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UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul


Dceeng - Departamento de Ciências Exatas e Engenharias
Curso de Engenharia Mecânica – Câmpus Panambi

JOÃO PAULO WESELOVSKI DA SILVA

DIMENSIONAMENTO DA VIGA PRINCIPAL DE UMA PONTE ROLANTE

Panambi/RS

2017
JOÃO PAULO WESELOVSKI DA SILVA

DIMENSIONAMENTO DA VIGA PRINCIPAL DE UMA PONTE ROLANTE

Trabalho de conclusão de curso apresentado


para banca avaliadora do curso de Engenharia
Mecânica da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –
UNIJUÍ, como requisito parcial para a obtenção
do título de Engenheiro Mecânico.

Edomir Marciano Schmidt. Esp. – DCEEng/UNIJUÍ


(Orientador)

Panambi
2017
AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente a DEUS e aos Orixás, por tantas oportunidades, por estarem
sempre ao meu lado.

A toda minha família, que sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos.

Ao professor Edomir Marciano Schmidt pelo tempo dedicado à orientação e apoio na


elaboração deste trabalho.

À Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul, pelos conhecimentos e


disponibilização de materiais necessários para a elaboração deste trabalho.
RESUMO

O presente trabalho visa demonstrar dimensionamento da viga principal de uma ponte


rolante univiga para aplicação na indústria, para fazer o dimensionamento foi usado como base
a norma NBR 8400, pois esta norma estabelece os critérios para o dimensionamento de
equipamentos para transporte e elevação de carga, foram feitos cálculos analíticos para fazer o
dimensionamento da viga. Após o dimensionamento foi selecionado o perfil comercial
W360x39 para a viga principal da ponte rolante. Sabendo qual é o perfil da viga foi utilizado o
software SolidWorks para criar o projeto tridimensional da viga, então a partir desse projeto foi
possível realizar uma análise de elementos finitos utilizando a plataforma Simulation do
software SolidWorks, o resultado da análise foi comparado com os cálculos analíticos.

Palavras-chave: Ponte rolante, Cálculo de viga, Análise de elementos finitos.


ABSTRACT

The present work aims to demonstrate the dimensioning of the main beam of an univiga
crane for application in the industry, to do the sizing was used as basis the standard NBR 8400.
Being that the standard establishes the criteria for the dimensioning of equipment for transport
and elevation of load, analytical calculations were made to make the sizing of the beam. After
the sizing, the commercial profile W360x39 was selected for the main girder of the crane.
Knowing the beam profile, SolidWorks software was used to create the three-dimensional beam
design, and this project was able to perform a finite element analysis using the Simulation
platform of the SolidWorks software, the result of the analysis was compared with the analytical
calculations.

Keywords: Crane, Beam Calculation, Finite Element Analysis


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ponte rolante suspensa. ............................................................................................. 13


Figura 2: Ponte rolante apoiada sobre trilhos. .......................................................................... 14
Figura 3 : Ponte rolante univiga. .............................................................................................. 14
Figura 4: Ponte rolante biviga. ................................................................................................. 15
Figura 5: Ponte rolante univiga ................................................................................................ 15
Figura 6: Conjunto formado pela cabeceira, as rodas e os motores elétricos. .......................... 16
Figura 7: Carro guincho usado em ponte rolante com dupla viga. ........................................... 17
Figura 8: Trolley usado para a movimentação de cargas.......................................................... 17
Figura 9: Talha elétrica. ............................................................................................................ 18
Figura 10: Esquema indicando os componentes da ponte rolante. ........................................... 18
Figura 11: Ponte rolante univiga. ............................................................................................. 19
Figura 12: Corpo sobre tensão de tração. ................................................................................. 20
Figura 13: Corpo em cisalhamento........................................................................................... 21
Figura 14: Distribuição da tensão de cisalhamento. ................................................................. 22
Figura 15: Corpo sobre efeito de flambagem. .......................................................................... 22
Figura 16 :Viga em flexão. ....................................................................................................... 23
Figura 17: Eixo sobre a aplicação te torque. ............................................................................ 24
Figura 18: Exemplo de malha em um sólido qualquer. ............................................................ 26
Figura 19 Coeficiente que determina as reações transversais devidas ao rolamento. .............. 31
Figura 20: Diagrama de corpo livre das reações do trolley. ..................................................... 34
Figura 21: Diagrama de corpo livre da viga. ............................................................................ 35
Figura 22: Planos X, Y e Z em relação a viga. ......................................................................... 36
Figura 23: Diagrama de corpo livre no plano Z Y. .................................................................. 37
Figura 24: Diagrama de corpo livre no plano X Y. .................................................................. 39
Figura 25: Esboço do perfil da viga W360X39. ....................................................................... 41
Figura 26: Divisão da aba inferior da viga. .............................................................................. 42
Figura 27: Viga com as cargas distribuídas. ............................................................................. 42
Figura 28: Caso para estudo ..................................................................................................... 43
Figura 29: Simulação da viga, em (a) deformação da viga, (b) ponto de maior tensão. .......... 44
Figura 30: Em (a) vista frontal do caso 2 e em (b) ponto de fixação do caso 2. ...................... 45
Figura 31: Em (a) viga do caso 2 em flexão e em (b) ponto máximo de tensão. ..................... 46
Figura 32: Caso 3 formado pela viga e as cabeceiras. .............................................................. 47
12

Figura 33: Em (a) mostra o comportamento do caso 3 e em (b) o ponto de maior tensão. ...... 47
13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classes do equipamento............................................................................................ 28


Tabela 2: Estado de tensão do equipamento. ............................................................................ 29
Tabela 3: Classe de funcionamento segundo o tempo médio de funcionamento. .................... 30
Tabela 4: Coeficiente dinâmico. ............................................................................................... 31
Tabela 5: Tempos de aceleração e acelerações ........................................................................ 32
Tabela 6: Lista das tenções de comparação e da tensão admissível. ........................................ 40
Tabela 7: Comparativo entre as tensões. .................................................................................. 48
Tabela 8: Percentual de variação das tensões. .......................................................................... 48
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAD Computer Aided Design

CAE Computer Aided Engineering

m Metros

mm Milímetros

σ Tensão normal

τ Tensão cisalhante

𝝈𝒙 Tensão normal no plano x

𝝈y Tensão normal no plano y

𝝉𝒙𝒚 Tensão de cisalhamento no plano xy

𝝈𝒂𝒅𝒎 Tensão admissível do material

g Força gravitacional

W Força distribuída ao longo do corpo

P Força concentrada

V Força de cisalhamento interna

I Inércia equivalente a geometria da peça

t Espessura

Q Momento estático

E Módulo de rigidez do material

ɛ Deformação específica

L Comprimento

M Momento fletor

C Distância do centroide da seção transversal até a superfície mais afastada e “I”

ASTM Americam Society fir Testing and Materials

N Newton
15

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11

2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 12

2.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................................................................... 12


2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.............................................................................................................................. 12

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 13

3.1 TIPOS DE PONTE ROLANTE ...................................................................................................................... 13


3.2 PRINCIPAIS COMPONENTES DA PONTE ROLANTE ................................................................................... 15
3.2.1 Viga principal ................................................................................................................................. 15
3.2.2 Cabeceiras...................................................................................................................................... 16
3.2.3 Carro guincho ................................................................................................................................ 16
3.2.4 Trolley ............................................................................................................................................ 17
3.2.5 Talha .............................................................................................................................................. 17
3.3 PONTE ROLANTE ESTUDADA ................................................................................................................... 19
3.4 ESFORÇOS MECÂNICOS ........................................................................................................................... 19
3.5 MÉTODO DE ANÁLISE POR ELEMENTOS FINITOS..................................................................................... 24
3.6 NORMA USADA PARA OS CÁLCULOS DE DIMENSIONAMENTO ............................................................... 26

