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ÍNDICE DE ASSUNTOS
Anulação Parcial do Júri: Validade
Associação e Lei de Entorpecentes
Lei do Colarinho Branco
Falsificação de Documento e Justiça Federal
Guerra Fiscal
Habeas Corpus e Competência do STF
ICMS e Correção Monetária - UFESP
Justiça Estadual e Tráfico Internacional
Ministério Público e Suspensão do Processo
Opção por Nova Carreira e Concurso Público
Reclamação: Descabimento
Reforma Agrária e Decreto Presidencial Nulo
Regime Jurídico Único do Magistério
Transporte Aéreo e Concessão
PLENÁRIO
Habeas Corpus e Competência do STF
Iniciado o julgamento de habeas corpus em que se
discute a competência do STF para julgar o pedido, já que a
autoridade coatora é o Tribunal de Justiça de São Paulo.
Votou o relator, Min. Marco Aurélio, no sentido de que
compete ao STJ o julgamento da ordem, considerando que os
desembargadores estão submetidos à sua jurisdição direta,
nos crimes comuns e de responsabilidade (CF, art. 105, I, a),
o que firma sua competência à vista do que dispõe a alínea
c do mencionado dispositivo para também processar e julgar
habeas corpus quando a autoridade coatora for
desembargador. O Supremo seria competente para o
julgamento do pedido quando o coator fosse tribunal
superior. Propõe, assim, a alteração da jurisprudência do
STF. Após o voto do relator, pediu vista dos autos o Min.
Moreira Alves. Precedentes citados: HC 67.263-SP (RTJ
129/244) e RCL 314 (DJU de 20.6.97). HC 74.969-SP, rel.
Min. Marco Aurélio, 18.6.97 .
Reclamação: Descabimento
Julgando reclamação ajuizada pelo Governo da
República do Peru, requerente de extradição deferida pelo
STF (Extradição nº 662 e 673, v. Informativo 55), contra
decisão do Presidente da Corte que concedera liminar em
habeas corpus para condicionar a entrega dos extraditandos
ao trânsito em julgado do acórdão do processo de extradição,
o Tribunal, sem decidir sobre o cabimento de reclamação
contra ato de seu Presidente, não conheceu do pedido, tendo
em vista que o ato impugnado acabou sendo encampado pelo
Plenário no julgamento definitivo do referido habeas corpus
(HC 74.959-DF, v. Informativo 63). Reclamação 647-RJ, rel.
Min. Néri da Silveira, 19.6.97.
Guerra Fiscal
Deferida medida cautelar em ação direta de
inconstitucionalidade requerida pelo Governador do Distrito
Federal para suspender a eficácia da Lei 1.320 do Distrito
Federal que fixara em 12% a alíquota de ICMS nas
operações com carnes frescas, congeladas e resfriadas,
miúdos, sebo, couro, pêlo, casco, chifre, crina e bílis,
decorrentes do abate, “com outorga de crédito presumido, de
forma a assegurar que a alíquota efetiva, nas saídas, seja de
7%”. O Tribunal entendeu relevante a fundamentação
jurídica do pedido por aparente contrariedade ao art. 155, §
2º, XII, g, da CF que só admite a concessão de isenções,
incentivos e benefícios fiscais por deliberação dos Estados e
do Distrito Federal mediante lei complementar. Precedentes
citados: ADInMC 1.247-PA (DJU de 8.9.95, v. Informativo
1); ADInMC 1.522-RJ (acórdão pendente de publicação, v.
Informativo 64). ADInMC 1.587-DF, rel. Min. Octavio
Gallotti, 19.6.97.
PRIMEIRA TURMA
Anulação Parcial do Júri: Validade
Tratando-se de concurso material de crimes, é válida a
anulação parcial do julgamento do tribunal do júri em
relação a apenas um dos crimes imputados ao réu. Com base
nesse entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus em
favor de réu que, condenado pela prática dos crimes de
homicídio, atentado violento ao pudor e ocultação de
cadáver, pretendia ver declarada a nulidade de acórdão que,
determinando a submissão do réu a novo júri apenas em
relação ao crime de homicídio — por entender que a decisão
fora manifestamente contrária à prova dos autos —,
mantivera a condenação dos crimes restantes. Precedentes
citados: HC 68.069-SP (RTJ 133/711) e HC 68.073-SP (RTJ
132/1223). HC 75.029-RS, rel. Min. Octavio Gallotti,
17.6.97.
SEGUNDA TURMA
Lei do Colarinho Branco.
Adiado, em virtude de pedido de vista do Min. Carlos
Velloso, o julgamento de habeas corpus em que se discute a
natureza comissiva ou omissiva do tipo penal descrito no
artigo 20 da Lei 7.492/86 (“Aplicar, em finalidade diversa
da prevista em lei ou contrato, recursos provenientes de
financiamento concedido por instituição financeira ou por
instituição credenciada para repassá-la.”). Sustenta-se que
a omissão não aplicação dos recursos tomados da instituição
financeira não constitui crime, à vista do princípio da
reserva legal (CF, art. 5º, XXXIX). Até o momento foram
proferidos três votos: o do Ministros Marco Aurélio, relator,
que nega provimento ao recurso, ao entendimento de que a
configuração do crime previsto no citado artigo dispensa a
demonstração da finalidade diversa em que teriam sido
aplicados os recursos provenientes do financiamento, e os
dos Ministros Nelson Jobim e Maurício Corrêa, que
conhecem e dão provimento ao recurso para trancar a ação
penal sob o fundamento de inépcia da denúncia por não ter o
Ministério Público narrado a conduta comissiva prevista no
art. 20 da Lei dos Crimes contra o Sistema Financeiro
Nacional. RHC 75.375, rel. Min. Marco Aurélio, 17.6.97 .
CLIPPING DO DJ
20 de junho de 1997
ADIN N. 490-5
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Inconstitucionalidade, perante a Carta Federal, do
art. 199 da Constituição da Amazonas, na parte em que determina a
realização de eleições para os cargos de direção dos
estabelecimentos de ensino público.
Não se confunde a qualificação de democrática da gestão do
ensino público (art. 206, VI, da Constituição) com modalidade de
investidura, que há de coadunar-se com o princípio da livre escolha
dos cargos em comissão do Executivo pelo Chefe desse Poder
(artigos 37, II, in fine e 84, II e XXV, ambos da Constituição da
República).
* Noticiado no Informativo 59
ADIN N. 975-3
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. MEDIDAS CAUTELARES E
LIMINARES: SUSPENSÃO. Medida Provisória nº 375, de
23.11.93.
I. - Suspensão dos efeitos e da eficácia da Medida Provisória nº 375,
de 23.11.93, que, a pretexto de regular a concessão de medidas
cautelares inominadas (CPC, art. 798) e de liminares em mandado
de segurança (Lei 1.533/51, art. 7º, II) e em ações civis públicas (Lei
7.347/85, art. 12), acaba por vedar a concessão de tais medidas, além
de obstruir o serviço da Justiça, criando obstáculos à obtenção da
prestação jurisdicional e atentando contra a separação dos poderes,
porque sujeita o Judiciário ao Poder Executivo.
II - Cautelar deferida, integralmente, pelo Relator.
III - Cautelar deferida, em parte, pelo Plenário.
ADIN N. 1399-8
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
ENSINO DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA NAS ESCOLAS
PÚBLICAS ESTADUAIS. FORMAÇÃO MÍNIMA PARA O
EXERCÍCIO DO MAGISTÉRIO. LEI Nº 9.164, DE 17 DE MAIO
DE 1995, DO ESTADO DE SÃO PAULO.
1. São aptos para o ensino de primeiro grau, inclusive para a cadeira
artística, todos os professores com habilitação específica de segundo
grau, conforme Lei Federal nº 5.692/71, que fixa diretrizes e bases
para o ensino de 1º e 2º graus, alterada pela Lei nº 7.044/82 e
recepcionada pelo vigente texto constitucional.
2. A Lei nº 9.164, de 17 de maio de 1995, do Estado de São Paulo,
ao dispor no § 1º do art. 1º que o ensino de Educação Artística, nas
aulas de primeiro grau, deverá ser ministrado por professor com
formação específica, afrontou as diretrizes gerais e básicas do ensino
fundamental que não exige tal especialidade (Lei Federal
nº5.692/71).
3. Pedido de liminar deferido, em parte, para suspender, até a
decisão final da ação, a vigência do § 1º do art. 1º e do adjetivo
"especialista", constante no § 2º do mesmo art. 1º, da Lei nº 9.164,
de 17.05.95, do Estado de São Paulo.
* Noticiado no Informativo 23
ADIN N. 1557-5
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - 1. Ação direta oposta, mediante invocação dos artigos
67, § 1º, II, c, e 132 da Constituição, à criação da Procuradoria Geral
da Câmara Legislativa, com funções destacadas das atribuídas à
Procuradoria Geral do Distrito Federal.
2. Reconhecimento, pela jurisprudência do Supremo Tribunal, da
constitucionalidade da manutenção de assessoria jurídica própria,
por Poder autônomo (mesmo não personalizado), bem como de
capacidade processual das Casas Legislativas (ADI 175, RTJ
154/14, Pet. 409-AgRg, RTJ 132/645 e ADI 825, DJ de 2-4-93).
3. Restrita, porém, essa representação judicial, às hipóteses em que
compareça a Câmara a Juízo em nome próprio, não se estendendo às
demandas em que deva ser parte a pessoa jurídica Distrito Federal,
como, por exemplo, a cobrança de multas, mesmo porventura
ligadas à atividade do Legislativo distrital.
4. Inconstitucionalidade formal não evidenciada em juízo cautelar.
* Noticiado no Informativo 64
ADIN N. 1568-1
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSO LEGISLATIVO.
INICIATIVA LEGISLATIVA. LEI COMPLEMENTAR Nº 66, DE
01.XI.95, DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. TAXA DE
INSCRIÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO: VINCULAÇÃO AO
SALÁRIO MÍNIMO: INCONSTITUCIONALIDADE.
I. - As regras do processo legislativo federal, especialmente as que
dizem respeito à iniciativa reservada, são normas de observância
obrigatória pelos Estados-membros. Precedentes do STF.
II. - Vinculação de taxa de inscrição em concurso público ao salário
mínimo: inconstitucionalidade. C.F., art. 7º, IV.
III. - Cautelar deferida.
* Noticiado no Informativo 73
ADIN N. 1593-1
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
LETRAS FINANCEIRAS DO TESOURO DO ESTADO DE
PERNAMBUCO. ARTIGO 4º DA LEI Nº 11.334, DE 24.04.96, DO
ESTADO DE PERNAMBUCO. PAGAMENTO DE
PRECATÓRIOS JUDICIAIS.
1. O art. 4º da Lei nº 11.334, de 24 de abril de 1996, originária do
Estado de Pernambuco, contém expressões em antinomia com o
preceituada no art. 33 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, dado que concedem ao Poder Executivo certo grau de
discricionariedade que o legislador constituinte não autorizou.
2. Como resulta da norma constitucional, os recursos obtidos através
da emissão de títulos se destinam exclusivamente ao pagamento de
precatórios pendentes de liquidação na data da promulgação da
Constituição, e não podem ser computados para o limite global do
endividamento do Estado. Dessa forma, as expressões
prioritariamente e mesmo que de exercício anteriores contrastam
com o parágrafo único do artigo 33 do ADCT, porque ensejam a
utilização desses recursos em prazos e em outras finalidades, que
não aquelas previstas na Constituição da República.
3. Pedido de medida liminar deferido, para suspender, com eficácia
ex nunc, até a decisão final da ação, a execução e a aplicabilidade da
expressões "prioritariamente" e "mesmo que de exercícios
anteriores", constantes do art. 4º da Lei nº 11.334, de 24.04.96, do
Estado de Pernambuco.
* Noticiado no Informativo 71
HC N. 73424-3
REL. P/ O ACÓRDÃO: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME ELEITORAL. ART. 11,
III, DA LEI Nº 6.091, DE 15.08.74, COMBINADO COM OS
ARTS. 8º E 10º DA MESMA LEI E COM O ART. 302 DO
CÓDIGO ELEITORAL.
Figura delituosa que não se perfaz tão-somente com o elemento
—— "fornecimento de transporte" —— exigindo, por igual, "a
promoção de concentração de eleitores, para o fim de impedir,
embaraçar ou fraudar o exercício do voto", aspecto que constitui
elementar do ilícito descrito no art. 302 do Código Eleitoral, ao qual
faz remissão o referido art. 11 da Lei nº 6.091/74.
Decisão que se afastou dessa orientação.
Habeas corpus deferido.
* Noticiado no Informativo 31
HC N. 74318-8
RELATOR: MIN. FRANCISCO REZEK
EMENTA: HABEAS CORPUS. MINISTÉRIO PÚBLICO.
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA.
Não pode ter curso ação penal contra membro do MP pelo crime de
denunciação caluniosa senão quando evidente a temeridade ou o
abuso de poder. Se a investigação policial leva à suspeita
consistente, o MP deve agir na conformidade de seu dever
constitucional, não quedando intimidado pela perspectiva da
acusação de denunciação caluniosa sempre que resultar provada a
inocência do suspeito.
Hipótese de trancamento da ação penal, por atipicidade.
* Noticiado no Informativo 58
HC N. 74775-2
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO
(...) NOTIFICAÇÃO - NATUREZA - LEI DE IMPRENSA. A
notificação prevista no artigo 25 da Lei 5.250/67 encerra faculdade,
e não ônus processual, para chegar-se à queixa-crime. Precedente:
recurso ordinário em habeas-corpus nº 63.582/PR relatado pelo
Ministro Octavio Gallotti perante a Primeira Turma, com acórdão
publicado no Diário da Justiça de 21 de fevereiro de 1996.
SURSIS - CONDIÇÕES. Cumpre observar, no exame do sursis,
a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade
do agente, bem como os motivos e as circunstâncias relativas ao
crime. Uma vez revelado o caráter negativo de tais aspectos, descabe
o deferimento do benefício.
* Noticiado no Informativo 61
RECLAMAÇÃO N. 314-1
RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: - Habeas corpus". Competência do Supremo
Tribunal Federal.
- Já se firmou, nesta Corte, a orientação de que, em face da atual
Constituição, é ela competente para processar e julgar
originariamente "habeas corpus" cujo coator seja qualquer Tribunal
do país, excluída a hipótese de ser o "writ" substitutivo de recurso
ordinário para o Superior Tribunal de Justiça.
Reclamação que se julga procedente.
RECLAMAÇÃO N. 536-4
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Reclamação julgada procedente para ajustar a
quantidade da pena decorrente da condenação do reclamante, por
duas vezes dosada, pela Justiça estadual, em desconformidade com o
critério definido pelo Supremo Tribunal no julgamento de habeas
corpus e reafirmado em anterior reclamação.
* Noticiado no Informativo 65
AG N. 169927-2 (AgRg)
RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Agravo regimental.
- Se esta Corte entendeu que o sistema adotado pelo Estado de São
Paulo era constitucional em face do artigo 100, § 1º, da Carta
Magna, é evidente que tendo o Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná adotado a mesma sistemática esta, em si mesmo, não pode
ser inconstitucional em face do citado dispositivo constitucional. A
necessidade, ou não, de lei estadual que adote esse sistema é questão
que não é atacável por meio de alegação de ofensa ao referido artigo
100, § 1º, da Carta Magna, que não diz respeito a esse aspecto, mas
sim por meio, se cabível, de alegação de infringência ao princípio da
reserva legal (artigo 5º, II, da Constituição Federal). A transcrição de
passagem do Informativo STF sobre o acórdão da Segunda Turma
não permite que se saiba se foi alegada, nesse caso, a ofensa ao
aludido princípio da reserva legal, que pelo menos está subjacente
nesse aresto.
Agravo a que se nega provimento.
RE N. 163568-1
RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Limite de idade para inscrição em concurso para cargo
burocrático.
- O Plenário desta Corte, ao julgar os recursos em mandado de
segurança 21.033 e 21.046, firmou o entendimento de que, salvo nos
casos em que a limitação de idade possa ser justificada pela natureza
das atribuições do cargo a ser preenchido, não pode a lei, em face do
disposto nos artigos 7º, XXX, e 39, § 2º, da Constituição Federal,
impor limite de idade para a inscrição em concurso público.
No caso, tratando-se, como salienta o acórdão recorrido, de concurso
para cargo burocrático - técnico do Tesouro Nacional -, a limitação
de idade não se justifica pela natureza das atribuições desse cargo,
razão por que esse limite se apresenta como discriminatório, e,
portanto, vedado pelos citados dispositivos constitucionais.
Recurso extraordinário não conhecido.
RE N. 176369-8
RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Concurso Público. Magistério. Limite de idade para a
inscrição.
O Plenário desta corte, ao julgar os recursos em mandado de
segurança 21.033 e 21.046, firmou o entendimento de que, salvo nos
casos em que a limitação de idade possa ser justificada pela natureza
das atribuições do cargo a ser preenchido, não pode a lei, em face do
disposto nos artigos 7°, XXX, e 39, § 2°, da Constituição Federal,
impor limite de idade para a inscrição em concurso público.
Essas decisões se aplicam, evidentemente, a editais que imponham
limite de idade para a participação em concurso de admissão a cargo
público, pois, se nem a lei pode fazê-lo, se a limitação não for
razoável, com maior razão não o poderá o edital.
No caso, tratando-se de concurso para o provimento de cargo de
professor do quadro de carreira do magistério público do Estado do
Rio Grande do Sul, a limitação de idade não se justifica pela
natureza das atribuições desse cargo que não exigem, para o normal
desempenho delas durante todo o período de permanência em
atividade do servidor, condições física e mental especiais.
Recurso extraordinário não conhecido.
* Noticiado no Informativo 49
RE N. 191648-6
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: ICMS. IPI. ART. 155, § 2º, XI, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. ART. 24, § 1º, Nº 4, DA LEI PAULISTA Nº 6.374/89.
VENDA DE PRODUTOS IMPORTADOS, PARA
INDUSTRIALIZAÇÃO OU COMERCIALIZAÇÃO. EXCLUSÃO
DO VALOR CORRESPONDENTE AO ÚLTIMO TRIBUTO DA
BASE DE CÁLCULO DO PRIMEIRO.
Configurando-se, no caso, fato gerador de ambos os tributos, incide
a norma constitucional em referência, que não distingue contribuinte
industrial de contribuinte equiparado a industrial.
A Lei nº 6.374/89, do Estado de São Paulo, ao estabelecer em
sentido contrário, no dispositivo acima indicado, ofende o apontado
texto da Carta da República.
Recurso conhecido e provido, com declaração da
inconstitucionalidade do texto estadual sob enfoque.
RE N. 194036-1
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ. TRIBUTÁRIO.
ARTIGOS 2° E 3º DA LEI Nº 6.747, DE 21.12.90. IPTU
CALCULADO COM BASE EM ALÍQUOTA PROGRESSIVA, EM
RAZÃO DA ÁREA DO TERRENO E DO VALOR VENAL DO
IMÓVEL E DAS EDIFICAÇÕES.
Ilegitimidade da exigência, nos moldes explicitados, por ofensa ao
art. 182, § 4º, II, da Constituição Federal, que limita a faculdade
contida no art. 156, § 1º, à observância do disposto em lei federal e à
utilização do fator tempo para a graduação do tributo.
Recurso conhecido e provido, declarando-se a inconstitucionalidade
dos arts. 2º e 3º da Lei Municipal nº 6.747, de 1990.
* Noticiado no Informativo 68
RHC N. 74807-4
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: RECURSO DE HABEAS CORPUS. CRIMES
SOCIETÁRIOS. SONEGAÇÃO FISCAL. PROVA ILÍCITA:
VIOLAÇÃO DE SIGILO BANCÁRIO. COEXISTÊNCIA DE
PROVA LÍCITA E AUTÔNOMA. INÉPCIA DA DENÚNCIA:
AUSÊNCIA DE CARACTERIZAÇÃO.
1. A prova ilícita, caracterizada pela violação de sigilo bancário sem
autorização judicial, não sendo a única mencionada na denúncia, não
compromete a validade das demais provas que, por ela não
contaminadas e delas não decorrentes, integram o conjunto
probatório.
2. Cuidando-se de diligência acerca de emissão de "notas frias", não
se pode vedar à Receita Federal o exercício da fiscalização através
do exame dos livros contábeis e fiscais da empresa que as emitiu,
cabendo ao juiz natural do processo formar a sua convicção sobre se
a hipótese comporta ou não conluio entre os titulares das empresas
contratante e contratada, em detrimento do erário.
3. Não estando a denúncia respaldada exclusivamente em provas
obtidas por meios ilícitos, que devem ser desentranhadas dos autos,
não há porque declarar-se a sua inépcia porquanto remanesce prova
lícita e autônoma, não contaminada pelo vício de
inconstitucionalidade.
Acórdãos publicados: 412
T R A N S C R I Ç Õ E
S
A competência do Supremo
Tribunal Federal, em sede originária,
decorre da Constituição, que restringe,
tão-somente, ao processo e julgamento de
causas e conflitos entre a União e os
Estados, a União e o Distrito Federal, ou
entre uns e outros, inclusive as respectivas
entidades da administração indireta (art.
102, I, f).
Apesar de o requerente invocar a
referida regra, na linha da jurisprudência
da Corte, reafirmada no julgamento da
Questão de Ordem na ACOr. 417, Relator
Ministro Sepúlveda Pertence (DJU de
07.12.90), tem-se, no caso, excluída a
competência do Supremo Tribunal Federal,
ante a inexistência de conflito federativo
nas causas entre Estado e entidade da
administração indireta, quando a segunda
tenha sede ou estrutura regional de
representação no território estadual
respectivo.
É o relatório.
Voto: No
precedente invocado pelo agravante –
ACOr 477 – se encontrava em causa litígio
entre autarquia federal - INCRA - e Estado-
membro - Tocantins - sobre propriedade de
terras devolutas (Decreto nº 1.164/71)
situadas no território do Estado, daí o
reconhecimento de conflito federativo. É
aliás o que está dito no voto do Relator
Min. Moreira Alves:
Apresentadas as licenças
ambientais à Autarquia Federal, como
determinado, foram retomadas as
atividades no local. Em 25 de março,
porém, novo Termo de Embargo/Interdição
foi expedido pelo IBAMA. Com base no art.
1º, único, da Lei 4.771/65 combinado com o
art. 14, item I-IV, parágrafo 1º, da lei
6.938/81, o Sr. Paulo Roberto Coelho,
Agente de Defesa de Floresta do IBAMA,
interditou a obra, e procedeu o Embargo nº
137.224, contra o Estado de Santa
Catarina, sob o entendimento de que “fica
proibida (sic) a supressão de vegetação na
área do Complexo Penitenciário da Grande
Florianópolis” (doc. 09).
A competência do Supremo
Tribunal Federal, inscrita no art. 102, I, f,
da Carta Federal, é para as questões que,
por sua importância, ou pela importância
do interesses em debate, pode por em risco
a harmonia federativa.