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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
MOXA

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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CURSO DE
MOXA

MÓDULO II

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MÓDULO II

9 PONTOS DE ASSENTIMENTO

Estes pontos localizam-se sobre o meridiano da bexiga e podem ser


usados sempre que o órgão interno referente a ele estiver afetado. Sendo que
o B13 corresponde ao Pulmão, B14 ao Pericárdio, B15 ao Coração, B18 ao
Fígado, B19 à Vesícula Biliar, B20 ao Baço, B21 ao Estômago, B22 ao Sanjiao,
B23 aos rins, B25 ao Intestino Grosso, B27 ao Intestino Delgado e B28 à
Bexiga.
Localização:
 B13 – Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da apófise
espinhosa da terceira vértebra torácica.
Indicações: Tosse, asma, febre, sudorese noturna.

 B14 - Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da apófise


espinhosa da quarta vértebra torácica.
Indicações: Tosse, dor cardíaca, sensação de sufoco no tórax e vômito.

FONTE: Acupuntura Clássica Chinesa - Tom Sintan Wen.

 B15 - Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da


apófise espinhosa da quinta vértebra torácica.
Indicações: Dor cardíaca, palpitações, amnésia, irritabilidade, tosse,
emissão seminal, sudorese noturna, epilepsia.

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 B18 - Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da apófise
espinhosa da nona vértebra torácica.
Indicações: Icterícia, dor no hipocôndrio, epistaxe, olhos vermelhos,
vertigem, transtornos mentais, dor na região dorsal.

 B19 - Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da apófise


espinhosa da décima vértebra torácica.
Indicações: Icterícia, sabor amargo na boca, dor no tórax e no
hipocôndrio, tuberculose pulmonar.

 B20 - Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da apófise


espinhosa da décima primeira vértebra torácica.
Indicações: Distensão abdominal, icterícia, vômito, diarreia, fezes no
sangue, edema, dorsalgia.

 B21 - Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da apófise


espinhosa, décima segunda vértebra torácica.
Indicações: Dor precordial, distensão abdominal, náuseas, vômito, dor
epigástrica.

 B22 - Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da apófise


espinhosa da primeira vértebra Lombar.
Indicações: Borborismos, distensão abdominal, indigestão, vômito,
diarreia, edema, dor e rigidez da região dorsal e lombar.

 B23 - Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da apófise


espinhosa da segunda vértebra Lombar.
Indicação: Ejaculação noturna, impotência, enurese, menstruação
irregular, fraques nos joelhos.

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FONTE: Acupuntura Clássica Chinesa - Tom Sintan Wen.

 B25 - Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da apófise


espinhosa da quarta vértebra Lombar.
Indicação: Diarreia, constipação, dor e distensão abdominal, dor no
baixo dorso.

 B27 - Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da apófise


espinhosa da primeira vértebra sacra.
Indicação: Enurese, dor e distensão na região inferior do abdômen,
disenteria.

 B28 - Localiza-se a 1,5 cun lateralmente à borda inferior da apófise


espinhosa da segunda vértebra sacra.
Indicação: Retenção da urina, enurese, diarreia, constipação, dor e
rigidez no baixo dorso.

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10 MERIDIANOS

MERIDIANO DO PULMÃO (11 PONTOS)

FONTE: Shiatsu do Meridiano.

O Meridiano do Pulmão inicia-se no tórax, região subclavicular,


percorre o braço e o antebraço pela face anterior e termina no polegar.

 Sintomas Principais de Excesso e Carência


Energética

Excesso: expectoração purulenta, odor fétido, espirros, voz alta, tosse


com chiado seco.
Carência: falta de fôlego, ombros e costas frias, sudorese noturna, voz
fraca.

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MERIDIANO DO INTESTINO GROSSO (20 PONTOS)

FONTE: Curso de Acupuntura Portal Educação.

O Meridiano do Intestino Grosso inicia-se na ponta do dedo indicador


percorrendo a mão, antebraço, braço, ombro, pescoço, face terminando na asa
do nariz.

 Sintomas Principais de Excesso e Carência


Energética

Excesso: lábios gretados, boca seca, entre outros.


Carência: frio, diarreia, prurido, entre outros.

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MERIDIANO DO ESTÔMAGO (45 PONTOS)

FONTE: Shiatsu do Meridiano.

