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Itajaí
2020
JORGE HENRIQUE DALAGO
Itajaí
2020
RESUMO
Palavras chaves: Radier de concreto armado; viga sobre base elástica; grelha sobre
base elástica.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 17: Resumo dos resultados de momento fletor e comparação com método
manual ...................................................................................................................... 61
Quadro 18: Resumo dos resultados de momento fletor e comparação com método
manual ...................................................................................................................... 61
Quadro 19: Resumo da área de aço calculada pelo Eberick e comparação com o
método manual.......................................................................................................... 62
Figura 13: Faixas de laje para redistribuição dos esforços nos pórticos múltiplos .... 36
Figura 23: : Diagrama de momento fletor dos pórticos 1 e 3 no software Ftool ........ 47
2.7.2 Punção............................................................................................................ 27
3 METODOLOGIA ............................................................................................. 32
1 INTRODUÇÃO
Radier, segundo a ABNT NBR 6122 (2010, p.2), é definido como um “elemento de
fundação superficial que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos
distribuídos”. Uma definição que não fornece os parâmetros necessários para o
dimensionamento deste tipo de fundação.
Por esta razão, é imprescindível que o engenheiro responsável pelo projeto do Radier
tenha conhecimento tanto sobre as propriedades do solo e seu comportamento quanto
da análise estrutural, de modo que o tipo de solo definirá o tipo de Radier a ser adotado
(SOUZA, 2017).
1.2 Objetivos
1.3 Justificativa
Considerando que o uso do Radier tem sido fortemente difundido nos Estados Unidos
desde o fim da segunda guerra mundial, o autor deste trabalho acredita que o mesmo
poderá despertar o interesse de projetistas estruturais e de fundações, uma vez que
os resultados aqui apresentados se mostrem viáveis e de fácil entendimento.
A justificativa deste trabalho ocorre por meio da busca por maiores esclarecimentos
sobre a concepção, cálculo e dimensionamento do Radier de concreto armado.
Acredita-se que esta pesquisa possa auxiliar acadêmicos e engenheiros recém-
formados a projetarem seu primeiro Radier a partir dos métodos aqui estudados, além
disso, poderá servir como base para o desenvolvimento de novas pesquisas na área.
12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Souza (2017) o termo Radier tem sua origem na Europa, sendo
comum nas línguas românicas (Portuguesa, Galega, Francesa, Catalã, Occitana,
Sarda, Italiana e Romena), no entanto, somente no idioma francês e romeno a palavra
não sofreu alterações ao longo do tempo. Em pesquisa a dicionários nos idiomas em
destaque, ambos apresentam significado bastante semelhante (Quadro 1).
𝑅 = 𝐾. 𝑤 (1)
Onde:
R = Reação normal;
K = Parâmetro de rigidez elástica do solo;
13
Nos anos seguintes surge o aparecimento das primeiras normativas para o uso de
Radier protendido as quais mostraram-se muito conservadoras, no entanto em 1980
o PTI (Post Tension Institute – Instituto de pós tração) juntamente com a Texas A & M
University dão início ao método PTI, o qual é usado até hoje e apresenta grande
confiabilidade por parte dos engenheiros (SOUZA, 2017).
a) Radier Liso
15
Tanto Radier com captéis quanto com pedestais (Figura 3) não é comumente
visto, no entanto, este modelo é mais indicado quando nasce pilares sobre o
Radier, pois verifica-se a necessidade de aumento de seção nestes pontos, o
qual, este aumento fornece melhoras significativa de resistência a flexão e
esforços de punção.
parte inferior do Radier, permitindo que o mesmo tenha uma superfície lisa na
parte superior, todavia este modelo requer escavações adicionais por conta dos
captéis, outro fator importante a se levar em consideração é a dificuldade de
instalação da manta retardadora de vapor e das armaduras dos captéis.
c) Radier Nervurado
O seu uso é mais indicado para solos de baixa resistência ou expansivos, onde
necessita-se evitar as distorções na fundação e ter maior controle dos recalques.
Pode ser utilizado também para edificações residenciais ou multifamiliares de
média altura (SOUZA, 2017).
17
d) Radier Caixão
(2010) define o módulo de reação vertical do solo (K0 ) como uma constante de mola
que assume uma resposta linear entre a carga e a deformação do subleito, sendo esta
resultante dada em N/m³. Na realidade, é importante ressaltar que não existe um único
valor (K0 ) para um subleito porque a relação entre carga e deformação do solo é não-
linear.
O módulo de reação vertical do solo (K0 ) pode ser obtido através de ensaios de
campo, correlações ou por valores propostos em normas internacionais. Nos próximos
tópicos serão abordados os meios mais comuns de obtenção do mesmo.
De acordo com Donato et al (2012), este foi um dos primeiros ensaios a ser realizado
in situ e tem seu surgimento anterior as conceituações de mecânica dos solos. O
ensaio de placa permite conhecer o comportamento real de um terreno mediante a
19
Para Souza (2017, p. 87) “as principais normativas para os ensaios de placas são a
ASTM D 1196 (2004), IS:9214 (1979) e a DIN 18134 (2012).”. Embora cada norma
tenha sua peculiaridade, todas partem do mesmo princípio, que consiste em aplicar
uma carga por meio de um macaco hidráulico em uma ou mais placas de aço
sobrepostas e por meio de transdutores medir o recalque no solo, a Figura 7
demonstra o procedimento.
