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RECURSOS EXTRAS
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Imunidade Inata

A imunidade inata é a primeira linha de defesa contra infec-


RECONHECIMENTO DE MICRO-ORGANISM0S E ESTRUTURAS ções. As células e moléculas solúveis tia imunidade inata si o
ORGÂNICAS DANIFICADAS PELO SISTEMA IMUNE INATO, 56 completamente funcionais antes do encontro com m micro-
organismos ou são rapidamente ativadas pelos patogen os, antes
RECEPTORES CELULARES DE RECONHECIMENTO DE PADRÕES do desenvolvimento das respostas imunológicas adaptativas
DA IMUNIDADE INATA, 58 (Cap. J, Fig. 1-1). A imunidade inata evoluiu j u n t a m e n t e com
Receptores Semelhantes a Tolf, 60 os m i c r o o r g a n i s m o s de m o d o a proteger todos os seres m u l t i -
cclulares de infecções. Alguns componentes do sistema i m u n e
Receptores Citosólicos de PAMP e DAMP, Ê3
inato do mamífero são m u i t o similares àqueles existentes em
Qotros Receptares Celulares de Reconhecimento de Padrões, 65
plantas e insetos, sugerindo que seu aparecimento se deu em
COMPONENTES CELULARES DO SISTEMA IMUNE INATO, 66 ancestrais comuns. Os peptítieos que são tóxicos a bactérias
e fungos, chamados defensinas, p o r exemplo, são encontra-
Barreiras Epiteliais, SG
dos em plantas e mamíferos, apresentando essencialmente a
Fagócitos, G7 mesma estrutura terciária nestas duas formas de vida. A família
Células Dendiíticas, 67 de receptores que discutiremos em detalhes mais à frente neste
Células Assassinas Naturais {Natural tfffisr- NK). 68 capítulo, chamada receptores semelhantes a TbU (Tbll-like recep-
Linfocitos T e B com Receptores de Antfgeno de Especificidade tor*), e composta p o r proteínas que respondem â presença de
m i c r o o r g a n i s m o s patogênicos através da ativação de mecanis-
Limitada, 72
mos de defesa a n t i microbianos nas células em que são expres-
Mastócitos, 72 sos. Os receptores semelhantes a Toll são encontrados em totias
MOLÉCULAS SOLÚVEIS DE RECONHECIMENTO E MOLÉCULAS as formas de vida da árvore evolutiva, de insetos at,é mamíferos.
EFETORAS DA IMUNIDADE INATA. 71 A principal via de transdução de sinal empregada pelos recep-
tores semelhantes a Toll na ativação de células, chamada NP-KB
Anticorpos Naturais, 72
em mamíferos, também apresenta grande conservação evolu-
O Sistema Complemento, 73 tiva. Na verdade, a maioria dos mecanismos tia defesa i m u n e
Pentraxinas, 74 inata, que discutiremos neste capítulo, apareceu m u i t o cedo na
Colectinas e Ficolinas, 75 evolução, depois do desenvolvimento de organismos multicc-
lulares complexos, há cerca de 75Ü milhões de anos. O sistema
A RESPOSTA INFLAMATÓRIA, 75 i m u n e adaptativo, por o u t r o lado, é claramente reconhecível
As Principais Citocinas Pró-infla matérias: TNFr IL-1 e IL-G, 76 apenas em vertebrados, surgindo há cerca de 500 milhões de
Flecrutamento dos Leucócitos para us Sítios de Infecção, 7S anos. A imunidade adaptativa melhora alguns dos mecanismos
antimicTobianos da i m u n i d a d e inata, tornando-os mais pode-
Fagocitose e Morte dos Micro-organísmos por Fagúcilos
rosos. A l é m disso, a imunidade adaptativa pode reconhecer
Ativados, 78
uma gama m u i t o maior de substâncias e, diferentemente da
Consequências Sistêmicas e Patulógicas das Respostas i m u n i d a d e inata, apresenta memoria do encontro com o anti-
Inflamatórias Agudas, £1 geno e especialização dos mecanismos efetores.
Neste capítulo, descrevemos os componentes, a especifi-
A RESPOSTA ANTMRAL, 82
cidade e os mecanismos a n t i microbianos do sistema i m u n e
ESTIMULAÇÃO DA IMUNIDADE ADAPTATIVA, S3 inato. O restante deste l i v r o e, em grande parte, devotado ao
papel da resposta i m u n e adaptativa na defesa do hospedeiro
MECANISMOS DE RETROALIMENTAÇÃO QUE REGULAM A e em doenças.
IMUNIDADE INATAr SS A i m u n i d a d e inata desempenha três importantes funções.

RESUMO, 86
• Â imunidade inata ê a primeira resposta aos micro-
organismos que previne, controla ou elimina a infecção
55
do hospedeiro por muitos patógenos. Á importância da mos utilizados pelo sistema i m u n e inato na proteção contra
imunidade inata na defesa do hospedeiro é ilustrada por infecções são descritos adiante, neste capítulo. TABELA 4-1 Especificidade da Imunidade Inata e Adaptativa
estudos que mostram que a inibição ou eliminação de Nos organismos superiores, muitas células e tecidos são
Imunidade Inala Imunidade Adaptativa
qualquer um dos diversos mecanismos da imunidade capazes de atuar nas reações imunes inatas. Alguns compo-
inata aumenta, de forma s i g n i f i c a t i v a , 3 susceptibilidade a nentes da imunidade inata trabalham o t e m p o todo, mesmo Especificidade Para estruturas compartilhadas por classes dc micro- Para detalhes estruturais d0 moléculas microbianas
infecções, mesmo quando o sistema i m u n e adaptativo antes da infecção; dentre estes, estão incluídas as barreiras organismos jpadrões moleculares associados a patógenos! jantígenosf; pode reconhecer anti genes não microbianos

A
está intaeto e funcional. Revisaremos exemplos de tais à entrada microbiana formada pelas superfícies epiteliais,
Diferentes
estudos mais à frente, neste capítulo e no Capítu lo I 5, como a pele e o revestimento dos tratos gastrointestinal c Diferentes micro- *
quando discutiremos a imunidade a diferentes tipos de
micro-organismos. Muitos patógenos desenvolveram es-
respiratório. Outros componentes da imunidade inata são
n o r m a l m e n t e inativos, mas respondem rapidamente à pre-
organismos { * o organismos

sença de micro-organismos e células danifica tias; dentre estes Receptores --~~í y


tratégias de resistência â i m u n i d a d e inata, e estas estra-
componentes, incluem-se os fagócitos c o sistema comple- idênticos L Moléculas
tégias são cruciais à virulência dos micro-organismos. Na de manose distintas de
infecção por tais agentes infecciosos, as defesas imunes mento. Começaremos nossa discussão da imunidade inata anticorpos
inatas podem manter a doença sob controle ate que as pela descrição de como o sistema i m u n e inato reconhece
respostas imunes adaptativas sejam ativadas. Às respos- os micro=organismos c as células do hospedeiro danificadas
tas imunes adaptativas, sendo mais potentes e especia- pela infecção. A seguir, discutiremos cada componente da Receptores Codificados por genes na configuração germinativa; diversidade Codificados por genes produzidos por recombinação
lizadas, são capazes de eliminar micro-organismos que imunidade inata, e suas funções na defesa do hospedeiro. limitada (receptores de reconhecimento dc padrões) somática de segmentos ginicos* maior diversidade
resistem, aos mecanismos de defesa da imunidade inata.
Diferentes mecanismos da imunidade inata atuam em
diferentes estágios das infecções. As barreiras epiteliais RECONHECIMENTO DE MICRÜ-ORGANiSMÜS E
dificultam a entrada de micro-organismos no hospedeiro.
Fagócitos residentes e recrutados para os tecidos subepi-
ESTRUTURAS ORGÂNICAS DANIIFICADAS PELO V -te
SISTEMA IMUNE INATO
teliais e para outros locais conferem proteção caso estas
barreiras sejam ultrapassadas, e as proteínas plasmáticas e As especificidades do reconhecimento i m u n e inato e v o l u í -
TGR
os fagócitos circulantes conferem proteção caso os micro- ram para combater micro-organismos e são diferentes, em
organismos atinjam a corrente sanguínea. diversos aspectos, daquelas do sistema i m u n e adaptativo
• Os mecanismos da im un idade inata reconhecem os pro- (Tabela 4-1). Receptor
Receptor - . scavenger
p
dutos de células danificadas e mortas do hospedeiro e O sistema imune inato reconhece estruturas moleculares semelhante Receptor
que são características de patógenos microbianos, mas não a Toít de manose
servem para eliminar tais células, iniciando o processo de
reparo teciduah O sistema i m u n e inato também responde de células mamíferas. As substancias microbianas que esti-
Distribuição dos Não clonal: receptores idênticos em todas as células da Clonal: clones de linfócitos comi especificidades distintas
a diversas substâncias que não são de origem microbiana, m u l a m a imunidade inata são denominadas padrões m o l e -
receptores mesma linhagem expressam diferentes receptores
mas que não deveriam ser encontradas em tecidos saudá- culares associados aos patógenos ( P A M P ) . Diferentes
veis, como cristais intracelulares. classes de micro-organismos {p. ex., vírus, bactérias grarn- Discriminação entre Sim; células saudáveis de hospedeiro nãe são reconhecidas Sim; baseada na eliminação ou inativaçãe de linfécrtos
negativas, bactérias gram-positivas e fungos) expressam próprio e não ou podem expressar moléculas que impedem o reativos ao próprio; pode ser imperfeita \levando â
• A im u ti idade inata aos micro-organismos estimula as
diferentes PAMP: Estas estruturas incluem ácidos nuclei- próprio desenvolvimento de reações imunes inatas autoimunidade)
respostas imunológicas adaptativas e pode influenciar a
natureza das respostas especificas, tornando-as mais efi- cos presentes exclusivamente em. micro-organismos (como
o RNA de fita dupla encontrado em vírus em replicação
cazes contra diferentes tipos de patógenos. Assim, a i m u -
nidade inata não apenas desempenha funções defensivas e as sequencias de CpG não meti la das do DJNA encontra-
são componentes estruturais de paredes celulares bacteria-
das cm bactérias), proteínas com características observadas TABELA ± - 1 Exemplos de PAMP e D A M P
logo apôs a infecção, mas também dá um "alerta" de nas que sao reconhecidos por receptores da imunidade inata;
cm micro-organismos, corno proteínas cuja síntese é ini-
presença de infecção, contra a qual a resposta i m u n e estas duas moléculas são necessárias â sobrevivência bac-
ciada p o r iV-formilmetionina (típica de bactérias) e lipídios Padrões Moleculares Associados aos Tipo de
adaptativa subsequente deve ser montada. A l é m disso, teriana e não podem ser perdidas. Por outro lado, como
e carboidratos complexos que são sintetizados por micro- Patógenos Micro-organismo
diferentes componentes da resposta i m u n e inata fre- veremos no Capítulo 15, os micro-organismos podem sofrer
organismos, mas não p o r células de mamíferos (como o
q u e n t e m e n t e reagem de formas distintas a diferentes Ácidos nuclcicos ssRNA Vírus mutações ou perder muitos dos antígenos que sao reco-
lipopolissacarídeo [LPS] de bactérias gram-negativas, o ácido
micro-organismos (p. ex., bactérias ou vírus) e% por- dsRNA Vírus nhecidos pelo sistema i m u n e adaptativo, permitindo, assim,
lipotcicoico de bactérias gram-positivas, e olígossacarídcos
tanto, influencia o tipo de resposta i m u n e adaptativa a CpG Vírus, bactérias sua evasão da defesa do hospedeiro sem comprometer sua
ricos cm manose observados em glicoproteínas microbianas,
ser desenvolvida. Retornaremos a este conceito no final própri a sobre vi ven cia.
mas não nos mamíferos) (Tabela 4=2). Na verdade, existe Proteínas Pilina Bactéria
do capítulo. O sistema imune inato também reconhece moléculas endó-
apenas um n ú m e r o limitado de diferenças fundamentais Flagclina Bactéria
entre as moléculas microbianas e as moléculas produzidas genas que são produzidas ou liberadas por células danifica-
Os dois principais tipos de respostas do sistema imune Lipídios de LPS Bactérias gram-negativas das ou mortas. Estas substâncias sao denominadas padrões
p o r organismos superiores. Assim, o sistema i m u n e inato
inato que nos protegem contra micro-organismos são a parede celular Ácido lipotcicoico Bactérias gram-positivas
evoluiu para reconhecer somente u n i n ú m e r o limitado de moleculares associados a danos ( D Á M P ) (Tabela 4-2).
inflamação e a defesa anti virai A inflamação é o processo moléculas, cuja maioria é unicamente encontrada em micro- Carboid ratos Manana Fungos, bactérias Os D À M P p o d e m ser produzidos como resultado de danos
pelo qual leucócitos e proteínas plasmáticas circulantes são organismos, enquanto o sistema i m u n e adaptativo é capaz Glucanas dectina Fungos celulares provocados por infecções, mas também p o d e m
enviados aos sítios de infecção e ativados para destruir e de reconhecer urna gama de substâncias estranhas m u i t o indicar a ocorrência de lesões celulares assépticas causadas
Padrões Moleculares Associados a
eliminar os agentes ofensores. A infla ma ção c também uma mais ampla, sejam ou não produtos microbianos. p o r diversos mecanismos, como toxinas químicas, qu ei ma-
Danes
importante reação às células danificadas ou mortas e a acú- O sistema imune inato reconhece produtos microbianos duras, traumas ou redução do suprimento sanguíneo. Os
mulos de substâncias anormais em células e tecidos. A defesa que são frequentemente essenciais ÍJ S oh re\' ivê na a destes Proteínas induzidas HSP D À M P geralmente não são liberados de células mortas por
anti virai é composta por alterações nas células que impedem mienr-organismos* Esta característica do reconhecimento por estresse apoptose. iEm alguns casos, células saudáveis do sistema
a replicação virai e a u m e n t a m a suscctibilidade à morte por i m u n e inato é importante, uma vez que garante que os alvos Cristais Urato monossódico
i m u n e sao estimuladas a produzir c liberar DÀMP, a u m e n -
linfócitos, eliminando, assim, os reservatórios de infecção da imunidade inata não possam ser perdidos pelos micro- tando a resposta i m u n e inata às infecções.
virai. A l é m destas reações., os mecanismos da imunidade organismos na tentativa de evitar seu reconhecimento pelo Proteínas nucleares HMGBl O sistema imune inato usa diversos tipos de receptores
inata incluem, defesas físicas e químicas através das barreiras hospedeiro, üm exemplo de alvo da imunidade inata que é celulares, presentes em difcrentes localizações nas células, e
CpG, citidina-guanina dinucleotídeo; dsRNA, fiNA de dupla fita; HMGB1,
epitelàais e da ativação de diversas células e proteínas circu- essencial aos micro-organismos é o RNA virai de fita dupla, moléculas solúveis no sangue e nas secreções de mucosas para
grupo .DO* de alta mobilidade 1; HSPr proteínas de choque térmico; LPSr
lantes que podem eliminar os micro-organismos presentes que desempenha um importantíssimo papel na replicação de reconhecer FÂMF e DAMP {Tabela 4-3}. Moléculas de reco-
lipopolissacarídeo; ESRNA, RNA de fita simples.
no sangue, independentemente da inflamação. Os mecanis- certos vinis. Da mesma maneira, o LFS e o ácido lipotcicoico nhecimento associadas a células do sistema i m u n e inato são
expressas p o r fagndto» {principalmente macnjfagtjs e neu- apenas classes de miero-organismos, ou apenas produtos de
trófilos), células dcndríticas, células epiteliais {que compõem células danificadas, mas na o espécies particulares de micro- TABELA 4-3 Moléculas de Reconhecimento de Padirões do Sistema Imune Inato
a interface da barreira entre n corpo e o ambiente externo) organismos ou tipos celulares.
Receptores de Reconhecimento
e m u i t o s outros tipos celulares cie tecidos e órgãos. Estes O sistema imune inato não reage contra células e tecidos
de Padrões Associados às Células Local Exemplos Específicos ILigantes PAMP/DAMP
receptores celulares de patógenos e moléculas associadas normais e saudáveisa Esta característica é essencial à saúde
a lesões sao f r e q u e n t e m e n t e chamados de receptores de do organismo. É determinada, em parte, pela especificidade Receptores semelhantes a Totf(TLR) Membrana plasmática e membranas TLR 1-9 Diversas moléculas microbianas,
r e c o n h e c i m e n t o de padrões. Tais receptores sao expressos dos mecanismos da i m u n i d a d e inata a PAMP e D À M P e, endossômicas das células incluindo LPS bacteriano e
na membrana plasmática ou na membrana cndossômica cie em parte, p o r proteínas reguladoras expressas por células dendríticas, fagócitos, linfocitos B, peptidoglicanos, ácidos nucleicos
diversos tipos celulares e t a m b é m em. seu citoplasma. Estas normais, que i m p e d e m a ativação de diversos componentes células endotelíais e muitos outros virais
diversas localizações de receptores garantem que o sistema da i m u n i d a d e inata. Discutiremos exemplos de tal regulação tipos celulares
i m u n e inato possa responder a m i ç r o - o i g a n i s m o s presentes mais à frente., neste capítulo.
fora das células ou no i n t e r i o r cie diferentes c o m p a r t i m e n t o s Receptores semelhantes a ÍMGD 4NLR) Citoplasma do fagócitos, células NGD1/2 Peptidoglicanos da parede celular
celulares (Fig. 4 - 1 ) . Q u a n d o estas moléculas cie reconheci- epiteliais e outras células bacteriana
m e n t o de padrões associadas às células se ligam a P A M F c RECEPTORES CELULARES DE RECONHECIMENTO OE Família NÂLP Flagelina, dipeptideo muramil, LPS;
D À M P a t i v a m eventos cie transdução de sinal que p r o m o v e m (infla ma ssomos] cristais do urate; produtos de
PADRÕES DA IMUNIDADE INATA
as funções a n t i m i crobianas e pro=in fia matérias tias células células danificadas
em que são expressas. A l é m disso, existem muitas proteínas C o m esta introdução, peidemos passar a discutir a grande Receptores semelhantes a RIG (RLRj Citoplasma de fagócitos o outras RIG-1, MlDA-5 RNA virai
presentes no sangue e nos fluidos extracelulares {Tabela 4-3) variedade de moléculas do corpo capaz de reconhecer PAMF células
que recon h ecem PA M P. Es tas mo l é o i Ias sol u veis são capa zes e D ÀMP, e x a m i n a n d o sua especificidade, localização e f u n -
de facilitara eliminação cie micro-organismos do sangue e de Receptores similares à lectina Membranas plasmáticas de Receptor do manose Carboidratos da superfície
ções. Começaremos pelos FÀMP e D A M P expressos em
fluidos extra celulares p o r a u m e n t a r sua ingestão p o r células de tipo C fagócitos microbiana com manose e frutose
membranas ou citoplasma celulares. As moléculas solúveis
terminais
ou ativar mecanismos extra celulares de morte.
Q-v receptores do sistema imune inata são codificados por
de reconhecimento c as moléculas efetoras cia i m u n i d a d e
inata, encontradas no sangue e nos fluidos extracelu lares,
— < Dectina Glucanas presentes em paredes
celulares fúngicas
genes em sua sequencia germinaiiva, enquanto os receptores são descritas mais adiante,
da imunidade adaptativa são gerados por mecanismos de À maioria dos tipos celulares expressa receptores de reco- Receptores seavenger Membranas plasmáticas de CD36 Diacilglicerídeos microbianos

*
recombinação somática a partir de genes receptores em pre- n h e c i m e n t o de padrões e, portanto, é capaz de participar fagócitos
cursores de linfocitos maduros. Assim, o repertório cie espe- de respostas i m u n e s inatas. Fagócitos, i n c l u i n d o neutrófilos
cificidades dos receptores do sistema i m u n e i n a t o é p e q u e n o e macrofagos, e células dendríticas expressam as maiores
q u a n d o comparado ao tios linfocitos B e T do sistema i m u n e variedades e quantidades destes receptores, o que é con- Receptores A/-Formil mot-lcu-phc Membrana plasmática de FSPR e FPRL'1 Peptídcos contendo resíduos

a
adaptativo. Estima-se que o sistema i m u n e inato possa reco- sistente c o m seu papel f u n d a m e n t a l na detecção de m i c r o - fagócitos W-fermilmetionil
nhecer cerca de IO 1 padrões moleculares. Por sua vez, o organismos e células danificadas c sua ingestão objetivando
sistema i m u n e adaptativo é capaz cie reconhecer Í Ü 7 o u mais sua eliminação (como o fazem, os neutrófilos e macrofagos),
antígenos distintos. A l é m disso, e n q u a n t o o sistema i m u n e ou na indução de u m a reação tendo c o m o meta estimular a
adaptativo pode diferenciar antígenos cie diferentes micro- inflamação c o m subsequente indução da i m u n i d a d e adap-
organismos da mesma classe e mesmo diferentes antígenos tativa {o que é uma i m p o r t a n t e função cias células den- Moléculas Solúveis de Reconhecimento Lacai Exemplos Específicos ILigantes PAMP
de um m i c r o -organismo, a i m u n i d a d e inata pode diferenciar dríticas). Os receptores cie reconhecimento cie padrões são Pentraxínas Plasma Proteína C-reativa Fosferilcolina o fosfatidüeíanoiamina
microbianas

Polissacarídeo fúngico
Lipídio da
parede celular
bacteriana Lectiria Colectinas Plasma Lectína. ligante do manose Carboidratos com manose c frutose

* terminais
Alvéolos Proteínas surfactantes Diversas estruturas microbianas
SP-AeSP-D

