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Rogério Raul da Silva, MSc.

Mestrado em Gestão Estratégica das Organizações pela Universidade


do Estado de Santa Catarina (1999), Especialização em Marketing pela
Universidade do Estado de Santa Catarina (1994) e Graduação em
Administração pela ESAG (1989). Professor das disciplinas de Mercadologia,
Comportamento do Consumidor, Pesquisa Mercadológica, Ética, Marketing,
Vendas e atendimento a clientes nos cursos de graduação e pós-graduação em
administração. Durante três anos foi, também, coordenador dos cursos de
Administração com Habilitação em Marketing e Administração com Habilitação
em Comércio Exterior no Centro de Educação Superior VII da Universidade do
Vale do Itajaí. Realiza trabalhos de treinamento e desenvolvimento gerencial
em vendas e atendimento. Atualmente é professor titular da Universidade do
Vale do Itajaí, consultor autônomo e instrutor em vendas - Treinamento em
vendas. Presta consultoria na área de: Gestão de vendas, Vendas,
Atendimento à Clientes, Pesquisa Mercadológica, Estrutura Organizacional,
Estratégias Organizacionais, Avaliação de Serviços e Planejamento
Estratégico.

Florianópolis, março de 2015.


Texto elaborado por Rogério Raul da Silva especialmente para o curso de
Capacitação para Administradores Consultores de MPE’s.

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OBJETIVO 06

INICIANDO O TEMA 07

2. CONSULTORIA EMPRESARIAL: CONCEITO 08

3. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 10

4. PAPEL DO CONSULTOR EMPRESARIAL 13

5. PERFIL E CARACTERÍSTICAS DO CONSULTOR 14

6. CONSULTOR INTERNO E CONSULTOR EXTERNO 16

7. CENÁRIO DOS NEGÓCIOS E COMPETITIVIDADE 18

8. GESTÃO DA MUDANÇA ORGANIZACIONAL 20

SINTETIZANDO 23

REFERÊNCIAS 25

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OBJETIVO GERAL:
Conhecer os conceitos e os fundamentos da consultoria empresarial bem como
o papel e as áreas de atuação do consultor junto à micro e pequenas empresas num
cenário de negócios em constantes mudanças.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Conhecer os fundamentos da consultoria empresarial;


• Conhecer o papel do consultor empresarial;
• Conhecer as áreas de atuação do consultor empresarial;
• Refletir sobre as mudanças no ambiente externo e suas consequências para as
organizações empresariais.

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O papel do consultor empresarial é um dos mais nobres. Trata-se de um
profissional que tem seu foco no auxílio a gestão de organizações empresariais.
Portanto, o resultado da consultoria é a melhoria da organização empresarial e
todas as consequências positivas que essas melhorias podem trazer para a
sociedade em que ela atua.
Em particular, as micro e pequenas empresas têm características e
dificuldades bastante específicas. Para que sejam cada vez mais eficazes em suas
decisões, os gestores dessas organizações, muitas vezes precisam de ajuda.
Todavia, muitos desconhecem o trabalho realizado pelo consultor e tem dificuldades
em encontrar consultorias dirigidas a esse segmento, uma vez que tais consultores
precisam estar preparados para atender especificidades das micro e pequenas
empresas.
Outro aspecto importante a ser considerado na consultoria dirigida para as
micro e pequenas empresas é que seus empreendedores estão mais interessados
em resultados tangíveis e normalmente imediatos do que em possíveis benefícios
futuros. Quando procuram ajuda ou apoio de consultores, esperam o atendimento
de profissionais qualificados e capacitados, que lhes apresentarão respostas e
soluções as suas necessidades imediatas.
Para esclarecer o tema consultoria empresarial apresenta-se neste texto as
bases conceituais dessa importante função, uma breve contextualização histórica, o
papel do consultor empresarial, motivos para a contratação do consultor
empresarial, perfil e características do consultor empresarial, classificação das
consultorias, consultoria por meio do consultor interno e consultoria por meio do
consultor externo. Enfim, este material contém conceitos básicos que permitem
desmistificar a consultoria empresarial.