4 METODOLOGIA........................................................................................................... 28

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PONTE ROLANTE ...................................................................................................... 28


4.2 ESFORÇOS PRESENTES NA ESTRUTURA DO EQUIPAMENTO.................................................................... 30

5 DIMENSIONAMENTO DA VIGA .............................................................................. 34

5.1 ANÁLISE DE ESFORÇOS NOS PLANOS X, Y E Z ........................................................................................... 36


5.2 MODELAGEM DA VIGA NO SOFTWARE CAD E CAE .................................................................................. 41

6 CONCLUSÃO................................................................................................................. 49

7 REFEÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................ 50


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1 INTRODUÇÃO

O Brasil detém um grande parque de indústrias que possuem a capacidade de fabricar os


mais diversos tipos de equipamentos, podendo assim atender as mais diferentes demandas do
mercado consumidor. Com o intuito de obter uma maior produtividade grande parte dessas
indústrias buscaram a automação.
Portanto, as indústrias que necessitavam fazer o movimento de cargas com uma elevada
massa começaram a implantar pontes rolantes. O problema neste trabalho trata do
desenvolvimento de soluções que envolvam os requisitos de segurança, dimensionamento,
análise de esforços usando software de simulação de uma ponte rolante. Durante o seu
funcionamento a estrutura da ponte rolante está sob a ação de vários esforços como o de tração
e compressão, isto ocorre, pois, a mesma transporta uma determinada carga percorrendo um
determinado caminho.
Normalmente esse caminho está dentro de uma indústria onde pessoas estão trabalhando
e se a ponte rolante tiver algum erro em seu dimensionamento esse erro pode acarretar na queda
da carga ou da estrutura da ponte, o que poderia ocasionar um acidente envolvendo os
trabalhadores que estão presentes no local, além do gasto gerado pela destruição dos bens
materiais que estão envolvidos. Busca-se com esse trabalho conhecer os diferentes tipos de
pontes rolantes existentes e os principais componentes.
Com o conhecimento desses componentes são feitos os cálculos de dimensionamento do
equipamento. Por conseguinte, esses cálculos serão divididos em analíticos e numéricos, para
os cálculos em que foi utilizado o método analítico será usado o conhecimento adquirido ao
longo do curso, já para o método numérico será usado à interface de simulação do software
SolidWorks.
12

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo deste trabalho é fazer o dimensionamento de uma ponte rolante, analisando os


esforços que ocorrem na sua estrutura durante o seu funcionamento.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Para conseguir atender o objetivo geral o mesmo foi dividido em vários itens específicos,
que estão listados a seguir:
1. Fazer o projeto da estrutura da ponte rolante usando o software de CAD SolidWorks.
2. Definir quais são os esforços que ocorrem e quais tem maior relevância para o
dimensionamento.
3. Fazer o dimensionamento usando os métodos analíticos que foram aprendidos nas
disciplinas cursadas.
4. Fazer uma simulação de esforços usando o módulo Simulation do software SolidWorks.
5. Fazer uma comparação dos resultados obtidos com os métodos analíticos e com o método
numérico.
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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 TIPOS DE PONTE ROLANTE

O tipo de ponte rolante depende de qual será a sua aplicação, pois ela pode ter variações
no seu trilho e na quantidade de vigas principais. No caso do trilho a ponte rolante pode ser
suspensa ou apoiada, a ponte suspensa tem o seu caminho fixado ao teto do edifício a viga
principal se desloca por baixo do trilho, ou seja, ela translada sobre a aba inferior de uma viga.
Usando esse modelo tem-se um aproveitamento maior da viga principal, pois, permite que o
sistema responsável pelo içamento da carga possa se deslocar até os pontos de fixação da viga
principal, a Figura 1 apresenta uma ponte rolante univiga suspensa.

Figura 1: Ponte rolante suspensa.

Fonte: http://www.demagcranes.com.br, adaptado pelo autor (2016).

Já a ponte rolante apoiada tem o seu deslocamento sobre trilhos que estão fixados nas
colunas do prédio, esse modelo de ponte rolante é o que apresenta um maior uso por ser muito
versátil. Tal modelo de ponte pode ser instalado em locais com pouca altura e o vão livre pode
atingir o comprimento de até 30 metros, a Figura 2 apresenta uma ponte rolante univiga apoiada
sobre trilhos.
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Figura 2: Ponte rolante apoiada sobre trilhos.

Fonte: http://www.demagcranes.com.br, adaptado pelo autor (2016).

Quanto ao número de vigas principais a ponte rolante pode ser univiga, ou seja, apresentar
uma única viga principal ou pode ser biviga, ter duas vigas principais. A ponte rolante univiga
possui como sua principal característica um trolley que translada sobre a viga e faz o içamento
da carga, as pontes rolantes univiga geralmente são usadas para elevar cargas com um peso
baixo. A Figura 3 apresenta uma ponte univiga com uma carga de 3,2 toneladas.

Figura 3 : Ponte rolante univiga.

Fonte: http://www.demagcranes.com.br, adaptado pelo autor (2016).

A ponte rolante biviga possui duas vigas principais, esse modelo apresenta uma estrutura
muito mais robusta em comparação com uma ponte univiga. Essa robustez é necessária pois o
modelo de ponte biviga é usado para elevar cargas com um peso elevado.
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Uma característica do modelo de ponte biviga é o seu sistema de içamento da carga que
translada sobre a parte superior das vigas, a Figura 4 mostra uma ponte rolante biviga com uma
capacidade de carga máxima de 32 toneladas.

Figura 4: Ponte rolante biviga.

Fonte: http:// www.ghcranes.com, adaptado pelo autor (2016).

3.2 PRINCIPAIS COMPONENTES DA PONTE ROLANTE

3.2.1 Viga principal

É um dos elementos mais importantes da ponte, pois nela é fixado o carro com a talha, além
disso, ela que faz a movimentação da carga de um lado para outro. O perfil para fazer a viga
principal varia de acordo com o projeto, podem ser usadas vigas com o perfil “I” ou vigas tipo
“caixão” soldadas. A Figura 5 mostra uma ponte rolante que usa em sua viga principal um perfil
“I”.
Figura 5: Ponte rolante univiga

Fonte: http://www.climber.com.br, adaptado pelo autor (2016).


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3.2.2 Cabeceiras

As cabeceiras são encontradas nas extremidades da viga principal, possuem como função
fazer o movimento de translação da viga. Elas são formadas por um conjunto de rodas, caixas
de engrenagem e os motores elétricos que permitem a ponte ter o movimento de translação
sobre os trilhos.
A Figura 6 mostra o conjunto formado pela cabeceira, as rodas, as caixas de engrenagem
e os motores elétricos.

Figura 6: Conjunto formado pela cabeceira, as rodas e os motores elétricos.

Fonte: http://www.caltecequipamentos.com.br, adaptado pelo autor (2016).

3.2.3 Carro guincho

O carro guincho realiza o seu deslocamento sobre a viga principal da ponte rolante, nele
também é fixado o sistema que faz a elevação da carga (talha). Ele é composto por rodas, caixas
de engrenagem e os motores elétricos, se for o caso de a viga principal da ponte rolante ser uma
univiga o carro guincho é substituído por um trolley.
A Figura 7 mostra um carro guincho e alguns de seus componentes, esse carro guincho é
usado em uma ponte com dupla viga.
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Figura 7: Carro guincho usado em ponte rolante com dupla viga.

Fonte: http://www.csm.ind.br, adaptado pelo autor (2016).

