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AJUDÂNCIA-GERAL
SEPARATA
DO
BGPM
Nº 97
Belo Horizonte - MG
Academia de Polícia Militar
2011
Direitos exclusivos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) Reprodução
proibida – circulação restrita.
ISBN 978-85-64764-02-6
Abordagem policial. 2. Busca Pessoal. 3.Uso de Algemas. 4. Tática
Policial. I. Título. II. Série.
CDU 351.75
CDD 352.2
Ficha catalográfica: Rita Lúcia de Almeida Costa – CRB – 6ª Reg. n.1730
ADMINISTRAÇÃO:
Centro de Pesquisa e Pós Graduação
Rua Diábase 320 – Prado Belo Horizonte – MG
CEP 30410-440
Tel.: (0xx31)2123-9513
Fax: (0xx31) 2123-9512
E-mail: cpp@pmmg.mg.gov.br
Caderno Doutrinário 2
Missão
Visão
Valores
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 6 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima com arma na lateral) ..........28
FIGURA 7 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima com arma à frente do visor) .......28
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................15
2 TÉCNICA E TÁTICA POLICIAL BÁSICA ...................................................................21
2.1 Deslocamentos Táticos ..............................................................................................21
2.1.1 Uso de cobertas e abrigos ....................................................................................22
2.1.2 Tipos de deslocamentos a pé ..............................................................................24
2.1.3 Deslocamentos por rastejo ..................................................................................25
2.1.4 Técnicas de uso do escudo balístico .................................................................26
2.2 Disciplina de luz e som ..............................................................................................29
2.3 Comunicação por gestos ..........................................................................................29
2.4 Técnicas de uso de lanterna .....................................................................................30
2.5 Técnicas de varredura ................................................................................................33
2.6 Posições/posturas adotadas pelo policial na abordagem a pessoas ........37
2.6.1 Ângulos de aproximação ......................................................................................38
2.6.2 Posturas de abordagem com as mãos livres ..................................................39
2.6.3 Posições de emprego de arma de fogo ...........................................................42
2.7 Técnica de Aproximação Triangular (TAT)........................................................... 46
3 ABORDAGEM A PESSOAS ..........................................................................................55
3.1 Uso diferenciado de força nas intervenções policiais ....................................56
3.2 Níveis de Intervenção ................................................................................................58
3.3 Técnicas e táticas de abordagem a pessoas ......................................................62
3.4 Modelos de abordagem ............................................................................................63
3.4.1Intervenção nível 1 (assistência e orientação) ................................................63
3.4.2 Intervenção nível 2 (verificação preventiva) ..................................................64
3.4.3 Intervenção nível 3 (verificação repressiva) ...................................................66
4 BUSCA PESSOAL ............................................................................................................71
4.1 Aspectos legais da busca pessoal ..........................................................................71
4.2 Tipos de Busca Pessoal ..............................................................................................74
4.2.1 Busca Ligeira ..............................................................................................................74
4.2.2 Busca Minuciosa .......................................................................................................75
4.2.3 Busca Completa ........................................................................................................81
4.3 Uso de algemas ............................................................................................................82
4.3.1 Recomendações Gerais do Uso de Algemas ..................................................87
5 PROCEDIMENTOS POLICIAIS ESPECÍFICOS ......................................................91
5.1 Procedimentos Policiais em Ocorrências Envolvendo Autoridades.......... 91
5.1.1 Membros do Poder Executivo .............................................................................92
5.1.2 Membros do Poder Legislativo ...........................................................................93
5.1.3 Membros do Poder Judiciário .............................................................................94
5.1.4 Membros do Ministério Público .........................................................................94
5.1.5 Membros de Órgãos Policiais ..............................................................................94
5.1.6 Membros das Forças Armadas ............................................................................95
5.1.7 Membros da Advocacia .........................................................................................95
5.1.8 Outras Instituições ...................................................................................................96
5.2 Abordagens policiais a grupos vulneráveis .......................................................98
5.3 Atuação policial frente às minorias ....................................................................109
5.4 Abordagem a pessoas em surto de drogas .....................................................112
6 TRATAMENTO ÀS VÍTIMAS .....................................................................................117
6.1 Procedimentos com vítimas em locais de ocorrência .................................119
7 LOCAL DE CRIME .........................................................................................................125
7.1 Classificação do Local de Crime e Conceitos Correlatos .............................125
7.2 Prova ..............................................................................................................................126
7.3 Procedimentos no local de crime ........................................................................128
7.4 Cadeia de Custódia de Vestígios ..........................................................................135
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................137
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REFERÊNCIAS
SEÇÃO 1
APRESENTAÇÃO
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
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1 APRESENTAÇÃO
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
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SEÇÃO 2
TÉCNICA E TÁTICA
POLICIAL BÁSICA
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b) os abrigos são usados como proteções, e são anteparos que, por suas
características e dimensões, são capazes de proteger o policial contra disparos
de arma de fogo e arremesso de objetos.
