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Solução Analítica e Computacional de Placas Finas Retangulares Elástico-Lineares Pelo Método Dos Elementos Finitos PDF
Solução Analítica e Computacional de Placas Finas Retangulares Elástico-Lineares Pelo Método Dos Elementos Finitos PDF
ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL
Rio Grande
2018
Caroline Dapieve Aquino
Rio Grande
2018
“Se você tem conhecimento,
deixe os outros acenderem as suas velas nele.”
(Margaret Fuller)
RESUMO
This work constitutes conclusion monography of the undergraduate course in civil engineering at
the Engineering School of the Federal University of Rio Grande. The general objective of the work
was to deal with the solution of rectangular thin plates of elastic-linear behavior and compare exact
analytic solutions with approximate computational solutions obtained by the finite element method.
All computational solutions were obtained using the ANSYS program. Initially, the classical theory
of elasticity was presented, which gives fundamental support to the study of plate bending. Next,
the plate bending theory is presented, with a strong emphasis on the so-called Kirchhoff’s Plate
Theory for thin plates with small displacements. It follows the presentation of what is basic in the
finite element method. Analytical and computational solutions are described and presented for
three examples of thin plates. They are, the case of simply supported plate under uniform load,
clamped plate under uniform load and simply supported plate under hydrostatic load. Finally, it is
presented some observations about the differences between the thin plate and the limits for the
problem to be treated as small displacements. The conclusions are presented focusing on the
convergence of the approximate computational solutions obtained where it is reported to obtain
very good convergence in displacements and tensions for the treated cases. Some suggestions for
continuity of this work have been made.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14
1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 15
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 15
1.3 DESCRIÇÃO DO TRABALHO ................................................................................ 16
2 TEORIA DA ELASTICIDADE ..................................................................... 17
2.1 ANÁLISE DE TENSÕES .......................................................................................... 18
2.1.1 Estado de Tensões em um ponto..................................................................... 18
2.1.2 Componentes de tensão em um plano arbitrário ............................................. 22
2.1.3 Tensões principais, invariantes do tensor de tensões e tensões tangenciais
máximas ........................................................................................................................ 26
2.1.4 Equações de equilíbrio .................................................................................... 31
2.2 ANÁLISE DE DEFORMAÇÕES .............................................................................. 33
2.2.1 Estado de deformações em um ponto ............................................................. 33
2.2.2 Componentes de deformação em uma direção arbitrária ................................ 41
2.2.3 Deformações principais, invariantes do tensor de deformações e deformações
angulares máximas ................................................................................................................ 45
2.2.4 Equações de compatibilidade.......................................................................... 49
2.3 LEI CONSTITUTIVA: RELAÇÕES TENSÕES – DEFORMAÇÕES..................... 52
2.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO ................................................................................ 56
2.5 TRABALHO DE DEFORMAÇÃO: TEOREMAS E PRINCÍPIOS ......................... 58
2.5.1 Trabalho de deformação ................................................................................. 58
2.5.2 Energia potencial total .................................................................................... 59
2.5.3 Princípio do trabalho virtual ........................................................................... 60
3 TEORIA DA FLEXÃO DE PLACAS FINAS .............................................. 63
3.1 EQUAÇÃO DA PLACA NO SISTEMA DE COORDENADAS CARTESIANAS . 64
3.1.1 Relações entre tensões, deformações e deslocamento .................................... 69
3.1.2 Equação da placa em função do deslocamento w ........................................... 74
3.2 CONDIÇÕES DE CONTORNO ................................................................................ 75
4 MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ................................................... 79
4.1 MÉTODO DE RAYLEIGH-RITZ ............................................................................. 80
4.2 MÉTODO DOS RESÍDUOS PONDERADOS DE GALERKIN .............................. 80
4.3 FORMULAÇÃO DO MEF ........................................................................................ 82
4.4 FUNÇÕES DE FORMA PARA ELEMENTOS FINITOS LINEARES ................... 89
4.4.1 Elementos triangulares de três nós.................................................................. 89
4.4.2 Elementos quadriláteros de quatro nós ........................................................... 93
4.5 CRITÉRIOS DE CONVERGÊNCIA ......................................................................... 96
5 SOLUÇÕES NUMÉRICO-COMPUTACIONAIS ...................................... 99
5.1 SOFTWARE ANSYS................................................................................................. 99
5.1.1 Elemento shell 181........................................................................................ 100
5.2 EXEMPLO 1 ............................................................................................................ 100
5.2.1 Solução fechada ............................................................................................ 101
5.2.2 Solução computacional ................................................................................. 102
5.3 EXEMPLO 2 ............................................................................................................ 111
5.3.1 Solução fechada ............................................................................................ 112
5.3.2 Solução computacional ................................................................................. 114
5.4 EXEMPLO 3 ............................................................................................................ 123
5.4.1 Solução fechada ............................................................................................ 123
5.4.2 Solução computacional ................................................................................. 126
6 CONCLUSÕES ............................................................................................. 134
14
1 INTRODUÇÃO
Placas são estruturas planas cuja espessura é muito menor que as outras dimensões.
Aparecem, em sua maior parte, em formato retangular ou circular, mas podem adquirir qualquer
aspecto geométrico plano, respeitando os limites da espessura frente às outras dimensões.
O objetivo geral deste trabalho foi apresentar todo substrato teórico para se ter
compreensão correta da situação estrutural que envolve a solução de placas finas retangulares
elástico-lineares sob carregamento transversal e comparar as soluções analíticas existentes para os
casos abordados com soluções aproximadas obtidas computacionalmente pelo método dos
elementos finitos.
2 TEORIA DA ELASTICIDADE
Será admitido, neste trabalho, que todo corpo sólido é constituído por material que
atende determinadas hipóteses básicas (TIMOSHENKO e GOODIER, 1980, p.1). Tais hipóteses
são as que seguem.
Por fim, os processos de deformação elástica aqui tratados são admitidos conservativos,
ou seja, não há dissipação de energia durante a deformação. Deste modo todo trabalho de
deformação realizado pelas forças externas é integralmente acumulado na forma de energia
potencial elástica. Essa energia elástica será completamente consumida caso as forças externas
deixem de atuar, levando o corpo sólido a sua forma original.
18
As forças externas que atuam sobre um sólido são as forças exercidas por agentes
exteriores, podendo ser de volume ou superfície. As forças de superfície são as forças que atuam
sobre a superfície do sólido, como por exemplo a ação do vento sobre uma estrutura, já as forças
de volume são distribuídas pelo volume do sólido, como por exemplo as forças gravitacionais. As
forças internas, por sua vez, são as forças exercidas por uma parte do sólido sobre outra parte deste
mesmo sólido.
∆F
σ = lim (2.1)
∆𝐴→0 ∆𝐴
∆𝐹𝑁
𝜎𝑁 = lim (2.2)
∆𝐴→0 ∆𝐴
∆𝐹𝑇
𝜎𝑇 = lim (2.3)
∆𝐴→0 ∆𝐴
Cabe ressaltar que os valores das tensões definidas acima valem somente no plano
considerado. Um plano diferente passando pelo mesmo ponto P terá uma distribuição diferente de
forças internas e, consequentemente, de tensões. Como um número infinito de planos pode ser
definido passando por um ponto, se tem um infinito número de componentes de tensões
correspondentes a cada um desses planos.
As componentes 𝜎𝑥𝑥 , 𝜎𝑦𝑦 e 𝜎𝑧𝑧 são tensões normais e as componentes 𝜎𝑥𝑦 , 𝜎𝑦𝑥 , 𝜎𝑥𝑧 ,
𝜎𝑧𝑥 , 𝜎𝑦𝑧 e 𝜎𝑧𝑦 são as tensões tangenciais ou de cisalhamento.
20
𝑑𝑦 𝑑𝑦
2 (𝜎𝑦𝑧 𝑑𝑥 𝑑𝑧 ) − 2 (𝜎𝑧𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑧 )=0
2 2
do que resulta
“[…] considering two perpendicular facets, the components of the shearing stresses which
are perpendicular to the common edge of the two facets have the same magnitude and
either both point to that edge or both diverge from it.” (SILVA, 2006, p.12)
Na seção anterior foi afirmado que as componentes de tensão atuantes em três planos
mutuamente ortogonais permitem a determinação das componentes de tensão atuantes em qualquer
plano passando nesse ponto. Para demonstrar tal afirmação, se admite um plano oblíquo ABC
passando pelo ponto P, como mostrado na Figura 2.4. A normal 𝑛 a esse plano forma ângulos 𝛼,
𝛽 e 𝛾 em relação aos eixos coordenados (𝑥, 𝑦, 𝑧). Seus cossenos diretores serão denominados,
respectivamente, por 𝑙1 = cos 𝛼, 𝑙2 = cos 𝛽 e 𝑙3 = cos 𝛾. Assim sendo, se pode afirmar que se a
área 𝐴𝐴𝐵𝐶 = ∆𝐴, então a área 𝐴𝑂𝐵𝐶 = ∆𝐴 × 𝑙1 , a área 𝐴𝑂𝐴𝐶 = ∆𝐴 × 𝑙2 e, finalmente, a área
𝐴𝑂𝐵𝐴 = ∆𝐴 × 𝑙3.
Na Figura 2.5 estão indicadas as componentes atuantes nos quatro planos do tetraedro.
As componentes 𝜎𝑥𝑥 , 𝜎𝑥𝑦 e 𝜎𝑥𝑧 atuam no plano OBC, as componentes 𝜎𝑦𝑦 , 𝜎𝑦𝑥 e 𝜎𝑦𝑧 atuam no
plano OAC e as componentes 𝜎𝑧𝑧 , 𝜎𝑧𝑥 e 𝜎𝑧𝑦 atuam no plano OAB. As componentes 𝜎𝑛𝑥 , 𝜎𝑛𝑦 e 𝜎𝑛𝑧
atuam no plano ABC.
23
As expressões (2.8), (2.9) e (2.10) podem ser escritas em forma matricial como
A projeção das componentes 𝜎𝑛𝑥 , 𝜎𝑛𝑦 e 𝜎𝑛𝑧 na direção dos eixos 𝑥′, 𝑦′ e 𝑧′ são
𝜎𝑥 ′ 𝑥 ′ = 𝜎𝑥𝑥 𝑙12 + 𝜎𝑦𝑦 𝑙22 + 𝜎𝑧𝑧 𝑙32 + 2 𝜎𝑥𝑦 𝑙1 𝑙2 + 2 𝜎𝑦𝑧 𝑙2 𝑙3 + 2 𝜎𝑧𝑥 𝑙3 𝑙1 (2.15)
25
𝜎1 0 0
𝜎𝑖𝑗 = 𝝈 = [ 0 𝜎2 0] (2.25)
0 0 𝜎3
Considera-se, então, um plano principal onde a única tensão que atua sobre ele é a
tensão normal (𝜎). Substituindo o tensor apresentado em (2.25) na expressão (2.11), resulta as
expressões dadas em (2.26), em que 𝜎 representa as tensões principais 𝜎1 , 𝜎2 e 𝜎3 .