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2. CONSULTORIA EMPRESARIAL:
CONCEITO.

A consultoria empresarial pode ser definida de diversas formas, na sequência


são apresentados alguns pontos de vista para sua reflexão. Sugiro que após a leitura
e interpretação do conceito você chegue a sua própria definição do que é a
consultoria empresarial.
Segundo Oliveira (2011, p. 4), um dos mais respeitados consultores brasileiros,
no seu livro Manual de consultoria empresarial, define a consultoria como “um
processo interativo de um agente de mudanças externo à empresa, o qual assume a
responsabilidade de auxiliar os executivos e profissionais da referida empresa nas
tomadas de decisões, não tendo, entretanto, o controle direto da situação".
O Institute of Management Consultants da Inglaterra define consultoria
empresarial como “o serviço prestado por uma pessoa ou grupo de pessoas,
independentes e para a identificação e investigação de problemas que digam respeito
à política, organização, procedimentos e métodos, de forma a recomendarem a ação
adequada e proporcionarem auxílio na implementação dessas recomendações”.
A partir dessas definições podemos entender a consultoria empresarial como
um serviço, ou seja, uma ação com desempenho de uma pessoa ou grupo de
pessoas no sentido de investigar um problema específico ligado à organização em
busca de um diagnóstico visando à apresentação de recomendações de ações que
auxiliem na solução de tal problema.
Nesse sentido, a consultoria empresarial é um ato que parte de
gestores/empreendedores no sentido de solicitar ajuda para a solução de um
problema a partir do parecer originado de estudos de um especialista contratado para
auxiliar e orientar a tomada de decisão de tais gestores/empreendedores.

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Além de associar a consultoria empresarial como um serviço, também podemos
entendê-la como um processo, ou seja, uma sequência de etapas em que se
envolvem interativamente um agente que assume a responsabilidade de auxiliar os
gestores e profissionais na atuam em uma empresa, com o objetivo de diminuir os
riscos associados à tomada de decisões.
Nesse ponto, cabe chamar a atenção para o fato de que o consultor não tem o
controle direto da situação, ou seja, ele é um agente de mudanças que indica e
orienta a tomada das decisões, mas não tem o poder de implementação de tais
decisões.

Agora é com você, a partir da leitura dos parágrafos


acima e das interpretações que você fez,
quando questionado, você responderia
que a consultoria empresarial é_______
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3. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA.

Pode-se contextualizar a consultoria no seu sentido mais amplo como parte de


uma consulta a especialistas ou pessoas que possuem um conhecimento que pode
ajudar a responder questões complexas para quem a ele solicita auxílio.
Desde há muito tempo o conceito de consultoria era utilizada nas aldeias, nas
pequenas cidades, nos convívios sociais, e geralmente eram os sábios, pessoas mais
experientes, e os líderes que aconselhavam seu povo em diferentes assuntos, não com
os mesmos termos e conceitos que são utilizados hoje, mas com o mesmo intuito de
buscar a melhor maneira de se administrar se não os negócios, a própria vida e o
convívio social.
Sob o ponto de vista histórico, um bom começo para os administradores
contextualizarem a consultoria empresarial, como ela ocorre nos dias de hoje, surge a
partir da revolução industrial. Peter Drucker chamou a atenção para a importância da
revolução industrial, todavia, para o ponto de vista de que a revolução industrial foi
muito mais do que a criação da máquina a vapor ou o surgimento da indústria
moderna. Ele a via como uma revolução na forma de transmitir o conhecimento.
Em outro ponto da história, a fábrica de alfinetes descrita por Adam Smith em
seu livro A Riqueza das Nações, publicado em 1776, é um grande referencial para se
compreender os primórdios da administração como a conhecemos durante todo o
século XX, essas ideias nortearam o processo produtivo surgido nos anos que se
seguiram, sendo muito usados até os dias de hoje.
Para os administradores, as ideias de Frederick W. Taylor, que atuou e fez seus
experimentos na condição de consultor de empresas no inicio do século XX, é mais um
passo em direção a melhoria dos processos de gestão e do fortalecimento do papel do
consultor empresarial.

