominados pelas chamadas Sete Irmãs,
empresas privadas anglo-saxãs. Desde os anos 1960, vem
crescendo o poder das empresas estatais de países
subdesenvolvidos como a Arábia Saudita, o Irã, a China, a
Venezuela e o Brasil;
• Na década de 1950, foi criada a Petrobras e estabelecido o
monopólio estatal do petróleo no Brasil. Mas só após o primeiro
choque do petróleo iniciou-se a fase de grandes investimentos
dessa empresa para extrair petróleo das reservas mais
volumosas do país, que estão no mar. Atualmente, a principal
área produtora é a Bacia de Campos (RJ), mas as novas
descobertas na camada pré-sal (Bacia de Santos – SP)
prometem grandes mudanças para o setor nos próximos vinte
anos;
• Com a tendência de encarecimento dos combustíveis fósseis e
a necessidade de minimizar as emissões de gases do efeito
estufa, vem ganhando força a produção de biocombustíveis.
Estes são materiais originados de matéria orgânica recente e,
até certo ponto, são mais sustentáveis que os combustíveis
fósseis, pois são renováveis e sua produção absorve gás
carbônico da atmosfera. Os destaques são o etanol (de cana de
açúcar ou de milho) e o biodiesel, feito de sementes
oleaginosas, como a soja;
Capítulo 6 – Geografia agrária

• O espaço rural é definido, entre outros fatores, pela baixa


densidade demográfica, que determina a forma de uso e de
regulamentação desse uso que lhes são próprias;
• Cada sistema agrícola é determinado por forças produtivas e
relações de produção, as quais podem caracterizá-lo como
tradicional, moderno ou alternativo. Entre os principais
exemplos estão a agricultura itinerante, a camponesa, os
sistemas coletivistas, a agricultura de jardinagem, o plantation e
a agricutura moderna;
• Os sistemas agrícolas modernos dão grande prioridade ao
aumento da produtividade em relação à área utilizada, que
significa produzir mais em menos espaço. Tal resultado
costuma ser alcançado devido ao uso de intensa mecanização
e insumos industriais, próprios da chamada Revolução Verde;
• Entre os problemas da agricultura moderna estão o grande
impacto ambiental, a desagregação dos sistemas tradicionais e
a prioridade para a produção dos bens mais valorizados no
mercado em detrimento dos alimentos básicos para a
população;
• A modernização agrícola no Brasil ocorreu de forma
concomitante com a expansão da fronteira agrícola, que levou a
agricultura moderna a tomar grandes áreas do Cerrado e da
Amazônia;
• Atualmente estão em curso novas mudanças na agricultura, as
quais podem desembocar em uma ou mais novas revoluções
verdes;
• Por um lado, há os transgênicos e suas promessas, por outro,
as agriculturas alternativas, baseadas nos princípios da
agroecologia;
• A estrutura fundiária é a divisão das terras em propriedades. No
Brasil, tem-se uma estrutura fundiária muito concentrada,
resultante de problemas históricos como as sesmarias, a Lei de
Terras de 1850 e os projetos de ocupação do Centro-Oeste e
da Amazônia. Tal concentração da propriedade resulta em
problemas como o baixo aproveitamento da terra no país, a
desigualdade social, o desemprego e o inchaço urbano;
• Atualmente, o Brasil vem sendo foco de duas grandes
polêmicas sobre a questão da propriedade de terra. A primeira
é o aumento nacional e internacional da demanda por terras, o
que se deve ao temor da falta de terras e água em outros
países, ao mesmo tempo em que deve subir a demanda por
alimento e biocombustíveis. A segunda é da proteção da terra
em benefício da preservação ambiental e sociocultural, que vem
criando conflitos entre os grandes produtores do agronegócio e
setores do governo e dos movimentos sociais;
Capítulo 7 – Geografia política e regionalização do
mundo

• O Estado-nação é a forma atual de relação da sociedade com o


espaço em termos de poder. Ele é próprio da modernidade e é
formado pelo Estado moderno, pela nação e pelo território;
• Os Estados-nacionais têm soberania, mas, ao mesmo tempo,
dependem uns dos outros para sua existência, ou seja, só
existem dentro de um sistema interestatal. Os sistemas
interestatais são caracterizados por ordens mundiais, que são a
forma como o poder está dividido entre as potências mundiais e
como elas o disputam;
• Nos últimos séculos, destacam-se três ordens mundiais:
◦ A ordem mundial do Imperialismo, ligada à revolução
Industrial e ao domínio da África e da Ásia pelos países
europeus;
◦ A ordem bipolar da Guerra Fria, com o poder dividido entre
os Estados Unidos e a União soviética;
▪ A Guerra Fria era a forma de disputa de poder entre as
duas superpotências da ordem mundial pós-Segunda
Guerra Mundial. Ela se baseava na disputa ideológica, na
corrida armamentista e nos choques indiretos;
◦ A Nova Ordem Mundial, globalizada;
▪ Ela caracteriza-se pela ascensão de novas potências –
principalmente as da tríade Estados Unidos, União
Europeia e Japão – e as emergentes – como a China, a
Índia, a Rússia e o Brasil, formadores dos BRICS;
▪ Caracteriza-se também por novas formas de disputa de
poder, entre elas os nacionalismos e radicalismos
religiosos, o conflito Norte-Sul, o choque de civilizações e
os novos movimentos sociais;
Capítulo 8 – União Europeia

• A União Europeia foi criada a partir de um processo de


integração iniciada após a Segunda Guerra Mundial com a
finalidade de recuperar a economia devastada e acabar com a
disputa entre França e Alemanha pela região da Alsácia e
Lorena;
• Os principais estágios do processo de integração europeu
foram:
◦ A CECA, em 1952:
▪ Envolvia apenas liberdade comercial para setores ligados
à indústria de aço;
◦ A CEE, em 1957:
▪ Criava uma liberdade comercial mais ampla e já previa a
liberdade de locomoção da mão de obra;
◦ A União Europeia em 1991:
▪ Estabeleceu a moeda única e o parlamento europeu;
• A partir de 2004, ingressaram na União Europeia países que
tinham sido integrantes do bloco soviético, apontando para a
expansão territorial do bloco para o Leste, a qual se seguiu à
expansão da OTAN. Apesar de terem sido integrados, a maioria
desses países ainda não tem as mesmas condições dentro do
bloco que os integrantes mais antigos, o que se deve às suas
fragilidades econômicas;
• Nos últimos anos, a Europa vem enfrentando importantes
desafios, como o crescente envelhecimento da população, o
aumento do desemprego, dos déficits públicos e a estagnação
econômica. Ao mesmo tempo, crescem a xenofobia e as
incertezas quando ao futuro do euro e da própria Uniãop
Europeia;
• Durante as últimas décadas, a Europa ainda passou por
conflitos étnico-religiosos, entre os quais merecem destaque a
fragmentação da Iugoslávia, as disputas entre católicos e
protestantes na Irlanda do Norte e o separatismo dos bascos na
Espanha, o qual pode ser considerado o mais ativo conflito do
continente na atualidade;
Capítulo 9 – América do Norte

Estados Unidos
• A formação cultural e econômica dos Estados Unidos foi
fundamental para seu crescimento como potência. Seu território
amplo e rico em recursos permitiu um crescimento econômico
expressivo sem um envolvimento muito profundo na corrida
imperialista do século XIX, e permitiu também a setorização
através dos cinturões ou belts;
• No século XX, as guerras mundiais beneficiaram ainda mais o
Capitalismo estadunidense, apesar do impacto causado pela
crise de 1929;
• No período bipolar, a condição de superpotência garantiu a
expansão das indústrias do Estados Unidos para todo o mundo
capitalista;
• A partir do fim da Guerra Fria, o cenário se modificou e a
economia estadunidense gradativamente encolheu em relação
aos patamares anteriores, problema que foi agravado pela crise
financeira de 2008;
• Os Estados Unidos buscaram ampliar sua influência regional
através do NAFTA;

Canadá
• Quando ao Canadá, o país tem uma estreita relação com as
indústrias dos Estados Unidos, apesar de haver algum
destaque para setores especificamente canadenses, como
papel, celulose e alumínio;
• Politicamente, o Canadá apresenta uma divisão entre sua parte
francesa e sua parte inglesa, o que leva a um movimento
nacionalista que defende a separação em dois países
diferentes. A separação de fato ainda não ocorreu, mas é um
tema sempre presente;
México
• Em relação ao México, há uma profunda dependência em
relação à economia estadunidense, como no caso das
indústrias maquiladoras. O NAFTA agravou ainda mais tal
situação, permitindo a circulação de mercadorias, mas não a de
pessoas. No entanto, a circulação de pessoas ocorre na forma
da imigração irregular para o território dos Estados Unidos;
Capítulo 10 – América Latina

• A dominação externa sobre a América Central e a América do


Sul levou a um subdesenvolvimento que até hoje tem forte
impacto sobre a região. A maioria dos países não se
industrializou e, mesmo aqueles que o fizeram, desenvolveram
uma indústria voltada inicialmente para atender a interesses
estrangeiros. O agronegócio, a exploração mineral, o turismo e
os paraísos fiscais continuam sendo atividades intensas nos
países latinoamericanos;
• Politicamente, a região se caracteriza por um histórico de
instabilidade ou de exclusão. O processo é complexo e se
relaciona a diversos fatores. Até o início do século XIX, toda a
América Central e a do Sul eram colônias. Mesmo com a
independência, os sistemas políticos adotados n~ao geraram
uma real democracia. Golpes militares também foram
frequentes entre os séculos XIX e XX, apoiados ou não por
forças externas, como no período da Guerra Fria. A
consolidação democrática ocorreu apenas ao longo dos anos
1990. Hoje, enquanto alguns governos seguem a agenda
neoliberal, outros buscam investimento social maior sem romper
com o capital estrangeiro e, por fim, alguns adotaram uma linha
nacionalizante, como a Bolívia e a Venezuela;
• Uma novidade recente é o fortalecimento dos movimentos
políticos de base indígena, já que em diversos países as
populações nativas ainda são expressivas. Com o retorno da
democracia, os membros dessas camadas puderam se lançar
nas carreiras políticas. O presidente Evo Morales, da Bolívia, é
um bom exemplo, misturando o discurso popular-indígena com
o nacionalismo econômico;
• Em termos de conflitos ou crises, três países merecem
destaque:
◦ Cuba:
▪ No caso cubano, que remonta à Guerra Fria, o governo
vem buscando maior abertura econômica para dinamizar
seu mercado com a participação de capital privado sob
orientação do Estado;
◦ Colômbia e México, que apesar de terem histórias diferentes,
enfrentam o problema do narcotráfico e da presença de
grupos fortemente armados capazes de desafiar o poder do
governo;
Capítulo 11 – África

• Os problemas africanos têm origens diversas e bastante


complexas. É fundamental atentarmos para a soma de fatores
ligados à colonização europeia e à grande diversidade étnica e
religiosa do continente. A região Norte é mais homogênea em
termos culturais e apresenta menos problemas. A região
subsaariana é mais heterogênea e apresenta diversos
problemas;
• Percebemos também que a AIDS transformou-se em uma
epidemia gravíssima na região subsaariana devido à ausência
de governos estáveis e capazes de promover políticas públicas
eficientes;
• A África do Sul é uma exceção em diversos aspectos, pois
apresenta uma indústria moderna e é um país estável.
Entretanto, ainda carrega as marcas do apartheid, um regime
que afetou profundamente a população negra durante o século
XX;
• Com relação aos conflitos, abordamos alguns temas específicos
como forma de exemplificar as crises que podem acometer a
região. Tais crises podem ser compostas de diversos fatores.
Na maioria dos casos, as fronteiras artificiais criadas pelo
domínio europeu obrigaram a convivência, no mesmo país, de
grupos distintos e rivais. Isso pode gerar guerras civis,
separatismos ou genocídios. Em outros casos, o problema
climático também deve ser levado em consideração,
especialmente quando a desertificação obriga partes da
população a migrar para outras áreas. Há também conflitos em
que o principal problema é de origem política e ideológica, como
no caso de Angola e Moçambique. Por fim, alguns conflitos são
capazes de englobar todos esses elementos;
Capítulo 12 – Oriente Médio

• Neste capítulo, vimos que as diversas crises do Oriente Médio


devem ser estudadas à luz de uma rede muito complexa de
fatores;
• Além das diferenças culturais locais, a região é marcada por
intervenções externas que contribuíram muito para o atual
quadro de instabilidade;
• Deve-se destacar o imperialismo europeu e a forma como foi
feita a partilha da região a partir da Primeira Guerra Mundial,
assim como o sionismo e o apoio inglês à criação de um Estado
judaico; devemos ter em mente também a riqueza mineral
devido ao petróleo;
• A Guerra Fria colaborou ainda mais para complicar o quadro, já
que o nacionalismo árabe, com apoio soviético, era visto como
ameaça ao Ocidente e o apoio dos Estados Unidos a Israel
serviu para criar um quadro de tensão permanente em torno da
questão palestina ainda não resolvida; mesmo os acordos de
Oslo e a criação da Autoridade Palestina, a região continua em
estado de tensão e os palestinos continuam controlados por
Israel;
• Vimos também que o Líbano e a Síria acabaram sendo
envolvidos nas crises regionais, seja pelas lutas contra Israel,
seja devido ao fluxo de refugiados palestino; o Líbano em
especial foi bastante afetado, porque, além de viver uma guerra
civil, sofreu também uma invasão israelense que perdurou até o
ano 2000; o país ainda carrega as marcas dessa violência;
• No caso da região do Golfo Pérsico, com destaque para Irã e
Iraque, os interesses ocidentais ficam mais claros devido ao
petróleo;
• O rompimento do Irã com o Ocidente a partir de sua Revolução
em 1979 foi agravado pela guerra contra o Iraque (1980 – 1988)
e pela consolidação do governo teocrático;
• Já que o Iraque passou de aliado a inimigo, uma vez que ajudou
a combater o Irã quando este era uma ameaça, mas depois, ao
invadir o Kuwait, acabou perdendo o apoio ocidental e sofreu
uma importante derrota em 1991;
• Anos mais tarde, em 2003, o governo de George W. Bush
invadiu o país com o argumento de buscar armas de destruição
de massa; a invasão em si foi bem-sucedida e derrubou o
ditador Saddam hussein, mas o que se seguiu foi uma violenta
guerra civil que mergulhou o país no caos; em 2010, após uma
relativa pacificação, os Estados Unidos transferiram as
responsabilidades militares para o novo Exército iraquiano e se
retiraram dos combates, apesar de manterem tropas no país;
• Por fim, vimos o complexo caso afegão-paquistanês; neste
conflito, é essencial perceber o peso que as questões étnicas
locais têm no resultado final dos combates;
• Sob o pretexto de capturar Bin Laden e vingar o atentado às
Torres Gêmeas, os Estados Unidos acabaram se envolvendo
em uma guerra muito difícil de vencer;
• O objetivo geopolítico final relaciona-se também ao petróleo da
Ásia Central, atualmente de difícil alcance para o Ocidente;
• Ao invadir o Afeganistão, os Estados Unidos contribuíram para
que o grupo Talibã acabasse criando raízes também no
Paquistão, expandindo a crise em uma região já marcada pela
rivalidade com a Índia devido ao controle da Caxemira;
Capítulo 13 – As potências emergentes: Índia, Rússia e
China

• Neste capitulo, estudamos três dos países emergentes que


mais se destacam na atualidade: Índia, Rússia e China; os três
possuem características comuns e também muitas
especificidades;
• No caso da Índia, que já havia sido estudada em parte com o
Paquistão, temos um país multiétnico que se formou a partir do
desmonte do Império colonial inglês; a partilha acabou gerando
alguns problemas internos, já que a maioria hindu nem sempre
permite que as diversas minorias se expressem, mesmo em
uma democracia;
• O principal problema nesse sentido é o separatismo no Punjab,
habitado pelos sikhs, etnicamente e religiosamente diferentes
da maioria hindu; esse separatismo, diversas vezes,
transformou-se em um conflito armados; nos últimos anos, esse
conflito perdeu um pouco de sua intensidade, mas ainda é uma
questão relevante;
• Em termos políticos e ideológicos, há o problema da guerrilha
maoísta chamada de naxalita; esse grupo armado busca tomar
o poder por meio de uma revolução; apoiam-se na população
rural empobrecida;
• Quanto à Rússia, analisamos o impacto da URSS sobre a
economia e a política; após uma década de crise (anos 1990), o
governo de Vladimir Putin conseguiu reconstruir a economia
com base nos lucros da venda de gás e petróleo, principalmente
para a Europa; apesar dos grande lucros, a dependência russa
em relação à exportação energética também é uma fraqueza, já
que uma crise nos mercados consumidores pode afetar
diretamente a economia russa;
• Em termos de conflitos internos, vimos que a Rússia também é
um país multiétnico e que nem todas as etnias não russas
conseguiram sua independência quando a URSS se
fragmentou;
• Destacam-se nesse contexto os conflitos da região do Cáucaso,
uma região importante para o transporte de gás e petróleo, mas
habitadas por povos não russos de religião islâmica;
• No caso chinês, analisamos brevemente a história da revolução
comunista no país, que levou ao surgimento do atual governo;
Na década de 1970, Xiaoping introduziu diversas reformas que
permitiram o crescimento econômico acelerado que vemos até
hoje; a principal medida foi a criação das Zonas Econômicas
Especiais, regiões capitalistas onde multinacionais e empresas
privadas chinesas se instalaram para produzir, aproveitando-se
da mão de obra barata e muito numerosa;
• A China apresenta também alguns conflitos internos
semelhantes aos vistos em outros países; Tibet e Xinjiang são
regiões estratégicas (água e petróleo, respectivamente) que têm
povos diferentes da etnia han, majoritária, e sofrem repressão
devido ao seu separatismo;
• Devemos lembrar que, nos três casos, o governo central tem
diversas razões para reprimir os separatistas; além das
questões geopolíticas e estratégicas, há uma questão também
importante: permitir a separação de um povo pode levar a
outros movimentos separatistas;
Capítulo 14 – Japão, Tigres Asiáticos e Oceânia

• Neste capítulo, estudamos os países do Extremo Oriente e a


Austrália;
• Começando pelo Japão, vimos como seu desenvolvimento
acelerado dependeu de uma mudança política (Era Meiji) e de
uma expansão imperialista para garantir mercados e matérias-
primas; China e Coreia foram os principais alvos desse
movimento;
• Quando a expansão japonesa colocou o país em choque com
os Estados Unidos, o Japão envolveu-se na Segunda Guerra
Mundial e foi derrotado; apesar disso, os Estados Unidos
investiram muito dinheiro no Japão como forma de impedir a
expansão soviética na Guerra Fria, o que fez com que os
japoneses pudessem continuar seu crescimento econômico por
meio do setor tecnológico;
• Aos poucos, porém, esse crescimento econômico tornou mais
cara a produção em solo japonês, levando as empresas a se
instalarem nos países vizinhos como a Coreia do Sul, Taiwan e
Hong Kong;
• Esse processo deu origem aos Tigres Asiáticos, países que se
industrializaram com estímulo japonês e também se
transformaram em potências produtivas; o processo novamente
se repetiu e as indústrias desses países se instalaram em outras
regiões como a Indonésia e a Malásia, dando origem aos Novos
Tigres;
• Taiwan é um caso de destaque, pois foi o refúgio do governo
nacional-capitalista chinês derrubado pela Revolução
Comunista de 1949;
• Hoje, Taiwan vive uma situação tensa: oficialmente não é um
país e é considerada por Pequim uma província rebelde a ser
reintegrada; na prática, tem sua vida própria, faz comércio com
diversos países e tem inclusive um presidente;
• Por fim, analisamos o caso australiano; ex-colônia britânica, a
Austrália conseguiu se desenvolver de forma sustentada,
criando as bases para uma economia industrializada muito rica;
comercialmente, seus maiores parceiros são os países asiáticos
próximos, como o Japão e os Tigres Asiáticos;
História
Frente 1
Livro 1
Capítulo 1 – As origens da presença europeia no Brasil

• As do processo de Expansão Marítima;


• Como o processo de Expansão Marítima se articulou ao
contexto mais amplo das transformações que a Europa
conheceu a partir da Baixa Idade Média;
• Razões que levaram Portugal a se tornar o pioneiro no processo
das Grandes Navegações;
• Principais características que nortearam o processo de Grandes
Navegações, tanto por parte de Portugal quando da Espanha e
dos demais países europeus;
Capítulo 2 – Mecanismos econômicos da colonização
portuguesa no Brasil nos séculos XVI e XVII

• Elementos teóricos que definiram a colonização: Absolutismo e


Mercantilismo:
◦ Absolutismo:
▪ É a constituição de Estados cujo poder achava-se
totalmente concentrado na figura do rei;
◦ Mercantilismo:
▪ É uma política econômica com as seguintes
características:
• Forte intervencionismo estatal na economia;
• Protecionismo;
• Crença de que a riqueza nacional contribui para o
fortalecimento do Estado;
• Busca por ampliar o volume de metais preciosos dentro
do país (metalismo);
• Manutenção de uma prática na qual o valor das
exportações seja maior que o valor das importações
(balança comercial favorável);
• tentativa de estabelecimento de monopólios sobre as
práticas econômicas;
• Características da economia e da sociedade brasileiras nos
primeiros śeculos:
◦ Predomínio da atividade açucareira:
▪ A atividade açucareira foi decisiva para uma série de
elementos que marcaram e que marcam a vida brasileira,
como a dependência externa, o latifúndio e o elitismo
social e tantos outros;
• Atividades que se desenvolveram paralelamente à economia
açucareira:
◦ O comércio;
◦ A Pecuária;
◦ A busca pelas drogas do sertão;

Capítulo 3 – Aspectos políticos da colonização

• Elementos políticos e administrativos que marcaram a


colonização portuguesa no Brasil;
• A atitude colonial portuguesa apresentou uma oscilação entre
dispersão e centralização, diretamente relacionada à riqueza
gerada e/ou à importância da atividade e da região. Tal
oscilação fica evidente na atitude portuguesa em termos
administrativos, por exemplo:
◦ A dispersão inicial, marcada pelo regime de capitanias, nas
quais cada donatário era praticamente autônomo, foi detida
(ou ao menos esse foi o intento da Coroa) com a criação do
Governo-Geral;
◦ A própria autonomia das Câmaras Municipais (cujo papel era
meramente local e de influência limitada) foi sempre
combatida pela Coroa, culminando com a nomeação dos
chamados juízes de fora;
• A criação de órgãos como o Conselho Ultramarino demonstra
claramente a atitude portuguesa de exercer um controle maior
diretamente proporcional à importância da atividade econômica
da região e da colônia como um todo;
• Cabe lembrar que o Conselho Ultramarino foi criado
imediatamente após o fim da União Ibérica, quando a Coroa
portuguesa, enfraquecida e dependente, precisava
desesperadamente ampliar sua arrecadação com o Brasil;
• A forma como se deu a expansão territorial brasileira também
oscila entre dispersão e controle. Por um lado, houve um
processo de expansão que, embora contando com iniciativas da
Coroa (criação de fortificações, apoio às reduções jesuíticas,
entradas), foi principalmente espontâneo, destacando-se a ação
do bandeirismo. No século XVII, no entanto, essa ação passou
a ser estatal, com a negociação de tratados que oficializassem a
posse portuguesa sobre o território;
• Os efeitos da presença holandesa no Nordeste e sua expulsão:
◦ Os holandeses foram responsáveis pelo apogeu e pela
decadência da economia açucareira nordestina;

Capítulo 4 – O século XVIII

• A mineração foi responsável por um desenvolvimento da


economia no Brasil e pelo próprio crescimento populacional e do
mercado interno. Ela possibilitou a integração entre as várias
regiões da colônia, contribuindo largamente para a formação de
uma ideia de nação que se sobrepôs ao nativismo comum até
então;
• A diversificação social, trazida pela atividade mineradora, gerou
uma sociedade muito mais permeável a transformações do que
a sociedade açucareira, forjada na dicotomia entre senhores e
escravos;
• O aumento da exploração metropolitana encontrou, por esses
elementos, uma maior condição de reação por parte dos
colonos, a qual se traduz em uma série de movimentos,
nativistas a princípio, mas incorporando uma clara visão
nacional ao final do século XVIII;
• As ideias libertárias do iluminismo se manifestaram nas regiões
onde os efeitos da crise e da exploração metropolitana eram
mais visíveis;
Capítulo 5 – O fim do pacto colonial no Brasil

• Este capítulo tratou do processo que levou o Brasil à condição


de nação formalmente independente, rompendo os laços de
submissão colonial com Portugal;
• Alguns aspectos desse processo devem ser enfatizados,
especialmente por sua importância na forma como se constituiu
o novo país independente;
• Em primeiro lugar, há que se ter em conta o fato de que a
independência do Brasil decorre da própria presença da Corte
portuguesa em território brasileiro desde 1808. Foi dessa
situação que resultou o processo que levou à independência do
Brasil;
• Essa situação, no entanto, deu ao processo de independência
brasileira um caráter único no quadro de ruptura do Sistema
Colonial. O Estado que aqui nasceu foi montado a partir da
herança da estrutura política criada pela presença da Corte.
Isso dá à independência brasileira um caráter oficialista,
protocolar, fundamental no intento das elites de manter a
população pobre, essencialmente a massa de escravos,
distante de qualquer possibilidade de reivindicação social no
novo Estado que nascia;
• Daí decorre outra característica do modelo político aqui
implantado. Ele não significou uma ruptura com o passado
colonial nem em termos sociais nem em termos econômicos. A
independência se fez de modo a assegurar a estrutura
latifundiária, escravista e essencialmente elitista que
caracterizou a formação social colonial e que se manteve ao
longo de todo o período monárquico;
Capítulo 6 – A montagem do Estado brasileiro

• A estruturação do Estado brasileiro foi um produto da herança


colonial e do período em que o Brasil foi sede da Monarquia
portuguesa. Ainda que pesem algumas tentativas separatistas,
como o caso da Confederação do Equador ou da Farroupilha,
ou populares, como a Balaiada, a Sabinada e em alguns
aspectos a Cabanagem, não houve com a independência uma
ruptura significativa em relação às estruturas sociais,
econômicas e mesmo políticas;
• Salvo o período inicial da Regência, no qual se tentou certa
modernização política que incluía a adoção de alguns princípios
liberais (descentralização política, eleição dos regentes pelo
voto dos eleitores, mandato temporário para os regentes, maior
autonomia jurídica aos municípios), o país independente herdou
muitas características de seu passado colonial;
• A opção por uma rígida centralização, por um modelo altamente
elitista na atribuição de direitos políticos, a manutenção da
escravidão e mesmo a opção pelo regime monárquico foram as
formas utilizadas pela aristocracia agrária para assegurar a
preservação de seus privilégios e o monopólio do poder;
• Tal fato fica claro quando, ante a instabilidade que marcou o
período regencial, a solução encontrada foi a antecipação da
maioridade de D. Pedro II, de modo que possibilitasse a
reedificação da ordem monárquica e assim restaurasse a ordem
perdida durante os nove anos da Regência;
Capítulo 7 – O Segundo Reinado

• Há uma diferenciação entre dois momentos do Segundo


Reinado. O primeiro período, que pode ser considerado quase
que como de euforia, é o que se estende do golpe da
maioridade, em 1840, até o final da Guerra do Paraguai;
• Ao longo dessas três décadas, o país viveu um período de
pacificação política (salvo os anos de 1842 e 1848, nos quais
ocorreram, respectivamente, as revoltas liberais e a Revolução
Praieira), contando ainda com o fim de revoltas que
remontavam ao período regencial, como a Farroupilha;
• Mais do que isso, a restauração da monarquia, após os anos de
instabilidade da Regência, acomodou as disputas partidárias
sob o manto do imperador e do poder Moderador; essa
tranquilidade política que foi também possibilitada pelo
crescimento econômico trazido pelo café e pela modernização
do período;
• Há, portanto, uma clara vinculação entre a tranquilidade política
e o crescimento econômico, elementos determinantes dessas
três décadas e que são característica marcante dessa primeira
fase do Segundo Reinado;
• Entretanto, o segundo momento desse governo apontou para
caminhos bem diferentes. A crise que se abriu com a o final da
Guerra do Paraguai evidenciou as contradições cada vez
maiores de um regime que já não se ajustava às
transformações conhecidas pelo país;
• O declínio da escravidão, a ascensão de novos setores
econômicos importantes, o crescimento mesmo que incipiente
da urbanização e da indústria e o fim da prosperidade
econômica foram elementos que mostravam cada vez de forma
mais clara a superação da velha estrutura monárquica, ainda
baseada nos pressupostos coloniais marcados pela escravidão,
o latifúndio e a dependência externa;
• O movimento republicano e o fim da ordem monárquica foram
frutos exatamente dessa incapacidade do regime de absover as
transformações sociais e econômicas vividas pelos país;

Capítulo 8 – A República Velha (1889 – 1930)

• Embora tenha apresentado uma propaganda modernizadora da


vida nacional, a República não significou uma ruptura com os
modelos sociais, políticos e econômicos do período monárquico;
• Ao contrário, o país manteve-se prese ao modelo
agroexportador, tendo nas elites rurais o seu setor hegemônico;
• Os próprios mecanismos políticos da República Velha, tais
como o coronelismo e a Política dos Governadores, serviram
apenas como suporte para o domínio do setor cafeeiro, que
atinge sua expressão mais acabada na chamada política do
Café com Leite;
• Naturalmente, tal modelo era impermeável às demandas dos
setores econômicos emergentes e, principalmente, dos
segmentos sociais excluídos pela estrutura elitista que
caracterizou a República Velha;
• Assim, eventos como as Revoltas Messiânicas, o Movimento
Operário, o Cangaço, entre inúmeros outros, foram claramente
reações sociais com as quais a República Velha jamais foi
capaz de lidar senão por meio da repressão violenta. Da mesma
forma, mesmo com os instrumentos de cooptação das demais
elites econômicas, o regime oligárquico teve, sistematicamente,
que lidar com manifestações de oposição política e de quebra
de sua aparente unidade;
• À medida que as contradições do regime se aprofundavam, ao
mesmo tempo em que a diversificação econômica ampliava a a
força dos setores política e socialmente excluídos, a
sustentação do regime foi se tornando mais difícil. A prova disso
é a profunda instabilidade que se estendeu por toda a década
de 1920, culminando com a Revolução de 1930;
• O fim da República Velha e a ascensão de Vargas ao poder
expressam uma nova realidade que exigia uma reordenação da
partilha do poder entre os vários grupos econômicos.
Entretanto, diferentemente do momento da Proclamação da
República, essa nova partilha não mais poderia ignorar as
demandas dos setores populares, especialmente os urbanos;
• Será esse o sentido que irá nortear a Era Vargas, que se abre
com a Revolução de 1930;
Capítulo 9 – A Era Vargas

• Os anos da chamada era Vargas foram diretamente marcados


pela realidade internacional que antecedeu à Segunda Guerra
Mundial e ao seu próprio desenrolar. Assim, o avanço das
ideias nazifacistas foi acompanhada no Brasil por uma trajetória
cada vez mais autoritária do regime de Vargas, culminando com
o estabelecimento da ditadura do Estado Novo. Mais do que
isso, a eclosão da guerra e as vitórias iniciais da Alemanha
nazista foram largamente utilizadas por Vargas como elemento
da justificativa de seu regime;
• Da mesma forma, a entrada do Brasil na guerra, ao lado dos
aliados, fato inevitável ante à dependência brasileira dos
Estados Unidos e da Inglaterra, além do isolamento em que o
país ficaria caso aliasse-se à Alemanha nazista, tornou inviável
a manutenção do Estado Novo, obrigando o início de uma
democratização que apontava, necessariamente, para o fim da
era Vargas. Não por acaso, a queda de Vargas deu-se após o
final da guerra com a vitória dos aliados;
• Em um outro nível de abordagem, vemos que o ideário político
internacional refletiu-se no Brasil também por meio da
polarização ideológica que marcou os anos entre 1934 e 1937.
O conflito ANL e AIB sintetiza vários dos componentes dos
debates políticos que dominaram a cena internacional nos anos
que antecederam à Segunda Grande Guerra;
• Da mesma forma, vemos que o modelo de desenvolvimento
brasileiro durante a era Vargas foi fortemente calcado no ideário
fascista de utilização do Estado como condutor da vida
econômica e de árbitro dos conflitos sociais. Ao mesmo tempo,
o trabalhismo varguista, copiado da Carta del Lavoro da Itália
fascita, neutralizava a independência dos trabalhadores,
incorporando-os ao projeto político do Estado;
• Também os efeitos do final da guerra, manifestam-se no Brasil
como um reflexo da conjuntura internacional. Como veremos
nos capítulos seguintes, a Guerra Fria, o debate entre
nacionalismo econômico ou abertura do país ao grande capital e
o avanço da esquerda – elementos decisivos do cenário político
mundial – determinaram os rumos da vida política no Brasil;
• Por outro lado, e independentemente de suas vinculações com
a realidade internacional, a era Vargas foi diretamente
responsável pela criação de um novo modelo econômico e
social no país. É a partir dela que a velha realidade colonial
centrada no modelo rural, agroexportador e latifundiário,
começou a ser superada, abrindo caminho para um novo país,
cada vez mais urbano e que não mais podia deixar de lado as
questões representadas por um numeroso proletariado e por
uma classe média cada vez mais significativa em termos
econômicos e políticos;
Capítulo 10 – A redemocratização (1945 - 1964)

• Os dezenove anos entre a deposição de Getúlio Vargas e o


Golpe Militar de 1963 constituíram um dos momentos mais
ricos da história brasileira;
• Dentro desse período, alguns elementos ganharam uma
dimensão acentuada, o que contribuiu para o aspecto
dramático, sem alguns momentos, dos eventos históricos que o
marcaram;
• O primeiro desses elementos é o populismo, com seu caráter
popular e com o princípio de mobilização de massas como
instrumento de sustentação política;
• Personagens como os presidentes Jânio Quadros, João
Goulart e, principalmente, Getúlio Vargas constituíram-se em
figuras públicas populares,, muito distantes da insipidez e do
distanciamento que marcara, por exemplo, os presidentes da
República Velha; com isso, os eventos que os envolveram
tivera, necessariamente, um tom mais dramático e mais
candente do que qualquer outro momento da vida política
brasileira;
• Outro aspecto a ser considerado é o tom intenso dos debates
políticos do período; questões como o nacionalismo econômico
ou o combate à corrupção assumiram uma dimensão
grandiosa, capaz de eleger ou depor presidentes, de mobilizar
a opinião pública de determinada forma que a política brasileira
jamais havia registrado; foi a era dos grandes comícios, das
grandes performances de políticos, dos grandes debates, das
grandes disputas pela imprensa;
• Por trás de tudo isso, dando o significado histórico no
momento, duas questões sintetizaram a essência dos debates
que marcaram a vida política do país:
◦ A primeira delas é o populismo, com todas as contradições
inerentes à sua própria natureza; lideranças políticas
tornando-se reféns do apoio popular, pois esta classe visava
a concessões que iam muito além dos limites permissíveis
para essas lideranças, estas chegaram ao começo da
década de 1960 em seu limite máximo de atuação e de
possibilidade de atuação;
◦ A outra questão foi a Guerra Fria; em seu caráter de extrema
polarização, tornava cada tema, como nacionalismo ou
abertura a capitais externos, um debate acima de tudo
ideológico;
• O Golpe de 1964 representou um ponto final nesse debate; a
opção foi pelo Estado forte, capaz de implantar uma política e
de suprimir qualquer foco de reação a ela; a abertura ao capital
externo venceu o nacionalismo econômico; a repressão aos
movimentos sociais venceu o debate; os decretos venceram o
diálogo; enfim, após dezenove anos de derrotas, a UDN chegou
ao poder como tentou desde 1945, pela via do golpe militar;
Capítulo 11 – O regime militar (1964 – 1985)

• O golpe que levou os militares ao poder foi fruto de uma


articulação entre as Forças Armadas, o grande capital nacional,
os interesses dos EUA, a Igreja e a classe média; todos esses
setores interessados em uma forma de deter o avanço popular
dos anos Goulart, visto como o prenúncio de uma guinada do
país em relação ao comunismo;
• Entretanto, não havia um projeto político claro de estruturação
do Estado ou do modelo a ser seguido; em uma visão mais
prática, ao menos dois setores disputaram a hegemonia política
dentro do regime:
◦ A linha mais moderada, tendo à frente nomes como Castelo
Branco e Golbery do Couto e Silva, hegemônica em um
primeiro momento, conseguiu impor uma parte de seu projeto
até o ano de 1965;
◦ A partir daí, com a derrota do governo nas eleições
estaduais, acabou cedendo terreno à “linha dura”,
encabeçada por Costa e Silva, que logrou obter a presidência
na sucessão de Castelo;
• O endurecimento do regime encontrou, desse momento em
diante, uma forte resistência social em 1968, marcada pela
ação de estudantes e pela retomada da atividade sindical; a
reação do regime veio através do AI-5, principal símbolo da
ditadura que se consumou a partir dali;
• A crise do petróleo, o fim do milagre econômico e a
consequente perda de apoio por parte do regime levou à
necessidade de sua superação; a “abertura lenta, gradual e
segura” a partir do governo de Geisel representou a retomada,
em última análise, do projeto castelista original, a de devolução
do poder aos civis confiáveis;
• Vinte e um anos depois de iniciada, a ditadura militar chegava
ao fim, deixando um rastro complexo na vida do país; se por um
lado houve modernização na economia, essa se fez ao custo de
um imenso endividamento externo, um aumento brutal das
desigualdades sociais, um número significativo de mortos e
perseguidos e o afastamento de toda uma geração da prática
política tradicional;
Capítulo 12 – O Brasil contemporâneo (1985 – 2018)

• Este capítulo abordou a vida brasileira a partir do final do regime


militar, na longa caminhada rumo à instalação de um governo
verdadeiramente democrático;
• Efetivamente, as liberdades políticas foram reconquistadas,
embora algumas características da atual vida política brasileira
ainda demonstrem a imaturidade do funcionamento de nossas
instituições;
• Ao longo de quase 30 anos, foram inúmeras as acusações de
corrupção; desde o próprio funcionamento da Assembleia
Constituinte, entre 1987 e 1988, na qual a atuação do “Centrão”
foi pautada pela expressão “é dando que se recebe”, até o
governo Lula, com escândalos como o do “mensalão” e dos
“aloprados”;
• Cabe lembrar ainda as acusações de corrupção e
favorecimento durante o governo FHC, nos processos de
privatização e de aprovação da Emenda Constitucional que
instituiu a reeleição, além do caso mais agudo de todos: a
deposição do presidente Fernando Collor após intensas
denúncias de corrupção envolvendo toda a máquina do
Governo Federal;
• Todos esses episódios demonstram que a democracia
brasileira ainda não atingiu um estágio avançado; o Estado
segue sendo confundido com o governo e é comum a utilização
da máquina pública em benefício de indivíduos, grupos ou
partidos políticos;
• Entretanto, esses mesmos anos significaram um profundo
avanço social, econômico e político para o país; a estabilidade
econômica, obtida desde o Plano Real e mantida ao longo dos
governos FHC e Lula, contribuiu muito para que o país se
situasse em um novo patamar internacional;
• Não apenas a atração de investimentos externos aumentou
como a própria participação do país na economia mundial
começa a ultrapassar a condição de uma mera economia
periférica; da mesma forma, a respeitabilidade internacional do
país cresceu, fato que fica atestado, por exemplo, na escolha do
Brasil como sede das Olimpíadas 2016;
• Por outro lado, os desafios ainda vividos pelo país permanecem
grandes; a pouca ação dos governos em áreas como a
educação e saneamento ainda cria gargalos de
desenvolvimento, da mesma forma que a pobreza da maioria da
população (embora os índices de miséria tenham sido
drasticamente reduzidos) ainda significa uma intensa limitação
do mercado interno;
Frente 2
Capítulo 1 – Introdução ao estudo da História

• O estudo da Pré-História apresenta-nos a origem dos principais


elementos presentes na vida do homem, mesmo nas
sociedades mais modernas;
• O surgimento da extratificação social, da luta pelo controle
sobre a riqueza, formação do Estado e mesmo o aparecimento
da escrita não devem ser vistos como uma decorrência lógica e
inevitável, nem mesmo como uma característica inata ao
homem, mas como um produto de uma determinada forma de
evolução histórica. Todas as primeiras civilizações foram
produto de uma forma de evolução semelhante;
• A invenção da escrita representa, para nós, um elemento
revolucionário, por nos permitir uma maior compreensão da vida
dessas primeiras civilizações;
• Para elas, contudo, significou apenas uma aquisição ditada por
novas necessidades, não tendo um significado mais profundo
em suas vidas a não ser permitir ao Estado um controle mais
eficiente sobre a vida econômica e social;
Capítulo 2 – A Antiguidade Oriental

• Inserção no chamado Modo de Produção Asiático;


• Civilizações hidráulicas, notadamente o Egito e a Mesopotâmia,
ou seja, civilizações diretamente dependentes da água dos
grandes rios e das grandes obras hidráulicas de controle
dessas águas;
• No caso do Egito, da Mesopotâmia e da Pérsia, estados
despóticos e altamente burocratizados, de caráter teocrático;
• Imposição, às suas populações, do trabalho compulsório e
coletivo, a corveia real;
• Presença marginal da escravidão tal como a conhecemos (ou
seja, como uma forma de trabalho na qual o trabalhador é
propriedade privada de um senhor, podendo ser transformado
em mercadoria por meio da compra e da venda), e esta limitada
a épocas de expansionismo militar;
• Estruturas socioeconômicas rigidamente fixas, que tenderam a
permanecer imutáveis através dos séculos;
• Desenvolvimento de formas práticas de escrita para viabilizar o
caráter tributário de suas administrações;
• Posicionamento das práticas religiosas como o ponto focal de
suas manifestações culturais;
• Formação dos primeiros impérios de que se tem registro;
Capítulo 3 – A Antiguidade Clássica: o mundo greco-
romano

• O termo Antiguidade Clássica compreende basicamente as


civilizações grega e romana;
• A denominação “clássica” remonta ao Renascimento Cultural,
movimento intelectual, filosófico, artístico e científico que, em
vários níveis, lançou as bases da cultura moderna ocidental. Ao
utilizarem o termo para designar as civilizações grega e romana,
os pensadores renascentistas enxergavam nestas civilizações
os pilares do chamado Mundo Moderno, tanto nas formas de
pensamento, nos conceitos, na organização social, quanto,
notadamente no caso dos romanos, nas instituições políticas
que passaram a nortear a formação do Mundo Ocidental;
• Na evolução do mundo clássico há alguns elementos
essenciais, notadamente a escravidão, transformada em forma
absoluta de trabalho e constituindo o sistema econômico
escravista ou modo de produção escravista;
• A escravidão já havia sido utilizada, como forma de mão de
obra, esporadicamente, entre os povos do Antigo Oriente.
Entretanto, essa utilização nunca se constituiu na forma clássica
de trabalho entre esses povos, limitando-se a momentos
específicos de expansionismo militar ou, no caso da
Mesopotâmia, situações individuais determinadas por dívidas;
• As outras formas de trabalho compulsório foram utilizadas
nominalmente em razão de uma necessidade coletiva,
transformando-se em parte de uma estrutura com forte
conotação religiosa. Mais que isso, este trabalho compulsório
era temporário, o que fez com que os homens que o prestavam
continuassem a ser fundamentalmente livres;
• Nas cidades-estados gregas, pela primeira vez, a escravidão foi
a forma dominante de trabalho, separando completamente o
homem dos resultados de seu trabalho, tornando-o nada mais
que mera ferramenta (o objeto falante, em latim). Isto explica em
parte o limitado desenvolvimento técnico destas civilizações, em
grande parte meras tributárias do conhecimento da Antiguidade
Oriental;
• A impossibilidade técnica impunha uma única forma de
expansão, a horizontal. Não por acaso, o imperialismo foi uma
constante entre esses povos, atingindo seu apogeu com o
Império Romano;
• No imperialismo, a clara diferenciação entre homens livres e
escravos, entenda-se, entre cidadãos e não cidadãos, impôs a
essas civilizações a necessidade do desenvolvimento político,
de modo a harmonizar ou ao menos minimizar os conflitos que
até então mantinham-se submetidos ao manto da religião.
• Não por acaso, ao mesmo tempo em que tiveram um parco
desenvolvimento técnico, as civilizações clássicas conheceram
um intenso desenvolvimento nas instituições políticas e sociais;
Capítulo 4 – A Idade Média

• A divisão tradicional da História, atribuindo aos mil anos da


Idade Média a condição de um único período, é totalmente falha
e imprecisa;
• Um primeiro momento, sobre os escombros da ordem romana,
começavam a se amalgamar características que apontavam no
caminho da ruralização, da fragmentação política e do
predomínio de uma elite de guerreiros;
• Um segundo momento mostrou a cristalização dessas
características, com a consolidação do Feudalismo;
• A partir da Baixa Idade Média, a ordem feudal começa a
mostrar os primeiros sintomas de esgotamento, abrindo espaço
para o crescimento do comércio, a expansão em direção ao
Oriente, a formação de um mundo urbano, o surgimento de uma
burguesia e a formação das Monarquias nacionais;
• Um quarto momento é o da expressão dos valores desse mundo
urbano, com o Renascimento Cultural;
• Em todos esses momentos, houve o crescimento extraordinário
do poderio da Igreja Católica, quanto elemento que atuou com
um fio condutor para todo o período. Sua afirmação determinou
a própria afirmação do mundo feudal. Da mesma forma, a crise
deste, necessariamente, gerou a intensificação das críticas
àquela, dado que mostra o vínculo orgânico entre a sociedade
feudal e o poder da Igreja;
Capítulo 5 – O Antigo Regime

• As características que marcaram a Idade Moderna articularam-


se a ponto de englobar todos os aspectos da vida econômica,
social, política e religiosa, não apenas na Europa, mas também
com desdobramentos claros para a América;
• O pano de fundo é a formação do mundo moderno em dois
aspectos essenciais:
◦ O desenvolvimento de práticas econômicas, que
desencadeou o surgimento do Capitalismo;
◦ O fortalecimento das Monarquias europeias, o qual levou ao
Absolutismo;
• É da integração entre esses dois elementos que se desdobram
todos os processos do Antigo Regime;
• As Reformas Religiosas, embora frutos de uma reação à Igreja
Católica, só lograram êxito na medida em que se articularam a
aspectos políticos, casos da Alemanha e mais claramente da
Inglaterra, ou econômicos e sociais, caso clássico do
calvinismo. Da mesma forma, o Sistema Colonial está
claramente ligado ao Mercantilismo e ao Absolutismo;
• Por outro lado, o caráter transitório do período é decisivo para
que se possa compreender suas contradições. A mesma
Monarquia absolutista, organicamente ligada à nobreza,
acabou, por sua prática mercantilista, possibilitando a ascensão
de uma nova classe, a burguesia, cuja riqueza passa a
confrontar com o parasitismo da nobreza;
Capítulo 6 – O fim do Antigo Regime e a montagem do
mundo burguês

• As contradições inerentes ao absolutismo manifestaram-se de


forma aguda e em todos os níveis na segunda metade do século
XVIII;
• A primeira manifestação foi ideológica, através do Iluminismo e
seu campo aparentemente inesgotável de críticas ao que o
próprio movimento chamou de Antigo Regime;
• O mais visível foi o político,– por meio do desenvolvimento do
pensamento liberal que já começara a ganhar forma com John
Locke e sua análise sobre a Revolução Gloriosaa, ao final do
século XVII;
• Também a análise econômica cristalizou-se pela obra de
Quesnay e Gournay, atingindo seu ponto mais alto com Adam
Smith;
• O liberalismo econômico foi a essência da crítica burguesa
àquilo que o próprio pensamento liberal batizou como
Mercantilismo, afirmando uma posição de defesa da liberadade
econômica que era, na verdade, a defesa da ação independente
da burguesia;
• Outro elemento de crítica profunda foi o social, com a negação
do caráter estamental da sociedade do Antigo Regime, que se
manifestava na estrutura de privilégios que cercava a nobreza;
• No rastro dessa negação aos princípios que marcaram a vida
europeia na Idade Moderna, o Iluminismo voltou-se contra os
aspectos culturais do Antigo Regime, como a predominância da
Igreja, encetando uma violenta crítica ao clero e uma defesa
aberta da razão e da ciência como únicas guias para o
conhecimento;
• Outra manifestação deu-se no campo econômico. A Revolução
Industrial coroou três séculos de ascensão da burguesia, com a
acumulação do capital mercantil, fruto indireto da prática
mercantilista das monarquias, revertendo-se na consolidação
do Capitalismo e da hegemonia econômica da burguesia;
• A crise do Antigo Regime manifestou-se ainda na sua periferia.
A independência das colônias inglesas, que mais tarde dariam
origem aos Estados Unidos, foi o ponto de partida para um
processo que levaria ao fim do sistema colonial, sustentáculo
fundamental do mercantilismo e das monarquias europeias;
• Por fim, essa crise encontrou sua manifestação mais explosiva
na Revolução Francesa. Em um intervalo de apenas 25 anos, a
monarquia, que sintetizou todos os componentes do que se
chamou de Antigo Regime, com o Congresso de Viena,
mostrou-se efêmera e inviável;
• Não por acaso, a Revolução Francesa é a síntese do que se
chama de crise do Antigo Regime;
Capítulo 7 – A América no século XIX

• A evolução do continente americano, ao longo do século XIX,


apresentou duas realidades totalmente distintas, cuja
diferenciação é decisiva para a compreensão dos destinos dos
vários países que surgiram após o processo de independência;
• De um lado, as nações da antiga América Ibérica que, incluindo
o Brasil, não tiveram nos seus processos de independência um
projeto de superação do passado colonial;
• Mesmo propostas revolucionárias e distantes da característica
comum a esses movimentos, como foi o caso da independência
do Haiti, esbarraram na incapacidade de superar o passado
colonial. Nem sequer a perspectiva traçada por Simón Bolívar,
de buscar uma unidade entre as jovens nações da América
espanhola, foi capaz de reverter a tendência natural a esses
movimentos: a de basicamente reproduzir a dominação das
velhas elites coloniais, agora em um espaço mais amplo
enquanto Estados independentes;
• Por outro lado, os Estados Unidos apresentaram uma
perspectiva muito mais capitalista, criando condições para um
desenvolvimento interno impensável para os países da América
Ibérica;
• É significativo e emblemático que, no mesmo ano em que foi
aprovado o Homestead Act nos Estados Unidos, tenha sido
aprovada a Lei de Terras no Brasil. Ambas as leis dão conta
das diferenças de postura entre as várias elites;
• Se, por um lado, os Estados Unidos buscaram criar condições
para a expansão interna, o Brasil, por outro, criava mecanismos
capazes de perpetuar o domínio das velhas elites e excluir
eventuais setores emergentes, como ex-escravos e imigrantes;
• Nos Estados Unidos, a Guerra de Secessão representou a
consolidação desse processo de expansão capitalista. Mais que
uma guerra entre Norte e Sul, a guerra civil foi o resultado de
um confronto entre o modelo capitalista que se desenvolvia e os
resquícios do passado colonial que permanecia vivo na América
do Sul;
Capítulo 8 – Ideias e movimentos sociais e políticos no
século XIX

• Foi ao longo do século XIX que o Capitalismo consolidou-se


como modo de produção dominante. Varrendo os últimos
resquícios da velha ordem, que buscou um novo sopro de vida
no Congresso de Viena, a burguesia impôs o seu domínio em
toda a Europa e, com ele, sua visão de mundo e seus valores;
• Paralelamente a isso, e numa reação inevitável, as negações do
domínio burguês e ao mundo capitalista intensificaram-se e
deram origem ao pensamento socialista e ao movimento
operário;
• Confrontos como os verificados nas Revoluções de 1848, na
Comuna de Paris e nas lutas pela unificação da Itália mostram o
caráter irreconciliável entre esses dois universos. Entretanto, o
resultado de todos esses movimentos deixa clara a supremacia
burguesa e sua capacidade de impor o seu domínio em todos os
Estados surgidos dos vários processos revolucionários do
período;
Capítulo 9 – Expansão e crise do capitalismo

• A desmedida expansão capitalista, responsável por um


progresso material e por uma riqueza impensáveis até aquele
período, encontrou o seu limite nas reações coloniais, na luta do
proletariado, nas crises econômicas engendradas pela própria
expansão e nas disputas entre os países, geradoras das
guerras mais sangrentas conhecidas pela humanidade;
• Foram os impasses gerados pelo próprio Capitalismo, com as
disputas imperialistas e o crescimento do nacionalismo, que
conduziram o mundo à Primeira Guerra Mundial. Da mesma
forma, a exploração sobre a amassa trabalhadora criou
condições para a Revolução Russa e a difusão do pensamento
marxista;
Capítulo 10 – O período Entreguerras

• Os anos que separam a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais


jamais se constituíram em um período de paz; as contradições
trazidas pela Primeira Guerra e pelo próprio desenvolvimento
capitalista fizeram deste um dos períodos mais conturbados da
História;
• Por um lado, a Revolução Russa representou a primeira forma
de negação do capitalismo em escala nacional; seu impacto foi
gigantesco, não apenas pelo que representou de estímulo ao
crescimento do movimento operário em todo o Ocidente, mas
também pelo efeito sobre a burguesia, que passou a buscar
formas de Estado capazes de impedir a ameaça vermelha;
• Em um outro aspecto, o próprio desenvolvimento capitalista
mostrou seu limite com a crise de 1929 e a Grande Depressão
que se seguiu a ela; a inoperância do Estado liberal foi o
argumento que sintetizou uma imensa crítica por parte dos
setores mais conservadores, que passam a defender um Estado
mais forte; foi essa fusão entre a necessidade de conter o
avanço comunista e ao mesmo tempo proporcionar o
crescimento econômico que alicerçou as concepções fascistas;
• É interessante compreender que o fascismo, bem como sua
manifestação alemã, o nazismo, surge com mais força
justamente em países pobres e/ou arrasados pela Primeira
Guerra Mundial;
• A perspectiva apontada pelo nazifacismo de recuperar o
orgulho nacional destruído, restaurar a ordem e atingir a
grandeza internacional foi irresistível para a burguesia desses
países e mesmo para setores populares despolitizados, que
sofriam com o desemprego e a fome;
• Por outro lado, as promessas de grandeza preconizadas pelo
nazifacismo apontavam, necessariamente, para uma correção
das desigualdades internacionais; essa visão, já claramente
presente na concepção de “espaço vital”, de Hitler, apontava
para uma guerra que vingasse a derrota de 1918;
• O prenúncio de uma nova guerra esteve sempre presente,
desde que se assinou o Tratado de Versalhes;
Capítulo 11 – A Segunda Guerra Mundial e o mundo
pós-guerra

• O mundo que se inaugura após a Segunda Guerra Mundial foi


um mundo marcado pelo terror da guerra e por uma perspectiva
sombria de um novo confronto de dimensões inimagináveis,
dimensões que as bombas lançadas sobre Hiroshima e
Nagasaki apenas deixavam entrever;
• A vitória sobre o nazifacismo não significou o triunfo da
liberdade e o advento de uma época de paz, como se poderia
sugerir; ao contrário, o clima que se instalou a partir dali foi
marcado por um iminente confronto entre as duas
superpotências e pela perspectiva, por vezes aparentemente
muito próxima, de uma nova guerra;
• A Guerra Fria foi apenas a manifestação mais geral e visível
desse clima de confronto; entretanto, questões como a
descolonização afro-asiática, a Revolução Chinesa, a
Revolução Cubana, a Guerra do Vietnã e os conflitos no Oriente
Médio geraram décadas de incertezas e a permanente
sensação de que a paz mundial era impossível;
• Foi somente com o declínio do império soviético, a partir dos
anos 1980, que a situação de confronto mundial começou a
abrandar; o colapso do socialismo e o aparente triunfo do
capitalismo, trazendo consigo elementos como o Neoliberalismo
e globalização, geraram uma suposta superioridade não
contestável, pondo fim à bipolaridade que marcara as décadas
anteriores;
• Mesmo que não haja mais o clima de guerra entre as
superpotências, outra ameaça à paz mundial ronda o mundo;
trata-se de manifestações que partem de grupos, nem sempre
isolados, que se ressentem da atitude política hegemônica e
lançam mão de práticas, não necessariamente militares, para
se contrapor a essa política;
• Uma dessas manifestações é o terrorismo; outra é a ação de
grupos neonazistas na Europa; todas elas mostram o
inconformismo de setores da sociedade, não necessariamente
de países pobres, contra os rumos adotados pelas nações
capitalistas hegemônicas;
• Se, por um lado, a paz é hoje uma perspectiva muito mais
próxima do que o era nas primeiras décadas após a Segunda
Guerra, por outro lado, ela ainda não triunfou nem se tornou um
valor universal;
Filosofia
Capítulo 1 – Imagens do pensamento: mitologia e
filosofia

• As diferenças e as relações entre a mitologia e a filosofia, na


Grécia Antiga;
• O pensamento dos primeiros filósofos pré-socráticos e a
necessidade, que surge na Grécia Antiga, de explicar
racionalmente um princípio formador (arkhé) de todas as coisas
da natureza (physis);
• A cosmologia dos principais filósofos pré-socráticos, tal como
mostra o seguinte quadro:

A arkhé (o princípio
Filósofo
formador)

Tales de Mileto A água

Anaximandro de Mileto O ápeiron (ilimitado, indeterminado)

Anaxímanes O ar

Pitágoras de Samos O arithmós (harmonia e números)


Xenófanes A terra, ou uma combinação de terra e água

O fogo primordial regulado pelo logos


Heráclito de Éfeso
(princípio imanente)

Parmênides de Eleia O ser

Os rizómata (as quatro raízes) compostos


Empédocles de Agrigento pelo amor (philia) e decompostos pelo ódio
(neîkos)

As homeomerias misturadas pelo nous (a


Anaxágoras de Clazômenas
mente)

Demócrito de Abdera O átomo


Capítulo 2 – Diálogos: o platonismo na democracia
nascente

• As noções elementares de diálogo e comunicação;


• O contexto da democracia ateniense na formação da filosofia
clássica e como o conceito de democracia ainda é importante
para a política atual;
• Os sofistas, mestres da oratória, e o ensino de filosofia como
técnica argumentativa: arte retórica e persuasão; o relativismo
filosófico;
• Os sofistas: Protágoras e Górgias. O conhecimento relativo à
experiência humana e concreta do real;
• A verdade, para os sofistas: múltipla, relativa e mutável;
• Sócrates, o “pai da filosofia” e sua crítica aos sofistas: “Só sei
que nada sei”;
• O método socrático: a ironia e a maiêutica;
• A necessidade do conhecimento de uma verdade única sobre
as coisas;
• O julgamento de Sócrates e sua condenação à morte;
• Platão, o discípulo de Sócrates: uma filosofia de caráter
essencialmente ético e político;
• O diálogo socrático-platônico;
• As teorias de Heráclito e Parmênides (revistas por Platão);
• A teoria do conhecimento de Platão: teoria das ideias;

Eikasía Pístis ou dóxa Diánoia Noésis;


epistéme
Imagens das Crença e Raciocínio ou
coisas sensíveis opinião Pensamento Intuição
discursivo Intelecutal ou
ciência intuitiva

Cópias Coisas sensíveis Matemática Ideia


• A dialética;
• O “Mito da caverna”;
• A República de Platão e o filósofo-rei – a educação de uma vida
inteira, pedagógica e filosófica, para a política;

Capítulo 3 – Aristóteles e helenismo: filosofia para o


saber-viver

Aristóteles e sua filosofia


• O Corpus Aristotelicum como sistema de conhecimento que
envolve o estudo da filosofia: metafísica, ciências naturais,
teoria do conhecimento, lógica, ética e política, como método
organizador e produtor de conhecimento;
• Aristóteles e suas diferenças em relação à filosofia de Platão:
◦ O mundo sensível e os sentidos e as sensações como
ferramentas fundamentais no processo de conhecimento e
crítica ao dualismo da teoria platônica das formas e das
ideias;
• Metafísica:
◦ Ciência do ser enquanto ser, baseando-se no conceito de
substância e no princípio: “o ser se diz de muitos modos”;
• Hilemorfismo e devir:
◦ Matéria e forma, potência e ato;
• As quatro causas:
◦ Causa formal:
▪ Princípio que faz as coisas serem o que elas são; que
responde à pergunta: “o que é?”;
◦ Causa material:
▪ Princípio que compõe algo; elemento seu; que responde à
pergunta: “do que é feito?”;
◦ Causa eficiente:
▪ Princípio agente e transformação, que é em ato e produz
em outro a passagem da potência ao ato; responde à
pergunta: “por ação do quê?”;
◦ Causa final:
▪ Princípio em vista do que as coisas se movem e mudam; o
propósito, o bem ou a perfeição; responde à pergunta:
“para quê?”;
• A experiência do mundo material apreendida pelos sentidos;
• Teoria do conhecimento: o papel da memória na experiência, a
arte (tékhne) e a ciência;
• Lógica: categorias, proposição e silogismo;
• Ética e o justo meio: viver na mediania;
• O homem é um animal político;

A filosofia helenística
• Em comum entre os helenistas: o desejo de proporcionar ao
homem a paz de espírito (ataraxia);
• Cinismo:
◦ O desprezo pelas convenções, mas uma conduta virtuosa
sem necessidade de um discurso racional;
• Ceticismo:
◦ Tudo é duvidoso ou a toda razão opõe-se uma outra razão de
igual valor, o que não deve ser confundido com relativismo;
• Epicurismo:
◦ A defesa dos prazeres moderados como forma de levar o
homem à felicidade;
• Estoicismo:
◦ Viver conforme a natureza, pregando uma ética de controle
emocional, apatia e coragem perante acontecimentos que
não se pode controlar;
Capítulo 4 – Filosofia medieval: alianças e rupturas
entre fé e razão

As bases da filosofia medieval


• O pensamento cristão surge da união de duas ideias, das raízes
judaicas e do pensamento grego difundido pelo helenismo;
• São Paulo:
◦ A pregação cristã em Atenas, fundada na soberania divina,
que afirmava o amor de Cristo e a igualdade absoluta entre
os homens, que foram criados e existem nesse mundo para
buscar Deus;
• Fílon de Alexandria:
◦ O precursor da patrística, ao propor uma mediação entre a
mensagem bíblica e a filosofia grega, de variadas influências,
do judaísmo ao pensamento greco-romano (filosofia
mosaica);

A patrística: a filosofia cristã dos padres nos primeiros séculos da


Idade Média e da Igreja
• O esforço dos padres estudiosos que formam a patrística em
unir fé e razão através de argumentos lógicos, ao longo da
Idade Média;
• Aliança do cristianismo com as tradições filosóficas clássicas.
Os padres voltam para o estudo das questões transcendentes,
do sagrado, pela leitura das Escrituras, ao contrário dos
filósofos helenistas, essencialmente pragmáticos;
• Clemente: o conceito de logos;
• Orígenes: Deus e a Trindade;
• Santo Agostinho:
◦ O apogeu da patrística;
◦ “Crer para conhecer, conhecer para crer”;
◦ Confissões:
▪ Obra de um pecador devoto que tenta compreender as
contradições que o atrapalham no caminho da fé;
◦ Cidade de Deus:
▪ Sinônimo e consequência de uma elevação espiritual;
◦ O sentido da história na obra agostiniana:
▪ O retorno do messias e o juízo final;
• Boécio:
◦ O precursor da escolástica;
◦ A consolação na filosofia;
◦ O uno, o bem e Deus identificam-se;
◦ Tudo ocorre num presente infinito regido por Deus, e ao
homem é dada liberdade para se ajustar ou não a essa
regência;
Capítulo 5 – Renascimento: ressurgências do velho no
novo

A escolástica
• As escolas de Chartres;
• Bernardo de Chartres:
◦ A palavra como ferramenta racional;
• Gilberto de la Porrée:
◦ Forma e questão dos universais;
• Pedro Abelardo:
◦ Dialética e realismo moderado;

A filosofia árabe
• Al-Kindi:
◦ Intelecto possível e intelecto agente;
• Al-Farabi:
◦ Filosofia lógico-metafísica;
• Avicena:
◦ Emanação;
• Averróis:
◦ Relação entre filosofia e religião;

As primeiras universidades
• Santo Alberto Magno:
◦ A ciência filosófica e a teológica, Ratio superior e ratio
inferior;
• São Tomás de Aquino:
◦ O ente lógico e o ente real;
◦ As provas da existência de Deus;

O Renascimento
• Filosofia experimental de Oxford;
• Roger Bacon:
◦ O progresso da ciência e a experiência interior e exterior;
• Guilherme de Ockham:
◦ Nominalismo;
• Erasmo de Rotterdam:
◦ Conhecimento sapiencial da vida;
• Nicolau de Cusa:
◦ Douta ignorância;
• Giordano Bruno:
◦ Pensamento mágico-hermético;
• Copérnico:
◦ Heliocentrismo;
• Galileo Galilei:
◦ A autonomia da ciência;
• Maquiavel:
◦ A política como ciência pautada em “como as coisas são”;
Capítulo 6 – Fontes do pensamento moderno

Racionalismo
• Sobre o racionalismo:
◦ A crença no poder da razão humana e o progresso científico
como orientador do pensamento humano;
• René Descartes e a questão do método:
◦ As quatro regras fundamentais para a ciência;
▪ Evidência;
▪ Análise;
▪ Síntese;
▪ Controle;
◦ Tudo pode ser colocado em dúvida, menos a dúvida em si:
▪ “Quando duvido, penso e, se penso, logo existo”;
▪ A certeza fundamental: o cogito;
◦ A prova da existência de Deus pela objetividade da ideia do
ser perfeito:
▪ Deve haver tanto ou mais realidade na causa quanto há no
efeito;
• Blaise Pascal e o realismo trágico:
◦ O pensamento releva a miséria do ser humano, porém o
conhecimento da própria miséria caracteriza a sua grandeza;
◦ A diversão como fuga e desvio da realidade;
◦ A aposta de Pascal: o indivíduo tem mais chances de ser
recompensado apostando na existência de Deus;

Empirismo
• A respeito do empirismo:
◦ A razão baseia-se essencialmente nas experiências para
obter conhecimento;
• Francis Bacon:
◦ A nova ciência que se baseia em um método experimental,
mais próximo das coisas, pela superação dos ídolos (da tribo,
da caverna, do foro e do teatro) e pelo método indutivo;
• John Locke:
◦ Não existem ideias inatas, pois o intelecto é uma tabula rasa,
e o conhecimento é o resultado da maneira como elaboramos
as experiências sensíveis;
• David Hume:
◦ As impressões e as ideias;
◦ A relação de causa e efeito é determinada pelo hábito e pela
crença;

Iluminismo
• Com relação ao iluminismo:
◦ A confiança no poder da razão para resolver os problemas
humanos;
• Voltaire:
◦ A defesa da tolerância religiosa, o deísmo (Deus como
criador da máquina-mundo) e a oposição, por meio da ironia,
à tese do melhor dos mundos possíveis, associada ao
otimismo;
• Montesquieu:
◦ A visão dos três poderes e a liberdade política presente na
obediência às leis;
• D’Alembert:
◦ Filosofia como ciência dos fatos e emancipação do homem
pela razão;
• Diderot:
◦ O mundo como matéria em movimento e o papel da razão na
discussão de teses que possam ser verificadas;
• Jean-Jacques Rousseau e a questão da vida em sociedade:
◦ O ser humano nasce livre, mas, em toda parte, encontra-se
acorrentado;
◦ O homem é fundamentalmente bom em um estado de
natureza;
◦ A renúncia do interesse privado em prol do bem comum e da
vontade geral;
◦ A educação para a vontade geral desde a infância;
Capítulo 7 – Kant e o pensamento crítico

• A filosofia crítica de Kant visa a dar conta da possibilidade de o


homem conhecer o real (e o que dele percebe) e agir de acordo
com uma moral que seja válida para todos;
◦ É a análise das condições da razão para delimitar o modo de
proceder e, principalmente, a possibilidade de conhecimento;
• A obra de Kant é dividida em escritos pré-críticos e escritos
críticos;
• “Revolução copernicana”:
◦ Kant buscou no heliocentrismo de Copérnico a metáfora para
a mudança de foco na teoria do conhecimento, que sai do
objeto e concentra-se no sujeito;
• O conhecimento em Kant é uma resultante da união entre os
objetos da experiência trazidos pela sensibilidade e as
categorias lógicas do nosso entendimento;
• “Crítica da Razão Pura”:
◦ A sensibilidade para conhecer e o entendimento do
conhecimento. Uma parte de nosso conhecimento;
◦ Estética transcendental:
▪ Um conhecimento a priori no qual a sensibilidade é
definida como uma faculdade da intuição. Nele, os
fenômenos são apreendidos pelo sujeito;
◦ Analítica transcendental:
▪ Os juízos e suas categorias definidas em unidade,
pluralidade, totalidade, realidade, negação, limitação,
substância, causa, comunidade (ou ação recíproca),
possibilidade, existência e necessidade;
◦ Ideias transcendentais (os conceitos puros da razão) e
antinomia da razão (as irresoluções das ideias):
▪ Para Kant, o intelecto pensa com julgamentos (os juízos
sintéticos) a partir da experiência sensível. Já a razão
metafísica pensa com silogismos a partir do
incondicionado;
• “Crítica da razão prática”:
◦ O imperativo categórico, um princípio racional e universal da
moral, fundamentado na ética do dever, que se refere à
obediência a esse princípio, valendo para todos e, portanto,
funcionando com imperativos incondicionais;
• “Crítica do juízo”:
◦ O juízo como faculdade ligada ao sentimento puro,
desdobrando-se entre o intelecto (faculdade cognoscitiva e
teórica) e a razão (faculdade prática);
◦ O juízo estético (belo como algo que nasce da relação entre o
objeto e o sujeito) e o juízo teológico (uma reflexão
praticamente impossível ao tentar identificar a finalidade na
natureza;
Capítulo 8 – Idealismo alemão e pensamento romântico

O Romantismo e suas origens


• Movimento caracterizado pelas mudanças de paradigma entre
os séculos XVIII e XIX;
• A oposição ao racionalismo iluminista;
• O movimento Sturm und Drang:
◦ A natureza e o gênio das forças criadoras;
• O subjetivismo nas artes, na música e na filosofia:
◦ O poder de criação do artista;

O idealismo alemão pós-kantiano:


• Um novo rumo à concepção kantiana da filosofia, abandonando
o sentido crítico e interpretando a filosofia transcendental pelo
viés de construir um novo sistema de saber, baseado na
subjetividade e nos sentimentos;
• A filosofia de Fichte:
◦ O Eu puro como fundação do idealismo;
◦ Atividade cognoscitiva e atividade moral;
◦ A consciência de que tudo deriva do Eu;
◦ A autoconsciência só é possível através do confronto com o
não Eu;
• O sistema de Schelling:
◦ Filosofia da natureza e o idealismo transcendental;
◦ O Homem como fim último da natureza;
◦ A proposta de uma filosofia estética, a partir do Eu ficheteano;
• O pensamento de Schopenhauer:
◦ “O mundo é a minha representação”, tanto do sujeito como
do objeto;
◦ A realidade conhecida é uma ilusão do “eu” e de sua maneira
de apreendê-la;
◦ A vontade como uma força cega e infinita da natureza e uma
aspiração inconsciente sobre o indivíduo:
▪ Involuntária e incontrolável no homem, mesmo após sua
morte;
◦ A reflexão filosófica e a contemplação artística como
superação do sofrimento da vida decorrida da vontade;
• Kierkegaard e a filosofia do indivíduo:
◦ A existência individual se caracteriza pela liberdade:
▪ O ser humano é aquele que escolhe o que se torna;
▪ A precursora do existencialismo;
▪ O cristianismo na reflexão sobre a fé e a experiência
religiosa, em uma perspectiva problematizadora do sentido
da existência;
▪ A possibilidade, a angústia e o desespero:
• Enquanto não se aceitar na dependência de Deus, o ser
humano é angustiado e desesperado;
Capítulo 9 – Hegel e Marx: desdobramentos do
pensamento dialético

Hegel
• O sistema de pensamento absoluto e totalizante;
• O processo de formação da consciência do sujeito, elevada a
níveis cada vez mais absolutos;
• A realidade enquanto tal é obra de um espírito infinito e
absoluto. Hegel salienta que o movimento próprio do espírito é o
movimento de refletir-se em si mesmo;
• O espírito (Geist) é o que, ao mesmo tempo, assume e supera
tudo o que os seus antecessores haviam dito a esse respeito;
• O método dialético:
◦ Procedimento por oposições e antagonismos segundo o qual
se desenvolve o saber filosófico e a consciência de si do
indivíduo, no espírito;
◦ Primeiro momento:
▪ “Ser-em-si”:
◦ Segundo momento:
▪ “Ser-outro” ou “fora-de-si”;
◦ Terceiro momento:
▪ “Retorno-a-si” ou o “ser-em-si-para-si”;
• “Fenomenologia do espírito”:
◦ O sujeito que se reconhece consciência – a via filosófica com
o fim de aproximar a história humana da história do espírito;
• A possibilidade de emancipação humana pela consciência, em
razão do conhecimento absoluto (sentido histórico);
• No pensamento hegeliano, há também pretensão de influenciar
a prática política, exercendo um papel relevante até os dias de
hoje;
Karl Marx
• A grande crítica ao capitalismo, o socialismo científico e a
revolução proletária;
• A crítica a hegel:
◦ As instituições, as leis e o Estado não são criações de um
espírito absoluto, mas são criações humanas e de acordo
com condições históricas;
• Duas teorias principais:
◦ O materialismo histórico, segundo o qual a estrutura
econômica determina a superestrutura ideológica;
◦ O materialismo dialético, segundo o qual há a necessidade
de observar na realidade todas as oposições, mas também
descobrir a racionalidade mesmo em causas místicas,
invertendo o pensamento hegeliano;
• No modo de produção capitalista:
◦ As relações entre os homens são de exploração, oposição e
antagonismo;
◦ O trabalhador é expropriado dos meios de produção, e sua
força de trabalho transforma-se em mercadoria, negociada à
burguesia, a dona dos meios de produção;
◦ Há fundamentalmente duas classes sociais antagônicas: a
dos proprietários dos meios de produção, ou burgueses, e a
dos não proprietários dos meios de produção, ou proletários;
◦ O trabalhador deixa de ter controle sobre os meios de
produção e sobre o que produz (alienação do trabalho), ao
contrário do artesão e do agricultor;
◦ Acontece a mais-valia:
▪ O valor que o trabalhador produz além do que seria
necessário para sua sobrevivência e que, depois, é
apropriado como lucro pelo capitalista;
• Quanto maior a exploração do trabalhador, maior a
concentração de renda e maior a desigualdade; maior também
a revolta do trabalhador;
• “O manifesto comunista”: a luta de classes e a revolução do
proletariado, sob o espectro do comunismo, rompendo com as
estruturas da sociedade burguesa e com a divisão de classes;
• “O Capital”: a lei econômica do movimento da sociedade
moderna e as contradições inerentes ao capitalismo que
acarretariam a sua ruína, levando ao comunismo, como
passagem de uma sociedade de classes para uma sociedade
sem classes;
Capítulo 10 – Nietzsche: pensar o impensado

• Nietzsche: vida e obra. Uma vida que se transfigura em


tragédias ao propor a transvaloração dos valores;
• O pensamento de Nietzsche, em forma de aforismos, poesia ou
narrativa, anuncia o fim de uma era histórica de filosofia
sistemática, de Platão a Kant, Hegel e Schopenhauer;
• Para Nietzsche, antes de Sócrates, Platão e Aristóteles, os
homens tinham a ideia de que onde existe a loucura há também
um grão de genialidade que, no entanto, não é divino (pela
loucura, os maiores feitos foram espalhados pela filosofia,
partindo da centelha da observação de Tales de Mileto, quando
disse que “tudo é água”). Assim, segundo Nietzsche, nasce a
filosofia;
• Com Sócrates, Platão e Aristóteles e a partir deles, a filosofia se
transfigura em uma filosofia moral e limitadora da existência
humana em sua plenitude, tanto no pensar como no agir, na
qual o cristianismo representa o ápice e também sua
decadência;
• A da civilização ocidental, culminando com a morte de Deus,
anunciada em tons proféticos, com a destruição de todos os
valores que foram o fundamento da humanidade: ametafísica, a
moral, o cristianismo;
• “O nascimento da tragédia”:
◦ O apolíneo (o racional equilíbrio) e o dionisíaco (o caos
instintivo), polos opostos da experiência humana, refletidos
na arte, na filosofia e na moral;
• “Humano, demasiado humano”:
◦ Ruptura com toda forma de ideal (platonismo, cristianismo,
evolucionismo, positivismo, etc.);
• “A gaia ciência”:
◦ Arte da transfiguração, em que Nietzsche alude, em seu
característico estilo aforístico, à morte da experiência do
sagrado entre os homens modernos, que passam a valorizar
somente o progresso técnico e científico, abandonando as
relações entre a fé e a magia;
• “Assim falou Zaratustra”:
◦ Um para todos e para ninguém, sobre as cinzas de Deus, o
super-homem e a ideia do eterno retorno;
◦ O Zaratustra do Nietzsche é o profeta inatual, que prega o
amor fati – o “amor aos fatos”, o amor ao vir-a-ser – como
pressuposto para a aceitação do eterno retorno e da
transvaloração de todos os valores. O Zaratustra, descendo
da montanha, anuncia o super-homem, que ama a vida e
condena a moral dos religiosos, sobretudo o cristianismo;
• “Pensar o impensado”:
◦ Em sua filosofia, Nietzsche cria relações diretas entre o
discurso filosófico e as artes, as ciências, as religiões, etc.,
gerando uma filosofia sem fim, dispersiva e continuamente
inventiva, para “além do bem e do mal”;
• Uma filosofia do futuro: capaz de questionar e até mesmo
desconstruir o cânone filosófico assentado em sistemas de
convicções construídos durante séculos;
• “A filosofia do martelo”:
◦ Nietzsche propõe questionar sempre as convicções e a moral
vigente, além de criar seus próprios valores sem se submeter
a nenhuma ideia pronta ou dada como certa;
Capítulo 11 – Fenomenologia no século XX: Husserl e
Heidegger

• Breve introdução à fenomenologia: nos dizeres de Heidegger, a


palavra fenomenologia é expressa em uma máxima que pode
ser sintetizada na expressão: “as coisas em si mesmas”;
• Inaugurada por Edmund Husserl, a fenomenologia é uma escola
filosófica que se fundamenta no fato de que toda consciência é
consciência de algo. Ela pretende ser ciência das essências, e
não dos fatos ou das contingências no mundo;

Husserl
• Com Husserl, a fenomenologia tornou-se uma corrente filosófica
particular, baseada na “suspensão do juízo” (epokhé) em
relação à realidade exterior;
• Enquanto ciência das essências, a fenomenologia se
caracteriza pela intencionalidade, segundo a qual a
consciência não está fechada em si mesma, mas se dirige a
objetos, no mundo, percebendo-os e conhecendo-os tal como
eles se apresentam a ela;
• Husserl procura restituir à filosofia o caráter de ciência rigorosa,
fundamentada na evidência;
• A intuição eidética como cerna da fenomenologia: o
conhecimento que começa com a experiência das coisas
existentes ou dos fatos. Todo fato, então, ocorre aqui e é
marcado por sua contingência, de forma que ele existe sem ser
necessário;
• O universal sempre se anuncia à consciência através de
fenômenos particulares;
• A epokhé, ou suspensão fenomenológica do juízo: suspender os
juízos diante de tudo o que a filosofia metafísica e as ciências já
afirmaram;

Martin Heidegger
• Em sua ontologia, a superação do esquecimento do ser, que
teria ocorrido na tradição da metafísica ocidental originada em
Platão;
• Em Heidegger, a existência é concebida como um poder-ser;
• “Ser e tempo”:
◦ Uma tentativa de encontrar o sentido do ser;
• O equívoco da metafísica: procurar o sentido do ser indagando
os entes;
• A alétheia, ou o “não ocultamento do ser”, concebida pelos pré-
socráticos e corrompida por Platão ao transferir a verdade para
o ser pensante – o erro da metafísica;
• A via de análise fenomenológica empreendida por Heidegger: o
termo “ser-aí” (do alemão “Dasein”);
• Angústia e coragem: o ser-para-a-morte encontra sentido em
algo que culmina em uma ausência de sentido; em essência, o
ser-para-a-morte é angústia;
• É diante do nada, como absoluta ausência de sentido, que uma
existência autêntica se constitui, encarando sua própria finitude;
• A coragem consiste em não fugir nem ignorar a angústia;
• Uma existência autêntica tem como pressuposto em suas
realizações e possibilidades o cuidado. Uma existência
inautêntica só se atenta para o êxito, desviando-se nas
banalidades cotidianas em um presente infinito;
Capítulo 12 – O existencialismo de Jean-Paul-Sartre

• Jean-Paul-Sartre: vida e obra – engajamento, política, filosofia,


arte e literatura;
• O homem está condenado a ser livre;
• A liberdade, além de ser a via pela qual a humanidade pode se
livrar do determinismo, é um fardo que ela carrega como
condição sem escapatória;
• “O existencialismo é um humanismo”: “A existência precede a
essência”, tema do existencialismo ateu:
◦ Não há Deus; assim, o homem não foi feito para qualquer
propósito;
◦ O homem inventa seu próprio destino, constituindo seu
caráter, a cada ato efetuado. Ou seja, o ser do homem
institui-se em seus projetos;
◦ O homem primeiro descobre que existe, descobre-se e só
então se define;
◦ O existencialismo sartreano é a subversão da metafísica
tradicional;
◦ O homem, um ser de projetos: a absoluta independência da
vida de todo e qualquer julgamento;
• A liberdade radical:
◦ Um ato individual de um homem que engaja toda a
humanidade: a cada escolha, a pessoa se vê comprometida,
desde sua vida mais íntima, com toda a humanidade;
◦ O engajamento é consequência da consciência da liberdade.
É a liberdade como ato;
◦ A angústia: ao fazer uma escolha, o homem não está optando
apenas para si, mas para toda a humanidade, estando
comprometido com ela;
◦ O homem está condenado à liberdade, uma liberdade radical,
em que é responsável por seus próprios atos;
• Existencialismo e fenomenologia: o eu é um ente do mundo
como o eu de outro:
◦ A consciência:
▪ Aquilo que se põe diante do em-se do mundo e que Sartre
chama de para-si;
▪ A consciência é pura liberdade e se afirma como
possibilidade;
• Existencialismo e marxismo:
◦ Enquanto Marx afirmava que o homem está imitado pelas
condições históricas, para Sartre, o homem está limitado pela
sua própria existência;
◦ No entanto, Sartre elabora a noção de liberdade de acordo
com as situações às quais ela é condicionada, voltando-se à
materialidade histórica, à maneira marxista, para se defrontar
com as muitas possibilidades de ação do homem e de suas
escolhas;
Capítulo 13 – Russell e Wittgenstein: linguagem, ética e
estética

Bertrand Russell
• A ruptura com o idealismo: contra o discurso metafísico;
◦ A filosofia analítica: remover as ambiguidades e os equívocos
do discurso, por meio da análise lógica;
◦ O neopositivismo do Círculo de Viena: restaurar o empirismo,
baseado nos fatos e nas descobertas científicas;
• O atomismo lógico:
◦ O discurso é composto de proposições (moleculares e
atômicas) que se baseiam em fatos;
◦ A verdade ou a falsidade são propriedade das proposições
(não dos nomes);
◦ As disputas da metafísica podem ser resolvidas pela análise
lógicas das proposições, prescindindo de termos como o ser
e a existência;
• A defesa do liberalismo e do livre debate de ideias contra a
intolerância e o fanatismo;
• A filosofia pode não encontrar respostas a todas as perguntas,
mas pode ajudar, considerando várias possibilidades de
compreender o mundo;

Wittgenstein:
• Primeira fase: Tractus logico-philosophicus:
◦ Exposição sistemática dos enunciados que estabelecem os
limites da linguagem para descrever o mundo;
◦ O mundo é a totalidade dos fatos, que são representados
pelo pensamento;
◦ “O pensamento é a proposição com sentido”. As proposições
são constituídas de nomes, que correspondem aos fatos;
◦ Os juízos da ética e da estética ultrapassam os limites do que
se pode dizer, na ciência, mas são ainda assim os temas
mais importantes;
• Segunda fase: Investigações lógicas:
◦ Os jogos de linguagem: as palavras adquirem sentido no uso
que fazemos delas;
◦ Os problemas filosóficos surgem quando falta a linguagem.
Por isso, a filosofia consiste em uma terapêutica
linguística, pela qual se busca um uso da linguagem que
possibilite a solução dos problemas;
Capítulo 14 – Escola de Frankfurt: Horkheimer, Adorno
e Habermas

Escola de Frankfurt
• Surgiu no Instituto para Pesquisa Social, fundado em 1920, e
caracterizou-se por um pensamento pautado na teoria crítica,
totalidade e dialética, para fazer um amplo diagnóstico da
sociedade contemporânea e em favor da libertação humana das
formas de opressão;
• “Dialética do esclarecimento”, de Adorno e Horkheimer:
◦ Crítica à racionalidade instrumental. A racionalidade
moderna, deixando de questionar os fins, reduziu-se ao
conhecimento técnico e, na sociedade contemporânea,
converteu-se em exploração pelo sistema;
◦ O avanço técnico aumentou a produção econômica e a
disponibilidade de recursos, mas também proporcionou o
desenvolvimento dos media (rádio, jornais, televisão, cinema
etc.) que, associados ao poder econômico, estimulam o
consumo e, enquanto indústria cultural, padronizam o
gosto e o pensamento, produzindo um público genérico e não
crítico;
• A respeito de Adorno e a “Dialética negativa”:
◦ A negação da identidade entre o pensamento e o ser, como
via de superação dos obstáculos que as metafísicas
tradicionais impõem às possibilidades de transformação;
◦ A oposição ao totalitarismo pela busca do indivíduo,
especialmente o marginalizado;
• Sobre Horkheimer e o “Eclipse da razão”:
◦ Desde os pré-socráticos, passando pelo projeto iluminista de
libertar o ser humano pelo uso autônomo da razão, a
racionalidade baseou-se no domínio do outro e produziu uma
organização social burocrática, impessoal e exploratória;
◦ O papel da filosofia não é resolver os males da sociedade,
mas questionar a racionalidade vigente, para pensar formas
de resistir à dominação;
• Habermas e a “Teoria da ação comunicativa”:
◦ Razão instrumental x razão comunicativa;
◦ Sistema x mundo da vida;
◦ Ação instrumental x ação comunicativa;
Capítulo 15 – Breve olhar sobre a filosofia
contemporânea

O que é a filosofia contemporânea?