Este trabalho não irá entrar em detalhes mais aprofundados neste método de
obtenção do módulo de reação vertical do solo (k) devido à complexidade de execução
do mesmo e de seu alto custo operacional, para maiores esclarecimentos recomenda-
se a leitura das normas citadas acima e Souza (2017).
é normatizado pela NBR 6484, a qual possui publicação de sua última versão no ano
de 2001 (RUVER, 2005).
Cabe salientar que a energia do ensaio SPT pode variar de acordo com o método de
aplicação dos golpes, no Brasil é reconhecido um aproveitamento na ordem de 70%
enquanto em meios internacionais este aproveitamento é de 60%, diante disso, em
correlações que utilizem aproveitamento de 60% é necessário fazer a conversão de
energia utilizando a Equação 2 (RUVER, 2005; SOUZA, 2017).
𝑁70
𝑁60 = (2)
6/7
Onde:
𝑁60 = Valor do SPT considerando 60% de aproveitamento de energia;
𝑁70 = Valor do SPT considerando 70% de aproveitamento de energia.
Souza (2017 apud De MELLO, 1971) ressalta que as correlações com os ensaios SPT
tem uma discrepância muito grande, diante disso, deve-se ter cuidado ao escolher
este método para obtenção do módulo de reação vertical do solo.
Uma possível forma de obtenção do coeficiente de reação vertical (𝐾0 ) é dada através
da correlação semi-empírica entre o ensaio SPT e a tensão admissível, Godoy e
Teixeira (1996) apresentam definem através da Equação 3 como obter a tensão
admissível do terreno em kgf/cm².
𝑠 = 0,2𝑆𝑃𝑇𝑀é𝑑𝑖𝑜 (3)
Onde:
𝑠 = tensão admissível do terreno (kgf/cm²);
𝑆𝑃𝑇𝑀é𝑑𝑖𝑜 = valor médio obtido dentro do bulbo de tensões (duas vezes o tamanho da sapata).
21
Cabe destacar que existe diversas correlações entre o ensaio SPT e a tensão
admissível propostos por outros autores, cabe ao projetista escolher qual deseja
utilizar. Após se obter o valor da tensão admissível é possível utilizar a tabela de
Morrison (1993), esta por sua vez faz a correlação entre a tensão admissível e o
coeficiente de reação vertical.
22
Tabela 1: Valores de coeficiente de reação vertical do solo correlacionados com o método das tensões
admissíveis.
Tensão admissível Coeficiente de Tensão admissível Coeficiente de
do solo reação vertical do solo reação vertical
(kgf/cm²) (kgf/cm³) (kgf/cm²) (kgf/cm³)
0,25 0,65 2,15 4,30
0,30 0,78 2,20 4,40
0,35 0,91 2,25 4,50
0,40 1,04 2,30 4,60
0,45 1,17 2,35 4,70
0,50 1,30 2,40 4,80
0,55 1,39 2,45 4,90
0,60 1,48 2,50 5,00
0,65 1,57 2,55 5,10
0,70 1,66 2,60 5,20
0,75 1,75 2,65 5,30
0,80 1,84 2,70 5,40
0,85 1,93 2,75 5,50
0,90 2,02 2,80 5,60
0,95 2,11 2,85 5,70
1,00 2,20 2,90 5,80
1,05 2,29 2,95 5,90
1,10 2,38 3,00 6,00
1,15 2,47 3,05 6,10
1,20 2,56 3,10 6,20
1,25 2,65 3,15 6,30
1,30 2,74 3,20 6,40
1,35 2,83 3,25 6,50
1,40 2,92 3,30 6,60
1,45 3,01 3,35 6,70
1,50 3,10 3,40 6,80
1,55 3,19 3,45 6,90
1,60 3,28 3,50 7,00
1,65 3,37 3,55 7,10
1,70 3,46 3,60 7,20
1,75 3,55 3,65 7,30
1,80 3,64 3,70 7,40
1,85 3,73 3,75 7,50
1,90 3,82 3,80 7,60
1,95 3,91 3,85 7,70
2,00 4,00 3,90 7,80
2,05 4,10 3,95 7,90
2,10 4,20 4,00 8,00
Alguns tipos de solo são verdadeiros desafios para a engenharia de fundações, isso
se deve a dificuldade de identificá-los e também a escassez de literatura na área. Em
geral, a presença da umidade nestes é responsável por provocar alterações na
estrutura do solo ou rearranjo do mesmo, o qual, pode ocasionar prejuízos muito
maiores até mesmo que a desastres naturais (SOUZA, 2017).
Estes solos são conhecidos como expansivos e colapsíveis, embora este trabalho não
tenha a finalidade de demonstrar o cálculo e dimensionamento para estas situações,
é importante alertar que se não detectados podem ocasionar danos irreparáveis na
edificação.