𝜎𝑛𝑥 = 𝜎𝑙1
𝜎𝑛𝑦 = 𝜎𝑙2 (2.26)
𝜎𝑛𝑧 = 𝜎𝑙3
27
Inserindo os valores de 𝜎𝑛𝑥 , 𝜎𝑛𝑦 e 𝜎𝑛𝑧 , dados pelas expressões (2.8), (2.9) e (2.10),
respectivamente, nas expressões dadas em (2.26), se obtém o sistema linear de equações
ou em formato matricial
De imediato, se pode observar que esse sistema de equações possui a solução trivial
𝑙1 = 𝑙2 = 𝑙3 = 0, porém, os cossenos diretores, 𝑙1 , 𝑙2 e 𝑙3 , não podem ser zero simultaneamente
por se tratarem das componentes de um vetor unitário, ou seja, devem obedecer a condição de Euler
𝑙12 + 𝑙22 + 𝑙32 = 1. Então, se parte para a segunda possibilidade de solução em que o determinante
da matriz que contém as componentes de tensão deve ser zero, isto é, se faz necessário satisfazer a
condição
isto é
𝜎 3 − 𝐼1 𝜎 2 + 𝐼2 𝜎 − 𝐼3 = 0 (2.32)
Por outro lado, se pode determinar os valores máximos para as componentes das
tensões tangenciais. Para tanto, se toma um plano ABC de versor normal 𝑛, como mostrado na
Figura 2.6 (a), admitindo que os eixos (𝑥, 𝑦, 𝑧) coincidam com os eixos principais de tensões. A
componente 𝜎𝑅 no plano ABC é decomposta nas componentes 𝜎𝑛𝑥 , 𝜎𝑛𝑦 e 𝜎𝑛𝑧 . As componentes de
𝜎𝑅 nas direções normal e tangencial ao plano ABC, mostradas na Figura 2.6 (b), são 𝜎𝑁 e 𝜎𝑇 ,
respectivamente.
Haja vista, que os eixos (𝑥, 𝑦, 𝑧) são eixos principais, se pode escrever
𝜎𝑛𝑥 = 𝜎1 𝑙1
𝜎𝑛𝑦 = 𝜎2 𝑙2 (2.33)
𝜎𝑛𝑧 = 𝜎3 𝑙3
𝜎𝑅2 = 𝜎𝑛𝑥
2 2
+ 𝜎𝑛𝑦 2
+ 𝜎𝑛𝑧 = 𝜎12 𝑙12 + 𝜎22 𝑙22 + 𝜎32 𝑙32 (2.34)
Então
𝜎𝑇2 = 𝜎12 𝑙12 + 𝜎22 𝑙22 + 𝜎32 𝑙32 − (𝜎1 𝑙12 + 𝜎2 𝑙22 + 𝜎3 𝑙32 )2 (2.37)
𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕𝑓
= = =0 (2.39)
𝜕𝑙1 𝜕𝑙2 𝜕𝑙3
onde
𝜕𝑓
= 𝜎12 𝑙1 − (𝜎1 𝑙12 + 𝜎2 𝑙22 + 𝜎3 𝑙32 )(2𝜎1 𝑙1 ) + 𝜆2 𝑙1 = 0
𝜕𝑙1
𝜕𝑓
= 𝜎22 𝑙2 − (𝜎1 𝑙12 + 𝜎2 𝑙22 + 𝜎3 𝑙32 )(2𝜎2 𝑙2 ) + 𝜆2 𝑙2 = 0 (2.40)
𝜕𝑙2
𝜕𝑓
= 𝜎32 𝑙3 − (𝜎1 𝑙12 + 𝜎2 𝑙22 + 𝜎3 𝑙32 )(2𝜎3 𝑙3 ) + 𝜆2 𝑙3 = 0
𝜕𝑙3
Essa equação implica 𝑙2 = 𝑙3 , e sabendo que 𝑙22 + 𝑙32 = 1, se obtém então que
𝜎2 − 𝜎3
(𝜎𝑇 𝑚𝑎𝑥 )1 = ±
2
𝜎3 − 𝜎1
(𝜎𝑇 𝑚𝑎𝑥 )2 = ±
2 (2.45)
𝜎1 − 𝜎2
(𝜎𝑇 𝑚𝑎𝑥 )3 = ±
2
Se pode ainda inferir que os planos que correspondem às tensões tangencias máximas
fazem ângulos de 45º com os planos principais. As tensões normais associadas às tensões
tangenciais máxima podem ser obtidas levando as expressões (2.42), (2.43) e (2.44) em (2.35).
Disso, resulta
𝜎2 + 𝜎3
𝜎𝑁2 = ±
2
𝜎3 + 𝜎1
𝜎𝑁3 =± (2.46)
2
𝜎1 + 𝜎2
𝜎𝑁1 =±
2
As componentes de tensões são mostradas nas faces do elemento da Figura 2.8. Ali
também são mostradas componentes a distâncias 𝑑𝑥, 𝑑𝑦 e 𝑑𝑧 do ponto, expandidas em série de
Taylor.
A condição de equilíbrio de forças na direção 𝑥 leva à expressão
∆𝑢𝑥
𝜀𝑥 = (2.50)
∆𝑥
∆𝑢𝑦
𝜀𝑦 = (2.51)
∆𝑦
Já a deformação angular é definida como a variação no ângulo reto inicial entre dois
segmentos de linha originalmente paralelos aos eixos coordenados. A partir da Figura 2.9 (c), se
pode observar que a variação total no ângulo é dada por 𝜃1 + 𝜃2 . Partindo do pressuposto que 𝜃1 e
𝜃2 são muito pequenos, é possível afirmar que 𝜃1 e 𝜃2 em radianos são iguais a, respectivamente,
tan 𝜃1 e tan 𝜃2 . Desta forma, sendo
∆𝑢𝑦
tan 𝜃1 = (2.52)
∆𝑥
∆𝑢𝑥
tan 𝜃2 = (2.53)
∆𝑦
se tem
∆𝑢𝑦 ∆𝑢𝑥
𝜀𝑥𝑦 = 𝜃1 + 𝜃2 = + (2.54)
∆𝑥 ∆𝑦
Analogamente ao estado de tensões, será mostrado a seguir que conhecendo essas seis
componentes de deformação, ou seja, o estado de deformações em um ponto, se pode determinar
a deformação linear de um ponto em qualquer direção arbitrária.
35
𝜕𝑢
𝑑𝑢 = 𝑑𝑥
𝜕𝑥
𝜕𝑣
𝑑𝑣 = 𝑑𝑥 (2.55)
𝜕𝑥
𝜕𝑤
𝑑𝑤 = 𝑑𝑥
𝜕𝑥
𝑃0 𝑃1 no segmento ̅̅̅̅̅̅̅̅
A deformação transforma o segmento de reta ̅̅̅̅̅̅ 𝑃′0 𝑃′1 , o qual sofre
um alongamento e deixa de ser paralelo ao eixo 𝑥, a projeção de ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑃′0 𝑃′1 nas direções dos eixos
coordenados são
𝜕𝑢 𝜕𝑢
(𝑥0 + 𝑑𝑥 + 𝑢0 + 𝑑𝑥) − (𝑥0 + 𝑢0 ) = (1 + )
𝜕𝑥 𝜕𝑥
(2.56)
𝜕𝑣 𝜕𝑣
(𝑦0 + 𝑣0 + 𝑑𝑥) − (𝑦0 + 𝑣0 ) = 𝑑𝑥
𝜕𝑥 𝜕𝑥
37
𝜕𝑤 𝜕𝑤
(𝑧0 + 𝑤0 + 𝑑𝑥) − (𝑧0 + 𝑤0 ) = 𝑑𝑥
𝜕𝑥 𝜕𝑥
̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑃′ 0 𝑃′1 − ̅̅̅̅̅̅
𝑃0 𝑃1
𝜀𝑥𝑥 = (2.57)
̅̅̅̅̅̅
𝑃0 𝑃1
̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑃′0 𝑃′1 = (1 + 𝜀𝑥𝑥 ) 𝑑𝑥 (2.58)
̅̅̅̅̅̅̅̅ 2 𝜕𝑢 2 𝜕𝑣 2 𝜕𝑤 2
(𝑃′0 𝑃′1 ) = (1 + 𝜀𝑥𝑥 ) 𝑑𝑥 = [(1 + ) + ( ) + ( ) ] 𝑑𝑥 2
2 2
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜀𝑥𝑥 2 𝜕𝑢 1 𝜕𝑢 2 𝜕𝑣 2 𝜕𝑤 2
𝜀𝑥𝑥 + = + [( ) + ( ) + ( ) ] (2.59)
2 𝜕𝑥 2 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜀𝑦𝑦 2 𝜕𝑣 1 𝜕𝑢 2 𝜕𝑣 2 𝜕𝑤 2
𝜀𝑦𝑦 + = + [( ) + ( ) + ( ) ] (2.60)
2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜀𝑧𝑧 2 𝜕𝑤 1 𝜕𝑢 2 𝜕𝑣 2 𝜕𝑤 2
𝜀𝑧𝑧 + = + [( ) + ( ) + ( ) ] (2.61)
2 𝜕𝑧 2 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑧
são paralelas aos eixos coordenados 𝑥 e 𝑦, e são definidas pelos pontos 𝑃0 , 𝑃1 e 𝑃2 , como mostra
a Figura 2.12.
𝜋 𝜕𝑢 𝜕𝑢
[(1 + 𝜀𝑥𝑥 ) 𝑑𝑥] [(1 + 𝜀𝑦𝑦 ) 𝑑𝑦] [cos ( − 𝜃𝑥𝑦 )] = [(1 + ) 𝑑𝑥] [ 𝑑𝑦] +
2 𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑤 𝜕𝑤
+[ 𝑑𝑥] [(1 + ) 𝑑𝑦] + [ 𝑑𝑥] [ 𝑑𝑦] (2.62)
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
39
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑤 𝜕𝑤
+ + + +
𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 (2.63)
sen 𝜃𝑥𝑦 =
(1 + 𝜀𝑥𝑥 )(1 + 𝜀𝑦𝑦 )
𝜕𝑢 𝜕𝑤 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑤 𝜕𝑤
+ + + +
sen 𝜃𝑥𝑧 = 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑧 (2.64)
(1 + 𝜀𝑥𝑥 )(1 + 𝜀𝑧𝑧 )
𝜕𝑣 𝜕𝑤 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑤 𝜕𝑤
+ + + +
𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑧 (2.65)
sen 𝜃𝑦𝑧 =
(1 + 𝜀𝑦𝑦 )(1 + 𝜀𝑧𝑧 )
As quantidades 𝜀𝑥𝑥 , 𝜀𝑦𝑦 , 𝜀𝑧𝑧 , 𝜃𝑥𝑦 , 𝜃𝑥𝑧 𝑒 𝜃𝑦𝑧 determinam completamente o estado de
deformação no entorno do ponto 𝑃0 , uma vez que elas são suficientes para definir a forma e as
dimensões do corpo após a deformação. Tendo em vista que as deformações são muito pequenas,
se pode simplificar as expressões (2.59) a (2.61) e (2.63) a (2.65) desprezando os infinitésimos de
ordem superior em relação aos infinitésimos de ordem mais baixa e em relação a unidade. Tal fato
leva às expressões (2.66) a (2.71).
