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Joinville
2018
MONIQUE ELLEN BRUNER
Joinville
2018
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo desenvolver uma ferramenta computacional de auxílio
ao projetista de estruturas navais, possibilitando que este determine a configuração
da estrutura que atende os requisitos definidos por uma norma de Sociedade
Classificadora. O tipo de estrutura naval abordado é a seção mestra de uma
embarcação deslocante com comprimento superior a cem metros. O processo de
projeto tanto de um navio, quanto a etapa de definição da topologia estrutural deste é
iterativa e o uso de um software se faz necessário de forma a economizar tempo de
projeto e facilitar a abordagem em si, uma vez que normas não são textos triviais e
devem ser interpretados com muita atenção. A linguagem de programação adotada
é a Object Pascal, similar a linguagens de programação matemática matricial e com
ferramentas de utilização gratuitas, tal como a versão comunitária do Delphi 10.2 que
será utilizada para o desenvolvimento do software a ser construído.
Palavras-chave: Estruturas navais. Projeto por norma. Dimensionamento estrutural.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
brazil
Figura 1 – Abordagens possíveis em projeto de estruturas navais. . . . . . . . 8
Figura 2 – Onda de comprimento inferior ao do navio (acima). Onda de
comprimento superior ao do navio (abaixo). . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 3 – Envoltória do Momento Fletor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 4 – Pesos distribuídos na embarcação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Figura 5 – Curva de pesos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Figura 6 – Curva de flutuação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Figura 7 – Fluxograma do procedimento de equilíbrio da viga-navio. . . . . . . 14
Figura 8 – Curva de carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 9 – Curva de força cortante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 10 – Curva de momento fletor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Figura 11 – Fluxograma do projeto estrutural. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Figura 12 – Cavernamento transversal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 13 – Cavernamento longitudinal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 14 – Cavernamento misto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 15 – Número de anteparas conforme o posicionamento da praça de
máquinas do navio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 16 – Exemplo de cálculo do módulo de seção. . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 17 – Matriz de influência para o equilíbrio da viga-navio. . . . . . . . . . . 23
Figura 18 – Cronograma do TCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
LISTA DE TABELAS
brazil
Tabela 1 – Variáveis do projeto estrutural para cavernamento longitudinal . . . 18
LISTA DE SIGLAS
hm Calado médio
φ Ângulo de trim
A Amplitude da onda
B Boca
D Pontal
DW T Deadweight
L Comprimento do navio
SM Módulo de seção
T Calado de projeto
t Espessura de chapa
brazil
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1 Estrutura Primária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1.1 Tosamento e Alquebramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1.2 Curva de Pesos e Curva de Flutuação . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.1.3 Equilíbrio da Viga-navio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1.4 Carregamento da Viga-navio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.2 Projeto Estrutural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2.1 Reforçadores e Cavernamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2.2 Variáveis de projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2.3 Resistência da Viga-navio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2.4 Dimensionamento de chapeamento e reforçadores . . . . . . . . . . 20
2.2.5 Cálculo do SM projetado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3 MÉTODO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
APÊNDICE A - Cronograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
7
1 INTRODUÇÃO
comprimento muito maior do que sua boca e pontal, pode-se aproximar o navio como
uma viga de comprimento igual ao da embarcação. Em geral, pode-se adotar a Teoria
de Vigas sempre que o navio a ser projetado possuir proporção comprimento por boca
ou comprimento por pontal maior que cinco.
O vínculo a ser considerado para a abordagem de viga-navio é do tipo em que
ambas as extremidades são livres de apoios, sendo que o ponto mais importante da
análise é o equilíbrio da viga na presença de ondas. Este só ocorre se o empuxo e o
peso do navio tem valores iguais, assim como os centros longitudinais de gravidade e
de empuxo devem pertencer ao mesmo eixo vertical. Caso uma das duas condições
de equilíbrio não for satisfeita, deve-se modificar o calado na primeira condição de
equilíbrio e o ângulo de trim na segunda. Devido à dependência de ambas as condições
entre si, o processo de equilíbrio da viga-navio é interativo e de rápida convergência.
Estas hipóteses serão esclarecidas com maior rigor no capítulo subsequente
e a partir destas são realizados os cálculos analíticos que servem de base para este
trabalho.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
menor que o do navio produzem principalmente efeitos locais. Por outro lado, se o
comprimento da onda é muito maior que o comprimento do navio, o mesmo percebe a
onda de uma forma diferente, como se estivesse navegando em águas calmas.
x L
h(x) = hm + A cos(2π ∗ ) + ( − x) ∗ tan(φ) (1)
L 2
x L
h(x) = hm − A cos(2π ∗ ) + ( − x) ∗ tan(φ) (2)
L 2
Uma vez que são computadas ambas as curvas é possível equilibrar a viga-
navio.
Espaçamentos
Localização
Longitudinais leves Longitudinais pesados Transversais leves Transversais pesados
Convés Entre perfis leves Entre perfis pesados Entre vaus
Costado Entre perfis leves Entre perfis pesados Entre cavernas
Entre anteparas
Fundo Entre perfis leves Entre perfis pesados Entre hastilhas
Duplo fundo Entre perfis leves Entre perfis pesados Entre hastilhas
Altura do duplo fundo
Espaçamento entre costados
Fonte: A autora (2018).
Em geral, duplo fundo é uma exigência a ser cumprida para todo tipo de
embarcação e duplo costado é obrigatório para navios petroleiros e de transporte de
passageiros, sendo facultativo para os demais tipos. A altura mínima de duplo fundo
estipulada por norma é de um metro e máxima de dois metros, se usa a Equação 3,
estipulada pela IMO e presente na documentação da Sociedade Classificadora ABS
(2018) para obter seu valor. O mesmo acontece com o duplo costado, que também
possui distância mínima de um metro e máxima de dois metros e calculada pela
Equação 4 contida no livro de regras.
B
hd b = (3)
15
DW T
ws s = 0, 5 + (4)
20000
19
M = Ms + Mw (5)
M
σ= (6)
SM
Onde SM se trata do módulo de seção da embarcação.
A tensão obtida pela Equação 6 deve ser menor do que o valor máximo
estipulado pela norma das Sociedades Classificadoras. De um modo geral, se a tensão
de projeto for maior do que o limite, deve-se aumentar o módulo de seção do navio até
que este atenda o requisito.
SM = 7, 8chs`2 (7)
I
SM = (9)
D − YLN
Onde: I é a inércia geométrica da seção em relação ao eixo neutro, D se trata
do pontal e YLN a posição da linha neutra.
A Figura 16 apresenta um exemplo de como o cálculo de módulo de seção
pode ser realizado com auxílio de uma planilha eletrônica.
3 MÉTODO
Nota-se que o item mais importante é o que diz respeito à tarefa de importar
os dados e realizar sua leitura de forma correta, logo será o primeiro a ser programado.
23
REFERÊNCIAS
HUGHES, O. F.; PAIK, J. K. Ship Structural Analysis and Design. 1. ed. Nova Jersey:
The Society of Naval Architects and Marine Engineers, 2010.
APÊNDICE A - CRONOGRAMA