FIGURA 4-1 Localizações celulares


das moléculas de reconhecimento
de padrões do sistema imune inato. Fícolinas Plasma Fi colina /V-Aectiigllícosamína e ácido
Membrana lipoteicoico componentes de
Algumas moléculas de reconhecimento de
plasmática paredes celulares de bactérias
padrões da família TLR JFig. A-2) são expres-
sas na superfície celular, onda podam se ligar gram-positivas
a padrões moleculares extracelu lares associa-
dos aos patógenos. Outros TLR são expressos
em membranas endossômicas e reconhe-
Complemento Plasma C3 Superfícies microbianas
cem ácidos nucleicos de micro-organismos
que foram fagocitados por células. As células
também apresentam sensores citoplasmáticos
de infecção microbiana ^discutidos mais adiante
neste capítulo}, incluindo a família NLR de pro-
Lipídio da
4 .
teínas, que reconhece peptidoglicanos bacte-
rianos, receptores RIG-símille {que se ligam ao pi p parede celular Anticorpos naturais Plasma IgM Fosferilcolina em membranas
RNA vi rali e receptores lectina-slmila da mem- bacteriana
bacterianas e membranas de
brana plasnrática íque reconhecem glicanas RNA virai célutas apoptóticas
fúngicas}. Os receptores citoplasmáticos que Membrana
reconhecem produtos de células danificadas, emdossômica
bem como alguns micro-organismos, sao mos-
trados na Figura 44.
associados a vias intracelulares dc transdução dc sinal que A base estrutural das especificidades do TLR reside nos íLipopetídeos Peptidoglicano IFIagelina Lipopetídeos
ativam diversas respostas celulares, i n c l u i n d o a produção múltiplos módulos extracelulares ricos em {enema encontra- bacterianos bacte ri an o bacteriana bacterianos
dc moléculas que p r o m o v e m a inflamação e a defesa contra dos nestes receptoresf que se ligam diretamente aos PÂMP
micro-organismos. Organizaremos- nossa discussão ao redor ou a moléculas adaptadoras que interagem com PAMP,l T L R 1 :TLR2 TLR2:TLR6
das diversas classes de receptores celulares dc reconheci- Existem entre 16 e 28 repetições ricas em leucina nos TLR.,
m e n t o de padrões, que apresentam diferentes estruturas c e cada um destes módulos é composto p o r 20 a 30 aminoá-
especificidades para diversos tipos de micro-organismos. cidos, incluindo motivos L x x L x L x x N conservados (onde L é
leucina, x é qualquer aminoácido e N é asparagi.na) e resí-
duos de aminoácidos que variam entre os diferentes TLR. Os
Receptores Semelhantes a Toll
resíduos variáveis dos módulos de interação com o ligante
Os receptores semelhantes a T o i l (TLR)f u ma família evo- compõem u m a superfície convexa formada p o r a-hélices e
lutivamente amservaâa de receptores de reconhecimento de alças p. Estas repetições contribuem para a capacidade de
padrões, são expressos em muitos tipos celulares e reconhecem ligação a moléculas hidrofóbicas, como o LPS bacteriano,
produtos de uma ampla variedade de fflícromrganismos. O apresentada por alguns TLR. Os domínios ricos em. leucina
gene Tbllfoi originalmente identificado cm Drasophilacomo res- são responsáveis pelas interações físicas entre os TLR c a
ponsável pelo estabelecimento do eixo dorsoventral durante formação de dímeros desta molécula. O repertório de espe-
a cmbriogcnese, mas, subsequentemente, descobriu-se que cificidades do sistema TLR é aumentado pela capacidade de
a proteína Toll também medeia respostas anti microbianas formação de heterodímeros destas moléculas. Dímeros de
nestes organismos, tista descoberta levou à identificação de TLR2 e TLR6, por exemplo, são necessários às respostas a
homólogos a Toll em mamíferos, que foram denominados peptíd ogli ca n as.
receptares semelhantes a Toll (Toll-like receptora). Existem nove As especificidades dos TLR são também influenciadas por
diferentes TLR funcionais em humanos., denominados TLR I diversas moléculas acessórias não TLR. Um bom exemplo c
a TLR9 (Fig. 4-2). Os TLR são glicoproteínas do tipo I inte- a resposta de TLR4 aí) LPS- O LPS p r i m e i r o se liga a uma FIGURA 4-2 Estrutura, localização a
grais de membrana que contem repetições ricas em leucina proteína solúvel específica no sangue ou no fluido extra= especificidade dos 11LR mamíferos.
flanqueadas por motivos característicos ricos em cisteína em celular, e este complexo facilita a interação entre o LPS c Note que alguns TLR são expressos em endos-
suas regiões extra celulares, que estão envolvidas na inte- a superfície cia célula rcspondcdora, Uma proteína extra- somos, e outros, na superfície celular.
ração com o ligante, e que também possuem um d o m í n i o celular chamada MIJ2 (proteína de diferenciação mieloide
de homologia 7WZ/receptor de IL-1 (TIR) em suas caudas 2) se liga ao componente lipidico A do LPS, f o r m a n d o um
citoplasmáticas, que é essencial à sinalização. Os domínios complexo que, então, interage com TLR4 e inicia a sinaliza-
TIR são também encontrados nas caudas ritoplasm áticas de ção. Outra proteína, chamada CU 14, é também necessária
receptores das citocinas JL-I e IL-18, e vias similares dc à sinalização eficiente induzida p o r LJ\S. O CD 14 é expresso
sinalização são usadas por TLR, IL-1 e 1L-18. pela maioria das células (h exceção das células endoteliais)
Os TLR de mamíferos participam de respostas a uma como uma proteína solúvel ou como uma proteína de m e m -
grande variedade de moléculas expressas por micro-organis- brana asso cia ti a às membranas ritoplasm áticas por âncoras
mos, mas não por células saudáveis de mamíferos. Os ligan- dc glieofosfatidilinositol. Tanto CD 14 quanto M D 2 podem
tes reconhecidos pelos diferentes TLK são estrutural mente também se associar a outros TLR. Assim, diferentes com bi-
diversos e incluem produtos de todas as classes de micro- na ções de moléculas acessórias em complexos TLK podem
organismos (Fig. 4 - 2 ) . Exemplos de produtos bacterianos aumentar a variedade de produtos microbianos que podem
que se ligam a TLR são o LPS e o ácido lipotcicoico, cons- induzir respostas i m u n e s inatas.
tituintes de paredes celulares de bactérias gram-negativas e Oaf TLR são encontrados na superfície celular e em mem-
bactérias gram-positivas, respectivamente, e a flagclina, uma branas intracelulares e, assim, são capazes de reconhecer
subunidade proteica presente no flagelo de bactérias moveis. micríf-otganismos em diferentes localizações celulares (Fig.
Exemplos de ligantes de TLK produzidos por vírus são RNA 4-2). Os TLR 1, 2, 4, 5 e 6 são expressos na membrana
de fita dupla (que compõe o genoma de alguns vírus e plasmática, onde reconhecem diversos PAMP no ambiente
é gerado durante o ciclo de vida da maioria dos vírus de extra celular. Alguns dos mais potentes estímulos microbianos
RJNA, mas não é produzido p o r células cucarióticas) e RNA para as respostas imunes inatas são moléculas que se ligam
de fita simples (que é diferente dos transcritos citop [asmá- a estes TLR dc membrana plasmática, como o LP.S e o ácido
ticos celulares de KNA de fita simples devido à sua locali- lipotcicoico bacterianos, que são reconhecidos por TLR 2 e 4,
zação em endossomos e à alta concentração de guanosina respectivamente. Por sua vez, os TLK 3# 7, 8 e 9 são expressos
e uridina) + Polissacarideos ricos em manoses presentes em principalmente no interior das células, no retículo endo-
fungos (mananas) são também ligantes de TLK. plasmátieo e nas membranas cndossfymicas, onde detectam
OS TLR também participam da resposta a moléculas diferentes ligantes de ácido nuclcico (Fig. 4-2). Alguns destes organismos são fagocitados p o r estas células. A l é m disso, o são iniciadas pela interação entre ligante e TLR na superfí-
endógenas' cuja expressão ou localização indica dano celular. ácidos nucleicos são expressos de forma m u i t o mais abun- DNA d o hospedei ro de células mortas devido à infecção, ou cie celular, no retículo endoplasmático ou nos endossomos,
Exemplos de moléculas do hospedeiro que interagem com dante por micro-organismos do que por mamíferos, como p o r outras causas, pode terminar em endossomos dos fagóci- levando à dimerização das proteínas TLR. A dimcri7ação do
TLR incluem proteínas de choque térmico (HSP), que são RNA dc fita dupla, que é sintetiza ti o por vírus de RNÀ e se tos. Em outras palavras, os TLK 3, 7, H e 9 podem diferenciar TLR induzida por ligante é feita pela aproximação de domínio»
chaperonas induzidas em resposta a diversos estímulos estres- liga a TLR3, e motivos CpG não metilados comuns cm DNA componentes próprios saudáveis de moléculas estranhas ou TIR das caudas ritoplasm áticas de cada proteína. A seguir, há o
sores às células, e a proteína do grupo box de aíta mobilidade proca ri ótico, que se liga ao TLR 9. O RNA de fita simples, próprias que so são detectados quando as células são dani- recrutamentt) cio domínio TIR contendi) proteínas a d a p t a -
I ( H M G B l ) , uma molécula expressa cm grande quantidade que se liga ao TLRB, e o UNA de fita simples ou dupla, que ficadas. Orna proteína tio retículo endoplasmático, chamada doras, o que facilita o recrutamento e a ativação de diversas
que se liga ao DNA e que está envolvida ria transcrição e no se liga ao TLK9, não sã ti unicamente expressos por micro- UNC-9313, é necessária à localização endosso mica e ao fun- proteínas rinases, levando â ativação de diferentes fatores
reparo genico. Tanto as HSP quanto as HM GB I são, normal- organismos, mas a relativa especificidade destas moléculas a cionamento adequado de TLR 3, 7, 8 e 9. de transcrição. Os principais fatores de transcrição que são
mente, intracelulares, mas podem passar a ser extracelulares produtos microbianos é associada à sua localização endos- O reconhecimento de ligantes microbianos por TLR leva á ativados pelas vias de sinalização dos TLR são o fator nuclear
quando liberadas de células danificadas ou mortas. Quando sõmica. O RNÀ e o DNA das células do hospedeiro não são ativação de diversas vias de sinalização e, pí)r fim, de fatores KK (JNJF-KB), a proteína ativadora I {ÂP-1), o fator de resposta
localizadas extracelularmente, essas proteínas ativam a sina- n o r m a l m e n t e encontrados em endossomos, mas os RNA e de transcrição, que induzem a expressão de genes cujos pro- a ti interferon 3 (IRF3) e a ti 1RF7. O NF-KB e a AP-1 estimu-
lização via TLR2 c TLR4 em. células dendríticas, rnacrófagos UNA microbianos podem terminar em endossomos de neu- dutos são importantes para o desenvolvimento de respostas lam a expressão de genes que codificam muitas das molécu-
e outros tipos celulares. trófilos, rnacrófagos ou células dendríticas quando os micro- inflamatórias e antivirais {Fig. 4-3). As vias tie sinalização las necessárias às respostas inflamatórias, incluindo citoeinas
de MyDSS e independente cie TRIF, que ativa NF-KK e 1RF4. organismos gram-negativos e gram-positivos. Estes peptídeos
Portanto, TLR7 e TLR9, ct>rnt} ti TLR4, induzem respostas são liberados por bactérias intracelulares ou extracelulares;
inflamatórias e anti virais. Detalhes da ativação por NF-KK a presença destas ultimas no citoplasma requer a utilização
sã ti discutidos no Capitulo 7. de mecanismos especializados de liberação de peptídeos nas
I \ Domínio I Domínio I Proteína
células do hospedeiro. Estes mecanismos incluem os sistemas
TIR L!l de morte LJ adaptadora
de secreção de tipo UE e tipo IV, que evoluíram, em bactérias
Receptores Citosólicos de PAMP e DAMP
TLR1 patogênicas, como formas tie liberação de toxinas nas células
TLIR2 TLR4 Além dos TLR lidados à membrana, que percebem patógenos do hospedeiro. (Juan ti o oligômeros de NOD reconhecem
TLR5 fora das células ou em endossomos, o sistema i m u n e inato seus ligantes pcptídicos, incluindo toxinas bacterianas, há
TLR6 também possui células equipadas com receptores de reco- uma alteração conformacional que permite que o domínio
nhecimento de padrões que detectam infecções ou danos efetor CA RD tias proteínas NOD recrutem múltiplas cópias
celulares no citoplasma (Fig. 4=1 e Tabela 4-3). As duas prin- da cinase R1P2, formando um complexo de sinalização que
cipais classes destes receptores citoplasmáticos são os recep- foi denominado sinalossomo NOD. Às cinases R1P2 destes
Membrana
tores semelhantes a NOD e os receptores semelhantes a RIG. complexos ativam NF-KB, que promove a expressão de «enes
plasmática
Estes receptores citoplasmáticos, como os TLR, são associa- inflamatórios, de maneira similar à sinalização dos TLR por
dos a vias de transdução de sinal que promovem a infla- MyDS8, anteriormente discutida. NO Dl e NOD2 parecem
mação ou a produção de interferon do tipo I. A capacidade ser importantes em respostas imunes inatas a patógenos bac-
do sistema i m u n e inato de detectar infecção no citoplasma terianos do trato gastrointestinal, como Helicohacter pylori e
SSRIMAT^
é importante, uma vez que partes dos ciclos normais de Listeria monoeytogenes, Há grande interesse em descobrir se
J 3 N A C p G
vida de alguns micro-organismos, como a tradução genica certos polimorfismos em NOD2 aumentam o risco tie desen-
virai e a montagem de partículas virais, ocorrem neste com- volvimento de uma doença inflamatória intestinal chama ti a
partimento celular. Algumas bactérias e parasitas possuem doença de Crohn, que provavelmente se deve a um defeito
MyDSB mecanismos de escape das vesículas fagocíticas para o cito- da resposta inata a organismos comensais e patogênicos pre-
FIGURA 4-3 Funções de sinalização
TLR7 d s R N Á ^ plasma. Os micro-organismos podem produzir toxinas que sentes neste órgão. Além disso, mutações em N 0 D 2 que
dos T1LR. Os TLR 1r 2, 5 e 6 usam a pro-
teína adaptadora MyDBB e ativam os fatores
TLR9 TLR3 criam poros na membrana plasmática da célula hospedeira, aumentam a sinalização desta via provocam uma doença
jB ' J. inflamatória sistémica denominada síndrome de Blau.
do transcrição NF-kB a AP-1. O TLFI3 usa a L \ J * incluindo membranas endossômicas, através dos quais as
proteína adaptadora TRIF o ativa os fatores de moléculas microbianas podem acessar o citoplasma. Estes A suhfamãia NLRP de SLR responde a PAMP e DAMP
transcrição IRF3 e IRF7. O TLFT4 pode ativar poros podem também ser resultantes de alterações na con- ci top las má t i cos através da formação de complexos de sina-
ambas as vias. Os TLR 7 e 9 presentes no centração de moléculas endógenas no citoplasma, que são lização chamados inflamassomos, que geram formas ativas
endossomo utilizam MyDS8 e ativam NF-kB Endossoino claros sinais de infecção e de dano, sendo então detectados da citocina inflamatória ÍL-1 (Fig. 4-4). Existem 14 NLRP
e IRF7 (náo mostrados). pelos receptores citoplasmáticos. (proteínas da família de NLR contendo domínio de piri na).,
sendo que muitos compartilham o domínio efetor Pirina,
Receptores Semelhantes a NOD que recebe este nome devido â raiz grega pyrof que significa
Os receptores semelhantes a JV0D (NLR) compõem uma calor, por ter sido identificado pela primeira vez em um
família de mais de 20 diferentes proteínas citosâUcas, algumas gene mutante associado a urna doença febril congênita. Os
das quais percebem PAMP e DA .<11P citoplasmãticm e recru- inflamassomos, contendo apenas trés destes NLRP, foram
tam outras proteínas, formando a mi plexos de sinalização que bem estudados, notavelmente os 1PÂF/NLRC4, NLRF3 e
promovem a inflamação. Esta família de proteínas recebe o NLR PI.. Quando estes NLRP sao ativados pela presença de
nome NOD (proteína contendo domínio de olígorncrização produtos microbianos ou por alterações na quantidade de
Expressão de genes de nucleotídica). As proteínas NLR características contem pelo moléculas endógenas ou íons no citoplasma, eles se ligam
Expressão de genes inflamatórios:
interferon do tipo I {IFN o/p) menos trés diferentes domínios com estruturas e funções a outras proteínas através de interações homotípicas entre
-Citocinas {TMF, IL-1JL-6)
-Quimiocinas (CCL2. CXCLÔ, outras) distintas. Dentre estes, incluem-se um domínio rico em domínios estruturais comparti I ha dos, formando, portanto, um
-Moléculas de adesão endotelial repetições de leucina (que reconhece o ligante, similar ao complexo designado i n f l a rnassomo. Após a interação com
{E-se lectina)
-Moléculas coesti mui adoras
I observado em TLR), um domínio NACHT {proteína neuro-
nal de inibição de apoptosc [NAJF], ClITA, HET-F e TF I),
o ligante, por exemplo, diversas proteínas NLR Pi idênticas
formam um oligômcro, e cada NLRP3 do oligómero se liga
Secreção de IFN do tipo I que permite que os NLR se liguem uns a tis outros e f o r m e m a uma proteína adaptadora chama tia A SC. Os adaptad tires,
(CD80, GD86)

