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UEMS-UNIVERSIDADE ESTADUAL DO

MATO GROSSO DO SUL-UEMS

A TEORIA GERAL DO EMPREGO, JURO E


DA MOEDA.

AMAMBAI
2017
Bruno Eduardo Guimarães da Silva
Dilceu Braun
Elisa Mariana Carvalho Ribeiro
Jefferson Mateus Nascimento Natal
Victor Alisson de Souza Toledo

John Maynard Keynes- Teoria geral do emprego, do juro e da moeda

John Maynard Keynes nasceu em junho de 1883 em Cambridge e faleceu em


Sussex em 1946, com 62 anos de idade vítima de infarto. Seus conhecimentos
sobre economia contribuíram em seus negócios e possibilitaram-lhe certo acúmulo
de riqueza. Ele foi funcionário público, editor de jornal, assessor do Tesouro
britânico, diretor do Banco Central Inglês, produtor teatral, editor e colecionador de
livros raros. Atuou também como professor de Economia e administrador na
Universidade de Cambridge, e ainda como administrador financeiro de negócios
relacionados ao balé, por influência de sua esposa.
Devido às condições de que dispunha sua família, ele desfrutou da melhor
educação que a Inglaterra oferecia. Educou-se em Cambridge, onde sua mãe
exerceu diversos cargos públicos, e inclusive foi prefeita, e na Universidade, onde
seu pai se destacou como professor e administrador.
Keynes destacou-se enquanto estudante por conta de sua participação em
debates, atividades políticas não-partidárias e numa sociedade secreta, os
“Apóstolos”, que foi fundada em 1820 e reunia um amplo grupo de futuras
personalidades. Keynes era considerado um homem polêmico, e, para muitos,
arrogante.
Em Londres ele fez parte do que viria a ser conhecido como o “Bloomsbury
Group”, composto por intelectuais de sucesso que reconhecidos por sua
irreverência, cultivavam o ideal libertário, lutavam pela ampliação do papel da
mulher na sociedade, pela desinibição sexual e contestavam os valores morais
herdados.
Keynes foi economista e autor de uma fecunda e influente obra em teoria
econômica no século XX, onde merece destaque A Teoria Geral do Emprego, do
Juro e da Moeda, de 1936.
Como representante do governo teve papel importante em negociações
internacionais no Tratado de Paz em Versalhes em 1918 e durante a Segunda
Guerra Mundial, principalmente na reorganização financeira da economia mundial.
Com a crise na economia inglesa, que acarretou na depressão dos anos 30,
Keynes começou a se afastar da ortodoxia como representada pela “Lei de Say”. De
acordo com essa lei, não poderia ocorrer “escassez de poder de compra” no
sistema econômico. Primeiramente porque, o processo de produção capitalista é
também, o de geração de renda (salários, lucros, aluguéis, entre outros). E,
portanto, de criação da fonte de financiamento da demanda, e, segundo, porque
dada a existência dos mecanismos automáticos dos mercados livres, os
movimentos corretivos e espontâneos de salários, preços e juros garantiriam que os
níveis de demanda não ficassem permanentemente aquém dos níveis de produção
de pleno emprego.
Da crítica à “Lei de Say”, Keynes caminhou em busca de uma explicação
analítica para o desemprego e ele tentou dar fundamento teórico às sugestões de
intervenção estatal como geradora de demanda para garantir níveis elevados de
emprego. É importante ressaltar que vários economistas de orientação ortodoxa
também advogaram gastos públicos, para combater o desemprego. A exemplo de
Pigou e Robertson , a crítica de Keynes se concentra na inconsistência entre os
fundamentos teóricos desses autores, de um lado, e suas recomendações práticas,
do outro.
A sua primeira tentativa de superar a teoria clássica, resultou na produção de
A Treatise On Money em 1930, infelizmente foi uma tentativa frustrada. Essas
avaliações críticas imediatamente induziram Keynes a seguir seu trabalho entre
1930 e 1935 e com isso publicou em 1936 a Teoria Geral. De imediato houve
controvérsias entre Keynes e seus discípulos. Essa obra, foi uma verdadeira
explosão, pois muitos foram adeptos e muitos contrários a ela, o feito dessa obra foi
tão grande que deu início ao que se denominou de “Revolução Keynesiana”.
Mas porque sua obra é muito importante e qual a novidade dela?
A mensagem básica do livro está contida no fato de que o sistema capitalista
tem um caráter intrinsecamente instável. Ou seja a operação da “mão invisível”, ao
contrário do que ainda é sustentado por economistas de orientação ortodoxa, não
produz a harmonia apregoada entre o interesse egoístico dos agentes econômicos e
o bem estar global.
Em busca de seu ganho máximo, o comportamento individual e radical dos
agentes econômicos, produtores, assalariados e consumidores, pode gerar crises a
despeito do bom funcionamento das poderosas forças automáticas dos mercados
livres. E essas crises são oriundas de insuficiência de demanda efetiva. Nisso se
aproxima de Marx mas se afasta dele quanto ao método de análise e quanto ao
futuro capitalista.
Por meio do convívio necessário ao exercer suas funções de membro do
governo, não ficou imune aos valores da classe dirigente inglesa: colonialista e
angustiado com a contínua perda de prestígio econômico e político da Inglaterra,
que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, o que o contrapôs aos seus amigos que
eram pacifistas e recusavam-se a atenderem o comando de alistamento militar
compulsório, o que levou-os a criticarem Keynes por servir ao Governo durante a
Guerra.
Keynes apresentou suas “objeções de consciência” ao alistamento, em
solidariedade a seus amigos e para atestar a legitimidade da demanda destes. Em
1919 saiu do Tesouro e publicou uma crítica ao Tratado de Paz: Economic
Consequences of the Peace, que se direciona ao fato de que a Alemanha,
considerada a grande perdedora da guerra deveria arcar com o ônus desta, que
Keynes acreditava ser muito grande, principalmente para um país que acabara de
sair de uma grande guerra. Ele pressente que este não é um bom acordo, e que
traria resultados maléficos no futuro, o que de fato ocorre culminando na segunda
guerra mundial.
Keynes, em busca de uma explicação analítica para o desemprego buscou
dar fundamento teórico às sugestões de intervenção estatal como geradora de
demanda para garantir níveis elevados de emprego, ou seja advogando gastos
públicos para combater o desemprego. O combate ao desemprego por meio desta
ampliação de obras públicas aparece de forma sistemática a partir de 1929 no
panfleto “Can Lloyd George do it? ”, escrito juntamente com Hubert Honderson.