𝜕𝑢
𝜀𝑥𝑥 = (2.66)
𝜕𝑥
𝜕𝑣
𝜀𝑦𝑦 = (2.67)
𝜕𝑦
𝜕𝑤
𝜀𝑧𝑧 = (2.68)
𝜕𝑧
40
𝜕𝑢 𝜕𝑣
𝜃𝑥𝑦 = 𝛾𝑥𝑦 = + (2.69)
𝜕𝑦 𝜕𝑥
𝜕𝑢 𝜕𝑤
𝜃𝑥𝑧 = 𝛾𝑥𝑧 = + (2.70)
𝜕𝑧 𝜕𝑥
𝜕𝑣 𝜕𝑤
𝜃𝑦𝑧 = 𝛾𝑦𝑧 = + (2.71)
𝜕𝑧 𝜕𝑦
𝛾𝑥𝑦 1 𝜕𝑢 𝜕𝑣
= 𝜀𝑥𝑦 = [ + ] (2.72)
2 2 𝜕𝑦 𝜕𝑥
𝛾𝑦𝑧 1 𝜕𝑢 𝜕𝑤
= 𝜀𝑦𝑧 = [ + ] (2.73)
2 2 𝜕𝑧 𝜕𝑥
𝛾𝑧𝑥 1 𝜕𝑣 𝜕𝑤
= 𝜀𝑧𝑥 = [ + ] (2.74)
2 2 𝜕𝑧 𝜕𝑦
𝑒′1 = 𝑒1 𝑙1 + 𝑒2 𝑙2 + 𝑒3 𝑙3
𝑒′2 = 𝑒1 𝑚1 + 𝑒2 𝑚2 + 𝑒3 𝑚3 (2.76)
𝑒′3 = 𝑒1 𝑛1 + 𝑒2 𝑛2 + 𝑒3 𝑛3
onde as expressões dadas em (2.76) podem ser representadas em formato matricial por
𝑒′1 𝑙1 𝑙2 𝑙3 𝑒1
𝑚
[𝑒′2 ] = [ 1 𝑚2 𝑚3 ] [𝑒2 ] (2.77)
𝑒′3 𝑛1 𝑛2 𝑛3 𝑒3
Este vetor pode ser transformado de um sistema de coordenadas para o outro usando a
matriz de transformação 𝑻 dada por
𝑙1 𝑙2 𝑙3
𝑻 = [𝑚1 𝑚2 𝑚3 ] (2.79)
𝑛1 𝑛2 𝑛3
𝒖′ = 𝑻𝒖 (2.80)
43
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
Sabendo que 𝜕𝑥′ = 𝑙1 , 𝜕𝑥′ = 𝑙2 e 𝜕𝑥′ = 𝑙3 , onde essas relações estão demonstradas para
𝑢′ = 𝑢 𝑙1 + 𝑣 𝑙2 + 𝑤 𝑙3 (2.83)
𝜀𝑥 ′ 𝑥 ′ = 𝜀𝑥𝑥 𝑙12 + 𝜀𝑦𝑦 𝑙22 + 𝜀𝑧𝑧 𝑙32 + 2 𝜀𝑥𝑦 𝑙1 𝑙2 + 2 𝜀𝑦𝑧 𝑙2 𝑙3 + 2 𝜀𝑧𝑥 𝑙3 𝑙1 (2.84)
44
1 𝜕𝑢′ 𝜕𝑣 ′
𝜀𝑥 ′ 𝑦 ′ = [ ′ + ′ ]
2 𝜕𝑦 𝜕𝑥
1 𝜕𝑢′ 𝜕𝑥 𝜕𝑢′ 𝜕𝑦 𝜕𝑢′ 𝜕𝑧 𝜕𝑣′ 𝜕𝑥 𝜕𝑣′ 𝜕𝑦 𝜕𝑣′ 𝜕𝑧
𝜀𝑥 ′ 𝑦 ′ = [ + + + + + ] (2.85)
2 𝜕𝑥 𝜕𝑦′ 𝜕𝑦 𝜕𝑦′ 𝜕𝑧 𝜕𝑦′ 𝜕𝑥 𝜕𝑥′ 𝜕𝑦 𝜕𝑥′ 𝜕𝑧 𝜕𝑥′
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
Sabendo que 𝜕𝑥′ = 𝑙1 , 𝜕𝑥′ = 𝑙2 , 𝜕𝑥′ = 𝑙3 , = 𝑚1 , 𝜕𝑦′ = 𝑚2 e = 𝑚3 , a expressão
𝜕𝑦′ 𝜕𝑦′
𝑣 ′ = 𝑢 𝑚1 + 𝑣 𝑚2 + 𝑤 𝑚3 (2.87)
𝜀1 0 0
𝜺 = [0 𝜀2 0] (2.88)
0 0 𝜀3
Na seção anterior foi mostrado que se pode obter a deformação específica de um ponto
em uma determinada direção arbitrária se o estado de deformação no mesmo for conhecido.
Tomando a expressão de transformação de deformação para 𝜀𝑥′𝑥′ dada em (2.84) como referência,
conforme os valores de 𝑙1, 𝑙2 e 𝑙3 mudam, os resultados para a deformação longitudinal específica
na direção 𝑥′ variam. Então, se busca a direção (𝑙1, 𝑙2 , 𝑙3 ) para qual a deformação assume seu valor
máximo. Considera-se que o sistema (𝑥 ′ , 𝑦 ′ , 𝑧 ′ ) coincide com as direções principais e que o sistema
de referência utilizado seja (𝑥, 𝑦, 𝑧).
𝑙1, 𝑙2 e 𝑙3 devem estar relacionados pela condição de Euler 𝑙12 + 𝑙22 + 𝑙32 = 1.
46
𝜕𝑙3
2𝑙1 + 2𝑙3 =0
𝜕𝑙1
𝜕𝑙3 (2.89)
2𝑙2 + 2𝑙3 =0
𝜕𝑙2
𝜕𝑙3
0 = 2𝑙1 𝜀𝑥𝑥 + 𝛾𝑥𝑦 𝑙2 + 𝛾𝑧𝑥 𝑙3 + (𝛾 𝑙 + 𝛾𝑦𝑧 𝑙2 + 2𝑙3 𝜀𝑧𝑧 ) (2.90)
𝜕𝑙1 𝑧𝑥 1
𝜕𝑙3
0 = 2𝑙2 𝜀𝑦𝑦 + 𝛾𝑥𝑦 𝑙1 + 𝛾𝑦𝑧 𝑙3 + (𝛾 𝑙 + 𝛾𝑦𝑧 𝑙2 + 2𝑙3 𝜀𝑧𝑧 ) (2.91)
𝜕𝑙2 𝑧𝑥 1
𝜕𝑙3 𝜕𝑙
Substituindo os valores e 𝜕𝑙3 obtidos em (2.89) nas expressões (2.90) e (2.91), se
𝜕𝑙1 2
obtém que
Admitindo que as deformações angulares são nulas para as direções principais, se pode
igualar as expressões acima a 2𝜀, onde 𝜀 representa as deformações principais 𝜀1 , 𝜀2 e 𝜀3 .
Rearranjando as mesmas se chega a
Ou em forma matricial
Pode ser observado aqui que o sistema de equações dado em (2.96) é matematicamente
idêntico ao dado em (2.2)7 para tensões principais. E assim como o apresentado na seção 2.1.3, a
solução desse sistema de equações, desprezada a solução trivial, é da forma
det(𝜀𝑖𝑗 − 𝑰𝜺) = 0
48
−𝜀 3 + 𝐼1 𝜀 2 − 𝐼2 𝜀 + 𝐼3 = 0 (2.98)
na qual
𝛾𝑁1 = ±(𝜀1 + 𝜀2 )
𝛾𝑁2 = ±(𝜀2 + 𝜀3 ) (2.101)
𝛾𝑁3 = ±(𝜀3 + 𝜀1 )
Por fim, os cossenos diretores das normais aos planos onde atuam as deformações
angulares máximas, medidos a partir das direções principais, estão dados a seguir
49
𝑙1 = 0; 𝑙2 = ±1/√2; 𝑙3 = ±1/√2
𝑚1 = ±1/√2; 𝑚2 = 0; 𝑚3 = ±1/√2 (2.102)
𝑛1 = ±1/√2; 𝑛2 = ±1/√2; 𝑛3 = 0
sistema não se encaixa mais após a deformação, isto é, possui vazios. Esta última situação
caracteriza uma descontinuidade nos deslocamentos.
Com base na ilustração mostrada na Figura 2.15, se pode concluir novamente que as
componentes de deformação precisam estar de alguma forma relacionadas para se ter continuidade.
Busca-se, então, essas relações.
𝑦, a expressão (2.67) duas vezes em relação a 𝑥 e a expressão (2.68) uma vez em relação a 𝑥 e
outra em relação a 𝑦, e combinando as mesmas, se chega a relação
O mesmo procedimento pode ser aplicado para as deformações dos planos 𝑥𝑧 e 𝑦𝑧,
obtendo as expressões similares
Outras relações podem ser obtidas derivando as expressões (2.72) em relação a 𝑧, (2.68)
em relação a 𝑦 e (2.69) em relação a 𝑥, e combinando as mesmas se chega a
Se sabe, também, que apesar de tensão numa única direção ocorrerão deformações em
três direções ortogonais. Isso decorre do efeito Poisson, que é normalmente representado pelo
coeficiente de Poisson 𝜈 (TIMOSHENKO e GOODIER, 1980, p.7).
53
𝜀𝑥𝑥 = 𝑎11 𝜎𝑥𝑥 + 𝑎12 𝜎𝑦𝑦 + 𝑎13 𝜎𝑧𝑧 + 𝑎14 𝜎𝑥𝑦 + 𝑎15 𝜎𝑥𝑧 + 𝑎16 𝜎𝑦𝑧
𝜀𝑦𝑦 = 𝑎21 𝜎𝑥𝑥 + 𝑎22 𝜎𝑦𝑦 + 𝑎23 𝜎𝑧𝑧 + 𝑎24 𝜎𝑥𝑦 + 𝑎25 𝜎𝑥𝑧 + 𝑎26 𝜎𝑦𝑧
𝜀𝑧𝑧 = 𝑎31 𝜎𝑥𝑥 + 𝑎32 𝜎𝑦𝑦 + 𝑎33 𝜎𝑧𝑧 + 𝑎34 𝜎𝑥𝑦 + 𝑎35 𝜎𝑥𝑧 + 𝑎36 𝜎𝑦𝑧
(2.111)
𝛾𝑥𝑦 = 𝑎41 𝜎𝑥𝑥 + 𝑎42 𝜎𝑦𝑦 + 𝑎43 𝜎𝑧𝑧 + 𝑎44 𝜎𝑥𝑦 + 𝑎45 𝜎𝑥𝑧 + 𝑎46 𝜎𝑦𝑧
𝛾𝑥𝑧 = 𝑎51 𝜎𝑥𝑥 + 𝑎52 𝜎𝑦𝑦 + 𝑎53 𝜎𝑧𝑧 + 𝑎54 𝜎𝑥𝑦 + 𝑎55 𝜎𝑥𝑧 + 𝑎56 𝜎𝑦𝑧
𝛾𝑦𝑧 = 𝑎61 𝜎𝑥𝑥 + 𝑎62 𝜎𝑦𝑦 + 𝑎63 𝜎𝑧𝑧 + 𝑎64 𝜎𝑥𝑦 + 𝑎65 𝜎𝑥𝑧 + 𝑎66 𝜎𝑦𝑧
Onde os termos 𝑎𝑖𝑗 são constantes dos parâmetros do material e as expressões dadas
em (2.108) são conhecidas como a lei de Hooke generalizada (SADD, 2009, p.79).