t
o ligo meros, e um domínio efetor, que recruta outras proteí- então, se ligam à forma precursora inativa da enzima caspa se
nas., formando complexos de sinalização. Existem trés subfa- 1, através de interações dos domínios de recrutamento de
mílias de NLR, cujos membros usam diferentes domínios caspase presentes em ambas as proteínas. As caspa ses são
-Inflamação aguda Estado antivíral
irai] efetores para iniciar a sinalização, chamados CA RD, Firina proteases com resíduos de cisteína em seus sítios ativos que
-Estimulação da e BIR. Os NLR são encontrados em muitos tipos celulares, clivam as proteínas em resíduos cie aspartato. A caspase 1
embora alguns apresentem distribuições teci duais restritas. passa a ser ativa apenas após o recrutamento do complexo
imunidade adaptativa
Alguns d tis NLR mais bem estudados são encontrados em inflamassomo. Embora diversas outras caspases participem
células imunológicas, inflamatórias e de barreiras epiteliais. de uma forma de morte celular chama tia apoptosc (Cap.
Às moléculas NOD 1 e NOD2, membros d a subfamí- 14), a principal função da caspase I é clivar formas precur-
inflamatórias (p. ex., TNF e IL- l) r químíodnas (p. ex., CCL2 e que usa o adaptador chamado TRIF {domínio TIR contendo lia de N LR que contém o domínio CA RD., são expressas soras citoplasmaticas inativas de duas citocinas homólogas,
CXCL8) e moléculas de adesão endotclial (p. ex., E-sclectina) adaptador que induz IFN-p) leva à ativação de IRF3. Todos no citoplasma de diversos tipos celulares, incluindo células chamadas 1L-Ip e I L - l f t . À. clivagem por caspase J gera
(discutidas a seguir). O IRF3 c o IRF7 promovem a produção os TLR r à exceção do TLR"5, sinalizam através de MyDÃS e epiteliais mucosas e fagócitos, e respondem a peptidoglica- formas ativas destas citocinas, que, então, deixam a célula
de interfernns de tipo 1 (TFN-ra e IFN-p), importantes para o sao, portanto, capazes de ativar NF-KB e induzir respostas nas da parede celular bacteriana. NOD2 é particularmente e desempenham diversas funções pró-inflamatórias. Descre-
desenvolvimento de respostas imunes inatas anti virais. inflamatórias. A sinalização de TLR3 ocorre através de TRIF expresso em. grandes quantidades nas células intestinais de veremos a ação destas citocinas e as respostas inflamatórias
Diferentes combin ações de intermediários a ti apta ti ores e e, portanto, ativa ERF3, induzindo a expressão de interferons Fa neth, onde estimula a expressão de substâncias anti mi- em detalhes mais à frente, neste capítulo. Por hora, é sufi-
sinalizadores são usados por diferentes TLR, o que e a base de tipo í. O TLR4 sinaliza através de MyDSS e TRIF e é capaz crobianas, ch amadas defensinas, em resposta a patógenos. ciente dizer que a inflamação induzida por 1L=1 desempe-
dos efeitos comuns e únicos destas moléculas. Os TLR cie de induzir ambos os tipos de respostas. A sinalização dos TLR N O D l reconhece substancias derivadas, principalmente, de nha uma função protetora contra micro-organismos que
superfície celular que se engajam ao a ti apta ti or iVíyDÍSÃ, por 7 e 9 endossômicos, que sao mais expressos por células den- bactérias gram-negativas, enquanto NOD2 reconhece urna incitam a formação do inflamassomo. Quando a atividade do
exemplo, levam à ativação de NF-kK, e a sinalização por TLR dríticas plasmodtoidcs, se dá através tie uma via dependente molécula distinta chamada dipeptídeo mura mil, presente em inflam assom ti é anormalmente estimulada, há a produção
elevada de ÍL-1 a que pode provocar dano tedduaL Algumas e virai. Substâncias cristalinas são também potentes ativa- e muitos dos demais conhecidos ativadores de inflamasso- em várias populações celulares e reconhecem moléculas
das febres periódicas hereditárias (também chamadas sín- dores de inflamassomos., e estes cristais podem ser derivados mos aumentam o efluxo de K* das células. Outro meca- microbianas (Tabela 4-3). Alguns destes receptores transmi-
dromes autoinflarnatórias), por exemplo, que são doenças do ambiente, como amianto ou sílica, ou ser endógena - nismo comum implicado na ativação do inflamassomo é a tem sinais de ativação, como os TLR, que promovem respos-
raras caracterizadas por surtos repetidos de febre, inflamação mente derivados de células mortas, como urato monossó- geração de espécies reativas de oxigênio, que são radicais tas inflamatórias e aumentam a morte de micro-organismos.
e destruição tecidual, são causadas por mutações de ganho dico e pirofosfato desidratado de cálcio. Outros estímulos livres tóxicos de oxigénio que são frequentemente produ- Outros receptores participam principalmente da ingestão tie
de função no gene NLRF3, e os antagonistas de IL-1 são endógenos à ativação de inflamassomos é o ATP extra ce- zidos durante lesões celulares. O tipo de inflamassomo que micro-organismos pelos fagócitos.
m u i t o eficazes em seu tratamento. lular, talvez liberado por células mortas e transportados ao usa a proteína chamada A Í M 2 (ausente em melanoma 2),
As respostas do NLRP-iftflamasnomo são induzidas por citoplasma da célula respondei!ora. A diversidade estrutural em vez cie proteínas da família NLRP, reconhece DNA de fita Receptores de Carboidratos
uma grande variedade de estímulos citoplasmáticos, incluindo dos agentes que ativam o inflamassomo sugere que estes dupla (dsDNA) citosólico. Os receptores que reconhecem carboidraios na superfície de
produtos microbianos, cristais ambientais ou endógenos, não se ligam diretamente às proteínas NLRF, mas podem A descoberta de que algumas substâncias cristalinas são micro-organismos facilitam a fagocitose destes patógenos e esti-
e redução nas concentrações ci to pia sm â ti cos do íotí potás- agir por meio da indução de um peque no conjunto dc alte- potentes ativadores de infla ma ssomos mudou nosso entendi- mulam o desenvolvimento das respostas imunológicas adapta-
sio (R*)t que são frequentemente associadas a infecções e rações das condições citoplasmáticas endógenas que ativam mento de certas doenças inflamatórias. A gota é uma doença tivas subsequentes. Estes receptores pertencem à família das
estresses celulares (Fig. 4-4}. Dentre os produtos microbianos tais moléculas. As menores concentrações citoplasrnáticas inflamatória dolorosa há muito conhecida por provocar a lectinas de tipo C, assim chamadas por se ligarem a carboi-
que ativam os NLRP-inflamassomos, incluem-se molécu- de íon potássio podem ser um destes mecanismos comuns, deposição de cristais de urato monossódieo nas articulações. dratos (Iccthiax) de modo dependente de Ca1"* {daí, tipo C).
las bacterianas como flagelina, dipeptídeo mura mil, LPS e uma vez que, quando induzidas por alguma toxina bacte- Com base ern nosso conhecimento de que cristais dc urato Algumas destas lectinas são proteínas solúveis encontradas
toxinas formadoras de poros, assim corno o RNA bacteriana riana formadora de poros, podem, ativar os inflamassomos. ativam o inflamassomo, há interesse em usar antagonistas dc no sangue e em fluidos cxtracelu lares (discutidas a seguir);
1L-I no tratamento de casos graves de gota, que são resisten- outras são proteínas de membrana encontradas nas superfí-
tes aos fármacos anti-inflamatórios convencionais. Da mesma cies de macrofagos, células dendriticas e algumas células ted-
maneira, a pseudogota é causada pela deposição de cristais duais. Todas estas moléculas contém um domínio conservado
de pirofosfato de cálcio e ativação do inflamassomo. A inala- de reconhecimento de carboidratos. Existem diversos tipos
Membrana ção ocupacional de sílica ou amianto pode provocar doenças lectinas de tipo C nas membranas plasmáticas, com espe-
plasmática pulmonares inflamatórias e fihróticas crónicas, e há também cificidades para diferentes carboidratos, incluindo manose,
interesse na possibilidade de bloqueio do inflamassomo ou glicose, W-acetilglicosamina c p-glucanas. Dc modo geral,
administração de antagonistas de IL-1 ern seu tratamento. estas lectinas de superfície celular reconhecem carboidratos
encontrados nas paredes celulares de micro-organismos, mas
Receptores Semelhantes a fílG
não de células mamíferas. Algumas destas lectinas de tipo C
Os receptores semelhantes a RIG (RLR) são sensores citosâli- atuam na fagocitose de patógenos, e outras desempenham
Efluxo die K+ cos de UNA virai que respondem a ácidos nudeicüti de vírus funções de sinalização que induzem respostas protetoras nas
Espécies reativas através da indução da produção de interferons antivirais de células do hospedeiro aos micro-organismos.
de oxigênio tipo I. Os RLR perdem reconhecer RNA de fita simples e
dupla, inclusive os geri ornas de vírus de RNA transcritos de • Receptor de manose. Uma das mais estuda ti as lectinas de
RJNÀ e DNA vírus. Os dois R L R mais bem caracterizados são membrana de tipo C é o receptor de manose (C.D206),
o RIG-T (gene indutível por ácido retinoico I) e o MD A. 5 que atua na fagocitose de micro-organismos. Este recep-
Cristais endógenos (gene de melanorna associado à diferenciação 5). tistas duas tor reconhece certos açúcares terminais presentes nos
(MSU, CPPD) proteínas contêm dois domínios dc recrutamento de caspase carboidratos da superfíde microbiana, incluindo D-rna-
Cristais exógenos na região N-terminal, que interagem com outras proteínas nose, L-fucosc e Ai-acetil-D-glucosamína. Estes açúcares
(MSU, CPPD, Alúmen, de sinalização, e um domínio RNÁ-helicasc de função desco- terminais são frequentemente encontrados na superfície
Amianto, nhecida. ftIG-Te MD A 5 apresentam diferentes especificidades de micro-organismos, enquanto os carboidratos de células
Colesterol) para o R.NA virai, parcialmente baseadas no comprimento eu cari óticas tendem a apresentar terminações de ga lactose
DNA virai do genoma do RNA de dupla fita, que podem aumentar a e ácido siálico. Assim, os açúcares terminais tios micro-
Muramil dipeptídeo sensibilidade de detecção de uma ampla gama destes ácidos organismos podem ser considerados PAMR Os receptores
nucleicos de tamanhos diferentes. Os RLR também podem de manose não possuem quaisquer funções intrínsecas
discriminar o RNA virai de fita simples de transcritos de RNA conhecidas de sinalização e acredita-se que se liguem a
de fita simples de células normais. O RÍG-L por exemplo, micro-organismos na primeira etapa de sua ingestão por
apenas reconhece RNA com trifosfato 5*r que não é encon- macrofagos e células dendriticas. No entanto, a importân-
trado no RNA citoplasm ático das células do hospedeiro, devido cia da fagocitose mediada por esse receptor na eliminação
à adição de 7-metilguanosina ou remoça o do trifosfa to 5*. Os dos micro-organismos ainda não é conhecida.
RLR sao expresseis por uma ampla variedade de tipos celula- • Declinas, A dectina 1 (lectina de tipo C associada á célula
res, incluindo leucócitos derivados da medula óssea c diversas dendrítica 1) ca dectina 2 são receptores de célula den-
células tedduais, Estes receptores, portanto, permitem que dritica que reconhecem padrões de dois estágios tio d d o
muitos tipos celulares suscetíveis à infecção por vírus tie RNA de vida de fungos. A dectina 1 se liga à p-glucana, que
participem das respostas imunes inatas a estes patógenos. é o principal componente tia forma leveduriforme de
Ao se ligarem ao RNA, os RLR iniciam eventos de sina- Condida alhkans, um fungo ubíquo, mas potencialmente
lização que levam â ativação de IRF3 e IRF7, c estes fatores patogênico. A dectina 2 reconhece oligossacarídcos ricos
de transcrição induzem a produção de interferons de tipo em manose presentes nas hifas de Condida. Em resposta
í. Além disso, a sinalização por RLR pode também ativar à interação com seus ligantes nas paredes celulares de
NF-KB. A sinalização de RIG-I e MD A 5 depende dc sua fungos, estas duas dectinas induzem eventos de sinaliza-
Núcleo
^ |!L-1P ligação a proteínas adaptadoras e da ativação de cascatas de ção em células dendriticas que estimulam a produção de
secretada sinalização que provocam, a ativação de 1RF3/7 ou NF-KÜ. cítodnas e outras proteínas que promovem a infla maçã ti
e estimulam as respostas imunológicas adaptativas. A esti-
Inflamação aguda Outros Receptores Celulares de Reconhecimento de mulação das células dendriticas por dectinas induz a pro-
Padrões dução de algumas citocinas que promovem a diferenciação
FIGURA 4-4 Um inflamassomo. A. ativação do inflamassomo MLRF3, que processa a prá-IL-1^ a IL-1 ativa, ó mostrada. Os inflamassomos de linfocitos T CD4' virgens (naíve) a um tipo dc linfócito
de outras proteínas NLRP funcionam de forma similar. A expressão de prú-IL-1^ á induzida por diversos PAMP ou DAMF) através da sinalização do Diversos tipos de receptores citoplasmáticos e dc membrana T efetor denominado T H I 7 , que é particularmente eficaz
receptor de reconhecimento de padrão, como os TLR. CPPD, pirofosfato di-hídratado de cálcio; MSU, urato monossúdico. plasmática que não os anteriormente descritos são expressos na defesa contra infecções fúngicas. Outros receptores de
carboidratos encontrados nas células dendríticas sao a I-an- Algumas células formam barreiras físicas que impedem infec- defesa do hospedeiro, outros mecanismos epiteliais de defesa diversidade de seus receptores de antígeno quando compa-
gerina (CD2Ü7)# expressa principalmente por células dc ções. Diversos tipos celulares expressam os vários receptores evoluíram para complementa-las. rados à maioria das células T do sistema i m u n e adaptativo.
Langerhans epidérmicas, e DC-SIGN, expressa pela maioria de reconhecimento de padrões que acabamos de discutir e, Av células epiteliais, assim como alguns leucócitos, pro- Acredita-se que os linfócitos T intraepiteliais reconheçam
das células dendríticas. DC-STGN pode desempenhar um portanto, são capazes cie reconhecer PAMP e DAMP c de duzem peptídeos que apresentam propriedades antimicro- um numero limitado de estruturas microbianas comum ente
papel patogênico na promoção da infecção por HTV-1 nos produzir citocinas inflamatórias e proteínas anti virais, culmi- bianas. Duas famílias estruturalmente distintas de peptídeos encontradas (p. ex., PAMP). Os linfócitos intraepiteliais
linfócitos T. A gficoprotcína gpí2í) do envelope do HlV-1 nando com a morte dos micro-organismos ou eliminação dc anti microbianos são as defensinas e as catelicidinas. podem atuar na defesa do hospedeiro através da secreção
se liga ao DC-SIGN das células dendríticas em tecidos de células infectadas. Além disso, a lgumas células da imunidade de citocinas, da ativação de fagócitos e da morte cie células
mucosa; o vírus é, então, carreado pelas células dendríticas inata são críticas â estimulação das respostas imunes adap- • As defensinas são pequenos peptídeos catiônicos, com infectadas.
através dos vasos linfáticos ate os gânglios linfáticos drenan- tativas subsequentes. Agora, discutiremos os tipos celulares cerca de 29 a 34 aminoácidos de comprimento, que
tes, onde é transferido a linfodfos T CD4', infecta ndo-os. que realizam tais funções. contem trés pontes dissulfeto intra cadeias. As duas famí- Fagócitos
lias de defensinas humanas, denominadas a e p, são dife-
Receptores Scavenger renciadas pela localização destas pontes. As defensinas são
B a t e i r a s Epiteliais Células que apresentam funções fagocíticas especializadas,
Os receptores venger f o r m a m um grupo de proteínas de produzidas por células epiteliais de superfícies de mucosa principalmente macrófagos e neutrófilos, são a primeira
membrana celular de estrutura e função diversas, que foram Superfícies epiteliaht intactas formam barreiras físicas entre e por leucócitos contendo grânulos, incluindo neutrófi los, linha de defesa contra micro-organismos que ultrapassam
originariamente agrupadas com base cm características co- os micro-organismos do ambiente externo e os tecidos do células assassinas naturais (natural killer- NK) e linfócitos as barreiras epiteliais. Introduzimos estes tipos celulares no
muns relacionados à ingestão de lipoproteínas oxidadas hospedeiro; além disso, as células epiieliais produzem subs- T citotóxicos. Cada tipo celular produz uma determinada Capítulo 2, e discutiremos muitos outros detalhes de suas
pelas células. Alguns destes receptores scavenger, incluindo tâncias químicas aniimicrobianas que impedem a entrada molécula de defensina. As células dc Paneth no interior funções mais â frente, neste capítulo, e em outros trechos
SR'A e CDU6, são expressos por rnacrófagos e medeiam a de micro-organismos (Fig. 4-5). As principais interfaces entre das criptas do intestino delgado são as principais células deste livro. Por hora, é importante saber que estas células
fagocitose de micro-organismos. Além disso, o CD:36 atua o ambiente e o hospedeiro mamífero são a pele e as super- produtoras de defensinas C£. As defensinas das células de fagocíticas realizam dois tipos gerais cie funções na defesa
como corrcceptor no reconhecimento c resposta ao ácido fícies de mucosas dos tratos gastrointestinal, respiratório e Paneth são às vezes chamadas cripticidinas, c sua função contra micro-organismos. Primeiro, são capazes dc interna-
lipotcicoico e aos lipopeptídeos diadiados cie origem bacte- genitourinário. listas interfaces são revestidas por contínuas é limitar a quantidade dc micro-organismos no lúmen. lizar e matar micro-organismos. Neutrófilos e macrófagos
riana por TLR2/6. Uma ampla gama de estruturas molecu- camadas de células epiteliais especializadas que desempe- As defensinas são também produzidas em outras áreas são particularmente bons nesta função. Segundo os fagejei-
lares pode se ligar aos receptores scavenger, incluindo LPS, n h a m muitas funções fisiológicas, incluindo a prevenção da do intestino, em células mucosas respiratórias c na pele. tos respondem aos micro-organismos produzindo diversas
ácido lipotcicoico, ácidos nuclcicos, p-gincanas e proteínas. entrada de micro-organismos. A perda de integridade destas Algumas defensinas são constituti va mente produzidas citocinas que promovem inflamação e também aumentam a
A importância dos receptores scavenger na imunidade inata camadas epiteliais, por traumas ou outras razões, predispõe por alguns tipos celulares, mas sua secreção pode ser função antimicrobiana das células tio hospedeiro no sítio cie
é destacada pela maior suscetibilidade à infecção observada o indivíduo a infecções. Á. função da barreira protetora é, aumentada por citocinas ou produtos microbianos. Hm infecção. Entre os "fagócitos profissionais", os macrófagos são
em camundongos que não possuem (knockout) tais recepto- em grande parte, física. As células epiteliais são m u i t o pró- outras células, as defensinas são produzidas apenas cm particularmente bons nesta segunda função. Os macrófagos
res e pela observação de que diversos patógenos microbianos ximas umas às outras, bloqueando a passagem dc micro- resposta a d t o d n a s c produtos microbianos. As ações estão também envolvidos no reparo de tecidos danificados,
expressam fatores de virulência que bloqueiam o reconheci- organismos por entre elas. À camada externa de qu era tina, protetoras das defensinas incluem efeitos tóxicos diretos que é outra importante função na defesa cio hospedeiro.
mento e a fagocitose por eles mediados. que se acumula com a morte dos qucratinócitos da superfí- aos micro-organismos, incluindo bactérias e fungos, c a Üm papel essencial desempenhado pelos fagócitos na defesa
cie cutânea, bloqueia a penetração microbiana em camadas ativação das células envolvidas nas respostas inflamató- i m u n e inata contra agentes infecciosos é demonstrado pela
Receptores N-Fonnil Met-Leu-Phe
mais profundas da epiderme. O muco, uma secreção viscosa rias a micro-organismos. Os mecanismos de seus efeitos alta taxa de infecções bacterianas e fúngicas letais cm pacien-
Os receptores /V-Formil met-leu-pher incluindo FPK e contendo glicoproteínas cbamacias mucinas, é produzido microbicidas diretos são pouco compreendidos. tes com baixos números de neutrófilos no sangue, causados
FPRLl expressos por neutrófilos e rnacrófagos, respectiva- pelas células epiteliais respiratórias, gastrointestinais e uro- • As c a t e i i o d i n a s são produzidas por neutrófilos e diver- por cânceres da medula óssea ou quimioterapia em pacien-
mente, reconhecem peptídeos bacterianos contendo resíduos genitais. O muco impede, fisicamente, a invasão microbiana sas barreiras epiteliais, incluindo a pele, o trato gastroin- tes com diferentes cânceres, ou aincia em pacientes com
de metionida tt-fonriilados (jY-tbrmilmctionil) c estimulam c facilita a remoção de micro-organismos pela ação ciliar da testinal e o trato respiratório. Á catelicidina é sintetizada deficiências congênitas cias funções fagocitárias.
o movimento direcionado das células. Uma vez que todas árvore brônquica e cio pcristaltismo intestinal. Embora estas como precursor, com dois domínios de 18 kD, que é
as proteínas bacterianas e algumas proteínas cios mamíferos propriedades da barreira física sejam m u i t o importantes na protcoliticamente clivado cm dois peptídeos, ambos com
(apenas aquelas sintetizadas no interior das mítoeõndrias) são Células Dendríticas
funções protetoras. A síntese do precursor c a clivagem
iniciadas por jY-formilmetionina, FPR c FPRLl permitem que protcolitica podem ser estimuladas por citocinas infla- As células dendríticas desempenham funções essenciais de
os fagócitos detectem e respondam preferencialmente a pro- matórias e produtos microbianos. As catelicidinas ativas reconhecimento, alem de papéis efetores, na imunidade inata,
teínas bacterianas. Os ligantes pcptídicos bacterianos que inte- protegem contra infecções por múltiplos mecanismos, introduzi mos as células dendríticas no Capítulo 2, e seu papel
ragem. com estes receptores são alguns dos quimioatraentes Barreira física incluindo efeitos tóxicos diretos a uma ampla gama de na apresentação de antígenos aos linfócitos T é discutido no
primeiramente identificados c mais potentes para leucócitos. à infecção micro-organismos e a ativação de diversas respostas em Capítulo 6. Lembre-se de que a célula dcndrítica representa
Os quimioatraentes incluem diversos tipos de moléculas, fre- leucócitos e outros tipos celulares, que promovem a erra- na verdade uma família heterogénea de células derivadas da
quentemente produzidas nos sítios de infecção, que se ligam dicação dos agentes infecciosos. O fragmento C-terminal, medula óssea, com longos processos citoplasmáticos simila-
a receptores específicos nas células e direcionam seu movi- Peptídeos antibióticos chamado L'L-17, pode também se ligar ao LPS, um com-
Morte dos res a dendritos, e que são constitutiva mente encontradas em
mento em direção à fonte destas substâncias. Outros quiomio- ponente tóxico da parede externa de bactérias gram-ne-
micro-organismos epitélios e muitos tecidos do corpo. Dadas as suas localização
atraentes, como as quimiodnas discutidas no Capítulo 3, são
por antibióticos, gativas (anteriormente mencionado), e inativá-lo. e morfologia, estas células detectam micro-organismos inva-
sintetizados pelas células do hospedeiro. FPR e FPRLl, assim
defensinas e sores. Além disso, as células dendríticas expressam mais tipos
como todos os outros receptores de quimiotáticos, perten- catelicidinas As barreiras epiieliais çon tem certos tipos de linfócitos, diferentes de TLR e receptores citoplasmáticos de reconheci-
cem. a uma superfamília de receptores que atravessam setes localmente produzidos incluindo linfócitos T i n tra epi te l ia is, que reconhecem e nevv- mento de padrões cio que qualquer outra população celular,
vezes a membrana citoplasmática acoplados ã proteína G
pondem aos micro-organismos comumerite encon trados. Os tornando-as os mais versáteis sensores de PAMP e DAMP
que se liga à guanosina trifosfato (GTP) (GPCR). Estes recep-
linfócitos T intra epiteliais são encontrados na epiderme em de toei o o corpo. Um dado subtipo cie células dendríticas,
tores iniciam as respostas intracelulares através de proteínas ILinfácifto iritraepitelial e pi té li os mucosos. Diversos subtipos de linfócitos intraepite- as células dendríticas plasmocitoides, assim chamadas
G triméricas associadas (Cap. 7). Às proteínas G estimulam Morte dos
micro-organismos liais são observados em diferentes proporções, dependendo por sua morfologia similar à de plasmócitos produtores cie
muitos tipos de respostas celulares, incluindo alterações no
da espécie animal c da localização tecidual. Estes subtipos anticorpos, é a maior fonte de citocinas anti virais, os inter-
citocsqueleto, aumentando a motilidade celular. e células
são diferenciados, principalmente, pelos receptores de antí- ferons de tipo T, sintetizadas em resposta às infecções virais.
infectadas por
geno dos linfócitos T (TCR) que expressam.. Alguns linfó- Esta característica das células dendríticas plasmocitoides se
linfócitos intraepiteliais
citos T intra epiteliais expressam uma forma convencional deve ao fato de que, cm parte, estas células, mais do que
COMPONENTES CELULARES DO SISTEMA IMUNE do TCR, chamada a% que está presente na maioria das qualquer outro tipo celular, expressam TLK cndossõmicos
INATO FIGURA 4-5 Barreiras epiteliais. Os epitólíos nas portas de células T em tecidos linfoides, Outros linfócitos T epiteliais (TLR 3, 7, 8, 9) que reconhecem ácidos nu ciciais dos vírus
entrada dos micro-organismos sâo barreiras físicas, produzem substân- expressam uma forma do receptor dc antígeno chamada yfi, epie foram internalizados pela célula. Discutiremos as ações
As células dtí sistema i m u n e inato realizam diversas funções cias antimicrobianas e albergam linfócitos intraeprteliais que aparente- que pode reconhecer antígenos pcptídicos e não pcptídicos. anti vira is dos interferons de tipo I em maiores detalhes mais
que são essenciais para a defesa contra micro-organismos. mente matam micro-organismos e células infectadas. Orna característica c o m u m destes linfócitos T é a limitada à frente, neste capítulo.
As células dendriticas são as células mais eficientes em outra célula, o resultado é determinado peia integração tios A Engajamento do B Ausência de Q Engajamento de
desencadear e direcionar respostas imunes adaptativas me- sinais gerados pelo conjunto tie receptores tie ativação e receptor inibidor engajamento do múltiplos receptores
diadas por linfocitos Tf e isto depende de suas respostas inibição expressos pelas NK e que interagem com tis ligan- receptor de í ni bicão de ativação
imunes inatas aos micnf-organismos. tista capacidade reflete tes das outras células. Dada a natureza estocástica de sua
Remoção de Remoção
a habilidade das células dendriticas dc internalizar antíge- expressão, o conjunto de receptores de ativação e inibição
Sinais de fosfatos e Sinais de . , ineficaz de
nos proteicos microbianos, transporta-los aos gânglios lin- expressos pelas células NK de qualquer indivíduo apresenta Sinais de fosfatos e
ativação inibição ativação ativaçao jnibicão
fáticos, onde esta o os linfocitos T virgens, e apresentá-los significativa diversidade. Assim, as células NK de um indi-
de m o d o que possam ser reconhecidos por estes linfocitos. víduo respondem a diferentes tipos de micro-organismos
tistas fonções serão discutidas em maior detalhe no Capítulo ou células infectadas. Além disso, os genes que codificam
6. É importante notar que a resposta inata mediada pelas muitos destes receptores são poli mórficos; isto significa que
células dendriticas aos PAMP é essencial para estas fonções, existem diversas variantes gênicas em uma população, de
que sao aumentadas pela sinalização por TLR. Além disso, modo que um indivíduo pode expressar formas ligeiramente
a sinalização por TLR induz a célula dendrítica a expressar diferentes de receptores do que outro indivíduo,
moléculas, incluindo moléculas cocstimuladoras e citocinas, Muitas células NK expressam receptores inibidores que
que são necessárias, além do antígeno, à ativação de lin- reconhecem moléculas do complexo principal de h istocompa -
focitos T virgens e à sua diferenciação em células efetoras. iihilidade (MHC) de classe /, que são proteínas de superfície
Dependendo da natureza do micro-organismo que induz a célula r normalmente expressas por quase todas as células
resposta inata, a célula dendrítica direciona a diferenciação saudáveis do corpo (Fig. 4-7) . A principal função das molécu-
do liníocito T virgem em tipos distintos tie células efeto- las de MHC de classe 1, além de seu papel na regulação da ati-
ras, como células T H I produtoras de 1FN=Y ou células T H I 7 vação das células NK, é apresentar os peptídeos derivados tie
Receptor Receptor
produtoras de IL-17. A influência das células dendriticas proteínas citoplasmátiças, incluindo proteínas microbianas, de ativação de inibição
na ativação do linfócito T e na sua diferenciação será mais na superfície celular, para serem reconhecidos por linfocitos
discutida no Capitu lo 9. Ligantes dos Complexo MHC O vírus inibe a
T CD8*- Descreveremos a estrutura e a função das molé-
receptores próprio de expressão do
culas de MHC em relação ao reconheci mento de antígenos
de células classe I - peptídeo MHC de classe I
Células Assassinas Naturais {Natural Kiíler- NK) do linfócito T CDS* no Capítulo 6. Por hora, é importante
NK
entender que as células NK usam tipos fundamentalmente Célula normal Célula infectada por vírus Célula em estresse comi
As células assassinas naturais (natural killer - NK) são linfo- diferentes de receptores do que os empregados pelos linfo- autólo-ga {negativa para MHC de GIasse 1) expressão induzida de
citos distintos dos linfocitos Te tí que desempenham impor- citos T no reconhecimento de moléculas dc MHC tie classe ligantes de ativação
tantes funções nas respostas imunes inatas, principalmente 1. Diferentemente dos linfocitos T, muitos dos receptores das
contra vírus e bactérias intracelulares. O termo natural killer células NK para moléculas de MHC de classe I respondem ini-
deriva do fato de que estas células são capazes de realizar bindo sua ativação. Isto é importante porque células normais
sua função de morte sem a necessidade de expansão clonal expressam MHC de classe I, e muitos vírus e outros eventos
c diferenciação, o que é requerido para respostas efetoras de que estressam as células levam à perda tia expressão destas
outras células assassinas do sistema i m u n e diante de células moléculas. Assim, as células NK interpretam a presença das
do hospedeiro infectadas por micro-organismos, tis linfocitos moléculas de MHC de classe I como marcadores de células
T cito tóxicos (CTL). Ás células NK constituem 5% a 15% próprias normais, e sua ausência é urria indicação de infec- Célula NK não Célula NK ativada; Célula NK ativada;
das células mono nucleares do sangue e do baço, sendo raras ção ou dano. Por sua vez, as células NK não recebem sinais ativada; ausência morte da morte da célula
em outros órgãos líofoidcs, mas são encontrados ern grandes de inibição de células infectadas ou sob estresse. Ao mesmo de morte celular célula infectada estressada
números no fígado e no útero gravídico. As células NK tempo, as células NK tendem a receber sinais tie ativação
são originárias de precursores da medula óssea e parecem destas mesmas células infectadas através tie receptores de FIGURA 4-6 Funções dos receptores de ativação e inibição das células NK. A, Os receptores de ativação das cólUas NK reconhe-
grandes linfocitos, com numerosos grânulos citoplasmáticos. ativação. O resultado geral é a ativa ção das células NK, que cem ligantes em oôlulasalvo 0 ativam a proteína tirosina cinase íFTKl. cuja atividade é suprimida por receptoras inibidores que reconhecem moléculas
As células NK não expressam os receptores de antígeno secretam citocinas e matam a célula infectada ou sob estresse. de MHC de classe I e ativam a proteína tirosina fosfatase \PTP\. As células NK não matam eficientemente células saudáveis que expressam MHC de
altamente diversos e clonal mente distribuídos característicos Esta capacidade dc ativação das células NK por células do classe I. B, Caso uma infecção virai ou outro estresse iniba a expressão de MHC de classe I pelas células e induza a expressão de outros ligantes de
dos linfocitos B e T. tim vez disso, usam receptores codifica- hospedeiro que não apresentam M H C de classe 1 é chamada ativação, o receptor inibidor da célula NK nâo é enga[ado e o receptor de ativação age sem oposição, desencadeando as respostas das células NKr
dos pelo DNA em sua configuração ger m i n ativa, discutidos de reconhecimento tia ausência de próprio. como morte de células-alvo e secreção de citocina. CR Células estressadas por infecção ou transformação neoplásica podem expressar quantidades
maiores de ligantes ativadores. Tais ligantes se ligam aos receptores de atrvação da célula NK e induzem maior fosforilação da tirosina do que pode
a seguir, para diferenciar células infectadas por patógenos Os receptores inibidores das células NK compartilham
ser impedido pelas fosfatases associadas ao receptor inibidor, resultando em morte da célula em estresse. Os detalhes estruturais e os ligantes dos
de células saudáveis. No sangue, as células NR podem ser uma característica comumf o motivo estrutural de suas cau- receptores de ativação e inibição das células NK são mostrados na Figura 4-7
identificadas pela expressão de CD56 e ausência de CD3, das citoplasmaticas, chamado motivo de inibição a base de
duas proteínas de membrana frequentemente encontradas tirosina do imunorreceptor (777 Aí), que se liga às mole arfas
juntas cm CTL ativados. que bloqueiam as vias de sinalização dos receptores de ati-
vação ÍFigs. 4-6 e 4-7). Os ÍT1M contêm resíduos tie tirosina estrutural chamado dobra Ig, identificado pela primeira vez MHC de classe I, embora com m e n o r afinidade do que os