• Uma categoria de investigação da história da filosofia para
estudar a filosofia recente;
• Há várias interpretações, uma delas considera o
contemporâneo um novo projeto – depois de Nietzsche – que
não se fundamenta na racionalidade e no humanismo; não
procura um conhecimento universal, unificador e totalizante,
mas atenta ao erro, ao irracional, ao paradoxal, à criação, às
possibilidades, à diferença, ao relativo;
• Filósofos contemporâneos:
◦ Michel Foucault:
▪ Estruturalismo e arqueologia do saber;
▪ Relações entre poder e saber:
• Os mecanismos de controle da vida (biopoder);
◦ Gilles Deleuze:
▪ Pensar a diferença por imagens e por imanência;
▪ Colaboração com Félix Guattari:
• As relações no mundo são complexas e se dão na
imanência do mundo;
• A força do inconsciente e a imagem da psique humana
como uma máquina operativa e produtora;
• A filosofia consiste em criar conceitos;
◦ Jacques Derrida:
▪ Desconstrução:
• Questionar a exclusividade, a certeza e a necessidade
da verdade ou de sistemas científicos, desobstruindo o
caminho para a emergência de novas e possíveis
interpretações;
▪ Différance:
• Neologismo, em francês, pelo qual se expressa a
associação da diferença à noção de erro, destacando o
irregular e o fora do padrão para incluir o diverso e o
outro (alteridade);
◦ André Comte-Sponville:
▪ Pensar em um sentido espiritual e ateu para as questões
da vida;
◦ Luc Ferry:
▪ Novo humanismo: a substituição da transcendência
vertical (Deus, pátria e revolução) pela transcendência
horizontal (os seres humanos, a família);
▪ O questionamento do anti-humanismo e do
transhumanismo;
Sociologia
Capítulo 1 – O que é a sociologia?

• A busca da verdade é uma prerrogativa do ser humano, desde a


sua origem;
• O conhecimento científico é o contrário do senso comum;
• A Pré-História compreende os primeiros passos da evolução do
ser humano, em sua longa caminhada pela Terra;
• O Estado é condição essencial para a constituição das
civilizações;
• O contato social está na origem da vida social;
• Os contatos podem ser de três tipos: primários, secundários e
intermediários;
• As relações humanas configuram-se a partir de processos e
interações sociais;
• Interações sociais geram processos sociais;
• Os processos sociais podem ser associativos (ou
cooperativos) e dissociativos (ou competitivos);
• Desde que se reconhece como ser humano, o indivíduo passou
a buscar formas de associações, estruturando grupos (família) e
agregados sociais;
• Diferentes associações, diferentes agregados sociais: multidão,
público, massa, comunidade e sociedade;
• O Renascimento cultural (século XIII a XVI) introduziu conceitos
e valores novos às artes, às ciências e à filosofia, exaltando o
racionalismo, o individualismo e o antropocentrismo e
retomando a tradição cultural greco-romana;
• O Iluminismo (século XVII e XVIII) retomou o racionalismo do
Renascimento, o liberalismo econômico e político e a
compreensão do mundo por meio dos valores científicos;
• O pensamento liberal foi essencial para o desenvolvimento do
capitalismo moderno;
• O iluminismo trouxe um conjunto de ideias que serviu de
inspiração para a independência dos Estados Unidos, a
Revolução Industrial e a Revolução Francesa, ao longo do
século XVIII;
• A sociologia, enquanto ciência, emergiu em um processo de
transformações históricas e sociais, em especial a partir da
Revolução Industrial;
• A sociologia procura explicações racionais para a vida em
sociedade afastando-se do senso comum;
• Para a sociologia, mais do que o fato em si, interessa a
concepção do fato e as consequências deste para a sociedade;
Capítulo 2 – As contribuições de Comte, Darwin e
Durkheim para a sociologia

• O positivismo, enquanto corrente filosófica, surgiu no século


XIX, decorrente dos progressos técnicos, atribuindo aos
estudos sociológicos um caráter científico, de acordo com o
contexto industrializante da época;
• O positivismo caracterizou-se por considerar como único tipo de
conhecimento legítimo o que se encontra nas ciências naturais,
baseado na observação, na experimentação e na
matematização;
• Auguste Comte (1798 – 1857):
◦ Filósofo francês, foi o fundador do positivismo e um dos
principais expoentes da sociologia científica;
◦ Uma de suas mais importantes ideias foi a de que o espírito
humano evolui, passando por três estágios:
▪ O teológico;
▪ O metafísico;
▪ O positivo, no qual o homem atingiria o ponto mais alto do
desenvolvimento, passando a formular as leis dos
fenômenos sem nenhuma referência a causas
sobrenaturais ou formas metafísica;
◦ Comte definiu uma metodologia para a investigação dos
fenômenos sociais (física social) e justificou a ação
imperialista (neocolonialista) europeia nas regiões afro-
asiáticas, transpondo as conclusões de Charles Darwin para
as suas análises sociais;
◦ Apontou, ainda, dois princípios vitais para as sociedades:
▪ O estático – corresponde às formas elementares de
organização (família, religião, propriedade e linguagem);
▪ O dinâmico – representante das formas mais complexas
de existência de uma sociedade (urbanização e
industrialização);
• Émile Durkheim (1858 – 1917):
◦ É considerado o fundador da sociologia moderna. Para esse
positivista francês, a sociologia é uma ciência independente
das demais ciências sociais e da filosofia e seu objeto são os
fatos sociais, marcados por serem exteriores aos
indivíduos, pela força que exercem sobre as pessoas –
levando-as a respeitar as normas e regras sociais
(coercitividade) – e pela generalidade (os atos repetem-
se constantemente entre os membros de uma sociedade);
◦ Segundo Durkheim, o ser humano é um animal que só se
humaniza pela socialização, e a causa de cada fato social
deve ser procurada entre os fenômenos sociais que o
antecederam. Ele afirma, também, que a sociedade
prevalece sobre as vontades individuais e sobre o indivíduo
em si;
◦ Durkheim afirma ainda que os fatos sociais – por serem o
objeto da sociologia – devem ser estudados como “coisas”,
ou seja, como tendo existência própria, e o cientista social
deve manter distância e neutralidade sobre o estudado, isto
é, os sentimentos e os valores pessoais (prenoções) do
profissional não devem interferir no objeto de estudo, sob o
risco de distorção;
◦ Ainda segundo esse cientista, os estudos sobre os fatos
sociais podem apontar soluções para a vida em sociedade.
Para tanto, cabe ao cientista social classificar os fatos sociais
como normais (saudáveis) e patológicos (doentios);
◦ Outro ponto importante que fizemos nos estudos sobre
Durkheim refere-se às solidariedades. Segundo ele, nas
sociedades pré-capitalistas, os indivíduos se identificam
pelos costumes, pelas tradições e pela religião,
permanecendo independentes em relação à divisão do
trabalho (prevalece a consciência coletiva, que exerce forte
poder de coerção sobre os seus membros). Já nas
sociedades urbano-industriais, prevalece a solidariedade
orgânica, que torna os indivíduos interdependentes e garante
a evolução, com a diminuição da consciência coletiva, ao
mesmo tempo em que os indivíduos tornam-se mutuamente
dependentes;
Capítulo 3 – O capitalismo sob suspeita

• Karl Marx (1818 – 1883):


◦ A base do pensamento de Marx compõe-se de duas teorias
principais: o materialismo histórico e o materialismo dialético;
◦ Segundo Marx, as relações entre os homens no modo de
produção capitalista são de exploração, oposição e
antagonismo;
◦ Para Marx, no modo de produção capitalista, o trabalhador é
expropriado dos meios de produção e sua força de trabalho
transforma-se em mercadoria;
◦ Pela visão marxista, no capitalismo existem
fundamentalmente apenas duas classes sociais antagônicas:
a dos proprietários dos meios de produção, ou burgueses
(donos de fábricas, bancos, terras), e a dos não proprietários
dos meios de produção, ou proletários (trabalhadores
assalariados);
◦ Mais-valia é o valor que o trabalhador produz além do que
seria necessário para sua sobrevivência e que é apropriado
como lucro pelo capitalista, caracterizando a exploração;
◦ Segundo Marx, o capitalismo industrial impulsionou o
processo de alienação do trabalhador;
◦ Estratificação social indica as diferenças entre os indivíduos
em determinada sociedade;
◦ Tipos de estratificação social: de castas (indivíduo
classificado pela origem do nascimento); de estamentos
(mobilidade social difícil entre os indivíduos, mas não
impossível); de classes (indica possibilidade de mobilidade
social, seja ela vertical e/ou horizontal);
◦ No mundo contemporâneo, a mobilidade social tem-se
mostrado difícil devido à competitividade do mercado de
trabalho, à informatização e à automação dos processos
produtivos e à globalização do capital, das finanças e das
forças produtivas;

Capítulo 4 – Max Weber, a ação social e a necessidade


da antropologia

• Max Weber (1864 – 1920):


◦ Max Weber é considerado um dos fundadores clássicos da
sociologia. Refutou posições positivistas, valorizou a história
e os particularismos;
◦ Para Weber, o objeto da sociologia é o sentido da ação
humana individual, e o método a ser empregado em sua
análise é a compreensão, envolvendo uma reconstrução do
sentido subjetivo original da ação e o reconhecimento da
parcialidade da visão do observador;
◦ Para positivistas como Comte e Durkheim, a sociedade
sobrepõe-se aos indivíduos. Para Weber, é o contrário: as
ações individuais são dotadas de sentido quando têm uma
justificativa elaborada subjetivamente;
◦ Weber defendeu a busca da neutralidade na investigação
científica, reconhecendo, no entanto, a dificuldade de se obtê-
la. Para a construção das explicações sociais, sugeriu a
adoção de um instrumento a que denominou tipo ideal (uma
construção abstrata a partir de casos particulares já vividos
por uma sociedade);
◦ Weber, em sua obra “A ética protestante e o espírito do
capitalismo”, fez uma análise da relação entre o
protestantismo e o desenvolvimento do capitalismo no mundo
ocidental;
◦ Weber afirmou que um Estado detém o monopólio legítimo da
violência física, o que não significa dizer que o Estado deva
agir necessariamente com violência;
◦ Weber ainda publicou vários trabalhos sobre estratificação
social. Para esse pensador, a variação e o posicionamento
de uma pessoa em uma classe social ultrapassam as
questões meramente econômicas e estão condicionadas a
aspectos como educação, as qualidades individuais, a
propriedade e as habilidades específicas;

A antropologia
• A antropologia enquanto ciência emergiu no século XIX (assim
como a sociologia), na esteira da industrialização, da
urbanização e do imperialismo;
• Enquanto a sociologia estuda os fenômenos que envolvem a
sociedade europeia afetada pelo processo produtivo industrial
intensificado, a antropologia surgiu como a ciência da
alteridade, procurando investigar o que é “diferente” do
europeu, encontrado nos continentes africano e asiático (vítimas
do imperialismo formal e da exploração capitalista industrial),
americano (indígenas) e oceânico (aborígenes);
• A antropologia abrange a investigação, descrição e explicação
da diversidade humana, estudando a variedade de etnias,
culturas e sociedades existentes;
• São três as linhas de pensamento estabelecidas pela
Antropologia enquanto disciplina até meados do século XX:
◦ O evolucionismo:
▪ Crente de que as culturas passam pelos mesmos estágios
evolutivos, ou seja, supõe uma ordenação das culturas,
indo das mais simples para as mais complexas, com forte
visão etnocêntrica;
◦ O funcionalismo:
▪ Estudo das sociedades não europeias no que lhes é
específico, fugindo da visão etnocêntrica, pois
determinados padrões básicos devem necessariamente
existir em qualquer tipo de sociedade;
▪ Seu principal estudioso foi o polonês Bronislaw
Malinowski;
◦ O estruturalismo:
▪ Estudo do que não pode ser observado em uma estrutura
social, enfatizando a existência de um substrato
inconsciente comum a toda a humanidade;
▪ Seu principal defensor foi Lévi-Strauss;
Capítulo 5 – A globalização capitalista e o mundo do
trabalho

• O trabalho, enquanto atividade, passou a ser amplamente


valorizado a partir da Revolução Industrial (séculos XVIII e
XIX);
• No Brasil, Getúlio Vargas (entre 1930 e 1945 e na
redemocratização, entre 1951 e 1954) edificou uma política
trabalhista (Ministério do Trabalho, carteira de trabalho, projeto
do salário mínimo, jornada regulamentar, descanso semanal
remunerado, entre outros), que culminou com a aprovação da
CLT nos anos finais de seu primeiro mandato;
• A globalização contemporânea foi impulsionada pelo fim da
Guerra Fria, pela queda do Muro de Berlim (1989) e pela
desintegração do bloco de países socialistas soviéticos;
• O bloco soviético e seus países, antes isolados, passaram a
fazer parte do mundo capitalista, cujo sistema se generalizou;
• Principais características da globalização contemporânea:
◦ Mundialização do sistema financeiro e da produção;
◦ Avanço das transnacionais;
◦ Exaltação do mercado livre;
◦ Internacionalização da publicidade;
◦ Padronização cultural e de valores;
◦ Avanço tecnológico e dos sistemas de comunicação;
◦ Estímulo ao consumismo;
• Com a globalização capitalista em curso, cresce o desemprego
estrutural, as desigualdades aumentam ou se aprofundam,
assim como existem mais riscos de perdas de garantias
históricas obtidas pelo trabalhador, como acontece atualmente
no Brasil;
• As crises e os conflitos também se tornaram globais.
Recentemente, a de 2008, provocada em consequência da
bolha imobiliária nos Estados Unidos, ainda faz o mundo sentir
seus efeitos;
• Antes, os atentados de 11 de setembro de 2001 levaram a
guerra ao terror a outras regiões do mundo, aumentando os
custos militares, políticos e econômicos e inúmeras escaladas
de violência, principalmente no Oriente Médio. Também
levaram os países ocidentais a restringirem suas fronteiras
contra a entrada de imigrantes, principalmente muçulmanos,
aumentando também a xenofobia;
Capítulo 6 – Os caminhos da economia: o
neoliberalismo e as desigualdades sociais

• O projeto neoliberal foi constituído no Consenso de Washington


(1989) a partir das experiências dos anos 1970 e 1980 no Reino
Unido e nos EUA, nos governos de Thatcher e Reagan,
respectivamente;
• O neoliberalismo, na busca da afirmação da economia de um
país, pressupõe medidas como ajuste fiscal, privatizações,
abertura comercial e desregulamentação da economia,
especialmente na área financeira, de acordo com o economista
Milton Friedman, um dos mais influentes pensadores dessa
doutrina;
• O neoliberalismo, em seus momentos de implantação, gera
desemprego e problemas sociais graves em decorrência de
fortes ajustes econômicos;
• Além do neoliberalismo, outras vias econômicas que interferem
na vida social são a social-democracia e a democracia popular
(ainda não adotado enquanto projeto);
• No Brasil, para manter a estabilização econômica advinda com
o Plano Real, muitas medidas neoliberais, como ajustes fiscais,
privatizações e aumento das taxas básicas de juros, foram
adotadas na economia, contribuindo para o aumento da
desigualdade social e da diminuição da renda dos
trabalhadores;
• As diferenças entre sociedades podem ser medidas pela renda
per capita, pelos índices de mortalidade infantil e pela
concentração de renda;
• O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Índice de Gini
são importantes indicadores para avaliar os graus de
desenvolvimento e de desigualdade de um país, estado ou
município;
Capítulo 7 – Cidadania: igualdade de oportunidades e
construção contínua

• O conceito de cidadania: mais que ser cidadão de um país,


envolve direitos civis, políticos e sociais e deveres dos cidadãos
para com a Constituição do país;
• A ideia de cidadania está, atualmente, vinculada diretamente
aos direitos humanos;
• A Declaração Universal dos Direitos Humanos torna
obrigatórios e universaliza os direitos fundamentais, com saúde,
educação, moradia etc. Muitos desses direitos são
reconhecidos, mas não totalmente aplicados, o que torna
obrigatória a luta política e social dos mais atingidos pelas
injustiças, como as minorias;
• Para a instalação da plena cidadania, espaços devem ser
abertos às vozes menos poderosas, assim como deve ser
garantido, por exemplo, o acesso de todos à educação,
segurança, saúde, justa distribuição de renda e cultura de
qualidade;
• Minorias: grupos e indivíduos que não têm seus direitos
plenamente reconhecidos na sociedade;
• O conceito de minoria não envolve números absolutos. Há
minorias, como as mulheres, que, mesmo sendo maioria entre
os brasileiros, não têm os direitos plenamente reconhecidos;
• Minorias, como os indígenas, os negros, os idosos, as
mulheres, os homossexuais, lutam para que sociedades
discriminatórias reconheçam suas diferenças;
• O reconhecimento das diferenças aprimora o caráter
democrático de uma sociedade;
• Com o sistema de cotas nas universidades públicas e o
reconhecimento da união estável homossexual, busca-se tornar
a cidadania mais presente em grupos sociais excluídos, a fim de
reparar décadas de discriminação, preconceito e abandono,
mas há ainda muito a ser feito;

Capítulo 8 – Os movimentos sociais

• Movimento social é uma ação coletiva que envolve indivíduos


com os mesmo interesses e evidencia conflitos, embora nem
sempre leve ao confronto;
• Os elementos necessários para a caracterização de um
movimento social são: projetos, organização e ideologia;
• As revoltas e os movimentos sociais de destaque na história
brasileira, no período da República:
◦ O movimento operário do início do século XX;
◦ A Revolta da Chibata;
◦ A Semana de Arte Moderna;
◦ O Tenentismo;
◦ As Diretas Já;
◦ ACCMV – Ação da Cidadania Contra a Miséria e Pela Vida;
• Atualmente, há a luta do Movimento dos Sem Terra e do
Movimento dos Sem-Teto, além dos movimentos ecológicos e
ambientais;
• Nos últimos anos, a utilização das redes sociais como reflexo da
globalização tem contribuído para a arregimentação de
cidadãos que buscam transformações e reconhecimento;
• Os protestos da Primavera Árabe, o Occupy Wall Street, os
Indignados, os protestos de junho de 2013 no Brasil, as
manifestações no Chile e em Hong Kong por melhores
condições na educação e democracia são exemplos de
manifestações atuais de movimentos de massa;
Capítulo 9 – Instituições sociais: família e Igreja

• Uma instituição social pode ser definida como o conjunto de


procedimentos a que devemos nos submeter junto à estrutura
social na qual estamos inseridos;
• Família, Igreja e Estado são instituições sociais que dirigem
nossas formas de sentir, pensar e agir ao longo de nossas
vidas;
• A família é, ao mesmo tempo, um grupo social primário e uma
instituição social;
• Atualmente, a família, enquanto instituição social, passa por
transformações importantes;
• Características da família no Brasil:
◦ Com tendência à redução de tamanho decorrente da
diminuição das taxas de fecundidade;
◦ Crescimento do número de separações;
◦ Divisão das tarefas pelo casal;
◦ Novos casais formados a partir de novas uniões;
◦ Uniões estáveis;
◦ Crescimento das uniões homoafetivas;
◦ Casamentos tardios;
• Tem se tornado comum no Brasil e no Ocidente as famílias
mosaico, nas quais as unidades domésticas são formadas por
casais separados com os filhos dos primeiros casamentos.
Crescem as famílias que têm a mulher como chefe de família,
dada a importância significativa que a mulher vem adquirindo no
mercado de trabalho, embora seus salários ainda sejam
menores que os dos homens na média geral;
• A Igreja, enquanto instituição social, apresenta uma função
importante por gerar estabilidade social e colabora para uma
melhor adequação de um indivíduo às normas sociais;
• Historicamente, no Brasil, prevalece o catolicismo, que dita
normas, comportamentos e pensamentos em nossa sociedade
desde o período colonial;
• A partir da quebra do Padroado (1872), a Igreja Católica
afastou-se das causas populares brasileiras, buscando retomar
sua efetiva participação na vida nacional a partir de 1920;
• No século XX, emergiram inúmeras igrejas cristãs protestantes,
surgiram as Comunidades Eclesiais de Base e a Teologia da
Libertação;
• No Brasil contemporâneo, o perfil religioso dos brasileiros tem
se alterado, principalmente com a elevação do número de
protestantes, sobretudo das vertentes pentecostais e
neopentecostais;
• No entanto, o catolicismo ainda é a religião mais declarada da
maioria dos brasileiros e predominante no país, apesar do
avanço evangélico e protestante. Com isso, a Igreja Católica
reage buscando se adequar aos novos tempos e impedir o
avanço do pentecostalismo protestante;
• No Brasil fazem parte dessas mudanças movimentos como o de
Renovação Carismática e a necessidade de dar maior atenção
aos problemas sociais, seguindo, assim, as novas orientações e
os discursos do Papa Francisco, um jesuíta dedicado aos
pobres quando cardeal de Buenos Aires;
Capítulo 10 – Política, poder e Estado

• Estado é uma instituição composta de território, população e


governo e possui mecanismos para regular as relações entre
membros de uma sociedade;
• Pátria é o lugar onde o indivíduo nasce;
• A nação é formada por pessoas com idioma, valores,
sentimentos e história comuns;
• Tipos de Estado no mundo contemporâneo:
◦ Parlamentar;
◦ Republicano;
◦ Teocrático;
◦ Ditatorial;
• O Estado possui o monopólio da força para fazer cumprir a lei;
• O Estado democrático guia-se por uma Constituição e impõe-se
pela sua vontade em nome da segurança da sociedade que
representa;
• Em Estados Totalitários como fascismo, o nazismo, o stalinismo
e o Estado Novo no Brasil, o poder é centralizado na figura de
um ditador, com liberdades e garantias constitucionais
suprimidas por conta das arbitrariedades de um Estado
opressor;
• Teóricos contratualistas como Thomas Hobbes propõem um
contrato social que permite o governo dos homens, por meio do
Estado, impedindo a volta do homem ao estado de natureza e
ao caos social;
• A edificação do Estado brasileiro:
◦ A partir de 1822, com o estabelecimento da monarquia, após
a Proclamação da Independência que, no entanto, não
contou com a participação popular e manteve as decisões
políticas nas mãos das elites oligárquicas;
◦ Em 1824, a primeira Constituição Brasileira é outorgada, com
o estabelecimento dos poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, além do Poder Moderador que dava amplos
poderes ao imperador;
◦ Em 1889, houve ascensão da república, com fases distintas
em seu processo, tais como a República Velha, a Era Vargas,
a República populista, a Ditadura Militar e a Nova república,
com a redemocratização;
◦ Em 1979, iniciou-se um processo de abertura democrática no
Brasil após o período de governos militares (1964 – 1985),
em que os direitos políticos e individuais foram suspensos,
como as eleições diretas, o habeas corpus e o habeas data;
◦ A Constituição em vigor no Brasil, chamada de Constituição
Cidadã, foi promulgada em 1988 já na redemocratização;
◦ Na Nova República, governos como o de Fernando Henrique
Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva consolidaram a
democracia no Brasil e reforçaram as instituições
governamentais;
◦ No entanto, a democracia ainda não é para todos e a
desigualdade persiste no país, mesmo com a eleição de
Dilma Rousseff, sucessora de Lula;
Capítulo 11 – Urbanização e violência social

• A urbanização se caracteriza pelo processo de transferência de


indivíduos do meio rural para o urbano e, no caso dos países em
desenvolvimento, essa urbanização se dá muitas vezes de
maneira desordenada, fazendo crescer a concentração da
população ao redor das grandes cidades, em um processo
denominado macrocefalia urbana, como é o caso de São Paulo
e Rio de Janeiro, no Brasil, e Buenos Aires, na Argentina;
• Como consequências da urbanização, afora a concentração de
atividades culturais, educacionais e políticas, as cidades
passaram a monopolizar ideias e movimentos sociais, além de
problemas de saneamento básico, concentração de resíduos
(lixo) em aterros inadequados, segurança pública, dificuldades
de mobilidade urbana e todo tipo de poluição, inclusive
alterações climáticas, como os fenômenos das ilhas de calor,
chuvas ácidas e inversão térmica;
• Apesar de atraentes e dinâmicas, as grandes cidades, como as
capitais, ao cresceram desordenadamente, em especial as
metrópoles de países em desenvolvimento, acabam por
oferecer condições precárias de vida para a maioria de seus
habitantes, uma vez que nem todos os benefícios trazidos pela
vida urbana são acessíveis à totalidade de seus moradores,
visitantes e frequentadores, gerando problemas como a
mendicância, o tráfico de drogas, o subemprego e todo tipo de
violência;
• O Brasil, no século XX, assistiu ao crescimento acelerado das
cidades, seja em números absolutos, seja em números
relativos, em área e em população;
• A América Latina é a região do planeta com os maiores índices
de urbanização, com cerca de 80% de sua população vivendo
em centros urbanos, muitas vezes desiguais e carentes de
estrutura adequada para todos;
• As diferenças sociais e a impunidade são fatores que estimulam
as práticas de violência humana, especialmente nos grandes
centros urbanos;
• Atualmente, a violência tem crescido nas cidades do interior do
país, em decorrência da estagnação econômica e da saturação
das grandes capitais e regiões metropolitanas do Brasil. É
também acompanhada da insuficiência de investimentos na
segurança pública e do surgimento de novos polos de
crescimento e atração populacional em municípios de pequeno
porte, que passam a sofrer com os mesmos problemas dos
grandes centros urbanos;
• No campo, a violência persiste por conta da desigualdade da
distribuição de terras, decorrente da estrutura fundiária
brasileira que, desde o período colonial, concentra grandes
quantidades de terras nas mãos de poucos proprietários, muitas
vezes de maneira irregular;
Capítulo 12 – O estado de bem-estar social

• As bases teóricas do Welfare State foram, em grande parte,


formuladas pelo economista britânico John Maynard Keynes
(1883 – 1946);
• Segundo a teoria keynesiana, o Estado deve intervir na vida
econômica, com políticas inclusivas e compensatórias,
procurando solucionar os problemas sociais advindos do
desenvolvimento capitalista e acelerado;
• Após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), cresceu no
planeta o número de programas sociais com vistas ao bem-
estar social, dado que foram importantes na reconstrução da
Europa Ocidental do pós-guerra;
• O Estado de bem-estar social apresenta como objetivo
minimizar os efeitos sociais negativos provocados pelo
capitalismo, atendendo a setores sociais marginalizados pelo
modo de produção capitalista;
• O Brasil, ao sair do rol dos países neoliberais, passou a adotar
também programas compensatórios de bem-estar social, como
o Bolsa Família;
• Críticas são feitas à política de bem-estar social. Para alguns,
fere o liberalismo, desvia funções do Estado, gera déficits
orçamentários e pode ser usado para fins eleitorais;
• Para outros, no entanto, programas de bem-estar social têm
diminuído diferenças sociais e minimizado a situação de
vulnerabilidade de muitos brasileiros, embora sujeitos a
diversas críticas por serem vistos por alguns como instrumento
de manipulação política e necessitarem de intensa fiscalização
para evitar desvios de sua finalidade, que é assegurar as
garantias de direitos básicos aos cidadãos, tornando-se
modelos de inclusão social;
Capítulo 13 – Cultura e educação

• A cultura se caracteriza por um conjunto de valores, saberes,


comportamentos, manifestações artísticas, entre outros,
preservado, elaborado e repassado entre gerações de
determinada sociedade;
• Os estudos da cultura:
◦ Etnografia:
▪ Descrição das diferenças culturais;
◦ Etnologia:
▪ Análise das informações etnográficas para encontrar a
estrutura e o desenvolvimento de determinada cultura;
• Os tipos de cultura:
◦ A cultura material:
▪ Reúne objetos e utensílios produzidos em uma sociedade;
◦ A cultura não material:
▪ Reúne aspectos de valores morais e intelectuais de uma
sociedade (não palpáveis);
• Os aspectos da cultura:
◦ Traços culturais (elementos);
◦ Padrão cultural (normas);
◦ Complexo cultural (conjunto);
◦ Área cultural (espaço geográfico);
• A aculturação é um processo de modificação de uma cultura ou
perda de alguns de seus aspectos, sendo absorvida pelos
valores de outra;
• Os movimentos contraculturais se inserem na busca de novos
caminhos e valores para uma determinada sociedade;
• O processo educacional tem como objetivo maior a transmissão
dos valores sociais, completando o processo de socialização do
indivíduo;
• A educação é responsável pela transmissão cultural em uma
sociedade;
• Os principais problemas da educação escolar (formal) no Brasil
atual: analfabetismo; baixos indicadores de conclusão do ensino
básico (especialmente, do Ensino Médio); difícil acesso ao
Ensino Superior; falta de estrutura adequada;
Capítulo 14 – Indústria cultural

• Em meados do século XX, já se percebia o poder da mídia e


dos meios de comunicação sobre o consumo e a conduta de
boa parte da população mundial;
• O termo indústria cultural provém da Escola de Frankfurt
(1924):
◦ Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973)
foram os primeiros a utilizá-lo;
• A indústria cultural gera produtos culturais com o objetivo de
lucro;
• Cultura popular é produzida por quem normalmente a consome,
ou seja, valores tradicionais de um povo; cultura de massa
refere-se àquela tipo de cultura produzido por um pequeno
grupo que busca, principalmente, obter vantagens econômicas;
• No Brasil, prevalecem, como cultura de massa, as veiculações
de rádio e de televisão;
• Características da indústria cultural no Brasil: coletivizante;
programação heterogênea; linguagem vulgar e acessível;
universalização cultural;
• Crítica principal à indústria cultural: alienante;
• Ponto positivo: democratização das informações;
• Uma das principais características das redes sociais é sua
abertura;
• O que marca o mundo tecnocêntrico de nossa cultural é o
aparecimento de uma sociedade que se torna cada vez menos
social e cada vez mais tecnológica;
• Por meio de uma rede social, pessoas ou organizações
conectam-se, partilhando informações, conhecimentos,
interesses e esforços em busca de objetivos comuns;
• Os novos movimentos sociais têm utilizado como ferramenta as
redes sociais;
• Em abril de 2014, foi aprovado no Brasil o “Marco Civil da
Internet”, estabelecendo direitos e deveres, na “web”, de
usuários, governo, empresas de telecomunicações e páginas da
internete;
Capítulo 15 – Sociologia no Brasil e a sociologia
contemporânea

• O surgimento das ciências sociais no Brasil, dando bases para


o desenvolvimento da sociologia como ciência:
◦ O advento de novas condições de produção e das classes
sociais, a partir de 1914, trouxe a necessidade do
nacionalismo brasileiro;
◦ Em 1932, foi criada a Escola Paulista de Sociologia e, em
1934, a Faculdade de filosofia, Ciências e Letras, da
Universidade de São Paulo;
◦ A partir da década de 1930, a cultura miscigenada começa a
ser vista como representação oficial da nação brasileira,
desprezando a ideia de que a mestiçagem seria uma
vergonha nacional;
• Nomes como Giberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda,, Caio
Prado Jr., Florestan Fernandes, Antônio Cândido e Celso
Furtado destacam-se no estudo socioeconômico e político
brasileiro:
◦ Gilberto Freyre destaca a ideia do relativismo cultural,
aplicando-a à mistura de etnias como qualidade da cultura
brasileira. Para o autor, essa mistura é resultado de um
“equilíbrio de antagonismos”, resolvendo a desigualdade
social com base na convivência harmoniosa entre os
elementos indígena, branco e negro;
◦ Caio Prado Jr. destacava em suas obras o sentido da
colonização no Brasil, apontado ter sido esta a base para o
entendimento das dificuldades do país no período
contemporâneo;
◦ Sérgio Buarque de Holanda destaca a importância do
patrimonialismo deixado pelos colonizadores portugueses,
apontando para a imagem do brasileiro como um “homem
cordial”, adorador dos contatos próximos e íntimos;
◦ No desenvolvimento da sociologia brasileira, Florestan
Fernandes entendeu a integração dos negros como um
problema a ser resolvido na sociedade brasileira desde a
abolição da escravatura. Para ele, o preconceito racial é uma
das maiores dificuldades enfrentadas pelos negros no Brasil,
o que impede a efetiva formação de uma sociedade de
classes no país;
• A sociologia contemporânea tem se debruçado sobre temas
como o papel da mídia, a questão do trabalho, as migrações, as
expressões da sexualidade, o consumo, a religiosidade, a
violência e a criminalidade, o avanço do tráfico de drogas e as
relações internacionais;
Redação
Livro 1
Capítulo 1 – As peças que compõem o texto

Tipos de texto
• Expor;
• Relatar;
• narrar;
• Argumentar;
• Descrever;
Capítulo 2 – Quando a prova pede um gênero textual

Gênero textual
• É preciso observar:
◦ Para quem estamos escrevendo?;
◦ Com que finalidade?;
◦ Onde divulgaremos esse texto?;
◦ Coletânea ou textos-fonte:
▪ Verifique se é permitido usar paráfrase;
▪ Nunca faça cópia dos textos da coletânea;
Capítulo 3 – A dissertação de vestibular

Dissertação de vestibular
• A dissertação é uma forma de apresentar ideias baseando-se
em um ponto de vista que é defendido por meio de
argumentos;
• Um ponto de vista é uma afirmação passível de comprovação;
• Na dissertação, escrevemos para um interlocutor universal
ou leitor universal;
Capítulo 4 – Dissertação argumentativa

Dissertação argumentativa
• Comando:
◦ Pretende avaliar as capacidades de leitura e escrita;
• Coletânea:
◦ Fonte de dados e informações que delimita sobre o que
deveremos escrever;
• Assunto:
◦ Engloba os textos da coletânea e vários outros, que não
tratam exatamente da mesma questão, mas de um conceito
mais amplo;
• Tema:
◦ Une todos os textos de uma coletânea e marca sua
especificidade;
Capítulo 5 – Leitura da coletânea

Leitura da coletânea
• Momento de buscar o tema!:
◦ A busca do tema se dará por meio de:
▪ Coleta de ideias;
▪ Seleção de pensamentos;
▪ Reflexões;
Capítulo 6 – A composição básica da dissertação

A composição básica da dissertação


• Parágrafo:
◦ O parágrafo é uma unidade de sentido com uma função
específica dentro do texto;
• Introdução:
◦ O tema e o posicionamento são apresentados ao leitor, como
resposta à pergunta “o quê?”;
• Desenvolvimento:
◦ É o trecho do texto que tem a função de desdobrar a tese
apresentada na introdução. A preocupação central é
responder à questão “por quê?”;
• Conclusão:
◦ Serve para confirmarmos a hipótese da introdução. No Enem,
também é o momento de propor soluções para os problemas
abordados;
Capítulo 7 – Introdução I: o ponto de vista

Ponto de vista na dissertação


• Tese:
◦ Em geral, a tese está no parágrafo de introdução;
◦ Trata-se do ponto de vista do autor sobre o tema, ou seja,
o que o autor pensa, defende e acredita sobre o assunto;
Introdução II: a contextualização

Contextualização
• Apresenta o tema ao leitor:
◦ Acontecimentos recentes;
◦ Contexto histórico;
◦ Narrativa;
◦ Definição;
◦ Citação;
Capítulo 9 – Contextualizar e se posicionar em uma
proposta real

Contextualização e posicionamento (ponto de vista)


• Introdução:
◦ Contextualização:
▪ A partir da coletânea;
▪ A partir da História;
▪ Por meio de atualidades;
▪ A partir de uma citação;
▪ A partir de elementos populares;
▪ A partir de ficção;
Capítulo 10 – A composição básica da dissertação

A composição básica da dissertação


• Planejamento (esboço):
◦ Tese: marca o posicionamento da dissertação e deixa
claro o que será encontrado no texto:
▪ Desenvolvimento: a tese contribui para a escolha de uma
contextualização pertinente;
▪ Conclusão: a tese também define o caminho
argumentativo do texto, o que contribui para um
fechamento adequado;
Capítulo 11 – O planejamento em foco: análise de
textos

Planejamento
• Análise de textos;
• A prática da dissertação:
◦ Nem sempre a estrutura conteúdos + parágrafos
argumentativos + conclusão aparece de forma explícita
no texto;
◦ O texto não se acomoda em um molde, em um padrão rígido;
◦ Mesmo assim, o ponto de vista continua selecionando os
conteúdos e as estratégias argumentativas;
Capítulo 12 – Argumentação I: temas e cultura

Argumentação I: temas e cultura


• As relações dos temas no texto dissertativo;
• A tese não apresenta o objeto central do tema como elemento
isolado;
• A tese busca o objeto central em uma paisagem mais ampla;
• A abordagem do aspecto central do tema se dá com base na
relação que ele trava com as características do mundo em que
está inserido;
Capítulo 13 – Argumentação II: relações entre ideias

Argumentação II: relações entre ideias


• As relações que estabelecemos no texto levam a criar caminhos
interpretativos diferentes;
• As argumentações escolhidas para o texto devem apresentar
relações claras e objetivas e evidências perceptíveis no mundo
que nos cerca;
• São essas relações entre as ideias, apresentadas na
dissertação, que conferirão sentido ao texto;
Capítulo 14 – A estrutura interna dos parágrafos

Parágrafos – a estrutura interna


• Parágrafo argumentativo:
◦ Os parágrafos de desenvolvimento têm a função de sustentar
o ponto de vista, por meio de argumentos, apresentando:
▪ O tópico frasal, que é um resumo do assunto que será
tratado no próximo parágrafo;
▪ Na expansão do tópico frasal;
▪ No fecho, espaço para fatos, aquilo que não precisa de
sustentação;
• Parágrafos interconectados:
◦ Une todos os textos de uma coletânea a marca a sua
especificidade;
Capítulo 15 – A reinvenção da estrutura

O desenvolvimento dissertativo
• A reinvenção da estrutura;
• Função argumentativa:
◦ É ela que sustenta o ponto de vista:
▪ Exemplos diluídos na argumentação;
▪ Pulverização de expressões do cotidiano;
▪ Explicação abstrata;
▪ Exemplos vagos;
▪ Evidenciação;
Livro 2
Capítulo 16 – Propostas baseadas em textos verbo-
visuais

Propostas baseadas em textos verbo-visuais


• É preciso LER o que não está escrito;
• É importante pensar não apenas na imagem em si, mas no que
ela revela sobre o mundo que a produz;
• Sempre é possível depreender elementos que revelem a
mentalidade e o conjunto de valores que a mensagem transmite;
• Ao observar a imagem, fuja do senso comum e construa
argumentações sólidas;
• Tome como ponto de partida a reflexão a respeito de um traço
da imagem e proponha a tesa;
Capítulo 17 – Análise de textos: a evolução
argumentativa

A evolução argumentativa:
• A argumentação surge com tempo e reflexão, para que, assim,
possamos apresentar nossos argumentos para defender um
ponto de vista;
• É preciso desconstruir e fragmentar as certezas que, em algum
momento tornaram-se automáticas e, em seguida, reconstruir o
percurso do pensamento;
Capítulo 18 – Polêmicas

Polêmicas
• Muitas vezes, as propostas de redação trazem temas delicados
que tocam em questões muito pessoais;
• Ao elaborar o texto dissertativo, é necessário ater-se a algumas
estratégias importantes:
◦ Não perder de vista que os temas vêm acompanhados de
alguma pergunta mais objetiva, então é necessário
respondê-la de maneira objetiva também;
◦ Pensar em como se define um conceito importante para o
tema, como ele é entendido socialmente e quais são seus
impactos;
◦ Fazer uso da refutação, apresentando falhas na coerência
do argumento contrário para tornar o seu posicionamento
mais denso;
Capítulo 19 – Conclusão I

Conclusão
• Está intimamente conectada ao início do texto;
• Retoma a tese apresentada no decorrer do texto, além de
resumir e arrematar sua linha de raciocínio;
• Retomada da tese:
◦ O fechamento é construído com base na recuperação do que
foi desenvolvido no texto;
◦ Neste caso, é importante atentar para que não apresente o
aspecto de um resumo;
• Inferência:
◦ O fechamento é construído com base na dedução de uma
ideia que foi trabalhada no texto;
◦ Neste caso, é importante atentar para que não apresente
novas ideias;
Capítulo 20 – Conclusão II

Conclusão
• Há propostas de redação que problematizam temas,
demandando a elaboração de sugestões de intervenção para o
problema exposto;
• Para esse tipo de proposta, é necessário organizar sua
conclusão da seguinte forma:
◦ Definição de agente e ação interventiva;
◦ Escolha de modo/meio de solucionar o problema;
◦ Apresentação de resultados possíveis da intervenção;
• As propostas de intervenção relacionadas na conclusão
precisam estar alinhadas às ideias discutidas no
desenvolvimento do texto;
• Iniciar a conclusão com um tópico frasal e finalizá-la com uma
frase que retome o assunto da proposta enriquecerá o
fechamento da sua redação;
Capítulo 21 – Análise da conclusão

Análise da conclusão
• Conclusões diferentes:
◦ Conclusão 1:
▪ É elaborada por meio de uma inferência em relação a tudo
o que foi desenvolvido nos parágrafos anteriores;
▪ Para finalizar, faz-se uso de uma sentença forte, buscando
expressões que realçam o conteúdo;
◦ Conclusão 2:
▪ Todas as intervenções são concentradas no último
parágrafo, que é estruturado da seguinte forma:
• 1. No início, há um tópico frasal indicando, de maneira
ampla, as propostas de intervenção;
• 2. Na sequência, esses tópicos são expandidos,
explicitando a forma como essas interferências deverão
ser realizadas;
▪ As intervenções dialogam com o que foi trabalhado
durante o texto, ou seja, elas não são ideias soltas no final;
▪ Há uma frase de fechamento, a qual retoma a proposta;

Atenção!:
• É interessante variar os agentes das propostas de intervenção
sempre que possível;
Capítulo 22 – Sofisticação textual

Sofisticação textual – um texto sempre pode ser melhorado


• A argumentação nos detalhes:
◦ O objetivo final de uma dissertação é convencer. Para isso, é
fundamental fazer uso de determinadas estratégias, pois
elas contribuem para a composição da argumentação;
• O recurso narrativo:
◦ É uma estratégia que não deixa de ser argumentativa e
reforça as possibilidades de convencimento;
◦ Não deve tomar conta de toda a dissertação e pode ser
usado com o intuito de persuadir o leitor;
◦ Auxilia na contextualização e na criação de um campo
semântico que aprimora a coesão textual;
• Ousadias linguísticas na dissertação:
◦ Os recursos utilizados para melhorar a escrita devem ser
pensados após a estruturação da argumentação;
◦ Todo o repertório pessoa pode traçar uma relação com algum
aspecto social, possibilitando sua análise. Através desses
conhecimentos, os textos narrativos podem apresentar
intertextos ou referências a outros textos;
◦ Ao recorrermos a referências, é importante ter em mente que
seu texto precisa ser compreendido ainda que o leitor não
reconheça a sua alusão;
Capítulo 23 – Refinos de linguagem I

Refinos da linguagem
• É importante produzir uma tese que problematize a questão
central da temática;
• Extrair as palavras-chave do tema é fundamental para que
possamos expandir esses conceitos, em vez de apenas repeti-
los no decorrer do texto;
• Há diversas vantagens na ampliação das noções principais de
uma dissertação:
◦ Aprimoramento do uso de elementos coesivos;
◦ Melhoria da abordagem do tema;
◦ Aprofundamento do conhecimento sobre o conteúdo exposto;
◦ Auxílio na construção da contextualização no texto
dissertativo;

Atenção:
• A expansão de conceitos deve ser aplicada apenas às ideias
centrais do tema;
Capítulo 24 – Refinos de linguagem II

Refinos de linguagem
• Devemos dar atenção à coesão, que é o conjunto de elementos
responsáveis pela “amarração” das partes do texto:
◦ Coesão referencial:
▪ A coesão referencial é aquela a que estão subordinados
os termos catafóricos e anafóricos:
• Termos catafóricos:
◦ São os responsáveis pela antecipação de algo no
texto;
• Termos anafóricos:
◦ São os responsáveis pela retomada de algo no texto;
◦ Importante:
▪ Pronomes relativos:
• São usados no lugar de um determinado termo para
retomá-lo. Ao utilizá-los, é importante atentar para as
relações que o termo substituído estabelece com o
restante do período;
▪ Pronomes demonstrativos:
• Podem ser utilizados para auxiliar a manutenção do
encadeamento de ideias no texto, além de evitar
possíveis ambiguidades de sentido e sintaxe;
▪ Escolha vocabular:
• É necessário ter cuidado em relação ao significado das
palavras ou expressões ao “brincar” com seus
sinônimos em uma dissertação. A depender do
contexto, há escolhas que se tornam inadequadas ou
insuficientes tendo em consideração a ideia que se quer
passar;
Capítulo 25 – Construindo a dissertação

Construindo a dissertação
• O primeiro passo é mapear o processo criativo, passando
pelo(a):
◦ Leitura da proposta;
◦ Estudo dos textos da coletânea;
◦ Elaboração da tese;
◦ Planejamento;
◦ Conclusão;
• Planejamento:
◦ Depois da primeira reflexão, analise a proposta e os textos da
coletânea. O primeiro ponto será identificar sobre quais
imagens escreveremos:
▪ Pessoas;
▪ Fatos;
▪ Livros;
▪ Instituições;
▪ Situações;
• Alguns fatores podem interferir na forma como nos
relacionamos com a realidade:
◦ História de vida;
◦ Afetos;
◦ Cultura;
◦ Visão política;
◦ Condição econômica;
◦ Cor de pele;
◦ Gênero;
◦ Tudo isso interfere em nossa relação com o mundo que nos
cerca;
Capítulo 26 – Grades de correção I: dissertação
clássica

• Os critérios avaliados são:


◦ Desenvolvimento do tema e organização do texto
dissertativo-argumentativo;
◦ Coerência dos argumentos e articulação de partes do texto;
◦ Correção gramatical e adequação vocabular;
• O que é relevante na correção do texto:
◦ Assunto e tema;
◦ Gênero textual;
◦ Tese: argumentos, defesa do ponto de vista, escolha lexical;
◦ Domínio da norma culta;
◦ Coesão e coerência;
Capítulo 27 – Grades de correção II: ENEM

Grades de correção II: ENEM


• A prova de redação do ENEM objetiva discutir temas de
relevância social, problematizando questões importantes para o
crescimento do indivíduo como ser pensante e crítico;
• Os critérios de avaliação do exame são claros e bem
explicados, proporcionando maior transparência na correção;
• As competências do Enem:
◦ Competência 1:
▪ Avalia o domínio da norma-padrão na escrita;
◦ Competência 2:
▪ Apura se o aluno entendeu a proposta de redação e usou
seu repertório para desenvolver o tema sem fugir da
estrutura de um texto dissertativo-argumentativo;
◦ Competência 3:
▪ Verifica a capacidade de formulação de argumentos do
aluno;
◦ Competência 4:
▪ Analisa os mecanismos linguísticos utilizados pelo aluno
para a construção de sua argumentação;
◦ Competência 5:
▪ Observa se a proposta de intervenção está de acordo com
o desenvolvimento do texto e se respeita os direitos
humanos;
Capítulo 28 – Grades de correção III: gêneros textuais

• Grade específica (0 a 3)
◦ Avalia o cumprimento do que foi solicitado na proposta;
◦ Influencia diretamente a grade holística;
◦ Anula a redação caso a soma de seus critérios seja 0;
◦ Critérios:
▪ Propósito (0 ou 1):
• Cumprimento de todas as exigências da proposta;
• Interlocução (0 ou 1):
◦ Reconhecimento explícito e compreensível do emissor e
do receptor do texto, respeitando o gênero e o contexto
solicitados;
▪ Gênero (0 ou 1):
• Adequação do texto ao gênero de acordo com o contexto
sugerido;
• Grade holística (0 a 5)
◦ Analisa o texto com um todo;
◦ Valor:
▪ 0: texto não adequado ao gênero, que não apresenta
interlocução e tem problemas no desenvolvimento de seu
propósito;
▪ 1: texto pode apresentar sérios problemas em relação ao
gênero, à interlocução e ao propósito;
▪ 2: texto pode conter pequenas inadequações no que diz
respeito ao gênero, à interlocução e ao propósito, podendo
acarretar superficialidade em sua construção;
▪ 3: texto adequado ao gênero, com interlocução clara e
coerente e propósito apropriado, com falhas na abordagem e
no entendimento da coletânea;
▪ 4: texto adequando ao gênero, com interlocução clara e
coerente e propósito bem desenvolvido, auxiliando a
construção da unida textual;
▪ 5: texto bem adequado ao gênero, com interlocução clara e
coerente e propósito bem desenvolvido, com construção de
unidade textual e características autorais;
Capítulo 29 – Revisão I

Revisão
• Tipo textual:
◦ Está relacionado à forma como um texto se apresenta e é
caracterizado pela presença de certos traços linguísticos
predominantes;
◦ Suas funções podem ser:
▪ Argumentar;
▪ Descrever;
▪ Expor;
▪ Narrar;
▪ Relatar;
◦ Com o uso dos tipos, podemos compor os gêneros
textuais que, geralmente, aparecem de forma híbrida;
• Gênero textual:
◦ Exerce uma função social específica, que é pressentida e
vivenciada pelos usuários da língua;
◦ Exemplo:
▪ A dissertação de vestibular tem uma base argumentativa,
mas comporta outros tipos que funcionam para sustentar o
objetivo central que é argumentar;
Capítulo 30 – Revisão II

Revisão
• Introdução:
◦ Contextualização;
◦ Tese;
• Desenvolvimento:
◦ Tópico frasal;
◦ Expansão do tópico;
◦ Fecho e concretizações;
• Conclusão:
◦ Fechamento do raciocínio;
Biologia
Frente 1
Livro 1
Capitulo 1 – Organização dos seres vivos e noções de
bioenergética

• Os níveis de organização permitem demarcar áreas de estudo


na Biologia, tais como:
◦ Bioquímica;
◦ Citologia;
◦ Histologia;
◦ Fisiologia;
◦ Anatomia;
◦ Ecologia;
• O organismo e o meio ambiente:
◦ Um ambiente apresenta os seguintes níveis de organização:
▪ População;
▪ Comunidade;
▪ Ecossistema;
◦ Biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas do planeta;
• A organização de um organismo animal:
◦ Apresenta os seguintes níveis de organização:
▪ Sistemas;
▪ Órgãos;
▪ Tecidos;
▪ Células;
▪ Organoides;
▪ Moléculas;
▪ Átomos;
◦ Plantas também apresentam esses níveis de organização;
◦ Há seres unicelulares e seres pluricelulares;
◦ Vírus são acelulares;
• Uma célula animal normalmente apresenta os seguintes
organoides citoplasmáticos:
◦ Ribossomos;
◦ Mitocôndrias;
◦ Complexo golgiense;
◦ Retículo endoplasmático (agranular e granular);
◦ Lisossomos;
◦ Centríolos;
◦ Peroxissomos;
• Uma célula vegetal:
◦ Pode apresentar parece celular, constituída principalmente
por celulose;
◦ O citoplasma tem muitos dos organoides presentes em
células animais;
◦ Também podem apresentar vacúolos desenvolvidos e
cloroplastos;
◦ Vegetais dotados de sementes (gimnospermas e
angiospermas) não possuem centríolos;
• Célula bacteriana:
◦ A parede celular possui peptidoglicano;
◦ A membrana tem invaginações, denominadas mesossomos;
◦ Bactérias não têm carioteca, são procariontes;
◦ O DNA é circular;
◦ Plasmídeos são moléculas extras de DNA, presentes no
citoplasma bacteriano;
◦ A célula bacteriana tem citosol e ribossomos;
• Energia e vida:
◦ Obtemos energia a partir do alimento;
◦ Utilizamos energia na realização de nossas atividades
metabólicas;
◦ Parte da energia é dissipada na forma de calor;
◦ Seres fotossintetizantes empregam água, gás carbônico
(CO2) e luz na produção de glicose (C6H12O6), gás oxigênio
(O2) e água (H2O); com a fotossíntese, ocorre a produção de
matéria orgânica a partir de matéria inorgânica;
• Autótrofos e heterótrofos:
◦ Autótrofos são organismos capazes de produzir matéria
orgânica utilizando matéria inorgânica;
◦ Heterótrofos são organismos que não são capazes de
produzir matéria orgânica a partir de matéria inorgânica;
• Quimiossíntese:
◦ É um processo que converte matéria inorgânica em matéria
orgânica, sem empregar energia luminosa;
◦ Sua fonte energética é sempre alguma reação química de
oxidação, envolvendo substâncias inorgânicas;
• Liberação de energia:
◦ A glicose é degradada nos processos de respiração celular
ou de fermentação;
◦ Respiração celular:
▪ É um processo aeróbio de liberação de energia. A energia
é dissipada como calor e uma parte é utilizada para a
realização de processos metabólicos;
▪ A respiração ocorre em diversos tipos de autótrofos e
heterótrofos;
▪ É realizada durante o dia e durante a noite;
▪ A fotossíntese, por sua vez, ocorre apenas durante o dia;
◦ Fermentação:
▪ É um processo anaeróbico de liberação de energia;
▪ Pode gerar resíduos como álcool ou ácido láctico;
▪ A fermentação libera menos energia que a respiração;
• ATP:
◦ É adenosina trifosfato;
◦ A molécula de ATP é constituída por três fosfatos (P) e uma
adenosina.
◦ A adenosina é formada pela base nitrogenada adenina e uma
ribose;
◦ O ATP funciona como um acumulador temporário de energia;
Capítulo 2 – Noções de material genético e núcleo

• Organização do núcleo:
◦ O núcleo é dotado de:
▪ Carioteca;
▪ Cariolinfa (ou nucleoplasma);
▪ Nucléolo;
▪ Filamentos de cromatina;
• Cromatina:
◦ Um filamento de cromatina é denominado cromonema.
◦ Possui DNA e histonas (proteínas associadas);
◦ Cada cromonema apresenta inúmeros genes;
• Ciclo celular:
◦ Uma célula normalmente apresenta dois períodos:
▪ Intérfase (não divisão);
▪ Divisão celular (mitose ou meiose);
◦ O DNA apresenta replicação durante a intérfase;
• O material genético no ciclo celular:
◦ Uma célula em intérfase tem filamentos de cromatina
descondensados;
◦ Pode ocorrer a replicação do material genético, gerando duas
cromátides-irmãs unidas pelo centrômero;
◦ Durante a divisão celular (mitose), o material genético sofre
condensação, diferenciando-se em cromossomos;
◦ O centrômero duplica-se e há a separação das cromátides,
que passam a ser denominadas cromossomos-irmãos;
◦ Posteriormente, ocorre a descondensação dos
cromossomos;
• Tipos de células: haploides e diploides:
◦ Zigoto e células somáticas têm “número duplo” de
cromossomos, sendo denominados células diploides;
◦ Gametas possuem “número simples” de cromossomos e são
designados como células haploides;
◦ O número haploide de cromossomos é representado por n,
enquanto o número diploide é indicado por 2n;
• Homólogos e alelos:
◦ Cromossomos homólogos têm a mesma forma, o mesmo
tamanho e a mesma sequência de genes; um é proveniente
do pai e outro da mãe;
◦ Células diploides (2n), como as células do corpo de um
animal (somáticas), apresentam pares de cromossomos
homólogos;
◦ Células haploides, como os gametas de um animal, têm um
representante de cada par de homólogos;
◦ Alelos são genes localizados na mesma região de
cromossomos homólogos e sãos responsáveis pela
determinação de uma mesma característica;
• Como o material genético funciona:
◦ Gene é um segmento de DNA que comanda a produção de
proteínas;
◦ O DNA serve como modelo para a produção de RNA
mensageiro, que se liga aos ribossomos e orienta a síntese
de uma proteína;
◦ A proteína pode ser uma enzima, resposnsável pelo controle
de uma reação química específica; essa reação pode
determinar uma característica;
• Mutações:
◦ São modificações no material genético;
◦ Ocorrem principalmente pela alteração na ordem das bases
nitrogenadas;
◦ Causas e consequências:
▪ Mutações são espontâneas ou induzidas por agentes do
ambiente;
▪ Podem ser favoráveis, desfavoráveis ou indiferentes;
▪ Apenas as mutações que ocorrem em células germinativas
são transmitidas aos descendentes;
▪ Mutações ocorrem de modo aleatório e não são
provocadas pelas necessidades do seres vivos;
Capítulo 3 – Divisão celular: mitose e meiose

• Mitose:
◦ Conceito:
▪ Mitose é um tipo de divisão celular na qual uma célula-mãe
origina duas células-filhas idênticas entre si e à célula-mãe;
▪ A mitose conserva o mesmo número de cromossomos;
▪ É denominada divisão equacional (E!);
◦ Papéis biológicos da mitose:
▪ Mitose é fundamental para a reprodução assexuada,
crescimento e para a reparação de tecidos lesados;
▪ Câncer envolve elevada taxa mitótica de um tecido;
◦ Etapas do ciclo celular:
▪ Um ciclo celular com mitose apresenta:
• Intérfase, constituída por três etapas:
◦ G1;
◦ S, caracterizado pela duplicação do material
genético;
◦ G2;
• Divisão celular:
◦ Prófase;
◦ Metáfase;
◦ Anáfase;
◦ Telófase;
▪ A separação do citoplasma é denominada citocinese;
◦ Variação na quantidade de DNA:
▪ A quantidade de DNA dobra na fase S da intérfase e volta
à sua condição inicial na anáfase;
◦ Mais detalhes:
▪ Microtúbulos:
• Microtúbulos são os componentes dos centríolos, do
áster e do fuso;
• Eles são formados por tubulina, polimerizada no
centrossomo;
• No interior destes, encontram-se os centríolos;
• Células vegetais têm estruturas correspondentes a
centrossomos (MTOCs), nos quais são produzidas as
fibras do fuso;
▪ Vimblastina e colchina:
• São substâncias que impedem a polimerização das
fibras do fuso;
• A célula tem replicação do material genético, o
centrômero duplica-se, mas não há o tracionamento do
material genético para polos oposto;
• A célula fica com a ploidia dobrada (de 2n para 4n, por
exemplo);
• Meiose:
◦ Conceito:
▪ Meiose é um tipo de divisão celular no qual uma célula-
mãe gera quatro células-filhas, dotadas da metade do
número de cromossomos presentes na célula-mãe;
◦ Papéis biológicos da meiose:
▪ A meiose, nos animais, gera gametas;
▪ Nos vegetais, produz esporos;
▪ Esse processo é uma fonte de variabilidade genética;
◦ O processo meiótico: uma visão geral:
▪ Na intérfase, realiza-se a duplicação do material genético;
▪ Na meiose I (reducional), formam-se duas células com a
metade do número de cromossomos presentes na célula-
mãe;
▪ Intercinese é um período de transição, seguido da meiose
II (equacional), que gera um total de quatro células-filhas;
▪ Na meiose I, há a separação de cromossomos homólogos;
na meiose II, ocorre a separação das cromátides-irmãs;
◦ Etapas do processo meiótico:
▪ a) Intérfase:
• O evento mais significativo é a replicação do material
genético;
▪ b) Meiose:
• b1) Meiose I:
◦ Na prófase I, ocorre o pareamento dos cromossomos
homólogos e na anáfase I eles se separam;
• b2) Intercinese;
• b3) Meiose II:
◦ Na anáfase II, há a separação das cromátides-irmãs;
◦ Variação na quantidade de DNA na meiose:
▪ A quantidade de DNA dobra durante a intérfase (período
S) e, depois, sofre duas reduções (na anáfase I e na
anáfase II);
◦ Meiose e variabilidade genética:
▪ A meiose contribui para o aumento da variabilidade
genética pela ocorrência de crossing-over e pela
segregação independente dos homólogos;
◦ Gametogênese:
▪ É o processo de formação de gametas;
▪ Inicia-se na fase embrionária, a partir de células
germinativas (2n) que se multiplicam por mitose;
▪ Dessa forma, são geradas gônias (2n), que crescem e se
diferenciam em citos I (primeira ordem);
▪ Cada cito I sofre a primeira divisão meiótica, gerando 2
citos II (n) na gametogênese masculina;
▪ Já na gametogênese feminina, o cito I gera um cito II e um
corpúsculo polar;
▪ Na gametogênese masculina (espermatogênese), os citos
II sofrem a segunda divisçao meiótica, formando
espermártides; essas células diferenciam-se em
espermatozoides;
▪ Na gametogênese feminina (ovulogênese), um cito II sofre
a segunda divisão meiótica e gera duas células: um óvulo
e um corpúsculo polar;
Capítulo 4 – Origem dos seres vivos e o método
científico

Biogênese e abiogênese
• Este capítulo trata da formação de seres vivos: provenientes de
outros seres (biogênese) ou de elementos não vivos
(abiogênese ou geração espontânea);
• Na visão da abiogênese, algo não vivo poderia ser convertido
em um ser vivo com a participação de um princípio ativo ou
força vital;
• Um dos defensores da abiogênese foi o filósofo Aristóteles (384-
322 a.C.);
• Francisco Redi (século XVII):
◦ Defensor da biogênese, realizou experimentos com carne em
apodrecimento;
◦ Mostrou que a carne não gera larvas, as quais são oriundas
de moscas que depositam ovos na carne;
• Método científico:
◦ Conjunto de procedimentos que permitem a obtenção de
conhecimento científico;
◦ Envolve: observação; estabelecimento de um problema;
levantamento de dados; elaboração de uma hipótese; teste
da hipótese; análise dos resultados;
• Louis Pasteur (século XIX):
◦ Defensor da biogênese, utilizou caldos orgânicos em seus
experimentos;
◦ Construiu um equipamento constituído por um recipiente
contendo caldo e ligado a um tubo por onde ocorria entrada
de ar, mas com capacidade de reter microrganismos
presentes no ar;
◦ Observou que não ocorreu desenvolvimento de
microgranismos no caldo;
◦ Demonstrou que seres vivos são gerados apenas de outros
seres vivos;
◦ Isso levanta a questão: como teria surgido o primeiro ser
vivo?;
Capítulo 5 – Composição química dos seres vivos

• Há dois tipos de componentes químicos dos seres vivos:


substâncias inorgânicas (água e sais minerais) e substâncias
orgânicas (carboidratos, lipídeos, proteínas, ácidos nucleicos e
vitaminas);
• Água:
◦ A água desempenha inúmeros papéis nos seres vivos:
▪ Solvente;
▪ Meio para reações;
▪ Transporte;
▪ Controle térmico;
◦ Ela é um solvente e a substância que se dissolve nela é o
soluto;
◦ Em uma solução aquosa, as partículas apresentam
movimento, o que aumenta sua possibilidade de interação
com outras partículas, através de choques entre elas, dessa
maneira, a água funciona como meio para reações;
◦ O metabolismo depende de reações químicas, controladas
por enzimas, que necessitam estar em meio aquoso para
catalisar reações;
◦ A quantidade e a distribuição de água no corpo apresentam
variações, sendo mais elevada em tecidos com alta atividade
metabólica; embriões têm atividade metabólica mais alta do
que os indivíduos idosos e possuem maior teor de água;
◦ A água atua no transporte de substâncias, como na seiva dos
vegetais e no sangue dos animais;
◦ Ela desempenha a função de controle térmico devido à sua
ação na dissipação de calor e pelo fato de ter alto calor
específico;
◦ Muitos seres vivos dissipam calor quando perdem vapor
d’água através de sua superfície;
• Sais minerais:
◦ Sais minerais são compostos minerais que apresentam
função plástica e reguladora no organismo;
◦ Podem se apresentar na forma de íons dissolvidos na água
ou imobilizados (não dissolvidos), como o cálcio e o fosfato
dos ossos;
◦ Os minerais desempenham importantes papéis no
organismo:
▪ Ação na membrana plasmática:
• Sódio, potássio, cloro;
▪ Componentes de estruturas biológicas:
• Cálcio, fósforo, magnésio;
▪ Contração muscular:
• Cálcio;
▪ Coagulação do sangue:
• Cálcio;
▪ Auxiliares na atividade de enzimas (cofatores):
• Magnésio, zinco, manganês;
▪ Metabolismo energético:
• Fósforo, magnésio, ferro;
▪ Componente de macromoléculas:
• Fósforo, ferro;
• Carboidratos:
◦ São substâncias orgânicas também conhecidas como
hidratos de carbono, glicídeos, glucídeos ou sacarídeos;
incluem os açúcares (como a sacarose e a glicose) e os
polissacarídeos (como a celulose e o amido);
◦ Os carboidratos são classificados em três grandes grupos:
▪ Monossacarídeos;
▪ Dissacarídeos;
▪ Polissacarídeos;
◦ Glicose, frutose e galactose são açúcares monossacarídeos
que apresentam a mesma fórmula molecular (C6H12O6), mas
que têm diferentes arranjos de átomos;
◦ Uma molécula de glicose pode reagir com uma molécula de
frutose, gerando sacarose e água; a reação de produção da
sacarose é do tipo síntese por desidratação;
◦ A sacarose é classificada como um dissacarídeo;
◦ O amido é formado por inúmeras moléculas de glicose, é um
polissacarídeo;
◦ Monossacarídeos e dissacarídeos:
▪ Os monossacarídeos são classificados com base no
número de átomos de carbono;
▪ Hexoses têm seis átomos de carbono, enquanto pentoses
possuem cinco carbonos;
▪ A fórmula geral dos monossacarídeos é CnH2nOn;
▪ Assim, a fórmula da ribose, que é um pentose, é C5H10O5;
▪ A desoxirribose tem um átomo de oxigênio a menos:
C5H10O4;
▪ A ribose é componente do RNA e a desoxirribose faz parte
da molécula de DNA;
▪ Hexoses, como a glicose, frutose e galactose, fornecem
energia para as atividades metabólicas;
▪ Os principais dissacarídeos são constituídos pela reunião
de duas hexoses, com perda de água na sua formação;
▪ Por outro lado, quando ingerimos um dissacarídeo, ele é
submetido a um processo de digestão; trata-se de uma
reação química do tipo hidrólise, que envolve a
participação da água e de uma enzima;
▪ Monossacarídeos ingeridos por uma pessoa são
absorvidos sem sofrerem o processo de digestão,
passando para a corrente sanguínea;
▪ Os três dissacarídeos mais importantes são a sacarose,
lactose e maltose; eles desempenham papel energético no
metabolismo;
▪ Suas hidrólises geram hexoses:
• Sacarose: glicose e frutose;
• Maltose: duas glicoses;
• Lactose: glicose e galactose;
◦ Polissacarídeos:
▪ Polissacarídeos têm em sua composição grande número
de moléculas de monossacarídeos;
▪ A glicose faz parte do amido, da celulose e do glicogênio;
▪ Polissacarídeos são insolúveis em água, enquanto
monossacarídeos e dissacarídeos são solúveis em água;
▪ O amido é um polissacarídeo com função de reserva
energética vegetal;
▪ O glicogênio é uma reserva energética presente em fungos
e em animais (principalmente no fígado e nos músculos);
▪ A celulose é um polissacarídeo componente da parede
celular de células vegetais e de muitas algas; contribui
para a proteção da célula e para a sustentação esquelética
do vegetal;
▪ Seres humanos não são capazes de digerir celulose, pois
não apresentam a enzima celulase;
▪ A quitina é um polissacarídeo constituído por
monossacarídeos que contêm nitrogênio na molécula; esse
polissacarídeo é componente do exoesqueleto de
artrópodes e é integrante da parede celular de fungos;
• Lipídeos:
◦ Lipídeos compreendem glicerídeos (óleos e gorduras), ceras,
fosfolipídeos e esteroides;
◦ Lipídeos têm papéis diversificados, conforme sua
classificação:
▪ Glicerídeos (óleos e gorduras):
• Reserva energética, amortecedor de impacto,
isolamento térmico e flutuabilidade;
▪ Ceras:
• Impermeabilização de estruturas;
▪ Fosfolipídeos:
• Componentes da membrana plasmática e de
membranas de organelas;
▪ Esteroides:
• Colesterol é componente estrutural da membrana
plasmática animal;
• Por meio dele são produzidos hormônios esteroides;
• As principais reações químicas do metabolismo:
◦ Entre as inúmeras reações do metabolismo, destacam-se
três grandes modalidades:
▪ Hidrólise;
▪ Síntese por desidratação;
▪ Oxirredução;
Capítulo 6 – Proteínas

• Proteínas são macromoléculas formadas por um grande número


de aminoácidos, os quais estão unidos por ligações peptídicas;
• Papeis biológicos:
◦ Proteínas:
▪ Estruturais têm papel plástico, ou seja, na construção de
estruturas do organismo. São exemplos o colágeno e a
queratina;
▪ De transporte carregam algumas substâncias específicas,
como a hemoblogina, que transporta gás oxigênio. Nos
músculos, há uma grande quantidade da proteína
mioglobina, que armazena gás O2;
▪ De movimento, como a actina e a miosina, presentes nos
músculos, auxiliam na contração muscular;
▪ De função alimentar, a albumina da clara de ovo e a
caseína do leite, têm aspecto nutricional;
▪ De defesa incluem os anticorpos. Os componentes
estranhos ao corpo e que podem desencadear a produção
de anticorpos são denominados antígenos;
▪ De coordenação são os hormônios, como a insulina (que
contribui ára o controle da concentração de glicose no
sangue) e o hormônio do crescimento, que determina a
elongação dos ossos;
▪ De ação catalítica são as enzimas, que aceleram as
reações químicas do metabolismo;
• Aminoácidos e peptídeos:
◦ Em termos químicos, as proteínas são polímeros constituídos
de aminoácidos;
◦ Os seres vivos apresentam 20 tipos de aminoácidos;
◦ Nos ribossomos ocorre a reunião dos aminoácidos para a
formação das proteínas;
◦ Dois aminoácidos são agrupados em uma reação de síntese
por desidratação, com a produção de um dipeptídeo e a
formação de água; essa reação forma uma ligação peptídica
entre os dois aminoácidos;
◦ Uma molécula com grande número de peptídeos é um
polipeptídeo;
◦ Uma proteína geralmente é um polipeptídeo com função
biológica;
◦ Em relação ao ser humano, há dois tipos de aminoácidos:
▪ Aminoácidos essenciais:
• São aqueles que não conseguimos produzir;
• Devemos necessariamente obtê-los na dieta;
▪ Aminoácidos naturais (não essenciais):
• São aqueles que o ser humano consegue produzir a
partir de substâncias orgânicas, como carboidratos ou
outros aminoácidos;
• Estrutura das proteínas:
◦ Uma proteína pode apresentar quatro níveis de organização:
▪ A estrutura primária corresponde à ordem dos
aminoácidos ao longo da molécula;
▪ O filamento proteico enrola-se, determinando a estrutura
secundária da proteína; a forma mais comum é um
enovelamento em forma de hélice (ɑ-hélice);
▪ A estrutura terciária corresponde à forma final que a
cadeia proteica assume, normalmente enrolando sobre si
mesma;
▪ A estrutura quaternária é o resultado do agrupamento de
cadeias peptídicas, formando um complexo molecular;
• Forma e função:
◦ A forma de uma proteína determina sua função biológica
específica;
◦ A sequência de bases do DNA determina a sequência de
bases do RNA mensageiro, que determina a sequência de
aminoácidos na cadeia proteica;
◦ A sequência de aminoácidos determina a forma da proteína,
que determina sua função biológica específica;
◦ Mutações podem alterar a sequência de bases nitrogenadas
do DNA; isso pode causar mudança na forma e na função da
proteína produzida a partir do segmento de DNA afetado;
• Desnaturação proteica:
◦ Desnaturação é a alteração da forma de uma proteína sem
ocorrer modificação na sequência de seus aminoácidos
componentes;
◦ A desnaturação pode ser provocada pela exposição à
radiação ultravioleta, a temperaturas muito altas ou baixas e
à variação de pH;
◦ Em geral, as proteínas humanas sofrem mudanças
irreversíveis quando são submetidas a temperaturas acima
de 43 °C; temperaturas mais baixas provocam mudanças
menos intensas e normalmente são reversíveis;
• As enzimas:
◦ A atividade metabólica dos seres vivos envolve inúmeras
reações químicas controladas por enzimas, catalisadores
proteicos que aceleram reações químicas específicas;
◦ Ao final da reação, os produtos são liberados e a enzima é
regenerada, podendo ser empregada inúmeras vezes para
catalisar a mesma reação química;
◦ Cada enzima é específica para um tipo de substrato;
◦ As enzimas apresentam um local conhecido como centro
ativo (ou sítio ativo), uma espécie de “bolsa molecular”, no
qual as moléculas dos reagentes se encaixam;
◦ Há uma temperatura ótima para a atividade de uma enzima;
nessa temperatura, a velocidade da reação enzimática é
máxima;
◦ Toda enzima tem um pH ótimo para sua atividade; nesse pH,
a velocidade da reação enzimática é máxima;
◦ A velocidade de uma reação enzimática também depende da
concentração do substrato; a elevação da concentração de
substrato aumenta a velocidade da reação; no entanto, a
partir de certa concentração, a velocidade da reação não se
altera;
◦ Algumas enzimas só apresentam atividade quando estão
associadas a outra substância, denominada cofator, que
pode ser um mineral ou uma molécula orgânica (não
proteica), como certas vitaminas (coenzima);
Capítulo 7 – Ácidos nucleicos e síntese de proteínas

• Ácidos nucleicos:
◦ Conceito:
▪ Ácidos nucleicos são macromoléculas constituídas por
nucleotídeos;
▪ Há dois tipos de ácidos nucleicos:
• O DNA (ácido desoxirribonucleico);
• O RNA (ácido ribonucleico);
▪ Um nucleotídeo consta de três componentes:
• Um fosfato;
• Uma pentose;
• Uma base nitrogenada;
▪ As pentoses são ribose (no RNA) e desoxirribose (no
DNA);
▪ As bases nitrogenadas são de dois tipos:
• Púricas (adenina e guanina);
• Pirimídicas (citosina, timina e uracila);
▪ A timina é uma base presente apenas no DNA, enquanto a
uracila só ocorre no RNA;
▪ Os ácidos nucleicos estão relacionados com a
hereditariedade e com o controle das atividades
metabólicas;
▪ Nucleotídeos como o ATP relacionam-se com o
metabolismo energético;
◦ DNA:
▪ Localização nas células:
• Nas células eucarióticas, há DNA no núcleo, como
componente dos filamentos de cromatina; essas
estruturas têm extremidades livres e seu DNA está
associado a proteínas (histonas);
• O DNA também está presente em mitocôndrias e
cloroplastos; O DNA dessas organelas é circular não
tem histonas associadas;
• Nas células procarióticas, há DNA no nucleoide, na
forma de um cromossomo circular e sem histonas
associadas; essas células também apresentam
plasmídeos;
▪ Estrutura do DNA:
• A estrutura do DNA foi esclarecida em 1953 pelos
cientistas James Watson e Francis Crick;
• O DNA tem quantidades iguais de adenina e timina;
guanina e citosina também apresentam quantidades
iguais;
• A molécula de DNA é constituída por duas cadeias ou
fitas de polinucleotídeos; e há uma correspondência de
bases nitrogenadas:
◦ Adenina com timina e citosina com guanina
◦ As bases correspondentes ficam unidas por ligações
de hidrogênio;
• O aspecto do DNA seria comparável ao de uma escada
de cordas:
◦ Os corrimãos seriam constituídos por fosfato e
desoxirribiose alternadas;
◦ Os degraus seriam formados por um par de bases
nitrogenadas (A com T e C com G);
• Cada base nitrogenada é ligada a uma desoxirribose,
que está unida a um fosfato;
▪ Papéis do DNA:
• O DNA é o material hereditário dos seres vivos, sendo
responsável pelo controle do metabolismo;
• Um passo fundamental na transmissão das informações
genéticas é a replicação (duplicação) do material
genético;
• Nos eucariontes, isso ocorre antes de a célula se dividir,
no período “S” da intérfase;
• O controle do metabolismo é realizado por enzimas cuja
produção é controlada pelo DNA;
• O DNA serve de molde para a produção de RNA
mensageiro (por meio da transcrição), que orienta, nos
ribossomos, a síntese de proteínas, em um processo
denominado tradução;
• Algumas proteínas são enzimas que controlam reações
químicas;
▪ Replicação:
• A duplicação do DNA depende da enzima DNA
polimerase;
• A duplicação do DNA é do tipo semiconservativa, pois
as duas moléculas produzidas no processo têm uma
cadeia antiga e uma cadeia nova, recém-gerada;
• Cada uma das moléculas produzida é idêntica à
molécula original de DNA;
• Esse processo garante a preservação da identidade do
material genético, que pode ser transmitido às células-
filhas sem alterações;
• Eventualmente, pode haver uma alteração na ordem das
bases nitrogenadas do DNA, caracterizando uma
mutação;
▪ Transcrição:
• É um processo de produção de RNA utilizando-se um
molde constituído por DNA;
• A transcrição do DNA nuclear depende da enzima RNA
polimerase;
• Só uma das cadeias é ativa, ou seja, só uma das
cadeias serve de molde para a produção de RNA;
• Nucleotídeos complementares de RNA são ajustados à
cadeia molde de DNA:
• O RNA não possui timina; em seu lugar, apresenta-se a
base uracila;
◦ RNA:
▪ RNA ribossômico:
• Está relacionado a um segmento de algumas moléculas
de DNA, junto às quais se forma o nucléolo, que é rico
em RNAr;
• Os ribossomos são organoides constituídos por duas
subunidades de tamanhos diferentes, compostos de
proteínas e de grande quantidade de RNAr;
▪ RNA mensageiro:
• É o que transmite as informações do DNA aos
ribossomos, orientando a síntese de uma determinada
proteína;
• O segmento de DNA que serve de molde para a
produção de certo RNAm corresponde a um gene;
▪ RNA transportador:
• Sua função é carregar um aminoácido específico até os
ribossomos, onde se realiza a síntese de proteínas;
▪ Outros ácidos nucleicos:
• Além dos RNAs citados, existem diversos outros tipos
de RNA com funções distintas;
• Há, por exemplo, moléculas de RNA que atuam como
catalisadores e recebem a denominação de ribozimas;
• Há vírus que têm DNA com uma cadeia, RNA com duas
cadeias e RNA com capacidade de replicação;
▪ Código genético:
• Nos seres humanos há a relação:
◦ Três bases nitrogenadas de uma molécula de RNA
mensageiro que correspondem a um aminoácido que
integra uma cadeia proteica (3 bases para um
aminoácido); essa correspondência é o código
genético;
◦ Um trio ou trinca de bases do RNAm corresponde a
um códon que, normalmente, corresponde a um
aminoácido;
◦ O código genético é universal, ou seja, é o mesmo
para praticamente todos os seres vivos;
◦ O código genético é degenerado: códons diferentes
podem identificar um mesmo aminoácido; esses
códons funcionam como “sinônimos”;
◦ Existem códons para parar o processo de síntese;
◦ Também há um códon para iniciar, que identifica o
início do processo; toda proteína começa a ser
sintetizada com a introdução do aminoácido
metionina, cujo códon é AUG;
◦ Síntese de proteínas:
▪ RNA transportador:
• Uma parte da molécula de RNAt liga-se a um
aminoácido;
• Outra parte da molécula apresenta uma trinca de bases,
conhecida como anticódon, que realiza o
emparelhamento com bases complementares do
RNAm, realizando o emparelhamento códon-anticódon;
▪ Ribossomos:
• Ribossomos são constituídos por proteínas e por RNA
ribossômico;
• Cada ribossomo completo tem duas subunidades: uma
grande e uma pequena;
• As subunidades só se unem durante a síntese de
proteínas; depois disso, separam-se;
▪ Etapas da síntese proteica:
• Iniciação:
◦ No citosol, a molécula de RNAm, proveniente do
núcleo, une-se a uma subunidade pequena de um
ribossomo;
◦ O aminoácido metionina une-se a um RNAt;
◦ O RNAt, com metionina, une-se por ligações de
hidrogênio ao códon do RNAm;
◦ A subunidade grande se junta a todo esse conjunto e
o ribossomo está completo;
• Elongação:
◦ Um outro RNAt une-se ao RNAm;
◦ O aminoácido metionina do primeiro RNAt reage com
o segundo aminoácido, estabelecendo-se uma
ligação peptídica; e então o primeiro RNAt é liberado
do ribossomo;
◦ O ribossomo desloca-se ao longo da cadeia de
RNAm e fica sobre o próximo códon;
◦ Um RNAt une-se a outro aminoácido e liga-se ao
códon do RNA,;
◦ Os aminoácidos reagem entre si e estabelecem outra
ligação peptídica;
◦ Um RNAt desprende-se e o ribossomo move-se para
o códon seguinte;
◦ Esse processo vai se repetindo até a última etapa: a
terminação;
• Terminação:
◦ É quando o ribossomo chega ao códon
correspondente a término, como UGA;
◦ Um RNAt com anticódon ACU não tem
correspondência com nenhum aminoácido;
◦ Esse RNAt liga-se ao códon de término do RNAm e
não é adicionado outro aminoácido à cadeia proteica;
• Polirribossomos:
◦ Um ribossomo percorre toda a molécula de RNAm e,
no final, é produzida uma proteína;
◦ No entanto, a mesma molécula de RNAm é
percorrida por vários ribossomos, constituindo o que
se chama de polirribossomos ou polissomos;
Capítulo 8 – Bioenergética

