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O presente trabalho visa o estudo de uma metodologia para validação aeroelástica durante as
fases de projeto de uma aeronave destinada a competição SAE Brasil Aerodesign. Dessa forma,
iniciouse com a elaboração de dois modelos estruturais da aeronave em elementos finitos, um
em elementos de casca e um derivado desse em elementos de barra. Foram criados, então,
os modelos aerodinâmicos pelo método DLM e corrigidos por meio de matrizes de correção
obtidas a partir da distribuição de pressões pelo método CFD. Com os modelos prontos, realizou
se as análises de flutter pelo método PK a partir da solução 145 do Nastran, comparouse as
velocidades e modos críticos de flutter obtidos. Os modos de flutter obtidos foram convergentes,
ambos se deram como modo critico o de torção com acoplamento com o primeiro modo de
flexão, apesar de uma diferença de velocidades em torno de 16% entre os modelos estudados.
Quanto ao custo computacional, o modelo em massas e barras apresentou tempo de execução
na ordem 4% do tempo de execução do modelo em elementos de casca. Assim, sugerese a
implementação do modelo de massas e barra para as análises de flutter e do modelo em casca
para análises de aeroelasticidade estática visando a validação estrutural dos componentes.
α Ângulo de ataque
c̄ Corda de referência
K̄ Frequência reduzida
dCL
dα
Variação da sustentação com o ângulo de ataque
µ Viscosidade dinâmica
ω Frequência angular
ρ Densidade do fluido
θ Ângulo de torção
b semienvergadura
Cd Coeficiente de arrasto
Cf Coeficiente de força
Cl Coeficiente de sustentação
Cm Coeficiente de momento
Cm Corda no meio
Cr Corda na raiz
Ct Corda na ponta
K Rigidez da asa
M0 Momento aerodinâmico
p Autovalor
QR
hh Matriz modal de rigidez aerodinâmica
V Velocidade
VD Velocidade de mergulho
Vf l Velocidade de flutter
1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2. JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.1. Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.2. Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.1. Definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.2. Aeroelasticidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.3. Requisitos normativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.4. Modelos Aerodinâmicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.5. Modelos estruturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.6. Ensaios estruturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5. METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
5.1. Etapa 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
5.2. Etapa 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.3. Etapa 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
7. CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
9. REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
11
1. INTRODUÇÃO
O SAE Brasil Aerodesign é uma competição universitária promovida pela SAE Brasil em
conjunto com organizações e empresas parceiras do setor aeroespacial. O evento ocorre anual
mente na cidade de São José dos CamposSP desde o ano de 1999 (SAE Brasil, 2020).
A competição SAE Brasil Aerodesign, assim como as demais competições estudantis, pro
move uma experiência correlata à experiência de um profissional da Engenharia dentro de um
contexto de projeto. Dessa forma, resulta em oportunidades extra acadêmicas para os discentes,
principalmente no que tange o desenvolvimento de análise crítica de engenharia, assim como
outras habilidades e competências profissionais que podem os apoiar na sequência de suas car
reiras.
A competição dividese em etapas bem definidas. A primeira delas envolve o desenvolvi
mento de um projeto e construção de uma aeronave rádio controlada por cada uma das equipes
em sua cidade base. No segundo momento, as equipes reúnemse na cidade de São José dos
Campos para realizar a apresentação do projeto e as etapas de voo, nas quais são avaliados
diferentes parâmetros técnicos e operacionais.
A pontuação da competição dividese em pontuação de projeto e pontuação de voo, essa
maior que a primeira. De forma geral, o projeto das aeronaves é baseado em restrições geomé
tricas, de projeto e na metodologia de pontuação definidos no regulamento da competição do
ano em questão.
Diversos parâmetros de voo destacamse, porém, o principal deles é a carga líquida carre
gada pela aeronave. Essa apresenta uma relação inversamente proporcional com o peso vazio,
portanto, tornase interessante para o projeto que haja uma redução desse, situação que associa
se com uma possível redução de rigidez das asas.
Além disso, cabe destacar que as aeronaves resultantes dos últimos projetos da equipe do
CEFETMG (CEFAST Aerodesign) apresentaram um aumento considerável em dois outros im
portantes parâmetros no contexto da competição: a velocidade máxima atingida em voo e o
alongamento das asas. De forma geral, o aumento do alongamento das asas resulta na diminui
ção de rigidez dessas. Já o aumento da velocidade de voo resulta no aumento das cargas que
atuam sobre as asas. Nesse contexto, compreendese que a rigidez das asas se configura como
um ponto importante de análise.
Outros importantes fatores a serem considerados são a limitação de tempo de projeto, re
cursos financeiros e computacionais da equipe. Tal situação exige que as equipes desenvolvam
avaliações céleres e com baixo custo computacional e que constantemente promovam uma me
lhoria contínua de suas metodologias de projeto.
