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BAN D l l x) :, CURSO

E .1.11,'l't

O objelivo prlncipiìl(ll) | | ,
"',
DEINTRODUÇN
/ ECONryI/II\
sociâ1,discíimlnâras divcr1,,ir. I , ,,
por tal fenôÍnenoe explr(:iìrrLr. ,r,
mêsmo no mundo conlcrÌìl)oÌ,1Ì, I
clâraedirêla.o iv'oq,i . ,.
cullo que não demanda Lrrnr r,rr,, rìl-\t r-rrr- n
mente especializadopoÍ partI rtr , I
D/l KrLl ll\-.f1
SIPL^
seguramenlelistas dê I di",r.,- | ,r-1
l\\7 ER
proÍessoresuniversiìáriosda5 rìì,r'
cursos de Ciências Socìais, Hirì1,,r .
nomia, Apesar disso, não dev(, :,.
leilurâ Íestrita a universì1áros I
mais amplo e diversiÍÌcado,rnctusrv, ^lrrrr,I ,
material iconográfico.

P R OX IM O
LAN C AMtIt t l
O DESENVOLVII\4ENÍO DESIGUAL ÍII
FormaçõesSociais do CapitâljsmopeíÍ(j ,,

Neste livro o autoÍ apresentauma anirt , ,r.l


mia do desenvolvjmeniosegundo a quât u||ì
e ultrapassadotomândo-secomo ponto dc lr,rrr, .,
cenÌÍoJmas sim a sua periferia,Dots exemJ)t():i..,, , ,
sentados:o aparecimentodo capilalìsmoa l),LrI|r r,,
rerrâdos sislemasdas grardes ctv izdçoesn
e a cnse que alrâvessaatualmente.
O primeiro capÍtulo trata da gênese do (:,Lt) ,r .
e os quatro seguintesdo apareciÍnentodo so.i,rÌ .,r,, ,
segundo capítulo âpresentaas leis do cap trlt:ìÌÌr,,
l,
lético.
Tomandocomo base estâ análisedupla o lllrtr)Ì rr ,.
tía no capitulo quatro os mecanismosda dírp.l|(1,,Ìr, .,
esctarecenoo,ao mesmo iempo, o pTocessodo ,(t, ,,.,1
volvjmentodo subdesenvolvimento,', antes de atpÌ4rìr,lÌ
no quinto capitulo,o balançodas Íormaçõessocirìi:ìí.rt)
lalisias periféricas.
Paul Singer

CURSODE INTRODUÇÃO
A
ECONOMIAPOLJTICA

3. EDICÃO

FORENSRE-UdNTIWRSITT{RIA
INDICE

EXPLICAçÕESE AGRADECIMENTOS

lúm.ia Aúa
T€orias do Valor 1l
-, Áula
/zsegunda
Repartiçãoda Renda .............. ......,.,.,..... 26
Terceira Aula
O Excedente Econômico...................,,.,...., 42 /
Quarta Aula
ÀcumuÌação de Capital . ... .. ... ...... .. ... . ... .. ... 57 '
Quinta Aula (
A Concentração do Capital... ..... .. ... ..... . ..... .. 74,
Sexta Aula
Moeda .. , ... .. ... ... ........ 89-
Sétima ÁuÌa
Crédito . ...... .. .... ..... ... t03 /
Oitava Aula
O Nívêlde EmpÍego ...,.,..,, ll1z
Nonâ, Aula
O Capital o o Capitalismoem PerspectivaHistôrica ,.. . 132 /
Décima Aula
ComérciolDternacional...... ... .. ... ..... ,... ,., .. 146/
Décìma PriÌneirs Aula
aloDesenvolvimedto
-A.Ìrálisê Econômico...,.... ...... 158
Déciina SeguddaAula
EconomiaPlanificada ,. ... .... 172
DGLICAçÕES E AGRADECIMENTOS

Ás aulas deste cu$o foram originaÌnento proferidas em 1968,


no Teatro de Arem, eír SãoPaulo, a convite do eútidadesestudan-
tis da Fâculdadede Filosofia, Ciênciar€ Letras da üniveÍsidade de
São Paulo. Ás aülâsemrn dâdasaos sábadosde manhã,a um audi-
tório compactoque circuDdavao palco, numa atmosfeÌa dô entu-
siásticavodtâded€ aprgadet que €xplodiâ em vivos debatesao fitn
dg cadaexposição.As gravaçõesdas aulaseram rapid3mentetrans-
critas das fitas, corÍigidase mimeogmfadas,a tempo de as primeiras
ainda poderemser vendidasaos frcqü€liadores enquanto o cuÍso
êstavâem andamento.
EnceÍado o cursq formulei um vago pÍojeto de um dia Ìees-
crev€r :rs aulâse tmnsformá-lastrum manual introdutório à ecotlo-
mìa política. Outros trabalhos,do entanto,iarn ímpondoo adiamen-
to sücessivodesteproioto, até qu€ descobÌi,para minha surpresa,
que as modo€tasaulas do Arela estavamseDdoativamênterepro-
duzidaspo! estuda[tesde vários centrosde ensinosuperior de difê-
rentes cidadesdo país. Havia bvidcútemeDteuÍÍâ IacunÊque estê
material, âpesarde suas insuficiêtrcias,estava preenchendo.Penso
que esta lacuna decoffe da Íecusa, câda vez mais fr€qüente, Dor
garte dos cstudaDt€s,de aceitar o dogmatismocoÍti que são dx-
postasas idéias das duas grandesescolasde pênsamentoque com-
põem a economiapolítica. Não fatam mêtruaisde introdÌrção à
êconomia,nem margbalistas-kelmesianos, nêm marxistas.O que fal-
ta, ao que parece,é uma exposiçãocomlmntiva e cdtica das duas
cofientese foi plecisamênteesteo cooteúdodo Curso do Arena, do
que decoffe, parecs.me,sua contínuaÌeproduçãoe utilização.
Finêlmento, chegou o momênto de enfÌentar a tarefa de dar
ao curso caráter mais acabado,permitirdo sua püblicaçãosob a
forma de li\.ro. Das 12 aulasdadasorigiúaÌmedte,havia a gtavação
corrigida de apenasnove.TÍês gÌavaç5ess€perderam,em circuDstân-
ciâsque üft dia, em outms co[dições,BerápossívelesclaÌecer.Destas
só me Íestarâm os esquemasde ítens, a partìr dos qLìah cu desen-
volvia a exposição.Passadosmeja dúzia dc anos. naturâlmcntenão
me lembÌavamais com precisãode como dcscnvolviâs idÚ;asapcnas
indicadasnestesesquemas.Resolvi manter o lcxto das nove aulas PRIMEIRÀ ÃULÃ
gravadas,apenasmelhora[do o estilo, quando iÍnprcscindível,c pre-
enchendocertaslacunasda exposição,que provavclmcnlcforam ob-
jeto de indagaçõese escÌarecimento aús o término da âprcsentação
o ginal, mas que não foram gravados.Deixei qüc o tom vivo da TEORIAS DO VALOR
exposiçãooral permanecesse no texto e tratei de não "atualizâr" o
tmtamento dos pÍoblemas,embom seja pÍováveÌ que minha abor-
dagem dos mesmosseria, hoje, em muitos pontos, ditcrente. Optei Exiíe um conÍlitobásicoque dividea econom:aem duasesco_
por esta soÌúçãoporque s€náo teria que escreverum novo livro, las ooosta*.EstáãiììõÌiã-econ;mia em corrrnLes que se riFìi-m-
tarcfa pam a qual não dhponho de meios,por ora. QueÍo frisaÍ, no ãìnãrgême que, inclusive.não tèm Lrmalinguagemcomum. dis-
entanto, que tudo que consta nesteterto Êvisto eu consideroessen- tjngue os partidáÍios da Economia Marginalisra dos da Economja
Marxista. TaÌ divisãoé muitas vezesescamoteâda pelos representan_
cialmenle corrcto.
Deseflvolvias três aulas faltantes do âcordo com os esquemas tes dos grupos opostos.Em obrâi de economiâpolítica marxistâ en_
de que dispuÍrha,mas é óbvio que o tom do texto é outro e o tra- contra-se,geÍalmentg.apenasuma exposiçãodo assuntodo seu ân_
tamenlo da problemáticaé datado de 1974 e não de 1968,pois era gulo, sem nenhumamençãoà existênciade outra análisecompÌeta_
impossíveldesconhecero que peDseie li nestesúltimos seisanos. O mente diferente e oposta,E a mesma coisa ocorrc co;Ìì a ÌiteratuÌa
Íesultado é um cuÍso algo desiguale não totalmcnte concatenado, mârginalista,incÌusive com o ensino nas üniveÍsidadesdo mundo
o que não me desesp€ra, pois estesdefoitos- se é que o são - ocidenlal,em que o marxismoacabasendoou completamenteesque-
refletem as vicissitudesda vida intelectual e poÌítica no Brâsil, no cido ou então é abeÌto um pa!ênteseao longo da exposição,e se
atuâl período. diz: exi'te uma escolaarcaicaque ainda se prendeâ conhecjmen'
Devo agradecimentos aos que me estimuÌarama me empenhar tos superados,por motivos ideoÌógicos:o maúismo; fecha-seo pa-
nessatârefa, desdeos que organizaBm o Curso do Arena, os qüe rênlesee se contjnua.O que se vâi tentar fazeÍ nesteculso é mostral
assistimma eÌe e mediantesüasindagaçõese objeçõesme levarama como as duas orientações estão ligadas às divergênciase às lutas
melhor pÌecisar o pensamento até os que tÉrscreveÍam as gÉva- do nossoIempo.Não e um deb"le que se dá meram_ente no plâng.
ções e os que persisterÌtement€ as r€prodÌraram, lÍansfoÍmando-as da interprelaçáo õLr da consLalação do' falos. Btá profundamente
em elementovivo de nossacultura. Quero também agradecer,pela ligado à inleÌpieiação da vida social, da evolução da sociedadee
eficiênciae dedicaçãocom que s€ €mPeDìaramm reproduçãodati- dod .umos desta evoÌução.
Ìográfica destosoriginâis, a.MaÌia do Carmo Bayma de Carvalhoe DentÍo dos cânonesda ciência positivista,é müito difícil enten-
Raq,rel Lourdes de Paulo. der um debate cientifico motivado desta maneira. ry9_!49jl"r
debare"obietivo".tle depende,em última análise,de uma loma-
São Paulo, I de ìaneiro de 1975 aì de po.:çrio ãnïerior, pr;-cienlilica.
Talvez a exiíència desÌadico-
lomja na ciência econômica,seja um dos argumentosmais irnpor-
Paul Singer tantes contra essescânones.d9 -o-bj9t&i4?!!e,cjç!]4!i!9. Não vou en-
lrar nisto longamente;só gostaia do alertálos para esta implicação
dos debatesque vão entremeartodâs as exposiçõesque serão feitas.
Comcçaremoscom o que me parece básico €m economia, oü
seja, com o p'ohrema da*gbL.5__9!9!9rnja é üma ciência socjal
oue d ifere das demah ciènciaì
de quanri;icaçao "oaiai;õ':;;õiiì;;;;õ6'l'&ìã
queo* demaisnão rèfr. Pôr-èieftptóieãïõìòtQiã,

t0 1t
A rcotìa do voÌor-ulilìdadeparte da reÌaçãoenlre uma nece's-
quando fâlamos d€ Íelações sociais, cías po(lcnì scf dislinsu'das' dadehumdnae o seruìçoou obìeloq!!-al3Jj!bçì. Eu lenho fome.
aÍaljsadas, classificadas;podemos fâÌar enì rrìlrìçocssìnìclncas c assr- .^-.'----,
o alimenroqJe pode:ati\'a7era fome e objelo de uma àtirìdade
mé tÍi cas . iguais e de s i Su a i s â, n ta 8 ô n i c a se d c c o opcrtÌção H á di fe-
econômicaque valorjzo na medida em que ele satisfazesta necessi-
rcntes formas d€ classificar as relações sociais o, uma vez clas-
dade. PaÍa mim, e-ste!ei.9!!iq.aq9é subjetiva.Ela dependede quan-
sjficadas,podemospassarà sua análise,ao cntcndimcnlode sua
dinâmica,e assimpoÍ diânte.Mas não podemosquanlificálàs.não ta fomô eu sjnta, de minha preferênciapor €ste ou aqu€leaÌjmento.
Í Em princípjo, cada necessidade humana pode seÍ sâtisleitapor mais
podemosdizer,por exemplo,que uma íelaçãoó 3, 6 vczcsmaisin_
i"nsa que outtu. Em psìcologia,faÌa_seem peÍcepç:ìo,tnì emoções, dÕ üm objeto. Estou, portanto, em condjçõesde escolher e posso
etc., mas tambérnquasesemprcde um ângulo qualitarivo. \alorizaros obietosde acotdocom rninhaDref€rènc;a subiettd. A
Náo pretendo mè alongar na análise dc outras ciônciassociais, reíiu do ,anrãiiiaàJei"", i" i'Ã'..;^pi,,"iiãrò n;o
'io-i"i;'a. de
dasquais não conheçomìrito, mas estouconv;clodc qu€ a cconomla' se trala da "verdadeìra" necessidadeàõ lnii-ivíduã-êfr-teriros
nesteponlo em particrlar, é diferente.Porque ç1qó câpazde qu-an- um critério objetjvo.Em relaçãoao exemploutilizado- a fome -
tificâr, senão a âtividâde econômica pelo menos seus fÍulos, ou os nulrólogospodem dizer quâl é a quantidadede caÌorias,de pro-
seìã. ii orodito SociaÌ.A maior paíle das lci. econòmicâqpoJe seÌ teinâs,de goÍduÍas e vitamjnasde que precisamospara nos alimen-
exÌieisi frriie'naricámenle e veriÍicadaempiricdmen!c A lei Jâ oteÍ' larmos adequadamentÕ,quais âs quantidadesmínimas necessárias
títda Drôcüra.a lei do valõr da moedaeta, quasesempr€'ou tal_ para a manutençãoda saúdedas pessoas.Tomarei isso como necesl
voz sem;re,sãopâssíveis de mediçáo,e podem,portânto, ser avaliadas sidadeobjetjva, que pode s€r perfeitamerte medjda. Ela náo irte-
não somenteem termos do que âconteceou não acontece'mas em Íessa, no entanto, à teoria do valor"ltilidade; o que Ìrteressaé a
que medida acontece.tssa poss;b!lidgde dc quanlificãçãodtcoÍre manejra como as pessoasexperime Íam essanecessidade, como elas
orecisamente da teoÍiâdo valoÍ Oü seja,ha um conccitõbávco na a senlem e isio evidentemertevarja de indivíduo para indivíduo.
i:cono.iu, qr. e Jao que p.tmite a utilizaçào de umâ uni-
"uìoi. O valor, neste sentido, é urna manifestaçãode comportamento
dade de mediçãoe\sencialpara,pralicamenle. lodos o' Íenómenos €ss€ncialmente subjetjvo.É claÍo que, pelo falo de ser subjetivo.eÌe
do mundo económico.É poÍ is$, ev'dentemenleque o conreúdo não estáisentode anáijse.O comportamentosubjelivopode ser estu-
tlestamedida- o valor ec;nômico - é essencial,é â pedra funda- dado, pode-severifjcar em que medida ele é condicionadopor vários
Àeníal de todo o edifício científico. fatores que, por sua vez, não são subjetivos.O caÌáteÍ subjetivodo
ErìsLem,na ciénciaeconômicâmoderna.d-üasmaneiÍdscom- comportamenioindividual não foi mais que um reconhecimento,por
p!44r[e!l!e dif€rentesdc se definiÍ yqlor: uma delas ÍeiiÍa o vaÌor parle dos marginaÌistâs,de qüe,na reâlidade,há bastantevariedade
ãe uma relacão ilo homem com a na,ut.-, o,l do homem com as nas preferênciasdos individüos na escoÌhaentre dif€r€ntesformas
ioisas. E)a parte da idéiâ de que o homem seúte uma série de de satisfazersuas necessidades.Mas, curiosamente,o marginalismoì
.riecessidades e é na procura da sathfaçáo dessasnecessidades que
que nunca foi câpaz de desvendaras leis que governam esta subjetjvi-i
ele se engaja na atividade econômica. Po anto, o ele cria na
dade. E não o conseguiu,apesarde teÍ feito do consumidoro cen-t
atividade ecoÍômica, or seja, o rolor, é o grau de satjsfação ou-a
tÌo do seu sistema,porque precisoujustificar a "soberaíia do coni
utilidade derivadadessaatividade.De acotdo com esta abordagem,a sumjdor", supondo-o,no fündo, sempreÍacionaÌ e capazde Ìeconhei
atividadeeconômicase dá €ssencialmente entÍe o homem e o melo
ceÍ suâs necessidades e os modos de melhor satisfazêìas.Quandd
fhico e o homen atribui valor aos objetos ou aos servlços,na me- as grândesempr€sasdescobriramque poderiam,através da publici-
dìda em que estessatisfazemsuasnecessidade3 A-abordagemopdstt
dads. manipLìlara vontadedo consumidor,impingiÌÌdolhe uma "imâ-
rerira o valor não das relações d,o homem com as co$as. mas do gem dâ marca" e corÌdicionarÌdo-o a se tornar "fìel" a elas, se pas-
homem com outros homens. isto é, das relaçòes'sociais' O valot,
sâÍâm a fazê-lo,tÍansformandoo comportamentosupostâmenle "au-
neste caso, é o fÍuto das leÌações que se ctiarn entre os hoÌlelts rta tônomo" do consumidornuma série de reflexos sabiamentecondi
âtivida(b econômica. E elo se mede pelo tempo do trabalho PÍo'dÌ!!i: cìonados,PoÍém o marginaÌismonão tomou conhecim€ntodo quc
vo qu€ os homens gasiáiiì-iià átiìiiitâde eaônômica- A primeila é a âconteciade fato no mercado e continuou DostulâÌrdooue as em-
teorìa do valor-utìIidaàe e a seguldâ, a teoÌia ilo valor'trabalho .
I3
t2
Dresâssc ílesdobmvâmpaÍa atender aos desejoslivremente
IoÍmu' sozinhoem sua iÌha, lenta sobreviversem auxíÌio de niÍIguém, de_
iarlos do consumidor individual. Os caPitalhtas passaÍam â adotar sempenhandotodas as funçõesprodutivase sê satisfazendocompÌe-
parábolas tameÍrteem contato com a natureza, Em tal sociedadenáo haveÍia
uma atilude âÌgo inconseqüente:nas grandesocasiõesas
rnareinalhtasaõercarle "súa úajestade, o consumidor"contiruavam arìvidâdeeconômicae a alividâde produtiva não geraria valor' f\
sendãproclamadas,o que Dão impedia que no dia-3-diacampanhas valo. ë o valor do pÍodÌrto sociat.da aLividadecoletiva coDjuDtag:-l[íl -
vr'an_ todos os membÍos ativos da sociedade.
Dublicitáriascuidâdosamente PÌanejadasÍossemdesenvolvìdas'
ão i"i". o "..i do mercado-" a comPÍar e consumir em medida Na medida em que o valor é o valoÌ do produto so€ial,eÌe re_
sulta de uma atjvidaãe iõiãliãì pode ser medido pelo tempo de
muiro maior e em dìreçãomuito difeÍente da que esponlaDeâmente
faria. (Ísso foi demonsttadopor J. K. Calbtaith en o Novo bstaao rrabalho sociai iDvestido ne^stepr.qdJ&. Éte tìirlro dé irãbã16õ-ë[uã;
I ntLttrìalt . Ìizã todos os Aileientescompònentesdo produto .ocial. Enlào posso
i-*.-:+ da idéia de que dizer qüe uma sessãode teatro é igral a tantas viage$ de ônibus,
PoÍ outro lado, at't"onoao ,ator',,ãìiìõ\'aíe
a atividaaÌe econômicats-essënciãÍmeì-te coletinã Ou seja eÌa Úão jn- que é por sua vez igral a oütros lantos parcs de óculos,maços dc
i"."iru no .rtoao da ciência econômica;-iqÍãnto atividade indivi- cigarros e assim por diante, porque todos essesprodutos resultam
alual. É claro que os indiYíduos, vez PoÌ oütÍa, fazem co;sas PaÍa sl de uma mesmaatividadesocial: o trabalho socializado,realizadome-
DÍóorios. isolâ;amente.Quando a enceradeiÍa qì'ebra' o dono da diante a divisãosocial do trabalho. E nessosentidoo valor é objeti-
lasâ, tendo habilidade.c;oseÍta-â. Esta atividade poderia ser feita vo, porque pode seÍ medido objttivamelte
Dor um eletdcista;se o eletlichta é chamado,sua atividade é econô- Portanto, em resumo e quanto a essaparte, a teoria do valor-
mica. é um sewiço remunerado, constitui uma mercadoia' poíanlo utilidade é uma teoria subjetiva,na medida em quo ieflete um con-
! otiito ao estuaãda economia.se é o próprìo dono dâ enc€râdeiÍa portâmento subj€tivo, que é objetivado enquanto obÌ€to de estudo.
oue ïaz o lÉbalho, este Dão é. do ponto de vista da teoria do valor- Á rêoda do valor-tmbalho pârte da idéìa de que o valor é algo so-
qúe cial e objetivo. Do po!ìto de üsta da teoria do valor-utilidade,o
;abalho, uma atividade econômica. É uma alividade partícular
o indivíáuo faz. assim como toma banho, que é uma alividade in- valor do mesmoob.ietomuda se a opinião das pssoas a respeitodele
dividual do adulto. müdar. seu valor pode âumontar ou diminuir: bâsta que as pessoas
,ll õ;, na medida em que a ativìdadeeconômicaé uma atividade mudem de opinião a seu respeito,hto é, a respeitode sua capacidade
lll ersen"iutm.nteúcial, ela decorte da divìsão social do tra- de satisfazer üÍra necessidade humana, Por exemplq um vestido
"nt.tiuu.r" quaì as pessoâsdesempenbamÍuoções dileÍeacìadase que passouda moda perde o valor porque deixou de satisfazeruma
lllUlrr",
lecossidade.Ele. fisicamente.é o mesmo.O tmbalho social nele in-
"' co^olemeotares.ou seja,Dão é todo mundo que Íaz a mesmacoisâ'
Sem usar exemploslonge da nossa realidade.basla oÌbar para a corporadoé o.mesmo.Ele !ão mudou. Na loj4 custavaCrg 100,00
economiaurbaaà brasileirapara verificarmosque cada indivíduoque enquan[oestavana moda. No enlanto, a moda mudou. O que mü-
oaÍticiDa da atividade econômica desempeDhauma função muito dou foi o gosto do consumidor,sua íecèssidadesubjetivado v€stjdo.
àspeciálizuaa.Ud é professor' outro motorisla de ônibus' oulro é Então estevestidopeÍde valor, seu preço cai a Crg 20,00,Crg 10,00,
r!Ai"r. out.o ator di tealro. E estasatíidades só adquirem seDtido ou é dado de brindo a quem compÉr um vestido novo, sem que,
ou a^ que as outÍas eÍistem. O atoÍ de teatro só pode de- no enlanto, Íísica e socialmentetenha havido alguma mudança em
-funçao na medida em que existo o eletricista' o relâção a este ob.ieto.
-"diau sua
simoeúar -os
r"r'""nai.o qu" faz cenários,o bilheteiro que cobÍa as eÍltradas' Um ouÍro-potrtq que as duas teoÍìas difercm é úo qüe diz
E na medi<la em que existe o agÍicuhor que úo produz a alimen' respeitoaot!Íoduto I [ Ësto é concabidopela teoria do valor:
_de todos os obietos e servi
;"ã";;r; lÍoc;, em úttima análise,p€Ìosseusserviçosanísticor' utilidade
pte_ o som&-
ü Oia. o uâtor, de acordo com a teoria do valor{mbâlho' decone
" dos
ìì.ii"i"*t" dosta divisão social do lrabalho rmaginemos uma socie-
'ã"J" (na realidadêâ An-
rtãun" sem divisão social do trabalho
tropologia não Dos Íevelou nenhum.a mas
para argumenlar po_ âvaliaçâo que d€Ìes fazem os. agentcs econômicos' tro ,nomeúto etD
aè-:;;;". nela), €m qüe cada indivíduo como Robinsot CÍusoé que os transacionam no mercado. É um somatóÍio de cotaçõas, apli

I4 15
cada,a difercnles quantidade'de bens.e que \ariam segundomuJ'nr
pell)âr numa bandeira.penetÍarno interiordo Bía\il, caçar ind:os- d
FaÍa do valor-
e
ôr eoitos. as Dreferèncias as eÍpectalivas 4teona para\enJéìoscomoescratos. eleestábasicâmente agindoda mesma[4,r^Y
iÀË"inã" *]o. do produto sociâlÍesulrade um determinadotsInPo maneira que un indivíduo que sai de manhã, comp:.ao Düirio Po- / Lç
-dg-rrcb-atL"-!esq+{.*"e,c=e:ì*.1?: j;,ïi#f j,ï'#ffi : Fiar, e proctttl um anúncío de empr.cgo. Fu4dam4ltlalmclte, é a
E claro
Ììdadede mercadorras. que eslas # mesmacojsa,ambosestãoprocumndocoÌocato seuesforço,que pode 2,,
iii nea.sidaAe,humanas, pois.senào.não Ieriam \aìor' Dado o ra- ser precisamente rÍabalhaÍnum e,critórioou ir, paÍa o mato buscarqíú/{
manho da população, sua composiçãoeÌária e de sexo e o podeÍ indios,em lroca de objetose serviçorque \atislaçamsuasnecesst-
do "Y'
a'ut â salirfaçãode cada nece'sidade dades.
"a.i*.laqses. quantìdade de
-"i.i,i"o a"t consumidoÍestequer umu ilercrminado
J"i".i" Náí'.há.le{Ìpo hisróriÍoaì, As diler€Dtes ioÍmas de organiza-
Àelcaaor;as.QualqueÍ mercâdoriâ prodüzida além deíe limìte não -
ção.ocial, de vida eóõãômica, sàoeÍlglobâdas no mesmoquadrode
i necessaria,à ttubulho gu.to em sua produção náo é socialnìenle análjse. Existe sempreo mercado,mesmo quando o jndivíduo está
necessáÍioe, portanto, não tem valoí sozinho.Acho que esie exemplo.basiantecitado porque é extrcmo
dl Porém,objelam os marginalidas. a quanlidadedeÍì'"nJ'Jd de moslra bem esla concepçãoa-históricado valor: Tarzan está deitado
lfl aeterminaaa mãrcadorìa depende do seu pÍeço:se e're lor nÌd;or'a no s€u galho de árvore e descansa. De repenle,sentefome, mas não
llouanridadeque DodeseÍ vendidarera menor € vice_'er(aLogo a tanta a ponto de sair e procurar alimento,Ele prcfere descansar,em
ãuantidadedemándada,isto é, "necessária"dePendedo preio o'r lugar de se movimentar, num esforço para satisfazer a fome que
\eja, do valor.o qual nâo pode.er determinado indepenJentercnle ó uma necessidade pequena,ainda. Porém, à medida que o lempo
da quanLidade. A eía objeçáo. os paÍlidariosda leorìado vaÌoÍ ra- passa,a fome aumenlae num mom€ntoqualquerele se levanta e vai
balho respondem que as mercadotias não chegam ao mercado sem cd(aí. Esse comporLâmeDlo do TaÍzân é essencialm€ntJ económico.
Dreco.só o recebendo ali ao sabor das flutuaçôes da olerÌa e da para a teoda do valoÍ-utilidade.
proirra. Nu verddde.as mercadorias provémde empÍe'a'câpiLâli= O mesmo tipo de análisese faz do desemprcgo:se há derem- ll,
tâs, que aÌmejam se manter e se expandir e que, portanlo, Jamals píegadosé porqueo nivel d€ remuneração que o indivíduopode/fl
poderiamvender seusprodutos por um preço que náo.cobrisseade_ a.lcatrçâroão é suficiente para fazélo sâiÌ do seu ócio. Esta éÍlí
ãuailamentescus cuslos e thes prcporcionasseuma adequadâmar_ a análise que se faz e qüe se fez e qüe foi absolutamenle predomi-
eem de lucro. Ora, e"te preço.determinado pela competiçào enlre nante Da economia "ocidental", pelo menosaté Keynes,Foi Keynes
ãt atpa"tu. capilalhtas,corresponde íembota LÍansformadame0le) quem mostrou a existêncjado desempregoinvoluntário, qu€ mesmo
ao tempo ale trabalho socialmentenecessáriogasto na pÍodução de que o indivíduo quejrâ trabalhâr por muito pouco, ele pode nAo
carla mìrcadoria, e a soma dos Preçosvezesas quânlidadesde cada encontrar otortunidadg Ín divjsão rociaÌ do trabellp. Mas cm t€oria,
mercadoda produzida corresponde(diretamolte) ao lempo de tm_ nem isso se aceita. Em teoria o sujeío pode s€mproaÍÍanjar algìrm
bâlho socialmetrtenecessáriodìspendidoÍro ploduto sociaÌcomo um "bico", pode ajudar a mulher do vizinho a lavar a louça e ganhar
um pÍato de comida.Dessaforma, s€mpreque o indivíduo está de-
A teoria do valor-utilidad€ pÍeteÍldg-se ou seja.o
.a-históIicê, sempregadoé porque ele pÍefere o óc;o à pequenaremuneraçãoque
comporlamento humanona áreaeconÕmlca c esrenclalmenle loenrF Ìhe pode ser oferecida.
co sempre, embotà possarnudar na sua manifgstaçáoconcreta A De fato,Iqentanto. a teoria ilo valgr-utilidâdeúo é â-históÍica,
diferença entro a atiüdatl€ econômicaem relação ao vaÌor, de um p9t9$-1"-i@-"ug3. s1@aa!!S.q14la!ìecê$ã{$
indivíduo em São Paulo agora, e de um indivíduo em São Paulo numânâs\Jo Dâsrcamente pÍeeocneram
estarer\,e essâssocleoa0es
no temDodos bandeirantes, não existe,ela é essencialmente a mesma' ralrez t$5 da hlslofla humana ate hotê, Em contrasLecom a so-
emborasua manifestaçãoconcÍetaseja úuito diferente.Mas a mani ciedademodema, de ús-revolução industrial, as sociedadesanteÍio-
festaçãoconcretada relaçãodo indivíduocom a sua atividadeeconô- res eram relativamelie pouco dinâmicasno seu tmo de transfor-
mica'hoje e anteo[t€m é também diferente. Não há diferençaentre mação econômica.Entre o padráo de consumode um camponêsda
hoje e anteonlem,e entre hoje e lrezenfosanos atrás Âs diferelças grande difeÍen-
Idade Médja e de seü avô, não havia essencialmente
são colocadasnum mesmo pÌano; sc um bandeirânteresolve se em- ça, o mesÍnoo,corrcndoentre o padrão de consumode um dono de

16 17
fazendapaulistanos fins do séculopassadoe do seu !rai. À base das mko poÍque se toma social. Ou seia, elâ não é realizada pdmor-
sociedadesque nós estudamoshhtoricamente, as necessdadeshu- dialmente, ilitetametrte, para satisfação de necessidadesdo PÌóprio
manas,que podem ser sathfeìtasp€la e€onomia,vatiam lentamente inalivíduo qüe produz, mas de oulros iÃdivíduos' obtendo, €m com-
ou não variam. Ora, numa economiaassim, o bapel da prefeÍêll- Densacão.;m produto equivalente.em lempo de trabalho, da ativi-
cia subl:eliva,o papel do consumidor,como elementodinâmico da àud. àos ourro. individuõs É essâampÌjaçãoda atividade€conómi-
ecorÌomia,é nuÌo. Porque eÌe já é educado,iá é criado num ce(o ca, no coniunto da atividadehumana,que é reveladapela abordâgeÍÍ
padrãode consumocom uma possibiÌidadcde escolhaextreúamenle dâ teoria do valotìÌabaÌho.
limitada. E o aparelhoprodlrtivo da sociedadejá está montado, já Gostaria ale terminâr esta exposiçãoaúalisâído várias iÌnpli_
está constÍuídoe estrutumdopata sâtisfâzeressaquantidadelimita- cacõesdasdüâsteoÍiasdo valor, implicaçõesessasque seúo objeto de
da e esÌática de necessidâdes. Logo não teria e não tem sentido expljcaçõesmais aproÍundadasnas próximas exposições'PoÍ eÍem-
procurar expÌicara atividade ecoüômicae sua variâção,a partiÍ das olá. a ieoria do vaior'utilìdade,na medida em que começaa expli-
necessidades humanas,potque elas sãoum elemeÍto qllaseconslanle, car o valor de cada obieto e de cada se iço, PaÍte essencialmente
A teoria do vaÌor-utiljdadeImssaa t€r uma aceitaçãorelativa- alestesegmento da realidade Í]ne é o mercado ou seia, é na Íroco
mente gmnde como ferÍamenta de explicaçãoeconômicana socie- oue o va-iotse mxnife\ta concretamente.Qual é o valor que atÍibuo
dade moderna, e apenas nesta. Porque na sociedademoderna o aos meus óculos?Todos nó' ìrsamosóculoc Para etrxergarmelhoÍ'
dinâm smo, que é gerado no ato de produçáo,estimula constante- Mas islo nào quer dizer que atribuimos aos óculos o mesÍo valoÍ'
mente o consumidora escolher,a ampliar a escalade suas necessi- Não há unjformidade nesta Íelação subjetivâ. Pode 3€! que a pcs_
dades,a mudáìas. E na medida em que rcspondgma essesestímu- soa, por moliv4osestéticos.odeieos óculos.Há pegsoas,.que pÌafeÍem
Ìos. na medidaem que seu comportamenlo muda. ele torna viá\el sentarem cima deles,Há outÍos que Dão podemüver-slm os ócüìos
uma-sérÌe de rmnsformaçòes econômicas. Explicara eco0omiccapi-lr/ Portanlo, há uma gama de talor'zaçõesclo mesmo obleto por olr€-
IalisLamoderDaa parLirdo comporLamento do consumidor e vidvel.l- rentes individuos.Não cabe à Economia, nem ela tem condiçõe\
Não quercmosdizeÌ que é certo, mas €xiste uma certa correspon: DaÍa isso.estudaressavariâçãognquânÍo atividadede consumo ou
dência entre a teoria e os fatos, corrcspondênciasuficiente pam se ieìa. enquanroeu uso os óculo', mas aPenasna rÍedida em que os
poder trabalhar nessesentido.E é por issoque consideramos a teoria .riou tràcando por ouÌro tipo d€ objeto de uso qualquer' Nesse
do valor-ulilidade uma teoria histórica, porque ela €stá prcsa a uma caso, o valor €mbora subjetivo,apareceno comPoÍtamenloobjetivo
reaÌidadecontitrgenteno tempo, das oessoas ÍIa troca, E como a economiaDão é uma ciÈnciamera-
A teoria do vaÌor-trabaúo é histórica por definição.Na medida menie descritiva.mas teÌìde ou pelo menosdeve cheSôra Íesultados
em qüe ela explica o vaÌot do produto socjal pela divisão social do opeÉcionaìs,o que interessaa ela Dão é o compoÌtamentona tlo'a
trabalho, ela só é válida Âa medida em que hô esta divisão sociat i;dividual,mascoletivâ.O quo interessaé o pr€ço qüe os óculos atin-
do trabaÌho. E câda traDsformação nessadiviúo, que é a linha mes- gem no mercâdo.EÍe preço é uma média de diferentespÍeços que
tÍa da evolução econôúica, jnflui sobre o valor criado. Em última ãil"."nt"r indiuídno. pagadam pelos óculos. Se estes folem duas
análiso, poder-se-ia dizer que, ao longo da história econômic4 a dlvi- vezesmais câros do que o são, menos indivídüos os comptariâm,
são social do trabalho sempre se €xpandiu. No ponto de partida his- mas algunsainda os comprariam; se os óculos custassema metade,
lórico, que não sei exatametrúequal é, uma graDde parte da ativi- mais indivíauos os comPnriam. lsto é, há iDdivídlos dispostosa
dade dos indivíduos é não-ecoDômica. Os indivíduos trabalham pam Dasar qualquet preço pclos óculos e o Dümeto de individuos vaí
si próprios e boa parte de sua atividade não contribui Dara o DÍo- O que'jnierei.a é o preço efelìvâmente pago Portanto.
duto social. À medida que vamos caminbaDdodas sociedadespre- "a.ianaõ.
a teoria alo vãlor-utilidadeenconlÌa sua aplicaçãoprática imediata,
hislóricâsaté às modemâs, assistimosa uma âmpüaçãoda dilhão na explicaçãodos pteços efetivosno meÍcado.E na medida em que
socialdo tÉbalho. Ela vai eüglobandouma proporçãocadavez maior isto é assim,o seü ponto de abordagemé do indivídüo que se en_
da atividadehumaDa,até chegarmosao ponto (qüe não atiúglmos conira no úercado. A leoda reduz efçtivametrtetodo o compolta-
aitrda, evidentemeíte, mas do qual estamos nos aproximândo), ,ern mento econômicoao comportamentodo mercado,O próPric ato de
quo praticamenteÍoda a atividade humana adquire catáter econô- pÌoílução é,asirtiÌado a uma atividade de troca: o indilídüo estd

I8 '19
tÍocando seu ócio, que é gostoso,pelo esforço,que sempro é desa_ Esta Íemuneraçãotoma a forma de juÍos, os juros são calcula-
grâdável.A atividad€do tÍabalho humano é encaradasemprecomo dosem relaçãoao tempo; crescemna medidaem que o tempo passâ
Íegatjva. Na atividadeprodutiva o indivíduo está trocando um asra_ A produçãodo excedentesocial.por sua vez, explica o pÌóprio cres-
dável (o ócio) pelo desagradável(o tÍabalbo). que leva a um o;tro cimento da economiapois é a a reinversãodesteexced€nteque faz
agradável(a satisfaçãode uma outra necessidade), a economia cresceÍ. Tudo isso se explicâ, a partir da teoria do
 teoria do valor{Íâbalho Darte da produção: o valor não sur- valor-utilidâde,pela preferênciapeÌo consumo imediato e pela valo-
ge no m9Ícado, €le suÍge na produção, no lrabalho. Este Dão é en- rjzaçáo do tempo. Por exempÌo,há êlguns iDvestim€ntos que levam
caradocomo algo negativo,como a renúncia ao ócio, ao d€scansq üm tempo relativâmentelongo paÍa se materialjzaÍ, como uma es-
mas colno uma atividadeque afirma o homem etrquaDtohomem. O trada de ferro, uma usina hjdroelétrica,uma usina d€ aço etc. São
indivíduoé encaradocomo ptodutor social,como indivíduo integrado empr€endimentos que levam 5, 7, l0 ânos até que se matelializem.
na divisãosocial do tÍabalho. O sâcrificiofeito é, po anto, muito longo, o Ìisco que os irdivíduos
A leoria do valor-utilidadeexplica o excedentesocìal a partir correm de jamak usÌrfruircm pessoalmente deste sâcrifício também
da Íenúncia. O excedentesocial é o que a sociedadeproduz e que é longo, Conseqüentemente, este sacrifício tem que ser remunerâdo
não se desti[a ao consumoimediato, Bse excedontesurge sob a com maior quantidadede recursose o rnercadode câpitaisfunciona
forma física de máquinas,matéÍias-primas,edifíciosnão Íesidenciais, €stritamentede acordo com €sta !ógica. EssesinvestiÍÌlentossão fi-
etc. Tudo aquilq enfim, que serve para algüma coisa que não é nanciadosmediantea venda de ações,cujo pÍeço sofre um !:ságio
consumohumano imediato, constjtui o excedentesocìâl.pois bem, que é proporcionsl ao tempo de matuiação dos iíve!time!!9s. O
estoexcedentesocìalé explicadopela teoria do valor-utiÌidadecomo ÍefÌoÍestamentoé uma atividadecÌrjos resultadosdemorâmàs vezes
o ÉsuÌtado de uma Íenútrcia ao consumoimediato a favor de üm 50 anos,prazo que vai bastantoalém da erpectativade vida da majoÍ
consumo futuro. O eiccdente social se produz porque há uma pou- parte dos indivr'duosadultos que não podem esperar viver muito
pança, ou seja, porque alguns indivíduoü voluntaÍiamente, poÍ cál- âlérn de 50 anos-Numa sociedadecapitalista,o Íeflorestam€ntoqua-
culo econômico,não gastam tudo o que ganham em consumo e se nunca é deixado à iniciativa privada, ao comportamentoindivi-
guardam uúa partq poupam uma paÍe e a itrvestem para obter dual essencialmente econômico;ele é quase sempreuma obÍigação
no futuro um valor maior. Neste sentido, o excedent€ é o rosuìtádo Ìegal, umâ jmposiçãoda sociedadeaos individuos,ou então é feilo
de um sacrificio, e sendo assìm, deve ser temunerado. Os indivíduos pelo poder públjco.
que poupam e destemodo tornam possivolo exced€ntesocial, fazem Todo o comportâmentodo poder público, do Estado,na econo-
um sacÍifício em prol da sociedadee esta, Írara estimulálos, com- mia, náo se explica pela leoria do valoÌ-utilidade.Não t€m lógicâ
p9Íìsa-osdesle sacdfício por moio de uma remunemção que é a taxa em termosda teoria do vaÌor-utilidade.O comportamentoeconômico
d€ juros. do poder público não obedeceà mesmaracionalidadoqüe a do indi
.{i apârece então um dos elemeútos imDortantes e verdadeiros. viduo, sempÍe pÍocurando tornar máximâ a utilidade a seu dispor.
vamos dizer, nà constataçâoime.líatados farãs, reveladospeÌa reoriá Para a teoda do valor-trabalho,o excÕdentesocial é fixado de
do vâÌoÍ-ulilidade:sempre há uma preferêÍrciapelo consumo ime- acordocom o tipo de sociedadeque se analhâ. A abordâgomé essen-
dialo em relação ao consumomediato, ou seja, o consumoadiado, cialmentehistórica. Nas sociedades em que o caráter social da eco-
O tempo cotrta para o consuÍlo bumano. Se Dossooscolher entre teÌ nomia é conscienÍ€mente Íeconhecido,isto é, quando ele não surge
um objeto hoje ou daqui a um més. prefirò rè-to hoje. Em igual- como üna Ìesultante final de muitos comportamentosindividuâis
dade de condições.prefiro télo hoje. portanto, se reDuniio à-sua desarticulados,como é o caso tanto nas sociedadd coÌetivistasdo
posselmeorara,se €u adlo a posse e o uso de um objoto por um passadocomo nas sociedades coletivhtasdo presente,o excedentoso-
mes, corro o risco de não estar vivo até lá ou de mudar úinha ciaÌ é a jniciativa mais importante do grupo. Numa sociedadeco-
opjnião a respeitode sua utilidade e ele não me servir mais alâqui munista primitiva, poÍ exemplo, a primeiÌa coha que o grupo faz
a um mês. Est€ Ìisco que cofto é o sacrifício que faço e que tem é decidìr quantosp€ìxes';ão pescâr,quânto de mandioca vão plan-
que ser remuneÍado_ tai (mandiocaé o ljpo do prodüto que fica na teÍÍa quanto tempo
em relação ao espaçode lempo pelo qual re_
nuncrcao uso do obìeto- se queri é uma rcserva), para depois decidir quanto vai ser pÍodu-

20 2I
zido para o consumoimedjato. Numa sociedadecentraÌmenteDla- é a teoÍia do vaÌor-trabalhoque a dá, na concorrêÍrciaque pÍevâlece
nejadahoje em diâ, a fixação do excedenre.ou seja,do produto ôue
nq soci€dadecapitalhta. A sociedadecapitalistatem um taÌ tlpo de
não será deslilladoao colsumo, mâs à ampliaçãoda própria econo- orgãnização€conômicaque leva os detentorcsdo excedente,os de-
mia, é uma decisãocoletiva,corÌsciente,deliberada,discutida.Se M tenloresdos meios de produção,a um comportamentotal, que eles
um sacrifício, estesacÍìfício é coletivamentedelib€radoe assumido. geralmenteacumulam a maioÍ parle dos Íecursosqüe vêm ter Às
Numa economia capitalista,de mercado generalizado,o exce_
suas mãos e que não sío normâlmenteulilizados pâra o seu con-
dente decorrede forças sociaisque não são deljberadamenle fixadâs. sumo. A teorja do valor-trabalho diz o seguinte:é absolulamenle
DecoÍe essencialmente da produtivìdadedo túbâlho e do custo de ocioso, diletanie, bizantjno, pÍocurar expÌica( o comportamentode
reproduçãoda força de tÍabalho. Vamos analisar o aue sisnif,cam poupançado indivíduo que ganha uma fábula, dono de umâ fábri-
estasduasÍorças.De um fado a sociedadedispòede lorça de trobalho, ca, dono de um banco, dono de uma faz€nda,em funçáo de suas
ou seja, da capacidadefisica e mental de seu! indivíduosde oxeÍ- de consumo.Ele ganha 5, 10, 15 vezesmais do qu€
necessidades
cerem funçõesprodÌrtivase socìais.FJla capacidadôtem um cÌrsto.
noÍmalmente consome.ainda que consuma muiÌo. E âssim, ele é
quo é a soma dos recursosnecessáriospa; manter os jndivrduos jncapaz de consümìr ll3 or 1/4 do que normalmcnle ganha. É
vivos e parâ garantir sua reFodução. Para qìre a força de tÉbalho quaseforçadoâ acumular pela compelição€nlre as empresaseconô-
exrsLae possa_ ser Íeproduzida,é preciso que os iDdividuos.que â de cresc€r€nquanlo capitalistao jnduz a esta
micas; a necessidade
,ncorporam, vrvam. E o mítrimo fisiológico de sobretjvèDciae de alividade de acumulação.
reprodução d€ todos aqueles que trabaÌham em suas atividades. E
Em úhìma anáüse,a teoria do valor-trabalhoexplica o exceden-
a isto, há que somar os Íecu$os necessfuiospaÌa qualificá-los para te possívele èxpìicapor qup o excedenteÍeaÌ tendea se aproximatdo
exeÌcer as.fütrçõesdilerenciada. e complemetrtaresdetioidas pola possível.A teoriâ do valor-utilidadetenta explicara r.Ìrìotivação
huma-
divisão socia! do trabalho. Ísro é, a escolae vários ourÍos lipo; de
na, tenta expücarpor que -4 poüpa maisqu! ,, por que algunsiÍrdivl
organizações quê a sociedadecria para qualÍicar o trabalbohumaEo.
duos sãoestimulâdosa poupar e outros não. A teoria do valorìftba-
somando rslo ao custo de subsisÉnciada populaçào trabalbadora,
lho é essencialmeltemacroeconômica,consìderaa economiasempÉ
nós temos a parcela do produto social que Marx chamou de ..prq_ como um conjunto,e dá a grândemedidado exccdentesocialpossiveÌ.
duto necessário".ou seja, sem a qual a ecodomianào pode sequer
Ádmhe de antemão que esia possibilidadenem sempretende a se
se reproduziÍ, muito menoscrescer,Ora, dado este mlDiúo. nójte- realizar numa economìacapjlaìhta. O grand€ mérito da teoria do
mos, por outro lado, o produto socia.l total dado Dela.üodutiyììlade valoÍ-trabalho é que ela explica a pÍópria evolução do €xced€nle,
da íorya de oabalho. A força de trabalhooÍetivamãnleìsada oroduz porque este sempre lende a cresceÍ em relação à produtividadesc
uma ceía quaEtidadede recursosque geralmenteé maior do que
ciaÌ do tÍabalho. EIa nos dá instrumenloseconômicos€ sociológìcos
esteminimo, ou seja.o produro necessário. A difefençaêntre o pio_ para explicar como o produto necessáÍiotambém cresce.Por que os
duto socialtotal, rcsuÌtadodo uso da força de trâbalho, e o produto
indivíduosque lrabalham lendem a Ìutar por uma participaçãopelo
necessário é o elcedente social
menos não decresc€ntedo produto social, e como, apesardisso, o
,- ê.1."91u do valor-utilidadecomeçacom o iDdivíduoque poupa. pÍoduto necessáriocomo proporção social tende realmente a de-
Um ìndividuo galha 3.000 cruzeiÍospor mès, resolve gairar'2.ob0
crescer'ÌlÍo será moÍrâdo mah adìante.Porém, €la não tem, r?e$e
e LrJUUele poupa, tendo em vjsta que daqui a um teúpo. graças
nívéI, a possibiÌidâdede expiicar a variaçãodo dia a dia, de ano a
aosJuÍos-_qüô ìra obter, ele possuifámais qu€ isso.JuoÌando,s-.todos
ano, do apârecimentoconcreÌodo excedentesocjal. Assim como ela
essesmdrviduos, a sua poupançaconstitui o excedent€social, A
lem uma visão macro€conômicado conjunto da atividade total da
teoria do ÌaÌor-trabalho parte da jdéia de que o produto socìal é
economiâ,ela tendelambéma ter uma vjsão do tempo a Ìongo prazo.
jml qra,ndezadâda e reÍlere a produlividade da lorça de trabalho. Na medida em que a t€òria do valor{rabalho passado mah abs-
Deduzitdo do produto social roraì o produto necessário, o que sobra trato ao mais concrelo, ou s€jâ, tenta explicar o excedenlede um
e o excesetrte.rgmo que o somatório das poupanças ind:viduais, pãís capitaiislaespecifjco,com suâs característicasnum certo mo-
!
Ìeltas por um cálculo individuaÌ. vai corresponderà difeÍençaentre
meÌÌto, vamos dize., um país não tolalmenle capilalisla, não pura-
o produto total e o produto Decessário?Á expücação se oncóntra, e
menÍe capitalista como é o Brasil, país subdeseÌrvolvido, em que a

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possedos mejos de produção não está em grande parte âqüi, mas o comÉortamento marsconcrelo,ele passaa;ncorpoÍaros váriosfa-
no exlefiore em que o excedenre sociâlpodeser apl cadoìqui ou toÍes pcculiâres,e chega evidentementea um nível de concrecão
não. pode seÍ exporrâdoe em que parle do excedentede fato lnves_ cm que a n-opriââr;!idadeindividuatdo capila,i\taae.emoernaum
tjdo vem de fora para dentro, na medjdaem que a reoria do valor- cerlo pap:Ì liïi'âJo. O proprioMarr Ía7 nso. euem ter O copiíol
lrâbalho passaâ formas rnais corcretas € imedjatasde análise_eìâ peÍccbeque o, grândesc\quemd.do primeirovolumee do .egundo
passaa jncorpoÍar o instrumental da teoriâ do valoÍ-utilidade. A vo ume se rrdnstormam, n;o que mudemessenciâlmente.
paÌtir-do mon€nÌo €m que queremosexpljcar o excedentepÍeciso, mas adouj_
rem \;da. cor, cheiro,constréncia,na medidaem que. no tercero
o.do_Brasìlem 196?,aí o comportamenro de poupançâ,o ;acioci volume,ele pâ(saa explicarcomo a mai(-valia efetivãmenre aoarece
nlo oos gÍandesgruposque detêm a mais_valiapassa a ser o enfo_ ao. olhosdc cada Ìrm dos parLicipantes, dos aroresdo dramà eco_
adequadoE como eslee o enioquede.deo princrpiodâ teorid nomico.Ë e,serrrbalhodo rerceirovotumeque.podemosdÍzeÍ.foi
-que
dô,.valor-urilidadê, muilas dd, exDticaçõe. enconr;âdas petosmarg:_ cortâdo, jnterrompido durante meio séculopor mara polêmica, peìo
nâlistaspassânÌa ser valjdas. esfoÌço ideológicode afirmar uma ou outri abordagem.Se a ieoria
O exemplo do excedentemostra bem em que medjda as duas do valor-trabalho,sem sacrjfíciode sua coerência,iicorpora as con_
abordagens tendema uma certa complemenrariãade. A abordagem tribuiçòesválidasda teoriamarginalisra, o inverronào é veÍdadeiro.
dâ teorÌado raloÊtraba'hoé essenciâìmenre màcroeconómica. só \e l\1oé. a leofiamarghalisra não podepsrsarpara o macÍo€conòmico
Preocupacom a economiacomo üm todo e a um púzo rclativamente acerlandoâs premis\a\da reoriado valor_trabalho. Keyner.que é
longo e rÌessesentido ela é váÌida. porém, na mediila em que eÌa realm€nteo fundador da macroeconomiamoderna, precjsoude_umâ
assimatua, essateoÍj4 é pouco op€racionrìl em relação ao medida objetiva do produto social. Macroeconomiasó pode ser fei_
dia-a:diâ d,
economia.A teoria do vâlor-utilidade. que pârÌe de outra anatice, ta p€n\ando.se num produtosocialg'obal.Não adian,aàgreearuti,;,
de uma baseqüe eu dirja muiLopouco váÌida.que e â baseJe .e daJes:porranto.Kevncs jn\entou uma unidadeque e-te -chamou
enÌe-ndeÍ o comporramenro jociala pârtir dos indi\iduos.preocupd.se unidade-salário,intrôduzindo a teoria do vator+ralalto como um
muìto marr com a sua operacionalidade, co,n a vi,ào do dia_;_did- insÍÍumento de medição do produto social, meramente;mas man_
com o comporlamenlo concretoimedialo.e na medidaem qLreeta t€ve, ao mesmotempo, o seu instrumentainìaÍgjnaÌhta.O resultado
o faz. dá contribuições válida<parao conhecimenLo económicó. desle,compoamenro de Keyne\ moíra que eìe era um homeÌn
Náo
acho qüe se po\sàpegaÍludo que os mdÍginali\Ìas fiTeramde ì870 òem lntetrgenle. mas moíra. ÌambeÍÌ.a complerãincomparibilidade
para.cã, e jogar fora di,.endoque rudo is!õ é ideológico. apologerico, baqrca enlre a reor:ãdo valor_urrtidade
que.JudoissojusÌificaapenasa atual organiza(ão e a reoriâdo v"lór_trabaìho.
da sociedaderJa Ele não foi capazde refazer a análiseem termos da teoria alovaÌor_
melloa em que esçateoria lambémé operac;onar, eslá sendourili_ lÌabalho, ap€nasusou um instrumento de medida qÌre era o traba_
zaoapor economrstas da escolada teoriado valor_rr"brlho. ou ceja. Iho.hÌrmano.Isto levou a uma atitude njhilista do,
peÌos maüistas. tày-
nesianos. !e)o menosuma (erie detes.que e metho" "'"ono-i.iu,
exenpt,iicajl
A polèmicaferoz entreos represenÌanr€s da. duas (endêncja, por Joan,Rob.n\on. se-ndúvidaâ dkcipulamaisbrilhanlede Keynes.
.
oDscureceu est."-lalo.
A.lenÌarivae o de.ejode negar inlegrarmente Jorn RoDlnson.em seu en\âio Fitosolia Ercnòmi.o. arrâsa com ar
direrenresimpteçmenre não permiriram percebir que o. ouaç'eorrasdo valore lenramo\rrarque a teoriado varoré um ele-
i-r-i:llig.In
economtstas marxislas, na medidaem que se aproiundavam nâ aro. nen o çLbjelrvonão.cientrf:co. na economiae que se pode pas(rr
rìseoo conpoÍamenlo.dodia-a-dia dâ economiacapiraljsla, eía\"rn muito bem sem qualqüe. teoria do vâÌor. Esta atitude, quã eu charno
Ìncorporando umâ sériede conhecimenros que Ììnham surgidodd de_n:hil\la. e\plicaaeporqueRobinson-mais q". qr"fqr*_ãrirã
economiamargjnalista.Foi com Oscar Lange, o gúnde aulor. çentu o i'rìoaclodas insuticiências
economista
""'- do marginaiìsmo. no qual
l-"1:::Ì^11 pôdeserÌeìro Ë.t" p.irii."
:sse.leconhecimenro ela foi educada,para a compreensãode processoitirtA.;"o,
reconhecrmcnlopúblicopoÍ um ilu-
homembaslanleconsiderado no càm_ "
po maÍxÌsta,rJ maÍri.mo é capazde faz€r issosem sofrerrenhuma E,pero.que e\lx alla siru€de inrrodu(ãopa.a o que prerende-
ìncoerencrâbásica, Doroue oârte conscientemeDtg mos râzerdâaujp!Í diante.Vamo\ abordaros a.pecto,mais impo.
de Um Donro
oe vìsÌâhÌstóricoe macroeco.1ómico,
Na medidaem oue DarÍeDarâ I tar'es do econoniamodtrna.a parrlr scmpfede.ri dicolom;a,
e re_
veraras suasdrÌerenÌes imoÌicacões.
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tinção enlre lucro eillq pcrque úuranle um longo periodo. Iucros c
jiidlãffiãüffirn-", coiocactosem pe .Ìe iguatãade.Supunha+e
que realmenteos juros fossema remuneÍaçãodo capital, ou seja,
aquilo que ganhârì os capilaìistase que o trabâlho de combjnar
SEGUNDÁ ÃULÁ essesfator€s,o tÍabalho de assalariartrabalhadores,arrendü a terta,
pedir ernprcrlalocrpilal e portdnlogerir a enpreÉ-se{ia rcmune-
:âdo pelo 'ucro.EsL"seria_ a po.iclo neocìá\ria.q.cvnc..ho entan-
lo, moslloLque o irÍo não e realmenleâ remuneracào do caDilal
como lal. pofem,a_remuneraçao do captràlna st,a[orma mô'.'nio,
RERARTIçÃO DA RENDA or seja.na suâ torrnâ de Ìiquidezmaxima.E, portânto,d remune-
raçáo pÍoprìamentedìta do capital seria o lucro, e uma paÍte do
lucro serja então passadoadjante paÌa o emprestadorde dinheiro
O ploblema da rcparlição da re[da é um dos tópicos ma;s an_ que pode ser !m banco, um inveslidor ou um agiota.
tisos e clássicosdâ Economia Política. Vamos nos conceítmr na versãomais moderna,que é a versã{)
rdiããiìò:que foi um dos pais da ciènc;a, consideravaa repar- pós-keynesiana. De acordo com esta versáo,portanto, temos basicâ-t(
tiçaàffi iomo sendoo ve;dadejroobjeto da tconomia Poltiica. mente fatores de produção, eÌementosnecessáriosà prodLìçãoque\(
E dizia que a ciêrÌciaeconômicatjnha muilo pouco a dizer a Íes- são propriedâd€particular de indivíduos ÌjvÍes, que podem alìenar( l
peito do volume total do produto. Mas poderia e deveria determi- ou vender o uso dessesfatores e em virtude dissofazeí jus a uma lJ
nar as leis que presidem a repartição do produto social entrc as rem.rneraçào qu€ loma a Íorma desse(Íendimenlo\.
difoÉntes classesque compõema sociedâde.De uma forma g€ral, o centro do problema esrá em saber €9rlíL-sçlglelE_.ll-pI9g9lg
a repaÍtição da renda tenta explicar de que maneira o pÍoduto por essesríiíiosrendimenros. Ou sejâ,qual i a pdrcelado produto
social é repartido entÍe as class€sfundamentaisda sociedade,ou ;ÌïEae-Íí;;r#ìm samÍro,. pórrunro se rransloÍma em Íemu-
lã-m
seja, entre ce os rendimentos,dos quah classicamentese estudam neraçãodo lrabalho, qual é a paÍcela do produto que se rransfoÍma
/o salário, o lucro, a retrda da Ìerra. e-o juro, Essassão as quaÌro €m lucÍos e se torna entáo remuneraçãodo capital e do cap:talista,
qual é a parcelâ do produto que se transformâ em juros e qual
1 iaregorìai-qdeìu;se-sempie consriLirìmã .*rruLuru da repairição
' ' da renda. em rendadd,reJËL_Ejl9g9u:I1jj:91!99_!qescola mareina-
Vamos t€ntar apÍesentaÌ a teoria da repartição da renda, d€ lrsra3 parrìroa(reorìaqosren0lment05
oecre5cenles,lNa combinacdo
acordo com as düas escolasfuDdamentaisda ciência ecotrômica,oÌr oos Ìarores.e esla comDìnacao e dada Delalecnolosra- nâ medrda
seja, a escola maÍginalista e depois a escola marxista,e no fim (m que se aumenraa DafllclDacao oe um taLoí.mantendoo\ demais €
tentaremoscoÍÌfrontar as duas € mostËr em que medida a reâlidade conrrurres.o. rendimenlosobLidosdesle Íaror. decre.\cgGEsla é. em
da economia capitalistaconÍirma ou não os pressupostos e os resul- sfieie. a lei dos rendimenros decrescenle..vaï-ol àai um exempro
lados dg cada üma dessasteodas. para tornar jsto mais claro. Suponhamosuma plantaçãode café. Se
Ôornecemoscom a teo a marginalista.os economistasmargi- sou empresário,aüendo üma área de terra, pago uma .€nda por
nalistasdizem que, a cada reldimento - ao salário, ao lucrc, ao esta terra e assâlariolrabalhadoÍes.Então combino teÍÍâ. isto é. re-
.._juro e à rendada Ìerra - corresponde dereÍminadofalor de prG cuÍsos naturais com trabalho. E usarei instÍumentos de trâbalho:
, ; / duìão e essearendimenlos consLiLuem a remuneração dos tirulares enxadas,gaÌpões.máquinasde beneficiar café, também numa certa
- ' o_l proprietários dessesÍarores: ao salário correspondeo fator tra- proporçãoque a !écnìcade produzir café me ensina.Não posso,por
balho, ao lucro correspoddeo fator empresa,ao juro corresponde exemplo,usar 200 trâbalhador€spara cuidar de üm hectarede café.
o fator capitâl mon€tário e à renda da terÍa, o falor rccursosnatu- Os trabalhadoresnão lerjam o que fazer. Também não posso
rais. PaÍte-sedo prcssupostoque qualquer atividade produtiva se- usar um lmbalhador para cultivar oB cu;dar de 200 hecrâres de
Íaz medianrea combìnaçãode trés d€stesfarores: lrabalho. capiral 7 café. PoÌtanto, aj9lnbinação quanttuâtivados fâtores de ploduçqo
e ÍecursoçnaÌurais. o mâis difíciì na teoria margioalisÌa é a disj arorrrarra,ela e oaoâ peta tecnìca. Na agÍlculLura

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posso usaÍ uma técnica mah modema, mais avançada, com mais produtomârginal,ou seja,o fluto que se consegue gÍaçasâ essa
máqujnas.Nessecaso,aumento a participaçãodo fator capital e re- adição,será cada vez meno! até chegara zero. Poder-so-iainverteÍ
duzo a particjpaçãodo fator trabaÌho. O capitâl subsiitÌriX trala- o exemplo,supordadoo tÍabalho,aumentara terÍa. Então com cinco
Ìhadoreslê_llsduqáo da lnesma quantidadede valores de uso. O trabalhadorese um hectare de lerra obtém-seum ceÍto prduto.
uso de üm arâdo de discos€m Ìugar de um mais primiÌivo peimite Se passamos mesmoscinco homem a tÌabâlhar em dois hectares
dispensârceÍto númeÍo de trabalhadorespara obt€r o mesmo pro- de term, aumentaem ceÍta medidao seu produto.Mas os cinco
duto. A tecnologiame dá os limjtes em que possousar os fatores, trabalhadoresnão vão produziÌo dobrosó porquedobroua ársa.
mas dentro dest€slimìtes existe uma certa flexibilidade. O mesmo Então aquelehectare adicional dá um produto metror que o pÍi-
se dá na produçãoindustrial.Uma fábrica têxtil pode empregarumd m€iÍo. Se a áÍea tmbalhadapassâra três hectares,haverá um au-
turmâ de trabaÌhadores para colocála em movimento oito horas por mentodo pÍoduÍo,masjá serácoqsideravelmente moDore assimsu-
. dja, pode eínpre9 duas turmas para movjm€ntálâ dezesseis horas cessivamente.QuandofoÍ adicionadoo vigésimohectareà mesme
por dia, ou lrâ tuÍmas paú movim€ntálâ durânte vinte e quatro força de tÍabalho,elesjá não poderãopÍoduzrrmais,simplesmento
horas por dia. Entáo combina-sea mesma quantidâdede capital com porque a suâ capacidadode produiÍ estârá esgotada.
diferentesqüantidadesde trabalho. lortânto, cada um destesfato- Esta é a essêncìada lei dos rendimentosdecÍescentes.OÉ, todo
resr recrÌrsosnatuÌais, trabalho o capital (pensandoagora no aapì- o úciocínio marginalhta s€ baseìanum compoÍtamentoÍaciolal do
tâl fisico) podqn qçr co4bjnados em proporçõesvâriáveh, porém empÍeendedor,esse fulano que faz jus ao lucto, o capilalista Íra
4!!!Lqóü!!!ias . realidade,So ele deve se comportar racionalmeDtg,ele nunca irá
ii O ponto de partida básico da tooria é que supondodados dois êmplegâÌ um fatoÍ cujo púduto mârginâI, queÍ dizer,.aquito com
dos fatoÌes, pode-sevadar o terceiro, porém, na medida em que se qÌre elc contribui paÍa o awnento do pÍodütq não sejâ pelo merlos,
t(
l,t for introduzindomais elementosdessemesmofator, o rendimentodo igüal ao rendimento que o empreendedortem que pagar ao seu titülar,
jntroduzido é decrescente.
linovo elemento Vamos voltar ao cafezal: oìl seja, juros ao quo lhe emprcstadinheiro, ou saláÌio ao tÍabalha-
' se são usadostrês trabalhadores,uma família com três pessoas,pro- dor, Isto significa que cada um dessestendimeÍrtos seÍâ, a maÍgem,
duz-seuma ceÌta qüantidadede café. Suponhâmosque a área do igual à produtividademargiml do fator. Vejamos aiída o exemplo
cafezal não aumente,isto é, usa-sea mesma quantidadede terra e da fazendâ de cafó: com cìnco trabalhadores.ela Droduz café no
a mesmaquantidadede capitâI,porém, só mais trabalho: um quâÍto vator de Crg 10.000,00por aDo; se foÍem empíegadósseis tÍâbalha-
trabalhador é empregado.O rcndimento doste quarto trabaÌhador dores,o valor do café seÍá,vamosdizer, de Crg 10.300,00;se sete,o
será menor, provaveÌmente,do qüe a média dos tÍês anteÍiormento vaÌor produzidoserá de Crg-10.400,00:se lorem oìto. o valoÍ con-
empregâdos. Se for empregadouÌin quinto, aquito que eÌe vai adicio- tinüará seDdode Crg 10.400,00.Tío si8nifica que o prduto mar-
nar à produçãq seÍá menor que aquilo que o quarto proporcionoue ginâl do sexto trâbalhador, é de Crg 300,00,ou seja,a diferença
assìmsucessivamente, até chegaro momentoem qüe se se adicjonar entÍe Cr$ 10.300,00e Crg 10.000,00. Se ele não fosseempregado,a
um novo trabâlhadorà fazendade café, ele não vai fazer com que quantidâde de café prodüzida valeria Crg 10.000,00.Com o seu em-
aumenreâ produção.Se ele for admitido, é possívèlque eÌe venha pregq o valor produzidoé Crg 10.300,00.Já o sétimo tmbalhador
a ler o que fazer, porém os outros deixarão de fazeÍ aquilo que tem como produto marginal Crg 100,00.E o ojtavo, zero. Etrião é
faziam antes, haverá uma r€distribuiçãodas tarcfas, mas o pÍoduto óbvio que o oitavo trabaÌhadornão seú empregadose o empreúrio
não crescerámâis. Este último trabalhador teú o que se chama âgiÌ Íacjonalmente.PoÍquo elo, em últimâ ânálise,não lhe renale
"produtividademarghal" igual a zeÍo. Estamoscalculandona mar- nada. Se o salário for poÍ exomplo Crg 300,00 poder-se-ãoempregar
g€m, mediante a adição de uma ünjdade elementar mínima, que cinco ou seis trabalhadores,poh o produto marginal do sexto é exa-
não deveria ser üm trabalhador,mas uma hora de trabaÌho a mais taments CÍg 300,00.Se o sâÌário for CrS 250,00,o sexto tÍabalha-
por mês. Então, poder-se-ia,a partir do número de hoÍas-homem dor dá uI! ìucro de pelo mellosCrg 50,00.Mas o setimo trabalhador
de trabalho, caÌcular a adição de cada hom-homem de tmbalho ao dá prejuízo.Como supõe-seque os saláriossejamtodos iguais,porque
produto. Na medida €m que vai aumentando a participação do há um mercado de !Íabalho no qual a concorrênciafaz com que
mesmo fator, fatalmente se chega a üm momento em que o seu pelo mesmotipo de tÉbalho se pague a úesma Émuneração, então