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Outra fonte de fortalecimento da consultoria empresarial pode ser associada a
evolução dos processos administrativos a partir das diversas escolas da administração.
As ideias que surgiram dessas escolas, também contribuíram para valorizar o papel do
consultor. Todavia, num ambiente em que as mudanças ocorriam de modo mais lento,
isso quando comparado ao que vivenciamos nos dias de hoje.
No passado pôde-se verificar que as mudanças no ambiente de mercado
resultou em desafios específicos para as empresas. Em cada época as empresas
tiveram que se deparar com pelo menos um fator que tem que ser resolvido com mais
prioridade, mas geralmente esse mesmo fator está ligado a vários outros. Um se
resolve, começa outro que está ligado ao primeiro e assim por diante.
Na atualidade, o ambiente empresarial e a administração de empresas, estão
inseridos num ambiente complexo muito mais complexo do que no século XX. Hoje em
dia, a consultoria é muito utilizada de maneira formal dentro das empresas, no entanto,
não se limitando a elas. Os desafios empresariais estão se tornando cada vez mais
complexos. As mudanças no ambiente externo com o surgimento
Com a aceleração das alterações que ocorrem no ambiente, a exigência de
rapidez nas tomadas de decisão e principalmente as mudanças que o mercado impõe,
fazem da consultoria uma ótima opção e acaba se tornando fundamental para algumas
organizações empresariais.
O cenário atual vem proporcionando boas oportunidades para empreendedores
de micro, pequenas e médias empresas que podem gerar prosperidade nos negócios
ou o fechamento de suas empresas. Tudo depende do acerto na tomada de decisão,
ou seja, na gestão do seu negócio por conta própria ou com o auxílio de especialistas.

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Para o futuro, o cenário que se pode criar para os administradores e
consultores é o de que é necessário estar em constante acompanhamento das
variáveis associada a uma determinada área da gestão sem desconsiderar as demais
variáveis que interferem no contexto mais amplo.
O resultado positivo de trabalho do consultor está ligado a encontrar meios que
permitam sugerir decisões que levem a adaptação das empresas - clientes de acordo
com as exigências do momento. É isso que veremos a seguir.

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4. PAPEL DO CONSULTOR EMPRESARIAL.

Como visto no conceito e através da evolução do processo administrativo, o


papel do consultor empresarial é o de auxiliar os clientes na melhoria do seu
desempenho nos aspectos relativos a eficiência, a eficácia e a efetividade
organizacional. Sempre, considerando que a organização é um sistema e precisa ser
visualizada holisticamente.
Nesse sentido, esse papel está associado a imparcialidade na análise dos
problemas organizacionais, mesmo que as recomendações não agradem a direção
da empresa, sempre feito com diplomacia e considerando as consequências da
adoção de suas recomendações.
O trabalho do consultor é de aconselhamento com foco no momento das
pessoas e da empresa-cliente. No entanto, o papel do consultor não está relacionado
ao controle direto sobre a situação, existe a responsabilidade de aconselhar, mas a
autoridade ou liberdade de decisão não é parte de seu papel.

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5. PERFIL E CARACTERÍSTICAS
DO CONSULTOR.

