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PLANO
DE
MARKETING
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Resumo: Este artigo foca os pontos essenciais para um bom plano de marketing de uma
empresa. É focado o modo de funcionamento do marketing, no qual é efectuado um controlo
de marketing tendo em uma análise dos contextos económico, social, político e legal, o que
implica um certo conhecimento do mercado e da concorrência.
São referidos os meios de comunicação (que poder ir desde uma simples brochura
aos anúncios de publicidade radio-televisivos) como poderosos intermediários para a
divulgação da mensagem que se quer manter na mente do cliente de modo a impulsioná-lo
na compra do produto.
Para a elaboração de um plano de marketing são seguidas determinadas regras, que
uma vez aplicadas poder-se-á apresentar uma boa estratégia de marketing, como é o caso
hipotético da FCI (Fábrica de Cerveja Independente).
Como casos de sucesso reais temos o caso da SAS (Scandinavian Airlines) e a
Benetton, que pelas suas estratégias colocaram o cliente em primeiro plano, conseguindo
impor-se na respectivas indústrias.
Finalmente, são apresentados os 10 mitos de marketing como sendo algo não
alcançável, mas que muitas vezes são aceites como verdades indiscutíveis.
Não é o marketing que provoca mudanças na evolução da sociedade, mas sim é o
marketing que se transfigura para se tornar naquilo para que a sociedade evoluiu. O
marketing é o espelho de uma sociedade inserida num contexto histórico, social e político.
Vivemos numa sociedade de vícios e tendências, e é este aspecto que o marketing
explora, tirando partido de fraquezas e modas.
Gestão de empresas
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Introdução:
O marketing representa, para as organizações e para os indivíduos que dela fazem parte,
uma filosofia de gestão, na medida em que inclui valores, técnicas e programas de acção com
impacto em todas as áreas funcionais de uma organização. Deve condicionar o comportamento dos
indivíduos que integram uma organização no sentido de assegurar a sua sobrevivência e o seu
sucesso, permitindo a gestão da relação que qualquer organização tem com o mercado onde actua,
no sentido de atingir os objectivos que persegue e simultaneamente satisfazer as necessidades do
mercado. Comporta-se como uma perfeita simbiose, onde há uma troca de interesses que permitem
o crescimento de ambas as partes.
Atingir Satisfazer
objectivo necessidades
s
Nenhum indivíduo ou organização é completamente auto-suficiente, precisando de realizar
trocas com outros indivíduos ou organizações para subsistir e prosperar. Em qualquer sociedade
moderna, a especialização conduz à necessidade de efectuar permutas entre os seus elementos: o
agricultor precisa de trocar o seu vinho por outros bens, como vestuário, ferramentas agrícolas,
outros bens alimentares, dinheiro, etc..
O marketing permite identificar os elementos necessários para realizar a troca e definir
aquilo deverá ser produzido e oferecido para trocar com vantagens, permitindo satisfazer as
necessidades de um mercado bem definido, através desta oferta de produtos e serviços. Nem sempre
é possível satisfazer bem o mercado total com os bens oferecidos. Certos sectores do mercado
valorizam de modos diferentes os bens que nele são comercializados, devendo estes serem dirigidos
para a parte do mercado que retira maior satisfação e atribui maior valor a esse bem.
É uma actividade que não se desenvolve exclusivamente em empresas com fins lucrativos.
Para estas, a necessidade do marketing é evidente, pois as empresas necessitam de identificar os
produtos ou serviços mais adequados aos mercados alvo que pretendem atingir e desenvolver
acções que possibilitem a comercialização desses bens com sucesso, atingindo os seus objectivos.
Para outro tipo de organizações (escolas, hospitais, ...) também é realizada esta actividade
(marketing), visto que, de um modo ou de outro, qualquer organização só justifica a sua existência
na sociedade se trocar com o exterior bens que a própria sociedade ou as suas partes já valorizam.
Portanto, em termos gerais, o marketing poderá ser definido de diversas formas, podendo
dizer-se que cada autor, académico ou profissional, o faz de um modo muito próprio. Numa
definição mais sofisticada de marketing é o conjunto de actividades de análise, planeamento,
implementação e controlo de programas de acções destinadas a criar e manter relações de troca
mutuamente vantajosas com mercados alvo, e de modo a atingir os objectivos da empresa.
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Funcionamento do marketing
É no mercado, nos potenciais ou actuais clientes, que se encontra a base mais sólida para se
partir para acções de marketing bem sucedidas. As boas decisões são aquelas que se adaptam bem
ás necessidades dos mercados, não são necessariamente as de maior agrado para os gestores de uma
empresa ou para os indivíduos que as tomam. Internamente, uma empresa pode tomar decisões e
realizar programas que considere excelentes; no entanto, se não tiverem um impacto positivo nos
clientes, naqueles que pagam para que a empresa sobreviva, essas decisões e programas são
ineficazes e, por vezes contraproducentes. As empresas e outras organizações precisam de se
adaptar aos contextos económico, social e político, e às necessidades e desejos dos mercados, não
são estes que têm de se adaptar aos desejos das empresa, embora estas os possam influenciar até
certo grau (geralmente reduzido, face à dificuldade da tarefa e aos custos envolvidos).