28 29
será enìpregadoce[to número de trabaihadoÍesaté o ponto em A oÍerta-doslatores supõeum custo que é s€mpremedido sub-
.
que a sua remunetaçãosejà pelo menos igual ou inferioÍ ao pro- Jerrrâmente,U custo do trabalho Dão coírespotde, na teoria marei_
duto margjnal que eÌes proporcionam.Esta teorja dá,por!ânlo,dois nalisra,ao nivel tormaÌ de coosumo da família do r*b"lh;;;;. É;
eementos: o empregototal, quer dizer, o rúmero de trabaÌhadores correspondea uma estimaçãosubjeÌiva do sacrifício do rrabaltrã.
empregados taj dependerda.suaprodulividaJcmarginale do ni!el LoÌçroera-seqüo o trabaÌhadoÍ, quando não está empÍegado,está
de saiaÍro::e o nivel d€ saìário.vai prederermindro nr\cl de empÍe- semprevolunlariamente de*mpregado. ou seia, e'e não 1e zuieita
go. Supõ€-seque o nivel de salárìos acaba sendo mais ou menos a lraDathar por menos de um certo nível de salário. Da mésma
equìvâlenteà produtividademarginâÌ. lorma. se.parte do capiÌal oão é empÍ€gada,é porque o dono
do
, Ágõra vamos falar do oÌrtro lado da cquação que é a oferta caprralsuòJetlvamenre estima que a remuneraçãoofeÍecida sob Íor_
da força de trabalho. Supõe-seque o trabalhadoÍ raciocjnecomo o nao é sulicjentepara compeosaro risco do empregoou
empr€sário,isto é, tenha o mesmo comportâmcnto..racional", A o adiamenlodo consumoimediatodaquelesÍecuÍsos.Entào el; Dre-
economiamarginalslaraciocinacomo to,tor os pcrsonagensdo tere ou consumi-Ìosou_guardá_losà espfra de uma ínelhor
opo;tu_
drama se pautassempeÌo mesmo tipo de"elógica. No fundo o traba- nrdade de emprego.Um re\ultado iÍD€diatodeste tiDo de Ìe;rja é
Ìhâdor é como um pequenoempresáÍioque tem unÌa mercadoÍia qualquer inreÍwnçãõ-õrtìFecooórnjca.
-que {i.re eteneà rerìi.,".ràçaã
para vender,queé a süa própria força de trâbalho. Süpõeaeque o e-ü-Ìãìòr, criâ-;tmàior margem rle ctesemprego dete. Vâmos
tÍabarhadorraciocineassim:o \acrifrcioque cu rr,o de r-ab;Ìhar supor.queo sâtãoominjmo fosseCrS 90.00.A quantidadede
lrâ_
rÌre é compensadopor um salaÍio. uulÍìo, <l'ircr.de Crl 200,00.En- oarnacorcsempregadosserìa no nossoexemplo de sete. pois pro.
a
tão, até Crg 200,00 por mês trabalho.Por menos, não trabalho. O dutividade maÌsinat do sétimo rmbalhâd;
sétimo trabâÌhador não estará disponíveÌporque o empresárionão i c.O_rrÍO,oô,irtã-e,
maior que Cr$ 90,00. Se a lei do salário mÌnrmo eleva esta temu-
pode pagar a ele mais do que Crg 100,00;se pagar mais do que neraçãoa-CrS 130,00,então este sétirnotrabalhaaorque aava iucìo,
jsso,!eÍá prejuízo. Porém, o trabalhador não se considera j": prejuizo. Ou seja, ele rem que ser remunerado, se a
remune- P-q'ì:
rado pelo sacrificjo que faz na atividadeproduriva por Crg 100,00. ieì roÍ" obedec,da, por mês..noentanroete apen;sadi_
En!ão eÌe não se empregará.O nivel de saláriosscrá dado pelo ponto c,ona ao produto lcrq-l3g!0
Cr$ 100.00.Enlão. ele é despedido.poitanto, de
de encontro entrc o produto marginaÌ do trabalho c a rcmuneração esÍa r€oria! sempre que um etemenlo não econòmico,
mínima aceita peÌo trabalhador.Possofazer o mesmo raciocínio em ::ï:"_j:i
5ìe_e!flncìpalmenÌeo governo.maspodeser lambémun sindicato,
reÌaçãoà term. Então ao jnvés de cìnco, s€isou scre trabaÌhadores. rnre ere no _mercadode um Íator ícâpiÌal, trabalho ou recursos
tenho cinco, seis ou 7 hectaresde terra- Na medida em oue acres- nãruraìs.) eleva a remuDeraçãodesle fator. um certo Dúmero
cento lerra à empresa,o seu produtb marginal vai decìesccndo. ,e de
tllurares de_fatores. de tÍabalbadores.de capitaìisLas
ou de donos
Se o dono da teÍa diz qÌre por menosde Crg 100,00ou Crg 200,00 oe rerra. rao ter que ser des€mpÍegados, pois a sua DÍodutivìdarte
ele não arrenda a terra, pode rÌão vaÌer a pena, pois o produro maÍgìnat será inierior a este novo nrvel de remuneraCáo.
Daí o ar_1
marginaÌ poderáser menor que o Ìalor da renda paga pelo seu uso. $mento Ììberaj.baslantecomum.coDrraqualquertip" a. ;"L*"r-l
A quantidadede teÍa que será empregadaserá o ponto de encontro çao do govefto.no mercadode lrabalho.no sentid; de elerar o-l
entre a renda mínìma desejadapeÌo proprietárjo da t€rra e a sua barxos' pois seu re'ultado seria aumentar o nivet del
produtividademarginal- E aìnda se pode faze! o mesmo raciocínio :1ïïï,ü::
€m Í€lação ao capital, ou seja, os capitalistassó enlpÍegarãoos seus Vãmãs agora examinar a ourra teo a,la boria 1n".iú;..
Eí^'
recu$os na medida em que os juros que poderãoobter remuneren ; começa.comuma definiçãodo que há a repaÍt;r, ou
seia.ao oue
a ab\tençãodo consumo.pora que poupem.e o f:scoque co.Ícm consrìÍul,o pÍod,uto social. Como já foi vislo. o produio
sociai e
cm emtrestar o seu capital ao empresário.É cÌaro que os juros I o rruÌo oo trabalho socialmenlenecesçtário de toda populaçàoativa
ofeÍecidosnão podemultrapassaro pmduro marginaÌ alo capital_Ju- ala.socied_ade.EsÌa defjnição geral precha agora ser methoradacom
ros, saÌáriose renda da terra seráodeterminadospelasDrodurividacles a.oÌsrrnçaodo qìe é rraÌalho prldurivo e Lrabalho
não Drodur:vo.
margina;sdos re\pecrivos fdlores.e peta reivlnáicaçion.inimado, rrr_èse-{ue-!.rmbathoe produtivo na mcdidâ em que
ele ê remune_
litulares daquelesfatores_ údo p!Í uma parte do capital, ou se1a,do caplta! varióva,
i"paite
do capital que se destina a remunerar o tmbalho e s€ transfoÍma dorias,qualquer seÍviço prestadotomâ a forma de uma mercadoria
cm saiãiió. Eía parte do capiLalc denominadacapital variávelpor- e seu vâÌoÍ é det€rminadode uma maneiÍa geral como o vaÌor das
qúe ela vai retornarao seu dono. ao capitalista, aumentadacom â demais mercadorias.No entanto, ía rnedidaem que alguém traba-
mais-valia,ou seja,com o mais-tmbalhoproduzidopelo trabalhador. lha independontemente, em nâda contdbui pala o €xcedgntesocial
Seu valor portanto, no próprjo processode produção.Trabâlho e, portânto, em nada contribui pala o pr(úuto social. Suâ atividâde
produtivo'd.ia,
é o trabalho que produz mais-vâÌia,é üm trabalho feito só transforma o produto: aquilo qìre ele entrcga sob a forma de
para üm capiÍalista,que portanto, não somentereproduz o valor da s€rviços ele rccebe de volta sob a Jorma de diúeiÍo que vai
força de trabalho gasto, porém produz um valor a mais. gastar em oütras mercadotias.llá umâ tÌansformação dos vaÌorcs
Vejam que isto é formalmente sem€lhantea djzer que é um de uso, mas nenhuma adição ao valor gÌobal prodüzido naquela so-
trabalho que produz um produÌo marginal maior que sua remune- ciedade.
ração, com a diferença profunda, no entanto, de que pârâ Marx Supõe-seque o trabalhador que não trabalha para um capìta-
€sta é uma determjnaçãonão técnica, mas social. O trabalho pro- l;sta não seja explorado. Isto significa que ele tÍoca o frìrto do
duti!o e aqueleque é feilo como Lrâbalhoassalariado para um seu lrabalho por outro produlo, no qual está incorporadoo mesmo
capitaÌjstae que produz uma paÍcela,portanto, do excedentesocial, lempo de Ìíabalhogocialmente neces)ário.É clato que o produio
que toma a forma dô mais-valiano (egime capitaljsta.Outros tipos sociàl *ria maior se nele fos\e incluido o produto declestã5áÌ6a-
de trabalho são trocadospor rendimentose não são produtivos,ou i6iãs. mas o exc€dente,jsto é, a diferença entre o produto social e
seja, não produzemmais-valia.Um €xemplo: üma cozjnheirade um o Drodülo necessáÍiopermaneceriao mesmo. Se um médico tmba-
restaurantoé ìrma trabalhadoraprodutiva, eÌa trabaÌha e o salário ú; parã ;m hospi;;l ó,r paru ,rma firma de serviçosmédicos,dessas
que ela recebecoÍrespondeao gaslo de sua força de trabalho,poÍém qu€ f^zem medicina coletiva pâra emprcsas,enJim sD ele se toma
o trabalho que ela produz, que ela enúregaao capilaÌista,é maior um assalarjado,imedialàmenteeÌe entÍa pâra o rol dos lrabalhado-
que o número de hoÍâs de trabaÌho socialmentenecessáriooue eìa rcs proìluÍíttos.FormaÌmenaeo trabâlho do médico é vendido sem-
recebepara a sua propria manuLençào. Enráo,rrabalhando paÍa o pre. Vócê vai a uma clínica, Ìá está o médico, você recebeo scu
tesiaurante ela é uma trabalhadoraïodutíya. Se ela trabalha na servjço e paga a consulta,Este é um ato de compm e veirda. Na
casa de uma família, ela não é uma trabalhaìlotu rrcìlutiya. cmborí. medida em que ele trâbalha isoladamentô,o que Íez eÌe? Pegou o
fjsicamente o seu trabalho seja idêntico, ela faça a mesma coisa, seu dinheim, que é fruto de uma renda, saláÌio, Ìucro ou juro e
isto é, prepare comida.Ela está recebendouma pâÍe da renda desta o transformounum seÌvìçomédico.Há uma troca de valoresigüais
fâmília, que pod€ ser salárìo,juro, lucro ou o que fot e está trans- em que cada paÌ!ô saiu com um valor de uso diferente do que trou-
formando esta renda monetária em um serviçoqug ela presta. Mas xe, Se, no €ntanto, ele trabaÌha paía uma clínica, paÍa üm gÍupo
eÌa em nada contribui para a mais-valia,para o excedentgsocial e, médìco, para algum grupo capitalista, ele pode exerccr o m€smo
portanto, eÌa não contribui pata o produto social. Ela trarÌsforma tipo de tmbalho, porém aqujlo que ele vai receber como remune-
uma paÍte do produto so€jal,que aparecena mão do seü empÍegado! ração em termos de horas de trabalho so€ialmentenecessário,será
como dinheiro, em serviço. necessariamenté infeÍior ao número d9 hoÍas de trabalho social-
Os serviçosdomésticos,de uma foÌma geraÌ, íáo úo consjde- mente necessárioque eÌe disp€ndeuno seÍvjço. Esta diferença vai
rados produtivos poìs em nada contribuem pam o produto cuja Ìdler Darleda mair-vâliaqlobâlda òociedade ou do excrdeotesoc;al.
repdÍriçãohÍ! que explicar. Esla disrinçáo e esseÌrcial.Tomemos o O qrc ;nrere"sia Mariì aos Ínarxiías é precisam€nte a divisão
exemplo de um médico.Se o medico tem a sua clinica. llào exDlora do produto, enlre produto necessfuioe excedente,O interesseda
ninguém.rrabalhasozinhq entáo o lrabalho dele é un trabatho teoria marxisla, que é basicamenteuma teoria úacroeconômica,
não produtivo. Ou seja, ele troca ÍendimerÌtosdos seusclientespor não está tanto em explicâr como se tepaale o produto por vários
sÌ:ryjços médicos, na medida em que é remunerado. O serviço fator€s,mas como é que se reparte o pÍodulo global entre a pârcelâ
dele roma a forma de uma mercadoriamâ, nào e essencialmenre necessárìapara a manuíenção da capacidad€produtiva, física e
uma mercadoÍiacapitalista.Como o médico ou a empregadadomés- meltal dos tÍabalhadorese aqueÌa outm pa e que é o excedenie
ticâ, numa sociedadeem que se generalizoua ptodução de merca_ social.

32
Estamos agora irÌteressadosnesta p mejÉ divisão, as outrâs acaÍÍe[a a queda da ÍemuDeraçãomédia do trabalhador, não sÓ
são um
_segundopâsso.Precìsamosprimeiro delimitar aquele tipo aliÍetamente (menos indenizações pagas) mas talnbém iÍIdiretamen-
de lrabalhoque contribuipara o produLonecessár;o e parã o.r.e_ te. Dois o sjstemado FGTS facilila às empresasdemitirern empre_
deDle-sociaJ,eliminando os trabâlbos que nào contribìem para o gudôsmuis cato, e em seu lugal admitil outros úais bâÍatos lsto
excedenLe social.que não produzemmais-vaìia. em essència,òs rÍa_ ãu-"otu u outtu parte do produto, oü seja, o excedentesocial, a
baìhosque não produzem mercadoriasno sentido estrjtamenteca_ mâ;s-vaÌia.Ou, na medida em que um Sovemo,atravésde sua poli
pjtalista. ticâ salarial, limita os âumentosde saláÌio nominal, eú dinhoiro,
A r€paÍliçãodo produLoenÌÍe..produlo nece.sário.e -exce_t,: âbaixo alo aumento do custo do vida, e com isso força a queda de
dentelociaì_ se dá essenciatmenle pela lura de classes.Não exisLe nível de remunerâçãodo lrabalho, el€ ao mesmo tgmpo aumenta
l,
nã04oe lnÌ nsecamente econômico, oLl..récnico..como supõea reo_ a mais-vaÌiaftcebida pela massados capitalhtas
Íia.rnarginâlisra.na deÌerminâção do nível de remuneraçáo do rra_ É claro que a possibilìdadede deprimiÍ o ÍIível de salários tem
Dalhâdore porlanrodo ,,produloneces(ário'.EsLe nivel depende, lii'Ìites fisiológicose polílicos. UÌtrapassadosos pdmeiros, a força
essencialmente, da sua capacidadede luta; se os tÍabalhadore;estão de trabalho não se Í€pÍoduz mais plenaúente, decaìndosua quan-
ou não organizadosem sindicatos,se eles têm ou não Íêm um tidâde e/ou sua qualidade.No caso de s,eremultrapassadosos se_
parrdo que reprcsentaos seusinÌeresses. capazde pre\sìonare obter sundos (que depindem de ciÍcunsránciashhtóricasì. o desespero
do Eslado meìlìoriasdesrenível de remuneração.O salário não Lem iode levai a clãsseoperária a formas de píotesLoque põem em
uma deteÍmjnaçãoeconômicaestÍj'tâ,ele dependedo equilíbrio dâs Derisoa contìnuìdadeào p.ocetto de produçãoe rêproduçãosocial'
rorças em pres€nçano mercado de trabalho, sendo o mercado de ilá ãbuiur.nt" também um limile superior à elevaçãodo nivel de
tmbalho o centro de toda economia social úm alos aspectosÍoii- sslários.oue é dado pelo tamanho do ercedenteneo:ssárìoao sus-
neiros.diários,-da_lula de classeé precisamedte a determinação e tdnto dos_elementos improdulivoç e ao pÍocessode acumì)laçàode
a redetermrna(ão do nívelde remuneração do trabalho.É uma tuta cÂpital.Se os trabalbadàrescoDseguemelevaÍ sua Íemunerâçãoaci
constante,que s€ faz_entteo corÌjunto dos assalaÍiadose o conjunto mà deste lirnite, a acumulaçãode capital se Íestringe. cai o nivel
dos empregadores e é destaluÌa que resulta o nível do remuneiacão de empregoe a economiaentra em crise. Nestas condiçõesplova-
que pod€ crescer ou não. dependendoprecisâmenle velmenteos saláÍios também acabamvoltaDdo a um nivel "conve-
das conting?n_
cìasqesratulâ. Em qualquermomenÌohá um ceÍto nivel de remu_ niente" pam o sistemaPois a cÍise auÍenta o desemptegoe tende
neraçãodo lrabalho. quer dizer, estâ luÌa dá enfim resultadosouê a debilitar o poder de baÍganha dos assalariados.
podem ser influencìadospor certas insLiLuições, como o salárìo irí- A repartiçãose dá essencjalmonte neste sentido Uma vez de_
nrmo. ltmite legaÌ.dâjomada de Ìrabâlho. térias pagas.pârLicipação terminâdo assim, o excedente social, ou seja, a mâis_valia,é Por
nos lucros, previdênciasocr'âletc. A cada momento que urna_initi sua vez repartida entre os demais personagensdo drama por urna
tuição dessasé criada oÌr é eÌiminada, nlu"t a" ."rnirn"ofào série de passossecundáÍios,
ìoì"
" O juro, por exemplo, depetde essencialÍentedo mercado de
Po.de-seqizjr. por exemplo.que ío Brâsil o Dívet de remune_ capital monetárioou do melcado de diÍlheiro. A economiacapitaÌis_
_
ra(aodostrâbathadores dÌminuiuno. últimosanos.a parLirde ì964, ta exige que toda sua pÍoduÉo seja metamofoseada e Passepelo
pela eliminaçãoda estabilidadeno emprego.e estabilidade menosuma vez pela folma úonetária. O produto sai da fábrica e é
do tra_
Darno.que erâ um direiÌodos trabalhadores que se traduziânu;nâ vendido, tra$fomado em dinheiro. Se o comprador for üm consu_
rec€bidal'ero rÍabarhadorpor ocásião de sua despcdi_
::.ljïili: sendo midor, o processoacaba. Mas se for um comeÍciante,€le tem que
oa..esta €liminada,É um processomoroso pois os empregados voltâr a ser vendido,até acâbaÌnas mãos do consumidor.O produto
marsantigospuderamoptaì-pelâ esÌabilidade,mai roao recem-ãami asrícola e peralmenlêvendìdo Dâra o comercianteatacadistae esre
Ìrqo_numempregoé obrigadoa.'opÌar!'pelo Fundo de CaÍantia oãr sua vez-o vendeao varel'istã,que d€pojso veode ao consumidor
oe rcmpo de Serviço(FCTS). Na medidaem qDe o número linal. cada vez que há uma metamolfosedessas,ou seja, cada ve2
de
empr€gadosantigos..estávois"vai decrescenalo poi qus o prodüto passa pot difereútes mãos, elo tem que passar pela
doria etc., a estabilidadeno emprego está sendo eliminada.
-o.t", "porioú_
o aue Íorma monetáÍia-Conseqüentement€, tem qu€ havel um fÌlxo mo-

34
íe!ário. que pelo menosseja t-gualao valor do produto. Exhte, por-
rânlo.uma nece)ridade Íior à desvaÌor;zaçáo do dinheiro. Portanto, os possuidoresde di
objeÍi!ade djnheiro.ou ,eja. roJo o c"pirrÌ
nheiío.oue o emDrerlavam a iuÍo9, tiveramPrejuizo.Porquerece-
sociaÌse transformapelo menos em cadâ roração,em cada cicl; de e i\to
produção,uma vez eÍn dinheiro, para depoispoder voltâr â funcio_ biâm ro tim uln valor menor do que tinham emprestado
favoreftu evidentemenle os €mprcsários que iam usâr este dinheìÍo
nâr como capital. Em virtude disso exhle uma certa deÍìandâ d€
mejosde pagamento.E exislem,por outro lado. individuosoue Dos- como capital pÍoduiivo. Numa situaçáode inflação' quando os juros
quemcapiraissob lormd de moeda.Enlão,conlormea olertã sãobâixóse até negaÍi!'os,o capitaljstâprodutivo se apoderade uma
e oro_
cura de meiosde pagamenLo se dererminauma roxa de juro. i+a DarceÌamaioÌ da mah-vaÌia. Se, por outro Ìado, há uma sjluação
inversa,de deflação ou uma situaçáode inflaçáo decrescente, como
laxa de juros tem que ser necessariâmente inferjor à taxa de lucros, juros tende
a da e;onomia brasiÌeirâ entre 1964 e 1971, â taxa de
O capjtaÌjstafinanceiro é, na teorja,totalmerte distinto {:tocaDi_
lalina produrho.O pr:meirod o porsuidorde capiratque o o.erece a scr muito alla. fmpreíimo\ a ìongo pÍâ7o. por eÀemplo.pâr'ì
sob a forma de empréstimo,por não poder ou não desejar€mpregá_ fjns inob;liários, são feitos a juros Ìeais, isto é, acima dâ inflação'
lo produtivamente.O segundoé o capitalistaqìre r€aÌjzaâ metam;Í_ de 109ó ao ano, o que é consid€Íâdojuro de agìota em qualquer
Josedo capital-hto é, cornpra meios de pÍodução e força de tra_ lugar do mundo. Há uma espéciede compensaçãoe nestemomento
balho, põe em movim€nto o pÍocessoprodurivo e vende as merca- enlão, os possuidoÍesde diúejro, aqueÌesque têm capìtal sob a
dorid' f-oduTiddr com recunosp.opÍiose emprcnddo,.Na prá_ foÍma monetá{ia, têm a possibilidadede obter uma laxa de ltìros
fica, lrnto um como ou'io são empresas. mais aÌta, ou seja,üma paiceÌamaior do bolo iotal da mãis-valia'No
na mdior parteJ.,. ve,,e,,
Em dererminado, moïenlos. a en pÍe<aconverLe paite do ,eu capi- enianto, esta parcela geralmmte não pode ser maior que a taxa de
lal cm dinheìroe/ou oblem tucÍo\ cm Íorma de moedascm pojer lÌrcros pois quem está pedindo dinheiÍo empreÍâdo paÍa empre-
eá.lo DrodulivamenLe para obter lucro que d a mâìs-valid globaì.
convcrtô,losde imediaÍo em capjraÌprodutivo, isro é. mah meios de pagar juÍos
ãviaenremenLe náo vâi, a náo ser poÍ inadveíència
pÌodução e mais força de t.abaÌho, seja porque o mercâdo em que
ela âÌua não é favorável a uma eÌpânsãoda produção ou seja pãr- maiores que os lucros obtidos. A única coisa que se pode dizer de
que o volume de moeda acumuÌâdoainda não é suficientepira'co_ certo, a r;speito da taxa de juros, é que ela pode variar de Degativa
brir os cusrosdas inrersdcsplânejada,. a positiva até o limite máximo dado Pela taxa de lucro, que é Por
Nenas conJiçó€,,convcnìà
empresanào deixare.re d nheiro..ocio,o e ela pisaìano ouÌcodo sua vez função da taxa de eiploração, ou sejâ,da relaçãoeÍÌtre Pro-
mcrcâdoÍinânceirocomo capirali,raÍindncfiro. Isso não imperlirá duto nec€súrio e excedentesocial.
que num outÍo momentoerra me.maeÍnpre(adecidaque agoraela Outro elementoda teoda marxhla da repartição é que a taxa
deve tazcr ìnvefsões. do lucÍo, ou seja, o lucro dividido pelo capital invertido, ó deter'
or sejd, transÍofmarcapi.al_dinì.eiro em ca_
pital lrodutivo, então minado no plano macloeconômico,como resultadoda luta cíncor-
eÌa não apenas vai recolher os fundos que
_e
ânterjormente eÌâ tirha emprestadoa terc€iros, mas vai procurar tencial entr€ os capitais,Sabe-seque a taxa de lucros tende a ser
obter emprésiimos.Neste momento, então, ela vai despií su; idenri_ equitjzadasempreqüe há um mercado de capitaisem que o capitaì
dade de capitalhla financeiro e assumiÍa de capiratjstt produtjvo. O tem certa libeÌdade de movimonto. Na época de Marx esta liber-
t€mpo todo as empresâsestãomudando de Ìado, no mércartofinan_ dade podìa ser consideúdatotal. No capitalismocontemPorâneoisto
cejro, ora oferecendoempréstimosorâ os lomando.É precisonorar, absolutamentenão é verdade.Mas em certa medida, o capital tem
aindd,-que ?o lado dd( ernpÍesa, a possibiÌidadede se movimentar por diferentesramos de produ-
soempan:cipardo mercâJoÍi1èn_
cerío Iamirra(e õrgãoj governamenrais ção. Os donosdo capitaÌ, isto é, as empresas,podem hoje investì-lo
talém de oulracenliJade\l- mah na inddslriafarmacèulicd, amanhàem maior propofçãona
ora como oemandanles ora como ofertanlesde emDréíimos_
indústÍia automobilísticae depoh de amanhã em maioÍ medida na
. .NLm momenLode ,uperabuodáncia Je dinhei;o (.), â raxa ag cultuÌa. E devido a essapossibilidadede mudar de empregodo
de".juÍospode ser negâliva, como ela o foi no BrasiÌ no périodo de
rnÌraçaoma,s âguda,em que normalmenlea taxa de juros €râ infe_ capital há uma tendênciaà equaÌizaçãode sua rcmuneraçáoPor isso,
aquelesúmos que estão dando menos lucros serão aquelesque se_
úo abandonados pelo câpital e isio falá com que o produto destes
. Á ofeía slobal de meios de pâgatuentoé ânalhada na ó.. e 7.. aula. ÍaÌnos seja mais escassoe o seu preço suba, o qüe faÍá com que,

36
enfim, eles tenham um maior lucro no futuro, Aqueles ramos que taÌìsmosão aquelesaptos,que Ìrão agem iÍacionalmente,Existe para
estão daldo lucÍo maior terão um aflüxo de capital, terão a prefe- ajudar os capitalistâsa agirem racionaÌmente,desdea administrâção
Íência dos câpitâlìstasê isto faÍá com que, doÍ,oisde algum tempo, cientifica dos negócios.que se prerendecieDlíÍicae em certa medida
aumente a capacìdadeprodutiva destesÉmos, eles oferccerãouma até pode sêlo, até a experiênciaacumulâda,uma certa capacidade
maìor quantidadede mercado as e isto, enfim, fará com que seu empí.ica de p€rcebe. as coisas.De modo que o conjunto dos capi-
preço baixe e o lucro que eles proÍ'oÌcioíam também. Esta movi- talistas tende a agjr racjonalm€nte,É claro que um certo númeÍo
mentação do câpjtaÌ produz uma Íendência sempre à equalização delessempreerÍa e desapaÍece, o que lembra ã luta pela vlda numa
da taxa de lucro, t€ndênciaessaque é peÍmaÍelltementecontÍarjada selva. (Não poÍ acaso inspirou-seDarwin num economista:Mal-
pelo dinamismotecnológicodo shtema que faz com que sempresur- thus). Porém, outrôs capitalistas,poÍ sua vez, surgem e tomam o
jam inovaçõesque tornem um ou outro mmo ma.s lucrativo que Iu€lar dos qu€ foÍarÊ eliminado,s.
a média.É uma le[dênciade equiJrbrio que é desÌruídapelo alanço As duasteoriasque tentam daÍ uma erplicaçãoracionalde como
tecnoÌógico,pelas mudançasna ecorÌomiae é permânentementer€- se reparte o produto entÉ os diferentes fatores de produção, são
estabelecida pela movimerÌtâçãodo capital. bastantediferentes€ partem de um pressuposto básicodifere[t€.pam
Suponhamosque num certo momento, o produto social, que é a teoria marginaÌistao valor do produto final é uma incógnita,por-
dado pelo trabalho prcduzido durante determinadoano, seja igual que vaì defrenderda sua utilidade,que é resultadode uma estimação
a 150.Suponh?mosque o côpital social, que é todo o trabaiho ;ar- subjetiva dos compradotes. Os marginalistas tém que explicat a re-
sado acumujadosob a forma de máquinas,insralações.matériaçpri- partição a paÌtir de um produto marginal que é, por sua vez, o
mas €tc- seja_iguala 500. E tuponhâmosqüe o produto seja reiar- exemplo da fazenda de câfé: na medida em qüe aumcnta o númeÍo
tido assirn:50 parâ repoÍ o câpital constantegasao,40parã a rnais- de trabalhadores,o seu produto marginal vai decfìsceldo; então
valia e 60 pâra a roposiçãoda força de trâbâlhq ou ieja, para o aquel€ famoso 7." trabalhador, que produzia 100, não poderia ser
pagamentode saÌários.Então a taxa de lucros será dada pela mais- empregado se o salário fosse 200. No etrtanto, se o preço do café
valia roLal.ou seja, 40 dividido. Íão pelo produto. mas p;to capital dobrasse e o preço do café dependesseessencialm€nte da vonladg
investido,ou seja, 500. lsÌo dá umâ taxa méd:a de lucro de 0,08. dos bebedores de câfé, o mesmo produto físico do 7." tmbalhador
ou em porcenragem.8o/o,EÍa seria então. Íresle ano especifico,a passaria a vâler 20O. Etrtão passaÍia a s€f interossante empregálo,
taxa de.-lucJomédia, Face ao exposto acima, deve-seadmitir que: A teoria da repaltição marginalhta tem um grau de hdeterminação
L"-DificiÌmente a tara de juros poderáser major que 8lo;2.2- que é o valor do própÍio produto finaÌr que depende em última aná-
Dificìlmente um ramo de pÍodução esrará dando muito mais ou lise da preferência do codsumidol corNiderando cada lamo e cada
mì.ritomenosd€ 8qo de lucros, dumnte Ínuito tempo. poderá acon- empr€sa sel)aÍadiìmente. Ela é, portatrlo, uma teoria que paÍte dê
lecer que algum Íamo de produçãodè loqo, outros ;arão ó9o.Então. uma visão microrconômica,pÂrte de uma vhão do empresáío e da
dos râmos que dào ó9o de tucro sairão capjtais que se encarninha- empresa, para o qual, num sjst€ma coacomencial, o valor do oro-
rão-para o mmo que aláloqo de lucro. Depois de algum tempo, pela duto será sempreuma incógnita, pois ele não rem a capecidad;de
mudança de preçoshaveú um reequilíbrio. dominaÍ o mercado e não tem, portanto, a possibilidade de fixálo
juíos poderá ser. dèpendendoda conjuntura e da de antemão.Dai então, a úaica coisa qüe a t€oria marginalistade
._A taxa de
politica monerária,desdenegaliva âté de 5qo. 6qo. 7qa, o! Ado.Ê repartição pode dizer é que se €lo aBjr racionalmente.qualquer
provável que âlgumas empresastenham superestimadoseus lúcÍos que seja o valor do prodüto, o Àível de Ìemuneração dos fatofts não
ruruÍoç e Iomaram empréstimosa juros maioÍesque oc lucros o:et! Í)ode ser maior do que a sua produtividademârgital.
vamente obtidos, Neste caso, as empresassofrem piejuízos finan- A teoÍia do valor-tmbaÌho, entretanto, prcssuúe conhecido o va-
cefos, mesmo que como capitalistasprodutivos elas tenha?ntido lo. do prbduto, pois ele é a soma das homs de irabâlho sociaÌmente
nec€ssáÍio.A repèÍição destevalor conhecido,determinado,se faz
Há tambem, nâ teoria maÍxista, um pressupostode racional! fundaúentalmentepor um elemento"extÍa-econômico,',que é a luta
, . de classgs.E só depoisque a luta de classgs,no sentjdo maìs rot!
saoe.ìupoÈse. em pnncipio, que os câpitalhlassabemo que estào
razenoo,t que aqu€tesque sobfevivemna selvaeconômicado capi- neiro, difuio, do funcionamento normal da economia caoitalisla. de-

38 39
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a pensar que, afìnâl, esta é uma discüssão
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jj.,ïr:ï,'.ï.""i'"ï.,H1!Xil:""".:ïli;i;ljltj:
g::ïï:+ ;ilï.^"i.ï'ïï1fi:"ï"".ïJ"0"ï';,""TrT |ododequee a"uiãà
neres rremendo
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aJ,i,i.e. áììilïi"'aãl'#.ï':iïï"ïiï: :::.ll
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::ï:ï"",i:,'#::s',,,,"iilï.ï:r .."i1átHii.'"Jf; jì :kì:::
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"ïï",ï,"Ë:" ;"9::
Ìni;,;i: iili.ïT"Jiïi.:ffi ii::ï:ìf ;lliíll
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dâ_poputação
em rermosde beqsae corjcumo.r.,o
.,.p"i..ì1ãJ
".i,;Xï"I""Jïir#;,?;,"ra,.,
triii,;ïil ã.,Jìi
:#:ï'ïïïil:lï""ffi:?ï:í;ï,""ïïffie emprego Hil#ïï'
.icnifi.u-qï* ã
groba,
tr E,ame- I'r:;ilÍï:::;ïËilïïlï:r #jïi'",",*
iüi ;'"'*ïÌ'*ïdilïd:
Í."" ï# *,J,..r Jïri.:ïï
ïj:1 il;tï'"'Ëlïiffi 1ï;l:::ï:ï::"iï1i-"
jy'Í;.f
es,a
é uma
discus'ão
;",,i,:"ï{;ï1ï"'[iïïï,ï::ii""",,ilÍ;'-i#,ï;*h._ïrut;;.-nnmrìï hr"ï:{."r;:,ï'il::
40

mesmo se dil com uma empresâque tem rendimenio e gastos de
consumo.Ela distribui umâ parte dos lÌìcros aos seusdotros,isto é.
âos acionisias,aos proprietários.Mas ela não pÍecis4 necessaria-
TERCEIRÀ ÃULÁ mente, distribuir rodo o seìÌ Iucroj umâ paÍte desselücÍo pode ficaÍ
Íetìda pâra a próprja empÍ€sa investir majs aârde, ou constituir
reservaselc. Esta parte da renda não disrrjbuída nem consumirta
peìa empresapaÌa pagamentosde ma!érias-primas,salárjosetc, é â
poupançada empresa.O governotem a sua rec€ita qüe é prilcipal_
O EXCEDENTEECONÔMICO mente tribulárja; existem outros ilens de menor jmportância. mas
esqenc'aÌmenle. o que o go\erno.ecebeè o que cobia soba Íorma
dê taxase jmposÌos.Na medida em que o governogastasuâ receita,
pagandoo funcionalhmo público, comprândo material etc., ele a
Nesta aüla, vamosprimeiÍo definìr e amljsar a geraçãoaloexc€- está consumindo.Se não a consomeintegralmente,o çIueresta é â
dente econômicosob o ponto de vista da ecorÌomiamarqinalistae poupançado-governo Assim..poupançae rl,ceiraou rcndìmenlonão
depoisda economiamarxi\rae, Íinatmenle, verificafem oie medida c-onsumrao. r1a anatì\e mafgrnatÌst a o excedenteeconômÍïõ'dâ-ìÌÍi-
a realidade económica confirmauma ou ouÌra desrasabordasens. ou socjedade. de um pais.cada ano. é a diierençaenlre a rcnda na_
parte delas. cional destepaís, tudo o que neÌe se produzìu em bens e serviços
É precjsoadvertir, desdeo itrícìo.que a defjniçãodo excedenrs dumnte !m ano, merÌosaquilo que se consumiupor paÍte dos indi_
ecooõmiconão é precisamente iSual Da análhe maÍginalirrae na viduos, famíÌias,empÍesas(econômicasou rÌão) e góverno.
marxÌsta,Há diferenças,embora,em teÍmos gerais,a concepçãodo Á gÍande qu€stáoestá em saber o que determina o nível de
que seja excedenteeconômicoseja mais ou menosa mesma,isto ó: poupançanuma economjâ.A primeira análise maÍginalista pÍopu-
o,e,xcedenk:cg!!2LL9:jj9È!3l4:!&
p.ros lhjjgduçáo que não é abso! nha comoexplicâçào. comofaror fundamenral do nívìl de oouoanca
'rda do que à mÃmarroaüdEãEìj-dÉiiããi numa economiacapiralis-a. tfaià-renuma economiâJm leiat, naru-
geral -cëiosì@bs
è o er,cedenteeconômico.Os amerìcanosusam o. con- ralmente).aquilo que a poupançaviria proporcionaraó indiurduo
ceilos de inpü e oupur, que em portuguèsforam traduzidospor ou a enLldadepoupadoracomo ganhos futuÍos, uma família
insunos e piõdìíàõ. Texcedenre seria a diferençaentre o oarpaì e . r,oupa
poÍque com o dinheiro poupadopoderá ganharjuros, poderá còtoc;r
o ,npur, ou seja,entre aquilo que foi colocadona produçâo (inclu- o dinheiÍo num banco,por exemplo,ou então compÍ;Í uma aúlice
sive,o.lrabàlho humaíio)e aquitoque se obreve.meildo por aiguma de segurode vldâ, e essapoupançavirá pmpoÍcioDar a esta família
tlnidaded€ vaÌor üma receitacom acréscimono valor, Dum tempo futuro. Este acrés_
Na^Jnálisemarginalisla o excedenle é jdenlificadocom a pou- cìmo será cada vez maior quanlo mais tempo esta família se abs-
p3!ç4. U quc \em a ser precisamenLe ..poupança'?poupança
ê tjver.d_oconsümo.A poupançâera concebìdacomo ato positivo, um
rendiÍnenro.recebido por alguma enÌidade, qr,. nao e *ììiì .r
-l.ogo ll ato deliberadode absr€nçãodo consumoimedjato, port;nto üm ato
ÌIÌq.o L.sa entìdddepode ser: ìrma famìlia. uma empre\a econô_ desagrâdável,conrrário ào pÉzer, que é consumir, é aproveitâÍ o
mÌca.uma empresanão-econômica. ou o próprjogolerno,Todâ( as li
que se tem imedialamenre. EÁsesacÍificio.representado petaabslen-
enlrdade.qìrc lenham ârg!m rendimenlosào susceríeisd€ lerem lÌ
p0up^ânça. çao.rerìaque serremunerado por um valorfururomaior.geralmente
desdeque não c-on(umâm inÌegÍalmenÌe esle rendìmenlo, definidopela laxa de juros.Dai se propunhaque a poupançaseria
. suponhâmos que o íendimenlode urnâ famíl;asejâa \oma dos tantoma or quantoma,orfossea raxâde juÍos,portanlo,a poupança
salárìos -integralnrenie
_dosseus componentes;se esta família gasta seria em princípjo proporcionalà taxa ds juros ügente em iadâ mo-
esse.saÌário,então a poupançadessafamílja é igual a zeio. menÌo.Q!!ro maisallosor juros.tanto maioro excedenle
Se ela econômi_
gasta mdir do que o saláriq e isto acontece,infelizmente. co. ìsto e. a poútançâ.Os marginalisras
muitas evidenre;ìenteenLendjam
veze:.enlão\e poderiâfd'ar em poupançanegaÍiva. que a tàxa de juros é paga por alguém,que toma essealinhejÍoem-
Agora. quando
e a g sta menosdo que .eu rendimenloã poupânçâé posiriva.O prestado e o investe produtivamente,portanto, a maximizaçãoda

43
taxa de juros não é o que eÌespropunnam.O que elesdiziam é quc ceftas convençõessocjaislevam a certos padrõ€sde consumo.
harendoum mercddode cap:raisem que ha atgunsque oÍere"èm Ás
pesçoas sf wsl€m..seàlimenram.habilamd: âcoídocom convençòes
poupança, rsto é, que oferecem o excedenteaos emDÍesáriose. de socìars.,,oependendoda classesociala que pertençam,
ourro Iado. uma demandade câp:Lais ou da clàsse
por pane dós empresarios, ae rcndtmen(o de qLre[a7empârte.Ouandoa receitade uma Ìamlljaì
nessemeÍcado de capjtaisse estabelece unÌ preço do uso do capitâI, aumenra.o.consurÌìo tâmbemaumenla.porem.aumenLa
qü€ é a taÌa de juros. Esra taxa de juros é que vai, por sua vez, *"ro" o".l
proporcronatmenre. rsloë. ,e uma famìtidganhaCÍ$ t.000.00e de ì
jnflujr decisìvamentesobre o nível de poupançâ.
rep€nte.p€s\a.a ganharCrg 2.000.00.e prô!avel que ela reaiuíe
Esta concepçãoé ben característicado DensameniomaÍeinalista. ì
seurpaofoesde con5umo. que passea consumirmais,poremrào ë I
por i\ro. ape.arde arualmenree\raf um t;n.o abandonrd"inào ,e provavet que passea consumir duas vezesmais do que ?
podedeixârde menc'onala.Fta pralicamellepòe no me:mope a consumìa
anres.,a sua propen,ãoa consumir-que e a percentagìm da renda
poupancâde uma família que ganha.por exemtìô. do;s \ataÍos quea famiriaco-iõõ.iliãiìã!-iãïiiqundo
minrmospor .na( e coÌocaCrS t0,00por mêsna CaixaEconômica
iü.,ìã,idr;ã;#.ì-iffi;
e. erd
e LÌma famiÌia miljonária, que simplésmenreresolve colocar 90cr, .lendea poupar ma;s.hLe floìqúe'ó consüiioé-roffirnenre
e,é diÍicil. por vario" morivospsicotogicos
e cutLuÍai.,
do que ganha por mês nÌrm banco suíço ou numa empresasjderúr- :_",i:1.'f"*"
(arraroe uma ctas\ede consumopafâ outra, A lamrliade,ie exem_
gìca. É claro que sendoa distÍibujçãoda renda tremendamenrede-
sigual, é muito difícil dar à poupançauma mesma explicaçãode doD-ou.em lermo. reais,sua receitâ.não irá imedidram;nre
caraÌersubjelivoe p\icológi.o,de modoa ab:,rcartanro; Íenóm€no mudar
ao Darrrooperarroem que mora.para ourro.por exemplo.
de pe,soas de rendabaixa.que poupan.como o de pe.soas de cla\se
de renda meora,tslo demorae taìvezela nem cheguea faze-lo.
tão aha que sào praricamenLeobigoàas a laupat porque lhes é fi Ela nilo ;rá
)meora'amente adquirirpadíóesmai, elevaCos de conjumoalimen_
sica e economicamente jmpossívelgastaÍtodâ sua rendaem consumo. lar de re\iuar;oeLc.Ponanto..
Para a teoriâ marginaÌistanão havia difeÍencâ alsÌrma entre a fâ- e um etemenro ae esraUjii_
".^.rmo
As pessoas,as familiâs (isto tambem se rÃÌ€;e
mília qìre põe Crg t0,00 na Caixa Económ:iae ; fam ia de um as enlpresat iendem,em princípio,a conservarseuspâdrões
bilionárjo que simplesmentenão conseguegastar toda sua recejta: habitüais
oe consumo,,{ mesmacoisaé verdadeno caso de ìma
no Ìundo, a poupançasempreé um ato de sâcrifícioe conseoüente_ Ìeduçãodo
rendjmento que uma lamilia lenha um ,enaimenio
menleela é tanlo maior quantomâioÍ fór a remuneÍaçào ( rs r.uuu.uu^Suponhamos a"
esDerada e por atgummori!ìoperdeume partedesserendimento
sob.a lorma de juros. cll 500.00em vez de cre l 000.00.Há uma
:^La-::::.saihir srande
Seyne\ percebeuo ob\io. ou seja. qÌre o grau de absrraçaoou l resr(rencÌada IamiìjaparaÍeduzirseupadrãode consumoà m;tade.
o tipo-Ëabsrração usado pelo peÍÌsamentomaíginalisla..clássico.., / E crâroque çeÍã obcjgadaa Íeduzirseu consumoâpós
srmplesmen,e abrrraíaÌrm elementoessenciâl da Íealidade, cerlo prazo,
irlo é, de I EÌa poderá se endividar após algum tempo, depoìs reduziri
do ftndimcnlo cn rctacào àr ncces.;idodcsnornais I seu
consumo,porém essaredução será menor que a alo seu
de tonlumo e reaÌmenleo elemenlofuÍldamenÌa]nara exnl:cara I Íendimento.
PorÌanlo. nesrecaso,sua poupançase reduz e sua propensao
poupançâ. A poÌÌpânçade 90qo da familia mjlionária náo' tem a I a con_
sumìr aumenra,Denom;na_se ,.propensào
mesma signifícaçãoque a poupançade 1qo de uma fâmília pobÍe. a consumir;a proporção
Portanto, a poupança está esrreitamentevìnculada âo volume de oa rendaque uma dererminada etrLidad€(famìlia,lirma ou go,erno.y
rêndimenlose à neccss'dade ga5la em consÌrmo.A ..propensãoa poDpar..é a proporçào
de consumodâ entidadeque se consideÍa. ia renda
A píìrljr daì Ke)ne\ loÍmulou o que chdmoude teì que é poupada. ObviamenLe,a somada propen,ãoa consumircom a
eeroÌ propensão a poupar de uma entidade ou co[junto
do Drcpeltsàoo consumìr.De ecór,rocom ..ru rìliìíìììËiio ^lr ale entidades t€m
€\Dìicarnão e a póupançama. ,jm o consumo.e^icotòpìca pòuoaria e o l- que seÍ igual a um, ou cem pot cento.
que roófd do consurlo. .)
.4-propen'ão _a cooqumir_-,e_inver,cmetrreproporciooal ás
De acordo com a distrjbuiçãoíla rendâ âs diferenresentidades v.rìaçoe\ da renda da Í+qi[a. Sè a aaniilia gaú;
CiS-Ì:0Õ0,0d,
o-seu ronsumo- poìeria ser Crg 900,00. Se sua recejra pas,ar
_(Keynesestá pensandofundamentalmentenas pessoase nas famí, â
Ìíat têm certos padrões de consumo que são socialmentedador: Lr+ z,uuu,uu,nao e provaveÍque seuconsumotambém
aumentena

45
mesma proporção.O aumento do consumosèÌá menor. EÌe subirá, dendos,imediatamenÌe.Pelo contrário, ela tem reseÍvas,acumuladas
digamos, a Cr$ 1.600,00. Isto significa qüe a taxa de Poupança na época das "vacas gordâs',,para poder então sustentarmais ou
desta famíiia, que é de 107o (CÍ$ 100,00em Cr$ 1 000,00) passa menos a mesma distribujção de divjdendosaos acionjstasna éDoca
a seÍ de 20qa ic.$ aoo,ooem cr$ 2.000,00). Nesle exemPlo.hìpo' das vaç6,62912*".E nessemomentoelâ se compoílacoíno aouela
tér;co,a fâmilia,âo dobrarsua renda.red .'iu sua pÍopensão a con- famrlia,que reduzsua propensãoa pouparno momentoem que sua
sumir de 909o pan a04o. E conseqüentemcnte aumentou sua pro_
pensãoa poupar de IU4o a 20qa.Suponhamos agora o contrário: a Quanto ao govemo, é mais difícil desenvolverquaÌquer tiDo ale
ieceita que erâ de Cr$ 1.000,00 passou a CÍ$ 500'00 (estamos análise geral. porque a sus poìír;ca rendc a ser, princiDaÌmenle
considerandovariaçõesmuito grandesda rcnda, merament€para toÍ- depoisda aceirâçàoda teoria keyne.iana. uma poìnicaanrjcíclica, .
naÍ mais claro o f€nômeno;se a variaçãofo. menoÍ os efe;tosserão Ìrto è. o,govefnoLendea se compoflarde uma fôrma dpúslÂ.Ìãnto
m€nores).Nestecaso,o consumo,que era CÍ$ 900,00,não cai neces- as.râmìtÌascomo as empresas para cornpen:aras vafiaçoese im.
sariamenteà metade,ou seja, a Cr$ 450,00,porque há muita resjs- pedir a crjje ou a infllação.Nesses€ntido,o comporlaÍenLoeconó_
tôncia por paÍte dâs pessoasem abrir máo de padrõesde consumo. mlco do governo em termos de geraçãodo excedenteé um compor-
Àssìrn,o consumopod€rá caìr para Cr$ 500,00.Nesle caso â prc_ tamento reflexo e compensatóÌio.No momentoem que tanto a fam!
pensãoa poupar que eÍa de loqo passouâ zeÍo Esta famílìâ que Ìia_como a €mpresatendem a manter seuspadrõei de consumo e
poüpavaquandosua receitaera de Cr$ 1.000,00passaa não poupar reduzrÍ a poupança,o goveÌno pode achâr necessárioaumentaÍ sua
majs porque sua Íeceita caiu à metade A poupançapoderia inclu- poLpançd.prectsamente para impedir que ddí ocorra uma presjão
sive se tornar negativa, se suPüs€rmosqìÌe a familia passea con- inftacioná'iâ
sumi em vez de Cr$ 500,00,CÌ$ 550,00.Neste caso ieríâmosüma Fm úllimà ândl:se,o comportamento do govemo é um coÍì-
t-
pÍopensãoa poupar regativa. Pode-seperguntar: como é possível ponâmenroque nào se explicapor este mecanismo. porque ele é
I
ãlguéin ganhar Cr$ 500,00e gastar Cr$ 550,00?É possível:a fa- \exaÌameíÌe o oposio e tende a querer influencìar o próprio meca_
mília pode ter acumulado valores no passadoe está simplesmente Ìnismo exDÌicado.
agora se descapitalizândo,isto é, consìlmindoos vaÌoÉs que acumu- \
Qual é a conseqüêncjâ fundamentaldestateoria?
lou; poderás€ endividar,e então,pelo menospor algunì tempo, será A de que o excedente,numa sociedadequalquer, será, num
DossívelviveÌ além de seu Íendimento cerro_moÍìenro,ranto major quanto mais desigualmenLe tor dis-
' muito maisda realidâde. por-.1
É claro que Kelnesse aproximoLl trìbuidaâ renda.Se mmpârarmosdois pai,es,,{ e ,. que renham
qLreefeLilamenl€ a poupançaè o rcsiduode rendanão consumidall a mesmarendanacronaì, mas no pâis ,4 a rendâé distribuidamais
lanto de famílias pobrescomo de famílias bem iicas, tanto de em- dtsigrralmente que no pjr'sB, no país,4.os l0ôo ma;sricosda popu.
presascomo do governo. uma empresatem um certo grau de con- lâçaoÍecebema metadeda rendae no paü I os loao mais riios
sumo, isto é, lem um cerlo número de opeúrios quo têm de ser recebemapenas25qo da Íenda, então no país,{, daqueles50qo da
pagos,o qìÌal pode âumentar ou djminuir com o tempo, mas basi- rencla,que.são apropriâdospeÌos loqo mais cos da nação,vai sair
camenteela tem um quadro de pessoâl,uma foìha de pagamenlo, uma granoe poupança,porque estes 10qo de dcos dificilmerÌte vão
além do consumonormal de matérias-primas,energiaelétrica, alu- podeÌ gssrdrrudo.isto.Ao pa\\o que no prir ,. em que a
Íendâ é
gu€I, jmposios etc. Isto dá uma base para seu consumo Se seüs"l drslrìbuidamais ifuaÌìrariamenle.a pouprnça das iamilias
mai,
lucror aumentam,a empre\a,geraìmente. |lão tendea aumenlara J ncas serãpÍoporcionalmenle menoÍ.Lma conreqüéncia imDonanle
distribuição de(es lucros.T.toê hoje um lato comProtadoinclu'iveI destatroria ë que o próprioexcedenle é,r" f"riç;" a, À"L, J.r,i-
nas empÍesâs d€ Lipomonopolisla. Elas em geral manlèmo mesmol Buar0a0eda dAtrrbuiçãoda renda. E e uma jusLificâliva muitas
padràode diridendospagosâos seusacionislas. Aumentaníloo lu-l vezesusÂdapara que haja uma crescenteaesiguaidaae nu ,;p;.ti;J
cro, a emprcsatende a aumentara poupançae a diminuir a sua pÍo_ da renda. O economistaJoâo paulo de AlnÌeúa Magaffraer,'qoe 'fol
pensãoa consumir. Quando cai a rèceita, a empresa,por moiivos durante muitos anos o chefe da assessoria econômicada Coni€dera-
óbvios - náo se despreÍigiar no mercado de capitaise náo desva- d" Tndúsrria.
susÌenroìr
quea inÍtaçáo. Ãi",;i.p*
lorizar suasações- tende a náo Ìeduzir a 3üa distribuiçãode div;' ,Ì :::,"Y:.1:,1"1.
reorsrnbulrregressivamente
a renda ""
ou seja.poÍ Lornaros ricos

46
mais rjcos e os pobÍesmai pobÍes,foi um mecanismoessenciaÌpara capjtal fìÌo._O capjial constantecompõe-sede certos elementosque
âumenlar o excedentedo país. Poh ao transfedr a renda de gente ch?mamosde capítal
pobre quo ja gasÌaÍ para gente dca que não lem como fazêlo e por- .ciÍculante,qus entram totalmente no produìo,
tais como matérjas,prjmas, e de capital lìrc !|tresão certoseÈmêítos
tanto vai poupar,a inflação criou um âumento do excedenteeconô- q]re entram€radativamenteno valor do produto, na nÌedjdaenì que
Ìnico que fo; urili/adopara acelerdrd indu\lrd :7açiodo pais. É o Í- elesvão se desgasrando, tais como os equjpamentos, construções€ìc.
que se chamade poupançaforçada. O capítal va óvel ê quantidadede satáriospagospeto rrabalhoprc_
Outra conseqüência,e no caso muilo significâtiva,é que à ^
dutivo, ou seja,é o valor da foÍça de rrabalhogasta;a obt€nçãod;ste
medidaque aumenlaa renda, o excedentecresceainda mais,Vamos produto P. Ora, a diferença elltre o valor total de p e a ioma do
srìpol um pais em crescimento.A renda do pais €stá crescendoano capjtaÌ conÍanle gasto e do capjtâl varjável gasto dá o excedenle
após ano. Isto, aliás, é o normal em quâlqüe1economiacapitâlista: econômico,que aparecesob a forma de mais-valianuma economia
a longo pÍazo a economiacresce.Historjcamçntetem sido assim.A capitalista:
renda dâs fâmílias tende a crescer,não digc qÌre cresçana mesma
proporção,o grau de desigualdade na repartiçãçoda Íenda pode me P-(c+v):mv.
dificar-se,mas, a longo pÍazo, a recejtâ da major paite das familias
e das ompaôsas t€nde a crescer.Neste caso, a pÍopensãoa consumir Esta é a defjniçãode excedentee vê-sede jmediato a diferenca
terÌdosistematjcamenle a cair e a pÍopensáoa poupar t€nde sistema- de abordagem enrrea teoÍiarnaÍrisrae a reoÍiamarsinaliía,A abo;-
r;câmenlea sübir. Ha uma tendèncidnuma rconomiaem cÍesci- dagemmaÍri,ra nào dependede uma pÍopensãoot-de um compor-
mento que o excedentecresçamais que pÍoporcionalmenteem rela- tamentosubjerivo. Ela é objerivamenre dererminada. O excedenrè. Lr
ção à Ìendâ nacionâI,Se a renda de um país foi num certo nomento qualqu€Í momento, é sempre o rcsuftado desta diferênça objetiva.
100 e o excedento10qodesla renda, quando â renda passoua 200, O c, ccpítol constante,ê determinâdopela tócnicâ da produçãoutili-
uns l0 oìr 15 anos depois,o excedeÌrtenão passoude 10 paÍa 20 mas .?adap.ârdobrerP. Numa agricullurapÍimilita, poÍ exemplo.como
de 10 pâra 40. Há uma tendênciado oxcedentepara cresc€rcom a a braslierra.em que o capiralconsrante u\adoe sobreludo â enxada.
€conomja c cÍescer mais que pÍoporcionalm€ntedo que eÌa, isto é, e muiro poucoalém disLo,esle elementoc será muito oeoueno,A
cle se toma una pa e cade vez maìor do prcúuto socíal. maior pafle do cuío do produlo agrícolasera represénàdapela
O próp o Keynes acabou afirmando que era necessário,a Íorçade trabalhoulilizadaparaobté-lotu). Numa agliculturaadian-
parÌir Je um cerLoponto.e.rimularde algumamaneirao consumo, tada, moderna, c seÍá repr€sentadopelo combustívelgasto nos tra_
porque o excedentecada vez maior pode levâr a economia à estâg- lorel. por semenres seìe{Ìonadas que a empíerâagricojacompra,por
naçãoe à depressão. O que é preciio constatarpor €nquâíto é que a âdubosquimrcos. in'ericidas.
pfíicida. e pe!ode\gasLe ddsmáquinas
Iei psicoÌógicade Keynesnos leva a esta corclusão: na medida em agílcolas. fortanLo.proporcion.Ìmenre, c s€rámuiro maior.A rec_
que a ecolromiâcfesce,o excederÌt€deveteoricamentecrcscere mais nologia usadapara produzjÍ p p.é-determinao montante do capitaÌ
ôr^nô..iô -âl-ê -rê .-. constante.O valor do capital variável,como já foi mostradòna àub
^ì"_
n ê I -1-.-."'.-".- /------------\
Passernosagora à !.!:Drdagemmarxi)E)De acofdo com e.ta anterjoÍ, é delerminadoem última análisepelâ luta de classes,jsto
abordagemo excedenteecòi6frìõõ-'ióiriíóe con a mais-vdìa Ìolat é. pela capacidadequ€ os trabalhadorestêm de def€ndero seqDadrão
produzidana economiadurânte um certo tempo. SegundoMarx, o de vida. melhora.lo. e pela capacidade que os empregadores iôm de
produto socàl (que châmaremosde P) é jgual ao capitaÌ cons- contrâriâr esteesforçoe reduzir ao máximo a r€muneÍaçãopaga aos
tante (c) mais o capital varjável (Ì) e mâis a mais-valia(mr): rrabalhâdores. Desr€choqu€de ;nLeres,es. qu. e regulaaopãr vario,
'drolesìnsLrluc onaìs,já mencionados na 2," aula,resullaceÍto caD-
P:c-rv+mv. lal \sÍia!el y, também socialmenredererminado. Enráo dado c.
dador, e JadoP a mais-valia. o erceden'e econômico é macroecono_
O capital constante é constituído por todos os elem€ntos produtivos micamen!€determiíado:
gastospara obter-seesteproduto P: matérjâs-primas,matériasauxi-
liares, máquinas e instaìações,estas últimas formando o chamado

48 49
Ele não é resuÌtadode propensõessubjetivas,mas resulta de uma 1.000.000de pessoasvão prodrÌzirarÌualmente2 bilhõesde horas de
configuração,que é ao mesmo tempo social e técnica, da estruturâ trabalho socjalmenteíecessários.Podemossupor que estes2 bilhõ€s
produtiva do país. de horas de lÍabalho sejam repartidos do s€guinlemodo: 1 bilháo
O excedentemarxista é, digamos,um excedentepotencial,que e 200 miÌhõespara remuneraçãoda força de trabalho e 800 milhões
constjtuindoo exceden!€. Sefor possívelfazer o empÍegadotÍabalhâr,
â sociedadepode usar de üúa oìl outra maneila, o que é difefente
do excedentekeynesianoque é um excede[te real, a posteriori,islg e vez de 2.000 hoÌas, 2.200 hoÍas por ano sem âumentar â sua
é, aquilo que efetivamenteâ sociedadepor algum motivo não con- remuneração,o valor de v, o capjtal vadávcÌ, continuará sendode
sumiu. Para os marxistaso ponto de partidô da análiseé o exce- I bilhão e 200 Ìnilhões de horas, porém, â mais-valìâpassaráde
dente irtual Apenas as parcelasdo produto que sâo Íepresentadas 800 miihõespara 1 bilháo de horas. Est€ acréscimode 200 miÌhões-
de horas é o que Marx dnamoude maís-vaÌi.L absolrrd A Ìnâh-valia I
por c e por ì, não podem ser tocadas.suponhamos.poÍ exemplo,"
que a sociedadegaste improdutivamente,não somentetodo o exce- absoÌutafoi a forma de aumentâro excedenteno início da industria-
dente (mais-valia),porém também uma parte de c, ou seja, Ìrma lização,no princip:odd Re\olu(àolBduslrial.PÍocurou^eele\a- ao
paraedo valor do produto quo é Íepresentadâpelo capitaÌconslante, máximo a jornâda de trabalho.Trâbâlhava_se, ertão, 14, 15 e até 16
não é roinverlidana produção.O que aconteceé que ro ano seguinte horâspor dia e hâvia uma constantepressãopor pârte dos empÍega_
P seráprovavelmentem€nori o volume dispoúív€lde matéÍiás-primas doresno sentidode aumenlâr essajomâda sem aumentâ. a remune_
raçãodos tÍabalhaCores, geúndo com isto um aumentode maìs-valia,j
ou de eneÍgia eÌét ca ou de maquinaria,seÍá reduzidoe, portanto,
a capacidadeda economiade produziÍ será menor do qìle foi este, isroe, au'nenlandoo excedente,
ano. Assim, o excedent€,do ponto do vista marxista, é tudo aquiloÌ Depois desseinício heÍóico (heróico para os trabaÌhadores)
que sobraalém do necessário para Cueos gastosde ÍêpÌodüçãosejam/ da RcvoÌuçãoIúdustrjal, a forma de âümentar o exÚèdentejá não
satisfeitos,para que pelo menos o produto se mântenhano nível foi a mais-valiaabsoluta,pelo contrárjo, a tendênciafoi reduzjr a
jornadâde iÍabalho. Em vez de mais-valjaabsolutapassou_se à n ait_
atingido. É. porlanto, un excedenk rirr,.dl, potencial.que de algu-I
ma forma será posteriormenteutiÌizado p€la sociedade,produtiva- valia relaÍi'a. Mâs o que significa a mâh-valia Íelâtiva? Tomemos
nìente, isto significa com toda probabiìidadeque P aumeítará tam- esta cifÍa hipotéticade I bilhão e 200 niÌhões de horas de trâbalho
socialmentenecessárìas que servem,no exemploacima, pala lecons-
bém. Se não for usado FodutivamenJ€,P rão aumentará.Enfim,
a mais-valiaterá duas utilizaçõespossívoh:urna utilização produ- tituiÍ â força de trabalho de 1 milhão de pessoas,servem pârã que
1 milhão de pessoas s€ alimente,se vista, crie seusfilhos Este I bì-
tiva ou uma utilização impÌodutiva.
lhão e 200 m;lhões de horas de'trabalho estão incorporadosnumâ
Quais são as leis, do ponto de vista da análise maüista, que série de bensde uso, tâis como Íoupas, alimentosetc. Se a produti_
determinamo tâmanho do excadenteao longo do terÍpo?
Essâsleis se refercm precipuamenleao montante do capital va- vidade aumenta,oü seja, se atravésdo progressotecnoÌógicoé pos-
riável. Exhtom duas formas de aumenlar o excedente.isto é. a mâis- sível produziÌ os mesmosbeÍs de uso - aÌjmentos,vestuáliosetc
vaÌia: a pÍodução de nais-valia absoluta e a prod\rção de mais-ralía - em menoshorâsde tÍâbalho,e esteé o sentidodo desenvolvìmento
tecnológico,pode-sereduziÍ, o montantedo capilal variáveÌno pro-
A mais-valiaabsoÌutadêcorÍo do fato de se aumentaÍ o mon- duto social-de I bithão e 200 milhõesde horas de trabalho pâra di-
gamos 1 biÌhão. Isto é possibilitadopelo aumento da prolutivjdade
tânle do trabalho humano gasto dumnte o anq sem se aümentar a
remuneraçãoda força de trabalho.Isto geÌaráum acréscimode rnais- do Ìrabâlho. Cada hora de trabalho, agora, prodüz mais alimentos,
valja que MaÍx chamou de mais-valiaabsoluta.LembÍ€mo-nosde camjsasou móvejsetc. Âssim, sem reduzir o padrão de vida dos tra-
qüe o produto é medido em hoús de trabalho socialmentenecassá- balhadores,cai o montant€ do capitâl variável e conseqüentemenle
rio, âcsimcomo o capiral constante,o capìÌal variável e â mais-valiâ. aum.nra o excedentesocial. com este aumenlo de 200 milhões de
Sìrponhâmosque certa quantidade de trabalho hümâno foi gasta hoÌas, o excedent€passa,portanto, a I bilhão de horas: esta é â
dumnte o ano e que as pessoastrâbalhem8 horas poÌ dia durante maís+alìa rclatír'd.
No casode mah-valiaabsolütao volume lotal de trabalho social-
250 dias por ano, que ó mais ou menos normal numa sociedade
capitalhta moderna. Isto dá 2.000 holas d€ trabalho possoa-ano. -mente necessárioaumentoude 2.000 milhõesparâ 2.200 milhões,a

50 5I
favor do excedente.No casoda mais-valiarelativa,o volume total do chinescs.A vântagemde Hong-Kong no mercado mundial é obvia'
tmbalho socialmente necessáriol1ão va a, o que varia é a sua dhtÍi- mente a geÍação de majs-vaÌiaabsoluta.Provavelmenle,depois d€
hniçâo y e mv, ou sèja, entÍe capital variável e mais-valia.Hhtori- algum tempo,com a melhoria tecnológica,Èmbém lá se daÍá o que
camente.foi a geraçáode mais-v;lia r€lativa a forma qre o cãpiiu- se deu na Ìnglaterrâ, Fiança, Alemanha e no Bmsil, que é a utili-
liaiá-eÌrcõ;tóu e utilizou paÍa aumentaro excedsnte.A evoluçãodo zacáocâdavez m€nor de horâsde tmbalho para produziros elemenlos
capiialhúo nos úiiimoi iso anos torna hto mais ou menosóbvio.Ng necessáÍios para a Íeconstituiçáoda fotça de trâbaÌho,e, conseqüen-
corneço.daRevoluçãoInduííìal. por pioÍes que fossemas condições temente,sobra mais para o excedente.
a. uiáu-a* úúittràaores, cerlamenr; uma iane nuito granae ae Conseqüência:a mesma da teo a keynesiana.Isto é, o excc-
túb;Ìho vjvo, (, Ìnah rnv) dove ter sido destinadaà nanutençãoda denre sempretende a crescer,Tanto Jìa teorìa ke)'ne\ianâcomo na
florçá de trabalho. Por mais Írobros qÌre foss€m os tmbaÌhadores, a prc- teoria marxìsta,a tendénciado axcedenteé sempreser ma or. ano
dútividade era tão baixa qüe talvez 80 ou 90qo do trabalho vivo áfõs ano, põrque a fração do produto social pala Éconstituir a
eram necessáriôs pam que os trabalhâdorespudessemviver e trâba- fôria de tra6atho tonde a ser cada vez menoÌ. Ao contÍáÍio, no
lhaÍ no dia seguinteo que, daí a algunsanos,seufilho pudessetomar' éíiãntó, da teoria keynèsiana,quidizia que o excedentenão só cr€s-
o seu lugaÍ. Pojs bem, Íestes 150 anos,o avanço tecnoÌógicofoi tão ce absolutamentemas cresceem proporção ao produto, Ì\4êIlCid4
fabuloso,que foi possíveÌpÍoporcionarà massados tBbalhadores,nos que o excedenlecomo ptopotçào do pÍoduto náo tende a crescer.
paísesmais adiantados,um padÍão d€ vida substancialme4te mèìhor, porqw eiè supunhaque o capitalconstante tenderiaa crescermuilo
tendo baixado ao mesmo tempo a proporçãode trabalho vivo dest! ma;siapidamenLe que o lrattalhovivo (u mais Ìttv). O que permite
nâdo à reconstitujçãoda foÍça de trabalho no prodüto social.Marx, a geraçãoda mais-valiarelativa é o aumento da produlividade,gm-
para medìÍ a pÍoporçãoem que o tÍabalho vivo se reparteentrc ca- çâs ao qual, cadâ vez menoshoras de trabaìho são Fecessárias para
pital variável (v) e mais-valia (mv), propôs o conceito de tarca ile cÍiar vestuárìo,aÌimentâçãoetc., para toda PopulaçãotrabâÌhadorâ.
exploração, dada pelo quocieÍrte mv/v. No exemplo acima, sendo y Ìsto se torna possívelgÍaças a uma utilização câda vez mais jnt€n-
;gual â 1.200 milhõesde horas aletmbalho ê.m, igual a 800 milhões siva e extensivado capital e porlanto a parcela do c tende a ser
800 cada vez malor. Em termos proporcionais,o excedenteda economia
de horas, a taxa de exploÍação se a de -J00 = 0,67 oD 67qa. capilaÌistanão deve crescer,ele crescecm termos absolutos.Daqüe-
lâs 2.000 horas de trabalho ânuaisd€ câda tÍabalhãdor,o excedente
Isso significa que, em média, a câda hora do trabalho produtivo talvez fosseâpenasde 100 horas há 150 anos; depoispassoua 200,
gasta para repÍoduzir a força de tmbalho cortespondem40 m:nu:os 500, 1.000 horas,pode ser até do 1.500. Porém, pata que issofosse
possívelfoi pÌecho usar uma quantidadede instaÌâçõese máquirÌas
@u fiqo de uma hoÍa) de trabalho "explorado",ou seja, eÍcedente
que toma a forma do mais-valja, cada vez maior, como pÍoporção do produto.
No início da jndustÍialização,devido ao prolongamentoda jor- Marx supunha que o excedenteserja uma fraçáo do produto,
nada de tÍabalho, o aumento do trabalho socialmentenecessárioex- que podeÍia ser decrescente.Marx semprc se t€feriu a isto como
traído dos rrabaÌhadoresse fez predominantementesob a lotma de a uma tendênciahistórica a longo prazo. Esta proposiçãomarxista,
maìs-rãlìa absoluta. D€poh (a paÍir dos meados do sécülo XIX) â de que a mais-valiaé uma fração decrescentedo pmduto, embora
tendênciapassoua ser aumentar a, maìs-va|íarelatba, isto é, usar o aumenteem t€rmos absolutos,não foi comProvadahistoÍicamente,
aumentoda pÍodulividadepara tomaÍ a dhtribìtição do valor gÕÍado Há estudasrecentes feitos por economistasma.xistas, particular-
duÍante o ano cadavez majs favoÍável à maievalia, elevandoo exce- mente pelo economistaamericanoGillúan, qìre mostra, com dados
dente, Isto não quer dizer que 1rãoexislam, ajnda, casosem que se estâtislicos,em relação aos EUA e à Grã-Bretanha,qüe a majs-
use â geração de mais-vaÌjaabsoluta.Um exemplo é Hong-Kong. vâÌia como propoÍção de todo o Produto se manteve a longo prazo.
Hong-Kong é uma das mais novas €conomiasindustt ais do mundo; (100 ou 150 anos mais ou menos), constante,embora flutuasse,
foj crjada pelos refugiadosda RevoluçáoChjresa e ali se trabaÌha, é claÍo. Mâs náo houve nenhuma tendência ao decréscimo No
em médìa, 12 horas por dia, 7 dias por semana,52 s€minas por tempo de Marx não haviâ possiÌìilidadede comprovaçãoempírica
dessalendência.Foi pÍeciso espeúr até teceDtemedte, paÍa que fos-
âno. TrabâÌham-setodos os dias exceto 4 ou 5 feriados ÌeÌisiosos

52
ìi#f.ïï"jïff,'i.j""hi,ïJ::ï,:ï,*.i::ff
:'jï'ï:ïïi"ïlï 1âÌismomonopoljsta: o capitalismomonopoÌhtâ é algo mah plane.
jÀdode rc da ?mprcso,o qre permite quì a revotuçãotecnoiogica
seja menosdeslrurjrado que foi no passado.

