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ISCED – LUANDA
REPARTIÇÃO DE FILOSOFIA
ISCED – LUANDA
REPARTIÇÃO DE FILOSOFIA
GRUPO N.º 1
SALA: 03
3.º ANO
CURSO: FILOSOFIA
DOCENTE
________________________________
Introdução 4
Conclusão 14
Bibliografia 15
Introdução
O presente trabalho cujo título é “O Renascimento Italiano dos séculos XV e
XVI”. Um título que requer uma escolha seletiva e criteriosa dos conteúdos capaz de
responder aos intentos preconizados, este título remeterá fazer uma reflexão profunda
sobre o Renascimento italiano num período de 200 nos, corresponde dois séculos; e
para descortiná-lo devemos refletir sobre as seguintes questões que constituem os
alicerces da construção teórica deste compêndio: O que é o Renascimento? O que esteve
na base para que a Itália fosse o berço do Renascimento? Quais as principais
características do Renascimento no plano estético? Quais os principais expoentes do
Renascimento italiano no plano estético? De que no Alberti sistematizou as suas teorias
sobre a estética? Qual é a concepção de Da Vinci sobre a estética? Que leitura se pode
fazer de algumas obras do Renascimento italiano? Para o desenvolvimento desta
temática seguiu-se os métodos: reflexivo, histórico, bibliográfico e descritivo:
procuramos conhecer, refletir e analisar os factos sem manipular a realidade.
O pioneirismo artístico na Itália se deve ao facto da Itália ser o primeiro país que
registrou um conjunto de circunstâncias favoráveis: tinha uma situação política invulgar
para época, pois se encontrava dividida em cidades-Estado diferentes do resto da
Europa que estava dividida em feudos; tinha uma aberta social e cultural; esta abertura
impulsionou a descoberta da cultura clássica, porque nesta altura a Itália era o berço e o
centro do mundo romano que deixou inúmeros vestígios monumentais e arqueológicos
da cultura clássica Greco-romana.
Tudo isso explica o renascimento artístico na Itália com seu foco inovador e
brilhante, assumindo o humanismo e o individualismo.
1
DELUMEAU, Jean. A Civilização do Renascimento. Volume I. Lisboa: Editora Estampa, Lda. 1983, p.
85.
2
BURNS, Edwards Macnall. História de Civilização Ocidental. Editora Globo: Rio de Janeiro. 1973, p.
77.
1.2.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO RENASCIMENTO
“QUATTROCENTO” (XV)
Podemos logo de adianto apresentar dois motivos que levam a este local ao
afastamento das ideias medievais: Os tacteios da inteligência e o derrube do giottismo 3.
“A arte é uma magnificação de todo ser humano. Esta concepção da arte dos
homens do Renascimento não é apenas teórica; as obras confirmam as suas teorias.” 5
3
É uma arte que valoriza o espírito religioso, pois neste período vai se verificar um afastamento neste
sentido e vai se lançar numa simbiose arte-ciência ligadas ao arcaísmo e classicismo.
4
BAYER, Raymond. História da Estética. 1 edição. Lisboa: Edição 70, Lda. 1978, p. 102.
5
BAYER, Op. Cit. 1978, p. 103.
Notabiliza-se a ressurreição da antiguidade, no que toca particularmente a
familiaridade com a beleza da natureza, é assinalado por grandes artistas como
Brunelleschi, Masaccio e Donatello que procuraram representar o mundo com
verossimilhança (velut in speculo);
A arte deixa de ser uma serva para o esteta e torna-se um raciocínio dirigido para
a realização de algumas obras;
Usou-se o óleo sobre tela – este método que permitiu aos pintores representar
texturas e simular formas em três dimensões.
Mas quando, após o longo exílio da nossa raça, regressei a mais bela
das pátrias, compreendi que em muitos, em ti primeiro Filipe, depois
no nosso grande amigo Donato o escultor, em Nencio, em Luca, em
Masaccio, residia um gênio apto a todas as coisas dignas de louvor e
6
tal que não cedeis o primeiro lugar aos mais famosos dos antigos.
Para dizer que foram vários os expoentes geniais do renascimento, que desta
feita destacaremos os seguintes:
6
BRUNELLESCHI apud BAYER Idem., p. 109
Masaccio (1401 – 1428) – começou o caminho iniciado por Giotto, em que o
volume, as massas e solidez dos corpos são dadas pelo estudo da luz e da sobra (de
modo a simular a terceira dimensão) e pela função arquitectural da composição.
Luca Signorelli (1441 -1523) – onde a obra se define pelo estudo da anatomia,
pelas massas e pelos nus, cheios de movimento.
Fra Fillippo Lippo (1406 – 1469) – cuja pintura está cheia de misticismo e
serenidade. As formas são rotundas e reais, mas temperada com delicadeza e doçura.
Miguel Ângelo – é concebido como poeta do corpo, ele revela em suas obras a
forma esculórica do autor, reforçada pelos escorços e pelas composições turbulentas,
7
SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 16ª Ed. rev. Actual. São Paulo: Editora Actual, 1994, p. 65.
como no caso do fresco da capela sistina O juízo final que representa uma harmonia
provisória que se compensam.