Primeiro, cabe definir o que é um consultor. Segundo Peter Block (1991), o


consultor é uma pessoa que, por sua habilidade, postura e posição, têm o poder de
influência sobre pessoas, grupos e organizações, mas não tem poder direto para
produzir mudanças ou programas de implementação.
Segundo Crocco e Guttmann (2005), para um profissional ser realmente
considerado um consultor empresarial, é necessário que ele siga certas premissas de
independência, automotivação, perícia escrita e verbal, capacidade analítica,
autenticidade e ética.
Um consultor, como qualquer outro profissional ligado à área empresarial, deve
ter como característica pessoal o que se chama de "CHA" no estudo da
administração de empresas, ou seja, deve possuir conhecimentos, habilidades e
atitudes. Não basta saber o que fazer, é preciso saber como fazer e sobre tudo
querer fazer algo.
Por outro lado, o comportamento de um consultor deve exteriorizar valores,
emoções e seu conhecimento. É preciso ter a capacidade de se comunicar dentro da
empresa de forma produtiva, porém tranquila, deixando claro a todos os
colaboradores que está comprometido com seu trabalho, que acredita no que faz, e
está disposto a ajudar a empresa.
O posicionamento como um colega dos demais funcionários, como o de
alguém que está ali para ajudá-los, é imprescindível para que estes criem confiança e
não atrapalhem ou boicotem o seu trabalho.
As habilidades do consultor devem estar focadas preferencialmente nos
métodos e instrumentos utilizados, no compartilhamento de ideias e informações
sobre a empresa, na criação de um clima favorável, na gestão dos recursos
disponíveis e na motivação.

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O consultor empresarial deve saber também quais as melhores formas de se
realizar a coleta de dados para posterior diagnóstico, dentro de cada tipo de
organização, observando suas políticas e valores, antes mesmo de iniciar seu
trabalho. Ele deve manter-se alinhado aos componentes da cultura organizacional
de onde está realizando a consultoria, e respeitá-la.
Para obter uma relação tranquila com a empresa-cliente, gerando sempre
resultados positivos, que podem resultar também em contratações futuras por essa
mesma organização e por outras que podem ter conhecimento dos bons resultados.
Um consultor que não segue essa linha, e acaba encontrando obstáculos no
momento que está realizando sua análise, é considerado um profissional
inexperiente e ineficiente no ramo empresarial.
Por fim, o consultor empresarial é um profissional que deve apresentar duas
características muito importantes:

• Ter um conhecimento especializado em alguma área de necessidade de


empresas;

• Estar motivado para auxiliar os gestores na solução dos problemas em suas


empresas.

Além disso, o consultor empresarial de sucesso geralmente apresenta


algumas característica comportamentais típicas, como disposição de interagir e se
relacionar com outras pessoas, ser racional na busca de informações e na análise
dessas informações, saber negociar, saber demonstrar interesse no negócio da
empresa-cliente, saber desenvolver um clima de confiança.
O consultor deve ter habilidades criativas e inovadoras, com adequação aos
diversos ambientes organizacionais, saber administrar o tempo, ter postura ética, ter
visão sistêmica, saber fazer análise de custo-benefício de modo a sugerir soluções
equilibradas, saber questionar e saber produzir mesmo diante de problemas
diversos.

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6. PERFIL E CARACTERÍSTICAS
DO CONSULTOR.

De um modo geral o consultor pode ter ou não um vinculo de emprego com a


empresa onde vai atuar. Nesse sentido, podemos classificar o consultor em dois
grupos: o interno e o externo.
O consultor interno recebe essa designação, normalmente, por ser um
empregado da empresa. Todavia, a denominação é uma questão de escolha menos
importante do que o objetivo associado a função.
Já o consultor externo é, geralmente, um profissional de mercado que pode
ser um membro de uma empresa de consultoria ou um profissional autônomo. Para
muitas pessoas esse é o verdadeiro consultor.
Não é raro uma grande organização possuir os dois tipos de consultor ao
mesmo tempo. Essa decisão está associada ao tamanho do desafio colocado. Ou
seja, o consultor interno ou externo vai assumir essa condição em função das
necessidades da empresa e não em substituição a um ou outro, mas sim o de
complementar a ação que está em andamento.
Portanto, de um modo geral o consultor interno é um funcionário da empresa
que ocupa um cargo, normalmente técnico ou gerencial e atua como facilitador, seu
trabalho está em identificar problemas e buscar soluções por meio de opiniões e
criticas.
Já o consultor externo se caracteriza por não pertencer ao quadro de
funcionários da empresa-cliente, pode ser um empregado ou sócio de outra
empresa, nesse caso uma empresa que oferece serviços de consultoria, que presta
serviços à empresa-cliente em uma área específica em que possui especialidade.