• A liberação de energia:
◦ A energia utilizada pelos seres vivos é proveniente da
degradação de substâncias orgânicas, por meio da
respiração celular ou da fermentação;
• Respiração celular:
◦ A respiração ocorre no citosol e no interior das mitocôndrias;
◦ É um processo aeróbio que degrada a glicose, gerando água,
gás carbônico e ATP;
◦ Durante a respiração celular, ocorrem processos químicos,
como:
▪ Descarboxilação:
• É a remoção de grupo carboxila, gerando CO2;
▪ Desidrogenação:
• É a perda de átomos de hidrogênio (oxidação);
• Os hidrogênios são transferidos para aceptores;
• O último aceptor de hidrogênio na respiração celular
aeróbia é o hás oxigênio, em um processo que leva à
produção de água;
▪ Fosforilação:
• É a formação de ATP a partir de ADP e de fosfato
inorgânico;
• Esse processo requer energia, liberada em algumas
reações químicas da respiração celular;
◦ A respiração celular é tradicionalmente dividida em três
etapas:
▪ A glicólise;
▪ O ciclo de Krebs;
▪ A cadeia respiratória;
◦ Glicólise:
▪ A glicólise ocorre no citosol e não emprega gás oxigênio (é
uma etapa anaeróbia);
▪ Ela é constituída por muitas reações químicas, resultando
na formação de duas moléculas de ácido pirúvico;
▪ Os produtos finais da glicólise são:
• Duas moléculas de ácido pirúvico;
• Quatro moléculas de ATP;
• Quatro átomos de hidrogênio;
▪ Como são gastos dois ATPs, o saldo direto da glicólise é
de dois ATPs (4 ATPs produzidos menos 2 ATPs gastos);
▪ Durante a glicólise, há liberação de quatro átomos de
hidrogênio;
▪ Eles reagem com duas moléculas de NAD+, formando:
• Duas moléculas de NADH;
• Dois prótons (H+);
▪ Os H+ permanecem em solução no citosol;
▪ O NAD+ comporta-se como um aceptor intermediário de
hidrogênios;
◦ O destino do ácido pirúvico:
▪ As moléculas de ácido pirúvico provenientes da
degradação da glicose atravessam as membranas da
mitocôndria;
▪ Essas duas moléculas são convertidas em duas moléculas
de acetil-coA;
▪ Na conversão de ácido pirúvico em acetil-coA ocorre a
descarboxilação, com a formação de CO2;
▪ Também há liberação de átomos de hidrogênio, que
reagem com NAD+, formando NADH + H+;
◦ Ciclo de Krebs:
▪ As duas moléculas de acetil-coA ingressam em uma
sequência de reações conhecidas como “ciclo de Krebs”;
▪ Um grupo acetil reage com o ácido oxalacético, presente
na matriz mitocondrial e a coenzima A é liberada;
▪ Forma-se, então, o ácido cítrico, que tem seis carbonos;
▪ O ácido cítrico passa por uma sequência de reações
químicas, levando novamente à formação de ácido
oxalacético;
▪ Para cada molécula de acetil-coA que entre no ciclo de
Krebs são gerados:
• Dois CO2;
• Um FADH2;
• Três NADH;
• Três H+;
• Um ATP;
▪ O CO2 é liberado para o ambiente;
▪ O ATP é empregado no metabolismo e os demais
produtos do ciclo de Krebs (FADH2, NADH e H+) são
empregados na cadeia respiratória;
◦ Cadeia respiratória:
▪ É também denominada cadeia transportadora de elétrons
e ocorre nas cristas mitocondriais;
▪ É constituída por uma sequência de transferência de
átomos de hidrogênio e seus elétrons, incluindo na ordem
NADH + H+, FADH2 e alguns citocromos;
▪ O aceptor final de hidrogênios e seus elétrons é o gás
oxigênio, havendo a formação de água;
▪ A energia gerada no processo é utilizada para produzir um
ATP por meio do processo de fosforilação oxidativa, outra
parte dessa energia é dissipada em forma de calor;
▪ Atualmente, os cálculos da produção apontam para um
total de 30 ATPs;
▪ São gerados, somando trinta ATPs:
• Dois ATPs na glicólise;
• Dois ATPs no ciclo de Krebs (subtotal de 4 ATPs);
• Vinte e seis ATPs na cadeia respiratória;
• Fermentação:
◦ Fermentação é um processo anaeróbio de liberação de
energia e tem grande semelhança com a glicólise;
◦ Na fermentação, uma molécula de glicose é degradada,
gerando:
▪ Dois ácidos pirúvicos;
▪ Dois NADH;
▪ Dois H+;
▪ Saldo de dois ATPs;
◦ A partir de ácido pirúvico, são gerados outros compostos
orgânicos, como metano, ácido acético, álcool ou ácido
láctico;
◦ A fermentação alcoólica é empregada na produção de álcool
(usado como combustível ou integrante de bebidas) e na
produção de pães;
◦ A fermentação láctica é realizada por algumas bactérias e
fungos, formando ácido láctico a partir da glicose;
◦ Esse ácido promove a desnaturação das proteínas do leite,
determinando sua conversão em iogurte ou queijo;
◦ O ser humano também pode realizar fermentação láctica em
células musculares quando elas não recebem suprimento
adequado de gás oxigênio;
• Catabolismo e anabolismo:
◦ As reações químicas do metabolismo são divididas em dois
grandes conjuntos:
▪ Anabolismo:
• Corresponde ao conjunto de reações entre moléculas
orgânicas pequenas, gerando moléculas orgânicas
maiores, basicamente em um processo de síntese;
▪ Catabolismo:
• Corresponde às reações de degradação de moléculas
orgânicas;
• Quimiossíntese:
◦ É um processo de produção de glicídios (carboidratos),
empregando energia liberada em certas reações químicas;
◦ A quimiossíntese é realizada por procariontes, como
bactérias e árqueas;
◦ As reações químicas da quimiossíntese ocorrem entre
substâncias inorgânicas e envolvem oxidação;
◦ Com a formação do produto da reação, libera-se energia,
empregada na produção de glicídio a partir de CO2 e água;
• Fotossíntese:
◦ É um processo realizado por plantas, algas e cianobactérias;
◦ Constitui a principal fonte de alimento orgânico e gás oxigênio
para os seres vivos do planeta;
◦ A fotossíntese é tradicionalmente representada pela equação:
▪ 6CO2 + 6H2O + luz → C6H12O6 + 6O2;
◦ A luz é absorvida pela clorofila, que apresenta um átomo
central de magnésio;
◦ O O2 produzido na fotossíntese é proveniente da quebra da
molécula de água, com a participação da luz;
◦ Outra forma de representar a equação é:
▪ CO2 + 2H2O + luz → C(H2O) + O2 + H2O;
◦ Cloroplastos e outros plastos:
▪ Plantas e algas têm cloroplastos, onde ocorre a
fotossíntese;
▪ Em cianobactérias, a fotossíntese ocorre em lamelas
membranosas do citosol;
▪ Um cloroplasto apresenta uma membrana externa e uma
membrana interna;
▪ O interior tem lamelas membranosas, ligadas a pequenas
bolsas denominadas tilacoides; o espaço interno é
preenchido pelo estroma;
▪ No interior dos tilacoides e das lamelas, há pigmentos,
como clorofilas a e b e carotenoides;
▪ Uma pilha de tilacoides constitui um granum; grana é o
conjunto de todos os tilacoides;
▪ Cloroplastos apresentam DNA circular sem histonas a ele
associadas;
▪ A clorofila a está presente em plantas, algas e
cianobactérias;
▪ Plantas e algas verdes também têm clorofila b;
▪ Considera-se que as algas verdes foram ancestrais das
plantas;
▪ Há outros tipos de plastos:
• Os leucoplastos não têm pigmentos;
• Os amiloplastos acumulam amida;
• Os cromoplastos têm pigmentos, mas não possuem
clorofila, sendo incapazes de realizar fotossíntese, mas
são responsáveis pela cor dos frutos e de muitas flores
e folhas (quando sua coloração é diferente do verde);
◦ Etapas da fotossíntese:
▪ Didaticamente, as reações da fotossíntese são divididas
em dois grandes conjuntos:
• Etapa fotoquímica, ou fase de claro:
◦ Só ocorre em presença de luz e acontece nos
tilacoides e nas lamelas;
◦ Envolve dois grandes processos:
▪ Fotólise da água:
• Corresponde à quebra da molécula de água,
gerando:
◦ Gás oxigênio;
◦ Elétrons;
◦ H+;
• Elétrons e H+ são transferidos do NADP+,
formando NADP + H+;
▪ Fotofosforilação:
• É a formação de ATP a partir de ADP + P,
empregando a energia luminosa;
• Etapa química, ou fase de escuro:
◦ Não depende da luz e é realizada no estroma;
◦ Utiliza gás carbônico e os compostos gerados na
etapa fotoquímica;
◦ A etapa química apresente o ciclo das pentoses, ou o
ciclo de Calvin-Benson;
◦ Gera:
▪ Carboidrato;
▪ Água;
▪ ADP;
▪ P;
▪ NADP+;
◦ O carboidrato produzido é principalmente sacarose,
que flui pela seiva elaborada e é levada para outras
partes da planta;
◦ A etapa química também gera amido, que pode ser,
em parte, acumulado no cloroplasto;
◦ Fisiologia da fotossíntese:
▪ A Luz:
• A absorção de luz é uma importante etapa do processo
fotossintético;
• Quando uma planta é exposta às diferentes faixas
componentes da luz, nota-se maior atividade nas
proximidades do vermelho e do azul;
• O menor desempenho ocorre nas faixas do verde e do
amarelo;
◦ Fatores limitantes da fotossíntese:
▪ A realização da fotossíntese depende de temperatura
adequada e de fornecimento de CO2, água e nutrientes
minerais; quando todos esses fatores são fornecidos para
a planta em condições ideias, a fotossíntese tem o máximo
desempenho;
▪ Fator limitante é o fornecido em menor quantidade e que,
por isso, impede o pleno desempenho da fotossíntese; se o
fornecimento do fator limitante aumentar, a taxa de
fotossíntese aumenta;
▪ CO2, luz e temperatura podem atuar como fatores
limitantes;
▪ Ponto de compensação fótico, ou luminoso, é a
intensidade luminosa em que a taxa de fotossíntese e a de
respiração se equivalem.
▪ Assim, todo CO2 gerado na respiração é consumido na
fotossíntese e todo o O2 e carboidratos gerados na
fotossíntese são consumidos na respiração;
▪ Abaixo do ponto de compensação fótico, a respiração tem
maior intensidade que a fotossíntese;
▪ Acima do PCF, a taxa de fotossíntese supera a taxa de
respiração;
Capítulo 9 – Origem dos primeiros seres vivos

• Este capítulo discute a hipótese sobre o surgimento do primeiro


ser vivo na Terra;
• Inicialmente, a Terra era uma massa incandescente, que foi
sofrendo resfriamento na superfície;
• Com o tempo, ocorreram grandes modificações:
◦ A consolidação da crosta terrestre;
◦ A formação da atmosfera, dos oceanos e de lagos primitivos;
• Hipótese da panspermia:
◦ Muitos cientistas acreditam que a vida em nosso planeta é
procedente do espaço; seres microscópicos poderiam ter
chegado à Terra por meio de meteoritos;
◦ Muitos cientistas se opuseram a essa visão, argumentando
que meteoritos, ao entrarem na atmosfera, acabam se
convertendo em uma massa incandescente, inviabilizando a
sobrevivência de qualquer organismo;
◦ Atualmente, alguns argumentam que, no interior de um
grande meteorito, organismos semelhantes a árqueas
poderiam ter sobrevivido;
◦ Em muitas partes do universo, há abundância de matéria
orgânica;
◦ Alguns cientistas supõem que talvez a vida possa ter se
originado em outros locais além da Terra; o termo
“panspermia” pode ser entendido como “vida semeada” no
universo em geral;
• Hipótese de Oparin:
◦ Em 1924, Oparin elaborou a hipótese da evolução química
dos seres vivos, segundo a qual a vida surgiu na própria
Terra e não a partir do espaço;
◦ Ele considerou que a atmosfera primitiva tinhas seguintes
condições:
▪ Altas temperaturas;
▪ Elevada quantidade de radiação ultravioleta;
▪ Intensas tempestades, com muitos raios;
◦ A composição dessa atmosfera seria:
▪ Vapor d’água;
▪ Metano;
▪ Amônia;
▪ Gás hidrogênio;
◦ Os componentes da atmosfera reagiram entre si e deram
origem a aminoácidos, que foram levados pela chuva à
superfície da terra e dos mares e lagos primitivos;
◦ Nas rochas ainda aquecidas, os aminoácidos teriam reagido,
formando proteínas;
◦ Devido à chuva, essas proteínas foram carregadas para os
mares, que começaram a se enriquecer com compostos
orgânicos, formando uma espécie de “sopa orgânica”;
◦ As proteínas passaram a formar blocos conhecidos como
coacervados;
◦ Começaram a ocorrer reações químicas no interior dos
coacervados;
◦ Em um certo ponto da evolução química, surgiu o material
genético; isso teria sido o primeiro ser vivo, bastante simples
e que se nutria dos compostos orgânicos no oceano primitivo;
◦ Testes da hipótese de Oparin:
▪ Na década de 1950, cientistas americanos fizeram
simulações, tentado reproduzir em laboratório as
condições da terra primitiva idealizadas por Oparin;
▪ Em 1953, Miller e Urey elaboraram um equipamento que
simulava as condições da atmosfera primitiva; o
equipamento constava de um balão contendo os prováveis
componentes da atmosfera primitiva, onde eram
produzidas faíscas, simulando os raios da atmosfera;
▪ O material gerado no interior do equipamento continha
aminoácidos e muitas outras substâncias orgânicas;
▪ Em 1957, Sidney Fox colocou uma mistura seca de
aminoácidos em um recipiente de porcelana e aqueceu
essa mistura;
▪ Com isso, obteve cadeias proteicas; isso corrobora a
hipótese de Oparin no que diz respeito à formação de
proteínas sobre rochas quentes da superfície da Terra;
▪ Fox também observou que proteínas em meio aquoso
aglomeravam-se, constituindo o que ele denominou de
microesferas;
• Hipóteses heterotrófica e autotrófica – visão tradicional:
◦ Os cientistas que se seguiram a Oparin fizeram algumas
suposições sobre as características do primeiro ser vivo, que
teria grande simplicidade, sendo procarionte e unicelular;
◦ Havia defensores de que esse organismo fosse autótrofo
fotossintetizante;
◦ Para outros cientistas, o primeiro ser vivo era heterótrofo;
eles argumentavam que a produção de matéria orgânica por
fotossíntese seria um processo muito complexo e
incompatível com a simplicidade do primeiro ser vivo; a fonte
de alimento seria a “sopa orgânica” presente nos oceanos;
◦ O primeiro organismo realizaria fermentação para obter
energia, pois não havia gás oxigênio na atmosfera; a
fermentação pode desprender gás carbônico;
◦ Com o tempo, teriam ocorrido mutações, gerando seres
fotossintetizantes, que utilizariam o gás carbônic liberado
pela fermentação;
◦ A fotossíntese produz gás oxigênio, que pode ser usado na
respiração celular, aumento muito a eficácia de obtenção de
energia contida no alimento;
◦ Uma parte do gás oxigênio foi empregada na formação da
camada ozônio, protegendo o planeta contra a radiação
ultravioleta; isso abriu caminho para a exploração de
ambientes terrestres;
◦ Atualmente, considera-se que a atmosfera primitiva tinha a
seguinte composição:
▪ Monóxido de carbono (CO);
▪ Dióxido de carbono (CO2);
▪ Gás nitrogênio (N2);
▪ Vapor d’água;
◦ A nutrição do primeiro ser vivo também foi reconsiderada
como sendo provavelmente autótrofo quimiossintetizante;
◦ Hoje, muitos cientistas admitem que o primeiro ser vivo
apresentava RNA como material genético;
Capítulo 10 – Citoplasma

• O citoplasma de eucariontes localiza-se entre a membrana


plasmática e carioteca; já o citoplasma de procariontes é todo o
conjunto envolvido pela membrana plasmática;
• O citosol (hialoplasma) é composto de água e proteínas, com
materiais dissolvidos, como íons, açúcares, bases nitrogenadas,
aminoácidos, RNA e enzimas;
• No citosol, são também encontrados orgânulos citoplasmáticos;
entre eles estão:
◦ Cloroplastos:
▪ Realizam a fotossíntese e possuem DNA próprio;
◦ Mitocôndrias:
▪ Responsáveis pela respiração celular e possuem DNA
próprio;
▪ Características de mitocôndrias e cloroplastos:
• Envolvidos na Teoria da Endossimbiose, a qual alienta a
possibilidade de eucariontes terem englobado
procariontes (bactérias e cianobactérias) que, após
mutações, originaram organelas citoplasmáticas;
◦ Ribossomos:
▪ Constituídos por proteínas e RNA ribossômico;
▪ São responsáveis pela produção de proteínas, formando
cadeias de aminoácidos;
◦ Peroxissomos:
▪ Vesículas membranosas que contêm enzimas (como a
catalase) que provocam a oxidação de moléculas, como,
por exemplo, a decomposição da água oxigena;
◦ Retículo endoplasmático liso/agranular (REL):
▪ Constituído por tubos ramificados;
▪ Responsável pela síntese de substâncias (ácidos graxos,
fosfolipídeos e colesterol) e armazenamento de íons;
◦ Retículo endoplasmático rugoso/granular (RER):
▪ Constituído por canais ramificados achatados, com
ribossomos aderidos;
▪ Responsáveis pelo armazenamento de proteínas
(produzidas pelos ribossomos) e pela síntese de
carboidratos complexos);
◦ Complexo golgiense:
▪ Constituído por sacos membranosos achatados com a
função de concentrar materiais recebidos, podendo
realizar modificações químicas nas substâncias;
▪ Possui uma face cis (voltada para o RE) e uma face trans
(voltada para a membrana plasmática);
▪ Da face trans brotam vesículas, que podem ser destinadas
à secreção (de materiais para fora da célula) ou formação
de outras estruturas (lisossomos, acrossomos, lamelas
médias das células vegetais);
▪ Nas células vegetais, há unidades do complexo golgiense
(dictiossomos ou golgissomos) espalhadas pelo
citoplasma;
◦ Lisossomos:
▪ Vesículas membranosas com enzimas digestivas,
responsáveis pela digestão intracelular heterofágica (de
partículas de fora da célula obtidas por fagocitose ou
pinocitose) e autofágica (de estruturas de dentro da célula,
contribuindo para a renovação celular):
▪ Lisossomos:
• Primários:
◦ Anteriores à fusão com o vacúolo alimentar;
• Secundários:
◦ Estrutura resultante da fusão do primário com o
vacúolo alimentar;
▪ A apoptose refere-se à “morte celular programada”;
◦ Citoesqueleto:
▪ Microfilamentos:
• Formados por filamentos de actina, responsáveis pela
estrutura (organização do citosol na forma gel – na
região do ectoplasma – e da forma sol – na região mais
interna, o endoplasma) e atividade celular, com a
formação de pseudópodes e das correntes
citoplasmáticas (ciclose);
▪ Filamentos intermediários:
• Principalmente constituídos por queratina, são
associados aos desmossomos (responsáveis pela
adesão entre as células vizinhas);
▪ Microtúbulos:
• Constituídos pela polimerização de moléculas de
tubulina;
• São os componentes do fuso (presentes na divisão
celular);
▪ Centríolos:
• Produzidos no centrossomo de ćelulas animais e
constituídos por microtúbulos;
• Dispostos em pares, com cada estrutura perpendicular
entre si;
• Responsáveis pela formação de cílios e flagelos das
células;
Capítulo 11 – Os envoltórios nucleares

• Os envoltórios nucleares são: a membrana plasmática e parede


celular;
• A membrana plasmática ocorrem em todas as células;
• A parede celular é externa à membrana plasmática, aparecendo
como componente de células de vegetais, bactérias e fungos;
• A parede celular de vegetais tem como principal componente a
celulose; pode, também, ter outros materiais, como suberina ou
lignina;
• A lamela média é a estrutura que une as células vegetais;
• Plasmodesmos são canais de citoplasma que permitem a
comunicação entre células vegetais vizinhas;
• A membrana plasmática controla a troca de materiais entre a
célula e o meio; tem permeabilidade seletiva;
• Os principais componentes da membrana são:
◦ Fosfolipídeos (dispostos em duas camadas);
◦ Proteínas, que podem se unir a carboidratos ou a lipídeos; há
proteínas que contribuem para a realização de transporte,
sendo denominadas permeases;
• A membrana das células também apresenta colesterol;
• Glicocálice é o conjunto de carboidratos da superfície da
membrana;
Capítulo 12 – O transporte através da membrana

• Podemos construir um quadro geral, com a classificação do


transporte através da membrana;
• Tipos de transporte através da membrana:
◦ Transporte em massa ou vesicular:
▪ Endocitose: para dentro da célula:
• Fagocitose:
◦ Envolve o transporte de partículas sólidas grandes;
• Pinocitose:
◦ Envolve o transporte de grande quantidade de
partículas líquidas ou de gotículas de lipídeos;
▪ Exocitose: para fora da célula:
• Clasmocitose:
◦ Eliminação de resíduos não digeridos pela célula com
a fusão do vacúolo residual à membrana celular;
• Secreção celular:
◦ Transporte de substâncias realizado pelo complexo
golgiense;
◦ Transporte de partículas:
▪ Transporte passivo: sem gasto de energia:
• Difusão simples:
◦ Fluxo livre de materiais por todo a extensão da
membrana, cuja velocidade é proporcional à
diferença de concentração;
• Difusão facilitada:
◦ Transporte de materiais através da membrana por
meio de proteínas transportadoras; também ocorre a
favor de um gradiente de concentração;
• Osmose:
◦ Passagem de solvente de uma solução menos
concentrada (hipotônica) para uma solução mais
concentrada (hipertônica) através de uma membrana
semipermeável;
▪ Transporte ativo: com gasto de energia
• Bomba de sódio e potássio:
◦ Ocorre em todas as células de nosso organismo,
tendo grande importância para a transmissão dos
impulsos nervosos;
◦ À custa de gasto de energia e da ação de proteínas
denominadas permeases, as células apresentam íons
de sódio (Na+) com maior concentração no meio
extracelular e íons potássio (K+) com maior
concentração no meio intracelular;
Capítulo 13 – Introdução à Genética Clássica

• Probabilidade:
◦ É definida como a relação entre o número de eventos
favoráveis e o número de eventos igualmente possíveis;
◦ Regra do “ou”:
▪ O cálculo da probabilidade de ocorrência de cada evento é
feito com a sua soma;
◦ Regra do “e”:
▪ O cálculo da probabilidade de ocorrência de cada evento é
feito com a multiplicação de seus valores;
• Genética clássica:
◦ Corresponde ao estudo da hereditariedade e dos aspectos
fundamentais do DNA, da meiose e dos processos básicos
de fecundação; trata dos trabalhos realizados por Mendel;
◦ DNA:
▪ É o material genético nuclear constituído por filamentos de
cromatina condensados (durante a divisão celular),
formando os cromossomos;
▪ Ao longo de um cromosomo, dispõem-se inúmeros genes,
responsáveis por características do indivíduo;
▪ Alelos são genes que ocupam a mesma posição (locus)
em cromossomos homólogos e são responsáveis pela
determinação da mesma característica;
▪ A carga genética que o indivíduo apresente constitui seu
genótipo;
▪ A característica que ele manifesta é o seu fenótipo, que
depende da interação do genótipo com o ambiente;
◦ Genótipos:
▪ Pode haver dois tipos:
• Homozigotos (puros): com dois alelos iguais, como BB e
bb;
• Heterozigotos (híbridos): com alelos diferentes, como
em Bb;
◦ Dominância entre alelos:
▪ Há dominância entre alelos, sendo que o dominante (A)
manifesta seu fenótipo em homo (AA) ou heterozigose
(Aa); já os alelos recessivos apenas manifestam-se em
homozigose (aa);
▪ A dominância se refere à sua atuação no indivíduo e não à
sua distribuição na população;
◦ Hereditariedade:
▪ Células do organismo derivam do zigoto (2n), que
apresenta pares de cromossomos homólogos;
▪ Metade dos cromossomos tem origem a outra metade tem
origem materna;
▪ Há também o DNA mitocondrial, de origem exclusivamente
materna (todas as mitocôndrias das células são
procedentes do óvulo);
◦ Gametas:
▪ São gerados por meiose, que separa os alelos;
▪ Exemplo:
• Indivíduo heterozigoto (Bb) produz dois tipos de
gametas (B e b);
• Indivíduos homozigostos (BB ou BB) produzem gametas
de um único tipo (B ou b);
◦ Cruzamentos:
▪ Acontece durante a reprodução de indivíduos e podem ser
representados pelo produto entre os gametas gerados;
▪ Exemplos:
• Pais Aa x aa:
◦ Gametas (A + a), (a);
◦ Descendentes do cruzamento: Aa e aa;
◦ Cruzamento Mendeliano:
▪ Mendel realizou cruzamentos que envolviam:
• Geração parental (P):
◦ Cruzamento entre homozigoto dominante (BB) com
homozigoto (bb);
• Primeira geração (F1):
◦ Resultado do cruzamento de P;
◦ É constituída por indivíduos heterozigotos (Bb);
• Segunda geração (F2):
◦ Resultado do cruzamento de F1 (heterozigotos);
◦ É constituída por indivíduos na proporção de 3:1, ou
seja, ¾ de portadores de fenótipo dominante (entre
eles BB e Bb) e ¼ de portadores de fenótipo
recessivo (com genótipo bb);
◦ Determinação de dominância:
▪ É feita a partir do fenótipo dos indivíduos, em duas
possibilidades:
• Obtenção e cruzamento de linhagens puras:
◦ Linhagens puras (homozigotas com relação a uma
característica) podem ser obtidas por meio de
cruzamentos sucessivos de indivíduos com o mesmo
fenótipo;
◦ O cruzamento dessas linhagens puras gerará
descendentes obrigatoriamente heterozigotos;
◦ Portanto, o fenótipo expresso é o caracterizado pelo
dominante;
• Observação do fenótipo dos descendentes:
◦ Quando um dos descendentes apresenta fenótipo
diferente do observado nos pais, pode-se concluir
que os pais possuem o alelo que manifesta a
característica do descendente diferente, mas esse
alelo não se manifestou neles;
◦ Portanto, o alelo que não se manifesta é o recessivo e
os pais são heterozigotos e o descendente é
homozigoto recessivo;
◦ Heredogramas:
▪ São diagramas que representam gerações de indivíduos
em grupos familiares, permitindo visualizar e compreender
padrões hereditários;
▪ Podem ser chamados de genealogias ou pedigrees;
▪ Entre as convenções para sua construção, estão:
• Gerações são representadas com algarismos romanos
(I, II, III etc.);
• Indivíduos são indicados por algarismos arábicos (1, 2,
3 etc.), dispostos da esquerda para a direita, colocados
na ordem de nascimento por casal;
• Indivíduos do sexo feminino são representados por
círculos e masculinos por quadrados; quando o sexo
não é informado, representa-se o indivíduo por um
triângulo ou losango;
• Traço horizontal entre círculo e quadrado significa
cruzamento;
• Dois traços paralelos representam cruzamento
consanguíneo (há parentesco entre os componentes do
casal);
• Traço horizontal acima de um grupo de indivíduos
significa que eles são descendentes de um certo casal;
• Círculos e quadrados preenchidos correspondem à
expressão de uma característica e sem preenchimento
indicam a característica oposta;
◦ Definição de genótipos:
▪ São realizados cruzamentos-teste para determinação do
genótipo de um indivíduo com fenótipo dominante;
▪ Para isso, um indivíduo com o genótipo desconhecido
(dominante) é cruzado com uma fêmea recessiva (com
genótipo homozigoto conhecido);
▪ Com a obtenção de grande número de descendentes, é
possível elucidar o problema:
▪ Assim, há dois resultados possíveis:
• Todos os descendentes apresentam fenótipos
dominantes e caracterizam o genótipo desconhecido
como homizogoto (AA);
• Há descendentes com fenótipos dominante ou
recessivo, o que significa que o genótipo desconhecido
paresenta um alelo recessivo, sendo heterozigoto Aa;
Capítulo 14 – As variações da Primeira Lei de Mendel

• Variações da Primeira Lei de Mendel:


◦ Há variações no modelo em que as características são
determinadas por um par de alelos;
◦ Alelos letais (deletérios):
▪ Podem provocar a morte do indivíduo e afetar a proporção
da prole, passando de 3:1 para 2:1 (em função dos
homozigotos do alelo letal morrerem);
◦ Pleiotropia:
▪ Caso em que o alelo condiciona mais de uma
característica fenotípica no indivíduo;
◦ Dominância incompleta:
▪ Heterozigoto sem a manifestação usual de um alelo
dominante;
▪ Nesse caso, o heterozigoto apresenta uma característica
intermediária entre o dominante e o recessivo;
▪ Exemplo: flor de maravilha;
◦ Codominância:
▪ O heterozigoto apresenta um fenótipo com características
próprias, não intermediárias aos dominantes e recessivos;
▪ Exemplo: sistema sanguíneo ABO;
◦ Gêmeos:
▪ Pode haver gêmeos univitelinos (resultantes de um mesmo
zigoto) e com genomas e sexos idênticos e bivitelinos
(resultantes de zigotos diferentes), cada um sendo
geneticamente distinto do outro;
◦ Penetrância incompleta:
▪ Característica determinada por alelo autossômico
dominante, mas que não apresenta 100% da prole que o
possui com fenótipos determinados por ele;
▪ Pode haver manifestação em apenas uma porcentagem da
prole;
▪ Exemplo: camptodactilia (dedos curtos e tortos, que se
manifestam em apenas 65% da população com o alelo);
◦ Expressividade variável:
▪ O alelo determina um fenótipo que pode variar;
▪ Exemplo: polidactilia;

• Proporções dos cruzamentos entre heterozigotos:

Tipo de herança Proporção fenotípica


Primeira Lei de Mendel 3:1
Alelos letais (dominantes) 2:1
Herança com dominância incompleta 1:2:1
Capítulo 15 – Alelos múltiplos

• Alelos múltiplos (ou polialelia) tratam da situação em que há


mais de dois alelos na população para determinar uma
determinada característica;
• Cada indivíduo tem um par de alelos responsáveis pela
determinação de sua característica, mas na população existem
outros, que, se combinados, podem gerar mais genótipos
diferentes e, assim, outros fenótipos;
• O cálculo do número de categorias genotípicas existentes em
uma população é:
◦ C = [n(n+1)]/2, sendo n o número de alelos envolvidos na
herança;
• O sistema ABO:
◦ Sangue e imunologia:
▪ Anticorpos presentes no citoplasma podem ligar-se a
“corpos estranhos” ao organismo, chamados de
antígenos. Hemácias estranhas ao corpo são
reconhecidos como antígenos pelos anticorpos;
▪ Isso acontece pois elas apresentam em sua superfície
externa moléculas de carboidratos associadas a proteínas
que podem ser incompatíveis com os anticorpos;
▪ Membrana de hemácias humanas podem apresentar duas
categorias de antígenos:
• Antígeno A (A);
• Antígeno B (B);
▪ No plasma humano, podem ser encontrados dois tipos de
anticorpos:
• No indivíduo que possui antígeno A, são encontrados
anticorpos anti-B, que atuam contra o antígeno B;
• No indivíduo que possui antígeno B, são encontrados
aglutininas (anticorpos) anti-A, que atuam contra o
antígeno A;
▪ Há quatro tipos sanguíneos no sistema ABO, baseados na
ocorrência dos antígenos A e B:
• Tipo A:
◦ Com antígeno A e anticorpos anti-B;
• Tipo B:
◦ Com antígeno B e anticorpos anti-A;
• Tipo AB:
◦ Com antígenos A e B e sem anticorpos anti-A e anti-
B;
• Tipo O:
◦ Sem antígenos A e B e com anticorpos anti-A e anti-
B;
▪ Tipagem sanguínea:
• Realizada com a mistura de gotas de sangue com soros
que contêm anti-A e anti-B;
• O sangue aglutina-se com a presença de anticorpos
incompatíveis:
◦ Sangue tipo A aglutina-se com soro anti-A e não se
altera em contato com o soro anti-B;
◦ Sangue tipo B aglutina-se com soro anti-B em não se
altera em contato com o soro anti-A;
• Assim são determinados os demais tipos sanguíneos;
▪ Transfusão sanguínea:
• Deve ser realizada com a compatibilidade do sangue
doador e do receptor;
• O receptor não pode ter anticorpos contra o antígeno do
doador;
• Assim:
◦ Todo grupo pode doar para o mesmo grupo;
◦ Portadores do tipo O podem doar sangue ára todos
os grupos (doador universal);
◦ Portadores do tipo AB podem receber sangue de
todos os outros grupos (receptor universal);
▪ Genética do sistema ABO:
• São observados três alelos:
◦ IA, IB e i, sendo i recessivo e IA e IB codominantes;
◦ Assim:
▪ O alelo i determina o tipo O quando em
homozigose (ii);
▪ O alelo IA condiciona o tipo A quando em
heterozigose com o alelo i (IAi);
▪ O alelo IB é responsável pelo tipo B quando em
heterozigose com o alelo i (IBi);
▪ Os indivíduos heterozigotos IAIB pertencem ao
grupo sanguíneo AB;
• Sistema sanguíneo Rh:
◦ No macaco rhesus, há hemácias dotadas de um antígeno
denominado Rh;
◦ Nos humanos, esse antígeno Rh também está presente,
sendo que cerca de 85% das pessoas o possui (tipo
sanguíneo Rh positivo, Rh+) e 15% não (tipo sanguíneo Rh
negativo, Rh-);
◦ Tipagem sanguínea do sistema Rh:
▪ A tipagem sanguínea no sistema é realizada com a
utilização de um soro que contém anticorpos anti-Rh e que
é misturado a uma amostra de sangue da pessoa;
▪ Ocorre aglutinação:
• Sangue do tipo Rh+ (houve interação entre os anti-Rh e
os antígenos Rh da superfície das hemácias);
▪ Não ocorre aglutinação:
• Sangue tipo Rh- (não houve interação dos anticorpos
com as hemácias, desprovidas de antígenos Rh);
◦ Anticorpos anti-Rh não são encontrados naturalmente no
organismo de uma pessoa, sendo eles presentes apenas em
indivíduos que tenham sido sensibilizados por contato prévio
com um sangue de tipagem diferente;
◦ Indivíduo Rh- produz anticorpos (ou aglutininas) anti-Rh se
receber hemácias Rh+ em sua circulação;
◦ Indivíduo portador de sangue Rh+ não produz anti-Rh;
◦ Transfusão sanguínea:
▪ A transfusão sanguínea entre indivíduos, considerando o
sistema Rh, deve seguir alguns preceitos:
• Indivíduos Rh+:
◦ Podem receber sangue do mesmo tipo (Rh+) e
também do tipo Rh negativo;
◦ São receptores universais;
• Indivíduos Rh-:
◦ Podem receber sangue do seu mesmo tipo (Rh-) e
não devem receber sangue do tipo Rh positivo (o
receptor passa a produzir anticorpos anti-Rh e
desenvolve memória imunitária);
◦ São doadores universais;
◦ A genética do sistema Rh:
▪ O sistema apresenta dois alelos principais, que conferem
aos indivíduos dois tipos de fenótipo (tipo sanguíneo) e três
gentótipos:
• R (dominante);
• r (recessivo);
• Tipo sanguíneo / Genótipos:
◦ Rh positivo / RR, Rr;
◦ Rh negativo / rr;
◦ A doença hemolítica do recém-nascido (DHRN), ou
eritroblastose fetal (EF):
▪ Corresponde à incompatibilidade entre o sangue da mãe e
o sangue do filho;
▪ Desenvolve-se em fetos que sejam Rh+ e tenham mães
com sangue Rh- (e que tenham tido contato com sangue
Rh+ anteriormente);
▪ Ocorre comumente com casais formados por homem com
sangue Rh positivo e mulher com sangue Rh negativo:
• Ao gerar filhos Rh+ (genótipo R_), a mãe pode ser
sensibilizada contra as hemácias do filho, produzindo
anticorpos anti-Rh; ela pode ser sensibilizada também
através de uma transfusão sanguínea inadequada, com
sangue Rh positivo;
• Ao final a gestação, o feto apresenta ruptura de
hemácias (por isso é chamada de doença hemolítica do
recém-nascido); o problema ocorre porque algumas
hemácias do filho atravessam a placenta e passam para
a circulação materna;
• As hemácias do filho são reconhecidas como corpos
estranhos pelo sistema imunitário da mãe, que passa a
produzir anti-Rh;
• O primeiro filho nascido Rh+, normalmente, não é
afetado pela doença;
• Caso o casal tenha um segundo ou terceiro filho com
tipo sanguíneo Rh+, haverá elevada probabilidade de a
criança nascer com DHRN, caso não seja feito o
tratamento adequado, pois a mulher foi imunizada
(sensibilizada) e desenvolveu memória imunitária;
▪ Tratamento da doença:
• Transfusão sanguínea com sangue Rh- ao bebê logo ao
nascer – evita que as hemácias do bebê sejam
atacadas pelos anticorpos anti-Rh da mãe presentes no
organismo do recém-nascido;
• Após certo período:
◦ Os anticorpos maternos serão destruídos e deixarão
de atuar;
◦ A criança produzirá novas hemácias do tipo Rh
positivo, de acordo com o seu genótipo;
▪ Prevenção da doença:
• Constatar probabilidade de o casal gerar filhos com
DHRN (homem Rh+ e mulher Rh-);
• Após o nascimento do primeiro filho Rh+, inocular na
mulher o soro anti-Rh, promovendo a destruição de
hemácias Rh+ que ela recebeu do filho, evitando que ela
seja sensibilizada;
• Em casos em que tanto a mãe quanto o filho sejam Rh-
(ou ambos Rh+) não há possibilidade de
desenvolvimento da doença;
• Sistema sanguíneo MN:
◦ Há outro sistema sanguíneo na população humana, mas ele
não apresenta relevância nas transfusões sanguíneas;
◦ O sistema MN possui dois alelos na população: M e N,
tratando-se de um caso de codominância;
◦ Assim, podem ser observados os seguintes fenótipos e
genótipos:
▪ Fenótipos / Genótipos:
• Tipo M / MM;
• Tipo N / NN;
• Tipo MN / MN;
Livro 4
Capítulo 16 – Segunda Lei de Mendel

• Um indivíduo apresenta simultaneamente caracteres diferentes,


sendo possível que tais caracteres sejam determinados por
genes situados em diferentes pares de cromossomos
homólogos;
• Esse é um caso de di-hibridismo e se encontra no âmbito da
Segunda Lei de Mendel, também conhecida como Lei da
Segregação Independente;
• Formação dos gametas:
◦ Pares de alelos, como, por exemplo (B e b) e (L e l), podem
estar em diferentes pares de cromossomos homólgos;
◦ A produção de gametas de um indivíduo duplo heterozigoto
BbLl será da seguinte maneira:
▪ BL, Bl, bL e bl, nas mesmas proporções, isto é, ¼ de cada
tipo;
◦ O alelo dominante B pode estar em um gameta com L ou l;
◦ O alelo recessivo b pode estar em um gameta com L ou l;
◦ Não há vinculação obrigatória de alelos dominantes (B e L)
ou de alelos recessivos (b e l) em um gameta;
◦ Os genes B e L se separam em modo totalmente
independente;
◦ Isso representa o conceito da Segunda Lei de Mendel, válida
para pares de alelos que estão em pares de cromossomos
homólogos diferentes:
▪ “Dois ou mais pares de alelos presentes em um híbrido
separam-se independentemente na formação dos
gametas”;
• Determinação de gametas:
◦ É possível com o emprego de dicotomias ou de bifurcações,
quando o par de alelos da célula parental apresentar
heterozigose, como, por exemplo:
◦ O número de tipos de gametas pode ser obtido pela fórmula
2n, sendo n o número de heterozigoses;
◦ Outra fórmula pode ser utilizada na determinação dos
gametas:
▪ Número de encontros gaméticos (N):
• N = (número de tipos de gametas masculinos) x
(número de tipos de gametas femininos);
▪ Exemplo:
• Cruzamento mendeliano:
◦ O cruzamento-teste foi realizado da seguinte maneira:
▪ Geração parental (P) de cobaias:
• Fêmea com pelo branco e liso – homozigota recessiva
(bbll);
• Macho com pelo preto e arrepiado – homozigoto
dominante (BBLL);
▪ Geração F1:
• Todos os descendentes com pelos pretos e arrepiados –
heterozigotos (BbLl);
▪ Geração F2:
• Descendentes com proporção fenotípica 9:3:3:1 – típica
do di-hibridismo;
• Também pode ser representada por meio de binômios
obtendo-se o seguinte resultado:
◦ 9/16: pelo preto arrepiado (B_L_);
◦ 3/16: pelo preto liso (B_ll);
◦ 3/16: pelo branco arrepiado (bbL_);
◦ 1/16: pelo branco liso (bbll);
◦ Outros tipos de cruzamentos podem ocorrer além do
cruzamento entre heterozigotos:
▪ Exemplo 1:
• Geração parental (P):
◦ Fêmea com pelo preto e arrepiado – homozigota
dominante para um gene e heterozigota para o outro
(BBLl);
◦ Macho com pelo preto e arrepiado – heterozigoto
para o primeiro gene e homozigoto dominante para o
segundo (bBLL);
• Geração F1:
◦ Todos os descendentes com pelos pretos e
arrepiados (B_L_);
▪ Exemplo 2:
• Geração parental (P):
◦ Fêmea com pelo branco e arrepiado – homozigota
recessiva para um gene e heterozigota para o outro
(bbLl);
◦ Macho com pelo preto e arrepiado – heterozigoto
para os dois genes (BbLl);
• Geração F1:
◦ ⅜: pelo preto arrepiado (B_L_);
◦ ⅛: pelo preto e liso (B_ll);
◦ ⅜: pelo branco e arrepiado (bbL_);
◦ ⅛: pelo branco liso (bbll);
Capítulo 17 – Interações gênicas

• Considerando o conceito de interações gênicas, vários genes


interagem entre si para influenciar uma única característica em
pares de alelos que estão situados em pares de cromossomos
homólogos diferentes;
• Na formação dos gametas, também ocorre a segregação
independente dos diferentes genes;
• Quando consideramos um duplo heterozigoto AaBb, os alelos
dos genes A e B determinam uma mesma característica;
• Com essa perspectiva, analisaremos alguns tipos de herança:
◦ Interação gênica simples:
▪ Nesse tipo de herança, são observados dois pares de
alelos condicionando uma mesma característica, sendo
que cada par de alelos situa-se em um par de
cromossomos homólogos;
▪ Exemplo:
• Cor das penas em periquitos-australianos, determinada
por dois pares de genes A e B:
◦ Alelos A:
▪ A (dominante, condiciona azul) e a (determina
branco);
◦ Alelos B:
▪ B (dominante, condiciona amarelo) e b (condiciona
branco);
◦ Com o cruzamento de um casal duplo heterozigoto
(AaBb) e (Aabb), as proporções fenotípicas e
genotípicas para essa herança são:
▪ Descendentes:
• ⅜ verdes;
• ⅜ azuis;
• ⅛ amarelo;
• ⅛ branco;
▪ O cruzamento pode ser representado por meio de
binômios:

♀\♂ AB Ab aB ab
Ab AABb AAbb AaBb Aabb
ab AaBb Aabb aaBb aabb

◦ Epistasia:
▪ É a condição em que um gene exerce efeito inibidor sobre
outro gene;
▪ Um para de alelos I e i pode ter efeito inibidor sobre A e a;
▪ Epistasia dominante:
• Caso em que o alelo inibidor é dominante (I) e inibe a
expressão da característica, determinando que o animal
tenha pelo branco;
• O alelo i permite a manifestação de cor e isso depende
do outro para de alelos: A (pelo preto), a (pelo marrom);
• Assim, são possíveis os seguintes fenótipos:
◦ Os alelos A e a são denominados hipostáticos em
relação a I;
◦ O cruzamento entre duplo heterozigotos (IiAa) terá
uma descendência com modificação na proporção
esperada de 9:3:3:1, sendo a proporção observada
de 12:3:1;
▪ Epistasia recessiva:
• Caso em que o alelo inibidor é recessivo (i) e inibe a
expressão da característica desde que esteja em
homozigose (ii):
◦ Os alelos A e a são denominados epistáticos em
relação a i;
◦ O cruzamento entre duplo heterozigotos (IiAa) terá
uma descendência com proporção esperada de 9:3:4;
◦ Herança quantitativa (ou poligênica):
▪ Herança que envolve vários genes que resultam em um
efeito cumulativo, cada um contribuindo para a expressão
de uma característica;
▪ O fenótipo é determinado pela quantidade de um
determinado gene expressivo (aditivo) que o indivíduo
possui;
▪ Trata de casos em que os fenótipos não estão separados
em apenas duas categorias, mas apresentam grande
variação, é o que se denomina variação contínua;
▪ Podem ser observados dois tipos de genes que irão
interagir entre si:
• Genes aditivos: tornam o fenótipo mais intenso;
• Genes não aditivos: contribuem de maneira menos
intensa para a expressão da característica;
• Não há alelos dominantes nem recessivos;
▪ Como exemplos, podem ser citados os fenótipos de altura
e cor da pele da população;
▪ No caso da pigmentação da pele em seres humanos, há
dois fenótipos extremos (fenótipo branco – aabb – e
fenótipo negro – AABB) e algumas categorias
intermediárias (mulatos claros, médios e escuros);
▪ A herança da cor da pele é determinada por dois pares de
alelos: A-a e B-b, sendo:
• A e B alelos aditivos;
• a e b alelos não aditivos;
▪ Algumas fórmulas lidam com o número de classes
fenotípicas e o número de genes envolvidos (ou números
de pares de genes):
• Número de genes = número de classes fenotípicas – 1;
• Número de classes fenotípicas = 2 (número do par de
genes) + 1;
• Contribuição de cada alelo aditivo = (fenótipo máximo –
fenótipo mínimo) / número de alelos;
▪ Como generalizações, pode-se afirmar que:
• O cruzamento entre indivíduos de fenótipos extremos
produz apenas descendentes de fenótipos
intermediários;
▪ As proporções do cruzamento do exemplo serão 1:4:6:4:1:
• O cruzamento entre indivíduos de fenótipo intermediário
pode gerar descendentes de todas as categorias
fenotípicas;
• Os mais abundantes têm fenótipo intermediário e os
menos abundantes possuem fenótipos extremos;
▪ A proporção esperada em F2 pode ser obtida através do
triângulo de Pascal, construído com base em algumas
premissas:
• O primeiro e último número da linha serão 1;
• Em cada, linha, os números equidistantes serão iguais;
• A soma de dois números consecutivos de uma linha
será igual ao número da linha seguinte, que está abaixo
da segunda parcela da soma;
• O número de linhas representa o número total de alelos,
contados a partir de zero;
Capítulo 18 – Linkage e mapas gênicos

• Ligação fatorial – linkage:


◦ A herança com ligação fatorial analisa dois ou mais pares de
alelos, situados em um mesmo par de cromossomos
homólogos;
◦ Genes nessa condição estão em linkage, isto é, estão
ligados;
• Linkage e a formação de gametas:
◦ A formação de gametas com genes que estão ligados gera
gametas que terão, necessariamente, cromossomos com o
mesmo par de genes;
◦ Exemplos:
▪ Um homozigoto recessivo (aabb) produzirá apenas
gametas (ab), e um heterozigoto para A e homozigoto
recessivo para B (Aabb) formará gametas de dois tipos:
Ab e ab;
◦ Duplos heterozigotos (AaBb) podem ser de dois tipos: cis e
trans:
▪ Heterozigoto cis:
• Tem genes dominantes em um cromossomo homólogo e
os recessivos no outro;
• Formam gametas AB e ab;
▪ Heterozigoto trans:
• Tem tanto genes dominantes quanto recessivos em
cada um dos homólogos;
• Formam gametas Ab e aB;
• Crossing-over:
◦ Durante a formação dos gametas, pode ocorrer processos
que gerarão novas possibilidades de conformação dos
gametas, dentre eles o crossing-over, também chamado de
permutação ou recombinação;
◦ Esse fenômeno normalmente ocorre na prófase I da meiose,
momento em que:
▪ Cromossomos homólogos estão tracionados por filamentos
proteicos;
▪ Ocorrem quebras nas cromátides em pontos
correspondentes;
▪ Há troca de pedaços entre os cromossomos homólogos –
troca correspondente ao crossing-over;
▪ No caso de um heterozigoto cis, o resultado é a formação
de quatro tipos de gametas:
• Gametas parentais:
◦ Apresentam a configuração original de genes: AB e
ab;
• Gametas recombinantes:
◦ Apresentam novas combinações de genes
(resultantes de crossing-over): aB e Ab;
◦ Porcentagem de gametas parentais e recombinantes:
▪ Dependendo da porcentagem de células que sofrem
crossing-over, haverá a formação de gametas
recombinantes;
▪ Segundo alguns conceitos fundamentais, podem ser feitas
algumas generalizações importantes:
• Os gametas parentais são mais abundantes que os
recombinantes;
• A taxa de recombinação (TR) está vinculada à
porcentagem de células que sofrem crossing-over;
assim, temos:
◦ TR = (% das células que sofrem crossing-over)/2;
◦ O valor teórico máximo da TR é 50%, caso em que
todas as células sofreriam crossing-over (100%);
• Mapas genéticos:
◦ Mapas genéticos consideram a posição e a distância dos
genes em um cromossomo;
◦ Sabe-se que os genes se encontram em posição linear, o que
permite saber quais as chances de ocorrer permuta com
determinado gene e também saber quais genes estão mais
intimamente relacionados;
◦ A probabilidade de um gene participar de um crossing-over
está relacionada com os seguintes fundamentos:
▪ A probabilidade de ocorrência de quebra no cromossomo é
a mesma ao longo de todo o cromossomo;
▪ Genes com maior distância entre si apresentam mais
pontos sujeitos à quebra, apresentando maior chance de
ocorrência de crossing-over (e maior taxa de
recombinação);
▪ Genes muito próximos têm pequena probabilidade de
ocorrência de crossing-over, tendendo a zero;
▪ A convenção que relaciona a taxa de recombinação e a
distância entre os genes é:
• Taxa de recombinação = unidade de distãncia
(centimorgan);
◦ Alguns pontos devem ser bem fixados para a resolução de
exercícios:
Capítulo 19 – Genoma humano e cromossomos sexuais

• Determinação do sexo no ser humano:


◦ Um ser humano normal possui 46 cromossomos nas células
somáticas (diploide), que compreendem:
▪ 44 cromossomos autossômicos (A);
▪ Dois cromossomos sexuais (X e Y):
◦ O homem apresenta a fórmula cromossômica:
▪ 46 = 44A + XX, com dois tipos de gametas:
• 23 = 22A + X ou 23 = 22A + Y;
• Sexo heterogamético;
◦ A mulher apresenta a fórmula:
▪ 46 = 44A + XX, com um único tipo de gameta:
• 23 = 22A + X;
• Sexo homogamético;
◦ O sistema de determinação sexual com base nos cromossos
X e Y (sistema XY) ocorre nos mamíferos e na mosca-das-
frutas (drosófila);
• Outros sistemas de determinação sexual:
◦ Sistema XO:
▪ O sistema XO ocorrem em percevejos e gafanhotos;
▪ Além de autossômicos, os indivíduos possuem:
• Dois cromossomos X (XX) no caso da fêmea;
• Apenas um cromossomo X (X) no caso do macho;
◦ Sistema ZW:
▪ O sistema ZW ocorre em muitas aves, em borboletas e em
mariposas;
▪ Além de autossômicos, cada indivíduo possui dois
cromossomos sexuais:
• A fêmea é ZW:
◦ Produz gametas Z e gametas W;
◦ É o sexo heterogamético;
• O macho é ZZ:
◦ Produz só gametaz Z;
◦ É o sexo homogamético;
◦ Sistema n/2n:
▪ Abelhas têm o sistema n/2n de determinação sexual;
▪ As fêmeas são 2n (diploides);
▪ Os machos são n (haploides):
• Provenientes de óvulos não fecundados
(partenogênese);
• Os cromossomos sexuais:
◦ Na espécie humana, o cromossomo Y é bem menor que o
cromossomo X;
◦ Os cromossomos X e Y de um homem apresentam três áreas
distintas:
▪ Genes presentes nos dois cromossomos;
▪ Genes exclusivos do X (relacionados à herança ligada ao
sexo);
▪ Genes exclusivos do Y (relacionados à herança restrita ao
sexo – herança holândrica);
◦ A herança influenciada pelo sexo é condicionada por alelos
situados em cromossomos autossômicos;
◦ Tipos de herança que podem ser observadas:
▪ Herança limitada ao sexo:
• Determinada por genes autossômicos que se
expressam apenas em um dos sexos;
• Exemplo:
◦ Produção de leite no gado, características da
expressão de genes que se manifestam apenas em
fêmeas;
◦ Hipertricose auricular (pelos nas orelhas) humana,
que tem manifestação apenas nos homens;
▪ Herança influenciada pelo sexo:
• Determinada por gene autossômico, que, dependendo
do sexo do indivíduo, comporta-se como dominante ou
como recessivo;
• Exemplo:
◦ Calvície humana, herança que envolve dois alelos:
▪ C1: condiciona calvície;
▪ C2: determina fenótipo sem calvície;
▪ Observação:
• C1 é dominante no homem e recessivo na
mulher;
▪ São possíveis os seguintes genótipos e fenótipos
para essa condição:
Fenótipo no homem Genótipo Fenótipo na mulher

Calvo C1C1 Calva

Calvo C1C2 Não calva

Não calvo C2C2 Não calva

▪ Herança ligada ao sexo:


• Determinada por alelos exclusivos do cromossomo X;
• A fêmea tem dois alelos e o macho possui um alelo
apenas (diz-se que é hemizigoto);
• Exemplos:
◦ Daltonismo:
▪ É a incapacidade de distinguir core;
▪ É determinado por um alelo recessivo (Xd);
▪ A visão normal é condicionada pelo alelo
dominante (XD);
▪ Os genótipos e fenótipos possíveis são:
Genótipo Fenótipo

X DY Homem normal

XdY Homem daltônico

XDXD Mulher normal

XdXd Mulher daltônica

XDXd Mulher normal, portadora do alelo

◦ Hemofilia A:
▪ É um distúrbio caracterizado pela dificuldade de
coagulação, causado pela incapacidade genética
de produzir o fator VIII (necessário à síntese de
protrombina);
▪ O alelo para hemofilia A é recessivo (Xh) e o alelo
que condiciona coagulação normal é dominante
(XH);
▪ Os genótipos e fenótipos possíveis são:

Genótipo Fenótipo

XHY Homem normal


XhY Homem hemofílico

XHXH Mulher normal

XhXh Mulher hemofílica

XHXh Mulher normal, portadora do alelo

▪ Cromatina sexual (ou corpúsculos de Barr):


• Presente em célula somática em intérfase de uma
mulher;
• É ausente em célula masculina, que possui apenas um
cromossomo X;
• Consiste em um dos cromossomos X, que se mantém
condensado (inativo) – a condensação acontece
durante o desenvolvimento embrionário;
• Determinados tecidos apresentam condensação do
cromossomo X oriundo do pai; outras células do
organismo apresentam condensação no cromossomo X
proveniente da mãe;
• Exemplo:
◦ Pelagem de gatos malhados, nos quais apenas a
fêmea apresenta as três cores de pelos (amarelos,
brancos e pretos):
▪ Alelo XA determina pelo malhado de branco e
amarelo;
▪ Alelo XP condiciona pelo malhado de branco e
preto;
▪ Os genótipos e fenótipos possíveis são:

Genótipo Fenótipo

XAY Macho amarelo e branco

XPY Macho preto e branco

XAXA Fêmea amarela e branca


XPXP Fêmea preta e branca

XAXP Fêmea amarela, preta e branca


Capítulo 20 – Mutações gênicas e cromossômicas

• Mutações:
◦ As mutações são modificações que ocorrem no material
genético, afetando um determinado gene (mutação gênica)
ou cromossomo (mutações cromossômicas, ou aberrações
cromossômicas);
• Mutações gênicas:
◦ Alteram a sequência de bases nitrogenadas do DNA de um
gene;
◦ Podem ocorrer em função de:
▪ Inserção:
• Corresponde ao acréscimo de um nucleotídeo à cadeia
de DNA;
▪ Deleção:
• Corresponde à retirada de um nucleotídeo da cadeia;
▪ Substituição:
• Pode ocorrer pela transformação química de uma base
nitrogenada em outras;
◦ Mutações na formação de gametas:
▪ Geram gametas portadores da mutação, formando um
indivíduo com todas as células portadoras da mutação;
◦ Mutações podem aumentar a variabilidade da espécie:
▪ Podem ser benéficas ou maléficas, sendo que as
prejudiciais tendem a desaparecer na população;
◦ Agentes mutagênicos aumentam a ocorrência de mutações:
▪ Podem ser alguns tipos de radiação ou de substâncias
químicas;
• Mutações cromossômicas:
◦ Aberrações estruturais:
▪ Podem ser de quatro tipos principais:
• Deleção:
◦ É a perda de um segmento;
• Inversão:
◦ É a inversão na ordem dos genes;
• Duplicação:
◦ Quando um segmento é copiado;
• Translocação:
◦ Há a troca de segmentos entre cromossomos não
homólogos;
◦ Aberrações numéricas:
▪ Alteram o número de cromossomos e podem ser
classificadas em:
• Euploidias:
◦ Modificam valores inteiros de n;
◦ São comuns em plantas e propiciam a formação de
novas espécies sem o isolamento geográfico
(especiação simpátrica);
◦ Podem ocorrer naturalmente, mas também podem
ser induzidas;
◦ Exemplos para indivíduos normais 2n:
▪ Triploides (3n);
▪ Tetraploides (4n);
▪ Hexaploides (6n);
▪ Poliploides (Xn);
• Aneuploidias:
◦ Alterações que ocorrem devido ao acréscimo ou à
diminuição de cromossomos;
◦ Têm como causa a formação de gametas anormais,
por conta de erros na meiose II: não disjunção (não
separação) de cromátides;
◦ Os casos mais comuns são:
▪ Nulissomia (2n – 2):
• Inviável na espécie humana, levando sempre à
morte;
▪ Monossomia (2n – 1):
• No ser humano, resulta em um indivíduo com 45
cromossomos;
▪ Trissomia (2n + 1):
• No ser humano, corresponde a um indivíduo
com 47 cromossomos;
◦ Exemplos:
▪ Triplo X:
• O fenótipo é feminino, com fórmula
cromossômica 47 = 44A + XX;
▪ Duplo Y:
• O fenótipo é masculino e sua fórmula
cromossômica é 47 = 44A + XYY;
▪ Síndrome de Klinefelter:
• O fenótipo é masculino, com fórmula
cromossômica 47 = 44A + XXY;
▪ Síndrome de Down:
• É a trissomia do cromossomo 21;
▪ Síndrome de Turner:
• Fenótipo feminino, com fórmula 45 = 44A
(autossomos) + X;
Capítulo 21 – Genética de populações

• Genética de populações:
◦ É responsável pelo estudo da distribuição e frequência dos
alelos determinantes de características em uma população;
◦ A totalidade de alelos de uma população corresponde ao seu
pool gênico;
• Equilíbrio de Hardy-Weinberg:
◦ Consiste em um teorema que delibera que, de acordo com
determinadas condições, as frequências de cada alelo,
independentemente de sua raridade ou recessividade,
permanecerão constantes com o passar das gerações em
uma população;
◦ Uma população tende a permanecer em equilíbrio genético
de acordo com as seguintes condições:
▪ Ausência de mutações:
• Mutações são alterações de material genético;
• Podem gerar novas variedades de alelos, causando
alteração da porcentagem dos genes presentes na
população;
▪ Ausência de seleção natural:
• A seleção natural permite a sobrevivência e a
reprodução dos mais adaptados;
• Isso altera o equilíbrio da população;
▪ Ausência de seleção sexual:
• A seleção sexual beneficia indivíduos da espécie que
apresentam características que lhes conferem maior
probabilidade de se acasalar (deixam mais
descendentes e seus alelos tendem a ser mais
abundantes);
• Uma população com ausência de seleção sexual é
denominada pan-mítica;
• Nessas condições, é como se os cruzamentos
acontecessem ao acaso;
▪ Ausência de migrações:
• As migrações determinam a entrada ou a saída de
indivíduos de uma população e, assim, a alteração das
porcentagens de alelos;
▪ A população deve ser grande:
• Populações com grande número de indivíduos têm
maior estabilidade quando comparadas a populações
pequenas;
• Alteração do equilíbrio genético da população:
◦ O equilíbrio genético de uma população pode ser alterado
por:
▪ Seleção natural:
• Altera o equilíbrio genético, impulsionando a ocorrência
da evolução;
▪ Oscilação genética (ou deriva genética):
• É a alteração do equilíbrio genético de uma população
ocasionada pelo acaso;
• Teorema de Hardy-Weinberg:
◦ Demonstra matematicamente que, considerando populações
que se enquadrem nas premissas citadas, há equilíbrio na
frequência de alelos;
◦ Alguns pontos devem ser observados:
▪ f(A) = p;
▪ f(a) = q;
▪ Frequência de alelos:
• f(A) + f(a) = 1:
◦ p + q = 1;
▪ Frequência de genótipos:
• (p + q)2 = 1:
◦ p2 + 2pq + q2 = 1:
▪ f(AA) + f(Aa) + f(aa) = 1;
Frente 2
Capítulo 1 – Evolução: conceitos e evidências

• Um olhar sobre o tempo:


◦ Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico são eras do tempo
geológico do planeta;
◦ O Cenozoico é conhecido como “a idade dos mamíferos”;
◦ A História humana tem como marco inicial a escrita
(aproximadamente 4.000 a.C.);
◦ Muitos dos conceitos dos filósofos Aristóteles e Platão foram
incorporados pela Igreja Católica e eram tidos como
verdadeiros dogmas;
◦ A concepção da Igreja (com suas influências aristotélicas e
platônicas) era de um mundo estático, com os seres vivos
sem mudanças;
◦ Essa visão é denominada fixismo;
◦ No século XVIII, começaram a surgir evidências de que o
planeta era mais antigo do que se imaginava e passava por
grandes transformações;
◦ Alguns cientistas mostraram a possibilidade de ocorrência de
mudanças nos seres vivos ao longo do tempo;
Essa ideia estabeleceu o conceito de evolução;
• O conceito de adaptação:
◦ Um organismo tem estruturas e funcionamento que
possibilitam seu ajuste às condições ambientais, permitindo à
espécie sobreviver e gerar descendentes que possibilitam
sua permanência naquele ambiente;
◦ Na visão do fixismo ou criacionismo, as espécies de seres
vivos não sofrem modificações ao longo do tempo;
◦ Na visão do transformismo, as espécies apresentam um
processo de adaptação dinâmica ao ambiente;
◦ Evolução representa o mecanismo através do qual as
características das espécies modificam-se ao longo do
tempo;
• Evidências de evolução:
◦ Os cientistas empregam diversas evidências da ocorrência
da evolução:
▪ Fósseis;
▪ Estudos comparativos de:
• Anatomia;
• Embriologia;
• Bioquímica;
▪ Estruturas vegetais;
▪ Distribuição geográfica;
• Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829):
◦ Em 1809, publica Filosofia Zoológica;
◦ Para Lamarck, os seres vivos tendem a um aumento de
complexidade;
◦ Considera que o ambiente gera a necessidade de adaptação
dos seres vivos, produzindo mudanças;
◦ Seu trabalho envolve:
▪ A Lei do Uso e Desuso;
▪ A Lei da Heranças dos Caracteres Adquiridos;
• Charles Robert Darwin (1809-1882):
◦ Darwin publicou, em 1859, o livro A origem das espécies;
◦ Outro cientista, Alfred Wallace, chegou às mesmas
conclusões que Darwin;
◦ Um passo importante na vida de Darwin foi a expedição da
qual participou, dando a volta ao mundo;
◦ Na viagem, Darwin encontra evidências da ocorrência de
evolução;
◦ De volta à Inglaterra, Darwin procurar uma explicação para o
mecanismo de evolução, observando pistas nas
modificações conduzidas pelo ser humano com a seleção
artificial;
◦ Darwin chega ao conceito de seleção natural, tendo sido
influenciado pelo trabalho do Thomas Malthus.
◦ O Darwinismo baseia-se em:
▪ Variabilidade;
▪ Seleção Natural;
▪ Adaptação;
◦ Como exemplo, podemos citar a adaptação dos leões ao seu
ambiente e ao seu modo de vida como resultado da seleção
natural atuando sobre a variabilidade da espécie;
◦ Os indivíduos que conseguem se casalar exibem
características que permitem atrair parceiros sexuais, como a
presença de coloração vistosa e comportamentos
apropriados; trata-se da seleção sexual;
• Comparação:
◦ Darwin e Lamarck apresentam pontos de vista semelhantes,
mas divergem em alguns pontos, como em relação ao papel
do ambiente no processo de adaptação dos seres vivos;
• Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução:
◦ Darwin não elaborou uma explicação satisfatória para a
variabilidade dos seres vivos;
◦ Isso só foi feito depois de 1900, com o auxílio da Genética;
◦ Surge então o darwinismo ampliado, o neodarwinismo ou
teoria sintética da evolução; trata-se da reunião de duas
áreas da Biologia: a Evolução e a Genética;
◦ A variabilidade é determina principalmente por:
▪ Meiose;
▪ Fecundação;
▪ Mutações:
• Geram novos tipos de genes e constituem a fonte
básica da variabilidade, que é ampliada pela
recombinação gênica;
• Mutações ocorrem aleatoriamente;
• Não dependem da necessidade dos seres vivos;
◦ Essa teoria explica exemplos como a seleção de insetos
resistentes a DDT, a seleção de bactérias resistentes a
antibióticos e um hipotético exemplo da seleção de
mariposas em bosques de acordo com a poluição;
Capítulo 2 – Evolução

• Conceito de espécie:
◦ Espécie é um grupo de indivíduos semelhantes, com
capacidade real ou potencial de intercruzamento, resultando
na formação de descendentes férteis;
• O isolamento reprodutivo:
◦ Há dois tipos de isolamento reprodutivo:
▪ Pré-zigótico;
▪ Pós-zigótico;
◦ Seres de espécies diferentes encontram-se em isolamento
reprodutivo;
• Tipos de espécies:
◦ Espécies que vivem no mesmo ambiente são simpátricas;
◦ As que vivem em ambientes separados são as alopátricas;
• O mecanismo de especiação:
◦ Especiação é a formação de novas espécies;
◦ Há dois tipos de especiação:
▪ Simpátrica (sem isolamento geográfico);
▪ Alopátrica (com isolamento geográfico):
• Nesse tipo de especiação ocorrem:
◦ Isolamento geográfico:
◦ Mutações;
◦ Seleção Natural;
◦ Isolamento reprodutivo;
• Isso identifica a formação de novas espécies;
• O isolamento geográfico pode levar à formação de
novas raças ou de novas subespécies;
• Duas raças diferentes são grupos dentro da mesma
espécie; possuem diferenças, mas não estão isoladas
reprodutivamente;
• Irradiação adaptativa:
◦ Um ancestral pode ocupar diferentes ambientes;
◦ Com o tempo, podem ser geradas espécies distintas,
adaptadas às condições de cada ambiente;
• Convergência adaptativa:
◦ Diferentes ancestrais podem viver em um mesmo ambiente e
são submetidos a pressões seletivas similares;
◦ Com o tempo, formam-se espécies que apresentam
semelhanças externas;
• Homologia e analogia:
◦ Hoamologia é a semelhança interna de duas estruturas, as
quais têm a mesma origem embrionária;
◦ Analogia é a semelhança externa entre duas estruturas, as
quais apresentam a mesma função;
• Interações ambientais:
◦ Coevolução:
▪ Uma espécie atua como agente da seleção natural da
outra ao longo do processo evolutivo de ambas
▪ São os casos de coevolução:
• Coloração de advertência;
• Mimetismo;
• Camuflagem;
◦ Mimetismo:
▪ Uma espécie (mimética) é semelhante a outra (modelo) e
pode obter vantagens, como a proteção contra
predadores;
◦ Camuflagem:
▪ Uma espécie tem aspectos semelhantes ao do seu
ambiente, tornando-se menos visível para presas ou para
predadores;
Capítulo 3 – Fundamentos de ecologia

Recapitulando e aprofundando conceitos


• Espécie:
◦ Grupo que pode apresentar cruzamento e formação de
descendentes férteis;
• População:
◦ Organismos da mesma espécie que vivem no mesmo
ambiente;
• Comunidade:
◦ Conjunto de populações de um mesmo ambiente;
◦ Sinônimos:
▪ Fatores abióticos, biocenose ou cenobiose;
• Fatores abióticos:
◦ Componentes não vivos do ambiente;
◦ Biótopo é o conjunto de fatores abióticos;
• Ecossistema:
◦ Ambiente com sua comunidade e fatores abióticos em
interação;
◦ No ecossistema há interações interespecíficas (entre seres
de espécies diferentes) e interações intraespecíficas (entre
organismos da mesma espécie);
• Biosfera:
◦ É ao conjunto de todos os ecossistemas do planeta;

As divisões da biosfera
• Biomas:
◦ Ecossistemas de grande porte com características estáveis e
em clímax;
• Biociclos:
◦ São o terrestre (epinociclo), marinho (talassociclo) e de água
doce (limnociclo);
• Biócoros:
◦ O biociclo terrestre tem três biócoros:
▪ Floresta, campo e deserto;

O interior de um ecossistema e seus limites


• Ecótone:
◦ Transição entre ecossistemas;
• Hábitat:
◦ Local onde a espécie vive, no qual encontra condições de
sobrevivência e reprodução;
• Nicho ecológico:
◦ Modo de vida da espécie;
◦ Corresponde ao papel desempenhado pela espécie em seu
ambiente;
◦ Duas espécies que vivem no mesmo hábitat e ocupam o
mesmo nicho ecológico têm elevado nível de competição;
geralmente, uma delas é eliminada;

Os seres vivos e as relações alimentares


• Autótrofos:
◦ São capazes de produzir matéria orgânica a partir de matéria
inorgânica;
◦ Há autótrofos que realizam fotossíntese:
▪ Plantas, algas e algumas bactérias;
◦ E outros que realizam quimiossíntese:
▪ Algumas bactérias e árqueas;
• Heterótrofos:
◦ Não são capazes de produzir matéria orgânica a partir de
matéria inorgânica; entre eles, há predadores e parasitas;
◦ Há heterótrofos carnívoros, herbívoros e onívoros;
◦ Muitos heterótrofos consomem matéria orgânica morta, como
detritívoros, necrófagos e decompositores (bactérias e
fungos);
◦ Decompositores convertem matéria orgânica em inorgânica e
são fundamentais para a reciclagem de matéria na natureza;
• Níveis tróficos e cadeia alimentar:
◦ Os níveis tróficos são:
▪ Produtores (autótrofos); consumidores; Decompositores
(bactérias e fungos);
◦ Nos ecossistemas, há cadeias alimentares constituídas por
sequências de organismos nas quais um serve de alimento
para outro:
▪ Produtor → Consumidor primário → Consumidor
secundário → Decompositores;
Capítulo 4 – Energia e matéria no ecossistema

O fluxo de de energia
• Teia alimentar:
◦ Um ecossistema apresenta teias ou redes alimentares;
◦ Uma teia alimentar apresenta os níveis tróficos de
produtores, consumidores (primários, secundários, terciários)
e decompositores;
◦ Por esses níveis há fluxo de energia na forma de matéria
orgânica;
• Pirâmides ecológicas:
◦ Há três tipos de pirâmides ecológicas:
▪ Pirâmide de números ou frequência:
• Indica o número de indivíduos de cada nível trófico da
cadeia alimentar;
• A pirâmide de números pode ser invertida, com a base
mais estreita do que o ápice;
▪ Pirâmide de biomassa:
• Normalmente, é construída considerando-se o peso
seco do nível trófico (sem computar a quantidade de
líquido dos organismos);
• Em ambientes aquáticos, a pirâmide de biomassa pode
ser invertida:
◦ A massa de fitoplâncton é menor do que a massa de
zooplâncton;
▪ Pirâmide de energia:
• Representa a energia química (matéria orgânica) de
cada nível trófico;
• Não há pirâmide de energia invertida;
• A energia flui de modo unidirecional, com as
modalidades:
◦ Luz, energia química da matéria orgânica e calor;
• Ao longo da cadeia alimentar, ocorrem perdas na forma
de restos e calor;
• Produtividade primária bruta (PPB) é o total de matéria orgânica
gerada pelos produtores por meio da fotossíntese;
• Produtividade primária líquida (PPL) é o saldo da matéria
orgânica resultante entre a produção (PPB) e o consumo pela
respiração R:
◦ PPL = PPB - R;

O fluxo da matéria – ciclos biogeoquímicos


• Ciclo da água, ou ciclo hidrológico:
◦ Nosso planeta apresenta água sob três formas: líquida, sólida
(neve e gelo) e vapor;
◦ A água líquida está em rios, lagos, chuva, solo e oceanos;
◦ Os oceanos têm cerca de 97,1% do total de água do planeta;
◦ Uma parte da água presente nos oceanos e na terra sofre
evaporação; o vapor sofre condensação e ocorre
precipitação sobre os oceanos e o solo; uma parte da água
flui para o mar; com a evaporação, completa-se essa parte do
ciclo;
◦ As plantas retiram água pelas raízes e perdem-na na forma
de vapor, por meio da transpiração;
◦ Os animais obtêm água de duas formas: ingerindo-a ou
consumindo-a em alimentos; perdem água pela respiração
pulmonar, pelo suor, pelas fezes e pela urina; a água perdida
por animais é convertida em vapor;
• Ciclo do carbono:
◦ O CO2 é utilizado por produtores nos processos de
quimiossíntese ou fotossíntese, que geram matéria orgânica,
que é transferida para consumidores e decompositores;
◦ Nos diferentes níveis tróficos, uma parte da matéria orgânica
é utilizada em sua respiração celular, que desprende gás
carbônico;
◦ Pode-se empregar o termo “decomposição” para indicar a
liberação do CO2 efeutada pelos decompositores;
◦ A queima de combustíveis (biocombustíveis e combustíveis
fósseis) libera CO2;
◦ O aumento de CO2 contribui para a intensificação do efeito
estufa e do aquecimento global;
◦ Biocombustíveis são recursos renováveis:
▪ Sua reposição ocorrem em pouco tempo pela natureza;
◦ As queimadas provocam transtornos ambientais (erosão do
solo, risco à biodiversidade) e são responsáveis pela maior
parte na emissão de CO2 no Brasil;
• Ciclo do nitrogênio:
◦ Na natureza, o nitrogênio encontra-se na forma inorgânica
(amônia, gás nitrogênio, nitrato) e na forma orgânica
(aminoácidos, bases nitrogenadas);
◦ Nutrição, síntese, excreção e decomposição:
▪ Produtores absorvem amônia (NH3) e nitrato (NO3-) e
sintetizam substâncias orgânicas nitrogenadas, como
aminoácidos e bases nitrogenadas;
▪ Os animais obtêm substâncias orgânicas nitrogenadas
pela nutrição; pela excreção liberam amônia;
◦ Nitrificação:
▪ Decompositores atuam sobre consumidores e produtores
mortos; com sua atividade, liberam amônia (amonificação);
▪ A amônia é empregada por produtores e por bactérias
nitrificantes, que são quimiossintetizantes; essas bactérias
convertem amônia em nitrato (nitrificação); com isso, libera
energia utilizada na produção de matéria orgânica;
◦ Fixação do nitrogênio e desnitrificação:
▪ Bactérias desnitrificantes convertem o nitrato em gás
nitrogênio (desnitrificação); essas bactérias são
encontradas em locais pobres em gás oxigênio (pântanos
e grandes profundezas do oceano);
▪ Bactérias fixadoras de nitrogênio convertem gás nitrogênio
em amônia (fixação biológica do nitrogênio); elas incluem:
Algumas cianobactérias e bactérias, como os rizóbios
(Rhizobium), que formam nódulos em raízes de
leguminosas (feijão, soja, ervilha, lentilha, pau-brasil);
▪ A relação entre as leguminosas e os rizóbios é do tipo
mutualismo; as leguminosas abrigam em suas raízes
bactérias fixadoras de nitrogênio, que enriquecem o solo
com compostos nitrogenados;
▪ São utilizadas em técnicas agrícolas (adubação verde e
rotação de cultura);
◦ Outras modalidades de fixação do nitrogênio:
▪ A fixação atmosférica corresponde à reação entre gás
oxigênio e gás nitrogênio quando há raios ou faíscas
elétricas;
▪ A fixação industrial envolve a síntese de Haber-Bosch,
processo que utiliza gás hidrogênio e gás nitrogênio
submetidos a alta temperatura (450 ℃) e elevada pressão
(200 atm), formando-se a amônia;
Capítulo 5 – Populações, comunidades e sucessão
ecológica

Populações
• População é um conjunto de organismos da mesma espécie,
vivendo em um mesmo ambiente, durante um determinado
intervalo de tempo;
• Entre os seres da mesma espécie, há relações positivas (sem
prejuízo) e relações negativas (com prejuízo);
• Densidade populacional:
◦ Densidade da população é a relação entre o número de
indivíduos e o espaço ocupado (expresso em área ou
volume);
◦ A densidade populacional pode variar com alterações no
espaço disponível ou no número de indivíduos;
◦ O número de indivíduos pode ter aumento por natalidade (N)
ou por imigração (I);
◦ Redução do número de indivíduos ocorre por mortalidade (M)
e emigração (E);
◦ Há três possibilidades sobre o comportamento da população:
▪ N + I > M + E: crescimento da população;
▪ N + I < M + E: diminuição da população;
▪ N + I = M + E: população estável;
• Crescimento populacional:
◦ Potencial biótico é a capacidade de reprodução de uma
espécie;
◦ Resistência ambiental é o conjunto de fatores presentes no
meio capazes de restringir o desenvolvimento de uma
população, incluindo espaço limitado, pequena
disponibilidade de alimento, problemas de natureza climática,
acúmulo de resíduos, parasitismo, competição e predatismo;
◦ População não controlada é a que cresce sem a presença de
fatores de resistência ambiental, apresentando crescimento
exponencial; população controlada é sujeita à interferência da
resistência ambiental;
◦ Uma população mantida em local com espaço limitado, mas
tendo condições ambientais adequadas, apresenta curva de
crescimento sigmoide ou logística;
◦ O desenvolvimento dessa população apresenta quatro fases:
▪ Pequeno crescimento inicial;
▪ Crescimento muito rápido;
▪ Diminuição do ritmo de crescimento;
▪ Estabilização da população;
◦ Representando a curva logística de uma população com a
curva do seu potencial biótico, obtém-se uma área entre as
duas curvas; essa área representa a força de resistência
ambiental;
• A população humana:
◦ O ser humano passou a ter grande controle sobre diversos
fatores de resistência ambiental:
▪ Produção elevada de alimento;
▪ Medicamentos;
▪ Vacinas;
▪ Controle de predadores;
◦ Assim, a população humana vem apresentando um
crescimento próximo ao padrão exponencial;
◦ Isso traz graves consequências para a manutenção do
equilíbrio ecológico, como:
▪ Desmatamento.
▪ Poluição;
▪ Esgotamento dos recursos naturais;
▪ Acúmulo de lixo;
▪ Redução da biodiversidade;

Relações Ecológicas
• Relações intraespecíficas:
◦ Positivas (hamônicas):
▪ São relações entre seres da mesma espécie;
▪ Existem dois tipos:
• Colônia:
◦ Os indivíduos têm ligação física;
• Sociedade:
◦ É um grupo sem ligação física;
◦ Pode haver divisão de funções;
◦ Os indivíduos dependem do conjunto para a sua
sobrevivência;
◦ Negativas (desarmônicas):
▪ São de dois tipos:
• Canibalismo:
◦ A relação em que um indivíduo alimenta-se de outro
da mesma espécie;
• Competição:
◦ A competição intraespecífica envolve disputa por
recursos do ambiente;
◦ É um componente da seleção natural, permitindo a
sobrevivência e a reprodução dos indivíduos mais
adaptados;
• Relações interespecíficas:
◦ São as relações entre seres de espécies diferentes;
◦ Neutralismo significa que a interação entre duas espécies é
inexistente; uma espécie não interfere na vida da outra,
mesmo que entrem em contato;
◦ Negativas (ou desarmônicas):
▪ São aquelas que apresentam prejuízo para pelo menos um
participante da relação;
▪ Exemplos:
• Competição:
◦ O prejuízo ocorre para as duas espécies;
• Amensalismo:
◦ Só uma espécie é prejudicada, sem benefício nem
prejuízo para outra;
• Predatismo:
◦ Uma espécie é prejudicada, outra recebe benefício;
• Parasitismo:
◦ Benefício para uma espécie e prejuízo para outra;
• Esclavagismo:
◦ Prejuízo para uma espécie e benefício para outra;
◦ Positivas (harmônicas):
▪ São aquelas que não envolvem prejuízo para nenhum
participante dos participantes da relação;
▪ Exemplos:
• Mutualismo:
◦ Benefício para ambas as espécies, sendo que elas
são interdependentes, precisam uma da outra para
sobreviverem;
• Protocooperação:
◦ Benefício para ambas as espécies, que podem viver
sem a ajuda da outra;
• Comensalismo:
◦ Benefício (alimentar) para uma espécie apenas;
• Forésia:
◦ Benefício apenas para a espécie transportada;
• Inquilinismo:
◦ Apenas uma espécie recebe benefício; a outra é
indiferente;
• Epifitismo:
◦ Apresenta apenas uma espécie que é beneficiada
pela relação;
▪ Simbiose:
• O termo simbiose refere-se a associações entre seres
vivos de espécies diferentes e que envolvem grande
intimidade e dependência de pelo menos um dos
participantes da relação;
• Inclui:
◦ Mutualismo;
◦ Parasistismo;
◦ Comensalismo;
◦ Inquilinismo;

Sucessão ecológica
• Conceito de sucessão:
◦ É o conjunto de etapas do desenvolvimento de uma
comunidade em um determinado ambiente;
◦ O processo de sucessão ecológica tende a gerar uma
comunidade clímax;
• Comunidade clímax:
◦ Os biomas apresentam comunidade na fase de clímax, que
tem as seguintes características:
▪ Máxima biodiversidade;
▪ Máxima biomassa;
▪ Grande variedade de nichos ecológicos;
▪ Teias alimentares complexas;
▪ Grande reciclagem da matéria;
◦ Se as condições ambientais forem mantidas, a comunidade
permanece estável;
◦ Numa comunidade clímax, toda a matéria orgânica e todo o
gás oxigênio gerados na fotossíntese são consumidos na
respiração de toda a comunidade;
◦ Produtividade líquida (PL) é o saldo resultante entre a
produtividade bruta (PB) e a respiração da comunidade ®;
◦ A comunidade em clímax tem PL igual a zero:
▪ PL = PB - R;
▪ PB = R → PL = 0;
• Sucessão primária:
◦ Sucessão primária é o desenvolvimento de uma comunidade
em um local onde praticamente não havia seres vivos, como
a superfície de rochas nuas e dunas de areia;
◦ A sucessão primária tem três fases:
▪ Ecese:
• É a fase inicial, na qual o ambiente é colonizado pelas
espécies pioneiras;
• Ocorre aumento de biomassa, ou seja, a fotossíntese
supera a respiração (a produção de matéria orgânica é
maior do que seu consumo):
◦ PL = PB - R;
◦ PB > R → PL > 0;
◦ PB/R > 1;
▪ Sere:
• Nessa fase, a comunidade tem aumento de biomassa e
de biodiversidade;
• É uma fase de transição;
• Também ocorre aumento de biomassa:
◦ PL = PB - R;
◦ PB > R → PL > 0;
◦ PB/R > 1;
▪ Clímax:
• Na fase de clímax, a biodiversidade e a biomassa
tornam-se máximas;
• A comunidade tem grande estabilidade e não se altera,
caso as condições ambientais não sofram muitas
mudanças;
• A comunidade clímax apresenta produtividade líquida
igual a zero, pois tudo o que produz na fotossíntese
(produtividade bruta) consome na respiração;
• Assim, a comunidade clímax não tem aumento nem
diminuição da biomassa total:
◦ PL = PB - R;
◦ PB = R → PL = 0;
◦ PB/R = 1;
• Um campo cultivado não constitui uma comunidade
clímax; sua produtividade bruta é maior do que a
respiração, tendo uma produtividade líquida muito
elevada:
◦ PB >>> R → PL >>> 0;
◦ PB/R >>> 1;
• Sucessão secundária:
◦ Sucessão secundária ocorre quando a comunidade de um
ambiente é substituída por outro tipo de comunidade;
◦ São exemplos:
▪ Uma lagoa que sofre assoreamento e em seu lugar ocorre
o desenvolvimento de uma floresta;
▪ Um campo cultivado é abandonado e sofre uma rápida
substituição por uma mata bem diversificada;
▪ Uma clareira é aberta no meio de uma floresta; as espécies
pioneiras normalmente são gramíneas, dotadas de
sementes leves que são transportadas pelo vento; também
ocorre o desenvolvimento de samambaias, cujos esporos
disseminam-se facilmente pelo vento; com o tempo,
surgem arbustos e depois árvores, havendo a restituição
de uma vegetação similar à que havia antes do surgimento
da clareira;
• O ser humano altera as condições do ambiente e pode
desencadear sucessão ecológica, como quando provoca
desmatamento, incêndios, assoreamento, erosão, poluição etc.;
Capítulo 6 – O homem e o ambiente

O homem, o ambiente e o desequilíbrio ambiental


• O crescimento de uma população depende da interação do
potencial biótico da espécie (capacidade reprodutiva) e da
resistência ambiental (clima, espaço, alimento, parasitas etc.);
• Capacidade-limite (biocapacidade) é o número máximo de
indivíduos de uma população que o ambiente pode manter sem
que ocorra degradação ambiental;
• Superpopulação corresponde a uma população que ultrapassou
a capacidade-limite do ambiente;
• A população mundial e os 7 bilhões de habitantes:
◦ A população humana atual supera o número de sete bilhões;
◦ Isso se deve ao grande controle da resistência ambiental pela
espécie humana;
◦ O resultado é a geração de resíduos e o consumo de
recursos naturais decorrentes do aumento da demanda por
alimento e produtos industriais;
◦ Isso contribui para a diminuição da capacidade-limite do
ambiente a para a extinção de espécies;
◦ Demanda por alimento:
▪ A demanda por alimento gera destruição de hábitats para
pastagens e plantações;
▪ São alguns problemas decorrentes da atividade agrícola:
• Emprego de agrotóxicos;
• Empobrecimento do solo;
• Erosão;
• Lixiviação;
• Assoreamento;
◦ Demanda por produtos industriais:
▪ Essa demanda afeta o ambiente através de:
• Utilização de terrenos (construção de moradia e
indústrias);
• Desmatamento;
• Mineração;
• Extração de petróleo;
• Poluição (ar, água e solo);