Tem o trajeto que se inicia na cabeça, abaixo dos olhos, cruza a face
pela região paranasal, chega ao canto da boca e à região da mandíbula.
O meridiano do Estômago divide-se em dois ramos. O menor sobe até
o couro cabeludo, e o maior vai descendo pelo pescoço, tórax, ganha o
abdômen, mais profundamente, para de novo emergir na região acima do
púbis. Ao atingir os membros inferiores lateralmente, terminando na
extremidade do segundo dedo do pé.

 Sintomas Principais de Excesso e Carência Energética

Excesso: sensação de peso e inchaço do estômago, mau-hálito,


arrotos, azia, soluços, vômito, queimação no estômago, sede de bebidas frias,
rigidez na parte anterior das pernas.
Carência: falta de apetite, digestão lenta, cansaço pela manhã,
abatimento, apatia.

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MERIDIANO DO BAÇO-PÂNCREAS (21 PONTOS)

FONTE: Shiatsu do Meridiano.

O percurso deste meridiano tem início no canto da unha do halux, vai


seguindo a linha que delimita a mudança de cor do dorso e da sola do pé
subindo pelo tornozelo e face interna da perna e da coxa. Este meridiano
continua até atingir a região anterior do abdômen e lateral do tórax terminando
no sétimo espaço intercostal.

 Sintomas Principais de Excesso e Carência Energética


Excesso: hiperacidez gástrica, obesidade, peso nas pernas, rigidez nos
braços, pensa demais.
Carência: má digestão, emagrecimento, anemia, prolapso.

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MERIDIANO DO CORAÇÃO (9 PONTOS)

FONTE: Shiatsu do Meridiano.

O trajeto principal deste meridiano nasce na axila e desce pelo


antebraço na sua face interna. O mesmo segue pelo punho e acaba na
extremidade do dedo mínimo, apresentando um trajeto secundário que se abre
na base da língua.

 Sintomas Principais de Excesso e Carência Energética


Excesso: Boca seca, dor no peito e no trajeto do meridiano, rosto
avermelhado, ansiedade, insônia, olhos brilhantes, menstruação abundante,
riso exagerado, transpiração excessiva, nervosismo, agitação.
Carência: falta de memória, membros frios, rosto e língua pálidos,
menstruação insuficiente, angústia, má circulação, cansaço, angina.

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MERIDIANO DO INTESTINO DELGADO (19 PONTOS)

FONTE: Shiatsu do Meridiano.

O intestino Delgado começa na extremidade do dedo mínimo, continua


pela borda interna da mão, do antebraço e braço, cruzando o ombro e a
escápula em zigue-zague, entra no pescoço e chega à face, terminando no
pavilhão da orelha.

 Sintomas Principais de Excesso e Carência Energética

Excesso: boca seca, abscesso na boca, dor nos ombros e na escápula


e face escarlate.
Carência: lábios azulados, transpiração violenta, diarreia, formigamento
no braço ao longo do trajeto do meridiano.

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MERIDIANO DA BEXIGA (67 PONTOS)

FONTE: Anatomia Topográfica dos Pontos de Acupuntura.

O Meridiano da Bexiga é o meridiano mais extenso do organismo.


Começa no ângulo interno do olho subindo pela fronte, cruza o crânio da frente
para trás, descendo pela nuca, ganha a escápula e percorre de cima para
baixo. Ao chegar na proximidade do cóccix, desaparece da superfície para
reaparecer na parte alta da escápula. Entra no membro inferior, percorrendo
sua face posterior, a região poplítea e a parte medial do gastrocnêmio,
terminando na extremidade do quinto dedo.

 Sintomas Principais de Excesso e Carência Energética

Excesso: retenção de urina, rigidez da nuca, dor aguda nas costas e


prostatite.
Carência: frio nas costas, incontinência, adormecimento e
formigamento das pernas.

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MERIDIANO DO RIM (28 PONTOS)

FONTE: Shiatsu do Meridiano.

Este meridiano nasce na planta do pé, subindo pela face interna,


seguindo pela face medial da perna e da coxa, percorrendo o abdômen e o
tórax, terminando na subclavicular.

 Sintomas Principais de Excesso e Carência Energética

Excesso: pés pesados, quentes e dolorosos, sede e língua seca.