Reconhecimento de Células infectadas e sob Estresse pelas que são fosforilados seguindo a interação entre o ligante e o em anticorpos (também conhecidos como Ig), discutidos no KlR, e sendo a maioria expressa em linfocitos B do que em
Células NK receptor inibidor. A fosoforilação desses Í T I M leva ao recru- Capítulo 5. Os KIK se ligam a diversas moléculas de MHC de células NK.
As NK diferenciam células infectadas e sob estresse de cé- tamento e à ativação de fosfata ses que removem fosfatos de classe 1. O segundo grupo importante de receptores inibidti- Os receptores de ativação das células NK reconhecem um
lulas saudáveis, e sua ativação é regulada pelo equilíbrio diversas proteínas ou lipídios envolvidos nas vias de sinali- res de NK pertence â família tias lectinas cie tipo C, que inclui grupo heterogêneo de ligantes, alguns dos quais podem ser
entre sinais gerados por receptares de ativação e de inibi- zação gerados durante a ativação dos receptores de NK. O proteínas que se ligam a carboidratos, como anteriormente expressos pí)r células normais e outros que são expressos
ção, Existem diversas famílias destes receptores (Fig. 4-6), resultado final é o bloqueio das funções de sinalização dos discutido. Um destes receptores c o hcterodímero chamado principalmente por células que foram submetidas a estresse
c discutiremos alguns de seus membros mais adiante. Estes receptores de ativação. Os ITIM são encontrados nas caudas CD94/NKG2A, que reconhece a molécula de M H C tie classe infeccioso ou metabólico. Os aspectos moleculares dos ligan-
receptores reconhecem moléculas na superfície de outras citopl asm áticas dc outros receptores além dos receptores l denominada HLA-E, É interessante notar que o HLÂ-E tes de muitos destes receptores não são bem caracterizados.
células e geram sinais de ativação ou inibição que prornti- inibidores dc NK, e suas estruturas e funções de sinalização apresenta peptídeos derivados tie outras moléculas tie M H C A expressão induzida de ligantes em células não saudáveis,
ve m ou inibem as respostas das células NK. De modo geral, são discutidas com detalhes no Capitu lo 7. de classe 1; assim, em essência, o CIJ94/MKG2A é um recep- que interagem com os receptores de ativação tias células
os receptores de ativação reconhecem ligantes em células O maior grupo de receptores inibidores expressos nas NK é tor de vigilância de diversas moléculas tie classe I de MHC. NK, pode gerar sinais que suplantam os sinais dos recepto-
infectadas e danificadas, e tis receptores de inibição reco- composto pelos receptores imunoglobulina-símile de células A terceira família de receptores inibidores das células NK, res inibid tires, especialmente quando a célula não saudável
nhecem ligantes que sã ti normal mente expressos nas células killer (K1R), que são membros da superfamília da imunoglo- chamados receptores leucodtarios Ig-símile (LIK), também apresenta poucas, ou nenhuma, moléculas de MHC de classe
saudáveis normais. Quando uma célula NK interage com bulina (Ig). Os membros desta família contêm um domínio é membro da superfamília tia Ig que se liga a moléculas de I (Fig. 4-6) +
I! I I i Sabe-se também que os receptores de ativação reconhecem Quando as células NK sã ti ativadas, a exoeitose de seus grâ-
Su b u n id ades d e si na] ização c itop I as m áí i ca Receptor Ligante ligantes que não as clássicas moléculas de MHC. Um recep- nulos liberam estas proteínas nas proximidades das células-
CO tor de ativação das células NK da família das lectinas de alvo. Uma tias proteínas presentes nos grânulos da célula
E2 CD94 HLA-E tipo C bem conhecido é o NKG2D, que se liga a proteínas NK, chamada perforina, facilita a entrada de outras proteí-
o semelhantes às moléculas de MHC de classe I, incluindo nas d tis grânulos, chamadas granzimas, no citoplasma das
!5 NKG2A
JQ MIC-À e MIC-B, que são enajntradas em células infectadas células-alvo. As granzimas são enzimas que iniciam a se-
S 1LT-2 HL A-A, B5 Cs por vírus e células tu mora is, mas não em células normais. quência de eventos de sinalização que provocam a morte das
co E,F S G O receptor NKG2D é associado à subunidade de sinalização células-alvo por apoptosc. As %fias de sinalização que causam
9> CMVÜL18 denominada D AP 10, que apresenta motivos de sinalização apoptosc são discutidas no Capítulo 14. Por matarem as
diferentes dos ITAM encontrados em outros receptores de células infectadas por vírus e bactérias intracelulares, as
o. células NK eliminam tis reservatórios de infecção. Alguns
Q> HLA-C, ativação, mas que também aumenta a citotoxicidade das
O Bw4. A células NK contra as células-a Ivo. tumores, principalmente aqueles de origem hematopoiética,
£ Outro importante receptor de ativação das células NK é são alvos das células NK, talvez porque as células tu morais
não expressem níveis normais das moléculas de MHC de
Célula o CD 16 (FcyRiria), que é uns receptor de baixa afinidade
FceRly, Ç para anticorpos IgG. As moléculas de antiairpo apresentam classe I.
recoberta
regiões de ligação ao antígeno altamente variáveis e, no lado O 1FN-7 derivado de células NK ativa macrófagos, a m o o
por IgG
CD16 oposto, uma estrutura invariante, chamada região Fc, que 1FN-Y produzido por linfócitos T, e aumenta a capacidade de
interage com diversas outras moléculas do sistema i m u n e . morte das bactérias fagocitadas por estas células (Cap. 1Ü). O
Descreveremos a estrutura tios anticorpos em detalhes no 1FN=Y produzido por células NK nos gânglios linfáticos pode
FceRIr, C Capítulo 5, mas, por oraf é suficiente saber que o CD16 se liga também direcionar a diferenciação dos linfócitos T virgens
CO IDAP12 à região Fc de certos tipos de anticorpo chamados IgG 1 ou em células TH I (Cap. 9).
0)
IgG3. O CD 16 se associa a uma das três diferentes proteínas As células NK desempenham diversos papéis importan-
NCR
tes na defesa contra micro-organismos intracelulares. As
* (NKp46à
NIKp3Ü., NKp44)
de sinalização contendo ITAM (p. ex., FceRly, Ç e proteínas
DÀF12). Durante a infecção, o sistema i m u n e adaptativo células NK matam as células infectadas por vírus antes da
produz anticorpos IgG 1 e IgG3 que, especificamente, se ativação completa de CTL antígeno-específicos, isto é, nos
cg HLA-C;
ÍDAP12 ligam aos micro-organismos e a seus antígenos nas células primeiros dias depois da infecção. Logo no início da infecção
CO ligantes
infecta da s, e o CD 16 das células NK pode se ligar às regiões virai, as células NK são expandidas e ativadas por IL-12 e
E
o KIR2DS codificadas LL-15, e matam as células infectadas, especialmente aquelas
Fc destas imunoglobulinas. Assim, o CD 16 gera sinais de
CL por que apresentam, menores níveis de moléculas de MHC de
ativação, através de seus parceiros de sinalização, e as células
d> patógenos?
O NK podem matar as células infecta ti as que foram recober-
£ DAP12 iHLA-E;
ligantes
tas pelas moléculas de anticorpo. Este processo é chamado
citotoxicidade m e d i a d a por células d e p e n d e n t e de
codificadas anticorpo; esta é uma função efetora tia imunidade adap-
CD94 por tativa e será discutida no Capítulo 12, quando falarmos da
NKG2C, E patógenos? imunidade h u m o r a l
A capacidade dos receptores de ativação em induzir res- Célula
DAP10 MIC-A. MIC-B, Morte de células
postas funcionais nas células NK é aumentada por citocinas. Célula NK danificada
ULBP danificadas
As principais citocinas do sistema i m u n e inato que esti-
NKG2D
m u l a m a função das células NK são EL-12, TL-15, 1L-Í8 e
intcrferons de tipo í (discutidos a seguir). Cada uma destas
citocinas aumenta a atividade citotóxica das células NK e
Membrana da célula NK a quantidade da ritorina 1FN-Y secreta d a pelas células NK.
O IFN-y apresenta diversos efeitos anti microbianos e será infectada
ITAM YxxM ITIM Morte de
discutido em detalhes no Capítulo 10. Além disso, a IL-12 por vírus
e a 1L-15 são importantes fatores de crescimento para as células infectadas
FIGURA 4-7 Estrutura e ligantes dos receptores de ativação a inibição das células NK. Exemplos de receptores inibidores e
células NK.
ativado res da células NK e seus ligantes. O CD16 e os receptores citotóxicos naturais (NCR) associam-se a homodfmero de cadeia Ç, homodímeros
FceRly ou heterodimeTOs Ç-FccRty. Existem diversos KIR, com especificidades de ligação variáveis. Os genes KIR são polimórficos, o que significa que existem,
diversas variantes alélicas na população humana, e os grupos
de alelos KIR são frequentemente herdados juntos, de um
único progenitor, Estes grupos de genes associados são deno-
A maioria dos receptores de ativação das células NK e K. Depois da interação entre o ligante e os receptores de minados haplótipos KIR. Existem dois haplótipos KIR prin-
compartilha um motivo estrutural comum em suas caudas ativação das células NK, os resíduos de tirosina dos ITAM são cipais e alguns mais raros. Os haplótipos diferem quanto
citoplasm áticas, chamado motivo de ativação à base de tiro- fosforilados por cinases ritoplasm áticas e outras proteínas ao numero de receptores codificados, e alguns apresentam
sina do imunarreceptor (ITAM), que participa de eventos cinases são recrutadas, interagem com os ITAM fosforilados mais ou menos receptores de ativação do que outros. Alguns
de sinalização que promovem a morte da célula-alvo e a e são ativadas. Estas cinases aumentam a sinalização por haplótipos são associados à maior susceptibilidade a algumas Macrófago com
Morte de
secreção de citocinas (Fig. 4=7). Em alguns destes receptores, fosforilarem outras proteínas. A estrutura e as funções de doenças, incluindo aborto espontâneo c uveíte. micro-organismos
fagocitados micro-organismos
uma única cadeia polipcptídica contem intracclularmente o sinalização dos ITAM são discutidas em mais detalhes no
1TÀM e extracelularmente a porção capaz de interagir com Capítulo 7. Funções Efetoras das Células NK fagocitados
o ligante. Em outros receptores, os 1TÀM estJo em cadeias Muitos dos receptores de ativação tias células NK são As funções efetoras das células NK são matar células infecta-
FIGURA 4-8 Funções das células NK. A, As células NK reco-
polipeptídicas separadas, a r m o em PcERIy, Ç e DÁ PI 2, que membros das famílias tias lectinas de tipo C ou dos KIR, das e ativar os macrófagos para destruição dos micro-orga-
nhecem ligantes em cá lulas infectadas ou submetidas a outros tipos de
não interagem com í} ligante, mas sao associados de forma que também incluem receptores inibidores, como discutido nismos fagocitados (Fig. 4-ft). O mecanismo tia citotoxicidade astresse, matando as células do hospedeiro. Dessa forma, as células
não covalente à cadeia tio receptor envolvida em reconhecer anteriormente. Alguns deis receptores de ativação parecem mediada por células NK é essencialmente o mesmo utilizado NK eliminam os reservatórios de infecção, bem como células disfuncio-
o ligante. Os Í T A M são também encontrados em caudas cito» se ligar a moléculas dc MHC de classe 1, corno os receptores por CTL CDS*, que d escreverem os em detalhes no Capí- nais. B, As células NK respondem à 1U12 produzida por macrófagos e
plasmáticas dc outros receptores de sinalização no sistema inibidores, mas não se sabe como estes receptores são prefe- t u l o 10. As células NK, como os CTL, apresentam grânulos secretam IFN-yr que induz os macrófagos a matar os micro-organismos
imune, incluindo os receptores de antígeno dos linfócitos T rencialmente ativados por células infectadas ou danificadas. contendo proteínas que medeiam a morte das células-alvo. fagocitados.
classe I. A l é m disso, o IPN-y se creta do por células NK ativa que sao liberados quando as células são ativadas, seja por estas irnunoglobulinas são denominadas anticorpos n a t u - uma cascata. Na sequência da cascata, as atividades enzimá-
macrofagos que destroem os micro-organismos fagocitados. produtos microbianos ou por um mecanismo especial depen- rais. Como observado em outros componentes da i m u n i - ticas resultam em uma tremenda amplificação da quantidade
Hsra reação macrofágica mediada pelo TFN-Y dependente de dente de anticorpos. Os grânulos contêm a minas vasoativas dade inata, os anticorpos naturais já estão presentes antes dc produtos proteolíticos gerados. Bstes produtos realizam as
células NK pode ajudar a controlar uma infecção por bac- (como a histamina), que provocam vasodilatação e aumento da infecção e reconhecem padrões moleculares comuns em funções efetoras do sistema complemento. Outras cascatas
terias intracelulares, corno histeria monocyiogenes, p o r vários da permeabilidade capilar, e enzimas proteolíticas que podem micro-organismos ou células estressadas ou mortas. Os anti- proteolíticas são as vias de coagulação do sangue e o sistema
dias ou semanas, e assim permite tempo para o desenvolvi- matar bactérias ou inativar toxinas microbianas. Os mastó- corpos naturais geralmente são específicos para moléculas dnina-calicreína que regula a permeabilidade vascular.
m e n t o da imunidade mediada por linfocitos T, que erradica citos também sintetizam e secreta TU mediadores lipídicos de carboidrato ou lipídio, mas na o proteínas, e a maioria é A primeira etapa de ativação do sistema complemento é o
a infecção. A depleção de células NK aumenta a suscetihili- (como as prostaglan dirias) e citocinas (como o TNF). Uma de isótipo IgM, uma tias diferentes classes das moléculas de reconhecimento das moléculas nas superfícies microbianas,
da de à infecção por alguns vírus e bactérias intracelulares. vez que mastócitos geralmente e s t i o localizados nas p r o x i - ig (Cap. 5). À maioria dos anticorpos naturais em humanos mas não nas células do hospedeiro. A ativação do sistema
Hm camundongos deficientes em linfocitos T, a resposta das midades de vasos sanguíneos (Fig. 2-1), o conteúdo de seus c em camundongtis é específica para lipídios oxidados, complemento pode ocorrer através de três distintas vias.
células NK pode manter a infecção por tais micro-organis- grânulos rapidamente induz alterações vasculares, que pro- incluindo as regiões terminais de alguns fosfolipídios como
mos sob controle por algum tempo, mas os animais acabam m o v e m a inflamação aguda. Os mastócitos expressam TLR, e lisofosfatidilcolina e fosforiIcolina, encontradas em membra- • A v i a clássica, assim chamada por ter sido a primeira a
sucumbindo, por não apresentarem a imunidade adapta- os ligantes de TLR podem induzir sua desgranulação. Camun- nas bacterianas e em células apoptóticas, mas que não são ser descoberta, usa urna proteína plasmática denominada
tiva celular. Às células NK também podem ser importantes dongos deficientes em mastócitos apresentam dificuldade de expostas na superfície das células saudáveis do hospedeiro. C l q para detectar anticorpos ligados à superfície de um
na fase tarei ia da resposta i m u n e do hospedeiro por matar controle de infecções bacterianas, o que provavelmente se Algumas evidencias experimentais indicam que os anticor- micro-organismo ou outra estrutura (Fig. 4-1Ü), Após a
células infectadas que escaparam aí) ataque imunológico deve à alteração das respostas imunes inatas. Os produtos pos naturais específicos para estes fosfolipídios conferem ligação de C l q à porção Fe d tis anticorpos, duas serina
mediado por CTL por apresentarem menor expressão de mastocitários também atuam na defesa contra helmintos e proteção contra infecções bacterianas e facilitam a fagocitose proteases associadas, chamadas C l r e Cls, são ativadas
moléculas de M H C de classe I. Uma vez que as células NK são responsáveis pelos sintomas tie doenças alérgicas. Vol- de células apopttíticas. Os grupos tie anti corpos sanguíneos e iniciam a cascata proteofítica das demais proteínas do
píHlem matar certas células tu mora is in vitw, foi também taremos a discutir os mastócitos c sua relação às doenças anti-A BO, outro exemplo de anticorpos naturais, reconhe- sistema complemento. A via clássica e um dos princi-
proposto que estas atuem sobre clones malignos in vivo. alérgicas no Capítulo 19. cem certos glicolipídios (os antígenos de grupo sanguíneo) pais mecanismos efetores do braço h u m o r a l das respostas
expressos na superfície de muitos tipos celulares, i n c l u i n d o imunes adaptativas (Cap. 12). Uma vez que anticorpos
Linfocitos T e B com Receptores de Antígeno do células sanguíneas. Os antígenos e anticorpos dc grupo san- naturais TgM são m u i t o eficientes na ligação a C l q , a
MOLÉCULAS SOLÚVEIS DE RECONHECIMENTO E guíneo são importantes em. transplantes, mas não na defesa via clássica também participa da imunidade inata. Além
Especificidade Limitada do hospedeiro, e sã ti discutidos no Capítulo 16.
MOLÉCULAS EFETORAS DA IMUNIDADE INATA disso, outras proteínas solúveis do sistema i m u n e inato,
Como discutiremos em mais detalhes nos capítulos seguin- chamadas pentraxinas, discutidas a seguir, podem se ligar
tes, a maioria dos linfocitos Tc B c componente do sistema Diferentes tipos de moléculas que reconhecem micro-orga- a C l q e iniciar a via clássica.
0 Sistema Complementa
i m u n e adaptativo e caracterizada por um repertório de espe- nismos e p r o m o v e m respostas inatas são encontra ti as em • A via a l t e r n a t i v a , descoberta mais tarde, mas que é
cificidades altamente tiiverso para reconhecimento dc dife- forma solúvel no sangue e nos fluidos extra celulares. Bstas O sistema complemento ê composto por varias proteínas plas- filogenética mente mais antiga tio qire a via clássica, é
rentes antígenos. À diversidade tios receptores de antígeno é moléculas são responsáveis pela primeira defesa contra pató- máticas que trabalham juntas na opsonização de micro- desencadeada quando uma proteína do sistema comple-
gerada pela recombinação somática aleatória de um graneie genos presentes fora das células do hospedeiro em alguma organismos, na promoção do recrutamento de fagócitos para m e n t o chamada C3 reconhece, diretamente, certas estru-
grupo de segmentos de D N A encontrado na forma germina- parte de seu ciclo de vrida. As moleculas efetoras solúveis o sitio de infecção e, em alguns casos, na morte direta de turas da superfície microbiana, como o LPS bacteriano.
tiva., assim como pela adição de sequencias de nucleotídcos atuam de duas formas principais. patógenos (Fig. 4-9). À ativação tio sistema complemento é O componente C3 e também constitutiva mente ativado
nas junções entre os segmentos recombinados., originando baseada em cascatas proteolíticas, em que uma enzima pre- em solução em baixo nível e se liga a superfícies celu-
genes dc receptores de antígeno únicos em cada clone de • For se ligarem aos micro-organismos, atuam como opso- cursora inativa, chamada zimogeno, é transformada em uma lares, mas é, então, inibido por moléculas reguladoras
linfócito (Cap. 8). No entanto, certos subtipos de linfocitos ninas e a u m e n t a m a capacidade tie fagocitose pelos protease ativa que cliva, e portanto induz, a atividade pro- presentes em células mamíferas. Uma vez que os micro-
T e B apresentam diversidade m u i t o pequena, uma vez que macrofagos, neutrófilos c células dendriticas. Isto ocorre teo] ítica da próxima proteína do sistema complemento em organismos não possuem estas proteínas reguladoras, a
as mesmas sequencias dos genes de receptores de antígenos porque as células fagocíticas expressam receptores de
são recombinadas em cada clone e há pouca ou n e n h u m a membrana específicos para as opsoninas, e estes recep-
modificação nas sequencias de junção. Parece que estes sub- tores podem mediar, de forma eficiente, a interna li zação
tipos de linfocitos T c B reconhecem estruturas comparti- do complexo formado pela opsonina c o agente invasor. Início da ativação
lhadas que são expressas p o r muitas espécies microbianas • Depois da ligação aos micro-organismos, os mediadores do sistema^
diferentes e c o m u m ente encontradas: ern outras palavras, solúveis da imunidade inata p r o m o v e m respostas infla- complemento E t a p a s iniciais Etapas tardias
reconhecem PAMP. Os subtipos de linfocitos T com limitada matórias que induzem recrutamento adicional tie mais
diversidade de receptores de antígeno incluem os linfocitos fagócitos para os sítios de infecção, podendo também Micro-organismo
T assassinos naturais {natural killer) invariantes (ilMKT), os matá-los diretamente. C3b é
linfocitos T Jõ e os linfocitos T intra epiteliais com TCK fjf|B depositado
(já mencionados). Os subtipos cie linfocitos K que produzem As moléculas efetoras solúveis são, às vezes, chamadas sobre o Complexo de ataque
anticorpos de especificidade limitada são os linfocitos B - l e de mediadores h u m tirais da imunidade inata, assim corno mioro-organismo à membrana (MAC)
os linfocitos B da zona marginal. H mb ora estes linfocitos T e os anticorpos são considerados como medi ad tires h u m ti- 00m
B desempenhem funções efetoras similares aos seus equiva- ra is da imunidade adaptativa. Os principais componentes d ti
lentes dc maior diversidade clonal, a natureza de suas espe- sistema i m u n e inato h u m tirai são os anticorpos naturais, ti
cificidades os coloca em uma categoria especial, já que são sistema complemento, as ctileciinas, as pentraxinas c as fico- Via
mais parecidos com. as células efetoras da imunidade inata do linas. A seguir, descreveremos as principais características e clássica
que com as células da imunidade adaptativa. Bstes subtipos funções destes componentes tia imunidade inata.
especiais de linfocitos T e B são ti escritos nos Capítulos 10 c Lectina ligante
de manose
I 1, respectivamente.
Anticorpos Naturais Funções C3a: C3b: C5a: Lise d o
Via das efetoras Inflamação Opsonização Inflamação micro-
Mastócitos M u i t o s anticorpos corn milhões de diferentes especificida-
lectinas
des são produzidos nas respostas imunológicas humorais e fagocitose organismo
Üs mastócitos estão presentes na pele e no epitêlio de mucosa p o r linfocitos H e suas progénies, como parte d ti sistema
e rapidamente secretam citocinas p ró - i rifla ma tó ria s e media- i m u n e adaptativo, e descreveremos as irnunoglobulinas e FIGURA 4-9 Vias da ativação do sistema complemento. A ativação do sistema complementa podo ser iniciada por três vias distintas,
dores lipídicos em resposta a infecções e outros estímulos. as respostas dos linfocitos B ern detalhes em capítulos pos- que lavam à produção de C3b ínas primeiras etapas). O C3b inicia as etapas tardias de ativação do sistema complemento, culminando na produção de
Começamos a falar sobre tis mastócitos no Capítulo 2. Lem- teriores. No entanto., existem subtipos tie linfocitos B que peptídeos que estimulam a inflamação {C5a> a em C9 polimerizado, que forma o complexo de ataque à membrana, assim chamado por criar orifícios
bre-se de que estas células apresentam abundantes grânulos produzem anticorpos ctim um n ú m e r o limitado de especi- em membranas plasnráticas. As funções mais importantes das principais proteínas produzidas nas diferentes etapas sao mostradas. À ativação, as
citoplasmáticos contendo diversos mediadores inflamatórios ficidades, sem exposição excessiva a antígenos estranhos, e funções e a r&gulação do sistema complemento são discutidas em mais detalhes no Capítulo 12.
C1q Lectina Ficolina IL-1 e EL-6, e este grupo de proteínas plasmáticas é denomi- as moléculas solúveis dc reconhecimento e as moléculas
nado proteínas de fase aguda. efetoras, podem tis ver como estes diversos componentes tra-
ligante de
A PTX3 é produzida por diversos tipos celulares, i n c l u i n d o balham na proteção contra micro-organismos. As três princi-
manose células dendríticas, macrófagos e células endoteliais, em res- pais formas utilizadas pelo sistema i m u n e inato na proteção
FIGURA 4-10 C l , lectina ligante de MASP1 MASP1 posta a ligantes de TLR e a citocinas inflamatórias, como contra infecções são a indução de inflamação, a indução
manose e ficolina. Estas três proteínas TNFr mas não é urna proteína de fase aguda. A PTX3 é da defesa anti virai e a estimulação da imunidade adapta-
hexaméricas homólogas podem iniciar a ati- MASP2 MASP2
também armazena ti a em grânulos neutrofílicos e liberada tiva. Muitas destas reações são meti ia das p o r citocinas, que
vação do sistema complemento ao se uniram
quando os neutrófilos m o r r e m . A PTX3 reconhece células desempenham papéis importantes e diversos na imunidade
aos saus ligantes nas superfícies celulares.
As cabaças globulares da lactina de tipo C apoptóticas e certos micro-organismos. Estudos realizados inata (Tabela 4-4). Como discutiremos a seguir, estas citoci-
ao final das hastas colagenosas de C1q e da com camundongos knockoui revelaram que a 1*7X3 confere nas atuam principalmente nas proximidades de seu sítio de
ladina ligante de manosa sa ligam às regiòes proteção contra alguns micro-organismos , incluindo o fungo produção (ações parácrinas), mas algumas também podem
Fedia IgM ou à manose presente na superfície Àspergülus fumigatus. ter efeitos distantes (ações endócrinas).
de micro-organismos, respectivamente. As
cabeças globulares similares ao fibrinagônio
da ficolina se ligam à W-acetilglicosamina da Colectinas e Ficolinas
A RESPOSTA INFLAMATÓRIA
superfície de micro-organismos. Esta ligação
As colectinas pertencem a uma família de proteínas tri-
gera alterações conformacionais que ativam
a sarino protease da C1r e C1sr associadas méricas ou hexaméricas, em que cada subunidade contém A principal forma pela qual o sistema imune inato lida com
a C1qr au MAS PI e MASR2, associadas à uma cauda colagenosa conectada à região do pescoço por infecções e lesões teciduais é através da indução da inflama-
lectina ligante de manosa e à ficolina. uma cabeça de lectina dependente de cálcio (tipo C). Três ção aguda, que ê o acúmulo de leucócitos, proteínas plasmá-
membros desta família atuam como moléculas efetoras solú- ticas e fluidos derivados do sangue em um sítio de infecção
Manose na /V-acetilglicosamina na veis no sistema i m u n e inato; estas sã ti a lectina ligante de ou lesão no tecido extravascular. Os leucócitos e as proteínas
Anticorpo
superfície IgM superfície parede celular bacteriana manose (MBL) e as proteínas surfactantes pulmonares SP-À plasmáticas normalmente circulam no sangue e são recru-
microbiana microbiana e SP-D. tados aos sítios de infecção e lesão, onde realizam diversas
A M B L , que é um receptor solúvel de reconhecimento funções efetoras que matam patógenos e iniciam ti reparti
de padrão que se liga aos terminais d tis earboidratos ricos do dano teci dual. O principal leucócito que é recrutado do
em manose e fucose, foi anteriormente discutida, quando sangue a tis sítios de inflamação aguda é o neutrófilo, mas
ativação espontânea pode ser amplificada nas superfícies à m e m b r a n a ( M A C ) , que provoca a lise das células em que falamos sobre a via das lectinas de ativação do sistema com- monócitos circulantes, que se transformam cm macrófagos
microbianas. Assim, esta via pode diferenciar estruturas o complemento é ativado. plemento (Fig. 4-10). A M B L pode também atuar como urna nos tecidos, tornam-se cada vez mais proeminentes com o
próprias normais de micro-organismos com base na pre- O sistema complemento é um componente essencial opsonina por se ligar a tis micro-organismos e aumentar sua passar d ti tempo e podem ser a populaçao dominante em
sença ou ausência de proteínas reguladoras. da i m u n i d a d e inata; pacientes com deficiências em C3 são fagocitose, lembre-se de que as opsoninas se ligam simul- algumas reações. Entre as importantes proteínas plasmáti-
• A v i a das l e c t i n a s é desencadeada por uma proteína altamente suscetíveis a infecções bacterianas recorrentes e taneamente ao patógeno e a tis receptores de superfície pre- cas que adentram os sítios inflamatórios estão as proteínas
plasmática chamada lectina ligante de manose (MEL), frequentemente letais. No entanto, as deficiências genéticas sentes nas membranas de fagócitos, e no caso da M B L , estes do sistema complemento, tis anticorpos e as proteínas de
que reconhece resíduos terminais de manose presentes na formação do M A C {o p r o d u t o terminal da via clássica) receptores são chamados receptores de C l q , uma vez que tam- fase aguda. A. chegada destes componentes sanguíneos ao
em glicoproteínas e glicolipídios microbianos, assim como a u m e n t a m a suscetihilidade a um n u m e r o limitado de pató- bém se ligam a esta molécula. Este receptor medeia a inter» sítio i n f l a m a t ó r i o é dependente cie alterações reversíveis ntis
o receptor de manose tias membranas de fagócitos, ante- genos, principalmente bactérias do gênero Neisseria, que, por nalização dos micro-organismos que sã ti opsonizados pela vasos sanguíneos do tecido infectado ou danificado. Estas
riormente descritas (Fig. 4-10). À M B L é um m e m b r o da apresentarem paredes celulares delgadas, são especialmente MBL, O gene que codifica a M Ü L é polirnórfico, e certos a lei tis alterações incluem a u m e n t o d ti f l u x o sanguíneo no tecido,
família das colectinas (discutidas a seguir), com estru- sensíveis à ação lítica do M À C . O sistema complemento será sã ti associados a alterações na formação do hexã m e t r o e conseguido através da dilatação arteriolar, maior adesão
tura hexamérica similar à do componente C l q do sistema discutido em mais detalhes no Capitulei 12. redução dos níveis sanguíneos da molécula. Baixos níveis de dos leucócitos circulantes ao revestimento cn dote li ai das
complemento. Depois que a M B L se liga aos micro -orga- M B L são associados à maior suscctibilidade a diversas infec- vênulas e aumento da permeabilidade de capilares e vênulas
nismos, dois zimógenos chamados M A S P I {serina protea- ções, especialmente quando combinados a outros estados de às proteínas plasmáticas e aos fluidos. Todas estas altera-
Pentraxinas
se associada à lectina ligante de manaria) e MASP2, com i m u o o d efici ênci a. ções são induzidas por citocinas c por pequenos mediadores
funções similares a C l r e C Is, se associam a ela e iniciam Diversas proteínas plasmáticas que reconhecem estruturas As proteínas surfa ctantes A (SP-A) e D (SP-D) são colec- moleculares inicialmente derivados de células residentes nos
as etapas proteolíticas finais idênticas às da via clássica. microbianas e participam da imunidade inata pertencem ã tinas com propriedades lipofílicas compartilhadas por outros tecidos, ctimo inastócítos, macrófagos e células endoteliais,
família das pentraxinas, que é um grupo filogenética mente surfa ctantes. Estas proteínas são encontradas nos alvéolos cm resposta à estimulação de PAMP ou DAMP, Com o desen-
O reconhecimento de micro-organismos por qualquer uma antigo de proteínas pentaméricas de estruturas homólogas. pulmonares, e suas principais funções parecem ser a media- v o l v i m e n t o d ti processo inflamatório, os mediadores p o d e m
das ires vias do sistema complemento resulta no recrutamento Os principais membros desta família são as pentraxinas ção de respostas imunes inatas neste órgão. SP=A e SP-D se ser derivados de leucócitos recém-chegados e ativados e de
sequenciai e na montagem de outras proteínas deste sistema curtas, a proteína C-reativa (CEP) c amilóide sérica (SAP) ligam a diversos micro-organismos e atuam corno opsoni- proteínas d ti sistema complemento.
em complexos de proteases (Fig. 4-9). Um. destes comple- e a pentraxina longa FTX3, CRP e SAP se ligam a diver- nas, facilitando sua ingestão por macrófagos alveolares, Estas A inflamação aguda pode se desenvolver m i n u t o s a horas
xos, chamado C3 convertase, cliva a proteína central do sas espécies de bactérias e fungos. Os ligantes moleculares proteínas podem também inibir, diretamente, o crescimento e perdura por ti ias. A inflamação crônica é um processo que
sistema complemento, ( 3 , produzindo C3a e C3b. O frag- reconhecidos por CRP e SAP incluem a fosforil colina e a bacteriano e ativar macrófagos. Camundongos deficientes ocorre após a inflam aça ti aguda caso a infecção não seja
m e n t o maior, C l b , se liga de forma covalente à superfície fosfatidiletanolamina, respectivamente, que são encontra- cm SP-A e SP-D apresentam m e n o r resistência a diversas eliminada ou em resposta a lesão tecidual prolongada, Este
microbiana onde a via do sistema complemento foi ativada. das em membranas bacterianas e células apoptóticas, como infecções pulmonares. tipí) dc inflamação envolve o recrutamento e a ativa cão de
Oh é uma opsonina que p r o m o v e a fagocitose de micro» anteriormente discutido. A PTX3 reconhece diversas rntilé- As ficolinas são proteínas plasmáticas que são estrutu- monócitos c linfócitos. Sítios inflamatórios crónicos tam-
organismos. O fragmento menor, C3a, é liberado e estimula cuias de fungos, de algumas bactérias gram-positivas c gram- ralmente similares às a)lectinas, apresentando um d o m í n i o bém frequentemente sofrem rcmod cl amento tecidual, com
a inflamação p o r agir como quimiotatien para neutrófilos. negativas e de vírus. CRP, SAP e l*TX3 ativam o sistema colagenoso, mas, em vez de possuírem o d o m í n i o de lectina angiogênese e fibrose. Embora os estímulos imunológicos
O C3b se liga a outras proteínas do sistema complemento, complemento por ligação a C l q , iniciando a via clássica. do tipi) C, t ê m um domínio de reconhecimento de earhoidra- inatos possam contribuir para o desenvolvimento tia infla-
f o r m a n d o uma protease chamada C5 convertase, que cliva As concentrações plasmáticas dc CRP sao m u i t o baixas tos semelhante ao fibrinogênio (Fig. 4 - l Ü ) . Estas proteínas mação crónica, o sistema i m u n e adaptativo pode também