Principais impactos ambientais


• Impacto ambiental corresponde às alterações das
características do ambientes causadas por atividade vulcânica,
meteoritos, incêndios, chuvas intensas e pela ação antrópica;
• As principais fontes de impactos ambientais antrópicos são:
◦ Mineração;
◦ Agricultura;
◦ Pecuária;
◦ Construção de indústrias e de residências;
• Desmatamento e retirada da cobertura original do solo:
◦ A vegetação protege o solo da chuva e do vento; sua retirada
(por desmatamento, por exemplo) expõe o solo à ocorrência
de:
▪ Erosão:
• É o processo que arrasta parte do solo de uma região
para outra, sendo causado pela água e pelo vento;
• A erosão retira a camada superficial do solo e afeta sua
fertilidade;
▪ Lixiviação:
• É o carregamento de nutrientes pela água, os quais são
arrastados pela superfície do solo ou infiltrados para
camadas mais profundas;
• Por essa razão, as camadas mais superficiais do solo
ficam pobres em nutrientes;
▪ Assoreamento:
• É o acúmulo de sedimentos (argila, areia ou lodo) no
fundo de rios, canais ou lagos, reduzindo a
profundidade e a velocidade da corrente;
• O assoreamento é decorrente da erosão;
• Atividades humanas contribuem para acelerar esse
processo, como desmatamento, ocupação urbana,
mineração, agricultura e pecuária;
▪ Perda de biodiversidade local:
• O desmatamento tem como consequência imediata a
perda de biodiversidade local, pois várias espécies
deixam de ter as condições necessárias para sua
sobrevivência;
• Extinção de espécies:
◦ Ao longo da História da vida no planeta ocorreram grandes
extinções;
◦ A extinção de espécies, atualmente, tem múltiplas causas:
▪ Alterações do clima global;
▪ Poluição;
▪ Aumento de doenças parasitárias;
▪ Fragilidade das espécies endêmicas;
◦ Outras causas envolvem, ainda:
▪ Fragmentação (destruição ou degradação) de hábitats:
• É um processo que resulta na descontinuidade no
ambiente de uma ou mais espécies;
• Os problemas decorrentes são a falta de condições
para a sobrevivência de muitas espécies e a interrupção
do fluxo de genes entre os grupos que ficaram isolados;
• Alguns fragmentos podem conter espécies endêmicas,
apenas existentes naquela parte específica;
• A fragmentação de hábitats é causada por processos
geológicos ou por atividades humanas, como:
◦ Construção de estradas;
◦ Construção de reservatórios de água;
◦ Plantações;
◦ Pastagens;
◦ Áreas urbanas;
• Corredores ecológicos ligam territórios isolados e
permitem o fluxo de genes entre as ilhas formadas;
▪ Introdução de espécies exóticas:
• Espécies exóticas são aquelas introduzidas em um
ambiente onde não são encontradas originalmente;
• Ocupam nichos ecológicos disponíveis em seu novo
meio, podendo apresentar rápido crescimento
populacional devido à disponibilidade de muitos
recursos e à baixa resistência ambiental;
• Espécies exóticas podem causar danos às espécies
nativas, comportando-se como predadores, parasitas ou
competidores;
▪ Superexploração de espécies:
• É a exploração excessiva de algumas espécies, o que
pode causar sua extinção;
• Ocorre por meio de caça ou pesca intensivas, em uma
intensidade superior à capacidade de reposição das
populações naturais;
• Poluição:
◦ É a contaminação do ar, da água ou do solo com quantidades
indesejáveis de materiais ou energia (calor);
◦ Os poluentes podem ser uma substância natural, como o
CO2, ou podem ter natureza sintética, como muitos
inseticidas;
◦ Poluentes primários são gerados diretamente por uma fonte
produtora;
◦ Poluentes secundários são formados a partir de poluentes
primários que reagem com outra substância presente no
ambiente;
◦ Poluição do ar:
▪ Os tipos principais de poluentes primários são:
• Partículas sólidas;
• Metano (CH4);
• Monóxido de carbono (CO);
• Gás carbônico (CO2);
• SO2;
• NO2;
• Clorofluorcarbonos (CFCs);
▪ Os principais tipos de poluentes secundários são:
• Ozônio (O3):
◦ É gerado em reações fotoquímicas, favorecidas
quando o ar tem grande quantidade de partículas
sólidas em suspensão;
• Ácido sulfúrico (H2SO4):
◦ É formado a partir de SO2;
• Ácido nítrico (HNO3):
◦ Provém do NO2;
▪ Ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3) são os
responsáveis pela chuva ácida;
▪ Inversão térmica:
• No inverno, o ar é mais frio e denso;
• Devido a isso, ele fica estagnado junto ao solo e não se
forma corrente de ar ascendente;
• Ocorre o acúmulo de vários poluentes e de partículas
sólidas no ar;
▪ Depleção da camada de ozônio:
• A camada de ozônio presente na estratosfera retém
grande quantidade de radiação ultravioleta;
• A rarefação (ou depleção) é determinada pela
conversão de O3 em O2;
• Essa conversão é causada por óxidos de nitrogênio,
como o NO, e pelos CFCs;
• Com a depleção da camada de ozônio, aumenta a
entrada de radiação ultravioleta para a superfície da
Terra;
• Essa radiação provoca desnaturação de proteínas e
causa mutações; animais podem apresentar cataratas,
redução de defesas imunitárias e câncer de pele; os
produtores (plantas e fitoplâncton) podem ter diminuição
da atividade fotossintética; isso contribui para a
elevação dos níveis de CO2 atmosférico;
▪ Intensificação do efeito estufa:
• Efeito estufa é a retenção de energia térmica pela
atmosfera;
• Os responsáveis pelo efeito estufa são o vapor d’água,
o gás carbônico, o metano, os CFCs e os óxidos de
nitrogênio (principalmente o N2O);
• A intensificação do efeito estufa tem sido apontada
como a provável causa do aquecimento global e tem
como consequências o derretimento de neve e do gelo;
• Isso provoca a destruição de hábitats e é uma das
causas da redução de biodiversidade;
◦ Poluição da água e do solo:
▪ Os principais problemas relacionadas à água são:
• Mananciais afetados (por desmatamento e
assoreamento em áreas de nascentes);
• Aumento do consumo de água (uso doméstico,
industrial e em irrigação – gradados de acordo com o
impacto causado);
▪ A poluição da água e do solo envolve:
• Eutrofização, ou eutroficação:
◦ Eutrofização é o fornecimento de um excesso de
nutrientes para um ambiente aquático, capaz de
causar grandes modificações na comunidade e tornar
a água imprópria para o consumo;
◦ Os nutrientes em excesso são provenientes de
fertilizantes ou de esgoto sem tratamento;
◦ O esgoto também pode veicular vários organismos
causadores de doenças;
◦ Coliformes fecais são bactérias intestinais
empregadas como indicadores do nível de
contaminação da água;
• Derramamento do óleo:
◦ Acidentes em refinarias, oleodutos e navios podem
produzir vazamento de petróleo, que forma uma
película na superfície da água, impedindo a entrada
de luz e comprometendo a fotossíntese;
◦ O óleo também adere a animais e pode causar sua
morte;
◦ A mancha de óleo pode atingir praias e manguezais,
causando a morte de muitos organismos;
◦ Enquanto o óleo está na superfície da água, pode ser
retirado por bombas;
◦ Além disso, podem ser empregadas bactérias que
realizam a degradação do petróleo; esse processo
constitui a biorremediação;
• Lixo:
◦ O lixo é o resíduo gerado pelas atividades humanas;
◦ O lixo não reaproveitado deve ser depositado em
locais apropriados, de acordo com a sua composição;
◦ A matéria orgânica decomposta dá origem ao
chorume, um caldo orgânico que pode contaminar
corpos d’água;
◦ Além disso, o chorume pode carregar outros
contaminantes que podem comprometer a qualidade
do solo e dos ecossistemas aquáticos;
• Magnificação trófica:
◦ Algumas substâncias são incorporadas a cadeias
alimentares e apresentam aumento de concentração
ao longo dos níveis tróficos; isso ocorre com
inseticidas, metais pesados e com materiais
radioativos;

Avaliação de impactos ambientais


• Os impactos ambientais são caracterizados por sua magnitude,
duração e reversibilidade;
• Grandes projetos (como a construção de refinarias e
hidrelétricas) podem causar impactos ambientais, como
alterações na fauna e na flora, riscos à saúde da população e
modificações sociais e culturais da população;
• No Brasil, para o exercício de algumas atividades econômicas,
é necessário o licenciamento ambiental, obtido a partir dos
Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA);

Redução dos impactos ambientais


• Tecnologias de redução do impacto ambiental:
◦ A ciência busca alternativas que reduzam os impactos
ambientais causados pela poluição;
◦ Tecnologias de controle da poluição do ar:
▪ Filtros de ar:
• Diminuem a emissão de partículas sólidas;
▪ Conversores catalíticos:
• Reduzem a emissão de CO e de óxidos de nitrogênio
(são convertidos em N2);
▪ Fontes alternativas de energia:
• Os principais tipos são as energias:
◦ Eólica;
◦ Solar;
◦ Maremotriz (produzida pelas marés);
◦ Tecnologias de controle da poluição do solo e da água:
▪ Hidroponia:
• É o cultivo de vegetais que utilizam apenas água e
nutrientes; isso reduz o desmatamento e o uso de
defensivos agrícolas;
▪ Tratamento de esgoto:
• É um conjunto de medidas que retira/decompõe grande
quantidade dos poluentes presentes nos esgotos; reduz
a veiculação de doenças e a ocorrência de eutrofização;
▪ Tratamento do lixo:
• Permite a obtenção de adubos e gás para uso como
combustível, a diminuição da derrubada de árvores
(para a produção de papel e alumínio) e a diminuição de
contaminação dos lençóis freáticos por chorume;
atualmente, existe o programa dos 5 Rs para o
tratamento do lixo:
◦ Reflexão;
◦ Recusa;
◦ Redução;
◦ Reutilização
◦ Reciclagem;
▪ Adubos orgânicos e rotação de cultura:
• São processos que diminuem o risco de eutrofização; a
rotação de culturas contribui para evitar a exaustão do
solo;

Recuperação dos ecossistemas


• A recuperação das áreas afetadas envolve:
◦ Pesquisas científicas;
◦ Fiscalização das empresas poluidoras;
◦ Tratamento de esgoto;
◦ Recuperação das matas ciliares;
◦ Educação ambiental;
• Os ecossistemas recuperados apresentam um retorno de alta
biodiversidade e se tornam mais estáveis;
• Há também a manutenção de espécies fora de seu ambiente,
como zoológicos, jardins botânicos, aquários e bancos de
sementes;

Impactos ambientais e desenvolvimento sustentável


• Há um delicado equilíbrio entre os componentes da natureza,
que pode ser comprometido pelas intensas alterações
antrópicas;
• A importância da biodiversidade:
◦ Os componentes bióticos dos ecossistemas naturais
contribuem para a manutenção dos recursos naturais e da
biodiversidade;
◦ A manutanção das áreas naturais traz uma série de
benefícios e representam fontes de diversos valores, como o
econômico, o ético, o estético e o recreativo;
• Desenvolvimento sustentável:
◦ É a utilização dos recursos naturais de forma a permitir o
bem-estar da população atual sem comprometer a qualidade
de vida das gerações futuras, preservando as espécies e os
recursos naturais;
◦ Ao mesmo tempo, visa a:
▪ Promover a redução do uso de matérias-primas e
produtos;
▪ Apoiar a subsistência de populações tradicionais,
respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura
e promovendo-as social e economicamente;
• Pegada ecológica:
◦ Corresponde à área de território, expressa em hectares,
utilizada para atender às necessidades de manutenção de
determinados estilos de vida de uma sociedade ou de um
indivíduo;
◦ Inclui três componentes:
▪ Consumo;
▪ Processamento de resíduos gerados;
▪ Interação com as outras espécies;
◦ A aplicação do conceito de pegada ecológica contribui para
que a população humana realmente tenha um crescimento
sustentável, sem esgotar a capacidade-limite do planeta;
Capítulo 7 – Procariontes: bactérias e arqueas

Bactérias
• Ambiente e estrutura:
◦ Bactérias são encontradas em vários ambientes: água
salgada, água doce, solo, interior de hospedeiros e no ar;
◦ Bactérias geralmente são unicelulares;
◦ Algumas formam colônias;
◦ Podem ter as formas cocos, bacilo, espirilo e vibrião;
◦ Uma célula bacteriana típica tem parede celular com
peptidogliano; micoplasmas são bactérias sem parede
celular;
◦ A membrana plasmática tem invaginações, denominadas
mesossomos;
◦ Bactérias não têm carioteca, são procariontes;
◦ O DNA é circular e não está associado a histonas;
◦ Possuem plasmídeos, que são moléculas extras de DNA
presentes no citoplasma;
◦ A célula bacteriana também tem ribossomos dispersos no
citosol;
◦ Muitas bactérias têm flagelo, com estrutura diferente dos
flagelos de eucariontes;
◦ Bactérias podem ter fímbrias; algumas fímbrias participam da
conjugação, um processo de reprodução sexuada;
• Nutrição:
◦ Há duas principais formas de nutrição bacteriana:
▪ Heterotrófica:
• As bactérias heterótrofas liberam enzimas digestivas no
ambiente, realizando digestão extracorpórea;
• Entre as heterótrofas, encontram-se parasitas e
decompositores;
• Bactérias heterótrofas participam de vários tipos de
relações interespecíficas, como comensalismo,
mutualismo e amensalismo;
▪ Autotrófica:
• Podem ser de dois tipos:
◦ Bactérias quimiossintetizantes;
◦ Bactérias fotossintetizantes:
▪ Como:
• Cianobactérias:
◦ Têm clorofila a mas não apresentam
cloroplastos;
• Sulfobactérias:
◦ Têm bacterioclorofila e não empregam água
como reagente, utilizando ácido sulfídrico
(H2S);
• Liberação de energia:
◦ Bactérias liberam energia através de respiração ou
fermentação;
◦ A respiração celular é realizada nos mesossomos do citosol
(a cadeia respiratória);
◦ A respiração celular bacteriana pode ser aeróbia ou
anaeróbia;
◦ Na respiração celular anaeróbia, nitrato ou enxofre podem
ser utilizados como aceptor final de hidrogênios e elétrons;
◦ C6H12O6 + 6S2 → 6CO2 + 6H2S + energia;
◦ A fermentação não emprega gás oxigênio, ocorre apenas no
citosol e gera um resíduo orgânico, como etanol, ácido
láctico, metano, ácido acético, entre outros;
◦ A equação da fermentação alcoólica é assim indicada:
▪ C6H12O6 → 2CO2 + 2C2H5OH + energia;
◦ A energia liberada na respiração e na fermentação é
armazenada temporariamente na forma de ATP e uma parte
é perdida na forma de calor;
◦ A fermentação libera menos energia do que a respiração;
• Reprodução:
◦ Bactérias geralmente reproduzem-se por um processo
assexuado, conhecido como bipartição, divisão binária ou
cissiparidade; no qual são produzidas duas bactérias
geneticamente idênticas entre si e à bactéria genitora;
◦ Nesse processo de reprodução, só haveria variabilidade
genética se ocorressem mutações;
◦ Em algumas bactérias, como os clostrídios (podem causar
tétano ou botulismo) são formados esporos, permitindo a
sobrevivência em condições ambientais adversas;
• Importância das bactérias:
◦ Importância industrial:
▪ Bactérias são utilizadas para a produção de antibióticos e
na fermentação (produção de álcool etílico, metano, ácido
láctico e ácido acético);
▪ O ácido láctico bacteriano é muito útil na transformação do
leite em queijo, iogurte ou coalhada;
▪ Técnicas de engenharia genética empregam bactérias
para vários usos, como na produção de peptídeos
(proteínas) úteis, como insulina e hormônio de
crescimento;
◦ Importância ecológica:
▪ Há bactérias que realizam decomposição;
▪ Muitas bactérias atuam como produtores; um exemplo é o
de cianobactérias, presentes no fitoplâncton ou
componentes de líquens;
▪ Muitas bactérias têm participação no ciclo do nitrogênio
(fixação biológica, nitrificação e desnitrificação);
◦ Doenças:
▪ Bactérias podem causar múltiplas doenças em seres
humanos;
▪ Micoplasmas (não possuem parede celular), clamídias,
rickéttsias são bactérias que se comportam como
parasitas intracelulares;
▪ As doenças bacterianas podem ser transmitidas por:
• Gotículas eliminadas;
• Águas ou alimentos contaminados por fezes;
• Contato sexual (DSTs);
• Picada de animais;
• Ferimentos;

Arqueas
• São organismos unicelulares e procariontes;
• Atualmente, constituem o Domínio Archaea;
• Diferem das bactérias principalmente pelo fato de sua parede
não ser constituída por peptidoglicano;
• Apesar de procariontes, as arqueas têm maior semelhança
genética com os organismos do Domínio Eukarya (os
eucariontes) do que com as bactérias (Domínio Bacteria);
• As arqueas são classificadas em três grandes grupos:
◦ Halófilas, Metanogênicas e Termoacidófilas;
Capítulo 8 – Vírus

• Características gerais dos vírus:


◦ Vírus são acelulares;
◦ Não possuem citosol, membrana plasmática nem organelas,
como ribossomos e mitocôndrias;
◦ São parasitas intracelulares específicos;
◦ Os parasitas de bactérias são chamados de fagos ou
bacteriófagos;
◦ Não apresentam metabolismo próprio e não realizam
nutrição, respiração nem excreção;
◦ Vírus têm as seguintes características apresentadas pelos
seres vivos:
▪ Mutações;
▪ Reprodução;
◦ O cultivo do vírus só é possível em meios que contêm células;
◦ Os vírus podem causar ruptura de células ou induzir sua
multiplicação; isso pode estar associado ao câncer;
◦ O HPV tem sido relacionado com casos de câncer de colo de
útero;
• Estrutura dos vírus:
◦ Vírion é uma unidade viral completa;
◦ O material genético é constituído por DNA ou RNA;
◦ Raramente, um vírus possui os dois tipos de ácidos
nucleicos;
◦ Ele é envolvido pelo capsídeo proteico;
◦ Nucleocapsídeo é o conjunto constituído por capsídeo e
material genético;
◦ Alguns vírus têm um envelope lipídico;
◦ Em sua superfície, há glicoproteínas (associação entre
proteínas e carboidratos) que facilitam a interação com uma
célula que o vírus vai parasitar;
◦ Há duas categorias de vírus:
▪ Envelopados;
▪ Não envelopados;
• Penetração de vírus na célula hospedeira:
◦ A entrada de vírus na célula hospedeira pode ocorrer de três
modos principais:
▪ Injeção de ácido nucleico;
▪ Fusão;
▪ Endocitose;
• Transmissão de vírus:
◦ A transmissão de vírus pode ocorrer de diversas maneiras:
▪ Relações sexuais (DSTs);
▪ Ar (gotículas);
▪ Lesões;
▪ Sangue;
▪ Água;
▪ Alimentos contaminados;
▪ Animais;
• Bacteriófagos:
◦ Apresentam dois tipos de ciclo:
▪ Lítico:
• Nele, o vírus invade a célula, multiplica-se em seu
interior e provoca a ruptura da própria célula;
▪ Lisogênico:
• Nesse ciclo, o vírus invade uma célula e seu DNA liga-
se ao DNA da célula; o DNA do bacteriófago ligado ao
DNA da célula é o prófago;
• O DNA viral multiplica-se com o DNA bacteriano; são
geradas muitas bactérias e todas têm DNA viral;
• Em um das descendentes da bactéria, o DNA viral inicia
a formação de novas unidades virais inteiras,
apresentando um caminho similar ao processo lítico; a
célula é rompida e vírus inteiros são liberados, podendo
infectar outras bactérias;
• HIV:
◦ O HIV está relacionado com a AIDS;
◦ Ele é um vírus envelopado de RNA;
◦ Seu envoltório lipídico tem glicoproteínas na superfície;
◦ No interior do vírus, há o capsídeo proteico, que envolve duas
moléculas de RNA e as enzimas transcriptase reversa e
integrase;
◦ Esse vírus tem afinidade por linfócitos T4 ou CD4, um tipo de
glóbulo branco (leucócito);
◦ Os linfócitos T4 estimulam células do sistema imunitário a
produzir anticorpos (proteínas de defesa);
◦ A veiculação do HIV pode ser feita por relações sexuais,
transfusão com sangue contaminado ou por seringas e
equipamentos (cirúrgicos ou odontológicos) sem a
esterilização adequada;
◦ Pode ocorrer transmissão de mãe para filho durante a
gravidez (via placenta), no parto e depois do nascimento
(pelo leite);
◦ Uma pessoa que contrai o HIV poderá ter redução do número
de linfócitos T4, comprometendo as defesas imunitárias e
levando o indivíduo a um estado de imunodeficiência; por
isso, o indivíduo torna-se mais vulnerável a infecções;
◦ O HIV é um retrovírus:
▪ Possui RNA e a partir dele sintetiza DNA em um processo
de transcrição ao contrário, mediada pela enzima
transcriptase reversa;
▪ O DNA viral une-se ao DNA humano no interior do núcleo
e o vírus fica em sua forma mais simplificada, o provírus;
▪ A ligação do DNA viral ao cromossomo humano depende
da enzima integrase;
▪ Do núcleo, o DNA viral realiza transcrição, servindo de
molde para a produção de RNA mensageiro viral, que
orienta nos ribossomos a síntese proteica;
▪ Não há ainda uma vacina segura e eficiente contra a AIDS;
há medicamentos anti-HIV, que atuam no ciclo do vírus e
impedem seu desenvolvimento;
▪ O “coquetel” anti-AIDS é uma associação de drogas
antivirais; cada medicamento age em um ponto diferente
do metabolismo viral;
▪ No entanto, a medicação não elimina os vírus, muitos dos
quais se encontram na forma de provírus em células do
organismo;
• H1N1:
◦ Causador da gripe A ou gripe suína, o vírus H1N1 é
envelopado e dotado de RNA;
◦ O envelope de lipídeos apresenta glicoproteínas:
▪ Hemaglutinina (H) e neuraminidase (N);
◦ Abaixo do envelope, encontra-se o capsídeo proteico, que
contém 8 moléculas de RNA;
◦ O H1N1 tem afinidade por células do trato respiratório;
◦ Sua eliminação do portador é feita por gotículas (tosse,
espirro) e o vírus pode permanecer no ambiente por muitas
horas, mantendo sua capacidade infectante;
◦ Há uma interação entre as glicoproteínas do envelope e os
receptores da membrana da célula do trato respiratório;
◦ O vírus penetra na célula por endocitose;
◦ O RNA original do vírus vai para o núcleo da célula e serve
de molde para a produção de mais RNA viral; que orienta a
síntese de proteínas na célula hospedeira;
◦ Não ocorre a produção de DNA no ciclo do H1N1;
• Arbovírus:
◦ São vírus transmitidos por artrópodes (como mosquitos);
◦ Os principais casos são de dengue e febre amarela,
causadas por Flavivirus, que são vírus envelopados de RNA;
◦ Em meio urbano, a dengue a febre amarela são transmitidas
pela picada do Aedes aegypti;
◦ A febre amarela tem transmissão em regiões de floresta ou
de cerrado pelo mosquito Haemagogous sp.; ela afeta alguns
macacos, os quais podem veicular ao homem o vírus por
meio do Haemagogus sp.
◦ São as fêmeas do Haemagogous sp e do Aedes aegypti que
transmitem os vírus da dengue e da febre amarela;
◦ Esses mosquitos possuem uma fase larval aquática;
◦ A prevenção dessas viroses envolve o combate aos
mosquitos adultos, o uso de repelentes e o cuidado para
evitar acúmulos de água;
◦ Existe vacina contra a febre amarela, mas não há vacina
contra a dengue; a vacina é feita com vírus vivos;
◦ Mulheres grávidas e portadores de imunodeficiências não
devem tomá-la;
◦ Há quatro tipos de dengue: Den-1, Den-2, Den-3 e Den-4;
◦ O indivíduo que contrai um tipo não fica imune aos demais
tipos;
◦ A dengue e a febre amarela provocam hemorragias;
◦ O paciente deve ser bem hidratado e receber medicação
para dor e febre, porém não deve ser tratado com ácido acetil
salicílico (AAS) – anticoagulante;
Capítulo 9 – Fungos e algas

• O Reino Protoctista inclui algas, protozoários e mixomicetos;


• A partir de certos grupos de protoctistas, surgiram organismos
pertencentes aos reinos Fungi, Animalia e Plantae;
• Fungos:
◦ São exemplos de fungos:
▪ Cogumelo, bolor, orelha-de-pau, leveduras (o fermento
biológico) e organismos causadores de micoses;
◦ Características dos fungos:
▪ Todos os fungos são eucariontes;
▪ Podem ser unicelulares (como as leveduras) ou
pluricelulares;
▪ A reserva dos fungos é de glicogênio e sua parede celular
é de quitina;
▪ Fungos são aclorofilados e heterótrofos;
▪ Há parasitas e inúmeros são saprofágicos
(decompositores);
▪ Fungos pluricelulares têm o organismo constituído por
filamentos denominados hifas; o conjunto de hifas forma o
micélio;
▪ Os fungos realizam digestão extracorpórea:
• Liberam enzimas digestivas para o ambiente onde é
realizada a digestão do alimento, cujos produtos são
absorvidos e empregados em seu metabolismo;
▪ O corpo de frutificação de um cogumelo é a parte visível de
seu organismo, formado por um pilar e um chapéu;
▪ Sob o chapéu, há placas denominadas lamelas, em cujas
laterais se formam minúsculos esporângios, estruturas
produtoras de esporos;
▪ Esporos são células reprodutoras; podem cair em um
substrato adequado e formar novas hifas;
▪ A reprodução das leveduras também pode ocorrer por
brotamento;
◦ Importância dos fungos:
▪ Importância alimentar:
• Há muitos cogumelos comestíveis;
▪ Importância industrial:
• Certos fungos, como o bolor do gênero Penicillium, são
empregados na produção de antibióticos, como a
penicilina;
• As leveduras, como o Saccharomyces sp., são
empregados na produção de álcool e de pães;
▪ Importância ecológica:
• Muitos fungos atuam como decompositores;
• Há fungos que participam de associações do tipo
mutualismo (micorrizas e líquens);
▪ Doenças:
• Há fungos que causam doenças em seres humanos,
genericamente denominadas micoses;
• A Candidíase, ou sapinho, é causada pelo fungo
Candida albicans e pode provocar infecções nos órgãos
genitais;
• Existem doenças, conhecidas como ferrugens, que
afetam muitas variedades de plantas, como soja, cacau
(a vassoura-de-bruxa), banana etc.;
• Algas:
◦ Há uma grande variedade de algas, incluindo os seguintes
grupos:
▪ Clorofíceas:
• São as algas verdes;
▪ Euglenofíceas:
• Também conhecidas como algas euglenoides;
▪ Feofíceas:
• São as algas pardas;
▪ Rodofíceas:
• São as algas vermelhas;
▪ Diatomáceas:
• Abundantes no fitoplâncton;
• Apresentam envoltório de sílica;
▪ Pirrofíceas:
• São frequentemente denominadas dinoflagelados e são
abundantes no fitoplâncton;
◦ Características das algas:
▪ Todas as algas são eucariontes;
▪ Podem ser unicelulares ou pluricelulares;
▪ Todas apresentam plastos, que contêm clorofila e outros
pigmentos (carotenoides ou xantofilas);
▪ As algas são autótrofas fotossintetizantes;
▪ Com exceção das euglenoifíceas, apresentam parede
celular;
▪ Nas diatomáceas, a parede (ou carapaça) é constituída
por sílica e, nos demais grupos, a parede possui celulose;
▪ Em alguns grupos, a celulose está associada a outra
substãncia, como alginato (nas feofíceas) e ágar (nas
rodofíceas);
▪ Muitas algas unicelulares reproduzem-se assexuadamente
por bipartição;
▪ Algas são encontradas em solo húmido e meio aquático
(água salgada ou doce);
▪ Algas aquáticas podem ocupar a superfície, constituindo o
fitoplâncton;
▪ Certas algas estão presas ao leito do meio aquático,
fazendo parte do bento;
◦ Importância das algas:
▪ Importância alimentar:
• Há muitas algas que podem servir de alimento para o
ser humano e para o gado;
▪ Importância industrial:
• Algas representam fontes importantes de certas
matérias-primas para a indústria:
◦ Ágar, alginato e diatomito;
▪ Importância ecológica:
• Juntamente com as cianobactérias, as algas são
componentes do fitoplâncton, o responsável pela maior
taxa de fotossíntese no planeta;
• Alguns dinoflagelados (pirrofíceas) podem causar o
fenômeno conhecido como maré vermelha;
Capítulo 10 – Plantas e ciclos reprodutivos

• As plantas são dividas em quatro grupos:


◦ Briófitas;
◦ Pteridófitas;
◦ Ginospermas;
◦ Angiospermas;
• Ciclos reprodutivos de animais, plantas e algas apresentam dois
tipos de divisão celular: mitose e meiose:
◦ A mitose conserva a carga cromossômica e a meiose reduz à
metade o número de cromossomos;
• O ciclo haplobionte diplonte ocorre em animais e algumas algas
e é caracterizado pela existência de indivíduos diploides
apenas; sua meiose é gamética;
• O ciclo haplobionte haplôntico ocorre em algumas algas e é
caracterizado pela existência de indivíduos haploides apenas;
sua meiose é zigótica;
• O ciclo diplôntico ocorre em plantas e algumas algas; sua
meiose é espórica;
• No ciclo das plantas, há alternância de gerações (metagênese),
com a existência de gametófito e de esporófito;
• O gametófito (n) produz gametas em gametângios; gametas são
gerados por mitose;
• O esporófito (2n) produz esporos em esporângios; esporos são
gerados por meiose;
• O gameta masculino do musgo é o anterozoide e o feminino a
oosfera;
Capítulo 11 – Briófitas e pteridófitas

• Há plantas avasculares (briófitas) e vasculares (pteridófitas,


gimnospermas e angiospermas);
• Plantas vasculares são denominadas traqueófitas;
• Plantas que formam sementes são espermatófitas (ou
fanerógamas) e compreendem gimnoespermas e
angiospermas; critógamas não têm semente, como as briófitas e
as pteridófitas;
• Briófitas:
◦ As briófitas apresentam metagênese;
◦ A fase mais desenvolvida do musgo é o gametófito;
◦ O gametófito possui:
▪ Rizoides;
▪ Cauloide;
▪ Filoides;
▪ Gametângios produtores de gametas por mitose;
◦ O gametângio masculino é o anterídio, que forma
anterozoides;
◦ O gametângios feminino é o arquegônio, produtor da oosfera;
◦ A fecundação depende de água e é denominada oogamia;
◦ O zigoto gera um embrião que se desenvolve em um
esporófito, que é dependente do gametófito;
◦ O esporófito tem esporângio, no qual são produzidos esporos
por meiose;
◦ Com a germinaão de um esporo, forma-se o protonema, que
gera vários gametófitos;
• Pteridófitas:
◦ As pteridófitas foram os vegetais dominantes do planeta e os
principais responsáveis pela formação dos depósitos de
carvão do período carbonífero;
◦ Um exemplo é a samambaia, que tem metagênese e o
esporófito (2n) é mais desenvolvido que o gametófito;
◦ O esporófito tem:
▪ Raiz;
▪ Caule (rizoma);
▪ Folhas divididas em folíolos;
◦ Nos folíolos, há soros, que contêm muitos esporângios;
◦ Dentro dos esporângios ocorre a formação de esporos por
meiose;
◦ Um esporo gera um gametófito ou prótalo monoico;
◦ A fecundação é igualmente às briófitas do tipo oogâmica;
Capítulo 12 – Gimnospermas

• As gimnospermas incluem as coníferas, como o pinheiro-do-


paraná (Araucaria angustifolia), o Pinus sp., o cipreste e a
sequoia;
• Elas têm raiz, caule, folhas, estróbilos, sementes e não
possuem frutos;
• Gimnospermas têm metagênese, com esporófito (2n)
desenvolvido e gametófito (n) reduzido;
• O esporófito é o próprio pinheiro;
• O estróbilo contém esporângios que produzem esporos (n) por
meioe;
• Cada esporo forma um gametófito (n);
• Gametófitos produzem gametas por mitose; a união dos
gametas é a fecundação, que forma um zigoto;
• O zigoto (2n) desenvolve-se tornando-se um embirão, contido
na semente (pinhão);
• A semente germina e, assim, forma-se um novo pinheiro;
• Gimnospermas apresentam heterosporia, isto é, produzem dois
tipos de esporos:
◦ Micrósporo, que origina o gametófito masculino (grão de
pólen, ou microprotalo);
◦ Megásporo, responsável pela formação do gametófito
feminino (saco embrionário, ou megaprotalo);
• O óvulo maduro é constituído por um tegumento (2n) e pelo
saco embrionário, que possui algumas oosferas (gametas
femininos);
• Polinização é o transporte de grãos de pólen;
• Nos pinheiros, esse processo é realizado pelo vento, sendo
denominado anemofilia;
• O grão de pólen cresce em direção à oosfera, formando o tubo
polínico (gametófito masculino maduro);
• O tubo polínico carrega o gameta masculino conhecido como
núcleo gamético, ou núcleo espermático;
• A fedundação não depende da água e é denominada
sifonogamia;
• Semente é o óvulo fecundado e desenvolvido;
• A semente da araucária é o pinhão, o qual possui: tegumento
(2n), endosperma (n) e embrião (2n);
Capítulo 13 – Angiospermas

• Angiospermas possuem:
◦ Raiz;
◦ Caule;
◦ Folhas;
◦ Flores;
◦ Frutos;
◦ Sementes;
• A flor dá origem a frutos e sementes;
• Gimnospermas não possuem flor nem fruto;
• As angiospermas são também denominadas antófitas ou
magnólias;
• Uma flor típica tem 4 verticilos:
◦ Cálice:
▪ É formado por sépalas;
◦ Corola:
▪ É constituída por pétalas;
◦ Androceu:
▪ Possui estames:
• Um estame tem filete e antera, a qual produz grãos de
pólen;
◦ Gineceu:
▪ Formado por pistilos (carpelos):
• Um pistilo tem estigma, estilete e ovário, dentro do qual
encontra-se o óvulo;
• O transporte de pólen é conhecido por polinização;
• A fecundação é do tipo sifonogâmica e envolve o crescimento
do tubo polínico;
• Semente é o óvulo fecundado e desenvolvido;
• As flores podem ser monóclimas, com pistilos e estames na
mesma flor, ou díclinas, que têm pistilo ou estames;
• As angiospermas formam esporos por meiose;
• Os microsporângios são os sacos polínicos localizados dentro
da antera e produzem micrósporos;
• O óvulo imaturo é o megasporângio, que forma o megásporo;
• O micrósporo sofre mitose e origina o grão de pólen (gametófito
masculino jovem);
• O megásporo sofre mitose e gera o gametófito feminino, ou
saco embrionário, dotado de uma oosfera e dois núcleos
polares;
• O óvulo maduro tem dois tegumentos (2n) e um saco
embrionário;
• O grão de pólen desenvolve-se, formando o tubo polínico;
possui um núcleo vegetativo e dois núcleos gaméticos, ou
espermáticos;
• Não há anterozoides, os núcleos gaméticos correspondem aos
gametas masculinos;
• Angiospermas têm dupla fecundação:
◦ Um núcleo gamético une-se à oosfera, formando o zigoto,
que se desenvolve no embrião;
◦ Outro núcleo gamético une-se aos dois núcleos polares;
forma-se uma célula triploide, que origina o endosperma (3n);
• A semente de uma angiosperma tem endosperma (3n), também
chamado de albume, dois tegumentos (2n) e um embrião (2n);
• Cotilédone é uma folha que pode disponibilizar nutrientes ao
embrião;
• Monocotiledôneas têm um cotilédone; dicotiledôneas, dois;
• Atualmente, as angiospermas são classificadas em três grupos:
◦ Monocotiledôneas;
◦ Dicotiledôneas basais;
◦ Eudicotiledôneas;
• Tradicionalmente, as angiospermas são divididas em duas
grandes classes:
◦ Monocotiledôneas;
◦ Dicotiledôneas;
• Monocotiledôneas includem: bananeira, orquídea, lírio, palmeira
e a família das gramíneas (cana-de-açúcar e cereais);
tipicamente têm raiz fasciulada, caule dotado de vasos com
disposição difusa, folhas paralelinérvias e flores trímeras;
• Dicotiledôneas incluem: eucalipto, goiabeira, laranjeira e a
família das leguminosas (como feijão, soja e ervilha);
apresentam raiz axial (ou pivotante), caule dotado de vasos com
disposição regular, folhas reticulinérvias e flores pentâmeras ou
tetrâmertas;
• Polinização é o transporte de pólen da antera até o estigma;
pode ser feita com ajuda do ser humano (polinização artificial)
ou pode ocorrer sem sua participação (polinização natural);
• Há polinização cruzada e autopolinização (esta propicia menor
variabilidade genética);
• A polinização cruzada por ser feita, por exemplo, por: vento
(anemofilia); insetos (entomofilia); aves (ornitofilia); morcegos
(quiropterofilia);
• Na polinização feita pelo vento,o pólen é seco e abundante; o
estigma tem grande superfície e as flores não têm odor, néctar
nem cor vistosa;
• Na polinização efetuada por animais, o pólen é aderente e
produzido em menor quantidade; há elementos de atração
(cor/odor) e a flor normalmente possui algum alimento utilizado
pelo visitante (néctar/pólen comestível);
• Flores polinizadas à noite geralmente têm cor clara e odor
intenso;
• O fruto é o ovário desenvolvido; também é denominado
pericarpo, sendo dividido em epicarpo, mesocarpo e endocarpo;
• No pêssego, o endocarpo corresponde ao caroço, em cujo
interiror encontram-se sementes;
• Os frutos podem ser secos ou carnosos;
• As principais funções do fruto são a proteção e a dispersão da
semente;
• A dispersão das sementes, com a participação dos frutos, pode
ser efetuada pelo vento, pela água ou pelos animais; ela diminui
a competição intraespecífica, elevando a chance de
sobrevivência dos descendentes;
• Inflorescência é um conjunto de flores agrupadas e
infrutescência é o conjunto de frutos agrupados; uma
infrutescência é proveniente de uma inflorescência;
• Fruto partenocárpico não possui sementes; seu
desenvolvimento ocorre sem que tenha havido fecundação de
óvulos;
• Pseudofrutos são provenientes do desenvolvimento do
pedúnculo floral ou do receptáculo floral;
Capítulo 14 – Morfologia externa das plantas

• Uma semente germina em determinadas condições ambientais;


• São então formadas as estruturas da planta:
◦ A raiz (derivada da radícula do embrião);
◦ O caule (ao qual as folhas se prendem);
◦ As folhas;
• A origem das diferentes partes da planta é no tecido
meristemático (com grande capacidade mitótica) dependendo
de ação hormonal específica:
◦ Raiz:
▪ Fixa a planta ao solo e dele retira água e nutrientes
minerais;
▪ Origina-se da radícula, mas também pode ser chamada de
adventícia, quando é formada a partir de outras estruturas
da planta, como folhas ou caules;
▪ Partes de uma raiz:
• Coifa:
◦ Protege a zona meristemática do atrito com o solo e
da decomposição;
• Zona meristemática:
◦ Constituída por tecido meristemático indiferenciado;
• Zona de distensão (zona lisa):
◦ Contribui para o crescimento longitudinal da raiz;
• Zona pilífera:
◦ Possui pelos responsáveis pela absorção de água e
nutrientes minerais do solo;
• Zona das ramificações (suberosa):
◦ Caracteriza-se pelo aumento de diâmetro e pela
formação de ramificações (raízes secundárias);
▪ Tipos de raízes:
• Recebem classificações de acordo com o hábitat no
qual se desenvolvem;
• Aquáticas:
◦ De plantas que se desenvolvem totalmente ou
parcialmente submersas na água;
◦ Exemplos:
▪ Ninfeias e cabomba (de aquário);
• Aéreas:
◦ Raiz-escora, ou suporte:
▪ Responsáveis por ajudar na sustentação da planta;
▪ Exemplo: Milho;
◦ Raiz sugadora:
▪ Característica de plantas parasitas (retiram seiva
de uma planta hospedeira);
▪ Apresentam estruturas sugadoras chamadas
apressório (se liga à hospedeira) e haustérios
(atingem os vasos condutores);
▪ Há dois tipos de plantas parasitas;
▪ Exemplos:
• Erva-de-passarinho (hemiparasitas);
• Cipó-chumbo (holoparasitas);
◦ Raiz estrangulante:
▪ Envolve o tronco de uma planta hospedeira sem
sugar sua seiva;
▪ Exemplo:
• Mata-pau;
◦ Raiz respiratória:
▪ Conhecida como pneumatóforos, constitui ramos
de raízes que crescem verticalmente para fora do
solo buscando ar;
▪ Exemplo:
• Espécies de manguezais;
◦ Raiz tubular:
▪ Lateralmente achatada, como uma tábua;
▪ Ajuda na fixação e estabilidade da árvore,
aumentando sua base de apoio;
▪ Exemplo:
• Figueira;
◦ Raiz grampiforme, ou aderente:
▪ Raiz adventícia que tem como função prender o
vegetal em estruturas suporte;
▪ Exemplos:
• Hera e cipó;
◦ Raiz velame:
▪ Possui envoltório esponjoso, capaz de gotículas de
água que ficam em suspensão no ar;
▪ Exemplo:
• Orquídeas;
• Subterrâneas:
◦ Raiz axial:
▪ Raiz principal maior em diâmetro e comprimento
do que as raízes laterais, sendo muito mais
desenvolvida;
▪ Típica dos grupos das gimnospermas e
dicotiledôneas;
▪ Exemplos:
• Pinheiros (gimnospermas) e manacá-da-serra
(angiosperma);
◦ Raiz fasciculada:
▪ Ramifica-se em um feixe de raízes secundárias,
terciárias;
▪ Típica de monocotiledôneas;
▪ Exemplos:
• Mandioca, cenoura, rabanete, mandioquinha,
beterraba e nabo;
◦ Caule:
▪ Estabelece a ligação entre raízes e folhas, permitindo fluxo
de seiva;
▪ Fornece suporte mecânico para as folhas, possibilitando a
exposição à luz, utilizada na fotossíntese;
▪ Caules podem ser divididos em dois grandes grupos:
• Aéreos:
◦ Rastejantes:
▪ Não possuem tecidos de sustentação com rigidez;
▪ Exemplos:
• Melancia, abóbora e morango;
◦ Eretos:
▪ Haste:
• Caule delgado e clorofilado;
• Exemplos:
◦ Arroz, feijão e trigo;
▪ Tronco:
• Tem casca revestida de cortiça;
• Exemplo:
◦ Árvores;
▪ Colmo:
• Tem formato cilíndrico e anéis conhecidos como
nós;
• De cada nó podem brotar folhas;
• Exemplos:
◦ Milho e cana-de-açúcar;
▪ Estipe:
• Tem o formato cilíndrico e nós em forma de
anéis;
• Folhas são formadas apenas na extremidade;
• Exemplos:
◦ Coqueiro e palmeiras (família Arecaceae);
▪ Cladódio:
• Possui grande quantidade de água armazenada
e folhas modificadas em espinhos;
• Exemplo:
◦ Cactos;
• Subterrâneos:
◦ Rizoma:
▪ Paralelo à superfície;
▪ Dele saem raízes adventícias e folhas;
▪ Exemplos:
• Samambaia e bananeira;
◦ Tubérculo:
▪ Compacto e rico em reservas;
▪ Apresentam gemas em sua superfície e delas
podem brotar novas plantas;
▪ Exemplos:
• Batata e inhame;
◦ Bulbo:
▪ Dilatado, com estrutura bem diversificada;
▪ Tem uma base, conhecida como “prato”, à qual
ficam ligadas raízes e folhas ricas em reservas
(catafilos);
▪ Exemplos:
• Cebolha e alho;
◦ Folhas:
▪ Têm como principal função realizar fotossíntese, efeutando
intensas trocas gasosas com o ambiente;
▪ Partes de uma folha:
• Dicotiledôneas:
◦ Possuem limbo (com nervuras em rede – são folhas
reticulinérveas) e pecíolo (ligado ao caule);
• Monocotiledôneas:
◦ Possuem limbro (com nervuras paralelas – são
paralelinérveas) e uma bainha (que envolve o caule);
▪ Tipos de folhas:
• Acículas:
◦ Folhas com formato de agulha, com grande superfície
exposta ao ar;
◦ Exemplo:
▪ Pinheiro;
• Espinhos:
◦ Folhas modificadas ou ramos modificados;
◦ Exemplos:
▪ Cactos (folhas modificadas) e limoeiro (ramos
modificados);
• Sépalas e pétalas:
◦ Folhas modificadas para a formação de flores;
• Brácteas:
◦ Folhas modificadas que podem ser coloridas situadas
na base das flores;
◦ Exemplo:
▪ Copo-de-leite;
• Cotilédones:
◦ Folhas iniciais que protegem as sementes;
• Gavinhas:
◦ Folhas modificadas ou ramos caulinares;
◦ São estruturas que se enrolam em um suporte;
◦ Exemplos:
▪ Ervilhas (folhas modificadas) e chuchu (ramos
caulinares);
• A diversidade de estruturas presentes nas plantas demonstra
grande adaptação do Reino Vegetal aos mais diversos tipos de
hábitat, o que permite que as plantas habitem praticamente todo
o planeta;
Capítulo 15 – Apresentação dos tecidos vegetais

• O corpo das plantas é organizado em tecidos (constituídos por


células semelhantes);
• Há dois grupos de tecidos vegetais:
◦ Meristemáticos (formados por células indiferenciadas, com
capacidade mitótica);
◦ Permanentes (podem ser classificados de acordo com as
funções que exercem);
• Tecidos meristemáticos:
◦ Responsáveis pelo crescimento da planta e pela formação
dos tecidos permanentes;
• Tecidos permanentes:
◦ Podem ser classificados de acordo com as funções que
exercem (revestimento, condução, sustentação e
parênquimas – preenchimento);
• Existem alguns tipos de tecidos:
◦ Tecidos de condução:
▪ Formados principalmente pelos vasos condutores de
seiva;
▪ Xilema:
• Conduz seiva bruta (água e nutrientes minerais do solo)
até as folhas;
▪ Floema:
• Conduz seiva elaborada (solução de água e açúcares)
até a raiz e outras partes da planta;
◦ Tecidos de sustentação:
▪ Correspondem ao esqueleto dos animais;
▪ Algumas estruturas atuam como tecido de sustentação:
• Xilema;
• Colênquima;
• Esclerênquima;
◦ Tecidos de revestimento:
▪ Envolvem a planta e têm função de proteção e realização
de trocas gasosas;
▪ Há dois tipos:
• Epiderme;
• Súber (cortiça);
◦ Parênquimas:
▪ Preenchem espaços existentes entre os demais tecidos;
▪ São observados vários tipos, entre eles:
• Parênquima clorofiliano (realiza fotossíntese);
• Parênquima aerífero (armazena ar);
• Parênquima aquífero (armazena água em seu interior);
• Parênquima amilífero (armazena amido);
◦ Meristemas:
▪ Podem crescer sob estimulação hormonal e mudar sua
função em um processo denominado diferenciação celular;
▪ A desdiferenciação pode ocorrer em parênquimas e as
células resultantes são componentes dos chamados
meristemas secundários; já as células indiferenciadas
desde o estágio embrionário formam os chamados
meristemas primários;
▪ Meristema primário:
• Promove crescimento em altura e é localizado nas
gemas da planta;
▪ Meristema secundário:
• Promovem crescimento em circunferência;
• Exemplos:
◦ Câmbio vascular (mais interno);
◦ Felogênio (câmbio de casca, mais externo);
• Com a formação de vasos condutores, o tronco
aumenta e rompe seu revestimento;
• O felogênio é responsável pela formação de um novo
revestimento, o súber (para fora) e o feloderma (para
dentro);
• Feloderma é um tipo de parênquima;
• O conjunto constituído por súber, felogênio e feloderma
é denominado periderme;
Capítulo 16 – Nutrição e secreção vegetal

• Nutrição:
◦ Uma planta apresenta dois tipos de nutrição: orgânica e
inorgânica;
◦ A nutrição orgânica é realizada pelas folhas, que são as
principais responsáveis pela realização da fotossíntese;
◦ O caule proporciona sustentação e ligação entre folhas e
raízes, permitindo que elas troquem materiais através dos
vasos condutores;
◦ A nutrição inorgânica, ou mineral, consiste nos processos
através dos quais o vegetal obtém água e nutrientes minerais
do substrato onde se encontra, através das raízes, que
também fixam o vegetal ao solo;
◦ Nutrição orgânica:
▪ Está associada à fotossíntese, processo que produz
matéria orgânica a partir de substâncias inorgânicas;
▪ A fotossíntese utiliza CO2 (fornecido pela respiração e pelo
ambiente, absorvido através de estômatos), água
proveniente do solo e luz (como fonte de energia para a
reação);
▪ Como produtos, há o O2 e carboidratos como a sacarose
(glicose + frutose), sendo que a maior parte do carbono
fixado é convertido nesse dissacarídeo, principal forma de
transporte dos açúcares;
▪ Pode haver também a formação de amido
(polissacarídeo), forma de reserva alimentar da planta;
▪ O processo de fotossíntese pode ser representado com a
equação:
• CO2 + H2O + luz → CARBOIDRATO + O2 + H2O;
◦ A fotossíntese acontece no interior dos cloroplastos em
células do parênquima clorofiliano e, assim, envolve tecidos
da planta que os possui, como folhas e caules jovens;
◦ Na folha, existem dois tipos de tecidos clorofilianos situados
entre as duas epidermes (mesófilo):
▪ Parênquima clorofiliano paliçádico:
• Com células alongadas, justapostas e perpendiculares
em relação à epiderme da face superior;
▪ Parênquima clorofiliano lacunoso:
• Que possui células com aspecto mais irregular e com
grandes espaços entre elas;
◦ As folhas apresentam outras estruturas que fazem parte dos
processos de nutrição:
▪ Nervuras:
• Ramificam-se e entram em contato com as células
parenquimáticas;
• São constituídas por feixes de vasos condutores com a
função de distribuir nutrientes pelo corpo do vegetal:
◦ Xilema:
▪ Transporta água e nutrientes minerais, absorvidos
princiapalmente pelas raízes;
◦ Floema:
▪ Transporta água, açúcar e outras substâncias
orgânicas, como aminoácidos e vitaminas;
▪ O floema transporta esses materiais a outras
partes da plante;
▪ Epiderme:
• Presente na face superior e inferior da folha;
• É constituída por uma camada de células aclorofiladas,
que secretam a cutícula;
▪ Cutícula:
• Película impermeável, constituída por cera ou por cutina,
que recobre a olha protegendo-a contra a dessecação;
▪ Estômatos:
• Suas células centrais possuem cloroplastos e são
denominadas células-guarda, ou células estomáticas;
elas podem se afastar, determinando a abertura do
estômato e formando a fenda chamada ostíolo;
• São estruturas que atuam como válvulas, para controle
das trocas gasosas efetuadas entre folha e o ambiente,
como a perda de vapor de água (durante o processo de
transpiração) e o fluxo de gases O2 e CO2 (durante a
fotossíntese e a respiração);
◦ Nutrição mineral:
▪ Ocorre com a obtenção de materiais inorgânicos através
dos pelos absorventes da raiz, podendo acontecer
também através de pelos das folhas, estômatos e ainda
com a participação simbiôntica de fungos nas raízes
(formando micorrizas) e através da digestão de presas (o
que acontece com as plantas carnívoras);
▪ Os nutrientes minerais utilizados pelas plantas são
divididos em dois tipos:
• Macronutrientes:
◦ Utilizados pela planta em grandes quantidades;
◦ Os principais são: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio,
magnésio e enxofre;
• Micronutrientes:
◦ Utilizados pela planta em menores quantidades, não
deixando de ser importantes por isso;
◦ Como exemplos podem ser citados: boro, cobalto,
cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco;
▪ Podemos destacar alguns papéis que os nutrientes
minerais desempenham nas plantas:

Macronutrientes Micronutrientes

Importante para o
Formação de
crescimento dos
aminoácidos,
Nitrogênio (N) Boro (B) meristemas e
proteínas e bases
transporte de
nitrogenadas
carboidratos
Fósforo (P) Integra ATP, ADP, Cobalto (Co)
Atua na fotossíntese
DNA, RNA
Importante em
fenômenos Atua em processos
Potássio (K) Cobre (Cu)
osmóticos da enzimáticos
célula vegetal
Integrante da Faz parte de
Cálcio (Ca) lamela média das Ferro (Fe) moléculas de
paredes celulares citocromos
Componente da Essencial para a
Magnésio (Mg) clorofila e da Manganês (Mn) produção de
lamela média cloroplastos
Integrante de
alguns Importante no
aminoácidos metabolismo do P e
Enxofre (S) Molibdênio (Mo)
(fundamental para N e produção de
a produção de aminoácidos
proteínas)
Importante na
produção de
hormônios de
Zinco (Zn)
crescimento e em
reações enzimáticas
bioenergéticas

• Raiz e caule – relação com a nutrição


◦ A raiz, na zona pilífera, de absorção, apresenta duas regiões:
▪ Casca:
• Localizada mais externamente, possui os tecidos:
◦ Epiderme:
▪ Reveste e possui pelos absorventes;
◦ Córtex:
▪ Consiste em um parênquima, podendo servir como
tecido de reserva e armazenar amido (como a
mandioca);
◦ Endoderme:
▪ Localizada internamente, ao lado do córtex;
▪ Regula o fluxo de íons em direção ao xilema;
▪ Cilindro central:
• É localizado na região interna da raiz e é formado por:
◦ Periciclo:
▪ Localiza-se logo abaixo da endoderme;
▪ Origina, por mitoses, raízes secundárias (ou
laterais), consideradas ramificações endógenas
(que se originam a partir do interior da raiz);
◦ Xilema:
▪ Disposto lado a lado com o floema, mais
internamente ao periciclo;
◦ Floema:
▪ Disposto lado a lado com o xilema, mais
externamente ao periciclo;
◦ Parênquima central:
▪ Conhecido como medula, estrutura que pode ser
encontrada apenas nas monocotiledôneas;
◦ O caule possui:
▪ Epiderme:
• Único revestimento do caule jovem, com estrutura
primária;
▪ Parênquimas:
• Que podem realizar fotossíntese ou armazenar
materiais;
▪ Vasos condutores:
• Localizados no interior do caule e com disposição que
distingue monocotiledôneas e dicotiledôneas:
◦ Monocotiledôneas:
▪ Apresentam caule com estrutura primária;
▪ Interior preenchido por parênquima de reserva
(como cana-de-açúcar);
▪ Feixes liberolenhosos constituídos por floema
(voltado para o lado externo) e por xilema
(localizado mais internamente);
▪ Ao redor dos feixes, há esclerênquima, tecido de
sustentação;
▪ Feixes de vasos apresentam disposição irregular
no caule;
◦ Dicotiledôneas:
▪ Caules jovens apresentam apenas estrutura
primária, com esclerênquima como tecido de
sustentação, mas outras estruturas permitem o
crescimento em espessura da planta;
▪ Córtex (parênquima cortical):
• Parênquima localizado externamente aos feixes
liberolenhosos;
▪ Câmbio (felogênio):
• Faixa de tecido meristemático disposto entre o
xilema e o floema;
• Permite o crescimento decundário da planta;
▪ Feixes liberolenhosos têm distribuição regular;
▪ Medula (parênquima medular):
• Parênquima localizado na região mais interna do
caule;
• Secreção:
◦ Secreção consiste na elaboração e na eliminação de
substâncias úteis ao vegetal;
◦ Plantas apresentam diversos tipos de estruturas secretoras,
localizadas em diferentes regiões do organismo;
◦ Nectários:
▪ Estruturas glandulares que secretam néctar, líquido
adocicado utilizado como alimento por animais;
▪ São mais comumente observados em flores (nectários
florais – atrativo aos polinizadores), mas podem ser
encontrados em outras partes da planta, como
inflorescências, pedúnculos florais, folhas e caules;
▪ A secreção açucarada acessível pode também atrair
animais que defendem a planta contra predadores,
potenciais competidores do alimento;
◦ Laticíferos:
▪ Canais presentes no interior de caules que produzem látex
(secreção esbranquiçada importante no fechamento de
ferimentos da planta);
▪ A produção de látex age também como elemento de
proteção contra animais, que normalmente evitam plantas
que o secretam, devido às suas substâncias tóxicas;
◦ Canais resiníferos:
▪ Muito comuns em troncos ramos e folhas de
gimnospermas;
▪ Produzem uma resina que protege a planta contra insetos
e contra a atuação de decompositores;
Capítulo 17 – Revestimentos e trocas gasosas

• Revestimentos:
◦ Os tecidos de revestimento na planta têm como funções:
▪ Recobri-la;
▪ Protegê-la da desidratação e de animais;
▪ Realizar trocas gasosas com o meio circundantes,
garantindo à planta condições necessárias à respiração, à
transpiração e à fotossíntese;
◦ Outras funções também podem ser atribuídas à epiderme,
como:
▪ O controle térmico da planta;
▪ A secreção de substâncias;
▪ A absorção de água pelas raízes;
▪ O acúmulo de pigmentos, diferenciando pétalas de muitas
flores, caules e mesmo folhas;
◦ Uma planta pode apresentar dois tipos de tecido de
revestimento:
▪ Epiderme:
• Tecido fino, constituído por células vivas;
• Recobre folhas, flores, frutos, sementes, caules e raízes
jovens;
• Possui como características:
◦ Células normalmente aclorofiladas e dispostas em um
única camada (pode apresentar mais de uma camada
de células: pluriestratificada);
◦ Células achatadas e com paredes laterais onduladas,
que proporcionam maior aderência entre elas;
◦ Cutícula impermeável (de cutina), ou cera, que
recobre partes do vegetal sujeitas à desidratação,
como caules e folhas;
◦ A cutícula diminui a perda de água na forma de
vapor, inibindo as trocas gasosas através da
epiderme;
• Estruturas anexas à epiderme:
◦ Pelos:
▪ Há diversos tipos, como os pelos absorventes das
raízes e os pelos urticantes da folha de urtiga;
◦ Tricomas:
▪ Pelos mais simples, que podem contribuir para a
retenção do vapor d’água na superfície do vegetal,
como em folhas de violetas;
◦ Acúleos:
▪ Estruturas pontiagudas, constituídas por acúmulos
de células epidérmicas, recobertas por grande
quantidade de cutina;
▪ Têm função protetora contra animais;
▪ Diferentes dos espinhos, que correspondem a
modificações nas folhas – como no cacto – ou de
ramos – como no limoeiro);
◦ Estômatos:
▪ Células epidérmicas modificadas que atuam nas
trocas gasosas entre a planta e o meio externo;
▪ São essenciais para a nutrição da planta, já que
estão diretamente relacionados ao processo de
fotossíntese e a outros processos de absorção
envolvidos;
▪ Súber:
• É o revestimento de caules e raízes que apresentam
crescimento em circunferência;
• Tem as seguintes características:
◦ É um tecido formado por células mortas e com maior
espessura que a epiderme;
◦ A parede celular das células da epiderme recebe
suberina durante a diferenciação do tecido, o que as
impermeabiliza;
◦ Seu interior, ocupado de ar, permite ao súber
desempenhar papel com isolante térmico da planta;
◦ É formado pela atividade de um meristema
secundário chamado felogênio:
▪ O felogênio produz súber para o lado de fora do
caule (ou da raiz) e feloderme para o lado de
dentro;
▪ Súber, felogênio e feloderme constituem a
periderme;
◦ A superfície do súber pode apresentar lenticelas,
fendas no tecido através das quais ocorrem trocas
gasosas com o ar;
◦ Nas raízes respiratórias de plantas de manguezais,
há um tipo de lenticelas denominadas pneumatódios;
• Trocas gasosas:
◦ As trocas gasosas incluem a perda de vapor d’água e a
entrada e as saída de gás carbônico e oxigênio da planta;
◦ As trocas gasoas efeutadas com o ar podem ocorrer também
através da epiderme, mas são realizadas em grande parte
através dos estômatos;
◦ Estômatos:
▪ A folha pode ter estômatos na epiderme inferior (folha
hipostomática), na epiderme superior (folha epistomática)
ou nas duas faces (folha anfistomática);
▪ Estrutura:
• Constituídos por duas células chamadas células-guarda
(estomáticas), que são dotadas de cloroplastos e de
parece celular com pontos reforçados com filamentos de
celulose;
• Ostíolo:
◦ Fenda formada com a abertura dos estômatos.
Através da qual se processam as trocas gasosas;
• Células anexas (ou subsidiárias):
◦ Estão localizadas ao lado das células estomáticas;
◦ São aclorofiladas;
◦ Contribuem com o mecanismo de abertura e
fechamento dos estômatos, trocando íons potássio e
água com as células estomáticas;
▪ Funcionamento:
• O mecanismo de funcionamento está ligado às
variações no teor de água (turgescência) e ao teor de
íons, através de dois mecanismos:
◦ Mecanismo hidroativo:
▪ A abertura e o fechamento dos estômatos são
regulados pelo teor de água na célula;
▪ Quando as células estomáticas ganham águas das
células anexas, seu volume aumenta e elas
tornam-se túrgidas;
▪ Com isso, a célula abre a fenda estomática
(ostíolo);
▪ Com pouca água, as células estomáticas têm
pequeno volume e suas paredes vizinhas
aproximam-se, determinando seu fechamento;
▪ Com redução no abastecimento de água pelas
raízes, há o fechamento estomático, evitando
perda de vapor pelas folhas (adaptação à
dessecação);
◦ Mecanismo fotoativo:
▪ A abertura e o fechamento dos estômatos,
condiciomados pela presença ou pela ausência de
luz;
▪ A presença de luz determina o transporte ativo de
íons potássio das células subsidiárias para as
células estomáticas;
▪ Com a elevação da concentração da célula
estomática, ocorre entrada de água por osmose,
assim, as células estomáticas ficam túrgidas e
ocorre a abertura do estômato;
▪ No escuro, não se dá o transporte ativo de
potássio e ocorre o fechamento dos estômatos;
◦ Outros fatores que estão ligados à abertura e
fechamento dos estômatos são:
▪ Concentração de gás carbônico:
• O aumento da concentração de gás carbônico
no ar favorece a realização de fotossíntese,
ativando a abertura dos estômatos;
• Concentrações muito elevadas de CO2 podem
se tornar tóxicas para a planta, e isso
desencadeia o fechamento dos estômatos;
▪ Temperatura:
• Temperaturas elevadas promovem aumento da
atividade metabólica das células da planta,
elevando o processo de transporte ativo de íons
para as células estomáticas e provocando sua
abertura;
• Temperaturas muito altas têm repercussão
sobre a atividade enzimática, que decai;
• Isso afeta o transporte ativo de potássio para o
interior das células estomáticas, o que
determina o fechamento dos estômatos;
◦ Transpiração:
▪ É a perda de vapor d’água proveniente da evaporação
para o ar (por difusão), que ocorre através da cutícula
(transpiração cuticular) e dos estômatos (transpiração
estomática);
▪ Para haver transpiração, o ar atmosférico deve estar mais
seco que o ar do interior da folha;
▪ A transpiração pode representar uma grande perda de
água pela planta, mas pode ser vantajosa pelo fato de
contribuir para a sua regulação térmica;
▪ Ela também colabora para a movimentação de seiva bruta
no interior do xilema;
▪ Muitos experimentos podem ser realizados para
comprovar e observar a transpiração da planta:
• Envolver folhas de um planta com saco plástico
transparente, que ficará com a face interna recoberta
por gotículas de água, resultantes da transpiração;
• Revestir o vaso da planta com um material
impermeável que impeça a perda de vapor pela
parede do vaso e pela terra, assim, se houver perda de
vapor, ocorrerá apenas pela planta através de
respiração; ao pesá-lo em uma balança de sensibilidade
elevada, o conjunto constituído pelo vaso e pela planta
terá redução da massa;
• Medir a água consumida pela planta em um
potômetro: o tubo graduado demonstrará diminuição
do volume à medida que a planta transpira, pois está
havendo absorção pelas raízes;
• Construir uma curva de fechamento estomático,
através da pesagem de uma folha de planta cortada, em
intervalos regulares de tempo; como resultado, a folha
exibe uma variação de massa acentuada após os
primeiros intervalos (perda de água através da
transpiração intensa no início, quando os estômatos
estão abertos) e, posteriormente, a variação da massa
passa a ser constante (a folha passa a ter transpiração
somente cuticular);
Capítulo 18 – Transporte e sustentação em plantas

• Nas plantas, há tecidos responsáveis pelo transporte de


substâncias orgânicas e inorgânicas pelo corpo do organismo;
• Além disso, alguns tecidos de condução têm também a função
de sustentação da planta;
• Tecidos condutores de seiva:
◦ Xilema (ou lenho):
▪ Tecido encarregado de transportar seiva bruta, chamada
inorgânica, das raízes até as folhas;
▪ É formado por diferentes tipos de células:
• Vasos lenhosos:
◦ Constituídos por células mortas (sem membrana
plasmática), citoplasma e núcleo) com parede de
celulose e lignina, material de grande rigidez com
função de manter o formato e a capacidade de
condução das células;
◦ Os vasos lenhosos apresentam orifícios que
permitem a passagem de seiva de uma célula para
outras, localizadas em suas extremidades superior,
inferior e laterais, favorecendo o transporte no sentido
raiz/folha, e também com fluxo lateral de seiva, útil
quando há obstrução dos vasos;
◦ Há dois tipos de células componentes dos vasos
lenhosos:
▪ Traqueídeos:
• Tipo de vaso presente em pteridófitas,
gimnospermas e angiospermas;
• Têm pontuações (pequenos orifícios) tanto nas
paredes laterais quanto em suas extremidades;
▪ Elementos dos vasos lenhosos:
• Tipo de vaso de xilema presente apenas em
angiospermas;
• Apresentam uma grande abertura nas
extremidades superior e inferior denominada
perfuração;
• Nas paredes laterais são observadas
pontuações;
• Parênquima lenhoso:
◦ É formado por células vivas;
◦ Tem como função a reserva de nutrientes;
• Fibras de esclerênquima:
◦ É um tecido de sustentação;
◦ Floema (ou líber):
▪ Responsável pelo transporte de seiva elaborada, também
chamada de orgânica, das folhas até as raízes, passando
por todo o corpo da planta;
▪ É constituído por diferentes tipos de vasos:
• Vasos liberianos:
◦ Formados por células vivas, conhecidas como
elementos do tubo crivado, que são anucleadas;
◦ Junto a cada elemento do tubo crivado, há uma célula
companheira nucleada, que realiza a produção de
substâncias essenciais ao metabolismo do elemento
do tubo crivado, mantendo-o vivo;
◦ Os dois tipos de célula são provenientes da mesma
célula-mãe;
◦ A comunicação entre os elementos dos tubos
crivados vizinhos acontece através de
plasmodesmos;
◦ A deposição de calose (carboidrato) nesses orifícios
da parede celular provoca a obstrução dos vasos
liberianos, que são substituídos por vasos novos,
produzidos pelo câmbio;
• Tecidos de sustentação:
◦ Esclerênquima:
▪ Constituído por células mortas, com paredes espessadas e
dotadas de reforços de lignina;
▪ Há duas modalidades de células esclerenquimáticas:
• Fibras do esclerênquima:
◦ Formadas por células bastante alongadas, que
podem ter vários centímetros de comprimento;
◦ Muitas vezes, estão junto ao xilema e ao floema;
• Esclereídeos:
◦ Células com paredes espessasdas e lignificadas,
com muitas pontuações;
◦ Têm formato mais irregular e podem ser encontradas
dispersas nos tecidos do parênquima (como na polpa
do pseudofruto da pera) ou em agrupamentos,
formando estruturas extremamente rígidas (como no
caroço do pêssego);
◦ Colênquima:
▪ É formado por células vivas de parênquima, alongadas e
reunidas em feixes, cujas paredes apresentam reforço de
celulose;
▪ Tem força e flexibilidade, ajudando a suportar órgãos em
crescimento;
▪ É encontrado nas extremidades de caules e nos pecíolos
de folhas;
• Processos de condução de seiva:
◦ Seiva bruta:
▪ É constituída de água e nutrientes minerais, que são
absorvidos do solo;
▪ A seiva adentra a raiz e passa através dos pelos
absorventes, córtex, endoderme, periciclo e xilema;
▪ Ela é, então, conduzida até as folhas, onde é empregada
nos processos de fotossíntese, formação da seiva
elaborada, formação de estruturas celulares e
transpiração;
▪ Os nutrientes minerais passam do solo aos vasos de
xilema da raiz por dois processos: difusão e transporte
ativo; a água é absorvida por osmose;
▪ Mecanismo de condução de seiva bruta:
• A subida de seiva bruta pelo xilema depende da ação de
vários fatores que atuam de maneira conjunta, sendo
eles:
◦ Capilaridade:
▪ Envolve forças de tensão superficial da água,
relacionadas com a formação de uma película
sobre a sua superfície;
▪ Nessa película, as moléculas de água estão unidas
por ligações de hidrogênio;
▪ A introdução tubos capilares (de diâmetro bastante
reduzido) na água rompe a película gerada pela
tensão superficial, fazendo com que o líquido suba
espontaneamente pelo seu interior;
▪ Quanto menor o diâmetro do tubo, maior é a
subida;
▪ Tal processo se aplica ao xilema, mas a
contribuição da capilaridade no transporte de seiva
é bastante reduzida, envolvendo a subida da água
por apenas alguns centímetros;
◦ Pressão positiva da raiz:
▪ Pressão osmótica resultante da elevação da
concentração salina do xilema da raiz;
▪ É responsável pela absorção de água presente no
solo por osmose e contribui para a subida de água
pelo xilema em direção às folhas;
▪ A concentração de sais nas raízes é resultante dos
processos de difusão (quando a concentração é
maior no solo do que no interior do xilema) e de
transporte ativo (quando a concentração dos vasos
lenhosos for maior);
▪ A concentração no interior do xilema normalmente
é mais elevada, mas, no caso de excessiva
irrigação ou chuva, a diferença de concentração
pode ficar maior;
▪ Alguns processos são resultantes da elevação da
pressão positiva da raiz, entre eles:
• Exsudação:
◦ Perda de água na forma líquida em uma
região da planta que foi cortada;
◦ Acontece normalmente no caule;
• Sudação (ou gutação):
◦ Perda de água líquida pelas bordas da folha
por meio dos hidatódios, estruturas
complexas que apresentam células
parenquimáticas recobrindo as terminações
de nervuras e células estomáticas na porção
mais externa;
◦ Nesse processo, aparecem gotas nas bordas
das folhas;
◦ Sucção da copa:
▪ Explicação proposta por Henry Dixon, conhecida
como hipótese da coedão-adesão-tensão;
▪ As hipóteses consideram aspectos físico-químicos
da água e das estruturas condutoras de seiva:
• Coesão e adesão:
◦ Considera que o interior dos vasos ativos de
xilema é ocupado por água, mesmo que não
esteja havendo condução de seiva, e que as
moléculas de água dentro dos vasos
apresentam interações entre si (coesão: união
existente entre moléculas de água – ligações
de hidrogênio – que forma uma coluna
contínua de água dentro da planta) e com os
componentes da parede celular do vasos
lenhosos (adesão);
• Tensão:
◦ trata-se da pressão no interior do xilema,
muito menor do que a pressão atmosférica;
◦ O movimento de seiva bruta para cima é
determinado pela chamada sucção da copa,
propiciado pelo consumo de água realizado
pelo conjunto de ramos e folhas;
◦ A água é utilizada nas células do parênquima
foliar para a realização de fotossíntese e
perdida na transpiração;
◦ Com a produção de carboidratos durante a
fotossíntese, há, além da retirada de solvente,
o acréscimo de soluto, fatores que elevam a
concentração nas células do parênquima em
relação à solução presente no xilema das
nervuras das folhas;
◦ Dessa maneira, há o aumento de pressão
osmótica, capaz de promover o deslocamento
da água do xilema para as folhas;
◦ Esse fator possui grande importância no
transporte de seiva;
◦ Seca fisiológica:
▪ Situação em que o ambiente possui água
disponível, mas a planta não consegue absorvê-la;
▪ Ocorre quando:
• A água circulante está em temperatura muito
baixa;
• O solo tem grande salinidade ou excesso de
água e pouco oxigênio disponível;
◦ Seiva elaborada:
▪ É constituída por água, sacarose e quantidade menor de
vitaminas, aminoácidos e sais minerais;
▪ É normalmente oriunda dos parênquimas clorofilianos
(pode ser originada de parênquimas de reserva) e flui
através do floema, sendo distribuída para outras partes do
vegetal, como raízes, caule, frutos, flores e sementes;
▪ Mecanismo de condução de seiva elaborada:
• Mecanismo bastante sofisticado, que é explicado pela
hipótese de Münch, ou hipótese do arrastamento
molecular;
• Ela considera que a diferença de concentração entre as
células do parênquima clorofiliano das folhas e das
células da raiz (em função do açúcar produzido na
fotossíntese) promove a absorção de água do xilema
nas folhas por osmose; parte da água flui para o floema
e junto arrasta moléculas de açúcar até a raiz;
▪ Exemplos e experimentos:
• Alguns experimentos podem ser realizados para
observar como funciona a condução de seiva orgânica
em um vegetal;
• Alguns deles são:
◦ Observação de pulgões:
▪ Esses insetos, chamados também de afídeos, são
parasitas de plantas;
▪ Eles introduzem suas peças bucais na superfície
de folhas e ramos do vegetal para a absorção de
seiva elaborada;
▪ Pode ser observado que, quando o animal se
alimenta, a seiva orgânica flui para seu sistema
digestório sem que ele precise sugar o líquido,
saindo o restante, já digerido, na região posterior
do animal;
▪ A seiva, com pressão maior do que a pressão
atmosférica, entra passivamente no canal
alimentar do pulgão, quando este perfura o floema;
◦ Retirada do anel de Malpighi (ou anel cortiço-
liberiano):
▪ A retirada por completo de um anel da casca de
uma árvore promove a remoção do floema, mais
externo;
▪ O xilema, mais interno, é mantido;
▪ Esse procedimento realizado no tronco de uma
árvore impede que as raízes recebam seiva
elaborada e, assim, promove sua morte, após o
esgotamento de suas reservas alimentares;
▪ Já com a realização do procedimento em ramos de
uma planta, a árvore não morrerá (pois recebe
seiva procedente de outros ramos) e o ramo
também não será afetado;
▪ Como resultado, haverá o acúmulo de açúcar
produzido nas folhas acima do anel, que servirá
para o crescimento do ramo ou na constituição dos
frutos ali produzidos, que terão sabor mais
adocicado;
Capítulo 19 – Mecanismos de controle – hormônios
vegetais

• O desenvolvimento dos vegetais é determinado por fatores


como a sua carga genética e as condições ambientais, bem
como por hormônios, substâncias essas que controlam
inúmeros processos do desenvolvimento e respostas
fisiológicas das plantas;
• Hormônios de crescimento:
◦ O crescimento é verificado em diversos momentos da vida de
uma planta: na germinação da semenete, no crescimento do
caule, da raiz e dos ramos e no do ovário;
◦ O crescimento é determinado por mitoses e pelo aumento do
volume das células (processo de distensão ou elongação);
◦ Alguns hormônios estão envolvidos no processo de
crescimento das plantas, entre eles:
▪ Citocinina:
• Sua produção ocorre no meristema da extremidade da
raiz e é distribuída pelo vegetal através do xilema;
• É responsável pelo estímulo das mitoses, o que
contribui com o desenvolvimento dos meristemas
primários;
• Assim, há estímulo para o crescimento longitudinal do
caule (agindo na gema apical), dos ramos (agindo nas
gemas laterais) e das próprias raízes;
• É também responsável pela conversão de gemas em
flores, de ovários em frutos e pelo retardo do processo
de envelhecimento (senescência) das folhas;
▪ Giberelina:
• Produzida em gemas ativas e em sementes;
• Promove:
◦ Distensão celular (estimulando o crescimento de
raízes, caules e suas ramificações);
◦ A germinação de sementes;
◦ Desenvolvimento do fruto originado do ovário;
• Durante a germinação, o embrião produz giberelina, que
estimula a camada de aleurona (camada de células da
periferia do endosperma) a produzir amilase; essa
enzima hidrolisa o amido acumulado na semente;
• Dessa maneira, há fornecimento de carboidratos e,
consequentemente, energia para o embrião,
necessários para a germinação;
▪ Auxina:
• É produzida por embriões de sementes e por gemas
ativas;
• Estimula a distensão celular;
• Há dois tipos de auxinas:
◦ Natural:
▪ Na sua forma natural, é também chamada de ácido
indolacético (AIA) e é produzida após a
fecundação;
▪ Com o desenvolvimento da semente, cessa a
produção de AIA, que será produzido novamente
quando é iniciada a germinação;
▪ Diz-se que o transporte de auxina é polarizado,
pois o AIA produzido na gema apical ativa do caule
é transportado em direção ao ápice da raiz, com
diminuição da concentração desse hormônio nesse
percurso;
▪ Dessa maneira, as gemas laterais mais próximas
ao ápice do caule recebem auxina em maior
concentração do que as gemas situadas mais
distantes do ápice;
◦ Sintética:
▪ Na sua forma sintética, são encontrados vários
tipos, chamados de reguladores de crescimento;
▪ Como exemplos podem ser citados o 2,4D
(glifosato) e o ANA;
• As diferentes partes da planta têm níveis distintos de
sensibilidade à auxina:
◦ Ápice do caule:
▪ É pouco sensível (estimulada por elevadas
concentrações do hormônio);
◦ Gemas laterais:
▪ Têm sensibilidade média (estimuladas por
concentrações intermediárias);
◦ Extremidade da raiz:
▪ É muito sensível (estimulada por pequenas
concentrações);
• As auxinas têm grande importância prática, destacando-
se os seguintes aspectos:
◦ Dominância apical:
▪ A concentração de auxina elevada na gema apical
causa inibição das gemas laterais;
◦ Efeito herbicida:
▪ O glifosato (2,4D) é componente de um herbicida
que, quando aplicado em alta concentração sobre
uma erva invasora, provoca sua morte;
▪ É utilizado no controle seletivo das ervas daninhas
(dicotiledôneas);
▪ Em geral, as monocotiledôneas são geneticamente
resistentes a esse produto;
▪ Os herbicidas atuam como mimetizadores de
auxinas;
◦ Formação de raízes adventícias:
▪ Estimula a formação de maior quantidade de raízes
adventícias;
◦ Formação de frutos sem sementes (partenocárpicos):
▪ A auxina estimula o desenvolvimento do ovário;
▪ Caso não ocorra fecundação, forma-se um fruto
sem sementes;
◦ Abscisão de folhas e frutos:
▪ Redução na concentração de auxinas na folha
senescente em relação à concentração de auxina
presente no caule ocasiona queda foliar, ou
abscisão;
▪ Esse processo acontece com a formação de um
tecido meristemático no pecíolo cujas células não
estão firmemente unidas;
▪ O mesmo processo de abscisão ocorre com o fruto
quando este está maduro;
• Hormônio de redução da atividade metabólica:
◦ Ácido abscísico:
▪ Também chamado de ABA, é produzido em alguns
parênquimas (como o de folhas e de frutos);
▪ Tem como função promover redução de atividade
metabólica;
▪ Nos frutos, impede a germinação das sementes;
▪ A lavagem das sementes retira o hormônio de sua
superfície, permitindo o seu desenvolvimento;
▪ Nas folhas, a produção de ABA acontece em condições de
escassez de água, o que reduz a atividade metabólica das
células da folha e provoca o fechamento dos estômatos;
• Hormônio de maturação:
◦ Etileno:
▪ Corresponde ao gás eteno (C2H4) e é formado no fruto
anteriormente ao amadurecimento, atuando nesse
processo;
▪ O etileno estimula a degradação de clorofila (e síntese de
outros pigmentos) e a degradação de amido (e formação
de glicose e frutose), até o amadurecimento completo, o
que confere ao fruto colorações diferenciadas e sabor mais
adocicado, tornando-o mais atrativo e saboroso para
muitos animais que realizam dispersão de sementes;
▪ O gás eteno é liberado no ar pelo fruto, podendo estimular
o amadurecimento de outros frutos;
▪ Esse hormônio provoca também a aceleração no processo
de senescência das folhas, que diminuem sua produção
de AIA; isso desencadeia a abscisão da folha;
▪ Há plantas cuja floração é estimulada pela presença de
etileno;
Capítulo 20 – Movimentos vegetais e fotoperiodismo

• Movimentos vegetais:
◦ Plantas apresentam três tipos fundamentais de movimentos
realizados ao longo de seu desenvolvimento;
◦ Esses movimentos podem ser desencadeados por estímulos
ambientais e permitem que o organismo se adapte de acordo
com determina situação;
◦ Dentre os movimentos vegetais, podem ser citados:
▪ Tactismo:
• Corresponde ao deslocamento do organismo (ou de
alguma estrutura) em meio líquido;
• Pode ser realizado segundo estímulos diferentes, como
o quimiotactismo, que depende de substâncias
químicas para ocorrer (caso do anterozoide que nada
em direção à oosfera), e o fototactismo, quando o
estímulo é a luz (caso de algas unicelulares que nadam
em direção à luz);
▪ Tropismo:
• É um movimento irreversível que depende da origem do
estímulo e que envolve o crescimento de uma estrutura;
• Há quatro tipos principais de tropismos, classificados
em função do estímulo que desencadeia sua ocorrência:
◦ Quimiotropismo:
▪ Desencadeado por estímulo químico;
▪ Exemplos:
• Raízes, que crescem em busca de água ou de
nutrientes minerais no solo;
• Tubo polínico, que cresce até o óvulo;
◦ Tigmotropismo:
▪ Determinados por estímulos mecânicos;
▪ Exemplos:
• Trepadeira, estimulada pelo contato com um
suporte no qual enrola seu caule;
• Gavinhas, que enrolam-se em um suporte,
permitindo a sustentação da planta;
◦ Gravitropismo:
▪ Também conhecido como geotropismo;
▪ Relaciona-se com o estímulo da gravidade sobre
as plantas;
▪ É determinado pela distribuição de auxina,
transportada do ápice do caule em direção ao
ápice da raiz;
▪ Pode ser observado quando uma planta é
colocada para se desenvolver deitada;
▪ Pode ocorrer de duas formas:
• Geotropismo positivo:
◦ Observado nas raízes, que crescem no
mesmo sentido da gravidade;
◦ A concentração elevada de auxina inibe o
crescimento, e a raiz cresce para baixo;
• Geotropismo negativo:
◦ Observado no caule, que tem crescimento em
sentido contrário ao da gravidade;
◦ A concentração elevada de auxina estimula o
crescimento e o caule cresce para cima;
◦ Fototropismo:
▪ Ocorre com o estímulo luminoso;
▪ É determinado pelo fluxo de auxina no caule e na
raiz;
▪ O hormônio se desloca no sentido contrário à
presença de luz;
▪ Pode ocorrer de de duas formas:
• Fototropismo positivo:
◦ Observado no caule, que cresce em direção à
luz, sendo que a curvatura formada é
determinada pelo maior crescimento da parte
não iluminada (onde a auxina se acumula);
• Fototropismo negativo:
◦ Observado na raiz, que cresce na direção
oposta à luz, sendo que a curvatura formada
é determinada pelo maior crescimento da
parte iluminada;
◦ Há ainda o heliotropismo, que tem como exemplo o
girassol:
▪ Essa planta movimenta sua inflorescência
acompanhando a movimentação do Sol;
▪ Nastismo:
• Também chamado de nastia, é um movimento reversível
que não envolve deslocamento e que não depende da
origem do estímulo;
• Podem ser descritas várias situações em que ocorre
esse tipo de movimento, como:
◦ Fotonastismo:
▪ Ocorre no processo de abertura e fechamento dos
estômatos, que envolve a disponibilidade de água
no solo e a presença de claridade
(independentemente do local de fonte);
▪ Acontece também durante a movimentação das
pétalas da flor onze-horas, que abre suas flores
nas horas mais iluminadas do dia e as fecha
quando a luz se torna mais fraca;
◦ Nicnastismo:
▪ Tipo de movimento que envolve ciclos de repetição
diários;
▪ Acontece durante a movimentação das folhas de
leguminosas, como o feijão;
▪ Elas ficam levantadas durante o dia e abaixadas
durante a noite, em decorrência do teor de água
presente nos pulvinos (estruturas com teor variável
de água, localizadas abaixo das folhas);
▪ Quando as células da parte inferior desse estrutura
ganham água pela entrada de íons K+ (ficam
túrgidas) e, provocam a elevação das folhas; ao
perder água, desencadeiam o abaixamento delas;
◦ Seismonastismo:
▪ Movimento que ocorre longe do ponto de origem
do estímulo;
▪ Como exemplo, pode ser citada a planta conhecida
como dormideira, ou sensitiva;
▪ Ela é dotada de folhas constituídas por vários
folíolos, com pulvinos na base da folha e na base
de cada um de seus folíolos;
▪ Variações na turgescência dessas estruturas
permitem sua elevação ou seu abaixamento, sendo
que um grande abalo em um ramo da planta pode
provocar o fechamento de vários folíolos;
◦ Tigmonastismo:
▪ Movimento estimulado pelo contato com um
animal, que possibilita a sua captura;
▪ Pode ser observado em plantas carnívoras como a
Dionaea sp., que tem folhas com capacidade de
abertura e de fechamento;
• Fotoperiodismo:
◦ Os seres vivos podem apresentar modificações diante das
mudanças das estações;
◦ O fotoperiodismo representa a resposta fisiológica dos
organismos a determinados fotoperíodos;
◦ Para as plantas, um dos estímulos mais importantes nas
mudanças das estações é a variação do fotoperíodo
(quantidade de horas diárias de iluminação):
▪ Outono e inverno têm fotoperíodos curtos – dias curtos e
noites longas;
▪ Primavera e verão têm fotoperíodos longos – dias longos e
noites curtas;
◦ Em muitas plantas, a floração (processo que converte gemas
em flores) é estimulada por fotoperíodos específicos, sendo
observados tipos de plantas diferentes em cada caso:
▪ Plantas de dia longo (PDL):
• São estimuladas a florescer na primavera ou no verão,
quando os dias são mais longos;
• Exemplos:
◦ Espinafre e cravo;
▪ Plantas de dia curto (PDC):
• São estimuladas a florescer no outono ou no inverni,
estações com dias mais curtos;
• Exemplos:
◦ Morango e café;
▪ Plantas indiferentes:
• Produzem flores em qualquer época do ano,
independentemente do fotoperíodo;
• Exemplos:
◦ Tomateiro, milho e arroz;
◦ Determinação do tipo de planta em relação à floração:
▪ Para determinar o tipo de planta em relação à floração
(PDC ou PDL) é realizado o seguinte experimento:
• 24 plantas de uma mesma espécie são expostas a
fotoperíodos diferentes (cada uma ficará exposta à
luminosidade por um número de horas distinto, de 1 a
24); fotoperíodos mais prolongados podem ser obtidos
com iluminação artificial em condições experimentais;
• Um grupo irá florescer, e o outro não;
• O valor do fotoperíodo crítico corresponde ao valor
inicial (em horas de iluminação) a partir do qual estão
presentes as plantas que floresceram; seu valor só pode
ser obtido experimentalmente; isoladamente, não
permite identificar o tipo de planta;
• A floração nas plantas do experimento acontecerá em
situações distintas, permitindo a determinação do tipo
de planta:
◦ Floração ocorre no fotoperíodo crítico ou em
fotoperíodos menores = PDC;
◦ Floração ocorre no fotoperíodo crítico e em
fotoperíodos de maior duração = PDL;
◦ Atuação de fitocromos na floração:
▪ Fitocromos:
• São pigmentos azulados (de natureza proteica)
presentes em pequenas quantidades nas plantas;
• É estimulado pela presença de luz vermelha, presente
durante o dia;

Condição do fitocromo Período do dia

Ativo (R) Claro

Inativo (F) Escuro

• Pode provocar alterações metabólicas que favorecem a


formação de flores de acordo com o tipo de planta;

Quantidade de fitocromo
Tipo de
Estação ativo (atuante durante o Floração
planta
dia)

Dias longos/ Maior PDL Estimulada


noites curtas Maior PDC Inibida
Dias curtos/ Menor PDL Inibida
noites longas Menor PDC Estimulada

◦ Atuação da escuridão como indutora de floração:


▪ O estímulo para a floração é o tempo que a planta fica
exposta à escuridão;
▪ Assim, as plantas podem seguir as modalidades:
• Plantas de dia curto = plantas de noite longa:
◦ Precisam de longa exposição diária à escuridão para
serem estimuladas à floração;
• Plantas de dia longo = plantas de noite curta:
◦ Precisam de curto período de tempo expostas à
escuridão para serem estimuladas à floração;
◦ A interrupção de períodos claros com momentos de
exposição ao escuro não ocasiona a quebra do estímulo de
floração nas plantas, mas a continuidade dos períodos de
escuro influenciam na indução ao florescimento, dependendo
do tipo de planta:
▪ Plantas de noite longa (PDC):
• Floração depende de longos períodos de escuro que
não sejam interrompidos com claridade, mesmo que por
alguns minutos;
▪ Plantas de noite curta (PDL):
• Floração acontece mesmo que o período de escuro seja
interrompido com iluminação;
Capítulo 21 – Plantas e ambiente

