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Rio de Janeiro
2023
Suellen da Costa Lima
Rio de Janeiro
2023
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC/B
CDU 621
Este trabalho foi concluído com a ajuda e incentivo de várias pessoas. Gostaria de
homenagear e agradecer aos que me auxiliaram nessa jornada.
À minha avó, Georgina, por todo incentivo, amor e suporte em todos os momentos
da minha vida. Sua presença foi uma luz constante e inspiradora, e cada uma das minhas
conquistas é um reflexo do amor e sabedoria que você compartilhou comigo. Descanse em
paz.
À minha Irmã, Ingrid, pelo suporte e carinho nos momentos difíceis.
Ao orientador, Renato de Oliveira Rocha, pela oportunidade, orientação e paciência
ao longo do trabalho.
À toda a equipe do CEPEL, Fred, Rodrigo, Bel, Renan, Pedro e Matheus pelos
ensinamentos valiosos no laboratório.
Ao meu gerente, Cassiano, sem sua ajuda o trabalho não teria sido realizado.
Ao Jonas, cuja mentoria foi essencial para a escolha e a escrita desse trabalho.
À minha Mila, por toda a ajuda e suporte que precisei ao decorrer desse trabalho.
Às minhas amigas, Milena, Gabriela, Isabella, Leticia, Beatriz, Luiza e Áurea, obri-
gado pelas conversas e momentos juntos.
A minha avó querida.
RESUMO
This work aims at the improvement of the author in the area of Mechanical Vibrations,
using as main tool the Ultimaker 3D printer for the manufacture of a prototype steam turbine,
containing 6 rotors with 64 blades each. The rotor and the blades will be coupled to a test
bench, with two bearings, a shaft, an electric motor, instrumented with accelerometers,
displacement sensors positioned at 90° in each bearing and a keyphasor. The acquisition
of the sensor signals will be done through a hardware-software platform from National
Instruments. The purpose was to revitalize an existing experimental bench at CEPEL, in
order to build a steam turbine prototype using the “Analog Twin” concept for the monitoring of
rotating machines. Therefore, the final objective is to have a tool to assist in the management
process of predictive maintenance, proposing a technique for monitoring wear, detection
and diagnosis of failures using as a comparative and analysis parameter the vibration of the
equipment.
3D Três Dimensões
DC Direct Current
MHz mega-Hertz
NI National Instruments
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.2 Tecnologias 3D: conceito e possibilidades . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.3 Tecnologia digital Twin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 Tipos de manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.2 Manutenção corretiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3 Manutenção preventiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.4 Manutenção preditiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.5 Planejamento de manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.6 Vibrações mecânicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.7 Movimento harmônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.8 Vibração livre e forçada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.9 Máquinas rotativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.10 Classificação dos Rotores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.11 Análise de vibração em turbinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.12 Normas técnicas relacionadas a vibração mecânica . . . . . . . . . 34
2.12.1 Norma ISO 10816 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.13 Desbalanceamento em máquinas rotativas . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.14 Tipos de desbalanceamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.15 Desbalanceamento estático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.16 Desbalanceamento acoplado ou conjugado . . . . . . . . . . . . . . 38
2.17 Desbalanceamento dinâmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.1 O ROTMEF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
6 ESTUDO DO CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
7 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
8 REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
17
1 INTRODUÇÃO
1.1 Motivação
O digital twin é uma tecnologia disruptiva e que tem ganhado cada vez mais importân-
cia na indústria, ainda mais devido aos conceitos emergentes da denominada indústria 4.0.
Os conceitos sobre essa tecnologia são introduzidos no mundo da indústria e tecnologia no
ano de 2010 a partir de estudos realizados por John Vickers, um tecnólogo da NASA, mas
a sua existência é de quase dez anos antes, quando no ano de 2002 produtos inteligentes
desenvolvidos pelo engenheiro de computação Michael Grieves são apresentados por ele
na Universidade do Michigan. (SILVA, 2022).