Carência: pés e pernas frios, transpiração abundante, impotência,
queda de cabelos, enfraquecimento dos dentes.

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MERIDIANO DA CIRCULAÇÃO-SEXO (9 PONTOS)

FONTE: Shiatsu do Meridiano.

O meridiano nasce no tórax, por fora do mamilo, introduzindo pelo


membro superior e percorrendo sua face interna, terminando na extremidade
do dedo médio. Representa uma função reguladora que influi sobre o coração,
circulação e os órgãos sexuais.

 Sintomas Principais de Excesso e Carência Energética

Excesso: palpitações, calor e vermelhidão facial, opressão no peito, dor


de cabeça, ansiedade, riso incontrolável, dor no peito, úlceras na boca e na
língua.
Carência: rigidez na nuca, fadiga, falta de vigor sexual e depressão.

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MERIDIANO DO TRIPLO AQUECEDOR (23 PONTOS)

FONTE: Anatomia Topográfica dos Pontos de Acupuntura.

O Meridiano do Triplo Aquecedor começa na extremidade do dedo


anular, seguindo pela região posterior da mão, punho, antebraço e face mais
externa do braço. Em seguida, sobe para o ombro e pela escápula, segue para
o pescoço, contornando o pavilhão da orelha e o couro cabeludo, terminando
na parte externa da sobrancelha.

 Sintomas Principais de Excesso e Carência Energética

Excesso: dor ao longo do meridiano, dor de ouvido, dor de cabeça


lateral.
Carência: sensação de frio, gripes e resfriados frequentes, timidez, frio
na parte inferior do abdômen.

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MERIDIANO DA VESÍCULA BILIAR (44 PONTOS)

FONTE: Shiatsu do Meridiano.

Este meridiano nasce no ângulo externo do olho, percorrendo o crânio,


descrevendo uma série complexa de curvas até chegar ao trapézio médio e
descendo pelo músculo peitoral maior, músculo reto do abdômen, face lateral
externa da coxa e pernas, para terminar na extremidade do quarto dedo do pé.

 Sintomas Principais de Excesso e Carência Energética

Excesso: suspiros frequentes, dor nas articulações, boca amarga,


enxaqueca.
Carência: tontura, insônia, zumbido e surdez, dores no peito e na
lateral do abdômen.

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MERIDIANO DO FÍGADO (14 PONTOS)

FONTE: Anatomia Topográfica dos Pontos de Acupuntura.

Este meridiano tem início no ângulo ungueal do Hálux e sobe,


passando entre o primeiro e segundo metatarso. O mesmo passa uma
polegada à frente do maléolo interno, na borda medial do tendão do músculo
tibial anterior.
O meridiano cruza o músculo baço-pâncreas no ponto BP6 e sobe pela
face anteromedial da perna. O trajeto segue pelo lado medial do joelho e coxa
para a região genital externa e suprapúbica, subindo pela lateral do abdômen
até a reborda costal, na borda inferior do ponto final da décima primeira costela
e termina no espaço entre a sexta e a sétima costela na linha mamilar.

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 Sintomas Principais de Excesso e Carência Energética

Excesso: cãibra nos braços e pernas, dor nos órgãos genitais, de


cabeça, epigástrica, convulsão, conjuntivite, e olhos lacrimejantes, má
digestão, flatulência, rigidez crônica, doenças do sistema reprodutor.
Carência: paralisia, unhas secas ou rachadas, angústia, cansaço,
tontura, perturbação da visão, fraqueza das articulações, olhos secos.

MERIDIANO DO VASO GOVERNADOR

FONTE: Shiatsu do Meridiano.

O Meridiano do Vaso Governador nasce na ponta do cóccix, seguindo


a linha mediana posterior do corpo e subindo pelas regiões sacrolombar,
torácica e cervical, chegando até o crânio e descendo pela face, terminando na
gengiva entre os dois incisivos médios e superiores.

Por tratar-se de um meridiano único e não bilateral como os outros


principais, os excessos e insuficiências não são tão importantes quanto saber

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quais os sintomas que ele apresenta quando está em desarmonia, que são:
comportamento maníaco, dor nas costas ou de cabeça, epilepsia, convulsão,
hemorroidas, rigidez, hérnia e diurese.