𝜎𝑥𝑥
𝜀𝑥𝑥 = = 𝑎11 𝜎𝑥𝑥
𝐸
(2.114)
1
𝑎11 =
𝐸
𝜎𝑥𝑥
𝜀𝑦𝑦 = 𝜀𝑧𝑧 = −𝜈 = 𝑎12 𝜎𝑥𝑥
𝐸
(2.115)
𝜈
𝑎12 =−
𝐸
propriedade mecânica está relacionada com o módulo de elasticidade longitudinal E pela expressão
(2.114) (SILVA, 2006, p.77).
1 𝐸
𝐺= = (2.116)
2 (𝑎11 − 𝑎12 ) 2 (1 + 𝜈)
𝜎𝑥𝑥 𝜈
𝜀𝑥𝑥 = − (𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 )
𝐸 𝐸
𝜎𝑦𝑦 𝜈
𝜀𝑦𝑦 = − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑧𝑧 )
𝐸 𝐸
𝜎𝑧𝑧 𝜈
𝜀𝑧𝑧 = − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 )
𝐸 𝐸
(2.117)
𝜎𝑥𝑦
𝛾𝑥𝑦 =
𝐺
𝜎𝑥𝑧
𝛾𝑥𝑧 =
𝐺
𝜎𝑦𝑧
𝛾𝑦𝑧 =
𝐺
𝜀𝑥𝑥 1 −𝜈 −𝜈 0 0 0 𝜎𝑥𝑥
𝜀𝑦𝑦 −𝜈 1 −𝜈 0 0 0 𝜎𝑦𝑦
𝜀𝑧𝑧 −𝜈 −𝜈 1 0 0 0 𝜎𝑧𝑧
𝛾𝑥𝑦 = 0 0 0 2(1 + 𝜈) 0 0 𝜎 𝑥𝑦
(2.118)
𝛾𝑥𝑧 0 0 0 0 2(1 + 𝜈) 0 𝜎𝑥𝑧
{ 𝛾𝑦𝑧 } [ 0 0 0 0 0 2(1 + 𝜈)] { 𝜎𝑦𝑧 }
56
𝜎𝑥𝑥 𝜈
𝜀𝑥𝑥 = − (𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 )
𝐸 𝐸
𝜎𝑦𝑦 𝜈
𝜀𝑦𝑦 = − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑧𝑧 )
𝐸 𝐸
𝜎𝑧𝑧 𝜈
𝜀𝑧𝑧 = − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 )
𝐸 𝐸
(2.120)
𝜎𝑥𝑦
𝛾𝑥𝑦 =
𝐺
𝜎𝑥𝑧
𝛾𝑥𝑧 =
𝐺
𝜎𝑦𝑧
𝛾𝑦𝑧 =
𝐺
e as relações deformações-deslocamentos
57
𝜕𝑢
𝜀𝑥𝑥 =
𝜕𝑥
𝜕𝑣
𝜀𝑦𝑦 =
𝜕𝑦
𝜕𝑤
𝜀𝑧𝑧 =
𝜕𝑧
(2.121)
𝜕𝑢 𝜕𝑣
𝛾𝑥𝑦 = +
𝜕𝑦 𝜕𝑥
𝜕𝑢 𝜕𝑤
𝛾𝑥𝑧 = +
𝜕𝑧 𝜕𝑥
𝜕𝑣 𝜕𝑤
𝛾𝑦𝑧 = +
𝜕𝑧 𝜕𝑦
𝑢 = 𝑢̅, 𝑣 = 𝑣̅ , 𝑤 = 𝑤
̅, 𝑒𝑚 𝑆𝑢 (2.122)
Um sólido sofre deformação quando forças externas agem sobre ele. Os pontos de
aplicação das forças externas sofrem deslocamentos e assim realizam trabalho. Este trabalho é
conhecido como trabalho externo de deformação. O princípio da conservação de energia, admitido
no início desse trabalho como válido, implica que este trabalho externo de deformação será
armazenado integralmente na forma de energia potencial elástica. Essa será dissipada quando as
forças externas deixarem de atuar, de modo que o sólido voltará a sua forma original. Essa energia
potencial elástica também é conhecida como trabalho interno de deformação.
1
𝑈= ∫ 𝜺𝑇 𝝈 𝑑𝑉 (2.124)
2
𝑉
1
𝑊 = − [∫ 𝒖𝑇 𝒃 𝑑𝑉 + ∫ 𝒖𝑇 𝒑 𝑑𝑆] (2.125)
2 𝑉 𝑆
Na mecânica, quando uma força se move ao longo de sua linha de ação, produz trabalho
e ao mesmo tempo, perde energia potencial. Esta energia fisicamente representa a capacidade da
força realizar trabalho.
No caso da força estar aplicada a um sólido elástico, não é fácil definir o valor daquele
deslocamento. De modo que, o valor da energia potencial total de uma força não pode ser
facilmente calculado.
No âmbito da aplicação desta noção à mecânica estrutural, o valor absoluto desta
energia não é importante, mas o modo como varia ao longo do processo de deformação é. Por essa
razão, a definição relativa de energia potencial total de uma força pode ser usada, isto tem a
vantagem de envolver tanto a energia potencial das forças externas como a energia potencial das
forças internas. Assim, se define energia potencial total de um sólido sob a ação de forças pela
expressão
𝛱𝑝 = −𝑊 + 𝑈 (2.126)
60
O sinal menos no primeiro termo do segundo membro dessa expressão indica que a
energia potencial de uma força aumenta quando ela sofre um deslocamento no sentido contrário,
isto é, no descarregamento.
“[...] trabalho virtual é definido como o trabalho realizado por forças reais que se movem
através de deslocamentos virtuais, ou como o trabalho realizado por forças virtuais que se
movem através de deslocamentos reais.” (AWRUCH e MORSCH, 2009, p.131)
Na expressão acima e noutras que seguem, o símbolo representa 𝛿 algo muito pequeno.
Por outro lado, o trabalho virtual interno 𝛿𝑈 é dado pela expressão abaixo (Zienkiewicz
e Taylor, 2005, p.34)
𝑈 = ∫ 𝜹𝜺𝑇 𝝈 𝑑𝑉 (2.128)
𝑉
Por fim, é importante relatar que a hipótese de sistema conservativo também é válida
para trabalho virtual, assim
𝛿𝑊 = 𝛿𝑈 (2.129)
62
No caso do princípio das forças virtuais, é avaliado o trabalho realizado por um campo
forças virtuais, que devem satisfazer as condições de equilíbrio.
Placas são estruturas formadas por duas superfícies planas separadas uma da outra por
uma distância denominada espessura. Como o modo de flexão de uma placa depende, em grande
parte, de quão espessa a placa é comparada às suas outras dimensões, distingue-se as mesmas por
categorias definidas conforme suas propriedades geométricas. Timoshenko e Woinowsky-Krieger
(1959, p.1) adotam a seguinte distinção: (1) Placas finas com pequenas deformações; (2) Placas
finas com grandes deformações; e (3) Placas espessas.
A divisão das placas nas categorias acima é feita em função da racionalização da análise
das mesmas, uma vez que uma análise rigorosa implicaria na consideração da placa como um meio
contínuo tridimensional acarretando dificuldades matemáticas bastante complexas.
A partir das suposições acima, todas as componentes de tensão podem ser expressas
pelos deslocamentos w da placa. Essa função precisa satisfazer uma equação diferencial linear
parcial de quarta ordem, a qual, juntamente com as condições de contorno, define completamente
w. A solução desta equação fornece todas as informações necessárias para a determinação das
tensões em qualquer ponto da placa (TIMOSHENKO e WOINOWSKY-KRIEGER, 1959, p.1).
O modo de resistir ao carregamento de uma placa é similar, até certo modo, a vigas ou
cabos. Desta forma, placas podem ser aproximadas por uma grelha formada por um número infinito
de vigas, dependendo da rigidez destes elementos estruturais (VENTSEL e KRAUTHAMMER,
2001, p. 1).
∑ 𝑀𝑥 = 0
∑ 𝑀𝑦 = 0 (3.1)
∑ 𝑃𝑧 = 0
67
𝜕𝑚𝑦 𝜕𝑚𝑥𝑦
(𝑚𝑦 + 𝑑𝑦) 𝑑𝑥 − 𝑚𝑦 𝑑𝑥 + (𝑚𝑥𝑦 + 𝑑𝑥) 𝑑𝑦 − 𝑚𝑥𝑦 𝑑𝑦
𝜕𝑦 𝜕𝑥
𝜕𝑞𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑦
− (𝑞𝑦 + 𝑑𝑦) 𝑑𝑥 − 𝑞𝑦 𝑑𝑥 =0
𝜕𝑦 2 2
1 𝜕𝑞𝑦
Simplificando a equação acima e desprezando o termo 𝑑𝑦²𝑑𝑥, por se tratar de
2 𝜕𝑦
𝜕𝑚𝑦 𝜕𝑚𝑥𝑦
𝑑𝑦𝑑𝑥 + 𝑑𝑥𝑑𝑦 − 𝑞𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 0
𝜕𝑦 𝜕𝑥
𝜕𝑚𝑦 𝜕𝑚𝑥𝑦
+ = 𝑞𝑦 (3.2)
𝜕𝑦 𝜕𝑥
𝜕𝑚𝑥 𝜕𝑚𝑦𝑥
+ = 𝑞𝑥 (3.3)
𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕𝑞𝑥 𝜕𝑞𝑦
𝑑𝑥𝑑𝑦 + 𝑑𝑥𝑑𝑦 + 𝑝𝑧 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕𝑞𝑥 𝜕𝑞𝑦
+ = −𝑝𝑧 (3.4)
𝜕𝑥 𝜕𝑦
Substituindo as equações (3.2) e (3.3) em (3.4), e observando que 𝑚𝑥𝑦 = 𝑚𝑦𝑥 devido
a reciprocidade das tensões tangenciais em planos perpendiculares, se chega a
𝜕 2 𝑚𝑥 𝜕 2 𝑚𝑥𝑦 𝜕 2 𝑚𝑦
+2 + = −𝑝𝑧 (𝑥, 𝑦) (3.5)
𝜕𝑥² 𝜕𝑥𝜕𝑦 𝜕𝑦 ²
69
𝜎𝑥𝑥 𝜈
𝜀𝑥𝑥 = − 𝜎𝑦𝑦
𝐸 𝐸
𝜎𝑦𝑦 𝜈
𝜀𝑦𝑦 = − 𝜎𝑥𝑥 (3.6)
𝐸 𝐸
𝜎𝑥𝑦 2(1 + 𝜈)
𝛾𝑥𝑦 = = 𝜎𝑥𝑦
𝐺 𝐸
ou ainda
𝐸
𝜎𝑥𝑥 = (𝜀 + 𝜈𝜀𝑦𝑦 )
1 − 𝜈 2 𝑥𝑥
(3.8)
𝐸
𝜎𝑦𝑦 = (𝜀 + 𝜈𝜀𝑥𝑥 )
1 − 𝜈 2 𝑦𝑦
𝐸
𝜎𝑥𝑦 = 𝐺𝛾𝑥𝑦 = 𝛾 (3.9)
2(1 + 𝜈) 𝑥𝑦
70
Com base na Figura 3.4 e utilizando das hipóteses 4 e 5 destacadas no início deste
capítulo, pode se expressar o ângulo de rotação das linhas I-I e II-II por, respectivamente
𝜕𝑤
𝜃𝑥 = − (3.10)
𝜕𝑥
𝜕𝜃𝑥
𝜃𝑥 + ∆𝜃𝑥 = 𝜃𝑥 + 𝑑𝑥 (3.11)
𝜕𝑥
̅̅̅̅̅̅
𝐴′𝐵′ − 𝐴𝐵 ̅̅̅̅ [𝑑𝑥 + 𝑧(𝜕𝜃⁄𝜕𝑥)𝑑𝑥] − 𝑑𝑥 𝜕𝜃
𝜀𝑥𝑥 = = =𝑧 (3.12)
̅̅̅̅
𝐴𝐵 𝑑𝑥 𝜕𝑥
𝜕²𝑤
𝜀𝑥𝑥 = −𝑧 (3.13)
𝜕𝑥²
𝜕²𝑤
𝜀𝑦𝑦 = −𝑧 (3.14)
𝜕𝑦²
O deslocamento 𝑢, dado pela equação (3.14), é obtido com base no mostrado na Figura