Para Moldovan (2021), a tecnologia digital twin é, na verdade, uma forma de repre-
sentar qualquer produto a partir de uma simulação em um conjunto integrado de dados
por meio dos quais seja possível verificar em tempo real o objeto simulado. Trata-se de
uma tecnologia e bem interessante quando observada a sua usabilidade em laboratórios
remotos. Toda e qualquer experiência com todas as qualidades e seus atributos particulares
é passível de ser criada a partir da digitalização em ambientes virtuais, oferecendo assim
Capítulo 1. Introdução 20
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Como mostra a figura 1, a manutenção corretiva sempre é realizada após a falha efe-
tivamente ocorrer, enquanto isso, a manutenção preventiva é feita regularmente, reduzindo
a ocorrência da falha. Todavia, esta também é realizada quando não há nenhum indicativo
de falha. E por fim, a manutenção preditiva ocorre somente a partir da análise de dados
do equipamento que indiquem uma falha provável (RAN et al., 2019). Nesse contexto, o
quadro 1 mostra os benefícios, desafios e aplicações adequadas e inadequadas de cada
tipo de manutenção.
Capítulo 2. Revisão bibliográfica 25
Aplicações Aplicações
Tipo Benefícios Desafios
adequadas inadequadas
• Tempo de
inatividade
não
• A falha do
planejado.
equipamento
• Alto custo de • Equipamento
• Máxima cria um risco
estoque de Redundante
utilização. de segurança.
peças de ou não crítico.
Corretiva • Menor • É necessária
reposição. • Reparação de
custo de disponibilidade
• Potencial de baixo custo
prevenção. do
mais danos após quebra.
equipamento
para o
24/7.
equipamento
• Maior custo
de reparo.
• Necessidade
de estoque.
• Menor
• Aumento do
custo de • Tem • Têm falhas
tempo de
reparo. probabilidade aleatórias que
inatividade
• Diminui de falha que não são
Preventiva planejado.
tempo de aumenta com relacionadas
• Manutenção
inatividade o tempo ou à
em
não uso. manutenção.
equipamentos
planejado.
aparentemente
perfeitos.
• Visão
holística da
integridade • Maior custo
• Modos de
da inicial de
falha que • Não tem um
máquina. infraestrutura
podem ser modo de falha
• Opções de e
previstos de que possa ser
Preditiva análise configuração
forma previsto de
aprimoradas. (por exemplo,
econômica maneira
• Evita sensores).
com monitoramento econômica.
substituir • Sistema mais
regular.
um componente complexo.
com
vida útil.
O movimento harmônico pode ser descrito pela solução das equações do movimento,
obtidas através da aplicação da segunda lei de Newton, considerando as forças elásticas
de restituição, as forças de inércia e as forças de amortecimento.
O movimento harmônico simples de um objeto pode ser representado por uma
função senoidal, como a função seno ou cosseno, descrevendo uma trajetória harmônica
regular. Esse movimento pode ser descrito pela equação abaixo:
x(t) = Asin(!t)
q
k
!n = m
Na teoria apresentada por Pedreira (2006), o modelo mais simples para a análise da
vibração de um rotor é o sistema massa-mola. A massa do rotor é considerada rígida, o
que significa que ela não sofre deformações ou deflexões. Por outro lado, para um rotor que
é flexível comparado à rigidez do mancal, a rigidez efetiva é determinada pela rigidez em
flexão do eixo. Nesse caso, o sistema teria dois graus de liberdade.
Além disso, quando consideramos a influência da ação giroscópica, mais dois graus
de liberdade devem ser considerados, totalizando quatro graus de liberdade no sistema
(Pedreira, 2006).
Cada frequência natural corresponde a uma forma de vibração específica. O com-
portamento vibratório de um sistema pode ser descrito como uma combinação linear dos
vários modos naturais de vibração. Cada modo de vibração corresponde a uma frequência
natural específica em que o corpo tende a vibrar.
Figura 4 – Três primeiros modos de vibração de uma viga simplesmente apoiada nas duas
extremidades.