11 DIAGNÓSTICO NA MEDICINA ORIENTAL

Todas as técnicas de diagnóstico realizadas na MTC (Medicina


Tradicional Chinesa) estão inseridas dentro das seguintes atividades básicas:
observação, ouvir e cheirar, interrogar e palpar ou, inspeção, ausculta e
olfação, interrogatório e palpação.
Apesar de os métodos serem diferentes e serem observadas variações
da mesma desarmonia, complementam-se e devem ser conhecidos por todos
aqueles que queiram realizar uma terapêutica adequada tratando não só
sintomas, mas também as causas das desarmonias que são em essência
muito mais importantes.
A observação se dá em diversas áreas do corpo, assim como na sua
forma. Porém, existe uma parte particularmente importante que pode ser
observada já no primeiro contato com a pessoa observada e onde o interior do
corpo se manifesta na face, tanto nas suas expressões, quanto nas diferenças
de tonalidades.

11.1 OBSERVAÇÃO DA EXPRESSÃO

A expressão facial é a manifestação das atividades vitais e mentais do


ser humano. No primeiro contato ou ao longo de uma conversa (entrevista)
observaremos mudanças de expressões da pessoa analisada.
Essas mudanças nos darão informações das emoções predominantes,
bem como do equilíbrio emocional desta ou de qualquer outra pessoa. Toda
pessoa a priori demonstra algumas das cinco expressões aqui relatadas e que
se relacionam com os cinco elementos.
No entanto, algumas pessoas não mudam a expressão facial enquanto
conversam. Estas pessoas ditas “sem expressão” facial terão uma desarmonia
que ataca o SHEN, espírito, mente. Várias são expressões criadas pelo rosto.

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Algumas são mais evidentes e para relacionar aos Zang-Fu basta dividí-las em
cinco.

EMOÇÃO EXPRESSA NA FACE ELEMENTO – MERIDIANO AFETADO


Expressão de medo
Água - RIM

Expressão raiva
Madeira - FÍGADO

Expressão de euforia
Fogo - CORAÇÃO

Expressão pensativa
Terra - BAÇO

Expressão de tristeza
Metal - PULMÃO

A análise da face é muito complexa. No Ling Shu, capítulo quatro, diz:


“O sangue e o Ki dos doze meridianos e dos 365 pontos se concentram no
rosto”. Por isso, é de suma importância, ao observar a face, não somente
observar a expressão que ela mais denota, mas abordá-la num aspecto mais
geral, ou seja, observação da cor, observação dos olhos e cruzar essas
informações com estados de consciência e movimento do corpo da pessoa
analisada.

11.2 COR DA FACE

A cor da face é um aspecto que reflete os desequilíbrios internos. Essa


tonalidade, porém pode vir representada desde cores mais sutis, suaves, até
cores mais pronunciadas e fortes. Em geral, as cores mostram-se na face com
uma tonalidade leve.
As cores da face estão diretamente ligadas ao desequilíbrio nos Cinco
Elementos e basta associarmos cada cor predominante ao elemento específico
daquela cor. Use a tabela abaixo e relacione a cor da face com os principais
sintomas associados.

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CORES DA FACE DESEQUILÍBRIOS E SINTOMAS ASSOCIADOS

Desequilíbrio no Rim (Água)


Face enegrecida (ou azul escura) Estagnações de água, acúmulos de sangue,
doenças renais, frio, dores.
Desequilíbrio do Fígado
Face esverdeada
Frio e dor interna.
Desequilíbrio do Coração (Fogo)
Calor, inquietude, pressão alta, excesso de
Face avermelhada hiperatividade. Vinho e cerveja em excesso
também tornam em algumas pessoas a face
avermelhada.
Desequilíbrio no Baço (Terra)
Face amarelada O amarelo também expressa calor, vazio no
Baço e excesso de umidade.
Desequilíbrio no Pulmão (Metal)
Face esbranquiçada ou pálida
Vazio de energia, fraqueza, frio.

