Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Panambi/RS
2017
JOÃO PAULO WESELOVSKI DA SILVA
Panambi
2017
AGRADECIMENTOS
Agradeço inicialmente a DEUS e aos Orixás, por tantas oportunidades, por estarem
sempre ao meu lado.
A toda minha família, que sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos.
The present work aims to demonstrate the dimensioning of the main beam of an univiga
crane for application in the industry, to do the sizing was used as basis the standard NBR 8400.
Being that the standard establishes the criteria for the dimensioning of equipment for transport
and elevation of load, analytical calculations were made to make the sizing of the beam. After
the sizing, the commercial profile W360x39 was selected for the main girder of the crane.
Knowing the beam profile, SolidWorks software was used to create the three-dimensional beam
design, and this project was able to perform a finite element analysis using the Simulation
platform of the SolidWorks software, the result of the analysis was compared with the analytical
calculations.
LISTA DE FIGURAS
Figura 33: Em (a) mostra o comportamento do caso 3 e em (b) o ponto de maior tensão. ...... 47
13
LISTA DE TABELAS
m Metros
mm Milímetros
σ Tensão normal
τ Tensão cisalhante
g Força gravitacional
P Força concentrada
t Espessura
Q Momento estático
ɛ Deformação específica
L Comprimento
M Momento fletor
N Newton
15
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11
2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 12
4 METODOLOGIA........................................................................................................... 28
6 CONCLUSÃO................................................................................................................. 49
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
Para conseguir atender o objetivo geral o mesmo foi dividido em vários itens específicos,
que estão listados a seguir:
1. Fazer o projeto da estrutura da ponte rolante usando o software de CAD SolidWorks.
2. Definir quais são os esforços que ocorrem e quais tem maior relevância para o
dimensionamento.
3. Fazer o dimensionamento usando os métodos analíticos que foram aprendidos nas
disciplinas cursadas.
4. Fazer uma simulação de esforços usando o módulo Simulation do software SolidWorks.
5. Fazer uma comparação dos resultados obtidos com os métodos analíticos e com o método
numérico.
13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O tipo de ponte rolante depende de qual será a sua aplicação, pois ela pode ter variações
no seu trilho e na quantidade de vigas principais. No caso do trilho a ponte rolante pode ser
suspensa ou apoiada, a ponte suspensa tem o seu caminho fixado ao teto do edifício a viga
principal se desloca por baixo do trilho, ou seja, ela translada sobre a aba inferior de uma viga.
Usando esse modelo tem-se um aproveitamento maior da viga principal, pois, permite que o
sistema responsável pelo içamento da carga possa se deslocar até os pontos de fixação da viga
principal, a Figura 1 apresenta uma ponte rolante univiga suspensa.
Já a ponte rolante apoiada tem o seu deslocamento sobre trilhos que estão fixados nas
colunas do prédio, esse modelo de ponte rolante é o que apresenta um maior uso por ser muito
versátil. Tal modelo de ponte pode ser instalado em locais com pouca altura e o vão livre pode
atingir o comprimento de até 30 metros, a Figura 2 apresenta uma ponte rolante univiga apoiada
sobre trilhos.
14
Quanto ao número de vigas principais a ponte rolante pode ser univiga, ou seja, apresentar
uma única viga principal ou pode ser biviga, ter duas vigas principais. A ponte rolante univiga
possui como sua principal característica um trolley que translada sobre a viga e faz o içamento
da carga, as pontes rolantes univiga geralmente são usadas para elevar cargas com um peso
baixo. A Figura 3 apresenta uma ponte univiga com uma carga de 3,2 toneladas.
A ponte rolante biviga possui duas vigas principais, esse modelo apresenta uma estrutura
muito mais robusta em comparação com uma ponte univiga. Essa robustez é necessária pois o
modelo de ponte biviga é usado para elevar cargas com um peso elevado.
15
Uma característica do modelo de ponte biviga é o seu sistema de içamento da carga que
translada sobre a parte superior das vigas, a Figura 4 mostra uma ponte rolante biviga com uma
capacidade de carga máxima de 32 toneladas.