Nesse cenário, tornase imperativo o estabelecimento de critérios acurados destinados a va
lidação da segurança da aeronave quanto ao fenômenos aerolasticos. Para tal, surge a necessi
dade da criação de diferentes metodologias de avaliação aeroelástica, que se destinam a apoiar
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o projeto e operação da aeronave em cada uma das etapas de projeto e, dessa forma, promover
aspectos de segurança relativos aos requisitos de resistência mecânica.
Esse trabalho terá como objeto a análise aeroelástica uma aeronave desenvolvida pela equipe
CEFAST Aerodesign para a competição SAE Brasil Aerodesign 2020 na categoria micro. Essa
é uma aeronave do tipo asa voadora caracterizada por não possuir cauda ou uma fuselagem nos
formatos convencionais.
Outros pontos construtivos de destaque da aeronave são seus dois motores e sistema de
desmontagem da longarina principal conforme verificado na Figura 1 e os parâmetros gerais da
aeronave podem ser vistos na Tabela 1.
Parâmetro Valor
Envergadura 2640 mm
Massa estrutural 2,23 kg
Carga paga fixa 4,08 kg
Carga paga alijável 4,08 kg
Corda na raiz 285 mm
Corda no meio 285 mm
Corda na ponta 220 mm
Velocidade estrutural
26,2 m/s
de mergulho
Velocidade estrutural
24,0 m/s
de cruzeiro
Fator de carga de
2,0
manobra máximo
Fator de carga de
0,0
manobra mínimo
2. JUSTIFICATIVA
Nas últimas competições de aerodesign SAE Brasil, a equipe CEFAST Aerodesign vem
apresentando aeronaves com velocidades e alongamentos de asas cada vez maiores, o que au
menta a probabilidade de ocorrência de fenômenos aeroelásticos. Assim, é necessário uma ava
liação acurada dos fenômenos que podem levar à falha da aeronave.
Outro ponto a ser abordado, é a necessidade de criação de uma metodologia que abranja os
mais variados tipos de aeronaves, não se restringindo à modelos convencionais. Além disso,
devido a questões de gestão de custos e de cronograma da equipe é necessário uma metodologia
que vise a redução de tempo de análise e de custos sem a perda de acuracidade.
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3. OBJETIVOS
Para cumprir o objetivo geral deste trabalho, são estabelecidos os seguintes objetivos espe
cíficos:
Realizar uma revisão na literatura a respeito de modelos de análise aeroelásticas e da acu
racidade dessas;
Criação de modelos aeroelásticos para validação do projeto;
Análise da acuracidade dos métodos avaliados no trabalho, com base nos resultados.
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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1. DEFINIÇÕES
Bordo de ataque pode ser definido como a extremidade anterior do perfil da asa, enquanto
bordo de fuga pode ser definido como sua extremidade posterior. Intradorso é a região infe
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rior do perfil e extradorso sua região superior (PULLIN,1979). A representação das definições
apresentadas pode ser vistas na Figura 3.
Corda pode ser definida como a linha (imaginária) entre o bordo de ataque e de fuga de
um perfil (PULLIN,1979). No contexto da equipe CEFAST Aerodesign, as principais cordas
utilizadas como referência são a corda da raiz (Cr), da ponta (Ct), do meio (Cm) e a corda
média aerodinâmica (Cma ). A corda da raiz é definida como a corda obtida pelo prologamento
dos bordos de ataque e de fuga até o centro da fuselagem. A corda da ponta é obtida pelo
prolongamento dos bordos de ataque e de fuga até a tangente em relação a ponta, paralela a
linha de centro da fuselagem.
A corda média aerodinâmica é obtida visando estabelecer uma corda de asa retangular com
mesma área e características aerodinâmicas semelhantes a asa original. Para definição geomé
trica da asa, na equipe CEFAST, usase uma corda de referência ao longo da envergadura, essa
é chamada de corda do meio (Cm), é utilizada para realizar a mudança de afilamento na asa.
As cordas geométricas estão representadas na Figura 4.
Afilamento pode ser definido como a razão entre cordas de referencia (PULLIN,1979), no
18
caso da equipe, a asa possui dois afilamentos diferentes, sendo o primeiro obtido pela razão
entre a corda do meio e da raiz e a segunda entre a corda da ponta e do meio.
Outra definição importante é de envergadura, essa é definida como a distância entre as cordas
das pontas (PULLIN,1979). Deriva dessa, um outro parâmetro utilizado pela equipe, a semi
envergadura (b) que pode ser definida como a distância entre a corda na raiz e a corda na ponta,
esse parâmetro pode ser visto na Figura 4.
Ângulo de ataque (α) pode ser definido como ângulo entre a velocidade do escoamento e o
ângulo de simetria do plano XY (PULLIN,1979).
