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Universidade Federal de Sergipe

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas


Núcleo de Engenharia de Produção
Disciplina: 10301 Engenharia de Produto
Prof. Dr. Andréa Cristina dos Santos,

ESTUDO DE CASO 1
Fonte: Adaptado de Gerenciamento de Projetos na Prática. Roque Rabechini, Jr. Marli
Monteiro de Carvalho. Editora Atlas, 2009, p.107-110.

O CASO NATURA

Empresa 100% Brasileira, a Natura tem destacada atuação nas áreas de pesquisa, criação,
desenvolvimento, distribuição e comercialização de cosméticos e produtos de higiene,
perfumaria e de saúde.
Em 2002, a natura colocou 91 novos produtos no mercado, mantendo o ritmo de um
lançamento para cada dois dias, o que representa um dos mais acelerados movimentos de
inovação no país. As linhas de produção da fábrica manufaturaram mais de 107 milhões de
unidades e diariamente processaram cerca de 13 mil pedidos.
A empresa comercializa seu portfólio, que conta hoje com quase 600 produtos, pelo
sistema de venda direta, alcançado seus consumidores por intermédio de revendedores
independentes, conhecidas como Consultoras Natura. Quase 300 mil consultoras
independentes levam a marca natura a aproximadamente cinco mil municípios em todas as
regiões do país e ao mercado latino-americano. A empresa também esta presente na
Argentina, Chile e Peru, com centros de venda direta por meio de consultoras independetes. A
flora medicinal laboratórios de fitoterápicos adquirido em 1999, comercializa seus produtos em
farmácias e drogarias brasileiras.
Em 2002, a natura obteve faturamento de R$1,4 bilhão com vendas 19,7%superiores a
2001.
Ao chegar ao consumidor final, cada novo produto da Natura percorre um longo
caminho. Das mais simples idéias aos mais complexos ativos, todas as iniciativas que podem
desencadear um lançamento passam pelo Funil de Inovação (Veja figura 1). Trata-se de
processo formalizado de gerenciamento de projetos, que utiliza critérios predeterminados para
definir, acompanhar e revisar cada idéia a ser estudada.

Figura 1 – Modelo Natura para Gestão da Informação. Adaptado de Clark &


Wheeelwright, 1992).

O funil de inovação baseia-se em trabalho produzido por pesquisadores da


Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, adaptado para a realidade da Natura. Sua
primeira etapa é a captação e a documentação das idéias que podem originar um novo
produto. O modelo continua até chegar à avaliação do desempenho do lançamento no
mercado. Entre esses dois pontos, cada projeto passa por várias etapas que incluem:
desenvolvimento do conceito, desenvolvimento do design, fragrância ou fórmula até sua
conversão em protótipo, consolidação do protótipo e cálculo de custos e dos investimentos,
implantação do projeto com estratégia de lançamento produção e posterior avaliação da
performance do produto no mercado.
As idéias para um novo produto podem ser provenientes das mais diversas fontes, seja
por meio da indicação de colaaboradores, seja na concepção do marketing, da área de
tencologia de Conceitos Avançados – Por sugestão dos cientistas – ou por sugestão enviada
ao Serviço Natura de Atendimento ao Consumidor. Essas idéias podem ser simples, como uma
nova fragrância, ou complexas, como um novo princípio ativo para cosméticos. Em qualquer
caso, o projeto segue o seu caminho no Funil de Inovação.
Entre as vantagens desse modelo, destacam-se a padronização dos processos, a
melhoria no fluxo de informações, alinhamento da estratégia e das pessoas envolvidas, além
do menor risco de retrabalhos e de desperdícios.
Finalmente, antes de entrar em linha de produção, cada novo produto passa por ensaio
de planta-piloto da área de pesquisa e desenvolvimento, que reproduz em escala reduzida,
todo o processo de fabricação. Grande parte das máquinas e quipamentos da planta piloto é
idêntica à planta principal. Dessa forma, a Natura pode executar os ajustes necessários no
processo produtivo, sem interferir nas operações das linhas de produção já em curso.

A área de pesquisa e desenvolvimento seleciona, refina e integra as mais adequadas


tecnologias às linhas de atuação da empresa e define projetos de desenvolvimento de novos
produtos, com parceria estratégica das organizações e centros de estudos (universidades
institutos de pesquisa) alinhados com as tecnologias escolhidas.
Para isso, intensos estudos são realizados por uma rede interna de cerca de 100
colaboradores, entre pesquisadores especializados, cientistas e gerentes, que atuam por meio
de avançados processos e conceitos nos laboratórios de Inovação Tecnológica na empresa.
A soma do conhecimento internacional à competência e ao talento internos tem
permitido que a Natura alcance elevados patamares de resultados na inovação e na qualidade
de seus produtos, condições essenciais para manter o importante diferencial competitivo com
que se caracterizado o mercado.
A Natura chama atenção em relação”
• Necessidade de lançar muitos produtos novos de ciclo de vida relativamente curto.
• Necessidade de possuir uma estrutura organizacional com capacidade de lidar com um
grande número de projetos.
• Seguidora rápida em termos de inovação tecnológica
• Rígido e disciplinado programa de lançamento de novos produtos
• Importância dedicada a diferentes linhas de produtos.

QUESTÕES
1. Qual a relação do funil de inovação com a fase de planejamento estratégico do
produto?
2. Quais são as fases do processo de desenvolvimento de produto apresentadas no
estudo de caso?
3. Qual a origem dos novos produtos na natura?
4. Como vc classificaria por tipo de projeto de produto os seguintes casos (Justifique):
a. Uma nova Fragrância de Perfume
b. Uma nova Embalagem para Perfume
c. Um novo princípio ativo para um cosmético

5. Quais são as vantagens listadas pela Natura em relação a ter um modelo para o
desenvolvimento de produtos?
6. Faça a sugestão de como a Natura deveria proceder para fazer um pequeno
ajuste/melhoria em um produto já existente no mercado ( Utilize os conceitos do
cap.13)
7. Como a natura tem mantido o seu diferencial competitivo no mercado? (O que
ela faz para isso se tornar uma realidade?)

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