3.2.4 Trolley

O trolley é montado diretamente sob a viga principal, geralmente, de pontes rolantes que
são univiga, o trolley apresenta um motor elétrico e uma caixa de engrenagens que são
responsáveis pelo seu movimento. A Figura 8 mostra um trolley usado em pontes rolantes
univiga.
Figura 8: Trolley usado para a movimentação de cargas.

Fonte: https://dutch.alibaba.com, adaptado pelo autor (2016).

3.2.5 Talha

A talha é responsável por fazer a elevação da carga, normalmente usa um motor elétrico,
no eixo do motor é enrolado um cabo de aço. A talha pode ser montada em um carro que se
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desloca sobre as vigas principais ou ela pode ser montada diretamente sobre a viga principal
usando um trolley.
A Figura 9 mostra uma talha que é responsável por fazer o içamento da carga, ela é
montada em um trolley.

Figura 9: Talha elétrica.

Fonte: https://dutch.alibaba.com, adaptado pelo autor (2016).

A Figura 10 mostra um esquema que indica os principais componentes da ponte rolante.

Figura 10: Esquema indicando os componentes da ponte rolante.

Fonte: http://www.demagcranes.com.br, adaptado pelo autor (2016).


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3.3 PONTE ROLANTE ESTUDADA

Existem vários tipos de pontes rolantes, sendo que cada uma apresenta características
próprias. No presente trabalho será estudada uma ponte rolante univiga.
A ponte rolante univiga apresenta somente uma única viga principal em sua estrutura,
sendo que essa viga principal pode ser feita de um perfil “I” ou uma viga caixão soldada,
geralmente essa viga apresenta um trolley para fazer a movimentação da carga. A Figura 11
mostra uma ponte rolante univiga.

Figura 11: Ponte rolante univiga.

Fonte: http://sgoequipamentos.com, adaptado pelo autor (2016).

3.4 ESFORÇOS MECÂNICOS

Segundo Hibbeler (2009) tensão normal é o valor resultante da força que é aplicada sobre
uma determinada área, a tensão normal é calculada pela Equação 1.

𝐹 (1)
𝜎=
𝐴

Onde 𝜎(sigma) é a tensão, F é a força aplicada e A é a área onde está aplicada a força. A
Figura 12 mostra um corpo que está submetido a tensão normal.
20

Figura 12: Corpo sobre tensão de tração.

Fonte: NORTON, 2013.

Conforme Hibbeler (2009) um corpo pode sofrer deformação devido a aplicação de uma
força então, o volume do corpo se deforma de uma maneira não uniforme isso quer dizer que a
sua geometria vai mudando ao longo de seu comprimento.
Para se conseguir a deformação específica nominal é necessário calcular a elongação
usando a Equação 2, onde 𝜀 é a deformação especifica, 𝛿 é a elongação e L é o comprimento
inicial do corpo.

𝛿 (2)
𝜀=
𝐿

Conforme Popov (1978) a tensão de cisalhamento é gerada por uma força que é aplicada
no sentido transversal ao corpo, ela pode ser calculada pela relação da força aplicada pela área
que está sujeita ao cisalhamento. A Figura 13 apresenta um corpo que está sobre cisalhamento
puro.
21

Figura 13: Corpo em cisalhamento.

Fonte: NORTON, 2013.


A Equação 3 mostra essa relação, onde 𝜏𝑚é𝑑 é a tensão de cisalhamento média, V é a
força de cisalhamento e A é a área.

𝑉 (3)
𝜏𝑚é𝑑 =
𝐴
Para se calcular a tensão de cisalhamento de peças que estão submetidas a flexão é usada
outra equação, pois o que provoca o cisalhamento na peça é o momento fletor gerado pela força.
Então é usada a Equação 4 para calcular o cisalhamento gerado onde F é a força aplicada, I a
inércia equivalente a geometria da peça, t é a distância do centro da peça até a sua extremidade
e Q é o momento estático.
𝐹 .𝑄 (3)
𝜏𝑥𝑦 =
𝐼 .𝑡
A Figura 14 mostra a variação da tensão de cisalhamento em um corpo que está sobre
flexão, pode ser observado que a extremidade superior e inferior o valor da tensão de
cisalhamento é zero já no centro do corpo o valor da tensão de cisalhamento é máximo.
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Figura 14: Distribuição da tensão de cisalhamento.

Fonte: HIBBELER, 2009.

Segundo Hibbeler (2009) a flambagem ocorre quando se tem um carregamento axial que
gera compressão na peça, geralmente a flambagem ocorre em peças com seção transversal
pequena em relação ao seu comprimento, normalmente essas peças tendem a falhar sem terem
atingido a sua tensão de escoamento. Para determinar se a peça sofre flambagem, deve ser feito
o cálculo da carga axial máxima, esse cálculo é feito usando a Equação 4 onde 𝑃𝑐𝑟 é a carga
máxima que pode ser aplicada sem que ocorra a flambagem, onde E é o módulo de elasticidade
para o material, I é o momento de inércia para a área da seção transversal da coluna e L é o
comprimento da coluna. A Figura 15 traz um corpo que tem um carregamento axial e esse
carregamento está gerando flambagem.

𝜋 2 . 𝐸. 𝐼 (4)
𝑃𝑐𝑟 =
𝐿2

Figura 15: Corpo sobre efeito de flambagem.

Fonte: NORTON, 2013.


23

Segundo Arivabene (1994) o esforço de flexão acontece quando as cargas que estão
atuando sobre o corpo geram um momento fletor. Para se determinar a tensão de flexão deve-
se pegar o maior valor do momento fletor e multiplicá-lo pelo valor da distância do ponto neutro
do corpo até a extremidade mais afastada do ponto neutro, o valor dessa multiplicação é
dividido pelo momento de inércia polar. A Equação 5 traz o cálculo da tensão de flexão onde 𝜎
é a tensão, M é o maior momento fletor, C é a distância da linha neutra até a extremidade mais
afastada e I é o momento de inércia.

𝑀. 𝐶 (5)
𝜎=
𝐼

A Figura 16 apresenta uma viga que está engasta em uma das suas extremidades e na
outra tem uma força sendo aplicada, então essa força gera uma tensão de flexão.

Figura 16 :Viga em flexão.

Fonte: HIBBELER, 2009.

Beer (1980) traz que a tensão de torção ocorre quando um eixo está submetido a um
torque, a secção permanece plana, porém as linhas radiais giram-se, isso provoca uma tensão
de cisalhamento no interior do eixo, o maior valor para essa tensão é obtido na superfície do
diâmetro externo já o menor valor é no centro do eixo onde a tensão é nula. Para se calcular
essa tensão é usado a Equação 6, onde “τ” é a tensão de cisalhamento, T é o torque que está
sendo aplicado sobre a peça, C é a distância do centro da peça até o ponto em que se deseja
obter a tensão e J é a inércia polar.

𝑇. 𝐶 (6)
𝜏=
𝐽
24

A Figura 17 mostra um eixo que está sobre a ação de um torque, esse torque está gerando
uma tensão de torção ao longo do eixo.

Figura 17: Eixo sobre a aplicação te torque.

Fonte: NORTON, 2013.

Uma das características que é importante saber para se realizar um projeto adequado é o
quanto um material resiste a um carregamento sem falhar, para isso existem as teorias de falha.
Para usar uma teoria de falha é necessário saber o comportamento do material, pois o
comportamento pode variar conforme as condições do ambiente e como está sendo feito o
carregamento. Uma das teorias de falhas que são usadas é a tensão equivalente de Von Mises
Conforme Norton (2013) a tensão equivalente de Von Mises é a usada em situações onde
se tem a combinação de tensões normais com tensões de cisalhamento, assim a tensão de Von
Mises é usada para fazer a combinação de todas as tensões que estão ocorrendo no ponto que
está sendo analisado. Ou seja, a tensão de Von Mises é a tensão de tração uniaxial que consegue
gerar a mesma energia de distorção que é criada pela combinação de todas as tensões que estão
sendo aplicadas ao corpo, ao aplicar esse método é possível combinar casos em que o corpo
está sobre tensões multiaxiais com tensões de cisalhamento e analisá-las como se o corpo
estivesse somente em um estado de tração.
Segundo Hibbeler (2009) a teoria de Von Mises é a teoria que mostra resultados mais
precisos quando comparada ao critério de escoamento de Tresca, pois a mesma apresenta um
resultado que é 15 % mais preciso em termos de tensão de cisalhamento.