• Biomas:
◦ É possível observar que determinadas comunidades de
espécies podem ocorrem em ambientes físicos particulares
ou regiões geográficas típicas;
◦ Esses ambientes particulares correspondem a biomas, os
quais apresentam uma fitofisionomia característica;
◦ Biomas são ecossitemas típicos de determinados padrões
climáticos que apresentam fauna e flora semelhantes (o que
não garante que as espécies sejam as mesmas);
◦ Um bioma possui uma comunidade biológica que atingiu o
estágio de clímax:
▪ A comunidade apresenta a máxima biodiversidade;
▪ Maior biomassa possível;
▪ A produtividade líquida tende a zero;
◦ Biomas estão em um equilíbrio dinâmico;
◦ Biomas são ambientes semelhantes que podem estar
presentes em regiões distantes do planeta que apresentem
clima similar;
• Classificação dos biomas e fatores abióticos:
◦ Os biomas apresentam fatores abióticos que interagem com
a comunidade do local e atuam com agentes de seleção
natural;
◦ Entre eles, destacam-se:
▪ Água;
▪ temperatura;
▪ Luz (insolação);
▪ Gás carbônico;
▪ Gás oxigênio;
▪ Nutrientes minerais;
▪ Características do solo;
◦ Os fatores abióticos locais são forte determinantes da
fitofisionomia dos biomas, os fatores climáticos regionais
interferem nas características da vegetação, selecionando
diferentes tipos de vegetação no planeta;
• Padrões gerais na Terra:
◦ Dois fatores são essenciais para a determinação do perfil de
uma comunidade vegetacional: a insolação e a temperatura,
definidas pela combinação entre a latitude e altitude;
◦ Em baixas latitudes, há alta insolação e elevada temperatura;
◦ Em latitudes mais elevadas, há um descréscimo da insolação
e da temperatura;
◦ Locais de elevada altitude apresentam declínio de
temperatura;
◦ Outro fator fundamental na determinação da composição da
vegetação de uma região é a disponibilidade de água, pois,
de um modo geral, o aumento da umidade no ambiente
permite o desenvolvimento de vegetação mais exuberante;
◦ Em baixas latitudes e com elevação (gradual) na
disponibilidade de água, estão presentes os biomas:
▪ Deserto;
▪ Pradaria;
▪ Savana;
▪ Floresta pluvial;
◦ Em latitudes médias com elevação gradual da umidade,
estão presentes os biomas:
▪ Deserto;
▪ Pradaria;
▪ Floresta pluvial;
◦ Com a a elevação da altitude e diminuição das temperaturas,
nota-se um gradiente de vegetações:
▪ Floresta caducifólia;
▪ Taiga;
▪ Tundra;
▪ Pico com neve e gelo;
• Descrição dos biomas mundiais:
◦ Considerando a combinação dos inúmeros fatores bióticos e
abióticos, podem ser observados diferentes biomas, sendo
os principais tipos de bioma do planeta:
▪ Tundra:
• Apresenta temperaturas bastante baixas durante quase
todo o ano:
◦ O verão é curto e o inverno é longo;
• O solo é extremamente pobre em nutrientes e altamente
saturado de água (há baixos níveis de evaporação):
◦ Há a presença de permafrost (camada de gelo
impermeável no solo, que tem profundidade de quase
1 metro abaixo da superfície);
• Há o predomínio de vegetação herbácea constituída por
plantas tenras e de porte muito reduzido:
◦ Gramíneas e musgos, e também líquens;
◦ Pode haver vegetação arbustiva, formada por plantas
de pequeno porte, mas não há árvores;
• Bioma presente nas regiões:
◦ Antártica;
◦ Ártica;
◦ Alpina, situando-se entre as florestas boreais (taiga) e
as calotas polares, onde somente se encontra gelo;
▪ Taiga (floresta de coníferas ou floresta boreal):
• Clima tipicamente frio, com invernos rigorosos e longos;
• As taxas de decomposição do solo são muito baixas
(resultado do frio):
◦ Há acúmulo de turfa e ácidos húmicos (muitos
nutrientes no solo se tornam indisponíveis para as
plantas;
• Produtividade bruta é baixa;
• Vegetação é formada por poucas espécies:
◦ Predomínio de gimnospermas coníferas (são
robustas, resistentes e possuem folhas acículas
adaptadas à neve);
◦ É comum a ocorrência de seca fisiológica;
• Bioma encontrado:
◦ Em ampla região da América do Norte;
◦ Europa e Ásia, na região subártica;
▪ Pradarias (pampas, ou estepes):
• Clima com características intermediárias entre o de
florestas temperadas e o de desertos:
◦ Sazonal, com duas estações bastante marcadas, que
apresentam períodos muito quentes e secos e outros
muito frios e chuvosos;
• É comum a ocorrência de incêndios nos períodos secos
(o que impede o estabelecimento de vegetação de
maior porte);
• Solo profundo, rico em nutrientes e fértil;
• Predomínio de vegetação herbácea, com rica
biodiversidade de gramíneas:
◦ Pastagens exercem pressões competitivas,
impedindo o crescimento de vegetação de maior
porte;
◦ Matas de galeria com estrato arbóreo podem ser
encontradas próximas a cursos d’água;
• Estão presentes em quase todos os continentes, com
maior ocorrência na América do Norte;
▪ Floresta caducifólia (ou decídua):
• Clima temperado, com as quatro estações bem
definidas e umidade suficiente para a manutenção de
árvores;
• Solo profundo e rico em nutrientes:
◦ As árvores perdem suas folhas, que, ao acumularem
no chão, constituem importante fonte de matéria
orgânica e umidade;
• Vegetação com predomínio de árvores angiospermas,
mas também há briófitas, pteridófitas e gimnospermas;
• O sub-bosque pode ser desenvolvido durante a
primavera:
◦ A abscisão é uma adaptação à diminuição de
temperatura do inverno que se aproxima:
▪ É desencadeada pelo fotoperíodo curto de outono;
◦ Inversão do fluxo de seiva elaborada da raiz para a
parte aérea na primavera contribui para o
desenvolvimento de folhas e de flores nessa estação;
• Bioma presente:
◦ Na região oeste da Europa;
◦ No leste da América do Norte e da Ásia;
▪ Floresta pluvial (perinifólia latifoliada):
• Clima quente, com alta pluviosidade:
◦ Localizadas em baixas latitudes (variações de
temperatura muito pequenas durante o ano);
• Solo naturalmente pobre e pouco espesso:
◦ É rico em húmus proveniente da vegetação;
◦ As altas temperaturas e a umidade contribuem para a
decomposição da matéria orgânica que forma o
húmus;
• Possuem vários estratos de vegetação, com a presença
inclusive de epífitas e lianas;
• É a vegetação mais biodiversa do planeta e com
arquitetura e morfologia extremamente diversificadas;
• Árvores podem apresentar bases largas (com raízes
tabulares), longos troncos e alcançar muitos metros de
altura;
• Bioma presente nas regiões tropicais do planeta:
◦ África Equatorial;
◦ Regiões da Índia;
◦ Sudeste da Ásia;
◦ Norte da América do Sul;
◦ América Central;
◦ Leste da Indonésia e Noa Guiné;
◦ Norte da Austrália;
◦ Nas ilhas tropicais do Oceano Pacífico;
• Uma das florestas mais exuberantes desse tipo de
bioma é a Floresta Amazônica, que cobre países da
América do Sul, principalmente o Brasil;
▪ Savana:
• Clima levemente variável (localizadas em latitudes
intertropicais) com característica típica dos períodos
chuvosos seguidos de seca intensa, com ocorrência de
incêndios;
• Solo novo, contendo nutrientes ainda não carreados
pela água das chuvas, com lençol freático profundo:
◦ Pode ocorrer lixiviação de nutrientes;
• Vegetação apresenta extensão quase contínua de
gramíneas, com arbustos e árvores bastante esparsos:
◦ Árvores tortuosas, de grande porte e ramos
abundantes;
◦ Plantas com adaptações ao fogo:
▪ Súber mais espesso;
▪ Parte subterrânea bastante desenvolvida;
• Bioma presente:
◦ Na África Central;
◦ Na América do Sul (cerrado brasileiro);
▪ Desertos:
• Clima típico de altas temperaturas durante o dia com
queda acentuada à noite, chuvas reduzidas e
imprevisíveis, e elevada insolação (alta evaporação);
• Solo desértico exposto, seco e com pouca ou nenhuma
matéria orgânica;
• Vegetação tipicamente xermórfica, com poucos e
esparsos arbustos e plantas suculentas:
◦ Plantas possuem:
▪ Cutícula espessa e impermeável;
▪ Poucos estômatos;
▪ Folhas convertidas em espinhos;
▪ Água acumulada no parênquima aquífero;
▪ Distribuição de estômatos em criptas;;
• Bioma típico dos desertos do:
◦ Saara e do Kalahari, na África;
◦ Atacama, no Chile;
◦ sudoeste dos Estados Unidos;
◦ Norte do México;
◦ Do australiano no hemisfério Sul;
• Biomas do Brasil:
◦ O Brasil abrange grande parte da América do Sul, possuindo
terras com grande variação de latitude e grandes variações
climáticas;
◦ A heterogeneidade climática possibilita a presença de
biomas diferentes;
◦ Os principais biomas brasileiros são:
▪ Manguezais:
• Ambientes costeiros que abrangem desde restingas
(formação de vegetação rasteira que cresce na areia e
que divide as praias do restante do continente) até os
manguezais (formações florestais típicas):
◦ Encontram-se nas terras próximas dos estuários
(desembocadura de rios no mar);
• Considerados como ecossistema de transição entre os
ambientes terrestre e marinho;
• Solo mole, rico em matéria orgânica (depositada com os
pulsos diários de inundação), pobre em oxigênio
(consumido por bactérias decompositoras) e
relativamente ácido:
◦ Plantas adaptadas às condições de solo mole e pobre
em oxigênio:
▪ Possuem ramos de escora e raízes respiratórias
(pneumatóforos);
• Raízes de árvores formam complexos emaranhados;
• Temperatura limita o desenvolvimento da vegetação:
◦ Região Norte:
▪ Temperatura alta favorece crescimento – árvores
mais altas;
◦ Região Sul:
▪ Temperatura mais baixa reduz o desenvolvimento
das plantas – árvores com menor porte;
• Bioma presente em todo o litoral brasileiro;
▪ Floresta Amazônica (ou hileia) – floresta pluvial latifoliada:
• Presente em local com clima quente e húmido;
• Possui a maior bacia hidrográfica do mundo – Rio
Amazonas;
• Pulsos de inundação sazonais favorecem alterações
drásticas no ambiente;
• Solo extremamente pobre em nutrientes (lixiviado), mas
com acúmulo de espessa camada de matéria orgânica,
gerada pela própria floresta;
• Vegetação com vários estratos e árvores com porte
elevado:
◦ Formação de microclimas únicos em cada estrato;
◦ Apresenta grande heterogeneidade de ambientes:
▪ Florestas de terra firme:
• Regiões não alagadas;
▪ Florestas de igapó:
• Áreas alagadas de modo permanente;
▪ Florestas de várzea:
• Áreas alagadas periodicamente;
• Bioma contido:
◦ No Brasil, nos estados:
▪ Acre;
▪ Amapá;
▪ Amazonas;
▪ Mato grosso;
▪ Pará;
▪ Rondônia;
▪ Roraima;
▪ Tocantins;
▪ Maranhão (uma porção);
◦ Peru;
◦ Colômbia;
◦ Venezuela;
◦ Equador;
◦ Bolívia;
◦ Guiana Francesa;
▪ Mata Atlântica (floresta pluvial):
• Apresenta diferentes características climáticas – possui
maior diversidade de espécies do que a Floresta
Amazônica;
• Abrange várias bacias hidrográficas brasileiras, dos
rios:
◦ Paraná;
◦ Uruguai;
◦ Paraíba do Sul;
◦ Doce;
◦ Jequitinhonha;
◦ São Francisco;
• Vegetação é o conjunto de formações florestais com
grande estratificação vertical:
◦ Apresenta regiões de transição com mangues, áreas
de cerrado, Mata de Araucária, entre outros biomas
brasileiros;
• Bioma que tinha como área original boa parte do litoral
brasileiro (com faixa de largura variável) e vastas áreas
interioranas:
◦ Do Rio Grande do Sul ao Piauí;
• Hoje restam cerca de 7% da cobertura original desse
bioma no país;
▪ Mata de Araucária:
• Clima mais frio, típico do Sul do país;
• Chuvas durante o ano todo, com temperatura bastante
variável:
◦ Estações bem marcadas anualmente;
• Floresta com menor biodiversidade do que florestas
pluviais:
◦ Composta de várias espécies, com maior abundância
do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia);
• Faz parte do complexo de tipos de florestas da Mata
Atlântica com distribuição original do Rio Grande do Sul
até o sul de Minas Gerais:
◦ Hoje restringe-se em poucas manchas no Sul e no
Sudeste do país;
▪ Cerrado:
• Clima típico intertropical:
◦ Verão chuvoso e inverno bastante seco, com
ocorrência de incêncios frequentes;
• Solo bastante lixiviado, pobre, com pequenas taxas de
matéria orgânica (não decomposta nos períodos de
seca extrema) e ácido (grande quantidade de ferro e
alumínio);
• Modalidade de savana:
◦ Podem ser classificados vários tipos de cerrado de
acordo com a estrutura da vegetação:
▪ Apresenta afloramentos rochosos, predomínio de
gramíneas, vegetação arbustiva esparsa,
pequenas árvores, grandes árvores e matas de
galeria;
◦ Árvores com arquitetura e morfologia externa com
cascas grossas, ramos bastante retorcidos; parte
subterrânea desenvolvida e folhas coriáceas e gemas
recobertas por pelos;
◦ Apresenta regiões de transição com a Mata Atlântica,
Floresta Amazônica, Caatinga e Pantal;
• Bioma que se estende pelos estados de:
• Minas Gerais;
• Goiás;
• Tocantins;
• Bahia;
• Maranhão;
• Mato Grosso;
• Mato Grosso do Sul;
• Piauí;
• Distrito Federal;
▪ Pampas gaúchos (pradaria):
• Clima temperado, chuvas distribuídas regularmente ao
longo do ano e baixas temperaturas (redução dos níveis
de evaporação);
• Condições climáticas não favorecem o crescimento de
árvores;
• Predomínio de vegetação herbácea, com predomínio de
gramínea com arbustos espalhados nas áreas mais
planas:
◦ Áreas de encosta com vegetação mais diversificada;
◦ Locais com matas de galerias próximas a corpos
d’água;
◦ Áreas de baixadas em que são formados alagados;
• Bioma contido na região Sul do país, no Rio Grande do
Sul;
▪ Caatinga:
• Clima semiárido caracterizado por temperaturas
elevadas, verão mais seco e inverno chuvoso:
▪ Pode apresentar períodos secos muito
prolongados;
▪ As chuvas são torrenciais;
• Solos pouco lixiviados, pedregosos e ricos em
nutrientes;
• Pode ser dividida em duas macrorregiões, com clima e
vegetação diferentes:
◦ Agreste:
▪ Localizado mais próximo ao litoral e com maior
umidade, assemelha-se a uma floresta;
◦ Sertão:
▪ Mais interno no continente, tem como
característica o clima extremamente seco e
vegetação esparsa e xeromórfica;
◦ Próximo às serras, onde há maior umidade, há
regiões alagadiças, chamadas de brejos, com
produtividade maior;
• Vegetação xeromórfica, com estratos arbóreo, arbustivo
e o herbáceo:
◦ Plantas adaptadas ao clima seco:
▪ Armazenam água, com parênquimas aquíferos
desenvolvidos;
▪ Folhas transformadas em espinhos (finas ou
inexistentes);
▪ Cutícula impermeável;
▪ Estômatos em cripta;
▪ Raízes superficiais ao solo (possibilitam maior
absorção de água da chuva;
• Biomas que abrange os estados:
◦ Ceará;
◦ Rio Grande do Norte;
◦ Paraíba;
◦ Pernambuco;
◦ Sergipe;
◦ Alagoas;
◦ Bahia;
◦ Piauí (Sul e Leste);
◦ Minas Gerais (Norte);
▪ Mata dos Cocais:
• Clima relativamente mais úmido do que na caatinga,
com maior umidade à medida que avança em direção à
Floresta Amazônica;
• Solo rico em minérios e com boa reserva de nutrientes;
• Região de transição entre a Floresta Amazônica e a
Caatinga:
◦ Estrato arbóreo contínuo:
▪ Vegetação mais exuberante é observada à medida
que se aproxima da Floresta Amazônica;
▪ Apresenta grande diversidade de palmeiras:
• Buriti, carnaúba, açaí e babaçu;
• Presente nos estados:
◦ Maranhão;
◦ Piauí;
◦ Pará;
◦ Tocantins (Norte);
▪ Pantanal:
• Clima quente e húmido e pequena queda de
temperatura no inverno:
◦ Umidade mantida constante por causa da água
acumulada no solo;
• Solo arenoso, com nutrientes depositados com o ciclo
de inundação;
• Cheias periódicas resultam no equilíbrio dinâmico e nos
processos ecológicos; são determinados pelos eventos
que ocorrem nas partes altas da Bacia Hidrográfica do
Rio Paraguai:
◦ Grande planície inundável:
▪ Ocorre transbordamento dos rios no período
chuvoso: alagam cerca de dois terços do bioma;
▪ São mantidas lagoas na seca;
◦ Há heterogeneidade espacial e temporal da
vegetação:
▪ Áreas de transição com o cerrado, a caatinga, com
a Floresta Amazônica e campos;
▪ Vegetação é caracterizada de acordo com a
altitude;
▪ Extensas áreas de campos com gramíneas são
salpicados com capões (ilhas e vegetação florestal
com característica de cerrado) e matas de galeria,
que se mantêm em locais mais altos e secos;
▪ A vegetação aquática é muito importante;
apresenta adaptações que suportam o alagamento
periódico;
• Bioma situado no sul do estado do Mato Grosso e no
noroeste do Mato Grosso do Sul;
• Biomas e aspectos ecológicos:
◦ Grande complexidade e elevada biodiversidade dos biomas
permitem observar relações inter e intraespecíficas –
essenciais para manutenção da integridade e da
funcionalidade do bioma;
◦ Quebra das relações pode acarretar em desequilíbrio
ecológico:
▪ Desestabilização e quebra das teias alimentares, e
subsequente ruptura dos fluxos de energia e biomassa;
▪ Notado quando bioma sofre impactos:
• Espécies nativas extintas;
• Espécies exóticas introduzidas;
• Meio físico afetado por poluição ou erosão;
• Área de vida das espécies é reduzida;
◦ Intervenções humanas devem ser feitas com planejamento e
consciência de que todos os seres vivos estão interligados e
dependem uns dos outros, incluindo o ser humano;
Frente 3
Capítulo 1 – Classificação dos seres vivos

• O primeiro passo:
◦ Sistemática é o estudo da biodiversidade;
◦ Espécie é uma unidade de classificação dos seres vivos;
◦ Taxonomia é a parte da Biologia que trata da classificação
dos seres vivos;
◦ No século XVIII, Lineu criou as bases do sistema de
classificação; utilizou o sistema binomial: cada espécie
recebe um nome científico escrito em latim, constando de
dois termos;
• Os reinos:
◦ Reino:
▪ Metazoa ou Animalia;
▪ Metaphyta ou Plantae;
▪ Fungi;
▪ Protoctista;
▪ Monera;
• Os domínios:
◦ São categorias acima de reino e compreendem:
▪ Eukarya:
• Engloba todos os eucariontes (Metazoa, Metaphyta,
Fungi e Protoctista);
▪ Archaea;
▪ Bacteria;
• Outros grupos taxonômicos:
◦ Reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie;
• Regras básicas de nomenclatura:
◦ O nome científico da espécie é escrito em latim e deve ser
destacado no texto;
◦ Consta de dois termos:
▪ O primeiro refere-se ao gênero (e deve ter inicial
maiúsculo);
▪ O segundo termo deve ter inicial minúscula;
▪ O conjunto dos dois termos designa a espécie;
◦ Exemplo:
▪ O nome científico da onça-pintada é Panthera onca:
• Reino: Animalia;
• Filo: Cordados;
• Classe: Mamíferos;
• Família: Felídeos;
• Gênero: Panthera;
• Espécie: Panthera onca;
• Evolução e sistemática:
◦ Sistemática é o estudo da classificação dos seres vivos,
envolvendo Filogenia e Cladística;
◦ Filogenia e cladística:
▪ A Filogenia ou sistemática evolutiva representa grupos de
seres vivos por meio de árvores filogenéticas, que indicam
parentesco entre os grupos apresentados;
▪ A Cladística ou filogenética sistemática é a classificação
dos seres vivos baseada na tentativa de reconstrução do
caminho da evolução, agrupando organismos em função
de parentesco próximo (ancestral comum recente); sua
representação é feita por diagramas de linhas retas, os
cladogramas;
◦ Grupos monofiléticos, parafiléticos e polifiléticos:
▪ Monofiléticos:
• São provenientes de um mesmo grupo ancentral
recente;
▪ Parafiléticos:
• É aquele que não inclui todos os descendentes de um
grupo ancestral;
▪ Polifiléticos:
• É um grupo derivado de mais de um ancestral;
• Sua classificação inicial foi feita utilizando-se critérios
que não levavam em consideração a ancestralidade
comum;
◦ Anagênese significa processo de mudanças durante a
evolução de uma espécie, principalmente orientada pela
seleção natural;
• A arquitetura de um animal:
◦ O organismo de um animal pode apresentar as regiões:
▪ Anterior;
▪ Posterior;
▪ Dorsal;
▪ Ventral;
◦ Há dois tipos principais de simetria:
▪ Bilateral;
▪ Radial;
• Uma apresentação dos principais grupos zoológicos:
• Em Zoologia clássica são estudados os seguintes grupos de
organismos:
◦ Protozoários;
◦ Poríferos;
◦ Cnidários;
◦ Platelmintos;
◦ Nematelmintos;
◦ Anelídeos;
◦ Moluscos;
◦ Artrópodes;
◦ Equinodermos;
◦ Cordados;
Capítulo 2 – Protozoários e protozooses

Protozoários e o padrão unicelular:


• Estrutura dos protozoários:
◦ Uma ameba de água doce é empregada como modelo;
◦ Tem um envoltório membranoso, um núcleo (com DNA) e um
citoplasma, constituído pelo citosol e diversos orgânulos;
◦ O citosol apresente ectoplasma e endoplasma;
◦ Há dois tipos de vacúolos: digestivo e pulsátil (também
chamado de contrátil);
• Atividades básicas e coordenação:
◦ A coordenação das atividades é realizada principalmente
pelo núcleo;
◦ A ameba interage com seu ambiente deslocando-se e
realizando trocas;
◦ O alimento é englobado por fagocitose; sua digestão ocorre
no interior de vacúolo digestivo; os nutrientes liberados são
usados na formação das estruturas do organismo e na
respiração celular (que libera energia);
◦ Materiais não digeridos são eliminados por clasmocitose;
◦ Amebas de água doce recebem água em excesso por
osmose; o excesso de água é eliminado pelo vacúolo pulsátil
ou vacúolo contrátil;
• Reprodução:
◦ O processo de reprodução assexuada é o mais comum entre
as amebas;
◦ Pode ocorrer bipartição ou em condições especiais são
gerados cistos, que são formas de resistência;
• Classificação:
◦ A classificação tradicional considerava o filo dos protozoários
divididos em quatro classes:
▪ Rizópodes;
▪ Flagelados;
▪ Esporozoários;
▪ Ciliados;
◦ Atualmente, os protozoários constituem um grupo com vários
filos, sendo os mais importantes:
▪ Sarcodina (Rhizopodes);
▪ Zoomastigophora;
▪ Apicomplexa (antes esporozários);
▪ Ciliophora (ciliados);
▪ Foraminifera;
▪ Actinopoda;

Parasitoses

Transmissã
Parasitose Parasita Ser humano Profilaxia
o
Tratamento do
doente; saneamento
Entamoeba básico;
Normalmente é
histolyitica; Ingestão de cistos cuidados de higiene
afetado o intestino
parasita presentes em água e pessoal; a água
Amebíase grosso; podem ocorrer
monoxênico que verduras ingerida deve ser
lesões no fígado, nos
tem locomoção por contaminadas fervida ou filtrada;
pulmões e no cérebro
pseudópodes frutas e verduras
devem ser bem
lavadas
Fezes do barbeiro,
O parasita afeta Melhoria das
Trypanosoma transplante,
células só sistema moradias; combate
Moléstia de Cruzi; transfusão, placenta,
nervoso e fibras ao barbeiro; controle
Apresenta leite materno e
Chagas ou musculares; tatu, cão, de doadores de
locomoção por ingestão de
tripanossomí gato, gambá, sangue;
flagelo e membrana alimentos
ase roedores, morcegos O tratamento mostra
ondulante contaminados com
podem abrigar o eficácia no início da
as fezes de
parasita doença
barbeiros
É o hospedeiro
Picada da fêmea do Tratamento do
intermediário; o
Plasmodium sp.; mosquito-prego doente; combate ao
parasita atinge células
Malária Não tem estruturas (Anopheles sp.), que mosquito e cuidados
do fígado e hemácias;
locomotoras é o hospedeiro para evitar a picada
Provoca episódios
definitivo do inseto
regulares de febre
Leishmanios Leishmania Lesões conhecidas Picada da fêmea do Combate ao
e cutânea braziliensis; como úlcera de Bauru, mosquito-palha mosquito; uso de
Apresenta atingindo derme e (Lutzomyia) repelentes
epiderme;
Lesões em mucosas
da boca, cavidade
nasal, faringe;
locomoção por
Destruição da
flagelo
cartilagem nsal;
Cães, roedores e
cavalos podem
apresentar o parasita
Afeta as células do
baço, medula óssea,
fígado e parede
intestinal;
Picada da fêmea do
O indivíduo
mosquito-palha
Leishmania geralmente apresenta
Leishmanios (Lutzomyia); Combate ao
chagasi; emagrecimento e
Raramente a mosquito; uso de
e visceral ou Apresenta enfraquecimento,
transmissão ocorre repelentes; sacrifício
calazar locomoção por ficando mais
pela placenta e de cães infectados
flagelo suscetível a infecções;
transfusão de
A mortalidade é
sangue
bastante elevada;
Cães e raposas
também podem
apresentar o parasita
Trichomonas
vaginalis; O parasita afeta a
É uma doença de Uso de preservativos
Locomoção por uretra e a vagina;
Tricomoníase transmissão sexual e tratamento do
flagelos e pode causar irritação
(DST) doente
membrana e corrimento
ondulante
Tratamento do
doente; saneamento
Giardia intestinalis;
básico; cuidados de
Parasita Ingestão de cistos
higiene pessoal;
monoxênico que Parasita do intestino presentes em água e
Giardíase A água ingerida deve
apresenta delgado do homem verduras
ser fervida ou filtrada;
locomoção por contaminadas
frutas e verduras
flagelos
devem ser bem
levadas
Toxoplasmos Toxoplasma gondii; O parasita pode se Ingestão de cistos Não comer carne
e Parasita sem alojar em vários presentes em fezes crua ou malcozida;
estruturas tecidos do corpo, de gato ou em carne cuidar
locomotoras; incluindo encéfalo e contaminada adequadamente dos
Afeta retina; dejetos dos gatos;
principalmente Pode causar cegueira mulheres grávidas
gatos, que e debilidade mental; não devem ter
eliminam cistos Efeitos mais graves contato prolongado
pelas fezes; em crianças e fetos com gatos
Cistos podem ser
ingeridos por
pessoas ou por
porcos;
A carne de porco
pode ter o parasita
Capítulo 3 – Poríferos

• Estrutura de uma esponja:


◦ As esponjas são animais aquáticos, sésseis e filtradores;
◦ Não possuem órgãos, sistema nervoso nem cavidade
digestória;
◦ Em uma esponja com organização mais simples, há um
cavidade (espongiocela) e uma abertura (ósculo) por onde a
água sai;
◦ Há vários tipos celulares:
▪ Pinacócitos, coanócitos, amebócitos e parócitos;
◦ Entre a camada externa e o revestimento da espongiocela, há
o meso-hilo, com uma matriz gelatinosa, amebócitos, fibras
de espongina e espículas (de carbonato de cálcio ou de
silício);
• Atividades básicas:
◦ A digestão é intracelular;
◦ As trocas gasosas e a eliminação de excretas nitrogenadas
são realizadas por difusão através da parede do corpo;
◦ O batimento dos flagelos dos coanócitos permite a
movimentação da água;
◦ Amebócitos transportam nutrientes;
• Reprodução:
◦ A reprodução assexuada pode ocorrer por regeneração,
brotamento ou gemulação;
◦ A reprodução sexuada envolve a produção de gametas;
◦ O desenvolvimento é indireto, com a formação de uma larva
flagelada (anfiblástula ou parenquímula);
• Tipos morfológicos:
◦ Considerando a espessura e a complexidade da parede do
corpo, as esponjas apresentam três tipos:
▪ Asconoide, siconoide e leuconoide;
• Aspectos filogenéticos dos Poríferos:
◦ Considera-se que a partir de protozoários do grupo dos
coanoflagelados é que os animais evoluíram;
◦ As esponjas apresentam células semelhantes às desses
protozoários;
◦ No entanto, as esponjas não originaram outros grupos
animais;
Capítulo 4 – Embriologia

• Fecundação e os tipos de ovos:


◦ O zigoto é formado com a união de gametas;
◦ Os óvulos são classificados segundo a quantidade e a
distribuição de suas reservas (vitelo ou lécito) em quatro tipos
principais:
▪ Oligolécitos;
▪ Mediolécitos;
▪ Megalécitos;
▪ Centrolécitos;
◦ Segmentação:
▪ Total:
• Com as modalidades igual e desigual;
▪ Parcial:
• Com os tipos discoidal e superficial;
• A sequência do desenvolvimento:
◦ De mórula a nêurula, na seguinte ordem:
▪ Mórula;
▪ Blástula;
▪ Gástrula, com a formação do arquêntero e do blastóporo;
▪ Nêurula, com o surgimento do tubo neural e da notocorda;
• Organogênese:
◦ São gerados órgãos e sistemas a partir dos folhetos
embrionários: ectoderma; endoderma; mesoderma;
• Classificação embrionária dos animais:
◦ Os critérios de classificação são:
▪ Presença de cavidade digestória: parazoários e
enterozoários;
▪ Número de folhetos embrionários: diblásticos e triblásticos;
▪ Celoma: acelomados, pseudocelomados e celomados;
▪ Desenvolvimento do blastóporo: protostômios e
deuterostômios;
Capítulo 5 – Organização funcional e classificação dos
animais

• Atividades vitais básicas de um animal:


◦ No organismo de um mamífero há uma intensa troca de
materiais entre sistemas, sangue, fluido intersticial e tecidos;
◦ Os principais materiais que passam através dessas
estruturas são:
▪ Nutrientes (como glicose e aminoácidos);
▪ Gás oxigênio;
▪ Águas;
▪ Sais;
▪ Gás carbônico;
▪ Excretas nitrogenadas;
◦ O equilíbrio dinâmico do organismo é denominado
homeostase;
• Homeostase:
◦ As atividades básicas que mantêm o funcionamento do
organismo são:
▪ Trocas gasosas;
▪ Nutrição;
▪ Excreção;
▪ Transporte;
• O controle das atividades:
◦ As atividades de manutenção da vida de um mamífero são
controladas pelo sistema nervoso e pelo sistema endócrino
(que produz hormônios);
◦ Os sistemas esquelético e muscular proporcionam
movimentos, úteis na interação do organismo com o
ambiente;
• Conceito e importância da reprodução:
◦ Os seres vivos podem se reproduzir e deixar descendentes,
assegurando a permanência da espécie no ambiente em que
se desevolvem;
• Reprodução assexuada:
◦ Há dois tipos principais de reprodução: sexuada e
assexuada;
◦ Na reprodução assexuada, um organismo materno origina
descendentes geneticamente iguais entre si e ao organismo
que lhes deu origem;
◦ Tipo de reprodução assexuada em protozoários e animais:
▪ Bipartição;
▪ Brotamento;
▪ Estrobilização;
▪ Regeneração;

Animais

Grupo Aspectos gerais Classificação Reprodução

Hidra apresenta apenas a


Hydrozoa: hidra, forma de pólipo e tem
Obelia, caravela- desenvolvimento direto;
Diblásticos, com simetria
portuguesa Obelia tem alternância de
radial;
gerações
Possuem cnidoblastos,
com cápsulas chamadas Alternância de gerações,
Cnidários nematocistos; Scyphozoa: Aurelia com medusas bastante
Podem ter dois tipos desenvolvidas
morfológicos: pólipo Apresentam apenas
(séssil) e medusa (móvel) Anthozoa: gorgônia,
pólipos e formam larva
anêmona-do-mar
plânula (desenvolvimento
indireto)
Monoicos, fecundação
Turbelários: planárias cruzada e interna,
desenvolvimento direto
Triblásticos, acelomados,
Dioicos, feundação
com corpo achatado Trematódeos:
Platelmintos cruzada, desenvolvimento
dorso-ventralmente; esquistossomo, fascíola
indireto
simetria bilateral
Monoicos,
Cestódeos: tênias autofecundação e
desenvolvimento indireto
Triblásticos,
O filo Nematoda
pseudocelomados, com Dioicos, fecundação
pertence ao grupo dos
Nematelmintos corpo cilíndrico e não cruzada e
Asquelmintos, que
segmentado; simetria desenvolvimento indireto
inclui mais sete filos
bilateral
Monoicos, fecundação
Oligoquetos: minhoca, cruzada e externa, com
minhocoçu e Tubifex formação de casulo,
Triblásticos, celomados,
desenvolvimento direto
com corpo cilíndrico e
segmentado; simetria Dioicos, fecundação
Anelídeos Poliquetos: tubícolas e
bilateral; externa, desenvolvimento
nereida
Presença de clitelo em indireto (larva trocófora)
alguns representantes Monoicos, fecundação
Hirudíneos:
cruzada e externa,
sanguessuga
desenvolvimento direto
Monoicos, fecundação
Gastrópodes: lesma,
Triblásticos, celomados e cruzada e interna,
caracol e caramujo
protostômios; desenvolvimento direto
Corpo mole e não
Dioicos, fecundação
segmentado, recoberto
Bivalves: ostra e externa, desenvolvimento
pelo manto;
Moluscos marisco indireto (larvas trocófora e
Muitos exemplares com
véliger)
concha calcárea;
Corpo com três partes: Dicoicos, fecundação
cabeça, pé e massa Cefalópodes: lula, externa (na cavidade do
visceral polvo, sépia e náutilo manto), desenvolvimento
direto
Asteroidea: estrela-do-
Triblásticos, celomados e mar
deuterostômios;
Echinoidea: ouriço-do- Dioicos, com fecundação
Simetria radial e
mar e bolacha-da-praia externa e desenvolvimento
pentâmera nos adultos;
Equinodermos larvas com simetria Holothuroidea: pepino- indireto; larvas que
bilateral; do-mar apresentam simetria
Exclusivamente marinhos; bilateral e cílios
Crinoidea: lírio-do-mar
Possuem um
endoesqueleto calcáreo Ophiuroidea: serpente-
do-mar

Artrópodes
Número
Número Número Reproduçã
Classe Corpo de
de patas de asas o
antenas
Crustáceos Cefalotórax 5 pares no 2 pares Ausentes Dioicos,
e abdome cefalotorax fecundação
externa,
(nos desenvolvimento
decápodes) indireto
Dioicos,
feundação interna;
Cabeça, Sem asas, um
pode ou não
Insetos torax e 3 pares 1 par par ou dois
ocorrer a
abdome pares
formação de
larvas
Sem antes; Dioicos,
Cefalotórax dotados de feundação interna,
Aracnídeos 4 pares Ausentes
e abdome palpos e desenvolvimento
quelíceras direto
Dioicos,
Cabeça e fecundação
1 par por
Quilópodes tronco (tórax 1 par Ausentes interna;
segmento
e abdome) desenvolvimento
direto
1 par por
Dioicos,
segmento do
Cabeça, fecundação
tórax;
Diplópodes tórax e 1 par Ausentes interna,
2 pares por
abdome desenvolvimento
segmento do
direto
abdome
Capítulo 6 – Fisiologia comparada dos enterozoários

Fisiologia dos enterozoários


Sistema Sistema
Sistema Sistema Sistema
Grupos digestóri respiratóri
excretor nervoso circulatório
o o
Incompleto; Ausente;
digestão extra e eliminação
Ausente; trocas
intracelular; de excretas Difuso; não
gasosas efetuadas
Cnidários A cavidade ocorre por há um centro Ausente
pela superfície do
disgestória toda a de comando
corpo
distribui os superfície do
nutrientes corpo
Protonefrídeo
Incompleto; s constituídos
digestão por células-
extracelular; flama; Ganglionar;
Tênias não têm Ausente; trocas excretas há um gânglio
sistema gasosas efetuadas recolhidas do cerebral e
Platelmintos Ausente
digestório; pela superfície do líquido que cordões
A cavidade corpo envolve as nervosos
digestória células e longitudinais
distribui os eliminadas
nutrientes por poros
excretores

Dois tubos
excretores Um anel
Completo, com
Ausente; trocas localizados esofágico e Ausente; o líquido
boca e ânus;
gasosas efetuadas nas laterais dois cordões do pseudoceloma
Nematódeos Tubo digestório
pela superfície do recolhem nervosos, um realiza transporte
com pouca
corpo excretas da dorsal e um de muitos materiais
especialização
cavidade do ventral
corpo

Anelídeos Completo, com Minhoca e Metanefrídeo Ganglionar Fechado;


boca e ânus; sanguessuga s; excretas ventral O sangue circula
Na minhoca, o apresentam recolhidas a apenas no interior
tubo digestório respiração partir do de vasos;
apresenta cutânea; a líquido Manutenção de
especializações: epiderme é celomático e elevada pressão
faringe, papo, vascularizada; eliminados
por poros;
Muitos anelídeos O sangue
moela e
aquáticos têm reabsorve
intestino com
brânquias líquido e
tiflossole
primitivas outros
materiais
Completo, com Gânglio
boca e ânus; cerebral e Fechado em lula e
Branquial (polvo, Metanefrídeo
Muitos vários polvo;
lula, ostra, s, que
apresentam gânglios Aberto ou lacunar
marisco, alguns removem
rádula (ausente espalhados na maioria;
Moluscos caramujos) e excretas da
em ostras e pelo corpo; O sangue percorre
pulmões primtivos cavidade
mariscos) e bico Ostras e lacunas do corpo e
(lesma, caracol, pericárdica
córneo mariscos não tem transporte
alguns caramujos) (celoma)
(presente em têm cabeça mais lento
lula e polvo) definida
Um anel ao
Sistema redor do
digestório esôfago
completo; ligado aos
Brânquias
Estrela-do-mar nervos Sistema circulatório
rudimentares ou Eliminação
pode ter localizados ausente; o
Equinodermo pápulas de excretas
digestão em cada uma transporte é
s provenientes do através de
extracorpórea; das cinco realizado pelo
revestimento do pápulas
Ouriço-do-mar partes do líquido celomático
celoma
apresenta corpo;
lanterna de Há receptores
aristóteles químicos e
luminosos
Sistema
digestório
completo;
Há diversas
adaptações;
Aranhas têm Estruturas
quelíceras; a que removem
peçonha realiza excretas da
digestão hemolinfa:
Branquial
extracorpórea; glândulas
(crustáceos),
Centopeias verdes
filotraqueal
possuem (crustáceos), Ganglionar
Artrópodes (aranhas) e Aberto (ou lacunar)
forcípulas; glândulas ventral
traqueal
Insetos podem coxais
(insetos,aranhas e
apresentar (aracnídeos)
miriápodes)
estruturas para e túbulos de
picar, sugar, Malpighi
triturar; (insetos e
Crustáceos têm miriápodes)
complexas
peças bucais
para rasgar
alimento e levá-
lo à boca
Capítulo 7 – Verminoses

Ser
Parasitose Parasita Transmissão Profilaxia
humano
Tratamento do
Ingestão de carne de
Taenia solium doente,
É o hospedeiro porco ou de boi crua
e Taenia saneamento
definitivo; ou mal cozida,
saginata; básico, seleção de
Afetado no intestino contendo a larva
Teníase Cestódeo alimentos para
delgado, do qual cisticerco;
monoico e sem bois e porcos,
são retirados Porco e boi são
sistema inspeção da carne,
nutrientes hospedeiros
digestório cozimento da
intermediários
carne
Ingestão de ovos de
Taenia solium,
É o hospedeiro presentes em água
intermediário, uma contaminada e
Cysticercus Higienização de
vez que abriga a verduras mal lavadas;
cellulosae, o verduras frescas,
Cisticercose larva da tênia do Ovos de tênia podem
nome do ingerir água filtrada
humana porco; ser dispersados por
cisticerco da ou fervida, higiene
Tecidos afetados moscas e baratas;
Taenia solium pessoal
no encéfalo, olho e Indivíduos portadores
musculatura de teníase podem ter
as mãos contaminadas
e levadas à boca
Tratamento dos
Penetração da larva
Schistosoma doentes,
É o hospedeiro cercária através da
mansoni, saneamento
definitivo; pele ou mucosa da
trematódeo básico e combate
Os vermes adultos boca;
Esquistossomose dioico, com aos caramujos;
alojam-se A cercária é
ou barriga d’água dimorfismo Evitar entrar em
principalmente no procedente de
sexual e água contaminada;
fígado e nos vasos caramujo planorbídeo,
fecundação A água consumida
sanguíneos o hospedeiro
interna deve ser fervida ou
intermediário
filtrada
Ascaris Tratamento do
lumbricoides; Os vermes adultos paciente,
Parasita vivem no intestino Ingestão de ovos saneamento
monoxênico, delgado; as larvas presentes na água e básico e higiene
Ascaridíase dioico, com percorrem vasos verduras pessoal;
dimorfismo sanguíneos, contaminadas; Consumo de água
sexual e coração e sistema A infestação é passiva fervida ou filtrada;
fecundação respiratório frutas e verduras
interna bem lavadas
Ancilostomose Ancylostoma Os vermes adultos Penetração de larvas Tratamento do
ou amarelão duodenale e vivem no intestino presentes no solo, paciente,
Necator delgado e retiram através da pele ou saneamento
sangue da parede
americanus;
intestinal; mucosas; a infestação básico, uso de
Parasitas
Podem provocar é ativa calçados
monoxênicos
anemia
É o hospedeiro
definitivo;
Os parasitas
adultos são as
filárias, que vivem
em vasos linfáticos;
Com a reprodução Combate ao
são geradas as mosquito
microfilárias, que transmissor e
migram para os cuidados para
Wuchereria
vasos sanguíneos; Feita pela picada do evitar a picada
bancrofti;
Filaríase ou Microfilárias podem mosquito do gênero (repelentes e uso
Parasitas
elefantíase ser sugadas pelos Culex, o hospedeiro de cobertura de
heteroxênicos
mosquitos do intermediário camas);
e dioicos
gênero Culex, de Tratamento dos
hábitos noturnos; pacientes com
Os parasitas procedimentos
obstruem vasos cirúrgicos
linfáticos de
mamas, bolsa
escrotal e
membros;
provocam aumento
desses órgãos
Triquinose Trichinella O ser humano é O homem se Inspeção da carne
spiralis, cujos um hospedeiro contamina ingerindo de porco; não
vermes podem mais raro e pode carne de porco mal comer carne de
viver no apresentar a forma cozida, contendo os porco crua ou mal
intestino de de cistos no fígado cistos da triquinela cozida
porcos; e em músculos;
O macho tem A infestação
cerca de 2 mm costuma ser grave
e a fêmea e pode levar à
chega a morte
apresentar 4
mm;
Com a
fecundação,
são formados
ovos que se
convertem em
larvas;
As fêmeas
eliminam as
larvas no
intestino do
porco e daí
passam para o
sangue através
da parede
intestinal;
Alcançam
tecidos
(fígados e
músculos)
onde se
desenvolvem
em cistos,
dentro dos
quais a larva
se enrola em
espiral
Os vermes adultos
Enterobius podem viver no
vermicularis, intestino grosso do
verme dioico; ser humano; A contaminação ocorre
O macho tem As fêmeas saem com ingestão de ovos Tratamento de
cerca de 5mm através do ânus e presentes em doentes e realizar
e a fêmea depositam ovos; alimentos; a limpeza da roupa
alcança 1 cm; Com isso ocorre Pode ocorrer de cama de
Oxiurose O parasita se prurido na região autoinfestação quando pacientes que
desenvolve no anal; a pessoa coça a apresentam o
intestino As mulheres região perianal e, oxiúro;
grosso do ser podem apresentar posteriormente, leva a Lavar as mãos
humano; São fêmeas do oxiúro mão à boca
animais na vagina, no útero
dioicos e na bexiga
urinária
Larva do
Ancylostoma
braziliensis;
A larva entra na
O verme adulto Os ovos eliminados
pela do ser Tratamento de
é parasita do nas fezes de cães e
humano e pode cães e gatos;
intestino de gatos convertem-se em
permanecer Evitar o contato da
Bicho geográfico cães e gatos; larvas que ficam no
principalmente no pele com areia ou
Os ovos dos solo; essas larvas
tecido subcutâneo, terra onde há
parastias são podem penetrar na
causando irrtação animais soltos
eliminados pele humana
e coceira local
com as fezes
dos cães e
gatos
Capítulo 8 – Cordados

Cordados
• Cordados compreendem dois grandes grupos: os
protocordados (anfioxo e ascídia) e vertebrados, que incluem
peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos;
• Os protocordados:
◦ Os protocordados têm dois principais subfilos:
▪ Cephalochordata (anfioxo);
• O anfioxo é um animal marinho e filtrador;
• O revestimento do corpo é feito pela epiderme, que
também forma o tubo nervoso dorsal;
• A notocorda persiste durante toda a vida do anfioxo;
• O tubo digestório apresenta boca e ânus;
• Na parte interior do tubo digestório, há inúmeras
aberturas laterais, as fendas faringianas (ou fendas
branquiais);
• O sistema circulatório é aberto;
• A excreção ocorre por inúmeros pares de nefrídeos;
• A respiração é cutânea;
• É um animal dioico;
• A fecundação é externa e o zigoto formado gera uma
larva bastante parecida com a forma adulta;
▪ Urochordata ou Tunicata (ascídia):
• A ascídia tem uma fase larval móvel muito parecida com
a do anfioxo;
• A fase larval tem curta duração e gera a forma adulta
séssil;
• A ascídia adulta tem formato arredondado, é revestida
por uma túnica secretada pela epiderme;
• A ascídia também é um animal filtrador;
• São monoicas;
• A fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto;
• Algumas ascídias também apresentam reprodução
assexuada por brotamento;
• Os hemicordados:
◦ Os hemicordados constituem um filo, não pertencente aos
cordados, mas aparentado com eles;
◦ O representante mais conhecido é o balanoglosso, um animal
deuterostômio, assim como os cordados e os equinodermos;
• Os vertebrados:
◦ O filo dos cordados tem três subfilos:
▪ Cephalochordata;
▪ Urochordata;
▪ Craniata (craniados);
◦ Vertebrados são, em sua maioria, dotados de coluna
vertebral e de crânio e são divididos em dois grupos:
▪ Os ciclóstomos, ou agnatostomados (sem mandíbula):
• São animais exclusivamente aquáticos e têm boca com
a forma de funil, dotada de dentículos;
• Esses animais apresentam corpo alongado com uma
nadadeira caudal e nadadeiras dorsais;
• A notocorda persiste durante toda a vida;
• Têm respiração branquial;
• Esses animais são dioicos e apresentam fecundação
externa, com desenvolvimento indireto;
▪ Os gnatostomados, dotados de mandíbulas:
• Os vertebrados apresentam fendas faringianas em pelo
menos uma fase de seu desenvolvimento;
• Possuem arcos branquiais, provavelmente essas
estruturas originaram as mandíbulas;
◦ Peixes:
▪ Há dois grandes grupos de peixes:
• Condríctes:
◦ Têm esqueleto cartilaginoso;
◦ Geralmente não têm opérculo;
◦ As escamas se originam da epiderme e da derme:
▪ A parte epidérmica, mais externa, é o esmalte;
▪ A parte dérmica, mais interna, é a dentina;
• Osteíctes:
◦ São peixes ósseos;
◦ As brânquias dos osteíctes são recobertas pelo
opérculo, uma espécie de tampa que protege as
brânquias, mas permite o fluxo de água;
◦ As escamas dos osteíctes são recobertas pela
epiderme e têm origem dérmica;
▪ Aspectos fisiológicos:
• Peixes são dotados de sistema digestório completo;
• Os condríctes têm cloaca e os osteíctes apresentam
ânus;
• Nos osteíctes, os gametas e a urina são eliminados em
uma estrutura conhecida como papila urogenital,
posterior ao ânus;
• Peixes apresentam sistema circulatório fechado; seu
coração é dotado de duas câmaras, um átrio e um
ventrículo;
• São heterotermos, ou pecilotermos;
• O sistema excretor dos peixes apresenta um rim,
situado em posição dorsal; a urina é eliminada por meio
da cloaca (em condríctes) ou por meio da abertura
urinária da papila urogenital (nos osteíctes);
• Peixes têm respiração branquial;
• As brânquias são estruturas também relacionadas com
a eliminação de excretas;
• Osteíctes excretam amônia e condríctes eliminam ureia;
• Há peixes dipnoicos, como a piramboia, que além de
brânquias têm um pulmão primitivo;
• Peixes ósseos apresentam a bexiga natatória, ou
vesícula gasosa;
• O sistema nervoso é mais complexo do que o dos
ciclóstomos, tendo estruturas sensoriais diversificadas,
como receptores olfativos, olhos e linha lateral;
• O esqueleto dos peixes é leve e isso é bem adaptativo à
vida aquática, pois boa parte da sustentação é
propiciada pela própria água;
• Há espécies de peixes com nadadeiras lobadas, de
aspecto mais carnoso;
• É o caso dos sarcopterígios, que têm uma ligação
evolutiva com os vertebrados terrestres;
▪ Reprodução dos peixes:
• Os condríctes têm fecundação interna;
• O desenvolvimento é variável, podendo haver espécies
ovíparas, vivíparas ou ovovivíparas;
• Nos osteíctes, ocorre fecundação externa;
• O embrião desenvolve-se em formas jovens
denominadas alevinos; há espécies vivíparas;
◦ Anfíbios:
▪ Os anfíbios correspondem a um grupo de transição entre o
meio aquático e o meio terrestre;
▪ As aquisições evolutivas mais significativas que deram
origem aos anfíbios foram principalmente no sistema
circulatório, no esqueleto, na excreção e no tegumento;
▪ Sistema circulatório e temperatura:
• O coração dos anfíbios tem três cavidades:
◦ Dois átrios e um ventrículo;
• São pecilotermos, ou heterotermos;
▪ Esqueleto:
• Anfíbios têm esqueleto mais robusto do que o dos
peixes e suporta a ausência de sustentação
proporcionada pela água;
• Apresentam membros capazes de realizar
deslocamento em meio terrestre, principalmente com
movimentos saltatórios;
▪ Excreção:
• Muitos anfíbios têm fase larval aquática (girinos), que
excretam principalmente amônia;
• Normalmente, anfíbios adultos ssão de meio terrestre
húmido e excretam ureia;
▪ Repiração:
• A larva apresenta respiração branquial e cutânea;
• Enquanto os adultos terrestres têm respiração cutânea e
pulmonar;
▪ Tegumento:
• O revestimento do corpo é constituído pela pele, que é
fina, úmida e permeável;
• Esse tipo de pele permite a realização de trocas
gasosas, mas tona os anfíbios restritos a ambientes
terrestres húmidos;
• Muitas espécies têm glândulas produtoras de veneno;
▪ Sistema nervoso:
• O sistema nervoso é mais desenvolvldo que o dos
peixes;
• A linha lateral está presenta na larva, mas desaparece
durante a metamorfose;
• Nos adultos, há membranas timpânicas externas e
evisíveis, conferindo ao adulto a capacacidade de
captar os sons do ambiente terrestre;
• Os olhos dos anfíbios são bem desenvolvidos;
▪ Sistema digestório:
• Larvas de sapos alimentam-se de algas e vegetais
aquáticos;
• sapos adultos alimentam-se de insetos;
• Projetam sua longa língua e capturam pequenos
animais que são engolidos sem ser realizada a
mastigação;
• Existe uma cloaca, por onde são eliminadas as fezes, a
urina e os gametas;
▪ Classificação e reprodução:
• Há três ordens de anfíbios:
◦ Anuros:
▪ Incluem sapos, rãs e pererecas;
◦ Urodelos:
▪ Incluem as salamandras e os tritões;
◦ Ápodes:
▪ Têm o corpo cilíndrico e não possuem patas, como
a cobra-cega;
▪ Os ovos não têm casca e são bastante suscetíveis ao
dessecamento;
▪ Os embriões desenvolvem-se em larvas (girinos);
▪ O girino sofre metamorfose e desenvolve um indivíduo
adulto;
◦ Répteis:
▪ As aquisições evolutivas mais significativas que deram
origem aos répteis foram no esqueleto, na excreção, na
respiração, na reprodução e no tegumento;
▪ Esses aspectos estão relacionados com a conquista do
ambiente terrestre pelos répteis;
▪ Sistema circulatório e temperatura:
• O oração da maioria dos répteis têm três cavidades:
◦ Dois átrios e um ventrículo parcialmente dividido;
• Nos crocodilos, o coração apresenta quatro cavidades;
• Répteis são vertebrados pecilotermos, ou heterotermos;
▪ Esqueleto:
• Houve uma notável expansão da caixa torácica e
aumento do volume dos pulmões;
• Os membros tornaram-se mais robustos, permitindo
maior mobilidade em meio terrestre;
• Os membros dos répteis têm uma disposição arqueada
em relação ao eixo do corpo;
▪ Excreção e respiração:
• Répteis excretam ácido úlrico;
• A respiração é pulmonar;
▪ Tegumento:
• A epiderme é espessa, seca, impermeável, pobre em
glândulas e anexos;
• Esse tipo de pele torna os répteis capazes de sobreviver
em ambiente terrestre seco;
▪ Sistema nervoso:
• O encéfalo é mais desenvolvido do que o dos anfíbios;
• Os olhos são bem desenvolvidos e protegidos pela
membrana nictante;
• A língua de serpentes e lagartos coleta substâncias no
ar e as conduz para a cavidade da boca onde há
recptores químicos (órgão de Jacobson);
• Em serpentes, há a fosseta loreal, uma estrutura
sensível à radiação infravermelha;
▪ Sistema digestório:
• Tartarugas e jabutis apresentam bico, alguns répteis
têm dentes;
• Uma especialização é constatada em serpentes
peçonhentas, com presas inoculadoras de veneno;
• Geralmente comem presas inteiras ou comem grandes
pedaços;
▪ Classificação e reprodução:
• Os répteis são divididos em três ordens:
◦ Escamados:
▪ Dividem-se em:
• Lacertílios: lagartos e iguanas;
• Ofídios: as serpentes;
◦ Quelônios:
▪ Compreendem as tartarugas, os cágados e os
jabutis;
◦ Crocodilianos:
▪ Incluem crocodilos, jacarés, aligatores e gaviais;
• Répteis são dioicos, de fecundação interna e
desenvolvimento direto;
• Há serpentes vivíparas, mas os répteis geralmente são
ovíparos;
• Os ovos têm casca rígida e apresentam grande
quantidade de vitelo (gema), sendo classificados como
megalécitos;
• A casca confere proteção mecânica e impede o
ressecamento; mas também é porosa, permitindo a
realização de trocas gasosas com o ambiente;
• O embrião tem anexos embrionários (âmnio, alantoide,
saco vitelínico e cório);
◦ Aves:
▪ Aves são relacionadas com os répteis, já que esses
grupos compartilham diversas características;
▪ Mas ela também apresentam diferenças expressivas em
relação aos répteis;
▪ Muitas das aquisições evolutivas das aves estão
relacionadas com o desenvolvimento do voo;
▪ Sistema circulatório e temperatura:
• Em relação à temperatura, as aves são animais
homeotermos;
▪ Esqueleto:
• O esqueleto das aves geralmente tem ossos leves,
alguns contêm ar (ossos pneumáticos);
• Os membros anteriores são modificados em asas e os
membros posteriores permitem o deslocamento
apoiados em um substrato;
• A quilha é uma estrutura na qual prendem-se os
músculos peitorais;
▪ Excreção:
• Aves excretam ácido úlrico e não apresentam bexiga
urinária;
• Algumas aves marinhas têm glândulas de sal, situadas
na cabeça;
▪ Respiração:
• Aves têm respiração exclusivamente pulmonar;
• Seus pulmões são ligados a sacos aéreos (anteriores e
posteriores);
• Entre os sacos aéreos há parabronquíolos, onde
ocorrem as trocas gasosas com o sangue;
▪ Tegumento:
• A pela das aves apresenta epiderme, derme e
hipoderme;
• A hipoderme corresponde a uma camada de células
adiposas sob a derme.
• A gordura atua como um isolante térmico, uma reserva
energética e contribui para a flutuação em meio
aquático;
• A epiderme é bastante queratinizada, seca e
impermeável;
• A epiderme apresenta anexos, como penas, garras,
bicos e escamas;
• A epiderme tem muita qeuratina e é pobre em glândulas;
• Na região caudal de muitas aves, há glândulas
uropigianas, que produzem uma secreção oleosa;
• As penas têm queratina;
• As penas apresentam várias funções:
◦ Atração sexual, sendo os machos geralmente mais
vistosos do que as fêmeas (dimorfismo sexual);
◦ As penas aumentam a superfície do corpo,
contribuindo para a realização do voo;
◦ Aves podem reter ar entre as penas;
◦ E o ar atua como um eficiente isolante térmico;
▪ Sistema nervoso:
• Possuem cerebelo, visão e audição bastante
desenvolvidos;
▪ Sistema digestório:
• Aves apresentam bicos e não têm dentes;
• Seu sistema digestório apresenta esôfago, papo,
proventrículo, moela, intestino e cloaca;
▪ Classificação e reprodução:
• As aves são divididas em dois grandes grupos:
◦ Carinatas:
▪ Dotadas de quilha, tendo originalmente
capacidade de voar;
◦ Ratitas:
▪ Não apresentam quilha e não têm a capacidade de
voar;
• São animais dioicos, têm fecundação interna e são
ovíparas;
• Os ovos são semelhantes ao dos répteis, com casca
calcárea, membrana da casca, gema (vitelo) e clara;
• O desenvolvimento é direto;
◦ Mamíferos:
▪ Mamíferos descendem de um linhagem de répteis e têm
características reptilianas, como pele queratinizada e
respiração pulmonar;
▪ Sistema circulatório e temperatura:
• O sistema circulatório apresenta coração dotado de
quatro cavidades (dois átrios e dois ventrículos);
• Mamíferos são endotérmicos;
▪ Esqueleto:
• Mamíferos excretam principalmente ureia;
▪ Respiração:
• A respiração é exclusivamente pulmonar;
• Os pulmões de mamíferos têm grande superfície e são
dotados de alvéolos pulmonares;
• Possuem diafragma;
▪ Tegumento:
• O tegumento dos mamíferos apresenta epiderme e
derme;
• Sob a derme há uma camada de gordura (hipoderme);
• A epiderme é queratinizada e apresenta diversos
anexos, como pelos, unhas e cornos;
• Os pelos são estruturas de proteção mecânica e atuam
como isolante térmico;
• Outros anexos da epiderme são as glândulas
sudoríparas, sebáceas e mamárias;
▪ Sistema nervoso:
• O sistema nervoso dos mamíferos é mais complexo,
tendo grande desenvolvimento do encéfalo;
• mamíferos têm órgãos dos sentidos desenvolvidos e
diversas estruturas sensoriais;
▪ Sistema digestório:
• O sistema digestório dos mamíferos mostra grande
especialização, permitindo uma intensa variedade de
tipos de nutrição;
• Os dentes são mais especializados do que os dos
répteis, mas alguns representantes não possuem
dentes;
• Mamíferos em geral apresentam ânus;
• O ornitorrinco é dotado de cloaca;
▪ Classificação e reprodução:
• Mamíferos são dioicos, apresentam fecundação interna
e têm desenvolvimento direto;
• Compreendem três subclasses:
◦ Monotremados:
▪ Os monotremados ou prototérios são o ornitorrinco
e a équidna;
▪ São mamíferos que põem ovos (ovíparos), que são
chocados pela mãe;
◦ Marsupiais:
▪ Os marsupiais ou metatérios têm como
representantes o coala, o canguru, o gambá, o
vombate e o diabo-da-tasmânia;
▪ As crias nascem de tamanho bastante reduzido e
depois migram para uma bolsa da mãe, conhecida
como marsúpio, onde estão as glândulas
mamárias;
◦ Placentários:
▪ Os placentários ou eutérios são os mamíferos mais
abundantes, como roedores, carnívoros e
primatas;
▪ O embrião desenvolve-se no interior do útero e
realiza trocas gasosas com o organismo da mãe
por meio da placenta;

Os anexos embrionários
• O ovo de répteis, aves e monotremados tem uma estrutura
silimar;
• O embrião gera membranas, conhecidas como anexos
embrionários;
• Há quatro anexos embrionários principais:
◦ Âmnio:
▪ Delimita a cavidade amniótica, cheia de líquido e permite
proteção contra desidratação e contra abalos mecânicos;
◦ Saco vitelínico:
▪ Envolve a gema (vitelo) e seus vasos sanguíneos
absorvem os nutrientes da gema e da clara, transportando-
as ao ambrião;
◦ Alantoide:
▪ Acumula excreta nitrogenadas (ácido úlrico), gerados no
metabolismo do embrião;
◦ Cório:
▪ Envolve o âmnio (que fica ao redor do embrião) e os
demais anexos (alantoide e saco vitelínico);
• A casca também fornece cálcio para o desenvolvimento do
embrião; seu transporte é feito pelos vasos do cório e do
alantoide;
• Nos mamíferos placentários, uma região do cório e do
endométrio sofre grande modificação e origina a placenta; trata-
se de uma estrutura da origem mista, com parte do filho (cório) e
parte da mãe (endométrio);
Capítulo 9 – Fisiologia da digestão

• O sistema digestório transforma o alimento em partículas que


podem ser transferidas para o sangue, que nutre os tecidos;
• O sistema digestório é compreendido pelo tubo digestório e
glândulas anexas (glândulas salivares, fígado e pâncreas);
• O tubo digestório é constituído pela boca, pela faringe, pelo
esôfago, pelo estômago, pelo intestino delgado, pelo intestino
grosso, pelo reto e pelo ânus;
• O processo digestivo:
◦ O alimento ingerido passa por processos químicos e por
processos mecânicos;
◦ Processos mecânicos não alteram a composição química do
alimento;
◦ Processos químicos alteram a composição química dos
alimentos e envolvem a participação de enzimas digestivas;
◦ De uma maneira geral, há uma classificação das enzimas que
hidrolisam os seguintes alimentos:
▪ Amido: amilase;
▪ Dissacarídeos: dissacaridases;
▪ Proteínas: proteases;
▪ Peptídeos: peptidases;
▪ Lipídeos: lipases;
◦ Boca:
▪ Na boca, ocorre a mastigação, a insalivação e a deglutição
do alimento;
▪ A saliva contém a enzima amilase salivar, ou ptialina, que
atua em pH neutro; essa enzima hidrolisa amido, gerando
inúmeras moléculas de maltose;
◦ Estômago:
▪ A parede estomacal é revestida por uma camada de
células, recobertas por um muco protetor;
▪ O estômago tem células secretoras de muco, células
parietais (produzem ácido clorídrico) e células principais
(geram pepsinogênio); pepsinogênio e ácido clorídrico são
componentes do suco gástrico, que apresenta pH em torno
de 2;
▪ O pepsinogênio é uma enzima inativa que é convertida em
uma forma ativa, a pepsina, na presença de ácido
clorídrico;
▪ A pepsina hidrolisa proteínas, gerando peptídeos menores;
▪ O alimento no estômago converte-se no quimo;
▪ O desenvolvimento de úlceras está associado à atividade
da bactéria Helicobacter pilori;
▪ O tratamento de úlceras envolve o emprego de
antibióticos;
◦ Duodeno:
▪ O duodeno é um tubo que recebe secreções do fígado
(bile), do pâncreas (suco pancreático) e da parede do
próprio duodeno (suco entérico);
▪ A bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula
biliar; não tem enzimas digestivas; possui sais biliares e
bicarbonato de sódio; contribui para a alcalinização do
duodeno e emulsifica gorduras;
▪ A emulsificação consiste na fragmentação de blocos de
gordura;
▪ O suco pancreático tem bicarbonato de sódio e enzimas:
• Amilase;
• Lipase;
• Tripsina;
• Quimiotripsina;
• Peptidades;
▪ Três enzimas pancreáticas chegam ao duodeno em sua
forma inativa:
• Tripsinogênio, quimiotripsinogênio e propeptidades;
▪ Com a presença da enteroquinase, há a conversão do
tripsinogênio em tripsina;
▪ A tripsina é responsável pela conversão do
quimiotripsinogênio em quimiotripsina e de propeptidades
em peptidades;
▪ A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam proteínas, gerando
peptídeos;
▪ Peptidades hidrolisam peptídeos, convertendo-os em
aminoácidos;
▪ A seguir, é apresentada uma tabela com as enzimas do
processo digestório:

Substrato
Estrutura Local de Produtos
Enzima hidrolisad
produtora atuação obtidos
o
Glândulas Cavidade da Amilase salivar ou Várias moléculas
Amido
salivares boca; meio neutro ptialina de maltose
Cavidade
estomacal; meio
Estômago Pepsina Proteínas Peptídeos
ácido, com pH em
torno de 2
Não tem enzimas;
Gotículas de
possui
gorduras
Fígado bicarbonato de Gordura
(processo de
sódio e sais
emulsificação)
biliares
Quimiotripsina Proteínas Peptídeos
Tripsina Proteínas Peptídeos
Amilase Várias moléculas
Amido
pancreática de maltose
Pâncreas Cavidade do
Lipase Ácidos graxos e
duodeno; meio Gordura
pancreática glicerol
alcalino, com pH
em torno de 8,5 Peptidades Peptídeos Aminoácidos
Nucleases DNA e RNA Nucleotídeos
Pentoses, fostato
Nucleotidases Nucleotídeos e bases
nitrogenadas
Parede Sacarase Sacarose Glicose e frutose
duodenal
Maltase Maltose Glicose e glicose
Glicose e
Lactase Lactose
galactose

◦ Absorção:
▪ Muitos nutrientes são transferidos para vasos sanguíneos ou
linfáticos da parede de alguns órgãos do tubo digestório,
principalmente no intestino delgado e em parte do intestino
grosso;
▪ O intestino delgado apresenta vilosidades intestinais, abaixo
das quais, há uma rede de capilares sanguíneos e de
capilares linfáticos;
▪ O revestimento das vilosidades é constituído por uma
camada de células, que apresentam microvilosidades,
estruturas que aumentam a superfície das células;
▪ No intestino delgado, ocorre absorção de moléculas que
envolvem transporte ativo e transporte passivo,
principalmente osmose;
▪ Os capilares linfáticos estão associados à absorção de
gorduras;
▪ No intestino grosso, ocorre a absorção de sais e de água;
◦ Eliminação de resíduos:
▪ A celulose não é digerida; ela contribui para o aumento da
motilidade intestinal, retém água e facilita a eliminação de
fezes;
▪ No intestino grosso, há uma grande quantidade de bactérias
que constituem a flora intestinal;
▪ O ânus apresenta dois anéis musculares, os esfíncteres, que
controlam a saída de fezes;
◦ Hormônios relacionados com o processo digestivo:
▪ A secreção de suco gástrico é estimulada pelo nervo vago;
▪ Alguns hormônios atuam na regulação das secreções do
estômago, do pâncreas e do fígado;
▪ Esses hormônios são produzidos na parede do estômago
(gastrina) e do duodeno (secretina, colecitocinina e
enterogastrona);
◦ Vitaminas:
▪ As vitaminas constituem um grupo quimicamente muito
diversificado e com vários papéis no metabolismo;
▪ Vitaminas são substâncias que o organismo não é capaz de
sintetizar e devem ser obtidas na dieta;
▪ As vitaminas são divididas em dois grandes grupos:
• Lipossolúveis:
◦ A, D, E e K;
◦ Dissolvem-se em lipídeos e solventes orgânicos;
• Hidrossolúveis:
◦ C e vitaminas do complexo B;
◦ Dissolvem-se em água;
◦ Seu excesso é eliminado com certa facilidade na urina;
◦ Várias vitaminas do complexto B atuam como
coenzimas, isto é, associam-se a certas enzimas e
permitem que elas atuem como catalisadores;
Capítulo 10 – O sistema respiratório pulmonar

• O sistema respiratório pulmonar é o responsável pelas trocas


gasosas entre o organismo e o ambiente;
• A hematose corresponde às trocas gasosas que acontecem no
pulmão;
• Os componentes desse sistema são:
◦ Cavidade nasal:
▪ Responsável pela umidificação e o aquecimento do ar por
meio de seu revestimento com epitélio bastante
vascularizado;
◦ Faringe:
▪ Tem três segmentos:
• Nasofaringe (localizada próxima da cavidade nasal);
• Orofaringe (próxima à cavidade bucal);
• Laringofaringe (próxima à laringe);
▪ Revestida de mucosa, nela estão presentes as tonsilas
faringianas (adenoides) e palatinas (amígdalas),
relacionadas com a defesa do organismo;
◦ Laringe:
▪ Revestida de cartilagem, tem abertura denominada glote;
▪ Há a epiglote (válvula que fecha a laringe, isolando o
sistema respiratório durante a deglutição) e a úvula
(válvula que impede a entrada de ar proveniente da
cavidade nasal durante a deglutição);
▪ Na laringe, estão localizadas as cordas vocais;
◦ Traqueia:
▪ Tem função de manter sempre aberta a passagem do ar,
por isso, consiste de um cilindro recoberto por anéis
cartilaginosos;
▪ Possui epitélio de células produtoras de muco
(responsável pela retenção de partículas) e células ciliadas
(os cílios são responsáveis por expelir o muco);
◦ Brônquios:
▪ Bifurcação da traqueia visando dar acesso aos pulmões;
▪ Têm parede com musculatura lisa (de contração
involuntária) e revestimento com cílios e tecido produtor de
muco);
◦ Bronquíolos:
▪ São ramificações dos brônquios e têm as mesmas
características de revestimento deles;
◦ Alvéolos pulmonares:
▪ Pequenas bolsas localizadas nas extremidades dos
bronquíolos, nas quais ocorrem as trocas de gases com os
capilares sanguíneos;
◦ Pulmões:
▪ Órgãos esponjosos e divididos em lobos (pulmão direito:
três lobos; esquerdo: dois lobos);
▪ São responsáveis pelo conjunto de trocas gasosas de um
indivíduo e são protegidos pela pleura e caixa torácica;
• Mecânica dos movimentos respiratórios:
◦ Movimentos realizados por músculos (diafragma e
intercostais) que alteram o volume da caixa torácica:
▪ Inspiração:
• Entrada de ar decorrente do aumento de volume e da
diminuição da pressão interna dos pulmões;
▪ Expiração:
• Saída de ar decorrente da diminuição de volume e do
aumento da pressão interna dos pulmões;
• Controle dos movimentos respiratórios:
◦ Movimentos voluntários (mas automáticos) controlados pelo
centro respiratório (no bulbo, componente do encéfalo), que é
sensível ao pH do sangue, alterando a concentração de gás
carbônico:
▪ Elevada concentração de CO2 resulta em diminuição do
pH (aumento de íons H+) e aumento do ritmo respiratório;
▪ Diminuição da concentração de CO2 resulta em aumento
de pH (redução de íons H+) e diminuição dos movimentos
respiratórios;
▪ Receptores na parede das carótidas e aorta:
• Enviam informações sobre a concentração de O2 ao
centro respiratório, provocando aumento (quando há
redução da concentração de O2) ou redução (quando há
elevação da concentração de O2) da ventilação
pulmonar;
Capítulo 11 – Sistema circulatório

• Sistema circulatório:
◦ Em todos os grupos zoológicos, tem como função principal o
transporte de substâncias pelo corpo;
◦ Em vertebrados, também participa da defesa do organismo,
em função da presença dos anticorpos;
◦ É constituído por:
▪ Sangue:
• Tecido conjuntivo composto de parte líquida (plasma) e
de elementos particulados (células e plaquetas);
• Plasma:
◦ Tem coloração amarela e sua função é possibilitar o
transporte das células e de outros elementos
presentes no sangue;
• Glóbulos vermelhos:
◦ Chamados de hemácias ou eitrócitos;
◦ Responsáveis pelo transporte dos gases envolvidos
na respiração (gás carbônico e oxigênio) pelo
organismo;
• Glóbulos brancos:
◦ Chamados de leucócitos;
◦ Responsáveis por participar do mecanismo de defesa
do organismo contra agentes externos;
• Plaquetas:
◦ Fragmentos de células da medula óssea com a
função de atuar nos processos de coagulação;
▪ Coração:
• Órgão dotado de parede muscular (miocárdio – músculo
estriado cardíaco) responsável pela circulação do
sangue;
• Sua parede interna é revestida pelo endocárdio e
externamente é envolvido pelo pericárdio;
• Possui átrios que recebem sangue e ventrículos que
enviam sangue a outras partes do corpo;
▪ Vasos sanguíneos:
• Responsáveis pela distribuição de sangue pelo corpo;
• Artérias:
◦ Possuem revestimento interno constituído por
endotélio, fibras musculares lisas (de contração
involuntária), elásticas e de colágeno;
◦ Levam sangue do coração aos tecidos, ramificando-
se em arteríolas;
• Veias:
◦ Possuem revestimento interno com endotélio
delgado, menor quantidade de fibras musculares e
elásticas e válvulas que impedem o retorno do
sangue;
◦ Trazem sangue ao coração (dependendo também da
contração de músculos esqueléticos) proveniente de
vênulas;
• Capilares:
◦ Vasos de diâmetro muito reduzido com revestimento
constituído apenas de endotélio, que apresenta
parede bastante delgada;
◦ Possibilitam a troca de materiais entre o sangue e o
fluido intersticial, que banha os tecidos;
• Controle da temperatura:
◦ Realizado por meio da variação do diâmetro de arteríolas
próximas da superfície corporal;
◦ Temperatura ambiente baixa:
▪ Arteríolas sofrem constrição e o sangue circula em menor
quantidade junto à periferia do corpo para reduzir
dissipação de calor;
▪ Há elevação da pressão arterial;
◦ Temperatura mais elevada:
▪ Arteríolas periféricas sofrem dilatação e o sangue circula
em maior quantidade na superfície do corpo, aumento a
dissipação de calor;
▪ Há queda na pressão arterial;
• Sistema circulatório dos vertebrados:
◦ Apresenta aumento gradual na complexidade dos sistemas
de acordo com o grupo;
◦ As distinções são feitas de acordo com o número de vezes
que o sangue passa no coração para dar uma volta completa
pelo organismo e a mistura ou não de sangue;
◦ Por isso, são considerados dois tipos de sangue:
▪ Sangue arterial:
• Rico em gás oxigênio e pobre em gás carbônico
(proveniente de estruturas respiratórias);
▪ Sangue venoso:
• Rico em gás carbônico e pobre em gás oxigênio
(provém de outros tecidos);
◦ Tipos de circulação:
▪ Circulação incompleta:
• Há mistura de sangue venoso com sangue arterial;
▪ Circulação completa:
• Não há mistura de sangue venoso com arterial;
▪ Circulação simples:
• O sangue passa uma única vez pelo coração para dar
uma volta pelo organismo;
• Presença de um átrio no coração;
▪ Circulação dupla:
• O sangue passa duas vezes pelo coração para
completar uma volta pelo organismo;
• Presença de dois átrios no coração;
◦ Grupos zoológicos:
▪ Peixes:
• Coração com duas cavidades: um átrio e um ventrículo;
• Circulação completa e simples;
• Caminho do sangue:
◦ Átrio (sangue é venoso) → ventrículo (sangue é
venoso) → brânquias (sangue passa a ser arterial) →
tecidos do corpo (sangue arterial torna-se venoso) →
átrio (novamente venoso);
▪ Anfíbios:
• Coração com três cavidades: dois átrios e um ventrículo;
• Circulação incompleta e dupla;
• Caminhos do sangue (são percorridos dois caminhos
que se encontram no ventrículo):
◦ Primeiro caminho:
▪ Átrio esquerdo (sangue arterial vindo das
estruturas respiratórias) → ventrículo (mistura do
sangue e envio para os dois caminhos) → tecidos
do corpo (sangue arterial torna-se venoso) → átrio
direito (sangue venoso);
◦ Segundo caminho:
▪ Átrio direito (sangue venoso vindo dos tecidos) →
ventrículo (mistura do sangue e envio para os dois
caminhos) → pulmões e pele (sangue venoso
torna-se arterial) → átrio esquerdo (sangue
arterial);
▪ Maioria dos répteis:
• Coração com três cavidades: dois átrios e um ventrículo
parcialmente dividido (esboço de separação – septo de
Sabatier);
• Circulação incompleta e dupla;
• Caminhos do sangue (são percorridos dois caminhos
que se encontram):
◦ Primeiro caminho:
▪ Átrio esquerdo (sangue arterial vindo dos pulmões)
→ ventrículo (mistura do sangue e envio para os
dois caminhos) → tecidos do corpo (sangue
arterial torna-se venoso) → átrio direito (sangue
venoso);
◦ Segundo caminho:
▪ Átrio direito (sangue venoso vindo dos tecidos) →
ventrículo (mistura do sangue e envio para os dois
caminhos) → pulmões (sangue venoso torna-se
arterial) → átrio esquerdo (sangue arterial);
▪ Crocodilianos:
• Coração com quatro cavidades: dois átrios e dois
ventrículos;
• Circulação incompleta e dupla;
• Caminhos do sangue (são percorridos dois caminhos
que se encontram):
◦ Primeiro caminho:
▪ Átrio esquerdo (sangue arterial vindo dos pulmões)
→ ventrículo esquerdo (sangue arterial) → tecidos
do corpo (sangue misturado; arterial torna-se
venoso) → átrio direito (sangue venoso);
◦ Segundo caminho:
▪ Átrio direito (sangue venoso vindo dos tecidos) →
ventrículo direito (sangue venoso) → pulmões
(sangue misturado, venoso torna-se arterial) →
átrio esquerdo (sangue arterial);
• Apesar de percorrer dois caminhos, os tipos de sangue
(venoso e arterial) são misturados, pois na saída do
coração as duas aortas se comunicam por um orifício (o
forame de Panizza);
• Na aorta dorsal, também há mistura;
▪ Aves e mamíferos:
• Coração com quatro cavidades: dois átrios e dois
ventrículos;
• Circulação completa e dupla; tipo de circulação que está
associado à homeotermia;
• Caminhos do sangue (são percorridos dois caminhos
que se encontram):
◦ Primeiro caminho:
▪ Átrio esquerdo (sangue arterial vindo dos pulmões)
→ ventrículo esquerdo (sangue arterial) → tecidos
do corpo (sangue arterial torna-se venoso) → átrio
direito (sangue venoso);
◦ Segundo caminho:
▪ Átrio direito (sangue venoso vindo dos tecidos) →
ventrículo direito (sangue venoso) → pulmões
(sangue venoso torna-se arterial) → átrio esquerdo
(sangue arterial);
◦ Artéria aorta é a primeira artéria proveniente do coração, que
distribuirá o sangue arterial para o corpo;
◦ Nas aves, a aorta curva-se para a direita;
◦ Nos mamíferos, curva-se para a esquerda;
◦ A curvatura da aorta é conhecida com croça da aorta;
• Circulação humana:
◦ Acontece da mesma maneira que nos outros mamíferos;
◦ Apresenta dois ciclos distintos:
▪ Pequena circulação: sai do coração, vai aos pulmões e
retorna ao coração);
▪ Grande circulação: saída de sangue do coração, seu
percurso pelo resto do corpo e retorno ao coração;
◦ Outros detalhes da circulação e estruturas do sistema
circulatório humano podem ser citados:
▪ Ventrículo:
• Mais espesso que o átrio;
• Esquerdo com musculatura mais desenvolvida que o
direito;
▪ Carótida:
• Artéria que leva sangue à cabeça;
▪ Jugulares:
• Veias que trazem sangue venoso da cabeça ao coração;
▪ Válvulas:
• Impedem o refluxo de sangue dos ventrículos para os
átrios;
• A mitral (ou biscúspide) divide o lado esquerdo do
coração; a tricúspide divide o lado direito;
• São responsáveis pelo ruído dos batimentos cardíacos;
▪ Sístole:
• Contração das câmaras do coração;
▪ Diástole:
• Dilatação das câmaras do coração;
▪ Bradicardia:
• Batimentos cardíacos lentos;
▪ Taquicardia:
• Batimentos cardíacos raídos;
◦ Controle dos batimentos cardíacos:
▪ Realizado (nos humanos) por estímulos originados em
estruturas do próprio coração;
▪ Nódulo sinoatrial:
• Localizado na parede do átrio direito, determina a
contração dos átrios;
▪ Nódulo atrioventricular:
• Localizado no átrio direito;
• Dele partem ramificações – feixe de His – que
determinam a contração dos ventrículos;
▪ O controle do rítmo cardíaco pode ser alterado também por
estímulos nervosos provenientes do sistema nervoso
central, por meio de dois nervos do sistema nervoso
autônomo:
• Parassimpático (que produz bradicardia);
• Simpático (que produz taquicardia);
Capítulo 12 – Sangue

• O sangue é um tecido conjuntivo formado por um aparte líquida


(plasma) e pelos elementos figurados (glóbulos vermelhos,
glóbulos brancos e plaquetas);
◦ Plasma:
▪ Corresponde a cerca de 55% do volume do sangue;
▪ É constituído pela linfa (líquido com algumas proteínas e
glóbulos brancos) e diversos materiais dissolvidos
(hormônios, gases, excretas (ureia), íons, glicose,
aminoácidos, lipídeos e proteínas);
▪ A linfa é recolhida pelos capilares do sistema linfático e
transportada até os linfonodos, em que será filtrada e
devolvida ao sangue através de veias;
▪ Albumina:
• Proteína plasmática mais abundante;
• Confere viscosidade e atua nos processos osmóticos;
▪ Globulinas:
• Proteínas relacionadas à defesa do organismo que
incluem os anticorpos;
◦ Glóbulos vermelhos:
▪ Células anucleadas chamadas de hemácias ou eritrócitos;
▪ Responsáveis por auxiliar na respiração celular,
transportando pelo organismo (fixados na hemoglobina –
uma proteína com átomo de ferro) oxigênio e gás
carbônico;
▪ São produzidos na medula óssea (ou no fígado, no caso do
embrião), a partir de células precursoras chamadas
eritroblastos (dotadas de núcleo e capacidade mitótica);
▪ Duram cerca de 120 dias, tendo suas estruturas
reaproveitadas pelo baço em processo conhecido como
hemocatarese (produzindo novas moléculas de
hemoglobina ou componentes da bile);
▪ Eritropenia é a redução no número de hemácias e anemia
é a redução no número de hemácias ou do teor de
hemoglobina;
◦ Glóbulos brancos:
▪ Células também chamadas de leucócitos;
▪ Fazem parte do mecanismo de defesa do organismo;
▪ São gerados na medula óssea, a partir de células
precursoras chamadas mieloblastos;
▪ Existem leucócitos de vários tipos e podem ser
encontrados em maiores quantidades quando o organismo
está doente;
▪ Leucocitose corresponde ao aumento de leucócitos e
leucopenia à redução;
▪ Existem dois grandes grupos de leucócitos:
• Granulócitos:
◦ Possuem citoplasma com vesículas, núcleo
segmentado;
◦ Há três tipos:
▪ Neutrófilos:
• São mais abundantes e responsáveis pela
fagocitose de microrganismos;
▪ Basófilos:
• Têm como função evitar a ocorrência de
reações alérgicas;
▪ Eosinófilos:
• Estão relacionados ao combate de vermes
parasitas;
• Agranulócitos:
◦ Não apresentam grânulos no citoplasma;
◦ São de dois tipos:
▪ Linfócitos:
• Células menores, alguns participam do processo
de produção dos anticorpos;
▪ Monócitos:
• Também realizam fagocitose (convertendo-se
em macrófagos);
• Podem atravessar capilares sanguíneos
(diapedese);
◦ Plaquetas:
▪ Fragmentos de células também chamados de trombócitos;
▪ São produzidas na medula óssea a partir de células
precursoras (megacariócitos ou megacarioblastos) que se
fragmentam;
▪ As plaquetas possuem tromboplastina, proteína que
desencadeia o processo de coagulação;
▪ A coagulação acontece quando há o rompimento de vasos
sanguíneos, através da formação de coágulos; a formação
de coágulos segue alguns passos:
• Agregação de plaquetas:
◦ Acontece no local ferido;
• Formação da rede de fibrina:
◦ Filamentos dessa proteína (insolúvel em água)
envolvem as plaquetas, fechando o local lesado e
estancando o sangramento;
◦ Para a conversão da fibrina em sua forma solúvel,
são realizadas reações químicas:
▪ O fibrinogênio (produzido no fígado e presente no
plasma na forma solúvel) é convertido em fibrina:
• A reação é catalisada pela enzima trombina
(forma ativa), dependente da presença de íons
cálcio, que é originada da protrombina (forma
inativa produzida pelo fígado com a presença de
vitamina K):
◦ A reação de ativação da enzima depende de
outra enzima: a tromboplastina;
• O transporte de gases envolve o O2 (obtido dos alvéolos
pulmonares) e o CO2 (obtido das células após a respiração
celular); O sangue intermedia o processo de respiração,
transportando seus gases:
◦ Transporte de oxigênio:
▪ O2 (obtido dos alvéolos) é ligado à hemoglobina (Hb) –
formação da oxiemoglobina (HbO2);
◦ Transporte de gás carbônico:
▪ CO2 (obtido das éculas dos tecidos) é ligado à
hemoglobina (Hb) – formação da carboemoglobina
(HbCO2) – mas sua maior parte é transportada dissolvida
no plasma, como bicarbonato – HCO3-;
▪ A formação do bicarbonato é resultado da união do CO2
com água, formando o ácido carbônico (H2CO3) e sua
posterior dissociação em íons H+ e HCO3- (alterando o pH
do sangue);
• A troca de materiais:
◦ Ocorre nos capilares sanguíneos;
◦ É realizada em função de diferença de pressão entre os
capilares e o espaço intersticial;
◦ Pressão do sangue:
▪ Força a saída de líquido para o espaço intersticial (junto
com íons e moléculas pequenas, como glicose e
aminoácidos);
◦ Permanência de proteínas no plasma:
▪ Diferença de concentrações resulta na pressão
coloidosmótica, que promove o retorno de líquido para o
interior do capilar;
◦ O líquido que permanece no espaço intersticial retorna ao
sangue através do sistema linfático (localizado paralelamente
ao sistema circulatório), por diferença de concentração (o
sangue mais concentrado força o retorno do líquido);
Capítulo 13 – Sistema imunitário