Exemplos: postes, muros, paredes, parte frontal de veículos (compartimento
do motor), caçambas metálicas, tronco de árvores, dentre outros (Figura 3).
Figura 3 – Abrigo
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
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a) Segurança Máxima:
• o escudo será utilizado pelo 1° policial, que deslocará com a silhueta reduzida,
com o escudo bem próximo ao solo. Em casos de disparo contra a guarnição, ou
para conceder mais segurança em uma abordagem, o 1º policial interromperá o
deslocamento e ficará na posição de joelhos (escudo no chão) (Figura 5).
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Figura 7 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima com arma à frente do visor)
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• iluminação do ambiente;
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a) Tomada de ângulo
A varredura será feita de maneira lenta e gradual, frente a locais com ângulos
desconhecidos (esquina de becos, portas, corredores, escadas, dentre outros).
O policial se moverá lateralmente, sem a exposição do corpo e sem cruzar as
pernas, tendo como referência o obstáculo (parede, muro, por exemplo), que
lhe servirá de abrigo.
A tomada de ângulo será feita até que se tenha o controle visual total do
ambiente ou visualize partes do corpo do abordado, momento em que
recorrerá à verbalização e às técnicas de abordagem.
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Durante sua execução, a arma deverá estar no coldre ou em uma das mãos,
devendo o policial atentar para o controle da direção do cano.
Antes de empregar a técnica, o policial deverá ter próximo à sua retaguarda,
em cobertura, outro policial, que deverá estar em pé, com a arma na posição
2 – guarda baixa, sem apontá-la em direção ao executor e expô-lo ao perigo.
Ao avistar a área de risco e identificar o(s) suspeito(s) com a olhada rápida, o
policial executor sinalizará para os outros policiais o número e localização dos
suspeitos, bem como se estão armados.
Caso tenham supremacia de força3, deverão usar, após a olhada rápida, a
técnica de tomada de ângulo, com o objetivo de se posicionarem seguramente
para emprego da verbalização e abordagem.
c) Uso do espelho
O uso do espelho é uma técnica que contribui para aumentar a segurança do
policial. A varredura será realizada com o espelho de baixo para cima ou vice-versa,
cautelosamente e devagar, observando todos os ângulos. É conveniente que o
espelho a ser utilizado seja convexo e sustentado por uma haste, para facilitar
o manuseio e permitir uma maior amplitude visual. Ao conhecer a posição do
suspeito, o policial deverá recorrer à tomada de ângulo a fim de manter o controle
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
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a) Postura Aberta
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b) Postura de Prontidão
Deverá ser utilizada nas intervenções em que o abordado não estiver
aparentemente portando armas e apresentar comportamento de resistência
passiva.
Esta postura com um dos braços elevados e mãos abertas (conforme figura
18) permite ao policial o emprego mais eficiente das técnicas de controle de
contato, além de transmitir uma mensagem gestual de contenção do conflito,
não agressividade e intenção de resolução pacífica.
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Caderno Doutrinário 2
A postura defensiva com as mãos livres deverá ser utilizada nos seguintes
casos:
a) abordado aparentemente desarmado que apresenta resistência
passiva continuada: após esgotada a tentativa de convencimento do
abordado ao acatamento das ordens, o policial deverá mudar a postura de
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Uma variável que pode ser utilizada com o intento de não expor
ostensivamente a arma, chama-se “guarda baixa velada”. Nesta posição, o
cano fica voltado para baixo, próximo à parte superior do abdômen, com a
mão que auxilia a empunhadura posicionada em cima da arma.
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d) Posição 4 – pronta-resposta
A arma será apontada diretamente para o abordado, conforme figura 24.