A teoria geral do emprego, do juros e da moeda

Silva destaca o comentário de Samuelson sobre essa obra de Keynes:

É um livro mal escrito e mal organizado.... Não serve para uso em


classe. É arrogante, mal-educado, polêmico e não muito generoso nos
agradecimentos. É cheio de falácias e confusões: desemprego
involuntário, unidades de salário, equivalência da poupança e do
investimento, caráter intertemporal do multiplicador, interações da
eficiência marginal sobre a taxa de juros, poupança forçada, taxas de
juros específicas, e muitos outros... depois de entendida a sua análise,
se mostra óbvia e ao mesmo tempo nova. Em resumo, é um trabalho
de gênio. (grifo nosso)

A genialidade da novidade trazida por Keynes é a proposição de que o


sistema capitalista tem um caráter intrinsecamente instável. Ou seja, a operação da
“mão invisível”, ao contrário do que ainda é sustentado por economistas mais
ortodoxos, não produz a harmonia apregoada entre o interesse egoístico dos
agentes econômicos e o bem-estar global. Em busca de seu ganho máximo, o
comportamento individual e racional dos agentes econômicos — produtores,
consumidores e assalariados — pode gerar crises a despeito do bom funcionamento
das poderosas forças automáticas dos mercados livres. E essas crises advêm de
insuficiências de demanda efetiva.

