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VITAMINA A (RETINOL) E CAROTENÓIDES

Funções metabólicas da Vitamina A

A vitamina A possui 3 funções conhecidas:

• Como grupo prostético dos pigmentos visuais;

• Atua como carreador na síntese de glicoproteínas hidrofóbicas;

• Como um hormônio com ação no núcleo, no controle da proliferação celular e da


diferenciação .

Deficiência em vitamina A

A deficiência em vitamina A é um problema de saúde pública e provavelmente a causa mais


importante a ser combatida para a prevenção da cegueira em crianças de países em
desenvolvimento.

Está em 2º lugar em relação aos problemas nutricionais, mesmo nos países mais
desenvolvidos, ficando atrás apenas do ferro.

Retinol

A Vitamina A é um termo genérico que se aplica corretamente apenas para os retinóides de


cadeia cíclica.

O Retinol é encontrado somente em alimentos de origem animal e em um pequeno número de


bactéria.

O termo ingestão de vitamina A geralmente é utilizado para designar todos os compostos com
atividade de vitamina A presentes na dieta.

Ingestão, absorção, biodisponibilidade e metabolismo da vitamina A.

Cerca de 70 a 90% do retinol da dieta são absorvidos,


mesmo em altas doses essa absorcao se mantem elevada, pelo fato de esta ser uma vitamina
lipossolúvel, depende
da ingestão de lípidios para que seja adequadamente absorvida.

A vitamina A é armazenada principalmente no fígado na ordem de 50 a 80%.

Ingestão, absorção, biodisponibilidade e metabolismo da vitamina A.

O B-caroteno e outros carotenóides com atividade pró-vitamínica A são hidrolisados na


mucosa intestinal pela dioxigenase de caroteno, gerando retinaldeído.
Este é reduzido para retinol, que é esterificado e entra na circulação em quilomícrons . Um B-
caroteno origina 2 moleculas de vitamina A

Ingestão, absorção, biodisponibilidade e metabolismo da vitamina A.

B-caroteno na base molar é consideravelmente mais baixa que aquela do retinol, não 2 vezes
maior como seria esperado. Porém o B caroteno sua absorção é de 20 a 50% isso pode cair
para apenas 10% e pode reduzir ainda mais com ingestão de lipídios e dependendo da parede
celular da planta.

Estes são oxidados a ácido retinóico e não podem dar origem ao retinaldeído, influenciando ,
portanto, na biodisponibilidade.

Reservas de retinol hepático

As reservas hepáticas situam-se entre 70-140 umol/kg.

Reservas extremamente baixas podem estar relacionadas com baixa ingestão por períodos
prolongados.

Catabolismo e excressão do retinol

Ingestão abaixo de 70 umol/kg, o ácido retinóico é o maior metabólito do retinol tanto no


fígado quanto nos tecidos periféricos.

Ingestão superior a 70 umol/kg, uma via diferente aumenta em importância no catabolismo


recentimente ingerido nas células do parênquima hepático. É a citocromo P450 microssomal.

Catabolismo e excressão do retinol

Porém com ingestões muito altas, esse sistema se satura, o que pode ser um dos aspectos da
toxidade do retinol, desde que não haja mais capacidade para seu catabolismo e excreção.

RBP plasmática

O retinol é liberado do fígado ligado a uma globulina, a RBP(proteina ligadora de retinol),


responsável pela manutenção da vitamina A em solução aquosa e pelo transporte desta
vitamina para os tecidos periféricos.

Embora o RBP também possa se ligar ao ácido retinóico in vitro, o ácido retinóico liberado para
a circulação pelo fígadoé transportado ligado a albumina.

A RBP liga 1 mol de retinol por mol de proteína.

Retinol e retinaldeído no ciclo visual

A vitamina A (11-cis-retinal) é um componente dos pigmentos visuais de cones e bastonetes,


situados na retina, porção do olho sensível à luz.
A rodopsina, pigmento visual dos bastonetes na retina, consiste de 11-cis-retinal ligado
especificamente à proteína opsina.

Quando há diminuição do retinol circulante, a reconstituição da rodopsina torna-se mais lenta,


provocando a cegueira noturna, distúrbio funcional mais precoce da hipovitaminose A.

Retinol e ácido retinóico na proliferação e diferenciação celular.

O ácido retinóico participa no desenvolvimento de tecidos e orgãos.

Além das funções na visão, a deficiência em vitamina A

está relacionada com muitos processos fisiológicos, como:

Proliferação e diferenciação celular, espermatogênese, desenvolvimento fetal, resposta


imunológica, paladar, audição, apetite e crescimento.

Controle da deficiência em Vitamina A

Dose única de 60 ug de acetato ou palmitato de retinol

Medidas de longa duração , deve se encorajar o consumo de vegetais folhosos e frutas e


vegetais amarelo-alaranjados.

Enriquecimento de alimentos, a vitamina A pode ser adicionada a uma variedade de alimentos.

Encorajamento para horticultura, a produção doméstica para frutos ricos em carotenos


alcalinos.

Estado nutricional dos indivíduos em relação a vitamina A

Biópsia hepática e medida das reservas de ésteres de retinila. Esse é um procedimento invasivo
que não pode ser considerado para investigações de rotina e pesquisas de população.

O estado nutricional do indivíduo pode também ser medido por testes funcionais, clínicos e
bioquímicos.

Estado nutricional dos indivíduos em relação a vitamina A

Dose resposta relativa (RDR)

Método indireto, possível de estimar as reservas hepáticas de vitamina A.

É baseado no príncipio de que pequenas doses de retinóides estimulam a liberação de Holo-


RBD, que são proporcionais à quantidade acumulada de apo-RBD, carreador protéico pré-
formado no fígado de indivíduos com deficiência em vitamina A.

Após a coleta de amostra de sangue, em jejum para dosagem do retinol é administrada via
oral, uma solução de palmitato de retinila e 5 h depois, nova amostra de sangue é coletada
para avaliação.
Estado nutricional dos indivíduos em relação a vitamina A

Resposta a uma dose de retinol modificada (MRDR)

Semelhante ao RDR, com a diferença de que o palmitato de retinila é substituído pelo


desidroretinol.

Estado nutricional dos indivíduos em relação a vitamina A

Dose de retinol Sérico de 30 dias (S30DR)

Este teste é similar ao RDR, sendo a segunda amostra coletada no tempo de 30-45 dias.

Outros testes

Retinol no leite materno

A concentração de retinol no leite materno é apontada como indicador fidedigno do estado


nutricional relativo a vitamina A.

Método de diluição Isotópica

Uma vez que se mede as reservas corporais globais. Uma das limitações é o alto custo.

Testes funcionais e clínicos

Sinais clínicos de deficiência em vitamina A, que incluem mancha de Bitot, xerose e ulceração
da córnea e ceratomálacia.

Carotenóides

Dos 600 encontrados na natureza , menos de 10% são fontes potenciais de vitamina A,
destacando-seo B-caroteno, quantativamente o mais importante, além dos a e y carotenose
criptoxantina.

São pigmentos naturais, responsáveis pela cor amarela, laranja e roxa das frutas, raízes, flores e
pescados, bem como em invertebrados e passáros.

Matriz alimentar

O rompimento e a liberação dos carotenóides da matriz alimentar constituem a primeira etapa


de absorção.

O B-caroteno dissolvido em óleo é absorvido mais facilmente que o B-caroteno de alimentos.


Muitos dos estudos sobre o efeito da matriz alimentar e da biodisponibilidade de carotenóides
têm demonstrado variações expressivas entre diferentes espécies.

Em frutos, o B-caroteno foi mais efetivo em aumentar a concentração de retinol e B-caroteno


no plasma em 2,6 a 6 vezes, quando comparado com os vegetais e verdes folhosos.