É um dos elementos mais importantes da ponte, pois nela é fixado o carro com a talha, além
disso, ela que faz a movimentação da carga de um lado para outro. O perfil para fazer a viga
principal varia de acordo com o projeto, podem ser usadas vigas com o perfil “I” ou vigas tipo
“caixão” soldadas. A Figura 5 mostra uma ponte rolante que usa em sua viga principal um perfil
“I”.
Figura 5: Ponte rolante univiga
3.2.2 Cabeceiras
As cabeceiras são encontradas nas extremidades da viga principal, possuem como função
fazer o movimento de translação da viga. Elas são formadas por um conjunto de rodas, caixas
de engrenagem e os motores elétricos que permitem a ponte ter o movimento de translação
sobre os trilhos.
A Figura 6 mostra o conjunto formado pela cabeceira, as rodas, as caixas de engrenagem
e os motores elétricos.
O carro guincho realiza o seu deslocamento sobre a viga principal da ponte rolante, nele
também é fixado o sistema que faz a elevação da carga (talha). Ele é composto por rodas, caixas
de engrenagem e os motores elétricos, se for o caso de a viga principal da ponte rolante ser uma
univiga o carro guincho é substituído por um trolley.
A Figura 7 mostra um carro guincho e alguns de seus componentes, esse carro guincho é
usado em uma ponte com dupla viga.
17
3.2.4 Trolley
O trolley é montado diretamente sob a viga principal, geralmente, de pontes rolantes que
são univiga, o trolley apresenta um motor elétrico e uma caixa de engrenagens que são
responsáveis pelo seu movimento. A Figura 8 mostra um trolley usado em pontes rolantes
univiga.
Figura 8: Trolley usado para a movimentação de cargas.
3.2.5 Talha
A talha é responsável por fazer a elevação da carga, normalmente usa um motor elétrico,
no eixo do motor é enrolado um cabo de aço. A talha pode ser montada em um carro que se
18
desloca sobre as vigas principais ou ela pode ser montada diretamente sobre a viga principal
usando um trolley.
A Figura 9 mostra uma talha que é responsável por fazer o içamento da carga, ela é
montada em um trolley.
Existem vários tipos de pontes rolantes, sendo que cada uma apresenta características
próprias. No presente trabalho será estudada uma ponte rolante univiga.
A ponte rolante univiga apresenta somente uma única viga principal em sua estrutura,
sendo que essa viga principal pode ser feita de um perfil “I” ou uma viga caixão soldada,
geralmente essa viga apresenta um trolley para fazer a movimentação da carga. A Figura 11
mostra uma ponte rolante univiga.
Segundo Hibbeler (2009) tensão normal é o valor resultante da força que é aplicada sobre
uma determinada área, a tensão normal é calculada pela Equação 1.
𝐹 (1)
𝜎=
𝐴
Onde 𝜎(sigma) é a tensão, F é a força aplicada e A é a área onde está aplicada a força. A
Figura 12 mostra um corpo que está submetido a tensão normal.
20
Conforme Hibbeler (2009) um corpo pode sofrer deformação devido a aplicação de uma
força então, o volume do corpo se deforma de uma maneira não uniforme isso quer dizer que a
sua geometria vai mudando ao longo de seu comprimento.
Para se conseguir a deformação específica nominal é necessário calcular a elongação
usando a Equação 2, onde 𝜀 é a deformação especifica, 𝛿 é a elongação e L é o comprimento
inicial do corpo.
𝛿 (2)
𝜀=
𝐿
Conforme Popov (1978) a tensão de cisalhamento é gerada por uma força que é aplicada
no sentido transversal ao corpo, ela pode ser calculada pela relação da força aplicada pela área
que está sujeita ao cisalhamento. A Figura 13 apresenta um corpo que está sobre cisalhamento
puro.
21
𝑉 (3)
𝜏𝑚é𝑑 =
𝐴
Para se calcular a tensão de cisalhamento de peças que estão submetidas a flexão é usada
outra equação, pois o que provoca o cisalhamento na peça é o momento fletor gerado pela força.
Então é usada a Equação 4 para calcular o cisalhamento gerado onde F é a força aplicada, I a
inércia equivalente a geometria da peça, t é a distância do centro da peça até a sua extremidade
e Q é o momento estático.