3.5 MÉTODO DE ANÁLISE POR ELEMENTOS FINITOS


Para Soube (2005) o método dos elementos finitos é uma ferramenta que tornou possível
conseguir respostas para problemas complexos que, caso fossem resolvidos de maneira
analíticas demandariam muito tempo e esforço, porém quando se faz uma análise usando o
25

método de elementos finitos deve se considerar o problema como um todo levando em


consideração cada esforço mecânico que está ocorrendo, é necessário fazer isso para ver qual a
melhor condição de contorno para usar e com isso poupar tempo durante o processo de análise
e obter resultados precisos.
Segundo Smith (2005) o método de análise numérica baseada em elementos finitos é
muito usado para solucionar problemas tanto da mecânica dos sólidos, como também da
mecânica dos fluidos. Esse método permite analisar problemas como, por exemplo, o
escoamento de um fluido ou os esforços presentes em uma estrutura complexa. Esse método é
uma ferramenta muito potente para o desenvolvimento de projetos, pois possibilita prever
possíveis falhas ainda na fase de projeto do equipamento e assim, permite a correção das
mesmas em tempo.
Conforme Alves (2000) qualquer estrutura pode ser dividida em um determinado
número de componentes individuais, esses componentes são denominados de elementos. Para
realizar a análise desses elementos e assim determinar a rigidez da estrutura é aplicado o
conceito de rigidez equivalente, onde a rigidez de toda a estrutura depende diretamente da
rigidez de cada um dos elementos que foram criados. Esse seria o conceito básico do método
de elementos finitos.
Para conseguir aplicar esse método é imprescindível conhecer as características
mecânicas do material que será usado, conhecer o comportamento do equipamento, saber as
características dos elementos finitos que serão usados para fazer a análise e conhecer as
condições de contorno (cargas e vínculos da estrutura). Sabendo essas condições pode ser criado
um modelo com a geometria desejada, com o modelo no software que irá fazer a análise são
especificadas as características necessárias e gerada à malha no modelo.
A malha é constituída por vários pontos nodais que se ligam criando os elementos
finitos, quanto mais refinada for essa malha mais preciso é o resultado porém, irá demandar
mais tempo para a realização dos cálculos. A Figura 18 mostra um corpo com a malha criada,
onde estão indicados os pontos nodais e o elemento criado pelos mesmos.
26

Figura 18: Exemplo de malha em um sólido qualquer.

Fonte: Próprio autor (2017).

3.6 NORMA USADA PARA OS CÁLCULOS DE DIMENSIONAMENTO

Os critérios usados para a realização dos cálculos de dimensionamento da ponte rolante


são baseados na norma ABNT 8400:1984, essa norma é usada para fazer o dimensionamento
dos equipamentos de elevação e transporte de carga independentemente da complexidade do
equipamento.
A norma traz o conhecimento de alguns critérios para tornar possível a realização dos
cálculos de dimensionamento, são eles:
a) Carga útil: é necessário saber qual é o valor da carga que será içada pelo gancho ou por
outro elemento de içamento.
b)Carga de serviço: é feito a soma da carga útil com a carga dos acessórios de içamento
(gancho, caçamba, etc.).
c) Carga permanente sobre um elemento: é a soma de todas as cargas geradas pelos
elementos mecânicos, estruturais e elétricos que estão fixados no elemento analisado.
d)Serviço intermitente: ocorre quando o equipamento efetua o deslocamento da carga com
vários períodos de parada durante as horas de trabalho.
e) Serviço intensivo: ocorre quando o equipamento é usado durante quase todas as horas de
trabalho, tendo curtos períodos de repouso.
f) Turno: Período de 8 horas de trabalho.
g) Direção: é o deslocamento horizontal do carro do equipamento.
h)Orientação: é o deslocamento angular horizontal da lança do equipamento.
27

A norma usa dois critérios para determinar em qual grupo o equipamento pertence, que
são a classe de utilização e o estado da carga.
28

4 METODOLOGIA

A metodologia escolhida consiste em determinar as características da ponte rolante, fazer


a classificação da mesma seguindo a norma ANBT NBR 8400, definir quais são os esforços
que estão ocorrendo no equipamento e fazer o dimensionamento da viga da ponte rolante. Com
a viga dimensionada será feita a simulação e o resultado que for obtido com a simulação será
comparado com o resultado dos cálculos.
As características da ponte rolante são as seguintes:
 Carga nominal: 5 toneladas, a ponte sempre estará submetida a esse carregamento.
 Vão: 5 metros.
 Altura de elevação: 7 metros
 Velocidade de descolamento: 0,42 m/s
 Velocidade de elevação: 0,25 m/s
 Número de ciclos por hora:15
 Tempo médio de duração do ciclo: 35s
 Tempo de trabalho: 8 horas por dia.

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PONTE ROLANTE

A norma usa dois critérios para determinar em qual grupo o equipamento pertence, que
são a classe de utilização e o estado da carga.
A classe de utilização indica a frequência com que o equipamento é usado, essa
frequência é a uma estimativa da quantidade de ciclos que o equipamento pode realizar durante
a sua vida útil. A Tabela 1 mostra os quatro tipos de classes e as características de cada classe.

Tabela 1: Classes do equipamento.


Classe de utilização Frequência de utilização do movimento de Número convencional de ciclos
levantamento de levantamento 𝑁𝑥
A Utilização ocasional não regular, seguida 6,3 x 104
de longos períodos de repouso.
B Utilização regular em serviço intermitente. 2,0 X 105

C Utilização regular em serviço intensivo. 6,3 x 105

D Utilização em serviço intensivo severo, 2,0 x 106


efetuado, por exemplo, em mais de um
turno.
Fonte: Norma ABNT NBR 8400, adaptado pelo autor (2017)
29

Já o estado da carga indica qual é o carregamento máximo que o equipamento irá realizar
em cada ciclo de trabalho, o estado da carga pode variar de muito leve, onde o equipamento irá
levantar somente uma pequena fração do peso máximo, até um estado pesado onde o
equipamento estará sempre levantando a carga máxima. A Tabela 2 mostra os tipos de estado
da carga e qual é a fração de carga correspondente.

Tabela 2: Estado de tensão do equipamento.


Estado de tensões Definição Fração mínima de tensão
máxima

0 (muito leve) Elemento submetido P=0


excepcionalmente à sua tensão
máxima e comumente a tensões
muito reduzidas

1 (leve) Elemento submetido raramente à P = 1/3


sua tensão máxima, mas
comumente a tensões da ordem
de 1/3 da tensão máxima

2 (médio) Elemento frequentemente P = 2/3


submetido à sua tensão máxima e
comumente a tensões
compreendidas entre 1/3 a 2/3 da
tensão máxima

3 (pesado) Elemento regularmente P=1


submetido à sua tensão máxima

Fonte: Norma ABNT NBR 8400, adaptado pelo autor (2017).