Efeitos da absorção e bioconversão


A absorção de carotenóides é similar à dos lipídeos. Portanto, o segundo passo no processo da
absorção e, consequentemente, da biodisponibilidade dos carotenóides, envolve a
incorporação e a liberação destes junto às micelas.

Por sua vez, a formação destas é dependente da presença de lípidios no intestino.

Estado nutricional

Contudo, a absorção de carotenóides no homem depende do estado nutricional em relação à


vitamina A e da quantidade de proteína e zinco ingeridos na dieta.

Fatores Genéticos

Falha na ruptura do B-caroteno em humanos é rara, mas pode levar à carotenemia mesmo com
ingestão adequada ou baixa de carotenóides.

Fatores relacionados aos indivíduos.

• Estado Nutricional;

• Herança Genética;

• Metabolismo;

• Uso de Álcool;

• Cigarro;

• Idade e Doenças.

Explicam muitas das diferenças verificadas na resposta sérica após a ingestão de carotenóides
dietéticos.

Ferro

Em ratos anêmicos foi ministrado a quantidade adequada de vitamina A, foi conluido que a
deficiência em ferro altera a distribuição da vitamina A no fígado e no plasma.

Por outro lado, há sugestão de que a deficiência de vitamina A prejudica a mobilização do ferro
dos estoques e que a suplementação de vitamina A aumenta a concentração da hemoglobina.

Zinco

É um elemento mineral essencial para a síntese da proteína ligadora de retinol (RBP), e,


portanto, para a mobilização e o transporte da vitamina A do fígado para a circulação.

Métodos para avaliar a biodisponibilidade de carotenóides

Atualmente não há métodos validados para avaliação da biodisponibilidade de carotenóides de


dietas ou suplementos dietéticos.
A RDA para homens adultos foi fixada em 900 ug por dia equivalentes de retinol, com
recomendação fisiológica mínima de EAR de 627 ug/dia.

Toxidade

O retinol é tóxico na forma aguda e crônica. Na forma aguda, altas doses de retinol (mais de
300mg em uma única dose

para adultos) causam naúseas, vômitos e dor de cabeça; sinais que desaparecem dentro de
poucos dias.

Causa Crônica é a mais geral de preocupação, ingestões habituais e prolongadas superiores a


7,5 a 9 mg/dia para adultos causam sinais de toxidade, é afetado o sistema nervoso central,
fígado, ossos e pele.

Segundo estudos os indicadores poderiam ser:

• Soro/Plasma

• Quilomícrons

• Balanço

• Isótopos estáveis

Recomendações de ingestão da Vitamina A

Grupo Recomendação de ingestão diária de vitamina A (µg RE/dia)

Crianças

0-6 meses 400

6-12 meses 500

1 – 3 anos 300

4 – 8 anos 400

Mulheres

9 - 13 anos 600

14 - 70 anos 700
> 70 anos 700

Homens

9-13 anos 600

14 - 70 anos 900

> 70 anos 900

Mulheres grávidas

14-18 anos 750

19 – 50 anos 770

Situações da vitamina A no Brasil

Hipovitaminose A constitui um problema de saúde pública em várias regiões brasileiras,


sobretudo na região Nordeste,

identificada como a mais grave da America Latina.

Estudos clínicos, bioquímicos e dietéticos nesta região apontam como principal causa da
xerofitalmia.

Trabalhos no Rio de Janeiro mostram pouco indice de vitamina A na população, assim como em
recém-nascidos.

Na região Norte, a análise das pesquisas desenvolvidas na Amazônia nestas últimas décadas
registra os sinais clínicos da carência em vitamina A pela ocorrência de espessamento
conjuntival e hiperqueratose folicular.