8
Idem., p. 104 – 105.
9
ALBERTI apud BAYER Ibidem. p.105.
um ajuste racional equilibrado que não muda nem altera a obra. Para ele a beleza tem
como fundamento objectivo: a mimesis10 aristotélica de forma alargada e transformada,
mas para ele a ratio é o elemento de vida e de ordem pela qual submete a obra de arte.
O tratado de pintura de Alberti é marcado pelo seu carácter meio criador que
representa a teoria da arte viva e contemporânea. Este tratado é considerado a magna
charta da pintura italiana que marca a rigor a pintura florentina dos seus
contemporâneos. De facto, o tratado fala do carácter ilusionista da arte: as miragens,
fantasia possível que denota um afastamento da mimesis típica da geração do cosmos.
10
Imitação da natureza.
11
Idem., p. 106.
12
Idem., p.107.
13
A palavra perspectiva significa “ver através”: Olhar para além do que se vê, este foi o método de criar a
ilusão de profundidade numa superfície plana.
mescladas com a arte são a ciência do peso e a ciência da óptica, onde a primeira é
concebida como sendo o elemento essencial da arquitectura e a segunda como sendo a
fundamento da pintura.
Deste modo, ele abre a possibilidade libertadora absoluta do artista para poder
criar ou acrescentar à natureza a humanidade da sua imaginação, contudo, para ele o
mais importante numa obra de arte é o artista em detrimento da obra de arte, pois é o
14
Idem., p. 110.
15
Idem., p. 117.
16
DIAS, Solange Irene Smolarek. História da Arte. São Paulo; CAU-FAG, 2002, p. 19.
artista que representa a natureza, e é, sobretudo isso que corresponde ao naturalismo de
Leonardo da Vinci.
Esta arte também é caracterizada pelo seu humanismo, no entanto foi ele que
inventou a pintura terrível da figura Górgona, desenhou também um jovem leão
mecânico que pára e se abre diante do rei de França Francisco I para deixar aparecer um
ramo de lírio, inventou as máquinas as maquinam voadoras, no entanto, o humanismo
corresponde acima de tudo ao regresso das fontes históricas do homem.
“O pintor deve viver só, contemplar o que seus olhos percebem e comunicam-se
consigo mesmo” 17
Ele é considerado como sendo o primeiro platónico do seu tempo, porque a sua
arte visou em parte render homenagem a Platão em Florença.
A cúpula de Santa Maria Del Fiore, Miguel Ângelo a respeito desta obra artística
disse que “É difícil fazer igual; é impossível fazer melhor.” 18 criada por Brunelleschi, é
centro de um vasto sistema cuja chave é a geometria, nela foi usada ciências dos
cortadores de pedra, por uma arquitectura baseada em linhas que constituem planos,
nela encontraram um esboço linear destinado a definir a tarefa dos construtores, ela tem
menos de um metro de diâmetro, foi colocada uma enorme cruz dourada numa esfera
metálica (capaz de conter dezasseis pessoas).
18
DELUMEAU. Op. Cit., p. 163
Conclusão
O renascimento italiano é marcado por conjunto de características que
demonstram a separação radical com Idade Média que podem ser divididas em dois
períodos do renascimento, onde se destaca a laicização artística, o antropocentrismo
artístico, a cosmologia artística e o cientificismo artístico. No entanto, vários são os
génios ligados a arte que contribuíram para o renascimento italiano e que espelham em
suas obras as características cima mencionadas, dentre eles destaca-se Alberti e
Leonardo da Vinci; para ressaltar o posicionamento de Alberti sobre a beleza
corresponde a um ajuste racional equilibrado que não altera nem acrescenta nada na
obra que chama de concinnitas, no seu tratado de pintura traz à tona a teoria da
perspectiva (arte e ciência), a teoria da vida e as condições morais do artista que traduz
uma relação entre a arte com a moral. Tal como seu mestre Leonardo da Vinci defende
também a inseparável relação entre a arte e a ciência, mas diferente do seu mestre ele
considera que o artista pode acrescer ou criar a natureza da sua imaginação, aqui se
verifica o antropocentrismo, porque para ele o artista está acima da obra, aplica o
método do óleo sobre a tela, de facto, as obras feitas por estes e outros autores acabam a
traduzir a magnificência artística do renascimento.
Bibliografia
BAYER, Raymond. História da Estética. 1 edição. Lisboa: Edição 70, Lda. 1978, p.
101 - 121.
DIAS, Solange Irene Smolarek. História da Arte. São Paulo; CAU-FAG, 2002, p. 1 -
50.
SEVCENKO, Sevcenko. O Renascimento. 16ª Ed. rev. Actual. São Paulo: Editora
Actual, 1994, p. 25- 78.
António Issenguel
Ficha de Leitura
Anexo I
Ficha de Leitura
Anexo II
Ficha de Leitura
Anexo III
A concinnitas na pintura é
“aquilo que a nada se pode
estabelecida a partir de três
retirar ou acrescentar sem
categorias o que equivale à
prejuízo.”
relação da arte com a moral, a
vida e a conduta. [...]
Lopes Felix
Ficha de Leitura
Anexo IV
Ficha de Leitura
Anexo V