Considerase como centro de torção a posição em que não houver torção do perfil ao se
aplicar uma carga concentrada transversal no ponto dado. E o eixo elástico é constituído pelos
centros de torção de cada seção.(MEGSON,2010)
Cf = F /(q ∗ S) (4.1)
Cm = M /(q ∗ S ∗ d) (4.2)
Dessa forma os coeficientes de sustentação (Cl ), arrasto (Cd ) e de momento a 1/4 de corda
(Cm0 ) podem ser obtidos como visto nas equações 4.3 , 4.4 e 4.5:
Cl = L/(q ∗ S) (4.3)
Cd = D/(q ∗ S) (4.4)
dCL
Cl = cl0 + (4.6)
dα
dCL
Em que cl0 é o coeficiente de sustentação para ângulo de ataque nulo e dα
é variação da
sustentação com o ângulo de ataque.
4.2. AEROELASTICIDADE
4.2.1. Divergência
Divergência pode ser definida como uma instabilidade estática, em velocidade definida
(VDir ), provocada principalmente pela flexibilidade da superfície aerodinâmica (BISPLINGHOFF,
1996). Como consequências para a aeronave, o fenômeno de divergência pode levar ao colapso
estrutural da aeronave.
A fim de verificar os principais parâmetros envolvidos, podese utilizar uma simplificação,
como exemplo, temse a divergência torsional de uma asa reta de área S e sem superfície de
comando. Na Figura 6 são mostrados os pontos de atuação das forças, assumese que as com
ponentes aerodinâmicas agem sobre o centro aerodinâmico e que a rigidez torsional é atuante
no centro de torção (MEGSON,2010).
A rigidez torsional da asa (K) deve resistir as cargas aerodinâmicas impostas. Conforme
ilustrada na Figura 7, o somatório de momentos atuantes é dado de acordo com a Equação 4.7:
21
M0 + L ∗ ec = K ∗ θ (4.7)
∂CL
q ∗ S ∗ (Cma ∗ Cm0 + ec ∗ cl0 + ec ∗ (α + θ) ∗ )=K ∗θ (4.8)
∂α
Rearranjando a Equação 4.8 obtémse então a relação vista na Equação 4.9.
K
qdir = (4.10)
S ∗ ec ∗ ∂CL
∂α
4.2.2. Flutter
4.2.2.2. Métodos K
O método K foi obtido como solução do problema aeroelástico por meio do uso de um
parâmetro que visa simular o amortecimento estrutural. Por meio de experimentos, notouse
que a energia removida por ciclo, durante o movimento harmônico é proporcional ao quadrado
da amplitude e independente da frequência. Assim, o amortecimento utilizado é proporcional
ao deslocamento e em fase com a velocidade (HODGES, 2011).
Dessa forma, o método K assume um movimento harmônico, com uso de um amortecimento
estrutural artificial complexo, proporcional a rigidez, para manter o movimento harmônico. A
solução de flutter tornase então um problema de autovalor em velocidade e em frequência, o
que requer uma solução iterativa. Usase então a frequência reduzida (Equação 4.12) como parâ
metro iterativo até ser encontrado um sistema com estabilidade neutra, no qual não é necessário
mais um amortecimento artificial (JOHNSON, 2009).
A equação aeroelástica para o método K é vista na Equação 4.11:
Em que Mhh é a matriz modal de massa, ω é frequência angular, Bhh é a matriz modal de
amortecimento, Khh é matriz modal de rigidez, ρ é a densidade do fluido, Qhh é matriz de força
aerodinâmica, V é velocidade ,g amortecimento estrutural artificial e uh fator de participação
modal.
23
K̄ = ωc̄/2V (4.12)
4.2.2.3. Método PK
As matrizes QIh h e QR I
h h são as partes imaginárias e reais da matriz Qhh (m, K̄), em que Qh h é
a matriz modal de amortecimento aerodinâmico, QR h h é a matriz modal de rigidez aerodinâmica
e p o autovalor dado pela Equação 4.14:
p = ω(Y ± i) (4.14)
g = 2Y (4.15)
liação racional para certificar que não ocorre flutter, reversão de comandos ou divergência em
velocidades até 120% a velocidade estrutural de mergulho (EUROPEAN UNION AVIATION
SAFETY AGENCY, 2009).
elementos de barra. Os nós são unidos a estrutura por elementos rígidos e inicialmente restri
tos. Visando obter os parâmetros elásticos, uma restrição é retirada de cada nó, de cada vez,
e aplicada um deslocamento ou rotação unitários. As forças de reação obtidas são então utili
zadas para a elaboração da matriz de rigidez. Os parâmetros inerciais são obtidos a partir dos
parâmetros das regiões analisadas (HAYIRLI, 2017).