C5, gerando um peptídeo pequeno (C5a) e um fragmento em indivíduos saudáveis, mas podem aumentar até 1.000 se ligam a diversas espécies de bactérias, opsonizando-as e estar envolvido, já que as citocinas produzidas p o r linfócitos
maior (C5b} que permanece ligado à membrana microbiana. vezes durante infecções e em resposta a outros estímulos ativando o sistema complemento de maneira similar à M B L . T sã ti potentes indutores da inflamação {Cap. 10). Descri-
O C5a, além se ser quimiotãtico, i n d u z alterações nos vasos inflamatórios, O aumento dos níveis de CRP é resultado de Os ligantes moleculares das ficolinas incluem A r -acetil.glico- ções detalhadas dos diversos mediadores c tias manifestações
sanguíneos, levando aí) extravasamento de proteínas plas- sua maior síntese pelo fígado, induzida pelas citocinas IL-6 samina e o ácido lipotcicoico presente nas paredes celulares patológicas da inflamação aguda e crónica podem ser encon-
máticas e fluídos nos sítios de infecção. O C5b inicia a for- e IL-1, que são produzidas por fagócitos durante a resposta de bactérias gram-positivas* tradas em livros de patologia. Fticaremos nossa discussão cm
mação de um complexo proteico do sistema complemento i m u n e natural. A síntese hepática e tis níveis plasmáticos de Agora que discuti mos as propriedades gerais e os diversos aspectos particulares do processo inflamatório crónico que
formado de C6, C7, CS associados a vários C9, que são m o n - diversas outras proteínas, i n c l u i n d o SAP e outras não rela- componentes do sistema i i n u n c inato, incluindo as células, têm grande relevância na imunidade inata e adaptativa e nas
tados em uma estrutura denominada c o m p l e x o de a t a q u e cionadas às pentraxinas, também a u m e n t a m em. resposta a os receptores celulares de reconhecimento de patógenos. doenças inflamatórias imunomcdiadas.
um fragmento polipeptídico, e tres destas cadeias polipcp- A produção de TNF por macrofagos é estimulada por
TABELA 4-4 Citocinas da Imunidade Inata tídicas sao polimerizadas, constituindo proteínas circulantes P A M P e DAIVÍP, T L R , N L R c R L R p o d e m i n d u z i r a e x p r e s s ã o
de TNF em formato de pirâmide (Fig. 4-11). Os sítios de gênica de TNF, em parte por ativação do fator de transcri-
Citocina Tamanlao Principal Fonte Celular Principais Alvos Celulares e Efeitos Biológicos
ligação ao receptor são localizados na base da pirâmide, per- ção NF-KB. Muitos produtos microbianos podem, portanto,
Fator de nseroso tumorai 117 kD; homotrímero dc 51 Macrofagos, linfocitos T Células endoteliais: ativação (inflamação, mitindo a interação simultânea da citocina a trê-s moléculas induzir a produção de TNF. Grandes quantidades desta cito-
{TNF» Kd coagulação} de receptor. cina podem ser produzidas durante infecções por bactérias
Neutrófilos: ativação Existem dois receptores distintos de TNF, chamados tipo gram-negativas e gram-positivas, que liberam os ligantes tie
Hipotálamo: febre l (TNF-RI) e tipo II. (TNF-RI1). A afinidade do TNF por seus TLR, o LPS e ácido lipotcicoico, respectivamente, de suas
Fígado: síntese de proteínas de ta se aguda receptores é incomumente baixa para uma citocina, com paredes celulares. O choque séptico, urna doença letal pro-
Músculo, tecido adiposo: catabolismo Rrf de apenas I X IO-9 M para a ligação ao TNF-Kl e de vocada pela entrada de bactérias na corrente sanguínea, é
I caquexia) aproximadamente 5 x IÜ~M1 M para a ligação ao TNF-RII. mediado, em grande parte, por TNF. Discutiremos o choque
Muitos tipos celulares: apoptosc Os dois receptores de TNF são encontrados na maioria tios séptico mais à frente, neste capítulo.
Inferis urina 1 (IL-1) 117 kDr forma madura; 33 Macrofagos, cólullas endote- Células endoteliais: ativação (inflamação, tipos celulares. Os receptores de TNF são membros tie uma
kD, precursores liais, algumas células coagulação) grande família de proteínas denominada superfamília do Interleucína t
epiteliais Hipotálamo: tebre receptor de TNF, muitas tias quais estão envolvidas em res- A interleucina í (iL-1) é também uni mediador de respostas
Fígado: síntese de proteínas de ta se aguda postas imunológicas e inflamatórias. Estes receptores são inflamatórias agudas e desempenha muitas ações similares
expressos como trímeros na membrana plasmática. A ligação ao TNE A principal fonte celular de I L - I , assim como de
Quimiocinas [Tabela 3-2) 8-12 kD Macrofagos, células endote- Leucócitos: quimiotaxia, ativação; migração
da citocina a alguns membros da família dos receptores de TNF, é formada por fagócitos mononuclcares ativados. Dife-
liais r linfocitos Tr fibroblastos, para os tecidos
TNF, como TNF-RI, TNF-Kl! e CD4Ü, leva ao recrutamento rentemente do TNF, a IL-1 é também produzida por muitos
plaquetas
dc proteínas chamadas fatores associados ao receptor de tipos celulares que não os macrofagos, como neutrófilos,
Inter! e uri na 12 (IL-12) Hoterodimero formado Macrofagos, células dondríticas Linfocitos T: diferenciação Th'1 TNF (TRAF) a tis domínios citoplasmáticos dos receptores. células epiteliais (p. ex. r queratinócitos) e células endoteliais.
por subunidades com Células NK e linfocitos T: síntese do IFN-y, OsTRAF ativam fatores de transcrição, notavelmente NF-KB Existem duas formas de IL-1, chamadas TL-Itt c I L - l p , que
35 kD e 40 kD aumento da atividade citotéxica
e ÀP-1. A ligação tia citocina a outros membros tia família, apresentam hoiuologia inferi or a 3Ü%, mas se ligam a tis
Interferons do tipo 1 jlFN-a, IFN-«: 15-21 k.D IFN-a: macrofagos Todas as células: estado antiviral, aumento da como TNF-RI, leva ao recrutamento de uma proteína adap- mesmos receptores celulares de superfície c desempenham
IFIM-p) IFN-p: 2)0-25 kD IFN-p: fibroblastos expressão dc MHC de classe 1 tadora que ativa caspa ses e desencadeia a apoptosc. Assim, as mesmas ações biológicas. A principal forma biologica-
Células NK: ativação diferentes membros da família de receptores de TNF podem mente ativa secreta da é a I L - I p ,
induzir a expressão gê nica ou a morte celular, e alguns A produção de IL-I geralmente requer dois sinais distin-
Inter! euci na 10 (IL-10| Hamodímero do 34-40 kD; Macrofagos, linfocitos T Macrofagos, células dendriticas: inibição da
podem fazer ambos (Cap. 7)+ tos, um que ativa a nova transcrição gênica com a produção
subunidades do IS kD {principalmente linfocitos T produção de IL-12 e da expressão dc
reguladores) moléculas coestimuladoras e moléculas dc
do polipeptídeo precursor pró-IL- Ep dc 33 kD, e um segundo
MlHlC dc classe II sinal que ativa o inflamassomo que irá clivar protcolitica-
mente o precursor, gerando a proteína Í L - I p madura de 17
Inter! euci na 6 (IL-6) 19-26 kD Macrofagos, células Fígado: síntese de proteínas de fase aguda klJ (Fig. 4-4). Como já discutido neste capítulo, a transcrição
endoteliais, linfocitos T Linfocitos B: proliferação dc células produtoras
gênica de IL-1 (3 é induzida pelas vias de sinalização TLK e
dc anticorpo
NOD, que ativam NF-KB, enquanto a clivagem tia pró-IL-1 (3 é
Inter!euci na 15 {IL-15| 13 kD Macrofagos, outras células Células NK: proliferação
Linfocitos T: proliferação (células de memoria
> j*'v mediada por NLR 1*3 do inflamassomo. A IL-1 é secreta d a pela
via não clássica, uma vez que# diferentemente da maioria
CD8+)
f - - das proteínas secretadas, nem I L - l f t nem I L - l p apresentam
sequências de sinalização hidrofóbicas que têm como alvo
Interleucína 1B j IL-18) 17 kD Macrofagos Células NK e linfocitos T: síntese de IFN-y
o polipeptídeo nascente à membrana do retículo cndoplas-
liitorleucina 23 jlL-23) iHeíerodímiero formado por Macrofagos e células Linfocitos T: manutenção de linfocitos T mátien. É possível que a IL-1 madura seja liberada prin-
uma subunidade única dondríticas produtores de IL-17 cipalmente quando as células infectadas ou tis macrofagos
do 19 kD e a subunidado
dc 40 kD dalL-12
f \j • ativados morrem. Algumas bactérias patogênicas induzem
tanto o processamento mediado pelo inflamassomo tia IL-1|3
Interleucína 27 jlL-27) Hcterodímero formado Macrofagos c células Linfocitos T: diferenciação TH1; inibição de 1 e de IL-1 & em macrofagos quanto a morte celular dependente
i '
por subunidades de 28 dendriticas células T H 1 de caspase I, Eevando à liberação de citocinas inflamatórias. O
kD e 13 kD Células NK: síntese dc IFN-y TNF pode também estimular fagócitos c outros tipos celulares
a produzirem TL-1. Este é um exemplo da cascata tie citocinas
que apresentam atividades biológicas similares.
À IL-1 medeia seus efeitos biológicos através de um
receptor de membrana chamado receptor de IL-1 do tipo 1,
As Principais Citocinas Pró-inflamatórias: TNF, IL-1 Fator de Necrose Tumoraf expresso por muitos tipos celulares, incluindo células endo-
e IL-G O fator de necrose tu moral (TNF) é o mediador das respostas teliais, células epiteliais e leucócitos, Este receptor é urna
FIGURA 4-11 Estrutura do rsceptor da TNF ligado ã lin-
inflamatórias agudas a bactérias e outros micro-organismos proteína cie membrana que contém um domínio Ig extra-
fotoxina. A. astrutura em fita mostra a porção superior do complexo
Orna das primeiras respostas do sistema i m u n e inato a infec- infecciosos, O nome desta citocina é derivado de sua identi- formado paios três receptores da TNF (TNIF-RI) e uma molécula de celular de interação com o ligante e um domínio tie sina-
ções e danos teciduais é a secreção de citocinas por células, ficação original como substância sérica (fator) que provoca a lização TM/receptor de TL-1 (TIR) na região citoplasmática,
citocina ligada, revelada por cristalografia da raios X. A linfotoxina é
que é extremamente importante nas respostas inflamatórias necrose de tumores, agora sabidamente resultante tia infla- um lK>motrímero em que as três subunidades são mostradas am azul* jã descrito ern referência aos TLR. Os eventos de sinalização
agudas. Três das mais importantes citocinas pró-inflamatórias mação local e tia trombose dos vasos sanguíneos na área escuro. O homotrímero da linfotoxina forma uma pirâmide invertida que ocorrem quando a IL-1 se liga ao receptor de I L - I de
do sistema i m u n e inato sao o TNF, a EL-1 (que já menciona- ncoplásica. O TíNF é também, chamado TNF-ix para sua de três lados, com sua basa no topo, e o ápice, na porção infarior. As
tipo T sao similares àqueles desencadeados por TLR, resul-
ra tis diversas vezes) e a ÍJL-ó (Tabela 4-4). Os macrofagos e os diferenciação do TNF-p, também denominado linfotoxina. três moléculas da TNF-Ftí, mostradas em maganta, ciano e vermalho,tando na ativação dos fatores de transcrição NF-KB e AF-1
mastócitos teciduais são as principais fontes destas citocinas, O TÍNF é produzido por macrofagos, células dentiríticas e ligarn-se a um homotrímero de linfotoxina, e cada uma interage com
(Cap. 7). O receptor de IL-I do tipo II parece ser incapaz dc
outros tipos celulares. Em macróiagos, é sintetizado como dois diferentes monòmaros da linfotoxina no complexo homotrímero.
embora outros tipos celulares, incluindo células endoteliais e ativar tais vias.
As pontes dissulfetos do receptor são mostradas em amarelo. 0 TNF
epiteliais, possam também produzir IX-1 e 1L-6. Discutiremos uma proteína de membrana não glicosila da de tipo TI e é homólogo à linfotoxina a presumível ma nte se liga a saus receptores
as principais características destas citocinas, principal mente expresso como homotrímero, capaz de se ligar a uma forma Interfeuoina S
da mesma maneira. (De Banner DW, et âi.f Ceil: Crystaí structure of the
do TNF e da IX-1, antes cie descrever seu papel na inflama- do receptor de TNF. Á forma membranosa do TNF é clivada A IL-ó é outra importante citocina em respostas inflama-
soíubie hurnan 55 kd TNF-receptor-human TNff* cornpíex: 73:431-445. & Ceil
ção aguda. por uma metaloproteinase associada à membrana, liberando Press, 1393.} tórias agudas que apresenta efeitos locais e sistêmicos.
i n c l u i n d o a i n d u ç ã o da síntese hepática dc diversos outros Fagocitose e Morte dos Micro-organismos por Micro-organismos se ligam a A membrana do fagócito
mediadores inflamatórios, a estimulação cia produção de
Fagócitos Ativados receptores fagocítícos se fecha ao redor do
neutrófilos na medula óssea e a diferenciação de linfócitos T m icro-orga n ismo
auxiliares (helper) produtores de 1L-17. À IL-6 é sintetizada
Integrina
Neutrófilos e macrófagos recrutados aos sítios de infecção
MaG-1
p o r fagócitos mononuclcares, células en dote lia is vasculares, ingerem m icro- organismos em vesículas pelo p rocesso de fago-
fibroblastos e outras células cm resposta a PAMP, I L - 1 e citose, destruindo-os (Fig. 4-12). A fagocitose é um processo Receptor
TWF. A IL-6 e um polipeptídeo h o m o d í m e r o da família de ativo, dependente de energia, de incorporação de partículas de manose
citocinas do t i p o L O receptor de ÍL-FS é composto p o r uma grandes (> Ü,5 |Am de diâmetro) em vesículas. As vesícu-
cadeia polipeptídica capaz de interagir com a citocina e uma las iagocíticas se f u n d e m aos lisossomos, onde as partículas
subunidade capaz de transduzir sinal (chamada g p l 30), que ingeridas são destruídas e, desta forma, os mecanismos cie
é t a m b é m um c o m p o n e n t e de sinalização de receptores de m o r t e , que p o d e m danificar o f a g o d t o , são isolados do res-
outras citocinas. O receptor de I L - 6 participa da via de sina- tante da célula.
lização que ativa o fator de transcrição STAT5. 0,v neutrófilos e macrófagos expressam receptores que espe-
cificamente reconhecem os micro-organismos, e a ligação Micro-organismo
desses patógenos a estes receptores é a primeira etapa da fago- ingerido no fagossoma Arginiria f*~^iNOS
Recrutamento dos Leucócitos para os Sítios de
citose. Alguns destes receptores são receptores de reconheci-
Infecção Citrulina
m e n t o de padrões, i n c l u i n d o lectinas de t i p o C c receptores
O r e c r u t a m e n t o de grandes n ú m e r o s de neutrófilos, segui- scavenger, já discutidos. Os receptores de reconhecimento de
padrões p o d e m a u x i l i a r a fagocitose apenas de organismos Fagolisossomo
dos de monócitos, do sangue para os tecidos caracteristica- Ativação
m e n t e ocorre como parte das respostas inflamatórias agudas que expressam determinados padrões moleculares, c o m o do fagócito
a infecções e lesões teciduais. Ás citocinas TNF, I L - 1 e IL-ó a manose. Os fagócitos t a m b é m apresentam receptores cie
alta afinidade por certas opsoninas, i n c l u i n d o moléculas cie üsossomo
> 52^
e as quimiocinas, que sao secreta d as cm sítios locais de Fagossoma com
anticorpos, proteínas do sistema c o m p l e m e n t o c lectinas »9 . com
infeccção ou de lesa o tecidual, t ê m m ú l t i p l o s efeitos sobre as micro-organismo
enzimas Oxidase
células en dote lia is vasculares, os leucócitos e a medula óssea, plasmáticas; estes receptores são m u i t o importantes para a ingerido
fagocitária
que, j u n t o s , a u m e n t a m a concentração local de células que fagocitose de diversos micro-organismos que são revestidos Morte dos
p o r opsoninas, Um dos mais eficientes sistemas de npsoniza- Fusão do fagossoma micro-organismos Morte dos
p o d e m combater os patógenos e reparar os tecidos (Fig. 3-3,
ao lisossomo
Cap. 3). O recruta m e n t o de leucócitos foi descrito no Capí- ção de micro-organismos é seu revestimento p o r anticorpos. por enzimas micro-organismos
t u l o 3 e será apenas brevemente discutido aqui. Lembre-se de que as moléculas de anticorpos apresentam lisossòmicas em fagocitados
um sítio de ligação ao antígeno em u m a extremidade, c a
TNF e IL-1 induzem as células cndoteliais das vênulas lago lisossomos por ROS e NO
pós - ca pila res expressar tanto a E-seledina quanto a aumen- outra, a região Fc, interage com células e moléculas efe-
tar a expressão de ICAAÍ-Í e VCAM-1f ligantes das interri- toras do sistema i m u n e inato. Existem diversos tipos cie
nas de leucócitos, Estas alterações na expressão de moléculas anticorpos, que discutirem tis em detalhes nos Capítulos 5 FIGURA 4 - 1 2 Fagocitose e destruição intracelular d» micro-organismos. Os micro-organismos podem sor ingeridos por diferentes
de adesão nas células endoteliais são resultantes da ativação, e 12. Os fagócitos expressam receptores de Fc cie alta afi- receptores de membrana dos fagócitos; alguns se ligam diretamente aos micro-organismos e outros a patógenos opsonizados. (Mote que a integrina
p o r TNF e IL-1, de fatores dc transcrição, i n c l u i n d o NF-KH, nidade chamados FcyRÍ, específicos para um t i p o de a n t i - Mac-1 se liga aos micro-organismos opsonizados por proteínas do sistema complemento, nâo mostradas}. Os micro-organismos são internalizados em
levando à transcrição gcnica dc novas moléculas de adesão. corpo chamado IgG (Cap. 12). Assim, caso um i n d i v í d u o •fagossomos, que se fundem com os lisossomos "formando fagolisossomos, onde os micro-organismos sâo mortos por espécies reativas de oxigênio
A expressão de P-se lectina é t a m b é m induzida nas células responda a uma infecção por m e i o da síntese de anticorpos e nitrogénio e enzimas proteolfticas. iNOS, óxido nítrico sintase indutfvel; NO, óxido nítrico; ROS, espécies reativas de oxigênio.
endote li ais v e n u lares nos sítios de infecção e lesão tecidual, IgG contra antigenos microbianos, estas i m u n o g l o b u l i n a s se
mas, em grande parte, se deve aos efeitos da histamina e ligam, a tis antígenos, e as regiões Fc tios anticorpos ligados
da t r o m b i n a , que e s t i m u l a m a rápida mobilização da P-se- p o d e m interagir ctim FcyRI dos fagócitos; o resultado final Neutrófilos e macrófagos ativados matam os micro-orga- adenina dinucleotídco fosfato ( N À D P H ) . O superóxido é
lectina armazenada em grânulos nas células cndoteliais ã é a fagocitose eficiente dos micro-organismos. Uma vez nismos fagocitados por meio da ação de moléculas microbi- enzimaticarnente transformado em p e r ó x i d o de hidrogê-
superfície celular. que diversos anticorpos p o d e m ser produzidos, ligando-se cidas nos fagolisossomos (Fig. 4-12). Diversos receptores que nio, usado pela enzima mieloperoxidase na conversão de
O TNF e a IL-Í também estimulam a secreção de qui- a vários produtos microbianos, a opsonização mediada ptir reconhecem os micro-organismos, i n c l u i n d o TLR, receptores íons haleto n o r m a l m e n t e não reativos em ácidos hipti-
miocinas; como ÇXCLl e CC.L2, por diversas células, que se anticorpos p e r m i t e a fagocitose de u m a gama de patógenos acoplados à proteína G, receptores para a porção Fc cie anti- haletos reativos que são tóxicos para bactérias. O processo
ligam a receptores de neutrófilos e monócitos, respectivã- m a i o r do que a conseguida p o r rncio ti tis receptores de reco- corpos e receptores para o c o m p o n e n t e C3 citi sistema com- dc produção de ROS é chamado e x p l o s ã o (ou hurst)
mente, aumentam a afiriidade das integrinas leucocítãrias n h e c i m e n t o de padrões. A fagocitose dependente tie antíge- p l e m e n t o e para citocinas, p r i n c i p a l m e n t e ÍFN-Y, atuam de r e s p i r a t ó r i a , u m a vez que ocorre d u r a n t e ti c o n s u m o
a seus ligantes, estimulando assim o movimento direcionado nos ilustra a p o n t e entre a i m u n i d a d e inata e a i m u n i d a d e f o r m a cooperativa, ativando os fagócitos a matar os patóge- de o x i g ê n i o (respiraçiti celular). Embora a geração de
de leucócitos. O resultado da maior expressão de sclectinas, adaptativa —• tis anticorpos são produtos do sistema i m u n e nos ingeridos. A fusa ti citis vaciiolos fagocíticos (fagossomos) ROS tóxicos seja com um ente vista c o m o u m a i m p o r t a n t e
integrinas e q u i m i o c i n a s é o a u m e n t o da adesão de n e u t r ó - adaptativo (linfócitos B) que r e c r u t a m células efetoras do com os lisossomos resulta na formação dos fagolisossomos, função da oxidase fagocitária, outra função desta enzima
filos e monócitos às células cndoteliais e sua transmigração sistema i m u n e inato (fagócitos) para o desempenho de suas onde esta concentrada a maioria dos mecanismos microbici- é a p r o d u ç ã t i dc condições, no i n t e r i o r dos va cu til tis fago-
através da parede vascular. Os leucócitos que se a c u m u l a m funções protetoras. das. Trés tiptis de mecanismos microbicidas são considerados cíticos, necessárias ã atividade cias enzimas p r o t c o l i t i -
nos tecidos c o m p õ e m o i n f i l t r a d o i n f l a m a t ó r i o . As ações tio Após a ligação dos micro-organismos ou partículas a tis tis mais importantes. ca s a n t e r i o r m e n t e discutidas. A oxidase atua c o m o uma
TNF sobre o endotélio e os leucócitos sao e x t r e m a m e n t e receptores dos fagócitos, a m e m b r a n a plasmática tia região bomba de elétrons, gerando urri gradiente e l c t r o q u í m i c o
importantes nas respostas inflamatórias locais a micro-orga- dos receptores começa a se redistribuir e estende u m a p r o - • Espécies reativas de oxigênio. Macrófagos e n e u t r ó f i l o s através tia m e m b r a n a tio vacuolo, que é compensado
nismos. Hm caso dc presença dc quantidades inadequadas jeção com f o r m a t o de taça a ti redor do patógeno, Q u a n d o ativados c o n v e r t e m ti o x i g ê n i o m o l e c u l a r em espécies rea- pelo m o v i m e n t o de ítms para o i n t e r i o r ti esta estrutura. O
de TNF (p. ex., em pacientes submetidos a trata m e n t o c o m esta proírusão da m e m b r a n a se estende além do diâmetro tivas de o x i g ê n i o (ROS), que são agentes oxidativos alta- resultado é o aumentei do pH e da osmolaridade no inte-
agentes que bloqueiam o TNF ou cm camundongos que não da partícula, ti topo da taça se fecha e r em seu interior, se m e n t e reativos que destroem micro-organismos (e outras rior do vacuolo, necessário à atividade da elastase e da
o secretam [knDckoul]), a consequência pode ser a falha tio forma u m a vesícula intracelular {Fig. 4-12). tista vesícula, células). O sistema p r i m á r i o de geração de radicais livres catepsina G. Uma enfermidade conhecida comi) doença
controle cias infecções. chamada fagosstimo, c o n t é m a partícula estranha ingerida é o sistema da oxidase fagocitária. A oxidase fagocitária g r a n u l o matosa crônica é causada pela deficiência con-
A l é m disso, o TNF, a IL-1 e a ÍL-6 produzidos nos sítios e se solta tia m e m b r a n a plasmática. Os receptores tie super- é uma enzima composta p o r múltiplas subunidades e é gênita de um d tis c o m p o n e n t e s da oxidase fagocitária;
inflamatórios p o d e m cair no sangue e chegar à medula fície t a m b é m e n v i a m sinais de ativação que e s t i m u l a m as m tinta da nos fagócitos ativados, p r i n c i p a l m e n t e na m e m - esta deficiência c o m p r o m e t e a capacidade de m o r t e de
óssea, onde a u m e n t a m a produção cie neutrófilos a partir atividades microbicidas ei tis fagócitos. Os micro-organismos brana do fagolissossomo. A oxidase fagocitária é induzida certas espécies de bactérias gram-positivas p o r n e u t r ó f i l o s
de progenitores medulares, geralmente agindo em c o n j u n t o fagocitados são destruídos, c o m o descrito a seguir; ao mesmo e ativada ptir m u i t o s estímulos, i n c l u i n d o íFN-y e sinais (Cap. 20),
com fatores estimuladores de colónias. Dessa forma, essas tempo, são gerados peptídeos das proteínas microbianas, que dos TLR. A função desta enzima é a redução do o x i g ê n i o • Óxido nítrico, A l é m de ROS, os macrófagos p r o d u z e m
citocinas a u m e n t a m o s u p r i m e n t o de células que p o d e m ser sã ti apresentados a tis linfócitos T, que p o r sua vez iniciam as m o l e c u l a r em ROS, c o m o tis radicais superóxidos, u t i l i - espécies reativas de nitrogênio, p r i n c i p a l m e n t e o ó x i d o
recrutadas aos sítios de infecção. respostas imunológicas adaptativas (Cap. 6). zandn, c o m o cofator, a f o r m a reduzida da nicotina mi da nítrico, pela ação cie uma enzima chamada ó x i d o nitrieti
sinta se indutível (iNOS). A iNOS é uma enzima dtosó- caso estes produtos entrem no ambiente extra celular, são aumenta a citotúxicidade mediada por NK e CTL e promove Consequências Sistêmicas e Patológicas das
lica ausente em macrofagos cm repouso, mas pode ser capazes de provocar lesão teci dual. a diferenciação de células T„L A EL-12. é um hcterodímero
Respostas Inflamatórias Agudas
induzida em resposta a produtos microbianos que ativam ligado por pontes dissulfetn, formado por subunidades tie "35
TLR, especialmente quando combinados ao IFN-y. Á iNOS Outras Funções de Macrofagos Ativados kD (p35) e 40 kD (p40). A subunidade p"35 e um membro da TNF, IL-1 e 1L-6 produzidos durante a resposta imune inata
catalisa a amversa o de argínina a cit.ru lin a, com libera- Além de matarem micro-organismos fagocitados, os macro- família de citocinas do tipo J. Além da EL-12, existem outras a infecções ou danos teciduais têm efeitos' sistêmicos que
ção do gás óxido nítrico, de difusão livre. jNo interior dos fagos desempenham muitas outras funções na defesa contra citocinas hetcrodiméricas cujas subunidades sao homologas contribuem para a defesa do hospedeiro e são responsáveis
fagolisossornos, o oxido nítrico pode se combinar ao peró- infecções (Pig. 4-13). Muitas destas funções são mediadas a uma ou ambas as cadeias da IL-I2, incluindo a EL-2 3, a por muitos dos sinais clínicos de doenças infecciosas e infla-
xido de hidrogênio ou ao superóxido, gerados pela oxidase pelas citocinas produzidas pelos macrofagos. Já descrevem os 1L-27 e a IL-35. Isto é importante, uma vez que anticorpos matórias (Fig. 4-14).
fagocitária, produzindo radicais deperoxinitrito altamente como o T N ^ a IL-1 e as químiocinas sintetizadas por fagóci- terapêuticos específicos para subunidades compartilhadas
reativos que matam micro-organismos. A função coope- tos aumentam as reações inflamatórias a micro-organismos estio sendo desenvolvidos para o tratamento de doenças • TNF, TL-1 e ÍL-6 agem no hipotálamo, induzindo o au=
rativa e redundante de ROS e óxido nítrico e demonstrada e atraem mais leucócitos, assim como facilitam a passagem inflamatórias, e alguns destes anticorpos podem bloquear mento cia temperatura corpórea (febre), e são, portanto,
pelo achado de que camundongos knockout para a enzima de proteínas plasmáticas. Os macrofagos ativados também a função de mais tie uma citocina. Âs principais fontes de chamados pirógenos endógenos (i. e.f agentes causa-
iNOS e para a oxida se fagocitária são mais suscetíveis a produzem fatores de crescimento para fibroblastos e células 11-12 são células dendriticas e macrofagos ativados. Muitas dores de febre produzidos pelo próprio hospedeiro, dife-
infecções bacterianas do que animais que não expressam endoteliais que participam do remod cl amento cie tecidos células parecem sintetizar a subunidade p^5, mas macrofa- rencia ndo-os do LPS, que era considerado um pirógeno
apenas a oxidase fagocitária ou iNOS. após infecções e lesões. O papel dos macrofagos na i m u n i - gos e células dendriticas sao os principais tipos celulares que exógeno [derivado de micro -organismos]), tlsta distinção
• Enzimas proteolíticas. Neutrófilos e macrofagos ativados dade mediada por células é descrito no Capitu lo 10. produzem o componente p4Ü e, portanto, a citocina biolo- tem, principalmente, significado histórico, uma vez que
produzem diversas enzimas proteolíticas nos fagolisosso- gicamente ativa. Durante reações imunes inatas aos micro- agora sabemos que ti LPS induz febre por meio da pro-
mos que destroem micro-organismos. Uma das impor- Outras Citocinas Produzidas durante as Respostas organismos, a IL-12 é produzida cm resposta à sinalização dução das citocinas TNF e I L - I . O TNF1 e a IL-I são piro-
tantes enzimas dos neutrófilos é a elastase, uma serino Imunológicas Inatas por TLK e outros receptores de reconhecimento de padrão gênicos cm concentrações m u i t o inferiores às tie 1L-6. A
protease de amplo espectro conheci ti a por ser necessária à Além de TNF, IL-1 e IL-6, células dendriticas e macrofa- induzidos por muitos estímulos microbianos, incluindo o LPS febre resultante tia resposta a TNF, IL-1 e 1L-6 é meti ia da
morte de muitos tipos de bactérias. Outra enzima impor- gos ativados por PAMP e DAiVlP produzem outras citocinas bactéria no, o ácido lipoteicoico e vinis. O IFN-y produzido pelo aumento cia síntese cie prostaglandinas por células
tante é a catepsina G. Estudos realizados em camundon- que desempenham importantes papéis nas respostas imunes por células NK ou por linfocitos T também estimula a produ- hipotalarnicas estimuladas por citocinas. Os inibidores da
gos knockout confirmaram a exigência tia presença destas inatas (Tabela 4-4). Algumas das principais características ção de IL-I2, participando da alça de amplificação positiva. síntese de prostagl andinas, como o ácido acctilsalicílico,
enzimas na morte de bactérias por fagócitos. dessas citocinas e seus papéis na imunidade inata são discu- O receptor de EL-12 (TL-I2R) é um heterodímero com- reduzem a febre por meio do bloqueio tia ação destas cito-
tidos nesta seção. Essas citocinas também têm importantes posto pelas subunidades pl e f$2, que são membros da fa- cinas. As vantagens da febre não são bem entendidas, mas
Quando neutró filos e macrofagos são fortemente ativados, efeitos na estimulação da imunidade adaptativa, como dis- mília de receptores dc citocina do tipo L Ambas as cadeias podem, estar relacionadas ao aumento das funções meta-
podem danificar tecidos normais do hospedeiro através da cutiremos mais tarde, neste capítulo, e ern mais detalhes nos são necessárias à ligação de alta afinidade da 1L= 12 e à bólicas das células imunológicas, à redução das funções
liberação de enzimas lisossõmicas', ROS e óxido n ítricô. Os Capítulos 9 e 10. sinalização, que ativa o fator de transcrição STAT4. A expres- metabóliças dos micro-organismos e às alterações do com-
produtos rnicrobicidas destas células na o diferenciam tecidos A tL-12 é secretada por células dendriticas e macrofagos são da cadeia p2 do receptor de I L - I 2 e aumentada pelo portamento do hospedeiro febril, que d i m i n u e m o risco
próprios de não próprios (tie origem microbiana). Assim, e estimula a produção de IFN-y por células NK e linfocitos T, 1FN=Y< CIJJa produção e estimulada pela própria 1L-12, ern de piora cias infecções e lesões.
outro exemplo da alça de amplificação positiva das respostas • iL-1, TNF e IL-ó induzem a expressão de proteínas de
imunes, Estudos realizados com camundongos iiocauteados fase aguda pelos hepatócitos, incluindo CRP SAP e fihri-
(hiockouts) e o fenótipo apresentado pelos raros pacientes nogênío, que são secretados no sangue, Elevados níveis
Receptor
semelhante |FN-y portadores de mutações no receptor de IL-12 apoiam a con- de proteínas de fase aguda sã ti cornu mente usados na
clusão de que esta citocina é importante para a produção dc clínica médica como sinais da presença de infecção nu
Receptor ÍFN-V por células NK e linfocitos T e para a resistência do outros processos inflamatórios. As pentraxinas CRP e SAP
de IFN-y
hospedeiro a bactérias intracelulares e alguns vírus. Fa cien- desempenham papéis protetores em infecções, como dis-
tes portadores de mutações na subunidade pi tio receptor cutimos no início deste capítulo, e o fibrinogênio, um
de ÍL-12, por exemplo, sao altamente suscetíveis a infec- precursor tia fihrina, contribui para a homeostasia e o
ções por bactérias intracelulares, notavelmente Saimoticlla reparo tecidual.
e micobactérias atípicas. A 1L-12 secreta ti a por DC durante
a apresentação do antígeno aos linfocitos T CD4+ virgens Em infecções graves, o TNF pode ser produzido em gran-
FIGURA 4-13 Funções efetoras dos promove sua diferenciação no subtipo T H | de linfocitos T, des quantidades, provocando anomalias sistêmicas clínicas
macrofagos. Os maeráfagos sâü ativados que são importantes na defesa contra infecções intracelula- e patológicas* Caso o estímulo para produção do TNF seja
por produtos microbianos, como o LPSr e res (Cap. 9). Esta é a principal forma pela qual a imunidade suficientemente forte# a quantidade sintetiza tia pode ser tão
pelo IFN-y produzido por câíulas NK (como inata influencia as respostas imunológicas adaptativas. grande que a citocina chega à corrente sanguínea e atua cm
anteriormente descrito neste capitulo). O pro- A. IL-18 aumenta as funções das células NK, assim como a sítios distantes, a m o um hormônio endócrino (Fig. 4-14).
cesso de ativação do macrófago leva ú ativa- Oxidase iNOS Citocinas Fatores de ÍL-12. Lembre-se de que a produção dc IL-1B, como a de IL-1, As principais ações sistêmicas do TNF são:
ção de fatores de transcrição, â transcrição fagocitária
uuLcir id (TNF, IL-1, crescimento de é dependente do infla ma ssomo. Também como a IL-1, a IL- IH
de diversos genes o è síntese de proteínas Moléculas IL-12) fibroblastos,
se liga ao receptor que sinaliza através do domínio TIR. • A inibição da contra ti hi li da de do miocárdio e do tônus da
que medeiam as funções destas células. Na
imunidade adaptativa mediada por células, os
produzidas por
macrúfagos I
Espécies
I fatores
angiogê nicos,
A I L - 1 3 e a citocina que atua como importante estimu-
lador do crescimento e da sobrevivência tie células NK e
musculatura lisa vascular, causando grande redução na
pressão arterial, ou choque,
macrúfagos sao ativados por estímulos oriun- Óxido metaJoproteinases
dos dos linfúcitosT (ligante de CD4Q e IFN-y) ativados reativas nítrico linfocitos T. A IL-15 é estruturalmente homóloga ao fator • Desenvolvimento de trombose intravascular, principal-
e respondem, essencialmente, da mesma de oxigênio de crescimento de linfocitos T, a 1L-2, e o receptor hetcro- mente devida à perda das propriedades anticoagulantes