• Solos expansivos
O autor em destaque ainda cita que os limites de Atterberg podem ser utilizados para
classificação dos solos expansivos bem como para determinar sua atividade e grau
de expansão, além disso, ressalta-se que a expansão do solo ocorre em função de
alguns minerais, sendo a montimorilonita a detentora das maiores atividades.
• Solos colapsíveis
De acordo com Cintra e Aoki (2009, apud SOUZA, 2017, p. 136) “trata-se de solos
com baixo teor de umidade, porosos, com alto índice de vazios que sofrem colapso
de sua estrutura em consequência à infiltração de água em quantidade suficiente.”.
Cabe salientar que alguns solos colapsíveis em estado seco podem apresentar alta
resistência e rigidez, sua identificação exige cuidados e técnicas apuradas, deste
modo as investigações restritas ao ensaio SPT são insuficientes, deve-se utilizar
também dos limites de Atterberg como recurso para identificação do colapso do solo
(SOUZA, 2017).
24
Neste trabalho as análises de esforços são apresentadas pelos métodos de viga sobre
base elástica e grelha sobre base elástica.
“No cálculo desse sistema, separa-se o radier em dois sistemas de faixas ortogonais,
de acordo com a geometria do radier e a distribuição dos pilares, onde cada faixa é
tratada como uma viga de fundação isolada sobre base elástica, utilizando a hipótese
de Winkler” (DÓRIA, 2007, p. 39). O autor ainda ressalta que em cada direção, deve-
se tomar a totalidade da carga nos pilares.
𝑑4 𝑤 2.𝑑4 𝑤 𝑑4 𝑤
𝐷 ( 𝑑𝑥 4 + 𝑑𝑥 2 𝑑𝑦 2 + 𝑑𝑦 4 ) (3)
𝑐𝐸 .𝑡 3
𝐷 = 12(1−𝑣 2) (4)
Onde:
𝐷 = rigidez a flexão da placa;
t = espessura da placa;
𝐸𝑐 = módulo de Young do material da placa;
𝑣 = coeficiente de Poisson do material da placa.
De acordo com Dória (2007) o método representa a substituição do Radier por uma
grelha equivalente, a qual é composta por elementos de barras, estes representam
uma faixa da laje correspondente ao tamanho da malha escolhida (Figura 8).
Pode-se admitir que as barras longitudinais são responsáveis pela rigidez longitudinal
do Radier e as barras transversais encarregam-se da rigidez transversal. Quanto a
definição do tamanho da malha, não é possível determinar o tamanho ideal, no entanto
quanto mais discretizada for esta, melhores serão os resultados obtidos, além disso,
para que haja uma distribuição mais uniforme dos carregamentos, aconselha-se não
espaçar de forma muito diferente a malha em cada direção (DÓRIA,2007).
2.7 Dimensionamento
2.7.1 Flexão
As formulações dispostas a seguir são apresentadas por Duarte Filho (2018) e podem
ser utilizadas para o dimensionamento de vigas e lajes unidirecionais. No entanto,
26
𝑀𝑠𝑑 = 𝛾𝑓 . 𝑀𝑘 (5)
Onde:
𝛾𝑓 = Coeficiente de ponderação = 1,4;
𝑀𝑘 = Momento característico.
Onde:
𝛼𝑐 = parâmetro de redução da resistência do concreto na compressão;
𝑓𝑐𝑑 = Resistência de cálculo a compressão do concreto;
𝑏𝑤 = largura da alma da viga;
𝑑 = altura útil.
𝑀
𝑥 = 1,25 𝑑 [1 − √1 − 0,425 𝑓 𝑠𝑑 𝑏 ] (7)
𝑐𝑑 𝑤 𝑑2
O valor da linha neutra deve ser verificado de modo que o mesmo não entre no
domínio 4, o qual é caracterizado por ter ruptura frágil, ou seja, sem aviso prévio.
Deste modo, a seguinte verificação deve ser atendida 𝑥 ≤ 𝑥𝑙𝑖𝑚 , onde 𝑥𝑙𝑖𝑚 é a
profundidade limite da linha neutra. Caso esta verificação não seja atendida
recomenda-se aumentar a seção da viga.
𝛼𝑐 𝑓𝑐𝑑 𝑏𝑤 𝜆 𝑥
𝐴𝑠 = (9)
𝑓𝑦𝑑
27
0,68 𝑓𝑐𝑑 𝑏𝑤 𝑥
𝐴𝑠 = (10)
𝑓𝑦𝑑
Onde:
𝑓𝑦𝑑 = Resistência de cálculo ao escoamento do aço de armadura passiva.
A última verificação deve ocorrer de acordo com ABNT NBR 6118:2014 (Quadro 2),
onde é apresentada de forma simplificada a taxa de armadura mínima a ser
considerada em função do 𝑓𝑐𝑘 . Caso esta apresente valor superior ao 𝐴𝑠 calculado,
logo deverá substituir a armadura calculada previamente.