4.5.1. Splines
Ensaios estruturais podem ser realizados para obtenção dos parâmetros utilizados, e verifi
cação desses. Tais análises são possíveis apenas em momentos posteriores do projeto, quando
já se possui protótipos construídos (BARROS, 2001).
Para obtenção dos parâmetros de rigidez, é necessário a análise da estrutura nos eixos de
maior e menor inércia e em relação à rotação. Para isso, são aplicadas cargas conhecidas em
cada eixo ao longo da envergadura, a fim de obter a deflexão em cada seção. Com a deflexão
obtida para cada seção obtémse então a rigidez para cada região através da equação de deflexão
de vigas (BARROS, 2001).
Para avalização da rigidez à rotação pode ser aplicado um sistema de cargas que leve a um
binário, por maior simplicidade de obtenção de uma carga conhecida de rotação. Com a torção
da região podese obter a rigidez a rotação de forma análoga a rigidez na maior e menor inércia
(BARROS, 2001).
Para a correção e verificação dos parâmetros dinâmicos considerados, é sugerido uma aná
lise modal da estrutura. A análise em solo dos parâmetros modais é chamado de GVT (Ground
V ibration T est) e é utilizado em fases avançadas de projeto para alimentação de modelos di
nâmicos (KEHOE, 1993).
A avaliação da estrutura por meio da análise experimental dáse em ordem inversa a utilizada
na solução analítica ou por meio de métodos numéricos como elementos finitos. Para solução
26
5. METODOLOGIA
5.1. ETAPA 1
O presente trabalho visa avaliar o projeto 2020 da equipe CEFAST Aerodesign Micro. O
projeto CEFAST Micro 2020 é uma aeronave do tipo asa voadora, com dois motores elétricos e
uma superfície de comando.
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Devido à natureza das restrições geométricas (a aeronave desmontada deve caber em uma
caixa de volume limitado) e às formas de pontuação (alto peso dado ao tempo de desmontagem),
a aeronave apresenta alto alongamento, massa concentrada ao longo da semienvergadura sendo
essa dos motores e baterias além de possuir três seções para desmontagem. São resumidos os
principais parâmetros da aeronave na Tabela 2.
Parâmetro Valor
Envergadura 2640 mm
Massa estrutural 2,23 kg
Carga paga fixa 4,08 kg
Carga paga alijável 4,08 kg
Corda na raiz 285 mm
Corda no meio 285 mm
Corda na ponta 220 mm
Velocidade estrutural
26,2 m/s
de mergulho
Velocidade estrutural
24,0 m/s
de cruzeiro
Fator de carga de
2,0
manobra máximo
Fator de carga de
0,0
manobra mínimo
Material Função
Elaboração dos modelos inerciais
FEMAP/NX Nastran
e elásticos.
Elaboração do modelo
STARCCM+
Aerodinâmico
29
O modelo da estrutura completa foi criado no NX/Femap, visando a obtenção dos parâmetros
modais e de rigidez que serão consideradas na primeira análise, esse pode ser visto na Figura 8.
Para a longarina, nervuras e berço foram utilizados elementos do tipo laminate plate. Para
inserção de massas localizadas foram utilizados elementos de massa, as ligações entre os ele
mentos de barra e de casca foram efetuados com o uso de elementos rígidos. Para os parafusos,
eixos do trem de pouso auxiliar e tubos de carbono foram utilizados elementos de barra. A
discretização do modelo conforme tipo de elementos pode ser vista na Figura 9.
30
Assim, o modelo conta com 153621 elementos do tipo laminate plate, possuindo também
1377 elementos rígidos, 71 elementos de massa e 108 elementos de barra. Para estabelecimento
de tamanho de malha, utilizouse a convergência de tensões a cada refinamento de malha, a
partir da aplicação de uma carga concentrada na ponta da asa.
Para obtenção dos parâmetros usados no modelo de elementos de viga e de massa, a semi
asa foi divida em 13 seções, conforme Figura 10.
31
Para obtenção dos dados de rigidez, uma carga concentrada de módulo conhecido foi apli
cada ao término de cada seção no eixo transversal, nos sentidos de maior e menor inércia. Foi
aplicada também uma carga de torção. Dessa forma, a partir dos deslocamentos e rotação ob
tidos e considerando a asa como uma viga, obtevese os parâmetros de inércia das vigas, os
resultados podem ser vistos na Tabela 4.
Os parâmetros de massa e inércia de cada seção da Figura 10, utilizados para alimentação
do modelo de massas e barra foram obtidos para cada seção a partir do modelo da Figura 8 a
partir do relatório de propriedades de massa e estão listados na Tabela 5.