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Vantagens e Desvantagens do Consultor Interno
As vantagens da adoção do consultor interno estão associadas ao
conhecimento que o mesmo possui da empresa, por viver o cotidiano de trabalho
com atividades relativas aos processos da empresa, possui maior conhecimento dos
aspectos informais da empresa, possuir maior acesso a pessoas e grupos de
interesse e por participar das diversas atividades de planejamento e controle do
processo inerente ao trabalho.
As desvantagens do consultor interno estão associadas ao menor grau de
atualização prática adquirida na experiência de conviver com ambiente empresariais
diversificados. Por esse mesmo motivo, o consultor interno geralmente possui menos
experiência que o consultor autônomo.
Dentro da empresa, suas ideias geralmente tem menor aceitação nos altos
escalões da empresa e, por normalmente ter vínculo empregatício com o cliente,
possuem menor aceitação de suas sugestões.

Vantagens e Desvantagens do Consultor Externo


A vantagem do consultor externo, quando comparado com o interno, é o de
possuir maior experiência prática, por estar sempre em atividade em empresas
diferentes, com problemas diferentes. Por esse mesmo motivo, o consultor externo
pode trabalhar com maior imparcialidade, tendo dos altos escalões da empresa-
cliente uma maior confiança. Ainda, este pode estar livre de "vícios" praticados pela
empresa, para uma visão diferente de problemas.
As desvantagens também existem na contratação de uma consultoria externa.
O consultor externo possui menor conhecimento da empresa e de suas
informalidades, isso ocorre por não estar cotidianamente presente na empresa
cliente. Além disso, tem menor acesso a pessoas e grupos de interesse e possui um
relativo "poder formal".

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7. CENÁRIO DOS NEGÓCIOS E
COMPETITIVIDADE.

O desafio da administração no que se refere às tendências no contexto da


gestão de empresas é de um panorama de diversidade das organizações e
complexidade na tomada de decisões. O mundo dos negócios é cada vez mais
competitivo e com mudanças cada vez mais rápidas.
Como mencionado, essas mudanças criam oportunidades e ameaças e
impactam no processo de gestão das empresas. Tais alterações influenciaram na
forma como se administram as organizações empresariais e as levará a alcançar seus
objetivos ou não, tudo dependerá da capacidade dos gestores de ler e interpretar a
realidade externa e conseguir criar estratégias e ações que adaptem suas empresas,
de modo positivo, as novas realizadas que se apresentarem.
Os administradores de hoje precisam compreender a influência de diversas
variáveis externa em suas decisões. Todavia, a tendência é a necessidade de
considerar ainda mais tais influências. Para tal, os gestores precisam de informações a
respeito de diversas variáveis como as mudanças no ambiente social, na economia, a
globalização e a competitividade, o desenvolvimento tecnológico e da informação, por
exemplo.
No que se refere a competividade, uma nova ordem mundial parece surgir. A
globalização da economia está derrubando fronteiras, ultrapassando diferentes línguas
e costumes e criando novo mundo inteiramente novo e diferente, com muitos
competidores. Tudo indica que as fronteiras da concorrência estão desaparecendo
rapidamente. Os gestores precisarão a ficar mais atentos a competitividade. Os líderes
empresariais se voltam para competitividade em um ambiente globalizado.
Um ponto de vista muito comum é o de que o mundo globalizado oferece, de
um lado oportunidades de prosperidade econômica e de extrema exigência no preparo
dos administradores e de suas empresas para usufruir das novas oportunidades.
A globalização da economia favorece as empresas dos países mais
desenvolvidos, pois estes possuem melhor tecnologia, maiores recursos e estabilidade
econômica permanente, sendo sua capacidade de produzir em larga escala, por um
preço mais reduzido, superior à dos países emergentes.