Conforme a norma NBR 8400 para se fazer a classificação do equipamento segundo a sua
utilização deve ser feito o cálculo do número convencional de ciclos de levantamento (𝑁𝑥),
para fazer esse cálculo utiliza-se a Equação 7, onde 𝑇𝑑 é a duração teórica de utilização e 𝑇𝑠 é
o tempo médio de duração do ciclo.
𝑇𝑑 (7)
𝑁𝑥=3600 .
𝑇𝑠

Para determinar o valor de Td foi usada a Tabela 3, onde ela relaciona o tempo de trabalho
por dia do equipamento com o valor de duração total teórica de utilização, como o tempo de
trabalho é de 8 horas por dia a ponte rolante foi classificada como V3 então o valor de Td é de
12500.
30

Tabela 3: Classe de funcionamento segundo o tempo médio de funcionamento.


Classe de funcionamento Tempo médio de Duração total teórica de
funcionamento (h) utilização (h)
V0,5 0,5 ≤ tm ≤ 1 1600
V1 1 ≤ tm ≤ 2 3200
V2 2 ≤ tm ≤ 4 6300
V3 4 ≤ tm ≤ 8 12500
Fonte: Norma ABNT NBR 8400, adaptado pelo autor (2017).

Com a resolução da Equação 7 foi obtido o valor de 21428,57, esse valor foi comparado
com os valores existentes na Tabela 1 então foi obtido a classificação da ponte rolante
pertencendo a classe A. Ainda a norma NBR 8400 diz que se deve identificar o tipo de serviço
que o equipamento executará, existe três tipos de serviço:
 Caso I – serviço normal sem vento;
 Caso II – serviço normal com vento limite de serviço;
 Caso III – solicitações excepcionais.
Para o caso que está sendo analisado, a ponte rolante trabalha no interior de um edifício,
então configura-se como Caso I – serviço normal sem vento, a norma NBR8400 prevê que seja
determinado o coeficiente de majoração, esse coeficiente serve para evitar erros no
dimensionamento da estrutura. Para a ponte rolante que está sendo estudada o valor do
coeficiente de majoração (𝑀𝑥) = 1.

4.2 ESFORÇOS PRESENTES NA ESTRUTURA DO EQUIPAMENTO

Conforme a norma NBR 8400 a estrutura da viga da ponte rolante está sujeita aos
seguintes esforços:
 Esforços estáticos que ocorrem quando a estrutura está carregada e não se encontra em
movimento;
 Esforços verticais que ocorrem devido o içamento da carga;
 Esforços horizontais que ocorrem quando o equipamento executa o seu movimento de
translação.
Para os esforços estáticos são considerados o peso dos componentes do equipamento
como, por exemplo, o peso do trolley. O peso desses equipamentos é somado à carga de
serviço e então o resultado dessa soma é colocado na posição onde estão as maiores tensões
sobre o equipamento.
31

Os esforços verticais estão ligados a velocidade usada para se fazer o levantamento da


carga, para fazer o dimensionamento do equipamento deve ter-se o conhecimento do
coeficiente dinâmico (ψ), esse coeficiente é obtido na Tabela 4.

Tabela 4: Coeficiente dinâmico.

Equipamento Coeficiente dinâmico ψ Faixa de velocidade de elevação da carga (m/s)

1,15 0 <𝑉𝐿 ≤ 0,25


Pontes ou pórticos rolantes
1 + 0,6 𝑉𝐿 0,25 < 𝑉𝐿 < 1
1,6 𝑉𝐿 ≥ 1
Fonte: Norma ABNT NBR 8400, adaptado pelo autor (2017).

Sabendo que a velocidade de elevação é de 0,25 m/s obtém-se um valor de 1,15 para o
coeficiente dinâmico (ψ).
Para as solicitações horizontais a norma diz que deve-se considerar os seguintes efeitos:
 A inércia que ocorre durante a aceleração e desaceleração;
 Esforços provocados pela translação do trolley;
 Efeitos de choque.
Conforme a norma NBR8400 para velocidades de translação menores que 0,7 m/s são
desconsiderados os choques com os batentes.
Para se determinar os esforços que ocorrem durante a translação do trolley é usado o valor
da carga de trabalho que é multiplicado pelo coeficiente (𝜉), esse coeficiente é determinado
pelo gráfico da Figura 19.

Figura 19 Coeficiente que determina as reações transversais devidas ao rolamento.

Fonte: Norma ABNT NBR 8400, adaptado pelo autor (2017).

Para usar esse gráfico deve-se fazer o cálculo que relaciona a distância entre os eixos do
trolley com o seu vão, esse cálculo está presente na Equação 8, onde v é o vão e a é a distância
32

entre eixos. O valor do vão é de 196 milímetros esse valor corresponde a soma das duas cotas
N, e o valor do entre eixos é de 305 milímetros representado pela cota E, essas cotas estão
indicadas no desenho técnico do trolley no Anexo A.
𝑣 (8)
𝑎

Resolvendo a Equação 8 tem-se o valor de 0,6426 usando esse valor no gráfico da Figura
19 foi obtido o valor de 0,05 para o coeficiente (𝜉).
Os efeitos de inércia são gerados pela aceleração e desaceleração, para fazer a
determinação desses efeitos devem ser considerados os esforços gerados pelo movimento do
trolley. Para determinar o valor dessas solicitações é levado em conta o tempo de aceleração e
desaceleração do trolley e também é considerado a velocidade de elevação da carga.
Sabendo que a velocidade de elevação é de 0,25 m/s é possível usar a Tabela 5 para
determinar o tempo de aceleração bem como a aceleração.

Tabela 5: Tempos de aceleração e acelerações

Velocidade a atingir Equipamentos de velocidade lenta e média


(m/s) (m/min) Tempos de aceleração (s) Acelerações
2 120 9,1 0,22
1,6 96 8,3 0,19
1 60 6,6 0,15
0,63 37,8 5,2 0,12
0,4 24 4,1 0,098
0,25 15 3,2 0,078
0,16 9,6 2,5 0,064
Fonte: Norma ABNT NBR 8400, adaptado pelo autor (2017).

Para a velocidade de 0,25 tem-se que o tempo de aceleração é de 3,2 segundos e a


aceleração é de 0,078 m/s2. O próximo passo é determinar o período de oscilação da carga,
para isso foi usado a Equação 9 onde l é a altura de elevação, g é a aceleração da gravidade e
T1 é o período de oscilação.

𝑙
𝑇1 = 2𝜋 . √ (9)
𝑔

Com a resolução da Equação 10 foi obtido um período de 5,31 s, calculando o período de


oscilação é possível determinar o coeficiente β, esse coeficiente é a relação entre o tempo de
33

aceleração dividido pelo período de oscilação. A Equação 10 representa essa relação onde Tm
é o tempo de aceleração T1 é o período de oscilação.

𝑇𝑚 (10)
𝛽=
𝑇1

Resolvendo a Equação 11 tem-se um valor de β igual a 0,60. Segundo a norma NBR8400


para equipamentos que possuem um sistema que faz o controle da sua aceleração o valor do
coeficiente 𝜇 é igual a 0 e como o valor de 𝛽 é maior que 0,5 adota-se um valor para ψℎ igual

a 2.
34

5 DIMENSIONAMENTO DA VIGA

Foi escolhido como material para a ponte rolante o aço ASTM A36 que possui um limite
de escoamento (𝜎e) de 250 Mpa, como o equipamento é classificado como caso I o limite de
escoamento deve ser dividido por 1,5. Essa divisão faz com que o limite de escoamento
admissível (𝜎𝑎) seja igual a 166,67 Mpa. Para determinar-se a deflexão máxima (𝛿m) da viga
foi usada a norma NBR 8800 que indica para pórticos e pontes rolantes, que tem uma
capacidade menor que 200 KN, o valor da deflexão de L/600, onde L é o comprimento da viga
da ponte rolante ou pórtico. A deflexão máxima encontrada foi de 8,33 milímetros.
Conforme a NBR 8400 para fazer o dimensionamento da viga de uma ponte rolante deve-
se determinar as cargas máximas que podem ser aplicadas na estrutura sem que o material atinja
o seu limite de escoamento e que a estrutura não sofra flexão. Inicialmente deve-se determinar
as reações geradas pelas rodas do trolley, para isso é determinada a carga máxima que será
aplicada sobre o sistema, a carga em questão é composta pela soma da massa do equipamento
de elevação e a carga máxima que pode ser elevada, essa soma resulta no valor de 5135 kg
ou 50374,35 N. Sabendo que a distância entre as rodas do trolley é de 305 milímetros a
carga é aplicada na metade dessa distância, ou seja, a 152,5 milímetros. A Figura 20 apresenta
o diagrama de corpo livre desse caso onde Ra e Rb são as reações das rodas e W é o valor de
50374,35 N.