:YlË*,;:t
Schumpeter,que nào

rui:ïr,*"*ïË,r:rri:'ffi J:m: t€m nada de marxista, mas foi um homem que d€dicou tod; aten_
ção ao processode inovaçãotecnológicâ,c nhou a expressáo..des-
lruição cÍiadora' para designâro processopelo qual'a cada mo_
n,.:Ì'r,;ln;:ï'i,ï;'.li:,.f
,",,uïjift,"_'"q:.ilJ:ffi
a tornur v"z,naii
mento em que a tecnologiadá um passoà frente ela Dão somente
cria novasfoÍmas de pmduçàocomo deírói as formas anrisas.Cadaì
fi#i;JïÍ";,.ïl,ijiï3'";Ji,ïl
J,i""ïi" "aau inovação tecnológica rende a âumentar o exc€denre.úrenr. uo I
mermotempoeliminaÌrmapÀaedo capiralsocialpor obsàlescència.

l;ïfi$ç*iü';ï+'l.rË"-Jh+ii.{.}liü;
.,ll!ï.'üÍt,'..',ïïï
e_hã. enrão. uma tendênciaà compensação.
ete.totecnotógtco
ou seja.o vigor do I
no se'Ìtidode fazercrescero excedeote
/

seria ate- I
nuadopelo aspecrode.rrurivo,Numa economiabem monopolizada.
i,ï?ll ïjti,iJÍl':,xï
m*djn"lÌ como é ã norre-americanâ. por exemplo,c não há dúvidaaìsuma'
que a fÌrropa e.rá caminhandoem drÍeçãoa um capirati.mòlão
j:ji:ïiË::ï$ï:.ii:,';if
ìe
i",:ï.'":ïJ:,1;khÍ,,"ï:*í
câda
.q
monôpo||\laquan'o o arÍìericano. esta ..destruição
criadora..Íicd
cada v€z m€nosnecessária,porque o monoFilio, a gÍande empresa,
jJ,j,,ïïliror
;ï, il.,;""; unidade
nerap-u".ià".ã" o truste têú condiçõesde esperaro momento mais propício para
"ã iniroduzjÍ a jnovação, isto é, quando o equipamdàtóque vaì se

:rj:[,:1, ï.]::ï."",,,:ï:,y,i'-,.'àïï::::.x"1ï,
J'ï,,ï,ïi_ lornar oõsolelojá eíá fisicamente desgaíado.Deste moìo. nào é
pfecìsoJogarÌora mãquinasquase novasporquese criaram má-
quÌnasmelhores.Daì \e veriÍicara aftntu1çãode uma lendéncia,
*"1";:ï$.."#r#:"í::Ì*,*r'
lì,Ë:1üï;rï'i,rËf que nâ veÌdade é de toda a hhtória do capitalismo: a de que o

;:fu rir
$l;ïr l':l+ï*,,;:#ïll,xr-?nü:+;
excedentevirtüal tende realmentea crescer,
.
jsso
ar"l!. ao excedenteõ poste oi, real, dado pela poupança,
também.é veÍdadeiro pelo menos em c€rta medida. A;ropo_
sição keynesiana.está se verjficando,as taxas de poupançanós pai
..';:ff':"u:ï:":ã
i:,,::,'i;:;;^;;:,':"ï:lï; :",*;.-:
lii: ses capitalistastêm crescidoquase semprequando eites paísesnão
se €ncontram€m gueÍra, A gu€rra tem sido geralmente o gÍande

*r:ï1.;q,fi
ï{l;g*rçq.'4.;*:n:;,:;i:r*.a melo.de redu/ìro excedenÍe. A guerra.do ponrode rÀra keyne,ia_
no. é uma forma de reduçãodo ercedenre medianleo inue.rimenro

gç;;ii,'*'lï:.f
ffi ï* h*ï:il"+,
destrutivo, um investimentoque não aumenta a capacidadepro-
dutiva da economia.O excededledado pela poupança,excedànte

'"..m$ï
real, tem üma tendêícia imanentepara o aumento, que é perma_
nentementeanulado peÌas contínuas gueÍas em que as maioÌes

ìiil,ili
rì,* ü,il',",';,,#:,::â,1ïi..
;l;:;:i*,11ftï potêncjasimperialistastêm-seeÍvolvido, como fruto do próprio im_
perjaÌismo,nos últimos 20 ou 30 ânos.
"i,",",1"lJ,i':i::ï,í:ïJlïT,iì
ïït'tïìil,*l;* i:ì;::lì Convém consideia. ainda que uma forma jgualmente eficiente
de reduzìr o excedefiie(poÌrpança)é o gâsto €m armamgntos.mes_
mo que eçtesnão sejam utjlizados em gueüasr o estado leduz âs
j,:f,'#",:ïï"*:ff
-* ìï:':ï. l:"ff:ïi:ï,,ïfï lïï",1 Í.endas.dasJamílias e emptesas aumentam os impostos, o que
diminui mah do que proporcionâlmente(como se viÜ) a propèn-
54
55
são a poupaÌ; com os recu$os assim aüecadaalos,comDÍam-se
aí_
m?mentosou se Íinanciam\,,ragens interplanerár:as.o qi,. or.;.ii._
Íl]rza enquanloe\cedente.pois armamenros ou fogueìesnáo ser_
p1*,-:u11.." *l o pÍduro íou a rendar no peiiodo
:.^-'1- seguinrt.
rerÌa.murto dtlerente se o goveÍno üsasseos recurJos
arrecadados QUÀRTÃ ÀULÀ
rnvesrimenro_s
produLivos _ para conÍruir,por exem_
li'"-l]lll""|.
pio,eslrddas_ou represas,
como conseqüéncia. no periodoseauinLe
o proqulo le renda) cresceriamainda mais, o que levaria-a
cresclmenlomais que proporcional um
do excedenre.-Como o caojtà_
rìlmo nâo suportaum eÌcedenle..ercessito.{como ainda ACUMULAçÃO DE CAPITAL
guerral e corridasarmameotittas se v;Íá,.
parecrmser f",.*
susrenraçao da prosperidadenos paí\e( capilalisrasadidntado,.
"ì.".i.;ì.
Áo estudaÍ a acumulaçãode capital, vamos verificar o funcio-
namento geral do mecanismode crescimentoe de cÍis€ do shtema

q acDmulaçáode capirâl é o processopelo qual


uma parte do
e.xcedenteeconômico e coflvertida em no!o caDital,Isto é a essència
.daquiloque úamamos de ..acumutaçào do iapiral"..paÍâ a qual
na s.nonrmos lmpeÍleiLos tra litefaturaeconômica, taii como, ;nves-
Írmento ]íquido e formação Íqüida de capital. Vamos ver aaora
conlo.o excedenleeconómicoé ÌransÍormado.em parte, em novo
capital e que vai se ao esroquede capilal qìe a sociedade
"ãmãr
C9.sqjrn!lg4!o alua capaõiããde de pr-oduçao.rsro quer Oizer
qu€ o eteÌLoda acumutação de capilale sempreaumenlaÍa capa_
croadede produzrÍ. Uma parte do produto social tomâ a forma
rÉica de meiosde vida de mais trabalhadores e outra.de máoui-
nas. de marérjas-primas, iníalações, pÍédios e que vão si somar'ao
equrpamentoprodutivo já exhteDte.Desta maneira se amplja a po_
tênciâ produtiva, o qüe permite aumentar o nível do produçáo
no
periodo seguinte,Ìnteressasabeacono esseprocessq
de-,.3f!3!x _94._qyis sao os faiõÃ-que o conorcnnam, 4JacumuÌação
que o
aqereEg ou o retem. em djÍerenlescondições.
. vamos começar, denLro da sjstemÍiticaadotada, com a abor_
d,agemmarginalisÌâmajs moderna, que é aqueta
;;. ;.";.;;'.
Inlet,zmentenão hd Ìempo de se fazer um hisLóricoem_
^€ynes.
lomlco a respettodcste assunto,e âssjmvamos nos füar no que
é,
conÌemporaneamente,a teoria aceita pela economia acadêmicj
ocì_-
dental.
Á abordagemmarginalista sempre parte da ação individual
,
e oe sua motivação subj€tiva. Então, o problema se coÌoca assim:
o que taz com que os indivíduos apliqu€m a sua poupança em
€lementosprodutìvos?Supôe-seqÌìe o somatório das ações indivi âlguém emprêsta a uma grande ìnsriluição bâncá.ia que é garân-
duais deva dar a acumuìaçãode toda a economja tjda pelo Banco Central, o risco é ilrjsório, é praticamentezero.
o que Íg!e( di7ìaé que o Ì.llrn9jllgrngElaoj9_Jq!'til SegundoKeynes, o jnvestidoÍ, o acumuÌadorde capital, çom-
deoende de dois talores: da eltciencú marStnol do captÍat e aa pâ-â a eficré1ciamarginàldo capiral (a rendaesperâda do inves-
tãìZíjìõsõ@-ele châmou de eficjêncja marginal do capital 'imen'o adicional,com â laxa de juÍos que não imporlrtemi-scor.
é,em última análise,ape pectiva de refldimentode um novo inves- çgjslrggE:9iTlr'c9{9r r,"9-s."-&
timento. Dai a palavú m(vginaL pois ele eÍá focâljzandoum acÉs_ o captdÌr\la'a7 a si oÍóprio.I:Como se eÌe emprestasse
dinheìro
cjmo ao estoque de caPital já exhtente. Todo investimentocapita- à sua pÍópÍia empresa e ele sabe quais são os Íiscos que co[e,
ljsta (pelo menosno selor privado da ecoromia) é propríedadepri' se a empresaé capaz,realmente,de ir paÍa frente, ou se €la pode
ìddd. Esta propriedadePrivada dá um Íendimento, que é a mais- soçobrar no camirÌho. Em parte,o empresário tÉbalha também
vâlia distrib;ida entre os prgpdetáriosindividuais deste capjtal (já com capital alheio. PoÍ este capital alhejo eÌe t€m que pagâr juros.
descontadaa parte qìle vai sob a forma de imposlos, aluguel etc' Em qualqueÍ üma das düas hipóteses,trabalhandocom capitaÌ pró-
píio ou alheio, ele só vai fazer o jnvestimentose a eficiênciamaÍ-
para outros elemenlosimprodutivos da sociedade) O que interessa
ginal do capitaÌ fot supeior à taxa de juros. A eficiência maÌginal
lara explicar a acumulaçãod€ capital não é o rendimentodo inves- do capital é sempreuma estìmativasubjetìva,é algo que o inves-
timeÍÌto passado)mâs o rcndim€nto provável do acréscimoa esto
tidor espera em flÌnção das informações que tem, que sempre
investimento. são parcase insulicieares para rer cerLeza. pois ele vai rrabalhar
cons-
Quando um capitalista Ésolve ampliaÍ a sua fábÍica, num mercado cujo comportamento rlão pode prcvet com segu-
tÌuir uma usina, abrir uma âgência de ttancq construlr uma nova
rança. EIe só vai se decidiÍ a fazer o inveÍimentol se aquilo que
fazenda ou ampliar a fâzenda que tem, ele age em função de uma pode espeÍar de rendjmento for maior que a taxa de juros v!
expeciativade rendimento que este novo iDvestimentovai lhe pro- gente. Isso por doh motivos: em primeiro lugar, se o empÍesádo
DoÍcjonaÍ dali em diante. O capitâüsta é semPÍe encaÍado como toma djnheiro emprestado,a taxa de juros que ele vai ter que
ã ina;uiauo racional que age com um allo $nso de oPortünidâde' pagar é.Ijxada por contrato. Não tem sentidolomar dinheiro. â 6qo
Ele só vai investir em alguma coisa oÍodutiva se o req4imedo-dsi âo ano, se esta for a taxa de juros, espemndotimr 6qo de lucro
for supãiìôr à taxa d€ iuros maìs baixâ €xistelle no moÍ_ d€ste capìtal. Porque assjm, o empresário não vai ganhar nada,
"ineìãdo
. íaquela que é tótalmenrãisenta toda mais-Ìalia geradapor esseinvestimentovai ficar rÌo bolso do
d@ emPléslrmo.çIn
emprestador.Em segundolugar, se ele estiver trabalhando com o
a alElãín. E o i-uroTãiú evidentementede acordo com
dìÏÍ:err_iÌõ s€Ìr próprio câpital, tâmbém não faz sentido,porque é muiro mais
o-ãu ãë-ïisco-ué o empÍéstimo imPlica. Se empresto dinheiro seguropara ele entrcgar dlnheiro a 64o de juros a umâ instituição
a un banco ou a uma companhia de seguros (se algúém faz um financeira que praticamente não oferece rjscos, do qu9 investi-Ìo
se$rro de vida, está emprestandodinhejro à companhiade segutos com os riscosínerentesa qualquer negócio,
qJc vai devolvêìo quando o sêguÍado molÍel ou elìlão, ao cabo de SegundoKeynes ainda, a eficiênciâ marginal do capitaÌ vai
u. certo oruro, com juros), o bâDco ou a companhiade segutos decrescendona medida em que os inveslimentosvão sendo feitos,
oodem falit. Se isco aconÌecer,o dìnheiro pâgo sob a forma de como resuÌtâdo dâ lei dos rendìmentos .lecrescentes.Como foi visto,
ãeúsito no banco ou de pÌêmio à companhia de segurosse pet- a lei dos rendjmentosdecÍesceltesaf€ta todos os fâtores de pto-
deu. Assim, qualqüer empréstimo imPlica um ce o risco. Este duçìo. Ela afera nào só o rrabalho.ma\ rambemo capjlat.Na
rjsco varia muito e os juros variam em proporção aos liscos Se medida em que mais capital vaì sendo investido, os rendimentos
alguém empresta dinhgiro a cürto püzo a um comelciante em difi_ que se pode obter destecapital vão decrescendo, Então, cheganecos-
cobtar juros de atê 5qo ao mês. São iuros absurda_ sa amenle o momenlo em que a eficiência marginaÌ do capital
""ìaua"r,pôa"
mente altos, porém o dsco também é muito grande: se o homem cai ao nível da taxa de juros. Aí o investimentocessâ.Exhte. Dor-
está em difìcìrldades, pode ser que o empÉstimo o salve' mas pode
tanLo.uma cerla quanridadede iÍlvestimento. ou seja. uma cirta
sgr tambóm que ele afunde e o c*doÍ vá iuÍrto. Âo pesso que se acumulâçãode capital quc é pté-determjnadapelo sjstema.Este vo-

58 59
ì:ii",:i,:ï,1".ï'ï'[1",:,,::ï.###;"'ï duas
]eisobjerivas
e uÌÌì
de Ìucro seÍá pelo menos manrjda, senão aunenlâda*
::il:i"ï" ":.,:ïï:ï;"rur::"r.,:iïii,ïï:'
"{xf*!:
subjetivo
l::
rundarnen'
:: T.,c-:l

l"ì:,ïf:ï'Ï.""'r?'i;i:;ï;;Jï ;'n"" encaradocomo o somatóriode ,? alos individuais <ìe'invesrimento -

;:u:,xïi:rr-'*'ff ï"r.trrïfi1ï$:'j*itï
*ru'
d o \e | o) ' ado de eÀ p e c ra l i v a ,n a e x p re s \à o d e
Ke)nes.
c"19,
_"_i'li:jl
scus prodL
razo çeucahuro.
o.. 5e d empresa
rendoeÌL\i\ra a","".,t"p.ü.
"
for. por exemplo.,ma e.rraaá ae
Íerro. eta. ioz o seu plano de in\estjíncnto:
compfdr -nâ;svdqóej
uu não? É preci.osaberse havera."rgu prr, ,.r',,rì,;i"lrï.
1ffitï'i" i","::ï'i,.1:l':iliJilï"':".ii,",,::
o' oensaecon
eÍes,r3goe:. L5td carga vai depender,em ulrima,.náÍte.
manda d€ consumo, Se o estudo da demandade carga para
da dc_
iJ#'#Ë:Hï*'ï:ïi,Ì:;,:ï;.'; 'on"'o ferÌovia mostÍar que é vjável colocar mais turt"r,, -r"j0..,
esta
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iíi,ïËtT.'ìí',:"',ïïi,#if
porsuavezdim€nsionada
eles terão carga suficienie úo somentepaü cobrjr seusiustãs:de
operaçãoe a
'ua amorri,,açào.mas que rambdm
"ao
a". ,. ,.._
que a Ìa\a de juros. enrào compram_5e os \asòe.,
iïi".i'.Ïl?3iï .'.i,1,Ì::i""ii:i^ïï:rï :,T_:il_:.I-rl:' è
lerro^eLoÍnã+euma parcetada acumutaçalao
íiïrïi.Trï"+"'iïtr,Iiïi*hïjï.;i#rü1i'i:,úïË
'\dLr ,,d.m ,oaquevendem J;iï";"::;;;ij i:i?,ï:
jJ,:
#ììËì1,ï1"'.rï,1;1
ruióï.ËJ':"t"."-cqr'#ffi
:-ll::t']1*'g

o cdtcurodoscapiraìi,ras
qaoe-produtr\avai depender "** l+j+E+::lg+.e*ru{dagra que rão
da propensão
-sim paracõíffi,r. Eviaenre_ razel o tnvçsÌrmenle.
Destamaneira,a propensaoa consumirt;mira.r
Ìnemè iacr-ocìnio acima está ptificajo. p";. e oelne perteÌtamente
a acumulação
_o ."*ià.r" ï do capilâle uo n ..ro r._oo il
j. m€ios de produção.,lo uso e produz.r
"ì" mxh neio.
?1.11ã"
::ï.",i',ï"ïïï
;::,ï:ï,ï:H1"" ï"iïi"ï',lil;.'l
::'l"'Jfr?
i;";:Ël"l;íï',,ïllii,j:,::",i;'á.[ïlï;,':ï::,]1". :ïjïï,,ï mos quâÌ é a taxa dê jures, poderemos,colocanrto
as devidas
;ïïi.""ï.ï.ilffi""oi:oï",ïïi.Ï";";:l;ï:; iïJ,:::ï"1ï,#
eqlraçoesnum computador,saber qual é a quantidadepÌovável
ou seja, qual a raxa dã investim'ento.q;; ;;i ;;;;
de

;:;"ì:;::ïï"ï:;:eïi5.iïïË,;"il:i,,i"i,'ili, ;:::ï';J:l
i;Ïf;r"-,
,
Is.o náo sign ica. pordm, que /orla pggpançae \empre
inver_
,'1ï,ï:,;:ïi::'È,ì:I,Ëiï; .'"K',Íïï:-::::;,.:"""'ïïïi :ro::-o.1Ì:
aconrece, por exempto.sa h;Ì,"er u;a aÌr" p,oprnsão

ção l€ynesiana. que podem ser acumutados.O. S09r' i,ã. -J.Íj.í


o rncenrÌvoao jnveslimenlo.O. empresários :-rT"rgïï,"iiï'J"ï"iï,tf "ïi#i,"*ïra:;ï;,:y
que \,ào jnveslirrém a eÍicióncia
uma Í'erspecrlade venderor seusprodutosa delerminâdo ?"1:,4::!,.iq 9-ws 4+sila
exrcre um pequeno excedente.
Íargildr do *pii"i, nr,.
pois-apoupancà
prcços e saDemo s€u nivel de cuslos. A diÍeÍença
nirel de e reduridá.Ha\erá
entre cusros e umd rendenc,a. en.ro.{ ruperàcunuìàçü. *r".-à, üpi,"ìiì"ï
preçosé que vai dar a eticiênciâdo seu capilalpani.utar. jnves:,rba.ranri.Tóiìn-.Ìres ""
Oüvla_ l1: llnl:r esraoem iondrçocr ae ven_
ment€,,se.eÌ€s
âcham que a olela adicional de mercaaoria,ããcìÈ â bon, prcço\.porem o excedenLe
ÍtÌte do invesÌimenlo ::l _":!,11.que jsro sociarserrdon;o
(o recidoa mais.tâbricadocom;;;""* se reâlize.,Oexcedente
ì; :'aÌ.eïmìjrr se.a ;n"utiLient"iu"e
res, por eÃempÌõ)vài lq?ql com que bu,xen os preços. éàpiiãlisrãs
ãi+ì"údË".Ë;#-ËqËi tazendo o qu" ;";nì"1"''ã
a expecrarìva "1ï'#í;::3ï
tor de que a oferta
lJ':ï i:íïi:
ãdicional\di saristazeruma
ãì.=urr*t"*t*uq $:s
fsf' Gìá cons€qüôncjade um aumer
'ur
procura adicional, de modo que os pÍeços não vao precisar
baiiãi TlIla eÍer;va.
íque cre.cedevidoà elevadap16p..n5;.a consumir)
.,r" a.""nlà
60
6l
por bens de produção (que cÍ€sce devido ao desejo dos emprcsá-
dos do acumulaÍ muito). A demanda efetiva disDarana fteDte da possíveis:ou se permiteà taxa de juÍos subire eliminarassima
ofefla gìobal de bens e seÍviços, o que acarretâ a el€vaçàodos acumulação que não é viável,ou se mantéma taxa do juros baixa,
preços. EÍa elevaçàode preços vai fazer com que o volume de I o créditoabundant€,emitindodinheirode úodo que auÍreute o
meios de pagamento,compostonão só lror dirheiro, mas também Ì\ níveÌ de preços,do qÌre resulta uma Édistribuiçãoregressivada
peÌos deúsitos bancários, seja jnsuficiente Íace à demanda porJ Íenda,com a conseqüente quedada propensão a consumir,o que
diDheirc. faz aumenlar o ercedenlee a acìrmulaçãoseÍá eÍÌão maior do que
-,_
no pÍimeiÍo caso. AZ-
_Haveráenrão
nerarra @j!!a3!t-."'umâ supõeuma WljJjla !!9:
Vamos supor agora o contrário, ou seja,uma situaçáode !4lxa
neutrq,quo seÍâa de pqfmitir qtuea taxa de juros auJtreote
c3Íng nr9!9rlt_e.;anda p_!gp9!gq a coffulnir, devido ou ã distribuìçãomuito desiguaìda
lggrlls_S di dinheiÍo.Esrã etevaçáoda
raxa qe ÍerÌda ou âo alto nível desta renda que faz cúm que uma grande
Jurosvat cortar a acumÌrlâção de capiLal.já que esla é propoÍção dela não seja consumida.Então, haverá uma boa parte
sempreo resultadoda comparaçãoentre a eficiência maÍsirÌal do
capjtal e a taxa de juÍos vjgeole no momenro. Suponbamosque a do produto que não será consumida,mas também não será acumu-
eficiência marginal do capìtal seja de 8qo âo âno, jsto é. oJ em- lada, pois a baixa demanda por bens de consumo desestimülao
presáriosesperâmque o rlovo investimedtolhes dê uma renda de jnvestimento.
q,9êp!4E!e!_!e!-I19_!9ll$g!Ilq pqr3-3s!Le4rs!
tlo ao ano e vamos supor que a taxa de juros fosse noste mo- a sua caDacidadeDÍodutìva se o consumo não está aumentando.
mento de 59o, Neste casoos empreúrios tendeÍìama acumular até ParLeda renda seÍá poupada,mas o excedentenão será acumulado.
qüe a efìciência marginal do capital caíss€ ao nível de 5qo. Mas Ele seú entesourado, ou sej'a, as pessoâsmanterão aquela parte do
se o seu rendimento, que não consumirem, sob a foüÍa de dinleiro,
.oxcedentefor insufìcientg,se não houve ecursosfisicos para sem tran.ÍormáJo em bens Í€ais. O eltesoummentoDode ser foito
este iüvestimento, haverá elevação de pr€ços, maror escassez ale
m€rcs oe pagam€nto,o que podeÍó fazü com que â taxa de juros diretamentepelos poupadoreçou estespodem deçnsitàrseu dinhei- ll'
suba â 8olo.o que vâi impedir quô a acumulação oÍoisisa. Enlio , ro em instituiçõesfinanceiÍas,sem que estas eÍrcontrem empreú- ll
a acumulação verdadeira,real. seráaquelaque a poupançapermi_,1. rios dispostosa tomar estesrecuÍsosemplestâdospam acÌrmulá-los.lr
llr, ou seJâ,aqueÌaparÌe do produto social que não tenha ridoìl Sendd €.rrc€deútê-!ãp totalmente acumulado, hâvetá uma teÍr-
consumida.pois ela não pode ir atém dhso. E é a elevacaoaa ìl dência à subacumulação. )Conseqüentemente uma pârte da renda
taxa de juros o mecaDismoque impede que a sociedadeteni" umu ' não se trâ i.nandaefetiva,o que faÍá com que
acumulaçãoque é fisicamente invjável. preços baixem. pois haverá mais meÍcadoriaspÍoduz:dasdo que
A o&e_-p9$jU!!!4gee o sglglq_qulriplicaÌ os meiosde que seraà vendidas.IÈcoÍrq-.Caí a típicà siruaçãode crise
áqGiãi_-s
pecgtf"lg_S_qftt!,-Er!g eerar uma capitalhta, caracteÌizadapor\deflaçãoJ
cena Gflãçao.síããovãino A queda de preços, sem.'.iÌÍIeírata Íedução d€ custos, toma
rrzer ìsso. d,z Keynes.e ao mesmo tempo não aumentar os salá_
nos, o que âconteceé que ele vai traDsformar consumo em pou_ ìrma série de opeÍaçõesprodutivasnão rcntáveis,o que leva a que
pança. quer dizer. vai reduziÍ o poder aquisitivo da grande mãssa sejam pÌosseguidas.Algumas empresasreduziÌão suas ativida-
'lão
des, eliminando as que dão prejuízo, ao passo qug outms setão
da popuìaçãoe Íedistribuir a renda â favo! dos mais ricos contrâ
os mais pobÍes, e como são os licos_.lle poupam mars (como obrigadas a fechar inteimmente as poÍas. No conjunto, haveú
vrmosr âumentaráa chamada*qlzgrça /orçadaì Assim aumenla o uma queda no níveÌ de atividad€se, pottaÍrto, uma redução do
vorume do excedente,reeqüilibrandoDõìIã.rÍçf,ío desejode acumu_ produto. Este cairá até üm ponÍo em que a propensãoa consumir ì[\
lar, ( onseq úentemenre. baveráuma acumulaçàode capital major, volÍe a ser suficiente para permitir â acumulaçãode capital, por llì
porque vai âum€ntar o excedenteatEvés d; uma politica.lnflai como vimos na aula passada,uma diminuiçãoda renda sernprcacar- lìì
cionji!iaÌ-Ê\ reta uma diminuição menos que proporcjonaldo consumoe, por- I
\R$:AÌn9 na hipóres€.deuma atla propensãopara o con_ tanlo. um aumenlo da propetrsãoa consullit--eorÌÌo--3e--14-neste
sumo e um-excedenlepequeDo,há uma tendència de a acumula_ caso o equilibrio é atiDgidomedjante urfií queda na Droducãõ.
No que se relere à repanição. xelt-cs-paìiatrio-eã ãã quc
ção ultrapassar os limites do possível.Daí ocoüem duas saídas
numa sociedad€i[dustrial modema, o poder dos sìndicatosé su-
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63
I
fjcì€nte para pÍeseúar os salâÍjosnominaìs dos trabathadores.Os como os seus pÍedecessor€smârginalista3tinham diLo. postular
sjndicatosnem sempre têm conaljçõesde forçar a manutençãooü a iaeia quç.-o- efriliúÈluma sociedade câpitalistâ rempre se dá
o aumento dos saÌáÍios/sdrs, ou seja, cada v€z que numentam os ao nivel dQ pleno enpregl. Pelo contráÍio, e perÍeiÌament€possi-
prôços, nem sempreos sjndicatosfazem gÍeve para oblenção ime- \ vel cncontÍìÌ--o-lqljl{írio muito abaüo do plcno cmprcgo.
diata de âumento dos saládos.Mas, tâmbém, i" os p."çó, .u".n, I Podg, portatrto, haver üma situação em quê realmente se Íedlrz
os patrões não têm condiçõesde jmed:atamentereduzir os salárjos Ì o excedenteao níveÌ possívelde acümulação,mas que implique em
'nomjnais. No caso de haver deflâção, a manutenção que 5qo, 6qa ou l09o das pessoasque qu€iram trabalhar !ão en_
dos salários I
nominais faz com que os saláriosreah cresçamem detÍjmento .los / contÍom lugar na divisão social do tÉbaìho.
Ìucros, e como os assalariados soem ter m;jor propensáoa consu_I K€ynes conclÌri, po anto, que apenas uma âdequadapolítica
mir. eda âumenraem toda economia.ircremenran,to a eriiôncia econômicapode fazer com que este ponto de eqüilíbÍio seja coin-
margjndldo cap;tdÌ.Derta maneira,aacumulaçào \olLd o se rornâ( cidente com o grau de pÌeno empregodeseiado.O ponto dc equi-
viávelo chega'se a_umanova siruaçãode eouilibrio. líbrio entÌe acumulaçãoe exc€dente (se a sociedadefot dêixada
. O que a anáÌise de Keynes lenta mostrar é que o sjslemá livre, se o gov€Íno se mantém como um árbitro neutÍo, que so_
capitaÌlsÌa possui um mecanjsmobâslante comDlexo.Dorém bem menle faz resixitar as regra5 do jogo sem iDleÍfeíir no próprio
Íler,i\el,funcionandosobrerudoatravd. do meriado de capiraise jogo) pode-se dar, e ele afirma que lende se dâr, na medida em
das iÌrstjtuiçõesfinanceiras,que faz com que nunca a acumulação que a rcnda sobe e a propedsãoa poupar ^ também vai aumen-
seia por mul'to tempo diferente do excedente.No finaÌ, o excede;te tando, a um nivel Merior ao pleno empreSo. As sociedadescapi_ .Ì
acabasemDresendoacumìrlado.Para se alcançar o equilibrio, eais- talhtas, quarìto mais prósperas, tanto mais tendern à depÌessão. il\
tem duas alternativasmuito dif€rentes: 1 o excedentecomecaDor Cabe pois ao governo,mediante a tedução da tata do jutos e uúa Ì \
ser inruÍicientee,neslecaso.oua elevaçáoda raxa de juros-ajusra políticê detibedadamente idÌaciorÌáÍia, irnpedir que esta tendência \ \
a acumulaçãoà disponibiÌidadede excedenteou a inflação faz com se rcaÌize.
que o e)rcedenre arinja o tamanho requeridoe 2. ò exceJenre Foi a pârtiÍ de Keynes, efetivamente, que a política econômica
começapor ser exc€ssivoe Ìrestecasoa cÍise leva à sua diminuicão- da maior, paÍte dos países capitalfulas passou ô incorporar, como
ao mesmotempoque a red:slribuiçào progre.,ivada renda.prãro_ um dos séusobjetivos f\ndameatais, o pleno emüego. Hok a fiaiot
cada peÌa deflação,age no mesmo sentido.As corteçõesDodemser. parte dos .goveÍnos cÂpitalistastem lodo um afienal de medidâs
evidentemenle. do, dois lados. A propensáo a conìumii e a pro- de política econôÍica, pam tentar, pelo menos, impedir que o
pensáo a poupar, embora determjnadaspor uma lei psicológica ponto de equiÌíbdo entre erc€dentee acumulaçãodo capital se dê
geraÌ, são condicionadaspelo ptocessode acumulçaãode caDital. numa situaçãode desemprego.Mas, o ônus pago por tal Política é
Na primeira.iruaçào,quandohâ excescode consumo,IeuanJoa uma certa inflação. Para foÍçar a elevação do nível de acumulação,
um excessode vontade de acumular e o excedenteé insuficiente. o goveÍno lança mão de medidas que geúlmente tendem a s€r
o nr\el de aLividade, pode.ubir ao máximo quàndo se cria uma inflacionárias.o sistemâ,no entanto,não comporta inJlaçãoinfini
sítuaçaoinllacíontuia. Na segundasiluaçáo,peto cortrárjo, há um ta. As €conomiascÂpitalistâsfuncionam, dependendode sua eslru_
excessode poupança, uma jnsuficiêncja de consumo. o nilel de tuÍa social e políticâ, com inllações de 2,3, 4oh ao ano, mas urna
renda da sociedade rende a bdìiar e enconrraro equ;tibro nìrm inflação de 20 ou 30qo iende a sê acelerare toÌrìar-se,alongo prazq
ponto infe or ao ponto d€ partjda. invjáveÌ. A poütica in-flacionária, que Keynes sugere, para sê man-
De um lâdo. Lemoscre\cinentoeconómico,do ourro,decÍcsci. ter o ritmo de acumulaÉo prórimo do pleno emPlego, tende a
mo de alividadeeconômica. Diz Keynesque o ponro de eqritibrio forçar a adoção de uma política oposla, quando o trível d!
e Inuerermìnavel em pr,ncipio.reoricam€nlenào se pode diTerquaL inflação pass a ser perigoso. Então, o goveüo passa doliberada-
é o ponto em que a acumulaçãoefetivamenteIeiti vai essotai o mente a reduziÍ a demaÍrd efetiva, a rcduziÍ a plopensão a con-
excedenle, leja aumentando ou redu,/indoo excedenle.s;ia au, sumir e com isto gera ceío desempregopara re€quilibrar moneta-
menrdndoou diminuindoo incentivoâ acumular.euando o-ponlo damente a economia. Bquematicamente,é este a forma que as
de equiÌibriovai mudaÌ, ninguém sabee é por issoque não se pode. crjses cíclicas âssumiramdepois de 1930.

64 65
Vamos, agora. tÍaLâr da análise mârxista da acumuÌaçãode res aumentamuito e eles têm condiçõesde obtel aumentosdaqueÌa
capiraI. A ânãlise marxisra c6Éoì-á-ìãsu-liãÌlõl-i"tõEõiãúíõ à pa e do produto soc'al que Íeconstitui a süa Ïorça de írabalho.
susc-erib'lidadedo capiLatismo ài crises,eparte dos leórìcosmar- Aumentando o prcduto necessário reduz-se a mais_vâlia, ou seja,
xistas usa o jnslrumental analítico keynesiano paÍa ânálhe da reduz-seo cxcedentesocial. Reduándo-se o.ercedente social, d acurÌlu_
conlunluÍa a curto prazo. lação tende a parar. MaÍx tem uma fmse que é inteìramerte aná'
Marx, em O Capial, supõeum capitalismo€m que há muitos loga ao conceito de "eficiência marginâl do capital" de Keynes: o
concorrentes em câda râmo d€ pÌoduçáo e que nenhum deles é estimulo a acumular é sufocado quando as persPectivasde lucro
tão grande que possasozinhodeterminaro nivel de preçosdo mer- futuro vão sendo cada vez menores Os própÍios capitalistasper-
cado em que atua. A definição do que é um meÍcado coÍrcorreÌr- cebem qne, na medida em que vão aumontando sìra capacidadô
ciaÌ pode se. resumida assim: uma situação,nunÌ ramo qualqueÍ do pÍoduzir, eles têm que pagaÍ saláriosmais altos porque começa
da produçáo (de tecidos,relógios,livros etc.) em que nenhum dos a escasseaÍmão-de-obrae pagaldo saÌáriosmais altos os seus lìl-
participantes.nenhum dos produtores ou compradorcs teÌn capa- cros vão ser menores.Então, eles passam a se desìnteressarem
cidade de sozinho determinar o pÍeço, Neíe caso, cada um se acumular mais.
submete ao preço do mercado, pois se alguém tentar cobrar um Também para MaÍx, chegâ-sea um equilíbÍio enlre o exce-
preço maior do que os concorrentes,não vende nada; se alguém dente g€rado e â tendênciaâ acumulálo, que é dado, fundamen_
cobrar o preço do mercado,vend€ tudo; e se alguém vender a me- talmente, pelo volume do produto necessáio, do câpital variável'
nor, também vendequanto quer, mas ganha menosdo que poderia, qu€ é a contÍapaÍida do próprio excedente.Só que MaÍx vai além
o que seria jrracional. O pressupostode Marx. que correspondja
e diz: A oartir do momenloem que a economiase qoroximado
mais oÌr menos â realidadeda época em que viveu, foi a d€ üm
pleno emoÍeso. as inovaçõest4n9!9glq9! l!a.:!9!!4!!I 49911
sistemacomPetitivo,
Dizia ele que,num sistemadessaespécie,o jmpuho a acumulaÍ ó6m oor máquinas, passama ser âltamente rendosas.porque os
é dec:sivo,oìr seja, o capitalista usa a Íais-valia para âcumular sarartuosesÍõi@s
--st€nder
porque a luta pela sobrevivêncianum sisíemacompetitivo força-o ío-sõnììfo-dõ G a capacidâde produtiva, mas de aprofün_
a isso. Aquele que Íráo cresce,que náo amplia sua empresâ,tende dála, oü seja, de müdar a tecÍrologiae âümentar a prcdutividade
a desapârecer. Vamos veÍ na próxima aula como Marx Feviu que do trabalho e de, porLanto. novamenlegerar desemprego.q're. neste
o caráter comp€tilivo do capitalismo iria desapareceÍ,que havia caso, é o chamado "desemprego tecnológico" Marx exPÌica a
forças que tendiam a eliminálo. Mas no ÉJerente à acumulação acumulação de capital como sendo um mecanismoque gera umâ
coÍsiderou o câpitaÌismoem sua fase concorenciaì, Süpunhaque extensãoda capacidadeprodutiva até o Domento em que o exércÍo
o estímulo a acumulaÍ provinha sobretudoda concorrêÍrcia.Qu€m industrial de r€serva se esgota e a paíil daí ele ter'de a aptulundat
não acompanhao Ìitmo de crescimentoda economia (e ao acom- a capacjdadeprodulila. Com islo so volta a reconstituiÍ o exéÍcito\
panháìo gera este tmo ao mesmo tempo) tende a ser elimiÍrado. industrial d€ reseÍva. Depois que as üovaçõer lecnoÌógicas que I
Há uma compuÌsãoa acumulaÍ que é tremenda. levam a poupar mão-de-obme usar mais capital, já se impuseram'ÌI
Para Marx, o limite da acumulaçãoé atingido quando o exér- há uma noü opo unidade de estendera capacidadeptodutiva e
cito industÍial da leserva, ou seia, o conjunto dos desempÌegados, Âsslmsucesslvamente.
passaa sei jncoÍpoÌadoà economia.Todo o sistemacapitalhta ten- A Dassaeemdâ acuÍDulaçào"extensiva" para a acumuÌação
de a ter uma parte da sua força de trabalho desemprêgadaou "inÌensiva" é marcada Dela cÍise. Na mediclaem que a acumuia-
subempregada. Quando a acumulaçãose aceÌera,um número cada çaõ- txtensiva" vai levando à diminuição dos lucros,ela cessa,a
vez maior de empregos vai sendo cnado e csses empÌegos võo demandapor bens de produçáo cai e a economia gntrâ em crise,
dando ocupaçãoao exército de rcsefla, Chega o momento em que verificando+equedano nível de produção e de empÌego.Só depois
não há mah Íeserva de força de tÍabalho, ou seja, uma situação que a crise atinge seu ponto mais baixo e s€ prolonga na deprcssão
de "pleno emprego",na frâseologiake]'Íresiana.Neste momento os _inteDriva'começa.A acumulação "intensiva"
é que a acumulaçào
saláriostendem a subir, pois o poder de bârganhados tÍabalhade loÍ;a parte dor equipamentos obsoteros,impoÍIdo sua srìbstituição.

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o que jntensifjca a acumulação e leva a economia novamente a russosúicialmente, e principaìmenteRosa Luxembülgo, num livro
impoÍtante-l Acumulação do Capital- em que ela coloca o
Esta anáÌise é indtlbitaveÌmentevefdadeira e explica o cres- ploblema de umâ forma baslantepÍecha. De acordo com a teoria
cim€nto a longo pÍazo do sistemacapitalisla. Ela expüca poÍ qu€ marxista,o pÍoduto social P é igual à soma do capital co$tante c,
o sistemacapitalislâgeralmenienão tende a caiÍ nem em depres- do capital varjável v, e da mais-valiamv. P : c + v + mv. A
são crônìcÈ nem te[de a um crescimentoinfinitamente aceÌerado. mais-valia se divide en düas patles. a mais-valia consumida, qite
Há um cerrorilmo de acumulacão de caDiral.que é dado.em úl- vamos chamar de mvo, e a mais-valía acumulada, que v-amoscha-
tima analrse. oela ooDu,acao exDrorâver e DelaÌecnorosìa otsoonlvel maÍ de mvac,O que Rosa LuxembüÍgo pergrnta é como estesele_
e poLenc.almenle olsponlvel,lrto e. pelas lnovaçoesque eslao na menlor do produro social serao v€ndidos,ou seja. como seÍão Íea-
gãvêG-e-qG passami s€r-utilizadasno momento em quo elas se lizadosno mercado.O capital constantesetá Íeâlizado vendendo-se
tornam €conomicâmenteinteressantes. aos capital'stasas matérias-piimase os equipamentosque foram
Mas onde é que entra a demandaefetiva? Em que medida os desgastados no peÍíodo de produção anterior. A própriâ produção
capitâlistâspodem investir e aumentâr a capâcidadeprodutiva? de P engiu um consumo de matérias-primas,de instalações,de
Isto e assencial:a caDacidade Drodutivaaumenlâ cada \ez oue máquinasre €ste consumo tem que ser Íeposto. As empresasnor-
nd urì Inveslimenlo.Um InvestìmenÌoso sl lqalllj- jq q4]f!_ll!çtQl malmentetêm um fundo ile depreciaçãoe têm recu$os pam man-
espcrados (a cllcièncramargrnaldo câoúal) na medidaem oue os ter seus estoquesde maté as-p mas etc,, no nível que permita o
pÌ6ãú6s. geradospela noui capaciaadede oõãì7irllãõ-uËíãiiãí mesmo tmo de produção. O capital variável seú consumjdopelos
Sanão se vendemos produlo'.,e eìe, Íicam estocados, a mais-valia trabalhadores, já que é aquela parte do capitâl que q. paga em sa-
não se realiza, eÌa não se tÍansforma em dinheiro que pode ser lários e os trabalhadoÍesgastam lormaìmente todo b seu salário
gastopelo capitâlistapara o seu consumo,ou para pagar os jmpos- em consumo,Á maís-valiaconsumidatambém seiá disDendidaDeìos
tos,ou pam s€r novam€nteacumuÌâdo.Uma coldição essencjaÌao capitalistas,pelo estadoe Í,or todas as partes da socieãadequj não
func;onamentodo sjstema capitalista é esta metamorfosedo pro- contribuem diretamentepara o paoduto, mas paÍticipam do erce-
dulo social: ele tem que ser, de cadâ vez, trânsformado em valores dente. PoÉm, quem vai realizar a mais-valia acumulada?
de uso, em produto material,e este produto materiâl tem que set Esta mah-valia acumulâda aparecesob a fotma dg produtos
vendido o transformado em dinheho, pala que então, em sua for- materiais, como valores de Ìrso, e têm qüe ser tünsformados em
m monetáriâ, o câpital possa ser novamente acumulado,hto é, dinheiro para podeÍem ser acumulados. Numa sociedadeem que
tÍânsfoÍmadoem nolos bens (físicos) de produção. A demalda só existemcapitalistase trabalhadores(e esta é a sociedadehipoté-
cfetivâ é certamedteum elemeÌrtoque condiciona o processode tica em que se baseiaa análisede MaÍx ) úo se encontra um con-
acrìmuÌação. sumidor para a maigvalia acumulada a não s€Í os próprios capi-
É cÌaÍo que há uma falta de demanda efeliva quando o tâÌistas que vão fazer a acumulação, Então, o que Rosa Luxem-
€sgotanìenlo do exCrcìtorndusLrial de reser\ac a elevacãode saìá- burgo pergunra é basicamenteo que Koynes peÍguDrou, isto é._J9_
q nor começàma ateÌar a Ìâxa oe lucro. Iâ7enoocom oue o rrtmo
de acumulaçao drmrnua.Uma parredos t,ensde produçãoe Iam-
que vai levar os capitalistasa acumular.se o nivel de demanìa
eE!ryglflle existentesó justilica a reprodução simples.só justi-
5dm de bens de consumoque serìdmcomprados,tendo em ri5La
r umplíar a r{od]o.çío(os bens de consurnoseriam adquiridos pelos
fica maDler a pÍodução no nivel em que ela se encontÍa? Rosa
Luxemburgo rcsponde à pe.guta dizetrdo que há necessidade de
novostÌabalhadores),deixam de sêlo, fazendo com que a demanda uma demanda extema ao sisteÍra para que haja condições de
globaÌ passea s€r inf€íjor à ofeÌta global. Desta maneira, !ão é
acumulação. A demanda ofetiva tem que crescer o tempo todo paÌa
a falta de demandaeleLitaque limila a acumulacáo(como suDõe qu€ se justifique a acumulação, que sempÍe Ìesulta em aumento
r(evnes'.@
q!4 4_demâ4CÂjalal e acabapor precipitaÍ a economiana crise. da capacidadepÍodutiva. Para que se aumente a capacidadopro-
dutiva, é precigo ter em vista alguém que vá complar os prdutos
Quem levantoua possibiÌidade de a demandaefetiva constituir
poÍ si só üm Iimite para a âcumuÌação foram alguns marxistas adicionaisoue se vai DroduzL.

68 69
Essa demandaque é ÍrecessariameÍrte extema ao sistgmasim- total inveÍtìdo), Marx tentou demonstaarqu€, a Ìongo prazo, a
pÌificado, sobÍe o qual Marx Ìaciocinou, pode vir lanlo do exteÍioÍ taxa de lucro tende a diminuir devido ao aumento mais rápido do
ou seja, de economìasnão-capitalislas,com as quais o sjstemaca- denomjnador,foÍmado pelo capital invertido, em confÌonto com o
piÍalista está em int€rcâmbio (e daí Rosa Lux€mburgo deduz sua crescímentomais Ìento do numerador, constituído pelo lucÍo. S€-
teoria do jmperiaÌjsmo), como de dentÍo do sistema, na pafte, gundo esla coÍrente, na medida €m que a acumulaçãoincoÍpora
vâmos dizer, não-capitâlista,que soda fundam€ntalmenteo Estado, técnicasmais avançadas,aümonta o vaÌor do capital aplicado por
na medida em que eÌe fornece produtos que não sáo competitivos trâbalhador (e lrorlanto a "composiçãoorgânicÈdo capitaÌ", isto é,
com os do setor privado da economiâ,destacando-se, neste caso,os a relação entÌe o capital constantee o capital vadável), êté qqe
gaslosmil;tarcs. Na medida em qué o Estado retira uma parte do a qüeda da taxa de lucro impede que â acumulaçãoprossiga,o
€xcedentepaÍa gastos que não são produtivos mas destÍutivos,oìr que lânça a economia à crise, com as conseqüéncia3 acima apon-
seja, gâslos mjlitares, eìe vai criâr a demandanecessáriapara que tadas; 2. os que sustentamque o aumento da comPosiçãoorgfurica
a parceìa da mais-valia,que vai ser acumulada,se Íealize. ó nÀ Íealidade contido pelas contÉtendênciasigualm€nte aponta-
Estâ colocaçãode Rosâ Lüxemburgo deu Ìugâr a um grande dâs por Marx (a pÍincipal delas é o baúteamento do capital cons-
debate. Verificou-se que há realmente aÌguns erros de raciocínio lante como Íesultado do mesmo piogresso tecnológico) e que as
de Rosa, principalmenleporque ela paÍle, como Marx paÍtiu, de crises a que as economiascapitaÌistasestão sujeitas decorÍem da
uma situaçãode reproduçãosimples,e daí ela chega à reprodução, Iendênciaao subcoDsumo.
âmpÌiada,ou seja.ela paíe de acumulaçào zero para uma acumu- Na medida €m que o nível de abstraçãoem que Marx op€rou
Iação maior que zero, É nessâpassâgemque o problema da deman- ao elaborar O Capilal o le\a) a considerar o capiteli/ìmo como ìrm
da se coloca, quando, na realidade,a acumulaçãozero é altamenre shtema fechado, ele náo analisou o coméÍcio oxterio, nem consi.
improvável. Ocorre que a acumulaçáovaria de tamanho, ela só deroü o intercâmbio das economiascapitalistascom as economias
chega a zero nos momelltos de crise, e nessesentido a teoria de não-capjtalistas.O fenômenodo imperìali$no,inclusiver€slá fora de
Rosa Lüxemburgo é muito mais uma teoria das crisesdo que uma sìraanális€.Álém disso,Marx não consideÍaa exis!êlcia do Estado
teoria geral da acumulação,Mas,apesâr de certos repaÍos qüe se e hoje o Estado âbsorve quase 2090 do produto nacional bruto dos
pode Íazer.o fundamentaleslá cerlo, ou seja,é precisoque hãja EUA, po. oxemplo. Na medida eln que a gente passa a um nível
uma demandacre5cenreno sisremae nâ meáidat6-ãr;ãìisre;ã 'de maior concÍeção, na medida €m quo se itrtÍoduzeú estes cle-
renoea aumenrara poupançae nao o conrumo,prrncrpaìmente dê. mentos todos, veÍifica-se que efetivamente a acümulação depgflde
vrdo a seu caraler cle classe('). esle crescimentoda demandâ rnuito da demândaefetiva e dopcnde de uma demandaefetiva que
re@-que não é a de Kelnes. Neste ponto é que a análhe úarxista foi mâis
taltou em Marx propriamente Íoi a rigorosaunião de váriosasFec- realista que a de K€ydes. Porque KeyÍres também está pensando
tos de sua anáìiseno que s€ rcfeÍe ao processod€ acìrmulaçãodo num sistema fechado, em que Ílão há exportação de capital, não
capital. Rosâ começou a fazê-lo e houve outros autores que És- há demanda erterna, não há Estado, Keynes só entÍa çom uma
pondeúm a ela e'exjste hoj€, no seio da comunidademaÍxista, uma esÉcie de €ntidade metafísica- o Estado - pa.a salvar o siste-
günde discussãoa respeito do que condicjona a acumulação ma, paÍa fazer o s:stemaâtingir o equilíbrio do pleno empÍego,
do capital. quaído na ânálise marxista conlemporâneatende-sea consideÍar
Nesta djscussãose apresentâmbasicamentedoh pontos de vh- e própria ação do Estado como sendoeconômica€ politicamente
la: L os que dão toda ènfaseaos efeilos do progreslo récnlco so- condicionada.
bre a taxa de lucro (cocientedo lucro anual d;vidido Delb caDital O Estado. DrinciDalm€trLe no caDitalismoconlemDoráneo,tanlo
nQSllarsessuo0esenvolv,oos como ÍÌos desenvolvloos,Ìem uma pos-
srotrìaoe ci ãruar o erameiG iÌniiìÈiãmeÌre -sobrE-õ-ÍitaÌ ïé
O caráter d. clúse do c.pirâtismofaz com qDê 6 sdhos de prG
- -.
dutividadese trEnsfomemem nais-vaìiarelaliva, fÂzendocaiia parricipáçao acumüEçao.È, quaiquer Ìrpo qe Ìeofla quê €squeçao EsÌaoo estâ
dd a$âfâriâd6 oo produto. Sendo p.quena â proporção con,uniaà Oo Ít esììãIosf-ra, €stá analisando algum sistema que não é r€levante
exc€{leatê(mâir-vatia),há umâ lendénciaDereneâo subconsunono silteúa. paÍa a síuação p.esente do capitalhmo. Nos palsescapitalistaso

70 71
EÍado investe diretamentena área pública da economia,na área acumulaçãoDesta maneira,o Estado mesmose encaffêgade conteÍ
qìre é estatal, um volume de recuÍsos,que no caso do Brasil! cor, a expansão da demanda efetiva e de elevar a laxa de juros, com o
respordê a provaveÌmente50qo do jnvestimentototal. Então, paÍa objetivo explícito de redìrzir o ritmo de acumulação de capital, Áo
se entendera acumulaçãodo capital, é precisose entendera acumu- provocâr, desta formâ, recessõ$ periódicas, o Estado passÊa produ-
lação do capital por parte do Estado. Além disso,eleregula a taxa zjÍ um ciclo de corÌjutrtura política qtte,nem por ser deliberado,
de juros e não há dúvida que a taxa de juÍos é um limite para deixa d€ refletir a profunda inacionalidade dâ eeonomia capiialista.
a tendência à acumulação. AÌiás, isto foi mencionado também
poÍ MaÍx.
. Q Egtadotem hoie iÍ,slrumênlosDâra fazeÍ com oue excedente
eacu@re
hão lem poss'bilidâdeé lazer com qutãsìE-ìfiëÍ-tl-acumulação
se mantenha próximo ao pleno emprego indefinidamente.Ele pr€-
cisa brecar o ritmo de acumulação a inteflalos ceÍos para iú-
pedir- que uma crise inflacionária poÍÌha em perigo toda estrutura

_ No. capitalismo cootemDorâneo,e isso vale tânto Dara Daises


(como os EsladosUnidos ou a Alemanha Ocidenral)
desenvolvrdos
como para paísesnão dgsenvolvidos(como o Brasil), o Estado teÍl-
de a assegurar um clevado nível de âcumulacão medãnGÌlõìì-
rry!4IDtrl5-p4llipais (além de numerosos-
ouríoì, de menor sig-
rificação). Um dcles é o que ass€gurao ctescimento-adequado"
da demanda€fetiva. mediante a manipulaçãodo setorJúblico da
economia e qo orçamento!llhlj!ò. Verìfica-se assim o que Rosa
LuÌemburgo já havia aponrado: o Estado, mediante gastosnão-re-
produtivos (nos paísesadiantados,de caúter militar ou parami-
litar, em geÌal) faz com que a parte não consumidada mais-valia
sejâ efetivamenterealizadapâra depois ser convertidaem mais ca-
pital. O outro mecanismocorÌsistenuma oolítica monetária e de
crédito "generosa', que rarifica a inftação--írìiõcìdãl-ëfr-
analìse.pero caÍâter anârqutco do mercado capjtâlista.A infÌação
tem um duplo efeito favorável à ácumulação: de um lado Íeduz
a taxa de juÍos Íeal favorccendoa invelsão,por oütro,redistÌibui a
renda contÌa os assaÌariadose com isso incÍemênta a ..poupança
forçada".
Como se verificará mais adiante (8., auÌa), a in[errenção do
Estado na economiasó tesolveuas contradiçõesdo antigo capitalh-
mo concoraencìalc ândo novas contradições,das quais o controle
da inflação é certamenteo mais agudo.Ìncapaz de manter o'..sopro
inflacionário" dentro dos Iimites em que ele efetivamentefavorecèa
acumulação,sem perturbar o funcionamentonormal da economia,o
Btado na maior parte dos paisesé obrigadoa lutâr contra a infla-
ção mesmo quo seja com o sacrifício (consideradotemporário) da