𝐹 .𝑄 (3)
𝜏𝑥𝑦 =
𝐼 .𝑡
A Figura 14 mostra a variação da tensão de cisalhamento em um corpo que está sobre
flexão, pode ser observado que a extremidade superior e inferior o valor da tensão de
cisalhamento é zero já no centro do corpo o valor da tensão de cisalhamento é máximo.
22
Segundo Hibbeler (2009) a flambagem ocorre quando se tem um carregamento axial que
gera compressão na peça, geralmente a flambagem ocorre em peças com seção transversal
pequena em relação ao seu comprimento, normalmente essas peças tendem a falhar sem terem
atingido a sua tensão de escoamento. Para determinar se a peça sofre flambagem, deve ser feito
o cálculo da carga axial máxima, esse cálculo é feito usando a Equação 4 onde 𝑃𝑐𝑟 é a carga
máxima que pode ser aplicada sem que ocorra a flambagem, onde E é o módulo de elasticidade
para o material, I é o momento de inércia para a área da seção transversal da coluna e L é o
comprimento da coluna. A Figura 15 traz um corpo que tem um carregamento axial e esse
carregamento está gerando flambagem.
𝜋 2 . 𝐸. 𝐼 (4)
𝑃𝑐𝑟 =
𝐿2
Segundo Arivabene (1994) o esforço de flexão acontece quando as cargas que estão
atuando sobre o corpo geram um momento fletor. Para se determinar a tensão de flexão deve-
se pegar o maior valor do momento fletor e multiplicá-lo pelo valor da distância do ponto neutro
do corpo até a extremidade mais afastada do ponto neutro, o valor dessa multiplicação é
dividido pelo momento de inércia polar. A Equação 5 traz o cálculo da tensão de flexão onde 𝜎
é a tensão, M é o maior momento fletor, C é a distância da linha neutra até a extremidade mais
afastada e I é o momento de inércia.
𝑀. 𝐶 (5)
𝜎=
𝐼
A Figura 16 apresenta uma viga que está engasta em uma das suas extremidades e na
outra tem uma força sendo aplicada, então essa força gera uma tensão de flexão.
Beer (1980) traz que a tensão de torção ocorre quando um eixo está submetido a um
torque, a secção permanece plana, porém as linhas radiais giram-se, isso provoca uma tensão
de cisalhamento no interior do eixo, o maior valor para essa tensão é obtido na superfície do
diâmetro externo já o menor valor é no centro do eixo onde a tensão é nula. Para se calcular
essa tensão é usado a Equação 6, onde “τ” é a tensão de cisalhamento, T é o torque que está
sendo aplicado sobre a peça, C é a distância do centro da peça até o ponto em que se deseja
obter a tensão e J é a inércia polar.
𝑇. 𝐶 (6)
𝜏=
𝐽
24
A Figura 17 mostra um eixo que está sobre a ação de um torque, esse torque está gerando
uma tensão de torção ao longo do eixo.
Uma das características que é importante saber para se realizar um projeto adequado é o
quanto um material resiste a um carregamento sem falhar, para isso existem as teorias de falha.
Para usar uma teoria de falha é necessário saber o comportamento do material, pois o
comportamento pode variar conforme as condições do ambiente e como está sendo feito o
carregamento. Uma das teorias de falhas que são usadas é a tensão equivalente de Von Mises
Conforme Norton (2013) a tensão equivalente de Von Mises é a usada em situações onde
se tem a combinação de tensões normais com tensões de cisalhamento, assim a tensão de Von
Mises é usada para fazer a combinação de todas as tensões que estão ocorrendo no ponto que
está sendo analisado. Ou seja, a tensão de Von Mises é a tensão de tração uniaxial que consegue
gerar a mesma energia de distorção que é criada pela combinação de todas as tensões que estão
sendo aplicadas ao corpo, ao aplicar esse método é possível combinar casos em que o corpo
está sobre tensões multiaxiais com tensões de cisalhamento e analisá-las como se o corpo
estivesse somente em um estado de tração.