Figura 20: Diagrama de corpo livre das reações do trolley.

Fonte: Próprio autor.

Para determinar as reações Ra e Rb foram somadas as forças e os momentos sendo


iguais a zero, como a carga é aplicada no centro do mecanismo, Ra é igual à Rb com isso o
valor das reações é igual a 25187,18 N. Com esse valor é possível determinar o valor do esforço
35

gerado pela translação do trolley, os valores das reações são multiplicados pelo coeficiente 𝜉 (𝜉
=0,05) que foi calculado anteriormente, fazendo essa multiplicação os valores das
reações de translação Rta e Rtb ficam igual a 1259,36 N.
Com os valores das reações foi possível determinar o momento máximo que ocorre na
viga, para isso foi criado o diagrama de corpo livre da viga que está representado na Figura 21.

Figura 21: Diagrama de corpo livre da viga.

Fonte: Próprio autor (2017).

Para determinar o momento máximo foi usada a Equação 11 que leva em consideração
o coeficiente de majoração e o coeficiente dinâmico.

(𝐿−𝐾) (11)
𝑀𝑚áx = 𝑀𝑥 . ψ . Ra . ( )
2

Resolvendo a Equação 11 foi obtido o valor de 67995940,81Nmm para o momento


máximo. Sabendo que o valor do módulo de elasticidade do aço ASTM A36 é de 200 GPa e a
deflexão máxima é de 8,33 milímetros é possível determinar o valor do momento de inércia da
viga pela Equação 12.
(2 . R1 .ψ) . L3 (12)
I=
48 . 𝐸 . 𝛿𝑚

Resolvendo a Equação 12 se tem um valor de 90552649,18 mm4. Com os valores do


momento máximo e do limite de escoamento admissível é possível calcular o módulo estático
mínimo da seção (S), para isso é usado a Equação 13.
36

Mmáx (13)
S= σa

Resolvendo a Equação 13 o resultado de S é de 407967,49 mm3, sabendo os valores do


momento de inércia e do módulo estático é possível fazer a escolha do perfil da viga para isso
foi usado uma tabela que se encontra no Anexo B, foi selecionada a viga com o perfil W360X39.
Foi escolhido esse perfil pois ele atende o requisito de ter o seu módulo elástico e inércia
maiores que os calculados e também entre os perfiz que também atenderam os requisitos ele foi
o que apresentou uma menor massa.
O perfil W360X39 apresenta uma inércia em torno do eixo Y igual a 102x106Nmm, uma
inércia em torno do eixo X igual a 3,75 x106Nmm, uma área igual 4,960mm2, 353mm de altura,
128mm de largura e uma espessura de alma de 6,48mm.

5.1 ANÁLISE DE ESFORÇOS NOS PLANOS X, Y E Z

Sabendo o perfil que será usado na viga da ponte rolante é possível analisar os esforços
que estão ocorrendo nos planos X, Y e Z. Para isso é levado em conta a massa da estrutura, as
solicitações que ocorrem quando a carga é levantada, as solicitações que ocorrem durante a
translação e as forças de inércia. A Figura 22 mostra localização dos planos em relação a viga.

Figura 22: Planos X, Y e Z em relação a viga.

Fonte: Próprio autor (2017).


37

Para o plano Y serão considerados os seguintes esforços:


 Massa do equipamento;
 Força de inércia da viga.
Para determinar a massa da estrutura foi usado o valor de 39 quilogramas por metro esse
valor foi multiplicado pelo comprimento da viga e pela aceleração da gravidade, essa
multiplicação deu um resultado de 1912,95 N para a massa da viga, essa força deve ser aplicada
no meio da viga. A força de inércia gerada pela viga é determinada usando a Equação 14, onde
m é a massa da viga em Newtons e 𝐽𝑚 é a aceleração. O resultado da Equação é de 59,68 N/m
essa força é considerada distribuída em toda a viga.

ψℎ . 𝑚 . Jm . Mx (14)
Fiv= L

Com os valores das solicitações foi feita a análise da viga no plano Z Y, nesse plano foi
considerado a força de inércia que é gerada pela viga, a massa da viga foi somada ao valor da
carga máxima resultando em uma força de 52287,26 N, essa força é considerada
concentrada na metade do comprimento da viga. A Figura 23 mostra o diagrama de corpo
livre da viga nesse plano já com os carregamentos

Figura 23: Diagrama de corpo livre no plano Z Y.

Fonte: Próprio autor (2017).

Sabendo quais são os esforços do plano ZY é possível determinar o maior momento


fletor e a maior força cortante, para a força cortante foi usado a Equação 15 onde W é o valor
da carga distribuída, L é o comprimento da viga e P é a carga concentrada.
38

𝑃 𝑊. 𝐿 (15)
V= 2 + 2

Resolvendo a Equação 16 foi obtido um valor de 26292,83 N, para determinar o valor


do momento máximo foi usada a Equação 16, onde W é o valor da carga distribuída, L é o
comprimento da viga e P é a carga concentrada.

𝑃. 𝐿 𝑊 . 𝐿2 (16)
Mmáx.= +
4 8

Resolvendo a Equação 16 foi obtido o valor de 65359261,47 Nmm para o momento


fletor máximo, sabendo o valor da maior força cortante e do momento fletor máximo, é possível
determinar a tensão de cisalhamento e a tensão normal. Para a tensão normal foi usada a
Equação 17, onde Mmáx é o momento máximo, C é a linha de centro da viga e IY é a inércia em
torno do eixo Y.

𝑀. 𝐶
σY= Iy
(17)

Resolvendo a Equação 17 foi obtido o valor de 113,10 Mpa para a tensão normal. A tensão
de cisalhamento foi determinada usando a Equação 18, onde V é a maior força cortante, Q é
momento estático, Iy é a inércia em Y e T é a espessura da alma da viga.

𝑉. 𝑄
τxy= Iy . T (18)

Resolvendo a Equação 18 foi obtido o valor de 15,76 MPa para a tensão de cisalhamento,
com os valores da tenção de cisalhamento e da tenção normal do plano ZY é possível calcular
a tensão de comparação, o valor da tensão de comparação deve ser menor que a tensão
admissível para que o projeto seja aprovado, para fazer o cálculo da tenção de comparação é
usado a Equação 19. O valor para 𝜎𝑥 foi considerado igual a zero por não existir nenhuma força
que gere essa tensão no ponto onde foi feita a análise.

(19)
σcomp .= √𝜎𝑥2 + 𝜎𝑦2 − 𝜎𝑥 . 𝜎𝑦 + 3 . 𝜏𝑥𝑦
3
39

Resolvendo a Equação 20 obteve-se um valor de 156,64 MPa para a tensão de


comparação para o plano ZY, para determinar as solicitações horizontais foi usada a Equação
20, nela são usadas as reações de translação Rta e Rtb que foram calculadas anteriormente,
como os dois valores são iguais, foi pego um deles e multiplicado por 2, o resultado foi
multiplicado pelo coeficiente de majoração.