72
esforço.Om, o que Marx aceÌrtuavaé gue o aumento da produtivi
dade do tEbalho humano era obtidi, no câpiialismo,antes de mais
nada atravésde se coÌocar à disposiçãodo tmbaÌhador,um volume
cada vez maio. de rccursosprodutivos.Este volume crescenlede ̀-
QUINTÃ ÃULÀ cursosprodutivosé tânto condiçãocomo conseqüônciado aumento
da procutividade.Ê conseqüência, n medjda em que o aum€nto da
plodutjvjdadecoloca tro fluxo produtivo uma maioÍ quantidade de
matérias-pÍimasÈ,cons€qüeÌrtemente daí sai urna maior quanÍidâde
de produtos. Mas é ]uma condição, na medida em que, paÍa se obter
A CONCENTRAçEO DO CAPTTAL uma maior pÍodutividade,é preciso colocar à disposiçãodo traba-
Ìhador, um coljunto de máquinase f€üametrtascada vez maior. Em
última análise,se a pÍodulivjdade do tÍabaÌho humano nos EUA é
Como das vezesanteriorcs,vamosprocuÍar analisar este tópico bem maior do que no Brasil, a dif€lo!ça não está no irabalhadoÌ
do ponto de vista marxhta e do ponto de vista maryjnalisra.porém, brasileiro ou no americano, mas lro fato de que o americano dispõe
ôO contrário do realizadoaté âgoÍâ, em que se examinouprim€iÍOA em média de um equipamerìtomuito superior ao que dispõeo tú-
varsãomarginalistao deDojsâ maÍrista, no casoda corcettmção do balhador brasileìro. Na medids em quê o sist€ma pIogrid% tra medida
capilaìé conveniente inverrera.ordeme começarcom a coDcepção ëm que o sistemanão só se amplia qua[titativamente, mas muda
marxjsta, porque ela é cÍonologicamènteanteÍioÍ, além de funda- qualllatrvamenle,êsta mudançast exprime alravés.deum âumenlo
mentar meÌhoÍ a compl€ensãodo.fenômeno, do volume de capiral ou de mdquinas,equipamentos,insralaçòes, por
Marx foi provavelmenteo primèiro a declaÌar que a conceítra- indivÍduo €trgajadotro processoprodurivo. É com o auxilio desÌa
çào do capiLal è u(nã Gndência cenÍat e lunìtamenTal õ-Cãõfiãfií maquinar;acada vez maior que ele coúsegueproduzjr cada vez mais.
mõ:O-qi-e era um ponto de visla. na sua época,baslantenovo o dj- Ë isto que Marx chamou de conceitrcção ìlo c.tpìlat.
ferente daquele manlido pela maior pâÍte dos pensadoreseconômi- . -{ concoffêtrcia entte os capitaüstas fo-rçs-osa adotar a melhot
cos. Mârx dá uma definição muito interessanteda conc€ntrâcãoao técnica disponív€I, quo é aquela que propoiciona a melhoÍ pÍoduti
dizer que cada capiral itdiridual é, em maior ou meÍtor grau, uma vidade € que soe sêr a que requet mais capìtal. Os capitai; idiv!
concenrraçãode meiosde produçáo.A mera existênciado caDitalda duais tendema crescer,mediantea acumulaçãodé
inOl";a""1
"l"pr.T
c.io.rj,h:gcoÌ,ngndo
ú e o, que trão someDtepermitem que se
pfoprìetArros,Nâ própria essênciâdo capitalismo,em contrâsrecom
outros modosde produçãoanteriores,a eistôncia da empr€sacapitâ-
Ìista com um pequeno€xército dê trabalhâdoÍessob seu cornandoiá
jmpli€a uma concentraçãode recurro.produrjvos. nicas a que o processoprodutivo eíá sujeito Do sistemacâpilalista.
Marx define.a oa;-
tir daí. dois processosque hoje englobârÍamosno conceito gerai de Diz Mârx lambém que. obyiameote.esteproc€ssode concelLra-
concentração de capital. Ele distjngue c.rncentação de eentralízação. ção do capilal rem um limire. que é a pÍópria acumulaçáoda socie_
quc a acumulaçãode capital (assutrtoda 4.. aula) dade inteira. Os capitâisindividuaissó podem crescertra m€djda em
.Diz Marx,_ que o capitaÌ de toda sociedadecÍgsce.E como estecrescimento.esta
lende a se acelerar o tempo todo, nâ medida em que a economia
cresc€,pois o sentidodo progÍessoé o de aumentar a Drodutividade âcumulaçàode capital nào s€ dá sem coDlradiçòes.sem crises,sem
do trabalho humano.Esr€ conceitoé hoje quaseque universalmente ,ntÉüupçõos, o processode concentÉção que é,na definição dele,
aceito. O qÌre sigr'ficâ progresso?Significa fazer com quê aquilo o cresctmento por acumutctção.los copitais indìvìduais, estâ stjeiro a
que era pÍoduzidopor 10 pessoaspassea ser feito por t. Rçau;mos este lrmrle que é a capacidadedo sistemade se amDl:ar.
a inveÌsão de esfor{o humano paÍa obter o mesmo tesultad-oou, de Além da congenlraçã.ono eltanlo. há um outr-oprocessoque
outro ponto de vista, aumentamoso resultadoobtido com o mesmo -Marx
- chama delacedrulização\ è a exprcpriação ae capfarcus por
-'../
74 75
oLtros capitalistas.É um fato ainda decorrenteda proDa!ìçã!'ante- bém se Íeduz muito, havendodescapitâlizâção de algumasempresas
a Droduúvidãdedo ir do voÌume de e uma p€quenacapitalizaçãode oulras. É neía faseque se dá a cen-
uutt'ação.tlaf aseau,"vãcasmagras",íorner-Ãããd-õìã-ìõiGã!ãõlãe
dificuldadesde vendas,é que a concorÍênciase acirra, se LoÍnacada
v€z maisviolenta,o é nestafase que os pequenossão eÍÌgolidospelos
gÍandes,em que âs pequenasemFesas não resistemàs dificuldades
e âcabamou se fundindo ou desaparecendo. Destemodo, ao longo do
desenvolvimento do capitalismo,temosfasesde acumulaçãoe concen-
tração e depoh fasesde depÍessão,€m que a acumuÌaçãoé muito re-
noresou sefundementresi, parapoderenfrentare resistirà pressão duzida ou zeÍo,e se ìá a centraÌjzação.
pôrtânto,em gmndescapitaÌs
dosgrândescapitahtransformando-se, Esta descriçãogeÍal do prccessocorrespondebastantebem à
também,ou entãosãoquebrados pelasgrandes
e absorvidos empresas. experiênciahhtórica do capitalismoaté hoje. Examinândo-sea exP€-
Assim.existem duastendências que é imDorrante
dislìnÂuir:uma riência bÍasileiÍa, o que se verifica nos últimos anos? Durante os
oe.!aÂ_el!4!114!-[:4149:-tlj_!!9!9]Iq!!lq oa emllesa_4gorg,ç!Ì ÍIrÍlslo aros 50, até l9ó2, houve um pÊ odo de asceNãodo nossoprocesso
d-aprocurade maior pro g-urn!]!9q9l!!gp&ìl. de industrialização.Houve nestaépocauma multiplicaçãode €mpre-
ou sejá.pela lrânsíormaçãode uma parÌe dos lucros em novo câp tal; sas-Não somentemuitas empÍesascrcsceram,acumulandocapital,
q!g!!4-3-ç9trú!3!iz4ç4o, dccorre dir€tamente da luta concoüencial e mastambémnovassurgiram,empresaspequenastÍarsformamm-sêem
das vantagensdas maioÌes empresas,por possuírcmma'oros€scalas médiase algumasmédiastransformaram-seem Itandes. A partir de
de produção.em relação às mcnores.EnquaDtoo primeiÍo pÌocesso l9ó3 o sistemaentrou em crise, crisesintermiteDtes {le rccessões
com
pequenasÍecuperações. Até 1968a economiabmsileira est€vepredo-
eÍá suieito ao limite que â acumulaçãoda rjquezade loda sociêdâde
lhe coloca,o segundoprocessonão tem limite, a não ser o limite ló- minantementeem depressão.Nestesanos houve um nítido processo
gico de todos os mcjos de produção estaÍemconcentradosna mão de de centÍalização do capital. O número de falências e o númeÍo de coÍI-
um único DroDrierário. Há uma t€ndênciaao monoúlio. que sê veri- cordatasmais do que tripÌicou. Os dadosreferentesà cidade de São
ltca em tooosos Íamos oe pÍoouçâo,senooque esÌatenoellclaao mo- Paulo mostlam que muitas pequenasempÌesasforam eliminadaspela
nopólio só páú na medida em quo o monoÉlio puÍo se estabelece, luta concorr€ncial,outras se ÍundiÍam, eÌitratam em aliança,s€ asso-
ciarâm ao capital estrangeiroou com outras empresasbrâsileiÍase
ou seja, que haja uma empresa só em cada ramo e,finalmenle,que
assimsucessivamente. E é fiuito claro que os pÍocessosde concenha-
haja uma empresasó em todos os ramos, Portanto, a centmìização
não iem limite, na mesmadedida em que a concentÍaçãoo tem. ção e. acumuÌaçãofoúm comandadospelasdifelentesfasesdo ciclo
Mostra Marx que o ciclo de conjuntura da econom'acapitalisla de conjuntura no pâís.
s€ camcterjzapor períodosde "vacas gordas e vacas magÍas", poÍ Um outro autor maÍxista impoíante para o estudo deste pro-
uma fase de crescimentoda produção,e depois por cdse,à qual se blema foi Rudolf Hilferding, que escrcveu,no começodesteseculo,
segueuma fase de alepressão. Nestas Imrtes antagôúicasdo ciclo de O Capital Fìnanceìrc, que tev€ importância e jnÍìuência muito gran-
desnos anosseguintes,tendo inspiúdo, por €xemplo,Lenine ao escÍe-
coniunlura. na fase de asc€nsàoo na fase de deDressão se realizam
No p€rÍododggt- \eÍ O ltnperialismo, Estágío Supe or do Capítalismo.
@. Hilferding retoma o estudoda codcentraçãodo capital mostún-
'!g!!ig.-ôo período em que crescea produção,em que os mercâdos
do que chegouum momento,no desenvolvimento capitalista,em que
s€exDandeme há euforja econômica.as emDresas crescempoÍ acumu-
lacãode caoital. As emDresasDequenas nestafase não estãosureilas a empresa indìvìdual tomou-so jncapaz dc levatrtaÌ o capilal neces.
sáÍio paÍa se manter no tmo de desenvolvimento tecnológicoque o
a pressâoconcofrenclal,na amprÌaçâooos mercaoos,o qüe rnes per-
cÂpjtalismoestavagerando.Já MaÍx tinha feito esta observaçãoem
mite acompânhar,em iÍlâ, o ritmo de crescimentodas gran-
des empresas.N Íolação às estradasde feÍro. Dizia ele que, se se tivessememmente
fundamentado o d€senvolvimenlo do capitalismo, na propÍiedade in-
dividual da emprcsa, as estradas de ferro jaúais teriam surgido. E

77
sem as egtradasde ferro o capitalismonão teria tido os avancosoro, mediáriosde crédito.Pessoas que tém dinheiro disÍ,onivel,coÌocâm-no
du ivor que acabout€ndo. no bancoe recebemjuros. O bancopegaaqueledinheiÍo e o emprcsta
. Aconteceque,na épocaem que Marx escrcveu,a sociedadeanô_ a empresários. O bancopassoudepoisa ser o instrumentofundamen-
nlmâ_e o mercado de capitais estavam reÍrjtos principalmenteàs tal de transformaçãoda emprcsaindividual om sociedadeanônima.
estradâsd€_ferroe_aoutÍas poucasgrândesfi.mas, iornoìompanhias O banco subscrevia(compÍava)um grandenúmero de açõespoÍ um
de nâvegâçãomarítima etc. A grande maioria das empresai ainda valor bem abaixodo par e as rcvendiapouco â pouco no mercadode
erâm fundâmentâlmenleindividuais,emborâMarx já tiv;ssejndicado capitais por uú vaÌor bem mais alto.
que a tendêncjaprovávelserja a de uma conc€ntÍâçãoque Ìevâsse Aconteceque o acionicta que Íecebedividendosé sociale econo-
à
generaüzação da sociedadeanônima e do mercado de càDitais. micâmenteum indivíduo que emprestadinheiro a juros. Em última
inicio de,re ceculo,ena reãtidadejÍi eslavaco;pteramenre
"No análhe, aquilo que s€ esperaao compÉr uma ação, em termos de
conlígurãda e Hjlferding a analisae rjra suas vá.iâs con;eqüências. valoÍizaçáoe rcndimento,não é muito difereÂtedaquilo que se es-
peÍa, poÍ exemplo, ao comprar um título de dívida púbÌica, uma
Ietm do Tesouro Nacional, quãlquer papel que signifique uú em-
em :Ì.1â!ida. a rocÌedade
anonimaenrer-prec-ãmenriÌãì-ÌfilFJ: préstimoao Governoou mesmo a uma companhiaparticulaÌ. Então,
srgnrtrcaqueo proprjeLiÍjo
nãoaparececomo seunomenã{tenomi_
naçãoda empresa. o nível de dividendos se reduz geralmente ao nível da taxa de juros e
Ì\a medjdaem que nào aparececom o seunome,
deslrgr-se tem que seÌ portanto meror que a taxa de lucros(*). Com isso,é ge-
o seudesrìnoindividualdo deíino da empresa.Náo exi"re
um "GeneraìMorors , emboraas cr;ançasrmagrnem Íado o que HilfeÌding chama de ccpital íictício. Süponhamosqüe nüm
que e\Ìsla um c€rto momento a taxa de iúrôs seia {e 5qo e a, taxa d! lucros seja
gencralchamâdoascim.TampoucoeÌisre um..CeneralEleclrjc.,
e loqo. Suponbaúosagora qu€ se ìance no m€rcadode éapLaisaçôes
assimpordranre.O falo de que a..Ford...por exempto,manrenhâ o no valor de 1.000 (pode sër €m cftzeiÌos, dólaresetc.). Esses1.000
nome da Íamrliaford no ssu íronlispicioe mero acidenLehi,tórico. coÌrespondem ao valor efetivo dos meios de produção coÍrtidos na em-
E que a "Ford" Íoi jnicialmente
uma empreçaindividual.Mas a re_ presa (fábrica, câsâ comeÍcialetc.). Eles correspondemao valor de
gra Êerâle a.moderna empre,âcapilalista
concentre
â poupançâ
-que umâ cerla quanlidade de bens flsicos, o chamado "vaÌor patriÌnonial"
de dezenas de mitharesde pessoase a coloquenas mào, aã um pi_
qÌrenogrupode direroÍes da ação, As pessoasque compram estasações,no eÍìtanto, esperarÌÌ
que podemou nãoser proprietarios
de açáer um Íendimento pÍóximo à taÍa de juros, que é igual a 5qo. As for-
oe\Ìaempresa em paÍÌicuÌar. mas allernativasde aplicar dinheirc, €m empréstimosou em outrâs
pa5sagem
., A. do capirali\mo.
que é chamadomuilasvezesde udj_ âções,têm liquidez e camcteÌísticasmuito semelhantes.Se, efetiva-
u-:i!!!!s!\ par,?
olapdo meft"ado
a rnsÌrÌucionarlzaçao
mente,a taxa de Ìucrosê de lwq ent6o o lucro dessaempresaé de
de copircì, A propriedadedas em_ 10qúde 1.000 igual a 100,porém como se estó espeÍatrdo5qo apenas,
@aad. Eìaestataosuúãi isto vai tÉnsformâr o valor dessasações €m 2.000, No mercado de
vidida.,que
mesmo
umapessoa
de.""ursosmoAertos
pod"furricip- capitah essasaçõespassama valer 2.000 em vez de 1.000 pòrque
dela.N.eíascondiçóes. há uma .epãÍação enlrea condução jo pro;es_
100de 2.000 é efetivÂrnento5qo.
so produtivoe.da \ida econômica e a propriedade dos meiosàe pro_ O valor de uma ação (assimcomo de qualquer outÌo título de cré-
ouçao.vuem d.flge o processonão i mais necessâriamente o oroDrie_ dito) em bolsâ é determinado especulalivâmente pela 'txpectativa"
tário dos meiosde pÌodução.para dar uma idéia da ordem de gìan_
deza,.dofenómeno.a maior companhiaanericana.a compãnhia
rrcll de tetelones. tem, presumivclmente, já que njnquémsabcao . Dividêído. conttituëb â Dartê dô3 lucla da .npÍcsa que é distli-
ceflo. üm numero lolal de acionhlas tão grande que se losse feita híd! en alinh.ko aB .oiotrill8. A dD!* náo pleci.a distribui. a tota-
uma assemLìlera üdadê dos !eu! lucror lob a fotDa d€ dtvidêíd$. habitualnent. nõo o laz.
de todos eles nào haverja Denhum lugar nos EU.{ À prit. úo dbtÌibulda doe lucÌo€ é tnadida em ÍeseÍvâ, nâ cmp.€M, .
em que Íodos sc Dudessem reunir. lodc s€Í utilizada pâÍ. manter â diltÍibúçáo do€ dividmdos no mëmo
que es\e processo,€ Íez alraves da inlerten_ !lv.l, nëno .É rúo€ dc bâixos lucro!, ou então parâ ahpliar o câpital dr
!]lleIdfnagrLru eÍnp.$a nüm Ídoú€i{o que suÀ di!êçáo cotrridd6 ÀpropliÀdo. Quando iÂ5o
fão Jo caoial ba@ 3ê dá,03 eionÈtli r@h@ lova açõ6, dmomiDad.8 bonificaçô€s.

78 79
de rerdimentosfuturos a que ela dá direito. S€ndoesta expectativa plano internacional. Hitferding, aliás, mosua esle processocom
dadapelataxa de lucÍo cotrente e, ao mesmotempo,sendoa valoriza- vários dados. Na medida em que gmndes Íirmas se associame
ção feila por uma taxa de juros menor (e já loi visto na 4.. aula que lormam uma rede de iÌrleressesestreitamenteinterligados,elas po-
a laxa de juros tem que ser menor que a de lucros), é claro que o dom djminuir seusconflitos e pâssara constitujr uma Dotênciai;a-
valor de bolsade qualquer ação tende a set substâncialmente maior balável.Lenine,ão conlrário,refuÌâ esreponro de vi,ìa com uma
que o seu valor patrimonial. consideraçãoque é vátida e importante: por majs que os mono_
Esteprccessode valodzaçãodo capitaÌ por açõescria o chamado pólios possamse associarno plaÌro mundial, a sua iorça provém
"capitaÌ fictício" porque as máquinâse as instalaçõesnão estao va- do mercado nacional em que eles possuemseu ceútroj estando
lendo2.000,masap€nas1.000,poÍém as @çõerque representam€stas estrgitamenteÌigadosao estadonacionalde sua origem. Um .lruste',
máqÌrinaspassama valer 2.000. É a diferençaen!Íe a taxa de juros americano pode rer fábricâ. em 80 paísesdo mundo, pode estar
e a taxa de lucros que dá lugar â este capital fictício, o qual era rì840oa compânbìâsJaponesas,iDglesase francesas,rÌas o seu
apropriadopelo capitâlàdncíílio.Os bancoscomptavamaçõej e espe- poder é ajnda em boa medida rcflexo do poder dos próprios EUA
mvam que os_orimeiros lucrosviessema valorizá-lase estavatorizacão no cenário econômico,político e milita. do mutrdo. O mesmo é
das açòesmuhiplicava o lucro do banco. Este, que rinha comprádo verdade.paracompanhias alemãs, japooesase assim por diante.
açõesno valor de l 000, esperavaum ano e com o primeiro lucio da rrz Lenrneque, derte modo,âs collrad:çõesse elelam, as Íorçâs
emp.€saâs revendiâpor 2.000. e os interessesque se contrapõem se tomam mars poÌenaese a
Hilferdjng mostra que o banco desempenhapapel essencjalno sua
processode centraÌização ,contradiçãose roÍnâ mais âbefla. impossivelde ser coocüada.
do capital,passandoa seÍ o jnstrumentode Lenrne anLepoe.portanto. à Ìeorja do superimpeÍialismo, uma teo_
ILrsãoentÍe váriascompanhias.O banco, ao se encarÍegarde levantar Íìa de conflitos intedmperjalìstascaalâ vez mai!' Drofunalos.E.
capìralparaas companhias. de adianrarcapirâI.se enriquece, lornan- .em dú\ida. a PrìmeiraCuerra Mundial e a Segunda buerra Mun_
oo-seco-proprietáriode muiras indúsLrjas.Na medida em oue ele se dial confirmarama prevjúo de lrnino E úo a visãode Kautsky.
torna co-proprretáíiode váfias empÍesas,o bânco impede que haja Vâmos âgora, por alguns momeotos,abandonaÍ esta liuha de
concorrénciaeDrreelâse força sua progressivaassociaião.Hjlferdine raciocínio de base mafiista e verificar o que a coEente matgina-
define o conceilode capital financeiro...que é o resuìtadidã-ÌuÌíõ iista_fez.emrelaçãoao Íne;EqllgqE4q:
Inicialmetrre, roaa a /ggfõmiã mãEjnâ-listt Íecusou-sea eE-
tema capitalistacaminha para ufrã-ìiuã{ão de concentraçõoe cen- -d;
tnlização cada vez maior, em cuja direçãogelal se encontraum pe- c3!L!3184o.
l,esdeo rnicio,o marginalisÍno
foi umacorrenrãìF
queno gnrpo de banquejrose indüstriaisassociados. Ìogérica do sisÌoma capitalista, sempre lentaDdo mostÍar que ;b
Surge, por ocasiãoda Primeira cueÍra Mundial (19t4/lgt9), è o sistemamais racional, sendo o r€sultado de longa e;olução
um debareimpoÍtanlíssjmoentre os próprios marxistas,que eíá boje humana que alcânçou sua f,erfÊição no capitalismo-überal.Sus_
sefldolravadoaindâ: tÍata-sede sab€rse este tiDo de caDitalismocada lenlavam os. marginâlistasque o capìtalissro sempre é capaz de
vezmaisconcentrado..qlechamamoshoje de capìrclismomonopotísía. aringir a melhor urilizaçãodos recursoseconômicosãi,çnniveis.Eles
eJê_5!.Ì!I9i-'I!4ÁlIt!9La contradiçõesmaìs profundas.ou se Delo desenrolveramesre raciocínioapologitico em função di urn rnodelo
contiâ.i" i.nde de lrvre concorÌéncia,A concorrênciai a con!Íapartida, no plato
"l: vez economico.da l:berdadeindiv;duat,da igualdadepeÍanrea lei e
nanoo-secaoa mats ptaneJadoe poctendo,jncÌusive,dicimir suas
divergênciase passata um pacífico domínio do mündo intejro. É a oe uma sene de oÌrtros valores burgue6es,que ÍundâmetrÌam a
teoria do 'tuperimperialismo", sustentadapor Kautsky (mestÍe de doutrina do IibeÍalicmo. desde a Revolução Francesa. Ássim, a
HilfpÌding e seucompanheirode lutas) e que foi negadapor tenine. concorrenciaseria o mecanismoque faria o capitalismodesempe-
O que Kautsky dizia é que, na medida em qüe os grand€s nhar suds[unçòeratÌamenre benéficasparaa humanidade.
monopóliosdominam a economia das mah impo antes nações im- )a nledida eILqllç_3lirre coocoiréncia esravasendo esrran_
perialhlas, eles podem chegar a um acordo entte si. Assim como la,seorcalizaçà.'
êf!99a-p!- .rô .apiral, p.Ia G@iããi@rq
eÌes se associam no plano Dacional, podem se associar no esta Lendènciaera encarada como um mero-dêsvio,como algumì

80 81
cgl ser impedida pelo Esrado. IÍo nào foi apenas
_g!:_!:jjjq
rrÈã ãÌltu-dertdijcìf ;mislas marginatista\forurn'"_;_ da formação de preços e dos mercados,que e o centro da
cos-oa reoria
a concenlraçãodo capiral e eles passâramoesÌe margìna s'â. F:!e: !.lf!9!l5__d!ìf!rolls!anL lelos em que oDeram
-renoencra
m^omenLo_a,representâr cerLosinteresse..
princpalm€;le dos pequÈ com oÌerra e procura, roma-ndopor base nã-a
nos empresanos, !.vre cõéòrrén_
qìre eslatâm sendo premidose oprimrdoi cra. p_oremo monop9ìio.No começodos anos J0, suieiu
uma
irr€sisrivelda, srandes empresas.e rambèm de iela sene de rÌvÍostentandopropor modeloseconómico,e maiemáticos
:::corrénclâ
arras economrcas ceflas
em que a concentraçáo do capiralera mujro difi_ concorrëncia enrre monopótios ou enríe oligopótios.
cìr. principalmente Í"-.C":.:ll,.:
l nJo hã dúviddnenhLmade queesses
na agricullura.e que porLanroeslavasolrendo €sÍorços
no camporeoricotëm
o píejuizode um-ÍetaLivo arrasorecnotgicãe um ceÍlo vâloÍ explicalivo da realidade.
Ìrma_sjruação drslâvorávelna r€pârÌiçã; da Íenda.
"""r.qü;i_;;;"';; tle, Í'o,rram que a rendénciad.
pequ€nosempresádose Iavúdores que "t9r9p9!9__q+jglg!,G
* setiTcr"s
^^_ loTT
çardm
:a:caTente
a âdoção de uma seveÌa legistaçãoânritÍusresoo" ÈUe
for_ T:l4sls+]at_Igr,Ini,ãi
na umarendencrado monopolio .oo,u, ,nffiffïï#*,ï
que argumds vezestbj aplicada,roÍnando_se
um relarivo obsráculo " seÍÌa vìgcntenuma situacãode" concorÍència,,"r,i .t.g", ã
preço"má{imo''. O monopotioLemliberdadede Íixar i.
pÍoressode cenrralizaçào.EÍa legistação seis precos-
1:::l"fçà.,9" Dão con_
5Èguru rmpeorra centralizaçãocomo ral, porém lhe . rem que recorrer
ã-eiêl-poré,net-ìãá-pÈdì
colocou certos l:11,. !"91i..,
g=+Sr!r!r
:::ï:b: 1ï"
impediram que se caminhasseao monopólropuro
e puro,
sl:--g!:1ss! v"'o" .i"'ninu".'' .
srmpres,Acaoou+e IicaDdo numa situação de ..concorr;ncia mono_ uma Íerrovia.EIà impoeo preçoaa pas.agèm
::_i:1"p",1"
aos passageiÍo\: esle, náo linham atr.rnariua.numa epocu'omïìi
poxsla . Um erempto classicoé o da indústria
auromobiljsricaame_ não hâvia linha\ de ónibusnem de av:ão:ou iarn d.'Ì;.;;;
hojo J grâqdesempresas_ a GeoeÍal Morors, a ;;;
:iil": e a
foro ii,q'.,bá
( nrysteÍ_ e uúa beE pequeDa,que iam de maneiraatguma.É uma ,iruaçaoa. monopxifià,-po?m-ã
mat sobrevite,que é podra derermÌnarquaDrosbilheresseriam vendidos,
a Amer:can MoLors. Bras + empresasdividom 1i]r"Ì.1 ""?
roao o mercadoà_e_ as pessoâs
ncano e uma Imrte do mercado mundiai, :]"_.1": a viajar. O monoúrio rem por_
na medida em que ex_ tânlo -l"il".Ìorçar
cçta Iìmitação:na medidâ em nrre ele auminta o prãqo.
porlam automóveispara fola dos EUA.
A legisÌaçãeantitrtrstes uendcmcnosdo seuproìììo.--EìilGìfrËrL" pre$1"ó rrreìu-lne,iìa
rmpedlu provaveÌm€nreque esÌasempresasainda
se fundissemnuma os rucrosao maxjmoe é nesLafaiyd que ele vai oDerar,
consesurue Dem poderiajmpedir a desapariçào
das prcçoque marimizaòs lucros do Ínonopolirru
lïi1-*l'-ll"
deauromóveis .. O é aqueleoue
::ïlï"' quehavia rhe permrtevrnder uma determinadaquanÌidádeX
#';:'.,;'."iff ì"ooï,l?,ï:n-"' de mercaáo-
rucro unjrarìo de y. tat que o produÌo Xy seja o mâior
Mas, de qualqueÍ Íorma, o margjmlismo ate :':. ::l lr
pos\Ìvet.euando há ganhosde escalâs.
a década dos o que é mLlirocomum,será
r-ljfl!ryll!4,lsl3gtepre
^^ tregarivae cnricã-Èrcì concen- possrver manler y ao mesmotempoem que,paras€ vendermâis,o
preço Ìenna que ser menor. Assim, por exemplo,
suponhamosque:
t
em que os.margjtraljslasrentaram iimpedlrapor
merospoljrrcos,eles
loram reacioÍários. JO 38 26
É qu€ elesnào tioham uma alrernàrivaquanto
j
ifjiïïlïïrf;:J"ï131*:,-ïS,"ïà*:ïïJ"*u.::zl":j
os marginaÌistaspretendiamela manter o
40
r0E642
36 2E 24

;i'"ï:":ï:.ïïJ;'Jifi
i;".i""',ï"":,.*yl;ïïili""ï;ïffi : Qtlanlidade (x)
Lucro torat (xy)
1.000
r0.o0o
2.000
16.000
3.000
18.000
4.000 5.000
ló.om r0.0oo
.. (os
sers 1"o^t 20. um grupo de ecoDomislas,prìrcipaÌmente.iDgÌe_
.Noìdois
Robinmn. Chamberlaine outros, acoÍoarâmpara No ex€mplo, o monopolista alinge o lucÍo máxjmo
a rea_ vendendo
Doaoe e dtsseramque seria nêcessáÍio sua mercadorlaao preço de 39, o qual é se4sjveÌmenie
reformular toda a rooà infedor ao
preço "márimo" de 50_
82
83
Há várias situâçõesdifercntes de conco ência monopolísticâ: Estesâutores (calbraith particularmenteno seu último Ìivro.).
quandohá um ú vendedor(monopoÌista)e um só comprador (ri1o- af;rmam que hd Ìr!!q rendflcia muito rápida à fusâo da alta buro-
nopsonista) fala-se em duopólio. No caso em que exisle um com- cr.asia:ou
prador e muitos vendedoÍes, a situação é de monopsônio, Na agrr- -da.aìta tecnocraciaesLatatcom-ããíì;-ì;;;ãã;ãilã-GãG-
tdal E ele dá exemplosmuito curiosos nostrando com que faci-
cuÌlum é comum que uma sérje de pequenosÌavradoresvenda seus lidade, por exemplo, o governo ameÍicano r€cruta s€us dirigentes
proclutosa uma grande companhia.É o caso da "Cia. Cica,, que Folítícos nâs empresas. O ex-SecÍetário de Defesa nos EUA Mac_
compm tomat€s de um grâlde Írúmero de pequenos]avradores Namara, gra da "Ford", fez sua caÍeita naquela emprcsa,chegoú
que só à "Cica" podem vendet. A "Cica", se quiser, impõe o pre- a ser diretor-presidentedela, antesd€ se tofiâr,po! cerca de ? a;osr
ço do tomate, porém ela não pode determinaÌ quantos tomates SecretáÍio de Defesa, quer dizer o p ncipal elemento de todo o
serão plantados; se ela rcduzfu o preço demais, ela acaba não complexo industrial-militar do país. Aliás, tmdjcionalmente,a Se-
conseguindocomptar nenhum tomate, Então, a ..Cica" tem oue cretaria de Defesa é ontregüea alguém dos grandestrustes indus-
Ìegular o preço de âcordo com a quanlidâde de tomatcs que trjajs. O antecessorde MacNamaÉ eÍa diretor da ..GenemìMotoÍs".
deseja,Numa situaçãode concoÍrênciahaveria 5. l0 ou 20 fábricas Quando houve a passagemdo govemo republicanopara o goveÍno
d0 massade tomate. Provavelmedt€o preço do tomate seria maìor, democrâtrco.coma eteição de Kennedy em 1960, a Secretariâde
p-oÍqueestascompanhiasteriam que competir entre si para a obten- Defesa passou da "CaneÉl Motots', para a ..Ford". Da mesmâ
çao oo proouto. rorma as empresasrecrutam o tempo todo gente que fez sua car-
EnJim, dos aDos20 em diante, a economiamaaginalistadesen- reira no erército. É muito comum enconttaÍ-senos altos postosde
volveu, com bastatrte peÍfeição, modelos de como opera o úetcaalo empresasindustriais, genemis, almirântes ou brigadeiÌos aposeitados.
monopolista, o que é uma contÍibuição jmportante paÊ se enien- Pdncipalmentenaquelasempresasque vendem o seu!úuto ao os-
deÍ o que acodtece üuma economia em qìre os motrolúlios ou as tado,_empresasde material aeronáutico, de material béiico, de produ.
gÍardes omplesas passam a ptedomiüar cada vez mais. tos eÌetrônjcose âssimpor diaDte.
AtuaÌmente, o debate sobre as conseqüêíciasda concentração Na medida em que socjologicameDtehá umâ fusão dos 2 gru-
sobre a natureza do capitalismo pÌossegne em iovos lermos. pos, fazer carrein no Estado ou fazer caEeiÌa na indústria Dassa
a ser uma coisâ perfeitâm€trteequivalente:onde quer que o iDdi-
viduo tenha iniciado sua caüeira, nunca s€ sabe onde elc vai aca-
"*r"
um procesro..--q''-uanriráiitqìaÍÍõãÌõÍiãilâiìvõ;ãilõu õ;sre_ bar. Há no funcionamento normal da ecorDmia, uma coÌabomção
EUA (usândoos EUA comoexemplo cada vez mais estÍcita ontre a alta direção buÍocrática do Estado
extremoaleuma tendência e a aìta tecnocracia indust.ial. Verifica-se uma úudaÌça da estÍu-
quê. eslá acotrÍec€ndoem todo mundo capitaljsta). a economiae a
socleoadesenam essenciajmente tura de poder da s.ociedade:os pÌoletários e os donos das empresas
dif€renlesdo que o foÍam tro capi_
talisúo da -Êmn.êsâisdivrC,,âl IsLo se daria. em primeiro lugàr, estão, ambos, marginalizados, Tanto os tnbalhadorcs como os acio-
nistas. Os acionistas porque se subdìvidiram tatrto quo não tém mais
Ë1ffi ffi i**r#l+:',#;.H.;:i.,,:,J#"ï; voz ativa nenhuma na empresa. Nas grandes emptêsas americanâs,

Xilnii'rffi e elesãriffiã empr:sar:-È


ten mìbuìs
os maioresacionistas,que têm 5,8 ou 10qodo vôlor do capital, são
geralmente outms empÍesas, são compalhias de seguro, bancos oü
coftpanhias de investimento.
:cogBjqj!4gdCt. Por sua vez, a classe operária (aiada Da anáìise de Galbraith)
Ìnteressesd€la, o_seu próprio crescimeoro,a sua segurançae nâda
mais. Por outro Ìado,como a empresamotroËìoìista (não rnonopóÌio teria a possibilidadede uma ação independentena modida em quê
puro, mâs no setrtido de dorDinar um ou vários ,amos de prodì;ção) ela está organizada em sindicatos. Mas os sindjcatos também forãm
!ão tem condiçõesde contrclar a economiado país inteiio, princi absorvidospelo complexo estatal-indust al. A alta direção dos siddi
palme,rte os ciclos.de c_onjunrura, foi preciso
S.. o EJEqgjIgrcg$e
estre'to controle da vida económica. . The Ntu ltulutníal Jrcre, Boston. 196?.

a 85
calos opeÍáriosé obrigadaa colaboÍar com o Estado, restrjngindo,
por exempÌo,as reivindjcaçõessalariaisdos seusassocìados do, âiÍrda os c térios que regem a condução da economia são c!i-
paia im- tédos privatistâs tetrdo por objetivo o lucro das empÍesas.O objetívo
pcdir que haja jnflação. de modo a que o governo nào se vlja
obri- do lucrc não loi abfidonano. E na medida em que o lucro é cotrtra-
gadoa delera inflaçãocausando uma crisemuilo pior. Há p;rranto
uma leDdència ditóúo com uma repaÍtição menos desigual da r€nda e com uma
lambëmem incluiÍ a cúpÌrlasindjcãlnesreàicetorio crescente produção de b€trs de uso, èlc gera ìrm excedetrte que é
elevadilstmo que dìrige toda a sociedade, Alem disso.pelo menos
nos EUA,.o dirigenresindicalripico lambdmmudou.Antes o dií_ cada vez maior, sem ao mesmo tempo asseguÉr uma procuÉ capaz
genÌe sìnotcat. de fazer com que este excedente se.iade fato acumulado. Esta seria
era um trabalhâdorque, pelo seu espirirode luLa,
,úeatrsmoe de,prendimento. a contmdição essencialdo capitalismo motropolista.
arriscou_se, gânhou a confiaDçados Para que o excedente seja acumulado (como foi visto na 4."
seuscompanherrost tornou_seÌíder, foi eleito e sucess:vamentJtrans-
lormou-s€. aula) é preciso que a prccura cÍesça em certa medida paË jus.
num dirigenlesindical.Agora. há uma carreira.Basta
aDrrÍum lornatamelicanoe se vê na seçiiode empíegos, tificar a acumulação, Pois bem, o capitalismo monopolista, ao limi-
siÌrdicatos tar a rcceita da gúndê maioria formada por assâlariados, impede
prqrnooeconomlslas. jovenscom al8umgrau uni\ersitá_
socjóÌogos. que estaprocuÉ apareça;com isto ele impedequc uma parte ponde-
rio. que queÍâm |azeÍ carÍejrano movimentooDeÍário.
Íável do excedente seja de fato acumulada, Íazendo com que ela
De acordocom CalbÍailh.nesrascondiçOes, a economiaame-
. tenha que ser desperdiçada. PaÌa tanto há uma série de fotmas qua-
Ìrcâna estã camjnhando para Ìrm ripo de sociedademuito parecida
se "doentias", das quais a principal seria a publicidade, os meios de
com a que tende a se desenvolverna União Soviéticae nos países
comunicação de massa, etc., além da prccura deseq)€radâde rÍerca-
cofiiderados Comunisras. Nerles, dê um lado há uma buroiracia
dos ext€rnos.atravésdo imperialismo.que, por sua vez, não sometr-
polLrcamutroimpoflantedirigindoo parridoe o EsLado,
e de ourÍo te Í€alìza assim uma paÍe deste excedente,mas cria as condições
raoo uma tecnocracja nas empresas exigindorelaÌivaâu!onomiae políticasinternaspara que outÌa parte do excedenteseja desperdi
no enlanto coÌaborandocom a burocmciatambém.portanto, os dois
çada em gastos bélicos. Na medida em que o imperjalismo, a oxpaD-
srstenras_rondem a sedjrigirpâra um tipo de soci€dade que Calbrairh são externa €ncontra resistôncia, isto justifica que qualquer co sa
cna.made hdustrial- Na medida em que ele pinta os deLalhesdesra como loqo do Produto Nacional dos EUA sejamgastoscom a segu-
socreuaoe.sua rmagemse âproxjma muito mais de um modelo de rança nacional.
"socjalismotecnocrático,,do que do modelo capitalista.O que Sweezy, Baran e Gâlbraith, na medida em que eles constatam
cal-
Dralth sugere,po.tanto, é uma coisa muito parecida coÍr a que os fatos o na medida €m que eÌes escolhem os falos que acham
KaÌttsky expunha,ou seja, uma passagemIndolor para o socialis;o. mais significativos,não diferem essencialmente. Eles realmenteeÍ!
òeno_o que o pâpeta que eì€ se propõe é o do abrir os olbos sobÍe caÍam a concentraçãodo capitaì como tendo mudado qìralitatìva-
o
srgnìtrcadodas translormações,que DenhumafoÍça seÍia capaz mentg a sociedade.
de
A divergênciaapaÍece lla interpretaçãodo sêlrtido desta mu-
Contra este porÌto de vista se contrapõe a tese de Swe€zy e dança. Galbraith a ençara como decotÍêtrcia do progresso técnicq
-.
Bamn, num livto que trata do mesmoassunto,escrito praticam;te que impõe a necessidad€ do plaDejamentoem latga escalae a loDgo
na. mesma época e publicado também nos EUA (**). b que prazo, o que naturalmgnte faz com que o poder passe pôm quem
esses
dois autores.marxislas propôem e que o capiLatismoil";"I,ì;;; possui conhecimentos especializados. süa crítica ao "Novo Êstado
ao.lrpo ameÍtcano,acentuacada vez mâis as contrâdiçòes dò caDi- Industrjal" se didge à Ìimitação dos objeiivos do plaüojamento,qu6
taÌismo como ral, em vez de resolvélas.O fato de que u è*n;;; se cmgem a aumentar a produção como fim em si, sem consideÍar
estejasendodiÍigida de uma forma cada vez mais óentralizarlapor outms aspectosimportantesquc compõem a "qualidade da vida".
grandes lrusres com a colaboraçáodo Estado náo Sweezye Baran, no entanto, não dêixartr de apontar psra as contm-
sieni ca áue
haJa uma Ìerdâdeira socjalizaçãodos objetivosda ernoreú. lo l,ìn- diçõesque decorÍem do fato alê quê a vida econômicaainda está
organizada, no capitalismo modemo, em emptesas privadas, cujos
.. interesses "r€presentados"pelos administradoresprofissionaisse con-
O Catital Múopditta,
trapõemaos da sociedadecomo um iodo. Assim, na medidaem qüc

86
87
o caprtalse concentrac o podeÌ econômicose funde com o político,
a majoria constituídapelos trabalhadoresse acha cada vez majs ex-
propÍiadapolílica e economicamente.A sobrevivénciado capitaÌismo,
nestascondjções,requer um desperdíciocrescenteao mesmo tempo
qu€ as necessjdades de úma grande paÍe da populaçãocontinuam SExrÀ ,AuLÁ
não satisfeitas.
A análise de calbraith, por menos apologética que seja, se
ressenteaìnda das limitações decoüent€sda tradição maÍginaÌista,
que sempreenfatiza a racionalidadedo comportamentoeconômico,
É isso que não lhe peÍmite ver, ou considerar€m sua devida exten- MOEDA
são, quê o planejamentono capitalismohodiemo não pode ultÍapas-
sar e muito menossubstjtuir â anarquiade produção. Dai o fato d€
que  "tecnostrutüra"no poder seja incapazde rcalìzar,no plano da Iniciamos agora a aboÍdâgemde um aspectorelalivamentepoü-
sociedadeglobal, tanto o objetivo do crescimentocom estabilidade co disculido, ao menos peÌos maÍxìstas,mas de grande rel€vânciâ
como a €onciliaçãoefetiva dos inteÍessesde clâsse.Nem por isso, para o enlendimentoda realjdadôeconômicamodemâ, que é o prc-
no entanto, pode-senegaÍ qüe sua análise apresentacontdbuições bÌ€ma da moeda.Havcrá três aulâs sobÍe €ste assunto.A Dróximâ
váÌidas,que autoresna tÉdição marxjsta estãotmtalrdo de incoryo- (ob_c creJIo e oulra.ob'e o _nrvelde enrDrego,que corsrtuem
rar calicamelrte em scu tÍabalho. problemasjnterligados-Esta aula será dcdicaJa à abordagcmnar-
xista do ,roblema da moeda e a próxinÌa, à abordag.m keynesìana.
A análise marxista da moeda pârte da análhe dâ função da
ÌÌoca ou do mercado numa economiâ caDitaÌistâ.Uma €conomiâ
crDi.alrcrd d arÌiculddaped diri.io \oc;al do lrab,ilho.D Íerenres
jndivÍduos,eÌn diferentesempresâs,se especializâmna p(odução de
bens de uso diferenles e que sáo depois r€djstribuidosde taÌ mâ-
neira a sâlisfazeras recessidadesdo conjünlo da população, em
ceÍÌa medida,e as necessidades das própriasempresas,em sua ativi-
dade produtjva. É a divisão do trabalho que torna o conjunto da
sociedadecapjtaÌistaum todo articuÌadoecoflomicâmente. Uma em-
presa pÍoduz aço, a oulra produz máqÌìinâse usa o aço, uma outra
produz o cârvão parâ a produçãodo aço eic. Estas djferenaesativì-
dadescÍão articìrladas,elassão estreitamentejnterdependentes. Mas
a socjedadecapitalistaé desarticuladapela propÍiedadeprivada dos
meios de pfodução, que tornâ câda uma destasempresaspÍatica-
mente autônomana d€terminaçãode como prcduzjr, do que produ-
zjr, de quanto pÍoduzir e de que prcço cobrar. Portanto, é_!Iqê_!!g:
lorES-91t4!f4!4!E ljvisro de rr"balho e de,Jrriculadápalà pro.
píedadepflvaoadosmetosde píoduçao. oue dá autonomiaa caJ" um
do\ \eus corìponenres. a qual rfm que ser depoissupeÍada,nuÍÍ
segundomomenro.
@
que \e realrTar.e se reatrza\L9J9-4eJ!eç!
A função da tro.a ou do metcâdo (mercado, lugar em qüe
a generaljdadedas trocas se reaÌjza) é precisamenlesuperar a de-

88 89
sarticuÌaçãoda economiâ capitalhta ou aquilo que Ms.x chamou tâxadeÌucromédia.Isroé ques€riaa @gg!qq-!9ryliL9l.
euen Ìem
de "anarquia de produção".Isto decorredo fato de que a economia um paÍ de pés,masnáot€m dinheiro Fia comprã;-íapatos,
anala
câpilaÌisianão dispõed€ um órgão central que conscientes delibe- descâlço,Podemos,teoricamentepelo menos,admitir que,seconhe-
mdamentecoordenâe harmonizaa âtividadeeconômicadasmiÌharcs ccssemosnão só a n€cessidade física ou a necessidade
socialde usar
de emprcsasque compõ€m esta economia.Essa harmonização,poÍ sapatos,mâs os recursosal€ que as pessoasdispõempara sathfazer
exempÌo, o fato de que a produção de carvão não pode ser nem €ssanecessidadee a pÍioridadeque lhe atribuem,poderíamoscaÌculaÍ
maror nem menor que o co4sumode carvão pelas sideúrgicas ou o monlante de sua demandapoÍ sapatos,que selia de um milháo de
estmdasde feffo, nem a produção de aço em Íelação à demanda
das indústdasque consomemaço e assimsucessivâmente, não se farz Se a produçáode sapatosfot de apenas100 mil pares,ela será,
a priori, não s. fâz prevjamenteatrâvésde um pÌano gÌobal, mas se evidentement€,bastantemetror que a demandae isto fará com qìre
f^z a posleríoríno mercado.Deste modo, o mercâdosubstituiaquilo o preçodo sapatosubae a sociedade, por assjmdüer. dá um pÍèmio
que numa economiaplalejada seÍia feito pelo órgão planejâdor. âquelesque eíão sâtisfazendoessanecess'dade ou a essademanda
Esse problema da coordenaçãoe haÌmonizâçãodas ativdades solvável,em alguma medida.Como o preço dos sapatosé bem mais
produtivas nüma economja modeúa, Ílo âlto nível de diviúo do alto do que o normal,eÌeproporcionauma laxa de lucro b€m mais
trabalho que já foi aÌcançado,não é um pÍobl€ma excÌusivode uma altâ que a média,dando.umestímulo muito forte paÍa-que rccunos
€conomia capilâlistâ.Ele se coÌoca também, com toda agÌdez, nas lrodulivos se erÌcaminhemà fabricaçãode sapatos.Então, a produ-
€conomiascentmlment€planejadas.Á meÍa instituição de um óÍ- ção passados 100 mil parespara os 200 miì, 300 mit, 400 Ìnil, 500
gão de planejamento,que paÍecia ser uma soluçãosimplese óbvia, mil, I milhãoe podeÍáir além.Comonão há trada,a.nãoser o mer-
ao substituiÍ o mecanismodo mercado por uma ação conscientee cdìo, para conlar aos fabricanresde sapalosa quarfiidadeque eles
deliberada,mostrou-semuito compl€xaem termos do seu funciona- f,odeme devemproduzir para satisfaTera demânda,é bem DÍovavel
Íìento oficìente. A soma de conhecimentos,que o pÌanejamento que o pre(o d-- saparosleve a uma superproduçãodesteartigo. Eo-
€entral de uma economia socialistaprcssupõe,é tão grande, que lao. â produçãopoderáchegara 2 milhô€sde paÍesdo sapatos.Ago-
quasenão há meiospara se coletar estasinformaçõese pala s€ pro- Ía se dá o desequilíbrioinverso, ou seia, como â demandaéìe
cessáìasde uma maneira a que elas s€ traduzam em diretivas ade- I milhão d€ pares de sâpatose 2 milhões estão sèndolançadosDo
quadas ao crcscimentoharmônico da produçáo. Substituir o mer-l mercado,evidenl€mentenáo há reculsospara cobrir os custos do
cado por plan€jamentocenlral, emboraem teoda possaparecermui- ff produção mais a taxa média de lucÍo de 2 milhões de pares de
to fácil, na prática é algo trem€ndamentecompÌexo,erntmra pro-l' sapaLos,As\im. o preço dos sapatosagora vai descer,E em vez de
gressosnotáveistenham sjdo feiíos nas últimas décadasa esseÍcs- um prêmio, os fabdcantesde sapatosvão sofrer uma punição pelo
peito e só na práiica, quer dizèr, só tendo algümaseconomiasten- seu erro de prodüzir demaise isto significará,narealidad€.queeles
tado f^zer isso, é que essespÍogressos foÉm possív€is, nào vào poder alingir a taxa de lucro média!,Í€vâlecenten; econo_
Numa economiacâDitalista.Dor definicão. a tarefa da coorde- mia. É precisolembrar stmpre que os custosde produçãosão â\su-
naçao e narmonrzaçaooas allvrsaoesprodu_!lf!!!g_!34_!!!9= â mjdor de anlemãopelo fâbricanre.ou seja, o pagamentode salários,
de Lrocas,rsLoe, p€lo ststemade ctÍculaçáo.TomemospoÍ exemplo de.aluguéis.de maréÍjas-primas. o desgasredas máquitras.Este ônus
k-pÍodução de sapatos.Vamos admiÌir que a demandade sapatos, e ìmposlo ao empÍesário indÊpendeDtemente do preço que ele vai
rum celto momento, seja equivaÌent€a um milhão de pares e que obleÌ pelo seu produto. O valoÍ que os sapatosváo alcançar.pela
o momento seria um ano. Isto trão significa que a rlecessidade de venda de 2 miÌhões de pares, vai ser coÍrespondente ao trâbÀho
sapatosseja de um milhão de paÍes, pura e simplesmentc,isto é, ìocialm€nte necessárioà produção de apenâs I milhão de paÍes.
que haveriaum milháo de habitantese qìre cada um usa a um pâr Haverá um milhão de paÍes redundantes.
de sapatospor aoo. Sigtrifica, poÍém, que os Ìecu$os dispoúveh paÉ que os marxisla: chg4gm de !.Íabqthosocialmentenccjìlilq
_. I
comprar sapatos por parte dos usuários são suficient€s para cobrir
i?::,:mïT:!re um lr lambém à r€laçãoettre o volume produ_
os custos de produção de um milhão de pares, e úais uma margem mercaoo,m-ascorJesDolde
de lucro capaz de prcpoÌcionar aos fabricantes, comerciantes etc. a ztoo e a oemandâ J'etô esnecilicolrem de uso êm consideracão.

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Destemodo, atrarés dessapunição,um certo número de fabricantes Portanto, é absolutamentenecessáriopara que esla circulação
de sapatosvai sai. do mercado,vai ser expulsoda economia,ab r J€ dè,e o mercado possade.empenharsuâl]t!4gls! que h3E_g!e
falêícia, oü mudâr de ramo, alé que fimlmente a oferta de sapatos possibilidàqe de iÊualafo \aìor co.ntiLJo na mercadoriaoue se le!a
ao mercadoe o \alor das mercador.d.que re procurareliÍar do
função do mercado em ajustar, a posterìorí, as Ín-
ceu foj privilegiar uma mercadoria especificapara esta função de
egyigE!E__g!!!L!!g_!!!9!, Se, por exemplo, o sapato fosse esse
equivalenteg€Íal, o trabalhadorreceberiao salário em sapatos,mas
le mmo de não precjsariaprocurar um i[divíduo que quisesseaquelessapatos,
ele podeÍia compràr qualquer meÍcadoria com sapatos,porque a
€speramobter. pessoaque lhe vendessea mercadoria aceitarìa sapatos,pois com
--EiiãÍiìïáo do mercado se reaÌiza atÌavés do Neesso de cïcula- eles também poderjacomprar alguma outra coisasem mâior dificuÌ-
çãa Ás diferenlosmercadorias,os diferentesvalores de uso prcdu- dade. Uma mercadoriaqualquer acaba sendq não por deliberaçáo
zidospor milharesde empresas,eítram em circulação,são trocados, coÌetiva,mas atravésde um Ìongo pÍocessode depuração,sÊleciona-
e nessepÍocessode tÍoca é que a s.ociedade, atravésda ação incons- da para servir de equivalerÌtede todas as demais.A característica
ciente de milharesde ìndivíduos,coletivâmenteajusta sua atividade dqla Tìercâdor;aé que elg perd€ 9 seu lal.o/ de para
pÍoduliva. Podenãmosimapinar esseDÍocesgode circulacão como oa$âr a Ìer um outro: o oe sewrr0e eoulvalente -uroil/ginal
das demaKmerca-
processoge Imca de mercadona por melcadoÍ'a. u labflcante de donas. 5e losse o saparo.ele deìxariade ter o seu valor de uso de
s@alários, oatuguel sÈiiiípara calçar e passariaa servìr especificamenírde eqüivalente
e os meios de subsistênciadele, capitalista.E poderia, inclusive, pala as demais mercâdorias.Não se usariam mais os sapatospaÍâ
compraÍ com sâpatosaqu€laparte da mais-valjaque ele vai acuúu- vesti-los,porém para s€Íemmejo de troca, o instÍumcnto de circula-
lar, ou seia, matérias-primas e máquinas pala ampliar o processo ção das mercadorias.
produlivg-Acqllece, no entanto.que este tipo de lroca que chama- Todos sabemque não foi o sapato a metcadoúa que acabou
mos deQscamóo:t absolutamenleimpossivelno momenlo em gue se indo de equivalenie geÉI, embom praticamedtetodas as meÌ-
a divisãoìôõra-fiÍórrabalhoatinge umierto nívet, em que o núm;Ío câdorias,alguma vez na história, para algum Írovo, serviÍam já de
de bens de uso diferentes passlra ser muito grande. O tempo e cúoÍço moeda. Para a maior parte da economia capitalista o equivalonle
que seriam necessáriospaÍa a circulação social seria tão tremèldo gêÍal que acabous€ndollgqlhjdo foi o rnetat orecioso,Gãììãpe-õiÍF-
que não permitiÍia que a própria produção fosse reahzâda. Pode-se camenleo ouro e a Dmta, A razao de que o ouro e â prala lenham
pensar no seguinte problema: o trabalhador do fabÌicante de sâpÂtos sido escolhidosse resumena coincidêDciaeDlre os recuisitossociais
rcceberia um cetto número de parcs como saláno. Se ele quisess€ do equivatente a€Íal e as qualilaì:-ães-ÌÈìiã!ìõfõãGì;;Eõõ!õ-Põi
comprar, por exemplo, leite, ele não somenle teria quc achar uln tra- effi*'ãoìi,-aanao
baÌhador de laticínìo, qu€ rccabesseo seu salá o em leitq mas espe- perde süas caractedsticasfisicas âo loÍrgo do tempo. Isto é uma
cificamelte um trabalhador de laticínios que quisessc sapatos em .calactefisticaindispensáveldo equivalentegeral, pojs ele tem qu€
troca d€ ssu leite. E trão some e que quisessesapatos,mas que os qui- passarde mão em mão, conservandoa sua jdentidadefísica. Se se
sesg€do tamanho e do valor qì.reo outro tem pffâ oferecer. O que usasseo feÍro, por exemplo (já se üsou esseÌratedal em aÌgumas
seria iÍrviável, emtora haja Égistros históricos e altropológicos de ocasiões),ele enfeÍrujaria e acabariadesapar€.endo,
tro próprio pÍo.
sociedades com divisão do trabalho bastante rudimentar € que fun- cessode circulação.O fato também de que o ouro ó unifoÍme, po.
cionavam efetivamente truma base de €scambo. Para uma economìâ dendo .er divi<liàoà vonradeem barrasbu po,ÌõiõüÌEliãiidáde
capitalistaé óbvio que isto está completâmentefora de cogitação. fisicâ que correspondeua um tequisito do equivalente.Não seria
A troca direta,_g escambo,sjmplesnieDtofo!çaria o copjunto da possívelse, por ex€mlpq se usassembois, subdividi-losà vontade,
populaçãoãtiva a passarâ míuoÍ pâÍle do lçg!9 procuraudotrocar_ emboraa palavÍa pecunidijomostreque ìa se usou o boi como moe-
oglL-gm_Y93_9!lI9S!4ls!- d4 E muito diÍíciì compÍar meio quilo de lariDba com um boi, por

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causado lÍoco. O ouro pela suâ divisibiÌidadeapresentaa vantagem monetáriaé qu€ substitni o pÌanejam€ntocentral. Portanto, a exis-
de poder seÍ Íransformado em ifláãÍi?lãÌG-pequenasou gÍandes. Íêncìa da moeda é o elemento centÌal de qualquer ecoromia capi-
talista, pelo fâto de que ela desempenhaa furção de ;nfoÍmaÍ aos
socrâlmente necesrário numa DeouenaouanÌidadefisicat ele é fa- diferentes produtores da viabilidado econômica da sua atividade
olmente oorlável,A Drataa meíos õÍeciosamas Ìambémconcen- pfegressa.
tra baslanlevalor em pequenovolume.Andar por aí. com uma Coloca-se.agom. o problemade sabeÍ qual e a quantidadede
pequenabolsa com moedasde prata ou ouro, não apÍesentamaior moeda que deve circulâr nâ economia. Ed;=ã;;tdde-ìõG-
dificuldade. fâcìlmenleexDÍessaDelosomatorroda9 traD'âcõesM x D. A quanli-
Estas caracteríslicas físicasdos metaispreciososé qìre os pivil€- dade de equìvarenregerar oe ouro, por €xemp,o. em cìrcuraçao.
giaram para se trânsformar no equivalentegeftl, isÍo ê, em moeda, tem que ser pelo menos igual à soma de transaçõesem que entra
No momento em que o ouro se transforma em moeda, o seu o oÌrÍo. lsro no enlanro@{
r'âìor de uso, que é principalmenre seÍvir para ourivesaria. para que a_!$nìê,4idjC!- ínqÊttuia. o mesmo"pedacinho de ouÍo que
I
fazer jójas ou ornamentos,desaparece.O ouro monetário, o ouro DOdeser cruzerro. dolar. lìDra elc., Dooe luncronar para mals oe ï
qu€ \erve de moeda deixa de ler qurtqtA-õiìio--t--- u.|or d-ìso.ì uma transação.O fabricanrede sapaìosvendãìi-GÈiõl-jiidã,
não sef o de equivâlente Êeral.ou seiâ.o da ÍeoÍeselracão socjal rãálEã-õ-lõ-valor em dinheiÍo. tom este dinheiró ele compra
dg_lqlgl j.q-!Iqge. cada mercadoÍ'a é compârada com o ouro e força de tmbalho, paga salários.O trabalhador pega o dinheiro e
ret:ra o seü valor de taoca desta comparaçãocom o oüro. O ouÌo compra mercadoriaspor sua vez. O comerciantepõe o dinheiro no
.g porlanto. coÌocâdoao Iado das demais mercadorias.como uma banco. O banco o emprestanovamenteaos fabricantes de sapatos.
-especie A mesma ìrnidade monetária,em cuÍo pmzo de tçrnpo, intewém
de espelboque reflet€ a quantidadede rrabathosoìãÌãèãG
rys:::3!s-q9!.!s!-!.I!!-!3se_4sl!3!9lfÉ. E este traoalho socralmenle em 4 oü 5 transaçõesde compla e venda. Deste modo, a quanti-
necessárjorefÌele por sua vez a relação entÍ€ o volume produzido
e a demandapor este.valoade uso, Deste modo, a circulaçãose faz !! r Dj mas podo.seresteralor divididopelg nújnç'
de tra.nlaço9s
náo na ÍoÌma M x M, pc jciÀ a mercadoria por-ìiÌiãiõiìãlìã Ío m-o
Ío mêdlo de
módio de Íiànsacões
transacoes oue
oue cada
caoa uniilade monetâfla realìza.
umdade moletáÍia rcatÌzâ. Eíe
iste
íumero medìode transaçoes se cnâmaoe_v {âDÍevlaçaooa ex-
motda. ou sejâ, em dinìeiro. e
ljIB opeÍãçàoM x D é
que o mer- pÍessãolécnica "velocidâde média de ci aÉda").Supo-
cado sancronao tmbaÌho socialúente necessóriocontido fm M. Só nhamos, por exemfio. que o volume lolaÌ de trâDçâções,duÍanle
dffitroca o ano Ía eco4omia sel'a algo corno 100 (pode ser 100 bilhões de
de dinheiÍo pela outra mercadoria,D x M. Os fabricantesde sapatos cruzeiros). Se cada unidade fionotáÍia duÌante o ano hteflieÍ
quando chegam com 100 mjl paresde sâpâtosao meÍcado,ao ven- em média em l0 tmnsações,a quantidadede moedasptecisaú ser
derem essessapatos,ou ao reaÌìzaro valor contido no sapato.verifi- apenas100 dividido por 10. Deste modo, em cada momento, eÍiste
cam que essesì00 mil paresde sapatosrém uma quanridàdede rra- \i uma quantidadenecessár,'a de moeda íO), que é o Íesultado da
balho socialmentenecessáÌiomuito maior que o tmbalho físico ali I I divkão do volume total de ÌÍânsaçõesna economiaDela velocidade
inveslido.Porquenestecaso a quantidadede parcs de sapatosprodu-
zidosé mujto jnfeÍioÍ à sua demanda.Da mesmaforma quandoeÌes O pÍoblema que se coloca agora é o de saber o que scontec€
trazem ao mercado2 milhõas de pares de sapatose os vendem,ao se esta ouantìdadeo é maior ou menor do oue ela.;reo^-ffiÉ;.
trocá.los por dfuheiro é que eles passam a saber que prcduziram Nesle slslema, q moe{â e uma mfrcadona quatquer,eta e pÍoou-
uma quantidadeexcessivade calçadose que pottanto uma parte da. zida para seÍ vendida,só que o prcdütor da moeda,isÍo é, do ouro,
queÌetrabalho,cont;dona produçãode 2 milhõesde não tem o problerna, em pdncípio, de sabeÌ se o trabalho que eÌe
Imres de sapatos,
é sociâlmentejnútil e poÍtanto não é trabâlho socialmentenecqssádo. invastena produçãodo ouro enconlra saídano mercado.A moeda
Esta é. porlanto. a funçào social e econômicaqa moeda,numa sempreé aceita. Porém. se elqpÍoduzir mais do que Q,ìi-seja"
.
econgmìa capitaüsÌa.Fìa e â retrê\enLaçàodaquito qüETãïã-ã-èiõì se a ploouçao
Drooucaooe ouÍo
ouÍô rot ma10r oo que
ÍoÍ malof ouê a qualludade
ouântÌdadenecessâí,a,
necessâírâ_
\\
'\ngl@l_!":t,ó'E!g,!s3gprd--enagó-ceìã-ã--craro bâveÍá uma desvaloúação da moedâ, htoE-aõDIgura-x uma si-

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/' --\\
luação de\llyglgrNa mrdida em que âumentâ a produção do No século XVIII, é que se descobriu pela pÍimeira vez, em
ouro além da quantidadeQ. o ouro se desvalorizaem relação às termos socialmentesignificativos,que não é Preciso que a merca-
demaismercâdorias.Este fenômenoaconte@u váÍias vezesna his- dorja-moedacircule Íisicamenle. Não se precisa pegaÍ o ouro, co-
tória da circulação monetária, tanto m chamada Grande Inflação, iõEã-]õ-ïõ-Tõko c sair para se fazer compras. Pode-sedeixar o
na época das descobeÍtasdas mjnas de ouÍo na América Espanho-
la, como mais receEtementenos meados do século XIX, quando
da descoberta das minas de oì.rro Da Califómìa e na Austrália. A
infÌação vai até o ponto em que o p!9d!.!9Ulg!g:9_!i!gddc-+or
i ouro no cofre de alguém que a comunidade rospeite e obter deste
aÌguém,que pode ser um banqueiro,notas em que ele diz "Fulano
de Tal 1em depositadocomigo uma ceÍa quantidadê de moeda".
E o individuo laz os pagamenloscom €srespap€;s
pÍodurir mais ouro do que o nececaárioDara a circulação socjal Depositar ouro com terceiros é vantagemPor vários motil"os:
das mercaclonas, Ele não cons€guerepor a foÍca de trabaibo e os é desconfortávelguardar o ouÍo em casapolquo atrâi ladrões,além
demais recursos produtivos que gaíou na mi49lêç49j9,!!!Lo.
FnÌtq obviamenLe,a produção do ouro tende a diminuir. E o
I disso,a própÍia circuìaçãodo ouro, com o tempo, o desgastafisi-
camente por mais imutável que ele soja. A passagemde mão em
valor do ouro tendêrá novamente a subiÌ em relação Fe4or das mão fâz com que o ouro perca um pouco de peso. Há uma série
demais mercâdoÍias,o que levará a uma situaçãode k$sçaa). de gastos d€ circulação que pod€m ser poupados usaddo_seem
Quando há escasseide ouÍq Dáo se pÍoduz ouroìÉíuanti- lugar da moeda-mercadoria, a moeda-pâpel.A moeda-DaDel. nesta
dade suficiente, os pÍeços de todas as detuais mercâdoÍias, medi @Marxthâ-
das êm ouro, vão descer.Conseqüentemenle a mcsma quantidade mou a moeda-papelde "weÍtzerchen , que serla --slgnooo valor ,
de meÍcadoria>.o mesmo valor em meÌcadoÌiaspode circulaÍ com uma representaçãodo vaÌor. É um pedaço de papeÌ, mas que re-
menos ouro. (No úecanismo da c!q!qêdl:!9!C949!9qq9!{._a Dresentao ouro. Na medida€m que a moeda-papdinão passadisso,
quant'dadede moeda é âutomatjcameúrcÍesulâda DelasÍecessida- àm teoria pelo mãiõs, a {-üãììAãA;ìt no€ía--pâpel em circÌ ação
oes oa ctrculacâosocEl e Deloscuslos de oÍoouc:toem hrrnos de es.-lã-:úFÍããs mesEãíÌõis--(-a mercadoria-moeda. Não se pode co'
lo@lidâdede moÈda-
r;atffiisiãìõìomeóã
pe3 mercadoria que €fetivameate existe tros cofrcs. PoÍém, a exrstêlcia
cuanqo a m{rcaoofla- da moeda-DapeÌ itrflui sobre /, islo é, sobre a velocidademedia de
49!9A3p9D órrÍuf-a1ffiue oTínqueiro *be que aquele ouro dos doPo'
No caso da moeda-mercadoÍia. a inllacào e a d€llacão não de. sitantesnão seÍá reclamado por eles erÌquantoseu crédito da pmça
ì1 Correm oa slmDrcsalterÂcaoaa ouÌnlkloÁe de moeda em clrcula- for ború. o indiüduo que recebe o papel do banqueiro o usa por
\Ì çÌõ:Jnas de mudançasoo vafoidãìoêda-mercãdõna" medido,como sua vez para fazer pâgamontos,o seguintetambéú o usa ê assim
\l o das-demãìamercadorias,peloTempo dõ trabalht socialúente De- suc€ssivamente. O banqueim t€m assim a po6sibilidadede emitir
cessárioà sua produçáo. Assim, a GÍatrde ÌnJlação do século XVI mais moeda-papeldo güe a quantidadede ouro de qüe elê efeti-
não resulta apenás do grande volume de ouro tÍazido à Europa pe- vamente dispõe. Ele se aÍisc4 êvidêntemente,pois s€ ele emite a
los conquistadores espanhóis mas do fato de qu€ se tomou ImssíveÌ mah, é possivelque num ceÍo momenlo de pânico, todos venham
obtêìo com um rnenor gasto de tempo de tÍabalho socialmentene- reclamar o ouro correspondeDte às notas emitidas. E ele não o
cessário, Não fora assim e o afluxo de ouro logo eslancaÍiâ, pois teddo, arÍisca-se à falência. O bauquciro joga com esta possibdi-
sua venda não permilirìa cobriÍ os custos de produgão aléú de dade q na medida om que assim procede,a velocidademédia'd€-
Proporcionar os lucros esperados.Não cabe, pois, imâginar quc circuìação vai aumentar. O mesmo ouro vai funciotrar em uma
Marx tivesse de alguma forÍìa aderido à Teoria Quatrtitatìva do maior quantidade de traDsaçõesdo quê seria possível se ele fisica-
Valor da Moeda. Esta teoria só seria aplicávelà moeda-meÍcadoa mentecircuiasse,
à base de uma teoria do valor que at buisseo valor de cada mer- A eísréncia da moeda-DaDel Dermite. Dortatrto.um divórcio
cadoria,e portanto da mercadoriamonetáÌìa,à sua escassez relativa. lempoÍáÍio enÌÍe a moeda-mercadoria e a própria moedÂ-DaDel, Os
O caso muda, no €ntanto, quando se trata de moeda-papelou de piimeiros banqueiros que descobrimm esta coisa Daraülbosa, de
papel-moeda, se poder criar moeda a partir da coDfiançâ, coúeçaram â lançar

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ïË,{i'iï}ïili*ï"i^,:"-ffi10f;:'":ïiË;
iïj-,:ji:1ïi, ".J:; nopólio da emissàopor pârte ftrlle lqLqglqla
quanticladecle moeclaeú circuÌação, iDd€pendeDtemente do valoÍ

i!!ï,ï,i:"lr:JÍft "T:#"ï"1l:ï.ï""J,,::*:*:t:.";
ioaas
asnoias
nõ-€iúirrJ:ìiãíiõ;Ìõfibilidade do funcioüamerto norúal de uma eco.
ã.

lïJ ::à':ï"-Ìi,:ïtï;:l"fT :ïl:"h-'ea,mi' nomÌa capitalista com um sistema monetário puramente de pâpel.