11.3 EXPRESSÃO DOS OLHOS

A expressão dos olhos nos fornece dados sobre o estado de


consciência da pessoa, bem como sua coordenação e força relacionadas aos
movimentos corporais. Por meio da expressão dos olhos verificamos a
gravidade da enfermidade. Esse tipo de observação é uma fonte segura de
bom ou mau prognóstico, pois os olhos nos permitem saber se a desarmonia
tratada será de fácil ou difícil resolução, independente de parecer ou não uma
doença grave, pois os olhos mostram o Shen e consequentemente o nível de
energia vital circulante nos meridianos.
Se esta energia estiver forte, mesmo que a desarmonia seja grave, terá
um prognóstico favorável. Esta observação relaciona-se com outros aspectos
da pessoa como movimentação, respiração e brilho da face da seguinte forma:

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 Olhos vivos, boa aparência, movimentos e reflexos ágeis, clara
consciência e fala, significam que o indivíduo observado ainda não está com
seu fator de resistência prejudicado e o mesmo se recuperará, desde que seja
constatada desarmonia ou doença grave.
 Olhos apagados (olhar fixo, como que parecendo com olhar
“perdido”) associados a reflexos tardios, movimentos e respiração débil,
indivíduo depressivo e que até chega a desmaiar, significam que o fator de
resistência foi abalado, sendo considerada desarmonia grave e em geral a
recuperação será tardia.

Uma terceira e muito importante observação que se deve fazer, é


verificar se no decurso da enfermidade ocorre alternância entre as duas
situações anteriores. Por exemplo: um indivíduo com uma desarmonia grave e
prolongada, que tinha o olhar perdido, apagado, sem brilho, juntamente com os
outros sintomas indicativos de debilidade do fator de resistência e que de
repente começa a manifestar olhos vivos, boa aparência, falar mais, ter maior
energia.
Quando sintomas relacionados à melhora são sobremaneira evidentes
devemos ficar atentos, pois poderá ser uma falsa expressão indicando
desarmonia extrema entre Yin e Yang. Os olhos também devem ser vistos pela
cor mais evidente, pois estas informações são importantes na avaliação.

 A cor do branco dos olhos (esclerótica) amarela ocorre nas


icterícias (doença que tem como característica principal, entre
outras, tornar a pele, o olho e a urina amarelada).
 Olhos que se apresentam avermelhados indicam excesso de calor
nos meridianos.
 Olhos pálidos nos cantos indicam insuficiência de Chi do Coração.

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11.4 AUSCULTAÇÕES (MODO DE FALAR)
Esta parte importante do diagnóstico não se limita única e
exclusivamente à voz. Ela pode ser complementada por outros tipos de sons. A
voz, porém nos traz inúmeras informações não só sobre os cinco órgãos
principais, mas também sobre o estado de energia vital do organismo humano.
Pela altura da voz é possível verificar as condições do fator de resistência, bem
como associá-la a um determinado órgão ou vísceras (Zang-Fú).
Nosso corpo não deveria apresentar roncos, arroto e ruídos em geral
se a energia vital e o sangue que o mantém circulasse normalmente e sem
interferências por ele. Quando tais fenômenos ocorrem, é possível verificar de
onde eles vêm.
Como na tabela abaixo:

Enfermidade renal Som baixo e parecido com um gemido.

Som forçado e elevado. A pessoa fala como


Enfermidade hepática
se estivesse gritando.

Enfermidade cárdica Som vivo, com a risada ou a voz trêmula.

Enfermidade do baço Som rápido e extenso como um canto.

Enfermidade pulmonar Som entrecortado como o choro ou o soluço.

11.5 LÍQUIDOS CORPORAIS

O aumento de qualquer líquido ou fluido corporal de forma demasiada


indica distúrbios no órgão que controla este líquido. Veja a tabela a seguir:

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AUMENTO DO FLUIDO DISTÚRBIO NO (S)
Urina Rins
Suor Coração
Lágrimas ou lacrimejamento Fígado
Saliva Baço
Muco Pulmão

 Ácido azedo – distúrbio começou ou penetrou pelo Fígado.
 Amargo – distúrbio começou ou penetrou pelo Coração.
 Doce – distúrbio começou ou penetrou pelo Baço – Pâncreas.
 Picante – distúrbio começou ou penetrou pelos Pulmões.

11.6 SABORES

O diagnóstico por meio dos sabores (qual o sabor mais requerido pelo
examinado) mostra onde a disfunção se iniciou.

Salgado – distúrbio começou ou penetrou pelos Rins.