3.4. Admitindo que o ângulo de distorção é muito pequeno, tem-se que sen(𝜗) ≈ 𝜗.
𝜕𝑤
𝑢 = 𝑧𝜃𝑥 = −𝑧 (3.15)
𝜕𝑥
𝜕𝑤
𝑣 = 𝑧𝜃𝑦 = −𝑧 (3.16)
𝜕𝑦
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕²𝑤
𝛾𝑥𝑦 = 𝛾 ′ + 𝛾 ′′ = + = −2𝑧 (3.17)
𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑥𝜕𝑦
𝜕𝑤
𝑖𝑥 = (3.18)
𝜕𝑥
𝜕𝑤
𝑖𝑦 = (3.19)
𝜕𝑦
desprezado, a curvatura do plano central, na seção no plano XZ ao longo do eixo X, pode ser
definida, aproximadamente, como a segunda derivada da deflexão, mostrada pela equação (3.20).
𝜕²𝑤
𝑘𝑥 = − (3.20)
𝜕𝑥²
𝜕²𝑤
𝑘𝑦 = − (3.21)
𝜕𝑦²
O sinal negativo nas expressões (3.20) e (3.21) é dado puramente por convenção.
Considera-se uma curvatura positiva se o lado convexo da mesma aponta na direção positiva do
eixo Z. Como, por exemplo, na Figura 3.4, o lado convexo da declividade aponta para baixo, sua
𝜕²𝑤
segunda derivada é negativa.
𝜕𝑥²
A curvatura também pode ser expressa como a taxa de variação do ângulo de rotação
𝜕𝑤
𝜃𝑥 = − 𝜕𝑥 na direção X ao longo dessa curva. No entanto, esse ângulo pode variar também na
𝜕²𝑤
𝜒=− (3.22)
𝜕𝑥𝜕𝑦
𝜀𝑥𝑥 = 𝑧𝑘𝑥
(3.23)
𝜀𝑦𝑦 = 𝑧𝑘𝑦
74
𝛾𝑥𝑦 = 2𝑧𝜒
+(ℎ⁄2)
𝑚𝑥 = ∫ 𝜎𝑥𝑥 𝑧 𝑑𝑧 (3.24)
−(ℎ⁄2)
+(ℎ⁄2)
𝑚𝑦 = ∫ 𝜎𝑦𝑦 𝑧 𝑑𝑧 (3.25)
−(ℎ⁄2)
De forma análoga, os momentos de torção são obtidos através da integração das tensões
tangenciais
+(ℎ⁄2)
𝐸𝑧 𝜕²𝑤 𝜕²𝑤
𝜎𝑥𝑥 = − ( +𝜈 ) (3.27)
1 − 𝜈² 𝜕𝑥² 𝜕𝑦²
𝐸𝑧 𝜕²𝑤 𝜕²𝑤
𝜎𝑦𝑦 = − ( +𝜈 ) (3.28)
1 − 𝜈² 𝜕𝑦² 𝜕𝑥²
75
𝐸 𝜕²𝑤
𝜎𝑥𝑦 = − 2𝑧 (3.29)
2(1 − 𝜈) 𝜕𝑥𝜕𝑦
𝐸ℎ3 𝜕 2𝑤 𝜕 2𝑤 𝜕 2𝑤 𝜕 2𝑤
𝑚𝑥 = − ( + 𝜈 ) = −𝐷 ( + 𝜈 ) (3.30)
12(1 − 𝜈 2 ) 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
𝐸ℎ3 𝜕 2𝑤 𝜕 2𝑤 𝜕 2𝑤 𝜕 2𝑤
𝑚𝑦 = − ( + 𝜈 ) = −𝐷 ( + 𝜈 ) (3.31)
12(1 − 𝜈 2 ) 𝜕𝑦 2 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑥 2
𝐸ℎ3
𝐷= (3.33)
12(1 − 𝜈 2 )
𝜕 4𝑤 𝜕 4𝑤 𝜕 4 𝑤 𝑝𝑧 (𝑥, 𝑦)
+2 + 4 = (3.34)
𝜕𝑥 4 𝜕𝑥²𝜕𝑦² 𝜕𝑦 𝐷
de suporte da mesma. Essas condições de contorno podem ser a flecha e a declividade, ou força e
momento, ou ainda alguma combinação entre essas quantidades.
a) Bordo engastado, 𝑦 = 0
Na borda engastada, a flecha e a declividade da mesma possuem valor nulo, isto é
𝑤 = 0|𝑦=0 (3.35)
𝜕𝑤
𝜃𝑦 ≡ = 0| (3.36)
𝜕𝑦 𝑦=0
𝑤 = 0|𝑥=𝑎 (3.37)
𝜕 2𝑤 𝜕 2𝑤
𝑀𝑥 = −𝐷 ( 2 + 𝜈 2 ) = 0| (3.38)
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝑥=𝑎
c) Bordo livre, 𝑦 = 𝑏
Admite-se que o bordo para 𝑦 = 𝑏 é perfeitamente livre e, desde que não haja tensões
agindo neste bordo, pode-se igualar todas as componentes de tensão atuantes em pontos de 𝑦 = 𝑏
a zero.
𝑀𝑦 = 0|𝑦=𝑏 (3.39)
𝑄𝑦 = 0|𝑦=𝑏 (3.40)
Desta forma, as condições de contorno para bordo livre são as que seguem
𝑀𝑦 = 0|𝑦=𝑏 (3.42)
78
𝑉𝑦 = 0|𝑦=𝑏 (3.43)
onde
𝜕𝑀𝑥𝑦
𝑉𝑦 = 𝑄𝑦 + (3.44)
𝜕𝑥
𝑅0 = 2𝑚𝑥𝑦 (3.45)
Como essa condição normalmente não é desejada, se pode prender os cantos de placas
simplesmente apoiadas evitando, assim, seu levantamento.
79
Zienkiewicz (2005, p.2) define o método dos elementos finitos como um método de
aproximação de problemas no meio contínuo. Para tal, o meio contínuo é dividido em um número
finito de partes (elementos), sendo o comportamento de cada parte especificado por um número
finito de parâmetros. A discretização do meio contínuo é conhecida como malha de elementos. As
soluções são fornecidas em pontos discretos no domínio sob análise, isto é, as incógnitas do
problema são aproximadas nos nós desses elementos. Através de funções de interpolação se pode
determinar os deslocamentos no interior do elemento em função dos deslocamentos nodais. É um
método estritamente computacional, pois é impossível sua resolução manual devido ao grande
número de incógnitas.
Segundo Vaz (2011, p.1) o método dos elementos finitos foi um desenvolvimento
natural da formulação em deslocamentos da análise matricial de estruturas de barras impulsionado
pelo crescimento no uso de computadores. Os métodos se assemelham no uso comum dos conceitos
da matriz de rigidez de elemento, montagem da matriz de rigidez da estrutura a partir da
contribuição das matrizes de rigidez dos elementos e do conceito de forças nodais equivalentes. A
formulação do método pode ser feita, dentre várias possibilidades, a partir do princípio dos
deslocamentos virtuais, do princípio da mínima energia potencial total, do método dos resíduos
ponderados, entre outros.
com auxílio das equações básicas da teoria elasticidade, se pode determinar os esforços na estrutura
analisada. Através de conceitos como estados auxiliares, superposição de efeitos e análise matricial
de estruturas de barras, foi possível sistematizar o método dos deslocamentos para qualquer tipo
de estrutura.
O caminho que levou o método básico dos deslocamentos ao MEF foi essencialmente
dado pelo Método de Castigliano, pois esse mostrou um novo caminho para formulação de métodos
para a análise de estruturas baseado em teoremas de energia (VAZ, 2011, p.42). Dessa forma, a
partir do desenvolvimento dos conceitos de energia de deformação, trabalho externo,
deslocamentos virtuais e do princípio da mínima energia potencial total se deu o surgimento do
método dos elementos finitos.
Vaz (2011, p.67) explica o método da seguinte forma. Seja esse problema governado
pela equação 𝑢(𝑥), onde 𝑢(𝑥) é função incógnita no domínio do problema e L um operador linear,
𝐿(𝒖(𝑥)) = 0 (4.1)
𝐶(𝒖(𝑥)) = 0 (4.2)
onde 𝑁𝑖 (𝑥) são as funções de interpolação das variáveis nodais 𝑑𝑖 que passam a ser incógnitas do
problema.
Os melhores valores de 𝑑𝑖 são aqueles que reduzem a função resíduo 𝑅(𝑥) de uma
forma integral no domínio do problema. Devido a existência de 𝑛 incógnitas 𝑑𝑖 para o problema,
se necessita de 𝑛 equações para obtê-las. Esse problema é solucionado através das funções de
ponderação 𝑊𝑖 (𝑥), se obtém 𝑛 funções ponderação e, consequentemente, 𝑛 funções da forma
82
∫ 𝑊𝑖 (𝑥)𝑅(𝑥)𝑑𝑥 = 0 (4.5)
𝑣
Para aplicação do método dos elementos finitos, se idealiza que o contínuo é formado
por um conjunto de elementos podendo tomar diferentes formas geométricas, como, por exemplo,
triângulos ou quadriláteros. Esses elementos são interligados por nós situados no contorno dos
mesmos, a quantidade de nós é variável e depende da formulação do elemento. Esses são ditos
elementos finitos, podendo ser de uma, duas ou três dimensões.
𝒖𝑚 = 𝑵𝑚 𝒅𝑚 (4.6)
O campo de deformações no interior dos elementos, 𝜺𝑚 , pode ser obtido por derivação
dos campos de deslocamentos 𝒖𝑚 em relação às coordenadas do sistema gerando a expressão
𝜺𝑚 = 𝑩𝑚 𝒅𝑚 (4.7)
onde a matriz 𝑩𝑚 é uma matriz de operadores diferenciais obtida através das relações deformações-
deslocamentos.