ït ,..,,:1'
;;;;.";';ì;ï ; :ï:J,ï.;'""""J,1*ff"1ï, :ï: El€ djz que ela !ão pode funçionar a longo prazo, eo primeiro lu-
gar porque o Estado não dispõe d€ poder suficietrte, nem de coÂhe-
iüï:;:.ïli,il jH,,ïJïï,ï...ïi,ii,jlïïï!';3ft cimeDtos para poder garantir a estabìlidade do valor da moeda. Se
papel em excessoem relação à moeda_mercadoria "*#*:J: o Estadq arbitrariametrte, determina o volume de !ìapel-moeda em
exisrenreé sei_ circulação, ele pode cometer eÍos terÍíveig, e esseserroÁ, emboÍa
#'ïïïiffitrJïï,'ïï',*:'i""1:.f
,ï:'?;"ï'"",*l;iïJ;r: não dêem escâddalosfiDanceiros, poÍque o Estado llutrca entm em
bancarrota, podem levaÍ a llutuações abruptas de preços, a siiuações
,*í@:i; de inflação aguda e deflação aguda que vão atrapalhar o funciona-
mento nomal da economia.Alóm disso,como não hÉ uma auto.
Íidade monetária intemacional, as tÉtrsações entre paises necessa-
;i:ï:#ï;-ãtrï;#:H,,1,'.ï'il*" rusar,
sempre
queo riâmento têm que se fazer com o uso de mo€da-mercadoria,
. postoem dúvida,o govemousÍì seupoder coercitivo Esta obseúação de HilfeÍding é curiosameÂte profética, porquê
:.^Ì-.r,.1t1
í::,"'lï*l"
#ffi;fuff #1, i: ï:i::'j;i"ï",."ï
menre o. ouro ou a prata e querem trocar, ro guichê
ele escreveu isÍo há cerca de 70 a.úos e a alual cDse do dólaÌ de-
monstÍa, claramente, quo ele linìa Íazão. O ouro ainda lunciona
como meÍcadoria-Íìoeda no comércio internacional e a tentativa d€
do banco, as
noÍas pelo detal, o goverDosimpÌesmetrte
e Ìorçaospa iculares. tffiH:i,tiï: sììbstituir ou complementar o ouro com moedâs-papel úacioíais
os âsenres
."""uït"""ï ï (dóÌar ou libra) ú pode lurciouar em pe odos oxcetrcionais, como
ra!ìqo
_aaúotas, ou seja. a mo€da_papel.O goveruo poOe foi o peúodo posterior à 2.. cuerra Mundial, mas normalmento
cu*o Jo-rçadoporqueete desempenha'opapeú" g;rïú;;;;ï;"; impor o acabâm s€ criando sitüações de crise que fazem com que haja um
retomo à moeda-mercadoÌia.
.r_ïË"i,"::""-.:h'ï'10ff"ï"'lï""'"0ï,ï'oi#*.ot#:",ïXï.l O probl€ma que se c.oloca é o segÌinÍei é possível haver uma

;:ï,*::::ã:'ffi..::.j;:l,H'ïff
fi;,ï"':l*rgã:'*"i:
I
a lorma. com que o saÌdamentodesÌasdívidas
cìrcuÌaçãomolretáÍia contÍolada a DartiÍ do Êoverno enouanÌo o
'
ae,e ,iafirai. Ëoi- | capllaUsta? O papel-mocdaexisLe, isso Dão se discute mâis. a
a "ea" dãìõilaÍte
"""inçao tú* olìï,nuï,J
dos países o usa dentrc da sua economia nacional.
:il1;;::'iï"."*il:ãÌoeda_papeÌ A moeda-mercadoria pmticamgnte trão futrciodâ mais em nenhum
país capitalista.O que se D€rÊuntaé se o soveno tem r€Àlmente
a, únapóssibiüdadeaìarliriariamcntedet;õíãi-õ-eaum--AGr
E,precíso lerubraÍ qu..ffi na ou sê êle
emcircutaçã, vai depenaer aanecessiaade lb]e-
:j::":^":f^-Si. i,áe do uao.
iva d.acirculação r. Existe um
al".tu
ern qÌre Btado,derrrode uma^o"ãã_*Ë#;:"^ilï:ï:ï;
*-rrt" *iúìãì. p"ü'irpà. o em toda
_o
a acriÍação que é e não é moêda, se a verdadeim moeda é a rnoeda-merca-
dos seuspapéis.eÌe invetrta a moeoa ntonveÌstyet.
teÍd'ns(+) roi o auror rnarxÌiãìuãìãììTiìõ-6ìã-Elõlìi"-.-e Hil
doria e toda circulação de papel é apenas um rcfl€xo dola ou se o
1ó papel-mo€da é realmente uma ltroeda. Não teDho dúvidas de que
. O Cdpìtd Fiaaceirc ele é uma moeda, a verdadgira questão está no cootrole do seu
volume. Toda a discussãosobre iúlação se faz em função disto.
98
99
Eri.re Ìrma tendénciados governoscapiralislas
de u5aro seu que se é possíveÌqÌìe haja o funcionamontonormaÌ de uma eco-
monopollode emìs9àoda moedado mesmomodo ;rÍcrponsável oue nomia capitaÌista sem mercado a-moeda,isto é, com uma moeda
usou.
naFr€nça nosécuro
xvut. ,;j;:;;;;;;
1.".1:,-t:y:
suasolvloas,Lm lugar de procurar ";
que sela apenasDfia rqpre\cnraçãodo vaÌor. que o Fíado emiie
dumenÌara rendarribuLdria,'de e JogaÍla circuìação. Esra que.rãodeve-se colocaÍ,em nosos djas,
aumenlaros imposLos, qu€ e sempre lorrn" pofi,;."*.ni.-no.i d€ntro do contexto do capitâÌisrnomonopolistâem que o governo
de pasar,os"rn"
gorernosrendemsimptesmen-
:^"l"l!Ì:1'"CTr g. soía dispõ€ de outros recursos também pam o controle da economia.
oÌ seja. faze. surgir da máquina impressàrauma Isto é um el€mentoimportante paÌa se fâzer uma leoria contem-
:-i of"r.*1ll
ma dade de,eq!ìvalenre geral e pagar com ãla suaspró- poÍâneâ marxista da moeda. O EsÌado, em todos os paísescapita-
rquanl
conrraootra ânatÁede Mrrx quenos dá. p€lo meoos, Ìjstas,contrcla diretamentep€lo menos l/4 da produção sociaÌ, jsto
uma primeira é, o volume de rêcursosque eÌe absorve coÍesponde em geral a
cnave para o seu entendjmento.
euando o governo emite, o efeito maìs de l/4 do produto social.Desta maneila, o Estado contÍoÌa O
e o mrsmo qÌre qÌrando havia maior produçào de
ouro, no caso e ao mesmo tempo uma grande pârcela do conjunto de mercâdorias
oa A quantidadede moedae[erivamenle
,mercadorla-moedâ. neces- que estão sendotransacionadas. Um shtema monetárjo âdministra-
\ana e pre,oetermtnada.é um cerlo O. No momenLoem ouê ô
governoInrroduzum acrescimoàqrJla quanridade do centraÌmente,que é realmente üm passopara o planejamento
o qu. o.olr" cenlral dâ economia,vai-se tonando cada v€z mais vjável na me-
que,eÍe acresclmo.vaireduzir o valoÍ do equivalenri "
em relação didâ em que o governo vai aume4tandotambém as outras formas
as demaismercadorias.A economias€ aiu
O"-pçqor. de controle sobre a economia.
.ig, ou..tuffi É realm€ntecorreto por pârte de Hilferding dizer qüe o siste-
uarorau .ì.oa a.sãie
jtÈ
:#'n+;jï:*:*--*Tï*+9::3
;,'-ffiüq#ÉF-8,:.mf;,,:L';n]:,
reÌâção tempode trabalhosoiial necesárioqo" ,uu';;;l;ç;;
na de papeÌ-moedainconversível é incompatívelrcom o sistema
capjtaljslanão-controÌadopor qüalquer aÌrtoridadecentml. Mas tal
sjstemanão existe mais hoje, principalmentedepois da 2." GueÍra
-a,o condições
requer,Nestas Mundial. O capitalhmo monopolistase üansforma pouco a pouco
não existeesteI
poáe
aesvarorizai
a'rn;;il ;;;il:'ïàT'if.ïiïi íXi,,',ij;Xïi
também ÌÌum capitaÌismode estado, em que as aütoridadeseconô-
micas dispõemde um conjunto de instÍumentosde contÍoÌe sobre
J':fr
$"":fnïi:::
ffi i,iry.ï,i$"::3ï,,:1""'J:ïi#:ï
muÍo curto de lempo. Mas, na mediclacrn que governo
o produz
a economìaque não se rcstringe apenâsao conirole sobre a quan-
tidade ou volume de moeda. Suponhamos,por ex€mplo,quo o go-
mdioÍ quuntjdâdede moeda.ele aumenrâa necessidade verno aumentea quantidadede moeda,gerandocom isto urna pres-
fÍna,
moeoâna economtae cria assimum circulo vicioso. de são inflacionária, ou seja, reduzindo o valoÍ do eqúivalente.Ele
No momenro pode ao mesmo tempo âumelrtaros impostosou diminuir suas des-
em que ele_aumcÌrtaC, ele automatjcamenteaumenta
o valor no_
mìnalde todasâs rransaçòer.
poÍqueos preçossobem.No momenlo pesâs e com issq aniquiÌa uma paÍte das transações roduzilrdo

ìii",jiï';
i.'i.ilïjiìf,:';;]:: .:#'i,Jï,ïflïïJ":ï: novamenle0. Se o governo conrrola 25qo do produto sociaì (ou do

vado,PoÍlanto,se o goveÍnojnsjste l;,:i.:


em oDreruma maioÍ parcela
produlo nacjonalbruto) e se ele reduz as suas desresasa 2oqo do
PNB e ao mesmolempo emite,uma coia compeniaa ourÍa. Esra
,,'*ds do seÌ|podeÍde emissáo
0","1:i:,_'.-.."1 ele rem qJe vor_ é uma das técnicasde luta contrâ a inflação, tendo sido posta em
:""-
ü!i,'p:;ï'ïx",;,iï,i"::ïi
prátjca no Bmsil, recentemente.No ano de 1964 o govemo emitiu
t::"';:ï1,:
i;'ï.,:ï:.ï:;ï:;:il
a;.r,,u
o. uusrun
um voÌum€ de moeda maioÍ do que em qualquer ano anle or, ge-
iï;ïx,áï:...iï,;ï t.,;,io.-f-uiu rando com isto o que foi €hamadode "inflação cofietiva,,. po.ém,
1.,." ao mesmo tempo, o governo reduziu seus iatvestimentos,reduziu
":;ïï?,
Por ouÌro lado, 4 eÌjstencjade ür uma boa pa e dos s€us própÍios gastos,contraiu neste sentido a
demandapela moeda, ao mesmo tempo que aumentou sua ofeÍta,
;: Crìou com isto um impasseque se manifestousob a folma de umâ

100
101
crise, mas cujo resultadoÍoi coÍtaÌ a subida dos preçosero 50 ,
Os preçossubiram em 9gqo en 1964 e en 45qo eú 1965.
O úpo do clpitalismo com que nos defroota.:úoshoje é Íadi-
calmente diferc'lte do capitalismoqug Íoi pftseDciadopoÌ Marx
ou mesmopor Hilfeding no começp do século.Parâ a coúprcerr-
são do significado da circulação moíetária € do pdpel do Estado
nele, é preciro levaÍ em coNitleraçãoas caracteúticas globaisdeste
capitalismodo Dosrotempo.

s,ND!"iifËdfr
.i8lïslïi",,ó,"Ëtsff
ô'igË,#,;,{Â",)

Sinser,p.ìrt.
-_
ìõr{c
_ Cu6o de à economiaDolÍjca. Rio de JaDeiro,J.. edi_
çao, È.r€nseuriveBiÉria,
-iitrodução 197j.
l

Autâs proferidai em 1966f,o T€atro qe arena,


em são paúlo.
t. Economiá. I. Tiruto.

76-0t40 cDD - 130


cDU - 33
r02

l.
l4o.

adi-
.ali
)eÀ- SÉTIMÃ ÃULÀ
ado

CRÉDITO

CURSO DE INTRODUCÃO Vamo. anali'aro credilodo poDlo de vistakeynesianoA aná-


Ite do cÍédito teita oor-fuaìx é uma da. pafles menoscompleladas
A de O CapilaÌ. Da misma forma que Keynes, Marx também enca_
lava o sistemade crédito como uma exlensãodo sistemamonetâ-
do, mas eÌe não chegou a desenvolvertodas as implicaçõesda
ECONOMIÂ POLITICA "política dê crédito" para as mudançasde corÌlunlura e o mesmo
tampouco foi feito Pelos seus sucessor€s.
Depois da gmnde cÍise de 1929, os países capitaüstasforam
ãbândonandoa moeda-mercadoÍia como bâse dos seusststemasmo-
rieìários nacionais, embom livessem que maDtê'la como meio de
i;ôcà nas transações idtemaciotrais. Desta lraneiÍa, o volume de
meios de pagamenloem cada País deixou de ser determinadopelos
mecanismosâutomáticosdo mercado,passandoa seÍ reguladopclo
govemo. (Isto já foi mostradona última aìda, mas deve ser lecoÌ_
dado, porque vai set uma das basesda anáüsedo cÍédito). E €m
virtude disso, a teoria contemPolâneado crédito se baseia muito
mâis na análise que foi ofeÍecida por Keynes, em A Teoia Geral
do Emüeqo, do Jurc e da Medq do qtJe Dâs teorias erpostas PoÍ
MaÍx, que aitrda não folam atualizadas Para os sistemas moDetá_
rios modernos.
Para se eDtendero problemado crédito é necessárioleÍ_seuma
definicão d€ liquì.lez, qtte é um conceilo ecoDômicodeÍivado da
fisica. se ima?inarmosdiÍerentessubstáncias,variaDdo desdeo só-
lido até o Ìíqu:jdo,é claro que quanto mais líquida for uma $rbe
tÍincia, mais facilmentecla muda de forma, porque ela toma a forma
do continente: do copo, gamafa, vaso etc,, em que a coÌocam.Esta
idéia de Ìiquidez é aplicada aos vaÌoÍes. Há valorcs mais líquidos
ou menos líquidos confoÍme a facilidade que seus possuidoresen-
contram em mudar sua lorma. Uma casa constitui um valor,
ou seja, ela tem um preço e Pode-setÍansformála em qualquer

103
oulro bem, vendendo-a e comp.andoourro bem. pofém. é preciso este lirulo em moeda lesal com srande facilidade na
enconrfêr um comprador pâra a casa. A casa representaÌÌm volu- ili::4.--
mr mu:lo grandede !ator qur não pode ser (ubdirididocenrque
\eu.varorscja dimirÌrdo. porlanlo.o ca.a náo ê . Temoq.porlanto.Íormasde vator que sào cada rez menosIi_
um valor nu:lo quìdasati chegarmoc a lo.md\ eirremdmenleiLquida!.por exem
lìqudo. PdÍa mudof-lhea Ío,nd leva lenpo. d preci.oarr"njrr Ìrï pìo. pos\o ler umd grandequrntidâdede valor im um .eto raro.
correlorque a vendde aqim por dianÌe.Caìa..navio(,xulomor.is num qLadrode Van Cogh. ou em ourro objeLocuja dem"nd.ìe.lá
saovâroÍerÊeratnenlepoucoriquido. J.j un valor igu"l ao da r€írila a um grupo de aficcionados.podem ser objetos muito pre,
ca.^,
de eíoque\ de rnercadorias que \e vendemcom ciosos,mas não são fáceis de vendeÍ. Eies consriruemformas ex_
como por e\emplo càderno\e,colâresrd epocd tremamenteiÌjquidas.As formas de valor mais líquidas,moedaÌegal
oo Inrcrodâ\ pode,er t.ãn\formarìoem outrr, form", de e. e.cr.ÌuraJ. 5io con,ìderadd. em conjunlo. mo./o. Os rírutospu_
"Jlas.
fâcil,d.de.rodo( o\ vârur(r po$uroo.
l:1"'-.-:]ILrri. po- empÍe_ D rcosde \enctmenlod curro píazo \ão conside-adoç qua5cmoedo.
çaq.entÌdadeç ou Ìndrviduos téÍ, mdior ou meror tiquidize a ror O.crédilo é principalmentea traÌÌsaçãoentre valores de ljqui_
mà mais líquida do vator e o propÍio dinheiÍo, â moedo. pode ,
Je/ dJeienLe
moedâem quatquerou-ra Íormâ de vaìor. poi( eta
,e _Qurndoempreío d;nheiro a aìguem,esrouabrindo
:,1",':1T.",." mâo od lrqutdeT.eslou eolregandoa quem roma empreslado Ìrm
e oe acerÌaçao obfleatoriàe .med:ât..Sc em rez de cása.aìgue,n \aror âbsoturamenlc tiqu'do.soba fofma de diúeifo, e recebodee
lner Jinheiío.pode comprar.o que qÌrLer.porÌân,o, u u1ì docLmenrode dìvida. que pode ser uma duplicarâ,uÍ,a nolâ
forria ae
mâxjrnâlrqurde/dos \atofesé a moedalesal_
. A moeJa.ddira..tegat'quandoe emirúa petogo!erno:o cru- oe vencmento mas e sempremenot que a do dinheiro.EÍa e a
zerrono Bfasjl.o Jolar no. EUA. a t;bra na TnglaleÍra, e\.ancidde uma transação
o franco de cÍédito.
na Françde a$rm por d:anre.Os valore5sob a lormâ de depos;Lo
moeda . Quando dinheiro no banco.rÍanslormominhà moeda
reg,rliao os valoresmais tíquidosque podem exi,rir. .eg.l em moedd€scritural.lran.Íorno. poflanto.um vaÍor de li_
.,Uma rorma de valor um pouco menosliqu'do.emboÍa de li_ qu-ldez_maxima €m um valor de liqujdez um pouco monor, eu abro
qu oez abqoìurâé a chamada moeda c\.rhurcl. A moeíla mão de âlguma liquidez. Islo acontece hmbém quando o banco
-quase
escrrrural e composlapelosdepo\iro.bancáriosà vi,ta. Se Ìenho enpre"rd dinheiÍo a mim. euando romo dinheiro empreíado do
que,o vendedof9anco,.oos.odi,por deìe.emirindoum cheque.De,de Darcopara ap,rcarem atgumacoisa.eslou Lransformando dinheiro
acere o meu cheque.es,edeú,ìto LeÍÍra me.mâ è moedalegat.de t:quidezabsolutâ.
pÍóprid moeda.tesar. num documen.o
jlÍÌ:::'__q". No enLanLo. há uma pequena oe or!roa que eü enlregoao banco como garanria,O valor e o
orrerençr.poìs-i em aìgumãsáÍeaso chequenão
será aceiro.por mesmo,porém o banco só tode dispor deste vaÌot daÌi a um certo
eu toÍ viaiarpaÍaroÍadesãoPauloe pto.u.u,pug"i prazo, que é o prazo da divjda.
ïlTl'i_il
mrnna conra do ho.et em Recife com um chequesacado
cànìra A,,oro. de jutus e a /emunefaçào peta rcnúncia à tiquide_
um bancod--_SáoPaulo.é possrvel que nâo o aceitem.Enlâo devo ^
Vud.rdo o bancopaga juros a mim porquedepositeidinheir; nele,
re.|rar o,dtnheiÍo do banco e lrdnsÍormara moeda ere e\r.apagândod minha renúnciaa liquidez.pois esrouabr,ndo
escriLÌrral,
o
oeposro bancâno.em moedalegal para podeÍ pagar mao de moedntegat.de qu€ eu poso dispora qualquermomenro,
con,asfora
da sededa minha agénclabancai,a.ì'ortunto.
o depósitobancáÍio ,T depo,rrobancãrio.que rem liquidezum poucomenof.
tiquidez_umpouquinho inrerior aa rn..a" r.er, R":"
rero :"'
:e^f*1..1'." ,".: ldlo de qüe a diÍeren\aenrrea tiquidezda moeàakgal e da
pois o€pendeda âceitaçãodo cheque,que é " docümentocom erc.rrurate muilo pequena.os juros que se pagamsobredeoosito,
um
o. quaÌ se movimenrao depóriroúancáiio.Ourra forma a \.r..a rdmb.Ám
de vatàr rão 'Ìlriro pequeno,.Mas exslem e são geraìmenre
aìnda un) poìrco.meno, liqujdo \ão o. chamados
Trlu,ospublims, po.rlr\o..emboraocrsionalmente posam ser negarivos:
pi1:. em ó mesei.s. c..p; sot. aremdo bdnconão pagarjüros.ajndacobrauma r,rxade
;e(les ca_
:-:1'1,"^
scmpro. uma li:r^.
Letra do Tesouro\ac'onâl ou do governode Sào
;;; admi.
nrstraçãodo depósjto.
d" de Minas ceÍai\. e\sestírulos rém garaìr,a quâse Se coÍÌpfo.tilulospublicospor moedalegal.por exempto,e,lou
i:l'"_-:i abso_
rura poÌsgovernosnuncaabrem falênciae- em viíude ,
abrrndo
disso.Do.so mão de cefld Iiquide,,,embora o tituJo público seia
104
105
baslantelíquido, é fdcil tnnsformá-lo em diDbeiro.Por hso o títuìo de-iuro-s. Considemmos apenas a taxa de juros pura, à quâl s€ so-
público rende juros. mam os eÌementosde risco e de custo de tÉnsação pode-s€con_
Se vou emprestar dinheto a uma possoa cujo c!éditq ou seja, siderar o elementod€ risco e o elemento de custo como dados e
a confiaDra qüe os demais depositam nele, não é muito gÉtrde, a pÌocúrãi ÌÌeterminar quais são os fatorcs que fazem varjaÍ a taxa
liquidez de sua duplicata ou de sua aota promisúria é pequedâ- de juros fundamentalmenteem tetmos de transação de liquidez.
Dificilmente vou conseguiÍ v€üder esta nota promhsóda aDtesdo Para isto, diz Keynes, é preciso determinaÌ o,_queconstitui a de-
seu vencimento, Por isso vou cobrar juros mais altos. mandâ por dinheiro, qu€ Keyn€schamou de M, prcvavolmentepor-
DefiDimoü desta forma, âl tÍaDsaçõ€s de crédito e a taxa de que é a letra inicial de moeda (none!>. Ele dü que a demanda
juros básica. É preciso acrescentar que embora estejamos tratan- por moeda de umâ economia provém basicamentede 2 molivos:
do, iDclusive nas aulas a[teriores, da taxa de iuÍos como se fosse o morivo dâc e o moÌivo especulativo.O morivo das
uma sóJ na Ì€alidade há toda uma gÌande faixa de taxas de juÌos -qqngções
transaçõesdá lugar a uma demanda Mr por moeda e o motivo
que corieapondom a vários elemetrtos diferentes daquele essetrc-iQl especulativodá lugar a uma demanda M, de tal rúodo que:
que é a difereuça de üquidez. Po! exeBplo: há o problma dqÌisco. M: M1 + M!.
Ao abrir mão de liquidez, eDtregandoo dinheiro ao banco, as_pes- O motivo dâs hansaçõesdecorre basicamentedo sesuinte:toda
soas suÉem que podem emitir cheques e assítr dispor deste d;nhei- e qualquer pessoaou entidade (econômicaou Dão). ;ecessita de
Ío com bastatrte üquidez, úas o baico lode abrir fâlêicia acate- uma certa quanÌidadede valór líquido pâm as suasrÍânsaaô€snor-
tando pÍojuízo total aos depositatrtes. Esse risco iDfìui sobre a taxa mars. A pessoarec€be o saláÍio em sua cotrLade banco, faz os
de juros. pagamentosfiaiores com cheque, (aluguel ou pÍestações),porém
Portantq a taxa de juros real aão someDte reflete a diferença pam pagâr o ônibus, o táxi, o lanche no baÍ. e outras transacões
de liquidez, mas refl€te também um elemenb dê Ìisco. Além disso, pequeDas. usa moeda legal. É pÌecisoter para isso a forma de valor
úas trocas de liquidez, isto é, Das tmtrsações dê créditq intervêm, majs líquida: a moedalegal. A gento èm geral sabepor elperiência
em geral, intermediárìos:badcos, compaDhiasde segurq compa- de quanto vâi prgcisar: quando sê coloca o diíheiro no bâtrco, .iá
rhias de financiamento, corÍetores. Q trabalho do itrtermediiáÌio se relira uma certa quadtia, pot sematra por eiemplo, paÍa essâs
evideniemente tem que ser rcmunemdo. Há toda uma série de em. transaçõesque não valiam muito de valor. Além dessastmnsacões
Frèsas que !êm capfual investido Eesta ativialade, visardo lucro, e Íotineiras. existem c€Ítas transaçõesque podem se! besperadas,
essescustos de intermediação, islo é, o preço destes serviços tam- mas pala as quais é necessáÍio teÌ certo diÃheiro de reservá, como
bém vai oneÌar a laxa de juros. Dest€ modo, a tatê de juros real por exemplo: pagar o médico ou a farmácia úo sábadoà üoite-
é maior do que meramêdte o valõ; da diferênça entre a üquidez quando os bancos estão fechados.Desta maDcirq a demandaF;
dos vários tipos dc valot que estão setrdo tÍocados. PoÍatrto, à tara moedapara lransaçõesÌotinoiras e para casosimpreviirospor pirte
de vamos dizer, puÌ3, básica se somam 2 elèmentos a mais: das p€ssoasconstiÌui parte de M1.
-i!!os,
o custo da própÍia transação.(aÍemuneraçãodo itrtermediário)e o
_ O racjocítrioé idènrico para as empresas,órgãos públicoseÌc.
êlemento de Íiscõ. A ta.\a de juros tambéú depeudedos diferentes Esles lâmbém tèm uma séÍie de pagameaìosrotineiros a seÌem
. pmzos pelos quais se renuDciaà üquidez. Depósitosem bàiicos po. f€itos por meio de moeda escrituial, ou moeda legal. Ccrtas em-
- dem ser a prazo fixo, por exemplo,de 6 meses ou de 1 ano. Nestes presaspagam o saÌárioem cheque,outÍas pâgam em dinheiro vivo,
casos evidentemetrtea renúncia à liquidez é tatrto maior ouanto Eslão nesseúÌtimo caso principalmelte empresasque têm grande
maior foÍ o prazo. Os juÍos teddem; ser proporcioDaisao prazo número de trabalhadoÍesque ganham salário mínimo. què Dão
pelo qual se renuncia à ìiquidez.Na prática há üúa fata do taxas usam, porlânto, coÍrta bancáÍiae precisamlevaÍ dìnhejÍo Dãra casâ
de juros, na qual s€ pode distiÍguir a taxa de iuros a cuÌto prazo para pagar a conra da venda no fim do mês. Essasemoiesastêm
e a taxa de juros a longo prazo, entre muitas taxas de jurcs, desde que dispor do moDranÌede dinheiro constante na fothã de paga-
a mah baìxa até a mais aha. mento.. O.mgliyq de "prêcaução" funciona lambóm paú as empÉ-
O plqb=lgmqcentrâl da anális€ do créditq do papel qu€ ele de- sâs po$ elas precisamter uma ceÍta rcserya de moeda legal pârâ
semp€nha €m uma sociedade capitalista, é o que determina a taxa pagamettosde emergénciaque podem suÍgir, Deste modq o con-

106 107
junto de demandapor mo€dâ, dos jndivíduose das empresas.paÍa a ela própfia. A taxa de juros vai ser aqujlo que as pessoasesp€_
trunsaçõesconstiltJia demandapoÍ moeda, Mr. ram que ela seja.
Por outÍo lado existe uma dç4qnda especulatfiapor moedâ. A demandapor moedacompòe^e.pois. de duas paÍrer fun_
O indivíduo ou a empresâsó se iÍraeressa em renìuciar à liquidez ,
oam€nrâls:.â demandapaÍa trunsa(òesqxe e umâ funçáo do nivel
daqüelesvaÌores de cue não vaì precisarpaÍa tÍansações.Se a taxa oe arr!jdadeda economjã:Mr sera lanro maior. quântomâis
hou_
de juros que for receber se mantiver mais ou menos constante, _vertÍansações.(Na aula passadamostrei que a quãntida<tede moe-
pode valer a pena renunciar à ìjquidez.S€,no-entanto,éde se espe- da do sisrema.na análisede Mârx. depe;dia... Ao ,o_
mr que a taxa de juros vá subjr, não lhes in!€ressarenunciaÍ à maroflo das Lrân.açòesM_D. pois bem. a demanda ""tn.iu,
de moeda
liquidezno nomento. necossáriapara estas transâçõesé o que Keynes chamou de M1).
Digamos, por exempÌo, que voü recebero 13." salário e não E uma segunda- parre da demandaque é puramenÌeespe,ulaLivâ
preciso gaíar o djnheiro imedialamerÌte.Então posso coÌocálo a e que s-.rege.nao petarâxade jurosexjslenre, maspela e;pecrativa<r_
jLros. Possocomplar um lilulo do go\erno ou mesmo uma ação com reração a eta.É um elementosubjerivodosespeiutadori., sendo
de uma empresa,alguma coìsaqLreseja menoslíquida que o diúei- que se 5upo€. que todo mundo seja.emalgumamedida,especulador.
ro, mas que em compersaçãome garanta o juro. se este juÍo for, iìaoõs-.conslderã somenLe. o rspeculadorprofissional.que opera
,
nd tlot.a. comprando
por eÌemplo, de 5qo ao ano, vou imobilizar meu dinheiro por um e vendendoLiruloso rempo Ìodo, mas lam_
bem pessoâsde clas\e média paÍa cima que tèm recursosocioso,
ano a 5qo. Se tiver mzões para acreditar que daqui a rìm mês a
do ponto de.vlslade sualriliaçáo imediatae que lèm que
taxa de jums será ainda de sqo, \âo hâ Ìazão nenhuma para que decidir
se vâroaflr:aroJ a-curro ou Ìongo prazo ou se não vão aptica-loc.
eu esperepara fazer a transação.Se eu achaÍ que daqui a um mês Na lelermrnaçãoda raxa de juÍos hÍi rambémum outro
os juÍos seÍão não de 5qo, mas de 4qa, pot èxemplo,por maìs raáo el+
menroobtelno que é a oferta de moeda.que chamamos, na úlajma
ainda vou me apressara compÉr a forma menosliquida de vaÌor auLàde Q. Q e a qua,)tidade
para aproveitaÍ a taxa de juÍos maioÍ. Porém, se eu tiver algum de moeda exisrenleDa economiaem
um certo momento, Esta moeda é a soma de moeda l€gal
mol.vo paÍa acÍedilar qus daqui a um mês a taxa de juros será de mais
moeda escrituraÌ.Como se dotermjna esle
ó9o, por exemplq eu vou esperarum mês, mantendo o meu valor e? Suponhamãsoue a
moeda Ìegal seja papel-moedâ.que não rern lastro, que nal reÀ
sob a forrna de moeda legal, ou de moeda escdturaÌ, tanto faz, n€nnumdretaçãocom qualquermercadon-a-moeda.
aLeque d mjnha expectalivade aumenro de juro se Íealize, islo e. como e a situa_
$o oo brasrle da ma.or paÍle dospahescapiralisLas hoje. A ouan-
qu3 eÌerivamenleo juro suba, ou até qüe minha sxp€ctatìvamude, Ììonoede moedalegaté n€sLecasodeterminada,
ou s€ja, até que eu úude de opinião. Isto é o que Keyoes chamou em rilrimaanãtise
peìaschamadasauÍoridades emhsoràs. ou 5eja.pelo b"".; .."1;;l:
de preíeftn ía NÌa liquriea. Do ponto de vista da especuÌação,posso que pode.Ìegular erra quanridade nào somenteemiLindo,mas inclu_
semprepreferiÍ manter-melíquido, ou seja, manteÍ uma parte dos srve rccotnendo dlnheiÍo.
meus vaÌores sob a forma de moeda legal ou de moeda escdtural, moedaescÍirurat.sua quanridadeé umâ funçào da
Ora, na medida em que váriaspessoasfazem isto, o juro tende real- quanroade
^..--911i1.,,
de moeda ìegal.Suponhamos
menle a aubii. Porquè, assim ôomo existe üma oferta de liquidez que o governointioduza
cm crrcuraçaouma cefla quantidadede moeda le8al, que podemos
por parte de quem tem fundos sobrando há uma demandapor Ìi- cha_marde 100.Pois bem, estedinheiro rÌa neaiai em
quidez por parte de quem precisa de diDheiro para transações. esLasen,lo,nece,sitado iue'ele naì
paÍa lrdnsaçòesvai se transformaìem lepó_
Então, ta m-Ldida em_quj o dinheiÍo se túnsfere de M1 para Mr,
ou seja, o dinheiro se tmnsferg do fluxo comercialpaÍa os estoques Se o banco Á, que rec€beu os depósrlos,puoessepegar
de dinheiro pâra especulacão,cria-se uma escassezale Dumerfuio, .^^ estes
100 e JeempÍe,tá-losde novo e a pesso; que os lomou
uma escarsez de.l;quidez.A liquidezpassâ,então,a cuìlaÍ.maiì. A emprestado
o: colocasseno banco B. e csre fizcsseâ mcsma coisa com
renuncla a uqurdezPassaa ser lnars card e a expecraíva de que o relaçào
âo,banco C-.e esLepara o bancoA e a,srm suces\rvamente.
juÍo vai auÍietrtd €fetivamentese realizâ. Isto significa que a taxa uma
€mrssaode dtgamos.t00 milhòes de cruzeirosde moeda
dè juros é ern grande parie gwernada pela expectativaem Íelação leqai crìa-
na üma quanrrdadeinJìnih de 'Ì|oedaescritural. porém,
o; bancos
108
109
não podem fazer isto. O banco A que Íecebe 100 não pode ft€m- governo pode controlar alravés de fixação do
encaixe, atÍavés da
prestar 100. EIe tem que reter uma pafie dessos100 pâra poder ooÌrgaçaoque ete tmpõe aos Intermediáíiosde maDterem
pagar as r€timdas, quoÌ dizer, a tÌansfoÌmação da moeda batrcária um ên_
caiÌe,em mo€dalegal como Íração dos seus depósiros.
€m moedalegal. Ássim como há muita getrteque faz deÉsitos, há A. questão básica esrá em saber en
nuila gente que reÌira diúeiro. Esla rcservâ em moeda legal. que d"Mj.'ú;'';l;; ;; j";'ï;;ül*ï"Ti*ï ã:ïili'::ì
o banco tem qu€ ler, é o chamadgenúìxe. E o encaixe.ôú seja. A_1r".^1,.",1porqÌre a.demanda M, para rransaçõesvài poder
â reseÌvado banco em moeda legal,é üma certa fmção coDstante ::. mals racdmentf
ser sarisfeÌta, pois existe um majo,r estooue de
dos depósilos, que o bânco tem, Quando o Degócio batrcáÍio gene- moeoa.t€gat o escÌiluraÌ cm circulâção.O govemo pode
ralizou-se, esta fração acabou se JixaDdo em mais ou menos 8qo, au;enÌar
v. emrrÌnoo moeda legal ou m€ramente reduzindo o encaüe dos
como r€sultado da observação do comportame[to dos depositântes oancos.fazendo uma coisa ou outÍa. o
pelos banqueiros.Estes conclüíÍam, depois de muito erlar, que uma criuvaro,"s
riquiaãs'ia
i"ããiriï'ï''""áj"1,,f;3;"ïl i*ïjiJï,?
reseÍa d€ 8qo em moeda legal dos depósitos é suficieÀte Wta iazeí muneraçãopela renúncia à liquidez. Isto cria uma
lace às ÍetiÍadas. I&&, geralaeDte, o €trcaire é detormimdo pelo expectativaìe
::,.^ iuros caia. Se as pessoasesperamque a taxa de juros
govemo. Os bancos são obrigados a ter um certo encaixe, que é rdra.",,:*i.-d,.
ivr2 val o,mtnurÍ: não val€ a pena esÌocar dinheiro
deFositado no banco centÍal. Este etrcaixe é getalqelte mais que menÌe.é,Ìelhor aplicálo imediarame;te,antes que esteril_
loqo dos depósitos, Ele pode ser, vamos dizer, (aoqo.'tlsto significa a tar.a de juÍos
o que ocorre reaÌmenteé nue quatrdoaumentu
que o barco A, se ele recebeu depósitos de 100, só pode omprestar oleía de meios de pagamento),dininuì M,-o que i) (a
80 para alguém e se este alguémvai depositaÍesta quantia ro ba.rco rena" a fìzìi
u.,1"* de iu.os caia mâis depressa.Éoreln, existe
B, o banco B só pode eúprestar 64 (ou soja, 80qo de 80), que s€rá flï.^quj
rrmrÌe.d,z Keynes.que está na psicologiados utr,Ì
depositado no banco C, que só pode emp-restâÍ 51,2 (861o de 64) esperulaaores.a ei-
periënciapas\adados especuladoies thei ensiua que a taxa de-iuios
e assim suc€ssivameíte.Qgqldo mais voltas o dinheiÍo dá, tanto .r" abaixo de um cerÌo timire. Se a taxa ae juroiloi
majs gs qovos depósitos tendem a zero. No caso de um encaixe dee :lo.j.d.
se )"/o e o governo aumenh o volume de moeda
20ôo. a quaDtidadede moeda escrituml cÍiada por uma adiçào de)' legal e Ëscritural
a. taxa de juÍos cai paÍa 4qo. Os eslrculadoÌes a"ìsent"roui"_,_ã
moeda l€gal é cioco vezeso valor destamo€da legal adiciotral. dinheiro.passade M, para M1, isto é, passadas
maos dos entesãu_
Quanto maior for o encaixe, monoÌ seÌá o volume de mo€da Íadores às mãos dos que vão usá-lo
escdtuml criado. Se o encaixe for de 20qo o volume total do moeda iara tmtrsações e a taxa de
juros cai para 3qo. Esta taxa de juros
escritural criado por uma emissão de 100 de moeda legal sêÌá de fV, C o .ioi"t.,-u"1ni"
especuladores
100+80+64+51+. ..... : 500. Se elo tot de 25qo, o voluúe do :ïryl. !".:. "t mais que_a aceirâm.A parrirdai os ."p."utudor.,
nao-acredllam
moeda escrituml criado seú de 400. Ìaxa de juros vá cair maìs, porque o ele_
menÌo de-flsco e custo da inteÍmediaçãodo crédito teode
O volume de moeda escrituül criado sempre é uÍd mútiplo u mauter
do aumento de moeda legal: s€ndo o etcaire iglal a r, o volumo a taxa acìma de um c€rto nivel mínimo. Á panir d€sre
momeDto,
lodi dinheiro adicionatque o governo for
logando na ciúaúì
de moedaescritural será o inversode a ;s166, -l vezeso acrés- -o mats eteito \obre a laxa de juros. As expectativas
nao lem
seìn_
vertem. as pesroasteÍrdem a acreditar que daÍ poì djante
a raxa
cimo ale mo€da legaÌ. S€ x ïor 2U4o, por exenrilo, o inverso de oe luíos so pode aumenlar,Entào M, vai aumenlaÍ,o enrcsouramed_
1l ro,rar aumentar.Em úhima análise.o dinleiro que for sendo
criado
20qa ort seja - é úual a 5, se r for 25qr o itrveÍso ........._ p€ro govemo_var sendo entesouradopelos €speculadores
HaveÍá
0,2 0,25 uÌna Lranslerenciade_liquidezdo go\,ernopâra o €speculador,
sem
é igual a 4 e assimpor diatrie. ererÌosobÍe Mj. tsto é. sobroo volume de meiosde pagam€Dto
utilj_
O mais impoÍtante é entenderque a moeda escritural érseír- za.lo lransações'.reais.. portanÌo, o governo tem possibilidâde
.em.
pre úna 1unçU aa moeila legal. O volume de moeCa oscrituial é taxade jüro, poíém só ari um ceno limire, que deprnde
::
oo ::"Í1.
esradodêI expectatjva
maior que o de moeda legal, mas é um mútiplo que o próprio dos especuladores.

TIO
rlI
Quâis são os efejtosda variaçãoda tâxa de juros sobÍe a ativi_
dade ecorômica no shtema capiratista?Se há uma rcdução na tâxa toÍes será compensadopela Ìedução da atividade,por falta de mão_
de juros porqueo governodumenroue. e fez diminuii ao mesmo de-obra,em outros,PorLanro.a paÍlir do momenlo em que a econc
tempo ì4r, a demandaespecuÌâtivapor moeda, €nrão, dada uma mia entra em pleno empÍego,qualqueÍ aumento da ofe a de meios
c€rla eficiéncia
marginaldo cap:lal,ou .eia,uma expecraliva de pagamentoO só pode ter por ef€ito uma elevaçãode saÌáÍiosque
de IucÍo necessafiamente
oos rnvêsll00fes.os rnvestlmenl0s tão aumentâr,Na aula sobre se transmiteaos preços,dando início a um processo
.acumulaçãode capitâÌ, mostÍej que o investimenlose dá até o ponto de inÍlaçào.
€m que o lucrc esperadoé jgual à taxa de juros vigente. Assim, em t€oria, a ação do govelno de controlaÍ a quanlidade
e;ando de moeda pode levar a economia a ìrma siluação de pleno em_
sÉ cheganeste ponto, não há in!€resseem continuar úvestindì oor-
.qu-.e mâi5 Ìnlere(cdnLe coÌo(ar o dinheiroa juros. pois o crco é prego! porém a partir daí, qualqu€r lentativa de ainda reduziÍ a
menor. Se a taxa de juros caì, uma série de i[vestimentosque antes taxa de juros e aumentat o emprego é impossívele se transforma
não €ram viávejspassama sêìo. Ìsto develevaÍ ao aumentodo fluxo em inflação, Diz Keynes, com muito realismo,qÌre numa economia
'de investjmentos,resultando daí tanto a expânsãoda capacidade capjtalista,não planifjcada, este esquema não é tão simples nem
pÍodutìva como o aumento da produção. Lãológicocono foi descrilo.Porque quandocaminhamos de uma
Se â economiaegtivercom capacidade ociosa,isto q, com Lra_ ljruaçàode d€semprego e de câpacidade ociosaparâ um aumenlo
baÌhadoresdesrmpregadose com capacidadede produçào que náo da capacjdadeproduriva, podem surgir pontos de estrangulamenro.
eslá sendo utilizada, a reduçãô dâ taxa de juros e o ãumento dos Por exemplo: quando combino trabalho com capiral, ou seja, em-
jnveslimentos fará com que a atividade €conômica pr€go lrabalhadorespara rrabalhâr com üm ceÌto equipamento,náo
aumente.Com
ìslo vai cÍescer Mr, a necessidadede moeda pam traÍsação, poh somente preciso de trabalhador€snão quâlifjcados crdmo também
lanto os lÍabalhâdoresadicionaisàgora passama recebersaiáriosem de trabalhadoresquaiificados.Então, pode acontecerque todos os
mo€oa qu€ usam parâ seusgastos,como âs empresas,que tÍabalha_ rrabaÌhadoresqualificadosjá eslejam empregados.Desre modo, a
vam com parte apenasde suacapacidadepassama usar maior DroDor_ tenlaliva de inv€stimentc aÌém do pleno empÍego dos trubalhadT
ção da me\mae con5eqüentemenle necessilam de mais moedàpara res qualìlicadosse torna impossível,mesmo que haja uma grande
suastransações.Haverá portanto, Ìrm aumento de M1 e, em teoria qÌran!ìdadede trabalhadoresnão qualificadosainda não emprega,
pelo m€nos,o nível de preçosdeveÍáp€rmanecero mosmo,portanto, dos. Cria-se üm ponto de estúngulamento que joga a economia
1ìavendodesemprego€ capacidadeociosa,o fato de o govemo au- em uma srtuaçãode Íalso ple^o emprcgo e toda,tentativa de esai-
mentar 8, pode ter por efeito meramenteelevaro nível de empÌego, muÌar a atividade produriva aumentando a quantidade de moeda
sem geÍar quaÌquer efeito no nível de p.eços. \a,ae_rrânslormar em intlaçàoanresque o pìeDoempregoreat se
Este mecanismofuncionaria até se chegar a uma situaçãode cr,e, Ene e um exemplode ponÌo de e,trangulamenLo
pleno emprego.Âcontece que o governo Dão sabe realmente qual geradopor
uma insuficjênciad€ rrabalhadoresespeciaijzâdos. Outro exempÌo
e o ponLodo plenoemprego.A partir do plenoemprego,urenruiiua seriaa falta de energiaelérÍica.Para se criar capacidadeadicionalde
de u\ar moedapara invesÌìrse Írustra,Inlestir s:gniÍicacriar novas produzirenergiaeÌéLrìca. os invesLimcnÌos demoram5,6 ou 7 anos
fábricãs,novasfazendâs,novos bancos,novas casascometciaisetc. para "amadurecer", dependendodo timpo de construçãode novâs
Mas se não existempessoas disponíveispara tÍabalhaÍ nos novosem- us'nas c rcsoectivasredes de tmnsmissão.Quando se pÍocura am_
pÌeendimentos. a estessó resratenlarprocuraralrair empíegados dos pÌjar a capacjdadeprodutiva industrjâlJque usa energìaelétrica, até
já exisÌentes, medianLe â olerLade saláriosmais elevados. É óbvio o ponto de plena capacidadedo sistema de geração, ctia_seum
que as emprcsasmais atrtjgasÍesjstifão oferecendoaos seus tÍabâ_ ponto de estÍangulamento.A parrjr daí rovos investimetrtosjndus-
ÌhadoÌestambém remuneraçãomaior. Destacompetiçãoentre,osem- triais toÍnam-se impossíveise a tentativa de elevar a caDacidade
pregadores por mão{e-obra resultará uma cbváçãJ geral do preço de produt;o 'ndusrridlse Íru'tra gerândorensõesinflacionàrias.
da força do trabâlho, sem que o volume destase expanda.Destáma- O
ransporle pode seÍ ourro ponto de estrangulamento.Ênfim. é só
ngira, se algumas das novas €mpresas cons€guircm emprogadosisto pcn)ar no aÌo,le qui a divisáosociâldo lrÂbalhorepresenìa
só se dará à custade outras, O aumento de Fodução em algünsse- um
sist€ma tremcndamenledElicado de equìlíbrjo e harmônizaçãorte

2
IT3
muilaç alitjdadescomplemenrare\ para \e perceberque é mu;to c:as vão ser tomadas,A mesma coisa quanto a uma série de outros
rac| cue ern uFìd_economjânãG.pldnejadâ o crescimelrodâ alivj_ po[tos-chavesou estra!égicosna economia.
oaoe va. Ínaìscedo ou m3,s larde, e\bârrarem pontosde eslrân_ D€sejoconcluj. esta exposiçãoinsistitrdomais Ìrm pouco nL!!:
gìrnmen!o. ÍluËnc,aJa_var:dçáo do nr\el de preços.que vaì ser objelo da pró-
Esres pontos de estrangulamento,em gerãÌ, não são âbsolutos. rimd aLlJ, sobre eíe mecanjsmo, que é tÍemeÍIddmente aulo-esli
no se1Íidode que. a par.ir dai. nenhumacapdcidade produrjrapoJe nìulante.qe se crìa inflação, islo é, se aumenlam os preços, a pre-
s€ expandjr.Certas atividades,como aqueÌasque usam energia elé- ferência pela liqüidez passaa ser tremendamenteoneÍosa.As reser-
trJca.serãobarradas,porém outÍâs, que não a usam, poderáo crcs- vas d€ moeda para especulação,Mr, vão se reduzh com Srande
cer. DesramâneiÍa.o que vai aconrecernâ pÍálics ; que remore rapidez,pois serja irracional manter valoresem uma moedaque vai
que (e cria um aumenLodo volumede moedaìegalou e.crìrural se d€svâÌcrizar.O vaioÌ da moeda é dado pelo inveÌso dos preços.
em uma sjÌuaçãoqüe não é de pleno empregohaveráos dojs efeiÍos Quando o governo aumenta o volume de moeda provocandocerta
simultaneamente:de um lado um ceÍto aumento da câpacidade elevaçáode preçose, portanto, pe.da de podr,r de compra da moe-
produtjvâ e ao mesmo tempo um aumento de pr€ços. o aumenÌo da, ele estáforçândo o desentesouramento da moeda legaÌ nas mãos
de preçosé o Íesultadodos vários pontos de estrangülamenro.que de €mpresase indjvíduos.PoÍtanto, há uma espéciede muÌtipÌìca-
vão su.gindo nâ economia,poüco n pouco, e na rnedida em que dor, qrìe reforça a açáo do governo.S€ o goveÍno iança 100 mjlhões
eìesse multiplicam váo barrando a expaÍrsãoda ativjdadôprodutiva em circulaçãopaÍÈ que o sisaemabaflcário crie mais 500 milhõ€s
are üm ponto em que passaa ser impossível expandi_lamais. Nâ em moeda escritural, aumentando 0 de 600 milhões, na prática
medida em que ìsto vai acontecerÌdo,os âümentos de O vão se acaba acont€cendoque 0 cÍesce muito majs, porqÌIe todo rÍundo
que esravaespefandoum aumentoda taxa de juros pâra âpLicar
tranlformandocada vez mais em aumentosde preços.vec;Íica_se,
dinheiro, no momento em que se loma conhecido que o governo
l\ âs,irn.a inrer-relaçào enrrea laxa de juros, credità,moedae ari_ está emitindo, esperanão somenteuma baixa na taxa de j'uÍos, mas
lr vidadeprodutiva.
também um aum€nto los pÍeços. Obviamente,paÍa proteger o va-
Á irracionalidadedo processoestá no fato de que os Donros lor de sua pÌopÍiedade,tgdos procuram converter a moeda em seu
de e.tranguiâmenlo Fão sãoprevi.rosde antemào.A;nálise d-ocré_ poder em bens. Deste modo, o efeito que o govemo provoca pode
dìro é üÍ;l pard se enlendera chàmadaecoDomiacapiLa,5ra mo ser muito major e muito além do que ele espera.Por mais expe-
derna, que é um tipo d+ Capitalismode Estado. O Estado rem um
jnstrumento poderosíssiÍÌopara influh na atividade Íiência que os gsvellroscapitaÌistastenhâm disto, e estas manobÍâs
Droalutivâ.na vêm sendofeiias sistematicamente desdeo fim da 2." Guerra Mun-
medidaem que d ele que condicìoraa evoluçãode e. ao controlar
diaÌ, ajnda assim €les erram sisternaticâmentô, crjando muito mais
não somelte a moeda legal mas o sistemabancá o e. Dortanto.a inflação do que esperam.
moedâ eqcrÌÌural.PoÍém. eìe somentepode estimuìarari cerro Às vezeso goveÌno faz o contÌáÌio, oìl seja, paÌa impedir a
ponlo.aalividsdepíoduriva.nào Ìendopoi.ibilidadcs de impedirque inflação ele retúa moeda de circulaçáo.PaÉ tanio, o governo au-
sucesívamenle miìtç e mats ponLosde esÌÍangulamenÌo apareçdm, menta o encaire dos bancos e reduz a moeda escÍitural, ou cria
Eles só se tornam conhecidostarde demais _ pelos seui eteitos.
um oÍçamentosuperavi!ário,isto é, ele retira dinheiro da circulação
Só,se.pode peÍceb€.,por exemplo, que há um àesequilibrioentre através dos impostos e gasta menos do que retira, diminuindo a
mão-d€-obra e úo-especializada(que só pode ser sìr- moeda legal em circulação.EÌe, assim,rão someDteestá reduzindo
.especializada
perado especiaÌjzârÌdo-se uma parte desta mão_dì_obra,expandindo"
se o apareÌhoeducacional. O, mas cda uma expectativade qug a taxa de juros vai aumentar,
colocando-segentenã escolae a,sim por estimuÌandoa demandaespeculalivapor liquidez (M2) e as pessoas
dlaÍlre..oque d_eÍr'orâ muiLosanosì d€poisque eleLivamenlc os sa. \,ão entesoüraro dinheiro, esperandopoder aplicaÌ a melhoresta-
laflos do lrabathadorespecializado foÍem muiro superioresao do xas de juros mais tarde. Álém disto o goveÍno ao Ìeduzir O cria
tmbaÌhador não-especjaljzado. Só a diferençade salãriose a escas_ üma expectâtivade qüeda de preçosa qual também estimula a É-
sez reaÌ do trabalhadores€specjaljzados vai Íevelar o ponto de ee tenção especuÌativada moeda: é melhor comprar mais tarde a pÍe-
tmngulamentoe a medida do desequiÌíbrio.Só ai é q;e Drovidên-
ços merores. Com isto se retém muito mais dinheirq os investi-
114
5
mentos caem, Mr, a demandade moeda para transações,também
vai cair, porque a ativjdade econômjcacai e a rentativa de aca,rar
com a inflação acaba lançando a economiâ em depressão.Assjm,
perc€be-secomo todos essrs fatores formam círculos viciosos em
termos de um efeito que tende â repercutf por toda a economia OITÁVÀ ÃuLÀ
e, embora o governo tenha o comando do processo.eÌe não con-,
seguetazer com que a economiacresçaest;velmente. A tragedia
e a irracionalidadedo sistemacapitalisiamoderrÌo ó de que embo-
ra o governorenhapodcÍ para condicionaro flÌlxo econõmico, há O NIVEL DE EMPREGO
forças que ele não pode controlar, quc fazem com qüe de Jâto os
ciclos de inllação e defÌação,de pleno emprego e dosemprego,de
cÍise, depressãoe ascensãose verifiqÌrem, emboÉ agora muito de-
pendentesda poiítica económicado governo. A economiacapitaÌistase apÍesenlacomo um compleLosisle-
ma de vasoscomunicantes,em que milhares de diferentesvaÌores
de uso (bens e scrvìços) são produzidose intetcambiadossem qìle
haja üm plano geraÌ que asseguÍ€que cada uma das múÌliplas ne'
cessjdades dos membrosda soci€dadeseja satisfeìla.Em lugar deste
plâno geral há um conjunto de mecânismos"aìrtomáticos" quê
devem induzir produtoÌese Consumidorcs a tomâr ãs decisõesade-
quadasde modo que o resülladodo esfoÌço produlivo efetivamerte
corrcspondaaos desejose necçssidades de todos. O importanteaqui
ó qÌre Ìajs decisõessão tomadasisoiadamente,o que coÌÌsliÌìria "1i-
berdadeeconômica"ao ver dos partidáÌios do sistemaou a "anar-
quia de produçáo'âo veÍ dos seusadversáÍios.
Os mecanismosprete$amente aÌrlomáticos que deveú condu-
zìr à alocaçãoótima de recursos- isto é, que devem assegurar
que a quantidadeproduzida de cada valor de uso correspondao
melhor possívelàs necessidades - são os mecanismosde mercados
em que predomina a livre concorrêncja.Tais mecanismosfìrncio,
nariam do seguintemodo: a) a cada valor de uso correspondeum
mercado em que um grand€ número de plodutoÍes encontra uÌn
número aambém grande de consumidores;nenhum produtor ou
consumidor é tão foÍte economjcamentea ponto de poder, pela
sua ação individual, influir no pÌeço; b) em câda metcadq a quan-
tidade d€mandada p€los consìrmidotes é tâitto maior quanto
menor for o preço, já que a preço mais bâixo, câda consumidor
pode comprar maioÌ quantidade e um númerc maior de consu-
midores pode entrar Íro mercâdo;é claÍo que se o preço aumen-
ta deve"se esperar o contrárìo, ou seja, que o voÌume d€man-
dado caía, seja porque cada consumidor agoÍa só pode comprar
menos c alguns teÍão mesmo que se retiraÍ do mercado; c) em
cada mercado, a quantidade ofertada pelo3 produtoÍes cresce

116 I7
quando o preço aumenta, e decrescequândo o pr€ço cai, o que o momento em que o tecido do gxemplo acima é lânçado a
decoÍre do fato de que, com determinadonível de cìrstos,a mar- Crg 1.000,00o metro até o momento em què os pÍodulorcs per-
gem de lucro em câda unidade é tanto maior quanto maior é o cebemque a este preço a procüra é müìio ìderioÌ à oferta,tÍans-
preço e vice-versa,teÍdendo os pÍodulores a elevar a ofeÍa corre üm certo períodode tempo, deDtrodo qual as condiçõestanto
quaÍdo o lucro unitá o é maior,e a diminuir a oferta quando o da oferta como da procura podem mudaÌ. Em outms paÌavras,de
lucro ünitáÌio é menor. âcordo com a teoria do ajustamentoautomático, o equilíbrio é al-
São estascondiçõesque permitem afirmar que, em cada mer- cançadomediante uma série de moviúento pendularesem que o
cado, o encoítro dos interessesopostosde compradorcse vendedo- pÌeço aprcsenta oscilaçõesalecrescentesao rcdor da posição d€ equi-
res defìne ao mesmo tempo um único preço de equilíb.io e uma líbrio. Mas para que isso aconteça é preciso que tudo o mah peÍ-
dada quantidadede mercadoriasqre, a, este preÇo,é transacionada, maneça coNtaÍrt€, a famosa condjção "coeteris paribus", e é isso
Com efeito, se a pÍocura varia inversamente e a, oÍÊÍla ìlietamente o qüe via de Íegra não se dá no capitâlismo,cuia dilâmica revo-
com o preço, só pode haver um úDico preço em que a quantidade luciona permanentementetanto produção como consumo.
de mercado.jâsque os consumidorcsdesejamcompÍa. coincidecom  produção é afelada sobretudo Èor inovaçõestécnicas, oue
â quantidadeque os produtores desejamvender. Este aspectopode denominamos"mudânçasde processo"a! quais permitem aÌcânçâr
seamelhor ilustrado com um produto novo que é lançado no mer, o mesmo resultado com menor gsfoÍço, ou melhor, cada unidade
cãdo sem que os produtoresconheçamas mndições de procüÉ. passaa ser obtida com menor gasto total de tempo de trabalho.
Suponhamosque este produto seja um novo tipo de tecido préìes- É o que acontece,por exemplo,quando o tecido passaa ser pro-
botado e pré-âmarrotadoe que sua of€rta seja inicjalmente de um duzido por teaÍes âutomáticose não mais por teares lnecânicosou
milhão de metms v€ndidosa CÍg 1.000,00o metro. Â este preço, quando os televisorespassama ser eqüjpadospor tranÀistoresc não
pofém! poucos podêm comprar o tecido de modo que apenas mais por válvulas, Ás mudançasdg processonão rcduzem simpÌes-
500.C00nìsão efetìvamenleverdidos. Vão sobrar, portanto, outros mente o tempo de trabaÌho necessárioà prodìrçãode cada unidade,
500.000m o que vai forçar a baixa do preço Darâ, digamosr elas tambéú alterâm a distribuição deste tempo eIItÉ a produção
Crg 800,00o mctro e a este preço haverá meÍro6lucÍo, de modo do equipamentq que auüÌenta, e a produçãodo valor de uso final,
que alguns produtoÍes vão desjstir des[e tipo de tecido e a oferta que dìminui, Tgares automáticossão mais caros, isto é, absorvem
cai a 750.000m.O preço mais baixo no entanto, atÉi maior núme- mais tempo de tÌabalho, do que teaÍes Íìecâdicos,porém peÍmilem
ro do compradorcs,que adquiremtoda a produçãoe até fazem filas redüzir em tal medida o tempo de trabalho gasto na opelação de
nas lojas, evidenciandoqüe agoig hâ falta do produto. Desta ma- tccer que, no final, o custo do mctro de tecido (sgmpreem tempo
neirâ o preço deverá subir de novo até que se atinja o equilíbrio, de trâbalho, mas que se Íeflete também no custo em dinheiro) é
djgamos,emque a um preço de Crg 930,00 o metro s€jam transa- menor.
cìonados870.000mdo tecido. Quando um ramo de produçãopassa1mt uma mudançade pro-
É claro qÌre, na pútica, o funcionam€nto dos mercadosnão cesso,a quantidadede tÍabalhadoÍesnas etapasfinajs d€ elâbora-
correspondebem a estefigurino teóÍico. Em primeiro 1ügarpolque ção do produto cai fortemenle, ao mesmo tempo qug o emprego
os mercados,sobretudono capitaÌismohodiemo, esião Ìotrge de ser na produção de equipamentosse expande. Durant€ detorminado
competitivos.As c-onseqüências deste fâto seÍão examinadasna pró- período * enquantoo equipamentoqle se tomou obsoletoé subs-
xima aula, Por ora basta assinaÌarque, quando os mercatdosse tor. tiÍuído - o emprego totaÌ aumenta. Is:o significa que os consumi-
nâm monopoìíslicos,os preços varjam muiio menose os produlores dores de tecido, cuja grande maioriâ é compostapo. assaìariados,
tenaâminduzir os consumidores- e em geral o consegÌem- a estãoganhandomais dinhejro e ao mesmotempo o preço do tecido
compiar a qüantidadede mercadoias qüe eles lhes desejam ven- está baixândo: a mudança de processoafeta simultaneamentede-
der. Ën segundolugar - e este é o ãspectoque nos interessa manda e oferta, Como Ìesültado,pode-seespeÍar,numa fa3e inicial,
aqui - a teoÍia do ajustamentoautomático de oferta e pmcuÍa uma úpida elevaçãodo volume de vendâs,o quo enseiaum amplo
medjante a fÌutuação do preço Dão.leva em conta (em veÌdad€, cÍescimentoda produçãc, Assim, o novo equipamerìtovai não so-
âbstÍai propositadame[te) o fator tenpo. lsso significa que entre mente subslituir o antjgo - teaies automáticosem lugat de leares

118 119
mecânicos- mas vai proporcionar uma capacidadede produçáo os conhecimentoscientíficos e téctricosvão se acumulando,mas
muìto maior. sua apÌicaçáo exige quâse sempre um auúetrto da escala de produ_
Mas, após algum tempo,não havotá mais equipameito antigo ção, de modo que só na fase ascensionaldo ciclo se aDre;Írlam
para sìrbstituir,e a produção de teares automáticosso irá apenas condiçòespropícjas.A elevaçàodo dvel de alividade e d; emDrepo
paÌa repor os que se desSastaram. Nestas condições,o empregona liâbiliza a inrroduçãode mudânçasde processoe esÌasvao expãnd'jr
produção de eouipamento,assim como na sua instalação^vàiiajr e o emprego na esfera de produção de eÌemetrtosdo capital fixo _
a um ponto ral que o empregororal Do ramo tèxril, incluindofa- equipamentose instalações- o que acentuao aumentodo nivel de
bricação de teares e fabricação de tecidos,será menor quo antes. atividade, tornando viáveis outras inovaçõestécnicas,cujos efeilos
quandor indú\Lriaestâvaequipadacom tearesmecánicos, Isso Lem sobre o nivel de empregovão se somaÍ aos das anteriores,desen-
que ser assim,pois, se não fosse,o custo do metÍo de tecido em cadeandoum procêssocumulalivo de expatrsào,
tempo de trabalho náo diminuiria como resultado da mudança de Em telmos da análise de Mart a €conomiase divide em dois
proce(so.A conseqüénciaÍinal de qualquer mudança de processo grardes depaÍtamentos:o DepaÍamenlo I, que se dedica à produ-
te,mque ser umâ Íedução líquidâ do emprego,pois esra é sua jus- ção de meios de produção - equipameDtos,instaÌações,estradas,
Irt,catra econômica. emboraseu efeiroinicial (e que dura algum etc. - e o DepartameútoÌI, onde são produzidosos meios de vida,
tempo) seia o de incrcmentaro €mDrego. ou seja, todos os bens e serviçosde consumo.Na fasg de ascensão
Quando entÍamos na segulda fass, a da queda no nível de do cÌclo, o efeito das mudaÍrçasde processoe. em prjmejro lugar.
emprego,a renda dos consumidores(na maioúa assaÌariados)cai. tdzer com qìre o ÌltepLo,I passea crescer a um rilmo muilo maior
o que Iaz com que a demandapor tecidos dimitrua, determhando que o DepLo.ll, ja que o crescimenLo desreullimo é induzidoDelo
uma redução do volumê transacionadoe poÍanto produzido e, primeiro.Nio somenleaumentao fornecimetrro de máquinase
desta fo.ma, uma queda agora no emprego om teceÈgem,o que equipamenros do Deplo. I ao Depro. IÍ como lambem s; amplia
val por sua vez provocar nova Édução do consumo.vemos, por_ a produção de máquims que pÍoduzem máquinas€!c. A aplicação
lanlo, que as mudânçasde processofazem o pêndulo do mercado na prátca de jnovaçõestécnicas perúite verificar seus evetrtuais
subrrduranteum ceÍro peíodo e cair no seguinte. defeitose que dá lugaÌ a ape eiçoamentos,hto é,
Tão logo aban_ _insuficiêrcias,o
donamosa cond'ção "coeteris pa bus,' e olhamos pala v; o oÌ1g a rnovaçoes que podem acarretar o .,ohjolêtismo tecnolósi-
se_encontra por delrás da d€manda- que é a renda dos coniu_ co" prematuro de €quipametrtoainda ÍelatjvameúteDovo. A hisiij-
mrdorese sua repânjção - e por detrás da ofeÌÌa _ que é uma ria do compuraüorjluslrâ bem ede processú:poucu depois de sur-
eíruLuÌa de cuslo de produção peíodicamenrerevolìrci;Dadapor 8rÍem os pÍlmelros compuLadoresforam lançadosos de 2,. geração.
rnov€çõeslecnológicas- veífícamos que os âjusÌamentosauÌo_ depois os de 3." etc.; os computadoÍes,maisantigos, a váÌrìrlas;ti-
malìco5Jamarsatcançama posjçãode equilíbrio.Ántes p€lo contrá_ veram que ser sucateadossimplesmente porgue algum tgmpo depois
rÌo, o gue este exame nos falia espeÍare a his!6ria do capitalismo que foram substiruídospelos de !ÉDsistorese de ciÍcuitos intesra-
pÌenâmenteconfirma é que a ecotromiaevolui ciclicame;te. Das_ do!, náo havia mais peçasde reposiçáo.tornaúdo sua manuren-ção
sanJo.periodicanentepor tases de ascensào,crise e aepreeúo. O e rcparo mvlave$,
ciclo de conjunrurae na verdâdeprct'ocaito pelo funcionãmrntoau- Durante esta fase, o emprego se expando e a capacidadeale
lomãljco dos mecanismosde mercado.ao ampliar desmesuradametr_ produçAodas empr€sasé urilizada om nivel mais alto - clm o em-
Íe os €stíÌnulosà expânsãoe à retraçãoda atividadeeconômica. prego de 2 e aré 3 turnos de trabalhadores- o que faz com que
A.ânalise marxisLado processode inovação Ìécnica no capita- tanro os Ìucros como a renda dos assaladadosse expanda. Uma
,.
smo rÊvaa conclulÍ que uma economiade mercadoestá sujeita a parle crescenLe dos lucros€ acumulada. o que vai financiara ex_
prolundos desequilibriosinterseloriais,que decorÍem essenciaimeDte pansãodo D€pto, I, ao passoque a expânsãoda masssde salários
0o laro de que ìrma economiainduírial modema,alem de se re_ val pÌesslonarpara cima os preçosdos bens e sewiçosde consumo,
pmduzir corretamente,também vive destruindo€ Íeconsfruinaloseu E claro que, nessascorÌdições,o equiÌibÌio entÌe ofertâ e demanda
aicaboüço de capital fixo. A aplicaçãode idovaçõestócnicase a nos vários mercadosdestesbens o servìçosDão poderá ser atingido,
conseqüenlerenovaçãode capital fixo se dá geÍalmenteom ondas: slmpiesmenteporque a chegadade novos consumidorcs(oü seja, os