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SEÇÃO 3
ABORDAGEM
A PESSOAS
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3 ABORDAGEM APESSOAS
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Cooperativo: a pessoa abordada acata todas as Verbalização: é o uso da comunicação oral, por
determinações do policial durante a intervenção, sem meio de entonação apropriada e emprego de termos
apresentar resistência (classificação de risco nível I). adequados, que sejam facilmente compreendidos pelo
Exemplo: o motorista que apresenta, prontamente, abordado.
toda a documentação solicitada e atende as Presença Policial: utilizada em conjunto com a
orientações do policial, durante operação tipo blitz. verbalização, geralmente inibe o cometimento de
infração ou delito em determinado local.
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
OBSERVAÇÃO: Este quadro se trata de uma referência para as ações policiais, podendo o
comportamento e a atitude do abordado variarem nos diversos níveis de intervenção.
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Resistente Passivo
Iniciar abordagem na posição de
(Ex.: Arma de fogo na cintura ou guarda alta; Iniciar abordagem na posição de
na mão com o cano voltado para Manter constante verbalização, guarda alta ou pronta-resposta;
baixo, porém, não acatando tentando convencer o autor a Será responsável pela segurança
as determinações do PM largar a arma de fogo no chão e do PM Verbalizador;
Verbalizador) acatar as ordens. Fará a aproximação para a
Caso, após tentativa de imobilização e prisão do autor
verbalização não acate as somente após certificar-se
ordens, deverá ser empregado de que o autor largou a arma
IMPO para imobilização e prisão de fogo e não oferece poder
do autor. de reação face aos efeitos do
A escolha do tipo de IMPO que emprego do IMPO;
será empregado ficará a cargo
dos policiais de acordo com os
meios disponíveis, com o fato e
com a análise de risco.
Poderá efetuar disparo com a arma de fogo caso a ação do autor
Resistente Ativo configure risco real e imediato à vida dos policiais e de terceiros.
autor apontando arma em dire- Deverá estar coberto e abrigado;
ção aos policiais ou a terceiros; Iniciar abordagem na posição de pronta resposta;
porém sem atirar.
O policial deverá fazer uma
análise do risco e verificar se o Será responsável pela segurança
autor tem intenção de atirar e se do PM Verbalizador;
o disparo tem probabilidade de Fará a aproximação para a
atingir aos policiais e a terceiros: imobilização e prisão do autor
a) caso o policial avalie que o somente após ter sido cessado
autor não tem intenção de atirar sua força de resistência face aos
E se caso vier a atirar o disparo efeitos do emprego do IMPO;
não tem condições de atingir Fará uso da arma de fogo caso a
os policiais e terceiros, face à ação do autor acarrete em risco
coberta e abrigo, deverá optar real e imediato à vida.
pelo emprego de IMPO capazes
de retirar, momentaneamente a
capacidade de reação do autor.
Sugerimos o uso do “stinger” e da
“munição de impacto controlado”
para o caso em análise;
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
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22 Conforme artigo 5º, inciso X da CF/88 e Princípio 1 do Conjunto de Princípios para a Proteção
de Todas as Pessoas Sujeitas a Qualquer forma de Detenção ou Prisão
23 Ver Caderno Doutrinário 1.
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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
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O PM Revistador deverá:
• executar a busca pessoal, conforme seção 4 deste caderno, dando
sequência aos demais procedimentos da prisão, se confirmada
autoria;
• avaliar a necessidade do emprego de algemas, conforme item 4.4;
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SEÇÃO 4
BUSCA PESSOAL
Caderno Doutrinário 2
4 BUSCAPESSOAL
É uma técnica policial utilizada para fins preventivos ou repressivos, que visa
a procura de produtos de crime, objetos ilícitos ou lícitos que possam ser
utilizados para a prática de delitos que estejam de posse da pessoa abordada
em situação de suspeição.
Será realizada no corpo, nas vestimentas e pertences do abordado,
observando-se todos os aspectos legais, técnicos e éticos necessários.
A busca poderá ser realizada independente de mandado judicial, desde que
haja fundada suspeita.
Quando o policial realiza busca pessoal, a situação de suspeição deverá
ser verificada através da atitude do cidadão, ou seja, da conjugação entre
comportamento e ambiente. Exemplos:
- estado de flagrante delito;
- mesma característica física e de vestimenta utilizada por autor de
crime/ contravenção;
- comportamento estranho do suspeito (tensão, nervosismo, aceleração
do passo ou mudança brusca de direção ao avistar a presença policial);
- volumes observáveis na cintura ou em outras partes do corpo;
- pessoa parada em local ermo ou de grande incidência de criminalidade;
-pessoa monitorando residências;
- pessoa portando objeto duvidoso;
-condutor que tenta evadir de bloqueio policial; dentre outros.