1) Órbita: A órbita do rotor, é construída a partir dos sinais fornecidos por dois trans-
dutores de proximidade montados ortogonalmente, e representa a trajetória do
movimento real da linha central do rotor. A órbita representa as informações mais
significativas sobre o comportamento do rotor, pois o movimento é resultado de uma
causa específica de alterações na sua rigidez dinâmica ou mudanças nas forças que
atuam sobre o mesmo.
das frequências naturais do sistema é chamada de ressonância, que deve ser evitada em
todos os elementos da turbina, especialmente nas palhetas, já que pode causar danos
graves (SILVA; MORAES, 2017).
Nesse sentido, cabe citar que as falhas de palhetas em turbinas a gás e compres-
sores geralmente se originam de alguns danos iniciais ou defeitos causados por objeto
estranho ou Foreign Object Damage (FOD), detritos ingeridos ou defeitos de fabricação. Os
danos iniciais podem se propagar ao longo do tempo e, em conjunto às condições severas
de operação, levar a falhas na palheta. Por isso, modos de falha típicos de palhetas em
turbomáquinas incluem fricção, fadiga, fluência, erosão, distorção, incrustação, rachadura,
frouxidão e danos causados por objeto estranho (ABDELRHMAN et al., 2012.).
Em particular, a fadiga de alto ciclo que ocorre com baixa carga e vibração de alta
frequência é um motivo comum de danos à palheta. Cargas vibratórias severas podem
induzir rachaduras na palheta. As trincas geralmente se propagam sob cargas cíclicas e se
acumulam até a quebra abrupta da peça, o que pode resultar em acidentes catastróficos
(DIAMOND; HEYNS; OBERHOLSTER, 2019).
Assim, uma das técnicas de manutenção mais efetivas para garantir o desempenho
seguro do sistema é o monitoramento de integridade on-line a partir de sinais da máquina.
Os sinais característicos incluem os de emissão acústica, sinais eletrostáticos, vibração,
sinais de temporização da ponta e assim por diante (CHEN et al., 2021).
A detecção de falha da palheta baseada em vibração é frequentemente realizada
monitorando as mudanças relativas da frequência de passagem das palhetas e seus
harmônicos. Durante a operação, forças de excitação desconhecidas são aplicadas aos
conjuntos de discos com palhetas, levando a respostas de vibração forçadas. Uma vez que
ocorra um dano incipiente, as características de vibração da palheta mudarão (CHEN et al.,
2021).
Assim, entre todos os métodos de monitoramento da condição das palhetas, o
monitoramento de vibração é frequentemente preferido devido à sua sensibilidade, eficácia
e confiabilidade. De maneira tradicional, os sinais de vibração são frequentemente coletados
de sensores montados na carcaça, portanto, os caminhos de transmissão de vibração entre
os locais danificados da palheta e os sensores são muito complexos. Neste caso, os sinais
de dano são severamente contaminados por interrupções e ruídos, tornando muito difícil
detectar danos iniciais. A fim de superar essa desvantagem, há cada vez mais interesse
no monitoramento direto da vibração das palhetas, incluindo métodos de contato e sem
contato (ABDELRHMAN et al., 2012.).
Os métodos tradicionais de medição de contato precisam montar extensômetros na
superfície da palheta e receber o sinal de teste usando um sistema de telémetro sem fio,
mas eles dependem de sistemas complicados de telemetria ou anéis coletores e são caros
de instalar. Além disso, eles têm uma vida operacional limitada e muitas vezes interferem
nas propriedades aerodinâmicas e mecânicas dos discos com palhetas (ABDELRHMAN et
Capítulo 2. Revisão bibliográfica 34
al., 2012.).