83
O campo de tensões no interior dos elementos, 𝝈𝑚 , por sua vez, é obtido a partir das
deformações através das relações constitutivas da teoria da elasticidade. Para um corpo homogêneo
e um material de comportamento linear elástico, é possível definir apenas uma matriz constitutiva
que relaciona as deformações e as tensões no elemento através da expressão
𝝈𝑚 = 𝑪 𝜺𝑚 (4.8)
onde, para materiais isotrópicos, os termos da matriz elástica C dependem apenas de duas
propriedades mecânicas do material, do módulo de elasticidade longitudinal E e do coeficiente de
Poisson ν.
𝑲𝑔 𝒅𝑔 = 𝒇𝑔 (4.9)
A expressão da matriz de rigidez para um elemento finito pode ser obtida por meio da
expressão do princípio dos deslocamentos virtuais generalizado, dada a seguir.
𝑛 𝑉𝑚
∑ ∫ 𝝈𝑇𝑚 𝛿𝜺𝑚 𝑑𝑉𝑚 = 𝒇𝑇 𝛿𝑑 (4.10)
𝑚 =1 0
84
onde
𝑉1 𝑉1 Г1
∫ 𝛿𝜺1𝑇 𝝈1 𝑑𝑉1 = ∫ 𝛿𝒖1𝑇 𝒒𝟏 𝑑𝑉1 + ∫ 𝛿𝒖𝑻𝟏 𝒑1 𝑑Г1 + 𝛿𝒅1𝑇 𝑓1 (4.11)
0 0 0
𝒖𝑚 = 𝑵 𝒅𝑚 (4.14)
𝜺𝑚 = 𝑩 𝒅𝑚 (4.15)
85
𝝈𝑚 = 𝑪 𝜺𝑚 = 𝑪 𝑩 𝒅𝑚 (4.16)
𝑉 𝑉 Г
𝛿𝒅𝑇 ∫ 𝑩𝑻 𝑪 𝑩 𝑑𝑉 𝒅 = 𝛿𝒅𝑇 (∫ 𝑵𝑇 𝒒 𝑑𝑉 + ∫ 𝑵𝑇 𝒑 𝑑Г + 𝒇𝑚 ) (4.17)
0 0 0
O vetor de deslocamentos virtuais nodais transposto 𝛿𝒅𝑇 que aparece nos dois lados
da expressão acima pode ser removido da equação, resultando
onde 𝑲𝑚 é a matriz de rigidez do elemento, 𝒇𝑞,𝑚 o vetor das forças nodais equivalentes para as
cargas de volume, 𝒇𝑝,𝑚 o vetor das forças nodais equivalentes para as cargas de superfície e,
finalmente, 𝒇𝑚 o vetor das forças nodais. Essas grandezas estão definidas pelas expressões a
seguir.
𝑉
𝑲𝑚 = ∫ 𝑩𝑇 𝑪 𝑩 𝑑𝑉 (4.19)
0
𝑉
𝒇𝑞,𝑚 = ∫ 𝑵𝑇 𝒒 𝑑𝑉 (4.20)
0
Г
𝒇𝑝,𝑚 = ∫ 𝑵𝑇 𝒑 𝑑Г (4.21)
0
86
Segundo VAZ (2011, p. 76) são duas as ideias básicas utilizadas para a montagem da
matriz de rigidez global.
A segunda ideia impõe associar a numeração local dos nós em cada elemento à
numeração global dos nós a nível global, ou seja, da estrutura. Isto pode ser feito de forma simples
por aquilo comumente chamado de matriz de incidência. Esta, nada mais é, do que a associação da
numeração dos nós de um elemento com sua numeração global.
A Figura 4.2 mostra a relação entre as numerações local e global dos nós para um
elemento triangular.
88
Figura 4.3 - Relação entre a numeração dos graus de liberdade (incógnitas) global e
local de um elemento m
A aplicação do método dos elementos finitos para solução de placas finas segue a
formulação em deslocamentos. No capítulo 3 foi deduzida a equação que rege o comportamento
de placas finas com pequenos deslocamentos. Essa equação envolve uma única variável, o
deslocamento de translação normal ao plano da placa.
No entanto, na análise pelo MEF outros dois deslocamentos são considerados como
incógnitas. Os deslocamentos angulares em dois planos ortogonais entre si e ortogonais ao plano
da placa.
Nas seções anteriores foi apresentada a formulação geral do MEF. Naquele momento
se falou muito das funções de forma ou de interpolação. Assim, nas seções que seguem, essas
funções de forma serão descritas para os elementos triangulares de três nós e quadriláteros de quatro
nós, de uso geral na solução de problemas pelo MEF. Aqui, não é importante o número e o tipo de
incógnitas por nó, mas as ideias gerais de como se dá a formulação de tais funções.
Esse elemento está mostrado na figura a seguir, onde foi considerado apenas dois
deslocamentos nodais por ponto nodal, isto é, translação 𝑢 na direção 𝑥 e translação 𝑣 na direção
𝑦.
𝛼1
𝒖 = [1 𝑥 𝑦] {𝛼2 } (4.22)
𝛼3
𝛼4
𝒗 = [1 𝑥 𝑦] {𝛼5 } (4.23)
𝛼6
𝑢1 1 𝑥1 𝑦1 𝛼1
{𝑢2 } = [1 𝑥2 𝑦2 ] {𝛼2 } (4.24)
𝑢3 1 𝑥3 𝑦3 𝛼3
rearranjando
𝛼1 1 𝑥1 𝑦1 −1 𝑢1
{𝛼2 } = [1 𝑥2 𝑦2 ] {𝑢2 } (4.25)
𝛼3 1 𝑥3 𝑦3 𝑢3
1 𝑥1 𝑦1 −1 𝑢1
𝒖 = [1 𝑥 𝑦] [1 𝑥2 𝑦2 ] {𝑢2 } (4.26)
1 𝑥3 𝑦3 𝑢3
resolvendo
𝑥1 𝑦2 − 𝑦1 𝑥2 𝑢1
1 𝑥2 𝑦3 − 𝑦2 𝑥3 −𝑥1 𝑦3 + 𝑦1 𝑥3
𝒖 = [1 𝑥 𝑦] [ 𝑦2 − 𝑦3 −𝑦1 + 𝑦3 𝑦1 − 𝑦2 ] {𝑢2 } (4.27)
2𝐴𝑚 −𝑥 + 𝑥 𝑥1 − 𝑥3 −𝑥1 + 𝑥2 𝑢3
2 3
1 1 𝑥1 𝑦1
𝐴𝑚 = |1 𝑥2 𝑦2 | (4.28)
2 1 𝑥3 𝑦3
Desta forma, a expressão (4.27) pode ser reescrita de forma mais compacta
𝑢1
𝒖 = [𝑁1 𝑁2 𝑢
𝑁3 ] { 2 } (4.29)
𝑢3
92
1
𝑁𝑖 = (𝑎 + 𝑏𝑖 𝑥 + 𝑐𝑖 𝑦) (4.29)
2𝐴𝑒 𝑖
sendo
𝑎1 = 𝑥2 𝑦3 − 𝑦2 𝑥3 𝑎2 = −𝑥1 𝑦3 + 𝑦1 𝑥3 𝑎3 = 𝑥1 𝑦2 − 𝑦1 𝑥2
{ 𝑏1 = 𝑦2 − 𝑦3 , { 𝑏2 = −𝑦1 + 𝑦3 𝑒 { 𝑏3 = 𝑦1 − 𝑦2
𝑐1 = −𝑥2 + 𝑥3 𝑐2 = −𝑥1 − 𝑥3 𝑐3 = −𝑥1 + 𝑥2
𝑁𝑖 (𝑥𝑗 , 𝑦𝑗 ) = 𝛿𝑖𝑗
𝑝=3 𝑝=3 𝑝=3
(4.30)
∑ 𝑁𝑖 = 1 , ∑ 𝑁𝑖,𝑥 = 0 , ∑ 𝑁𝑖,𝑦 = 0
{ 𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1
𝑣1
𝒗 = [𝑁1 𝑁2 𝑣
𝑁3 ] { 2 } (4.31)
𝑣3
𝑢1
𝑣1
𝑢 𝑁 0 𝑁2 0 𝑁3 0 𝑢2
𝒖𝑚 = { } [ 1 ] = 𝑵𝑚 𝒅𝑚 (4.32)
𝑣 0 𝑁1 0 𝑁2 0 𝑁3 𝑣2
𝑢3
{𝑣3 }
𝑁1 = 𝑁1 (𝜉)𝑁1 (𝜂)
𝑁2 = 𝑁2 (𝜉)𝑁2 (𝜂)
(4.33)
𝑁3 = 𝑁3 (𝜉)𝑁3 (𝜂)
{𝑁4 = 𝑁4 (𝜉)𝑁4 (𝜂)
isto é
𝑁1 = (1 + 𝜉)(1 + 𝜂)/4
𝑁2 = (1 − 𝜉)(1 + 𝜂)/4
(4.34)
𝑁3 = (1 − 𝜉)(1 − 𝜂)/4
{𝑁4 = (1 + 𝜉)(1 − 𝜂)/4
1
𝑁𝑖 = (1 + 𝜉𝜉𝑖 )(1 + 𝜂𝜂𝑖 ) (4.35)
4
com 𝑖 = 1, 2, 3 e 4.
Desta forma, escreve-se o campo de deslocamentos do elemento sob a forma
𝑢1
⋮
𝑢 𝑵 0 𝑢𝑝
{ }=[ ] (4.36)
𝑣 0 𝑵 𝑣1
⋮
𝑣
{ 𝑝}
ou, de forma compacta
𝑝
𝑢 𝑢𝑖
{ } = ∑ {𝑣 } (4.37)
𝑣 𝑖
𝑖=1
Por fim, para obtenção do elemento quadrilátero dado na parte direita da Figura 4.5,
mapeia-se o elemento mestre no sistema 𝜉𝜂 com referencial 𝑥𝑦, através da interpolação das
coordenadas cartesianas (𝑥𝑖 , 𝑦𝑖 ) dos pontos nodais, isto é
𝑥1
⋮
𝑥 𝑵 0 𝑥 𝑝 𝑵 0 𝑥𝑚
{𝑦} = [ ] 𝑦 =[ ]{ } (4.38)
0 𝑵 1 0 𝑵 𝑦𝑚
⋮
{𝑦𝑝 }
ou, de forma compacta
𝑝
𝑥 𝑥𝑖
{𝑦} = ∑ {𝑦 } (4.39)
𝑖
𝑖=1
𝑝
𝑁𝑖,𝜉 𝑥𝑖 𝑁𝑖,𝜉 𝑦𝑖
𝑱 = ∑[ ] (4.40)
𝑁𝑖,𝜂 𝑥𝑖 𝑁𝑖,𝜂 𝑦𝑖
𝑖=1
𝑁𝑖,𝑥 𝑁𝑖,𝜉
{ } = 𝐽−1 { } (4.41)
𝑁𝑖,𝑦 𝑁𝑖,𝜂
No MEF, resultados mais precisos são esperados quando se usa uma malha mais
refinada de elementos. Não podemos esquecer, todavia, que as soluções são aproximadas.
Uma estrutura modelada por elementos finitos é uma estrutura, em geral, mais rígida
que a estrutura real porque as funções aproximadoras usadas para representar o campo de
deslocamentos, na maioria das vezes, não conseguem reproduzir o campo real de deslocamentos
(VAZ, 2011, p.75).