11.7 CORES

Cada cor corresponde a um dos cinco movimentos ou elementos.

 Preto: Água.
 Verde: Madeira.
 Vermelho: Fogo.
 Amarelo: Terra.
 Branco: Metal.

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11.8 ODORES

ODOR SIGNIFICADO DO DISTÚRBIO

Queimado – como de roupa recém-passada a ferro. Coração

Rançoso – parecido como vômito de bebê, cheiro pútrido


Rins
de coisa estagnada.

Penetrante – de suor, rançoso, azedo. Fígado

Fragrância – de terra molhada, de doce. Baço-Pâncreas

Carne – de açougue, de podre, de mofado. Pulmões

12 O CRUZAMENTO DE DADOS

Saber onde é a disfunção não basta para um eficiente tratamento de


Moxa. É preciso sempre cruzar todos estes dados.
De maneira clássica e básica os chineses dizem que:

 RINS – dominam os cinco humores ou fluidos;


 FÍGADO – domina as cinco cores;
 CORAÇÃO – domina os cinco odores;
 BAÇO – domina os cinco sabores;
 PULMÕES – domina os cinco sons.

Desta maneira, se a disfunção estiver no baço, não devemos analisar


somente os sabores, mas também cores, sabores e humores, ou seja, analisa-
se o todo e ao final cruzamos os dados.

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13 MOXABUSTÃO

13.1 DEFINIÇÃO

É um método terapêutico que usa a termoestimulação sobre os pontos


dos canais e colaterais para tratar e prevenir certas doenças.
O termo Moxa deriva do português Mechia e do japonês Mogussa. É
importante salientar que os jesuítas tiveram influência em várias partes da
China, o que resultou no uso da palavra Mechia no lugar de Jiu lá utilizada já
que esta técnica lembra uma mecha queimando. Conta-se que no Japão
quando um francês estava aprendendo a técnica, ele perguntava ao japonês
que o ensinava do que se tratava, este respondia que era Mogussa uma erva
usada pelos japoneses no lugar da artemísia vulgaris que normalmente era
utilizada pelos chineses.
Como o francês tinha dificuldade em entender do que se tratava, o
japonês tentou explicar em francês, “bustion, bustion”; daí o termo ter se
propagado como Moxabustão que é a soma de mogussa e bustion.
Deste modo, a Moxabustão consiste em se tratar as enfermidades por
meio do calor produzido por um bastão de Moxa, feito em geral com folhas
secas de Artemísia reduzidas a pó. Tem a propriedade de destruir os acúmulos
energéticos nos pontos dos meridianos, promovendo assim o perfeito
funcionamento dos órgãos.
Ao definirmos Moxabustão é importante salientar os aspectos históricos
ligados a ela. A Moxa chinesa teve sua origem na sociedade primitiva, sendo
que sua descoberta está diretamente relacionada ao uso do fogo.
Naquela época, o fogo era o único meio de se aquecer. Assim se
descobriu que era possível eliminar algumas dores com a proximidade do fogo
a determinadas partes do corpo.
Aproximadamente entre 518 e 168 a.C., já existiam registros acerca da
Moxa; com o passar do tempo foram publicados muitos livros dedicados à
aplicação da Moxa. Estes livros foram escritos a partir do século III. No século
X, a Moxa já havia se tornado moda e apareceram muitos profissionais e

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escritos de todos os tipos a respeito deste tema, como “Moxa na Cirurgia”,
“Moxa para casos urgentes”.
As matérias-primas, no princípio, eram folhas de árvores e ervas, mas
com o passar do tempo começou-se a usar folhas de Artemísia. A Artemísia
era usada como medicamento tanto interno, quanto externo, em função de
suas propriedades de eliminar o Vento e a Umidade, aquecendo os canais de
Energia. As folhas dessas ervas eram colhidas antes de florescerem e depois
de secas eram moídas, ficando adequadas para utilizações terapêuticas nos
pontos de Acupuntura.
O desenvolvimento da Moxa era tal na antiguidade que até ramos de
pessegueiros e enxofre eram utilizados para a aplicação da Moxaterapia.
Porém, nessas épocas, o método mais usado era a Moxa direta, ou seja,
aplicar cones de Moxa solta de diversos tamanhos diretamente sobre a pele,
tendo em vista, além da dispersão de Frio, também regular o Sangue e a
Energia, ajudando ainda a desintoxicar o organismo. Na antiguidade, a Moxa
com cones era muito usada para o fortalecimento da saúde, combatendo a
gripe e prevenindo a apoplexia.