TT
maneira JCap. 10r Fig. 10-7]. {ROS}
OS) i] trimeriço dc IL-I 5 compartilha duas subunidades idênticas normais do endotélio. O TNF estimula a expressão de
com o receptor de ÍL-2. Urna interessante característica da fator tecidual pelas células endoteliais, um potente ativa-
I L - I 5 e a possibilidade de expressão na superfície celular dor cia coagulação, e inibe a expressão tie trombomodu-
ligada à. cadeia a de seu receptor e, nesta forma, ela pode lina, um inibidor da coagulação. As alterações endoteliais
Funções Morte Remodelamento ser apresentada a células próximas, estimu I and o-as a expres- são exacerbadas pela ativação de neutrófilos, formando
de micro- Inflamação,
efetoras de estimulação tecidual sar o receptor composto pelas duas outras cadeias (p e y). tampões vasculares destas células. A capacidade em pro-
organismos vocar necrose de tumores, que é a base do nome desta
macrúfagos da imunidade
A EL-15 apresentada desta forma por células dendriticas a
células NK, nos gânglios linfa ticos, ativa vias de sinalização citocina, e resultante, principalmente, da trombose de
ativados adaptativa
que promovem a produção de 1FM=Y pelas células NK. A. vasos sanguíneos tumtirais.
I L - I 5 também é um fator de sobrevivência para as NK e os • A produção prolongada dc TNF provoca fadiga de células
linfocitos T CD8 de memória. musculares e adiposas, a chamada caquexia. Usta fadiga é
como os diversos receptores de reconhecimento tie padrões, • Os interferons do tipo i aumentam a citotoxicidade das
Inflamação Efeitos protetores Efeitos patológicos incluindo alguns TLR, NLR e RLR, geram sinais que esti- células NK e dos CTL CDS* e protfiúvem a diferenciação de
local sistêmicos sistêmicos mula rri a expressão gcnica de IFN-ft e IF.N-p em muitos linfócitos T virgens em linfócitos T auxiliares do subtipo
i i
tipos celulares. Os interferons do tipo I são sccrctados por ThL Estes efeitos dos interferons de tipo l aumentam a
Células eridoteliais Cérebro Coração estas células e atuam em outras células, prevenindo a dis- imunidade inata e adaptativa contra infecções intracelu-
TNF,
IL-1 a
| L TNF seminação da infecção virai. Nesta seção, descreveremos as lares, i n c l u i n d o v i n i s e algumas bactérias.
quimiocinas -|V principais propriedades d tis interferons de tipo 1 e os efeitos • Os interferons do tipo 1 regulam positivamente a expressão
IL-6 * *
TNF,
& anti vira is destas citocinas. das moléculas de MHC de classe / e, portanto, aumentam a