2.7.2 Punção
b) Cálculo das tensões solicitantes 𝜏𝑠𝑑 : estas estão relacionadas com a posição do
pilar (borda, canto ou centro), a geometria e o tipo de esforço. Para pilares de centro
pode-se encontrar as tenções a partir das Equações 12 e 13, sendo a primeira para
o contorno C e a segunda para C’:
𝐹𝑠𝑑
𝜏𝑠𝑑 = (12)
𝑢 .𝑑
Onde:
Fsd = força normal;
u = perímetro critico do contorno considerado (C, C’ ou C’’);
d = (dx + dy )/2 = altura útil da laje ao longo do contorno considerado;
dx e dy são as alturas úteis nas duas direções ortogonais;
K e K’ = coeficientes que fornecem a parcela de momento Msd transmitido ao pilar por
cisalhamento;
Msd e M′sd = momentos de cálculo em uma ou mais direções;
Wp e W′p = módulo de resistência plástica.
Onde:
𝐶1 = é a dimensão do pilar paralela à excentricidade da força;
𝐶2 = é a dimensão do pilar perpendicular à excentricidade da força.
Para um pilar retangular o módulo de resistência plástica 𝑊𝑝 é dado pela equação 14:
𝐶12
𝑊𝑝 = + 𝐶1 . 𝐶2 + 4𝐶2 . 𝑑 + 16𝑑 2 + 2𝜋 . 𝑑 . 𝐶1 (14)
2
30
20
𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 . (1 + √ 𝑑 ) . (100. 𝜌. 𝑓𝑐𝑘 )1⁄3 (15)
Onde:
d = (dx + dy )/2 = altura útil da laje ao longo do contorno C’ em cm;
ρ = √ρx . ρy = a taxa geométrica de armadura longitudinal de flexão;
3d+b+3d
Área de aço φ.
e
ρx e ρy = Área de concreto
= (3d+b+3d).d
= delimitando-se a uma distância de 3d para cada face
do pilar;
φ = barra adotada de aço adotada em cm²;
e = espaçamento da barra adotada em cm;
b = largura da face do pilar analisada em cm;
d = altura útil da laje em cm;
h = altura total em cm.
𝑓𝑐𝑘 = resistência característica do concreto à compressão em Mpa.
Onde:
𝑐𝑘 𝑓
𝛼𝑣 = (1 − 250 ) = coeficiente de efetividade do concreto;
𝑓𝑐𝑘
𝑓𝑐𝑑 = 1,4
= resistência de cálculo de concreto a compressão.
Onde:
𝑆𝑟 ≤ 0,75 . 𝑑 = é o espaçamento radial entre linhas da armadura de punção;
𝐴𝑠𝑤 = é a área da armadura de punção num contorno completo paralelo a C’;
𝛼 = é o ângulo de inclinação entre o eixo da armadura de punção e o pano da laje;
31
Obs: o cálculo de 𝜏𝑅𝑑3 só será realizado caso seja necessário a armadura de punção.
3 METODOLOGIA
O presente trabalho evidencia a sua natureza como pesquisa aplicada, a qual busca
gerar conhecimentos para obtenção de métodos e avaliações de fins práticos com
resolução imediata de problemas (APPOLINÁRIO, 2004). A pesquisa será realizada
de forma qualitativa, pois não possui a intenção de realizar comparações estatísticas,
mas pretende se basear em aspectos qualitativos para definir o método mais
adequado de interação solo-estrutura.
Devido ao objetivo geral deste trabalho, necessita-se elaborar uma pesquisa do tipo
exploratória e descritiva. Exploratória porque a criação de uma metodologia para o
cálculo e dimensionamento de Radier em concreto armado requer o conhecimento
prévio de subáreas da engenharia civil como estrutural e geotécnica. E descritiva, pois
os esforços solicitantes no Radier serão descritos a partir da modelagem.
Quanto a pesquisa operacional, Arenales et al. (2015) enfatizam que o sucesso deste
tipo de pesquisa depende da criatividade e experiência do pesquisador. As fases que
envolvem esta pesquisa são: definição do problema; construção do modelo
matemático; resolução do modelo; validação do modelo e implementação da solução.
Não há população e participantes diretos na pesquisa uma vez que todos os recursos
são retirados de fonte bibliográfica e produzidos pelo autor.
Objetivo a):
Objetivo b):
Ocorreu também uma terceira análise, sendo esta pelo método da grelha sobre base
elástica utilizando o software Eberick. Quanto ao dimensionamento a flexão e a
punção, este realizou-se automaticamente pelo Eberick e manualmente para a análise
realizada mediante o método da viga sobre base elástica.
Objetivo c):
Objetivo d):
Com base nos valores de esforços obtidos a partir dos métodos de análise utilizados,
é possível determinar de que maneira estes se comportam, qual apresenta o maior
34
4 PROJETOS DESENVOLVIDOS
Admitindo que o terreno tenha uma tensão admissível de 0,5 kgf/cm², logo, pela
correlação proposta por Morrison (1993) obtém-se um valor de reação vertical do solo
𝐾0 = 13000 kN/m³. Cabe ressaltar que a adoção de tais parâmetros tem como único
objetivo a aplicação e demonstração dos métodos aqui citados.