Segundo Hibbeler (2009) a teoria de Von Mises é a teoria que mostra resultados mais
precisos quando comparada ao critério de escoamento de Tresca, pois a mesma apresenta um
resultado que é 15 % mais preciso em termos de tensão de cisalhamento.
A norma usa dois critérios para determinar em qual grupo o equipamento pertence, que
são a classe de utilização e o estado da carga.
28
4 METODOLOGIA
A norma usa dois critérios para determinar em qual grupo o equipamento pertence, que
são a classe de utilização e o estado da carga.
A classe de utilização indica a frequência com que o equipamento é usado, essa
frequência é a uma estimativa da quantidade de ciclos que o equipamento pode realizar durante
a sua vida útil. A Tabela 1 mostra os quatro tipos de classes e as características de cada classe.
Já o estado da carga indica qual é o carregamento máximo que o equipamento irá realizar
em cada ciclo de trabalho, o estado da carga pode variar de muito leve, onde o equipamento irá
levantar somente uma pequena fração do peso máximo, até um estado pesado onde o
equipamento estará sempre levantando a carga máxima. A Tabela 2 mostra os tipos de estado
da carga e qual é a fração de carga correspondente.
Conforme a norma NBR 8400 para se fazer a classificação do equipamento segundo a sua
utilização deve ser feito o cálculo do número convencional de ciclos de levantamento (𝑁𝑥),
para fazer esse cálculo utiliza-se a Equação 7, onde 𝑇𝑑 é a duração teórica de utilização e 𝑇𝑠 é
o tempo médio de duração do ciclo.
𝑇𝑑 (7)
𝑁𝑥=3600 .
𝑇𝑠
Para determinar o valor de Td foi usada a Tabela 3, onde ela relaciona o tempo de trabalho
por dia do equipamento com o valor de duração total teórica de utilização, como o tempo de
trabalho é de 8 horas por dia a ponte rolante foi classificada como V3 então o valor de Td é de
12500.
30
Com a resolução da Equação 7 foi obtido o valor de 21428,57, esse valor foi comparado
com os valores existentes na Tabela 1 então foi obtido a classificação da ponte rolante
pertencendo a classe A. Ainda a norma NBR 8400 diz que se deve identificar o tipo de serviço
que o equipamento executará, existe três tipos de serviço:
Caso I – serviço normal sem vento;
Caso II – serviço normal com vento limite de serviço;
Caso III – solicitações excepcionais.
Para o caso que está sendo analisado, a ponte rolante trabalha no interior de um edifício,
então configura-se como Caso I – serviço normal sem vento, a norma NBR8400 prevê que seja
determinado o coeficiente de majoração, esse coeficiente serve para evitar erros no
dimensionamento da estrutura. Para a ponte rolante que está sendo estudada o valor do
coeficiente de majoração (𝑀𝑥) = 1.
Conforme a norma NBR 8400 a estrutura da viga da ponte rolante está sujeita aos
seguintes esforços:
Esforços estáticos que ocorrem quando a estrutura está carregada e não se encontra em
movimento;
Esforços verticais que ocorrem devido o içamento da carga;
Esforços horizontais que ocorrem quando o equipamento executa o seu movimento de
translação.
Para os esforços estáticos são considerados o peso dos componentes do equipamento
como, por exemplo, o peso do trolley. O peso desses equipamentos é somado à carga de
serviço e então o resultado dessa soma é colocado na posição onde estão as maiores tensões
sobre o equipamento.
31
Sabendo que a velocidade de elevação é de 0,25 m/s obtém-se um valor de 1,15 para o
coeficiente dinâmico (ψ).
Para as solicitações horizontais a norma diz que deve-se considerar os seguintes efeitos:
A inércia que ocorre durante a aceleração e desaceleração;
Esforços provocados pela translação do trolley;
Efeitos de choque.
Conforme a norma NBR8400 para velocidades de translação menores que 0,7 m/s são
desconsiderados os choques com os batentes.
Para se determinar os esforços que ocorrem durante a translação do trolley é usado o valor
da carga de trabalho que é multiplicado pelo coeficiente (𝜉), esse coeficiente é determinado
pelo gráfico da Figura 19.