13.2 TIPOS

O uso de estímulo de calor por meio da Moxabustão sobre


determinadas áreas do corpo pode ser realizado de várias maneiras, as mais
usuais hoje na prática clínica são: Moxa, com cones, direta com cicatriz e sem
cicatriz, Moxa indireta isolada, com gengibre, com alho, com sal, bastão de
Moxa, agulhas aquecidas.

FONTE: Arquivo Pessoal.

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A forma de aplicação com cones dá-se com a Moxa solta em forma de
cone, colocando-se em uma superfície apropriada para isso. Estes cones
variam de tamanho, indo do tamanho de um grão de trigo até o de meia
azeitona mais ou menos. Dividem-se em:

 Moxa direta com cones: método em que o cone de Moxa é


colocado diretamente sobre a pele. Este método ainda se subdivide em dois:
Moxa sem cicatriz e com cicatriz.

Sem cicatriz: o procedimento dá-se da seguinte forma: espalha-se uma


pequena quantidade de vaselina sobre a pele na região onde se pretende
colocar a Moxa e, após isso, posiciona o cone para só então acendê-lo. A
aplicação deve ficar pelo tempo necessário a produzir uma sensação de calor
perto do intolerável. Em geral quando a quinta parte do cone estiver queimada
a pessoa já sente a pele um pouco ressecada, então se retira a Moxa,
repetindo a operação diversas vezes. Em geral este método utiliza de três a
cinco cones em cada tratamento. Este método é bem tolerado pela maioria das
pessoas, já que não causa bolha, apenas deixando a pele avermelhada.

FONTE: Disponível em: <www.compassionatedragon.com/images/Moxa/Moxao>


Acesso em: 18/10/2010.

Com cicatriz: este método, apesar de apresentar bons efeitos, é mais


rudimentar e deve ser feito apenas se o paciente cooperar, pois após a
aplicação, em geral uma semana depois, formam-se bolhas que permanecem

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pelo tempo aproximado de cinco a seis semanas, desaparecendo após este
período.
Estes efeitos antiestéticos não são bem-vistos pelos pacientes em
geral, já que deixam cicatrizes por um determinado período. O procedimento
para este tipo de aplicação funciona da seguinte maneira: primeiro é preciso
esfregar alho moído na parte do corpo onde será aplicado o cone, este
procedimento tem como objetivo aumentar o efeito estimulante da Moxa, assim
como fortalecer o efeito abrasivo.

FONTE: Disponível em: <4.bp.blogspot.com/.../yX7sddMgc1I/s320/korea.jpg>


 Moxa indireta: é aquela que entre a pele e a Moxa colocam-se
outras substâncias, como gengibre, alho e sal.
Cada um desses tipos de Moxa tem uma forma específica de
preparação.

Gengibre: esse método de Moxa indireta é realizado cortando uma


rodela de gengibre de espessura de um centímetro e perfurá-la várias vezes na
parte central, depois disso coloca-se sobre o ponto escolhido e sobre o
gengibre coloca-se o cone de Moxa aceso. Deixa no local até que a pessoa
submetida ao tratamento manifeste dor intensa, neste momento retira-se e
coloca-se outro até atingir o estágio de vermelhidão da pele.
Alho: Este método indireto de aplicação da Moxa é feito conforme o
método anterior, do gengibre.
Sal Grosso: Cobre-se o local da pele a ser usado com sal grosso. Este
método é aconselhável quando se usa a Moxa sobre o umbigo.

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FONTE: Disponível em: <www.users.globalnet.co.uk/~bhealth/Moxa.jpg> Acesso em:
19/10/2010.