Como o radier é uma placa e deseja-se calcular como uma viga, torna-se necessário
dividir o mesmo em trechos. Segundo o item 14.7.8 da NBR 6118:2014, a análise
estrutural para lajes lisas ou cogumelos deve ser realizada por procedimentos
numéricos, como método dos elementos finitos, diferenças finitas ou elementos de
contorno, porém, a mesma salienta que:
Figura 13: Faixas de laje para redistribuição dos esforços nos pórticos múltiplos
Na Figura 12 observa-se que este modelo de radier possui três linhas de pilares em
ambos os sentidos, logo, teremos três pórticos tanto para o eixo X quanto para o eixo
Y (Figuras 14 e 15) e estes por sua vez serão subdivididos em faixas internas e
externas.
37
Os pórticos então ficam definidos com um comprimento de 3 metros cada um. Para
realizar o modelo de cálculo de cada pórtico deve-se considerar o carregamento total
38
Modelo de Cálculo
Devido a simetria do radier simulado, será necessário calcular apenas dois pórticos
(vigas), pois, estes possuem o mesmo carregamento em ambas as direções. A Figura
16 mostra o carregamento dos pórticos 1 e 3, estes representam as linhas externas
de pilares e a Figura 17 o carregamento do pórtico 2, correspondendo a linha do meio
de pilares.
X
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
X
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
39
O livro Beams on elastic foundation (HETÉNYI, 1974) define o caso apresentado como
uma viga de comprimento finito. Além disso, no capítulo IV do livro citado o autor
define soluções para situações específicas de carregamento, como o método admite
a superposição de esforços, logo, é possível fazer combinações de situações para
satisfazer o modelo desejado.
Como não há uma solução pronta para o modelo estudado, será necessário realizar
a combinação de situações. A figura 18 expõe uma condição de duas cargas pontuais
de mesma intensidade e distância simétrica em relação aos bordos da viga, já a figura
19 exibe a condição de um único carregamento situado em um ponto qualquer da
viga, no entanto, como o carregamento analisado se situa bem ao centro da viga a
análise será feita do ponto A ao ponto C em decorrência da simetria dos esforços.
𝐾 = 𝐾0 . 𝑏 (18)
𝑏ℎ3
𝐼= (19)
12
4 𝐾
𝜆 = √4𝐸𝐼 (20)
Onde:
K = rigidez das molas de Winkler (kN/m²);
𝐾0 = módulo de fundação (kN/m³);
b = largura do pórtico (m);
I = momento de inércia da viga (m4 ) e;
E = módulo de elasticidade (N/m²).
3.0,3³
𝐼= = 0,0068 m4
12
4 39000
𝜆 = √4 .27𝑥106 . = 0,481 m−1
0,0068
41
𝑃 1
𝑀= {2 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑥(𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑙 𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑎 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑏 −
2𝜆 𝑆𝑒𝑛ℎ2 𝜆𝑙−𝑠𝑒𝑛2 𝜆𝑙
𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑙 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑏) + (𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑥 − 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑥)[𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑙(𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑎 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑏 −
𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑎 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑏) + 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑙(𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑏 − 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑏)]} (21)
𝑌=
𝑃𝜆 1
{2 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑥 (𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑙 𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑎 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑙 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑏) +
𝑘 𝑆𝑒𝑛ℎ2 𝜆𝑙−𝑠𝑒𝑛2 𝜆𝑙
(𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑥 + 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑥)[𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑙(𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑎 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑏 − 𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑎 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑏) +
𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑙(𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑎 𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑏 − 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑏)]} (22)
Pórticos 1 e 3 Pórtico 2
X
P = 105 kN P = 133 kN
Pórticos 1 e 3 Pórtico 2
X
P = 105 kN P = 133 kN
𝑃 1
𝑀𝐴−𝐶 = 2𝜆 {2 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑥 [𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑎 cos 𝜆(𝑙 − 𝑎) + 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆(𝑙 −
𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑙+𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑙
𝑃
𝑀𝐶−𝐷 = |𝑀𝐴−𝐶 |𝑥>𝑎 − 2𝜆 [𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆(𝑥 − 𝑎) 𝑠𝑒𝑛 𝜆(𝑥 − 𝑎) + 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆(𝑥 − 𝑎) 𝑐𝑜𝑠 𝜆(𝑥 − 𝑎)] (24)