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recém-empregados) e â eÌevaçãoda renda dos consumidoresmais
antigos (que já Ìinham empÌego,mas agora ganham majs) faz com
que â procura se expãnda continuamente,impelindo o preço pâra
crmâ, o que induz o( p-odutoresa procurar incessantemenLe am_ (r) (s)
plrar sua capacidade de produção.Eslespas\âma fazeÍ pedidosao
(j) | tì) +
Depto. L que nâtural.rìenre não deixa de ârendê-los.;xDandjndo
sJa própriacaDacidade produçãomai, uma vez.
Á situaçãose inverte'le 0 5.000 10.000.000 10.000.0ü) 10.000.000
_ drasticamente,porém, quando a âmplia_ 4,500
I 9.000.0@ 500 2.000-00o 11.000.00011.000.000
ção da câpacidadede produçáo,sobÌetüdono DepÌo. I. se comDle_ 2 4,000 8.000.0@ 1. 000 4.000.000 12.000.000 12.100.000
1â. Uma câ-aclerkricada Lécn;ca indusrÍialmodeinae que a caoa_ 3 3.500 7.000.000 1. 600 6.400.000 13.400,00013.3r0.000
cidâdede produçãoe cada ve7 mâior, levandosua in,ialacàoum
5
,* ory* 2. 6VJ 10.400.00014.,100.00014.640.000
4.000 16.000.000ló.000.000 16.110.000
periodocada vez mai. longo.Acsim.por exemplo,usinasiiderúr_
6 5. 500 22.000.00022.000.000 17.720.000
gicã.. relinarìa,de pelroÌeo.cenlraishidÍeletricâs ou nuclearessão
ünjdadesjmensas, que requeremvários anos a paÍtjr alo momento
enr que são projetâdasaté o momenro em que entram em funcio_
nâmento.Isto sjgnifica que a ofeÍta de bens e serviçosd€ consumo, Os números fictícios alinhados acima pretendem ilustrar o
eieilo conlradilório da mudaDçâ de processono Depto. ÌÍ e ío
no Depto. II, não se expande de forma gradativã, à medida €m
que a procura cresce,mas aos sâltos,na medjda em que novas íe Dep'Õ. I. Á expansãoda demanda de lecido faciÌita a progressiva
grande.'unidddes substituiçãode uma rnáquina menos produtiva - p tear mecânico
de produçáose somamàs jd tunciona;Ler. É óbvio poÌ outra mais produtiva - o tear âutomático. Assjm, no ano
que apósváriosdesses sallos.a capacidade de produçãosupera,em
vâr'o5 rãmos,.a demandacorrelre,o que fa7 com que pafle T1, 500 teares são substr'tuídos,o que permit€ elevar a ofeÍta de
dela tecido de l0 pâra 11 miÌhõesde m e dêstaformâ ateBderà expan-
permaneçaocrosa.O surgimeDro dessescapacidade ociosa em de_ são da demanda.No ano Tr, 500 teares são novamente substitüi
terminadosmmos tem po. rcsuÌtado a €essaçãoalos pedjdos de
dos, com o mesmo Ìesultado,mas no ano Ts, 500 tearesmecânicos
novos eqÌripamentosao Depto. I. Isse pode levar facjimãnte a uma
\jiud(Jo em que /odd capàcidade têm que se. sübstituídospot 600 teaÌes automáticos,pois a manu-
fique oc:osanos ramos aferados t€nção da mesmaÌaxa de expansãoda demandade tecido - 10qo
oo uepLo.t. o que narurâÌmenLe faz com que âs empresas desÌes
ramos deixem de comprar nào apenasnovos equipamentos, - acaÍreta acréscimosc/€,ícalrterda ptocura, Resulta daí que a
mas demanda por teaÌes automáticostamÉm cresce: 500 nos anos T1
Ìambemma Cflâ)primas.podendoalé mesmodespediruma grande
parte de suâ mão-de-obra.Desta maneira, o surgimentode õapaci_ e T!,600 no ano T3, 1.000 no ano T4 e 1.400 no ano T5. É esta
dâde_ociosano Depto. ÌÌ pode acarretar uma queda do nívei de expansãono uso de Íearesautomáticosque gâralrteo contínuo aten-
dim€nto de uma procura em plena expansão.Mas, no ano T5 os
ativjdadesno Depto. I, a qual se difunde pelos vàsoscomunjcantes
últimos teares mecânicosfoÍam sucateador A partir do ano T6, a
da economia,atingjndo semprenovos ramos, até Ìançar o coniunto
demandade tearesautomáticossó tem por fiú atender a gxpansão
numa [à,e de crisee depoisde depres,áo.
da demanda de tecidos. Se, no entanto, os empreendedorcsdo
Retomemoso exemploda substjtuiçãode tearcs mecârÌicospor
Depto. II contjnuaÌem a ampliaÍ suas compras dg t€ar€s automá-
automálicos.Suponhamosque rÌo ano 70, a indústria têxtil uliÌizàva
ticos, adqu;rjndo1.500 deles,como indica o quadto acima, a capa-
5-000 tearesmecânjcospara produzh l0 milhões de melros de te_
cidade instalada alcançará 2?.000.000m de tecido para uma de-
crdopor.ano.que efa lendido po. Crg 100.00o metro. Surgeo tear
mânda de apenas17-720.000m.Deste modo, ceÍca.de 20qa da capa-
aÌr'omático.que prodìrz duar vezesmais recidopor ano e a um
cidadenão poderá ser utìlizada, o que evidentementefará com qüe
custo menor, de modo que o preço pode câjr a CÍg 9,00. A este
preçoe dadasas condçõe. de cÍe,c:menÌodo empreÀoe dos salá_ os jndustriais têxteis não encomeddemmais nenhum tear Ío ano
íios, a demandase expande,djgamos a toqo ao ìnã dando lugar T7 e, mesmo que a demanda continuassea cÍescet a 1090 por
ano, tampouco no ano Ts, pois nesseano ela ch€garja â apenas
à segujnleevolução:
21.450.000m.
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Vejamos agora a siluação do ponio de v'sta do fabÍicanle de
nujção do emprego,com os mesmosef€itos depr€ssivossobrc a de_
teiìresautomáticos,do Depto. Ì: ele começouvendendo500 unida_
mandapelosprodurosdo Deplo. ll e a.sim por diante.
d€s por âno em Tl e Tr, depoisexpandjü sua produção para 600 ..indústria pesada"_
em T3, para 1.000€Ìn Ta e para 1.400em T.. Nest€spoucosanos, . Importa assinalar aqui que a chamada
sideruÍgia, quimìca, produtos de borracha, vidro, ciménto, papel
ele anlpÌ'ou fortemenle sua capacidadede produção, pratjcamente elc. - devido âo grande valor de seu capital fixo, desempenha pa_
a lriplìcando,€ alcançâo seu ápice em Td, quandovende i.500 pel crucial no desencadeamento dessâespiral negativa.Na medidâ
teares. A súbita satuÌação do mercado de tecjdos, poróm, reduz em que a demandapoÍ bens de consumo€ por equipamentosdimi,
seu movrmentoa zero no ano T? e segujntes.EnquaÌrto as indús_ nui, lìá xnìa rcduçãoda procura pelosprodutos da indúslda pesada
trjas iÉrleis do Depto. II sofÌem uma margem de 20qo de capaci- a quaÌ Íeduz o gÌau do utiÌização de sua capacidade,fazendo com
Jdde u-'io.a.que pode ,er co'1rideraodíazoj\et , a indurtri; de que sua lucratividadedesapareçarapidamente.Isto se dá em vir-
equipamentosdo Depto. I \ê toda fia capaciíladefjcar ociosa. tude do grandevalor de seuscustosfixos, particularmenteda amoÍ-
Obvjamenle, nestascondições mesmose os fabricanles de learesre- tìzâção do seu capjtal fixo. A fragitidade destas empÍesas,fac€ a
solvêss3mreduzir drasticâm€nreseus preços,eles ÌÌão conseguìÍjam um mercadoem Íecessoó devida basicamenteà infleribilidade d€
atrair novoscompradofes, pelo sinlplesnori\o de que seu produro sua eslnrtum de custos.Assim, a título d€ iÌustÌação, suponhamos
é uìn meio d€ pÍodução,cuja ulilização num mercadosalìrradonão que uma usina de aço tedha custosfüos (eú sua maiot-Darle de_
podeÍá scr lucraliva. É claro que aos fabricantesde tearessó resra liJo à amorLizaçàode inshlações e equipamentos)no valor de
enceiraÍ suasarividades,pelo menoslemporarjamente,de modo que Crg 50 milhões anuajs e que'os custos dir€tos de mAo-de-obÌa€
sua demanda por motores € dômais componentesdo lear tânìbém mâtérias-pÍimassejam de CÍg 10,00 por t. Assim, rne essa usina
cai a zero. Assim, à contraçãoda alividade nunr seror do Depro. I produz,aplena capacidade,smilÀõesde t por anq seus custostotars
vai se irradiar a oulros sotnm:
Se a "deslruiçãocdadoÍa" (como a denoninou SchumDeteÍ) 50 nilhões (firos) + 10 X 5 milhões (direros) : 100 miÌhões,
de capiralli\o s: esgolaapena)num râmo (em no,o er,empio, de modo que v€ndendoa pÍodução a um preço acima de CÍg 20,00
ro
d: tôcjdos),enquantoeÌa aindaprossegue nos demais,o efeito de- Ior tr eìa cobre seus custos e usufÍui ceÍa margem de lucro, Su_
presslvodeste esgotamentono Depro. I poderá ser compensadopelo ponhamosque o pÍeço seja de CrS 22,00 por r mas que, devjdo â
aumenloda demandade equipamentos queoa 0a demanda, a usjna só possa produzir e vender J milhòes
poÍ parte de outrosramos,
Porém, o que soe ocorr€r mais comumente é que do mesmo modo de t. Neste câso, sua rccoita s€ria de Crg 66 milhões. mas suas
que as jnovaçõ€stécnicassão aplicadâsem ondas,o seu esgotamento clespesas seÌiam 50 milhões (fixos) + (10 X 3 milhões) = 80 In!
tanìbém lende a coÌncidir no i€mpo, mesmo que o ÍitÌno de subÍi Ìhões,de modo que ela passaÍiaa operâÍ com prejuízo, o que após
Lu;çãod€ equipamentoantigo por novo não seja idêntjco em iodos certo periodo acarÍetaria seu fechamento,DesemDenhadesta ma_
os ramos. tsasta que em alguns ramos signjficativos,do ponto de ne;râ a indúsÌíiapesadâum papel de amplificadordos efeiloq,e.
vjsla !ìe sua parlicipaçãono produto e ro empr€go,â substjruição c3ssivosda quoda da demandapor todo Depto. I e, devido à gÍan_
se conìplele para que süa repercussãoampÌiada sobrc o conjunro de rmporlancia Jo .eu volumede emprego,rambemem relaçá-o ao
do Deplo. lp.o\oque umd invcÍsàodc conjunrura:o empregord Deolo. IÌ.
produçãode mejos dc produçãocaì, acarrelandodiminujçãodo . Pocle-sedjzer que numa economia regialapelo funcionamenio
\olunre de saláriospagos,portanto da denÌandâpor bens e seÍviços do mercado,o senrido da inovação é perve ido. A inovaçãotécn!
de cor)umo.o que rai redu,,- o empregono Depto. ìt. anr<cipan, ca, parhcularmentea mudança de pÍocesso,decorÍe do crescente
Jomrn;odã naturezapeto homem,o que lhe permiresarisiazer suâs
do nÌesmo o fjm do pÍocessode substituiçãode capital fixo em
rano! nos quâis el€ a:nda não se Ìinha compleiado,pojs a queda nec-.sndadescom menor esforço ou, allemalivamenle, satisÍazef
da deÌnandaleva a que o equipamenloobsoleto seja simplesmenre com o m€smo esforço (medido em tempo de tÍabalho sociaÌ) as
necessidades de Ìrm maior número de pessoas.Neste sentido,a ino_
'Jcd c"do. n;o repo\lo. De.ta rraneird.a procuÍa pelos píodulo. vação técnica é a mola do progressoeconômico,só podendo sor
do Depto, I volta a sofret uma nova queda,acârretaído nova dinrj-
saudadacomo uma bénção para o géneÍo humano. Más. para que

' 125
a inovaçãoseja tealmenleposta a serviçodo homem é preciso.prjn essencialmenteexpansivoàs irÌovâçõestécnicas que consisttm nâ
cipaìmentenumâ economjaindustrial moderna,que seusefeitos gÌo, crjação de "novos produtos". É claro, porém, que "novos piodutoi'
bais sejâm cujdadosamente avaÌiadose previslos, de modo que as apÌesentam riscos ponderáveis,já quc Íequerem vultosos investi-
vantagensusufruidas pclos consumidoresnão sejam jndevidanìenre mentos antes que se possaestar certo de sua aceitaçãopilo mer-
pagascom o sofÍimento de lma grandê paÍte dos trabâlhâdorcs.A cado de modo que eles tendem a seÌ Ìançadosap€nas quando a
rnovação torna cerios trabalhadores"redundantej'e eles acabam procura em Seral está em expansão,ou seja, ía fase de ascensão
s€ndoexcÌuídosdo processosocial dè produção, sobretudona fase do ciclo de conjuntuÍa. Nestascondiçõos,os "novos pÍodutos" tam-
da crise e depr€ssão,que o refluir da onda de jnovaçõesjnevita, bém surgem em ondas,.€forçando os altos e baixos dâ vida econô-
velmente (numa economiaapenâsr€gjda pelos mecânismosde meÍ- mica, que são típicos do capitaÌjsmo,em lugar de compenúlos.
câdo) pÍovoca. Trânsforma*€ assim a inovação lécnica de bênção Á análise keynesia!Ìa dos elementos que condicionarÌÌ o nível
em maldição,âo ocasjonaro "desempregotecnológico",que atjnge de empÍ€go se ocupa. em g€ral, do curto prazo. em que se supõe
de modo parlicularmenteviruÌenlo rrabâÌhadoÍesidosos.cuias quâ- que a técnica de produção é dada, de modo que ela não leva em
Iiticaçòersão tornada, ob(ole'aj da me,ma mdneiraque o eqJi- consideraçãoa mudança tecnológica.Parte+e de uma situação em
pamenlo que costumavamutiÌizar. O funcionamentocego do mer- que, dada c€rta capacidadede prodüçãô em todas as empresas,o
cado provoca não só a "destruìçãocrjadora" de capitat fiÌo mas nlveì de empÍegoresultaÍá do grau em que esta €apacjdâdeé apro-
tâmbém de sereshÌìmanos,cujo "sucateamento" produz sofÍimen- veitada. Como já foi visto na 3." aula, Ke],Íresconsideravaa pro-
tos, que um planejameniodo pÍogressotécnico poderia evitar. pensãoa consumir como relativam€nteestável,dado o tamanho da
É precisoassinalarque ao lado da mudançade pÍocessohá um renda e sua repartição,de modo que a parte da Íônda cuja desti-
ouiÍo tipo de inovação técnica: a criação de "novos produtos!',ou nação é realmentevariável é o investimento.Os fatores que condi
seja, de valores dc uso que sarìsfazemnecessidades até então não cionam o investimento,segundoKeynes - a eficiência marginal
âtendidasou que salisfazemde modo superioÍnecessidades até então do capital e a taxâ de jüros - já foram examinadosna 4.â aula,
atendidasde maneira imperfeita. São exemplosde "pÍodutos novos" O que intercssa consideraraqui é o efeito do volume de investi-
mâis ou menosrccenles:aTV, o transporteaéreode massas,os ànt! mento sobre o nível de emprego,
bióticos,os alirnentoscongeiados,os tecjdosque não âmarrotam, ar- Para tanto, há que distinguir dois tipos de investimento: o
tigos de matérias-pÌásticase!c.. €tc.. . Ao contrário dâs "mudanças voluntário e o involuntáÍio. O investimenlovoluntário conshte na
de processo",que semprese orjgìnam no Depto. I da economia,os compm de €quipâmentose na formação de estoques,por paÍte das
"novos produlos" surg€mno Dcpto. II e jndüzemo público a djspen- empresas,tendo em vista ampliar suas atividadesno futuro. O in-
der em consumouma parceÌaadìcionalde sua renda. vestìmenlojnvoluntário consistena folmação de estoquesiÍvendá-
Os "novos produÌos" têm um efeìto iniciat análogoao das ..mu- veis, devido à Íetração do mercado.O raciocínio básico é qu€, no
danças de processo":ao serem Ìançadosrequercm a jnstajaçãode final de contas, o valor do inv€stim€ntonão pode seÌ diferente,
nova câpacidadede p.odução e portanto têm üm jmpacto mujlo nem maior nem menoÌ, que o valor da poupança.Este raciocínio
forte no Depto. L Porém, como o novo equipamentonão substitui decoffe dâ constatação d€ que numa €,{onomia de mercado todâ pro-
o antigo, a expansãodâ capacidadenão tende a cessarbruscanìen- dução tem oue ser vendida.Em cada itrtervalode tempo - um ano,
te. Após o lançamenìoinjcial do "novo produto", els sofre em geral por exemplo- o valor de toda renda paga é igúal ao vâlor de rudo
uma sérjede âpc eiçoam€ntos, não só em seu desenho,material o que se Foduziu. É claro que esta rcnda, compostapor salár;os,
etc., mas também no lrodo como ó produzido, o que dá lugar a lucros, juros, aluguéis,rendâ da teÍra, tributos et€. é qüe p€rmite
uma sérje de "mudançasde pÍoccrso",com seusjmpactos _sucess _ que toda produçãoseja transacionada.Os que a rccebem - tÌaba-
vos no DepÌo. Ì. O conjünto dôssasinovações,€m que tanÌo o valo. Ihâdores,câpitalhtas,cÍedores, proprietários,governo etc. - têm,
de u\o final coïo o moJo de produzilo ;o suces,ivrme.1rc rer - em princípio pelo menos,a possibilidadede comprat tudo o que foi
vados,compõeo châmado"cìcÌo do produto",que é ponderavcÌ- produzido.
menie mars longo - em geral se estcndepor nÌuitas décadâs.- Como já foi visto, os dispêídiôs de consumosão sempreinfe-
quc o ciclo de conjunrurâ, de modo que se pod€ atrjbrrir um rJaÌrel ÌioÍes à renda total, de modo que uma parte desta é poupada.Ao

t26 127
permitiria a ninguém viver apenasde rendas.Dâí sì.rapr€visãode

iifu*ft#r?,,'";; ;,;:i,;r".*{;"ï.,.:ïffi
1.;ïï que a salvaçãodo capilalhmo requererá,mais c€do ou mah tarde,
a "eutanásiado rentista".

;::,âïljïï#:H":ï:ïï:: . ; ;;
""," ;;;;
ï,:,,'j.'*','^-
Nâ verdade,poÍém, o capitalismosobrcvivee escapâ,pelo me-
nos transitoriamente,da estagnaçãona medida em qüe conseÍvaseu

i!"ffi,i","',,'tÍt**xï-t+'.".*,l'
dinamismo tecnolócico. Cada vez que a ìntÍodução de mudanças

h:i*ï de processoacarÍeta a "destruiçãocÍiadoÍa" do capital fixo de râmos


inteiros de produção,a eficiêncjamargiml do capital, isto é, a peÌs-

ïï:":#ï',.ï :ilïï?Tï._g:..:lì1,"""nÌ
p€ctiva de lucros do novo capital acumuÌadone.ller romos se eleva
;::'ïi:{,,iü fortemento. desencadeando uma onda d€ investimentosvolüntários.
;:;':Ï';JJll"iïï :i;ii:,ii;' :Ìï ; air"*"*'":"-p"". Como vimos mais acima, a expaffão econômicaassim geÍâda pro-
picia a introdução de novas mì.rdanças de processo,cujo efeito con-
i,-{';;;.i;;": ;ï,."ï:,ï,11i,ffi1Jil,::,ïl:ït.
tï j11,,: "iil"' junlo é o de lançaÍ a economianuma fas€ de ascensão.
Há que lembrar ainda que o pessimismode Ke).nes deconia

út.ruiL:t' iiï'1i,,iiiã
i*:*i:i:i';iì'.'.ï;'"'rït:ilï'Ìï também da idéia que o crescimentoda Íenda per capíta acaÍreta
um aumento da "propensãoa poupar" e portanto um crescimento

;1,,1:":',çJ,,,i,,*'*:i;,1"fr
üÏ.í:stìiiïr':ï,:ïï,
majs que proporcionalda poupança.Ocorle, porém, qüe issode fato
é evìtadopelo sürgimentoincessant€de novosprodutosu.gÍande
dos quaìs dirigidos especificamenteàs camadasde elevada renda,
parte

i;*;i;"i ;"*ïi:;"L;r;"
;Í4:irï: :ï;iï de modo que mesmo estas,eú vez de passar€mgÉdativamcnle a
uma situaçãoem que suasnecessidades d€ consumoestãosatuÍadas,
são induzidasa gastar em lovos bens e serviçosde consumouma

;:p,'.ï"".*.."""ïïï;ï":ünçrur.,.*
;'s:; parcela apreciáveldo seu âcréscimode reDda.PaÉ se verificar que
é isso mesmo que acontece!basta lembraÌ que muitos dos novos

1*=i* ï íi"ìïïï;.'i
6*l;':",ï"1Íl',". i,lt;,;*l;i:
i;
produtossão belrse serviçosde luro: âpaÍelhosde TV a coÉs, caÍos
€spoÍte,veÌeirose lanchas de recÍeio, tuÍismo intemacional,opeÉ-

,"',:i,:1
ïffi'"",J"i"ïi,ï:ï;::r;,1*ílr"*ì,;
:::ïi::i"ij!if esseperiodo,o nrve
ções plásticas,transplante d€ órgãos etc. À estes novos produtos
que, apesarde sua fütiÌidade, podem ser consideÌadosg€ruínos Íro
sentido de que de fato satisfazemnecessidades, há que acrescentar
?"1":,.
"H:r.l::'i:
","",: lï?*,Xi:
ltlïr.;*n;Èii'.'i"ï'f"ï:ì os novospmdutos ficlicios, que só são "novos" por convençãosocial.

:r,1"Èt
Ì:.;íì
r'*r""::{i:nï:ï:ii:
:ï:*iiïï" .x;iï::ï Trâta-sede produtos que só se diferetrciamde outros mais antìgos
pelo esljÌo: novosmodelosde automóveis,de eletrodomésticos,
modasde mupas femininas,de roupasmasculinas,de decoraçãoir-
novas

n:*:i:Í:u:-Ì,
*:;,..ut i:lï:::'i'ïJrjjJt,xï teÍna, de Ìoupa de cama e mesa etc. PoÍ mais artificiais que estas

il,:';,*;i,'mf:fl:11"ï
j:ï; mudarÌçasde estilo sejam, o qüe impo a é que, forçados pot uma
:"1:ru:;.1;"
1Íl:-x"'.: publjcidadeefici€nte,os consumidoresadquiÍem estes "novos" pro-
dutos,sucateandoseüspeÍencesfom de moda que sofrem,da mesma

Í''ï"ffi
*rrilË;i:t'ffi
maneira qüe os elementosdo çapital fixo, de "obsolelismotecno-

,;ï;gïH
Ëfi;.:'",i:',ï;:;11*:ï::ï;ï;i"i:,i. ncsa,,,o\:
o qLe,ìão
lógico".
Isso não significa, é óbvio, que as economiascapitalistascon-
sigam manter-se,de forma estáveì,em pleno emprego. O que a
poÌítica econômjcainspiradaem Keynes e seus discípulosconsegue

128
129
é eÌevâro nivel de investìmenrovoÌuntário, sempreque a economia todos os prcços sobem,as varÌâçõesde pÍeçosúão podem mais equi-
cai em recessão,mânipulandoa ofeÌta de meio; de pagamentoe a ljbrar procura e ofeÍta e muito menosiDdicâr às empÍesasem que
taxa d€ juros (como vìmosna 7." aula), expandindoos irvestimentos esferasda economiaos investimentossão mais necgssários. Decoüe
estatâise os gastosde consumodo governo e, eventuâlmente.subsi_ daí o gÍande dilema enfrentadopelospaís€scapitalistashoje em dia:
diandoos inveÍimenrosprivados.Não cabedúvidaque os governos ou rcstabelec€Í a "verdade dos preços" mediatrte a estabiÌidade úone-
capitaljstasaprenderamâ usar estesinstrumentosdesdeo fim da 2.. tárìa com o sacrlfício do Eível de emprego ou manter este elevado
GìleÌra Mundial, de modo que as profurdas crisese prolongadasde- aom o sacÍifíciodosmecanismos de.meÍcado,que leriam qug s€L rÍais
pressões,características do período anterior, não mais se reD€tjrâm. cedo ou mais tarde, substituídospor algum tipo dc planejamento.
O problemaque se moslrouinsolúvelnão foi o de levara eionomia
à eÌpansão,mas o de limitar o ritmo destaexpansãoàs reajs Dossi_
bilidades materiais.que obviamente a condicionarn,
Deste modo, retornamosao início desta âulâ: o funcionamento
do rncrcâdo não revela ?n tempo qu,andoa expansAoesbarra em
limiLeg maleriaisque não podemser elrminâdos pelomenosem cuÍlo
prazo, Estes limites podem ser decortentesda satuÌacão de certos
seÍviçosde infrs-esrutura.tâis como energiaeiéÌricaóu transporte,
que não podemser expândidos ÌâpidamenÌe, ou pelâ escassèz de
mão.de-obra com dererminados qutrlificaçõe9.
qÌretampoucofoCc çer
I r'ríadacft poucolempo,Em csço\cômo e.scs,o rnerc.do r.,.3
a cscrì(sczp€lo rìrnlenlodo !reço, mas a oferia nÍo pode âunìcr!âr,
p€romenosâ curÌii prazo,de ruodoque mesnroo preçonìa;scÌevâ_
do riìo condu.a unì equiljbfiocsriivetenrrcprocufae oelúa. Anres
pclo conlÌdfio,o lrcqr, air elcvadodas mercadorias faltantessia
niiicu crlllo muL Âlto dus ìereuJÕfi.,, cnr cujr pro.ìr-,", o" primeì
ra\ \ão uqãdãs, Acsim,se Íãltam,pôrcxemplo,engcnhciÍos e mcciÌnF
cos. os saÌárÍosdesresprofissionaisvão subir, o quc se traduz em
custosrnÀidelev6dosdàs rnercadoriasproduzidasCom o auxllio de
êngenheitug e mccônicos,É óbvio què èstescuslosmsioresdeslocam
a cLlrvade olerts !'sr cima. ou sèja, os preços destasmercadoÍiâs
tambémvão subir,desdeque os consumidorei aceiÌêmestesprêços
mais el€vados.Aconreceque a polÍricÂeconômicade inspiraçaãkãy-
nesrãnÂconst!Ìeprecrssmente em manter sbundÀnteâ oferla de
melos de pagamenlo. o que significaque os comprâdores recêbem
o ornnelronecessáÍlo psta lentar coÌÌìprlr a mesmaquantidadede
mercâdorras, âindaque a preçosmais akos,Destemodo,os pontos
do €slrangulamentose tftnsformam eft locoÍ inílacìonó;íose'a ele-
vaçãodos preço( relalivosdos pÍodutosescassos é ..âfogada"por su-
cesslvas vagasde eÌevâçãogeÌal de preços.
È,xprrcâ-se
agslm que as tentativas de manler eco[omiâs capi
.,
lal'slaseln pleno empÍegotenhamprovocÂdo,em praticamentetod;s
os patset €m qüe
_ocoÌr€râmj condìçõesde ioflação cúnica, que
anulam  capacidÂdealocativs do mecânismode mercâdo.
eìÌanìo
130 13I
e o pÍeço pelo qual as vende. A relação entre o lucro unitárjo e o
pr€ço de vendaconstitui a mârgemde lucro. O lucro total do comer-
ciante resulta po anto de tÌês elementosiâ) da margem de lucroi
NoNÀ AULÁ b) do valor das transações;c) do número de tÍansaçõesrealizadas
durante certo período de lempo. Pâra melhor visualizar como estes
3 elementosinteragempara formaÍ o Ìücro cometcialrvamos supot
que a margemde Ìucro seja de_109o, isto é, que o comerciantevende

O CAPITAL E O CAPITALISMO EM as me.cadoriasa um preço -l 5gp";91 ao que elas Ìhe cuslaram,


PERSPECTIVAHISTÓRICA l0
que o dinhejro de que o comercjantedispõe- isto é, seu capital -
Ihe permite compÍar de.cada vez mercadorjasno valor de 100 miÌ
cruzeiros(que vendeportanto por 110 mil) e quo leva um mês para
O capìtalé, na veÍdade,muìto mâis ânrigoque o capìlalismo adquirir e vender este voÌüme de meÍcadoriâs.É fácil ver que,
na históriâ da humanidade.Já na antiguidade,o capìtal comercial neste caso,o Ìucro comercjalé de 10 mil cruzeirospot mês e, por-
desempenhavapapel imporlante na economja: o desenvolvimento tanto, de 120 mil cruzeiros[roÍ ano.
das trocas mercântìsensejavaâ inserçãode intermediáíjoserÌtre pro- O ponto crucjal é que a margem de lucro, que geralmenteé
dutorese consumjdores. A função do mercadorsurgecomo uma ìmposta ao comerciantepela concofiência,determipa üma relaçáo
especialização a mais num processode divjsão de rÍabâlho que se de proporcionaÌidade entre o moniante de dinhejro de que o comer-
aprofundavâ. Até determìnâdomomenÍo,os pÍodutoresmermosse ciante dispõe - isto ê, selr capítal e o lucm. Se, no exemplo
(ìavamao trabalhode levar seusprodutosao mercadoe aí realizar acima, o com€.cìant€puder aumentar seu capital pam,digâmos,l60
as tÍansaçõcsde compra e vcnda n€cessárias mii (acumulandopoÍ exemplo metade do seu lucro anuaÌ), o seu
ao prosseguimentode
sua alividadepÍodutiva.Qììândoo mcrcadose expandealém de um Ìucro aumentaÍá proporcionalmente,atingindo 16 mil mensaisou
cerlo ponto, multiplicândo-seo número de produtoresque delc parti- 192 mil ao ano. Assjm, dadasa margemde lucro e a velocjdadede
cipam, lorna-se viáv€l e vantajosoo aparccim€ntodo mcrcador,que rotação do capital - condiçõesjmpostaspor circunstânciasexter-
poupa aos produtofeso trâbalho de ir ao mercado,bârganbar,etc., nas ao operador- o seuganho dependeessonciaÌmente do tamanho
do seu capital.Ou por outm, havendornaisde um meacadoropeÍan-
comprandodcstesos pÍodutos erh suascasase lhes vendendoaÍ tam-
do no mesmo mercâdo,os ganhosde cada um rcfletirão em média
bónÌ as mercadorìasque neccssjtam.Ex€cutandoa alividade mercan-
o montaÌríede capital de que cada um dispõe.
lil de nruilosprodutores,o comeÍc:ante não conlrjbuidirctamente Isso nos permite discutir brevementeas duas loções de capital
paÍa a produção materìal nas permite aos que o fazem dìspor de
que correspondemàs duas escolasde peÍrsamentoeconômico que
maìslempopara dedicarà produçãodüeta.
estamosanalisaÌÌdo.Para o marginaljsmo,o capital é repres€ntado
O que Íâz do comeÍcianteum capitaljsla é exatamenteo fato pelo conjunto de recufios materiaìsoü mentajsque peÌmitem ao ho-
do que, embora não scja üm pÍodutor direto, cle participa do
mem elevar sua produtividade.O capiral pode str portanto consti-
produlo. Em sentjdo eíriro, exccutavao com€rciantefunçõespro,
tuído por máquinas,implementos,redes de distribuiçãode energia,
dulì\,as (tais como o transporrcpor exempÌo) e funções imprõdu- poçosde petÍóleoassjmcomo de conhecimentos
trvas, emboÍa necessárias(tais como as transaçõesde compÍa e técni€os,pat€ltes etc.
Neste caso,o capjtal é essencìaÌmente constituídoDor coisas de oue
venda, escriturâçãoe!c.). É possivelâbstrair as funções produtivas
os homensse podem apropriar. fusas'icoisas",úsàrirlasno oroceiso
do comercianteque, em pÍincípio, podeÍiamseÍ execuradas por trans- de produçáo.permirem que o esforço do produlor direro, d; rraba-
porladores especìalìzados e1c. Reíaria então o comercjanle puro,
lhador, enfjm, aÌcanceum resultadosüperior, de modo qug o pto-
unicamente engajado em compfare vender_ Seuganhoresulta,neste pdelário do câpi!âl faz jus à parcela do produto que é devida ao
ca\o, da diferençaenlre o preço pelo quaÌ compra as mercadorjas
uso do seu câpital. Desla maneira,o Ìucro se del,ne como a diferen-

t32 133
ça entre o tâmanho do produto que seria obtido com e sem a utili diferindo apenaspeìa sua utilidade (t go por p€les,por eÍemplo).
zação do capìtaÌ. É claro que estâ noção nos leva a reconhecero A pÍesençade D toma possív€lÍomper a unidadeM X M, sépaÍando
"capital" desdeos âlboresda existênciadâ espécie,a paÌtjr do mo. no tempo e no espaçoa transaçãoM1 X D da transaçãoD X Mr,
mento em que o homem passou a usaÍ machadode pedú e outros ou seja,havendodinheiro é possívelvender"hoje e aqui" e comprar
jnstrumentosigualmenteÍudimentarcs. "amanhã o acolá". Mas, é claro que é csta separaçãoque tofta
Parâ os marginalistasnão Íem müita importância saber quem possível também inverter o processo, realizando-sea opemção
s€ apropria de capilal: se o próprio Ì.âbalhaìor ou alguma óurra D X M X D', cujo objelivo não é mais a troca de valores de uso
personagem.Os mârginall'stassupõ€m que são os socióÌogosque diferente mas uma sucessãode transaçõescujo poDto de partida é
devemse preocupar com isso. Mas, para os marxistaseÍe é o pro- uma quantia D de dinheiro e cujo ponto de chegadaé uma quaÍrtia
blemacrucial. Para eles,o capital não é constituídopor "coisas"mas D' maioL A relaçáo representadapelo câpital comercralpode ser
poÍ luma.rclação socíal: só há capital quando aqueÌas "coisas" - isto descritasint€ticamentepor: D X M X D', em que o valoÍ de uso
é, os meios de produção podem ser aproprjadosindividualmente Íepresentadopor M náo tem impoÍtância: tanto pode seÍ peÌes,como
c quando esta apropriaçãopermite aos apropriâdoresparticjpar do trjgo ou outra coisa qualque.. O essencialé que a c.omprade uma
produtosem contribuìrdiretamentepaÍa o seusurgimento.Em outras mercadoÍiapeÍmita que haja sua revendaposteÍiol a um preço mais
palavras,só há capilaÌ quando o produtor direto perde o domínio alto, de modo que D' > D e daí surgiÍ o lucÍo comercial represen-
dos seusmeios de produção,perdendodestamaneiÍa também a pro- tado po. D' - D.
prjedâdedo seu produto. Este passaa ser do dono do capital que A existênciada moedadá lugar a uma outÍa êspécrede capital
devolveumâ parte do produto ao trabalhador a Íítrlo de saÌtirio.O de ciÍculação (em contraposiçãoao câpiial produtivo): é o capil,
trabalho assâlarjadoé o resuÌtadonecessáriode penetraçãodo capi- íiftanceiío, qre surge primeiro sob a forma de capital usuúrjo. Sua
tal (entendidocomo relação sociaÌ) no processoprodutivo. origem vem do fato de que a moedaé, duma economiade mercado
Aconteceque o capitaÌ comercjalé uma relaçãosocìaÌque sulge monetária, uma Íeserva de valor. Quem tem dinheiÍo acumülado,
histoÌjcamenteanles qtle a produção se tenha tornâdo capitaÌista. isto é, "tesouro", pode ter acessoâ uma parcela do Produto socjal,
Na antigu;dade,por exemplo,a prodüçãoestavaa cargo de €scÉvos já que o lesouro é poder de compra congelado,que podê seÍ lique_
ou erÌtáode pequenosprodutoresindependentes,camponeses e ârte- fejto a qualqu€í momenlo. Acontece que o processode reprodução
sãos.O fato de que parte desta produçãoera constituídapor merca- social soe ser inteÍrompido por âcontecimentosoriginadosna natu-
doriaspermitia que se estabelecessem estasreÌaçõesnão de pÌodução Íeza (secas,ìnundações,doenças)ou ptuvocadospelo homem (guer-
mas de drculação, mediânteas quâis o comercianiepodia obter ga- És, saques,assaltosetc.) que privam o pfodutor dos meios para
nhosdiferenciais.Surgedestamaneim um capital exteíno à pro.lução, pÍosseguirem sua atividade.Nestasocasiões,a ÉProdução só pode
que se empenhaapenasna ciÍculaçãodas mercadotiâs.É um capital ser prese ada lançando-semão de estoquesde recürsosprodutivos
que atüa, porlanto, sem qüe haja capìtalismo,entendidoeste como anteriormenteconstituídos.O câmponêsque perdeu sua colheita só
um modo de produÇão dominado pela "relação capital,,. pode voltar a produzir s€ alguém lhe fornecer sementese úveres
Na altura em que sÌlrgeo capital comerciâl como um elemento para que possase sustentarâté a próxima c€ifa. o mesmoacontece
rxpÌessivo no quâdro econômico,as trocas mercantis íá âtingem com o artesáoque perdeu sìrasferrameÍÌtasou mesmo com o dono
necessariamente grande âmplidão, como foi vhto acjma, o que sig- de escÌavo! que não tem m€ios de Íeencetar a produção. Numa
nifica qìre elas sáo também necessar;amente monetárias.O escaÍnbo economiamonetária,sáo os donos de tesouÍo que tem acessoaos
jamais poderìa dar lugar a uma especiaÌizâção meÍcantil. A troca estoqüesde valorcs de uso. Eles lÍansfercm êste acessoaos ProdÌl-
diÌeta de mercadoÍiapor mercadoria,M X M, é, pela sua natureza, toÍes necessitados, coÍcedendolhes crédito, ou seja, emprestando-
de âmbito limitado, estandoem geraÌ circunscdtaao intemâmbiodc lh€s a somâde dinheiro de que recessitamem troca de suaÍestiluição
m€rosexcedeÌttes de produção.A apariçãode um equivalentegeÍal, de fuluÍa acrescidade juros. Os juros são ptoporcionaisao montante
uma mercadoriade aceitaçãouniveÍsal, peÍmite a geneÍalizaçãodas emprestadoe ao tempo qu9 durâr o empréstimo,Os ganhosdo usu-
trocasde valorcs de uso diferentes,segundoa forma M1 X D X Mr, rário dependempoÌtanto de 3 elementos:a) da taxa de juros, ou
em que tanto M1 como M: valem a mesmaquantiÂd€ dinheiro D, !eja, da relação entÍe o montante de jüros e o valor empÍestado

134 135
- o 'pÍ;ncipaÌ" - em determinâdopedodo de tempo; b) alo valor Média, onde quer que se tenha desenvolvidoa produçãomercântjl,
do princjpal, isto é, do capital usurário; e c) do temDo que durar o capjtal-usurárìomarcoü sua presença.
o empréíimo. {ssim. por eìemplo.se o cap;Ìalisla us;ráriopos,uiÍ O capital comeÍcial e o capital usurário. embora conceitual-
um tesouroro vâlor de 1 milhão que ele emprestaà taxa íe l04o mente bem djferenciados,podendopoÍtanto levar existênciâsjnde,
ao m€s, ele receberájuros de 100 nil cruzeiros mensaisou 1.2 mi_ pendenles,soemaparece.fr€qüenlementenas mesmasmãos.euando
Ìhão de cruzeirospor ano. ocorre uma desgraça,o produtoÍ desamparadose volta em ge.aÌ
. É fácil veÍ que o lucro do capjtal financeirodecorre de para o comeÍclânteque íoÌmaìmente Ìhe adquire as mercadorias.
etementos Iormâlmenre semelhanres ao( que dererminam o montanÌe No momento em que €ste adianla dinheiro ao produtor, pagando
do Ìucro comercial: da mesrnamaneira que a margemde lucro, tam_ antecipadamente pela produção€m trocâ de juros, o capjtâl atoco-
bém a taxa de juros resülia da competiçãoentte diveÍsoscapitaljs- m€rciantese torna capital usurário.Nada mais natural que o mesmo
las-usurários,que atuam no mesmo mercado;o tamanho dos iuÍos c.pi.âlL'a Llcsemoenhe ds duaçÍunçòes.H;sLoricamenre esrapossibi-
e dado. lambëmnesrecaso.pelo valor do câpitalde que dispõeo lidade perÌniliu o surgimentode poderosasfamíl;as de meÍcadoÍes-
usurário. A única dif€rençâ é que o lucro do capìtat comeriial é financhtas, na Europa, a partir do fim da Idade Médja, como os
ran o maior ouamo menor loÍ o tempo necessáriopâra que a ope- FugeÍ, os Medicis e majs tarde os Rothschild.
ração D X M X D'seja liqÌÌidada,ao passoque o lucroìo capiìal O capitaìismosó sirrgecomo modo de produçãono sécuÌoXVI,
usurarrocrescecom o t€mpo de duÌação do empréstimo.No exem- na Europa, sob â forma de "manufatura,'. A penetraçãodo capitâÌ
plo acrmâ,supusemosque um capital comercjalde 100 mil cruzêjros na esferâ da produção se dá basicamentede duas maÌr€iras:üma.
sofreÌia 12 mtaçõespor ano, dândo 10 mil de lüc.o em caalarotação. de foÍa parã denrro,qDandocomerciantes começdma a\salaÍiar
É claro que nesÌecasoo lucro anual seda de 120 mil. Se, de alguna artesãos,desenvolvendoa indústria doméstica;a ouirâ. de deniÍo
maneiÍa, fossepossíveÌreduzjr o tempo médio de caalarotaçã; de pdÍa iora, ouandoceflosmesrrerrompemas limirâções corporâtivas
I Ínèspara. digamos,20 dias,o mesmocapitalcomeÍcialsòfreria e assaladamum grande número de artífices, d€ixando de !Íabalhar
em lugar de 12 um tolal de 18 rotaçòes dìretamentena produção para se transformar em capitalistâsDÍo-
por aDo,o que Ihe elevaÍia priamentediros. enÌreguesunicamenteàs rareÍasirnprodutivaide
o lucro anual de 120 para t80 mil cruzeiros.Já o mesmotrão se dá
supeÌvìsionaro trabalho alheio, empregar e despedir,comprar e
com o capital usurário, em cuja rotação não entra a morcadoria,
vender etc, A prjmeira maneira de fora paÉ dentro _ levou em
setrdoÌepresentadasimplesmeltepor D X D'. O lucro do capital g€ral a uma subordinaçãomeramenteformal do DrocessoDrodutivo
usuráÍio em caòa rotação, isto é, om cada operação de crédito, é ao capiLaì:os arlesàosconlinuavamdispersos,rrábalhaodoem suas
Íalrto maìor quanromor'r tempo ela levar. A loqo por mês. um capi_ casas(em geral com o auxíljo de mulher e dojs filhos), usando as
tal usurário de um milhão colhe t00 rDil cruzeirosDor més. 200 m.il m€smastécnicas etc. Já a segìlndamaneiÌa tendeu a Íevolucionar
em dois e assimpor dianle. Não há para ele qualquervaút;gem em o processoprodutivo: os antigos mestrestransformadosem caDita-
abÍevÌar a duraçãodo empféslimo,Se esta Íor curÌa, muhiplicam-se lhla, manufâlureiros agrupatdmnumerosos artesào,sob o mesmo
os rnÌervalos9ntre uma oporaçãoe outra, nos quais o capital usuúdo teto, fazendo cortr qüe cada um se dedicassea uma só tarefâ. nâ
permaneceentesouÍadoe entesouradoelo não renda
iuros. qual acabavââdquìÍindo grânde destÍeza.Este avanço na divisão
Alesar dessadifereDçaeú relação ao capiral comercial, trõo
- do trabalho dentrc da oficií permitiu criar feúamentas esDeciali-
caDe^dúvrdaque o câpitaÌ do uzurário permÍô a este ertÍar Duma
zadas:dezenas de Liposde marLelos, de alicatesetc,,o que conlÍi-
Í€raçaocom os produtoÍesou com não-produtoresque tro eotÍrílo
buiu pâra um norávelaumentoda produrividade do trabalho.NesÌe
se aprotrniamdo produto - donos de escravos,senboresfeudeis.
caso,a suboÍdinaçáodo pÍocessoprodutivo ao capital não em mera-
ctc. - € através desta rclação se apropriam do uma DaÍe do Dtodüto
para o quâl ele nào conrÍibui direramente.Eis, portÀDto,um; outra menle formali o capitaÌ, ao penetrarno processopÍodutivo, revolu-
cionou a técnicade pÍoduçãoe isso de uma forma contínua.A pro-
"relafão capjlal" exÌernaao processoprodutivo e que por issopode
duç;o arresandl européia.gÍaçasà manufatura.melhoroude quali-
exisrjr foÍa do modo de produçãocapitalistae de fato historicam;trre
dade e se tomou mâis barata, o que pÍopoÌciolou a baseemnô;ica
o precedêu.Dumnte a Antjguidade assim como durante a Idaile
indjspensávelà conqujstacomerciaÌ-militarda Ámédca e de srande

136
137
)arte da Ásia, que foi consumadaantes da RevoluçãoIndustrial. A mente rápido, consideÍando-se os imensosdeslocamentos sociaisque
)onquhta de colôniasem outros contjnentesabriu norcs mercadosà ele provocou: milhões de camponeses perdemsuasterras e são obÍi-
nanufatura européia,permitindGlhe expândiÍ-seem novos campos. gados a emigÍar para as cidâdes,onde se proletarizam,ou para o
 RevoÌuçãoIndìrstÍial inaugì.lrou,a partir do último quarteÌ além-mar,onde ainda podemrcconstruiÍ, poÍ mais algumasgeÍâções,
lo século XVÌII, uma nova fase oa hhtória do capitalismo.Surge sua ant8a maneira de viver; do mesmo modo centerlasde milharcs
I máquina capazde empunharas fenamentas,que antes só podiam de aÍtesãossão aÍruinados,sua habilidadeprofissionalperde valor,
t:r manejadâspelas mãos do artesão.A manufatura havia, ao lon- sendo degradadosà condiçãode meros pmletáriosquando não caem
go de três séculos,desenvolvidoa técnica a esanalaté os limites no limbo do "lumpenproletariado".Mesmo assim,só no fim do sé-
impostospeÌa anatom;a e pelo sistèmaneÍoso do tÍabâlhâdor: a culo XIX pode-sedizer que a RevoluçãoIndustrial chegou ao fim
foÍça, a veÌocjdadede reação, a maleabilidadedo organismo hu- de sua tÍajetória na lltglaterra, que assimse loma o prìmeiro país
mano estavams€ndo exploÍadosao máximo. Daí €m diaíte, ganhos inteiramentecapitalistana históÍia.
signjficativosde produtividadedo trabalho só poderjam seÍ atingidos Para que o capitalismoss apoderassede todos os râmos de
s€ o corpo humano pudesseser substituídopor um mecanismomuito produção,não bastou no entanlo süa superioridadeeconômica.Era
majs podeÌoso.É o que a máquina, tmzida pela Revolução Indus- pr€ciso que as jnstituiçõesque regem a vida econômicacessassem
Ìrial, mostrou ser. O tear m€cânicocons€gueexecutaÍ um númex) de proteger o mais fraco, que a livre concorrêncjanos mercados
muito maior de movimentospor minuto que o mais hábil dos tece- r€inasse sobemna, abolitdo-se tarifas protecionistas,regulameÍrtos
lõ€s manuâh, assimcomo o maÍelo mecânicodesenvolvemuito mais corporativos, companhias p vilegiadasetc. Foi necessário,enfim,
força que qualquer combinação tecnicamenteviável de músculos o triunfo político do liberalismopaÍa que a máqui43, sob a forma
humanos. Guindastes,pontes rolantes, prensas, tornos, fresas etc. de caphal induírìal. pudessepenerÍar em rodas as esfeÍasda vida
movjdos por eneÍgja a vapor rompemm definitivamenteos limit€s produtiva, revolucionandoa lécnica, aÍegjmontando os pÍodutores
milenares que a ìrtilizaçãoda "máquina humana" titrha até então € expandjndode modo notável a escaladê produção.
imposto. Não importa discutir aqui se foi a üveíção do tear mecâ- O capitalhmo jndustrial iniciou sua trajetória triutrfante na
nico ou da máquinaa vapor o passodecisivoque encaminhoua Re- CÍã-Bretanha,ainda IIo último quartel do séculoXIX, petretrouno
voÌuçãoÌÍrdustrial. Ìmporta que, por volta de 1770,as condiçõeses- contjllente €uropeu após as GuerÉs Napoleônicas,expandindo-se
tavam maduras na Inglaterra, o país em que o câpìtâlhrno rnanüfa- com grandevigor llos EstadosUnidos após a aboÌiçãoda escÉvatuÉ
tureiro mais sê havia desenvolvido,para que lais inventospudessem (1864), no Japão após â Revolução Meiji (1868) e na Álemanha
ser pmntament€ apÌicados à produção, tendo por conseqüênciaum apósâ unificação (1871). C ou-se,desta maneira, a partir de 1870
notável avanço do capitalismo que, p€la primeira vez, tende a abar- mais ou menosuma economiacapitalistamundjaì, na qual a hege-
car todas as âtividadesprodutivas de uma nação. monia bdtâÍ ca começavaa seÍ disputadaprincipalmenk pelos Es-
DuÍante o período em que predominou o capitalismo manufa- tados Unidos e pela Alemanha,À estemercadoforam atraídoscomo
tureiro, este na verdade se limitou a deteÍminados ramos de pro- foÍnecedoresde matériâs-primase alimentosvárias naçõesda Í,erife-
duçáo - o ârtesanato,a mitreúção etc. - mâs !ão foi capaznem a, como a Rússia,Argentina, BÍasil etc. A expansãodesta econo-
de eÌiminar destes Íamos a competição do artesão ìndividual nem de mia mündjal era condicionadapela aceitaçãodo tiberalismo (que
penetBr em outros, como a agricultura, que aitrda continuava em no comércio mundial se traduzia em "livre cambismo") a qual al-
grânde parte camponesae feudaÌ. Mesmo na Inglaterra, a maior cançouseu auge na véspeÍada Primeira GuerÍa Mundial.
pa.te do aÍesanato ainda estava oÌganizado em corpoÍações, È Aos pÍimeirosavançostecnológicos,que abdram caminhoà Re-
vésperasda Revolução Industrial, c a agÍicultuÍa estava ape,naspar- voluçãolrdustrjal, segujÍam-seoutros sem cessar.A en€rgiaa vapor
cialmeDte nas mãos de proprietários oÌr arrendatários capitalistas. passoua ser substituída,com vatrtagem,pela energiaelé!Íica e pelo
Tudo ìss$ vai mudar com a itrtrodução das máquims e o início da motor a erpÌosão.O desenvolvimelto da eletrotécnicaÌevou à ilu-
produção fabril. Ás novas técnicas de produção são tão supcrioÍes minaçãoelétrica,ao aquecimento€létrico e à eletroquímica,que usa
€m relação às antigas, que o pequeno empreeÃdedoÌ acaba Âetrdo a energia elét ca para provocar reações químicas (uma de suas
totalmente expuho de um rârlro após outÍo. O prccesso é relativa. aplicaçõesé a galvanoplastialpor exemplo). Mais tecentementese

138 r39
deserÌvoÌveua eletrônica,o que permitiu revolucioÍraras telecomu. preçosentre os oligopólios€m cada meÍcado, eles competementÍe
nicações.Avanços no campo da química permitimm o surgimento si, usando como armas a püblicidade,a imagem da marca, a apa-
de fertil:zantese inseticidâs,de novos materiais (como os plásticos) rência e as caÍâcterísticasdo produto. É claÍo que isso estjmulâ o
e sobÍetudoda quimioterapia,com profundas rep€rcussões sobÍe a avanço tecnológico,emboÍa o disÍoÍça muitas vezes,quando s€ en-
Iongevidadehumana. A energiaelétrica permitiu o desenvolvimento vidam esfoÍçostendentesa merâmenleredesenharprodutos antigos,
de motores de pequenopofie, com os quais foi possívelcÍiar nume- sem de fato melhoÍáìos. Mas, não há dúvida d€ que a concorrência
rosos utensílios,que facilitam notavelmentea execuçãodo serviçe monopolísticaoferece os maiores incentivos ao invento de novos
doméstico,O motor a explosão,capazdo aproveitaÍ â energiaem produlos, mesmoquc sua utiljdad€, do ponto d€ vista dos consumj.
alto grau, permitiu a criação de veículosautomóveisleves e econô- dores,seja, às v€zes,duvidosa.
micos e de aviões- ambos inventos que revolucioíaúm a vida do A1ém do mais, a mudançade processopermite obter o mesmo
homem no séculoXX. Resta ajnda mencionâra penetraçãoda má- produto com custo menor, o que pÍoporciona aos que dominam
quina no âmbito da recreação,com o suÌgimeíto do cinema, do os novos processosde produção margens mais elevadasde lucros.
rádio e da televisão. Uma das característjcâsdo capitalhmo monopolistaé de que, nos
Este incessanteavarÌçotécnico passoua exigir capitais ctescen- mercadosoligopóljcos,os gânhos de produtividadenão
tes para sua aplicação.As novasusinassideúrgicas,fábricas de p.o- em geraÌ, quedados preçosdos produtos,como costumaocorrer ^catíeÍaÍr,,
em
dutos químicos ou de automóveh emm muilo maiotes do que as mercadosconcorÍenciais.Nestes,a firma que desenvoìvenovos pÍo-
tecelagense fiações do início da Revolução Industnal. Ás novas cessosde produção usufrui uma vantagem temporária: eÌa obtém
técnjcasnão apenasexigiam escalasmaioresde prcdução, mas tam- superlucrosapenasenquanto os oÌrtros concoÍeDtes náo aplicârem
bém as premiavam gen€Íosamente.Como foi visto na 6," aula, a igualmenteo novo processo,quandoenião os preçostéìdem a baixâÍ
técnica modena pÍoporcionaga[hos de escala câda vez maiores,o na mesmamedida em que diminuíram os custos.Em mercadosoli-
que constituio principalfator da mDceDlração do capital.É preciso gopólicos,no entanto, esta vântagem tende a ser permanente-
rcssallaraqui que estesganhosde escalanão se realizamsó na pÍo- mesmoque a empresaoligopoÌistaque domina o novo pÍocessoresoÌ-
dução, mas também no laboratório. A prcdução de novas técnicâs, va Íeduzjr algo os preços,favorec€ndoo consumidor,e tahez eleve
que iniciaÌmenteeÉ o r€sultadona!ìtrâl do trabalho do artesãoou algo os saiários que paga, favorecendoseus trabaÌhadores,o fato
então constituía atjvìdade especializadado inventor individual - é que ela tem ìrm domínio mujto maior sobre os frutos do avanço
Tomas Edison e seus assistentesloram dos últimos exemplosdesta iécnico. Nestas condiço€s,ela tem razõesde sobejo paÍa se empe-
espécie - passoua constituir a atividade de gmndes equip€sde nhaÍ neÌe.
especialjstas dirclamente sob o comândodo grânde capital. A van- Argumenta-seque, como resuÌtadodestesavançostécnicos,deu-
tagem desta nova organizaçãoda atividade inventiva, hoje rotulada se umâ SegundaRevoluçáoIndustrjal, da qual surgiu um capitalis-
de "Investigação e Desenvolvimento", é que é possível cooÍdenar mo "pós-jndustrial".O ponto de rutuÉ erÌtre o antigo capitalismo
estreitamenteo desenvolvimeDto de novas técnicascoú as necessi- induírjaÌ e o novo câpitalismopós-jndLìstÍial
leÍia sido a invençãodo
dadesmercadológicas das grandesempÍesas,acumulando-seenormes computadore do servomecanismo. O papôl do computadoré duplo:
quantidades de dados cuia utilìzâção obedeceaos ditaíres do departa- como máquìna de calculaÍ, realiza um enorme númeÍo de cálculos
IneíÍo de ma*etíng. Em última atrálise, a partir de uma certa em pouco tempo, ampliandopoderosamente o raio de ação do pÍó-
extensão do trabalho científico e tecnológico, o knotv-how acrtm.'J,- pÍio trabaÌhocientíflco; como máquina de conlar, armazenaÍ e pÌo-
lado peÌmite à emprgsamanter certa dianteira face aos c-ompetido- cessarinformações,o computadorrealjza, com grânde economiade
res em det€Íminadoscampos,o que the assegura,na prática, priülé- lrabâìho humano, alividadesde controÌe,de arquivo de irÌformações,
gios monopolísticosem uma sériede mercados ampliandoa capacidadedos centrosde decisãode coordenare oden-
Os marginalistas acreditavam clue o monoúlio desencoÍajava tar atividades.O computadcr torna possível,desta maneira, ativida-
o progressotécnico simplesmentepoÌque o monopolista,Dáo tendo des de plânejamentocentÍaÌjzadoque anles não €ram vìáveis.Ele
competidores,não teria intetessoem inovar os Dtocessosde oro- deu lugâr a umâ nova ciênciado estudoe tratamentode j ormação
dução, Ácootece. no enLanro.que mesmo não hávendoguerrai de  informáticâ.

140
O seflomecanismo é uma espéciede minicomputadoladaÈ fato, é muito difícil imaginaÌ uma economia capjtalistaem que a
tado a ìrma ou diversasmáquinas,as quaisdiÍige. O computador Droducáodirela não seia feiLa por homens.em que estesestãoape-
é chamadode "cérebroeÌetrônìco"porqueconseguerealÌzarope- nas limirados a Larefasque sào estriÌameÍIleìmprorlulivas Teorica
raçõesde raciocínio,emboÍaelem€ntares. Isto significaque eÌe é mente, numa ecoÍIomiaaomo esta, as mercado as só incorpoÍaÍiaÍ-Ì
dotadode disposilivos de rcâlimentação (leed-back\,qÌrepeÍmfuem o trabalho humano necessárioà coilslrução, ptogmmação etc., dos
qüe se autocorrija.Assim,uma máquinaautomática,dirigidapor aulômatos. Apenas as fábricas de autômatos utilizarjâm tÍabalho
um servomecanismo, não somentepára se houveÌ algum defelto, "vivo", que gèra mais-valia Todâs as demais empresasutilizariam
mas ela podeú, confoÍmeo caso,corrigi-loe voltar a funcionat. aDenasúabâiho molto, incorpoÍado nos autômatos que Íealiãm
EstascaÍactedsticas do sewomecanismo, demonstradâs por exempÌo, s;a produçào.Nestascondições,a separaçãoentre o Produtor dìrelo
pelosvôosà Ìua inteiramÕnte diÍigidospor computadorcs, permit€m e o; Íneio; de produçáo casssíia,simplesmenteporque o produtor
ampÌasubstituiçáo do hom€mpor máqui[asna atividadeprodutiva. direto reria um meio de produção.obviamente, a Propriedadepri-
Tearcsque trabalhamsem tecelão,tratoresque aram campossern vada d?sÍ4 meios de produção deixatia de ter qüaÌqueÍ sentido,já
trator:stas,fábricasinteirasde processamento de materiaisque se oue elg não DassaÍiade Ìrma excrecênciahistórica, face a um Pro_
autocontrolam, aviõesdidgidospor pilolos-automáticos são aìguns cessode oroducãointeiíam€nle socializado
dosaspectos que caËcterjzamo atlveÍl,oda aulomação, Irnagjne-se,por exemplo,umâ rcde de Postosde gasolinaaulo-
Mârx já linha dito que "o aìriôniâroó o finÌ para o qual tcnde máticos,-OscIe;tes se auto-âbastecem e pagam com um €âÍtão de
rodo o,i'.cnrâ,je mdqriI|".. Dc ÍrÌo..omo r rnos.: n|i!uil.a j,i crédilo, sendt, as quÂntiasdiretamente creditadas a unÌà conta ban
lìnha substiluidorJ aÍtesãoqüc e punha â ferÍamenta.Ào homen'r cária, Os postossão reabaslccidosautomaljcamentepoÍ. coÌldutos11-
sobrou â tar.fa dc Íigiar e suplrvjsiorar a nìáqujÌÌa.Aparentcroentc gados dirètameDteâ unra reiinâria. a qual dcbita da ìnesma conta
Èlo perlieuerta Iunção pi,fa o seÍomecanisrro. De lato, jioÍón, o úarcárja seusfomecinÌentos.Quando uma bomba, num posto quaL-
hoÌÌì.n continra scn,:ÌoindisÈÌìsávei não eó pâra projelar e cons- iruer. i ,le\ârr,rni",(13 pu r e 'e r riocon(rlâ orr enÍ;o úvi\d
1ruìr os coìnpuiadorÈsrìas tanìbéÌn parê protramá-Ìos,âlÉnì de ler úrna cornpanhiaílc segurosque â substjlui. A âdminhlração deí!
qüe .ìarlêìos e boas cordiçóe!.Ì.,jãoparÊcÈ, portanlo,qde â au compânhia de distribuição de gasoÌinanão tem oullo servìço que
lonação devcrá acaÍreÌar uÍrì inìenjo desempregoÌecnoÌógico,como o de reriiicar qual é o saÌdo da conta bâncária res Ìlado da
se lonìiâquandosuaslosibiÌjdad.sforam scndoanalisadas peÌapii- djleÍcnça entle vendasa vaÌejo e compras Ío âtacado de gasoìnÌa
nrrjra vcz. Mas, agora, um qualio dc sócüÌodepois, pode-sÈafiÌ lÌr - e a;ossÂr-sedele. Admitindo-se que a Âmortizaçàodo caPiÌal
que a nrarcha dâ automaçãoeslá sendo bem mais lenla do qÌlc a seja igual aos prêmiospagosà companhiâde seguÍos(tan]bcm aÌrro-
jnicialmenteprevistaÊ sua aplicaçãotendc sobretudoa afetar o âm- mâtic;mente). estesaÌdodeverácorrespondetà lÂxa de ÌucÍos médla
bito dos serviços- bâncos,correio, transporte, collabilidade, se- aplicada ao capital dô companhiÂde gasolina.É claro que, em tais
gurcs etc. - do que a ocasionarúa indústÍia a imediata substituição circuns!âncias.será muilo dificil juslificar socialmenteesÌe lucÍo,
do homemp€la máquina.Não há dúvida, porém,de que a aütomaçÃo já que eÌg não correspondes quaÌquer função aiiva Os que se
tênde a afastar o homem das atividadesrotileims, repetitivas ou aoossômdele não teÌiam outra juslificativa do que a de que eles
que respondema estímulosÌelativamente simples e padÍonizados, d;íinam parte doste lucro À consttução do novos postos de gasolina.
Autômatos já operam hoje as luzes do tdfego, elevadores,trerls Mas é a outÍa parle, quê eles usam para seu consumq que não en-
subterÍâneos,teÌefonesetc. É de se espeÉr que tro futuÍo o homom contÌa justificação, já que, mesmo de acordo co1Ír a idoologia caPi-
seja afastadogÍadativamentede toda atividade produtiva direta, fi- talhta, o lucro do empÌeendedor correspondc ò Iunção vital de com-
cando apenas sob sua responsabilidado o controle, ptogramaçãoe binar os fatores de produção.Numa economiaem que os fatores dê
manìrtençãodos autômâtose âtividadesDão rotìúeiras de pesquisa produção s€ combinam automsticamotrte, o eÍrpr€endedor !ão tem
científica, criação a ística, educaçãoetc. mais funçáo.
Pergünta-s€ freqüentemelte como o capitalismo iÌá se adaptar A consideraçãodestesfatos talvez leYe a suspeitar de que a aPli_
ao mundo pós-ìndustrial.Parece,porém, adequadopetguntar se a cação prática da automaçãoseia ainda Írüito inciPientenos países
lentidão do avanço da âutomação não se deve ao capitâlismo. De capitôlistâs, mesmo los mais adiautados, porque os que domiÍram o

142 143
pÌocessoprodutivo têm de fato muito menosentusiasmoDela auto_
maçãodo que proÍessómem púbjico. Eía suspeitaúo cònrradizo PaÍece claro que novos avançosda ciência requerem recursos vul-
que foi al;rmado mair acimâ. de que o capiralismo moDopolista tosose que estespodem ser Ìevantadosmâis facjlmentepeÌo eÍado,
oÌerecegrandesvanlagensits empresasque cooseguemreduzir seus tendo poi pretexlo ou justificariva a defesanacìonal.Nos Esrados
custosmedjanteo aumentoda produtividade.É prcciso,apenas,que Unidos, por eÌemplo, est€ rrabaÌho é efetuado,sob contrato com o
esieaumentonão vá ao ponto de s€ tornar ìnfinitq ou seja,de ejimi_ DepdÍrdn,enro ae DÉle)a.no, Iaboralórios das grandesempresas ou
nâr dâ produçãoqualqueÌcusto diÍeto em tÍabalho bumano. Isso se dâs universidadese é claro que a âplicação"civil" dos ÍesuÌtados
traduziria,na prática, em aplicaçõespdrci4ir da automacáo,seletiva_ fica a câÍgo das mesmasempresas,s€m maior ônus. Este subsídio
rnenle alocadasa alividadescujas condjçõesde trabalbo, por serem pelo governo mostra também que, do ponto de vista do capilal, a
p3ngosas. rnsalubíes.moÌestas, humilhaoles eÌc..djliculrema arresi_ 3li\idade.:enlrf:caapresenta um gLaÌrde rism excessivo na maioria
menlaçáode mào-de-obra.A,sim, seÍiâ de se esperarque o rrab;- dos casos,devendopor hso seÍ financiadapor todâ comunidâde.
Ìho em minas de carvão, junto a âltos fomos ou noJ friso ficos Economìcanìent€,a alividade de pesqujsacientifica é ânáloga
s€ja automarizado, em elevadogrâu,muito aDresque o sejamarivi- A prospecção:os resultadossão incerlos e na hipótesedo se daÍ uma
dadespâra as quaishaja adequadosuprimentode força de trabalho. descoberla,estaproporcjonaao financjadoÍ üma renda sob a forma
E lnteressanteobseúâr, nestecontexto,que a automaçãoparcce rqatties pelo uso de patente que asseguraâ pÍopriedadedâ des-
ler.avançado maìsnos serviçospúblicos- Do lranspo e. n; lele- coberta, o que é análogoà Íenda que uma empresapetrolífera poÌ
ronra, nos coÍleros, nos serviçosde energia elélrica _ do que na exemplo,aufere da exploraçãode uma jazida. No es!ágiode deson-
rnousrrra,exceto nos Íamos em que se dá processamenÌo coÍrtinuo, volvimento cientifico a qüe aiualmenre se chegou,,p capitâl de
como na peltoquimica,na química etc. Parece provável, portanto, risco djsponivelpara financiar a pesquhaé jnsuficientepara susten-
que a organizaçãocapitalislada produçãoseja um obsráculoà plena laÍ o rilmo de pfogr€sso,havendoportanto necessidade de so recorrer
apljcação das conquisLasda chamada..RevoluçàoTécnico-Ci;nrifi- ao tribülo para se feunir os recursosrequeridos.
câ", nã medidaem que elasameaçamâ produçãodo valor e porranto Como vemos, ludo indica que o capitatismoestá esgolandoo
{la mars-varta. o que se traduziÍiâ no plano imediato da aparétrcia, seu papel histórico: aendosurgido como um modo de produçãoque
nâ LransfoÍmaçàodo lucro num mero tribuÌo aa vaorin, serÁ revoÌucionoua tócnica d€ modo contínuo e sislemático,ele elevou
qualqueÌ correspondêncja com o processoÍeal de Fodução. os niveis de pÍodulividadedo trabaiho huÍraro a ruv€rsnunca ânres
Poder-se-iaobjetar a isso com o fato de que oJ paísei tle econo. sonhâdos.A Revolüção ÌÌrdusr.iâl foi â grande Íeâtjzaçãohistórica
mrâ cenlralmenleplanejadalampoucoe\rão mais adianladosnas do capitalismo,e sua rápida difusão permitju ao capilalismotornar-.
âplrcações da auromâçáoao processoprodutivo. É possivêlque este se o primeiro modo de píodução universalda hìstórja. Mas a Revo-
Ìaro se expuquepelo retati\o âtrâso recnológicode,tes países,mas ÌÌrção IndustrjaÌ teve por basea sistematização da atividâCccjenlífi-
não se pode descorÌsiderar a hipótese ale qlre os grupos ou camadas ca e sua conexãoinlima com a produção.Dai surgiÍam descobeÍtas
socìa6 que domroam o processoproduLirc DessasecoDomiâstam- que peÌmttem, ao menospolenciaÌmenre,superaÍ os iimires da pró-
bem lenhâm.lnteresse em justif;car a posiçãodê maodo que ocupam, pria RevolüçãoIndustrial e ljbertar o homem do encarso de orõver
o^que poder;a se rornaÌ igualmenredificil com a compúla aur;ma_ pclo scu pfópÍioesiorçodireloos meio.para 5eüsu.ren.o.O áU;rnro
ção do proce\:o produtivo.O que trão se pode negar é qu" r"o,o oo. que se abÍe entre esta pot€ncialidadee as rcalizaçõesdo capiralismo
palsescaprtatrsLâs como nos paisesde economiacenlralmente Dlâ. indjcam que ele não tem condiçõesde Ievar a humanidadeà era
nelada,os esloÍços quese dedicamao deseDvolvimento da automação pós-jndustriaÌ.A transfoÍmaçãodas promessasda RevoÌuçãoTécni_
não se comparamaos que se de\,otamà inveÍrçãoe aperfeìçoarnento co-CjeniiÍica cm Íealidadeexjge um outro modo de proàução,em
de novosinsÌrLrmentos bélicos, quc o conLroÌcdo processoprodutivo seja retomado pela sociedade
.-. Âliás, nos países capitalistasmais adiaütados,o trabalho cien. como um l,'(1,,,Je modo a etiminarqualquerLipode priv legioque
Íífìco que levou ao desenvolvimentodos computarlorese rla maio. esletano !.,nì rrl\ì da subsriruição do homem peto aulomaro.Só
da dos processosautomáticos,foi e é financiadq g".u! ;;, assim a vclha profeciâ de que em lugar do governo dos homens
ÍecuÌsos públicos t€ndo por objetivo a invenção ale "-urmu-"nÍos. hai€Íá apcn s l| tìdnìinistÌaçãodas coisaspodeÍá ser reaÌizada.