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Todavia, países como o Brasil não podem ficar fora desta nova ordem mundial
e desse novo momento. Ter a visão de negócio com um olhar mais abrangente,
tornar a empresa mais competitiva frente ao novo nível de concorrência parece ser a
alternativa mais indicada.
Essa é mais uma área de oportunidades para os consultores empresariais que
focam em pequenas e médias empresas. Talvez a velha frase “pensar localmente e
agir globalmente” ganhe mais significado com o passar dos anos.

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8. GESTÃO DA MUDANÇA
ORGANIZACIONAL.

Como observamos até agora, as empresas tem a necessidade de se


adaptarem às mudanças. De outro modo, não é inteligente ir contra as mudanças e
estagnar, essa certamente é uma decisão que compromete o futuro da organização.
Essa necessidade de adaptação faz com que o gestor sinta-se carente de
conhecimento e a busca do entendimento dos aspectos que influenciam diretamente a
sua empresa. Além desse conhecimento, ainda é preciso desenvolver a capacidade
de planejar para enfrentar as incertezas que surgem com tais modificações.
O planejamento, em especial o planejamento estratégico, como ferramenta de
gestão auxilia na preparação da organização para atuar nos cenários mais diversos e
competitivos. Assim a escolha de programas de mudanças organizacionais já
definidos ou a elaboração de um programa próprio deve ser analisada pela gestão
com profundidade e cautela por ter efeitos que condicionam a existência
organizacional.
Ao nosso dia-a-dia se incorporam continuamente os produtos das

reestruturações, das novas tendências, identidades, valores e significados. A

evolução tecnológica, cuja velocidade e ritmo nem sempre alcançamos no primeiro


momento, introduz novos comportamentos, que estabelecem padrões diferenciados
daqueles que representavam referências de comportamento que está se
disseminando por toda a sociedade.
A mudança organizacional é o resultado da adaptação da empresa ao
ambiente. Que está associada as mudanças sociais, econômicas, políticas e
tecnológicas que acontecem no ambiente externo a organização.
Os consumidores tornam-se mais exigentes, cresce o número de concorrentes
no mercado, diminui o ciclo de vida dos produtos, a mão de obra requer novo tipo de
tratamento, a velocidade torna-se primordial.

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Nesse contexto torna-se comum as notícias sobre novas empresas que se
reestruturam ou estão passando por grandes mudanças. O incremento de inovações
tecnológicas e o fenômeno da globalização econômica têm produzido fortes impactos
no contexto empresarial, forçando as empresas a permanentes mudanças em suas
estratégias.
Esse cenário forçou as empresas brasileiras a uma permanente busca pelas
inovações tecnológicas e gerenciais. Ao que tudo indica as organização que tem
pretensões de se tornar competitiva no mercado global deve, necessariamente,
direcionar especial atenção às novas formas de gestão.
Estruturas organizacionais pouco dinâmicas tendem a movimentar-se num
ritmo mais lento que o dos segmentos que atuam na inovação. Modelos de estruturas
organizacionais com grande tradição se prolongam no tempo, refreando o processo
de reestruturação. Outros permanecem anos, limitando, com sua dimensão fora do
tempo, a expansão e a modernização dos procedimentos. São condições estruturais
que muitas vezes sufocam o crescimento da empresa.
A regra geral da mudança organizacional é a de que as mudanças que ocorrem
no ambiente externo exigem das organizações a capacidade de resposta rápida e
eficaz a estas transformações. Sendo que o resultado da empresa em um ambiente
complexo e de incertezas e as dificuldades em lidar com tecnologias inovadoras
levam as organizações a utilizar estratégias que só devem ser formuladas depois de
uma análise ambiental e de uma validação de suas forças e limitações.
Nesse contexto, aumentou o entendimento do problema de relacionamento da
organização com o seu ambiente, passando a ser encarado como “estratégico”.
Nessa nova abordagem, a essência da elaboração de uma estratégia competitiva é
relacionar a empresa com o ambiente. Levando em consideração que as forças
externas, de um modo geral, afetam todas as organizações de uma indústria, o
grande diferencial encontra-se nas diversas habilidades das empresas em lidar com
essas forças.