Assim, elas impõem restrições à livre deformação da estrutura de modo que ela possa
minimizar sua energia potencial total. Para garantir que as soluções convirjam para a solução
“exata” no MEF alguns critérios devem ser satisfeitos na sua escolha.
𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝛼1 + 𝛼2 𝑥 + 𝛼3 𝑦 + 𝛼4 𝑥 2 + 𝛼5 𝑥𝑦 + 𝛼6 𝑦 2 + 𝛼7 𝑥 3 + 𝛼8 𝑦 3 (4.22)
pois não possui todos os termos do polinômio completo, não apresenta os termos em 𝑥 2 𝑦 e em
𝑥𝑦 2 .
∅(𝑥, 𝑦). Para que a solução se aproxime da solução exata quando se refina a malha com esses
elementos, alguns critérios precisam ser satisfeitos. São denominados critérios de convergência,
dados a seguir:
5 SOLUÇÕES NUMÉRICO-COMPUTACIONAIS
Foram analisados três casos, a saber: placa retangular apoiada nos bordos sujeita a
carga distribuída uniforme, placa quadrada engastada nos bordos sujeita a carga distribuída
uniforme e placa retangular apoiada em todos os bordos sujeita a carga distribuída linear.
Para cada uma dessas situações foram geradas cinco malhas de diferentes
densidades de elementos triangulares e cinco malhas de diferentes densidades de elementos
quadriláteros.
5.2 EXEMPLO 1
O primeiro exemplo analisado foi o caso de uma placa retangular apoiada em todos
os bordos. Sua geometria consiste em comprimento 𝑎 de valor igual a 2 𝑚, largura 𝑏 de 1 𝑚 e
espessura de 6,3 𝑚𝑚, como ilustra a Figura 5.1. O material escolhido foi o aço, de modo que suas
propriedades mecânicas de interesse são, módulo de elasticidade 𝐸 e coeficiente de Poisson ν,
valendo respectivamente, 200 𝐺𝑃𝑎 e 0,3. A placa está sujeita a carga uniformemente distribuída
𝑝 de 1kN/m² por toda sua extensão.
Fonte: autoral
101
Solução fechada é o termo utilizado para definir a solução analítica exata de uma
equação diferencial. O problema da flexão de placas finas, como mostrado no capítulo 3, é
governado por uma equação diferencial de quarta ordem. Essa equação é função dos deslocamentos
na direção perpendicular ao plano da placa, bem como das propriedades mecânicas do material
constituinte, das propriedades geométricas da mesma e do carregamento aplicado sobre ela. A
resolução dessa equação permite a determinação dos deslocamentos em qualquer ponto do domínio
da estrutura. A partir das equações básicas da teoria da elasticidade, apresentadas no capítulo 2, se
pode, com base nos deslocamentos, se determinar as componentes de tensão e deformação em
qualquer ponto da placa.
𝛽𝑝𝑏 2
𝜎𝑚á𝑥 = (5.1)
ℎ2
−𝛼𝑝𝑏 4
𝑤𝑚á𝑥 = (5.2)
𝐸ℎ3
onde 𝛽 e 𝛼 são coeficientes que variam conforme a razão entre o comprimento 𝑎 e a largura 𝑏 da
placa. Para o exemplo estudado em que 𝑎/𝑏 = 2, tomam os valores 𝛽 = 0,6102 e 𝛼 = 0,1110.
Substituindo esses coeficientes em (5.1) e (5.2) e uniformizando as unidades em Newton (N) e
milímetros (mm), se chega a
𝑤𝑚á𝑥 = −2,22 𝑚𝑚
onde 𝜎𝑚á𝑥 = 15,37 𝑀𝑃𝑎 e 𝑤𝑚á𝑥 = −2,22 𝑚𝑚 são os valores da tensão máxima e da flecha
máxima, respectivamente, e ambos ocorrem no centro da placa. As expressões dadas em (5.1) e
(5.2) por Young e Budynas tem como referência a obra de Timoshenko e Krieger (1959).
Fonte: autoral
Malha 1 8 15
Malha 2 32 45
Fonte: autoral
104
Malha 1 16 15
Malha 2 64 45
Fonte: autoral
A Figuras 5.3 mostra a variação da flecha máxima conforme o número nós e tipos
de elementos, tal como a aproximação desses valores da solução dita exata. A Figura 5.4 apresenta
o erro relativo da análise do método dos elementos finitos em relação a solução exata para a flecha
máxima. As Figuras 5.5 e 5.6 são análogas à 5.3 e 5.4 para tensões.
106
2,5
2
Flecha (mm)
Flecha - elementos
1,5
quadriláteros
1 Flecha - elementos
triangulares
0,5 Flecha exata
0
15 45 153 561 2145
Número de nós
Fonte: autoral
75%
Erro |Relativo (%)
50%
elementos quadriláteros
25% elementos triangulares
0%
15 45 153 561 2145
Número de nós
Fonte: autoral
107
15
12,5
Tensão (MPa)
10 Tensão - elementos
quadriláteros
7,5
Tensão - elementos
5 triangulares
2,5 Tensão exata
0
15 45 153 561 2145
Número de nós
Fonte: autoral
75%
Erro |Relativo (%)
50%
elementos quadriláteros
25% elementos triangulares
0%
15 45 153 561 2145
Número de nós
Fonte: autoral
Szilard (2004, p.72) apresenta a solução analítica para placas finas retangulares de
largura 𝑎 e comprimento 2𝑎 de bordos apoiados sob carga constante. Tal solução analítica seguiu
a abordagem de Navier por dupla série trigonométrica.
∞ ∞
16𝑝𝑏 4 sen(𝑚𝜋𝑥/𝑎) sen(𝑛𝜋𝑦/2𝑎)
𝑤(𝑥,𝑦) = 6
∑∑ (5.3)
𝐷𝜋 𝑚𝑛[𝑚2 + (𝑛2 /4)]²
𝑚=1 𝑛=1
onde
𝐸ℎ3
𝐷= (5.4)
12(1 − 𝜈 2 )
que permite determinar o valor do deslocamento em qualquer ponto da placa de coordenadas (𝑥, 𝑦).
Fonte: autoral
para o primeiro caso, ao longo da linha média menor, se tem 𝑥 = 𝑎 e 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑎. Deste modo, a
expressão (5.3) toma a forma
∞ ∞
16𝑝𝑏 4 sen(𝑚𝜋) sen(𝑛𝜋𝑦/2𝑎)
𝑤(𝑥,𝑦) = 6
∑∑ (5.5)
𝐷𝜋 𝑚𝑛[𝑚2 + (𝑛2 /4)]²
𝑚=1 𝑛=1
109
Deste modo, apenas os termos da série dada por (5.5) não são nulos para valores
ímpares de 𝑚, 𝑛 = 1, 3, 5, …
As Figura 5.8 e 5.9 mostram a deformada obtida pela expressão (5.5) para valores
de 𝑚, 𝑛 ≤ 20 e os valores dos deslocamentos ao longo da linha média menor obtidas pelas soluções
aproximadas via ANSYS para elementos quadriláteros e triangulares, respectivamente.
Malha 1
-0,75 Malha 2
Flecha (mm)
Malha 3
-1,25
Malha 4
Malha 5
-1,75
Solução Fechada
-2,25
Comprimento da placa (m)
Fonte: autoral
Malha 1
-0,75 Malha 2
Flecha (mm)
Malha 3
-1,25
Malha 4
Malha 5
-1,75
Solução Fechada
-2,25
Comprimento da placa (m)
Fonte: autoral
110
A curva elástica ao longo da linha média maior também foi tratada. Neste caso,
𝑦 = 𝑎/2 e 0 ≤ 𝑥 ≤ 2𝑎.
∞ ∞
16𝑝𝑏 4 sen(𝑚𝜋𝑥/𝑎) sen(𝑛𝜋/4)
𝑤(𝑥,𝑦) = 6
∑∑ (5.6)
𝐷𝜋 𝑚𝑛[𝑚2 + (𝑛2 /4)]²
𝑚=1 𝑛=1
para 𝑚, 𝑛 = 1, 3, 5, …
As Figura 5.10 e 5.11 mostram a deformada obtida pela expressão (5.6) (𝑚, 𝑛 =
1, … , 20) e os valores dos deslocamentos ao longo da linha média maior obtidas das soluções
aproximadas pelos ANSYS para elementos quadriláteros e triangulares, respectivamente.
Malha 3
-1,25 Malha 4
Malha 5
-1,75
Solução fechada
-2,25
Comprimento da placa (m)
Fonte: autoral
111
Malha 1
-0,75
Malha 2
Flecha (mm)
Malha 3
-1,25
Malha 4
Malha 5
-1,75
Solução fechada
-2,25
Comprimento da placa (m)
Fonte: autoral
5.3 EXEMPLO 2
O segundo exemplo analisado foi o caso de uma placa quadrada engastada em todos
os bordos. Sua geometria consiste em comprimento 𝑎 e largura 𝑏 de 2 𝑚, como ilustra a Figura
5.12. A espessura da mesma foi admitida como 8 𝑚𝑚. O material escolhido foi o aço, de forma
que suas propriedades mecânicas, módulo de elasticidade 𝐸 e coeficiente de Poisson ν, valem
respectivamente, 200 𝐺𝑃𝑎 e 0,3. A placa está sujeita a carga uniformemente distribuída 𝑝 de 2
kN/m² por toda sua área.
112
Fonte: autoral
−𝛽1 𝑝𝑏 2
𝜎𝑚á𝑥 = (5.7)
ℎ2
𝛽2 𝑝𝑏 2
𝜎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 = (5.8)
ℎ2
−𝛼𝑝𝑏 4
𝑤𝑚á𝑥 = (5.8)
𝐸ℎ3
113
onde 𝛽1, 𝛽2 e 𝛼 são coeficientes que variam conforme a razão entre a largura b e o comprimento a
da placa. Como este exemplo trata de placa quadrada, a relação 𝑎/𝑏 = 1, de forma que os
coeficientes adquirem os valores 𝛽1 = 0,3078, 𝛽2 = 0,1386 e 𝛼 = 0,0138. Substituindo esses
coeficientes em (5.5), (5.6) e (5.7) e uniformizando as unidades em Newton (N) e milímetros (mm),
se chega a
𝑤𝑚á𝑥 = −4,31 𝑚𝑚
onde 𝜎𝑚á𝑥 = −38,47 𝑀𝑃𝑎, 𝜎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 = 17,32 𝑀𝑃𝑎 e 𝑤𝑚á𝑥 = −4,31 𝑚𝑚 são os valores da tensão
máxima que ocorre no ponto central do bordo, da tensão no centro da placa e da flecha máxima
que ocorre no centro da placa.
Reddy (2007, p.291) afirma que a solução exata para a flecha máxima é a publicada
por Timoshenko e Woinowsky-Krieger (1959, p.202) e é dada pela expressão 𝑤 =
0,00126(𝑝𝑎4 /𝐷). Substituindo 𝐷 = 𝐸ℎ3 /12(1 − 𝜈 2 ) para 𝜈 = 0,3 e rearranjando se chega a
mesma expressão publicada por Young e Budynas dada em (5.9).