Para usar esse gráfico deve-se fazer o cálculo que relaciona a distância entre os eixos do
trolley com o seu vão, esse cálculo está presente na Equação 8, onde v é o vão e a é a distância
32
entre eixos. O valor do vão é de 196 milímetros esse valor corresponde a soma das duas cotas
N, e o valor do entre eixos é de 305 milímetros representado pela cota E, essas cotas estão
indicadas no desenho técnico do trolley no Anexo A.
𝑣 (8)
𝑎
Resolvendo a Equação 8 tem-se o valor de 0,6426 usando esse valor no gráfico da Figura
19 foi obtido o valor de 0,05 para o coeficiente (𝜉).
Os efeitos de inércia são gerados pela aceleração e desaceleração, para fazer a
determinação desses efeitos devem ser considerados os esforços gerados pelo movimento do
trolley. Para determinar o valor dessas solicitações é levado em conta o tempo de aceleração e
desaceleração do trolley e também é considerado a velocidade de elevação da carga.
Sabendo que a velocidade de elevação é de 0,25 m/s é possível usar a Tabela 5 para
determinar o tempo de aceleração bem como a aceleração.
𝑙
𝑇1 = 2𝜋 . √ (9)
𝑔
aceleração dividido pelo período de oscilação. A Equação 10 representa essa relação onde Tm
é o tempo de aceleração T1 é o período de oscilação.
𝑇𝑚 (10)
𝛽=
𝑇1
a 2.
34
5 DIMENSIONAMENTO DA VIGA
Foi escolhido como material para a ponte rolante o aço ASTM A36 que possui um limite
de escoamento (𝜎e) de 250 Mpa, como o equipamento é classificado como caso I o limite de
escoamento deve ser dividido por 1,5. Essa divisão faz com que o limite de escoamento
admissível (𝜎𝑎) seja igual a 166,67 Mpa. Para determinar-se a deflexão máxima (𝛿m) da viga
foi usada a norma NBR 8800 que indica para pórticos e pontes rolantes, que tem uma
capacidade menor que 200 KN, o valor da deflexão de L/600, onde L é o comprimento da viga
da ponte rolante ou pórtico. A deflexão máxima encontrada foi de 8,33 milímetros.
Conforme a NBR 8400 para fazer o dimensionamento da viga de uma ponte rolante deve-
se determinar as cargas máximas que podem ser aplicadas na estrutura sem que o material atinja
o seu limite de escoamento e que a estrutura não sofra flexão. Inicialmente deve-se determinar
as reações geradas pelas rodas do trolley, para isso é determinada a carga máxima que será
aplicada sobre o sistema, a carga em questão é composta pela soma da massa do equipamento
de elevação e a carga máxima que pode ser elevada, essa soma resulta no valor de 5135 kg
ou 50374,35 N. Sabendo que a distância entre as rodas do trolley é de 305 milímetros a
carga é aplicada na metade dessa distância, ou seja, a 152,5 milímetros. A Figura 20 apresenta
o diagrama de corpo livre desse caso onde Ra e Rb são as reações das rodas e W é o valor de
50374,35 N.
gerado pela translação do trolley, os valores das reações são multiplicados pelo coeficiente 𝜉 (𝜉
=0,05) que foi calculado anteriormente, fazendo essa multiplicação os valores das
reações de translação Rta e Rtb ficam igual a 1259,36 N.
Com os valores das reações foi possível determinar o momento máximo que ocorre na
viga, para isso foi criado o diagrama de corpo livre da viga que está representado na Figura 21.
Para determinar o momento máximo foi usada a Equação 11 que leva em consideração
o coeficiente de majoração e o coeficiente dinâmico.
(𝐿−𝐾) (11)
𝑀𝑚áx = 𝑀𝑥 . ψ . Ra . ( )
2
Mmáx (13)
S= σa
Sabendo o perfil que será usado na viga da ponte rolante é possível analisar os esforços
que estão ocorrendo nos planos X, Y e Z. Para isso é levado em conta a massa da estrutura, as
solicitações que ocorrem quando a carga é levantada, as solicitações que ocorrem durante a
translação e as forças de inércia. A Figura 22 mostra localização dos planos em relação a viga.