V
IL-1 TNF Ê'

%
Os interferons de tipo 1 são uma grande família de cito- probabilidade de que as células inf ectadas por vírus sejam
£7 Baixo cinas estruturalmente similares que medeiam o início da reconhecidas e mortas por CTL CDS*. Os CTL CDB' vírus-
Febre débito
resposta imune inata a infecções virais, O t e r m o interferon é específicos reconhecem peptídeos derivados dc proteínas
n _. 1 Fígado derivado de sua capacidade de interferir com infecções virais. virais ligadas a moléculas de M H C de classe 1 na superfície
I L - 6 ^ Existem muitos interferons de tipo I, todos com considerável das células infectadas (discutiremos tis detalhes do reco-
Células endoteliais/

m
Molécula ^^ ^ homologia estrutural e codificados p o r genes de um único n h e c i m e n t o do peptídeo-MHC ptir linfócitos T e tia morte
de adesão Aumento de vaso sanguíneo
permeabilidade TNF agrupamento [duster) génico no cromossomo 9. Os mais de células infectadas mediada por CTL ntis Caps. 6 e 10).
Proteínas importantes interferons tie tipo 1 na defesa anti virai são o Portanto, a ti aumentar a quantidade de M H C de classe I
Célula endotelial de fase IFiN-Oí (que, na verdade, i n c l u i 13 diferentes proteínas bas- sintetizada pela célula infectada p o r vírus, os interferons
aguda tante semelhantes) e o ÍFN-p, urna proteína única. As células do tipo I elevam o n u m e r o de complexos peptídeos virais-
Leucócitos dendríticas plasmocitoídcs sã ti as principais fontes de 1FN-Gt, M H C de classe I na superfície celular que pode ser visto
Medula óssea
TNF, mas esta citocina também pode ser produzida por fagócitos pelos CTL, desencadeando respostas. O resultado final
Trombo Aumento de
IL-1, IL-6, IL-1, mononuclcares. O ÍFN-p é produzido por muitas células. Os é a morte das células que sustentam a replicação virai,
permeabilidade
quimiocinas mais potentes estímulos à síntese dos interferons de tipo 1 necessária à erradicação das infecções virais.
IL-6
Diversos tecidos são os ácidos nu cl ei cos virais. Lembre-se de que os recep-
tores semelhantes a RIG do citosol e os TLKs 3, 7, & e 9 das Assim, as principais atividades do interferon dc tipo I
TNF
vesículas endossómicas reconhecem ácidos nu d e i ais virais são trabalhar em conjunto no combate a infecções virais.
e iniciam vias de sinalização que ativam a família de fatores Camundongos knockout que não apresentam o receptor de
de transcrição chamados de fatores reguladores tie interferon interferons de tipo 1 são suscetíveis a infecções virais. O
Musculatura Resistência
Produção esquelética (IRF), que induzem a expressão gênica dos interferons do IFN-üt é clinicamente utilizado como agente antivirai em
Ativação à insulina
de leucócitos tipo L Na imunidade adaptativa, linfócitos T ativados por certas formas de hepatite virai. O 1FN-Gt é também usado no
a ntígenos estimulam a síntese de interferons do tipo 1 ptir tratamento de alguns tumtires, talvez por aumentar a ativi-
FIGURA 4^14 Apões locais e sistêmicas das citocinas na inflamação. 0 TiMFi a IL1 e a IL-6 desempenham múltiplos efeitos infla-
fagócitos mononuclcares. O receptor de interferons de tipo I, dade dos CTL ou interferir no crescimento celular. O IFN-p
matórios locais e sistêmicos. O TNF e a IU1 agem sobre leucócitos e o endotélio, induzindo inflamação aguda, o também induzem a expressão de
que se liga a ÍFIS-CX e IFN-p, é um heterodímero formado ptir é usado na terapia cia esclerose múltipla, mas o mecanismo
IL-6 por leucócitos e outros tipos celulares. OTNFr a Ibl e a IL-6 medeiam os efeitos protetores sistémicos da inflamação, incluindo a febre, a síntese
de proteínas de fase aguda pelo fígado e o aumento da produção de leucócitos pela medula óssea. OTNF sistémico pode provocar anomalias pato- dois poli peptídeos estruturalmente semelhantes, I F N À R l de seu efeito benéfico nesta doença não é conhecido.
lógicas que levam ao choque séptico, incluindo redução da função cardíaca, trombose, extravasamento capilar e anomalias metabólicas em virtude e ÍFNÂK2, expressos por todas as células nucleadas. Este A proteção contra vírus é devida, em parte, ã ativação de
da resistência ã insulina. receptor ativa os fatores cie transcrição ST AT 1, STÀT2 c 1KF9, vias intrínsecas de morte por apoptose em células infectadas e
que induzem a expressão cie diferentes genes que têm tis ao aumento da sensibilidade a indutores extrínsecos de apop-
seguintes efeitos na defesa anti virai (Fig. 4-1.5): tose. As células infectadas por vírus, p o r exemplo, podem
resultante tia supressão d ti apetite e da redução da síntese tecidos do hospedeiro. As enzimas proteolíticas e as espécies perceber a replicação anormal de D N A e a síntese anormal
de lipase lipoproteíria, uioa enzima necessária ã liberação reativas de oxigénio produzidas por fagócitos que se a c u m u - • Os interferons do tipo if através de sua interação com de glicoproteínas, iniciando vias apoptóticas depenei entes de
de ácidos graxos das lipoproteínas circulantes, para que lam no sítio de infecção podem danificar as células do hospe- o receptor de interferon do tipo l, ativam a transcrição p53 ou d o retículo enci tipi asmático, respectivamente. Além
eles possam ser usados pelos teci dos. deiro e degradar a matriz extra celular ca st) sejam gera ti as em de diversos genes que conferem às células resistência à dissti, as células infectadas p o r vírus são sensíveis à apoptose
grandes quantidades, principalmente se os micro-organismos infecção virah chamada estado antivirai Os genes indu- induzida p o r TNF. O TNF abundante é feito por células den-
Urna complicação tia sepse grave bacteriana e unia sín- resistirem à morte c continuarem a estimular as respostas zidos pelos interferon cie tipo 1 incluem a serina/treonina driticas plasmocitoides e rnacrófagos em resposta às infec-
drome denominada choque séptico, que pode ser causada imunes inatas. Na verdade, m u i t o da patologia associada ãs proteína cinase (PKK) ativada ptir RNA de dupla fita, que ções virais, além dos interferons de tipo 1. O receptor de
pelo LPS liberado por bactérias gram-negativas (sendo, infecções se deve às respostas inflamatórias e não aos efeitos bloqueia a transcrição virai e os eventos de tradução, e TNF dc tipi) 1 ativa vias p r ó - i n f la matérias c pró-apoptóticas
neste caso, chamado de choque endotóxico) ou pelo ácido tóxicos diretos dos patógenos. A inflamação aguda também a 2', 5' oligoadcnilato sintetase e a RN a se L Í 8 , 19, que de m o r t e (Cap. 7). A via dominante que é ativada após a
lipotcicoico de bactérias gram-positivas. O ch tique séptico provoca dano tecidual ern doenças autoirnunes, quando neu- p r o m o v e m a degradação do RNA virai. A ação antivi- ligaçãti do TNF depende do estado tia síntese proteica nas
é caracterizado por colapso vascular, coagulação intravas- trófilos e macrófagos se acumulam e são ativados secunda- rai do interferon citi tipo í é principalmente parácrina, células respondedtiras, e a infecção virai pode desviar este
cular disseminada e alterações metabólicas, tista síndrome riamente ã estimulação do sistema i m u n e adaptativo por cm que a célula infectada secreta interferon para prote- equilíbrio em direção à apoptose.
se deve à sinalização ptir TLK induzida p o r LFS ou ácido antígenos próprios (Cap. 14). Como na inflamação induzida ção tias células vizinhas que ainda não estão infectadas.
lipotcicoico, que leva à produção tie TNF e outras citocinas, pelas infecções, TNF, IL-1, TL-6 e IL-12 são os principais indu- O interferon sccrcíado por uma célula infectada pode
i n cl u i n ti o IL-12, IF N»y e IL-1. A concentra çã o séri ca de TJN F tores da inflamação em doenças autoirnunes. Antagonistas também atuar de forma autócrina, inibindo a replicação ESTIMULAÇÃO 0A IMUNIDADE ADAPTATIVA
pode prever o resultado de graves infecções bacterianas. O de TNF, I L - I e IL-12 e anticorpos contra receptores tie IL-6 virai naquela célula.
choque séptico pode ser reproduzido em animais de labora- sao usados ou estão sendo testados em ensaieis clínicos na • Os interferons do tipo 1 sequestram os linfócitos nos gân- A resposta imune inata fornece sinais que induzem, jun-
tório por meio da administração de LPS, ácido lipotcicoico tentativa dc reduzir a inflamação em pacientes portadores de glios linfáticos, maximizando, assim, a oportunidade de tamente com antígeno, a proliferação e a diferenciação de
ou TNF. Os antagonistas de TNF podem impedir a m o r t e cm algumas destas doenças, como a artrite reumatóide, a doença emwitro com os antígenos microbianos. O mecanismo linfócitos T e B antígeno-específicos* À. função da resposta
modelos experimentais, mas ensaios clínicos com anticorpos intestinal inflamatória e a psoríasc. deste efeito dos interferons de tipo 1 é a indução de urna i m u n e inata não é apenas cie fornecer a primeira defesa
anti-TNF ou receptores solúveis não mostraram benefícios molécula nos linfócitos, chamada CD69, que forma um contra micro-organismos, como também iniciar a resposta
em pacientes com sepse. Á causa desta falha terapêutica complexo com o receptor cie esfingtisina I-fosfato (S1P), i m u n e adaptativa. A ativação de linfócitos requer dois sinais
não é conhecida, mas pode ser devida ao fato de que outras A RESPOSTA ANTI VIR AL o S i P R l , reduzindo a expressão superficial desta última distintos, o primeiro sendo a apresentação d o antígeno e ti
citocinas provocam as mesmas respostas que o TNF, um molécula. Lembre-se do que foi discutido no Capítulo 3: a segundo sendo mediado por moléculas que são sintetizadas
exemplo de redundância. A principal forma utilizada peio sistema imune inato no saíeia do líofócito cios tecidos linfoides depende da ligação durante respostas imunes inatas contra micro-organismos
A inflamação aguda pode provocar lesão tecidual, uma combate às infecções virais ê a indução da expressão de de S I P a SIPK1. Portanto, a redução tia expressão de ou dirigidas contra células danificadas (Fig. 4-16). Fsta ideia
vez que os mecanismos ejeto res que os fagócitos usam para in terjerons do tipo lf cuja ação mais importante é a inibi- S1FR1 inibe esta saída e m a n t é m os linfócitos nos órgãos é chamada hipótese dos dois sinais de ativação de lin-
matar os micro-organismos são tamlrém altamente tóxicos aos ção da replicação virai No início deste capítulo, discutimos linfoides. fócitos. À necessidade de antígeno (ti sinal 1) garante que
Receptor administradas clinicamente. Muitos adjuvantes de uso ex-
Produção de Os IFN induzem a Antígeno
Linfócito de antígeno perimental são produtos microbianos, como mícobaetérias
IFN do tipo 1 expressão de enzimas que microbiano mortas e LPS, que estimulam TLR. O único adjuvante roti-
bloqueiam a replicação virai neiramente usado em vacinas humanas é o alúmen, com-
IFN do tipo I Resposta imune posto por hidróxido de alumínio ou fosfato de alumínio.
inata ao micro- Entre seus importantes efeitos, os adjuvantes ativam células
Célula organismo dendriticas, que passam a expressar mais moléculas de his-
infectada tocompatibilidade principal que são responsáveis pela apre-
Molécula induzida pela sentação do antígeno (sinal 1) que são reconhecidos pelos
Estado
resposta inata (p. ex.a linfócitos T, aumenta a expressão de coestimuladores (sinal
antiviral 2) e citocinas necessárias à ativação do linfócito T e estimula
coestirnul adora, fragmento
do sistema Gomplemento) a migração das células dendriticas para os gânglios linfáticos,
onde estão os linfócitos T.