𝑃 1
𝑀𝐶 = 𝑀𝐷 = 4𝜆 [2 𝐶𝑜𝑠ℎ2 𝜆𝑎(𝑐𝑜𝑠 2𝜆𝑐 + 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑙) − 2 𝑐𝑜𝑠² 𝜆𝑎(𝐶𝑜𝑠ℎ 2𝜆𝑐 +
𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑙+𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑙
𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑙) − 𝑆𝑒𝑛ℎ 2𝜆𝑎 (𝑠𝑒𝑛 2𝜆𝑐 + 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑙) − 𝑠𝑒𝑛 2𝜆𝑎 (𝑆𝑒𝑛ℎ 2𝜆𝑐 + 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑙)] (25)
𝑃 1
𝑀0 = − 2𝜆 {𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑐[𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑐 + 𝑠𝑒𝑛 𝜆(𝑙 − 𝑐)] + 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑐[𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑐 + 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆(𝑙 −
𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑙+𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑙
𝑃𝜆 1
𝑌𝐶 = 𝑌𝐷 = [2 𝐶𝑜𝑠ℎ2 𝜆𝑎(cos 2𝜆𝑐 + 𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑙) + 2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜆𝑎(Cosh 2𝜆𝑐 +
2𝑘 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑙+𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑙
𝑐𝑜𝑠 𝜆𝑙) + 𝑆𝑒𝑛ℎ 2𝜆𝑎(𝑠𝑒𝑛 2𝜆𝑐 − 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑙) − 𝑠𝑒𝑛 2𝜆𝑎(𝑆𝑒𝑛ℎ 2𝜆𝑐 − 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑙) ] (28)
𝑃𝜆 1
𝑌0 = {𝐶𝑜𝑠ℎ 𝜆𝑐 [cos 𝜆(𝑙 − 𝑐) + cos 𝜆𝑐] + cos 𝜆𝑐 [Cosh 𝜆 (𝑙 − 𝑐) +
𝑘 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑙+𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑙
Cosh 𝜆𝑐] − 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝜆(𝑙 − 𝑐) + 𝑠𝑒𝑛 𝜆𝑐 𝑆𝑒𝑛ℎ 𝜆(𝑙 − 𝑐)} (29)
44
No quadro 6 pode-se observar-se que o que o maior valor de momento fletor positivo
encontra-se quando x = 1,5 m e detém-se o maior valor de momento negativo para x
= 4,5m. Quanto aos deslocamentos verticais, o quadro 7 demonstra que as bordas
possuem um maior deslocamento em relação ao centro da faixa.
Pórticos 1 e 3 Pórtico 2
X
P = 66 kN P = 105 kN
Pórticos 1 e 3 Pórtico 2
X
P = 66 kN P = 105 kN
Após realizar o cálculo para ambas as situações é necessário fazer a soma dos
resultados em cada ponto para que se possa encontrar a resultante de momento fletor
e deslocamento vertical (Quadro 8), ressaltando que para x = 3,0 não há valores de
deslocamento vertical pois, o mesmo não era um ponto de interesse.
45
X Pórticos Pórticos
Pórtico 2 Pórtico 2
1e3 1e3
Essa divisão fica delimitada por nós, os quais são aplicados os apoios elásticos
(Figura 20), no software Ftool este tipo de apoio pode ser encontrados no menu
Support Conditions (condições de suporte) e são chamados de spring stiffness values
(valores de rigidez da mola) no qual deverá ser usado o parâmetro 𝐾𝑦 , sua unidade é
dada em kN/m.
Fonte: O autor.
46
Visto que o software Ftool calcula a faixa como um elemento linear, logo, é preciso
ajustar o parâmetro 𝐾𝑦 para cada nó, com este intuito deve-se usar as Equações 30
e 31. A área de influência de um nó vai de centro a centro de suas partes adjacentes,
a Figura 21 facilita a compreensão deste conceito.
𝑝
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑏. 𝑛. 2 (31)
Onde:
b = Largura da faixa;
n = número de partes adjacentes ao nó;
p = comprimento de uma parte.
A região com hachura azul entre as linhas tracejadas é a área de influência dos nós
intermediários e a hachura vermelha representa a área dos nós de extremidade. Outra
consideração importante que deve ser feita é em relação ao deslocamento horizontal,
uma vez que o mesmo não é analisado, deve-se colocar uma restrição neste eixo.
0,5
Nós de extremidade 𝐾𝑦 = 13 000 . 3 . 1 . = 9 750 kN/m
2
0,5
Nós intermediários 𝐾𝑦 = 13 000 . 3 . 2 . = 19 500 kN/m
2
47
A figura 22 demonstra como deverá ficar a modelagem dos pórticos 1 e 3, nas figuras
23 e 24 são apresentados os diagramas de momento fletor e deslocamento vertical
sucessivamente. Cabe ressaltar que para o modelo do pórtico 2 altera-se apenas o
valor das cargas aplicadas, e os diagramas são similares aos apresentados.
X Pórticos Pórticos
Pórtico 2 Pórtico 2
1e3 1e3
Pórticos 1 e 3 Pórtico 2
Pode-se perceber que o maior valor de momento positivo ocorre em x = 4,5 m e para
o momento negativo dá-se em x = 3,0 m. Por esta razão será utilizado estes valores
para o dimensionamento da armadura de tração positiva e negativa.
Pórticos 1 e 3 Pórtico 2
Momento
Faixa Faixa Faixa Faixa
externa interna externa interna
Positivo (x = 4,5 m) 14,319 kN.m 11,715 kN.m 15,804 kN.m 12,930 kN.m
Negativo (x = 3,0m) -2,381 kN.m -0,794 kN.m -4,760 kN.m -1,587 kN.m
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
𝑀
𝑥 = 1,25𝑑 [1 − √1 − 0,425 𝑓 𝑆𝑑 𝑏 ] (6)
𝑐𝑑 𝑤 𝑑²
𝑓𝑐𝑘 30
𝑓𝑐𝑑 = = = 2,143 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
14 14
Momento Positivo 14,319 kN.m 11,715 kN.m 15,804 kN.m 12,930 kN.m
Momento Negativo -2,381 kN.m -0,794 kN.m -4,760 kN.m -1,587 kN.m
Após calcular a altura da linha neutra pode-se encontrar a área de aço (equação 10)
para a armadura e tração positiva e negativa (Quadro 13).