• O organismo está exposto a muitos agentes potencialmente


perigosos do ambiente, mas possui barreiras que evitam a
entrada de invasores;
• Dentre elas, podem ser citados a pele, as mucosas, a saliva, a
lágrima, os cílios e pelos, e as enzimas digestivas;
• O sistema imunitário protege o organismo dos agentes que
conseguem ultrapassar as barreiras anteriores; esse sistema
realiza a defesa através de células especializadas (como
leucócitos e macrófagos) e possui órgãos primários e órgãos
secundários):
◦ Órgãos primários:
▪ Neles há a produção e a maturação de células de defesa;
▪ Medula óssea:
• Conhecida como tutano;
• É um tecido esponjoso localizado no interior de alguns
ossos;
▪ Timo:
• Órgão pequeno localizado atrás do osso esterno;
• Diminui ao longo da vida;
◦ Órgãos secundários:
▪ Recebem células dos órgãos primários e as transportam e
proliferam;
▪ Linfonodos:
• Chamados de gânglios linfáticos;
• Distribuídos pelo corpo, encontram-se ligados a vasos
linfáticos;
• Dilatam quando em processo de combate aos agentes
invasores, formando as ínguas;
▪ Vasos linfáticos:
• Responsáveis pelo transporte de linfa;
▪ Baço:
• Nele são produzidos os anticorpos;
▪ Tonsilas (Amígdalas e adenoides):
• Aglomerados de tecido linfoide, sem contato com os
vasos linfáticos;
• Resposta inflamatória:
◦ Reação de defesa do organismo contra agentes invasores;
◦ O tecido infectado é envolvido por uma rede de fibrina
(dificultando a dispersão das bactérias infectantes para
outras partes do organismo);
◦ O local apresenta quatro sinais:
▪ Calor: resultado do maior fluxo sanguíneo;
▪ Rubor: resultado do maior fluxo sanguíneo;
▪ Tumor: resultado do aumento da permeabilidade dos
capilares, havendo liberação de líquido para o fluido
intersticial;
▪ Dor: resultado da liberação de substâncias com as
bradicininas;
◦ Diapedese: passagem de neutrófilos e monócitos pela parede
dos capilares;
◦ Pus: resultado da morte de vários tipos de células: bactérias,
leucócitos e células do tecido atingido;
• Resposta imune:
◦ Processo de combate aos antígenos invasores, promovendo
a defesa/imunização do organismo;
◦ Imunização humoral:
▪ Envolve a produção de anticorpos;
◦ Imunização celular:
▪ Envolve a atuação das células de defesa;
◦ A resposta imune é iniciada com a invasão por antígenos,
ativando o sistema imunitário;
◦ Linfócitos B:
▪ São responsáveis pelo reconhecimento dos invasores;
▪ São estimulados a se dividirem e a se diferenciarem em
plasmócitos;
◦ Plasmócitos:
▪ Realizam a síntese de anticorpos;
◦ Linfócitos T4 (CD4), linfócitos T8 linfócitos B:
▪ Conhecidos como auxiliadores, podem se converter em
linfócitos de memória;
◦ Anticorpos:
▪ Atacam os antígenos;
◦ Resposta imunitária primária:
▪ Resposta à primeira exposição ao antígeno;
▪ Demora alguns dias para iniciar a síntese de anticorpos;
▪ Concentração final de anticorpos baixa;
◦ Resposta imunitária secundária:
▪ Resposta à segunda exposição ao antígeno;
▪ Síntese de anticorpos mais raída e concentração
plasmática elevada;
▪ Combate eficaz ao antígeno;
▪ Consequência das células de memória;
◦ Imunização passiva:
▪ Realizada com soro com anticorpos prontos;
▪ Pode ser artificial, como no caso de soro antiofídico e
anticrotálico, ou natural, no caso da amamentação;
▪ Não há desenvolvimento de memória imunológica;
◦ Imunização ativa:
▪ Realizada com vacina que possui antígenos (vivos
enfraquecidos ou mortos) ou pelo contato com a doença;
▪ Prepara o organismo para o contato com um antígeno,
isolando-o e introduzindo-o no organismo;
▪ É artificial (no caso da vacina) ou natural (no caso de haver
o contato com a doença);
Capítulo 14 – Excreções

• Os resíduos da atividade metabólica das células podem ser


tóxicos ou inúteis ao organismo;
• São as chamadas excretas, constituídas por:
◦ Gás carbônico (eliminado pelos pulmões);
◦ Compostos nitrogenados;
◦ Excesso de sais (eliminados pelas glândulas sudoríparas e
rins);
• A eliminação das excretas pelos rins mantém o equilíbrio do
organismo (homeostase), contribuindo também na regulação do
pH sanguíneo;
• A principal função do sistema excretor é a eliminzação das
excretas nitrogenadas, entre eles estão:

Água Exemplos de Nomenclatur


Toxicidad necessária organismos que a dos
Excreta
e para eliminam a organismos
eliminação excreta excretores
Protozoários, poríferos,
cnidários, platelmintos,
Amônia Alta Alta Amoniotélicos
peixes ósseos, larvas de
anfíbios
Anelídeos, concríctes,
Ureia Intermediária Intermediária anfíbios adultos e Ureotélicos
mamíferos
Insetos, aracnídeos,
Ácido úlrico Baixa Baixa Uricotéclicos
miriápodes e aves

Guanina Baixa Baixa Aracnídeos

• O sistema urinário humano é constituído por dois rins, dois


ureteres, uma bexiga e uma uretra:
◦ Rins:
▪ Órgãos responsáveis pela filtragem do sangue;
▪ Possuem duas regiões distintas:
• Córtex (mais superficial);
• Medula (mais interna);
▪ Recebem sangue proveniente da artéria renal e liberam
sangue através da veia renal;
▪ A filtragem ocorre em unidade chamadas néfrons, longos
tubos que possuem várias partes:
• Caṕsula de Bowman (ou renal):
◦ Porção inicial do néfron, ao qual o sangue chega
pelos capilares e, em função da pressão, força
moléculas pequenas e íons a passarem para seu
interior:
▪ É o filtraddo glomerular (água, glicose,
aminoácidos, íons e ureia);
• Túbulo contorcido proximal:
◦ É envolvido por rede de capilares;
◦ Nele ocorre reabsorção ativa da água, glicose e
aminoácidos;
• Alça de Henle (alça néfrica):
◦ Há reabsorção de água e de sódio;
• Túbulo contorcido distal:
◦ Nele é realizada a excreção de íons H+, amônia e
ácido úlrico;
◦ Desemboca no tubo coletor liberando a urina
formada;
• Tubo coletor:
◦ Recebe líquido proveniente de diversos néfrons;
◦ Ureteres:
▪ Transportam a urina em direção à bexiga;
◦ Bexiga:
▪ Armazena urina e é envolvida por uma musculatura que
determina a saída da urina;
◦ Uretra:
▪ Canal pelo qual a urina é expelida do corpo;
▪ Possui um esfíncter muscular, que controla a liberação da
urina;
• A urina é produzida a partir do plasma sanguíneo e envolve três
processos:
◦ Filtração glomerular:
▪ Realizada nos glomérulos e propiciada pela pressão
sanguínea;
◦ Reabsorção tubular:
▪ Retorno ao sangue de parte do filtrado glomerular com a
reabsorção de água (por osmose), de glicose e de íons
(por transporte ativo);
▪ As células do tubo têm microvilosidades (para aumentar a
superfície de contato e reabsorção;
◦ Secreção tubular:
▪ Lançamento de substâncias (drogas, amônia, íons H+ e
ácido úlrico) no interior do túbulo para formação da urina;
Capítulo 15 – Sistema nervoso – neurônios e impulso
nervoso

• A organização do sistema nervoso em animais difere de acordo


com o grupo abordado;
• Nos cordados, ele é tubular e dorsal (originado do ectoderma
dorsal embrionário);
• Assim, o encéfalo (parte alojada na caixa craniana) e a medula
espinhal (protegida pela coluna vertebral) constituem o sistema
nervoso central (SNC), no qual informações vindas do
organismo são processadas e respostas adequadas são
emitidas;
• O SNC está ao sistema nervoso periférico (SNP), formado por
nervos (prolongamentos que transmitem informações do SNC e,
para ele) e receptores sensoriais (terminações nervosas):
◦ Neurônios:
▪ Principais constituintes do sistema nervoso;
▪ São capazes de reagir a estímulos externos (possuem
irritabilidade) e transmitir informações ao longo de sua
membrana plasmática (apresentam condutibilidade);
▪ As informações são enviadas na forma de um impulso
nervoso (alteração da distribuição de íons na membrana);
▪ São partes de um neurônio:
• Corpo celular:
◦ Chamado também de pericário, consiste na região
que contém o núcleo;
◦ É responsável pelo controle do metabolismo celular;
• Axônio:
◦ Prolongamento alongado do corpo celular com
extremidades ramificadas;
◦ Estabelecem contato com outra estrutura, como um
outro neurônio, uma glândula ou um músculo;
◦ Impulsos no axônio são celulífugos;
• Dendritos:
◦ Apresentam muitas ramificações, são a superfície da
captação de estímulos;
◦ Ao recebê-los, desencadeiam impulsos nervos
transmitidos ao corpo celular e deste para o axônio e
suas ramificações;
◦ Impulsos nos dendritos são celulípetos;
• Bainha de mielina:
◦ É formada por células chamadas células de
Schwann (dotadas de grande quantidade de
lipídeos), que podem estar presentes envolvendo
axônios e dendritos, promovendo seu isolamento;
◦ Áreas do axônio que não são recobertas pela bainha
da mielina correspondem aos nódulos de Ranvier;
◦ O impulso nervoso não percorre os locais
mielinizados, ocorrendo apenas através dos nódulos,
“saltando” de um nódulo para outro;
◦ Os “saltos” ocorrem em função das variações no
campo elétrico da célula, o que aumenta muito a
velocidade de condução;
◦ Neuróglia:
▪ Região do encéfalo constituída por células associadas aos
neurônios (astrócitos e oligodendrócitos), que os auxiliam
realizando sua sustentação mecânica, nutrição e defesa;
◦ Sinapse:
▪ Consiste na transmissão de impulsos através de
neurotransmissores contidos em vesículas (como
noradrenalina e acetilcolina), liberados pelos axônios,
estimulando estruturas;
▪ Ocorre na fenda entre as ramificações do axônio e a
estrutura a que estão associadas: chamada fenda
sináptica;
▪ Há um encaixe dos neurotransmissores em receptores
químicos específicos da célula pós-sináptica, provocando
respostas;
◦ Gânglios:
▪ Concentração de corpos celulares fora do SNC;
◦ Impulso nervoso:
▪ Sinal enviado de uma célula nervosa ao sistema nervoso
central, resultado de modificações internas e externas da
membrana neural;
▪ O potencial de membrana é alterado (despolarizado e
repolarizado) trecho a trecho, resultando no deslocamento
do impulso nervoso;
▪ Potencial de membrana:
• A face externa da membrana de um neurônio apresenta
carga positiva (com grande concentração de íons sódio
Na+), e a face interna, carga negativa (com grande
concentração de íons potássio K+ e cloreto Cl-);
• Potencial de repouso é quando o neurônio não
apresenta impulso nervoso;
▪ Despolarização:
• A célula é estimulada e o impulso modifica o potencial
elétrico de sua membrana;
• É desencadeado o potencial de ação, que consiste na
inversão de polaridade da membrana, que fica com
carga negativa na face externa e carga positiva na face
interna (membrana torna-se mais permeável ao sódio
Na+);
▪ Repolarização:
• Ocorre com a saída dos íons potássio, restabelecendo a
distribuição de cargas através de difusão e da bomba
de sódio e potássio;
• Estímulo limiar:
◦ É o que apresenta a menor intensidade capaz de
desencadear impulso nervoso;
• Lei do tudo ou nada:
◦ Considera que estímulos no limiar ou acima do limiar
de excitação produzem impulsos que apresentam a
mesma velocidade de condução e ocorrem com a
mesma intesidade;
◦ Arco reflexo:
▪ Envolve uma série de estruturas responsáveis por uma
resposta inconsciente do corpo, que visa movimentação
rápida para solucionar um problema ou retirar o organismo
de perigo;
▪ Origina-se de um estímulo externo e acontece antes de o
cérebro captar o estímulo periférico: é o ato reflexo;
▪ Entre as estruturas estão:
• Neurônios sensoriais:
◦ Recebem o estímulo e o conduzem até as
proximidades da medula espinal;
• Medula espinal:
◦ Localizada no interior da coluna vertebral, recebe o
impulso do neurônio, que entra pela parte dorsal da
medula, na qual estabelece sinapse com neurônios
associativos, que transformam o estímulo em uma
ordem de ação;
• Neurônios aferentes:
◦ Conduzem os impulsos nervosos da parte ventral da
medula espinal até o órgão efetor;
• Músculos:
◦ Correspondem ao órgão efetor (também podendo ser
uma glândula) que sofre contração muscular,
promovendo a reação de reflexo;
Capítulo 16 – Sistema nervoso

• O sistema nervoso humano compreende duas grandes divisões:


◦ Sistema nervoso central;
◦ Sistema nervoso periférico;

Sistema Nervoso Central (SNC)


• É envolvido por meninges, que realizam função protetora de
suas estruturas e que são:
◦ Dura-máter: mais externa;
◦ Aracnoides: intermediária;
◦ Pia-máter: mais interna; fica em contato com o tecido
nervoso;
• Entre as meninges e o tecido nervoso (e em cavidades –
ventrículos) do SNC há o fluido cérebro-espinal; tem função de:
◦ Amortecer impactos;
◦ Transportar nutrientes e neurotransmissores;
◦ Dar apoio mecânico ao cérebro;
• O SNC é composto de:
◦ Medula espinal:
▪ Protegida pela coluna vertebral;
▪ É responsável pelos reflexos medulares e pela ligação
entre o SNP e o encéfalo;
◦ Encéfalo:
▪ Protegido pela caixa craniana, apresenta inúmeros
componentes:
• Cérebro:
◦ Parte mais desenvolvida do encéfalo;
◦ É responsável por todos os comandos enviados para
o organismo;
◦ É constituído por:
▪ Hemisférios cerebrais:
• Correspondem às duas metades externas do
cérebro;
• O hemisfério esquerdo controla a parte direita
do corpo e o direito controla a parte esquerda;
• Estão ligados pelo corpo caloso;
• As regiões presentes nos hemisférios são:
◦ Córtex cerebral:
▪ Superfície dos hemisférios (substância
cinzenta) formada por corpos celulares de
neurônios;
▪ Possui dobramentos (circunvoluções
cerebrais) que promovem o aumento da
superfície de tecido nervoso;
◦ Substância branca:
▪ Interna ao córtex;
▪ É constituída por prolongamentos de
neurônios (dendritos e axônios);
• Funções:
◦ Constituem o centro motor e sensorial:
▪ Recebem informações e enviam ordens ao
organismo;
◦ Armazenam e processam a memória;
◦ Responsáveis pelo pensamento consciente e
pelas funções intelectuais;
• Os hemisférios possuem áreas denominadas
lobos:
◦ Lobos frontais:
▪ Localizados na região da testa;
▪ Controlam os músculos esqueléticos, a
linguagem, a resolução de problemas, a
concentração etc.;
◦ Lobos temporais:
▪ Localizados nas regiões laterais da
cabeça;
▪ Estão relacionados com a audição, o
paladar e a certos tipos de memória (como
a musical e a de padrões visuais);
◦ Lobos occipitais:
▪ Localizados na região da nuca;
▪ Responsáveis pelo controle dos processos
que envolvem a visão;
◦ Lobos parietais:
▪ Localizados na parte superior da cabeça;
▪ Relacionam-se com a percepção de tato,
dor, pressão e calor na pele e são
responsáveis pela fala;
• Tálamo:
◦ Localizado mais internamente, possibilita a conexão
entre os hemisférios e o restante do SN (vias
aferentes passam por ele);
◦ Atua como um centro de transmissão e
processamento de informações sensoriais;
• Hipotálamo:
◦ Localizado abaixo do tálamo;
◦ É ligado à hipófise, controlando a produção de
hormônios;
◦ É o centro de controle de emoções e atividades
fisiológicas básicas;
• Cerebelo:
◦ Apresenta dois hemisférios cerebelares;
◦ Localiza-se abaixo dos lobos occipitais;
◦ Responsável pelo equilíbrio e postura e pela
coordenação motora;
• Mesencéfalo:
◦ Localizado entre a ponte e o cérebro, contém a
formação reticular, responsável principal pelo
processamento de dados visuais e auditivos;
• Ponte:
◦ Estrutura de conexão;
◦ Nela ocorre o cruzamento de fibras nervosas ligadas
ao hemisfério direito e ao esquerdo;
• Medula oblonga (bulbo):
◦ Localizada abaixo da ponte;
◦ Transmite informações sensoriais ao tálamo e
apresenta os centros controladores de funções vitais;

Sistema Nervoso Periférico (SNP)


• É formado por nervos e gânglios nervosos;
• Está ligado ao SNC por dois ramos de comunicação:
◦ Via aferente:
▪ Possui nervos receptores que coletam informações sobre o
ambiente e sobre as estruturas do organismo e as enviam
ao SNC;
◦ Via eferente:
▪ Envia comandos do SNC através de nervos, ao corpo
(músculos e glândulas);
▪ Apresenta duas divisões:
• Sistema nervoso somático:
◦ Está ligado aos músculos esqueléticos (que se
encontram sob o domínio da vontade consciente);
• Sistema nervoso autônomo (visceral):
◦ Envia ordens para efetores que não são controlados
pela vontade consciente (coração, vísceras e
glândulas);
◦ É constituído por dois ramos que controlam os
mesmos órgãos, mas que apresentam ações
antagônicas:
▪ Sistema nervoso autônomo simpático:
• Provém das porções torácica e lombar da
medula espinal;
• Altera as atividades de órgãos com a liberação
de noradrenalina;
• É um mecanismo de defesa do organismo às
situações de perigo, de medo, de estresse;
• Altera condições do organismo necessárias a
uma fuga ou a uma luta;
▪ Sistema nervoso autônomo parassimpático:
• Origina-se das áreas cranial e sacral do sistema
nervoso central;
• Altera as ações dos órgãos com a liberação de
acetilcolina em situações de calma, como a
observada ao dormir ou no processo de
digestão;

Órgãos dos sentidos


• Pertencem ao grupo das estruturas receptoras que recém
informações do ambiente (exteroreceptores) e também
componentes relacionados à percepção de substâncias
químicas, os quimioreceptores;
• Os sentidos podem ser divididos em:
◦ Tato:
▪ Envolve receptores sensíveis:
• À vibração (corpúsculo de Meissner, corpúsculo de
Pacini e corpúsculo de Merkel);
• À pressão (terminações de Krause);
• A estímulos térmicos e dolorosos (terminações nervosas
livres);
▪ Estão distribuídos na superfície do corpo;
◦ Paladar:
▪ Envolve estruturas relacionadas à sensação de gasto, as
papilas gustativas, distribuídas principalmente na língua;
▪ O estímulo ocorre por meio de substâncias químicas;
◦ Olfato:
▪ Envolve células olfatórias localizadas no epitélio da
cavidade nasal e ligadas ao bulbo olfatório, que se une ao
nervo olfatório;
▪ Também está relacionado à percepção de substâncias
químicas;
◦ Audição:
▪ Envolve a orelha humana, a qual pode ser dividida em:
• Orelha externa:
◦ Compreende o pavilhão auditivo (auxilia na captura
de sons) e o meato auditivo auditivo externo
(revestido por pelos e glândulas);
• Orelha média:
◦ Apresenta membrana timpânica e três ossículos
(martelo, bigorna e estribo);
◦ Comunica-se com a faringe por meio da tuba auditiva;
• Orelha interna:
◦ Formada por labirinto, este constituído pelo aparelho
vestibular e cóclea, estruturas membranosas
envolvidas por tecido ósseo;
◦ Aparelho vestibular:
▪ Composto por canais semicirculares, utrículo e
sáculo;
▪ Está relacionado à manutenção de equilíbrio;
◦ Cóclea:
▪ Seu interior é ocupado por um líquido denominado
endolinfa e revestido por células ciliadas;
▪ Está relacionada à interpretação dos sons e
transmissão de estímulos ao nervo auditivo;
◦ Visão:
▪ Envolve o olho (ou globo ocular), órgão localizado na
cavidade craniana (órbita);
▪ Internamente é revestido pela retina, a qual é constituída
por várias camadas de células nervosas e receptores de
luz (fotoreceptores), os cones e os bastonentes;
▪ A retina está associada ao nervo óptico, que conduz
impulsos nervosos ao córtex cerebral;
▪ A visãoo binocular resulta das imagens formadas nos dois
olhos;
▪ Os cinco principais tipos de defeitos visuais são:
• Catarata, presbiopia, astigmatismo, miopia e
hipermetropia;
Livro 4
Capítulo 17 – Sistema endócrino

• Hormônios e glândulas endócrinas:


◦ Hormônios são substâncias produzidas em glândulas
endócrinas e transportadas pelo sangue;
◦ Atuam como mensageiros químicos em um órgão-alvo
específico, contribuindo para regular sua atividade;
◦ Há hormônios de natureza peptídica, derivados de lipídeos e
derivados de aminoácidos;
◦ Controle hormonal:
▪ O nível dos hormônios na corrente sanguínea é mantido
em estado de equilíbrio dinâmico:
• Feedback negativo (reintrodução negativa):
◦ Mecanismo de ajuste dos níveis de hormônios;
◦ A secreção de um hormônio desencadeia alguma
atividade, que inibe a produção do hormônio;
◦ Há outros órgãos produtores de hormônios (como rins,
coração, estômago e duodeno), mas as principais glândulas
endócrinas são:
▪ Hipófise posterior (neuro-hipófise):
• Atua sobre a quantidade de urina eliminada pelos rins e
sobre a expulsão de leite pelas glândulas mamárias;
• Ela secreta dois hormônios:
◦ Hormônio antidiurético – ADH (ou vasopressina):
▪ Promove a reabsorção de água nos túbulos dos
néfrons, ocasionando a formação de urina mais
concentrada;
▪ Induz também a constrição de arteríolas, elevando
a pressão sanguínea;
◦ Ocitocina:
▪ Promove a ejeção de leite das glândulas mamárias
e determina a contração da parede uterina para a
realização do parto;
▪ Hipófise anterior (adeno-hipófise):
• Controla o crescimento, a maturação sexual, a atividade
de outras glândulas endócrinas e a produção de leite
nas glândulas mamárias;
• Ela secreta os hormônios:
◦ Hormônio lactogênico (ou prolactina):
▪ Estimula o aumento das mamas e a produção de
leite pelas glândulas mamárias;
◦ Somatotrofina (GH):
▪ Promove a elongação dos ossos, estimula a
divisão celular e a síntese de proteínas (em ossos
e músculos);
▪ Sua falta promove o nanismo;
▪ Seu excesso determina o gigantismo (na criança)
ou acromegalia (no adulto);
◦ Gonadotrofinas:
▪ Atuam sobre as gônadas (testículos e óvulos):
• LH (hormônio luteinizante);
• FSH (hormônio folículoestimulante);
◦ Tireotrofina (TSH):
▪ Estimula a tireoide a produzir hormônios;
◦ Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH):
▪ Estimula a região superficial das adrenais (o córtex
adrenal) a produzir hormônios);
▪ Tireoide:
• Produz os hormônios que estimulam a atividade
metabólica geral do organismo, como a síntese proteica
e a respiração celular;
• Produz os hormônios:
◦ Calcitonina:
▪ Promove a transferência de cálcio do sangue para
os ossos;
◦ Tiroxina (T4):
▪ É o hormônio produzido mais abundatemente pela
tireoide;
▪ Seus níveis são controlados pela adeno-hipófise
pelo sistema de feedback negativo com o TSH;
◦ Trio-iodotironina (T3):
▪ Tem maior atividade que o T4;
▪ Seus níveis são controlados pela adeno-hipófise
pelo sistema de feedback negativo com o TSH;
• Produção de T3 e T4 em níveis muito altos ou baixos
pode causar:
◦ Hipertireoidismo:
▪ Eleva o metabolismo, provocando taquicardia,
aumento da pressão arterial, diminuição de peso,
distúrbios do sono, podendo ocorrer também o
aumento do volume da tireoide (bócio) e do globo
ocular (exoftalmia);
▪ O bócio endêmico é determinado pela deficiência
de iodo na alimentação;
◦ Hipotireoidismo:
▪ Acarreta redução da atividade metabólica;
▪ Ocasiona aumento de peso, sonolência e acúmulo
de líquido nos tecidos, processo resultante de má
circulação sanguínea;
▪ Paratireoides:
• Quatro pequenas glândulas localizadas na parte
posterior da tireoide;
• Produzem o hormônio:
◦ Paratormônio (PTH):
▪ Tem como função regular os níveis de cálcio
sanguíneo, promovendo a absorção do composto,
proveniente da alimentação, no intestino;
▪ É liberado quando há déficit de cálcio no sangue;
▪ Adrenais (glândulas suprarrenais):
• Apresentam duas regiões:
◦ Córtex:
▪ Região periférica, estimulado pelo hormônio
ACTH;
▪ Gera três tipos de hormônios:
• Glicocorticoides (cortisol e cortisona):
◦ Promovem a degradação de proteínas e a sua
conversão em carboidratos;
• Mineralocorticoides (aldosterona):
◦ Aumentam a reabsorção de sódio nos túbulos
renais (aumento da pressão arterial);
• Androgênicos:
◦ Responsáveis pelo estímulo e manutenção
dos caracteres sexuais masculinos no
homem;
◦ Medula:
▪ Região mais interna, estimulada pelo sistema
nervoso simpático para produzir os hormônios:
• Adrenalina:
◦ Eleva os batimentos cardíacos, os níveis de
açúcar e de ácidos graxos no sangue;
◦ Direciona o fluxo sanguíneo para os
músculos, deixando-os prontos para reações
de fuga ou luta, por exemplo;
• Noradrenalina:
◦ Tem função similar à da adrenalina;
▪ Pâncreas:
• É uma glândula mista que apresenta duas partes:
◦ Parte exócrina:
▪ Constituída por ácinos pancreáticos, produtores de
suco pancreático;
◦ Parte endócrina:
▪ Constituída pelas ilhotas de Langerhans (ou ilhotas
pancreáticas), responsáveis pela produção dos
hormônios:
• Insulina:
◦ Gerada nas células beta;
◦ Facilita a entrada de glicose nas células do
organismo e favorece a conversão de glicose
em glicogênio no fígado;
◦ Ação hipoglicemiante (redução da glicose no
sangue);
◦ A deficiência na sua produão pode causar a
diabete mellitus;
• Glucagon:
◦ Produzido nas células alfa;
◦ Desencadeia a degradação do glicogênio
armazenado nas células hepáticas, gerando
moléculas de glicose;
◦ Ação hiperglicemiante (eleva a glicose no
sangue);
• Somatostatina:
◦ Produzida nas células delta;
◦ Inibe a secreção de insulina e de glucagon;
Capítulo 18 – Sistema reprodutor

Sistema reprodutor masculino


• O sistema reprodutor masculino produz os gametas
(espermatozoides) e os hormônios masculinos:
• Componentes do sistema:
◦ Testículos:
▪ Dotados de túbulos seminíferos com espermatogônias,
que irão gerar os espermatozoides após sofrerem mitoses;
▪ Células de Sertoli:
• Servem de apoio, proteção e nutrição às
espermatogônias;
▪ Células de Leydig (ou interticiais):
• Produzem o hormônio masculino testosterona;
◦ Epidídimo:
▪ Estruturas arredondadas que armazenam os
espermatozoides até que completem sua maturação;
◦ Bolsa escrotal:
▪ Responsável pela manutenção da temperatura dos
espermatozoides, que deve ser menor que a corporal;
◦ Canais deferentes:
▪ Dutos que desembocam no canal da uretra e transportam
o sêmen;
◦ Vesícula seminal:
▪ Glândula que produz líquido nutritivo aos espermatozoides;
◦ Próstata:
▪ Libera secreção levemente alcalina, que auxilia na
neutralização do pH vaginal (garante a sobrevivência dos
espermatozoides);
◦ Glândula bulbouretral:
▪ Responsável pela liberação do líquido pré-ejaculatório, que
neutraliza a acidez da uretra e lubrifica esse canal e a
vagina;
◦ Pênis:
▪ Órgão copulador do homem;
▪ Sua extremidade é a glande, recoberta por uma pele
chamada prepúcio;
▪ O interior do órgão tem tecidos (os corpos cavernosos e
um corpo esponjoso) que, ao receberem sangue, permitem
a ereção;
◦ Uretra:
▪ Canal que passa pelo interior do pênis;
▪ Recebe tanto sêmen quanto urina (está ligada à bexiga);
• O sistema reprodutor masculino e os hormônios:
◦ A hipófise produz:
▪ FSH (hormônio foliculoestimulante), que estimula e
espermatogênese;
▪ LH (hormônio luteinizantes), que estimula as células
interticiais a produzirem testosterona;

Sistema reprodutor feminino


• O sistema reprodutor feminino produz gametas e hormônios e
abriga o embrião, que se desenvolve, formando o feto;
• Sem a ocorrência de fecundação, ocorre a mentruação;
• Componentes do sistema:
◦ Ovários:
▪ Gônadas femininas, responsáveis pela produção de
ovócitos e de hormônios femininos (estrógeno e
progesterona);
▪ A cada ciclo menstrual, ocorre a maturação de um ovócito
I, gerando um folículo ovariano (folículo de Graaf);
▪ O ovócito I origina um ovócito II;
▪ O folículo se rompe e ocorre a liberação do ovócito II,
caracterizando a ovulação;
◦ Tubas uterinas:
▪ Canais que comunicam os ovários com o útero,
transferindo o ovócito de um para o outro;
◦ Útero:
▪ Possui cavidade com parede musculosa de contração
involuntária;
▪ Seu interior é recoberto pelo endométrio;
▪ Em intervalos cíclicos, a parede uterina sofre
espessamento estimulado por hormônios ovarianos;
◦ Vagina:
▪ Canal por onde são introduzidos os espermatozoides e por
onde ocorre o parto;
▪ Está ligada ao colo do útero;
◦ Genitália externa:
▪ Constituída pelos pequenos e grandes lábios e pelo clitóris;
▪ Apresente pelos, que protegem a entrada da vagina;
• Noções de ciclo menstrual:
◦ Tem duração de em torno de 28 dias, sendo iniciado com o
fluxo menstrual;
◦ Aproximadamente no 14° dia há a ovulação (eliminação de
ovócito II);
◦ Cerca de 4 dias antes e 4 dias depois da ovulação consiste
no período fértil da mulher;
◦ Caso ocorra fecundação, forma-se um embrião, que se aloja
no endométrio;
◦ Sem fecundação, parte do endométrio se desprende,
ocorrendo a menstruação;
• O sistema reprodutor feminino e os hormônios:
◦ Estrógeno e progesterona são hormônios esteroides,
responsáveis pela determinação das características sexuais
secundárias femininas;
◦ Durante o ciclo menstrual são produzidos hormônios,
acarretando alterações no organismo feminino;
◦ Início do ciclo:
▪ A hipófise secreta maiores quantidades de FSH, hormônio
que promove o crescimento de folículos ovarianos,
produtores de estrógeno;
▪ O estrógeno inibe a secreção de FSH; o forte declínio de
FSH estimula novamente a liberação de grandes
quantidades de FSH e LH e os níveis de estrógeno
diminuem;
▪ O aumento de FSH e LH provoca o rápido
desenvolvimento final e a ruptura de um folículo ovariano;
ocorre a ovulação;
◦ Após a ovulação:
▪ O corpo lúteo (resultante do folículo) produz grandes
quantidades de progesterona e de estrógeno, que atuam
no endométrio, provocando seu espessamento e
preparando-o para uma possível gravidez;
▪ Estrógeno e progesterona, novamente, inibem a hipófise,
diminuindo a taxa de secreção dos hormônios FSH e LH;
▪ A queda nas taxas de FSH e LH provoca a involução do
corpo-lúteo (a secreção de estrógeno e progesterona cai,
pois não ocorreu a fecundação); nesse momento, ocorre a
menstruação;
▪ Inicia-se um novo ciclo – a hipófise secreta novamente
FSH;
• Gravidez e parto:
◦ A fecundação ocorre na tuba uterina;
◦ No início do desenvolvimento embrionário, o zigoto sofre
divisões: há a formação de blastômeros, depois, da mórula e
da blástula;
◦ O blastocisto (blástula) inicia sua implantação no endométrio,
processo chamado de nidação;
◦ Trofoblasto:
▪ Camada de células externa do blastocisto, a qual participa
da formação da placenta;
▪ O trofoblasto e a placenta produzem gonadotrofina
cariônica (HCG), hormônio que estimula o corpo-lúteo a
produzir progesterona;
▪ É responsável pela manutenção da gravidez (é investigado
em testes para detectá-la;
◦ Embrioblasto:
▪ Grupo de células internas do blastocisto que formará os
folhetos embrionários;
◦ A gestação humana dura cerca de 40 semanas;
◦ O parto normal está associado a mudanças hormonais:
▪ A placenta deixa de produzir progesterona e passa a
produzir prostaglandinas, que estimulam contrações
uterinas;
▪ A adeno-hipófise produz ocitocina, que também promove
contrações uterinas;
▪ No parto normal, as contrações tornam-se mais frequentes
e intensas, permitindo a expulsão do embrião;

Métodos contraceptivos
• Contracepção é o conceito utilizado quando pessoas com vida
sexual ativa usam algum método para evitar a gravidez;
• Métodos comportamentais:
◦ Aqueles que envolvem o comportamento das pessoas
envolvidas:
▪ Abstinência sexual:
• Não realização do ato sexual;
▪ Tabelinha:
• Programação da realização do ato sexual em períodos
mais distantes do período fértil;
▪ Coito interrompido:
• Retirada do pênis da vagina antes do momento de
ejaculação;
◦ Métodos de barreira:
▪ Impedem o contato do espermatozoide com o óvulo por
meio da utilização de um impedimento física;
▪ Dentre eles estão:
• Preservativo masculino (camisa de vênus, ou
camisinha):
◦ Feito de látex, envolve o pênis para que o sêmen
fique retido no preservativo, visando à não eliminação
na vagina;
◦ Previne contra DSTs;
• Camisinha feminina:
◦ Bolsa de plástico fino com dois anéis;
◦ Deve ser introduzido na vagina, funcionando da
mesma forma que a camisinha masculina;
• Diafragma:
◦ Artefato de látex, colocado no fundo da vagina antes
de cada relação sexual, atuando como uma barreira à
passagem de espermatozoides em direção ao útero;
◦ Pode ser associado ao uso de creme espermicida;
◦ Dispositivo intrauterino (DIU):
▪ Instalado no útero por um médico, impede a nidação do
embrião;
▪ Alguns DIUs são associados a hormônios, atuando
também para impedir a ovulação e reduzir os efeitos
colaterais do dispositivo, como o aumento do fluxo
menstrual;
◦ Métodos hormonais:
▪ Aqueles nos quais há a utilização de hormônios para que
não ocorra a liberação de óvulos, a fecundação ou a
nidação;
▪ Não previnem contra as DSTs;
▪ Alguns deles são:
• Pílula anticoncepcional:
◦ É um medicamento que contém estrógeno e
progesterona, que inibem a hipófise de produzir o
FSH e resulta na não ocorrência de ovulação;
• Pílula do dia seguinte:
◦ Método usado quando há relação sexual sem
prevenção contraceptiva ou falha da utilizada;
◦ Dificulta a ocorrência de gravidez, impedindo a
nidação;
◦ Não tem efeito caso o embrião já esteja implantado
no útero;
▪ Métodos cirúrgicos:
• Aqueles nos quais há intervenção cirúrgica para que
não ocorra a liberação de óvulos e espermatozoides;
• Não previnem contra as DSTs;
• Reversão exige cirurgia e pode ser impossível de ser
feita;
• Alguns deles são:
◦ Laqueadura tubária:
▪ É a remoção ou amarração cirúrgica de um
segmento de cada tuba uterina;
◦ Vasectomia:
▪ É a remoção ou amarração cirúrgica de um
segmento de cada canal deferente;
Capítulo 19 – Tecidos epiteliais e conjuntivos

• As células do organismo humano são procedentes do zigoto e,


ao longo do seu desenvolvimento, podem se tornar
especializadas (processo de diferenciação celular);
• Tecidos são grupos de células que normalmente desempenham
os mesmos papéis e ficam dispostos em camadas componentes
dos órgãos;
• Histologia corresponde ao estudo dos tecidos;
• Os principais tipos de tecidos do corpo são:
◦ Tecido epitelial:
▪ Apresenta células bastante agrupadas, com forte adesão
(presença de desmossomos) e pouco ou nenhum material
intersticial;
▪ É um tecido avascular, sendo nutrido por outro tecido
sobre o qual se apoia;
▪ Exerce as funções de revestimento, absorção e secreção;
▪ Pode ser classificado de acordo com diferentes critérios:
• Número de camadas:
◦ Epitélio uniestratificado, ou simples:
▪ Apresenta uma única camada de células;
◦ Epitélio pluriestratificado, ou estratificado:
▪ Tecido formado por algumas camadas celulares;
◦ Epitélio pseudoestratificado:
▪ Tecido como camada única de células, mas que,
por apresentarem tamanho desigual, dão a
impressão de possuir mais camadas de célula;
• Formato das células:
◦ Epitélio pavimentoso:
▪ Apresenta células achatadas;
▪ Ocorre nos alvéolos pulmonares e no endotélio dos
vasos sanguíneos;
◦ Epitélio cúbico:
▪ Tecido que possui células com mesma largura e
altura, ou seja, com formato cúbico;
▪ Ocorre nos túbulos renais;
◦ Epitélio cilíndrico, ou colunar:
▪ É um tecido com células mais alongadas;
▪ Ocorre no revestimento do estômago e do
intestino;
◦ Epitélio de transição:
▪ É um tecido formado por células que podem variar
sua forma e tamanho;
▪ Ocorre na forma de epitélio de revestimento da
bexiga;
• Epitélios de secreção:
◦ São classificados em três modalidades:
▪ Glândulas exócrinas:
• Apresentam um ducto excretor através do qual
eliminam materiais para uma superfície ou uma
cavidade;
▪ Glândulas endócrinas:
• Não apresentam ducto excretor e eliminam
hormônios em vasos sanguíneos;
▪ Glândulas mistas (anfícrinas):
• São estruturas com uma parte endócrina e uma
parte exócrina;
▪ Epiderme:
• Apoia-se na derme (tecido conjuntivo);
• Possui epitélio pluriestratificado com células superficiais
mortas e queratinizadas;
• Junto às células basais, há melanócitos, que produzem
melanina (pigmento da pele);
• Na epiderme, há glândulas sudoríparas, glândulas
sebáceas, folículos pilosos e músculos eretores dos
pelos;
◦ Tecido conjuntivo:
▪ Apresenta células mais afastadas;
▪ Entre as células, há substância intersticial abundante,
constituída por substância fundamental amorfa e fibras
proteicas (colágeno, elastina e reticulina):
▪ Há vários tipos de células no tecido conjuntivo:
• Fibroblastos:
◦ Células responsáveis pela síntese de fibras proteicas;
• Macrófagos:
◦ Células de defesa;
◦ Realizam fagocitose;
• Plasmócitos:
◦ Células que também se relacionam com defesa;
◦ São responsáveis pela produção de anticorpos;
• Mastócitos:
◦ Células que acumulam em seu citoplasma grande
quantidade de heparina (anticoagulante) e de
histamina (desencadeia processos alérgicos);
▪ Há alguns tipos de tecido conjuntivo, além do sanguíneo:
• Tecido conjuntivo propriamente dito:
◦ Tem duas modalidades:
▪ Frouxo:
• Faz parte da estrutura de órgãos;
• Preenche espaços entre o outros tecidos;
• São as células epiteliais que se apoiam nele;
• Possui poucas fibras;
• Sua substância fundamental é viscosa e
bastante hidratada;
▪ Denso:
• Possui muitas fibras;
• É classificado em duas categorias:
◦ Modelado:
▪ Formado por fibras de colágeno com
orientação fixa, o que confere ao tecido
maior resistência à tensão;
◦ Não modelado:
▪ Tem fibras com disposição não orientada;
▪ É menos resistente à tensão;
• Tecido adiposo:
◦ Tem como células típicas os adipócitos – podem
cumular no citoplasma grande quantidade de lipídeos
(triglicerídeos);
◦ Localiza-se de modo abundante abaixo da derme, na
tela subcutânea (hipoderme);
◦ Atua como importante reserva alimentar, isolante
térmico e ainda propicia proteção contra choques
mecânicos;
• Tecido ósseo:
◦ Apresenta abundante substância intersticial (matriz
óssea), na qual estão presentes fibras de colágeno
(conferem resistência) e sais minerais de fosfato de
cálcio (conferem rigidez);
◦ Suas células são:
▪ Osteócitos: células típicas do tecido ósseo,
oriundas da diferenciação de osteoblastos;
▪ Osteoblastos: célula de origem dos osteócitos;
▪ Osteoclastos: células ativas; podem realizar
regeneração do tecido, no caso de fraturas;
◦ Osso:
▪ Apresenta as seguintes estruturas:
• Epífises:
◦ Regiões localizadas nas extremidades de um
osso longo, que possuem tecido cartilaginoso
que se diferencia em tecido ósseo e provoca
a elongação do osso durante a fase de
crescimento;
• Diáfise:
◦ Porção longa do osso;
• Canais de Havers:
◦ Canais com disposição longitudinal, cujo
centro contém vasos sanguíneos;
• Canais de Volkmann:
◦ Ligam os canais de Havers;
• Tecido cartilaginoso:
◦ Possui grande quantidade de material intersticial, no
qual estão imersas fibras de proteínas e células
(condroblastos, condrócitos e condroclastos);
◦ É encontrado nas epífises ósseas, na extremidade do
nariz, na traqueia, nos brônquios e nos discos
intervertebrais;
◦ É avascular, sendo nutrido por tecidos vizinhos;
◦ Apresenta baixa oxigenação e realiza fermentação
láctica;
Capítulo 20 – Tecidos musculares

• Papéis do tecido muscular:


◦ O tecido muscular é constituído por células diferenciadas que
são capazes de reagir a estímulos que desencadeiam sua
contração;
◦ Tem capacidade de distender-se e de retornar à sua forma
original (células têm grande quantidade de proteínas actina e
miosina);
◦ Pode apresentar as seguintes funções:
▪ Realização de movimentos voluntários ou involuntários;
▪ Bombeamento de sangue pelo coração;
▪ Auxílio na sustentação do corpo;
▪ Contribuição para o controle térmico do organismo
(geração de calor);
▪ Reserva de nutrientes;
• Tipos de tecido muscular:
◦ Liso (visceral):
▪ Tem células fusiformes (com extremidades afiladas e parte
central mais larga) com apenas um núcleo e citoplasma
sem estrias;
▪ Contração lenta e involuntária;
▪ Exemplo de estruturas:
• Parede dos vasos sanguíneos, dos brônquios, do útero
e de órgãos do tubo digestório;
◦ Estriado cardíaco:
▪ Tem células com um a três núcleos e citoplasma com
nítidas faixas (estrias);
▪ As células são interligadas por meio de discos intercalares;
▪ Contração involuntária (ritmo controlado pelo sistema
nervoso autônomo);
▪ Componente da parede muscular do coração (miocárdio),
responsável pelos batimentos cardíacos e pelo
bombeamento de sangue;
◦ Estriado esquelético:
▪ Tem células (fibras) muito longas com inúmeros núcleos
em posição periférica;
▪ Contração rápida e voluntária;
▪ Está associado aos ossos, proporcionando movimento;
▪ Essa musculatura atua em grupos musculares
antagônicos, isto é, que apresentam ações opostas;
• Tipos de fibras musculares:
◦ Fibras do tipo I:
▪ Tem contração relativamente mais lenta que as do tipo II;
▪ Metabolismo energético fundamentado na respiração
celular;
▪ Grande acúmulo de mioglobina;
▪ Cor avermelhada;
▪ Alta resistência à fadiga;
◦ Fibras do tipo II:
▪ Têm contração mais rápida do que as fibras do tipo I;
▪ Realizam fermentação láctica;
▪ Não apresentam mioglobina;
▪ São esbranquiaçadas;
▪ Baixa resistência à fadiga;
• A estrutura da célula muscular:
◦ Músculo é constituído por miômeros (fibras musculares);
◦ Cada fibra muscular apresenta unidades (sarcômeros), que
são dispostas sequencialmente e são formadas por
moléculas de actina e miosina;
◦ Actina e miosina se mantêm paralelas e intercaladas,
podendo deslizar umas sobre as outras;
◦ Podem ser notadas faixas nos sarcômeros:
▪ Linhas Z:
• Duas linhas verticais que determinam os limites de um
sarcômero;
▪ Faixa H:
• Está contida no sarcômero;
• Nessa faixa só se observa miosina;
▪ Faixa A:
• Consiste em toda a extensão da miosina do sarcômero e
inclui a faixa H em seu interior;
▪ Banda I:
• Faixa que compreende apenas actina;
• Estende-se de um sarcômero a outro adjacente;
◦ Com o deslizamento dos filamentos de actina sobre os
filamentos de miosina, há o encurtamento do sarcômero
(aproximação das linhas Z e redução da faixa H);
◦ Junção neuromuscular:
▪ Fenda sináptica entre as terminações do axônio de
neurônio motor e a membrana da célula muscular onde
ocorre a liberação de acetilcolina, que provoca a excitação
do músculo;
• Energia para a contração muscular:
◦ Células musculares apresentam componentes relacionados
com a obtenção de energia para a contração muscular;
◦ Retículo endoplasmático (retículo sarcoplasmático):
▪ É mais desenvolvido e é responsável pelo acúmulo de
cálcio (indispensável para a contração);
◦ Citoplasma (sarcoplasma):
▪ Apresenta itens que contribuem para a obtenção de
energia:
• Glicogênio: reserva energética;
• Mioglobina: proteína que acumula gás oxigênio;
• Mitocôndrias: presentes em grande quantidade nas
células musculares, permitem taxas elevadas de
respiração celular;
• ATP: acumula energia temporariamente;
• Fosfocreatina: fonte extra de fosfato (energia) na célula;
• Processo de contração muscular:
◦ Neurônio motor libera acetilcolina e estimula a membrana da
fibra muscular;
◦ Retículo endoplasmático libera cálcio – ativa a enzima
ATPase;
◦ A enzima degrada o ATP (liberação de energia) –
deslizamento dos filamentos de actina e miosina – contração
muscular;
• Quando há intensa atividade muscular:
◦ Demanda de gás oxigênio maior do que a capacidade que o
sistema circulatório tem de suprir as necessidades do tecido;
◦ Ocorre processo fermentativo: liberação de ácido láctico;
◦ Há acúmulo de ácido láctico, que provoca fadiga muscular;
Química
Frente 1
Livro 1
Capítulo 1 – O átomo

Modelos atômicos
• Modelo atômico de Dalton, bola de bilhar:
◦ Toda matéria é formada por minúsculas partículas maciças e
indivisíveis, denominadas átomos;
◦ Átomos não podem ser criados nem destruídos;
◦ Em uma reação química, ocorre apenas a reorganização, a
separação ou a combinação dessas partículas e, nas
substâncias, os átomos se encontram unidos por forças de
atração mútua;
◦ Átomos de determinado elemento são caracterizados pela
sua massa;
◦ Átomos de um mesmo elemento apresentam propriedades
iguais, átomos de elementos diferentes apresentam
propriedades diferentes;
• Modelo atômico de Thomson, pudim de passas:
◦ Experimentos realizados como tubo de crookes (tubo de raios
catódicos) provaram a natureza elétrica de matéria;
◦ Descoberta do elétron;
◦ O modelo de Thomson explicou algumas propriedades da
matéria que o modelo de Dalton não era capaz de explicar,
como sua natureza elétrica e a divisibilidade do átomo;

• Modelo atômico de Rutherford: modelo planetário ou átomo


nucleado:
◦ A partir da experiência de bombardeamento da lâmina de
ouro com partículas ɑ, Rutherfor propõe um novo modelo
atômico semelhante a um sistema planetário;
• Segundo ele, o átomo seria formado por um minúsculo núcleo
com carga positiva, que concentra praticamente toda a massa
do átomo, e um grande vazio (eletrosfera), onde elétrons se
distribuem ao redor do núcleo como planetas em torno do Sol;
esse modelo ficou conhecido como modelo planetário ou
nucleado;
• Modelo atômico de Bohr, modelo de Rutherford-Bohr:
◦ Bohr utilizou os conceitos do modelo de Rutherford, dos
espectros descontínuos dos elementos e da teoria quântica
Max Planck para construir um novo modelo atômico com
base nos seguintes postulados:
▪ O elétron se move em órbitas circulares em torno de um
núcleo central e não pode assumir qualquer valor de
energia, apenas determinados valores correspondentes às
diversas órbitas permitidas; essas órbitas são camadas
eletrônicas ou níveis de energia;
▪ Ao percorrer essas órbitas permitidas, o elétron apresenta
energia constante; são os chamados estados
estacionários;
▪ Ao saltar de uma órbita estacionária para outra, o elétron
emite ou absorve uma quantidade bem definida de
energia, chamada quantum de energia; esses saltos entre
órbitas foram chamadas de transições eletrônicas ou
saltos quânticos;

• Modelo atômico de Sommerfield:


◦ Com a descoberta da estrutura fina dos espectos,
Sommerfield propõe que cada nível de energia n seria
formado por n subníveis, sendo o primeiro subnível de órbita
circular e n – 1 subníveis de órbitas elípticas;
• Descoberta do nêutron:
◦ James Chadwick, ao bombardear átomos de berílio com
partículas alfas, comprovou a existência de partículas sem
carga elétrica e de massa praticamente igual à dos prótons;
ele próprio denominou essas partículas de nêutrons;

Principais características dos átomos


• Átomo:
◦ Núcleo:
▪ Prótons;
▪ Nêutrons;
◦ Eletrosfera:
▪ Elétrons;

Partícula
Carga relativa Massa relativa
fundamental
Próton +1 1

Nêutron 0 1

Elétron -1 1/1836

• Número atômico (Z):


◦ Indica o número de prótons presentes no núcleo de cada
átomo;
• Número de massa (A):
◦ Soma do número de prótons com o de nêutrons de
determinado átomo;
• A = Z + n (nêutrons);
• Átomo neutro:
◦ Número de prótons (Z) é igual ao número de elétrons;
• Cátion (átomo positivo):
◦ O átomo perde elétrons e se torna positivo;
• Ânion (átomo negativo):
◦ O átomo recebe elétrons e se torna negativo;
• Elemento químico:
◦ É o conjunto de átomos que apresentam o mesmo número
número atômico (Z) (número de prótons);

Representação Iupac
• ZAXQ±;
• Isótopos: são átomos que apresentam o mesmo número
atômico (Z), mas diferentes números de massa;
• Isóbaros: são átomos que apresentam mesmo número de
massa (A) e diferentes números atômicos (Z);
• Isótonos: são átomos que apresentam o mesmo número de
nêutrons (n), mas diferentes números atômico (Z) e de massa
(A);
• Isoeletrônicos: são átomos e íons que apresentam o mesmo
número de elétrons;

Distribuição eletrônica
• Níveis de energia:

Camadas K L M N O P Q

Níveis (n) 1 2 3 4 5 6 7

Número máximo de elétrons 2 8 18 32 32 18 8

• Subníveis de energia:

Subníveis s p d f

Número máximo de elétrons 2 6 10 14

• Diagrama de Linus Pauling:


◦ A distribuição eletrônica deve ser realizada seguindo-se a
sequência das diagonais do diagrama a seguir:

◦ Distribuição eletrônica em íons:


▪ Ânions:
• Calcular a quantidade máxima de elétrons e distribuir
seguindo o diagrama de Linus Pauling;
▪ Cátions:
• Realizar a distribuição eletrônica do átomo neutro,
localizar a camada de valência e retirar os elétrons
necessários;
◦ Distribuição eletrônica em orbitais:
▪ Orbital:
• É a região de maior probabilidade de se encontrar um
elétron;
▪ Princípio da exclusão de Pauli:
• Dois elétrons somente poderão ocupar o mesmo orbital
caso estiverem com spins opostos;

Os quatro números quânticos


• Primeiro Número quântico principal (n):
◦ Indica o nível ou a camada do elétron;

Camada K L M N O P Q
Número quântico principal (n) 1 2 3 4 5 6 7
Quantidade de elétrons 2 8 18 32 32 18 8

• Segundo Número quântico secundário ou azimutal (l):


◦ Indica o subnível de energia do elétron;

Subnível s p d f
Azimutal (l) 0 1 2 3
Quantidade de elétrons 2 6 10 14

• Terceiro Número quântico magnético (ml):


◦ Indica a orientação do orbital no espaço;
◦ Cada orbital comporta, no máximo, dois elétrons com spins
opostos;
◦ Assim:
▪ O subnível s:
• Comporta 2 elétrons;
• É formado por um orbital;
▪ O subnível p:
• Comporta 6 elétrons;
• É formado por três orbitais;
▪ O subnível d:
• Comporta 10 elétrons;
• É formado por 5 orbitais;
▪ O subnível f:
• Comporta 14 elétrons;
• É formado por 7 orbitais;

• Número quântico de spin (s ou ms):


◦ Indica o movimento de rotação do elétron e, por convenção,
possui os valores (-½) ou (+½);
◦ Não importa qual é o sinal do spin do primeiro elétron de
cada orbital, desde que o sinal do segundo elétron seja o
contrário;
◦ Regra de Hund:
▪ Cada orbital de determinado subnível recebe um elétron
com os mesmos spins, para que depois cada um desses
orbitais receba o segundo elétron com spin contrário ao
primeiro;
Capítulo 2 – Tabela periódica

• Tabela periódica moderna:


◦ Os elementos estão organizados em ordem crescente de
seus números atômicos (Z);
◦ Divisão da tabela periódica:
▪ Períodos:
• As sete linhas horizontais da tabela periódica são
denominadas períodos, e o número do período
corresponde ao número de camadas (níveis de energia)
que o elemento possui em sua distribuição eletrônica;
▪ Colunas, grupos ou famílias:
• As dezoito linhas verticais da tabela periódica são
denominadas colunas, grupos ou famílias;
• Cada uma delas agrupa elementos com propriedades
químicas semelhantes;
• Antigamente, a numeração das dezoito colunas era feita
em algarismo romano e dividia em grupos A e B; em
1985, a Iupac propôs que as colunas, grupos ou famílias
da tabela fossem numeradas de 1 a 18, da esquerda
para a direita;

Número do grupo, Nome do grupo,


Elementos
coluna ou família coluna ou família

1 IA Metais alcalinos Li, Na, K, Rb, Cs e Fr

2 IIA Metais alcalinos terrosos Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra

16 VIA Calcogênios O, S, Se, Te, Po, Lv

17 VIIA Halogênios F, Cl, Br, I, At, Ts

18 VIIIA Gases nobres He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn Og

◦ Tipos de elementos:
▪ A tabela pode ainda ser dividida em metais, ametais (ou
não metais), gases nobres e hidrogênio;

◦ Tabela periódica e o diagrama de linus Pauling:


▪ A tabela periódica pode ser dividia em blocos s, p, d e f;

◦ Elementos representativos:
▪ Pertencem às colunas 1, 2, 13, 14, 15, 16, 17 e 18;
▪ Apresentam o elétron de diferenciação (elétron mais
energético) no subnível s ou p;
◦ Elementos de transição:
▪ Elementos de transição externa (colunas 3 a 12):
• Apresentam o elétron de diferenciação (elétron mais
energético) no subnível d;
▪ Elementos de transição interna:
• Série dos lantanídeos e série dos actinídeos;
• Apresentam o elétron de diferenciação (elétron mais
energético) no subnível f;
◦ Propriedades periódicas:
▪ Quando elementos são listados, sequencialmente, em
ordem crescente de seu número atômico, é observada
uma repetição periódica em suas propriedades;
▪ Raio atômico:

▪ Energia ou potencial de ionização:

▪ Afinidade eletrônica ou eletroafinidade:


▪ Eletronegatividade:

▪ Eletropositividade:

▪ Reatividade:
▪ Densidade:

▪ Temperatura de fusão e temperatura de ebulição:


▪ Volume atômico:
Capítulo 3 – Ligações químicas

• Ligações químicas:
◦ Teoria do octeto:
▪ Os átomos, ao se unirem, procuram perder, ganhar ou
compartilhar elétrons na última camada até adquirirem
configuração eletrônica semelhante à de um gás nobre;

Camada
Gás
Configuração eletrônica de
nobre
valência
2He 1s2 1s2
10Ne 1s22s22p6 2s22p6
18Ar 1s22s22p63s23p6 3s23p6
36Kr 1s22s22p63s23p64s23d104p6 4s24p6
54Xe 1s22s22p63s23p64s23d104p65s24d105p6 5s25p6
86Rn 1s22s22p63s23p64s23d104p65s24d105p66s24f145d106p6 6s26p6

◦ Ligação iônica ou eletrovalente:


▪ É a atração eletrostática entre íons de cargas opostas;
▪ Esse tipo de ligação acontece entre átomos com
tendências contrárias, ou seja, átomos com tendência a
perder elétrons (metais) e átomos com tendência a receber
elétrons (ametais e hidrogênio);
◦ Determinação da fórmula mínima de um composto iônico:
▪ A formula mínima de um composto iônico deve mostrar a
menor proporção inteira de cátions e ânions, de modo que
a quantidade total de elétrons perdidos seja igual à
quantidade total de elétrons recebidos;
▪ Uma forma prática de determinar a fórmula mínima de um
composto iônico é inverter o valor das cargas,
transformando o numeral da carga em coeficiente dos
átomos:
◦ Ligação covalente:
▪ É o compartilhamento de pares eletrônicos entre átomos;
▪ Esse tipo de ligação acontece entre átomos com tendência
a receber elétrons (ametais com ametais, ametais com
hidrogênio e entre átomos de hidrogênio);

▪ Estruturas de Lewis:
• Nelas, representam-se os átomos com os elétrons da
camada de valência;
▪ Fórmula estrutural:
• As ligações covalentes são representadas por um traço;
▪ Ligação dupla:
• Compartilhamento de dois pares de elétrons;

▪ Ligação tripla:
• Compartilhamento de três pares de elétrons;

▪ Ligação metálica:
• Esse tipo de ligação é formada exclusivamente por
átomos de metais;
• Teoria do mar de elétrons ou da nuvem eletrônica:

▪ Teoria da ligação de valência:

Ligação Representação Classificação


Simples ––– 1 σ (sigma)
–––
Dupla ––– 1 σ (sigma) e 1 π (pi)
–––
Tripla ––– 1 σ (sigma) e 2 π (pi)
–––

◦ Hibridação dos orbitais:


◦ Geometria molecular:
▪ Teoria da repulsão dos pares eletrônicos da camada de
valência (VSEPR);
▪ Esse modelo se baseia na ideia de que os pares de
elétrons (ligantes e não ligantes) da camda de valência do
átomo central repelem-se entre si e tendem a ficar o mais
longe possível uns dos outros;
▪ Para determinar a geometria das moléculas, devemos
levar em consideração quantos pares eletrônicos formam
ligações e quantos são pares de elétrons livres (não
ligantes);
▪ Os pares eletrônicos podem ser formados por uma ligação
covalente simples, uma ligação covalente dupla, uma
ligação covalente tripla ou um par de elétrons livres (⋅⋅);
▪ No caso de ligações múltiplas, os dois pares de elétrons
da ligação dupla e os três pares de elétrons da ligação
tripla se comportarão como se fossem um único par
eletrônico, pois, como são compartilhados com o mesmo
átomo, não poderão se repelir entre si;

Número de
Número de Disposição pares não
Exemplo de Geometria
pares dos pares ligantes no
molécula da molécula
eletrônicos eletrônicos átomo
central
2 0

1
2

◦ Polaridade:
▪ Polaridade das ligações:
• Ligação covalente apolar:
◦ Ligação covalente formada por dois átomos com
eletronegatividades iguais;
• Ligação covalente polar:
◦ Ligação covalente formada por dois átomos com
eletronegatividades diferentes;
• Vetor momento dipolar:
◦ É representado por ( µ );
◦ Tem a direção do eixo internuclear, o sentido do
átomo mais eletronegativo e a intensidade
proporcional à diferença de eletronegatividade entre
os átomos;

▪ Polaridade das moléculas:


• Moléculas apolares:
◦ Apresentam distribuição simétrica das cargas, ou
seja, não apresentam dipolos;
◦ O momento dipolar resultante é igual a zero;
• Moléculas polares:
◦ Apresentam distribuição assimétrica das cargas, ou
seja apresentam dipolos;
◦ O momento dipolar resultante é diferente de zero;
• Exemplos:
◦ Molécula de CO2:

◦ Molécula de HCN:

◦ Molécula de H2O:

◦ Molécula de BF3:
◦ Molécula de NH3:

◦ Molécula de CH4:
• Atrações intermoleculares:
◦ Atração dipolo-dipolo ou dipolo permanente:
▪ Acontece entre moléculas polares;
▪ Intensidade média;

◦ Ligações de hidrogênio:
▪ Ocorrem entre moléculas polares que apresentam
hidrogênio ligado diretamente em flúor, oxigênio ou
nitrogênio;
▪ Intensidade alta;

◦ Dipolo induzido ou forças de dispersão de London:


▪ Esse tipo de atração intermolecular está presente entre
todas as moléculas, mas é a única força que atua entre
moléculas apolares e entre átomos de gases nobres;
▪ Intensidade fraca;
▪ Os dipolos temporários são formados pelo movimento dos
elétrons;
Capítulo 4 – Propriedades físicas das substâncias

• Forças intermoleculares e a mudança de estado físico das


substâncias moleculares:
◦ A temperatura de ebulição dos compostos moleculares está
relacionada basicamente a dois fatores:
▪ O tipo de interação intermolecular:
• Quanto mais forte a interação, maior a temperatura de
ebulição;
▪ O tamanho e a massa das moléculas:
• Quanto maior o tamanho/massa da molécula, maior a
temperatura de ebulição;
• Solubilidade dos compostos:
◦ Regra geral:
▪ “Semelhante dissolve semelhante”:
• Substâncias que apresentam a mesma polaridade
tendem a se agrupar e/ou interagir entre si;
• Substâncias que apresentam diferentes polaridades não
interagem, formando as fases que observamos nas
misturas heterogêneas;
• Na dissolução de NaCl em água, as moléculas de água,
com sua alta polaridade, conseguem envolver os íons
individualmente conforme se soltam do retículo cristalino
(sofrem dissociação), por uma interação chamada íon-
dipolo; os cátions são estabilizados pelo lado negativo
da água ao passo que os ânions, pelo lado positivo;
◦ Solubilidade dos compostos orgânicos em água:
▪ A solubilidade de compostos orgânicos em água pode ser
prevista de maneira mais clara pelas seguintes regras:
• Hidrocarbonetos (CxHy) e haletos orgânicos (R–X) são
insolúveis;
• Compostos que apresentam um grupo hidrofílico (grupo
polar capaz de realizar ligação de hidrogênio com a
água), por exemplo, uma função oxigenada ou
nitrogenada e cadeias carbônicas com:
◦ Até três carbonos, são solúveis;
◦ Quatro ou cinco carbonos, são parcialmente solúveis;
◦ Seis ou mais carbonos, são insolúveis;
▪ Sabões e detergentes:
• Os sabões são sais de sódio e/ou potássio de ácidos
carboxílicos de cadeia longa (ácidos graxos);

• Os detergentes são sais de sódio de ácido sulfônico de


cadeia longa;

• A presença de uma parte hidrofílica e outra hidrofóbica


na mesma molécula permite a formação de micelas;
• O processo de formação de micelas é denominado
emulsificação; dizemos que o sabão ou o detergente
atuam como emulsificantes ou emulsionantes, ou seja,
eles têm a propriedade de fazer com que o óleo ou a
gordura se disperse na água, formando uma emulsão;

• Tensão superficial:
◦ Quanto maior for a atração entre moléculas de um líquido,
maior será sua tensão superficial;
◦ Esse fenômeno ocorre porque as forças de atração que as
moléculas da superfície sofrem para baixo não são anuladas,
gerando uma película mais coesa na superfície;
Capítulo 5 – Introdução à química orgânica

• Em 1777, Torbern Olof Bergman (físico e matemático sueco,


1735-1784) sugere a Química Orgânica como uma divisão da
Química;
• Química Orgânica:
◦ Estuda os compostos extraídos dos seres vivos (animais e
vegetais);
• Química Inorgânica:
◦ Estuda os compostos extraídos dos minerais;
• Teoria da força vital ou Vitalismo:
◦ Em 1807, Jöns Jacob Berzelius formulou uma teoria que
afirmava que os compostos orgânicos eram obtidos pela
intermediação de uma força vital existente apenas em
plantas e animais;
◦ Esses compostos poderiam ser extraídos e transformados
uns nos outros, mas era impossível obtê-los a partir de outros
elementos do reino mineral (que não pussíam a força vital);
◦ A ideia do vitalismo começou a declinar quando Friedrich
Wöhler sintetizou a ureia (substância anteriormente isolada
da urina de animais) a partir do cianato de amônio, reação
que ficou conhecida como Síntese de Wöhler;

◦ O reconhecimento de que a teoria da força vital não tinha


grande aplicabilidade na Química Orgânica foi gradual, à
medida que novos compostos orgânicos eram reconhecidos
e sintetizados;
◦ Conforme o vitalismo perdia forças, aquela definição proposta
por Bergman (química dos organismos vivos) deixava de ser
adequeda e, então, Kekulé, em 1858, propôs a definição da
Química Orgânica como o ramo da Química que estuda os
compostos de carbono;
• Características do carbono:
◦ Em compostos orgânicos, o carbono é tetravalente;
◦ As quatro ligações simples (do tipo sigma σ) do carbono são
equivalentes;
◦ Além de ligações simples, o carbono pode realizar ligações
duplas ou triplas;

Ângulos entre
Hibridação Ligações Geometria
ligações

sp3 109°28’ Tetraédrica

sp2 120° Trigonal plana

sp 180° Linear
◦ O carbono pode se ligar a diversos elementos;
◦ O carbono pode formar cadeias;
◦ Representação das fórmulas estruturais em Química
Orgânica:

• Classificação do carbono:
◦ Para classificar um carbono, devemos observar a quantos
outros átomos de carbono ele está ligado em um cadeia
carbônica:
▪ Carbono primário:
• Ligado apenas a um átomo de carbono;
▪ Carbono secundário:
• Ligado a dois átomos de carbono;
▪ Carbono terciário:
• Ligado a três átomos de carbono;
▪ Carbono quaternário:
• Ligado a quatro átomos de carbono;

• Classificação das cadeias carbônicas:


◦ Quanto à forma:

◦ Quanto à disposição:
◦ Quanto à natureza:

◦ Quanto ao tipo de ligação:

◦ Quanto à aromaticidade:
• Classificação quanto ao tipo de ligação:
◦ Cadeia saturada:

◦ Cadeia insaturada:

• Classificação quanto à aromaticidade:


◦ Alifática:

◦ Aromáticas:
Capítulo 6 – Nomenclatura dos compostos orgânicos

• A nomenclatura substitutiva dos compostos orgânicos é


constituída conforme o exemplo a seguir:

Ramificaçõe Cadeias
Nome da cadeia principal
s fechadas
Prefixo Infixo Sufixo
Prefixo + il Ciclo Número de Tipo de Função
carbonos ligação orgânica

• A cadeia principal é aquela que apresenta a maior sequência de


carbonos que contém:
◦ Primeiro: os grupos funcionais;
◦ Segundo: as insaturações;
◦ Terceiro: as cíclicas;
◦ Quarto: o maior número de ramificações;
• A numeração da cadeia principal deve começar pela
extremidade mais próxima do grupo funcional, insaturações ou
ramificações, nessa ordem de prioridade;
• As principais ramificações são:
• As ramificações devem ser citadas antes do nome da cadeia
principal, antecedidas pela sua localização e em ordem
alfabética;
• Funções orgânicas:
◦ Hidrocarbonetos:
▪ São compostos formados exclusivamente por carbono e
hidrogênio;
▪ Apresentam fórmula CxHy;
▪ A função hidrocarboneto é dividida em subfunções de
acordo com a classificação de sua cadeia:

Alcanos (CnH2n+2) Cadeia saturada

Cadeia insaturada por uma


Cadeia Alcenos (CnH2n)
ligação dupla
aberta Cadeia insaturada por uma
(alifática) Alcinos (CnH2n-2)
ligação tripla
Cadeia insaturada por duas
Alcadienos (CnH2n-2)
ligações duplas

Cicloalcanos (CnH2n) Cadeia saturada


Alicíclicas
Cadeia insaturada por uma
Cadeia Cicloalcenos (CnH2n-2)
ligação dupla
fechada
Apresentam núcleo ou anel
Aromáticos aromático (ressonância
eletrônica)

◦ Resumo das funções orgânicas:

Função Grupo funcional Sufixo Exemplo

Hidrocarboneto Apenas C e H o
Haleto orgânico R–X (X = F, Cl, Br ou I) o

Álcool R–OH (R = carbono saturado) ol

Fenol Aromático–OH ol

Éter R–O–R’ oxi

Aldeído al

Cetona ona

Ácido
oico
carboxílico

Sal de ácido
oato de
carboxílico
Éster orgânico oato de

Amina amina

Amida amida

Nitrila nitrila

Nitrocomposto R–NO2 o

Cloreto de ácido
oila
carboxílico

Anidrido oico

Ácido sulfônico R–SO3H sulfônico

Sal de ácido Sulfonato


R – SO3-M+ (M+ = cátion)
sulfônico de
Tioálcool R–SH (R = carbono saturado) tiol

Tioéter R–S–R’ –

Enol ol
Capítulo 7 – Isomeria

• Isomeria:
◦ Isômeros são compostos diferentes que têm a mesma
fórmula molecular, mas diferem no arranjo dos átomos na
estrutura das moléculas;
◦ Isomeria plana ou constitucional:
▪ Na isomeria plana, os isômeros podem ser facilmente
diferenciados pela observação de suas fórmulas
estruturais planas, pois diferem na conectividade dos
átomos que formam as moléculas isômeras;
▪ Esse tipo de isomeria é dividido em cinco classes, que são
nomeadas de acordo com sua principal diferença:
• Isomeria de função:
◦ Compostos apresentam funções orgânicas diferentes;
• Isomeria dinâmica ou tautomeria:
◦ Corresponde a um caso particular de isomeria de
função, em que os compostos coexistem em
equilíbrio químico;
• Isomeria de cadeia ou de núcleo:
◦ Compostos apresentam a mesma função orgânica e
diferentes cadeias carbônicas;
• Isomeria de posição:
◦ Compostos apresentam a mesma função orgânica, a
mesma cadeia e diferença na posição de um radical,
insaturação ou grupo funcional;
• Isomeria de compensação ou metameria:
◦ Corresponde a um caso particular de isomeria de
posição;
◦ Envolve a diferença na posição de um heteroátomo;
◦ Isomeria espacial ou esteroisomeria:
▪ Isômeros espaciais ou esteroisômeros são isômeros que
apresentam a mesma conectividade entre os átomos, mas
diferem na disposição espacial dos átomos na molécula;
▪ Isomeria geométrica:
• Esse tipo de isomeria pode acontecer tanto em
compostos de cadeia aberta quanto de cadeia fechada;
• Compostos de cadeia aberta:
◦ Devem apresentar pelo menos uma ligação dupla
entre carbonos, e os ligantes de cada carbono dessa
ligação devem ser diferentes entre si;

• Compostos de cadeia fechada:


◦ Como na ligação dupla, o ciclo na permite livre
rotação entre os carbonos;
◦ Para que aconteça a isomeria geométrica, o ciclo
deve apresentar pelo menos dois carbonos com
ligantes diferentes entre si;

▪ Isomeria óptica:
• Tipo de isomeria espacial que acontece em moléculas
assimétricas nas quais os isômeros diferem no desvio
da luz polarizada;
• O caso mais importante de moléculas assimétricas
acontece quando elas têm, em sua estrutura, pelo
menos um átomo de carbono quiral ou assimétrico;
• Carbono quiral ou assimétrico:
◦ É aquele que apresenta quatro ligantes diferentes
entre si; para facilitar a visualização do carbono
quiral, ele costuma ser assinalado com um asterisco;
• Luz polarizada:
◦ É o conjunto de ondas eletromagnéticas que, após
atravessar um filtro polarizador, vibra em um único
plano de vibração;
• Quando um isômero é equivalente à imagem especular
do outro, eles desviam a luz polarizada de um mesmo
ângulo, porém em sentidos opostos, por isso são
chamados enantiômeros ou enantiomorfos;
• O isômero responsável pelo desvio para a direita é
chamado dextrogiro ou dextrorrotatório e o responsável
pelo desvio para a esquerda, levogiro ou levorrotatório;
• A mistura formada por quantidades iguais (equimolar)
dos dois isômeros (dextrogiro e levogiro) é chamada
mistura racêmica; a mistura racêmica não tem atividade
óptica (opticamente inativa);
• Quando uma molécula tem vários carbonos quirais
diferentes, podemos calcular o número de isômeros
ópticos ativos pela regra de Van’t Hoff:
◦ Número de isômeros opticamente ativos:
▪ 2n (em que n é o número de carbonos quirais
diferentes);
◦ Número de misturas racêmicas:
▪ É sempre a metade do número de isômeros
ópticos ativos;
▪ Dessa forma, pode ser calculado pela seguinte
fórmula:
• 2n/2 ou 2n-1;
Capítulo 8 – Reações orgânicas

• Tipo de ruptura das ligações:


◦ Existem basicamente dois tipos de ruptura ou cisão de uma
ligação covalente:
▪ Cisão homolítica:
• Quando uma ligação covalente quebra de forma
homogênea, ou seja, cada átomo fica com um elétron da
ligação;
• Esse tipo de cisão dá origem a reagentes chamados
radicais livres, pois apresentem número ímpar de
elétrons em sua camada de valência;

▪ Cisão heterolítica:
• Quando uma ligação covalente quebra de forma
heterogênea, ou seja, um dos átomos fica com o par de
elétrons da ligação;
• Esse tipo de cisão dá origem a dois reagentes distintos,
o cátion (A+), chamado eletrófilo, e o ânion (B-),
chamado nucleófilo;
• Reações orgânicas:
◦ Reações de substituição:
▪ Reação de halogenação em alcanos:
• Regra geral:

• Exemplo:
◦ Monocloração do metano:

▪ A velocidade relativa de substituição de hidrogênio


obedece ao seguinte critério:

• Exemplo:
◦ Monocloração do propano:

▪ Reação de substituição em aromáticos:


• Regra geral:

• Halogenação (reação com Cl2, Br2 ou I2):

• Nitração (reação com HNO3):

• Sulfonação (reação com H2SO4):

• Alquilação de Friedel-Crafts (reação com R–X):


• Acilação de Friedel-Crafts (reação com RCOCl):

• Grupo orto e para dirigentes:

Amina –NH2, –NH–R, R–N–R


Hidróxi –OH
Grupos alquila –CH3, –CH2–CH3

Grupos arila

Halogênios –Cl, –Br, –I


Alcóxi –O–R

• Grupos meta dirigentes:

Nitro –NO2
Sulfônico –SO3H
Carboxila –COOH
Aldeído –CHO
Carbonila –CO–
Nitrila –CN
Éster –COOR

▪ Substituição do halogênio em haletos orgânicos:


▪ Substituição da hidroxila em álcoois:

▪ Substituição em grupos acila:


• Reação de esterificação:

• Hidrólise do éster catalisada por ácidos:


• Hidrólise básica do éster (saponificação):

• Transesterificação (alcoólise):

◦ Reações de adição:
▪ Regra geral:

▪ Hidrogenação catalítica:
▪ Halogenação:

▪ Adição de halogenidreto (HX):

▪ Regra de Markovnikov:
• Na adição de HX a um alceno, o hidrogênio é adicionado
ao carbono mais hidrogenado da ligação dupla;
▪ Regra de antiMarkovnikov:
• Na adição de Hbr na presença de peróxido, o hidrogênio é
adicionado ao carbono menos hidrogenado da ligação
dupla;

▪ Hidratação:
▪ Adição em alcadienos conjugados:

▪ Adição versus substituição em ciclanos:


• Teoria das tensões de Bayer;
• Estabilidade crescente dos ciclanos:

• Halogenação:
◦ Quando a tensão diminui, a reação de adição, dá lugar à
reação de substituição;
▪ Adição em carbonilas (ligação pi entre carbono e oxigênio):
• Regra geral:
• Hidrogenação de carbonilas:

• Adição de reagente de Grignard (RMgX):


◦ Ocorre em aldeídos e cetonas;
◦ Forma álcool;

◦ Reações de eliminação:
▪ Regra geral:
▪ Eliminação de HX:

▪ Regra de Zaitsev:
• Na eliminação de HX, o carbono que perde o hidrogênio é
o carbono menos hidrogenado;
• Exemplo:
◦ Eliminação do Hbr do 2-bromobutano:

▪ Desidratação intramolecular de álcoois:


◦ Reações de oxidação de compostos orgânicos:
▪ Reações de combustão:

▪ Reação de oxidação de álcool:


• Agentes oxidantes:
◦ KMnO4/H2SO4;
◦ K2Cr2O7/H2SO4;
• Álcool primário forma aldeído na oxidação parcial e ácido
carboxílico na oxidação total;
• Álcool secundário forma cetona;
• Álcool terciário não oxida;
▪ Oxidação de ligação pi entre carbonos:
• Ozonólise de alcenos:
◦ Carbonos primário e secundário da ligação dupla
formam aldeídos;
◦ Carbono terciário da ligação dupla forma cetona;

• Oxidação branda de ligação dupla:


◦ Agente oxidante:
▪ KMnO4 em solução diluída levemente básica ou
neutra e em baixas temperaturas;
▪ Forma sempre diol vicinal;
• Oxidação enérgica de ligação dupla:
◦ Agentes oxidantes:
▪ KMnO4/H2SO4;
▪ K2Cr2O7/H2SO4;
◦ Carbono primário da ligação dupla forma CO2 e H2O;
◦ Carbono secundário da ligação dupla forma ácido
carboxílico;
◦ Carbono terciário da ligação dupla forma cetona;

• Oxidação enérgica de ligação tripla:


◦ Agentes oxidantes:
▪ KMnO4/H2SO4;
▪ K2Cr2O7/H2SO4;
◦ O produto formado será um ácido carboxílico, se o
carbono da ligação tripla for secundário;
◦ O produto será CO2 + H2O se o carbono da ligação tripla
for primário;
▪ Oxidação de alquibenzenos:
• O carbono ligado diretamente no anel aromático sofre
oxidação, formando uma carboxila, e os demais carbonos
da cadeia lateral (quando houver) sofrem decomposição,
formando CO2 e H2O;

◦ Reações de redução:
▪ Regra geral:
▪ Reação de redução de compostos nitrogenados:
Capítulo 9 – Caráter acidobásico de substâncias
orgânicas

• Caráter ácido dos compostos orgânicos:


◦ Ácidos carboxílicos:
▪ São considerados ácidos, pois são compostos moleculares
que, em solução aquosa, sofrem ionização, originando íons
H+;
▪ A ionização ocorre na ligação O–H da hidroxila, levando à
formação de um cátion H+ e de um ânion carboxilato:

▪ Ácidos carboxílicos reagem com soluções aquosas de bases


fortes, como o hidróxido de sódio (NaOH), e com soluções
aquosas de bicarbonato de sódio, formando sais de ácido
carboxílico:

▪ Força dos ácidos carboxílicos:


• Quanto mais polar a ligação O–H, mais facilmente ocorre a
quebra formando H+, portanto, quanto mais polar a ligação
O–H, mais forte é o ácido:

• O aumento da cadeia carbônica diminui a força dos


ácidos, em razão do efeito doador de elétrons dos
carbonos;
• Grupos mais eletronegativos ligados na cadeia aumentam
a força dos ácidos, devido ao efeito retirador de elétrons;
◦ Fenóis:
▪ Os fenóis têm caráter ácido e sofrem ionização parcial em
solução aquosa;
▪ Assim como nos ácidos carboxílicos, a ionização ocorre na
ligação O–H da hidroxila, levando à formação de um cátion
H+ e de um ânion fenóxido:

▪ Os fenóis reagem com bases fortes, como o NaOH e o KOH,


formando sais chamados fenóxidos:
▪ Os fenóis são ácidos mais fracos que os ácidos carboxílicos,
dessa forma, não reagem com bases fracas ou com o
NaHCO3;
▪ Força dos fenóis:
• A presença de grupos substituintes no anel aromático
também afeta a força dos fenóis;
• Grupos doares de elétrons, como os grupos alquilas (metil,
etil etc.), diminuem a força dos fenóis; já a presença de
grupos mais eletronegativos aumenta, pois estes atuam
como retiradores de elétrons;
• Caráter básico dos compostos orgânicos:
◦ Aminas:
▪ As aminas, assim como a amônia (NH3), têm caráter básico;
▪ Esses compostos apresentam um par de elétrons livres (não
ligantes) que pode se ligar a um cátion H+:

▪ As aminas são bases mais fortes que a água e mais fracas


que o ânion OH-;
▪ Aminas reagem com ácidos, formando sais de amônio:

▪ Força das aminas:


• As aminas alifáticas são mais fortes que a amônia;
• Esse fato pode ser explicado pelo efeito indutivo doador de
elétrons dos grupos alquilas;
• Regra geral para força básica das aminas alifáticas:
◦ Aminas:
▪ Secundárias > primárias > terciárias;
• As aminas aromáticas são mais fracas que a amônia, pois
o efeito indutivo do grupo arila é retirador de elétrons;
• Regra geral para força básica das aminas:

• Caráter anfótero dos compostos orgânicos:


◦ Aminoácidos:
▪ Aminoácidos são compostos orgânicos que apresentam pelo
menos um grupo da função amina e um grupo da função
ácido carboxílico na mesma molécula;
▪ Esses compostos têm caráter anfótero, ou seja, podem se
comportar como ácidos ou bases, pois o grupo amino (–NH2)
apresenta caráter básico, e o grupo carboxila (–COOH),
caráter ácido:

▪ No estado sólido e seco, os aminoácidos existem na forma de


íons dipolares denominados zwitteríon:
Capítulo 10 – Polímeros

• Polímeros (do grego poly: muitas; mero: parte) são


macromoléculas (substância com massa molar elevada)
formadas pela união (polimerização) de muitas moléculas
menores denominadas monômeros;
• Classificação dos polímeros:
◦ Quanto à origem:
▪ Polímeros naturais:
• Sintetizados por seres vivos;
▪ Polímeros sintéticos:
• Obtidos industrialmente a partir de reações orgânicas
de adição ou condensação;
◦ Quanto ao comportamento mecânico:
▪ Plásticos:
• Materiais moldáveis, e que podem sofrer extrusão
(passagem forçada através de um orifício para que
adquira forma alongada ou filamentosa);
▪ Elastômeros:
• Apresentam elasticidade característica da borracha;
▪ Fibras:
• Materiais poliméricos na forma de longos filamentos
com grande resistência na direção da fibra;
◦ Quanto ao comportamento térmico:
▪ Termoplásticos:
• Polímeros que amolecem com o aumento da
temperatura;
▪ Termofixos ou termorrigidos:
• Polímeros de estrutura tridimensional que mantêm a sua
estrutura (não amolecem) mesmo com o aumento da
temperatura;
• Se o aumento da temperatura for mais intenso, eles
sofrem decomposição;
◦ Quanto à composição:
▪ Homopolímeros:
• Polímeros formados por um único tipo de monômero;
▪ Copolímeros:
• Polímeros formados por mais de um tipo de monômero;

◦ Quanto ao método de síntese:


▪ Polímeros de adição:
• Formados por sucessivas reações de adição;
• Os monômeros utilizados na produção desses
polímeros apresentam, pelo menos, uma instauração na
cadeia;
• Polímeros vinílicos:
◦ Formados por monômeros de etileno (eteno) ou a
partir de um etileno substituído (radical vinil);

Monômero Polímero
• Polímeros acrílicos:
◦ Polímeros de adição cujos monômeros são derivados
do ácido acrílico (ácido propenoico);

Monômero Polímero
• Polímeros diênicos (elastômeros):
◦ Polímeros com propriedades elásticas formados a partir
de um monômero com duas ligações duplas conjugadas
(diêno conjugado);
◦ Nesse tipo de polimerazação de adição, ocorre a adição
-1,4, na qual uma das ligações duplas migra para o meio
da cadeia do monômero, conforme representado a
seguir:

Monômero Polímero
• Vulcanização:
◦ Consiste em aquecer a borracha com enxofre (cerca de
3 a 8% em massa) sob altas pressões e temperatura;
◦ O que ocorre basicamente é a reação do enxofre com
as ligações duplas, formando ligações cruzadas entre
as cadeias poliméricas com um, dois ou mais átomos de
enxofre entre elas;

▪ Polímeros de condensação:
• Formados por reações de substituição, nas quais ocorre a
formação de uma molécula menor (H2O, Hcl etc.);
• Nesse tipo de polimerização, os monômeros apresentam
funções orgânicas nas duas extremidades da cadeia;
• Poliésteres:
◦ Polímeros caracterizados pela repetição de grupos
ésteres, que são produzidos normalmente a partir da
reação entre monômeros com as funções de ácido
carboxílico e álcool;

Monômero Polímero

• Poliamidas e poliaramidas:
◦ Polímeros caracterizados pela repetição de grupos de
função amida, que são produzidos normalmente a partir
da reação entre monômeros com as funções de ácido
carboxílico e amina;