144
14S
Se o comércio internacional não fosseobstacuÌizadopor iÌÌter-
ferènc., go\ernamenLãi'. a compeliçàodo meícodomund:al iaria
com qre cadl pdrsse especial:za5(enaç linhasde prodlìçãoem qLe
livesse majs vantagens comparativas - naturais ou adquìÍ;das-
DÉCIMÃ ÀUL,1 de modo que todas as melcadoriasseriam sempreobtidas pelo seu
valor mâiabaixo. O ganho de todas as naçõesparticipantesestaria
prechamentc nisto. Smilh, como os demais clássicos,negava quaÌ_
queÍ importânciaà acumulaçãode tesourosde metais pr€ciososRi-
qurza, para e]e, siSnjfìcavaobter os bens de uso necessáÍiosao con'
COMÉRCIO INTERNACIONAL iumo ãa população com o menor gasto de tempo de trabalho
humano. Nesie sentido, o comércjo intemacional, livre de interfe-
Éncias não-econômicas, promoveria a Ìiqueza de todas as nações.
As primeiras teorias explicativasdas rclaçõescomercìaisentre A titulo dc ìlustração,imaginemosque na IÍglaleÍÍa a produ-
âs nâções suryiíâm como reâção às doutrìnas mercantilisras,que ção de Ììm metro de tecido cÌlÍasse 5 horas de tÍabalho e a de üm
prevaleceramna Europâ a partir do séculoXVI. Tais dourÍinaspres, lilro de vinho 15 horas de trabalho, ao passoque em PortugaÌ um
crevìama cada nâção exportâr o máximo c importar o Ìnínìno, de metro d€ tecìdo cüstasse15 horas e um litro de vinho,s horas. É
modo a obter üm saldo positivo na balanca comercial, que viria óbvio que a troca de vinho portuguêspor tecido inglês permitiÍia
acr€scero seulesourode metal precjoso.vìsto que acumularouro ou aos ìngiesssobteÍ vinho poÍ um terço do vâlor que ele lhes custaria,
prata eÍa consideradâa única forma de âtrmcntara Ìiqueza nacionâI. se fossemproduzi-lo em seu próprio país, e aos poÍingLres€s obter
o comercioinrerldconal pa,.â\, a ser encaradocomo uma dispura tecido também por um vaÌor que sena apeÍlasum teÌço do que
por umâ quantidade(necessariameÌrte tcr;am de dispenderse fossemfabricá_loem PoÍlugal.
limiiada) de metal precioso,na
qual cada pais só poderia obter vantag€nsâs cuÍas dos dômaÈ. No íundo, os gânhosde um comércioirteln'ìcional livre seriam
Adam Smjlh, em seu famoso livro A Rìqueaa dãs NaÇões análogosaos derivadosda divjsáo social do trabalho dentÍo de um
par'. Nun c".o coÍro no oulro. a espec;alìzação perïite aumenlaÍ
(publìcadoem 11'/6) defendjaüm ponto de vistâ radicalmentedife-
Íente: as Írocas comercjaisbeneficiavamtodds as nações quc delâs à orodurjrjdade do trabdlho,reJu/if os ctrslosde píoduçàoe. dena
particjpavam.A sua teoria, conhecidacomo das "Vântagens Com- náneira, multipljcar a riqueza. E o coroláÍio poÌitico também era
paÍatjvas", psftia do pressupostode que cada país tinha vantâgens o môsmo: se para expandir a divisão socjaÌ do trabalho dentro de
mâioresou menoresna produçãode cada meÍcadoÍia.Quanto mâior LrmDaiseÍa Drecisoelininar as barreiÍas à livre circulaçãode meÌ-
caaórias,ta;i como os monopólios locais dâs corpoÍaçõese a co_
a vantagem,lanto menor o custo da mercadoria e, portanto, seu
valor- medido em tempo de tmbalho. Estas vantage$ tanto podiam brança de direitos de passag€m,â expânsáodo comércio internacio-
s€r naturais como adqujridâs.Um exempÌo dc vânlagem nalural nal iambónr requ€Íia a supÍessãodas companhiaspÍivilegiadasde
seria o falo de que vinho dÕ boâ qualidade podia ser produzido a conrórcio (corno as famosascompanhiasdas Índiat e das baÍÍeiÍas
um custo muito menor em paises de clima mediterrâneo,como tarifárias às importações.Propunham, portanto, os cláss;cos,subs-
a Frânça ou Portugal, do que em paísesde clìma nórdico, como !ituiÍ â doultina mercanlilìsta,ainda em voga no séculoXVIII, pela
doutrina do livre-câmbio
a IngÌateÍra ou â Suécia.Já as vantagensadquiridas provinham da
especjaljzaçãoem determinadaslinhâs de produção, a qual permi Já no sécuÌoXlX, David Ricardo deu forma definitiva à Teo-
Íìa das VantagensComparativas,ao demonslrar que cada pais de-
tja à máo-de-obrade determinadospaís€sadquirir deslrezae do-
veria se especializarna produção das m€rcadorias em que íivesr;e
minar â técnicâ de produção,obtendo,em função dhso,custosmais
baixos que os que prevaleceriamem países cuja mão-deobÌa não maiorcs vanÌagensÍelatfuas, alr. a que para tanto lrvesseque rm"
tjvcssem adquirido experiêncìasãnálogâs.É isso que explicaria as Dortâr mercadoriaspor um valoÍ mais alto do que Ìh€ custarìa
vantagens íeÌativas da Ìnglaterra na trodução dg tecidos ou da iabrical"'. Suponh"Ão.,por exemplo.que produTiravióe' e cdìçd-
rlo, cuslar$ tpor unidade;,re.peclivamente. 10 000 e ì0 horasde
França, na de perfìlmes.
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trabalho nos EstadosUnidos e 30.000 e 15 horas no Brâsil. É claro
comercjal passoua crcscer.Rica.do enfrentou o probleÌnaparlindo
que os Estados Unidos terjam vantagenstanto na produção de
do pressìlpostode que em câda pais a moeda íeÍia um laslro de
aviõcs€omo na de sâpatos,em relação ao BrasjÌ, mas a vantagem
ouro (ou oulro metal pÍecioso, contanlo qu€ fosse o mesnlo em
na prodÌrçãode aviões seria bem mâior que na de sapatos.Assim,
todos os países)e que os paísescom baÌançacomercjal deficiÌária
se os EstadosUnidos expo.tassemaviõesao BrasjÌ a um preço algo saldaÍiam seus débjtos, corr€sponde4tesao excgssode imporlações
menor do que custaria ao Brasil fabricá-los- digamospor 25.000 em reÌação às exportações,em ouro. Tais pagamentosreduziÍiam,
horas e jmportâssesapatospelo vaÌor de 15 horas, a venda de 3 nos paisesdeficitáÍios, a circulaçãode metal precioso e, portÂnto,
aviões (por 75.000 hoüs) permitir-Ìhes-iaobter 5.000 Dares ale o volume de meiosde pagam€ntose contraiÍiarcÍiando-seuma situa-
sapâr05.A vanÍagemdos EstadosUnidos esrariano Íatõ de ter
dispendjdo30.000 horas (3 vezes10.000 hoÍas) Da.â obter saDatos ção de defÌação:custose pÍeços,expressosem ouro, cdiridn, tôndo
por cons:qüênciaá/eydr as vantagenscompaÍalivasdessespaises,o
que ìhc tcriam cuslado.se os rivessefabricado,nada menoi oue
que se manìfesrariaconcÍeíamenlenumâ queda dos preçosdos seus
50 000'ìo-as (5.000vezesl0 horas).Mas o Brasit rambém€sLaiia produtos de exportação,fazendo com que o volume exportadopas-
gânhando,pois os 3 aviões the custariam 75.000 homs ao comprá_
sass3a crescer.Nos paísessupeÌavìtários,os efeitos do ÍecebinÌenlo
los por sapatos,mas ele Íerja qüe gaslar 90.000 horas (3 vezes
do saldo de balança comercial em ouro seriam naturaÌmenteopos-
30.000 ho(as) se fosse fabricá-los.Demonstrouassim Ricardo oue.
tos: ampliaçãodo volume de meios de pagamento,dando por con-
parsÌjressegrandesvanÌagensna!uÍaise adquiridas
seqi;ênciaaumenlo dos preços exprcssosem ouro, do qìre resultarja
e^ todasas esferasde prodüçáo,a especjalização apenasnoa ramos perda de vantagenscomparalivas,que se exprimiria em elcvaçãodos
em que suasvantag€nsrelctiyd.rfossemmaioreslhe traÌia mah van_ preços dos produtos de exportâção, acârrerandoum d:minuição
tag€ns do que â aìrto-suficiênciaeconômica_
do volume exportado-Demonstroudeste modo Ricardo que o fuÌt-
Um dos ptessupostosnão explícitos da Teoria das Vântag€ns
cionanìentoirrestrjto do chamado "padrãGouro" permiliria combi-
Cornpârativasé que, para o livre-câmbioproporcjonat ganhos Íeâis
nar o ìivrc-câmbìocom um equilibrio, sujeito a oscilaçãocompen-
a um país, seÍia preciso que os demais paísestambém seguissgm
satoriâ,da balarça comeÍcialde todosos pais€s
uma poÌitica de livre-câmbio, ou sejâ, abdssemseus mercadosin_
Duranle uma boa parte do séculoXIX, o coméÍcio inlefMcio-
ternos à livre concoÍrênciados produtos ertrangeircs.ResuÌtâria daí
nal se desenvolveunas linhas previslaspela Teoria das VanÍagens
qrle naslinhdsdr produçáoem que um paísse e\pecialjzasse have- Comparativas.A R€volução Irdustrial proporcionou à crã-Brcta-
lra Lrmadem3ndaexlerna.seDãoiíiinita, pelo m€nosLão elásLicâ
que eÌe semprepoderja vender um volume dc metcadoriassuficien- nha vanÌagensmuito nítjdas na produção de bens rnanufaturados.
Para produzi-los,no entanto, eÍa necessárioimportar aljmentos e
t€menÍe amplo para poder adquirir todas as demais me.cadorias
maiériâs'pÌimas.Desta maneira, tomou-seâ Grã-BÍotanhao centro
de qur necessitasse. Caso este ptessupostonão fosse verdadeiro_ de umâ ampla rede de tÍocas, importardo algodãodos EstadosUnj-
e elc nâo o era na maioria dos casos- quanto mais um país sê
dos e da India, açúcardo Brasil e dos paísesdo continente europeu,
especjalizasse na produção para o metcado mundiaÌ, tanto maior€s
chá do Ceiláo e da Chjna, caüre e trigo da Argentjna s do Canadá,
eram os Ììscos de qúe sua balança comercial ficassecrcnicâmente
Iá do Uruguai € da Austrálja etc., e exportandoa todos essespaí.
deficìtária. Nos teÌmos do exempÌo acìma, emboÌa em fulcão dos
ses tecidos,artigos de vestuáÍio, carvão, materiâl ferroviário, má-
cu.'o. de produçãoío5sevântâjosoao Brdsil especializar-se nã pro- quinas de vários t;pos elc. Surgiu assià uma djvjsão inteÍnacional
Juçãode raparos.nadagaranlir;aque etepoderiavenderuma qúan_
do trabaÌho que contrapunhaa Ìrm g.ande conjunto de pâíses,cada
tidade.suÍiciente para poder pagâr todos os aviões de que vieise a um se especiaÌizando em uma ou poucasesfeÍasde produçãoà base
de suas vantagensnaturais, Dm único país cuja especialização se
No tempo de Adam Smith este problema não se coÌocava.Dois
êstendiapor ampÌa gama de produtos e se bas€avaquaseque só em
a poliricanercanlilisrâ,ajndaem pleno vigor, Linhapor lim Dreci- vaúage,l.s adquiidas. Estava claro que a cÍã-Bretanha desfrutava
samenreevilar que a balançacomeÍciâl foss€deficiÌária. Mâj. nas
de uma situação nitidamente privilegiada por ter sido o pr;meiro
prime;râs décadasdo século XlX. o livÍe-cambismovinha Íazendo país a realizar a RevoluçãoIndüstrial e que o comércio internecio-
evidentespmgressose a preocüpâçãocom o equilibrio da bala!ça naÌ à basê das vantagenscompamtìvastendia a impedir que ou!Íos

148
t49
vantagensnaturais.N€Ía pârte de suas economias,que dcllomina'
Daises lhe sesuissem o exemplo.As vantagens adquir:daspela In- mos Setor de Mercado Exlerno (sME), as forças prodütivas atrn-
tender produtos manufaLurados a preços
ilaLerra lhe-permitìarn sìam niveLelevado,o mesmose dando com determinadâsalividades
que os custosde de paise' ení ini'
estagio
ã.it bui*ot do Produção ãe apojo à exportação,como os meios de tmnsporte e de comuni-
cial de industrializaçáo. cação e os serviçosurbanos nas cidadesque servramde entrepostos
Á constâtaçãodestefato levou à formulaçio do chamado"ar- aos fluxos de expoÍlaçãoe de imporlação Mas, o reslo da €cono-
gumento da indústÍia infanle": se um país desejaa1qrlrit vantagens mia dessespaíses, que não se benefìciavade qualquer ÌÂntagenl
ãomparativasem determinadoramo, d€ve proleger seu rnercadoitr- natÌrral.em ternos de so1o,clima ou depósitos mìneraispermâne-
tern; (do retoddo mmo) contm a concorrêncjaestÍangeiraaté que cìa exlremamenleatrasado, dando orìgem ao famoso "dualìsmo"
sua i[dústria lenha adquilido "maturidade" suficiente para poder ouc carÂclerizâos paíseschamâdos'tubdeservoÌvidoi" Pod€-sedi-
co[corÍer em pé de igualdadecom indústriaedos outros pâises,im- t"., po.tunto, que ã diuisao do mundo em país€sdesenvolvidose
Dlanladas hâ maisremoo.Esleargum3nlolevaem con.iderâção qJe
não'áesenvoìr,idãs resuÌtouda maneira como se estruturou o comér-
à. uunrun.ntadouìrìda'não são obra do acaso ou do destino,mas jnternacionaÌ parliÍ da RevolúçãoIndustrial.
cio a
resultado_ de umá evoluçãohislórica, que pode ser reproduzidanum É óbvio qre essa estÌulurâção condicionavatoda dinâmica da
ccrto lapso de tempo,mediantepolìlicâradequadasO argumenÌo iÌivisão inlerntcionaÌ do lrabalho à dinârn;câdas economiâsindus-
da indúiLriainfantenão desLruiua Teoria das VantâgensCompa- triaÌjzadâs.Na medida em que os hábitos d€ consumo e o avanço
raLirâs,mas le\ou a sua reiormulaçáo, dandGlheum cara(ermaiç
que um paisprotegereu mercado tecnológicodestasexpandìama demanda por certos produtos, os
dinâmico.DuÍanleo perlodoem oaisescue tinham vantagensnatürais em reÌâção a estes produtos
para âdquitirvanlagens comparativas,a 'ua produlivìdade é menor
podiam-aumentarsÌÌa parlicipaçáono comérciointeuacionâÌ e' em
que a mãxima,ou seja!o seu lrabalholbe propotciotraum volume exDandiÍseusSetoÍ€sde M€Ícâdo Externo, elevando
consecüêncja.
tl_evalores de uso menor do que se adotasseuúa polÍtica eslrita- o nivei aas forças produÍivas.Na medjda, poúm, que a evolução
medte livre-cambista,mas a mais longo pÍazo sua intggração no dos hábitos de consumo e o progresso tecnológico tornava deteÌ-
comérciointernacional se amplia, o que lhe perúite aliÍgir níveis minados produtos "obsoletot', reduzindo a demanda por eles, os
mais elevadosde produtividadedo que se se limitasseà especializa- paisesque se tinham especìaiizadoem sua produção vjam seusSe-
cão em menor número de mmos. iorcs de Mercado Externo (ou parte deles, ao menos) enlÍar em
Desla maneira a teo â do comércio internac:onalincorPorou, crise até desaparecerem. A jnvenção do motor a exPlosãoe o de-
iuíiÍicando-a Íacjonalmenle, a politica prolecioni\la que vários scnvoÌvimenÌoda indúsiria automobilísriceoferecemüm bom exem-
pasesque desejaramse jndustrialLaÍ- a começarpelosEstados plo destefato. Graçasà úpida expansãodesta indústÍia nas primeÌ-
Ünldos-e a Aiernanha - coúeçavam a pôr em prátìca Com a ras décadâsdestesécuÌo,sobr€tudonos EstadosUnidos, o petróÌeo
crescenteindustrializaçãocie diversos paises, a Partir do 1370'-a lornou sc importante produlo do comércìo interÍLacional,benÌefi-
concorência no merc;do muÍdial Passoua sel cada vez mais acil_ ciando os paiies nos quais foúm encontradasjazjdâsdesteminefaÌ,
Íada. As pr:ncipaisnaçõesjnduslrializadaspassarama prolegeÍ não o mesmo s€ dando com a borracha, o que beneficion inicialmente
aDenaso ìeu mercadointerno metroPolilanomas tambèm o de suds oì pa.sesque por.uran serinBJeiÍd'nalivàs das qua's se exlraia
còlônias e paisesdepondentes,constÌujndo "esferas de influência", o Irreì. Na píimeir" ddcala de'Le5eculoâ borrachdcompeliacoïì
alentro rlas quais vigoram sisl€mas de "pÉferências imperiais"' o café peÌo prineìÍo lugâr na paula de exportaçãodo BÍasjÌ. Logo
A lei das VantagensComPaútivascontinuavavigorando de,t"o das depois, poféÌn, o deservoÌvimentodas planlaçõesde serjngueìras
esferasde influê;cia, ondc as vantagensadquiridasdas metÍópoles trânfeÍiü â vanlagem compaÍativa para certos paísesdo Exlrefio
continuavam thes garantindo o monopólio da indústria, mas pas- or:.nÌe Mal!r,. Cei'ào. Indonesia e a econom;ade exp"r-
sou a ter força cada vez menor nas relaçõescomercìâìsg''tre as 1ação dâ Amazônia entrou em profunda crise, da qual aÌé hoje
esfeÍas. não se recuperou.
Na periferia dc cada uma destasesfeÍas,os paísesDãGindus- Após maìs de um séculode desenvolvimento do comércioà base
tÍializadosdesenvolviamuma patte de suas ecoDomlasque se vol- das vantagensCompaÍativas,ou seja, com crescenle liberdade de
tava inteiramentepara o comércio gxterrÌo, à base, em SeaaÌ,de
t5I
150
Ìroca entre as enìpÍesasprivadasdos diversosDaíses.o ÌesÌrlladonão
ong€m e é claro quc, por outro lado, os paísesnão desenvolvidÕs
foì unra partìlha igualitária dos ganhos da esp€cializaÇãoenlre to_ não tém qualquer conrÌole sobrc a oferta dos produtos ;ndustrjais
dos o. pa .e.. Ín,\ o riçr\et er.iqrecim"4rJdè um punhadodeleq. que impoflam.Dai se concluir que o comérciointeÍnaciondlso
enquolro 05 der-. p€rmânec;a-n e,.er..aln.(nreDotres.EÍa claÍo pods seÍ muluamellte benéficoentre paisesquando todos se encon-
que fcjrdm rico, ol pd.(.',que ,c ndr.triatirdfam,que obriveram
tram em p€ de jguaÌdade.Êm mercadosem que a oferia é conlro_
ïanrdgen,
"dqJ r:d.,\ e qLe de\fru.amde atlos nrvei. de produr:!i_ lada.pelos compradoresos pÍeços tend,m a ser fixados num
dade em nunrcrososramos, orjentadcsianto para o mercadointemo "países apenasa estos.
nrvel que lavorcce
como pâÍa o me.cado exÌeÍno. contìnuarâm pobres os oaisesou€
Esre ljpo de crítica ao funcionamelto do comércio inteÍnacio-
'o pu,lerrì. -1. nçrr âtra produrridade., u"i pou.o, râmosonJe nal. que naturdÌmente Ie!e foÍle repercussão
posuÌam \Jnrigcn. nalurdi(.,crdo a expanr;ode,re, ramos Iimi. fdvorávelnos paise,
nJo d senvolvidoj.inspìroua Teoriada Troca Desiguaì, torm;ìada
tadâ p€la demândâexiernâ poÍ seus produtos e pela concorrência
no inicio da décadados sessentap€lo marÌhta francês A. EmanueÌ.
de outrospaisescom vantagens naturaisanálosas, Na verdade,esta teoria já estavacontjda implicitâment€na formu_
Frc crradoJe cor\a\ toi reconhec do. Iogo-depoirda -2..Guer- Iaçáoricardianada TeoÍia dasVanlagensCompararj!as e foi erpl!
ra Mundial. pela chamadaTese prebisch-sjnger(ãmbos os autores cìtâmente rrenconadaímas nào des€nvoìvjdâ) por Mafx. No exém_
a apoca eÍam aÌros funcionárjos das Nações Unidâs): D ponto de
pÌo anterioÍ, vimos que a troca de 3 aviões amcricanospor 5.000
parlida era constituidopcla constataçãode uma tendôncìaa lonso
pare. Je .Jparosbrâ\rleiroslrari ganhosde 20.000hor;s de tra-
prazo ípeÌo meno' do Íi.n Jo seculoXIX àlé a 2." Cuefla M;_
balho para os Eúados Unidos e de 15.000 paÌa o Brasil. É cÌaro
dial) de deterioÍaçãodos iermos d€ jntercâmbiodos Daísesaue ex_ que a troca seÍia ainda mutuamente vantajosa,mesrnose os ame_
poÍrarim alimcr.o. e mardr.as-primJs. ou seja,que ó, p,eçó*rela_ rÌcanos cobrassem29.000 horas por avião: neste 'èaso 3 aviões
Ìr!o\ dc\rrsprodutostendiamd baixarrm relaçãoao. do, proJu,o.
cuslarìam87.000 horas e seriam rÍocadospor 5.800 pares de sapa-
manuÍarurddo. que e\re\ parçesimporra\Jm.Erra evotução;consrd_
tos (a 15 horas o par); os ganhos do Brasil cajriarnã 3.000 hoìas
laod arra\eJüaç estati.ljcrsde comifcjo externo Jd Grà-Breranha
(90.000 horas que seriam o custo dos aviões s€ fabrjcados,meüos
(quc..sendo o grândeeÁpofl"dorde p'oduro, manuÍdturados e im.
porLddorde mercddoÍjas ..colon:d:." 87.000 hord. cobrada\peto, EsladosUnidos)c os dos americanos
durantee\re peflodo,Le\e con_ Jüb.fkm a 28.000hoÍa. t)8.000 hora, que lhes cuÍaria fabricar
rin\la methôríados seustermos de inrercâmbio),eìa de certa forrna
o,contrario os sapatosmenos30.000 hoÍas qÌre ihes custam efetivamenteos 3
qur )eÍia de e,pefâr.de acordocom a Teoria das
^do
vânÌageÌB(omparatjva\. a\iõeì. E\te, dadosmosrramque a Teoria dâs Vanlagens Compa-
pok houve durante€sle periodo maiof raLi\asnão detefminade que modo os ganhosda erpecúlzaçaoiâo
ganho de produliv;dadena pÍodução iÌÌdustrial do que na de
ali- se reparlir entre as.naçõesque paÍlicipamdo inrercámbio.
Tello. e(.oncorrancrd,
mariria.-pÌimd,.tra ob\:o que num mercadomundiâl
rara se oelermrnafcomo os ganhosda especiaüaçàose Íepâr_
úe Jr\re o, preçosdos produros;ndu.(riâisdeveriam 1Êmè precr\o-fazermais algumash poreses. Emanueladmiteque
Ìer bar\aJoem retaçãoaos do5 arligo\ .,coloniais.. e não subido,
como (uD rm. u que aconteceu\o se explicapelo IaÍo de que, no, parses nãodeser\olvido,. os $larios sàomujromaisbairosdo que
embora tenha hav,do concorrência no mercado mundial formàdó no. pd:.e.de:envolvidoc e que poflanro as taxasde exploraçÃo(â
pelas naçõesjndustÌiâlizadasentrc sí, tal concoÍrêncja rerataoenrrea mar\-tdtjaproduridâe o valoÍ do saláÍio)sàomuiÌo
não exjstia mai e-crddasno\ primejrosdo que nos segundos.
nas reìdçóe5 com€rciâis en'rc nâ(õesjnduslr;alizadas Esrasbipóteses
qeqen\oivrd-(. e nrçOes nao \e pelo Íalo de que a Lécnicade produçàoadoLádano
poit es,a\ d?pcndpmeconomicamenre daqueÌas. Esra _JJ.rrlrc"m
dependência SME dâ Ìnaioria dos paisesnão desenvolvidos é, engeral, bastanr€
sc man-fe.rano Íato de que a otefla da Àaior Darre
oos proourosprlmano\.no mercrdomundial.e controladapoiem_ avançddâ(bâ\ta pensar nas plantaçõesde banan;s da Unired
presasdos-par.es;mpofladoÍe,.Empre.ascomo a Unìted r.rurrou no\ poço5de perróìeoda SrandardOil,. o que leva â con-
ËruiL. a clurr que â pÍodurividadedo tmbalho neste caso não deve ser in_
srandardur-. a AndersonClalton e outras!endemevidenremenÍe
a onenÌar seusinvestimentosde modo a asseguÍaruma oferta f€Ìior à qÌre prevalece nas economiasindustrializadas.So isto for
abur- assim,é óbvio o que se segue:que, ganhandosalárjosmaìs baixos
dante e barata de matérias-plimase alimentospara seus países
de (o qÌre, de fato, se verifjca), o iÍabalhador do SME dos
Daís€snão
Ì52
ts3
desenvolvidosdeve propotcionaÍ ao capitalistaum 1ücÍo bem mais pitais tendeÍão a s€ rgtirar da produção aÍericana paÌa o mercado
€Ìevado. Emanuel supõe, no entanto, que há um mercado inteÍra_ externo (digamosde aviões). Quando este movimento de capitâis
€ional de capitaise que, po anto, a concoÍência entrc os próprios tiveÍ atingido ceÍto nÍvel, afetando significativamenie o nível
capitalhtasnão permite que persistapor müito tempo uma situação de produção,a oferta de sapatosdeveÍá cÍescer ao passoque a de
€m quô algumas ômpÍesas,que investiramnos Setoresde M€rcado aviõesiÍá diminuir. É claro que nestascircunstânciasos preçosdos
lxterno dos paísesrÌão desen!'olvidos, tenham taxas de lìlcÍo subs- sapatosdgveÍão acabaÍ caindo o os dos aviões, pelo contráÍio. de-
tanciaÌmentemaiores do que as que invesliÌam úos paísesdesonvo! \aião subír até que as taÍas de lucrc em ambas âs indústriasvol-
vjdos. É de se esperar que, neste caso! o capital aflua ao SME dos tem a se aproximar. MostÍa assima Teoria da Troca Desiguâlpor
Daíses nào desenvolvidos, à procura de uma laxa de Ìucro majs que, numa econamia capitalista internacional em que os capitais
ilerada.o oue dete acarÍetaruma olcÍla cre5cente de ârrigos'colo-
se transferemfacilmetrtede um país a oütro, os termos de inter-
niai', corÍf a conseqüenLe quedâdo. seusPÍeços.alé que tâÍa cânìbio têm que deteriorar pam os paísesem que os custosde pro-
-a
de lucÍo dos empreendimentos nestestamos não seja significaiìva- dìrção (com parliculaÍ ênfaseno saÌário) tetdem a cair em relação
mente maior do que nos demaisÍamos dos paísesdesenvolvidos' ao dos seus parceiÌos de intercâmbio.
Explicar-se-iaassim a delelioraçáo dos telmos de intercâmbio Um dos pressupostos c ciais da Teoía da Troca Desiguâlé a
dos paises não desenvolvidospor uma tendência à superinversão rigidez da divjsão internacional do tübalho. Se essa rjgidez não
no. óor.or rat'o* de exportâçãodede( países.que são muitas vezes exjstjsse,no exemplo acima os capitaisviriam ao Brasil (e demais
domìnados peìas firmai dos paises ìmPortadores. Esta tendèncra paísesem qüe o nível de saláriosbaixou, em termos relativos) náo
seria. Dor sua vez. cada vez ma:s ÍoÍle Íla medida em que o diÍe- apenaspala fabricâr sapatosmas também para fabdpar aviões.Nes-
rencial'de saláriosenlre paicesdesenvolvidos e Dáo dese0volvidos
que eletiva- te câso,o efeito da elevaçãodos saláriosnos EstadosUnidos seria,
1e âmDlia.Os dados colelados Por Emanuel mostram
a cu o e a longo pmzo, um decréscimoda acumuÌaçãode capital
m€nte â dilerenca entÍe os níveis de saiáíio de diversospaíses(em e, no limite, uma paralisaçãodo desenrElvimentodas forças prc
aumentado rlurante os últimos 100 ou 150 anos, Íáo só entre os dutivas.
Daísesdesenvolvidose não desenvolvidos,mas também dentrc do Na v€rdad€,a divisãointeÍDacionaldo trabalho é de fato tígida
ionjunto dos desenvolvidos. Assim, os saláriosnos EstadosUnidos quândo se tmta do pÌodutos cuja oferla dependede recutsosnatü-
chegarâm,em 195G55 a ser cerca de 5 vÕzesmaioÍes qüe os da
rais Íelativament€escassos. O caso recetrte da elevação do preço
Alemanha Ocidental e quase 4 vezesmaior€s que os da Gtã-Breta-
do petÍóleo ìlustra bem este caso. Os países expo adores de petró-
nha. A expÌicaçãode polque os saláriostendema ser cada vez-mâis leo - os quais são todos países não desenvolvidos- se organi-
desiguaisèntre países(assiÌn como dentro dos diversospaíset de- zaram na OPEP e d€cidimm anular a deterioÍaçãodos termos de
pende de uma comPlexainterâção de fatorcs e€oÍômicos, demo-
irtercâmbio, fixando o preço do petÍóleo em nível muito mais ele-
gráficos e institucionaisque no momento não convém tenlar des_
vado. Esta decisãopolítica mostrou ser factível a partir do momento
iinaar. o que importa, do ponto de vista da teoria do comércioìÍI- em que os membrcs da OPEP se assenhoriaram do controìe de sua
lemacionaÌ é que - havendo uma divisão intemacional do trat'a- produção p€trclifera, rompendo deste modo a dependênciaem quo
tho r€Ìativamenterígida, cada pais tendo s€ especializadoem de_ antes se encodtravamdos paisescompradoÍes.O fato d€ que estes
teÍmjnadâs ljnhas de produtos- os fluxos de capital entrc os não pudemm, pelo menos a prazo médio, substituir o potróleo da
laíses lendem a equalizal as taxas de lücro mediante a variação OPEP pelo de outras fontes, tendo qu€ aceitar o preço fixado pelos
àos preços dos produtos, que terrdem a baíxar Dos países de salá- exportadores,confirma bÍiÌhanlemente um dos pontos básjcosda
rios em queda (em relâção à média mundial) e a aumentar íos Teoria da TÍoca Desigual: o de que a elgvaçãodos custos de um
pâísesde saÌáriosem alta. Isto sigtrificaque se o nível de saÌários produto de exportação (que pode ser originada numa alta de salá-
iobe nos EstadosUnidos, poÌ exemPlo,em relação ao Brasil, Dum rios oü numa decisãopolítica) tedde a melhomr os teÍmos de ;r-
Drimeiro momeíto a taxa de lucto será maior aqui do quÔ lá. Isto tercâmbio dos paísesexportadores,desde que estes disponhamda
ãtraiú capitais para cá, què vão €xpandir lossa produção para o maior parte dos recunos nalumis de que é extraído o refeÍido
meÍcado externo (digamosde saPatos) e ao mesmo tempo os ca' pÍoduto,

154 b5
Um outro t;po de produto em que há rigidez nâ djvisão intel in:c:âlde indu.rrjalização. É claro que no casodestesprodutosin-
nacionaÌ do trabalhc é o dâs meÍcadorjasque são fruto d€ desen- du\lrrJi(o\ cuctosde produ(àodependem. em grande medida,da
volvjmento tecnológico mais ou menos recente, EsÌe fato foi am- e,câÌdde produçáo.\os paÀesa;ndaem desenvolvimento. de sran_
plamentejnveíigâdo pelos proponentesda TeoÍja do CicÌo do Pro- de população e. por i\so. de amplomercadoinrerno,a indústria-tevè
duto âplicado ao comércio jnternacionaÌ.Esta teoriâ (surgida nos (produtora de beÌrsde consumosemiduráver's) consegueatiÍgjr vo-
úliimos anos) pârte da constataçãoqué cada mercadoriapassapor Iümes ponderá\ei de produçàoe. graças à economiade iscala.
várias fases,desde o momento em qÌre €la sürge como ftuto de Dâxo. cusros,tsso permttequc estespaises.numâ segundafase,sc
uma lnovaçáotécnica até que seu consumo se expande,a técnica lornem exportâdoresdestesprodutos, jncÌusive parâ os paísesmâjs
de produçãose padronizae os custosde produçãocaem a nível re- desenYolvidos.
latjvâmenie baixo. Quanto mais "no!'o" é um produto, tanto mais No caso do BrasiÌ, por exemplo,a prim€ira fâse da substituicão
ele requer sofistjcaçãotecnológìca,máo-de-obra altamente qualifi- de imporL"(des de ben. de consumosemidurávetse deu ..pro;so
cada e consumjdoÍesde elevado pod€r aquisitivo. Quando o p.o- nìndo".durapreâ pf:meirametadedesreséculo.A sesundafas; teve
duto "enveÌhece",tais requjsìios se torllam menos importantes e seu inicio algo retardado. poi os paises induíÍiatizãdos protegiam
as vantagens comparalivasde quem o pÍoduz passama dependet - como arnda protegem,em parte _ seüs mercadosintemos con-
pÍimordialmentedo baixo cìrslo dos fatores de produção,principaÌ- lÍa a concorrênciâde produtos industÍiais de paísesnão desenvol-
mente da mão-de-obra.A partjr daí é fáciÌ entenderque na divjsão vjdos. A partir da décadados sessentâ,no entanto. houve conside_
inÍernacjonal do lrabalho, os paísesfo.temeÍte industriaÌizadose ráveÌ ljberalizaçãodo comércjointernacìonal,o que teve poÌ efeito
de aÌlo nível salarjaÌ tendem a monopoüzara exportaçãodo produ- a tÍânsferêncjada exportaçãode uma séÍie de prodttos industriais
tos "novos" ao passoque os paísespouco indüstrialjzadose de bai- "velhos" dos paísesdesenvolvidospara alguns ainda em desenvoÌ-
xos saláÍjostendem a se €specializarem produtos ..v€lhos". É esta vrmelro.O Brasil.gíaça\em parle ao seu extensomercôdoinlerno,
a raáo por que os EstadosUnidos continrìam exportando aviões. Ìor um..do(- parresque. sem ter âtingidoainda elevadogÍau de jn_
ape.ardo' ralariosdli seÍemaìto), em vez das empresas aeronáuLi- oucÌ_raIzaçao. tornou-5eerportddorde numerosos produtosindus-
cas se transferjrem aos países úo desenvolvidos,onde o cuslo da
mão-d€-obraé muito mais baixo. É que o avião ainda está sujeito Nesta área, poÌtanto, não foram os termos de intercâmbjo que
a um vlgoroso processode aperfeiçoamentotécnico, assjm comô mudaram (como faz supor a Teoria da Troca Desigual), rnas â ã!
os computadores,ce os produtos químicos, aparolhos eletrônicos visão jnternacional do trabalho. Na medida em qu; a difeÍençâ de
etc., etc. O fato destesprodutos Serem exportadosexclusivamente nÍveis saÌarjâisentre países desenvolvidose nãó desenvolvidôsse
por um punhado de nações aÌtam€nteindustdalizadasconfirma o acenruar, oev€-seespeÍar umâ contínua tmnsferê[cia de especiâÌi-
pressupostoda Teorja da Troca Desigual e atesta a dependênc;a zação (de produtos "velhos", ó€m erÌtendido) dos primeiroì pam
tecnoÌógicado rcsto do mundo em relação a estaspoucas naçõ3s. oc regundos.l\a medidaem que e5la trançferèncitse dá sób a
Assirn como o Japão ou os EstadosUnidos são obrigadosa pãgar êgide Jas companhias mullinacionais.ela deve ser encaradacomo
os preços do petÍóleo fixado pelos paísesparticjpânles da OpEp, a respostado câpital às exigênciascâda vez mais prementesda clâs-
est€se os demais paísesnão desenvolvidossão obrigadosa pagat se operáÍia dos paísesindustrializâdoscapitalistaJ.
p€los avjõ,-s,computadoresetc., os preços qìte os mo;opólios_aÃe- De.ta maneira.devê-seconcluirque. enquanloo pfocessode
ncanos, lâponesesetc. por eles cobram, ìnovâçro lecnologìcdconlìnuàrcomo monopóliode um Dequeno
O pressupostoda Teoria da Troca Desigual é menos verídico número de paises capjtalistase o diferencial de salárioscòntinuar
no que se refere aos produÌosque estão..envelhocendo,'. isto é. oue
aumenÌando,haverá de um lado uma tendênciaà deterjoraçãodos
não esr;o,olr€ndo inovaçõe.recnológ;cas termos de jntercâmbio (como a Teoria da Troca Desigì'lal -
há algum tempo.Êsiao prevó)
nesie caso muitos bens de consumosemiduráveis,tais como tecidos. e de outro,uma contínìratransformaçãoda divisãointernacional dó
arligos de vestuário, sapatos, móveis, bicicletasetc. Tais Drodutos tÌabaÌho, peÌa qual uma parcela cada vez maiot da indústria mun-
começamnuma primeira la,e a teÍ a sua importaçãosutsriruida dial. (dominadapelo grandecapiratinlemacionat)rende|á ; .;;
por produçãonâcionatnos mercadosinternosdõs paisesem e.táglo rocatìzada em paise.de baixos saláriose amplo mercadointerno.

1Sts r57
çâs produtivas.Toda cogitação qüânto ao desenvoÌvimentoé, por_
ianto, recente e, como 1a1,âs aboÍdagensrefletem a eYoluçãodu-
iantc as úÌtimas dócadasdessasduâs correntesbásicasdo pcnsamen-
DÉCIMÀ PRIMEIRÁ ÃULÀ io cconôm;cocontemPorâreo
vamos examinaÌ primeiro a concePçáomarxista os economjs'
tas maÍxistasquândoabordam o desenvoÌvimento goíalmentecome_
a se peÍguntar de onde süÍgo o Problema, qual é a origem
çam
hjstórica o cconômica da divisão do mundo cm pahes desenvol-
ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO vidos e não-dcsenvolvìdos. Pojs, evidcntemente,o processode supe_
Íâção destâdifeÍença, deste abismo enlre um tipo de país Ô oulro
só pod€ ser analisadoe enlendido a partir da análisee da comPre-
O desenvolvimento é um problema que assumiuuma certâ Ìm' ensaoda origem dà diferençâ.E €sta origem se expÌica pela ,eoria
porÍánciano deb"Ìe económ:coape'1drno' úllimoi 20 ano.. prdli' do ìmyliatis o. O capilalismo, pÍincìpalmente o capjtalismo in-
camenle depois da SegundâGuerÍa Mundial. É um tema especì- duslrjâ1,iem iorças jmanentesde expansáoO capitalismoirdustrìal
ficamentenovo no campo da economia.Por isso não serja possívsl não conseguepermanecerdeÌrtÌo dos lìmjtes estreitosde uma área
fzzer o que foi feito com os demais tópicos, ou seja, uma abor- ou íle unÌ lerritório nacional. As suasfoÍçâs de expanúo, o ritmo
dagemcdtica dâs düas correntesfundamentaisdo pensamentoeco_ febil de acumulaçãode capilaÌ exigem, como vimos, lanto uma
nômico a rcspeito do d€senvolvimenÍo.É posúvel, porém, moslrar deman.la crescentedos seusprodutos, ou seja, me1òadoscada vez
como os herdeiros,os Íepresentantescontemporâneosdessasduas maiores,como lambém áreas cada vez maiores de investimentode
correntes,estáopensandoo assunto.Pois não havia uma cogilação câpital. As duas são condiçõesnecessáriaspara o funcionamento
a Ìespejtodo desenvolvimenlonem em Mârx dÍetamente ÌIem nos Íomal do sistena capitatista.É pol isso qu€ o sistemacâpitalisÌa
teóricos seus contemporâneos,qì.redemm origem à escola mârgi_ não permâneceureslrito a um determinadopaís.
nalhla. Marx, por exemplo, achava qüe o futüro dos paísesque À Revolução IndustriâI, que deu à InglaterÍa uma posição
estavâm s€ndo colonizadosoÌr dominados coÌonialmentepelas po- muilo privilegiadano mundo do século XIX, se expandru para a
téncias capitalisiasseÍia semelhanteao dos paísesindustrializados Europa ContineniaÌ, paÌa os EstâdosUnidos da Amédca, paÍa o
Há uma famosa Írase dele em qìre dizia que a Inglaterra "é o es_ Japào,e acabou atingindo indiÍetamentetodos os demais paísesda
pelho do futuro dos paísesmenos adiartados" A IngÌaterra ela, América Lalina, da África e Ásia. Mesmo que fosse do int€resse
enÌão, a maior po!ência industrìal. Portanto, Marx não concebeu da bJ gue,iaingles"ou do polo inglir o seu pais conL;nuara "er
o desenvoìvimento como um processoespecífico,difelente do cres_ o único completamenteindustrializado,a lógica do sislemanão po-
cimento,nem analisouas conlrìbuiçõe\que haveriaem um mundo dia impedir que âs meÌcadoriâsinglesase o câpital inglês simulta_
om qus apenasalgunspaís€sestivessemindusirializadose em estÍei- neamentedestruissemas folmas de economiapré-câpitalista,quais-
ta reìaçãóeconômicacom os demais com um tipo de oconomia quer que fossem,praticamenteem todos os conlinenlesdo mundo"
muilo djfererÌtee mais atmsado,pol outm ìado,o ploblema sequer E\,identemente,o capitalismo,levado Para a EuÍopa, pelâsmct-
s€ colocavâpaÉ os marginaljstas.Sê Marx, devido à süa aborda- cadofiasinglesâs,pelo ccméÍcio inglês,pela fjnança inglesa,repÍodu_
gem histórica. deìl uma so1üçãoque em tcrmos abstÍatosnão deixa ziu cìnqücntaanasmais taÍde, no Contincntc.a mesmaRevoÌuçãoIn-
ãe scr verdadeira.mas que em lermo\ do qu€ acontecehoje não dustrial que se tjnha dado Íta Inglaterra Ao jmperialismo ingÌês
é relevante, nem sequerse coÌo.aramo pÍoblemado
os margiÌralislas somaram-seo fÍancês,o aÌemão,mais taÍde o russo, o japonêse o
d€senvolvimento.Isto devìdo à sua ênfase Éicrceconômica, como americano.O cenário mundial, no qual o problema do desenvoÌvi-
vimos na pdmeira aula, Os marginalhtas,seqüel se colocavamo mento se coloca, é o fruto de uma expansãoimpedalista que co-
orcblema ãe saber se uma dcterminada economia,enquânto taÌ' meça no séculoXVI, com a expânsãodo caPital comercial ibélico
ionesponrlia oü não ao está8iopossívelde desenvolvimentodas foF e mais larde holandés€ ingÌése que tomou suasformas definitivas

158 t59
e atingìu o âuge de sua força expansivano séculoXIX com o ca_ O reío da economiacolonial permanecena sjtuaçãoiìnterior, ou
pitalismoindustrìal. seja, de ecoromìa de subsistênciaque, no entânto, é suborditlada
que foi que o irÌrperialismofez para os paísesnão_desenvol_ inteiramenteàs nec€ssidades do Setor de MeÍcado Externo.
., O EntÍe o Selor de Mercado Externo, refletindo a penetraçáoca-
vÌoos. para ãs economrasque não eram câphâlistas?Ás análises
clássìcasmarxistasdo imperìalhmosão duas: uma provém de Rosa pilalista, e o SetoÍ de Sübsistência(SS), herança do passadopré-
Luxembureo. oulr" Je Lenine Aïbâs basicanenLe capitaÌista, se espreme um peqüeno SetoÍ de Mercâdo InteÌno
ãborda.ra ques (SMI) que representao embdão do capitalismoÍIacional,mas que
tão do ponto dc vista do pais imperiâlista. Eles esravaminterássa_
dos em entenderquâl ó a repeÍcussãodo jmper;alismonos país€s é, enquanloa economiapermanec€colonial, compÌetametrtedepen-
alrâmerÌeinduslridÌizàdoç. onde se e.per"vaa ectosàoda Rivolu_ dent€ do Setor de Mercado Externo. O SMI é constituido pelos
comerciantes,tÍanspoÌtadores,armazenadores, enfim prlos empresá-
çio Sociâìi(rd.Apena) Ro\a Lu\emburgo,no seu li\to Acunuta_
ção do Capital, dá cerra ênfasetambém âc que âcontecenos pajses r:os nacionaisde exportâçãoe de jmporLação.
colonizados.Ela tem análisesrealmente magnificasdo procesìode Como se iniciâ o desenvolvjmento? Eie começa,em geraÌ, pro-
colonizaçãoda Argéliâ, da Índia e do o€ste dos EsraàosUnidos vocado exlernamenre pelas crjses mundiais do capitâlismo,O capi-
da Améfica- EÌa eÍüda a colonizaçãodestapaÍte dos EstadosUni- l!Ììsmo mundjal sofre crisesque se manifestam tanto sob a forma
dos da Amérlca,mostÍandocomo o índio foi extermjnado e expro- de cr:s€sde coniunÌura cíclicâ, ou s€ja, pela sucessã'o dc fases de
pfr"do pelo avançodor pequenosagrrcutrores. As rerrasda ..Íion- ascensão,de crjse aguda € de depressão,ou então sob a forma
re'râ . que âvdnçavapruìatinamente para o pacrÌjco, iâm .endo d€ guerÍas mundiais. Os dois fenômenos que evidenlemenlesão
dr\idida' em hom€steâds.. em pequenaspropr:cdades Íaïiliare, muilo diferentes quanlo à sLìaessêncja,tém o mesmojfeito sobre
dando lugar a umd economiado lipo cdmponesd.Uma scgunda as EconomiasColoniais.Eles reduzemenormementeo fluxo de co-
vâga, a penetraçãodas grândesestradasde ferro, leva à expràpria_ mércjo internacional,po anto lêm um jmpacto foriemente n€ga-
ção de parte dos pequenosproprietáÍios pelos magnatasfirràvìá_ tivo sobÍe o SetoÍ de Mercado Externo, o que deve.ia fâzer, à pri-
rlos. Á construçãodas esÍüdas de ferro tmnscontinentaìs.que cor- meiÍa vjsta, a economìarecuaÍ para o seu estágiomais pré-capita_
ra.n o\ E,tado) Unidos da Américâ hoje, de São Francjscoate liía. Acontece, no enianto, que em determinadospâíses (embora
Novà York. ,leu lugar a grandeexpropriação de terras e â ìrrâs não em todos) quândo esta cíise do Selor dc Mercado Extemo se
sdngíenÍaq. As eDopijacdo Far-Weí !ào rreqüenremente episódios manislesta, cr;am-sc as possibiljdadesde substituição de ìftporta-
dessagrande Ìura do capitâÌ colonjzador,que seguiu nos câlcanha- çõer. o selor de Mercado Intemo, que era merameÌÌteum apendice
re\ üoc pequenoc âgÍiculLores e os expropriou,acarretândo a trans- do SetoÍ de MeÍcâdo E,1tterno.passã a crescer auionomamente,
lo'maçJo.de-todo o ÌerriLório,hoje compreendido nas fronteiras subsrituindo peÌa sua produção os pÍodutos antedormenle imPot-
oo. ts\ÌdoocUntdoc.em uma economiacapilalistaadjantada_
De Rosa Luxemburgo,portânto.a anãlir€marxislado de\en- Como jluslraçãodesseprocessopod€mostomar poÍ base a his_
volvìmento rccebe um subsidio importante. Ela nos permite enten- tória brasileiÍa. No fim do sécìrlo XIX o nossoSetor de Mercado
ler que na EconomiaCotoniat,que é o re,ulladodi erpanrãoim- Externo era pfedominantementerepresenladopela cafeicultura. O
pefla sla em paisesque nào sofreramauÌenlicamenre a Re!olução Brasil era ÌnternacionalmenteconhecidoapenasPelo seu café, pro.
Indunriâl..secria_um enclavecâpiratttaI,gadopeta divisãoinier dulo que era, em certa medjda, um encÌave estÌangeiroÍIa econo
nrcìonar_ootrabathoã economìados pâise5capila';slasindu,(ria_ mia brasileiÍa, pois depe'ldia tolalmente da demandaexl€rna. Áo
Ì119!9s. E o que nós chamâmosde Setor do Mercâdo EÌremo lado do Setor de Mercado Extemo desenvolveÍam-se atividadesco-
(f!18) que aparecena histórìa do Brasil sob a torma aos mefciais, sobretudode Mercado Inlemo, tealizadaspor companhias
farnosãs
cicÌos: ciclo do açúca., do oüro, do café, ata bormcha. Cria_se.oot- comeÍciajs,bancos,companhiasde serviçospúbl:cos,ferrovias e as-
ranÌo. em uma parle da economiaum s€tor que reflele as sim por diante, qÌre vivjam essenciâlmedte do comércio de expoÍta-
tÍ;n$
foÍmações da economia capjtalisÍa industrial eiterna. É, portanto, ção do café e da importâçáode mercadoriase bens manufâturados.
umê economiareflexa: ela crcsce ou decai pela açao dá ìemardá A primeira crhe de sup€rproduçáodo café, em 1896,encontra
e da exportaçãode capital dos paísescapit;fistas industrjaú;t; o Setor de Mercado Interno começandoa gerar algumâsindústrias

160 16T
e ela i'ai ajudar o desenvolvimentojndustrjal. na medida em oue
em süa composjção:passama ser jmpoltâdos menosbens de con_
p-oreie Ììais a indu,rria bra(ileirâ da concorrénciaesrranpeÍa.
sLrmofinal. porém mais bcns de produção A tendêncìado des€n-
Quando,c dá a Primeira Cuerra Mundi"r.o mesmofenómeio.e lolvimento; forçâr uma impoúaçãomaioÍ, porque lodo processo
repete. Com a cÍise mundial de 1929 segujdapor üma década de de crcscimcntoìnduslrial, no país que se desenvolv€'sc dá a pârtrr
d€pfessãoe por um qüjnqüênio de guerra mìlndial, o processode
Jc bensde líoJrÌçào'mporrado.l nláo do pontoJe viia mcrdmen-
inJu('riali/ação. alrave, da (ubsliluiç;ode imponaçòe..prossegue. te do mercado,c;nvém lotalm€nte aos paísesadiantadosque os paí_
E preclso entender que o pÍocesso de des€nvolvimentocapitâ_
_ ses de economia coÌonìal se desenvolvam.Evidenlemente,há um
lista é estimuladopelâs contradjçõesmundiais do sistemae é Íes- limitc para essaimportação,conslituídopelo valor da erportâçáodos
pondido pelo capitalismo dos país€s adiantados de umâ forma A capdc:dade de imponar do Brd'iì. poÍ
posjtiva.EÍe foi um dos pontos-chavesda mudança que a análhe DJr.esnáo-de\e1!ol\idos.
ixcmolo. c dada oelo volume de divisasrecebidopoÍ aquilo que
marxi.tâ da siluacàodo. p"rsesnáo-d€.crÌvolvidos ie!s oue sotrer. nós vindemos ao; paísesjndustriatizados.Na medida em que estes
Ale o rin da segunddCuerra Mdnd;a',isro e. ante( q;e se Den-
âbsorvemnossasmeÍcadorias,eÌescriam mercadopara os seus pro-
sa\re 1() proce\sode desenvol\im€nro como ìjm Droces5ó esDeciÌico dutos, O processode desenvolvimenlonão âfeta, em absoÌuto,este
de rran,lo-Ínaçáo económica.era lugdc,comum ã análisemarxi,ra
supor que o capiral imperialistaesbva estreitamentelisado e aljado
Em segundolugar, o proc€ssode descnvolvimeÍloabriu mag-
a chamddaoligarqu'alocatque se fundam€nra!à no S;tor de MeÍ_ nífìcas áreâsde invesÍimentode capital aos paísesmais adjantados
cado ExleÍno, Supunhâ-seque o imp€Ìialìsmo estava iÍrteressado capr-
E eÍe foj um dos componentesessenciaisdo desenvolvìmento
exclusìvamentena manutençãode todos os Daísesafricanos.asiáti_ taljsta.Uma vez criadasas condições o eslab€lecirnenlode novos
Para
co. e lalino-americanos e do .udesteerrop.u .Ìn uma situacâode Íamos indüstriais,o capjtal americano,o alemão, o iigÌês, o fÍancês
economiacolonidl.E que qualquerdesenvohinenro. qualquerrrans- e ass;m pof dìantervão se colocar lucrativamenie nos paísesem
foÍmação dessaseconomiasno sentidocapjtaÌhta seria obsiaculizado, desenvoÌvimento.
na Ìedjda_dopoç,iveÍ.pelapoliricadas poléncias imperialinas. pois Sob esseponto de vista lambém o desenvolvimentofavoÍeceu
rrm. nao toi o qre ocoríeu.As porénciasimpenal:5tas preíeÍiram. os interessesdos paísesimperialislasqüe, anl€s' linham nas eco-
0as'aÌleìnlellgenlemenre. parrìcipardo procesroem vezde procurâr nomias coloniaisuma área extremamenterestÍita de investimento:
derèJoe isLoena\a perreilamente em haímoniacom os seusinr€_ bâ,ic"mcnreÍerroriac,ser!iço' publico\ e. eventualmenle. minera-
resseseconômicose politicos. Em pdmeiro lügar, porque na m€dida Hoie a inJú\lra européia.ameíicana. japonesaencon'Í4. possi-
eï que se dá o d<scnrohimenro ção
por (ub(riruiçàode imporrdçõe, ú;l;aua"i ae jnvestimento, nos pâísessubdesenvolvidos,na sideÍuÍ-
cresceo mercadojnlernodestcspa^e(:obviamenre,cre(ce o merca_ gìa, na produção de materjal elétrico. de materjal d€ transporte,
do paÍa expoÍtaçãodos paisesindustrjaljzados.Süpunha_se, ingenuâ_ de alimentose assimpor diante. Não há, portanto, essacontradição
ments que na medidaem que o Bfa,iÌ. por eiempo. produTisre le_ ou seja, que o desenvolviÍnentocapitalhtâ é necessariamente ânta-
c.do,. a indúit-ia léxri ingle:dperderiao mercado.Foi evidenÌe_ gónicoa pcrclraçio jmperialislaPe'o conÌÍário o deser!olrimenlo
menle o que aconteceu.Porém os tecidos brasileìroseram de fio ãbre mclhorcspãap.'cLiia'dc jnLegraçào desraseconomì4,no capi
inglés.Após algum t€mpo, o tecido nacional fjcava mais barato e. talismo inlernacioíaÌ.
enr conreqüéncia. amptia\a-seo mcrcadobra.iteiÍode tecidos.o É precìso tinalmente salientar que a anáÌise maÍxistâ aponta
que levdvad impofldÍ um r,tor ma,or em rermosde fio. do oue as conlÍadiçõesdo processo,qÌìe tem suas limitações fundamenlajs
ânte"..c ;aìporrd\â{m recidos.Depot é que se deu a .ubstituiç;o no fato dc que o desenvolvimentocapitalista (que seria enÌendido
do Jro in"'Ìè\pelo br"(ileiro.Mas esreseram fiados por máouinas conìo pÍocessohis!órico de superaçãodo retardo, que impediu que
jnglesasassjnÌcomo, depojs,eram tecjdospor
rearesirìglesesê eram cíes paíscs âtingissemo m€smo gÌarì de expansãodas foÍças pro-
tngldos por coÍantes alemãese, provavelmento,embaladosDor al_ dutiva! que os paísesindustí;alizados), na realidade, é frustrado
gum oulro mdlerialimporrado. pelo seu próprio caráter. Vários dos paísesnão-desenvolvidos se de_
O proces,ode sub.liluiçàode impoflaçòe,não acarÍetaLma senvolvem.mas semprecom um certo retardo O desenvoÌvjmento
drmìnuiçãoabiolul" do vâtor das ;mporlaçòes, mâs uma mudanca é real cnl termos do passadodo própdo país. Se pensarmosno