Os policiais devem estar preparados tecnicamente para realizar a busca
pessoal e cuidar para que esta ação não se converta em atos de arbitrariedade
e discriminação.
4.1 Aspectos legais da busca pessoal
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• Fase de Revista
- O PM Revistador, com a arma no coldre, deverá se aproximar
do abordado pela posição 2 ½ ou 3 (figura 16), adotando os seguintes
procedimentos:
-posicionará atrás do abordado;
-deverá segurar os dedos do abordado, que estarão sobre a testa.
- ao revistar o lado direito do corpo do abordado, deverá segurar os
dedos do abordado com a mão esquerda e fazer a revista com a mão
direita;
- ao revistar o lado esquerdo do corpo do abordado, deverá segurar
os dedos do abordado com a mão direita e fazer a revista com a mão
esquerda;
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- entrelace os dedos;
- vire-se de costas;
- ajoelhe-se;
- cruze os pés;
- aguarde e fique calmo que um policial fará a busca pessoal;
• Fase de Revista
- O PM Revistador, com a arma no coldre, deverá se aproximar do
abordado pela posição 2 ½ ou 3, adotando os seguintes procedimentos:
- posicionará atrás do abordado;
- deverá segurar os dedos do abordado;
- ao revistar o lado direito do corpo do abordado, deverá segurar os dedos
do abordado com a mão esquerda e fazer a revista com a mão direita;
- ao revistar o lado esquerdo do corpo do abordado, deverá segurar
os dedos do abordado com a mão direita e fazer a revista com a mão
esquerda;
- o PM Verbalizador, no momento da revista, será responsável pela
segurança do PM Revistador e, portanto, deverá variar sua posição de
maneira a manter sempre a triangulação descrita na TAT.
A busca minuciosa na posição de contenção ajoelhado vem ilustrada na
figura a seguir.
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humilhação do preso25.
O Código de Processo Penal (CPP) dispõe, em seu artigo 284, que não será
permitido o emprego de força, salvo o indispensável no caso de resistência
ou tentativa de fuga de preso.
Por sua vez, o Código de Processo Penal Militar (CPPM) em seu artigo 234,
assim prevê sobre o uso de algemas:
§1º - O emprego de algemas deve ser evitado, desde que não haja
perigo de fuga ou de agressão da parte do preso, e de modo algum
será permitido, nos presos a que se refere o art. 242 (BRASIL, 1969).
• os magistrados;
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SEÇÃO 5
PROCEDIMENTOS
POLICIAIS
ESPECÍFICOS
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* Nos crimes cuja competência para apuração é da União, o BO/REDS deverá ser encaminhado
para a Polícia Federal, desde que haja Delegacia desta Instituição no município.
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Recomendações:
• a abordagem de mulheres pode ser feita por qualquer policial militar,
independentemente do sexo, devendo a busca pessoal ser efetivada
conforme determina a legislação nacional30, que prescreve que a
busca em mulher será feita por outra mulher, “se não importar em
retardamento ou prejuízo da diligência”;
• as mulheres, quando capturadas, serão mantidas separadas dos
homens capturados (sempre quando houver condições logísticas e de
segurança);31
• a busca pessoal em mulheres suspeitas de portarem objetos ilícitos
deverá ser realizada, preferencialmente, por outra mulher profissional
de polícia ou encarregada de fazer cumprir a lei. Em momento algum
poderá ser convocadas pessoas leigas ou civis, para realizar buscas
em caso de suspeição, pois, isto colocará em risco a segurança e a
integridade física destas pessoas;
• não havendo a disponibilidade no grupo que realiza a abordagem, a
guarnição poderá recorrer à rede-rádio, solicitando apoio de policial
feminina que possa comparecer ao local e suprir as necessidades da
ocorrência;
• a busca pessoal feita por homens em mulheres é uma
excepcionalidade. Não deve ser realizada em situações operacionais
ordinárias, principalmente em relação à busca completa;
• procedimentos mais simples como solicitar que a própria pessoa
abra sua bolsa, retire os sapatos, mostre a região da cintura e levante
os cabelos, diminuirá a exposição da mulher;
• se, em casos extremos, o policial precisar realizar uma busca em
uma mulher, esta deverá ser feita com respeito e profissionalismo, em
local discreto e, sempre que possível, na presença de testemunhas,
preferencialmente, do sexo feminino. O policial deve evitar o contato
físico com a abordada, principalmente nas partes íntimas, procurando
limitar-se a orientá-la quanto aos procedimentos a serem adotados.