 Moxa em forma de Bastão: os bastões de Moxa, assim como os


cones, são adquiridos em casas do ramo de materiais para Acupuntura. Porém,
o bastão não precisa ser utilizado diretamente como ele é vendido. Pode ser
desfeito e feito novamente em bastões menores, conforme a necessidade de
uso. Para fazer os bastões quando se adquire somente a Artemísia, pode ser
usado um papel mole de amoreira ou simplesmente feito com palha de milho.
Quando é feito com papel, deve-se pegar um papel de 26 centímetros de
comprimento e vinte centímetros de largura, colocar a Moxa solta para que
fique em forma de cilindro de 1,5 centímetros de diâmetro, fechando a
extremidade com cola. Os métodos de aplicação do bastão de Moxa variam
conforme a técnica utilizada, calor moderado ou pistonagem.

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FONTE: Disponível em: HTTP://WWW.jupiterimages.com.br

 Calor moderado: nesse método, depois de aceso o bastão,


aproxima-se o mesmo a certa distância do ponto, variando de 0,5 cun da pele
até mais do que isso, dependendo do grau de sensibilidade de cada um. Deve-
se ter o cuidado para não queimar a pele, apenas utilizar um calor moderado,
agradável e contínuo, o tempo de permanência em cada ponto tratado é de três
a cinco minutos ou até que a pele fique um pouco avermelhada. Um modo de
perceber se o calor está agradável é colocando o dedo médio no local do
tratamento, deste modo é possível saber se o calor está suportável.

 Pistonagem: esta forma de tratamento com Moxa por meio de


bastão dá-se da seguinte maneira: segura-se o bastão em uma das
extremidades e na outra que está acesa passa-se próximo ao ponto,
circularmente, de cima para baixo ou até mesmo tipo “passarinho comendo”,
ora afastando, ora aproximando do ponto.

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FONTE: Disponível em: <www.oarquivo.com.br/.../stories/geral/Moxa2.jpg Acesso em:
25/10/2010.

14 MOXA COM BASTÃO USADO NA AURICULOTERAPIA

O bastão de Moxa, além de ser utilizado em pontos energéticos


localizados no corpo, ainda pode ser utilizado em pontos da orelha na
Auriculoterapia.

14.1 MOXABUSTÃO COM A PLANTA DENG XIN CAO (METULLA JUNCI


EFFUSI)

Este método é aplicado na China desde a dinastia Ming até a


atualidade. Esta planta deve ser usada da seguinte forma: pegar um ramo da
planta de aproximadamente um centímetro, acender e aproximá-la rapidamente
do pavilhão auricular, colocando-a no ponto selecionado. Repete-se a ação de
três a nove vezes.

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Este método pode ser usado tanto em uma como nas duas orelhas,
depende da patologia tratada. É muito eficaz na conjuntivite, herpes zoster e
parotidite.

14.2 MOXABUSTÃO COM “MOXA DE AROMA LEVE”

Nesta forma de Moxa, usa-se a Amoreira e na China há uma vasta


experiência clínica na sua aplicação. Depois de pegar um ramo de amoreira e
elaborar a Moxa; esta é acesa e aproximada do ponto do pavilhão auricular, à
distância de um milímetro e mantém até que o indivíduo exposto ao tratamento
refira sensação de calor. Pode-se usar de um a três pontos por tratamento,
aplicando a Moxa de três a cinco minutos. Cinco a dez tratamentos formam um
ciclo de tratamento.
Este tipo de aplicação da Moxa oferece bons resultados nas
lombalgias, torcicolos e problemas no ombro, incluindo periartrite.

14.3 MOXABUSTÃO COM “PEQUENO CONE DE MOXA”

Para aplicar este método de tratamento, corta-se uma pequena fatia de


alho, colocando sobre o ponto selecionado para aplicação. Sobre esta fatia de
alho coloca-se um cone de farinha e a Moxa e acende.
Quando o paciente referir calor, coloca-se um segundo cone de Moxa e
assim por diante. Uma sessão deste tipo varia de um a três pontos por
tratamento, podendo-se empregar de três a nove cones. Este método de
aplicação da Moxa no pavilhão auricular vem da dinastia Ming, na qual se
usava farinha de trigo para fazer pequenos cones que eram colocados no
lóbulo da orelha para tratar de enfermidades na face como, por exemplo,
paralisia facial.

Observação Importante: A Moxabustão no pavilhão auricular não


deve ser usada em mulheres grávidas, em pessoas portadores de
enfermidades renais e em pacientes muito nervosos.

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------------------ FIM DO MÓDULO II ---------------

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