0,68 𝑓𝑐𝑑 𝑏𝑤 𝑥
𝐴𝑠 = (10)
𝑓𝑦𝑑
51
𝑓𝑦𝑘 50
𝑓𝑦𝑑 = = = 43,5 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
1,15 1,15
Pórticos 1 e 3 Pórtico 2
As
Faixa Faixa Faixa Faixa
externa interna externa interna
Armadura
Positiva 1,30 cm² 1,06 cm² 1,44 cm² 1,17 cm²
Armadura
Negativa 0,21 cm² 0,07 cm² 0,43 cm² 0,17 cm²
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Caso o calculista deseje realizar um projeto mais econômico poderá fazer uso de tal
artificio da norma, no entanto, não será utilizado neste trabalho, uma vez que o mesmo
foi realizado de maneira simplificada, com intuito de facilitar o processo de cálculo
manual.
Diante do fato do 𝐴𝑠 𝑚𝑖𝑛 ter apresentado valor muito superior ao 𝐴𝑠 calculado, está
será a área de aço adotada em toda a extensão do radier, a fim de que se cumpra as
premissas da norma. É preciso recordar que o valor de 𝐴𝑠 𝑚𝑖𝑛 demonstrado acima é
52
para uma faixa de 75 cm, ou seja, é preciso ser ajustado este valor por faixa de metro,
neste caso será 4,50 cm²/m.
Dimensionamento a punção
Num primeiro momento será necessário calcular o perímetro crítico C, sabendo que
todos os pilares possuem o mesmo tamanho b = 20 cm, logo teremos:
C = 4. 𝑏 = 4 . 20 = 80 cm
No dimensionamento a flexão foi definido uma área de aço de 3,38 cm² para cada
subfaixa (interna ou externa) de 75 cm de comprimento, o que equivale a uma barra
de 8 mm a cada 11 cm em ambas as direções, portanto, a altura útil d fica definida
como:
0,8
▪ 𝑑𝑥 = 30 − 4,5 − = 25,1 cm
2
0,8
▪ 𝑑𝑦 = 30 − 4,5 − 0,8 − = 24,3 cm
2
𝑑𝑥 +𝑑𝑦 25,1+24,3
▪ 𝑑= = = 24,7 cm
2 2
53
𝐹𝑠𝑑 𝐹𝑠𝑑
𝜏𝑠𝑑 = =
𝐶 .𝑑 80 . 24,7
Para que se possa prosseguir as verificações a condição de 𝜏𝑠𝑑 ≤ 𝜏𝑅𝑑2 precisa ser
atendida. Neste caso pode-se afirmar que a tensão de resistência do concreto a
compressão na junção radier/pilar é muito superior a tensão solicitante, deste modo,
deve-se partir para a verificação do perímetro crítico C’.
Agora faz-se necessário calcular a tensão resistente de cálculo 𝜏𝑅𝑑1 , a qual sofre
apenas a influência dos materiais empregados. Para a obtenção de 𝜏𝑅𝑑1 é exigido o
cálculo da taxa de armadura 𝜌, logo temos que:
3𝑑+𝑏+3𝑑 3 .24,7+20+3 .24,7
𝜑. 0,5 .
▪ 𝜌𝑥 = 𝜌𝑦 = 𝑒
(3𝑑+𝑏+3𝑑).𝑑
= 11
(3 .24,7+20+3 .24,7).24,7
= 0,00184
20
▪ 𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 . (1 + √ ) . (100 . 0,00184. 30)1⁄3 = 0,44 MPa
24,7
A tensão Resistente 𝜏𝑅𝑑1 apresentou condição muito superior a tensão solicitante 𝜏𝑠𝑑 ,
por esta razão atende a verificação de 𝜏𝑠𝑑 ≤ 𝜏𝑅𝑑1 , ou seja, fica dispensado a armadura
de punção e as demais verificações.
56
Uma limitação surge em relação ao tamanho da grelha, como esta precisa interceptar
o elemento pilar em algum ponto, logo, o tamanho da malha está em função da
dimensão dos pilares. Para o modelo em questão foi empregado uma malha de 20 cm
de espaçamento em ambas as direções, porém, para uma análise comparativa com
os outros métodos, necessita-se que a grelha seja espaçada a cada 25 cm.
Deste modo, este modelo será utilizado apenas para a verificação da punção, uma
vez que o Eberick só faz a conferência deste esforço com a existência de pilares no
modelo. O Quadro 16 apresenta os resultados obtidos e se assemelha ao cálculo
manual, desta forma fica dispensada a necessidade de armadura de punção.