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PRATICA POLICIAL
PRÁTICA POLICIALBÁSICA
BÁSICA
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Recomendações:
- nas intervenções em razão de suspeita de prática de delito, o policial
observará a idade e as condições de saúde do idoso, e os demais
procedimentos técnicos, previstos neste Caderno;
- sempre que possível, deve-se promover o acompanhamento do idoso
por algum membro familiar ou pessoa indicada por ele;
- quando houver necessidade da busca pessoal, o policial a executará
de modo a evitar constrangimentos desnecessários;
- prestar informações necessárias ao idoso, a respeito de sua condução
(local, providências).
f) População em situação de rua
Por intermédio do Decreto Federal nº 7.053, de 23 de dezembro de 2.009,
a população em situação de rua foi oficialmente reconhecida para fins
de implementação de políticas públicas que lhe garanta, sobretudo, a
sobrevivência e o desenvolvimento.
As diretrizes da Política Nacional para a população em situação de rua
dizem respeito à promoção de direitos civis, políticos, econômicos, sociais,
culturais e ambientais, bem como o direito dos cidadãos, nessa condição, a
terem atendimento humanizado e universalizado, em face da não referência
de moradia.
A população de rua é bastante heterogênea: misturam-se famílias, homens,
mulheres, crianças e adolescentes, formando diferentes combinações
sociais. O que todos têm em comum é a luta pela sobrevivência, a carência
ou a precariedade de habitação, além de laços familiares fragilizados ou
interrompidos.
As ruas e avenidas são os lugares utilizados por este público como dormitório,
bem como para realizar as tarefas afetas ao interior de uma residência. A
pessoa que utiliza o espaço público para pernoite costuma sofrer violência
também de seus pares, em virtude de disputas de territorialidade, de estigma
de grupo ou conflitos individuais, de envolvimento com as drogas, dentre
outros fatores, dada a dimensão do contexto de rua. Dormir em grupo,
portanto, representa determinado nível de segurança; uma proteção coletiva
em relação às enormes adversidades que enfrenta pela sua inclusão.
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Recomendações:
• se uma viatura policial é acionada para deter pessoas que fazem
suas oferendas, conhecidas como “despachos”, em uma encruzilhada,
o solicitante deve ser informado que, por força constitucional, estas
pessoas têm direito a livremente praticar sua religião e a fazer suas
oferendas;
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SEÇÃO 6
TRATAEMENTO
ÀS VÍTIMAS
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6 TRATAMENTO ÀS VÍTIMAS
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SEÇÃO 7
LOCAL DE CRIME
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7 LOCAL DE CRIME
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c) Consoante ao exame
local idôneo: é aquele que não foi violado, que não sofreu nenhuma
alteração desde a ocorrência do fato.
7.2 Prova
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• O que fazer?
• Como atuar?
O policial, ao chegar, deve dar atenção a tudo que estiver presente no local de
crime, sem fazer qualquer juízo de valor. A preservação deverá ser realizada
por meio do isolamento e proteção de forma efetiva para que as pessoas
não tenham acesso a ele, evitando-se que vestígios sejam modificados ou
destruídos, antes de seu reconhecimento. Em princípio, tudo que estiver no
local é importante.
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23. caso a perícia não seja realizada, proceder à apreensão dos materiais
encontrados, na presença de testemunhas, relacionando-os no BO/
REDS, para encaminhamento ao delegado de polícia, (Cadeia de
Custódia de Vestígios – Ver item 7.4 deste Caderno Doutrinário);
24. liberar o local após encerrados todos os trabalhos periciais, e na
ausência da perícia, somente após o recolhimento dos objetos;
25. dar atenção especial aos familiares em casos de vítimas fatais, que
poderão reagir de forma agressiva ou tentar invadir o local de crime.
Esta consideração decorre do estado emocional provocado pela
perda de uma pessoa querida. Os policiais deverão assisti-los de
forma profissional, entendendo o momento que estão passando.
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Caderno Doutrinário 2
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REFERÊNCIAS
BALESTRERI, Ricardo Brisolla. Direitos Humanos: Coisa de Polícia. Porto Alegre:
CAPEC; Pater Editora Passo Fundo, RS, 1998.
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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/Constituicao>. Acesso
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________. Código Penal. Decreto-lei n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940.
Rio de Janeiro 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
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________. Estatuto do Idoso. Lei n. 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília.
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