114
O problema foi resolvido através do software ANSYS. Foram geradas cinco malhas
de elementos quadriláteros de 4 nós e cinco malhas de elementos triangulares de 3 nós. As Tabelas
5.5 e 5.6 apresentam as propriedades de cada malha, como número de elementos, número de nós e
sua representação gráfica, obtida através do software ANSYS.
115
Malha 1 16 25
Malha 2 64 81
Fonte: autoral
116
Malha 1 32 25
Malha 2 128 81
Fonte: autoral
117
Nas Tabelas 5.7, 5.8, 5.9 e 5.10 estão publicados os valores encontrados para flecha
máxima, tensão máxima e tensão no centro da placa. Estão publicados também os valores exatos
para comparação com a análise pelo método dos elementos finitos.
As Figuras 5.13, 5.15 e 5.17 mostram a variação da flecha máxima e das tensões
conforme o número nós e tipos de elementos, tal como a aproximação desses valores da solução
fechada. As Figuras 5.14, 5.16 e 5.18 apresentam o erro relativo das respectivas análises do método
dos elementos finitos em relação a solução exata.
119
10,00
7,50
Flecha (mm)
Flecha - elementos
5,00 quadriláteros
Flecha - elementos
2,50 triangulares
Flecha exata
0,00
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
75%
50% elementos quadriláteros
elementos triangulares
25%
0%
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
120
25,00
20,00
Tensão (MPa)
Tensão - elementos
15,00
quadriláteros
10,00 Tensão - elementos
triangulares
5,00 Tensão exata
0,00
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
75%
Erro |Relativo (%)
50%
elementos quadriláteros
25% elementos triangulares
0%
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
121
40
35
30
Tensão (MPa)
25 Tensão - elementos
quadriláteros
20
15 Tensão - elementos
triangulares
10
Tensão exata
5
0
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
75%
Erro |Relativo (%)
50%
elementos quadriláteros
25% elementos triangulares
0%
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
0,00
-1,000,00 0,50 1,00 1,50 2,00
-2,00
-3,00 Malha 1
-4,00 Malha 2
Flecha (mm)
-5,00
Malha 3
-6,00
-7,00 Malha 4
-8,00 Malha 5
-9,00
-10,00
Comprimento da placa (m)
Fonte: autoral
0,00
-0,500,00 0,50 1,00 1,50 2,00
-1,00
-1,50 Malha 1
-2,00 Malha 2
Flecha (mm)
-2,50 Malha 3
-3,00 Malha 4
-3,50 Malha 5
-4,00
-4,50
Comprimento da placa (m)
Fonte: autoral
123
5.4 EXEMPLO 3
Por fim, o terceiro exemplo analisado foi o de uma placa quadrada apoiada em todos
os bordos. Sua geometria consiste em comprimento 𝑎 e largura 𝑏 de 2 𝑚, como ilustra a Figura
5.21. A espessura da mesma foi admitida como 9,5 𝑚𝑚. O material escolhido foi o aço, de forma
que suas propriedades mecânicas, módulo de elasticidade 𝐸 e coeficiente de Poisson ν, valem
respectivamente, 200 𝐺𝑃𝑎 e 0,3. A placa está sujeita a carga distribuída linear de valor máximo
igual a 2 kN/m².
Fonte: autoral
Szilard (2004, p.74) apresenta a solução analítica para placa fina retangular de
largura 𝑎 e comprimento 𝑏 de bordos apoiados sob carga linear. A expressão da curva elástica
publicada é
124
∞ ∞
8𝑝 (−1)𝑚+1 sen(𝑚𝜋𝑥/𝑎) sen(𝑛𝜋𝑦/𝑏)
𝑤(𝑥,𝑦) =− 6 ∑ ∑ (5.10)
𝐷𝜋 𝑚𝑛[(𝑚2 /𝑎²) + (𝑛2 /𝑏 2 )]²
𝑚=1,2,3,… 𝑛=1,2,3,…
𝑝𝑎4
𝑤𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 = − 0,00203 (5.10)
𝐷
(0,002) × (2000)4
𝑤𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 = − 0,00203
(200 × 103 ) × (9,5)3
12(1 − 0,32 )
𝑤𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 = − 4,14 mm
−𝛼𝑝𝑏 4
𝑤𝑚á𝑥 = (5.11)
𝐸ℎ3
𝛽𝑝𝑏 2
𝜎𝑚á𝑥 = (5.12)
ℎ2
125
onde 𝛼 e 𝛽 são coeficientes que variam conforme a razão entre a largura b e o comprimento a da
placa. Como este exemplo trata de placa quadrada, a relação 𝑎/𝑏 = 1, de forma que os coeficientes
adquirem os valores 𝛼 = 0,022 e 𝛽 = 0,16 Substituindo esses coeficientes em (5.11) e (5.12) e
uniformizando as unidades em Newton (N) e milímetros (mm), se chega a
𝑤𝑚á𝑥 = −4,11 𝑚𝑚
onde 𝑤𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 = −4,14 𝑚𝑚, 𝑤𝑚á𝑥 = −4,11 𝑚𝑚 e 𝜎𝑚á𝑥 = 14,18 𝑀𝑃𝑎 são os valores da flecha no
centro da placa, da flecha máxima e da tensão máxima na placa.
No entanto, observando que o valor encontrado para a flecha central é maior que a
flecha máxima, se procurou investigar esta incoerência em outras referências bibliográficas.
Ventsel e Krauthammer (2001, p. 78) publicam a mesma expressão dada em (5.10) para a flecha
central e apresentam a seguinte expressão para flecha máxima
𝑝𝑎4
𝑤𝑚á𝑥 = − 0,00206 (5.13)
𝐷
Tal expressão é idêntica a publicada por Szilard (2001, p.75) e Timoshenko e Krieger (1959,
p.125). Substituindo os valores do problema nas unidades Newton (N) e milímetros (mm), se chega
a
126
(0,002) × (2000)4
𝑤𝑚á𝑥 = − 0,00206
(200 × 103 ) × (9,5)3
12(1 − 0,32 )
𝑤𝑚á𝑥 = − 4,18 mm
desta forma, o valor 𝑤𝑚á𝑥 = − 4,18 𝑚𝑚 será tomado como referência para flecha máxima.
O problema foi resolvido através do software ANSYS. De forma que a placa possui
as mesmas dimensões no plano da placa do exemplo 2, foram utilizadas as mesmas malhas e
elementos desse. As propriedades dessas malhas, como número de elementos, número de nós e sua
representação gráfica foram apresentadas nas Tabelas 5.5 e 5.6.
Nas Tabelas 5.11, 5.12, 5.13 e 5.14 estão publicados os valores encontrados para
flecha no centro da placa, flecha máxima e tensão máxima para elementos quadriláteros e
elementos triangulares. Estão publicados também os valores exatos para comparação com a análise
pelo método dos elementos finitos.
5,00
4,00
Flecha (mm)
Flecha - elementos
3,00
quadriláteros
2,00 Flecha - elementos
triangulares
1,00 Flecha exata
0,00
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
129
100%
75%
Erro |Relativo (%)
50%
elementos quadriláteros
0%
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
5,00
4,00
Flecha (mm)
Flecha - elementos
3,00
quadriláteros
2,00 Flecha - elementos
triangulares
1,00 Flecha exata
0,00
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
130
75%
Erro |Relativo (%)
50%
elementos quadriláteros
25% elementos triangulares
0%
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
15
Tensão (MPa)
10 Tensão - elementos
quadriláteros
Tensão - elementos
5 triangulares
Tensão exata
0
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
131
75%
Erro |Relativo (%)
50%
elementos quadriláteros
25% elementos triangulares
0%
25 81 289 1089 4225
Número de nós
Fonte: autoral
Fonte: autoral
132
∞ ∞
8𝑝 (−1)𝑚+1 sen(𝑚𝜋𝑥/𝑎) sen(𝑛𝜋/2)
𝑤(𝑥,𝑦) =− 6 ∑ ∑ (5.14)
𝐷𝜋 𝑚5 𝑛5 /𝑎4
𝑚=1,2,3,… 𝑛=1,2,3,…
As Figuras 5.29 e 5.30 mostram a deformada obtida pela expressão (5.14) para
valores de 𝑚, 𝑛 ≤ 20 e os valores dos deslocamentos ao longo da linha média obtidos pelas
soluções aproximadas via ANSYS para elementos quadriláteros e triangulares, respectivamente.
0,00
-0,500,00 0,50 1,00 1,50 2,00
-1,00
-1,50 Malha 1
Flecha (mm)
-2,00 Malha 2
-2,50 Malha 3
-3,00 Malha 4
-3,50 Malha 5
-4,00 Solução fechada
-4,50
-5,00
Comprimento da placa (m)
Fonte: autoral
133
0,00
-0,500,00 0,50 1,00 1,50 2,00
-1,00
Malha 1
-1,50
Malha 2
-2,00
Flecha (mm)
Malha 3
-2,50
Malha 4
-3,00
Malha 5
-3,50
Solução fechada
-4,00
-4,50
Comprimento da placa (m)
Fonte: autoral
134
6 CONCLUSÕES
espessura variando entre, aproximadamente, 10 e 100. Para relações maiores que 100 afirma que a
placa apresenta comportamento de membrana. As relações obtidas nos exemplos deste trabalho
são, para o primeiro, 320, para o segundo, 250 e, para o terceiro, 210. Placas que são referidas
como membranas não possuem rigidez a flexão, desta forma, não resistem a seus carregamentos
por flexão e sim por tração axial, conhecidas como forças de membrana. Ocorre que, na análise
computacional, verificou-se o aparecimento de tensões de flexão na placa, e as mesmas obtiveram
boa convergência aos valores apresentados na bibliografia da teoria de placas finas. Assim,
questiona-se se o limite entre a teoria de membrana e de placas finas não deveria ser dado em
função de mais variáveis, como intensidade do carregamento e material da estrutura, e não somente
da relação entre lado e espessura.
dos elementos. Apesar desses fatos, os elementos lineares utilizados apresentaram boa
convergência para os valores exatos de tensões.
REFERÊNCIAS
REDDY, J. N. Theory and Analysis of Elastic Plates and Shells. 2 ed. Boca Raton: Taylor &
Francis Group, 2007.
SADD, Martin H. Elasticity: Theory, Applications, and Numerics. 2 ed. Burlington: Elsevier
Inc., 2009.
SILVA, Vitor Dias da. Mechanics and Strength of Materials. 1. ed. Springer: Berlin, 2006.
SRINATH, L. S. Advanced Mechanics of Solids. 3 ed. New Delhi: Tata McGraw-Hill Publishing
Company Limited, 2009.
SZILARD, Rudolph. Theories and Applications of Plate Analysis: Classical, Numerical and
Engineering Methods. New Jersey: John Wiley & Sons, 2004.
VAZ, L. E. Método dos Elementos Finitos em Análise de Estruturas. 1. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2011.
138
VENTSEL, Eduard. KRAUTHAMMER, Theodor. Thin Plates and Shells: Theory, Analysis,
and Applications. New York: Marcel Dekker, Inc., 2001.
YOUNG, W. C.; BUDYNAS, R. G. Roark's Formulas of Stress and Strain. 7ed. New York:
McGraw-Hill, 2002.
ZIENKIEWICZ, O.C., TAYLOR, R.L.; ZHU, J.Z. The Finite Element Method: Its Basis and
Fundamentals. 6. ed. Burlington: Elsevier, 2005.