ψℎ . 𝑚 . Jm . Mx (14)
Fiv= L
Com os valores das solicitações foi feita a análise da viga no plano Z Y, nesse plano foi
considerado a força de inércia que é gerada pela viga, a massa da viga foi somada ao valor da
carga máxima resultando em uma força de 52287,26 N, essa força é considerada
concentrada na metade do comprimento da viga. A Figura 23 mostra o diagrama de corpo
livre da viga nesse plano já com os carregamentos
𝑃 𝑊. 𝐿 (15)
V= 2 + 2
𝑃. 𝐿 𝑊 . 𝐿2 (16)
Mmáx.= +
4 8
𝑀. 𝐶
σY= Iy
(17)
Resolvendo a Equação 17 foi obtido o valor de 113,10 Mpa para a tensão normal. A tensão
de cisalhamento foi determinada usando a Equação 18, onde V é a maior força cortante, Q é
momento estático, Iy é a inércia em Y e T é a espessura da alma da viga.
𝑉. 𝑄
τxy= Iy . T (18)
Resolvendo a Equação 18 foi obtido o valor de 15,76 MPa para a tensão de cisalhamento,
com os valores da tenção de cisalhamento e da tenção normal do plano ZY é possível calcular
a tensão de comparação, o valor da tensão de comparação deve ser menor que a tensão
admissível para que o projeto seja aprovado, para fazer o cálculo da tenção de comparação é
usado a Equação 19. O valor para 𝜎𝑥 foi considerado igual a zero por não existir nenhuma força
que gere essa tensão no ponto onde foi feita a análise.
(19)
σcomp .= √𝜎𝑥2 + 𝜎𝑦2 − 𝜎𝑥 . 𝜎𝑦 + 3 . 𝜏𝑥𝑦
3
39
𝑆ℎ = 𝑀𝑥 . 2 . 𝑅ta (20)
Para o plano X Y foi calculado o maior momento fletor e a maior força cortante, para a
força cortante foi usado a Equação 21, onde P é a carga concentrada.
𝑃 (21)
V=
2
𝑃. 𝐿 (22)
M=
4
40
Sabendo o valor do momento fletor máximo foi possível calcular a tensão normal, para
isso foi usado a Equação 23, onde M é o momento máximo, C é a linha de centro da viga e I é
a inércia em X, resolvendo a Equação 23 foi obtido o valor de 53,73Mpa.
𝑀. 𝐶
σYX= Ix
(23)
𝑉. 𝑄
τxy = Ix .T
(24)
Resolvendo a Equação 24 foi obtido um valor de 0,04 MPa para a tensão de cisalhamento,
com o valor da tensão normal e da tensão de cisalhamento foi usada a Equação 25 para obter o
valor da tensão de comparação no plano X Y.
(25)
σcomp .= √𝜎𝑥2 + 𝜎𝑦2 − 𝜎𝑥 . 𝜎𝑦 + 3 . 𝜏𝑌𝑋
3
No plano X Y o valor para 𝜎𝑦 foi considerado igual a zero por não existir nenhuma força
que gere essa tensão no ponto onde foi feita a análise, o valor da tensão de comparação no eixo
X Y é de 53,73 MPa. A Tabela 6 mostra os valores das tensões de comparação nos planos X Y
e Z Y e o valor da tensão admissível, isso faz com que seja possível fazer a comparação entre
as tensões e assim validar ou não o projeto.
Para modelar a geometria da viga foi usado o software SolidWorks 2016, inicialmente foi
feito um esboço do perfil da viga usando as medidas 353mm para altura, 128mm de largura, a
espessura das almas de 10,7mm e uma espessura de alma de 6,48mm. A Figura 25 mostra o
esboço do perfil da viga no software de CAD, as dimensões mostradas pelas cotas estão em
milímetros.