Alternativamente, métodos de medição sem contato foram desenvolvidos para mini-
mizar tais efeitos adversos. Em particular, blade tip-timing (BTT) é uma técnica sem contato
que mede a deflexão da ponta da pá usando sondas ópticas, capacitivas ou magnéticas
montadas na caixa de montagem. Quando não houver vibração nas palhetas, os tempos
de passagem de cada palheta serão apenas uma função da velocidade de rotação, raio de
rotação e sua posição circunferencial. Caso contrário, as palhetas passarão pelas sondas
mais cedo ou mais tarde do que o normal, dependendo de sua deflexão instantânea, de
modo que os tempos de passagem das palhetas diferirão daqueles obtidos na condição
não perturbada (ABDELRHMAN et al., 2012.).
Dessa forma, podemos obter deslocamentos de vibração de todas as palhetas nesse
meio tempo. Todavia, essas medições são sensíveis a muitos fatores, sendo capaz de obter
medições dentro de uma região de incerteza de ± 25% quando comparada as técnicas
tradicionais (CHEN et al., 2021).
Isto posto, é importante citar a análise de falha em palheta, realizada por Silva e
Moraes (2017). Os autores utilizaram condições de vibração, entre outras análises para
determinar a causa da falha na referida palheta. A partir de dados do histórico de manu-
tenção da turbina, cuja rotação é de 8.900 rpm, foi possível verificar coincidências entre
frequências naturais na turbina e sua rotação. Com base nas avaliações realizadas, os
autores concluíram que há previsão de falha por fadiga em um período de aproximadamente
3 anos (SILVA; MORAES, 2017).
Apesar dos problemas que causam em plantas industriais, a vibração mecânica não
pode ser completamente eliminada. Isso se deve a múltiplas razões, como limitações de
fabricação, erros de alinhamento, erros de balanceamento etc. (KULKARNI, 2019). Devido a
essa problemática, várias comissões técnicas definiram como objeto de estudos os níveis de
vibração admissíveis para equipamentos em geral. A partir do estabelecimento da vibração
tolerável, é possível avaliar melhor a operação segura de equipamentos. As principais
normas relacionadas à vibração de equipamentos são ISO 1940 e ISO 10816 (SENKO et
al., 2013). A norma ISSO 10816 será descrita a seguir.
O padrão ISO 10816 fornece diretrizes para limites aceitáveis de vibração, locais e
direções de medição, entre outros conceitos correlatos (KULKARNI ,2019). A norma ISO
Capítulo 2. Revisão bibliográfica 35
F = m:e:! 2
Onde,
m é a massa do rotor;
e é a excentricidade, distância entre o centro geométrico e o centro de rotação;
ω é a velocidade angular de rotação.
U = m:e
Onde,
m = massa do rotor
e = excentricidade
U = desbalanceamento
Figura 6 – Rotor cujo eixo não coincide com o eixo geométrico. (x: o eixo de rotação do rotor, o: o
centro de rotação do disco, o’: o centro geométrico do disco, e: a distância excêntrica do
disco, ’o: o ângulo de fase de rotação do disco).
No estudo realizado por Eisenmann et al. (1998), foram identificadas quatro formas
de desbalanceamento, determinadas pelo posicionamento relativo entre o eixo de principal
inércia e o eixo de rotação. Neste trabalho, serão abordadas três dessas formas: desbalan-
ceamento estático, desbalanceamento acoplado e desbalanceamento dinâmico. Cada uma
dessas formas de desbalanceamento apresenta características distintas, influenciando de
maneira específica o comportamento e as vibrações dos rotores.
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Onde:
[M] representa a matriz global de massa;
[C] representa a matriz global de amortecimento;
[G] é a matriz giroscópica skew-simétrica
[K ] representa a matriz global de rigidez;
[F] é o vetor global de excitação;
[q] é o vetor de deslocamento dos graus de liberdade.
[N] é a matriz giroscópica de deflexão.
3.1 O ROTMEF
figura 16. Essa abordagem de fixar porcas no porta-palhetas por meio de fundição do PLA foi
usada para introduzir um desbalanceamento controlado no conjunto. O desbalanceamento
resultante pode ser analisado e estudado em termos de seu efeito na dinâmica do sistema.