Ì62 163
Blasil de hojc, comparâdo com o de há 30 anos.sem dú.!jdaalcuma avanços científicos, em termos d€ inovaçõestecnológicas,o qu€
o Dri\:c rnlu'lrirlizou.Mas sc Íornìo, fczere compernçìoenìr< o dizer de um pais como o Haiti, o Nepal, o Ceilão ou as Filipjnas e
Brasilde 1930e os EUA de 1930,c o Brâsìldc l9ó8 c os EUA de muitos outros? Paisesque, além de s€u reduzido tamanho,têm toda
1963,verificarcmos que a Lliirrcnçarelalivanão d:nìinui. a pobrezae todo o atnso de séculosde exploraçãocolonial!
O dcscnvolvinìcnro capiraÌislaé unì proccssode rJdistrjbuìção Es!â seria, portanto, uma análise marxista do processode de-
de inveÌsôes do grândccap:raljnlcÍnâcional, organizâdo em conìpa- senvolvimenlo,que concluiria com uma análise critica da lentatìva
thirs muhinirj.u..:.. no pt3nomundi.Ì1. EsrecapirulprocuÍccondi- de superaressesobstácuìosatravésde uma jntervençãocadavez mais
ções rnais fa\,or:iycispariÌ se valorizar, dirjgindo-sea paísescom âtiva do Estado na economiâ,na lentativa de realmefltesubÍituir
nìÃo-de'obra abundnntce baraÌa,poÍtantocom ampÌo mercadoin- os processosclássicosdo capilalismopor uma espéciede capitaÌismo
leÍno polenciiìlc quc já lnìciaram,de forma autônomâ.o Drocesso de Esrado.
Jc sub:r.rrri\.1oJc ijIForrrLÇó.js.
Ntto há dúviJade que o inÍiuxo Je A expressíode Caio PÍado JúnioÍ, fâÌando de nossaburgu€sia
,nversaÌcs das nìLlìtinrcioDaiscìn paÍsescomo o Btasil,poÍ exemplo, como uma "buÍguesiaburocrática", que foi criada por mecanismos
aceÌcrao processodc jnduslrialização,nlas ÌanÌbóm o freia na me- de intervençãoestatal,é perfeitamentejustifjcada.Esta análisetalvez
didâ cm quc l&is ilìvcrsõesreforçânÌ o monopólìo tecnológicodas permila, no fuluÍo, desenvolvera crítica de um capilalismode Esta-
naçõcsjÉ industrialìzadâs, As multinaciônajs lransferemàs subsi- do que é o resultadodâs contrâdiçõesdo desenvolvjmentonas con-
diáÍ:as apcDâso k ow-how ptonto, continuando o dcsenvolvinÌen- dições capjtalhtas.
to dc inovaçõcslecnológicasü ser atrjbuição exclusjvadas rnâtrizcs. Vamos agoÍa ver a co[cepçáo pós-keynesiana, que é a concep-
Embota Íolsc po$sÍvcleos paísesenì desenvolvimentoromÊer csla
ção mais corrcnle nos meios governam€ntais,tanto dos paísesnão-
rc diJo dL J( finJiìcia Jo g-0nJ( c-pi.rl inrcrnac,on:rl.poi. o t,o,, desenvolvidos como dos desenvolvidos e, evid€ntementg,também nos
l?op tàmbóm pode ser compradosem se cntregar o mercâdo irter- meiosacadêmicos.
nô às subsidiárias dasmultinacloDais, o fato é que €sla possibilidade Em primeiÍo lugar, não se coloca o problema do não-descn-
nuÌìca 5e concreLjza.A raz.ãobásjcaé política: um processode de- volvimentocomo um fenômenohìslórico. Ele é exclusivamenteen-
senlolvrmenloaulônomo leria que ser realizado com pâ(ricjpação tend;do e analisadocomo um caso de crescimentoÍetaÍdado, Daí,
predominantcdo eìììpresas estâlajs,já que só o Estado serja capaz inclus;ve,a expressão"subdesenvolvimento", qu€ procuro evitar oü
Je muLJi. za. e colccordr 05 rccursoJde rapiral nece:.ários. F"ce usar enlre aspas.Porque o "subdesenvolvimenlo"implica a idéia
às allernêlivasdo sc vcr subordjnedaa uÍn estadoempresárioou âo de qLre,fatalmente,a economiasemprese desenvolv€e qu€ apenas
granüccap.r.rlinLrr[Âcional, d9 classcsdominantcsúos pahesem algumaseconomjâsse desenvolvçrammais depressâe outras mais
üc5cn\olvrm...Ììtolinr consislentementc prefcridoa scgÌlndâ,ainda devagar;algümas,por circunÍâncias qLìenão vêm ao caso (do ponto
quc erld lnìpl.qu!nh msnuLençdo do 6trãsorcletivodcstcspaÍses. de vjsta da análisekeynesiana),puderamcaminhardepressae outras
Ns rcali.lade,pot vúrios lâlores (vistos nô êula antcrior), prin. se re!ârdaram e €ntão ficaÍanì subdes€nvolvidâs, Porónì também
cipalütènteo car{ilor nìah recenlè do descnvolvimcÌttotçcnolóEjco, estaspodeúo se desenvoÌveÍnormalmente.Não há probÌema eslru-
À djlcrunir rchriv cntÍê ot pâÍiegque cstõona vanguardado de. tufal algum; o que existe são características€xógenasà análkc eco-
scntol!inìcnroindu5trislc os pâisesquc eíão na Ìclaguardatende nômjca, que explicariam o Ìetardo. Daí irÌclusivea expressãode
a aumentâr. O dcacnvolvinento tecnológico cstá lêvândo a üma que o desenvolvimentoeconômìcoé assunto excessivament€ sório
cfisc mundi{Ìl do capilalismopojs clê êxigc, pata suâ cfetiv jmplâll- para ser lralado apenaspor economistãse que a contÌjbuição do
tlìção, un1ô plrìnificÂçdoplovavèlrÌlclttcintêrnacional da econòmja psjcólogo,do anlropólogoe do sociólogoé muilo impoúante. Acon-
íluo, J{nl dúriüu. é incon)pôtlvelcom ât rcÌaçõesdc produçãocaDi-
tece que a sociologia,a antropologiae a psicologiado tjpo acadèmi-
r.rli!r&.Eirr crisc undiâl só cíó sé esboçsnd;hoje; icus cãnrorrios
co não são Í€levantespara a análise do pÍobÌema. Recentemente
poJun)5cr nìüisndivinhtdosdo que dcfinidog,porém els já existc,
li uÌn sstudo sociológicotentando explicar porque a poupança, no
em cerlo graur c se manifcsts concrotamcntcnos p8ísrs cm descn-
sudoeíe asját;co, é relatjvamentebaixa; poÍque o camponêsdâ
volvirììento, Sc hojc s Holônda e e Itálja êncontfam t!êmendas
Malásia úo lende a ÌepÌâfllar as seringueirasque eÍá explorando,
dificuldadescnÌ sc ÂpropriaÍ 9 efetivamentêusar os mais Íecent€s
antesque €las desapaÍeçam.Enquanto ele lem com o que vjver, eÌe

161 165
não pensaem acumular. Aponta-seeste traço culluml e se explica O problema dos paísesindustriaÌizadosé o oposto: o consumo
por ele o subdesenvoÌvimento. Não se peÍgunta de onde veio a se- não lende, peÌo menosimanentemente,a acompanharo crescimeDto
ringueirae paÍa onde vai a borÍacha extrâída.ConsideÍa-se o subde- da Íenda, Há poÍlanto uma tendênciaa poupar, na mesmamgdida,
senvolvimento,de um ponto de vjsta estritamonteeconôm;co,como uma parcela cada vez maior de cada acréscimode Íenda, sem que
um processode crescimentorctârdado qüe não se explicâ, mas se os investimentossejam estimulados.Então, por que não transferit
mede pela renda per cap,la, peÌo Dúmeto de dôlaÍes per capita e se o exc€ssode poupançapara as áreasmais pobres?Daí os esquemas
fazem, a meu ver, Ìongase bizantinasdhcìlssõessobre se o limite do "Ponto 4", USAID, de tmnsferênciasinÍernacionaisde capitais.
entre o des€nvolvimentoe o subdeseDvolvimento está nos mil dólâres O invesijmentode capital nos paísesem desenvolvimento, pelos paí-
ou nos quinhentos dólaÍes per capita. sesindustrjaÌjzados,é encaradocomo a mola essencialdo desenvol-
Como é que se explicaria,economìcamente, este retardo e, po.- vimento. Não se faz diferençiaçãoaÌguma, se este iÍrvestimelto é
tanto, a caracterìzaçãode suas dificüldad€s?Uma das teorias mais dirigido ao Setor dê MeÍcado Externo, por eÍemplo para a produção
em voga na ânálise ús-keynesiana é o chamado "círculo vjcioso de petróÌeo,o que torna recessárioexportá-lopara os própriospaísês
da pobÍeza"que, em poucaspalavms,serja o seguintô:sendoa renda investidoÍesou se ele se aplica no Selor de Mercado lÍrterno, para
per capita mnito baixa, a propensãoa consumir teDdea ser muito substituiçãode importaçõesqu€ não apresentemaquelerequisito.
granda; cada elevaçãode tenda se tmnsforma em consumoe não Uma outm conseqüênciadestemesmo tipo de análiseé a rci-
em poupançâ.Na aÍáÌhe keynesianaa divisãoda Íenda em poupança v;ndicaçáodos economistas,que representamos inteÍossesdas clas-
e consumoé explicada,antes de mais nada, pelo consumo,O con- ses dominant€sdos país€sem deselvolvimetrto,a respeito do co-
sumo é o elementopositivo. As pessoasconsomema renda; o que mércjo inteÍnacionaì.Refiro-me om particular à tese Prebische à
sobraé poupddo.O consLrmo é que é dado socialmenÌe e é o ele- chamadaConferênciadas NaçõesUnidas para o Coméfcio e Desen-
menlo fundamentalda explicação.É dâ comparaçãoentre consumo volvimento (UNCTÂD), qre ê o lorum onde as burguesiassubde-
€ rendâ que sar a poupança,como resto. sendo.b3üâ a renda, iuo senvolvidasapresentamas suas reivindicàções.O que elas desejam
/dto, a poupançâtem qüe ser pequena.Não há muita sofislicação. é obter, atravésdo comérciointeÍnacional,üma maior rcnda, iá que
Quando se chegaaos deralhes,porém, e se examìnâa te.riveÌ desi- é o probÌemadâ poupançae da r€nda, evidonteìnente,o fulcÌo quo
gualdadena dislribuiçãoda renda dos paísesnão-des€nvolvidos, per- explica o crescimentorctardado.Mostra-ssque a queda dos preço,s
cebe-se,evìdentemente,que uma parte muito grande da r€nda vai dos produlos expoÍtadospelos paísesnãGdesenvolüdos(açúcaÌ, pe-
para as mãos de uma minoriâ que, poÌtanto, tem ótimas condiçõ€s tróÌeo, outros miÍérios, etc.) levou a uma perda de retrdapor parte
para poupar.Mas ai surge uma explicaçãode fuDdo psicológicoou dess€spaises,que é qüaseequivâlenteao "auxílio" recebidosob a
seja,o chamado"€feito demonstração".O fato ó que as clâssesrìcas. forma de empréstimose investimentosde capital. EIIrãq diz Pre-
nos paisesDão-desenvolt idos. copiam os padrões de consumo das bisch, o que adianta que os EUA, AlemaÍlha, Japão e oüttos invis-
classesdominrnlssdos paisesderenvol!idos.o que significaque. mes- tam r milhõesde dóÌaresnos paísesnão-desetrvolvidos, se eles reto-
mo que suas rendas sejam reÌativamentealtas. elas lendem a ser mam este dinheiro sucessivamente, atÉvés da queda dos preçosdas
lotâlmentedesperdiçadas em bens de ostentação. matériâs-pÍimasimportadasdestesmesmospaísgs?
Eis po anÌo uma explicaçãoinicial qìle já não é totalmente Em vez de se propor uma planificaçãointemacional do comét-
€conômica,mas psico-econômica, do ,,círculo vjcioso da Dobteza,'. cio, que serìa a única soluçãomdicaÌ, e uma conseqüenterediviúo
O lalo de que somospobres nos leva â consid€Íarque co;tinuare- internacionaldo arabaÌho,propõem-sefundamenralmetrte a ab€rtúÍa
mos a sgr pobresrpois que consumimosquase tudo que ganha_rnos dos mercadosdos paísesjnduíriaÌizados a ceÍas madüfaturas dos
e, assim, não podemospoupar, não podemospois aumentar nossa pâísesem desenvolvimontoe a garantia de preços às suas exporta-
produtividadee então continuaremospobres.Dai a granaleconclusão: çõestmdiciorÌais.
só podemosnos desenvolvercom o auxílio estrangeiro;é preciso FinaÌmento, üma ouira coliúbuição da análise pós-keynesiana
que os paises adìantadosnos forDeçam capitaÌ, uma pequeúa ou - indubitavelmente a mais vaüosa contribuição, ds um certo ca-
graÌÌdepaÍle de sÌra poupançaque, aliás, já é excessivàpara eles, rátor cjentífico - é aquela que nasce da próprja práticâ, ou seja,
do ponto de vjsta da ânálisekeynesiana. a eslmtégia do desenvolvimento. Por mais que a concepção geral

r66 167
seja.pouco inspiradora, os economìstasque adotaú a concepção impedjr grandesdesníveisregionajse, ao mesmo tempo, evitaÍ
pontos.notórios os
pór-keynesiâna. ião âqueles que eíào no; minìsrérios, nos và;io; de fstÍaDgulamento. que rém atormentádo a eco-
oÍBaos.de asstsÌenciaaos paises em deseDvolvimeDto nomta Drasìlerra. Argumenta_se coútra islo que o riLmo de cresci_
e que têm mento, nessascondìções,serja bastantep€quenoe nao haveria
que entrentâr pÍoblemasconcretos.E e no ÌÍabalbo prárico esil
de pro_ muto êo.aumenlode poupança,a uma conc€n!Íação
cuÍar resolvereslespÍobÌemas que se deseovolveu uma polèmicain- de esÍoÍços-
teressanris5ima. à qual quero me ÍeferjÍ apenas râpidamente.Mos- poìr nao fiaveria a pÍessãodas nececsidades pf€meolesDaqueb ;n-
trcu-se que, para que haja desenvolviÍìento,tem que haver tido..A concenlraçàodos recursosno eixo pJo-Sãop"ulo';;rriì;;
mudan_ uÍn,desenrolvjmenlo
ça estruturalna economia,Não se trala meramentealecÍesçimento industÍial,pelo meDosDessaárea,muìro mai,
da es!Íuturâexjstente,mas de uma tmnsformaçãoda mesmacdacão raprooe cÌrJosrrulos agora podem ser redistribuÍdoscom mais
Íacili-
d_enovosramos especiÂlizados. O desenvolvimeoto oâoe pof outrâs áreas do leÍrilór;o. Ao mesmo tempo,
teva a uma ilivi- os desequi_
são nacionaldo trabalhoe erÌe i um pcocesso líbrìoscrjadospo. €sredesenvolvimento indusr ."ú;;;;;;r';
exrremamenre delt_
cado.quetendeãgemÌ_desequilíbrios. ,o permitiÍam a geraçãode forças sociaisque"ltendem
euandosemontam,por exêú_ a suDerar;s
pro, determ:nadaì indúslrias. em uma área,é comum que falte o oos;acuto\âo desenvolvimeDlo nas demais áÍeas, por exemDlo.se
lrânspofle parã_levâ. o pÍoduto ao resto do pais. que i..lu nvessemosÌ.do um deseotolvìmenrojDdusrÍialbomogéneo.
o .., rèlaiiva_
mercado:, que lalte energiaeléLricapara expandiressâsindúsrrias. mentelento. a lransÍoímâçào do sisLema educaciotraie..ua aaaoru-
arem"de la'tar ffão{e-obÍaespecializada. poiso sistemaeducacionsÌ ç:: ao novo mercadode trabalho,criado pelo industÍjalização,t;rìa
ã- indusrriatizÀção erc. Eíes ponros de esrran$la_ sroo mutLomdjs letrta e todos os interessescriados tra uoiver.idade
11_,']i-11p]rd:
mentolend(m.enlão.a reLero desenvolvimenÌo. e lambém no en.ino médjo teriam rjdo majs .ap"ci/tad"
Dai a Orooosãde de ;;,1;;
se.implanlâro ptanejametrlo pelo meÍ,osdâ uliljzaçãoa ;;;;;s;; a rnovaçles,porque a pÍessãoda demandateria sido relativamenle
Irtcos e a utrlyâção de medidasfiscais e o crédjto. por exemDlo_ menor. Eía discussãosobre a estÍatégjado d","ouot i*;;l;;-;ìl_
para que os recursosparriculaÍes se encaminbem. sa.pflncìpatmente na5 condiçôes de uma €conomiaDão-DIaneiadâ.
o-mah rapiaal
m€nle possÍveÌ,para os futuros pontos de estrangulamento, e eramoslrâo caráteraÌgoprecár:odo processo de deseDvólvim;nlo-
de Àodo
que e:Le\ não ve[ham a sufocâro Drocesso. que se a|lmentade suaspróprja.conlmdições.
E\la rese. do desenrolvirneDr;e crescimenroequìtibrcdos, r,araterminaÍa exposiçào, vamosconsiderar a seguinte
foi . oueslão:
conrrad a - e com ceÍla razio . por economsÍas perspectitasque o desenvolvimentoapre*ent6,
como Hirsch_ ngsta,
mann. por er(empto._que dl7ja o seguinte:como os recursossào muito (-onoì(oes,nos paise\ qÌre não pafliciparam.
tro momeoto hi.Lórico
escasso).como o círcuìo vicioso dâ pobrezanào peÍmiÌe próprio,da RevoluçãoIDdusÌrial?
oue haia
rn-ve(rrmenlos âbundâtrres. a sìladifusão.por muirãsáreas,ìendea Os economistasda escolaús-keynesiana são bastantepessimh-
nao,geÍar resuttados. _
las a essercspeìro.Eles fa7em. por exemplo.extrapolaçõe;numé_
AIém dÌs\o. a tenlati\a de um crescimeoLo
equü bfado tem que ser Decessariameflte lenra. pois é previsoprerer rìcar a Íespeìto das taras de crescimenlodos paísesDão,desenvol-
todos os fururos ponros de estÍangulamenroã Oiviaiì vidos e prevêemque, no futuro, o seu nao-aesenvotvimento
os reiursos retatlvo
mu.roe9cas\os por todoseles.em vez de criar trovasindú,Lria.oue seráb_astante_mais grave do que é hoje. Nos EUA a rcnalaper capira
vâo cr,:rrdesequìtibÍros. A laha de capacjdade empresarial.a corrip é de 3.500 dóÌares;um crescimentoznna.l,por exemplo,ie 2qo'per
çao oo apârethoeslaLal-Lodauma série de aspectosnào_econômicòs capíta (meaos do que a economia ame cana tem cons€guido) dá
se cpõem à iníiluiçào derrma econom'acapilalisrâ,que 70, dolarespor aDo. No BÍasil.a rc^da.per Mpìta e pro"iía à
deve ser ziõ
mcronarpara ser et'cjente.Tais atiLudespodemser rompidas sorares:mesmoque a ecooom,acíescesse
somen_ à ta_Ìâmuito favorávelde
se concenLraÍemem arsumasáreas p;jviresiadase 3qo ao ano, isto permiti a um acréscimoatrual de apenâs7,5 dóla-
:: ì1ï_::::.:.'
os oesequrtìbnos provocadosdepoisencontÍaroma sua solução. res, Deste modo, mesmo çlue, em termos da taxa'geométrica de
. um €xempto coocretoda opçÀode desenvolvimenro eouilibrado crescrmento.haja uma vantagempâra o Brasil, em teÍmos absolutos
seriaprocurar ìndustriaÌizaro rerritório brasilejro. que nao peque_ a oìreÍençatende a aum_eolar,
é Daj as prevjsòesdo HudsoDInst:ÌuLe,
no, da forma mais homogéneapos,ivel: procuraÍ-se_nm segundoar quajs os EUA, oos fins do século. estariamaioda com
cnar itrdús-
rnas comptementares por toda a drea habitadado país e, com tfo. uma economÌaque el9s chamam de '.pós_jndustriâ1", âo passoque
168
t69
o Brasil e muitos outfospaísesestaÍjâmcom uma economia,.pré- micamente,pelo menostecnologicamente,
os paísesmah adianlados
induÍÍìaI". Eíe pessimismodos economisÌaspós-keynesianos se re-
força poÍ um raciocíÌìiod€mográficoou seja, que nos paísesnão- As Íepercussõesdessedes€nvolvimentotecnológicosobre a êco.
desenvolvidosa popuÌaçãoeíá crescendocom rapidez extraordiná- nomra prometem ser exiÉordinárias, isto porque o retardo tecno-
ria, em termoshístóricos;ela eÍá dobrandoa cada 23 anos majs ou lógico tem, à medidâ em que ele é vencido, uma certa vantaaem.
m--nos.Como se calculâ a rcnda per capìta pela fração Renda Na- O chinés _pulou" para o computador;ele Írào passoupelas miqui-
cional/População,este cÍesc;mentorápjdo do denominadorimDede nas inteÍmediárias.A aplicaçãoda energia atômica, a apìicaçãode
o crc\cimentodo quoc,enLe. A jcnd" ppr coprldtende,porlanio.a mdÌodosulLramodernos de.inJormação e plaDejamenro
.e eÌe\dÍde\âgJr.m€\moqLe a rendzglobarecrejaaumenrando eegionaì.a
com aprìca(ao0a quìmrcaa agrìcullura.em um pais como foi a china,
ceÍta intensidade.Daí toda â aflição com respeitoà ..explosãopopìj, podem se fazeÍ de imediato. Qüando os chiÍÌesesafìrmavam que
lacionaÌ"e a grandevoga do pessìmismo malthusjano. dobrâram sua produção agrícola em questãode 3 ou 4 anos, iito
Por outro lado, os economistasd€ tÌâdição marxista procuÍam foi saudadocom risadaspelos americanos.Hoje eles praticamente
mui'o mai, os exemplosde decenvolvimenro não-caprrrtiitâcomo acejtâm o fato. Mesmo partindo de 50 dólarcs per capíta é possível
medida do possiveÌ,daquilo que se pode fazer. SeÍá quç os países chegâraos 3.500 em um przzo estupendamente curto, poÌ âpìjcações
não-desenvoÌvidos estão condenadosa pe.nanecer em seu retardo, maciçasde tecnologja.Tudo Ìeva a crer que o grand; inveìtimènto
pelo menosrelatìvo,enquanto'vjva a pÍeseniegefação?É imporran!e que se tem a fÍuer nestespaísesé fundâmentalmentena pÍeparâção
lembrâÍ que a expeÍiénciade economi",centramenleptdlejaJas, da mão-de-obra.Este é o ponto difícil de v€dcer. provavelmenteo
de passadorealmentecoloniaÌ,é bastânterecente.A Rússianão efa desenvolvimentochinês ainda está retatdado poÌque é.precho mu-
exatamenteuma economiacolonjal, emboË tivessealgumasde suas dã _completamente a concepção,a maneim de viver e dg produzir
caracteristicas.M€smo os pâisesda Europa Oriental tinharn jüiciado do homem chinês.
sua industrializaçáohá bastante rempo. A gÍande expeÍiéncíâdo Não há porque assumit uma atitude de apologia do ..paraíso
desenvoÌvimerÌto socialislaé realm€nrea China. a Coréia do Noúe_ vermeÌho", Porém é prcciso codsider4ràs potenciaìidades do desen_
o V:elni do \oÍre e Cuba:emboíaa experiència reja mriro recelle lolvimenro hoje. quândo os recursossào aplicadoscom rigor e ra_
(geralmentemenosde 20 anos) e os dadosnão se enconlrem bas, cionalidade,O exemplo destespaísesprovavelmenteserá uma alas
tante bem levantâdos,tudo leva a crer que a capacjdadede avanço armas mais efetivaspara se rcfutarem as conclusõesDessimistas da
e de desenvolvjmentodas forças produtivas,mostradapoÍ essasex- correnLe.pós-keynesiana.quanloao desenvolvimento d;s pahesnão-
periênciâs,demonstracabãÌmenleque é possívetvencer o relardo
econômic-ono espaçode uma geração.
O que está aconlecendona China, por exemplo, é que esle
pais estádominândo a tecnologiamoderna no qüe ela tem de mais
signifìcativo.As famosasbombasatômicase de hjdrogêniochinesas
não são apenasuma proezamili!âr; são produtosde loda uma infra-
eÍrutura cjenlifìca muilo pond€rável.É jmpossivelum des.envolv!
mento tecnoÌógicono campo energérico,como o da Chlna, sem leÍ
todo o deseÌÌvolvimentoeletrônico coüespondente,isto é, compu-
ladorese rudo o que €lessigniticam.t eleso li,,erama parrjr de
uma base que era a mais pobre do murdo. A rcr\da per caDita
chines".no inicioda Revoluçáo, deveriaser da ordemde 50 aoúres
majs ou menos. Assim, a partir de um pais s€midesrruidopor uma
Ìonga guerÍa cìvil, Iigada à guerra contra a itrvasãojaponesa,foi
pogsívelem majs ou menos5 anos, chegara alcançar,senãoecono-

170
17I
O indígenavai ao rìo, pescae os pejxes que ele assjmobtém serão
comidospor ele e lrelo conjunto de famílias que com eld convivem
direiamente. Não há nada que afaste (nem em termos jurÍdjcos,
de propriedâde,iem €m terftos físjcos) a produção do consumo.
DÉCIMA SEGUNDÁ ÃULÀ Produz-seDa medida em que as necessidades de consumo vão-se
manjfestando,É clâro que pode haver algum atmâzenamento:pode-
sc colher mandiocae não comêla totalmente.Entre pÍoduçãoe con-
sumo se coloca,nestecaso,um defasamentono tempo. Há a necessi-
ECONOMIA PLANIFICADA dade de umâ previsão de quais serão as necessidades futurâs de
consümo.Mas €ste afastâmentoentie coDsumoe produçãoé muito
tênue e a própria tradição, a experiêncjaacumulada,peÍmitem que
noÍmas bastante simples goyerlem a prdução para o consumo
Eu acho que é lógico lerminar um curso de InlÍodução Critica imedjato (no presente)ô mediato (no Íuturo),
à EconomiaPolítica com esle tema porque a economiaplanificada Quando passamosàs formas mais complexas de orgânização
reroÍndneces.arirmente Ioda a problemálicrqtrea economiamodeÊ econômica,c Àí é mah importânte, evident€m€nte, a pÍoduçãopaÍa
na apresenlaem um nív€l essenciâÌe superior.EssenciaÌporque 4a o úercado, a conexãoentre produção e consumotornâ-s9 indirela
economiaplanificadaos problemassão abordadosnão como forças e medjata.Ela é indircla porque na produçãopara o mercadocaita
reÌativanentecegase jmpessoahque uma ação coleliva não-ordenâ- produlor se insere na divisão social do trâbalho e pdduz Ìrm pÍo-
da e não-deÌiberadacoÌocam. mas como ploblemas decorrentesde duio só, ou um lipo de bem ou de serviço que ele gemlmentenão
uma condiçãohumana, de uma voniade coletiva previamentedeter- utiliza para si. O sapâleironão produz sapatospara si, o médico
minad". E \up€riof poíqueapresenlaao hom€mum grau mái.mo não prodLrzconsultasmédicaspara si, o cabeleireironão corta seu
de libcrdade e dominjo sobre as forças oconômicasque ele mesmo própío cabelo. A divisão social do trabatho especjaÌizaos indi-
desencâdeia na atividadeprodutiva.
viduos e eÌes necessaamente produzem para os oÌrtros. Então a
Teremos,porlanto, agora,ocasiãode fazer uma síntesede mujtâs
conexãoentre produçãoe consumotorna-seindjrgta obrjgando cada
cojsasque já vimos, poiém não só uma síntesecomo uma possibjli-
pÍodulor a adivinhar o que os outÌos querem; ele precisa, através
dade de abordar eslesproblemasde um ângulo completamentedife-
Íente, pois eles aparec€maÌìenadamenteno exame da economia ca- dos mccÂnismosdg r[ercado, tomaÍ coúhecimentoindireto de quaÌ
pilalisla que nos ocupou na maior parte deste cuÍso. é a situâçÁoda demandapara eltão procuraÍ adequaaa sua pro-
Eu diria que a essênciada problemáticaeconômicadesdeo co- dução à rcprsscntaçãonccessaliamentedeformsda das verdadeims
meço da sociedadohumana (ou peio meros o que conhecemosdeÌa), lêcessidadesdc consumo,que aparecemm demaidô do mercâdo.
está na conexãoentre pÍodução € consumo.O homem se erÌgâjana Da masmâ foÍÌns s rclação entre consumoe prdução é mediati-
atividadeprodutiva com o fim, pelo menos imediâlo, de obter meios zêda no melcado por uma série de trocasque necessariametrte acat.
pâra sua sobrevivência€ paÍa o gozo de uma série de prazeresque r€tam ümê dêfasâgemnão ó tro tempo mas tambémno espaçoentre
advém da satisfaçãode necessidades. Entre esta atividade píodutìva a produçãoê o consumo.A produçãoÂgrícola,que se dá em certâs
e o coÌÌsumose eslabelece,portanto, necessariamente, alguma cone- órcas do paÍs, é compradôpor atacadistas,lêvada a uú úetcado
xão, PoÍém esta colrexáo varja historicamente,eÌa muda de forma extremâmeÍrteespeculôtivo(â Bolsa de Cêreais,por exemplo), aí é
e nesta medida propõe a prcblemálica econômicaem form4s tam- objeto dê uma sériedc tralsações,pode passaÍpelasmãosde muitos
bém baslante difereDtes. inlermediários,pode se! ârmazenadapor muito tempo ou pode voltar
Em uma sociedade"prjmiliva" a conexãoentre produçãoe con- a,ser jogadÀrro mercadoa qualqüermometrtoe só âí então ela vai
sumo é direta e imediatapois pÍevaÌecenestetipo de sociedade,que apalecê! na! mãos do varojista e fitraìmentoDa mesa do consumi
nós podemoschamaí de comunismo primilivo, o autoconsumo:o dor. Verìfice-sa,portanto, um afast&mentopondeÍávclúo espaçoe
indivíduoque produz consomea maior parte de seu próprio produto. tlo temPo entre pÍoduçãoe consumo.

172 173
Na economiaplanificada ou socialistaâ conexãoentre produ' ape.feiçoaros métodos produtivos. Isto s;gnjfica, em úllima ânáli-
cão e consumo.er dilia, ê dircta porém mediata.Ela é dir€ta por_ se, acumulação.A soma destasduas paÍtes - reposiçãoe acumu-
lação - pode ser de loqó, lsqa o! 20qa do produto. O .esto deÌe
áue náo existe um mercado que imponha uma Íepresentaçãode poderá ser consumido imedjatamentepela população.
necessirlades e ofereça um aguìÌhãoindireto à produçáopara satis-
fazeÍ necessidades, que seda o objetivo do Ìucro É possívelPro_ Vjmos que a rcparlição do produto entre o consumoe a pou-
diretamert€ para a satisfaçãodas necessjdades Neste sentido pança, no sisÌema capitalista,se dá normalmentepor mecanismos
duzir
reDroduz-se â conexão entre produção e consumo, que caÍacterza objetivos d€ m€rcado, alheios à vontade humanar que equacionam
_comunismo a eficiência maÍg;nal do capital e a tala de jurcs. A políticâ do
o primitivo. Não há necessidadede Produzir para se
governoprocura desviarestesmecanismosparâ certosobjelivos mas,
obteÍ lucro, para uma demandaque aparecesob a forma de gastos
no mercado mas pode-seproduzir para atender a uma necessidade em última análise,há uma sérje de leis objetivas,iÍrdependentes,em
mesmoque ela possanão estar conscientenas pessoas.Pol exgmpÌo, boa parte, da jntervenção conscie'te do homem, que determina a
pode-$ usar uma gmnde pârte da produção social para dar educa- reparljção do produto entre poupançaI consumo.
No sislemade economiaplanejadaessasleis IIão pÍecham vigo-
ção a lodas as criançasdo país, mesmoque os pais íealment€não o
desejemou tenham consciênciadô sua importâflcia ErÍ uma econo_ Íar. É possívelà sociedadedecidir se desejaacumular mais, o que
mia de mercado,na medida em que a educaçãoé também uma ati- signifjca privar-s€ de um consumo imediato, ou então acumular
vidade d€ mercado,o aparelhode ensino só cresce na medida em menos, consumirmais no momeíto e ab r mão, com jsto. de uma
que há uma demandasolvável Por ensino, capaz de pagal o seu possjbilidadede acelerâr o avanço econômico.Quanto à possibilida-
de desta dechão coletiva, úo há nada que impeça
_ rtrm país ou a
A economiaplanificadapode estabeleceÍuma definiçãode quais popuÌaçãode todo o globo de, atravésde fomas políticasadequadas,
sãoas nec€ssidades coletivase quais destassãopÍioritárias e pode_se, deliberaÍ coÍscientementesobre as várias opções.Á dificuÌdadeque
então,planejaÍ a produçáo para o atendimentode necessidades assim se coloca é uma dificuldade técnica, de cálculo econômico.É uma
compÍeendidas. Por outro lado,a congxão entrc produção e consumo das questõesmajs gÍav€s da teoriâ de uma economia planejada a
é mediata.Pois a complexidadena organizaçãoprodutiva,que a eco- confusãoenlre a decisãopolítica e djficuldade técnica de ofeÍecer
nornìa pìanificada herdâ do capitaìismo,deverá provaveÌmentese opçõesválidas àquelesque dovem decidir.
tornâr maior ainda, na medida em que a tecnologiaâvança.No ca- Gostarja de explicar a dificuldade técnica e mostmr como, a
piralismo,apÍoduçãojá se especiâlizae s€ afastâ cada vez mais do meu ver, eÌa náo tem nada a ver com o Foblema de fundo. Em
consumono espaçoe no tempo (é o que Permìte aumerlto da pÍo_ uma economia capilalista,vamos dÈer, no Brasil, posso ter o se-
guinte problema: tendo que fornecer en€rgia elétrica para uma de-
dütivjdadepeìo desenvolvimentode técnicâsde transporte,de con-
servação,de comunicaçãoe assimpor diante). No socialismo,pro_ terminadâ.egião ou cidâde,terÌho duas opçõestécnicaa.Uma opção
vâvelmenle,o mesmo vai-sedar, com mais vigor ainda. é construir uma usina hidrelétrica, ou seja, contruir uma reDresa
A problemáticadâ economia pla fjcada aParece,pois, sob a num pon.o e colocafaÍi umd usina;a outra e coostruiruma usina
forma de uma corÌexãoque ê dìrela eítlÍe produção e consumomas termelélÍica. São duas soluçõesque fornecem o mesmo pÍoduto.
qne ê mediaÍaefi leÍmos de um processomüito complexode repaÍ_ A soÌução da hidrelétricaobriga a imobiÌizar uma quantidadeenoÍ-
tìção e dislribuição da pÌodução. me de rccursos,que significa basicamentetrabaÌho humano, nâ
CoÌocadaassim, em teÌmos muito amplos, esta ploblemática, construçãoda tepÍ€sa.Por isso a hidrelétrica custa muito mais cato
pod€r-se-iâdividir o funcionamentode.üma economia planificada do que a lermelélrica, que é basicamentoumâ fábrica em que se
no plânejamentoda demandae no planejamentoda oferta de Pro- usa um outro tilo de combustivel,por exemplo,um derivadoãe pe-
dutos. QuarÌto ao planejamentodâ demanda,o pdmeiro problema 1ÍóÌeo,ca ão ou energja arômicapara gerar energiaelétdca. Neite
que s€ coÌocaé a repartiçãoda pÍodução total da sociedadeentre casopor que não escoÌheÍa termeÌétrica?Porque para operar a usi_
consumo imediato e consumo fuiuro oìl indircto. Uma parte da na termelétricaas despesas de ano a ano são substanciâlmente maio-
pÍodução evidentemerÌtetem que ser destinadaa repor os meios res do que para opeÍar a hidreÌétricâ. Na hidrelétÍica investe_se
de produção gastos.Uma outÍa paÍe tem que ser utiiizada Para tremendâquantidadede trabalho e recunos paÍa construir a Ìrdna,

174 175
mas o custo operacionalpaÌa produção da eneÌgia é müito baixo corÍeta das opçõss,pois a decisãopolílica, a decisãodas preferên-
porque ela prcvém da água que desce das moltanhas som quâlquer cjashumanasque terá de ser tomada!ó será eficjente.só corÌgsDon_
iuÍo. A energia solar faz a água evâporal e, pelas chuvas, ela derá às necessidades e aos desejoshumânos. se as opçòcs forem
retoflâ às montanhas.A captaçãodestaenergiadas áglas cotrentgs, formuladas tecnjcamentede uma foÌma exata. Não sè pode, po,
uÌna vez construídaa üsina, não Équer mais do que umâ pequena exemplo,dizer: vamos acuúular rapjdamenle,vamos nos sacdficaÍ
€quipe de operaçãode usila e uma outú equipe de mâlutenção, hoje, vamos colocaÍ 4 fâmílias em cada aparramenlo. vamos cons-
que também é Èlativamente pequena.Pode-sgcomparar estasduas truir fábÍicasem vez de casaso isto permitirá, daqui a 5 anos, rc_
opçõese verificâr se se deve inveslir hoje dez vezesmais na const _ soÌvero pÍoblema da moradia com casaspré-fabrjcÀdas, muito mah
ção de umâ usina hidrelétricapara depoh ter dcspêsas coÍrentesque baratas.Se o cálculofoÌ errado,daqui a 5 anoso pÌoblema continua
são um dócimo das que ocoüem na usina teÍmelétricaou ter úuito o mesmo.Neste caso,evidentemeDte, a decjsãopolítica é faÌha, as
mais despesas depois,cada ano, pata obler energia.Isso polque na pessoasestão se engânando.Por isso o aspectotécnico tem suâ im_
poÍtância.
lêrm€létrica tem-seque usar combustívelque custa bastantee ter
muito majs gentetmbalhando pam maútê-lafuncioÍIaúdo Islo se re- Na discussãoteórica destesproblemaschegou-seà conclusãoile
que o númeÌo de equaçõ€sslmultâneasque teriam de ser tesolvi_
solveno sistemacapitalistaatravésda taxa de juÍos que é o preço,
das em
no tempo, do uso dos Íecürsos,Assim grava-seo câpital investido _cálculosdesla espécieesta.ia além do período normaÌ de
uma vida humana, em quâlquer circunstâncja.-Acontecê que o
na hidrelétricâ e também rta termelétrica com uma taxa de juros,
computadoreletrónicoreduzju,de uma formâ fantástica,o tem_oo
5qo oD 6qo ao ano. Esla taxa de juros vai €ncarecermais a energia cálculo. Sem exagero,certamenle o computâdor é çjn dos insfru_
ile
produzidâ na hidreÌétrica, pois eÌa requer capital fixo em muito
mentosque tomaram a economiaplanificadamujto úais viável hoje
maior proporçãodo que a termelétrica Assim, se se escoÌheruma do q e ela o foi no passado.Ántes do surgimentodo compuÍailor,
iaxa de juros alta, a teÍmelélrica será a opçáo mais válida se se os cálculosque s€ faziam eram extremamentegrosseiros;99go das
escolhe.uma taxa de jurcs baixa, a hidrelétÌica sairá mais barata eqraçõeseram substituídaspor uma sé.ie de suposições,
É claro que em ce as cilcunstânciasou uma ou oulm opção fica que poCiam
esaarcerbs ou erÌadas.
obviamenìemais baÍata mas, fazendovaria. a taxa de juros, eÌa al_ Hoje o computadoÌpermite que a parte técnica rccebâ soluções
cança um valor delerminâdoque toma jguais as düas opções ,
cada vez m:Ìhores.É impoilanre perceber-sco que significa subst!
Eúe é um problem técnicq oü seja, de como escoÌheÍ rÌma rurr.o luncroname-nto do m3rcado de capitaispor de: sôes
taxa de iurcis colreta, A economia de mercado,por meio de uma oerì0."Íaoas. UìgnlÌica.'mpessoal
em úìtima análise.dar aos recuÍsoso uso rÌìais
lei objetiva, ofereceuma ildicação efetiva de qual é a preferéncia economlco.ou seja, o mâis €ficienle, para isto é necesúrio efetjva_
dominãnte pelo uso mediato e imediato dos recuIsos.É o mercado mente ter-se conhecimentodo uso aÌternativo dos rccuasosc
de caDitaisque determinaa taxa de juros para váÍios emPÍéslimos o te-
curso bíisico,que é o lrabalhohumano,é de uma adaprabilidade
oe veiios tipos, É claro quo o planejamentocâpitalhla oferece a ranrasrìca.posso usar o trabalho humano paÌa pÍaticamente tudo,
quem o reaiiza várias opções:pode escolbera tâxa de juros média Então, como no fundo o recursoescassoé oì."t"ìno turnano,
dos úlÌìmos dois anos ou dos úhimos dez anos ConfoÍmc estas ã.*
rac onal utilizaçãoexjgeum conhecìmentoperfeirodo funcionánentã
médias vaÍiarem, uma ou outla oPção s€rá mais econômica.De de rconomia,baíante complexa.Mas gostaria de insislir que
cualquer modo a Ìealidadelhe oferece os dados e o planeiador se -Ìtma- nao C tCcnica.O que nós podemostecnicamente
a"soruçao
cuic oor este Donto de apojo colelivo I iiconscienle. fazei é
- orereceratgumasopções,A escolhâenlre elas são as pessoâs.
Ë no sjsrirna socialislacomo se resolvetiaeste problemâ?Qual ou
reja..o po-vo.-a comunidade,que rem que t"r". ., f*çáo-ão, s"uì
é a taxa de juros quo a sociedadedeseia? oes€Jos, nao hâ lecnlcâ oue subslituataÌ decisão.
Do ponÌo de vista puÍamente !écdco não hâ maior dificul- Uma oulra opçào que nâo se coloca expljcilamenlenuma
dade, embora os cálculoi possamser muito difíceis. É greciso, em eco_
nomtacaprralÌsta. mas apenasnuma economiâplanificada.é a das
última análise,calcular quais seriaú as fotmas de utilização alter_ Ìormas de consumo, Uma vez resolvido quanto vai se consumir.
nativa dos Écursos que vão seÍ gastosna hidreléttica.É precisotel existem lormas coletivase individuaisdo sátistazern";"id;l;
üma séde de equaçõosqüe permilam a foünulação tecdcamente ;

176
claro que. de acordo com a heÍança cultural que rccebemosdo nômicâ em si. A função da economiaé calcuìar tecnicamente,
murdo ocjdenlal e que eÍá hoje se expândindo,provavelmenreaté da
correta possivcÌ,a, cons-.qúénciar
da escothaenlre
o mundo oricntal, as foÍmâs d. consumo individual são âs prefe- uma.troeroadelndt\iduatmaìorou um desfrutemaior dos benseco_
ridas. Isto dá uma nova dimensãoà liberdade humana. O exemplo nômicos,de forma coletiva_
clássicodestecontliLoé o auromó!clve-suso melrò: ou devemos Um ouLro.âspecto_ do planejàmenro da deÌnanda,
. que é muiro
investir de modo a prover câda indi,íduo, e não cada familja, de
um automóveÌ e ter veículosrodando com 3 ou 4 lugaÍes vâzios,
que é um desperdicjoóbvio de recuÍsos,mas em compensação tor-
.';J:iã:i""ïï
i!ii:i"1,t".i"il: i:.ü:,;or:ì,"0ï";,i:".01
do pÍodutosocial:a form€ de reparrjçãodo, proCurospodJ
na a mobilidade Ler a
daspessoa\muiro maislivre,ou enLãoDíot;r me;os aparencìa de mercado:podehaverlojas,em oue o indjvíduocompra
coletivosde transporte, cujo rendlmenLo económicoc muilo maior. com notaq mas que no fundo constituemapenasum direito
Esla mesmaopção s3 pod€ colocaÍ em termos de moradia. aÌimen- \oc coadsthe conÍerede usufruir.Ì horasde trabalho oui a
!ação.educaçào, incorooiaaar
saúdeerc. numa ou no.rrraÍorma de mercadoria. ,qssimo ino;viauovaì a iãiã
Esta discussãoesrácomeçandohois no Brasjl, âpesarde estar- e comprasÌrascoj,as,vai ao cinema.ao teatro. ao hospital
etc. Nesie
mos Ionge de umâ economiaplânifjcada.Não podemosfugj. desta caso.,a, demandado mercadoÍclletiria com cerla exatidio
problemátjcapois ela reapareceno serorDúblicoda economia,como as ne_
orsíoace! humànas.poìs lodo indivíduopode exprimir
por exemplo o prcblema da livre escolha d€ médico, de dentista suasne.es_
sidadesem aÌoç de compra.na medidaem que a
sojiejade Ihe
etc. A livre escolhaé um ideal de consumo individual. O fato de conÍefiulat poder.Anrcsjá Íoi decid;doquanÌooesÌeconsumo
cada ìndivíduo, no lugaÌ em gue moÍa, no Ìugâr em que trabalha, coierìvo seÍá
€ ql.lantoìÍldivìdual.
É quantoa esLeúìtìmoqLe o indivÍduo
ler que usar uma equip3médicapré-deleÍmjnadaaumcntaa eÍiciência lem â etcoÌha,Mesmoque se ople pelo consurno coletiuo,ertenunia
do sislema,porém restring€a liberdadehumana. Esta é outrâ oDcão lodo o.consumohumano.Na medidaem que a socje_
que tcm de ser encaradapolilicamenre, isroé, em termosde oãder. l:i_":l"ic:l
marsem
cr:scente
deconsumo
AlguémsempÍeÍepresen!â o poder coleÌivo:pode ser um góverno l"ïï: ï"ii'Ï1 ïi'.J,"ïòqï[ïãJ'"
ditatorjal, pode se. uma socjcdadedemocÌática.A economd pÌane- Na medidaem que houverplenaigualdade de rendimenlos,
jada deverácamiÌlharpara lormas cada vez mais democráticas;_ieste verá cnrão uma demandaque iorrespãnderá ha-
às reais necessidades
sentido, a deçisão de optaÍ por isto ou aqìrilo deverá refletir sào enrendidasperosindividuos . p.t"
o consensocoletivo, que não deverá ser meramelrte o somatórjo ::T:::_'j_::T"
ao conÌranodo caprtatismo em que a reparrição ";úÌ;i;;;;; a.j
trèmendamente
dos desejosindividuais. srgr-Lat
da renda deloÍma cvidenlementet representaçào
das vonlades
Também aí se coÌoca, é óbvio, o problema técnico: como cal_ numanasatravesda demanda,pois aquelesque
tém renda maior
cular quanto custaà economiaentrar na em do automóvel?A Rússia poo€nìLsarr5tateÍmesmo necessidades pouco prior;Larias,aisponJo
decidiu entmr pelo caminho americano, produzir automóvejs em oe qrnnetropara ranto. ao passoqÌre aquelesque
tèm ÌeDda-bajia
massae pmver, ao longo do tempo, um ca.ro a cada russo adulto, sequeÍpodem dispor do indisD€nsáìel.-
o que.repÍesenta Ìrm inveslimentomuiLogrande.não só na produção Logo. estariana lógica di economiaplaniÍicada
. , a repartiçãoto_
0e velculos!mas em ljas pavimentadas pâra circulâçãodos veículoi. icìral.da rendaou. peto menos,a rendència
lllm,ll'c. á uIn
ctc. I alvez o aspsclomàis caro do automóvel não e que ele rode e rendéncia,no enLanÌo,parcce âcarrerar Ìrm""i,o pro_
queim€ gasolina (e, [o futuÌo, energjaelélricâ) para 4 lugares vâ_ iq:1lL1:.T9.Tnt
orema muìro gÍave que é o do incentivo à
atividade produtival É
zlos: e o espaçoque ele ocupa, no meìo urbâno, para estaciotrare precrsolembrar que a economiaplanificadaque
estamãsdiscutindo
para circulâr. Há todo um elenco de serviçosneclssáriospara sus_ é^uma cconomiaque.ainda esÌá muiro próxiia
d;
lenlar a economiado automóvel.A opção Íeita peìa Rúisia deve vcmos em um mundo que a. major parre ainda";;ì;r,,:;-iï"ï;
-em é capiralistá,
comprometero futuÍo cconômico e ético da economìarussa por em^-que.as economjasplanificadas acabaramde sai. d"
muilo e muito lempo.Não sei aré que poÌrtoas implicaçõ.sloram Economìasem qÌre a popülaçãoainda viveu üma granale_parta "a;i;;;;;:
cìaramcnleexplicìladas. de
De qualqÌrerlorma, esraopçãoìsmpre es- capitalista,
cuja herança cultu;atse rianifesta
tará presentena economiaplanificadae sua resoluçã; não se;á eco_ llna i,ol i9.*O1"
expectarivade que o esforço seja remunerado
Oe acorao cãri
t78
Diosmai! tarde.Fundamentaro moral da produçãona consciôn.
6sa intensidadcc sua efÌciencia:a Íepartição da r.:nda deveria cor. cia públicanão é fácil. O sentidoda RevoluçãoCultural Chinesa,
responderao Íesultadodo esforço pÍoduti\o indivjdual. Na medida êm grândeparte,é èste: tentar,atnvés de formâsFuúmeÍrtepoli
êln que se oqualizaa Íenda, na medida em que o tÍabalhador não- ticas ou educacionais, atravésdê gúndes campanhas de conscie[-
quaÌ fjcado ganlìa tanto qualto o sábio,há um derencantoda alivi- tização,de uma luta políticamuito árdua, crjar entusiasmo peÌo
dade pÍodutive. As pessoastendem, já que estão com seus ganhos tÍâbalho,sem qualquerfundameltaçãodÕ inteÍessedo individuo
garantidor, a não sc jmportar com a produção,não só no sentido hquanto consumidot.
de ape eiçoar süa côpacidadede produzir estudando,pesquisaÍrdo A outra solução,que é evìdentemente oposta,é de se usaÍem
e assimpor diante mas, jnclusive,Ilo trabalho cotidiano. Daí a n. os incentivosmateriaispoÍqucsão eficientes, até o ponto em que
trodução, na URSS pcr eÍem?lo, dos chamados"ilcentivos mato- a produtividâde se clevctanto que o conjüntodasnecessidades ma-
riajs à pÍodução". Assjm o sislemaoìre foi adotado,pÍincipalmento tcÍiais de toda a popuÌaçãopossaseÍ satisfeito.Assim pod€r-se-á
na épocade Stalin, foi fixaÍ o saláro básicomuito baixo o comple- chegarnovamentca um igualitarismo tra repaÍtiçãoda renda,ele-
menlálo ccm prêm:os por produção. Então, pâra cada indivíduo, vandoâs rendasmaisbaixase mantendoas maisahas,que já são
coÌocava-seüm ob.ìetivomínimo a âtingir; tudo o que ele pudesse stilfatórias,crescendo muito m€nos,Destemodo,a longo pÍazo,
prodìrzjr além dissoproForcionavâlheganhos adicionah. Evident€. pode-se chegarà situaçãoideal,usando-se o incantivomaterial.Esta
mente islo cÍou novâment€uma Slande desigìjaldadena rêpaÌtição foi a soìução adotadapelaURSS,Iugosláviae parec€que estásendo
da Íenda, Hcuve estudosque mostraÌamoue, no auge do stalinismo cadavezmaisutílizadana EuropaOrientale Central.
Ila Rússia,a des;gualdade na repaÍtiçãoda rcnda não loi muito dife- lq. opçãode se dar toda ênfaseaos incentivospqlticos, Íro sen-
rentc da que havia elrr alguns paísescapjtalhtas mais adiantados. tido dê cÍiaÍ desigualdades sociais.por um perlodó longo. foi â
Evjdentemcnteisto füstÍaria a maiot vantageú da ecoÍroma pla- opçãode Cuba,da Coréiado No e, Vìetnãdo Norte e certamente
nificâdâ, como forma superioÍ de âtende! às neoissidades hümanâs, da China. De modo $re ho.ieas economiaspladficadas estão divi-
Exjstem robÍe cste ponto várias djscussões jmportantes.Aprg-
didâsnesteponto fundamellalpor duasopçõesbastantediferentes.
scntam-seduas soluções:uma d9lâs é a de substituir os inosntjvor O planejamento da oferta,comoé feito?
materiaispor jncentivosmoÌais ou, como dizem os chjneses,incen" Èm primeirolugar, é claro que se pde produziÌaquilo que
tivos políticos: dá-soao tÍabalhador a consciênciapolítica de oue o a demandadeseja.Acontece,no entanlo,que, na medida€m que
ÉeucsfoÌço mâiot vai teverter €m seu bgnefícioindiretamente,não
se usâmmótodosainda mercanlis,os preçosvão refletiÌ pÍcferên-
atmvés de um aumcnto de saládo, mas medianteos frutos do au.
ciasindividuaisque podemestar€m contradição c:omdeteminados
mento da pródutivjdade social. Não há uma ligação dÌeta entrc
o tiabalho do indivíduo e o que ele Vai ganhar; há, jsto sim, ums
objetivospolíticos,principalmente do casode qna economiaplane-
jada queé culturalm€nte ôindao produtode uma sociedadc capila-
ügação indir€ta, ou seia, Ìlm aumentg de produtìvidade vâi levar
o um aümèIlto de ganhos no futurc. Ìsto está Da lógica da tecno.
lista pré-exhte[te.As economiasplanejadas hoje cxistentesaiída
logja mais Ínodcrna, oue torna â produção cada vez menos depeÍr-
não têm meioséculo,a maiorpartedelasnão tem maisque20 anc!'s,
dènte do esfoÌço 'ndividual, mÀs do funcionamentocada vez mais
Então, como fazer com que as prioridadescoletivasgov€mema
eficaz da equipe. Porém, embora têoÌicamentese possa dizer quc
realidade€conômica? Uma das foÍmasadotadasfoi a fixaçáodos
ela é viável, esta solugão não é fácjl de apìicar. Como os países chamados "prcçosadministÌados". Os preçosde oferta, quê real-
quê estão pÌanejandoa €conomia são países pob&s (exceto talvez meÍlte se cÍbÌam peios serviçose bens,acabamsendodifere[tcs do
que scÌiamsr fossemsó pâú atendera demandana forma como
a Alemanhá Orientâl e Checoslováquia)e por isso são obrigados
a maximizaÌ o seú Íitmo de acumulação de capital, eÍrtro o.esforço cla se manifestamonetariamente no mercado:algunsprodutossc
maior nô pÍodução e o seu resultado pode mediar uma g€ração vcndembâstânteabajxodo custo (remédio6, livros,discos,mateÍÍal
culturaletc.); em compensação, coloca-se uin preç.obem acimâdo
Ass_ú não cxiste a veaificaçãoconclela, empíÍica, da correlaçáo
€ntle âumentosde produção e de consumo,já que o excedenteterÁ custoem prcdqtoscomo por exemplo,bcbidasalcoólicasc ccrtos
que seÍ transformado eÍ! rÌovos meio! de produção, que vão acâbar bens e serviços de luxo. De modo qile este sobrêpreço,quc iá Íoi
pÌopiciando maior quantidadede bens de coosumo somente decê-
TEI
t80
denominadode ìmposlo jndireto. contido no púprio preço,
é iguaÌ
ao subsídio. ou sejê.à relìuç:odos Jìfeçosdo\ Uenspr;oiirariosì
Aoui novamenles9 colocaum probìenratdcnicoe um proble-
;il:ï'',,3i:1, ",l"ï::"*ãï.ïïï'ff
ïïfiã"""""ï:::",ïdï?,ffi ï:
ma políLico.O problematécnìcoesr; em conieguirÍazer
corn nue ConlÌa-argumen"ta-s€ qu€ esta gestão âìrtônoma diviale o povo
os preçosâdmin;\lrados nào anarquizemo calcutoeçonOm;coi.in ^_ anrâg,ónims, faz com que as empresasconcorlam
que se.reduzo preço dos livros ìOaoabaixo do :1 1"1:**"
:1:-T..-"t1,:r cusÌo, r],T conscnúanc,a. cria desemprego, inctusivepoÍque a em_
quanÌos tìvrosa mais !ai_sevender?po"queé precisoentão )' ::lT
p:err.,pdra
car_ p-oduz.r€ficientemente, tem que usaro mínimode tm_
regaÍ no preç-ode uma outra mercadoria que vá tirar
dos consu- o conjunLodas empre,âscÀi nesteprocessode ràcio-
midorcsum talor equivalenre áquelequ€ se vai perder vendendo
os rìvrosmars baraLos. É precisoter um conheiimentoba*ante ll]lÌú:. q"g "rruaçãode desempreso
"Íì, nao recnotogico é perÍëjLâmenre
exarooâqurroque os economisLas :,.i,'. derxade consl;LuiÍum desperJicro. Cada rÍaLa_
chamamde €lasticidade-preço da "
rnloor.prrrdo por um dja é um Jia de seri.jçoque se p-,rd:. I\ro
pfocura.lsLes preços administÍadospodem ser flexiveis.
pódem ser con'raJr o proprioplanejamenro. e gertaouurOnoÌna,. qire orurica_
mooìrrcados, Nem por is(o dexa de ser nicessdrjoque o cálculo mrr:c-u"f, cÍitcr:osanátogos aos Jo capiralismo no sentidod€ oue
económicoseja tecnicamente perfeiro.pos.f. t.nt ,*ff.i",liüi" a €Ucrcncrase traduz em lucro, conlrapõc_se à imperfejçãode u;a
os rnvesllmentos. a tongoprczo. A câpacidàde pÍodulivade certos Âdninistração cen!Íaljzada.
oenr,uma vez trxada,só pode ser mod;ficadacom custos
elcvados ge"rio cenÌrâtizada
e cm prazot.tìaslrrtelongor,Ao lâdo do problemaLécnico . A i de hro mujro difícil por noti,o, lec.
se co- nJcos.emborãreja preferívelpolit:camenle, Uma economiacomo a
ioca o" polit,co: oj preçosadninislradostém que
ser o rellexo cnÌnesi.por exemplo.procurapromovera uLilizaçào,t€cnicamente
of pre.rerencras cotetjvas.Não podem ser imposjçõ€sou não deve_ ftcronal das terÌas, ou seja, há um recurso Èscasso chamadoterra
rram^se-to.,lslo_eslá ljgâdonovamenteâo pÍoblemamais comp,exo
aìnoa que e o da gestãoautônornaversusâ gestão centralizada é ìrrili?adapara asricutrura.ourra não. Na que c
ds ïll:-j,
üÌrriTada !l?l agricuÌrura,
paÍâ parte é inigada.outra nào. Conlorme o
reor qu,micode,sasterÍar. o cl;mt, a capacidâde
A geslãoâuLônoma. oue é a oue eslá se introduzindo dos camOonrles
* hoje íã .lT ser ultizadas por vários tipos de produção;
EuÍopa Oriental, rli a cada empresaÌrma série de inÍormacaes :'_:ì Jìole_se
oue -p9d.. arroz,.teno paÍa o gado e
em uma empr€sacapilatislaseÍia a orjeoraçàode assimpor dianre.Como
Tl,ï.T
m€rcaoo,"^Sy" e pos$vet.num Dajrda extensáo da Chinâ,com os seus900 milhões
Lada empresarecebe.do órgão de planejamento,iniorrna-
oe n3olranÌec, âtocarcorrelimenl€eslasváriaspfoduçõe(?A des-
çao sobrequantovaj cuslara maléria-prima, de ouanto vai cuíaÍ cen.'ÍaÌizdção
do vator dos imposroì que a empresavâÌ prgar. nâ Ch;natornou_se iínposilivadevidoao atrasorecno.
:.."1^",lcii.:]:irj"1,
ou seja.quantodo seulucro tem que reverrerao órgao LogÌcooo ptanelamento econômico
de plãnija_ O"r ex.emplo, oplou petagesràotoratmenre
menlo;a parLirdaí ela €jrá livre pãra usaÍesresrecursos produrivos ^_^_-ir!i: cenrrâIlzada,
oa Ìorma que achar melhor,procuÍandoevidenlemente EpesJr r€suÌtado(negarivosque teve na URSS, po, urnu
â maior ra_ _dos ua"u_
cionalidadena produçãode mercadoriâsque ela pode vender, mcnÌaçâoque tor. âo mesmolempo, politicae empirlca.
Gueuãro
È,sree o esquêma,em termos gerais, da gestãoautónoma, oìssea uma cerÍaa ura: ..Em CubaexislemmenosÌábricas
Esle do cue
csqüemâeía Seratmenteligado aos inceDLivosmateÍiâis na cidade de Moscou.por que não adminisrráìâs
guâroadena ÍeparUçãoda renda. Esrá na sua e à desi Nussapopulâçãonão é de maisque 7 mithõesde habilanres. ";"iã;;"ì;;
lógica,segundoa as vá
quql,se..9: indivíduosnão estjreremdiretamenlejnreresúdos nas opçoessao.concomi!anremenre limi!adâs.TemoscaÍ,acidade
na geflr rsLocenLralzadamenle.-A de
maÌor eirclencraproduLiva!na maior racionalidade extensãodo país é pequénae remos
econômic4elâ noas vras de comunicação.Então, por que desceotializar?por
oão..s€.realiza. É ajnda a âceiraçáode que a herança culturai oue
do usar.mcÌodo-s caprratrslas que dividemo povo?,,Aí se coloca um
caprrarsmo nao.podeser superada, a não s:r quandoo desenvolvi- proDremâ,rào só de mas de luÌa polÍtica. já que Cuba é umd
menÌo oa- produr'vidade tiver levâdoàquelereino de abundáncia
com.qìre Mar.x,EDgelso muitos outros sonbaram.É uma economia amea-çâda 'deal,
de iDvasão.de pr€ssãopotjiica'de
contin_ e;;;:
gêncìa que ninguém defende como ideal, drvrdir o povo? por que premiar os que "ária;sabem pio
mas como seddo a Dais ïl1r;".jl,Jï
duzir melnor,que podemscÍ os poliricamenre mcnor conscienies,
182
)83
Por que coÍÍer o rhco de cÍíaÍ camadas privilêgiadasque,maistaÍ-
de, poderão se opor à süpcração desta contjngêtrcia?Vâmosusat e Fidel Cas!Ìo, cue dizcm o seguinle:"O qua e ste nìllra e.onomia
admjnistraçiiototalmÊltc centlalizada,ioc€ntivosmorais o assim socialistasão leis objetivâs de jnterdependênciajndustrja!,ou sejâ,
por diante. há c€Ìtas propcÍçõesda €conom'a que são dadas pela técnica. das
costaria de mcstÍaÍa inteÍlgaçãoentre o polítiçoe o técnico quais não se pode fugir. Se se quer produzir um prego, tem-s€q{re
semconfundiras duascoisas.Certa! opçõespolíticassãoinviáv€is ler a sjderúrgncaque pÍoduz a matéria-prima,o miÉrio de ferro
porque,tecnicameÍte, vão alémdo que se podefâze! no momento. o carvão, os meio! ds transpofteetc. Qüalquer obFtivo econômico
Talveza econom;a chinesapossaseÍ planejadacenlralmenledâqui pode ser assoc;adoa uma série de equâçõesÍegidaspor leis mate-
a algumasdécâdas. Não há nadade impossível nisso.Mas, no mo- máticasque têm de ser salisfeitas,qualquerque seja o rêgÌme.Exk-
m€nto, o âcervode informações, de experiêÃcias codificadasnão to, poÍém, foÍâ desta jnterdep3ndência, uma áreâ de esaolhahuma-
é suficiente.Á sabedoria imptessa!o subconsciente de centenas de na," E são essasáreas que estiv€mosanaìisando.Não é fatal qug
milhõesde camponeses não podeaindaser rcsumidaem memóÌias csta escolhahumana só possase dar no chamadoreino da liberda-
de cofiputadores nem no rcduzidonúmerode técnicosque com- de, ou seja. ouando a produçãofoÍ de tal forma elevadaque todas
põemas comissõcs de pÌanejamenlo. as necessjdades humanas,pelo m€nos materiais, possamser pÌena-
FinalmentegosÍaÍiade colocar o problema,que tem sido bas- merlte satìsfeitase a opção fundamentaldo homem será então pro-
tanteccntralnestadiscussão, da existênciaou não de leis objetivas duziÌ majs, obter mâis ó.io, ou dedicar majs tempo a atividades
no socialjsmo. Stalin,por ex€mplo,o váriosoutrcsautores.têm co- contemplativasetc.
locado o probleúa de qìre a lei do valor e ceÍas leis independcn- No fundo a discusúo está se trâvando alnda, Uma economiâ
tes dâ \,ontadehumanarcgem a economiasocialistâ,da mësma planejadade escasssz, que não tem capacidadedé satisfazeÌtodas
foma como regema capitalista.Oaro que sêÍiamleis diferentes. as necessidâdes humanas,pode náo se submeter a leis objelivas?
Elta colocação, assimfeita, reduzir'aas cpçõesàqüeÌasqüe a pr& Eìl actedito que pode. E âcrèdito inclusive qu€ a opção por üma
. pda tecnologiadefiniria.Se há uma lei de valor que regea produ- ou outm destassoluçõesvai confoÌmar o tipo de economiâque vai
predomjnarno fuluÍo. O que quero dizêr com isto é simplesmente
ção socialista;csta lei é resultantedo nív€l de desenvolvimentodas
forças produtivas e isto significa que úo há b4sicamentêopção o segujnte:se re vai fÉlo caminho de que existem lcis objelivas,
políticaaÌguma.O que o govemopodefazer é meramente sancio- s9 se exclui o povo de umâ tomada conscientede posiçãoperante
trar os cálcuìoseconôfticosde uma comissãocentral de plan€jamen- as opçõeseconômicas,se sÕ relega ao compulador e àquelesque
to, o que lelira da áreapolíticatoda dhcussão econômica. o mânejamestasopções,o que impljca aulomaticamenteem geslão
Como se coÌo3ame se ÍesoÌvemestesprcblemaseÍ1 uma eco- Âutônomadas empresas,ut'Ìjzaçáo do meca smo do mercado, in-
nomiacapitalistacomoa brasileira? Há leis objetivasque, de cerla centivos materiais e desigualdades na lepartição dâ renda, o qüe
forma, os Íesolvem:as preferêncjasdos consumidoÌes Íeveladas se vai ter provâvelmenteno futuro é a chamadasocíèdadede c.on-
pelosseusgastosresolvema opçãoentre o consumocoÌelivoe o s',Ìno. Os próprios valorcs humanos, não-econômicos,tenderão â
iídividüal;o ccmpo amentodos poupadores e investidores no mer- expandh a vontade do consumir muito além do que talvez fosse
cado de càpitaisdecideas opçõesentrc acumulaçãode capitaÌe racionÂI.Entraremoi no chamâdo "consumo conspícuo", como oi
consumoimediato.Emborâhaja iuterfcrências governâmentais em EUA estão nos mostrando briihantemente. Existe o per'go da
um ou outro sentido,ô fieÍcadodá a palavrâfinal, URSS e vários paisesda EuÍopa Oriental cinìinharem pâra ser uma
* o mesmoripo de leis, embomnão sejamas tneeÌtdr,gover- esÉcie de EUA do ponto de vista das molivaçõeshumanas.Sweezy
na a prodÌrçãosocialhta,as opçõeseconômicas se reduzemsemprc e Hubermann,por exemplo, nÀ ÍevlstÀMonthly ReyiÉ, no núme-
â uma única,que é economicamente a mais válidA.Então existê ro dedicâdoao 50.. anjvcrsáriodã Reuolüião de Outubro, âpontam
uma taxa de jurcs que aparcceal€aÌgumamanoiÌana economia claramenteeste perigo e com argumentosnuito pondeúvcjs. Estâ
(talvezcalculadapor computadoÍ)qur delemÌina.por eremplo,se optâo, a URSS praijcamente já a está pondo em -pútica, sendo
se devemconstruirusinashidreÌétricas ou lermelétricâs. Não há a sìmboljzâdapela indÌistrja automoblistica. Elâ foi adotada ess.en-
que discutiÍ.ContÌaestaposiçãôse colocamoütros,como Guevarâ t ii cialmente por aquelosqu€ decidjmm, p.ovavelmentepor voltâ de
1929,quc o plânejamenlona LrRSSseria feìlo de uma forma autô.
184
ritáriâ. Não há opção. Ao passoque aquelespaísesque optaram
poÌìma gestaomals centfalizada,que seja tecnicamenteviáiel.
oue
rejeÍamm a idéia de que a economiaesrásendoregidapor leis obje-
Lrvas,que reconh€cerama eisténcia de opçõese que lutaÍam para
que estas opçõesfossemcolscigntementetomadas,se possívcl,pela
majoÍia da população.pÍovavelmentevão produzjr uni"
oe_aounoâncla.qÌre_seÌá qualjtativameEtediferente, do ponto
vrsra da quaÌidadeda vids humana, dâ sociedadede coniumo.
".onàïúdc
O
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que var ser eu não sei, mâs do meu ponto de vjsra eu preferia
viveÌ
na segunda,

lrnprerso no3 Estab. crá-


ficos Borsoi S.^. Indústris
o Conélcio, à Rua FÌancis-
co Manuel, õ5 - ZC-15,
BeDfio, Rio de Janeiro

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