Proliferação e MECANISMOS DE RETROALIMENTAÇÃO QUE


diferenciação REGULAM A IMUNIDADE INATA
ôt M x G T Rases de linfocitos
Replicação t C2',5'-o!igo A
A magnitude e a du ração das respostas imunes inatas são
sintetase
virai • reguladas por diversos mecanismos inibidores de alça de
Resposta retroalimentação que limitam a possibilidade de ocorrência
imune adaptativa de danos teci d liais. As respostas inflamatórias são extre-
mamente importantes na proteção contra micro-organis-
Ativação
mos, mas podem causar lesão tecidual e doença. Diversos
por dsRNA FIGURA 4-16 Estimulação da imunidade adaptativa por
mecanismos evoluíram para interromper a inflamação, e
Ativação Ativação, respostas imunes inatas. 0 reconhecimento de antígenos por
linfócitos dá o sinal 1 para a ativação destas células, a as moléculas começam a atuar ao mesmo tempo ou logo após o início do
por dsRNA vv multimerização processo inflamatório. Além disso, os estímulos que iniciam
induzidas nas células do hospedeiro durante as respostas imunes inatas
Fosforiiação do V muitos destes mecanismos de controle incluem os mesmos
aos micro-organismos fornecem o sinal 2. Nessa ilustração, os linfócitos
fator de início E1F2 « ; ( P A são B, mas os mesmos princípios se aplicam aos linfócitosT. A natureza PAMP e DAMP que induzem a inflamação. Alguns destes
de tradução do segundo sinal é diferente em linfócitos T e B e é descrita nos capí-
V tulos seguintes.
mecanismos de regulação são descritos a seguir.
A IL-IO é a citocina produzida por macrofagos e células
RNAase L Ativação
de RNAase V dendriticas que também inibem sua ativação< A IL-1 ü inibe a
produção de diversas citocinas inflamatórias por macrofagos
V • inibição de expressão ativados e células dendriticas, incluindo I L - I , TNF c EL-12.
g ê n i c a virai e da a produção de anticorpos pelos linfócitos K. Alguns destes Orna vez que é produzida por macrofagos c também inibe
Inibição da síntese Degradeção
anticorpos opsonizam a bactéria e, portanto, promovem sua as funções destas células, a I L - l ü é um excelente exemplo
proteica virei do RNA virei montagem do vírion
fagocitose por neutrófilos c macrofagos. A resposta i m u n e de alça de retroalimentação negativa (regulador negativo).
h u m orai, portanto, age na eliminação de micro-organismos Não se sabe exatamente como diferentes estímulos podem
extra celulares. O papel do sistema complemento na ativação agir sobre os macrofagos para induzir a produção de uma
FIGURA 4-15 Ações biológicas dos interferons de tipo I. Os interferons de tipo I ÍIFN-ri, IFM-fi) são produzidos por células infectadas
por vírus em resposta h sinalização intracelular mediada por TLR o outros sansores de RNA virai. Os interferons de tipo I se ligam a receptores em do linfócito B é discutido no Capítulo 11. citocina reguladora como a ÍL-10 ou citocinas efetoras como
células vizinhas não infectadas e ativam as vias de sinalização JAK/STAX que induzem a expressão de genes cujos produtos interferem com a repli- As citocinas produzidas por células durante as respostas o TNF e a ÍL-12, ou se os mesmos estímulos provocam a
cação virai. Os interferons de tipo I também se ligam a receptoras da cá lulas infectadas e induzem a expressão da genes cujos produtos aumentam imunes inatas aos micro-organismos estimulam a prolife- síntese de todas estas citocinas, mas com cinéticas diferen-
a suscetibilidade da célula à morta mediada por CTL. PKTr RNA de dupla fita ativados pela proteína cinase. ração e a diferenciação de linfócitos durante as respostas tes. A IL-JÜ é também produzida por alguns tipos celulares
imunes adaptativas. Exemplos de citocinas secretarias por não li tifóides (p. ex., qucratinócitos). O vírus Epstein-Üarr
células estimuladas por PAMP que agem sobre linfócitos B, contém um gene homólogo à IL-IO humana, e a 1L-ÍÜ virai
linfócitos T CD4* e linfocitos T CD8' são dados aqui. Detalhes desempenha as mesmas atividades que a citocina natural.
a resposta i m u n e em desenvolvimento seja específica. A organismos intracelulares e a indução de potentes respostas das respostas de linfócitos a estas citocinas serão discutidos Isto levanta a intrigante possibilidade de que a aquisição do
necessidade de outros estímulos desencadeados por reações inflamatórias agudas, além daquelas diretamente induzidas em capítulos posteriores. gene da ÍL-10 durante a evolução do vinis conferiu a este
imunes inatas aos micro-organismos (o sinal 2) garante que pelo sistema i m u n e inato, de modo que um exército sufi- a capacidade de inibir a imunidade do hospedeiro e, assim,
as respostas imunes adaptativas sejam induzidas na presença cientemente grande de fagócitos seja chamado ao sítio de • A 1X-6 promove a produção de anticorpos por linfócitos uma vantagem na sobrevivência do indivíduo infectado. A
de uma potencial infecção, e na o quando os linfocitos reco- infecção. Os agentes infecciosos que interagem com TLR e tí ativados (Cap. I I ) . IL-IO é também produzida por linfócitos T reguladores, e
nhecem antígenos inofensivos, incluindo antígenos próprios. outros receptores de reconhecimento de padrões tendem a • A I L - I , a IL-6 e a ÍL-.23 estimulam a diferenciação de lin- discutiremos esta citocina em maiores detalhes, neste con-
As moléculas produzidas durante as reações imunes inatas estimular respostas imunes mediadas por linfocitos T. Isto fócitos T CD4* virgens no subtipo T H I 7 de células efetoras texto, no Capítulo 14.
que atuam como segundos sinais na ativação de linfoci- ocorre porque a sinalização destes receptores de reconheci- (Cap. 9). Fagócitos mononucieares produzem um antagonista na-
tos incluem cnestimuladores (para os linfocitos T), citocinas mento de padrões aumenta a capacidade de induzir a dife- • A IL-12 estimula a diferenciação de linfocitos T CIJ4 tural de IL-1 que é estruturalmente homólogo à citocina c
(para linfocitos T c B) e produtos da degradação do sistema renciação de linfocitos T CD4 virgens em células efetoras virgens no subtipo T H | de células efetoras (Cap. 9). se liga aos mesmos receptores, mas é biologicamente inativo,
complemento (para os linfocitos B). Voltaremos a discutir a chamadas T H I e T H 17. As células T H I produzem a citocina • A ÍL-15 promove a sobrevivência de linfócitos T CD8' de de modo que age como um inibidor competitivo. Esta molé-
natureza dos segundos sinais na ativação de linfocitos nos IFN-y, que pode ativar macrofagos a matar micro-organis- memória. cula é, portanto, chamada antagonista do receptor de
Capítulos 9 e I I . mos que sobreviveriam no interior das vesículas fagocíticas. I L - I ( I L - 1 R A ) , A síntese dc IL-1 RA é induzida por muitos
Os segundos si nu is gerados durante as respostas imunes As células T h 17 produzem a citocina ÍL-17, qu.e pode induzir Os adjuvantes, que são substâncias administradas j u n ta - dos mesmos estímulos que levam à produção de I L - I , e
inatas a diferentes micro-organismos não apenas aumentam um processo inflamatório rico em neutrófilos. A imunidade mente com antígenos proteicos purificados par a maximizar alguns estudos realizados em camundongos deficientes em
a magnitude da resposta imune adaptativa subsequente, mediada por células T H I e T H Í 7 é discutida em detalhes nos o desenvolvimento das respostas imunes dependentes de LL-IKA sugerem que esta citocina inibidora é necessária à
mas também influenciam a natureza dessa resposta adap- Capítulos 9 e IÜ. Muitos micro-organismos extracelu.lares linfócitos T (Cap. 6), agem estimulando as reações imunes prevenção de doenças inflamatórias das articulações e de
tativa. As principais funções da imunidade mediada por que entram, na corrente sanguínea ativam a via alterna- inatas no sítio de exposição ao antígeno. Os adjuvantes são outros tecidos. A I L - l K A recombmante é um agente eficaz
linfocitos T sao a ativação de macrofagos para matar micro- tiva do sistema complemento, que, por sua vez, aumenta empregados na imunologia experimental e em vacinas no tratamento da artrite reumatóide sistémica j u v e n i l e das
síndromes febris familiares, em que a produção de ÍL-1 é Areschoug T, and S Gordon. Scavenger receptora role in innate
desregulada. À. regulação da inflamação mediada por IL= I celular: estas são denominadas padrões moleculares infecção virai das células, através das ações anti virais irrununiry and microbial pathogenesãs. Cellular Microbiology
pode também ocorrer por expressão do receptor de tipo Íl, associados a danos (DÀMP). dos interferons de tipo I. Estes dois tipos de mecanis- 11:1160-1169, 2009.
que se liga à citocina, rrias não transduz o sinal de ativação. # Os TLR, presentes na superfície celular e ern endos- mos efetores são induzidos por PÀMP e DAMF, que Elasius ÀL, and 13 Beutler. Intracellular Toll-like receptors.
A principal função deste receptor pode ser agir como um somos, são a mais importante família de receptores iniciam vias de sinalização cm células teciduais e leu- Immunity 32:305-315, 2010.
"sequestrador*, inibindo competitivamente a ligação de IL- í de reconhecimento de padrões, reconhecendo uma cócitos que, por sua vez, ativam fatores de transcrição Chen G, MH Shaw, YG Kim, and G Nuriez. Nod-like receptors:
ao receptor de sinalização de tipo L grande variedade de ligantes, incluindo componen- e levam à expressão tie citocinas e outros mediadores role in innate immunity and inflammatory disease. Ann uai
A secreção de citocinas inflamatórias por diversos tipos tes da parede celular bacteriana e ácidos nucleicos inflamatórios. Review of Pathology 4:365-398, 2009.
celulares parece ser regulada pelos produtos de genes auto- microbianos. Há receptores citoplasmáticos de reco- » Diversas citocinas, produzidas principalmente por Tlomung V, and E Latz. intracellular DNA recognition. Mature
fágicos. A autofagia é um mecanismo pelo qual as células macrofagos ativados, medeiam a inflamação, O TNF Reviews Trnmunology 10:123-130, 2010.
nhecimento de padrões que detectam moléculas
Tp WK, K Takahashi, TC A Ezekowitz, and LM Stiiait. Mannose-
degradam suas próprias orga nelas., tais corno mitocôn d rias, microbianas. Dentre estes receptores, incluem-se os e a ÍL-1 ativam células endoteliais, estimulam a pro-
bindinglectin and innate immunity. Immunological Reviews
sequestrando-as no interior de vesículas ligadas à membrana receptores semelhantes a RIG (RLR), que reconhe- dução de quimiocinas e aumentam a produção dc
230:9-21, 2009.
e fundindo tais vesículas a lisossomos. Este processo requer cem o RNA virai, e os receptores semelhantes a NOD neutrófilos pela medula óssea. Estas duas citocinas
Janeway CA, and R Medzhitov. Innate imnnune recognition.
a ação coordenada de várias proteínas que são codificadas (NLR), que detectam constituintes da parede celular também induzem a produção de EL-6, e estas três
Ànnual. Review of Immunology 20:197-216, 2002.
pelos genes autofágicos (Àtg). Mutações pontuais em dife- bacteriana e também urato dc sódio e o litros cristais. moléculas medeiam efeitos sistêmicos, incluindo a
Jeannin P, $ Jaillon, and Y Delneste. Pattem recognition recep-
rentes genes Atg aumentam a secreção de interferons dc # Os receptores de reconhecimento de pa tirões, febre e a síntese de proteínas tie fase aguda pelo
tora in the immune response against dying cells. Cinrrent.
tipo I., IL-1 e ÍL-1& por diversos tipos celulares e o desenvol- incluindo TLR e RLR, ativam os fatores dc trans- fígado. À. IL-12 e a 1L-1H estimulam a produção da
Opinions in Imirnmology 20:530-537, 200 8.
vimento da doença inflamatória intestinal. Os mecanismos crição NF-kK e AP-1, que induzem a expressão tie citocina ativa dora de macrofagos EFN-y por células Kawai T, and S Akira. The role of pattem-recognition receptors
pelos quais as proteínas Àtg alteram a síntese tie citocinas genes inflamatórios, e os fatores de transcrição IRF, NK e linfócitos T, Estas citocinas atuam em respostas in innate immunity: update on Toll-like receptors. Namre
não sao bem entendidos, mas há evidencias de sua ligação a que promovem a expressão de genes dos interferons imunes inatas a diferentes classes de micro-organis- Immunology 11:37?- 384, 2010.
RLR, com subsequente inibição destes receptores, e de regu- anti vira is dc tipo 1. O inflamassomo, um complexo mos, e algumas (IL-1, IL-6, EL-12, IL-18) modificam Meylan 13, .1 Tschopp, and M Karin. Intracellular pattern. recog-
lação da formação do inflamassomo. O papel das proteínas especializado formado em resposta a PAMP e D ÀMP, as respostas imunes adaptativas subsequentes à res- nition receptors in the host response. Nat.ure 442:39-44,
Atg na regulação de respostas imunes inatas e ainda apoiado é composto por um receptor semelhante a NOD, um posta i m u n e inata. 2006.
pela descoberta de que polimorfismos na Àtg humana são adaptador e a enzima caspase I, cuja principal função » Neutrófilos e monocitos (os precursores dos macrofa- Pichlmair À, and C Reis e Sousa. Innate recognition of viruses.
associados à doença inflamatória intestinal. é a produção de formas ativas das citocinas inflama- gos teci ti liais) migram do sangue para os sítios infla- Immunity 27:370-383, 2007.
Existem numerosas vias de sinalização de regulação nega- tórias ÍL-1 e ÍL-18. matórios durante as respostas imunes inatas, devido Takeuchi O, and S Akira. Pattem recognition receptors and
tiva que bloqueiam os sinais de ativação gerados por recep- # Moléculas solúveis capazes tie reconhecer padrão aos efeitos das citocinas e quimiocinas produzidas por inflammation. Celi 140:805-820, 2010.
tores de reconhecimento de padrões e ci toei nus inflamatórias. e moléculas efetoras são encontradas no plasma, c células teciduais estimuladas por PÀMP e DAMP. IVincfoieri G, and A Sher. Cooperation of Toll-like receptor
As proteínas supressoras da sinalização por citocinas (SOCS) incluem as pentraxinas (p. ex., CRP), as colectinas (p. » Ncu trófí los e macrofagos fagocita m m Í C T Í ) -orga n ismos signals in innate immune defence. Nature Reviews Immu-
são inibidoras das vias de sinalização JÀR-STÀT ligadas aos ex., MtíL) e as ficolinas. Estas moléculas interagem e os matam pela produção de ROS, oxido nítrico e nology 7:179-190, 2007.
receptores de citocinas. A sinalização por TLR em macrofagos com ligantes microbianos e amplificam a elimina- enzimas nos fagolisossomos. Os macrófagos também
e células dendriticas induz a expressão das proteínas SQCS, ção por mecanismos dependentes ou não tio sistema produzem citocinas que estimulam a inflamação e
que limitam as respostas destas células a citocinas exógenas, complemento. p r o m o v e m o remo tie la mento tecidual nos sítios tie
Células d o S i s t e m a I m u n e I n a t o
como os interferons de tipo L Respostas pró-inflarnatórias # As células NK são linfócitos responsáveis pela defesa infecção. Os fagócitos reconhecem e respondem a
das células à sinalização por TLR sao negativamente regula- produtos microbianos por meio de diversos tipos tie Dale DC, L Boxer, and WC Liles. The phagocytes: neutrophils
contra micro-organismos intracelulares que matam as
das por SHP-I, uma fosfatase intracelular que regula nega- receptores, incluiu do TLR, lectinas tie tipo C, recep- and monoeytes. Blood 112:935-945, 2008.
células infectadas e produzem a citocina ativadora tie Lanler LL. NK cell recognition. Ànnual Review of Immunology
tivamente as vias de sinalização linfocitárias dependentes de macrofagos, o IFN-y. O reconhecimento tias células tores scavenger e receptores /V-for mil mct-Ieu-phe.
23:225-274, 2005.
tirosina cinase. Existem muitos outros exemplos de einases e infectadas pelas NK é regulado por uma combinação » Às moléculas produzidas durante as respostas imunes
Nauseei WM. FIow hum.au neutrophils kill and degrade micro-
fosfata ses que inibem a sinalização por TLR, NLR e RLR. de receptores de ativação e inibição. Os receptores inatas estimulam a imunidade adaptativa e influen-
bes: an integrated view. Immunological Reviews 219:88-102,
inibidores reconhecem moléculas de MHC de classe ciam a natureza das respostas imunes adaptativas.
2007.
í, uma vez que as células NK não matam células As células dendriticas ativadas por micro-organismos
Segal ÀW. How neutrophils kill microhes. Ànnual Review of
RESUMO normais do hospedeiro, mas sim células cuja expres- produzem citocinas e coestimu la dores que aumen- Immunology 2 3:197-223, 2005.
são do MHC de classe I é reduzida, como células tam a ativação de linfocitos T e sua diferenciação em Serbina NY T Jia, TM Tlohl, and EG Pamer. Monoeyte-mediated
infectadas por vírus, linfócitos T efetores. Fragmentos do sistema com- defense against microbial pathogens. Ànnual Review of
» O sistema imune inato e a primeira linha de defesa do
» O sistema complemento é formado por diversas pro- plemento gerados pela via alternativa fornecem os Tmmunology 26:421-452, 2008.
hospedeiro contra micro-organismos. Os mecanismos
teínas plasmáticas que são ativadas em sequência por segundos sinais para ativação tios linfócitos B c a Underhill DM, and A Üzinsky. Phagocytosis of microbes: comple-
da imunidade inata já existem antes da exposição
clivagem prote o lítica, gerando as proteínas C3 e C5, produção de anticorpos. xity in action. Ànnual Review of Immunology 20:825-852,
aos micro-organismos. Os componentes celulares do
que promovem a inflamação ou opsonizam os micro- » As respostas imunes inatas sã ti reguladas negativa- 2002.
sistema i m u n e inato incluem as barreiras epiteliais
organismos, levando à sua fagocitose. A ativação do mente através dc alças tie retroalimentação negativa Vi vier E, E Tomasello, M Baratin, T Walzer, and $ Ugolini. Fiinc-
e os leucócitos (neutrófilos, macrofagos, células NK,
sistema complemento também gera poros nas mern- (mecanismos inibitórios) que limitam a ocorrência tions of natural killer cells. Nature Immunology 9:503-510,
linfócitos com receptores dc antígeno invariantes e
brnas que matam alguns tipos de bactérias. O sistema de danos aos tecidos. A IL-1Ü é uma citocina produ- 2008.
mastócitos),
complemento é ativado nas superfícies microbianas zida por macrofagos e células dendriticas que também
» O sistema i m u n e inato usa receptores de reconhe-
e não em células normais do hospedeiro, já que os inibe sua ativação. A secreção de citocinas inflamató-
cimento de padrões associados as células, presen-
tes no plasma, em membranas endossômicas e no micro-organismos não apresentam as proteínas regu- rias é regulada por produtos de genes autofágicos. Às
Moléculas Efetoras da I m u n i d a d e I n a l a
ladoras que ti inibem.. Nas respostas imunes inatas, vias negativas de sinalização bloqueiam os sinais de
citoplasma, para reconhecer estruturas chamadas Bottazzi B r À Doni, C Garlanda, and A Mantovani. An integra-
o sistema complemento é ativado principalmente de ativação gerados pelos receptores de rcconhecimento
padrões moleculares associa dos a patógenos (PÀMP).
de padrões c pelas citocinas inflamatórias. ted view of humoral innate immunity: pentraxins as a para-
Os PÀMP são compartilhados por micro-organismos, forma espontânea, em superfícies celulares microbia-
digm. Ànnual Review of Immunology 28:157-183, 2010.
mas não são encontrados nas células dos mamíferos, nas, e pela lectina ligante de manose, que, respectiva- Klotman ME, and TL Chang. Defensins in innate anti virai
e tendem a ser essenciais à sobrevivência dos micro- mente, iniciam, a via alternativa e a via das lectinas. immunity. Nature Reviews Trnmunology 6:447-456, 2006.
organismos, limitando,, assim, sua capacidade de # As duas principais funções efetoras da imunidade Linden SK, P Sutton, NG Karlsson, V Korolik, and MÀ McGu-
evasão à detecção por mutação ou perda da expres- inata são a indução da inflamação, que envolve LEITURAS SUGERIDAS ckin. Mucins in the mucosal barrier to infection. Mucosal
são destas moléculas. Além disso, há receptores o recrutamento de leucócitos capazes de matar os Tmmunology 1:183-197, 2008.
que reconhecem moléculas sintetizadas pelo hospe- miem-organismos e tie moléculas efetoras solúveis Receptores de R e c o n h e c i m e n t o de Padrões Rock KL, E Latz, F Ontiveros, H Kono. The sterile inflamma-
deiro, mas cuja expressão ou localização indica dano do sangue para os tecidos# assim como o bloqueio tia Akira S, S Uematsu, and O Takeiichi. Pathogen recognition and tory response. Ànnual Review of Immunology 28:321-342,
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Anticorpos e Antígenos

(MHC) (Gap. 6) e tis receptores de antígenos dos linfócitos T


ESTRUTURA DO ANTICORPO, 90 (Cap. 7) são as três classes de moléculas usadas pelo sistema
i m u n e adaptativo para a ligação a antígenos (Tabela 5-1).
Características Gerais da Estrutura dus AntÍDarpos. 90
Destas três, os anticorpos reconhecem a maior gama dc
Características Estruturais das Regiões Variáveis dus Ânticurpüs, 93
estruturas a ntigeni ca s r mostrando sua maior capacidade de
Características Estruturais das Regiões Constantes dos discriminação de diferentes antígenos, e se ligam a estes com
Anticorpos, 94 maior afinidade. Os anticorpos representam o p r i m e i r o dos
Anticorpos Monoclonais, 97 tres tipos de moléculas tie ligação a antígenos a ser desco-
berto e caracterizado. Começamos, portanto, nossa discussão
SÍNTESE, MONTAGEM E EXPRESSÃO DAS MOLÉCULAS sobre como o sistema i m u n e reconhece, especificamente, os
DE |gF 99 antígenos pela descrição da estrutura e das propriedades tie
Meia-vida dos Anticorpos. 99 ligação a antígenos dos anticorpos,
0sí anticorpos podem existir em duos fòntias: ligados a
LIGAÇÃO ENTRE ANTICORPOS E ANTÍGENOS, 101 membranas na superfície de linfócitos B, atuando como re-
Características dos Antícjenus Biológicos, 101 ceptores de antígenos, e anticorpos secretados, que residem
Base Estruiural e Química da Ligação ao Antícjeno, 101 na circulação, tws tecidos e nas mucosas, onde neutralizam
toxinas, impedem a entrada e a disseminação de patógenos
RELAÇÕES ENTRE ESTRUTURA E FUNÇÃO NAS MOLÉCULAS DE e elimiriam micro-organismos. O reconhecimento do antí-
ANTICORPOS, 103 geno pelos anticorpos ligados à membrana em linfócitos B
Características Relacionadas ao Reconhecimento do Antígeno, 103 virgens (miiVe) ativa estas células, iniciando a resposta i m u n e
Características Relacionadas às Funçòes Efetoras, 104 h u m o r a l . Os anticorpos sã ti também produzidos em forma
secretada por linfócitos B estimulados p o r antígenos. Na
RESUMO, 106 fase efetora da imunidade humoral, estes anticorpos secre-
ta dos se ligam a antígenos e, através do desencadeamento de
diversos mecanismos efetores, os eliminam. A eliminação de
antígenos frequentemente exige a interação dos anticorpos
a outros componentes do sistema i m u n e , corno proteínas tio
Os anticorpos são proteínas circulantes produzidas pelos ver- sistema complemento e células, i n c l u i n d o fagócitos e eosi-
tebrados cm resposta à exposição a estruturas não próprias nófilos. Dentre as funções efetoras mediacias por anticorpos,
conhecidas como antígenos. Os anticorpos são incrivelmente estão a neutralização dos micro-organismos ou produtos
diversos e específicos em sua capacidade de reconhecimento microbianos tóxicos, a ativação do sistema complemento, a
de estruturas moleculares não próprias c são os mediadores opsonização de patógenos, aumentando a fagocitose, a cito-
primários da imunidade h u m o r a l contra todas as classes de toxicidade mediada por células dependente tie anticorpos,
micro-organismos. O eficaz tratamento da difteria, por Emil em que os anticorpos marcam células infectadas para sua li se
v o n B e h r i n g e Shibasaburo Kitasato, em 1890, com soro por células d ti sistema i m u n e inato, e a ativação tie mastó-
de animais imunizados com a forma atenuada tia toxina eitos mediada por anticorpos,, que elimina vermes parasitas.
diftérica, estabeleceu o papel protetor das proteínas circu- Estas funções dos anticorpos são descritas, em detalhes, no
lantes, levando ao nascimento da imunologia moderna. Às Capítulo 12. Neste capítulo, discutiremos as características
proteínas circulantes que meei ciam estas respostas protetoras estruturais dos anticorpos responsáveis pelo reconhecimento
foram inicialmente chamadas tie antitoxinas. Ao se perceber dc antígenos e pelas funções efetoras.
que proteínas similares p o d i a m ser geradas contra muitas Oaf linfócitos B são as únicas células que sintetizam molécu-
substâncias, não apenas toxinas microbianas, tais moléculas las de anticorpos. Estas células expressam uma forma integral
receberam a denominação geral de a n t i c o r p o * . As substân- de membrana da molécula de anticorpo em sua superfície,
cias que geram tais anticorpos ou são p o r estes reconhecidas que atua como seus receptores de antígenos. Após a exposição
foram, então, chamadas de antígenos. Os anticorpos, as a um antígeno, as células B se diferenciam em plasmócitos,
moléculas do a m p l e x o principal de histocompatibil idade que secretam anticorpos. Formas secreta tias de anticorpos se

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