Esta postura, essencial ao marketing, é também muito importante para a tomada de decisões
noutras áreas: na produção, nas finanças, no pessoal, na escolha das instalações e equipamento, etc..
dever-se-á sempre questionar acerca do que os clientes ganham com uma determinada decisão e o
que ganhamos nós.
O Marketing em funcionamento
Análise Análise da
do mercado concorrência
Definição da estratégia
de marketing
Capacidades internas
Objectivos gerais Mercados
Produtos
Objectivos
Programa de marketing
marketing-mix
Produto
Comunicação
Distribuição
Preço
Controlo de marketing
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Plano de Marketing
Um plano de marketing deverá ser construído baseado numa profunda análise do mercado e
após uma verificação sobre o valor específico do produto ou serviço proposto para uma determinada
industria. Após uma investigação detalhada sobre o comportamento do mercado perante a
imposição do novo produto ou serviço, então poder-se-á elaborar um plano que atinja o mercado
com os objectivos estipulados.
Inicialmente é necessário posicionar o produto ou serviço no mercado. Uma clara
compreensão de como o produto ou serviço está quotado no mercado permitirá uma melhor
definição de como os objectivos serão cumpridos.
Existem muitas ferramentas utilizados no campo marketing, que vão desde simples
brochuras a complexas transmissões de anúncios nos média, permitindo passar a mensagem
inerente ao produto. A escolha destas ferramentas tem que consistente com a imagem que se quer
projectar, devendo ser eficaz no cumprimento dos objectivos estipulados. A escolha das melhores
ferramentas e a correcta mistura entre estas, permitirá que a empresa se mantenha dentro de um
orçamento bastante suportável. Estes veículos de comunicação normalmente englobam:
Uma brochura com a descrição do produto ou serviço;
Publicidade impressa em papel, sob a forma de anúncios publicitários
televisivos, ou por média digital (Internet);
Envio de mail;
Ofertas de amostras;
Relações públicas.
Os anúncios publicitários são uma poderosa ferramenta utilizada para efeitos de marketing.
É um meio explorado intensamente que permite criar uma imagem pública do produto no mercado.
Para muitas empresas em crescimento, a promoção é um desafio e uma oportunidade. É uma aposta
que poder-se-á tornar bastante cara quando comparada com os orçamentos disponibilizados por
empresas multinacionais. Muitas empresas correm o risco de anunciar um determinado produto sem
que este esteja disponível: os clientes poderão ficar desapontados quando pretendem adquirir o
produto nesse momento. Anúncios prematuros alertam a concorrência das intenções dando-lhes
mais tempo para criarem uma estratégia de reacção á entrada do novo produto no mercado.
Relativamente ás relações públicas, muitas empresas dão pouco valor ás relações públicas
como forma de publicitar o produto, no entanto a parte mais atractiva é que poderá ser obtido a
baixos custos, ou até mesmo sem custos adicionais. Editores e directores de notícias estão
constantemente á procura de histórias sobre novas empresas e produtos inovadores. Se a informação
referente ao produto for bem descrita e interessante para os leitores, os editores poderão decidir
publicar a história acerca da nova empresa. Dependendo do produto ou serviço, esta “publicidade
gratuita” poderá induzir a mais vendas do que o caso dos anúncios pagos. A crítica que aparece
nesses artigos poderá posicionar a empresa, o produto e o serviço disponibilizado.
Basicamente um plano de marketing poderá o seguinte esquema:
1) Elaboração do logotipo da sua empresa/produto, com a concepção das cartas, envelopes,
facturas, cartões, que serão utilizados na correspondência corrente;
2) Dar uma grande atenção ao tipo atendimento que a empresa vai proporcionar aos
clientes, nomeadamente a imagem humana que vai transmitir nas transmissões
telefónicas e como é esperado o atendimento a essas pessoas, de modo a gerir situações
de conflituosas;
3) Preparação da embalagem do produto, já que o cliente á muito instável e um primeiro
olhar interessado é meio caminho andado para lhe estimular a vontade de comprar;
4) Elaboração de um plano publicitário.
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Caso Benetton:
A Benetton é um dos maiores sucessos de marketing empresarial de sempre. A empresa é
tão conhecida pelos seus produtos de cores garridas, como pelas suas atitudes promocionais, muitas
vezes controversas. É o nome de um dos maiores grupos retalhistas do comércio de vestuário que
possui mais de 7000 lojas em mais de 110 países. 60 por cento do seu volume de facturação de 1,6
mil milhões de dólares resulta directamente das exportações.