Durante todo o processo de fabricação, é natural que ocorram variações nas dimen-
sões e propriedades das peças, portanto, foi adotado um procedimento de montagem do
conjunto de palhetas e das rodas para minimizar o desbalanceamento.
Cada palheta foi enumerada e teve sua massa medida, sendo que, devido a tole-
râncias, não foi possível obter exatamente a mesma massa para todas as palhetas. Essas
diferenças de massa podem gerar um desbalanceamento no conjunto. Para mitigar esse
desbalanceamento, foram marcadas quatro referências principais: 0°, 90°, 180° e 270°.
Com base nessas referências, cada palheta foi montada individualmente.
Capítulo 4. Projeto e construção do “Analog Twin”. 49
Essa montagem também evita que as palhetas se movam devido à força centrífuga
durante a operação.
Capítulo 4. Projeto e construção do “Analog Twin”. 51
4.0.3 A bancada
Figura 20 – Bancada
Para acoplar o eixo ao motor, foi adquirido um acoplamento flexível para facilitar
o alinhamento do conjunto, com furos de 8x12mm. Como as medidas são comerciais e
diferente das medidas do eixo do motor elétrico, uma bucha com chaveta de diâmetro
interno de 11 mm e externo de 12 mm foi fabricada em 3D para adaptar o acoplamento ao
eixo do motor de diâmetro de 11 mm.
Dois suportes, figura 23, também foram projetados no software Fusion 360 e fabri-
cados em impressão 3D. Esses suportes foram projetados de forma rígida para garantir
a estabilidade dos sensores de deslocamento, a fim de evitar erros de leitura causados
pelo movimento vibratório do conjunto. Isso é necessário para minimizar a ocorrência
de ressonância nos sensores, especialmente em velocidades transientes ou durante o
funcionamento normal.
Além disso, um disco detendo de uma ranhura, foi fabricado para permitir a leitura do
keyphasor, que é um dispositivo que fornece informações precisas sobre a velocidade de
rotação, como ilustrado na figura 24. Um inversor de frequência também foi instalado para
controlar a velocidade do motor, além de recursos adicionais, partida suave e frenagem
regenerativa.
Capítulo 4. Projeto e construção do “Analog Twin”. 55
Figura 26 – Medidor de fase, transdutor e eixo; B: Resposta dos sinais dos transdutores.
5.1 Proxímetros
Uma componente estática com valor zero volts indica um alinhamento perfeito do
eixo com o centro dos mancais. Em contrapartida, uma componente estática não nula
sugere um desvio do eixo em relação à linha de centro, possibilitando a identificação de
possíveis problemas.
Capítulo 5. Instrumentação: Aquisição de sinais e processamento de sinais 60
A Figura 31, ilustra essa situação por meio de um gráfico de órbita, onde é possível
observar uma trajetória com amplitude deslocada do zero e uma forma dinâmica menos
definida. Esse gráfico representa o movimento real do eixo em relação ao mancal, incluindo
as variações no deslocamento em torno da posição média. Essa representação orbital
fornece uma visualização mais abrangente do comportamento do sistema, permitindo
identificar de forma mais clara o quanto o eixo está deslocado da linha de centro dos
mancais.
Por outro lado, ao aplicar um filtro para remover a componente DC e obter a órbita
filtrada do eixo, como ilustrado na Figura 32, podemos observar apenas as variações
dinâmicas do movimento em relação ao mancal, com uma órbita mais clara e definida em
torno de 0. Essa visualização permite uma análise mais precisa e direcionada às variações
dinâmicas do sistema, facilitando a detecção de desalinhamentos, desbalanceamento,
desgastes, folgas e outras anomalias que podem indicar problemas no equipamento.