Com os resultados obtidos de rigidez (Tabela 4) e de inércia (Tabela 5), da aeronave foi
criado um modelo de elementos de viga e de elementos de massa. O intuito é a redução do
tempo computacional de execução da solução aeroelastica e a facilidade de possíveis alterações
futuras do modelo com base nos ensaios realizados. Dessa forma, as vigas foram criadas na
posição do eixo elástico da aeronave e as massas foram posicionadas no centro de gravidade de
cada seção. O modelo de massas e barra pode ser visto na Figura 11. Além dos elementos de
massa e de viga usados, também foram usados elementos do tipo plot only e RBE 2 para auxilio
da visualização dos resultados.
33
Para validação do modelo de massas e barra, foi efetuada uma análise modal do modelo e
os resultados foram comparados ao modelo em elementos de casca. Na tabela 6 é possível ver
os resultados de frequência obtidos para os dois primeiros modos de flexão e o primeiro modo
de torção para ambos os modelos.
As cargas aerodinâmicas foram obtidas pelo método DLM por meio do NX Nastran. Para
a consideração da espessura e arqueamento da perfilagem utilizada, é necessário correção da
matriz aerodinâmica obtida pelo modelo de painéis.
Para obtenção dos coeficientes de correção foi efetuado no software StarCCM+ uma análise
de distribuição de pressões na asa da aeronave com os parâmetros listados na Tabela 7.
35
Parâmetros Valores
Velocidade 20,7400 [m/s]
α 0,000 a 0,0593 [rad]
ρ 1,225 [kg/m3]
µ 1,85508E5 [Pas]
Modelo de turbulência kϵ
Altura do túnel de vento 3xb
largura do túnel de vento 4xb
comprimento do túnel de vento 6xb
O tamanho de malha e seu refinamento se deu a partir de análise de convergência dos resul
tados para pressão. Para visualização da malha, uma seção pode ser vista na Figura 14, e a 3D
na Figura 15.
A distribuição de pressão para α igual a 0,0593 rad é ilustrada na Figura 16. A partir da
distribuição de pressões obtida, a diferença entre as pressões do intradorso e extradorso foi cal
culada para a posição a 25% de cada painel, para os ângulos de ataque avaliados.
Para obtenção dos parâmetros aerodinâmicos a serem corrigidos, uma análise de aeroelas
ticidade estática foi efetuada no NX Nastran, por meio da solução 144 para ambos os modelos
de aeroelasticidade. Para isso, estabeleceuse os parâmetros citados na Tabela 8. Os modelos
considerados nas análises podem ser vistos nas Figura 17 e Figura 18.
37
Parâmetros Valores
Velocidade 20,74 [m/s]
α 0,0593 [rad]
ρ 1,23 [kg/m3]
Mach 0
5.2. ETAPA 2
Parâmetros Valores
Massa estrutural 2,23 [kg]
Carga paga fixa 4,08 [kg]
Carga paga alijável 4,08 [kg]
Posição do centro de gravidade 20,16 %cma
Levando em conta que a aeronave apresenta em seus requisitos alijar carga durante a missão,
devese avaliar a estabilidade da aeronave em relação aos fenômenos aeroelásticos para as duas
condições de voo previstas. A primeira delas é com a carga máxima prevista, e a segunda com a
massa encontrada na aeronave após o alijamento. No entanto faz parte do contexto desse trabalho
a avaliação apenas no primeiro caso citado. Uma vez que o objetivo do trabalho é o estudo de
uma metodologia de avaliação de aeroelasticidade, considerase não haver comprometimento
do resultado a avaliação de apenas um dos casos, uma vez que a comparação de resultados se
dará para a mesma condição de massa. Dessa forma, os modelos inerciais elaborados na etapa
1, contemplam apenas o caso de carga máxima prevista na missão da aeronave.
Assim, não foi considerada a parte da missão após o alijamento de carga. Em tal considera
ção, a aeronave iria possuir como carga paga, apenas a carga não alijável e a mesma posição do
centro de gravidade antes do alijamento.
Considerase também, a posição do centro de gravidade como fixa. A posição é corrigida
a partir da distribuição de carga paga na aeronave antes de cada voo. Para o projeto CEFAST
Micro 2020, a posição do centro de gravidade é 20,16% da Cma . A posição foi obtida na fase
de projeto por critérios de estabilidade e de maximização da carga paga.
Como simplificação da aeronave, não foram modeladas as superfícies de comando. Como
já abordado, a aeronave possui apenas uma superfície de comando, e essa é responsável pela
execução das manobras previstas e será denominada aqui como elevon. Assim para a parte
estrutural e aerodinâmica, não foram considerados os graus de liberdade do elevon, sendo esse,
portanto, considerado apenas como o bordo de fuga da asa.
Uma vez que não há a modelagem da superfície de comando, não serão avaliados os possíveis
casos de instabilidade que envolvam modos da superfície de comando. Mais uma vez, considera
se que com tal simplificação não há comprometimento dos resultados obtidos.