𝑆ℎ = 𝑀𝑥 . 2 . 𝑅ta (20)

Resolvendo a Equação 20 foi obtido o valor de 2518,72 N esse carregamento é


considerado na metade do comprimento da viga. A Figura 24 mostra o diagrama de corpo livre
nesse plano.

Figura 24: Diagrama de corpo livre no plano X Y.

Fonte: Próprio autor (2017).

Para o plano X Y foi calculado o maior momento fletor e a maior força cortante, para a
força cortante foi usado a Equação 21, onde P é a carga concentrada.

𝑃 (21)
V=
2

Resolvendo a equação 21 foi obtido um valor de 1259,36 N para o esforço cortante


máximo. Para o momento fletor máximo usando a Equação 22, onde P é a carga e L é o
comprimento da viga, resolvendo a Equação foi obtido o valor de 3148400Nmm.

𝑃. 𝐿 (22)
M=
4
40

Sabendo o valor do momento fletor máximo foi possível calcular a tensão normal, para
isso foi usado a Equação 23, onde M é o momento máximo, C é a linha de centro da viga e I é
a inércia em X, resolvendo a Equação 23 foi obtido o valor de 53,73Mpa.

𝑀. 𝐶
σYX= Ix
(23)

A tensão de cisalhamento foi calculada usando a Equação 24 onde V é a maior força


cortante, Q é o momento estático, IX é a inércia em X e T é a altura da viga.

𝑉. 𝑄
τxy = Ix .T
(24)

Resolvendo a Equação 24 foi obtido um valor de 0,04 MPa para a tensão de cisalhamento,
com o valor da tensão normal e da tensão de cisalhamento foi usada a Equação 25 para obter o
valor da tensão de comparação no plano X Y.

(25)
σcomp .= √𝜎𝑥2 + 𝜎𝑦2 − 𝜎𝑥 . 𝜎𝑦 + 3 . 𝜏𝑌𝑋
3

No plano X Y o valor para 𝜎𝑦 foi considerado igual a zero por não existir nenhuma força
que gere essa tensão no ponto onde foi feita a análise, o valor da tensão de comparação no eixo
X Y é de 53,73 MPa. A Tabela 6 mostra os valores das tensões de comparação nos planos X Y
e Z Y e o valor da tensão admissível, isso faz com que seja possível fazer a comparação entre
as tensões e assim validar ou não o projeto.

Tabela 6: Lista das tenções de comparação e da tensão admissível.


Tensão admissível 166,67 Mpa
Tensão de comparação plano Z Y 156,64 Mpa
Tensão de comparação plano XY 53,73 Mpa

Fonte: Próprio autor (2017).

Observando que as tensões de comparação tiveram valores menores que a tensão


admissível, isso indica que o projeto está aprovado.
41

5.2 MODELAGEM DA VIGA NO SOFTWARE CAD e CAE

Para modelar a geometria da viga foi usado o software SolidWorks 2016, inicialmente foi
feito um esboço do perfil da viga usando as medidas 353mm para altura, 128mm de largura, a
espessura das almas de 10,7mm e uma espessura de alma de 6,48mm. A Figura 25 mostra o
esboço do perfil da viga no software de CAD, as dimensões mostradas pelas cotas estão em
milímetros.

Figura 25: Esboço do perfil da viga W360X39.

Fonte: Próprio autor (2017).

A partir do esboço foi feita a modelagem da viga e foi especificado para o software que
o material da viga é ASTM A36, ao ter-se o modelo eletrônico da viga foi dado início às
simulações. Para realizar a simulação foi usada a plataforma Simulation do SolidWorks 2016,
a simulação foi dividida em etapas onde a primeira delas é preparar o sólido para distribuir os
carregamentos e definir os pontos de fixação. Isso é feito usando o comando linha de divisão,
esse comando permite que a partir de um esboço possa se dividir uma superfície em várias
partes. A Figura 26 mostra a superfície da aba inferior dividida em 3 partes, as duas partes
42

indicadas pela letra A representam onde a viga é fixa nas cabeceiras e a parte indicada pela letra
B é o vão livre que o trolley possui para se mover.

Figura 26: Divisão da aba inferior da viga.

Fonte: Próprio autor (2017).

A segunda etapa é informar ao software os locais e os valores dos carregamentos, no caso


analisado foi considerado que o trolley se encontrava no meio da viga, isso foi feito para que
fossem gerados os maiores valores das tensões. As forças que foram usadas anteriormente para
validar a viga foram usadas nas simulações, o valor da força de inércia foi distribuído em toda
a superfície da aba superior, o valor da carga máxima vertical foi dividido por 4 esse valor
corresponde ao número de rodas do trolley o valor dessa divisão foi aplicado no local de cada
roda e o valor das solicitações horizontais foram divididas por 2 e aplicadas na lateral da viga
onde se localizam as rodas. A Figura 27 apresenta o modelo da viga com as cargas distribuídas
nos seus devidos locais

Figura 27: Viga com as cargas distribuídas.

Fonte: Próprio autor (2017).


43

A terceira etapa é a mais importante, pois corresponde a criação da malha, sendo que
quanto menor e mais refinado for o tamanho da malha maior será o número de cálculos que o
software irá executar. Contudo, uma grande quantidade de cálculos acaba por demandar um
maior tempo de processamento além de exigir um maior poder de processamento do
computador. Existem casos complexos onde é necessário fazer um controle da malha, esse
controle implica em fazer com que determinadas partes da peça que está em análise tenham
uma malha mais refinada do que no restante da peça.
Nessa etapa além de ser possível controlar o tamanho da malha, também pode-se controlar
como são gerados os elementos que compõem a malha, tais elementos podem ser 1D onde são
caracterizados como elementos de viga, 2D onde assumem a característica de uma casca e 3D
onde são elementos sólidos tetraédricos.
A malha foi criada usando o gerador de malha com base em curvatura, esse gerador cria
automaticamente uma malha 3D de elementos sólidos tetraédricos, ao usar o gerador de malha
com base em curvatura não se tem a necessidade de se fazer o controle da malha pois o mesmo
já se encarrega de refinar a malha nos locais onde se é necessário.
Como a viga possui uma geometria relativamente simples não foi necessário fazer
modificações na malha que o software gerou. Caso fossem feitas grandes modificações na
malha isso iria gerar distorções nos resultados fazendo com que os valores das tensões ficassem
muito elevados e incoerentes com os cálculos analíticos, também poderia ocorrer a geração de
pontos de tensões máximas onde antes os valores das tensões eram baixos. Ao concluir as três
etapas do processo de modelagem da viga chega-se ao caso de estudo, a Figura 28 mostra o
caso que foi gerado.

Figura 28: Caso para estudo

Fonte: Próprio autor (2017).

Para analisar o resultado da simulação foi usado o conceito de que o ponto onde ocorre a
tensão máxima deve ser na metade do comprimento da viga, ao realizar-se a simulação do caso
notou-se que o resultado da simulação estava errado, pois o caso apresentou pontos de tensão
máxima nos locais onde havia sido feito a sua fixação. Esse erro ocorreu por que foi informado
44

ao software que as duas extremidades estavam fixas isso fez com que a viga não conseguisse
flexionar da maneira correta, sendo assim essas tensões geradas não são corretas. A Figura 29
mostra em (a) o comportamento da viga quando carregada, e em (b) mostra o ponto onde
ocorreu a máxima tensão.

Figura 29: Simulação da viga, em (a) deformação da viga, (b) ponto de maior tensão.
(a)

(b)

Fonte: Próprio autor (2017).