58
Para o cálculo comparativo do momento fletor, será necessário criar um novo modelo,
o qual, substitui os pilares por carregamentos sobre área (Figura 29), pois, estes
possibilitam aumentar o espaçamento da grelha para 25 cm em ambas as direções.
ser de 25 cm, isto ocorre com o intuito de se equiparar as faixas externas e internas
do pórtico.
Além disso, outros ajustes mostraram-se relevantes para uma melhora nos resultados
apresentados pela grelha, dado que esta costuma apresentar picos de momento que
podem não representam a realidade.
Neste sentido, uma das alternativas é tirar a média das barras adjacentes ao ponto
desejado, para o modelo analisado constatou-se que para a região das faixas internas
a média de duas barras (50 cm) se adequa melhor a esta situação, no entanto, para
as faixas externas, é necessário realizar a média de 6 barras (150 cm), isso ocorre
em função do carregamento estar agindo diretamente sobre esta área. Os Quadros
17 e 18 demonstram o resumo dos melhores resultados apresentados pela grelha em
comparação com o método manual.
Deve-se enfatizar que nesta avaliação está se utilizando o método manual para validar
a grelha do Eberick. Ao avaliar o comportamento dos pórticos 1 e 3 observa-se que a
61
Quadro 17: Resumo dos resultados de momento fletor e comparação com método manual
Pórticos
Faixa interna Faixa externa
1e3
Eberick 6,6 kN.m -2,1 kN.m 9,3 kN.m 8,2 kN.m -3,5 kN.m 13,2 kN.m
Manual 6,4 kN.m -0,8 kN.m 11,7 kN.m 7,8 kN.m -2,4 kN.m 14,3 kN.m
Quadro 18: Resumo dos resultados de momento fletor e comparação com método manual
Eberick 7,4 kN.m -2,0 kN.m 9,8 kN.m 12,0 kN.m -3,8 kN.m 14,9 kN.m
Manual 10,5 kN.m -1,6 kN.m 12,9 kN.m 12,9 kN.m -4,8 kN.m 15,8 kN.m
Quadro 19: Resumo da área de aço calculada pelo Eberick e comparação com o método manual
4.1.3 Conclusão
e punção, esta então foi identificada aos 45 cm. Além disso, utilizou-se Fck de 30 Mpa,
classe de agressividade ambiental II e cobrimento de 5 cm.
De modo geral se torna inviável a troca do sistema de fundação para esta concepção
estrutural, no entanto cabe aqui ser feitas algumas considerações. A primeira se
correlaciona a espessura do radier com o consumo de aço, pois a medida em que se
aumenta a espessura do radier, diminui-se o consumo de aço.
uma ótima opção, no entanto, caso o solo dispusesse de uma capacidade de suporte
inferior, caberia um novo estudo a fim de verificar se a mesma continuaria sendo mais
vantajosa.
Por fim, uma outra forma de tentar reduzir o consumo de armadura seria realizar o
dimensionamento do radier de forma manual, apenas utilizando os resultados da
grelha do Eberick, porém, isto acarreta em uma maior consumo de tempo na
elaboração do projeto, caberia fazer outro estudo a fim de saber qual seria a economia
obtida afim de viabilizar ou não este dimensionamento.
71
5 CONCLUSÃO
O método de viga sobre base elástica foi verificado de duas maneiras distintas, através
dos modos analítico (Hetényi) e simplificado (Ftool), assim sendo, ambos os
resultados convergiram e desta forma o modo analítico acabou validando os
resultados obtidos no simplificado, o que provoca uma economia de processamento
bastante considerável, uma vez que o método analítico possui uma formulação
bastante complexa.
Em relação a análise pelo método da grelha sobre base elástica (Eberick) é possível
levantar alguns pontos, em um primeiro momento pode-se dizer que o tamanho da
malha está limitado pelas dimensões mínimas dos pilares, o que implica em picos de
tesão excessivos, os quais não tentem a representar a realidade. Buscou-se contornar
esta situação fazendo uma média dos valores adjacentes ao ponto de interesse.
No entanto, a mesma foi substituída pela armadura mínima, a qual acabou dando ao
dimensionamento do Eberick uma maior economia, sendo está de 20% para a
armadura principal e 33% para armadura secundária, mesmo levando em conta que
o dimensionamento tenha sido realizado através do maior valor de momento fletor da
grelha.
Acredita-se que se apenas alguns pilares, ou seja, os mais carregados, fossem melhor
distribuídos sobre o Radier, afim de se obter tensões mais uniformes, este poderia se
tornar mais competitivo, outro fator que poderia favorecer a troca do sistema de
fundação seria uma capacidade de suporte do solo menor.
Como sugestão para trabalhos futuros ficam: desenvolver uma correlação entre os
sistemas de sondagem mais utilizados e o modulo de reação vertical para a região do
73
REFERÊNCIAS
DONATO, M.; MUHAMMAD, D.; THOMÉ A.; CONSOLI, N. Ensaios de placa com
medidas diretas de tensão. In: GEOSUL, 2012, Porto Alegre. Anais de eventos
regionais. São Paulo: ABMS, 2012. p. 1 a 6.
HETÉNYI, M.I. Beams on elastic foundation with applications in the fields of civil
and mechanical engineering, University of Michigan Press, 1974.