Entretanto, sugerese como trabalhos futuros, a avaliação da modelagem dos sistemas de
comando para as análises aeroelásticas, visando não só avaliação de flutter, como também de
reversão de comandos. Outro ponto importante é que para a verificação e correção da aeronave
quanto os critérios normativos e de segurança, é necessária a avaliação da aeronave também
para a condição após alijamento. Apesar de aeronave não necessitar de se enquadrar nos parâ
metros normativos é uma opção da equipe CEFAST Aerodesign se adaptar para enquadrar nos
parâmetros estabelecidos para aeroelasticidade.
40
Para as duas análises de flutter realizadas foram utilizados os parâmetros listados neste pará
grafo. Usouse número de Mach igual 0 para descartar os efeitos de compressibilidade devido o
regime de operação da aeronave. Analisouse o range de frequência reduzida entre 0,0001 à 10
e as velocidades estudadas se deram de 0 a 50 m/s. Os demais parâmetros se deram de acordo
com as análises de aeroelasticidade estática já citadas.
O problema aeroelástico foi então solucionado por meio do solver 145 do Nastran. Usouse
o método PK para solução do problema. A partir da solução gerada, e por meio dos gráficos vg
e vf obtevese a velocidade crítica de cada modelo. As velocidades obtidas e os custos compu
tacionais para o modelos II foram comparadas com as do modelo I. Além disso, computouse o
tempo necessário para elaboração de cada modelo. Devido a limitação ocasionada pelo isola
mento para contenção do coronavírus, não foi possível a elaboração do modelo III, que consis
tiria em um modelo estrutural de vigas baseado nos resultados obtidos dos ensaios descritos na
seção 5.3.
5.3. ETAPA 3
de força no sistema e marcação do driving point, por meio do sinal de aceleração, com a fixação
conforme ilustrada na Figura 21.
A resposta na aeronave será avaliada por meio do acelerômetro triaxial em miniatura mo
delo PCB 356A32. Devido a limitação de disponibilidade de recursos, apenas um acelerômetro
será utilizado. Assim, serão realizados várias medições e, em cada etapa, o acelerômetro será
posicionado em um local diferente da estrutura. Dessa forma, estabeleceuse os pontos da Fi
gura 22 como os pontos em que é lida a resposta da estrutura. A leitura da resposta da aeronave
será realizada para ambas as semiasas, de forma que será verificada para 6 pontos no total. A
fixação do acelerômetro nas nervuras será realizada por meio de cera de abelha. Na Figura 23 é
mostrado o acelerômetro na estrutura.
Para aquisição de sinais será usando o Labview e para processamento dos sinais o Simcen
ter Test.lab. Como método de estimativa de parâmetros modais será utilizado o PoliMAX da
Siemens. A Tabela 11 resume a instrumentação a ser utilizada:
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Equipamentos Modelo
Acelerômetro PCB 356A32
Shaker GWV20
Analisador de sinais NI9234 e NI9260
Amplificador de sinais GW PA 100E
Chassi do analisador NIcDAQ 9189
Cabeça de impedância Dytran 5860B
Para simular a condição livrelivre a estrutura será suspensa pela longarina por meio de
elásticos conforme a Figura 25. Assim, o elástico atuará de forma a suspender a estrutura e tirar
a influência do suporte.
A semi envergadura foi dividida em 13 seções, conforme a Figura 26, para a realização dos
ensaios.
Para obtenção de rigidez da estrutura será realizado um ensaio de flexão. Para isso usase
uma carga de flexão conhecida na estrutura e a partir do deslocamento obtido, a rigidez é obtida
com base na equação de deflexão de viga. Em cada uma das seções da Figura 26 será adicionada
a carga de flexão e o deslocamento da seção será lido com um paquímetro analógico 300mm
da marca Zaas de resolução 0,02 mm. Os suportes nos casos citados também será em placas de
compensado e a carga será aplicada em uma forma análoga ao ensaio para obtenção da posição
do eixo elástico.
Para isso será realizado o ensaio com carga na maior e menor inércia, e com carga de torção,
sendo a rotação medida com um goniômetro digital da marca Digimess de resolução 0,1º. Para
obtenção da carga na direção desejada, será utilizado uma polias de modelo PA50A1 da marca
SCPOLIAS. Uma ilustração da seção transversal dos suportes para cada caso pode ser visto da
Figura 28 a 34.
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Por fim, para finalizar a etapa 3, devese alimentar os dados do modelo de massas e barra
com os dados dos ensaios executados, de forma análoga ao que foi realizado na etapa 1. Com o
modelo criado, devese então realizar análise de flutter com os parâmetros da Seção 5.2.1.
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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Realizouse, então, a análise de flutter para os 2 modelos listados na Tabela 9, conforme visto
no item 5.2.1. Como já dito anteriormente, não foi possível a elaboração do modelo III, que seria
obtido com os dados encontrados nos ensaios, seguindo a metodologia vista no item 5.3. Isso se
deu uma vez que não foi possível a elaboração e ensaio do modelo do projeto CEFAST Micro
2020, por limitações do uso da oficina da equipe por medidas de isolamento para contenção do
novo coronavírus.
Para a análise dos fenômenos de flutter, foram estudadas as evoluções da frequência e amor
tecimento pela velocidade, a partir diagramas Vf e Vg dos modelos elaborados na etapa 2 (Item
5.2). Para o modelo I, plotouse a frequência e amortecimento para as velocidades até 32 m/s
(120% da velocidade estrutural de mergulho) para os modos de 7 a 11 (Figura 31 e Figura 32).
Os modos de corpo rígido não foram apresentados para melhor visualização dos resultados, uma
vez que não se mostraram criticos. Para facilitar a visualização dos resultados na Figura 33 é
mostrado separadamente o diagrama Vg para os modos 8 e 9 (torção e flexão combinado com
torção , respectivamente), que se apresentaram mais críticos. É exibido o modo de torção (modo
8) para a velocidade crítica de flutter (24 m/s) na Figura 34.
A elaboração dos diagramas Vf e Vg para o modelo II, se deu de forma análoga aos dos
modelos I e os diagramas são exibidos nas Figura 35 e Figura 36. Na Figura 37 é exibido o
modo 8 para a velocidade crítica encontrada no modelo.
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Como visto os dois resultados obtidos indicam o mesmo fenômeno crítico e todos indicam
dentro do envelope de voo para a aeronave analisada, quando ocorre a instabilidade ao anular o
amortecimento do modo crítico. Obtevese uma diferença de 16% entre os modelos de massas
e barra e o modelo de cascas, sendo a possível causa da diferença observada o modo em que
foi modelado a interação entre a parte estrutural e a aerodinâmica. A interação é feita por meio
de splines, os elementos de interpolação do modelo estrutural e do modelo aerodinâmico, sendo
portanto necessário um estudo mais aprofundado da forma mais adequada para cada um dos
modelos, sendo esse estudo uma sugestão para trabalhos futuros. Outro ponto a ser considerado
é a sensibilidade das respostas das velocidades e modos críticos de flutter quanto a variação
das frequências e modos naturais. Dessa forma, é sugerido como trabalho futuro uma avaliação
mais detalhada da metodologia de criação do modelo de massas e barra a partir do modelo de
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cascas.
A respeito dos modos de flutter encontrados, observase que são coerentes com a natureza
da aeronave. O modo crítico é o modo de torção da aeronave. Entretanto, é necessário o ensaio
modal experimental da aeronave para alimentação do modelo com os dados reais da estrutura,
de forma a fornecer resultados fieis aos encontrados na estrutura.
A respeito de ocorrerem dentro do envelope de voo da aeronave estudada, devese corrigir o
projeto, para isso, sugerese o estudo do aumento da rigidez à torção e o estudo de modificações
na aerodinâmica da asa como modo de solucionar a não conformidade. Para alteração da rigidez,
podese estudar a possibilidade de aumentar o chapeamento da estrutura, sobretudo no bordo de
ataque e ligar por meio de uma chapa de balsa o intradorso e extradorso, de forma a montar
se uma seção em forma de D. As mudanças de geometria que envolvessem parâmetros como
torção geométrica sem mudança da geometria em planta entrariam no solver como a matriz de
downwash a partir das entradas DMI.
Além das velocidades obtidas, é necessário a análise do custo, acuracidade dos métodos
usados e necessidades da equipe em cada fase de projeto, além de possíveis melhorias para a
acuracidade de cada método usado. Uma vez que não foi possível a execução dos ensaios pro
postos, os resultados foram comparados com o modelo I, por esse ser considerado de maior
acuracidade. A Tabela 14 resume os resultados. Entretanto, para continuação do trabalho, é
necessário a elaboração do modelo III, conforme descrito na seção 5.3 e com isso fazer a com
paração de forma mais coerente.
Diferença de Característica da
Modelos velocidade em diferença
relação ao modelo I de velocidade
I
II 16,6% Conservadora
Dessa forma observase, que a diferença obtida (16,6%) foi consideravelmente conserva
dora, apesar de em ambos os casos ter sido obtido dentro do envelope de voo. Cabe ressaltar
que devese, portanto, fazer um estudo mais aprofundado quanto aos métodos de interação entre
as cargas aerodinâmicas e os modelos estruturais, que são realizadas pelo solver por meio das
splines. Outro ponto a ser considerado é a sensibilidade da variação das frequências e modo na
turais em relação aos dois modelos estruturais avaliados. A maior diferença entre as frequências
naturais, deuse justamente para o modo crítico o primeiro modo de torção, sendo a diferença de
2,3%. Dessa forma, sugerese um estudo mais detalhado da sensibilidade dos modos e frequên
cias naturais dos modelos estruturais quanto as análises de flutter.
