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EMENTA
EMENTA
RELATÓRIO
VOTO
Preliminarmente, em que pese a ausência de recurso da parte autora,
tendo portanto transitado em julgado a sentença que determinou a devolução dos
valores pagos após o trigésimo dia após o encerramento do grupo de consórcio,
cumpre-me registrar, vez que já houve pronunciamento dessa magistrada de forma
diversa da aqui exarada, que após reuniões entre os membros das Turmas
Recursais da Bahia objetivando uniformizar o entendimento sobre a matéria dos
consórcios, particularmente sobre o momento da devolução das parcelas pagas ao
consorciado desistente, ao final de estudo e debates, foi firmado o entendimento da
forma que se segue:
Especiais Estaduais, "a lógica do sistema judiciário nacional recomenda se dê à reclamação prevista no art. 105, I, f, da CF,
amplitude suficiente à solução deste impasse".
- Em caso de desistência do plano de consórcio, a restituição das parcelas pagas pelo participante far-se-á de forma
corrigida. Porém, não ocorrerá de imediato e sim em até trinta dias a contar do prazo previsto no contrato para o encerramento do
grupo correspondente.
- A orientação firmada nesta reclamação alcança tão-somente os contratos anteriores à Lei nº 11.795/08, ou seja, aqueles
celebrados até 05.02.2009. Para os contratos firmados a partir de 06.02.2009, não abrangidos nesse julgamento, caberá ao STJ,
oportunamente, verificar se o entendimento aqui fixado permanece hígido, ou se, diante da nova regulamentação conferida ao sistema
de consórcio, haverá margem para sua revisão.
Reclamação parcialmente provida.
- Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, votação por unanimidade, Relatora Ministra Nancy Andrighi, em 26 de
maio de 2010 (Data do Julgamento)
2 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
...
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
3 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
...
V - defesa do consumidor;
4 Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do
consumidor.
|Em sua redação original, o Projeto de Lei n o 533, que resultou na
promulgação da Lei nº 11.795/08, estabelecia de forma expressa duas possibilidades para
a restituição ao consorciado excluído das quantias ele pagou: ser contemplado em
assembléia através de sorteio ou ser restituído 60 dias após a data da realização da
última assembléia (§§ 1o, 2o e 3o do art. 30 e os incisos II e III do art. 31 da proposição 5).
§ 2o O consorciado excluído somente fará jus à restituição de que trata o caput se desistir após o pagamento de sua quinta
parcela de contribuição ao grupo, inclusive.
§ 3o Caso o consorciado excluído não atenda ao requisito do § 2o, será restituído do valor a que tem direito na forma do art.
31.
Art. 31. ............................................................................................
.........................................................................................................
II – aos participantes excluídos, que o saldo relativo às quantias por eles pagas, ainda não restituídas na forma do art. 30, se
encontra à disposição para devolução em espécie;
III – aos demais consorciados e participantes excluídos, que os saldos remanescentes no fundo comum e, se for o caso, no
fundo de reserva estão à disposição para devolução em espécie proporcionalmente ao valor das respectivas prestações pagas.”
6 Fonte: :www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-010/2008/Msg/VEP-762-08.htm
Ou seja, respeitando a força hierárquica normativa do CDC, a Presidência
da República não permitiu que seus ditames fossem contrariados, ressaltando que os
vetos foram lançados “por inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público”
existentes nas disposições excluídas.
Em relação ao valor a ser restituído em face dos valores pagos, devem ser
abatidos à taxa de administração no percentual contratado e o valor relativo ao seguro,
caso existente.
Quanto ao pleito de desconto dos valores pagos a título de seguro, não há que
se falar em ilicitude, ou prática abusiva, desde que haja previsão contratual expressa,
como ocorre no caso sub judice. Nesse sentido: