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INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ

CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS


FILOSOFIA DA ARTE
PROF. WILLIAM MORENO
MARCOS CAIO DA SILVA ARRUDA
20172014040150

Platão atribui à arte um papel fundamental para sua Cidade ideal. Contudo, ele
tem grande relutancia quanto à arte e os artistas, seus critérios de seleção são
extremamente rigorosos. Legitimado por seu projeto de Estado harmonioso, ideal;
compreende-se que ele coloque suas exigências em função do que julga ser o mais
benéfico para todos os cidadãos de uma "Cidade" justa e virtuosa. O problema é que
todos os seus critérios estão ligados mais a exigências morais do que artísticas ou
estéticas. O que nos apresenta uma forte censura, a arte que não represente os
princípios de sua República.
A intolerância de Platão recai sobretudo à imitação, feita por artistas. Em que a
ver com maus olhos, pois considera que a imitação não busca fazer o original (a
verdade), portanto, os artistas não poderiam ter uma completa autonomia. Pois a
imitação na arte, é a imitação em segundo ou em terceiro grau, da Ideia, é um
simulacro que engana as pessoas. Ele considera um estilo moderado para a imitação,
que se contente por modelos estabelecidos por lei, com as qualidades e as virtudes
como a coragem, a temperança, a santidade. As críticas à arte se mostra cada vez
mais, tratar-se de submeter a arte à autoridade da filosofia. Na qual o filósofo é o
governante dessa “Cidade” ideal.
Para Aristóteles, ao contrário de seu mestre Platão, ele considera a imitação
como algo legítimo, uma tendência natural. Aristóteles considera o homem como um
ser capaz de imitar, diferente de outros animais. entende as coisas ou ações concretas
e não mais ideais abstratas. A imitação pode ser colocada em qualquer objeto,
causando belas ações ou atos vulgares. O prazer que dela deriva é uma das primeiras
etapas em direção à felicidade, ele acredita que a imitação é enriquecida pela
imaginação do criador. Que não pinta as coisas como elas são, mas como deveriam
ser. Para Aristóteles a imitação poderia trazer a purgação de sentimentos, a catarse.
Como uma transferência da ficção para a realidade concreta, em que se experimenta
sentimentos análogos, que provocam um sentimento sobre a pessoa, em que ela se
liberta do peso desses sentimentos durante e depois do espetáculo (ou uma arte).

Se tratando do Belo em Plotino, ele coloca a arte em uma posição privilegiada,


isto é, a mesma passa a ser tratada não somente como uma simples imitação ou cópia
da verdadeira beleza, mas, sobretudo, como um meio pelo qual o homem pode elevar-
se espiritualmente. Espiritualizar a arte, abstraindo ou intuindo desta uma beleza
superior.
Para Plotino, o sensível, de certa maneira, vai servir como caminho ao
inteligível, assim como, a beleza da matéria vai nos encaminhar à beleza do espírito.
Plotino ver a arte como obra do espírito, o Divino. Assim, a verdadeira Arte, identifica-
se com um princípio espiritual. Nesse sentido, as artes se revestem de uma beleza
invisível, mas, que é sentida e procurada por todos que aspiram a algo além do
sensível.
Figura 1 – O Êxtase de Santa Teresa.

Fonte: Wikipédia. O Êxtase de Santa Teresa (1647–1652).


A partir do conceito de beleza de Plotino, pode-se analisar a obra O Êxtase de
Santa Teresa (Figura 1) ou a Transverberação de Santa Teresa (1647–1652), de
Lorenzo Bernini. Na perspectiva de Plotino, a escultura de Bernini busca trazer para a
realidade, um tema que eleva o homem a uma busca espiritual, representando Santa
Teresa em uma de suas visões com um anjo serafim, que transpassa em seu coração
a ponta inflamada de uma lança dourada provocando nela uma inefável dor espiritual
e corporal, mas que a eleva à condição de fascínio à Deus. A arte nesse sentido busca
materializar à beleza do espírito, trazendo uma beleza invisível. Assim aproximando
espírito da condição de vida material.

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