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Com tudo que foi dito até agora, reforça-se a importância de consultores ou
parceiros no processo de analise e criação de estratégias, por meio da reformulação,
transferência ou introdução de novas práticas.
O papel do consultor tem a função ajudar os gestores na reflexão e
aprendizagem do controle sobre sua capacidade de diagnosticar problemas,
oferecendo e produzindo alternativas e implementando soluções.
O objetivo da consultoria organizacional é oferecer soluções e opções de
mudanças para as organizações que a contratam. Sendo assim, os consultores
organizacionais possuem papel fundamental nas mudanças organizacionais, uma vez
que o trabalho de um consultor pressupõe de conhecimentos específicos e
experiência.

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Resumindo, a consultoria empresarial, entendida como um serviço
independente, de aconselhamento e prestado por profissional com conhecimentos e
habilidades relevantes, constitui-se em um instrumento de apoio a administração de
empresas. No presente texto apresentou-se alguns conceitos e conteúdos que
ajudam a elucidar essa área de atuação profissional.
Cabe salientar que em um cenário de elevada modificação em relação as
diversas variáveis que podem comprometer os resultados das empresas, a
adequação a novas realidades passa a ser uma necessidade empresarial para as
empresas de todos os portes.
Num contexto, espremido por exigências cada vez maiores, concorrentes
cada vez mais numerosos e poderosos, elevada carga tributária, pouca qualificação
da mão-de-obra e, via de regra, pouco conhecimento e habilidade para o trato das
questões administrativas, o empresário da Micro e Pequena Empresa (MPE) luta
com dificuldade para manter seu empreendimento.
De um modo geral os empresários trabalham com escassez de recursos,
concentração em rotinas e preocupação na sobrevivência no curto prazo, tendo
pouca margem para erros, sendo, portanto necessário uma atenção maior as
decisões que podem comprometer o futuro da organização.
A grande absorção de tempo do proprietário/administrador requerida por
tarefas como produção, administração vendas e finanças e a falta de um
conhecimento específico, faz com que praticamente nenhum tempo fique disponível
para o aprendizado ou para as atividades de mudanças ou solução de problemas
que precisam de um investimento de tempo e conhecimento mais especializado.

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Para manter a atividade e agregar novos conhecimentos necessários, pode o
empresário optar por vários caminhos. No entanto, indiferente do caminho a ser
seguido, suas opções são: encontrar a solução para os novos desafios internamente,
ou buscar apoio externo, para que agregando à cultura organizacional os
conhecimentos de um consultor externo, melhore as condições de competitividade da
empresa.
Nesse sentido, a consultoria deve ser vista como um meio de que os
empresários podem utilizar para melhorar a atuação administrativa e obter resultados
mais duradouros. Para facilitar a tarefa, o empresário tem a alternativa de solicitar
auxílio à pessoas que tem conhecimento e estão dispostos a ajudar, nesse caso o
profissional de consultoria.

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 CROCCO, Luciano; GUTTMANN, Erik. Consultoria empresarial. São Paulo:
Saraiva, 2005.
 MERRON, Keith. Dominando a consultoria: como tornar-se um consultor manter
e desenvolver relacionamentos duradouros com seus clientes. São Paulo:
MBooks, 2007.
 MOCSÁNYI, Dino Carlos. Consultoria: o caminho das pedras. São Paulo:
Editora Nelpa, 2011.
 OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de consultoria empresarial:
conceitos, metodologia, práticas. São Paulo: Atlas, 2011.
 PARREIRA, Francisco Eduardo. Consultoria: consultores e clientes. 10. ed. São
Paulo: Editora Erica, 1997.

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