Com esse resultado insatisfatório o caso foi considerado inválido então foi criado um
segundo caso, nesse segundo caso foi feito uma condição de contorno para que quando fosse
feita a simulação a viga possa flexionar da maneira correta assim gerando os pontos de tensão
máxima nos locais certos. Essa condição de contorno consistiu em criar duas chapas metálicas
45

com o mesmo material da viga, as chapas utilizadas possuem 1000mm de comprimento, 128mm
de largura e 20 mm de espessura.
Estas chapas foram fixadas nas laterais da viga, criando assim um conjunto. Foi
informado ao software que a parte superior da chapa é a parte fixa do conjunto, fazendo isso
quando a viga fosse carregada a chapa deixaria a viga se deslocar da maneira correta. Assim,
criando a flexão e as tensões geradas nos pontos corretos, a Figura 30 mostra em (a) a vista
frontal do conjunto da viga com as duas chapas, e em (b) o ponto foi escolhido para fazer a
fixação do conjunto.

Figura 30: Em (a) vista frontal do caso 2 e em (b) ponto de fixação do caso 2.

Fonte: Próprio autor (2017).

Com o caso 2 pronto foi realizada a simulação, como resultado foi obtido um valor para
a tensão máxima de 154 MPa, esse valor se encontra na metade do comprimento da viga o que
faz com que o caso 2 seja considerado válido para o estudo. Assim podendo comparar o seu
resultado com os cálculos analíticos que foram feitos para dimensionar a viga e o caso também
pode ser comparado a outra simulação. A Figura 31 indica em (a) o comportamento da viga, e
em (b) local onde ocorreu o ponto com a maior tensão.
46

Figura 31: Em (a) viga do caso 2 em flexão e em (b) ponto máximo de tensão.
(a)

(b)

Fonte: Próprio autor (2017).

Além do caso 2 foi criado um terceiro caso que ao invés de usar duas chapas nas laterais
ele apresenta quatro perfis “c” que estão fixados na parte inferior da viga. Esses perfis têm como
função imitar o comportamento das cabeceiras onde a viga da ponte rolante fica presa. Usando
esses perfis “c” o caso 3 é o que mais possui semelhança a uma ponte rolante real, a Figura 32
mostra a vista frontal do caso 3.
47

Figura 32: Caso 3 formado pela viga e as cabeceiras.

Fonte: Próprio autor (2017).

Com o caso 3 pronto foi realizada a simulação, onde obteve-se um resultado de 150 MPa
para a tensão máxima, esse valor se encontra na metade do comprimento da viga o que faz com
que o caso 3 também seja considerado válido para o estudo. A Figura 33 indica em (a) o
comportamento do caso 3, e em (b) local onde ocorreu o ponto com a maior tensão.

Figura 33: Em (a) mostra o comportamento do caso 3 e em (b) o ponto de maior tensão.
(a)

(b)

Fonte: Próprio autor (2017).


48

Após o término das simulações foi possível fazer uma comparação entre a tensão
admissível do projeto, a tensão máxima que foi calculada e as tensões dos casos 2 e 3. A Tabela
7 mostra a tensão admissível, a máxima calculada e as tensões das simulações.

Tabela 7: Comparativo entre as tensões.


Tensão admissível. 166,67 Mpa
Tensão máxima calculada. 156,64 MPa
Tensão máxima do caso 2. 154 MPa
Tensão máxima do caso 3. 150 Mpa
Fonte: Próprio autor (2017).

Baseando-se na Tabela 7 foi criado uma comparação entre a tensão máxima calculada e
as tensões das simulações, essa comparação é mostrada na Tabela 8 em forma de percentual.

Tabela 8: Percentual de variação das tensões.


Tensão. Valor da variação em relação a tensão
máxima calculada.
Tensão máxima do caso 2. 1,69%
Tensão máxima do caso 3. 4,24%
Fonte: Próprio autor (2017).

Ao comparar a variação percentual observou-se que o caso 2 foi o que mais se assemelhou
dos cálculos, já o caso 3 teve uma variação maior na comparação. Porém, o caso 3 é o que mais
possui semelhança a uma ponte rolante. Pois o caso 3 é formado pela viga principal e por duas
cabeceiras, esse caso é o que mais se assemelha a um projeto de uma ponte rolante, então foi
encolhido o caso 3 como sendo o que obteve mais êxito.
49

6 CONCLUSÃO
No decorrer desse estudo pode-se observar que a ponte rolante desempenha um papel
muito importante para a indústria, fazendo a elevação e transporte de cargas. Para realizar esse
trabalho usou-se a norma NBR 8400 pois, ela mostra uma metodologia para que o engenheiro
possa se guiar para fazer o dimensionamento correto de equipamentos de elevação de carga.
Em relação aos objetivos, pode-se afirmar que foram alcançados, pois foi feito o
dimensionamento da estrutura de forma analítica, a partir dos resultados analíticos foi criado a
maquete eletrônica da viga da ponte rolante no software de CAD SolidWorks. Usando essa
maquete foram criados três diferentes casos, eles foram simulados na plataforma Simulation do
software SolidWorks 2016 e dois desses casos foram validados.
Foi feita a comparação de resultados entre o método analítico e o resultado das duas
simulações, entre os dois casos foi escolhido o caso três como sendo o mais correto. Pois o
resultado da sua simulação se aproximou do resultado dos cálculos analíticos, ele é o caso que
apresenta uma maior semelhança a uma ponte rolante.
50

7 REFEÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas


de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Brasil, ABNT. 2008

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR8400: Cálculo de


equipamento para levantamento e movimentação de cargas. Rio de Janeiro. 1984.

BEER, F. P.; JOHNSTON. E. R. JR. Mecânica Vetorial Para Engenheiros ESTÁTICA. 3 ed.
São Paulo: McGraw Hill. 1980.

CLIMBER, Pontes Rolantes. Disponível em:<http://www.climber.com.br/produtos/pontes-


rolantes> Acesso em 17 de setembro de 2016.

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http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/37/ponte-ro> Acesso em 20 de
setembro de 2016.

NASSAR, Wilson. Apostila de Máquinas de Elevação e Transporte. Universidade de Santa


Cecília. 2004.

PASSOS, Lucas. Apostila: Técnicas de instalação, operação, manutenção testes e inspeção:


pontes rolantes, guindastes giratórios e acessórios de movimentação de cargas. Make
Engenharia, Acessoria e Desenvolvimento. 2011.

POPOV, E. P. Introdução a Mecânica dos Sólidos. 1 ed. São Paulo: EDGARD BLÜTCHER
LTDA, 1978.

NORTON, Robert L. Projeto de máquinas. Porto Alegre: Bookman, Tradutor: Konstantinos


Dimitriou Stavropoulos ... et al. 2013

RUDENKO, N. Máquinas de Elevação e Transporte. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, Editora S.A. Tradutor: João Plaza. 1976.

SMITH, P. Neto. Fundamentos para o Projeto de Componentes de Máquina. Belo


Horizonte: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2005.

SOUBE, Gustavo. Modelagem paramétrica de pórticos rolantes: estabilidade estrutural e


otimização. São Paulo. 2005

TAMASAUSKA, Arthur. Metodologia do Projeto Básico de Equipamentos de Manuseio e


Transporte de Carga – Ponte Rolante – Aplicação não siderúrgica. 125p. Dissertação
apresentada e escola politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de mestre
em engenharia mecânica. São Paulo, 2000.
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ANEXO A – DESENHO TÉCNICO DO SISTEMA DE ELEVAÇÃO.

Valores A B C D E F H J K
das 857 271 289 140 305 122 68 191 165

cotas L M N P T U V W Y
16 0 98 11 360 1905 57 41 283
em mm
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ANEXO B – TABELA DE VIGAS.

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