Uma das principais preocupações foi a busca ela inovação: a procura por coisas novas, ou
mesmo por coisas antigas mas comum toque de originalidade. Conseguiram responder de forma
imediata ás necessidades do mercado quando decidiram tingir os artigos que já haviam
transformado em roupa.
Utilizam uma estratégia na qual não possuem nenhuma loja em regime de concessão. É
utilizado um sistema de agente único: todas as lojas pertencem a pessoas de negócios – sejam elas
grandes ou pequenos negociantes -. É mantida com estes uma relação baseada no constante
fornecimento de produtos e experiências acumuladas (por exemplo, como abrir e montar uma loja).
Por outro lado permitem uma maior compreensão sobre os países em que opera, a interpretar as
expectativas dos consumidores e a desenvolver novas iniciativas. Mesmo entre as próprias lojas
existe uma constante troca de experiência, a qual é muito facilitada na medida em que a usufruem
de uma rede comercial constituída por 80 delegações regionais (com 800 funcionário), cada qual
responsável por uma área geográfica específica.
O objectivos da Benetton envolve que cada um dos parceiros deverá estar a sentir-se
completamente integrado nas actividades que prosseguem em conjunto. São definidas claramente
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quais as funções – e responsabilidades – que deverão ser centralizadas e as que deverão ser
descentralizadas. Recebem informações de todo o mundo, sendo a própria empresa a se preocupar a
um nível central e directo em planear as colecções que incluem produtos que são em grande parte os
mesmos em todos os países. A parte de marketing é descentralizada.
Uma das grandes apostas desta empresa foi o investimento num armazém totalmente
automatizado e informatizado, permitindo efectuar entregas dentro de períodos curtos, mesmo para
pequenas encomendas. A distribuição encontra-se ligada a uma rede de computadores que, através
de um sistema central em Ponzano, fornece as solicitações de produção de qualquer parte do
mundo. Essa mesma rede permite verificar todos os dias como correm as vendas e,
consequentemente, gerir o fluxo remanescente de recursos, assim como o planeamento. Isto permite
uma rápida resposta a consumidores cada vez mais exigentes em mercados mais competitivos.
A Benetton é, portanto, um empresa muito orientada para os consumidores.
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Conclusões:
No marketing e noutras áreas da gestão existem afirmações ou opiniões que, como resultado
da sua repetição e difusão nos meios de comunicação e do seu apelo intuitivo, são muitas vezes
aceites como verdades indiscutíveis. Seguidamente são apresentados os dez mitos do marketing:
Mito 1 – é preciso ser grande ou mais que os concorrentes para ser melhor e ter mais
sucesso;
Mito 2 – o sucesso do marketing consegue-se sendo criativo, diferente e excitante;
Mito 3 – o marketing é uma ciência;
Mito 4 – um produto de qualidade e barato vende-se sempre;
Mito 5 – devem imitar-se as estratégias de marketing das empresas grandes e bem
sucedidas;
Mito 6 – uma empresa não pode criar ou modificar um mercado;
Mito 7 – os clientes não sabem o que querem e ignoram como avaliar a qualidade dos
produtos e serviços;
Mito 8 – o cliente tem sempre razão;
Mito 9 – num contexto actualmente em mudança turbulenta e imprevisível, é inútil fazer
planos de marketing;
Mito 10 – o marketing numa organização deve ser entregue exclusivamente a especialistas.
O marketing, como um conjunto de actividades sociais, evolui com a transformação da
sociedade e uma das suas constantes é a adaptação a novos gostos e modos de satisfazer as
necessidades humanas. A evolução tecnológica permite a utilização de novas técnicas,
proporcionando meios eficientes para desempenhar os actos de troca entre indivíduos e
organizações sociais.
O marketing vai-se adaptando assim às mudanças da sociedade procurando em cada
momento responder da melhor maneira aos desejos que os elementos dessa sociedade manifestam.
Não é o marketing que provoca essas mudanças, são as novas necessidades e desejos dos
indivíduos e organizações, os seus novos valores e comportamentos, que condicionam as
respectivas actividades.
A evolução da sociedade nos seus diversos componentes obrigará o marketing a responder
aos desafios futuros, pelo que, sem pretensões de os adivinhar, procura-se referir aqui aqueles que já
são notórios.
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Referências:
i. Deloitte & Touche LLP; Writing an effective business plan; 4ª edição; 2003.
ii. Pires, Aníbal; O que é Marketing – Difusão Cultural, 1994.
iii. Teixeira, Sebastião; Gestão das Organizações; McGraw-Hill; 1998
iv. Guia do Empreendedor - Suplemento da revista “Ideias & negócios”; Criar uma
empresa: uma prova em nove etapas;
v. Guia do Empreendedor - Suplemento da revista “Ideias & negócios”; Como fazer um
plano de negócios;
vi. Guia de Marketing I/Fortuna; Novembro 94
a. http://www.iapmei.pt
b. http://hbsp.harvard.edu
c. http://strategy-business.com
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