A partir do esboço foi feita a modelagem da viga e foi especificado para o software que
o material da viga é ASTM A36, ao ter-se o modelo eletrônico da viga foi dado início às
simulações. Para realizar a simulação foi usada a plataforma Simulation do SolidWorks 2016,
a simulação foi dividida em etapas onde a primeira delas é preparar o sólido para distribuir os
carregamentos e definir os pontos de fixação. Isso é feito usando o comando linha de divisão,
esse comando permite que a partir de um esboço possa se dividir uma superfície em várias
partes. A Figura 26 mostra a superfície da aba inferior dividida em 3 partes, as duas partes
42
indicadas pela letra A representam onde a viga é fixa nas cabeceiras e a parte indicada pela letra
B é o vão livre que o trolley possui para se mover.
A terceira etapa é a mais importante, pois corresponde a criação da malha, sendo que
quanto menor e mais refinado for o tamanho da malha maior será o número de cálculos que o
software irá executar. Contudo, uma grande quantidade de cálculos acaba por demandar um
maior tempo de processamento além de exigir um maior poder de processamento do
computador. Existem casos complexos onde é necessário fazer um controle da malha, esse
controle implica em fazer com que determinadas partes da peça que está em análise tenham
uma malha mais refinada do que no restante da peça.
Nessa etapa além de ser possível controlar o tamanho da malha, também pode-se controlar
como são gerados os elementos que compõem a malha, tais elementos podem ser 1D onde são
caracterizados como elementos de viga, 2D onde assumem a característica de uma casca e 3D
onde são elementos sólidos tetraédricos.
A malha foi criada usando o gerador de malha com base em curvatura, esse gerador cria
automaticamente uma malha 3D de elementos sólidos tetraédricos, ao usar o gerador de malha
com base em curvatura não se tem a necessidade de se fazer o controle da malha pois o mesmo
já se encarrega de refinar a malha nos locais onde se é necessário.
Como a viga possui uma geometria relativamente simples não foi necessário fazer
modificações na malha que o software gerou. Caso fossem feitas grandes modificações na
malha isso iria gerar distorções nos resultados fazendo com que os valores das tensões ficassem
muito elevados e incoerentes com os cálculos analíticos, também poderia ocorrer a geração de
pontos de tensões máximas onde antes os valores das tensões eram baixos. Ao concluir as três
etapas do processo de modelagem da viga chega-se ao caso de estudo, a Figura 28 mostra o
caso que foi gerado.
Para analisar o resultado da simulação foi usado o conceito de que o ponto onde ocorre a
tensão máxima deve ser na metade do comprimento da viga, ao realizar-se a simulação do caso
notou-se que o resultado da simulação estava errado, pois o caso apresentou pontos de tensão
máxima nos locais onde havia sido feito a sua fixação. Esse erro ocorreu por que foi informado
44
ao software que as duas extremidades estavam fixas isso fez com que a viga não conseguisse
flexionar da maneira correta, sendo assim essas tensões geradas não são corretas. A Figura 29
mostra em (a) o comportamento da viga quando carregada, e em (b) mostra o ponto onde
ocorreu a máxima tensão.
Figura 29: Simulação da viga, em (a) deformação da viga, (b) ponto de maior tensão.
(a)
(b)
Com esse resultado insatisfatório o caso foi considerado inválido então foi criado um
segundo caso, nesse segundo caso foi feito uma condição de contorno para que quando fosse
feita a simulação a viga possa flexionar da maneira correta assim gerando os pontos de tensão
máxima nos locais certos. Essa condição de contorno consistiu em criar duas chapas metálicas
45
com o mesmo material da viga, as chapas utilizadas possuem 1000mm de comprimento, 128mm
de largura e 20 mm de espessura.
Estas chapas foram fixadas nas laterais da viga, criando assim um conjunto. Foi
informado ao software que a parte superior da chapa é a parte fixa do conjunto, fazendo isso
quando a viga fosse carregada a chapa deixaria a viga se deslocar da maneira correta. Assim,
criando a flexão e as tensões geradas nos pontos corretos, a Figura 30 mostra em (a) a vista
frontal do conjunto da viga com as duas chapas, e em (b) o ponto foi escolhido para fazer a
fixação do conjunto.
Figura 30: Em (a) vista frontal do caso 2 e em (b) ponto de fixação do caso 2.