Nessa obra Keynes utiliza alguns conceitos como “eficiência marginal do


capital” que seria a relação entre o rendimento provável de um bem capital e o seu
preço de oferta ou reposição. Teoriza também sobre a relação entre poupança e
investimento, em que um aumento do segundo pode gerar poupança e maior nível
de renda, enquanto um aumento de poupança, em relação à renda corrente, não
gera necessariamente nem mais investimento nem aumento, mas sim queda do
produto. De modo que ele conclui que poupança não gera investimento, mas
investimento gera poupança.

Macroeconomia e microeconomia- Contribuições de Keynes

Keynes afirmou que o desemprego pode estar relacionado a uma insuficiente


demanda agregada ao mercado de bens e não a um desequilíbrio no mercado de
trabalho, assim contribuiu grandemente para a macroeconomia, que estuda as
causas e as consequências do desemprego.

Antes da publicação da Teoria geral, a macroeconomia não havia sido


pensada dessa forma, e nela Keynes desenvolve uma análise das causas e dos
ciclos econômicos com períodos alternados de desemprego e elevada inflação.
Atualmente a macroeconomia examina uma grande variedade de assuntos, tais
como determinação de investimento e de consumo global, como os bancos centrais
fazem a gestão da moeda e das taxas de juro, o que causa as crises financeiras
internacionais e porque alguns países se desenvolvem rapidamente enquanto
outros estagnam. Apesar do progresso da macroeconomia desde as primeiras
conclusões de Keynes, as questões abordadas por ele ainda continuam a delimitar
o estudo atual desta.

Em contrapartida, a microeconomia, ou teoria dos preços, analisa a formação


de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o(a) consumidor(a) interagem e
decidem o preço e a quantidade de um produto ou serviço; estuda portanto, o
funcionamento da oferta e da demanda na formação do preço.
Ela se divide em :
Teoria do(a) consumidor(a)- estuda a preferência do consumidor analisando seu
comportamento, suas escolhas
Teoria da produção- estuda o processo de transformação da matéria-prima
adquirida pela empresa em produtos específicos para a venda no mercado.
Teoria da empresa- estuda a reunião do capital e do trabalho de uma empresa a fim
de produzir produtos conforme a demanda do mercado e a oferta dos
consumidores(as) dispostos(as) a consumi-los.

Governos que utilizaram a teoria Keynesiana

Além do New Deal, acordo para recuperação da economia no EUA depois da


crise de 1929, se tem outros governos que também adotaram essas práticas, entre
eles o do Barack Obama com a crise de 2008, Lula, Dilma e até Getúlio Vargas.
Vargas teve uma visão visionária, queimando o café produzido pelo Brasil em
1930, sendo essa a maior produção econômica da época e pela falta de
compradores, ele teve a ideia de comprar esse café e queimá-lo do modo que não
pararia a produção. Esse ato fez com que o Brasil se recuperasse do efeito da
grande depressão.

A crise financeira de 2008 enfrentada pelo governo Obama nos EUA foi
resultado de grandes falências de instituições financeiras resultando no estouro da
bolha imobiliária. “Dessa forma houve uma intervenção do Estado, investindo nas
hipotecas e imóveis. Também tomando medidas Keynesianas para construção de
obras de infraestrutura.

No Brasil o governo Lula usou métodos para sair da crise entre eles, redução
da meta do superávit, alívio das despesas com juros e aumento consciente do
déficit nominal no setor público, isso possibilitou o aumento de gasto social per
capito resultando em investimentos em saúde, previdência, seguro-desemprego
entre outros.

A linha de pensamento da economia Keynesiana no governo Dilma é


desenvolvimentista. A crise financeira no Brasil pode ser explicado devido a
transferência do déficit para os ricos, que paralisam a economia, porém deveria ser
revertido aos pobres que gastam praticamente tudo o que recebe fazendo girar a
economia.

Referências:
KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego, dos juros e da moeda. Ed. Nova Cultura
Ltda, São Paulo, 1996.
SICSU, João. LIÇÕES DA CRISE DE 2008 E 2009,2016. Dísponivel em <:
https://www.cartacapital.com.br/economia/licoes-da-crise-de-2008-e-2009 >. Acesso
em : 2 de jul. de 2017

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