Monômero Polímero
• Outros polímeros de condensação:

Monômero Polímero
Capítulo 11 – Bioquímica

• Aminoácidos e proteínas:
◦ Aminoácidos são substâncias orgânicas que têm pelo menos
um grupo amina e um grupo carboxila em sua estrutura;
◦ Todos os 20 aminoácidos primários são ɑ-aminoácidos, ou
seja, têm um grupo amino no carbono adjacente à carboxila
(carbono alfa) e são diferenciados uns dos outros por suas
cadeias laterais (R);

◦ Em decorrência do caráter ácido do grupo carboxila e do


caráter básico do grupo amino, quando os aminoácidos são
dissolvidos em água (meio neutro), o grupo amino tem a
tendência a receber prótons (H+), produzindo um grupo de
carga positiva, e o grupo carboxila tende a doar prótons (H+),
produzindo um grupo de carga negativa;
◦ Dessa forma, os aminoácidos, quando dissolvidos em água,
sofrem neutralização intramolecular, formando um íon dipolar,
também conhecido como zwitteríon;
◦ Substâncias com esse comportamento duple (ácido-base)
são anfóteras;
◦ A ligação peptídica, peptídeos e proteínas:
▪ Nos peptídeos e nas proteínas, os aminoácidos são unidos
covalentemente por ligações peptídicas, que são formadas
a partir de uma reação de condensação com eliminação de
água entre o grupo ɑ-carboxila de um aminoácido e o
grupo ɑ-amino de outro aminoácido;

◦ Proteínas:
▪ As proteínas são copolímeros de condensação (poliamidas
naturais) formados por até 20 ɑ-aminoácidos diferentes e,
por serem substâncias orgânicas muito grandes, têm
estruturas mais complexas que a de substâncias orgânicas
pequenas;
▪ Estrutura das proteínas:
• As proteínas são geralmente descritas em quatro níveis
de organização denominados estruturas primária,
secundária, terciária e quaternária;
• Estrutura primária:
◦ É a sequência de aminoácidos que compõe uma
proteína:
• Estrutura secundária:
◦ Refere-se aos arranjos regulares mantidos por
ligações de hidrogênio entre aminoácidos que estão
próximos uns aos outros na sequência linear;
◦ Dois arranjos particularmente estáveis são a hélice
alfa (ɑ) e a folha beta (β) pregueada;

• Estrutura terciária:
◦ É o formato tridimensional que uma cadeia
polipeptídica adquire após ser dobrada e enrolada
sobre si mesma;
◦ As proteínas normalmente adotam conformações
especiais que maximizam sua estabilidade;
◦ A estrutura terciária das proteínas globulares é
mantida por um conjunto de quatro forças de
interações principais, que ocorrem entre os grupos R
de aminoácidos:
▪ Pontes de dissulfetos:
• Ligações covalentes entre átomos de enxofre de
grupos cistinas;
▪ Interações hidrofóbicas;
• Atração entre grupos R hidrofóbicos;
▪ Interações iônicas:
• Atração entre íons de grupos R carregados
eletricamente;
▪ Ligações de hidrogênio:
• Formadas entre grupos R contendo grupo –NH2
ou –OH com grupos R de aminos distantes;
• Estrutura quaternária:
◦ Formada quando uma proteína é constituída por duas
ou mais cadeias polipeptídicas chamadas
subunidades, que se unem para formar um complexo
proteico;
◦ A maneira pela qual essas cadeias se arranjam em
uma estrutura tridimensional é denominada estrutura
quaternária da proteína;
▪ Desnaturação proteica:
• As forças que mantêm uma proteína na sua forma
tridimensional são relativamente fracas e, sob condições
de aquecimento moderado, essas interações podem
enfraquecer a um ponto que a proteína pode desdobrar
e perder seu formato tridimensional natural;
• Esse processo é denominado desnaturação;
• Além do aquecimento, outros fatores como variação
brusca do pH, solventes orgânicos, solução de ureia e
detergentes podem causar a desnaturação da proteína;
• Lipídeos:
◦ Grupo de compostos orgânicos que incluiu os óleos, as
gorduras, os fosfolipídeos, as ceras, os hormônios esteroides
etc.;
◦ Ácidos graxos:
▪ Ácidos carboxílicos de cadeia longa usados pelos seres
vivos na síntese de trigliceróis;
▪ Os ácidos graxos podem ser divididos em três grupos:
• Saturados:
◦ Possuem apenas ligações simples entre os carbonos;
• Monoinsaturados:
◦ Possuem apenas uma ligação dupla entre carbonos;
• Poli-insaturados:
◦ Possuem duas ou mais ligações duplas entre os
carbonos;
◦ Triacilgliceróis:
▪ Trata-se das gorduras de origem animal, como a banha e o
sebo, e dos óleos vegetais, como óleo de amemdoim, óleo
de soja etc.;
▪ Os triacilgliceróis que são líquidos à temperatura ambiente
geralmente são chamados de óleos; os que são sólidos
são chamados de gorduras;
▪ Quimicamente, ambos são triésteres de ácidos graxos e
glicerol;
▪ Como o glicerol tem três grupos hidroxila, os triacilgliceróis
formarão três ésteres com três ácidos graxos;
◦ Fosfolipídeos:
▪ As membranas lipídicas são constituídas de fosfolipídeos,
o principal constituinte dos fosfoglicerídeos, que diferem
dos triacilgliceróis por conterem um grupo hidroxila (–OH)
terminal do glicerol esterificado com ácido fosfórico em vez
de ácido graxo;

• Carboidratos:
◦ Também conhecidos por hidratos de carbono, açúcares ou
glicídios, os carboidratos são as biomoléculas mais
abundantes na natureza;
◦ São formados por carbono, oxigênio e hidrogênio;
◦ Sua fórmula mínima é: Cx(H2O)y;
◦ Existem três classes principais de carboidratos:
▪ Monossacarídeos ou oses:
• Os carboidratos mais simples;
• Correspondem às unidades básicas dos carboidratos e,
portanto, não sofrem hidrólise;
• São classificados em poliálcool-aldeído (aldose) ou
poliálcool-cetona (cetose) e apresentam de três a sete
átomos de carbono;

• Estrutura cíclica dos monossacarídeos:


▪ Oligossacarídeos:
• Cadeias curtas compostas por até dez
monossacarídeos, unidos covalentemente por uma
ligação chamada glicosídica;
• Os principais oligossacarídeos são os dissacarídeos,
carboidratos constituídos por duas unidades de
monossacarídeos;
• Os dissacarídeos mais comuns são a sacarose (glicose
+ frutose), a lactose (galactose + glicose) e a maltose
(glicose + glicose), todos de fórmula molecular
C12H22O11;
▪ Polissacarídeos:
• Polímeros naturais resultantes da união de 20 ou mais
unidades de monossacarídeos;
• Os principais polissacarídeos são o amido e o
glicogênio, as principais formas de armazenamento de
carboidratos nos vegetais e nos animais,
respectivamente, e a celulose, um polissacarídeo
estrutural dos vegetais;
• Amido:
◦ É um homopolímero de condensação de ɑ-D-glicose;
◦ Sua fórmula molecular é (C6H10O5)n;
◦ As ligações glicosídicas entre as moléculas de glicose
ocorrem entre as hidroxilas ligadas aos carbonos 1 e
4 de diferentes moléculas de glicose;
• Glicogênio:
◦ Homopolímero de condensação formado por
unidades de ɑ-D-glicose unidas por ligações
glicosídicas (ɑ→1,4) com ligações (ɑ→1,6) nas
ramificações;
◦ Sua fórmula molecular é (C6H10O5)n;
◦ A principal diferença do amido e do glicogênio está
relacionado ao maior grau de ramificação do segundo
em relação ao primeiro;

• Celulose:
◦ Homopolímero de condensação formado por unidades
de β-D-glicose unidas por ligações glicosídicas do tipo
(β→1,4);
◦ Sua fórmula molecular é (C6H10O5)n;
Capítulo 12 – Recursos orgânicos

• Recursos orgânicos são recursos naturais que podem ser


bióticos (obtidos da biosfera) ou abióticos (obtidos do reino
mineral), renováveis ou não renováveis;
• São fontes de compostos orgânicos cuja principal aplicação tem
sido como fonte de energia;
• Petróleo:
◦ É um líquido inflamável, geralmente escuro, viscoso, com
densidade menor que a da água, formado por uma mistura
complexa de hidrocarbonetos de peso molecular variado;
◦ A proporção de hidrocarbonetos na fase líquida é bastante
variável e, de acordo com a predominância de determinados
hidrocarbonetos, o petróleo é classificado em:
▪ Parafínico:
• Quando existe predominância de alcanos;
▪ Naftênico:
• Quando existem predominância de ciclanos;
▪ Aromático:
• Quando existe predominância de hidrocarbonetos
aromáticos;
◦ Como o petróleo extraído contém diferentes tipos de
impurezas (petróleo bruto), deve-se submetê-lo a dois
processos mecânicos de purificação:
▪ Decantação:
• Para separar a água salgada;
▪ Filtração:
• Para separar as impurezas sólidas, como areia e argila;
◦ Após esses dois processos, obtém-se o petróleo cru, que é
encaminhado para o processo de refino;
◦ Refino do petróleo:
▪ Consiste em um conjunto de processo físicos e químicos
que visam à transformação do óleo cru (petróleo) em
derivados de valor comercial como o GLP, o diesel, a
gasolina, o querosene, os óleos lubrificantes, entre outros;
▪ Destilação fracionada:
• É um processo de fracionamento do petróleo em
misturas mais simples, denominadas frações;
• Esse processo se baseia nas diferentes temperaturas
de ebulição das frações do petróleo;

▪ Craqueamento catalítico:
• Também conhecido como pirólise, é um processo
químico que transforma frações mais pesadas em
outras mais leves através da quebra de moléculas dos
compostos reagentes, fazendo uso de altas
temperaturas e catalisadores;
◦ O índice de octanagem e a gasolina:
▪ Para medir a qualidade da gasolina, utiliza-se o chamado
índice de octanagem, uma grandeza que mede a
resistência à compressão da mistura “ar + combustível”;
▪ O índice de octanagem foi criado a partir de dois
hidrocarbonetos:
• O heptano e o isoctano (2,2,4-trimetilpentano);
▪ Ao heptano, devido à sua baixa resistência à compressão,
foi atribuído, arbitrariamente, o valor 0 de octanagem; ao
isoctano, que possui elevada resistência à compressão, foi
atribuído, arbitrariamente, o valor de 100 de octanagem;
▪ No Brasil, a gasolina comum possui índice de octanagem
de 87; isso significa que essa gasolina no motor se
comporta da mesma forma que uma mistura formada por
87% de isoctano e 17% de heptano;
• Gás natural:
◦ É um combustível fóssil, encontrado em reservatórios
profundos no subsolo, associado ou não a jazidas de
petróleo;
◦ Composto basicamente por metano (com teores normalmente
acima de 90%) e etano (com teores de até 8%), é utilizado
como combustível industrial, em residências e em automóveis
(GNV);
• Carvão mineral:
◦ É um combustível fóssil natural, não renovável, extraído
através do processo de mineração;
◦ De acordo com a maior ou menor intensidade da
carbonização, o carvão mineral pode ser classificado como:
▪ Turfa (cerca de 60% de carbono);
▪ Linhito (cerca de 70% de carbono);
▪ Hulha (cerca de 80% de carbono);
▪ Antracito (cerca de 90% de carbono);
◦ Pirólise ou destilação seca da hulha:
▪ A hulha é aquecida em retortas a cerca de 1.000 ℃, na
ausência de oxigênio;
▪ Nesse processo são obtidas quatro frações:
• Fração gasosa:
◦ Gás de hulha, gás de rua ou gás de iluminação;
◦ Composto por:
▪ H2 (~50%);
▪ CH4 (~30%);
▪ C2H6, CO e N2 (gases em menores quantidades);
• Fração líquida leve (águas amoniacais):
◦ Solução aquosa de compostos nitrogenados,
derivados da amônia (NH3);
◦ Empregada industrialmente na fabricação de adubos
e fertilizantes agrícolas;
• Fração líquida pesada (alcatrão de hulha):
◦ Líquido viscoso, escuro, insolúvel em água,
semelhante ao petróleo;
◦ Formado por uma mistura de hidrocarbonetos
aromáticos;
◦ Após ser obtido, o alcatrão de hulha é submetido à
destilação fracionada, produzindo:
▪ Óleo leve:
• Como benzeno, tolueno e xilenos;
▪ Óleo médio:
• Fenol naftaleno, piridinas;
▪ Óleo pesado:
• Cresóis, anilina, naftóis;
▪ Óleo verde ou antracênico:
• Antraceno, fanatreno;
• Fração sólida (carvão coque):
◦ Um sólido amorfo e poroso, com alto teor de carbono;
◦ Utilizado como agente redutor na obtenção de ferro
em indústrias siderúrgicas;
• Xisto ou folhelho betuminoso:
◦ É uma rocha sedimentar rica em material orgânico;
◦ Quando submetido ao aquecimento, obtém-se dessa rocha
um óleo semelhante ao petróleo (óleo de xisto), que, depois
de destilado, produz gasolina, óleo diesel, óleo combustível,
nafta, gás combustível etc.;
◦ Existem também o gás natural extraído do xisto (gás de
xisto), que é basicamente metano preso em uma camada
profunda de rochas; para extraí-lo é necessário perfurar o
solo até a reserva e empregar água e produtos químicos sob
pressão para fraturar a rocha e liberar o gás;
• Etanol:
◦ É um combustível renovável utilizado em motores de
combustão interna em substituição à gasolina;
◦ A forma mais simples e comum de obter o etanol é através da
fermentação de carboidratos;

◦ No Brasil, é obtido a partir da fermentação da sacarose da


cana-de-açúcar;

◦ O etanol é separado da mistura fermentada por destilação na


forma de uma mistura azeotrópica com água (etanol 96% e
água 4%) em volume);
• Biodiesel:
◦ É um combustível renovável que pode substituir total ou
parcialmente o óleo diesel utilizado em motores a diesel;
◦ Obtido pela transesterificação de triglicerídeos presentes em
óleos vegetais com um álcool (etanol ou metanol);
• Biogás:
◦ É um dos produtos da decomposição anaeróbia (ausência de
oxigênio gasoso) da matéria orgânica, que se dá através da
ação de determinadas espécies de bactérias;
◦ Trata-se de uma mistura gasosa composta principalmente
por metano (50% a 70% do volume de gás produzido) e
dióxido de carbono (25% a 50% do volume de gás
produzido);
◦ Pode ser obtido em biodigestores;
◦ Devido à sua composição, o biogás é apresentado como uma
alternativa de substituição ao gás natural;
Frente 2
Capítulo 1 – Estados físicos e suas mudanças

• Estados físicos:
◦ Sólido: FA > FR;
◦ Líquido: FA ~ FR;
◦ Vapor: FA < FR;
• Curvas de aquecimento:

• Densidade:
◦ d = m / v (g/cm3 ou g/mL);
• Fase:
◦ É toda porção uniforme de um sistema;
◦ 1 fase:
▪ Sistema homogêneo (monofásico);
◦ 2 ou mais fases:
▪ Sistema heterogêneo (bifásico, trifásico ou polifásico);
• Sistema:
◦ Mistura:
▪ Duas ou mais substâncias (tipos de moléculas);
◦ Substância pura:
▪ Uma única substância (um tipo de molécula);
• Substâncias:
◦ Simples:
▪ Estruturas com um só tipo de átomo;
◦ Compostas:
▪ Estruturas com dois ou mais tipos de átomos;
• Alotropia:
◦ É a propriedade que certos elementos têm de formar
substâncias simples, diferentes de si entre si, conforme
mostrado na tabela a seguir:

C Grafite, diamante, fulerenos

O Oxigênio, ozônio

P Branco, vermelho

S Rômbico, monoclínico

• Métodos de separação de misturas heterogêneas:


◦ Decantação;
◦ Filtração a vácuo:
▪ Acelera o processo de filtração comum;
◦ Sifonação;
◦ Centrifugação:
▪ Acelera o processo de sedimentação;
◦ Filtração comum;
◦ Dissolução e cristalização fracionadas;
◦ Dissolução fracionada:

• Métodos de separação de misturas homogêneas:


◦ Destilação simples;
◦ Destilação fracionada;
◦ Liquefação fracionada;

◦ Esquema de destilação:
Capítulo 2 – Introdução ao cálculo estequiométrico

• Unidade de massa atômica (u):

• Massa atômica:
◦ Média ponderada das massas de todos os isótopos;
◦ Conversão entre as unidades de massa:
▪ 1g = 6,02x1023 u;
◦ Constante de Avogadro:
▪ 1 mol = 6,02x1023;

• Número de mols:
◦ n = m / M:
▪ n: número de mols (mol);
▪ m: massa (g);
▪ M: massa molar (g/mol);
• Volume molar:
◦ 22,4L (nas CNTP);
◦ V = (RT) / P (em quaisquer condições);
• Tipos de fórmulas:
◦ Molecular;
◦ Mínima:
▪ É a fórmula molecular simplificada;
◦ Centesimal:
▪ Expressa as porcentagens em massa de cada elemento;
• Conversões:
Capítulo 3 – Cálculo estequiométrico

• Lei de Lavoisier:
◦ Em um sistema fechado, não há alteração de massa durante
uma reação química (Conservação das Massas);

• Lei de Proust:
◦ As proporções entre as substâncias que efetivamente
participam de uma reação química são fixas (Proporções
Fixas);

• Lei de Gay-Lussac:
◦ As proporções volumétricas entre as substâncias gasosas
que efetivamente participam de uma reação química são
fixas;

• Cálculo estequiométrico:
◦ É o estudo da determinação do número de mos, da massa,
do volume e do número de moléculas de substâncias
participantes de uma reação química;
• Excesso de reagentes:
◦ Geralmente, o problema é de excesso de reagente quando
mais de um dado é fornecido;
◦ O reagente que não está em excesso é o reagente limitante;
◦ Para se resolver um problema de cálculo estequiométrico,
deve-se utilizar o dado do reagente limitante;

• Impureza de reagentes:
◦ As impurezas são inertes;
• Rendimento:
◦ É a porcentagem de reagentes que efetivamente se
transformam em produtos;

• Reações com ar atmosférico:


◦ Ar atmosférico:
▪ 21% de O2 e 78% de N2;
▪ Ou;
▪ 20% de O2 e 80% de N2 (aproximadamente);
• Composições percentuais:
Capítulo 4 – Ácidos e bases

• Neste capítulo, verificamos os conceitos de funções químicas,


que também serão utilizadas no capítulo posterior;
• Para a compreensão do assunto, foi fundamental resgatar e
entender tópicos básicos já ensinados nos capítulos do Livro 1-
Frente 1;
• A Teoria de Arrhenius, que foi discutida com detalhes,
propiciando embasamento teórico suficiente para que seja
possível distinguir sistemas que conduzem ou não eletricidade;
• As funções ácido e base, de maneira sistemática, definindo e
classificando as funções e nomeando as substâncias pelas
regras vigentes da IUPAC;
• E, por fim, realizamos um estudo descritivo das principais
substâncias, exemplificando cada uma de suas propriedades
com fatos e utilizações cotidianas;
• É importante ressaltar que este capítulo servirá de suporte para
muitos outros, principalmente para o entendimento das reações
químicas; assim, é imprescindível ao aluno muita leitura e treino
para que se consiga obter êxito nos principais vestibulares do
país;
Capítulo 5 – Sais e óxidos

• Neste capítulo, percebemos que é absolutamente necessário o


domínio da matéria apresentada no capítulo anterior; o
entendimento dos ácidos e bases constitui o alicerce para o
aprendizado das duas grandes funções estudadas no presente
capítulo: sais e óxidos;
• Desta forma, estudamos essas duas funções de forma
sistemática;
• No caso dos sais, você aprendeu:
◦ Definição;
◦ Formulação;
◦ Nomenclatura;
◦ Neutralizações totais;
◦ Neutralizações parciais;
◦ Sais duplos;
◦ Solubilidade dos sais;
◦ Uso cotidiano dos principais sais;
• E no caso dos óxidos:
◦ Definição;
◦ Classificação;
◦ Reações envolvendo óxidos;
◦ Peróxidos e Superóxidos;
◦ Uso cotidiano dos principais óxidos;
Capítulo 6 – Soluções

• Este capítulo servirá como alicerce para o estudo de toda a


Físico-Química;
• Os problemas de cinética química e equilíbrios químicos, por
exemplo, utilizarão definições importantes desse assunto; para
entender soluções é preciso aprender a utilizar definições
operacionais, como concentração comum, concentração molar
e título, entre outras;
• Posteriormente, analisamos os tipos de concentrações de
soluções, a saber:
◦ Concentração comum (C);
◦ Concentração molar (M);
◦ Título (τ);
◦ Frações molares (X);
◦ Molalidade (W);
• Além disso, visualizamos no estudo que há relações muito
importantes entre essas unidades de medida de concentração,
devidamente deduzidas e apresentadas;
• Por fim, foram estudados três tipos de problemas:
◦ Diluição de soluções;
◦ Misturas de soluções;
◦ Titulometria;
• Destacamos que a resolução dos exercícios deste capítulo é
fundamental para o perfeito entendimento do mesmo;
Capítulo 7 – Propriedades coligativas

• Propriedades coligativas são propriedades que dependem


apenas do número de partículas do soluto dissolvidas em
solução e que independem do tipo de partícula;
• Aumento do número de partículas do soluto:
◦ Diminuição:
▪ Pressão máxima de vapor (tonoscopia);
▪ Temperatura de congelamento (crioscopia);
◦ Aumento:
▪ Temperatura de ebulição (ebulioscopia);
▪ Pressão osmótica (osmoscopia);
• Pressão máxima de vapor de um líquido é a pressão parcial
exercida pelos vapores de um líquido quando estes saturam o ar
atmosférico:
◦ PMV depende da:
▪ Temperatura;
▪ Natureza do líquido;
◦ Na ebulição:
▪ PMV = Patm;
• Lei de Raoult:

• Ebulioscopia:

• Crioscopia:
• Osmose é a passagem de solvente através de uma membrana
semipermeável, do meio hipotônico (menos concentrado) para o
meio hipertônico (mais concentrado);
• Pressão osmótica (π) é a pressão externa que se deve exercer
no meio hipertônico para se impedir o fenômeno da osmose;
• Em soluções iônicas, o número total da partículas (e, portanto,
os efeitos coligativos) deve ser multiplicado por um fator i,
portanto:
Capítulo 8 – Oxirredução

• Número de oxidação:
◦ Número de elétrons que um átomo, em um composto, perde
ou ganha para ter estabilidade;
◦ Regras para cálculo do Nox:
▪ I. 1A → 1+;
▪ II. 2A → 2+;
▪ III. Al, Bi → 3+;
▪ IV. Zn, Cd → 2+;
▪ V. H:
• 1+ (ligado a ametais);
• 1- (ligado a metais);
▪ VI. O:
• 2-;
• 1- (peróxidos);
• 1/2- (superóxidos);
▪ VII. Para átomos diretamente ligados ao oxigênio ou flúor:
• 7A → 1-;
• 6A → 2-;
• 5A → 3-;
▪ VIII. O Nox dos átomos em uma substância simples vale 0;
▪ IX. A soma dos Nox dos átomos em uma molécula vale 0;
▪ X. A soma dos Nox em um íon é a carga do íon;

• Oxidação:
◦ Perda de elétrons (aumento de Nox);
• Redução:
◦ Ganho de elétrons (diminuição de Nox);
• O agente oxidante contém o elemento que se reduz e o agente
redutor contém o elemento que se oxida;
• Oxirredução ou redox:
◦ Quando há variação de Nox na reação;
• Balanceamento por oxirredução:
◦ 1º: Calcular os Nox de todos os elementos participantes nos
reagentes e produtos;
◦ 2º: Verificar quem sofre oxidação e quem sofre redução;
◦ 3º: Calcular o Δ, onde Δ = (Nox maior – Nox menor) x (maior
índice do elemento);
◦ 4º: Inverter os Δs (Δ da oxidação no elemento que sofre
redução e vice-versa);
◦ 5º: Terminar o balanceamento por tentativas;
◦ Observação:
▪ Os quatro primeiros procedimentos garantem o equilíbrio
das cargas e o quinto garante o equilíbrio das massas;
Capítulo 9 – Radioatividade

• A radioatividade foi descoberta por Henri Becquerel, em 1896, e


desenvolvida principalmente pelo casal Curie;
• Partículas e emissões radioativas:

Número Poder de
Emissã Representaçã Aspect Velocidad
Carga de penetraçã
o o o e
massa o

20.000 a 30.000
ɑ 2ɑ4 +2 4 Muito baixo
km/s

Até 270.000
β -1 β0 -1 0 Médio
km/s

Onda
ɣ 0 ɣ0
eletromagn 0 0 300.000 km/s Alto
ética

Pósitron +1 β0 +1 0 – –

• Reações nucleares:
◦ 1ª Lei de Soddy (emissões ɑ):

◦ 2ª Lei de Soddy (emissões β):

◦ Para essas e demais reações nucleares, deve-se obedecer à


conservação das cargas e dos números de massa;
• Tipos de reações nucleares:
◦ Transmutação nuclear:
▪ São reações nucleares provocadas pelo bombardeamento
de nuclídeos);

◦ Fissão nuclear:
▪ É o processo de transmutação nuclear que quebra um
núcleo grande em outros menores, com grande liberação
de energia:

▪ A fissão nuclear explica o funcionamento:


• Das usinas nucleares:
• Das bombas atômicas (usadas para fins bélicos):

◦ Fusão nuclear:
▪ É a união efetiva de dois núcleos menores para formação
de um núcleo maior, com grande liberação de energia;

▪ A fusão nuclear explica a atividade:


• Do Sol;
• Das bombas de hidrogênio (não utilizadas ainda em
ataques reais, somente testes);
• Período de meia-vida (t1/2):
◦ É o intervalo de tempo necessário para que o número (ou a
massa) de radionuclídeos reduza-se à metade;
◦ m = m0 / 2n, em que n é o número de períodos de meia-vida;
Capítulo 10 – Reações inorgânicas

• As reações químicas ocorrem no sentido de aumentar a


estabilidade do sistema;
• Reações:
◦ De síntese ou adição ou formação:
▪ Parte-se de duas ou mais substâncias para a formação de
uma única:

◦ De análise ou decomposição:
▪ Parte-se de um único reagente para a formação de dois ou
mais produtos:

◦ De simples troca ou deslocamento:


▪ Apenas o cátion ou o ânion são substituídos em uma
substância composta;
▪ São reações de oxirredução:
▪ Reações de simples troca catiônica:

• A deve ser mais reativo que B para que ocorra a reação;


• Fila de reatividade dos metais:

• Em geral:
◦ Metal comum + ácido → sal + H2;
◦ Metal + ácido → NÃO REAGE;
• Casos especiais:

• Metais alcalinos e alcalinoterrosos reagem com água,


podendo resultar em explosões devido à liberação de
H2;
▪ Reações de simples troca aniônica:

• A deve ser mais reativo que C para que ocorra a reação;


• Fila de reatividade dos metais:

◦ De dupla-troca:
▪ O cátion de uma substância une-se ao ânion da outra e
vice-versa;
▪ Não são reações de oxirredução;
▪ As três condições, cada uma delas suficiente por si só,
para que ocorra uma reação de dupla-troca são:
• 1. Formação de gás:

• 2. Formação de precipitado:
◦ Ácidos inorgânicos são solúveis em água;
◦ Bases de metais alcalinos (1A) são solúveis em água,
enquanto bases de metais alcalinoterrosos (2A) são
parcialmente solúveis em água, exceto o Mg(OH)2;
◦ Solubilidade dos sais em água:

Ânion Solubilidade Exceções


CH3COO-, ClO3-, NO3- Solúveis –
Cl-, Br-, I- Solúveis Ag+, Hg2+, Pb2+
SO42- Solúveis Ca2+, Sr2+, Ba2+, Pb2+
S2- Insolúveis 1A, 2A e NH4+
Demais Insolúveis 1A e NH4+

• 3. Formação de eletrólito mais fraco que os reagentes:


◦ Ácido fraco;
◦ Base fraca;
◦ Água;
• Quando não se satisfaz nenhuma das condições
apresentadas, a reação de dupla-troca não ocorre;
Frente 3
Capítulo 1 – Teoria atômico-molecular

• Unidade de massa atômica (u) ou Dalton (Da):


◦ Corresponde à massa de 1/12 da massa do isótopo 12 do
carbono (12C);
◦ O valor de 1u, em gramas, é 1,66x10-24g, o que corresponde
aproximadamente à massa de um próton ou de um nêutron;
• Massa Atômica de um átomo:
◦ É o número de vezes que um átomo é mais pesado que a
unidade de massa atômica (u);
• Massa Atômica de um elemento:
◦ É a média ponderada das massas atômicas dos isótopos
naturais que compõem o elemento na natureza;
◦ No caso de elementos artificiais ou muito raros, o valor
fornecido é a massa atômica do isótopo mais estável;
• Massa molecular:
◦ É a medida, em unidades de massa atômica, da massa de
uma molécula;
• Massa de fórmula empírica:
◦ É a soma das massas atômicas dos respectivos
componentes dessa fórmula;
• Quantidade de matéria (mol):
◦ É a quantidade de matéria de um sistema contendo tantas
entidades elementares quanto átomos existem em 0,012
quilograma do isótopo 12 do carbono;
• Constante de Avogadro:
◦ 6,02x1023 é o número de átomos de qualquer elemento que
deve ser reunido de forma que o grupo de átomos tenha a
massa em gramas numericamente igual à massa atômica em
u;
• Massa molar:
◦ É a massa em gramas de 1 mol de uma substância;
◦ A unidade da massa molar é g/mol;
Capítulo 2 – Gases

• Gás ideal:
◦ Formado por partículas de tamanho desprezível;
◦ Interações entre as partículas são desprezíveis;
◦ Choques entre partículas e parede do recipiente são 100%
elásticos;
◦ Movimento retilíneo e caótico em todas as direções;
• Variáveis de estado:
◦ Pressão:
▪ 1 atm = 1,01325x105 N/m2 = 760 mmHg = 14,7 lb/pol2;
◦ Volume:
▪ 1 cm3 = 1 ml;
▪ 1 dm3 = 1 L;
▪ 1 m3 = 1000 L;
◦ Temperatura:
▪ T(K) = T(℃) + 273;
• Transformações:
◦ Isotérmica – Lei de Boyle:
▪ “À temperatura constante, o volume ocupado por um gás é
inversamente proporcional à sua pressão”;

P 1⋅V 1=P2⋅V 2

◦ Isobárica – Lei de Charles:


▪ “À pressão constante, o volume ocupado por uma amostra
de gás é diretamente proporcional a sua temperatura na
escala Kelvin;
V1 V2
=
T1 T 2

◦ Isométrica – Lei de Gay-Lussac:


▪ “A volume constante, a pressão de uma amostra de gás é
diretamente proporcional a sua temperatura na escala
Kelvin”;

P1 P2
=
T1 T2

• Equação geral dos gases (cálculos combinados):

P1⋅V 1 P2⋅V 2
=
T1 T2

• Princípio de Avogadro:
◦ “Volumes iguais de gases diferentes contêm números iguais
de moléculas quando medidas nas mesmas condições de
pressão e temperatura”;
• Equação de Clapeyron:

P⋅V =n⋅R⋅T

• Volume molar:
◦ É o volume ocupado por 1 mol de um gás nas CNTP;
◦ É igual a 22,4L;
• Densidade dos gases:
◦ É a relação entre a massa e o volume;

m m PM
d= P⋅V =n⋅R⋅T n= ⇒ d=
V M RT
• Pressões parciais (Lei de Dalton):
◦ P H 2 V =n H 2 RT ;
◦ P N V =n N RT ;
2 2

◦ P total V =(n H +n N ) RT ;
2 2

◦ P total = P A + P B +P C +.. . ;

• Volumes parciais (Lei de Amagat):


◦ P V H 2=n H 2 RT ;
◦ P V N =n N RT ;
2 2

◦ P V total =(n H +n N ) RT ;
2 2

◦ V total =V A +V B +V C +.. . ;
• Fração molar de um gás em uma mistura:

nA PA VA
X A= = =
ntotal Ptotal V total

• Lei de efusão e difusão:


◦ Lei de difusão de Graham:
▪ “A velocidade de difusão de um gás por meio de outro é
inversamente proporcional à raiz quadrada da densidade
do gás”;
◦ Lei de efusão de Graham:
▪ “A velocidade de efusão de um gás por meio de um dado
orifício é inversamente proporcional à raiz quadrada da
densidade do gás”;

Velocidade A
Velocidade B√=
MB
MA
Capítulo 3 – Termoquímica

• Calorimetria:
◦ 1 caloria é a quantidade de energia térmica necessária para
elevar de 14,5 ℃ para 15,5 ℃ a temperatura de 1g de água;
◦ 1 cal = 4,18 J;
• Entalpia:
◦ É o calor envolvido em um processo químico ou físico;
◦ Variação de entalpia (ΔH):
▪ A quantidade de calor envolvido em um processo químico
ou físico, à pressão constante:

Δ H =H final −H inicial

◦ Processos exotérmicos:
▪ H final <H inicial ⇒ Δ H < 0 ;
▪ Reagentes → Produtos + Energia;
▪ Reagentes → Produtos ΔH < 0;
◦ Processos endotérmicos:
▪ H final >H inicial ⇒ Δ H >0 ;
▪ Reagentes + Energia → Produtos;
▪ Reagentes → Produtos ΔH > 0;
◦ Fatores que influenciam na variação da entalpia:
▪ Quantidade de reagentes e produtos:
• O calor absorvido ou liberado em uma reação depende
diretamente da quantidade de reagentes envolvidos;
▪ Estado físico dos reagentes e produtos:
• Os processos físicos de mudança de estados
consomem ou liberam energia;
• Portanto, a obtenção de um produto no estado gasoso
fornecerá um ΔH diferente do que a obtenção desse
mesmo produto nos estados líquido ou sólido;
• H(g) > H(l) > H(s);
▪ Forma alotrópica dos reagentes e produtos:
• Existe uma diferença na entalpia de dois alótropos, de
forma que o ΔH de uma reação também não será o
mesmo quando se utiliza diferentes alótropos na reação;
• Equação termoquímica:
◦ É uma forma de se representar uma reação química com
informações relevantes sobre a variação de entalpia
envolvida;
◦ Dados que devem estar presentes:
▪ ΔH da reação em kJ ou kcal;
▪ Coeficientes estequiométricos dos reagentes e produtos;
▪ Estado físico de todos os participantes;
▪ Temperatura e pressão da reação; se não houver
indicação da temperatura e pressão, considera-se que a
reação ocorreu nas condições ambientes de 25 ℃ e 1 atm;
• Lei de Hess:
◦ A variação de entalpia (ΔH) de uma reação química depende
apenas dos estados inicial e final da reação, não importando
o caminho da reação;
◦ Utilizando a Lei de Hess, é possível trabalhar com equações
químicas como se fossem equações matemáticas;

ΔH g = ΔH 1 + ΔH 2 + ΔH 3 +...

• Estado padrão das substâncias:


◦ O estado padrão de uma substância é a variedade alotrópica
mais estável da substância, em seu estado físico mais
comum a 25 ℃ e 1 atm;
◦ Arbitrariamente, qualquer substância simples no estado
padrão possui entalpia igual a 0;
• Entalpia padrão de formação:
◦ É o calor liberado ou absorvido na reação de formação de 1
mol de um composto, por meio de substâncias simples no
seus estados padrão nas condições padrão de 25 ℃ e 1 atm;
◦ Pode-se calcular a variação de entalpia de uma reação
conhecendo-se a entalpia de formação dos reagentes e
produtos:
o o
ΔH =∑ ΔH produtos − ∑ ΔH reagentes

• Energia de ligação:
◦ É a energia necessária para quebra 1 mol de determinada
ligação no estado gasoso a 25 ℃ e 1 atm;
◦ Pode-se calcular a variação de entalpia de uma reação
sabendo que a quebra de ligações nos reagentes ocorre com
absorção de energia e formação de ligações nos produtos
com liberação de energia;
Capítulo 4 – Cinética química

• Cinética química:
◦ É a parte da química que estuda a velocidade das reações
químicas e os fatores que alteram a velocidade;
• Velocidade da reação:
◦ É definida como a variação na quantidade de uma substância
pelo intervalo de tempo durante o qual essa variação é
observada;
Δ(quantidade)
v=
Δ(tempo)
• Velocidade média das reações:
◦ aA + bB → cC + dD;

Δ[ A ] Δ[C ] Δ[ D]
v= v= v=
a⋅Δt c⋅Δt d⋅Δt

• Velocidade instantânea:
◦ É a variação da concentração de um dos componentes em
determinado instante da reação;
◦ A velocidade instantânea é geralmente medida no início da
reação, que é quando as concentrações são conhecidas;
• Mecanismos das reações (Teoria das colisões):
◦ Segundo a teoria das colisões, a velocidade de uma reação
química está relacionada com três fatores:
▪ Choque entre as moléculas:
• Quanto maior a frequência dos choques, maior será a
velocidade das reações;
▪ Energia do choque:
• O choque entre as moléculas deve ter energia suficiente
para formar o complexo ativado (energia de ativação);
▪ Orientação do choque:
• É necessário que as moléculas estejam orientadas
adequadamente no instante do choque para que se
forme o complexo ativado;
• Energia de ativação:
◦ É a energia necessária para que se alcance o complexo
ativado de uma reação;
◦ Reações com energia de ativação alta são lentas, enquanto
baixas energias de ativação levam a reações mais rápidas;
• Fatores que alteram a velocidade das reações:
◦ Concentração dos reagentes:
▪ Quanto maior a concentração dos reagentes, maior é a
velocidade de uma reação;
▪ xA + yB → Produtos:
• A lei de velocidade pode ser escrita como sendo:
x y
◦ v=k [ A ] ⋅[ B] ;
• A ordem da reação é a soma de x e y;
◦ Pressão dos reagentes:
▪ Aumento da pressão aumenta a velocidade de reações em
que existam reagentes gasosos;
◦ Temperatura:
▪ Aumento da temperatura aumenta a velocidade de todas
as reações;
◦ Superfície de contato:
▪ Principalmente para reagentes sólidos, quanto maior for a
superfície de contato entre reagentes, maior será a
velocidade das reações;
◦ Catalisador:
▪ São substâncias que aceleram uma reação, mas que não
são consumidas por ela e não aparecem na equação da
reação global;
▪ Catalisadores funcionam diminuindo a energia de ativação
da reação;
▪ Catálise homogênea:
• Quando o catalisador e os reagentes estão em uma
mesma fase, formando um sistema homogêneo;
▪ Catálise heterogênea:
• Quando o catalisador está em fase diferente dos
reagentes da reação, formando um sistema
heterogêneo;
▪ Enzimas:
• São catalisadores biológicos naturais;
• São proteínas que possuem função catalítica altamente
específica para determinada reação;
• Lei de ação das massas:
◦ Reações elementares:
▪ São reações que ocorrem em uma única etapa;
▪ Para uma reação elementar do tipo:
• aA + bB → Produtos:
a b
◦ v=k [ A ] ⋅[B ] ;
◦ Reações não elementares (em diversas etapas):
▪ São reações em que os passos são reações elementares
consecutivas;
▪ A etapa determinante da velocidade:
• É a etapa lenta da reação, que pode ter sua velocidade
descrita pela lei de ação das massas;
Capítulo 5 – Equilíbrios químicos I

• Fenômenos químicos reversíveis:


◦ São aqueles que podem ocorrer tanto no sentido direto,
quanto no sentido inverso;
◦ Eles não acontecem com as mesmas energias de ativação e
nem com as mesmas velocidades, mas a tendência natural é
que as velocidades das reações direta e inversa se igualem a
partir de certo momento e o sistema entre em equilíbrio
químico;
◦ Para que um fenômeno químico seja reversível, é preciso que
o sistema esteja fechado, isto é, não troque matéria com o
meio externo;
• Grau de equilíbrio (ɑ):
◦ É a porcentagem de reagem limitante que efetivamente se
converte em produto para que o sistema entre em equilíbrio;
• Para uma reação genérica descrita pela equação:
◦ aA + bB → cC + dD:
▪ A constante de equilíbrio é dada pela seguinte expressão:

▪ A constante de equilíbrio em termos de pressões parciais é


dada por:
c d
(PC ) ⋅(P D )
K p= a b
( P A ) ⋅(P B )

◦ A relação entre Kc e Kp é:
Δn
▪ K p = K c⋅( RT ) ;
◦ As constantes de equilíbrio são adimensionais;
• O Princípio de Le Chatelier diz que:
◦ Quando se perturba um sistema em equilíbrio, a natureza age
contrariamente à perturbação imposta, no sentido de
minimizá-la ou de anulá-la;
◦ Um sistema em equilíbrio pode ser perturbado quando se
altera:
▪ A concentração das substâncias, a temperatura e a
pressão;

• A ionização dos ácidos acontece segundo a equação:


◦ HA(aq) ⇌ H(aq)+ + A(aq)-:
▪ A constante de equilíbrio iônico é dada por:
+ -
[ H (aq) ]⋅[ A (aq) ]
K a=
[ HA( aq)]

▪ Quanto maior a força do ácido, maior o Ka;


◦ Se um ácido for poliprótico, para cada ionização parcial
haverá um Ka, sendo Ka1 > Ka2 > Ka3 > Ka4;
• A ionização das bases fracas acontece segundo a equação:
◦ C(OH)(aq) ⇌ C(aq)+ + OH(aq)-:
▪ A constante de ionização é dada por:
+ -
[C( aq)]⋅[ A( aq) ]
K b=
[CA( aq) ]
▪ Quanto maior a força da base, maior o Kb;
• Não há sentido aplicar Ka e Kb para ácidos e bases fortes;
• A constante de ionização (Ki) é uma generalização de todas as
constantes de equilíbrio iônico homogêneo;
• Para um eletrólito genérico em que C é o cátion e A é o ânion,
temos:
◦ CA(aq) ⇌ C(aq)+ + A(aq)-:
▪ A constante de ionização é dada por:
+ -
[C (aq) ]⋅[ A (aq) ]
K i=
[CA (aq) ]

• Lei de Ostwald:
◦ Se ɑ > 10%:
2
ɱ⋅α
▪ K i= ;
1−α
◦ Se ɑ < 10%:
▪ (1 – ɑ) ≅ 1:
2
• K i=ɱ⋅α ;
◦ Onde “ɱ” é a concentração molar;
Capítulo 6 – Equilíbrio químico II

• Equilíbrio iônico da água:


◦ Autoionização da água:
▪ H2O(l) ⇌ H(aq)+ + OH(aq)-;
▪ KW = [H(aq)+].[OH(aq)-];
▪ pH = –log[H(aq)+];
▪ pOH = –log[OH(aq)-];
◦ Se [H(aq)+] > [OH(aq)-]:
▪ O meio é ácido;
◦ Se [H(aq)+] = [OH(aq)-]:
▪ O meio é neutro;
◦ Se [H(aq)+] < [OH(aq)-]:
▪ O meio é básico;
◦ Para temperatura ambiente, temos:
▪ pH = 7, significa que o meio é neutro;
▪ Para valores de pH cada vez menores do que 7, o meio é
cada vez mais ácido;
▪ Para valores de pH cada vez maiores do que 7, o meio é
cada vez mais básico;
▪ pH + pOH = 14;
• Teoria de Arrhenius:
◦ Ácidos são substâncias cuja unidade molecular contém pelo
menos um átomo de hidrogênio que pode ionizar quando
dissolvido em água, produzindo um íon hidrogênio hidratado
e um ânion;
◦ As bases fornecem íons hidróxido (OH-) quando dissolvidas
em água;
◦ Reações de neutralização:
▪ Ácidos e bases reagem entre si formando água e sal:

HCl +NaOH →NaCl +H 2 O


Ácido Base Sal Água
• Teoria de Brӧnsted-Lowry:
◦ Ácidos são doadores de prótons, bases são aceptores de
prótons;
◦ Ácidos fortes possuem bases conjugadas fracas;
◦ Ácidos fracos possuem bases conjugadas fortes;
◦ Anfóteros:
▪ Podem ceder ou aceitar prótons;

• Teoria de Lewis:
◦ Ácido é uma substância que aceita um par de elétrons, de
forma que ocorre uma ligação covalente com a entidade que
forneceu os elétrons;
◦ Base é uma substância que possui um par de elétrons livre
que pode ser doado para formar uma ligação covalente com
a entidade que aceita o par de elétrons;
◦ Abrangência das teorias ácido-base:

• Hidrólise de sais:
◦ Hidrólise de sal de ácido e base fortes:
▪ Não há hidrólise; tem-se apenas a autoionização da água;
▪ O meio final é neutro;
▪ KH = KW;
◦ Hidrólise de sal de ácido forte e base fraca:
▪ Há hidrólise motivada pelo íon derivado do eletrólito fraco;
▪ O meio final é ácido;
KW
▪ K H= ;
Kb
◦ Hidrólise de sal de ácido fraco e base forte:
▪ Há hidrólise motivada pelo íon derivado do eletrólito fraco;
▪ O meio final é básico;
KW
▪ K H= ;
Ka
◦ Hidrólise de sal de ácido e base fracos:
▪ Há hidrólise motivada pelos íons derivados dos eletrólitos
fracos;
▪ O meio final tende a ser neutro;
KW
▪ K H= ;
K a⋅K b
• Equilíbrios heterogêneos:
◦ CxAy(s) ⇌ xC(aq)y+ + yA(aq)x-:
▪ Onde:
• Kps = [C(aq)y+]x . [A(aq)x-]y;
• Kps: Produto de solubilidade;
◦ 1º caso:
▪ Os íons dissolvidos são todos provenientes da dissolução
do eletrólito:
• A solubilidade (S) é o número de mols do soluto que
satura uma solução de 1 L;
• Para íons dissolvidos em solução provenientes da
dissolução de um eletrólito, pode-se relacionar a
solubilidade S com o Kps;
• Exemplo:
◦ Para o BaSO4, temos:

▪ O composto de menor Kps não é necessariamente o menos


solúvel;

◦ 2º caso:
▪ Os íons dissolvidos são provenientes de soluções distintas:
• Nesse caso, é muito provável que cátions e ânions não
estejam em proporção estequiométrica;
• Após a mistura das soluções, cátion e ânion terão
concentrações molares [C(aq)y+]mistura e [A(aq)x-]mistura;
• Assim, podemos calcular o Qps:
y+ x x- y
Q ps =[C (aq)]mistura⋅[ A (aq)]mistura

• Se Qps:
◦ > Kps:
▪ Precipitação (equilíbrio entre sólido e solução
saturada);
◦ = Kps:
▪ Solução saturada sem precipitação (iminência de
equilíbrio);
◦ < Kps:
▪ Solução insaturada sem precipitação (não há
equilíbrio);
Capítulo 7 – Eletroquímica

• A Eletroquímica estuda as transformações de energia química


em energia elétrica e vice-versa;

• Pilha de Daniell:
◦ O local eletroquímico da oxidação, seja em pilhas ou
eletrólises, é chamado de ânodo ou anodo;
◦ O local eletroquímico da redução, seja em pilhas ou em
eletrólises, é chamado de cátodo ou catodo;
◦ Nas pilhas, o anodo é o polo negativo, enquando o catodo é o
polo positivo;
◦ Esquema de funcionamento da pilha de Daniell:
◦ A maneira de se representar uma pilha de forma completa é
padronizada e universal;
◦ Veja a representação da pilha de Daniell entre zinco e cobre:
0 2+ o 2+ o o
Zn(s) /Zn(aq)( x mol/ L ;T 1 C ) // Cu( aq) ( y mol / L ;T 2 C ) /Cu(aq)
(anodo/oxidação/polo negativo) Ponte salina (catodo/redução/polo positivo)
ou
Placa porosa

• Eletrodo padrão de hidrogênio (EPH):


◦ Ao eletrodo-padrão de hidrogênio atribui-se o potencial nulo:
▪ 2H+(aq) + 2e- → H2(g); Eored = 0;
◦ Para se medir o potencial de outros eletrodos nas condições-
padrão, basta fazer uma pilha de Daniell entre o eletrodo cujo
potencial pretende-se determinar e o EPH;
• Força eletromotriz e DDP:
◦ Para calcular a força-eletromotriz nas condições-padrão (Δeo)
de uma pilha deve-se tomar o potencial de redução do
eletrodo que reduz e subtrair o potencial de redução do
eletrodo que oxida:
▪ ΔEo = ΔEored, reduz – ΔEored, oxida;
◦ A diferença de potencial (ddp) de uma pilha é calculada da
seguinte maneira:
o
U =Δ E − R ⋅ i
ddp f.e.m resistência interna corrente

• Tipos de pilha:
◦ Os exemplos mais comuns presentes no dia a dia são as
pilhas secas (pilhas de Leclanché) e as baterias de carro
(baterias de chumbo);
◦ As células combustíveis despontam como uma tecnologia
muito promissora e que vem sendo bastante discutida nos
dias atuais;
• Proteções anticorrosão:
◦ Metal de sacrifício:
▪ O metal protetor oxida no lugar do metal a ser protegido;
◦ Galvanização:
▪ Consiste no recobrimento total do metal a ser protegido por
outro metal que isole o primeiro do contato com o ar
atmosférico;
• Eletrólises:
◦ Eletrólise é o procedimento experimental pelo qual se
transforma energia elétrica em energia química;
◦ Nas eletrólises, ocorre inversão de polaridade, o ânodo é o
polo positivo, enquanto o cátodo é o polo negativo;
◦ Eletrólise ígnea:
▪ O eletrólito não é uma solução aquosa;
◦ Eletrólise em solução aquosa:
▪ O eletrólito é um composto iônico ou um ácido em solução
aquosa;
▪ Nas eletrólises em solução aquosa, o cátion do eletrólito
disputa com o cátion da água (H+) a preferência de
descarga no polo negativo, da mesma forma, o ânion do
eletrólito disputa com o ânion da água (OH-) a preferência
de descarga no polo positivo:
• H+ tem preferência de descarga sobre:
◦ 1A, 2A e Al3+;
• OH- tem preferência de descarga sobre:
◦ F- e ânions oxigenados;
• Eletroquímica quantitativa:
23 −19
Q1 mol de elétrons =(6,02⋅10 )⋅(1,6⋅10 C) ≈ 96.500 C
carga elementar

◦ 1 faraday (1 F) é a carga de 1 mol de elétrons, que vale


aproximadamente 96.500 C;
◦ A massa do metal Me eletrodepositada ou corroída em um
eletrodo pelo qual passa uma carga Q é dada por:
1 M Me
m Me= ⋅ ⋅i⋅t
F v

▪ Onde:
• i é a corrente que circula pelo dispositivo;
• t é o tempo de funcionamento da bateria;
◦ Quando se tem cubas eletrolíticas em série, a carga que
atravessa todas elas é a mesma, portanto:
▪ Q I = Q II = ... = Q N ;

Física
Livro 1
Frente 1
Capítulo 1 – Introdução à Cinemática
• A Cinemática trata de aspectos fundamentais para a correta
compreensão de toda a Física;
• Os conceitos de ponto material, posição, trajetória, repouso e
movimento são importantes para a resolução de problemas;
• Também é crucial que se defina um sistema de referência, que
é um sistema de coordenadas para medir as grandezas físicas,
como posição e velocidade;
• Localizar a posição de um corpo em função de suas
coordenadas, utilizar a equação do espaço e diferenciar
corretamente variação de posição e distância percorrida
também são tarefas fundamentais;
• O conceito de velocidade média é uma importante ferramenta
na resolução de alguns difíceis problemas da Cinemática; a
velocidade média tomada em um intervalo de tempo que tende
a zero é definida como velocidade escalar instantânea;

ΔS ΔS
v m= v= lim
Δt Δt → 0 Δt
• Quando um móvel se desloca com velocidade escalar positiva
(V > 0), no mesmo sentido da orientação positiva da trajetória, o
movimento é chamado progressivo;
• Quando o móvel se desloca com velocidade escalar negativa (V
< 0), no sentido contrário da orientação positiva da trajetória, o
movimento é chamado retrógrado;
Capítulo 2 – Movimento uniforme

• O movimento de maior aplicação na Cinemática é o movimento


uniforme, cujas equações são muito simples, apesar das
resoluções dos exercícios não serem tão fáceis;
• O movimento uniforme é aquele em que a velocidade escalar
instantânea é constante e igual à velocidade escalar média;

ΔS
v m= v ⇒ v =
Δt
• A função horária do movimento uniforme é definida por:

S = S 0 + v⋅t

• Um aspecto importante que merece atenção é a correta


utilização dos valores e sinais de espaço e velocidade; já a
escolha da orientação da trajetória é arbitrária e não modifica o
resultado do problema;
Capítulo 3 – Movimento uniformemente variado

• Ao contrário do movimento uniforme, no movimento variado


existe variação de velocidade e é a grandeza aceleração que
mede esta variação;
• A aceleração, juntamente com o espaço, velocidade e tempo
são as grandezas utilizadas na Cinemática;
• A aceleração escalar média pode ser definida como a razão
entre a variação de velocidade e variação do tempo:
Δv
am =
Δt

• A aceleração escalar instantânea pode ser definida como a


aceleração escalar média em um intervalo de tempo que tende
a zero:
Δv
a= lim
Δt →0 Δt

• O conceito de movimento acelerado e retardado também é


importante no estudo do movimento uniformemente variado;
• O movimento uniformemente variado é aquele em que a
aceleração escalar instantânea é constante e diferente de zero;
nesse tipo de movimento, a aceleração escalar instantânea é
igual à aceleração escalar média e, então, pode-se definir a
função horária da velocidade e a função horária do espaço no
movimento uniformemente variado como:

v = v 0 + a⋅t a
S=S 0 +v 0⋅t + ⋅t 2
2
• A relação entre espaço, velocidade e aceleração, sem a
necessidade do cálculo do tempo, é descrita pela equação de
Torricelli:

2
v = v 0 2 = 2⋅a⋅Δ S
• É importante prestar atenção nos sinais e valores de espaço,
velocidade e aceleração, para que o problema possa ser
corretamente modelado e resolvido;
• Outro caso de bastante interesse é o movimento vertical no
vácuo, um caso particular do MUV, cujo exercícios são muito
explorados;
• Vale lembrar que, no lançamento vertical, as equações são as
mesmas, com as seguintes considerações:
◦ a = –g, quando a trajetória é orientada para cima;
◦ a = +g, quando a trajetória é orientada para baixo;
Capítulo 4 – Análise gráfica

• A aplicação da análise gráfica em Física é muito comum e


fundamental para o desenvolvimento de alguns conceitos;
conceitos de trigonometria e função do 1º grau são necessários
para esse tipo de análise;
• Grandezas como velocidade média, velocidade instantânea,
aceleração média, aceleração instantânea, variação de
espaço e variação de velocidade podem ser calculadas de
forma gráfica:

Velocidade instantânea (S x
Velocidade média (S x t)
t)

Aceleração média (v x t) Aceleração instantânea (v x t)


Variação do espaço (v x t) Variação da velocidade (S x t)

• Problemas do movimento uniforme (MU) e do movimento


uniformemente variado (MUV), que tratam de variáveis como
espaço, velocidade aceleração;

MU Movimento uniforme progressivo (v > 0)

Movimento uniforme retrógrado (v < 0)


Movimento uniformemente variado (a > 0)

MUV
Movimento uniformemente variado (a < 0)
Capítulo 5 – Movimento circular

• O movimento sobre uma trajetória circular, o chamado


movimento circular, pode ser estudado de forma linear ou
angular;
• Grandezas angulares, como espaço angular, velocidade
angular e aceleração angular, guardam relações com as
respectivas grandezas lineares, da seguinte forma:
S=θ ⋅R v= ω⋅R a= γ ⋅R

• Por meio das quais se definem as seguintes grandezas:


◦ Velocidade angular média:
▪ ω m= Δ θ ;
Δt
◦ Velocidade angular instantânea:
▪ ω = lim Δ θ ;
Δ t →0 Δ t
◦ Aceleração angular média:
▪ γ = Δω ;
Δt
◦ Aceleração angular instantânea:
▪ γ = lim Δ ω ;
Δ t →0 Δ t
1
• Os conceitos de período e frequência, cuja relação é f= ,
T

além da relação ω= , são fundamentais no estudo do
T
movimento circular;
• O movimento circular uniforme (MCU) nada mais é do que o
MU em uma trajetória circular, ou seja, possui velocidade
angular constante e, portanto, igual à velocidade angular
média;
◦ A partir daí, deduz-se a função horária do espaço angular:
θ =θ0 + ω⋅t

• O movimento circular uniformemente variado (MCUV) é o MUV


em uma trajetória circular;
◦ As funções horárias de espaço angular e velocidade angular,
além da equação de Torricelli, são dadas no MCUV por:
2 2
1 ω = ω 0 + γ⋅t ω = ω 0 +2⋅γ⋅Δ θ
θ = θ0 + ω0⋅t+ ⋅γ⋅t 2
2
• O movimento circular pode ser transmitido de uma roda, ou
polia, para outra de duas maneiras:
◦ Por uma correia comum a elas (ou em contato entre as suas
periferias), em que as grandezas lineares são iguais;
◦ Ou por um eixo comum a elas, em que as grandezas
angulares são iguais;
Capítulo 6 – Cinemática vetorial

• Vetor é o ente matemático que representa todos os segmentos


orientados com a mesma direção, mesmo sentido e mesmo
módulo.
• Um vetor é utilizado na representação de uma grandeza
vetorial, como força, aceleração e velocidade; diferentemente
da grandeza escalar, que necessita apenas de um valor
numérico e uma unidade para ser definida, a grandeza vetorial
precisa de direção, sentido e módulo;
• Além de direção, sentido e módulo de um vetor, estudamos os
conceitos de:
◦ Vetor oposto:
▪ Vetor com a mesma direção e mesmo módulo de outro
vetor, mas sentido contrário;
◦ Vetor nulo:
▪ Vetor com módulo nulo;
◦ Vetor unitário:
▪ Vetor com módulo igual a 1;
◦ Vetores iguais:
▪ Vetores com mesmo módulo, mesma direção e mesmo
sentido;
• A adição de vetores pode ser efetuada por três métodos:
◦ Regra da poligonal:
▪ Veja a figura 1;
◦ Regra do paralelogramo:
▪ Veja a figura 2;
◦ Método da decomposição de vetores:
▪ Todos os vetores a serem somados são decompostos em
duas direções, e o vetor soma é a soma das resultantes
em cada uma das duas direções;
• Estudamos ainda:
◦ Subtração de vetores:
▪ É idêntica à soma de vetores, apenas tomando:
→ → → → →
• d = a −b = a +(-b ) ;
◦ Mutiplicação de um número real por um vetor:

▪ O produto de n por a é dado por ;
• A Cinemática vetorial estuda o movimento dos corpos com a
preocupação de caracterizar o módulo, a direção e o sentido
das grandezas posição, velocidade e aceleração;

◦ Vetor posição (r ) :
▪ Vetor com origem na origem do referencial escolhido e
extremidade no corpo;
◦ Vetor deslocamento:
→ → →
▪ Δ r =r f −r i ;
◦ Velocidade vetorial instantânea:


Δr
▪ v = lim ;
Δt →0 Δt
◦ Aceleração vetorial instantânea:


Δv
▪ a= lim ;
Δt →0 Δt
◦ Velocidade vetorial média:


Δr
▪ v m= ;
Δt
◦ Aceleração vetorial média:


Δv
▪ am= ;
Δt
• É importante observar que a direção da velocidade vetorial
instantânea é sempre tangente à trajetória, o sentido é o mesmo
do movimento e o módulo é o mesmo da velocidade escalar
instantânea;
• Demonstra-se que:

◦ |Δ r| ≤|Δ S|



|v | ≤|v | ;
m m
|a ≥a
◦ m | m| ;
◦ Sendo que, no caso de trajetória retilínea:

▪ |Δ r|=|Δ S| ;

▪ |v | ≤|v | ;
m m

▪ |a |≥|a | ;
m m
• Vimos que o estudo da aceleração é facilitado quando a
decompomos em duas direções: tangencial e normal à
trajetória, em que o módulo da aceleração tangencial é igual ao
módulo de aceleração escalar e o módulo de aceleração
centrípeta (ou normal) é dado por:
2
|acp|= vR


◦ Em que v é o módulo de v e R é o raio de curvatura da
trajetória;
• E, para concluir, estudamos a composição de movimentos que,
em linhas gerais, pode ser escrita por:
→ → →
v AB=v AC +v CB

◦ v AB = velocidade de A em relação a B;

◦ v AC = velocidade de A em relação a C;

◦ v CB = velocidade de C em relação a B;
◦ Essa relação entre velocidades vetoriais também é válida
para deslocamentos vetoriais e acelerações vetoriais:
→ → → → → →
d AB=d AC +d CB a AB=a AC +aCB
Capítulo 7 – Lançamento oblíquo no vácuo

• Estudamos, neste capítulo, o lançamento de um corpo em que a


direção de lançamento não é mais vertical, mas forma um
ângulo com a direção horizontal (ou vertical);
• Para o desenvolvimento do estudo, foi necessário considerar
desprezível a resistência do ar e assumir um campo
gravitacional uniforme, ou seja, o vetor da aceleração da
gravida a que ficará sujeito o corpo será sempre constante;
• É importante destacar que os conceitos utilizados no presente
capítulo já foram objeto de estudo nos capítulos 2 e 3
(movimento uniforme e movimento uniformemente variado); isso
se dá porque o lançamento oblíquo, que é bidimensional, nada
mais é do que a composição de dois movimentos
unidimensionais:
◦ MRUV na vertical:
▪ Pois, nessa direção, o corpo estará sujeito à aceleração
constante da gravidade;
◦ MRU na horizontal:
▪ Pois, nessa direção, o corpo estará livre de acelerações;
• As velocidades iniciais vertical e horizontal são obtidas a partir
da decomposição da velocidade inicial do corpo em y e x,
respectivamente; consideramos, ao longo do estudo, um
lançamento em que o corpo deixa e atinge pontos situados no
mesmo nível;
• Desse modo, as equações válidas para o movimento oblíquo
são:
◦ Movimento vertical:

1
y=v 0⋅sen θ⋅t− ⋅g⋅t 2 v y =v 0 sen θ −g⋅t a y =−g
2

2 2 2
v y =v 0⋅sen θ −2⋅g⋅Δ y
◦ Movimento horizontal:
▪ Tempo de subida:
v 0⋅sen θ
• t s= ;
g
▪ Altura máxima:
2 2
v 0⋅sen θ
• hmáx = ;
2⋅g
▪ Alcance máximo:
2
v0
• Amáx = ;
g
▪ Tempo total de movimento:
2⋅v 0 sen θ
• T= ;
g
▪ Alcance:
2
v ⋅sen (2 θ )
• A= 0 ;
g
▪ Equação da trajetória:
g 2
• y=tg θ⋅x− 2
⋅x ;
2⋅v 0 cos θ
• Vale observar que o movimento resultante é uma parábola, em
que a velocidade vetorial, que é a resultante das velocidades
vertical e horizontal, é sempre tangente à trajetória;
• Além disso, a aceleração vetorial, que é a resultante das
acelerações tangencial e centrípeta, é sempre igual ao vetor
aceleração da gravidade;
Capítulo 8 – Dinâmica

• Neste capítulo, estudamos os fundamentos da Dinâmica,


assunto que tem importância por si só e para a continuidade de
todo o estudo da Mecânica;
• A massa de um corpo é obtida comparando-o com um corpo
padrão;
• A força é a grandeza vetorial responsável pela aceleração de
um corpo; a resultante das forças que atuam em um corpo é a
soma vetorial de todas as forças que agem sobre ele:
→ → → → → → n →
F R =F 1 +F 2 +F 3 +...+F n ou F R =∑ F i
i =1

• As forças podem ser classificadas em:


◦ Forças de contato:
▪ Só existem quando duas superfícies entram em contato;
◦ Forças de ação a distância:
▪ Existem mesmo que as superfícies dos corpos não estejam
em contato;
• Para a resolução de problemas, precisamos reconhecer se uma
força é externa ou interna:
◦ Força externa:
▪ Quando um agente externo ao sistema exerce a força
sobre uma parte do sistema;
◦ Força interna:
▪ Quando uma parte do sistema exerce a força sobre outra
parte do mesmo sistema;
• As três Leis de Newton são a base do estudo da Dinâmica:
◦ A Primeira Lei de Newton:
▪ Também chamada de Princípio de Inércia, pode ser
enunciada como:
• “Um corpo tende a manter seu estado de repouso ou de
movimento retilíneo uniforme se a resultante das forças
que agem sobre ele for nula;
◦ A Segunda Lei de Newton:
▪ Também chamada de Princípio Fundamental da Dinâmica,
pode ser explicada pela fórmula:
→ → →
• F R = m⋅a , em que F R é a resultante das forças
que agem sobre o corpo de massa m, que adquire a

aceleração a ;
◦ A Terceira Lei de Newton:
▪ Também chamada de Princípio da Ação e Reação, pode
ser enunciada como:
• “Se um corpo A exerce uma força sobre outro corpo B,
então o corpo B exerce sobre o corpo A uma força de
mesmo módulo e mesma direção, mas de sentido
contrário”;
• Estudamos também as principais forças vistas em Mecânica:
◦ A força peso:
▪ É uma força de ação a distância que a Terra exerce sobre
um corpo situado nas suas proximidades;
→ → →
▪ É dada por P = m⋅g , em que g representa o campo
gravitacional gerado pela Terra;
◦ A força normal:
▪ Existe apenas quando há contato entre dois corpos;
▪ A direção da normal é perpendicular à superfície de
contato entre os corpos e o sentido da força é direcionado
do corpo que aplica a força para o corpo que recebe a
força;
◦ A força de tração em fio:
▪ Existe quando um fio é submetido a uma força no sentido
de tracioná-lo, pois fios não suportam compressão;
▪ A direção da tração é a própria direção do fio e o sentido é
o de tracionar o fio;
▪ Em um fio ideal, que possui massa desprezível, é
inextensível e flexível, todos os seus pontos recebem e
exercem a mesma força de tração;
◦ A força elástica:
▪ É aquela exercida sobre uma mola (e por uma mola);
▪ A direção da força elástica é a própria direção da mola e o
sentido pode ser de tração ou de compressão;
▪ O módulo da força é dado pela lei de Hooke F = k⋅x ,
válida para a região elástica de deformação, em que x é a
deformação da mola e k é a constante elástica da mola,
que depende apenas do material da mola e de sua
geometria;
▪ O dinamômetro é um instrumento utilizado para medir a
força aplicada em uma mola;
▪ As molas podem ser associadas em série ou em paralelo;
▪ Associação:
• Em série:
◦ Com n molas, a constante elástica equivalente é
dada por:
1 1 1 1
= + +...+
k eq k 1 k 2 kn

• Em paralelo:
◦ Com n molas, a constante elástica equivalente é
dada por:
k eq =k 1 +k 2 +...+k n

• Vimos também que o equilíbrio, que ocorre quando a resultante


das forças que agem sobre um corpo é nula, pode ser
classificado em:
◦ Equilíbrio estático:
▪ Quando a velocidade vetorial é constante e igual a zero,
que é o caso do repouso;
▪ Pode apresentar-se de três formas:
• Estável, instável e indiferente;
◦ Equilíbrio dinâmico:
▪ Quando a velocidade vetorial é constante e diferente de
zero, que é o caso do movimento retilíneo uniforme;
Capítulo 9 – Força de atrito e dinâmica do movimento
circular

• Neste capítulo, a estudamos a força de atrito entre os corpos,


diferenciando atrito estático de atrito dinâmico, que dependem
de haver ou não, respectivamente, movimento relativo entre as
superfícies de contato;
• O estudo da força de contato entre dois corpos é facilitado
quando a decompomos em:
◦ Força de atrito (Fat):
▪ A componente paralela à superfície de contato;
◦ Força normal (N):
▪ A componente perpendicular à superfície de contato;
• A força de atrito estático (Fat, e):
◦ Tem seu valor dado por:
▪ 0≤F at, e ≤F at, emáx ;
◦ É máxima na iminência do movimento entre as superfícies e
vale μ e⋅N , em que µe é o coeficiente de atrito estático
entre as superfícies;
◦ Logo:
▪ 0≤F at, e ≤μ e⋅N ;
• A força de atrito dinâmico (Fat, d):
◦ Tem seu valor dado por:
▪ F at, d =μ d⋅N , em que µd é o coeficiente de atrito
dinâmico entre as superfícies;
• Os coeficientes de atrito dependem do material de que são
feitas superfícies de contato e de seus polimentos, com:
◦ μd < μe ;
• Estudamos também a resistência dos fluidos ao movimento de
um corpo;
◦ A resistência do ar a um corpo pode ser escrita como:
2
▪ F ar = k⋅v , em que v é a velocidade do corpo e k é
uma constante que depende da densidade do ar, da área
de superfície do corpo e de sua geometria;
▪ Um corpo de massa m, sujeito apenas à força peso e à
resistência do ar, atinge uma velocidade limite (vlim) dada
por:

v lim =
√ m⋅g
k

• Vimos também que o estuda da dinâmica de um corpo que


descreve uma trajetória curva é facilitado quando decompomos
todas as forças e a aceleração em duas direções:
◦ Perpendicular e tangente à curva no ponto em que o corpo se
encontra;
▪ Escrevendo a Segunda Lei de Newton para as duas
direções:
→ → → →
F R, t =m⋅at F R, cp =m⋅acp
→ →
• Em que F R, t é a resultante tangencial, a t é a
aceleração tangencial, com módulo igual ao módulo
da aceleração escalar, é a resultante

centrípeta e acp é a aceleração centrípeta, com
2
módulo igual a
v (v é a velocidade do corpo e R é o
R
raio de curvatura da trajetória no ponto considerado);
Capítulo 10 – Trabalho, potência e energia

• Estudamos, neste capítulo, o conceito de trabalho;



• O trabalho (W) de uma força constante F que atua sobre
uma partícula, formando um ângulo θ com o vetor deslocamento

d dessa partícula, é calculado como:
→ →
W =|F|⋅|d|⋅cos θ
• Já o trabalho de uma força variável é igual, numericamente, à

área do gráfico F x S, em que F é o módulo do vetor F
projetado na direção do deslocamento e S é a posição escalar
ao longo da trajetória;

• Calculamos o trabalho de algumas importantes forças:


◦ Trabalho da força peso:
▪ ;
◦ Trabalho da força elástica:
1 1
▪ W FEl =−( kx 22− kx 21 ) ;
2 2
• Estudamos também os conceitos de potência média, potência
instantânea e rendimento;

◦ A potência média de uma força F que realiza um trabalho
W em um intervalo de tempo Δt é calculada como:
W
▪ Pm = ;
Δt
▪ Quando a força for constante, a potência média também
pode ser escrita como:
→ →
• P m =|F|⋅|v m|⋅cos θ ;

◦ A potência instantânea de uma força F que realiza um
trabalho W pode ser calculada como:
W
▪ P m = lim P m ⇒ P= lim ;
Δ t →0 Δ t →0 Δt
▪ Quando a força for constante, a potência instantânea
também pode ser escrita como:
→ →
• P=|F|⋅|v|⋅cos θ ;
◦ O rendimento (η) de uma máquina pode ser definido como a
razão entre a potência utilizada e a potência recebida, ou
como a razão entre o trabalho realizado e o trabalho
recebido:
Pu W u
η= =
Pt W t

• Estudamos o conceito de energia e vimos as definições de


algumas formas de energia:
◦ A energia cinética é a energia associada ao movimento de
um corpo de massa m e velocidade de módulo v:
1
▪ E c = ⋅m⋅v 2 ;
2
◦ A energia potencial gravitacional é a energia associada
à posição de um corpo de massa m, sujeito a um campo
gravitacional de módulo g, estando o corpo a uma altura h em
relação a um referencial escolhido:
▪ E PG =m⋅g⋅h ;
◦ A energia potencial elástica é a energia associada à
posição de uma mola de constante elástica k que se encontra
deformada de x:
1
▪ E PEl = ⋅k⋅x 2 ;
2
◦ A energia mecânica é a soma das energias cinética e
potencial:
▪ E M =E C + E P ;
▪ Quando atuam sobre um sistema somente de forças
conservativas, que são aquelas cujos trabalhos entre
dois pontos dados independem da trajetória, a energia
mecânica do sistema se conserva:
• E M =constante ;
• Vimos também algumas importantes relações entre trabalho e
energia:
◦ O Teorema da Energia cinética nos diz que o trabalho da
resultante das forças sobre um sistema é igual à variação da
energia cinética desse sistema:
▪ W F R =Δ E C ;
◦ Aprendemos também que o trabalho das forças não
conservativas sobre um sistema é igual à variação da energia
mecânica desse sistema:
▪ W F nc =Δ E M ;
Capítulo 11 – Impulso, quantidade de movimento,
colisões e centro de massa

• Estudamos conceitos importantes e que complementam a


→ →
estrutura da Mecânica; entre eles, temos impulso (I =F⋅Δ t)

e quantidade de movimento (Q=m⋅v ) ; a partir dessas

informações vem o Teorema do Impulso (I =Δ Q) ;
• Logo, temos:
Q final = Q inicial
• Definimos o coeficiente de restituição:

velocidade relativa de afastamento


e= | velocidade relativa de aproximação |
• As colisões são dividas, quanto à conservação de energia, em:
◦ Elásticas: e = 1;
◦ Parcialmente elásticas: 0 < e < 1;
◦ Inelásricas: e = 0;
• Definimos o conceito de centro de massa através de:
→ → → → → →
→ m1 r 1 +m 2 r 2 +...+mn r n → m1 v 1 +m 2 v 2 +...+mn v n
r CM = v CM =
m1 +m 2 +...+m n m1 +m2 +...+m n
→ → →
→ m1 a 1 +m 2 a2 +...+mn an
aCM =
m1 +m 2 +...+ mn
• Chegamos, então, a importantes conclusões:
→ →
◦ Q total =m v CM e F RESULTANTE =m aCM ;
Frente 2
Capítulo 1 – A natureza elétrica da matéria e a Lei de
Coulomb

• Os fenômenos relacionados à eletricidade já há muito tempo


intrigam o homem; na Grécia Antiga, já eram observadas forças
de atração entre dois corpos, ao atritar o âmbar com outros
materiais; como a palavra âmbar em grego é elektron, esta
parte da Física ficou conhecida por eletricidade;
• Como vimos, a eletricidade é muito participante de nossas
vidas, pois a utilizamos como principal fonte de energia;
• Para a compreensão correta de como a eletricidade pode ser
uma fonte de energia, precisamos inicialmente entender o
comportamento das cargas elétricas em repouso, a
eletrostática;
• Neste capítulo, estudamos algumas propriedades da matéria,
bem como os princípios fundamentais da eletrostática e vimos
também alguns processos de eletrização de corpos e finalmente
algumas aplicações da importante Lei de Coulomb, escrita
como:
K⋅|Q|⋅|q|
◦ F= 2
;
d
▪ Nesta equação, F representa a intensidade da força de
interação entre as cargas, Q e q representam os módulos
das cargas que estão interagindo, d é a distância entre
elas e K é uma constante que depende do meio;
Capítulo 2 – Campo elétrico

• Uma teoria que explica a transmissão da força elétrica de uma


carga a outra sem a necessidade do meio natural é a teoria do
campo elétrico;
• Essas forças existem na natureza e são muito comuns no nosso
dia a dia, como exemplo, podemos citar a força gravitacional,
bem como o objeto do nosso estudo: a força elétrica;
• A transmissão da força elétrica a distância pode ser explicada
supondo-se que em torno de corpos eletrizados haja um campo
elétrico que é o responsável pela transmissão destas forças
elétricas;

• O campo elétrico E , da mesma forma que a força

coulombiana F , tem natureza vetorial, isto é, necessita de
módulo, direção e sentido para ser caracterizado e é definido
como:

→ F
◦ E= ;
q

▪ Na expressão acima, F é a força que age sobre uma
carga de prova q; neste capítulo, estudamos o campo
criado por cargas puntiformes, condutores esféricos e o
campo elétrico uniforme;
Capítulo 3 – Potencial elétrico

• Forças conservativas:
◦ Forças cujo trabalho entre dois pontos não depende da
trajetória escolhida;
• Trabalho motor:
◦ Aquele que ocorre espontaneamente;
◦ Tem sinal positivo;
• Trabalho resistente:
◦ Aquele que não ocorre espontaneamente;
◦ Tem sinal negativo;
• Energia:
◦ Capacidade de realizar trabalho ou realizar uma ação, pode
ser potencial gravitacional, elástica, elétrica;
◦ Energia potencial elétrica:
KQq
▪ E p= ;
d
• Sistema conservativo:
◦ Sistema em que agem somente forças conservativas, neles a
quantidade de energia mecânica se mantém constante;
• Potencial elétrico:
◦ Grandeza escalar associada a cada ponto de um campo
elétrico conservativo tal que o trabalho da força elétrica entre
dois pontos do campo independe da trajetória, somente dos
pontos inicial e final (a diferença de potencial);
◦ V = E⋅d ;
• Espontaneidade e trabalho:
◦ Sistemas físicos tendem espontaneamente a minimizar sua
energia potencial elétrica, portanto cargas negativas
procuram espontaneamente maiores potenciais e cargas
positivas procuram espontaneamente menores potenciais, da
mesma forma que massas procuram espontaneamente
alturas menores (potenciais menores);
• Equipotenciais:
◦ Regiões nas quais o potencial elétrico é o mesmo em todos
os pontos, portanto, o trabalho da força elétrica para levar
uma carga de um ponto a outro da mesma equipotencial é
nulo; podem ser superfícies esféricas no espaço ou linhas no
plano;
◦ Para o campo elétrico uniforme as equipotenciais são sempre
perpendiculares à direção definida pelas linhas de força;
• Linhas de campo:
◦ Sempre se orientam no sentido de menor potencial;
◦ Linhas de campo não podem nascer e morrer em um mesmo
condutor em equilíbrio eletrostático, já que esse condutor
encontra-se todo em um mesmo potencial elétrico;
• Perpendicularidade das linhas de campo e superfícies
equipotenciais:

• Potencial elétrico devido a cargas puntiformes:


KQ
◦ V= ;
d
• Potencial elétrico gerado por várias cargas puntiformes:
n
KQ i
◦ V p= ∑ di
;
i=1
• Potencial elétrico do condutor carregado:
◦ Deve ser o mesmo em todos os pontos do condutor;
◦ Interior e superfície:
KQ
▪ E I =0 , , V int =V sup = ;
R
◦ Exterior:
K |Q| KQ
▪ E e= , V externo = ;
d 2
R
Capítulo 4 – Corrente elétrica

• Até agora, detivemo-nos bastante nas características das


cargas elétricas em equilíbrio e de corpos em equilíbrio
eletrostático;
• Apesar da grande importância desses conceitos para o
entendimento do resto do curso de eletricidade, o que está mais
próximo do nosso dia a dia são as cargas em movimento: a
corrente elétrica;
• Quando se liga um aparelho na tomada, a diferença de
potencial elétrico que é mantida pela central de distribuição de
energia faz com que os portadores de cargas, os elétrons,
movimentem-se ordenadamente, gerando uma corrente elétrica,
a energia desse movimento é então convertida em outros tipos
de energia, tais como luminosa, calorífica, sonora etc.;
• Os conceitos aprendidos até agora são muito importantes para
que se entenda o que é a corrente elétrica, definida como:
|Δ Q|
◦ i= , onde i é a corrente elétrica, medida em ampères,
Δt
ΔQ é o módulo da quantidade de carga que passa através da
seção do condutor e Δt é o intervalo de tempo em que a
carga passou;
Capítulo 5 – Resistores

• Resistores podem ser definidos como bipolos elétricos que


convertem energia elétrica em calor, representados pela
resistência elétrica R:
U =R⋅i
• Resistores que obedecem à Primeira Lei de Ohm são
denominados resistores ôhmicos, aqueles cuja resistência é
constante a uma dada temperatura;

• Alguns resistores apresentam características peculiares e suas


grandezas (U e i) não variam proporcionalmente, são os
chamados resistores não ôhmicos;
• A potência dissipada em um resistor por efeito Joule é dada
pela fórmula a seguir:
2
U
◦ P dissipada = =R⋅i2 ;
R
• Corrente constante:
◦ Resistores em série;
• Tensão constante:
◦ Resistores em paralelo;
• A geometria e o material constituinte de um resistor ôhmico
podem ser relacionados a sua resistência pela Segunda Lei de
Ohm:
ρ⋅l l 1
◦ R= = , σ =ρ ;
A σ⋅A
▪ Em que ρ é a resistividade do condutor e σ é sua
condutividade, características dos diferentes materiais;
• A resistividade é a grandeza mais sensível a variações de
temperatura em resistores ôhmicos; para a maioria dos
materiais, o fator que realmente define a variação da resistência
com a temperatura é a resistividade;
ρ =ρ0⋅(1+ α⋅Δ θ ) R=R 0⋅[1+ α⋅( θ− θ0 )]

• Resistores podem ser associados em série e em paralelo para a


obtenção de valores convenientes;
• Dois pontos de um circuito estão em curto quando se encontram
em um mesmo potencial elétrico; a resistência equivalente entre
dois pontos que estão em curto em um circuito é nula;
• Para a solução de problemas relacionadas a circuitos elétricos,
devermos ser capazes de determinar todas as tensões,
correntes e potências envolvidas no circuito;
• Em circuitos, como as pontes de Wheatstone, pode-se
determinar a resistência elétrica pela seguinte relação:
◦ R 1⋅R 3=R 2⋅R x ;
Capítulo 6 – Circuitos elétricos

• Um circuito elétrico é um caminho fechado, formado (composto


de) por elementos elétricos como resistores, geradores,
lâmpadas, por onde a corrente elétrica passa;
• Geradores são dispositivos que convertem qualquer forma de
energia em energia elétrica e têm como objetivo manter a
diferença de potencial (U) constante nos terminais do circuito;
em um circuito elétrico, o gerador pode ser representado como:

• Dispositivos que convertem energia elétrica em outra forma de


energia, como aparelhos de som e ventiladores, são chamados
recptores; em um circuito, o receptor pode ser representado
como:

• O sentido da corrente elétrica em um circuito é, por convenção,


definido pelo fluxo dos portadores de cargas positivas, do polo
positivo para o negativo do gerador;
• No interior do gerador, a corrente elétrica vai do polo negativo
para o positivo, realizando um movimento contra o campo
elétrico, com gasto de energia;
• A tensão ε entre as placas do gerador é denominada força
eletromotriz;
• Geradores elétricos:
◦ Para um gerador ideal: U = ε ;
◦ Geradores reais dissipam energia, pode-se dizer que
possuem resistência interna r; dessa forma, a tensão U
disponível para o circuito é menor do que a sua força
eletromotriz (ε):
▪ U = ε−r⋅i ;

◦ Para um determinado valor de corrente, a DDP entre os


terminais do gerador é zero; esse valor de corrente é
denominado corrente de curto-circuito (icc), dada por:
▪ icc = ε ;
r
◦ Havendo uma resistência acoplada ao gerador, a corrente
elétrica pode ser calculada pela Lei de Pouillet:
▪ i= ε ;
r+R
◦ O gerador pode fornecer uma potência elétrica total:
▪ P t = ε⋅i ;
◦ Parte dessa potência é dissipada na resistência interna do
gerador:
2
▪ P d =r⋅i ;
◦ O que resta é a potência útil ou disponível, relacionada com
a DDP nos terminais do circuito:
▪ P u =i⋅U ;
◦ Do Princípio de conservação da energia:
2
▪ P u =P t −P d ⇒ P d =ε⋅i−r⋅i =i⋅(ε−r⋅i) ;
◦ A potência máxima é obtida quando a corrente que atravessa
o gerador é a metade da corrente de curto-circuito:
2
▪ Pmáx = ε ;
4⋅r

◦ O rendimento (η) de um gerador é definido pela relação:


P u i⋅U U
▪ η= = = ;
Pt ε⋅i ε
¿

◦ Geradores, assim como os resistores, podem ser associados


em série e em paralelo;
▪ Uma associação em série tem como objetivo aumentar a
potência fornecida ao circuito com o aumento da força
eletromotriz;

• U = εeq −r eq⋅i ;
• εeq =ε1 + ε2 + ε3 +...+ εn ;
• r eq =r 1 +r 2 +r 3 +...+r n ;
▪ Associações em paralelo provocam o aumento da potência
fornecida ao sistema, nesse caso, com o aumento da
corrente que circula pelo circuito;

• U = εeq −r eq⋅n⋅i ;
• εeq =ε ;
r
• r eq = ;
n
• Receptores elétricos:
◦ Para um receptor ideal:
▪ U = ε ' +r '⋅i ;

◦ O rendimento (η) de um receptor é dado pela relação:


Pu ε '⋅i ε '
▪ ηreceptor = = = ;
Pt i⋅U U
• Em um circuito podem ser adicionados elementos com a função
de armazenar energia potencial elétrica, com o armazenamento
de cargas elétricas, são os capacitores;
• Capacitores:
◦ A razão entre a quantidade de carga armazenada Q e a
tensão aplicada entre os terminais U define a capacitância C
de um capacitor:
Q
▪ C= ;
U
◦ A capacitância também pode ser calculada se a geometria
dos condutores e as propriedades do meio entre eles forem
conhecidas; para um capacitor de placas paralelas:
k⋅ε0⋅A
▪ C= , em que k é a constante dielétrica do meio,
d
ε0 é a permissividade elétrica do vácuo, A é a área das
placas e d é a distância entre elas;

2 2
Q⋅U C⋅U Q
◦ E= = = ;
2 2 2⋅C
◦ Assim como os resistores e geradores, capacitores também
podem ser associados em série e paralelo em um circuito
elétrico;
▪ Em uma associação de capacitores em série, todos os
capacitores possuem a mesma carga Q;
• U =U 1 +U 2 +U 3 +...+U n ;
1 1 1 1 1
• = + + +...+ ;
C eq C 1 C 2 C 3 Cn
2
Q
• E P= ;
2⋅C eq
▪ Capacitores associados em paralelo apresentam a mesma
tensão;