Fontes de vitamina A

Alimentos Peso (g) Vitamina A (ER)

Bife de fígado cozido 100 10.700

Bife de fígado de frango cozido 100 4.900

Óleo de fígado de bacalhau 13.6 4.080


Cenoura crua 72 2.025 – 3.800

Cenoura cozida fatiada 76 1.300 – 1.900

Batata doce 60 1.310

Manga 207 805

Espinafre cozido 95 739

Folhas de brócolis cruas 44 704

Melancia 152 56

Abacate 100 61

Tomate cru 90 56

Brócolis cozido 92 174

Suco de laranja Fresco 248 50

Referência Bibliográfica: Biodisponibilidade de Nutrientes Ed 2 ano 2007 Cozzolino

Artigo:

Hipovitaminose A em escolares da zona rural de Minas


Gerais1
Margarete Aparecida SantosI; Eliane Garcia RezendeII; Joel Alves
LamounierIII; Márcio Antônio Moreira GalvãoI; Élido BonomoI; Romário
Cerqueira LeiteIV
I
Escola de Nutrição, Departamento de Nutrição Clínica e Social, Universidade
Federal de Ouro Preto. Campus Universitário s/n, Morro do Cruzeiro, 35400-000,
Ouro Preto, MG, Brasil
II
Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas, Centro Universitário Federal.
Alfenas, MG, Brasil
III
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG,
Brasil
IV
Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG,
Brasil

RESUMO

OBJETIVO: Com o presente estudo, procurou-se identificar a prevalência da


hipovitaminose A em escolares da zona rural do município de Novo Cruzeiro, MG,
bem como possíveis fatores predisponentes para sua ocorrência.
MÉTODOS: A amostra foi constituída de 241 crianças, de seis a catorze anos de
idade, de quatro escolas rurais. Os níveis séricos de retinol foram interpretados
pelos critérios do Interdepartmental Committee on Nutrition for National Defense. A
importância epidemiológica da hipovitaminose A foi avaliada segundo os critérios da
Organização Mundial da Saúde. Foram adotados como fatores predisponentes da
hipovitaminose A, as parasitoses intestinais, a desnutrição energético-protéica, o
consumo inadequado de fontes de vitamina A e a renda familiarper capita. Por se
tratar de um estudo transversal, com variáveis dicotômicas, empregou-se o teste
qui-quadrado na análise estatística.
RESULTADOS: Identificou-se a hipovitaminose A em 29,0% dos indivíduos
estudados; 23,2% deles apresentaram desnutrição pregressa (stunting), 8,7%
eram desnutridos segundo o índice de massa corporal; em 63,1% dos casos
identificou-se inadequação no consumo de fontes alimentares de vitamina A e
78,8% dos escolares eram portadores de algum tipo de parasita intestinal. A
maioria das famílias dos escolares (87,1%) tinha renda mensalper capita de até um
quarto do salário mínimo; as demais famílias apresentavam-se, 10,4%, na faixa de
renda per capita entre um quarto de salário e meio salário mínimo inclusive; 2,1%,
na faixa entre meio salário e um salário mínimo inclusive; e apenas 0,4% das
famílias, na faixa de renda maior que um salário mínimo.
CONCLUSÃO: Concluiu-se que a hipovitaminose A é um problema de saúde pública
entre os escolares. Não se observou associação estatisticamente significante entre
hipovitaminose A e os fatores predisponentes estudados.

Termos de Indexação: causalidade, hipovitaminose A, escolares.

Referencia Bibliografica:

Revista de Nutrição
Print version ISSN 1415-5273

Rev. Nutr. vol.18 no.3 Campinas May/June 2005

http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732005000300005
Conclusão:

Tanto no trabalho como no artigo chegamos a mesma conclusão.

Concluiu-se que a Vitamina A e essencial a vida, suas fontes são animal

Retinol e vegetais Carotenóides. Sua ingestão deve ser avaliada por


nutricionista tanto com a hipervitaminose A como a hipovitaminose A é qual
tem grande contraste. Sua deficiência é um grande problema de saúde
publica, são muitos fatores mas todos tem raiz direta com a pobreza.

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