Para o custo das análises considerouse o custo computacional e o tempo necessário para
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elaboração dos modelos. Para isso avaliouse os dois modelos realizados, sem a avaliação dos
ensaios, uma vez que foi possível obter apenas uma estimativa do que seria utilizado. Na Tabela
15 é indicado o tempo gasto para execução da solução 145 do Nastran por um computador da
equipe CEFAST para cada um dos dois modelos.
Ao longo do projeto, estimase que várias análises devam ser necessárias, para conferência
de modelos, análises paramétricas e suas influências nos resultados. Assim, o custo da análise
do modelo em elementos de viga (modelo II) representa um ganho para equipe em questão de
quantidades de testes a serem executados, considerando mesmo tempo destinado às análises
paramétricas, por exemplo.
Das análises realizadas, o maior tempo de processamento foi utilizado para execução da
análise de distribuição de pressões por meio do método CFD. Todavia, obtémse já uma redução
do custo uma vez que a análise de flutter propriamente dita é realizada por meio de método DLM,
sendo necessário então a execução da análise CFD apenas uma vez para cada configuração
aerodinâmica.
Para comparação dos resultados das velocidades obtidos com a aeronave real, sugerese
a elaboração e execução de um ensaio experimental de flutter. Para validação dos modelos
inerciais obtidos, sugerese ainda a execução do ensaio modal experimental, para continuação
do trabalho.
Em posse dos resultados obtidos e baseado nas necessidades da equipe CEFAST Aerodesign
para cada fase de projeto, alguns aspectos podem ser apontados. Ainda na etapa de préprojeto,
sugerese considerar a possibilidade de avaliação de aeroelasticidade para seleção das aeronaves.
Para isso devese garantir um método de baixo custo, fácil implementação e boa acuracidade,
para não retirar indivíduos com boas características na etapa de otimização com algorítimos
genéticos, nem tornar o processo ainda mais custoso. Para isso sugerese o uso do modelo de
massas e barras. Para a fase de projeto detalhado pode ser útil a avaliação de aeroelasticidade
estática para as condições previstas pela equipe de cargas para a validação dos componentes para
o modelo em cascas. Assim, pode ser verificado cada componente para as condições de voo.
Pode ser utilizado ainda, além dos casos utilizados atualmente pela equipe, o caso de reversão
de comandos para as superfícies móveis durante a fase de dimensionamento dos componentes,
facilitando o fluxo de trabalho. Dessa forma, sugerese a avaliação de aeroelasticidade estática
na etapa de verificação global da estrutura, após o prédimensionamento de cada componente,
afim de substituir a metodologia de modelo de asa rígida empregada atualmente pela equipe
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7. CONCLUSÃO
Com base nos objetivos do trabalho, e com os resultados obtidos, concluise que a metodo
logia para criação dos modelos de massa e barra apresenta alta acuracidade para os parâmetros
de inércia e de rigidez, tendo em vista os modos e frequências naturais obtidos para o modelo de
massas e barra e o modelo de cascas. Com esse resultado, podese extrapolar que a metodologia
será valida também para calibração do modelo a partir dos dados experimentais, uma vez que
se daria de forma análoga ao método usado.
Concluise que quanto aos resultados obtidos de velocidade crítica, esses tiveram convergên
cia para ambos os modelos analisados quanto aos modos de flutter encontrados, apesar de uma
diferença de 16% nas velocidades obtidas, provavelmente devido ao método de acoplamento
entre os modelos estruturais e aerodinâmicos. É necessário, entretanto, para continuação do
trabalho, ensaios experimentais para a validação dos resultados quanto a acuracidade, uma vez
que ambos os modelos são apenas numéricos, já que não foi possível validação experimental,
devido a limitações do uso do laboratório.
Observase também a necessidade de análise mais aprofundada dos métodos de interação
entre modelos estruturais e aerodinâmicos analisados.
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• Validação do modelo dinâmico por meio do ensaio modal da aeronave do projeto CEFAST
Micro 2020 e a realimentação do modelo de massas e barra a partir dos resultados obtidos
desse.
• Teste em voo de flutter visando validação dos modelos utilizados de resolução dos pro
blemas aeroelásticos.
• Comparação dos resultados obtidos a partir das análises citadas acima com os modelos
desenvolvidos nesse trabalho.
• Estudo mais detalhado das splines e verificação da modelagem mais adequada para cada
modelo.
• Estudo mais aprofundado da influência das variações das frequências e modos naturais
do modelo de massas e barras em relação ao modelos em cascas quanto aos resultados da
análise de flutter.
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9. REFERÊNCIAS