• Q=Q 1 +Q 2 +Q 3 +...+Q n ;
• C eq =C 1 +C 2 +C 3 +...+C n ;
C ⋅U ²
• E P = eq ;
2
• Em um circuito elétrico alimentado por uma tensão constante U,
a corrente que atravessa um capacitor é igual a zero;
• Para o cálculo de correntes e tensões em circuitos elétricos
usam-se as Leis de Kirchhoff:
◦ Lei dos nós ou Lei das correntes:
▪ O somatório das correntes que chegam a um nó é igual ao
somatório das correntes que saem deste nó;
◦ Lei das malhas ou Lei das tensões:
▪ Ao se percorrer uma malha, o somatório algébrico das
DDPs é nulo;
Capítulo 7 – Interação entre cargas elétricas e campo
magnético

• A ação de um campo magnético, descrito pelo vetor indução



magnética B , pode ser facilmente observada nas
extremidades de um ímã, denominados polos;
• A extremidade que aponta para o norte geográfico recebe o
nome de polo norte e a extremidade que aponta para o sul
geográfico recebe o nome de polo sul;
• Polos iguais se repelem e polos diferentes se atraem;
• Polos magnéticos não podem ser separados, ou seja, não
existem monopolos magnéticos, ao contrário do que ocorre com
as cargas elétricas;
• O vetor indução magnética é tangente às linhas de indução, que
se orientam do polo norte para o polo sul magnético;
• Em um campo magnético uniforme, as linhas de indução são
paralelas e sua intensidade, direção e sentido são iguais em
todos os pontos;
• Veja abaixo como o sentido do vetor indução pode ser
representado no plano do papel;
• O campo magnético não age sobre cargas em repouso ou que
se movimentam na mesma direção deste campo;
• Cargas em movimento estão sujeitas a uma força de origem
magnética, que depende de sua velocidade, intensidade do
campo e direção dos vetores;
→ →
◦ F m=q⋅v⋅B⋅sen θ ;
Capítulo 8 – Fontes de campo magnético

• O vetor indução magnética pode ser caracterizado por sua


direção, sentido e módulo;
• Em um campo magnético gerado por cargas em movimento em
um fio retilíneo:
◦ A direção do vetor indução magnética é tangente à linha de
indução, concêntrica ao fio;
◦ O sentido de um campo magnético pode ser determinado
pela regra da mão direita; nessa regra, o fio é envolvido
com a mão direita, com o polegar apontando no sentido
convencional da corrente; os demais dedos apontam no
sentido das linhas de indução;

◦ O módulo do vetor indução magnética depende da


intensidade da corrente elétrica i que percorre o fio e da
distância entre o fio e o ponto em que o campo é calculado R;
em um fio retilíneo percorrido por corrente elétrica, o campo
magnético pode ser definido como:
μ⋅i
▪ B= , em que µ é a permeabilidade magnética,
2⋅π⋅R
uma grandeza que caracteriza o meio com relação a
propriedades magnéticas;
• A permeabilidade magnética no vácuo é indicada, no SI,
por:
-7 -1
◦ μ 0 =4⋅π⋅10 T⋅m⋅A ;
• Em uma espira circular:
◦ Percorrida por uma corrente circular de intensidade i, o vetor
indução magnética tem direção perpendicular ao plano da
espira;
◦ Seu sentido é determinado pela regra da mão direita e o
módulo do campo magnético é dado por:
μ⋅i
▪ B= ;
2⋅R
◦ A configuração de n espiras justapostas, chamada bobina
chata, tem:
μ⋅i
▪ B= ⋅n ;
2⋅R
◦ Polos magnéticos podem ser associados a uma espira
circular, com polaridade definida conforme o sentido da
corrente;
◦ Quando a espira é percorrida por uma corrente no sentido
horário, pela regra da mão direita, as linhas de indução
parecem entrar na face da espira, definindo o polo sul
magnético;
◦ Se a corrente que percorre a espira estiver no sentido anti-
horário, as linhas parecem sair do plano da face, definindo o
polo norte magnético;
• Solenoide:
◦ O campo magnético no interior de um solenoide percorrido
por corrente i, para pontos não muito próximos aos fios, pode
ser considerado uniforme, com linhas de indução
praticamente paralelas, na direção do eixo do solenoide;
◦ O módulo do campo magnético no interior de um solenoide é
proporcional ao número de espiras (n) por unidade de
comprimento l:
μ⋅i⋅n
▪ B= ;
l
Capítulo 9 – Forças magnéticas e indução magnética

• Neste capítulo, foram estudados dois assuntos muito


importantes:
◦ Força magnética em fio percorrido por corrente elétrica e
submetido ao campo magnético;
◦ A Lei da Indução de Faraday;
• No primeiro assunto, foi desenvolvida a expressão para o
cálculo da força magnética que age em um fio percorrido por
corrente elétrica, tal que:

◦ F m=B⋅i⋅sen θ ;
◦ O sentido da força magnética é determinado pela regra da
mão direita espalmada;
• Outro tópico importante é a força magnética entre fios retilíneos,
infinitos e paralelos percorridos por corrente; nesse caso, tem-
se que, se os fios são percorridos por correntes de mesmo
sentido, a força entre eles é atrativa e, caso contrário, a força
entre eles é repulsiva; é importante ressaltar que a força que
age nos fios tem mesmo módulo, mesma direção e sentidos
opostos;
• Na abordagem da Lei de Faraday, o estudo foi feito inicialmente
com uma análise qualitativa e depois uma análise quantitativa;
◦ Na análise qualitativa:
▪ Foi mostrado que sempre que há a variação do fluxo do
vetor indução magnética ϕB ao longo de um circuito,
denominado induzido, surge uma força eletromotriz
induzida tal que, se o circuito estiver fechado, tem-se
associado a essa força eletromotriz uma corrente elétrica
induzida, cujo sentido é determinado pela Lei de Lenz;
▪ A Lei de Lenz afirma que o sentido da corrente induzida é
tal que se opõe às causas que a originaram; assim, para
se determinar o sentido da corrente induzida, deve-se
observar o comportamento temporal do fluxo no induzido e
a corrente induzida terá sentido tal que o campo por ela
gerado tende a reforçar fluxos que diminuem no tempo ou
a diminuir fluxos que aumentem no tempo;
◦ Na análise quantitativa:
▪ Foi feita uma análise quantitativa da força eletromotriz,
chegando-se à expressão para o cálculo da força
eletromotriz média no induzido dado por:
Δ ϕB
• εm=− ;
Δt
▪ O sinal negativo na expressão deve-se à Lei de Lenz,
indicando que a força eletromotriz induzida se opõe às
causas que a originaram;
Capítulo 10 – Gravitação

• Neste capítulo, estudamos a gravitação e suas leis, que regem


os movimentos planetários;
• Leis de Kepler:

◦ Primeira Lei (Órbitas):


▪ Os planetas descrevem órbitas elípticas com o Sol
ocupando um dos focos; quanto mais distantes forem os
focos, mais excêntrica (achatada) é a elipse;
◦ Segunda Lei (Áreas):
▪ O vetor posição de um planeta varre áreas iguais em
tempos iguais; os planetas se movem mais rapidamente
quando estão mais próximos do Sol;
◦ Terceira Lei (Períodos):
▪ O cubo do raio médio da órbita de um planeta é
proporcional ao período de revolução ao quadrado:
3
R
• 2
=K ;
T
▪ Só podemos usar essa relação para corpos que orbitam
em torno da mesma massa central;
• Força gravitacional:
◦ A força de interação entre duas massas é dada por:

G⋅M⋅m
▪ FG= 2
, em que d é a distância entre o centro
d
dos corpos e G é a constante de gravitação universal, que
-11 2 2
vale aproximadamente 6,67⋅10 N⋅m /kg ;
• Campo gravitacional:
◦ Massas têm ao seu redor um campo gravitacional que pode
ser calculado por:
G⋅M
▪ g= , em que h é a altura acima da superfície do
( R+h)2
planeta e R é o raio do planeta; quando h = 0, para a Terra,
2
temos g sup =10 m/s ;
◦ Para comparar campos gravitacionais em locais distintos,
temos:
G⋅M A


gA
gB
=
( )
RA
G⋅M B
M
2
R
= A⋅ B
MB RA
R2B
( )( )
• Rotação da Terra e peso aparente:
2

◦ Corpos em repouso na superfície da Terra também estão em


rotação com ela e, portanto, apresentam uma resultante
centrípeta;
◦ Isso faz com que o peso aparente, dado pela força normal,
varie em função da latitude;
◦ No Equador, temos:
2
▪ N =m⋅( g sup − ω ⋅R T ) ;
◦ O campo gravitacional aparente no Equador é dado por:
2
▪ g AP=g sup − ω ⋅R T ;
• Movimento de satélites:
◦ Velocidade orbital:


√ GM
R orb √
v orb = √ Rorb g orb ⇒ v orb = R orb⋅ 2 ⇒ v orb =
GM
R orb
;

◦ Período orbital:
3
R G⋅M
▪ 2= 2
;
T 4π
◦ Imponderabilidade:
▪ Aparente ausência de peso devido à ausência de força de
contato normal;
◦ Queda livre:
▪ Quando um corpo em movimento vertical está sujeito
apenas à força peso;
• Energia potencial gravitacional e conservação de energia
mecânica:
◦ Para um sistema de dois corpos, a energia potencial
gravitacional é dada por:
G⋅M⋅m
▪ E pg =− , em que d é a distância entre o centro
d
dos corpos;
◦ Em movimentos orbitais, existe conservação da energia
mecânica, então, podemos considerar que:
▪ E M(inicial)=E M(final) ;
i i f f
▪ E pg + E c = E pg + E c ;
◦ Velocidade de escape:
▪ A velocidade mínima para que um corpo, sem propulsão,
consiga escapar do campo gravitacional terrestre é dado
por:
• v E=
• Sistema binário:
√ 2⋅G⋅M
R
;

◦ Em um sistema de massas de ordem de grandeza próximas,


os corpos rotacionam em torno do centro de massa do
sistema; nessa situação, a Terceira Lei de Kepler é dada por:
R 3 G⋅(m1 +m2 )
▪ 2
= 2
;
T 4π

• Fases da Lua e eclipses:


◦ Para que ocorra eclipse, é necessário que o Sol, a Terra e a
Lua estejam alinhados;
◦ Os eclipses solares ocorrem durante a Lua Nova;
◦ Os eclipses lunares ocorrem durante a Lua Cheia;
Capítulo 11 – Estática

• Conceitos básicos de Estática:


◦ Um corpo com dimensões desprezíveis é considerado um
ponto material;
◦ Um corpo extenso, ou corpo rígido, é um corpo com
dimensões que não são desprezíveis para a resolução dos
problemas; em nosso estudo, consideramos os corpos rígidos
não deformáveis;
◦ Centro de massa:
▪ Para determinar o centro de massa de um sistema de
partículas pode ser feita uma média ponderada:
m1⋅x 1 +m 2⋅x 2 +...+m n⋅x n
▪ x CM = ;
m1 +m 2 +...+mn
m 1⋅y 1 +m 2⋅y 2 +...+m n⋅y n
▪ y CM = ;
m 1 +m 2 +...+mn
◦ Centro de gravidade:
▪ O centro de gravidade de um corpo é o ponto de aplicação
da força peso e coincide com o centro de massa quando o
campo gravitacional é constante;
▪ O centro de massa coincide com o centro geométrico
quando o corpo é uniforme, ou seja, quando ele tem
densidade constante;
• Equilíbrio translacional:
◦ Um corpo em equilíbrio translacional tem:
→ →
▪ F R =0 ;
◦ Teorema de Lamy:
▪ Quando um corpo está em equilíbrio sob a ação de três
forças, podemos aplicar o teorema de Lamy:
F1 F2 F3
• = = ;
sen α sen β sen γ

◦ Torque:
▪ O torque, ou momento de uma força em relação a um polo
M, está relacionado à capacidade que a força tem de girar
um corpo;
▪ , onde F é o módulo da força e b é o
braço de alavanca (distância entre a linha de ação da força
e um ponto escolhido);
• Condições de equilíbrio:
◦ Para o equilíbrio translacional e rotacional, temos:
▪ Equilíbrio = Equilíbrio translacional + Equilíbrio rotacional;
→ →
▪ Equilíbrio translacional F R =0 ;
→ →
▪ Equilíbrio rotacional M R =0 ;
◦ Qualquer ponto pode ser escolhido como polo se o corpo
estiver em equilíbrio translacional;
◦ Caso o corpo não esteja em equilíbrio translacional, ou seja,
se ele tiver aceleração linear, para que exista equilíbrio
rotacional o torque em relação ao centro de massa deve ser
nulo;
◦ Se o corpo estiver em equilíbrio sob ação de 3 forças, essas
forças devem ser concorrentes em um único ponto;
• Tombamento e escorregamento:
◦ Carregamentos distribuídos devem ser substituídos por uma
força equivalente que gere o mesmo torque;
◦ A linha de ação da força resultante deve passar pelo centro
do carregamento distribuído;
◦ Em uma alavanca interfixa, o ponto de apoio está entre a
força potente e a força resistente;
◦ Na alavanca inter-resistente, o ponto de aplicação da força
resistente está entre o ponto de aplicação da força potente e
o ponto de apoio;
◦ Em alavancas interpotentes, a força potente está aplicada
entre a força resistente e o ponto de apoio;
• Tipos de equilíbrio:
◦ Se uma pequena perturbação faz com que o corpo retorne à
posição de equilíbrio, trata-se de uma situação de equilíbrio
estável; quando um corpo apoiado por apenas um ponto tem
o centro de gravidade abaixo desse ponto de apoio, o
equilíbrio é estável, já que o peso gera um torque de
restauração;
◦ Se uma pequena perturbação faz com que o corpo se afaste
cada vez mais da posição de equilíbrio, trata-se de uma
situação de equilíbrio instável; da mesma maneira, quando
um corpo apoiado por apenas um ponto tem o centro de
gravidade acima desse ponto de apoio, o equilíbrio é instável,
já que o peso gera um torque de tombamento;
Capítulo 12 – Hidrostática

• Estados físicos da matéria:


◦ Os estados físicos clássicos da matéria são:
▪ Sólido, líquido e gasoso;
◦ Líquidos e gases são fluidos, sendo que os líquidos são
considerados praticamente incompressíveis;
• Densidade:
◦ A densidade de um corpo é a razão entre sua massa e o
volume por ele ocupado:
m
▪ d= ;
V
• Massa específica:
◦ A massa específica de um material é a razão entre a massa e
o volume efetivamente preenchido por material:
m
▪ μ= ;
V
◦ Dois corpos do mesmo material sempre terão a mesma
massa específica, mas podem ter densidades diferentes;
◦ Densidade relativa é a razão entre a densidade de um corpo
e densidade da água:
dx
▪ d REL= ;
d água
◦ O peso específico é a razão entre o peso de um corpo e o
volume ocupado por ele:
m⋅g
▪ γ= =μ⋅g ;
V
• Pressão:
◦ Pressão é uma grandeza escalar dada pela relação entre
força e área, sendo que a força deve ser perpendicular à
área:
F
▪ p= ;
A
◦ No nível do mar, a pressão atmosférica vale aproxidamente
105 N/m2;
◦ A pressão manométrica é dada pela diferença entre a
pressão absoluta, ou pressão total, e a pressão atmosférica:
▪ p manométrica= p total − p atm ;
• Teorema Stevin:
◦ Todos os pontos de um líquido em equilíbrio que estão na
mesma profundidade, estão sob a mesma pressão;
◦ A pressão depende apenas da altura da coluna de fluido:
▪ p=d⋅g⋅h ;
◦ A pressão independe da forma do recipiente;
◦ Um líquido atinge a mesma altura em recipientes que se
comunicam;
• Teorema de Pascal:
◦ A pressão aplicada sobre um fluido em equilíbrio, em um
recipiente fechado, é transmitida integralmente para todos os
pontos do fluido e para as paredes do recipiente;
◦ No elevador hidráulico, vale a relação:
F2 F1
▪ p 2= p1 ⇒ = ;
A2 A1
• Teorema de Arquimedes:
◦ Empuxo:
▪ O empuxo é dado pela resultante de forças hidrostáticas
que agem em um corpo e é igual ao peso do volume de
líquido deslocado:
• E=d líq⋅g⋅V sub ;
▪ Análise de flutuação:
• d objeto >d líq : objeto afunda;
• d objeto =d líq : Objeto em equilíbrio, totalmente imerso;
• d objeto <d líq
; Objeto vai à superfície e flutua em
equilíbrio, parcialmente submerso;
• Vazão:
◦ A vazão é dada pelo volume do fluido que atravessa a seção
transversal de uma tubulação em um intervalo de tempo Δt:
ΔV
▪ ϕ= ;
Δt
• Equação da continuidade:
◦ A 1⋅v 1= A 2⋅v 2 ;
• Equação de Bernoulli:
2
d⋅v 1
◦ p1 +d⋅g⋅h1 + = p2 +d⋅g⋅h2 +d⋅v 22
2
Frente 3
Capítulo 1 – Termometria

• As grandezas macroscópicas, como comprimento, volume e


massa, podem ser percebidas pelos nossos sentidos, ao
contrário das grandezas microscópicas, como a temperatura,
que exigem o estudo da constituição e estrutura da matéria e
devem ser medidas indiretamente;
• O nível de agitação térmica das partículas é medido pela
temperatura, cuja alteração pode resultar em mudanças em
algumas características físicas dos corpos;
• Corpos com partículas com o mesmo estado de agitação estão
em equilíbrio térmico; logo, como determina o princípio zero da
termodinâmica: se dois corpos estão em equilíbrio térmico com
um terceiro corpo, eles também estão em equilíbrio térmico
entre si, ou seja, dois corpos estão em equilíbrio térmico quando
têm a mesma temperatura;
• A energia térmica que se desloca do corpo de maior
temperatura para o corpo de menor temperatura é denominada
calor, um fluxo de energia com sentido único e obrigatório que
só existe enquanto o equilíbrio térmico não é estabelecido;
• A relação entre uma grandeza, cujo valor se altera com a
mudança do estado térmico e um valor de temperatura T, pode
ser expressão pela equação termométrica, que dá origem a uma
escala de temperatura;
• As escalas de temperatura mais utilizadas são as escalas
relativas Celsius e Fahrenheit e a escala absoluta Kelvin, com
os seguintes pontos fixos fundamentais:

Escala de
Ponto gelo Ponto vapor
temperatura
Celsius 0℃ 100 ℃
Fahrenheit 32 ℉ 212 ℉
Kelvin 273 K 373 K
• A relação entre essas três escalas é:

T C T F −32 T K −273 ΔTC ΔTF ΔT K


= = = =
5 9 5 5 9 5

Δ T C =Δ T K Δ T F =1,8⋅Δ T C
Capítulo 2 – Dilatação térmica

• A variação da temperatura provoca alterações nas dimensões


dos corpos, a chamada dilatação térmica ou contração térmica;
◦ A dilatação térmica é dividida em três tipos:
▪ Dilatação linear:
• Δ L= L0⋅α⋅Δ T ⇒ LF =L0⋅(1+ α⋅Δ T ) ;
▪ Dilatação superficial:
• Δ A= A 0⋅β⋅Δ T ⇒ A F = A 0⋅(1+ β⋅Δ T ) ;
▪ Dilatação volumétrica:
• Δ V =V 0⋅γ⋅Δ T ⇒ V F =V 0⋅(1+ γ⋅Δ T ) ;
◦ A relação entre os coeficientes é a seguinte:
▪ α=β=γ ;
1 2 3
• É importante notar que os líquidos, por assumirem sempre a
forma do recipiente no qual são colocados, apresentam dois
tipos de dilatação: a dilatação real, característica do líquido
em questão, e a aparente, que depende do recipiente;
◦ A dilatação real sofrida por um líquido é a soma da dilatação
aparente e a dilatação do recipiente;

Δ V real =Δ V aparente +Δ V recipiente ⇒ γ real = γ aparente + γ recipiente

• De modo geral, os líquidos se dilatam ao aumentar a


temperatura, mas a água é uma das exceções; a água
apresenta comportamento anômalo:
◦ Sofre contração de volume quando sua temperatura aumenta
no intervalo de 0 ℃ a 4 ℃ e se dilata quando a temperatura
aumenta a partir de 4 ℃, possuindo densidade máxima, ou
seja:
o
▪ T
⏟ água =4 C ;

{Densidade máxima }
Volume mínimo
Capítulo 3 – Calorimetria

• Calor é a energia em trânsito que se desloca do corpo de maior


temperatura para o corpo de menor temperatura, até que o
equilíbrio térmico seja atingido;
• Corpos com temperaturas diferentes (TA e TB), em um recipiente
termicamente isolado, trocam calor até que apresentem a
mesma temperatura (Tequilíbrio);
• O calor que atua sobre a energia cinética de vibração, ou seja,
atua diretamente na temperatura de um corpo é conhecido
como calor sensível:
◦ Q = m⋅c⋅Δ T ;
• O calor que atua sobre a energia potencial de agregação, ou
seja, atua diretamente na mudança de estado físico de um
corpo é chamado calor latente (L):
◦ Q = m⋅L ;
• Caloria (cal) é a unidade de quantidade de calor adotada
tradicionalmente, a quantidade de calor que deve ser fornecida
a um grama de água para elevar sua temperatura de 1 ℃ (
o
Δ T = 15,5 − 14,5 =1 C );
• Capacidade térmica:
◦ Característica do corpo, massas diferentes da mesma
substância apresentam capacidades térmicas diferentes:
Q
▪ C= ⇒ Q=C⋅Δ T ;
ΔT
• Calor específico:
◦ É a capacidade térmica de um corpo por unidade de massa;
◦ Uma característica da substância, que constitui o corpo, e
não simplesmente do corpo, não depende da massa;
C
◦ c= ⇒ C=m⋅c ;
m
• Equivalente água de um corpo é numericamente igual à massa
de água que sofre a mesma criação de temperatura desse
corpo;
• Balanço térmico:
◦ ∑ Q recebido + ∑ Q cedido = 0 ;
Capítulo 4 – Mudança de estado

• A mudança de estado físico de um corpo está relacionada com


a alteração de sua energia potencial de agregação;
• No estado sólido, as moléculas estão rigidamente unidas, o
corpo tem forma e volume definidos; no estado líquido, existe
maior liberdade de movimento molecular, o corpo tem volume
definido; substâncias no estado gasoso apresentam forma e
volume indefinidos, a atração molecular é pequena;
• Os processos pelos quais as substâncias sofrem mudança de
estado podem ser representados esquematicamente como:

• Processos de mudança de estado:


◦ Fusão:
▪ É a passagem de uma substância do estado sólido para o
estado líquido através da absorção de calor;
◦ Solidificação:
▪ É a passagem do estado líquido para o estado sólido;
▪ Ela é a transformação inversa da fusão, e ocorre com a
liberação de calor por parte da substância que se solidifica;
◦ Vaporização:
▪ Passagem do estado líquido para o estado gasoso;
▪ Pode ocorrer de três formas, a saber:
• Evaporação:
◦ É o processo de vaporização que ocorre na superfície
exposta do líquido ao ambiente de forma espontânea
e contínua;
• Ebulição:
◦ É o processo de vaporização que envolve toda a
massa líquida e que ocorre em regime turbulento,
devido à formação de bolhas, compostas de vapor,
que vêm estourar na superfície do líquido;
• Calefação:
◦ É o processo de vaporização que envolve grande
quantidade de energia;
◦ Liquefação e condensação:
▪ A passagem do estado de vapor para o estado líquido;
◦ Sublimação:
▪ É a transformação que leva a substância diretamente do
estado sólido para o estado gasoso, sem passar pelo
estado líquido;
▪ A transformação inversa, isto é, aquela que leva a
substância do estado gasoso ao estado sólido, recebe o
nome de sublimação regressiva;
◦ Sobrefusão:
▪ É quando uma substância permanece no estado líquido em
temperaturas inferiores à sua temperatura de solidificação;
• As mudanças de estado ocorrem por meio da absorção ou
liberação de calor, em processos endotérmicos e exotérmicos;
• O calor latente de transformação (L) é a energia necessária
para mudar uma unidade de massa de uma determinada
substância a uma dada pressão:
Q
◦ L= ⇒ Q=m⋅L ;
m
• As curvas de fusão, vaporização e sublimação podem ser
reunidas em um único diagrama (P x T), o diagrama de estado:

Curvas: I - sublimação, II - fusão, III - vaporização


• Uma substância pode apresentar-se simultaneamente nos
estados sólido, líquido e de vapor, quando no chamado ponto
triplo P T ;
Capítulo 5 – Propagação de calor

• O calor é propagado de três formas:


◦ Condução;
▪ No processo de condução, predominante em sólidos, há
transporte de energia sem transporte de matéria;
◦ Convecção:
▪ O transporte de energia acompanhado do transporte de
matéria se dá no processo de convecção, predominante
em líquidos e gases;
◦ Irradiação:
▪ Nos meios materiais e no vácuo (meio imaterial) o
transporte de energia se dá por meio de ondas
eletromagnéticas, a chamada irradiação;
• A quantidade de calor que atravessa a seção transversal de um
corpo por unidade de tempo é denominada fluxo de calor:
Q ;
◦ ϕ=
Δt
• Lei de Fourier:
◦ O fluxo de calor que atravessa uma seção transversal de área
A, de um condutor em regime estacionário, é diretamente
proporcional ao gradiente de temperatura e à área da seção
transversal:
(T 1−T 2 )
▪ ϕ = K⋅A⋅ ;
d
Capítulo 6 – Gases e termodinâmica:

• Os gases apresentam muitas propriedades físicas em comuns,


independentemente de sua natureza química, um gás ideal, ou
gás perfeito, é aquele cujo comportamento se aproxima do
observado na maioria dos gases ideais;
• O comportamento térmico dos gases pode ser analisado, do
ponto de vista macroscópico, através das variáveis de estado,
pressão, volume e temperatura; o estado de equilíbrio de um
gás pode ser caracterizado por três valores (P, V e T); a
variação de pelo menos duas das variáveis de estado resulta
em uma transformação gasosa;
• Transformações:
◦ Isotérmica:
▪ T =cte . ⇒ PV =cte . ;
▪ P i⋅V i=P f⋅V f ;

◦ Isobárica:
V
▪ P=cte . ⇒ =cte . ;
T
Vi Vf
▪ = ;
Ti V f
◦ Isométrica:
P
▪ V =cte . ⇒ =cte . ;
T
Pi Pf
▪ = ;
Ti T f

• Equação geral dos gases:


Pi⋅V i P f⋅V f
◦ = ;
Ti Tf
• Equação de Clapeyron:
◦ P⋅V =n⋅R⋅T ;
• A densidade, ou massa específica, de um gás ideal pode ser
calculada pela equação de estado:
P⋅M
◦ d= ;
R⋅T
• Transformação adiabática:
◦ Não há troca de calor entre o sistema e o meio exterior;
γ
◦ Q=0 ⇒ ( P⋅V ) =cte . ;
• Em uma transformação gasosa, quando há variação no volume
da massa de gás, pode haver expansão ou contração da massa
gasosa;
◦ No caso de expansão, o gás realiza trabalho contra o exterior
( );
◦ No caso de contração, o exterior realiza trabalho contra o gás
( );
• O trabalho realizado, do ponto de vista gráfico, qualquer que
seja a transformação, é numericamente igual à área
compreendida entre a curva que caracteriza a transformação,
no diagrama P x V, e o eixo dos volumes:

• Quando um sistema troca calor e trabalho com o meio exterior,


a energia interna do sistema é a diferença entre o calor e o
trabalho trocados pelo sistema com o meio exterior,
independentemente da trajetória; esse enunciado é conhecido
como Primeiro Princípio da Termodinâmica:
◦ Δ U =Q− τ ;
• Quando acontece uma mudança de estado, o calor latente (L)
torna-se importante para a variação da energia interna do
sistema:
◦ Δ U =m⋅L− τ ;
• Trabalho e calor são características das transformações que um
sistema pode sofrer; um sistema muda de um estado de
equilíbrio para outro devido às trocas de calor;
• Quando um gás percorre um ciclo – em uma sequência de
transformações, levando a uma transformação cíclica –, sua
energia interna permanece constante e o calor e o trabalho
trocados pelo gás com o exterior são iguais;
• O rendimento de um ciclo é a razão entre o trabalho que pode
ser aproveitado em decorrência de o sistema percorrer o ciclo e
a quantidade de calor fornecida ao sistema;
• Em um Ciclo de Carnot, o rendimento é:
T 1−T 2
◦ ηCarnot = ;
T1
• As condições pelas quais as transformações de um sistema
podem ocorrer são estabelecidas pelo Segundo Princípio da
Termodinâmica, que mostra que todos os processos naturais
são irreversíveis;
• Não pode existir um motor com rendimento 100%, isto é, não
pode existir um motor cuja fonte fria esteja à temperatura igual
ao zero absoluto, de acordo com o Terceiro Princípio da
Termodinâmica;
Capítulo 7 – Introdução à óptica geométrica

• Velocidade da luz (v) em meios materiais é sempre menor que a


velocidade da luz no vácuo (c):
8
◦ v < c , em que c = 3,0⋅10 m /s ;
• Fonte de luz:
◦ Primária: luminosa;
◦ Secundária: iluminada;
• Raio de luz:
◦ Divergente;
◦ Convergente;
◦ Paralelo ou cilíndrico;
• Meio de propagação da luz:
◦ Transparente;
◦ Translúcido;
◦ Opaco;
• Princípios da óptica geométrica:
◦ Princípio da propagação retilínea da luz:
▪ Nos meios transparentes e homogêneos, a luz se propaga
em linha reta;
◦ Princípio da independência dos raios de luz:
▪ As trajetórias dos raios de luz são independentes entre si;
◦ Princípio da reversibilidade dos raios de luz:
▪ A trajetória de um raio de luz independe de seu sentido;
Capítulo 8 – Reflexão da luz

• Leis da reflexão:
◦ Primeira Lei da reflexão:
▪ O raio de luz incidente, o raio de luz refletido e a reta
normal à superfície pelo ponto de incidência da luz são
coplanares;
▪ Coplanares:
• ri: raio de luz incidente;
• rr: raio de luz refletido;
• rn: reta normal;
◦ Segunda Lei da reflexão:
▪ O ângulo de incidência e o ângulo de reflexão possuem a
mesma medida;
• Espelhos:
◦ Espelho plano:
▪ Imagem formada de objetos reais:
• Natureza:
◦ Virtual;
• Orientação:
◦ Direita;
• Tamanho:
◦ Igual ao objeto;
• Posição:
◦ Simétrica;
◦ Espelho esférico:
▪ Foco:
R
• F= ;
2
▪ Equação de Gauss:
1 1 1
• = + ;
F p p'
▪ Equação do aumento linear transversal:
i y p'
• A= = =− ;
o y' p
▪ Lembre-se de que uma imagem possui sempre quatro
características:
• Natureza:
◦ Real ou virtual;
• Orientação:
◦ Direita ou invertida em relação ao objeto;
• Tamanho;
• Posição em relação ao espelho e seus pontos notáveis;
▪ Tipos de espelho esférico:
• Espelho côncavo:
◦ Caso 1:
▪ Objeto situado depois do centro de curvatura C;
▪ Imagem conjugada:
• Real;
• Invertida;
• Menor;
• Entre F e C;
◦ Caso 2:
▪ Objeto situado sobre o centro de curvatura C;
▪ Imagem conjugada:
• Real;
• Invertida;
• Igual;
• Em C;

◦ Caso 3:
▪ Objeto situado entre o centro de curvatura C e o
foco F;
▪ Imagem conjugada:
• Real;
• Invertida;
• Maior;
• Depois de C;
◦ Caso 4:
▪ Objeto situado sobre o foco F:
• Imagem conjugada:
◦ No infinito (imprópria);

◦ Caso 5:
▪ Objeto situado entre o foco F e o vértice V;
▪ Imagem conjugada:
• Virtual;
• Direita;
• Maior;
• Atrás do espelho;

• Espelho convexo:
◦ Caso único:
▪ Objeto situado na frente do espelho;
▪ Imagem conjugada:
• Virtual;
• Direita;
• Menor;
• Atrás do espelho;
• Atenção para os sinais de P, P’, F e A:
◦ Objeto:
▪ Real: P > 0;
▪ Virtual: P < 0;
◦ Imagem:
▪ Real: P’ > 0;
▪ Virtual: P’ < 0;
▪ Direita: y’ com o mesmo sinal de y;
▪ Invertida: y’ com o sinal contrário ao de y;
◦ Espelho:
▪ Côncavo: R > 0 e F > 0;
▪ Convexo: R < 0 e F < 0;
◦ Aumento:
▪ Valor:
• Maior que 0: imagem direita e consequentemente
virtual;
• Maior que 0: imagem invertida e consequentemente real
e projetável;
▪ Módulo:
• |A| > 1: imagem maior que o objeto (ampliada);
• |A| < 1: imagem menor que o objeto (reduzida);
• |A| = 1: imagem igual ao objeto (normal);
Capítulo 9 – Refração da luz

• Dioptros planos:
◦ Posição aparente:
◦ Lei de Snell:
▪ n vem⋅senvem=n vai⋅senvai ;
• Classificação das lentes:
◦ Bordas finas ou convexas:
▪ Biconvexa;
▪ Plano-convexa;
▪ Côncavo-convexa;
◦ Bordas grossas ou côncavas:
▪ Bicôncava;
▪ Plano-côncava;
▪ Convexo-côncava;

Borda fina Borda grossa


nLente > nMeio Convergente Divergente
nLente < nMeio Divergente Convergente

• Lentes esféricas delgadas:

◦ Lentes convergentes:
▪ Caso 1:
• Objeto situado antes do ponto antiprincipal A0;
• Imagem conjugada:
◦ Real;
◦ Invertida;
◦ Menor;
◦ Entre A1 e F1;
▪ Caso 2:
• Objeto situado em A0;
• Imagem conjugada:
◦ Real;
◦ Invertida;
◦ Igual;
◦ No A1;

▪ Caso 3:
• Objeto situado entre A0 e F0;
• Imagem conjugada:
◦ Real;
◦ Invertida;
◦ Maior;
◦ Depois de A1;
▪ Caso 4:
• Objeto situado em F0;
• Imagem conjugada:
◦ No infinito (imprópria);

▪ Caso 5:
• Objeto situado entre F0 e C;
• Imagem conjugada:
◦ Virtual;
◦ Direita;
◦ Maior;
◦ Região do objeto;
◦ Lentes divergentes:
▪ Caso único:
• Objeto situado na frente da lente;
• Imagem conjugada:
◦ Virtual;
◦ Direita;
◦ Maior;
◦ Região do objeto;

• Determinação analítica da imagem:


◦ Equação de Gauss:
1 1 1 , em que F é a distância focal, p é a
▪ = +
F p p'
abscissa do objeto e p’ a abscissa da imagem;
▪ Para aplicarmos a equação de Gauss, devemos observar
a seguinte convenção de sinais:
• Foco (F):
◦ Maior que 0: lente convergente;
◦ Menor que 0: lente divergente;
• Objeto (P):
◦ Maior que 0: objeto real;
◦ Menor que 0: objeto virtual;
• Imagem (P’):
◦ Maior que 0: imagem real;
◦ Menor que 0: imagem virtual;
◦ O aumento linear transversal (A), analogamente a espelhos
esféricos, é dado por:
i y' p'
▪ A= = =− ;
o y p
Capítulo 10 – Instrumentos ópticos

• Os instrumentos ópticos podem ser classificados como


instrumentos de observação e projeção;
• Nos instrumentos de observação (lupas, lunetas, telescópios,
microscópios) a imagem formada é virtual, só pode ser
observada através do instrumento;
◦ Lupa:
▪ Composta de uma lente convergente;
▪ Objeto:
• Entre o foco e o centro óptico da lente;
▪ Imagem:
• Virtual, direita e maior;
◦ Microscópio:
▪ Composto de uma associação de duas lentes
convergentes coaxiais, denominadas objetiva (lente que
fica próxima do objeto) e ocular (lente que fica próxima do
olho);
▪ Lente objetiva:
• Objeto:
◦ Depois do foco;
• Imagem:
◦ Real, invertida e maior;
▪ Lente ocular:
• Objeto:
◦ Entre o foco e a lente;
• Imagem:
◦ Virtual, invertida e maior;
▪ Aumento linear transversal:
i1 i2 i2
• A= ⋅ = ;
o i1 o
◦ Luneta astronômica:
▪ Composta por duas lentes convergentes coaxiais (objetiva
e ocular);
▪ Lente objetiva:
• Objeto:
◦ No infinito;
• Imagem:
◦ Real, invertida e sobre o foco;
▪ Lente ocular:
• Objeto:
◦ Entre o foco e a lente;
• Imagem:
◦ Virtual e invertida;
▪ Aumento angular:
F objetiva
• A= ;
F ocular
◦ Binóculo:
▪ Constituído de duas lunetas, cada uma com duas lentes
(objetiva e ocular) e um sistema de prismas:
▪ Objeto:
• No infinito;
▪ Imagem:
• Virtual, direita e maior;
• Imagens reais e projetáveis são observadas em sistemas de
projeção;
◦ Máquina fotográfica:
▪ Composta de uma lente convergente (objetiva);
▪ Objeto:
• Depois do foco;
▪ Imagem:
• Real, invertida e menor;
◦ Retroprojetor:
▪ Composto de uma lente convergente (objetiva) e um
espelho plano;
▪ Objeto:
• Entre o foco e o ponto antiprincipal (antifoco);
▪ Imagem:
• Real, invertida e maior;
• Visão humana:
◦ O globo ocular humano assemelha-se a uma filmadora, ou
mesmo a uma máquina fotográfica de grande sofisticação;
◦ Os meios transparentes do globo ocular (córnea, humor
aquoso, cristalino e humor vítreo) têm, no seu conjunto,
função correspondente à da lente objetiva convergente da
câmera, formando uma imagem real, invertida e menor sobre
a retina;
◦ A imagem deve cair sempre sobre a a retina e a distância
focal deve assumir um valor conveniente para cada posição
do objeto; quando o objeto se aproxima do olho, diminuindo o
raio de curvatura de suas faces, há uma diminuição na
distância focal;
◦ A posição do objeto mais próxima do olho, que ainda permite
uma visão nítida, é chamado de ponto próximo (PP); para um
olho normal (olho emétrope), a distância do ponto próximo
(dpp) ao olho é de aproximadamente 25 cm;
◦ A posição do objeto mais afastado do olho, que ainda permite
uma visão nítida, é chamada de ponto remoto (PR); para um
olho normal, a distância do ponto remoto (dpr) ao olho é
infinita;
◦ Os problemas de visão mais comuns são:
▪ Miopia:
• PR não está no infinito;
• A imagem de um objeto distante é formada antes da
retina;
• Uma lente divergente deve ser associada ao olho para
corrigir o problema;
• F lente =−d pp ;
▪ Hipermetropia:
• dpp > 25 cm;
• A imagem de um objeto impróprio é formada além da
retina;
• Uma lente convergente deve ser associada ao olho para
corrigir o problema;
1 1 1
• = − ;
F lente 25 cm d pp
Capítulo 11 – Movimentos periódicos oscilatórios:

• Um movimento periódico é aquele que se repete, de forma


idêntica, em intervalos de tempo iguais e sucessivo; o menor
intervalo de tempo no qual o movimento se repete é chamado
período; o número de repetições do movimento em uma unidade
de tempo define a frequência;
1 2⋅π
f= e ω= =2⋅π⋅f
T T

• Um movimento periódico que tem seu sentido invertido


regularmente é chamado de movimento oscilatório;
• Muitas das oscilações encontradas na natureza podem ser
modeladas pelo movimento harmônico simples (MHS); um
corpo em MHS ao longo de um eixo x tem sua posição em
função do tempo dada pela equação:
◦ x (t )= A⋅cos( ω⋅t + φ 0 )
▪ Em que:
• A é a amplitude do movimento;
• ω é a frequência angular ou pulsação;
• φ0 é a fase inicial;
• (ωt + φ0) é a fase do movimento;
• A equação da velocidade é dada por:
◦ ;


−1≤sen( ω ⋅t + φ 0 )≤1 ⇒ ≤( ω ⋅t+ φ 0 )≤ π ⇒
2 2

⇒ ω ⋅A≤v≤− ω ⋅A ;
◦ Para um corpo em MHS a velocidade em módulo é máxima
quando o corpo passa pela posição de equilíbrio:
▪ v máx = ω ⋅A ;
◦ A velocidade de um ponto material que descreve um MHS
em função da elongação é dada pela equação de Torricelli:
▪ v=± ω A −x ; √ 2 2

• A equação da aceleração é dada por:


2 2
◦ a (t )=− ω ⋅A⋅cos( ω⋅t + φ 0 ) ⇒ a=− ω ⋅x ;
• Análise gráfica:

◦ Para φ 0 =0 e :

▪ I. Elongação:
• ;

t 0 T/4 T/2 3T/4 T


xp A 0 –A 0 A


• x p = A⋅cos ( )
T
⋅t :

▪ II. Velocidade:
• ;
t 0 T/4 T/2 3T/4 T
vp 0 –ωA 0 ωA 0


• v p=− ω⋅A⋅sen ( )
T
⋅t :

▪ III. Aceleração:
2
• a p =− ω ⋅A⋅cos( ω ⋅t+ φ 0 ) ;

t 0 T/4 T/2 3T/4 T


ap –ω2A 0 ω2A 0 –ω2A


• a p =− ω2⋅A⋅cos ( )
T
⋅t :
• No MHS a força está sempre tentando restabelecer o equilíbrio;
é restauradora;
• Em um sistema massa-mola:
→ →
◦ F =−K⋅x ;
◦ T =2⋅π⋅
m
k
;

• Um pêndulo simples em um ambiente sem resistência do ar
realiza um movimento oscilatório cujo período independe da
massa pendular; para pequenas amplitudes de oscilação, o
movimento do pêndulo simples pode ser aproximado do MHS;

◦ T =2⋅π⋅
√ l
g
;

• Um corpo realizando MHS tem energias cinética e potencial,


dadas por:
2
k⋅A
◦ E p= ;
2
2
k⋅A
◦ E c= ;
2
• Em um sistema ideal, a energia mecânica do MHS é constante:
2
k⋅A
◦ E mec = ;
2
Capítulo 12 – Ondulatória

• Onda é uma perturbação que pode se propagar tanto em meios


materiais como imateriais (vácuo), dependendo de sua
natureza, transportando energia e quantidade de movimento de
um ponto a outro do sistema, sem transportar matéria entre
esses pontos;
• Ondas sonoras se propagam em sólidos, líquidos e gases; não
se propagam no vácuo;
• Ondas luminosas se propagam em sólidos, líquidos, gases e no
vácuo;
• As ondas podem ser classificadas em:
◦ Quanto ao tipo de propagação:
▪ Longitudinais:
• Aquelas com sentido de vibração no mesmo sentido da
propagação;
• Exemplo:
◦ Propagação do som no ar;
▪ Transversais:
• Ondas com sentido de vibração perpendicular ao
sentido da propagação;
• Exemplo:
◦ Propagação nas cordas de um instrumento musical;
▪ Mistas:
• Ondas que apresentam vibrações longitudinais e
transversais;
• Exemplo:
◦ Ondas nas superfícies dos líquidos;
◦ Quanto à dimensão:
▪ Unidimensionais;
▪ Bidimensionais;
▪ Tridimensionais;
◦ Quanto à natureza:
▪ Mecânicas:
• Quando são originadas por uma perturbação em um
meio elástico, o qual tende a restabelecer a deformação,
transmitindo a perturbação pelo meio;
• Exemplos:
◦ Ondas em cordas, em molas, na superfície da água e
ondas sonoras;
▪ Eletromagnéticas:
• Ondas transversais originadas por cargas elétricas
oscilantes;
• Podem se propagar no vácuo e em meios materiais e
são constituídas por um campo elétrico e um campo
magnético perpendiculares;
• Exemplos:
◦ Ondas de rádio, TV, raios X, raios ɣ, ondas
luminosas;
• Um pulso de onda propagando-se em uma corda flexível, sem
perda de energia, tem velocidade:

◦ μ=
v=
m
FT
μ √ , em que FT corresponde à tração na corda;

, em que m e L correspondem, respectivamente, à


L
massa e ao comprimento da corda;
• Reflexão dos pulsos:
• Refração de pulsos:
Capítulo 13 – Ondas periódicas

• Ondas periódicas podem ser produzidas por uma fonte que


oscila em MHS; consistem em uma sequência de pulsos que se
repetem em intervalos de tempo iguais; as ondas periódicas
podem ser transversais ou longitudinais;

• A é a amplitude da onda, v é a velocidade de propagação e λ é


o comprimento de onda;
• Em uma onda periódica transversal, os pontos mais altos são
denominados cristas e os pontos mais baixos são denominados
vales; a distância entre duas cristas ou dois vales é chamada de
comprimento de onda;
• O comprimento de onda de uma onda periódica longitudinal é a
distância entre os centros de duas regiões de compressão
consecutivas ou duas regiões de rarefação consecutivas;
• A distância percorrida por uma onda que se propaga com
velocidade v em um intervalo de tempo igual a um período é:
◦ λ =v⋅T ⇒ v= λ⋅f ;
• Em uma onda transversal, todas as cristas possuem o mesmo
comportamento e oscilam em concordância de fase, assim
como os vales;
• Em uma onda longitudinal, os centros das regiões de
compressão oscilam em concordância de fase, assim como os
centros das regiões de rarefação;
• Desse modo, pode-se dizer que o comprimento de onda
corresponde à menor distância entre dois pontos que oscilam
em fase;
• Dois pontos (p e p’) oscilam em concordância de fase
quando a distância entre eles é igual a um número inteiro de
comprimentos de onda;
◦ pp'=n⋅λ , para n = 1, 2, 3,... ;
• Dois pontos (p e p’) oscilam em oposição de fase quando a
distância entre eles é igual a um número ímpar de semiondas:
◦ pp'=m⋅λ , para n=1,3,5,... ;
2
• A posição de um ponto p, oscilando em MHS, em uma corda
onde se propaga uma onda transversal unidimensional pode ser
determinada pela seguinte equação:
◦ y p = A⋅cos[ ω (t−Δ t)+ φ 0 ] ;


[
y p = A⋅cos φ 0 +2 π ( t xp

T λ
▪ (Equação da onda harmônica);
)] :

• A velocidade de propagação das ondas dependes das


propriedades do meio; no vácuo, as ondas eletromagnéticas se
propagam com a mesma velocidade de propagação da luz,
8
c=3⋅10 m/s ;
• Em uma onda bidimensional, os pontos da frente de onda
(linha que separa a região perturbada da região não perturbada)
podem ser considerados como fontes secundárias de ondas, as
quais se propagam com a mesma velocidade e frequência da
onda primária e permitem determinar a nova posição da frente
de onda, de acordo como o Princípio de Huygens;
• Esse princípio pode explicar o fenômeno da difração, em que as
arestas de um obstáculo ou fenda, ao serem atingidos por uma
frente de onda, atuam como fontes secundárias, garantindo a
deflexão dos raios de onda; o fenômeno da difração é mais
pronunciado quando d≈ λ ;
• Uma frente de onda circular tem intensidade:
P P
◦ I= = ;
l 2πr
• A intensidade de uma onda tridimensional, cuja frente de onda é
uma superfície esférica, é dada por:
P P
◦ I= = ;
A 4 π r2
Capítulo 14 – Interferência

• Quando duas ou mais ondas são superpostas, ou seja,


interagem ao passar pelo mesmo ponto, é observado o
fenômeno da interferência;
• Durante a superposição, a forma das ondas é alterada, de
acordo com a Princípio da superposição; logo após o
fenômeno, tanto a forma quanto a velocidade das ondas são
inalteradas, fenômeno denominado independência das ondas;
• Durante a interferência de dois pulsos em fase, um pico maior
que o de qualquer um dos pulsos isolados é produzido e
observa-se que a amplitude aumenta; fala-se em interferência
construtiva;

• Durante a superposição de dois pulsos em oposição de fase,


um pulso de amplitude menor que a amplitude de pelo menos
um dos pulsos isolados é produzido; fala-se em interferência
destrutiva;
• A interferência entre ondas senoidais idênticas, mas com
sentidos de propagação opostos, dá origem a um padrão
denominado onda estacionária;
• Em uma onda estacionária, os pontos de máxima amplitude
são denominados ventres (regiões de interferência construtiva)
e os pontos de amplitude nula são denominados nós, ou nodos
(regiões de interferência destrutiva);
• Os nós e os ventres, durante a propagação da onda,
simplesmente oscilam na vertical, eles não se deslocam na
horizontal;
• O fenômeno de interferência pode ser observado em ondas
mecânicas e eletromagnéticas; em uma experiência baseada
no fenômeno de interferência luminosa, Thomas Young
verificou as propriedades ondulatórias da luz (uma onda
eletromagnética);
• No famoso experimento de Young, ondas luminosas são
difratadas ao passar por um anteparo de fendas duplas e, em
seguida, sofrem interferência, que pode ser observada em um
padrão característico, as franjas de interferência;
◦ Franjas claras são resultantes de interferência construtiva e
fendas escuras são resultantes de interferência destrutiva;
◦ A linha central, mais brilhante, é chamada de máximo central
e tem ordem n = 0;
◦ A distância entre duas franjas claras consecutivas ou entre
duas franjas escuras consecutivas, y, pode ser calculada por
meio da equação:
y⋅d
▪ λ= , em que λ é o comprimento de onda da
l
radiação incidente, d é a distância entre as fendas e l é a
distância do anteparo às fendas;
Capítulo 15 – Acústica

• Ondas sonoras são ondas mecânicas, ou seja, precisam de um


meio material para se propagar; quanto à forma, as ondas
sonoras podem ser transversais, longitudinais ou mistas,
dependendo do meio de propagação;
• As ondas sonoras audíveis têm comprimentos de onda entre
0,017m e 17m e frequências entre 20Hz e 20.000Hz; ondas
sonoras com frequências maiores que 20.000Hz são
denominadas ultrassons e ondas sonoras com frequências
menores que 20Hz são denominadas infrassons;
• Os comprimentos de onda das ondas sonoras têm a mesma
ordem de grandeza das dimensões dos obstáculos do nosso dia
a dia e por esse motivo a difração dessas ondas é acentuada;
• O fenômeno da reflexão também é observado em ondas
sonoras e pode ser percebido como reforço, reverberação ou
eco;
◦ Reforço:
▪ O som reforçado é percebido se duas ondas chegam ao
detector (ouvinte) com um intervalo muito menor que 0,1s;
◦ Reverberação:
▪ A sensação de prolongamento do som ocorre quando
ondas chegam ao detector com um intervalo menor ou de
aproximadamente 0,1s;
◦ Eco:
▪ A percepção de dois sons distintos, sensação de repetição
do som, ocorre quando duas ondas chegam ao detector
com um intervalo maior que 0,1s;
• Um som pode ser classificado como forte ou fraco, de acordo
com sua intensidade; o limiar da audição, ou seja, o valor
mínimo da intensidade física de uma onda sonora para que ela
seja audível é de 10-12 W/m2;
• A relação entre o aumento na intensidade do som e o aumento
perceptível pelo ouvido humano é descrita pelo nível de
intensidade sonora, β, em bel (B);
I
◦ β =log , em que I é a intensidade do som e I0 é o limiar
I0
da audição;
1
◦ 1 dB= B ;
10
• Em instrumentos musicais, a intensidade dos harmônicos que
acompanham o som fundamental é responsável pela
determinação de diferentes timbres;
• Cordas vibrantes:
◦ Ondas estacionárias podem ser obtidas em cordas de
extremidades fixas ou com uma das extremidades livre;
◦ As configurações das ondas estacionárias podem ser
observadas nas figuras a seguir:
▪ Duas extremidades fixas:
▪ Uma das extremidades livre:
• Tubos sonoros:
◦ Assim como as cordas vibrantes, tubos sonoros apresentam
frequências naturais de vibração, que dependem do
comprimento do tubo e da condição de suas extremidades;
◦ Tubo fechado em uma das extremidades:

◦ Tubo aberto:
• Efeito Doppler:
◦ Quando há movimento relativo entre uma fonte sonora e o
detector, uma frequência aparente é registrada;
◦ Se uma fonte em movimento se aproxima do detector, ou
observador, em repouso, uma frequência maior que a
frequência real é registrada;
◦ Se a fonte se afasta do detector, uma frequência menor que a
frequência real é registrada;

▪ f aparente =
[v som±v o
]⋅f
v som∓v f real
, em que:

• Sinal superior: aproximação entre observador e fonte;


• Sinal inferior: afastamento entre observador e fonte;
Matemática
Livro 1
Frente 1
Capítulo 1 – Teoria elementar dos conjuntos

• A teoria dos conjuntos possui como conceitos primitivos a


noção de conjunto, elemento e relação de pertinência:
◦ A⊂B ⇔ ( ∀ x , x∈ A → x∈B ) ;
• Um conjunto finito com n elementos possui 2n subconjuntos;
• Atenção: ∅⊂ A ; ∀ A ;
• Relações:
◦ A∪B={x / x ∈ A ou x ∈B} ;
◦ A∩B={x / x ∈ A e x∈B} ;
◦ A−B={x / x ∈ A e x∉B} ;
◦ A−B= A∩B ;
Capítulo 2 – Relações e funções

• A relação f de A em B é chamda de função se todo elemento de


A está relacionado com um único elemento de B;

• Classificação das funções:


◦ a) Injetora:
▪ A função f de A em B é uma função injetora se para todos
elementos diferentes de A temos imagens diferentes em B;

◦ b) Sobrejetora:
▪ A função f de A em B é uma função sobrejetora quando o
seu conjunto-imagem é o contradomínio B;
◦ c) Bijetora:
▪ A função f de A em B é uma função bijetora quando for
injetora e sobrejetora;

• Uma função f de A em B é inversível se, e somente se, f for


bijetora:
Capítulo 3 – Função do 2º grau

2
• O trinômio do 2º grau y=ax +bx +c ; a≠0 possui como
gráfico uma parábola;
• Raízes do trinômio:
−b± √ Δ
◦ x 1;2= ; Δ=b2 −4 ac ;
2a
• Natureza das raízes:
◦ Δ >0 ⇒ x 1 ≠x 2 ∈ ℝ ;
b
◦ Δ=0 ⇒ x 1 =x 2 =− ;
2a
◦ Δ <0 ⇒ x 1 ≠x 2 ∉ ℝ ;
• Relação entre coeficientes e raízes:
b
◦ x 1 +x 2 =− ;
a
c
◦ x 1⋅x 2= ;
a
• Fatoração do trinômio do 2º grau:
2
◦ ax +bx +c=a⋅( x−x 1 )⋅(x−x 2 ) ;

Resumo dos gráficos e dos sinais do trinômio

a>0 a<0

Δ>0
Δ=0

Δ<0

Vértice da parábola
Capítulo 4 – Função exponencial

* x
• f : ℝ→ℝ + e f ( x)=a ; a > 0 e a≠1 é definida
como função exponencial;
• f é injetora e sobrejetora (é bijetora);
Capítulo 5 – Funções logarítmicas

• A função logarítmica é dada por:


*
◦ f : ℝ→ R+ e f (x)=log a x com a > 0 e a ≠ 1 ;
• Podemos escrever por definição;
• As principais propriedades operatórias dos logarítmos
decorrentes da sua definição são:
log a b
◦ a =b ;
◦ ;
b
◦ log a b−log a c=log a
a
()
c
;

◦ log c b =a⋅log c b ;
◦ ;

log c b
◦ log a b= ;
log c a
• A função logarítmica f ( x)=log x é injetora e monotômica;
• Observe os dois casos básicos:
Capítulo 6 – Função modular

• A função modular é definida algebricamente por uma dupla


sentença:
◦ |x| :
▪ ;
▪ −x ; x ≤ 0 ;
• Reforce os conhecimentos da análise de sinal dos capítulos 2 e
3, principalmente o capítulo 3 sobre funções do 2º grau;
• Estudar a função modular não é simplesmente “decorar” a
definição, é fazer a análise do sinal da função interna ao
módulo; assim, generalizando:
◦ |f (x)| :
▪ f ( x); f ( x) > 0 ;
▪ −f ( x); f ( x) < 0 ;
• A construção dos gráficos é uma parte importante do capítulo, e
um dos pontos interessantes é a construção geométrica do
gráfico y=|f (x)|+k ; observe:
Capítulo 7 – Trigonometria – conceitos básicos

• Um dos conceitos básicos da trigonometria é a diferença entre


arco geométrico e arco trigonométrico;
◦ No arco geométrico, bastam os pontos da circunferência e
calcular sua media;
◦ Para caracterizarmos o arco trigonométrico, utilizamos o ciclo
trigonométrico, em que os arcos terão uma orientação e suas
medidas podem ultrapassar 360° (2π radianos) e também
podem ser negativas;
• Por exemplo:

• Unidade de medida básica: radiano:


• Arcos côngruos:
◦ São arcos que possuem as mesmas extremidades no ciclo
trigonométrico;
Capítulo 8 – Funções trigonométricas básicas – seno e
cosseno

• As funções básicas da trigonometria são:


◦ (função seno);
◦ g : ℝ→ℝ e g( x)=cos x (função cosseno);
• A relação fundamental da trigonometria (RFT) relaciona as duas
2 2
funções tal que sen x+cos x=1, ∀ x ∈ ℝ ;
• Propriedades básicas das funções:
◦ a) sen(x):
▪ Imagem: −1≤sen x≤1 ;
▪ Período: 2 π ;
▪ Amplitude: 1 ;
▪ Domínio: ℝ ;
▪ Função ímpar: sen(−x)=−sen x ;

◦ b) cos(x):
▪ Imagem: −1≤cos x≤1 ;
▪ Período: 2 π ;
▪ Amplitude: 1
▪ Domínio: ℝ ;
▪ Função par: cos(− x)=cos x ;
Capítulo 9 – Funções circulares

• No ciclo trigonométrico, considere um arco ɑ e observe a


obtenção geométrica de seu seno, cosseno e sua tangente;

• Todas as funções trigonométricas podem ser obtidas a partir do


seno e do cosseno; veja:
sen x
◦ tg x= ;
cos x
cos x
◦ cotg x= ;
sen x
1
◦ sec x= ;
cos x
1
◦ cossec x= ;
sen x
• Relação fundamental da trigonometria e suas variações:
2 2
◦ sen x+cos x=1 ;
2 2
◦ 1+cotg =cossec x ;
2 2
◦ tg x+1=sec x
Capítulo 10 – Adição e subtração de arcos

• Identidades fundamentais das quais você pode obter todas as


outras;
2 2
• sen x+cos x=1 ; ∀ ∈ ℝ ;
• sen(a+b)=sen a⋅cos b+sen b⋅cos a
• sen(a−b)=sen a⋅cosb−sen b⋅cos a ;
• cos(a+b)=cos a⋅cosb−sen a⋅sen b ;
• cos(a−b)=cos a⋅cosb +sen a⋅sen b ;
• sen(2 a)=2⋅sen a⋅cos a ;
2 2
• cos(2 a)=cos a−sen a ;
tg a+tg b
• tg(a+b)= ;
1−tg a⋅tg b
tg a−tg b
• tg(a−b)= ;
1+tg a⋅tg b
2⋅tg a
• tg(2 a)= 2
;
1−tg a
p+q p−q
• sen p+sen q=2⋅sen⋅ ( ) ( )
2
⋅cos
2
;

p−q p+q
• sen p−sen q=2⋅sen⋅ ( ) ( )
2
⋅cos
2
;

• ;

p+q p−q
• cos p−cos q=−2⋅sen⋅ ( ) (
2
⋅sen⋅
2
;
)
Capítulo 11 – Equações e inequações trigonométricas

• As equações trigonométricas são fundamentais para a


resolução de outras equações e também inequações; são elas
(com k ∈ ℤ ):
◦ sen α = sen β :
▪ α = β +2⋅k⋅π ;
▪ α + β = π +2⋅k⋅π ;
◦ cos α = cos β :
▪ α = β +2⋅k⋅π ;
▪ α + β = 2⋅k⋅π ;
◦ tg α = tg β :
▪ α = β +k⋅π ;
• A equação clássica é muito importante para a resolução de
vários problemas; com a, b e c e ℝ , temos
a⋅sen x +b⋅cos x=c ;

• a⋅sen x +b⋅cos x=c :


a b c
◦ ⋅sen x+ ⋅cos x= :
√ a +b
2 2
√ a +b
2 2
√ a +b
2 2

c
▪ cos θ⋅sen x+sen θ⋅cos x=
√ a2+b2
• Transformamos a equação em uma equação fundamental, da
c
forma sen(x + θ )= ;
√ a +b
2 2
Capítulo 12 – Análise combinatória

• Para n ∈ ℕ , temos a definição de fatorial de n:


◦ n != :
▪ 1 ; n=0 ;
▪ n(n−1)! ; n≥1 ;
• O Princpio fundamentental da contagem diz há m modos de
tomarmos uma decisão D1 e, tomada a decisão D1, há n modos
de tomarmos a decisão D2; então, o número de modos de tomar
sucessivamente as decisões D1, D2 é m x n;
• O número de permutações simples de n obetos distintos, ou
seja, o número de ordens em que podemos colocar n objetos
distintos é Pn = n!
• Para selecionarmos p objetos distintos entre n objetos infinitos
dados, obtemos:
!
= n ;
◦ C n;p=n
p !(n− p)! p ()
Capítulo 13 – Números binomiais, triângulo de Pascal e
binômio de Newton

• Neste capítulo, utilizamos técnicas da análise combinatória para


o cálculo do binômio (x+ a)n ; n ∈ ℕ; a ∈ ℝ ;
• Teorema Binomial:
n
(x+ a) = ∑ n ⋅x ⋅a ; ()
2 n-k k

k=0 k

• O número n é o chamado coeficiente binomial, tal que


k ()
n= n!
()
k k !(n−k)!
;

• O desenvolvimento do binômio é da forma:

(x+a)n = n ⋅x + n ⋅x ⋅a+ n ⋅x ⋅a +...+ n ⋅x ⋅a +...+ n ⋅a


() () () () ()
n n-1 n-2 2 n-p p n

0 1 2 p n

n ⋅x n-p⋅a p é o chamado termo geral e ocupa a


• O termo
()
p
posição p+1 (não se esqueça de que começamos com
k=0 );
• No desenvolvimento, se fizermos x=a=1 , teremos
n-p p
x =a =1 , ou seja, a soma dos coeficientes do
desenvolvimento:
◦ (2)n= n + n + n +...+ n ;
()()() ()
0 1 2 n
Capítulo 14 – Teoria das probabilidades

• A Teoria das probabilidades desenvolve-se sobre algumas


definições importantes; além dessas definições, todos os
conhecimentos na área da análise combinatória podem ser
aplicadas;
◦ Experimento aleatório;
◦ Espaço amostral;
◦ Definição de probabilidade;
• Assim, a probabilidade de certo acontecimento A, associado a
uma experiência aleatória, cujo espaço amostral é Ω, com
A⊂Ω , é dada por:
o
n de casos favoráveis a A
◦ P ( A )= o
;
n de casos possíveis
• Sejam A e B acontecimentos quaisquer de Ω, então:
◦ P ( A )+ P( A )=1 , A é o evento complementar de A;
◦ A e B são conjuntos distintos, ou seja, A∩B=∅ ; então
P ( A∪B)=P( A )+P (B) ;
◦ P (Ω)=1 ;
◦ P ( A∪B)=P( A )+P (B)−P ( A ∩B ) ;
Frente 2
Capítulo 1 – Conjuntos numéricos

• Conjuntos numéricos:
◦ Naturais: ℕ={0, 1, 2, 3, ...} ;
◦ Naturais não nulos: ℕ={1, 2, 3, ...} ;
◦ Inteiros: ℤ={..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...} ;
◦ Inteiros não negativos: ℤ+ ={0, 1, 2, 3, ...} ;
*
◦ Inteiros positivos: ℤ+ ={1, 2, 3, ...} ;
◦ Inteiros não positivos: ℤ- ;
◦ Inteiros negativos: ;
◦ Racionais:
a
▪ ℚ={ x ∈ ℚ / ∃ α ∈ ℤ ∧ b ∈ ℤ* / x= } ;
b
◦ Irracionais:

◦ Reais:
Ι =¿ ;

▪ ℝ=ℚ∪Ι ;
Capítulo 2 – Conceitos preliminares da teoria dos
números

• Dividir um número natural D por d significa encontrar q e R tal


que:

• “Critérios de divisibilidade” são condições que permitem


verificar se um número natural é divisível ou não por outro
número natural sem efetuarmos a divisão;
◦ Os principais critérios são:
▪ O número natural a n a n-1 ... a3 a2 a 1 a 0 é divisível por:
• 2:
◦ Se a 0 é par;
• 3:
◦ Se a n +a n-1 +...+a3 +a 2 +a1 +a 0 é múltiplo de 3;
• 4:
◦ Se a 1 a 0 for múltiplo de 4;
• 5:
◦ Se a 0 =0 ou a 0 =5 ;
• 8:
◦ Se a 2 a 1 a 0 é divisível por 8;
• 9:
◦ Se a n +a n-1 +...+a1 +a 0 é múltiplo de 9;
• 10:
◦ Se a 0 =0 ;
• 11:
◦ Se (a 1 +a 3 +a 5 +...)−(a 2 +a 4 +a 6 +...) é múltiplo
de 11;
• Um número inteiro P é primo, se e somente se, possuir apenas
4 divisores;
• Todo número natural pode ser decomposto em um produto de
potências de bases primas:
α α α α
◦ ℕ=a1 1⋅a2 2⋅a3 3 ... an n , tal que a 1 , a 2 ,... , a n são
números primos e d 1 , d 2 , d 3 ,... , d n são os números
naturais;
▪ O número de divisores positivos de ℕ é
( α1 +1)⋅( α2 +1)⋅( α 3 +1)...( α n +1) ;
• Após a fatoração de números naturais A 1 , A 2 , ... , A n ,
definimos:
◦ Mínimo múltiplo comum (MMC):
▪ Produto dos fatores comuns e não comuns com os maiores
expoentes;
◦ Máximo divisor comum (MDC):
▪ Produto dos fatores comuns com os menores expoentes;
• Teorema importante:
◦ MMC (x ; y)⋅MDC ( x ; y)=x⋅y ;
Capítulo 3 – Fatoração

Produto notável Fatoração

a (x± y) ax ± ay
2 2 2
(a±b) a ± 2 ab + b
2 2
(a+b)⋅(a−b) a −b
2
(x+a)⋅(x+b) x + (a+b) x+ ab
(a+b)3 3 2
a + 3 a b + 3 ab + b
2 3

(a−b)3 3
a −3 a b+3 ab −b
2 2 3

2 2 3 3
(a+b)⋅(a −ab+b ) a +b
2 2 3 3
(a−b)⋅(a +ab+b ) a −b
(a+b+c)2 2 2 2
a + b + c + 2 ab + 2 ac + 2 bc
Capítulo 4 – Problemas de 1º e 2º graus

• Como resolver um problema?:


◦ Não podemos “memorizar” todas as soluções, pois os
problemas são infinitamente variáveis; vamos propor um
método a ser seguido para a resolução de qualquer tipo de
problema, seja ele geométrico, algébrico, físico ou químico;
◦ Precisamos inicialmente compreender o problema, visualizar
com clareza e gravar o seu objetivo; no problema que envolve
demonstração, atente para a hipótese e a tese;
◦ Na compreensão, devemos separar as incógnitas para
começar a montar relações entre essas variáveis e os dados
(hipóteses) do problema;
◦ Após relacionar as incógnitas e os dados do problema,
obteremos um sistema de equações, uma equação do 1º, 2º
ou qualquer outro grau, dependendo da natureza do
problema.
◦ Podemos resumir os principais elementos para uma
abordagem adequada de um problema; observe os quadros:
Capítulo 5 – Porcentagem

• Tecnicamente, porcentagem é uma fração centesimal, ou seja,


P que pode ser representada por P% ;
100
• A porcentagem nos dá a ideia da quantidade de uma grandeza
em um conjunto universo; observe o exemplo:
◦ Em uma sala com 40 alunos, temos 16 meninas, qual seria a
porcentagem de meninas na sala?
▪ Temos a fração 16 , que representa 2 , mas a
40 5
porcentagem nos dá a ideia da comparação do número de
meninas em uma sala com 100 alunos; assim:
16 2 2⋅20 40
= = = =40 % ;
40 5 5⋅20 100
▪ Nesse exemplo, a porcentagem nos dá a ideia da parte em
relação ao todo;
• No comércio, utilizamos os termos preço de venda, preço de
custo, lucro, prejuízo, preço à vista, parcelamento, desconto,
entre outros;
• Observe os cálculos abaixo, que são muito comuns nos
problemas e agilizam os cálculos e o raciocínio:
◦ Quantia x:
▪ Aumento de 30%: x +30 %⋅x=x +0,3 x=1,3 x ;
▪ Decréscimo de 30%: x−30 %⋅x=x−0,3 x=0,7 x ;
• Quando pegamos dinheiro emprestado, compramos um produto
em prestações ou atrasamos o pagamento de uma fatura, nós
somos submetidos ao pagamento de juros;
◦ Não confunda a taxa de juros com os juros; observe o
exemplo:
▪ Em uma quantia de R $ 200,00 , devemos pagar juros

de 15%, então 15% de 200 equivale a


15 ;
⋅200=30
100
▪ Conclusão:
• Com a taxa de 15%, devemos pagar R $ 30,00 de
juros;
◦ Temos basicamente duas maneiras de calcular juros:
▪ Juros simples, nos quais temos um acréscimo constante
em cada período; seja t a quantidade de períodos, i a taxa
aplicada a cada período e C a quantia inicial, o juro
acumulado nesse período é:
• J=C⋅i⋅t ;
▪ Juros compostos, em cujos cálculos temos um acréscimo
crescente de juros em cada período e o montante (capital
mais juros) é dado pela equação exponencial:
i n , em que:

(
C n =C 0 1+
100 )
◦ C 0 : capital inicial;
◦ C n : montante após um período n;

◦ i : taxa;
100
Capítulo 6 – Razões, proporções e regra de três

• A igualdade entre razões é uma proporção; existem muitas


propriedades envolvendo proporções;
• As grandezas podem ser diretamente proporcionais ou
inversamente proporcionais;

A B
1 2
2 4
3 6
5 10

A :
• =constante
B

• Propriedades importantes:
a c a+b c+d ;
◦ = = =
b d b d
a c a+c ;
◦ = =
b d b+ d
2 2
a c ac a c ;
◦ = ⇔ = 2= 2
b d bd b d
◦ Para dois termos, temos:
x+ y M G = √ x⋅y , M H =
2 xy
▪ M A= , ;
2 x+ y
◦ Relacionando as três médias, temos:
2
▪ M G =M A⋅M H ;

A B
1 12
2 6
3 4
6 2

• AB=constante :

• Médias importantes:
x 1 + x 2 +...+ x n
◦ Média aritmética= ;
n
n
◦ Média geométrica= √ x 1⋅x 2⋅...⋅x n ;
-1
1 1 1
◦ Média harmônica=( + +...+
x1 x2
n
xn
) ;
Capítulo 7 – Noções básicas de estatística

• A estatística descritiva resume ou descreve as características


importantes de um subconjunto de uma população;
• A inferência estatística generaliza as características de uma
população a partir da utilização de dados amostrais;
• Para entendermos melhor as características de um conjunto,
podemos analisar:
◦ a) Valores representativos do conjunto:
▪ Média, mediana e moda;
◦ b) Uma medida de dispersão:
▪ Desvio padrão;
◦ c) A natureza ou a forma da distribuição dos dados:
▪ Distribuição em forma de sino;
Capítulo 8 – Sequências: progressão aritmética e
progressão geométrica

PA PG

a+c 2
PA (a ;b ; c)⇔ b= PG (a ; b ; c)⇔ b =a⋅c
2
a1 + an=a2 +an-1 =... a1⋅an=a2⋅a n-1=...
n-1
an =a1 +(n−1)⋅r an =a1⋅q
n
(a 1 +an )⋅n a1⋅(q −1)
Sn = Sn =
2 q−1
Capítulo 9 – Matrizes

• O capítulo das matrizes é básico para o estudo dos


determinantes e sistemas lineares;
• As matrizes são conjuntos cujos elementos estão dispostos em
uma tabela; fiquem atentos à definição dos produtos entre
matrizes;
• O produto A m x n por B p x q existe somente se n= p , e o
resultado é a matriz C m x q ; o produto entre matrizes não é
comutativo, ou seja, AB≠BA ;
• Matriz inversa:
◦ AB=BA =I ;
▪ Então B é a matriz inversa de A, simbolicamente,
-1
B= A ;
• Principais propriedades:
t t t
◦ ( AB) =B ⋅A ;
-1 -1 -1
◦ ( AB) =B ⋅A ;
t t t
◦ ( A +B) = A +B ;

Matriz
Matriz identidade Matriz antissimétrica
simétrica

t t
A =A A =− A
Capítulo 10 – Determinantes

• Cálculo de determinantes de ordem 2:

• Cálculo de determinantes de ordem 3 (regra de Sarrus):

(1⋅5⋅9+4⋅8⋅3+7⋅2⋅6)−(3⋅5⋅7+6⋅8⋅1+9⋅2⋅4)=0
• Cálc
ulo de determinantes de ordem n≥2 :
◦ Teorema de Laplace:
▪ O determinante de uma matriz quadrada de ordem n é a
soma dos produtos dos elementos de uma fileira qualquer
pelos seus respectivos cofatores;
• Propriedades dos determinantes:
◦ Para exemplificar as propriedades rapidamente, observe
cada uma delas para o caso particular para matrizes de
ordem 2:
▪ P1 )

▪ P2 )
▪ P3 )

▪ P4 )

▪ P5) Teorema de Binet:


• A e B, matrizes quadradas de ordem n,
det ( AB)=det ( A)⋅det (B) ;
▪ P6 )

▪ P7 )

▪ P8 )
t
• det ( A)=det ( A ) ;
▪ P9 )
1
• det A -1 = , det ( A )≠0 ;
det ( A)
Capítulo 11 – Sistemas lineares

• Um sistema linear é uma equação matricial da forma AX=B


, onde A é a matriz dos coeficientes e B a dos termos
independentes;
• Se:
◦ detA≠0 , o sistema é possível e determinado;
◦ detA=0 , o sistema é indeterminado ou impossível;
• A teoria do escalonamento resolve e também discute os
sistemas;
• Um sistema linear da forma AX =0 é chamado de sistema
homogêneo; todo sistema desse tipo é possível; atenção:
◦ detA≠0 :
▪ O sistema é possível e determinado e admite somente a
solução trivial (0, 0,0, ... , 0) ;
◦ detA=0 :
▪ O sistema é possível e indeterminado e admite infinitas
soluções inclusive a solução trivial;
Capítulo 12 – Números complexos

• Neste capítulo, estudamos os chamados números complexos,


que são aqueles números que, diferentemente dos reais, ao
serem elevados a uma potência par, o resultado pode dar
negativo;
• Todo número complexo pode ser representado de três
maneiras:
◦ Par ordenado (x; y) no Plano Complexo;
◦ Forma algébrica: z= x+ y⋅i ;
◦ Forma trigonométrica: ;
• No Plano Complexo, observe a sua representação em função
de dois parâmetros geométricos |z| e θ :

• |z|= √ x 2 + y 2 (módulo de z, distância do afixo até a origem


do sistema);
x y
• cos θ = , sen θ = (argumento de z, ângulo medido a
|z| |z|
partir do eixo real com sentido anti-horário positivo);
Capítulo 13 – Polinômios

• O estudo dos polinômios é uma preparação para o cálculo das


raízes de uma equação polinomial;
• O algoritmo de Briot-Ruffini é utilizado para agilizar as divisões
especiais quando o divisor for da forma (ax +b) ;
• Para se obter o resto da divisão de um polinômio P ( x) por
b
(ax +b) , basta calcular o valor numérico: P − ( ) a
;

• Um polinômio P ( x) é divisível por (ax +b) quando:


b
( )
P −
a
=0 ;
• Teorema importante:
◦ Se P ( x) é divisível separadamente por ( x−a) e
( x−b) , com a≠b , então é divisível pelo produto
(x−a)⋅(x−b) ;
Capítulo 14 – Teoria das equações algébricas

• Resolver uma equação algébrica de grau n≥1 significa obter


suas n raízes complexas;
• Sabendo-se que α é raiz de P (x)=0 , devemos fatorar
P (x) através do algoritmo de Briot-Ruffini:

◦ P (x)=(x− α )⋅q (x)=0 ;


• Devemos agora resolver a equação q (x)=0 , que possui
grau n−1 ;
• As relações de girar nos permitem obter relações interessantes
e importantes das raízes de uma equação sem resolvê-la;
observe o caso particular para a equação
3 2
ax +bx +cx+d=0 :

b c d
x 1 +x 2 +x 3 =− x1 x2+ x1 x3+ x2 x3= x 1 x 2 x 3 =−
a a a

• Teorema das raízes imaginárias:


◦ Quando uma equação polinomial de coeficientes reais tiver
*
raízes imaginárias (α+β⋅i,α∈ℝ∧β∈ℝ) , estas aparecerão aos pares
conjugados;
▪ Assim, por exemplo, uma equação do 3º grau com
coeficientes reais poderá ter:
• a) 3 raízes reais;
• b) 1 raiz real e 2 raízes imaginárias conjugadas;
Frente 3
Capítulo 1 – Conceitos básicos

• A geometria plana é uma ciência axiomática e, como tal, deve


ser apresentada por meio das informações:

• O ápice da teoria axiomática é o teorema, cuja apresentação é


da forma:
◦ a) Hipótese ⇒ Tese;
◦ b) Hipótese ⇔ Tese;
• Os segmentos são classificados como colineares, consecutivos,
adjacentes e congruentes;
• Definimos razão de seção interna de um segmento AB como
* AM
sendo o número K ∈ ℝ+ , tal que = K ; AM e
MB
MB são segmentos adjacentes aditivos, ou seja,
AM + MB= AB ;
Capítulo 2 – Ângulos

• Com este capítulo, terminamos a fase inicial da geometria;


adquirindo as noções básicas de segmentos e ângulos,
poderemos começar a estudar triângulos;
• As noções básicas de ângulos compreendem classificá-los
quanto à medida (agudo, reto e obtuso) e quanto à soma
(complementares, suplementares e replementares);
• Devemos destacar também a propriedade de que as bissetrizes
de dois ângulos adjacentes suplementares são perpendiculares;
Capítulo 3 – Triângulos

• Podemos afirmar que o triângulo é a figura mais importante da


geometria plana;
• Um triângulo ABC de lados medindo a, b e c existe se, e
somente e, ;
• Triângulos congruentes são triângulos distintos que possuem a
mesma forma e o mesmo tamanho;
• Os principais critérios de congruência são:
◦ LAL, LLL, LAA0, ALA, HC (triângulo retângulo);
Capítulo 4 – Ângulos no triângulo
Capítulo 5 – Segmentos proporcionais

• Teorema de Tales:

• Teorema das bissetrizes:

• Triângulos semelhantes:
Capítulo 6 – Pontos notáveis do triângulo

• Baricentro (cruzamento das medianas):

AG BG CG
◦ Propriedade: = = =2 ;
GM A GM B GM C
• Incentro (cruzamento das bissetrizes internas):
◦ Propriedade: I é o centro da circunferência inscrita;
• Circuncentro (cruzamento das mediatrizes):

◦ Propriedade: O é o centro da circunferência circunscrita;


• Ortocentro (cruzamento das alturas):
◦ Propriedade: Δ H A H B H C é o triângulo de menor
perímetro inscrito no Δ ABC ;
Capítulo 7 – Polígonos convexos

• Os principais elementos de um polígono convexo são:

◦ â1 , â2 ,... , ân : ângulos internos;


◦ Â1 , Â 2 , ... , Â n : ângulos externos;
◦ Diagonais;
o
◦ Si=180 (n−2) ;
o
◦ S e =360 ;
n(n−3)
◦ d= ;
2
n
◦ d centro = ;
2
◦ Para polígonos regulares:
o
180 (n−2)
▪ Si= ;
n
o
360
▪ ae = ;
n
Capítulo 8 – Quadriláteros notáveis

• Em um quadrilátero convexo qualquer, temos duas diagonais e


o
S i=Se =360 ;
• Os quadriláteros notáveis possuem particularidade a cada
definição; observe a sequência a seguir que mostra o
refinamento das particularidades até chegarmos no quadrilátero
mais simples que é o quadrado:

• Pela teoria dos conjuntos, podemos escrever:


◦ D∩E=F ;
◦ D,E⊂C ;
◦ C,B⊂ A ;
Capítulo 9 – Triângulo retângulo

• Em um triângulo retângulo, temos dois caminhos mostrados:


◦ Relações trigonométricas:

◦ Relações métricas:
Capítulo 10 – Triângulos quaisquer

• Quando estamos diante de um problema de triângulos não


retângulos, para calcular seus lados ou ângulos utilizamos dois
teoremas:

• Para o cálculo das cevianas, utilizamos a relação de Stewart:


Capítulo 11 – Circunferência e círculo

• Neste capítulo de circunferência e círculo, dividimos a teoria em


uma parte angular e outra linear;
Capítulo 12 – Áreas

• Formulário básico para o cálculo de áreas:

• Lados dos principais polígonos regulares inscritos em uma


circunferência de raio R:
Capítulo 13 – Ponto

• A geometria analítica resolve os problemas da geometria plana


através de equações algébricas; o ponto fica perfeitamente
determinado pelas suas coordenadas (x; y);
• Distância entre dois pontos:

• Ponto médio do segmento AB :


• Condição de alinhamento entre A, B e C:

• Área de um triângulo ABC:


Capítulo 14 – Retas

• A reta AB é o lugar geométrico dos pontos P(x; y) que são


colineares com A e B;
• A equação ax +by + c=0 representa uma reta no plano
cartesiano; podemos representar a mesma reta de outras
formas:
◦ Equação segmentária:

▪ (p; 0) e (0; q) são os pontos de cruzamento da reta nos


eixos x e y, respectivamente; assim, obtemos a forma:
x y ;
• + =1
p q
◦ Equação reduzida:
o
▪ y=mx +q ; α ≠ 90 , em que:
• m: coeficiente angular;
• q: coeficiente linear;
Δy
• m= ;
Δx
• Retas perpendiculares:
◦ (r ⊥s ⇔m r⋅m s =−1) ;

• Distância do ponto à reta:

◦ r : ax +by +c=0 ;
|ax 0 +by 0 +c|
◦ d P;r = ;
√ a +b
2 2
Capítulo 15 – Estudo das cônicas

• Observe as cônicas e suas respectivas propriedades:


Capítulo 17 – Conceitos básicos – geometria espacial

• A geometria de posição é uma grande preparação para o


estudo da geometria métrica espacial, que tem como objetivo o
cálculo do volume dos sólidos; para isso, a noção de
perpendicularismo é fundamental; observe os dois principais
resultados:
◦ Reta perpendicular a um plano:

▪ A reta r é perpendicular a um plano ɑ quando for


perpendicular a duas retas concorrentes de ɑ; se r é
perpendicular a ɑ, toda reta de ɑ que passar em O será
perpendicular a r;
◦ Teorema das três perpendiculares:

▪ Hipótese: r ⊥ α s⊥r AB ⊥ s ;
▪ Tese: ∀ C ∈ ℝ , temos : CB ⊥ s ;
Capítulo 17 – Diedros e triedos

• A interseção entre 2 planos ɑ e β forma um diedro de aresta r:

◦ θ é o ângulo diédrico de aresta r;


• Três semirretas de mesma origem e não coplanares formam um
triedro; ɑ, β e ɣ são os ângulos das faces desse triedro;

◦ Triedro V (ɑ, β, ɣ);


◦ Condições de existência de um triedro:
o
▪ 0 < α , β , γ < 180 ;
o
▪ α + β + γ < 360 ;
▪ |B− γ | < α < β + γ ;
Capítulo 18 – Prismas

• Iniciamos a parte aritmética da geometria espacial com o sólido


chamado prisma; seus elementos principais são:
◦ Aresta da base, aresta lateral, áreas e volumes;
• Os dois principais sólidos são:
◦ Paralelepípedo reto-retângulo:

▪ V =a⋅b⋅c ;
▪ A t =2(ab+ac +bc) ;
▪ d = √ a +b +c ;
2 2 2

◦ Cubo:
3
▪ V =a ;
2
▪ At =6 a ;
▪ d =a √ 3 ;
Capítulo 19 – Pirâmides

• A base de uma pirâmide é um polígono de n lados; em uma


pirâmide regular, seus elementos básicos são:
◦ Aresta da base, aresta lateral, altura, apótema da base e
apótema da pirâmide;
• As principais pirâmides regulares são:

• Quando temos a=b , a pirâmide regular é chamada de


tetraedro regular; observe seus elementos básicos:
Capítulo 20 – Cilindro e cone

• Elementos básicos do cone circular reto e do cilindro circular


reto:
◦ Cone circular reto:

◦ Cilindro circular reto:


Capítulo 21 – Inscrição e circunscrição de sólidos

• A e B: polos da esfera;
• R: raio da esfera;
• Volume:
4
◦ V = ⋅π⋅R 3 ;
3
• Área:
2
◦ A=4⋅π⋅R ;
• Toda seção plana da esfera é uma circunferência:
2 2 2
◦ R =r + d ;
Capítulo 22 – Poliedros convexos

• Após o estudo da parte analítica da Geometria espacial, em que


foi abordado o cálculo de arestas, alturas, apótemas e volumes,
foi necessário avaliar a qualidade dos sólidos, discutindo o
número de arestas e de vértices e a classificação das faces e
dos ângulos poliédricos (triedro, tetraedro, hexaétrico etc.);

Tetraedro Hexaedro

Octaedro
Dodecaedro
Icosaedro

• Como vimos no decorre deste capítulo, que encerra a nossa


coleção, para a resolução dos problemas envolvendo os
poliedros convexos, é fundamental o conhecimento das
seguintes equações:
◦ Teorema de Euler:
▪ V − A + F =2 ;
◦ Soma dos ângulos das faces:
o
▪ S=360 (V −2) ;
◦ Equação do número de arestas:
n⋅F
▪ A= , em que n corresponde ao número de lados
2
de cada face do poliedro;
m⋅V
▪ A= , em que m corresponde ao número de de
2
arestas que partem de cada vértice do poliedro;

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