Capítulo 5. Instrumentação: Aquisição de sinais e processamento de sinais 61
Figura 34 – Órbita
q P
N−1 − 2ıik
Yj = ∆t
N k=0 yk e
N ; j = 0; 1; 2; :::; N − 1
q
Onde:
yk é o valor do sinal y(t) no instante de tempo t = tk , sendo k = 0, 1, 2, . . . , N - 1;
i é a unidade imaginária (i² = -1);
j
Yj é a transformada de Fourier do sinal y(t) correspondente à frequência fj = N∆t
;
∆t é o intervalo de amostragem do sinal y(t);
1
∆t
é a frequência de amostragem do sinal y(t);
Nq = int( N2 ), sendo a função int( ) denota a operação de obtenção da parte inteira
de um número real.
A FFT tem como propósito facilitar a transformação de um sinal do domínio do tempo
para o domínio da frequência. Isso se torna necessário porque, frequentemente, os gráficos
obtidos no domínio do tempo carregam um excesso de informações, uma vez que são
Capítulo 5. Instrumentação: Aquisição de sinais e processamento de sinais 64
5.4 Acelerômetros
5.5 Keyphasor
Figura 40 – keyphasor.
6 ESTUDO DO CASO
Figura 43. No segundo mancal, os níveis de vibração na direção vertical foram 97,23%
maiores em relação à direção horizontal como mostrado na Figura 44. É importante destacar
que os níveis de vibração medidos no primeiro mancal foram superiores aos do segundo
mancal.
Figura 43 – Caso 1: Medição de amplitude pico a pico do proxímetro horizontal próximo ao mancal 1.
Figura 44 – Caso 1: Medição de amplitude pico a pico do proxímetro vertical próximo ao mancal 1.
Figura 45 – Caso 1: Medição de amplitude pico a pico do proxímetro horizontal próximo ao mancal 2.
Figura 46 – Caso 1: Medição de amplitude pico a pico do proxímetro vertical próximo ao mancal 2.
Figura 49 – Caso 1: Magnitude de vibração das medições do proxímetro horizontal próximo ao mancal
1.
Figura 50 – Caso 1: Magnitude de vibração das medições do proxímetro vertical próximo ao mancal 1
Figura 51 – Caso 1: Magnitude de vibração das medições do proxímetro horizontal próximo ao mancal
2.
Figura 52 – Caso 1: Magnitude de vibração das medições do proxímetro vertical próximo ao mancal 2.
Nesse caso, foram realizadas intervenções para equilibrar o rotor e verificar o im-
pacto dessas mudanças na dinâmica do sistema. Nessa condição, as 64 palhetas foram
individualmente pesadas e dispostas considerando a distribuição de massa ao redor do
conjunto como explicado no capítulo 4 deste trabalho. A massa de cada palheta diferia no
Capítulo 6. Estudo do caso 82
Figura 57 – Caso 2: Medição de amplitude pico a pico do proxímetro horizontal próximo ao mancal 1.
Figura 58 – Caso 2: Medição de amplitude pico a pico do proxímetro vertical próximo ao mancal 1
Figura 59 – Caso 2: Medição de amplitude pico a pico do proxímetro horizontal próximo ao mancal 2.
Figura 60 – Caso 2: Medição de amplitude pico a pico do proxímetro vertical próximo ao mancal 2.
Onde:
Figura 62 – Caso 2: Magnitude de vibração das medições do proxímetro horizontal próximo ao mancal
1.
Figura 63 – Caso 2: Magnitude de vibração das medições do proxímetro vertical próximo ao mancal 1.
Figura 64 – Caso 2: Magnitude de vibração das medições do proxímetro horizontal próximo ao mancal
2.
Figura 65 – Caso 2: Magnitude de vibração das medições do proxímetro vertical próximo ao mancal 2.
7 CONCLUSÃO
nhecimentos valiosos para a compreensão dos efeitos das falhas em rotores e para o
desenvolvimento de estratégias de manutenção preditiva. Recomenda-se que futuros estu-
dos explorem as melhorias propostas e ampliem a análise de falhas em turbinas a vapor,
visando o aprimoramento contínuo da segurança e desempenho desses sistemas.
90
8 REFERÊNCIAS