Com o caso 2 pronto foi realizada a simulação, como resultado foi obtido um valor para
a tensão máxima de 154 MPa, esse valor se encontra na metade do comprimento da viga o que
faz com que o caso 2 seja considerado válido para o estudo. Assim podendo comparar o seu
resultado com os cálculos analíticos que foram feitos para dimensionar a viga e o caso também
pode ser comparado a outra simulação. A Figura 31 indica em (a) o comportamento da viga, e
em (b) local onde ocorreu o ponto com a maior tensão.
46
Figura 31: Em (a) viga do caso 2 em flexão e em (b) ponto máximo de tensão.
(a)
(b)
Além do caso 2 foi criado um terceiro caso que ao invés de usar duas chapas nas laterais
ele apresenta quatro perfis “c” que estão fixados na parte inferior da viga. Esses perfis têm como
função imitar o comportamento das cabeceiras onde a viga da ponte rolante fica presa. Usando
esses perfis “c” o caso 3 é o que mais possui semelhança a uma ponte rolante real, a Figura 32
mostra a vista frontal do caso 3.
47
Com o caso 3 pronto foi realizada a simulação, onde obteve-se um resultado de 150 MPa
para a tensão máxima, esse valor se encontra na metade do comprimento da viga o que faz com
que o caso 3 também seja considerado válido para o estudo. A Figura 33 indica em (a) o
comportamento do caso 3, e em (b) local onde ocorreu o ponto com a maior tensão.
Figura 33: Em (a) mostra o comportamento do caso 3 e em (b) o ponto de maior tensão.
(a)
(b)
Após o término das simulações foi possível fazer uma comparação entre a tensão
admissível do projeto, a tensão máxima que foi calculada e as tensões dos casos 2 e 3. A Tabela
7 mostra a tensão admissível, a máxima calculada e as tensões das simulações.
Baseando-se na Tabela 7 foi criado uma comparação entre a tensão máxima calculada e
as tensões das simulações, essa comparação é mostrada na Tabela 8 em forma de percentual.
Ao comparar a variação percentual observou-se que o caso 2 foi o que mais se assemelhou
dos cálculos, já o caso 3 teve uma variação maior na comparação. Porém, o caso 3 é o que mais
possui semelhança a uma ponte rolante. Pois o caso 3 é formado pela viga principal e por duas
cabeceiras, esse caso é o que mais se assemelha a um projeto de uma ponte rolante, então foi
encolhido o caso 3 como sendo o que obteve mais êxito.
49
6 CONCLUSÃO
No decorrer desse estudo pode-se observar que a ponte rolante desempenha um papel
muito importante para a indústria, fazendo a elevação e transporte de cargas. Para realizar esse
trabalho usou-se a norma NBR 8400 pois, ela mostra uma metodologia para que o engenheiro
possa se guiar para fazer o dimensionamento correto de equipamentos de elevação de carga.
Em relação aos objetivos, pode-se afirmar que foram alcançados, pois foi feito o
dimensionamento da estrutura de forma analítica, a partir dos resultados analíticos foi criado a
maquete eletrônica da viga da ponte rolante no software de CAD SolidWorks. Usando essa
maquete foram criados três diferentes casos, eles foram simulados na plataforma Simulation do
software SolidWorks 2016 e dois desses casos foram validados.
Foi feita a comparação de resultados entre o método analítico e o resultado das duas
simulações, entre os dois casos foi escolhido o caso três como sendo o mais correto. Pois o
resultado da sua simulação se aproximou do resultado dos cálculos analíticos, ele é o caso que
apresenta uma maior semelhança a uma ponte rolante.
50
7 REFEÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BEER, F. P.; JOHNSTON. E. R. JR. Mecânica Vetorial Para Engenheiros ESTÁTICA. 3 ed.
São Paulo: McGraw Hill. 1980.
POPOV, E. P. Introdução a Mecânica dos Sólidos. 1 ed. São Paulo: EDGARD BLÜTCHER
LTDA, 1978.
Valores A B C D E F H J K
das 857 271 289 140 305 122 68 191 165
cotas L M N P T U V W Y
16 0 98 11 360 1905 57 41 283
em mm
52