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ÍNDICE DE ASSUNTOS
ADIn: Ilegitimidade ativa
ADIn: Perda de Objeto
Alíquota do ICMS e Resolução do Senado
Apelação de Alcance Limitado
Contribuição Devida ao IAA
Farmácia e Horário de Funcionamento
ICMS e Não-Cumulatividade
Imposto de Renda e Aposentadoria
Inconstitucionalidade Formal
Juizados Especiais: Inconstitucionalidade
Liberdade de Criação de Partidos Políticos
Ministério Público e Remuneração
Ministério Público e Tribunal de Contas
Nomeação de Desembargador
Programa BEFIEX e Regime de Draw-Back
Pronúncia e Liberdade Provisória
Proporcionalidade nas Eleições e Isonomia
Punição de Servidor Público: Ne Bis in Idem
RE: Prequestionamento
Tribunal de Contas Estadual: Modelo Federal
Vinculação de Remuneração ao Salário Mínimo
PLENÁRIO
Punição de Servidor Público: Ne Bis in Idem
Não implica bis in idem a cassação, pelo
Presidente da República, de aposentadoria de servidor
público com base nos mesmos fatos que ocasionaram a
aplicação de multa pelo TCU, tendo em vista a
independência entre a responsabilização administrativa dos
servidores públicos e o controle externo das contas públicas.
Com esse entendimento, o Tribunal indeferiu mandado de
segurança, afastando a pretendida incidência da Súmula 19
(“É inadmissível segunda punição de servidor público,
baseada no mesmo processo em que se fundou a primeira.”),
por ser necessário que as duas punições sucessivas sejam
impostas no mesmo processo administrativo. Precedentes
citados: RMS 8.084-SP (DJU de 25.4.62); RE 120.570-BA
(RTJ 138/658).
MS 22.728-PR, rel. Min. Moreira Alves, 22.4.98.
Inconstitucionalidade Formal - 1
Por ofensa ao art. 61, § 1º, II, a e c, da CF — que
atribui com exclusividade ao Chefe do Poder Executivo a
iniciativa de leis que disponham sobre regime jurídico dos
servidores e aumento de sua remuneração —, o Tribunal
julgou procedente a ação direta ajuizada pelo Governador do
Estado de Pernambuco e declarou a inconstitucionalidade
formal de dispositivos da Constituição do referido Estado
(incisos I, VI, XII e XVII, do § 2º, do art. 98, e do inciso IV
e parágrafo único, do art. 99), que conferiam aos servidores
públicos direitos como, por exemplo, estabilidade financeira
e conversão de férias e licenças em dinheiro.
ADIn 199-PE, rel. Min. Maurício Corrêa, 22.4.98.
Inconstitucionalidade Formal - 2
Deferida medida cautelar em ação direta de
inconstitucionalidade ajuizada pelo Governador do Estado de
Santa Catarina para suspender a eficácia da Lei 10.640/98,
do mesmo Estado, resultante de iniciativa parlamentar que,
dando nova redação ao art. 1º da Lei catarinense 7.975/90,
garante ao servidor público estadual o direito ao vale-
transporte, independentemente da distância de seu
deslocamento. Considerou-se juridicamente relevante a
argüição de inconstitucionalidade formal, por ofensa ao art.
61, § 1º, II, a e c , da CF, que reservam ao Chefe do Poder
Executivo a iniciativa privativa de leis que tratam sobre o
regime jurídico dos servidores públicos e o aumento de sua
remuneração. Precedentes citados: ADInMC 1.701-SC (DJU
de 12.12.97) e ADInMC 766-RS (RTJ 157/460). ADInMC
1.809-SC, rel. Min. Carlos Velloso, 23.4.98.
Nomeação de Desembargador
Ainda no mesmo julgamento, o Tribunal declarou,
por maioria, a inconstitucionalidade do art. 47 e seus incisos
(“Art. 47 - Os desembargadores do Tribunal de Justiça
serão nomeados pelo Governador do Estado, sendo: I -
quatro quintos, mediante acesso apurado por antigüidade e
merecimento, alternadamente, na última entrância; II - um
quinto dentre membros do Ministério Público e de
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada
de efetiva atividade profissional, indicados em listas
sêxtuplas pelos órgãos de representação das respectivas
classes”), da Constituição do Estado do Tocantins, tendo em
vista que a atribuição do governador para a nomeação de
desembargadores é restrita àqueles oriundos do quinto
constitucional, não compreendendo os integrantes da
magistratura. Considerou-se, também, que a referida norma
silenciara acerca da exigência de mais de dez anos de
carreira para os membros do Ministério Público, e de mais
de dez anos de efetiva atividade profissional para os
advogados (CF, art. 94). Vencido, nesse ponto, o Min.
Nelson Jobim. Precedentes citados: ADIn 789-DF (RTJ
145/140); ADIn 314-PE (julgada em 4.9.91, acórdão
pendente de publicação). ADIn 160-TO, rel. Min. Octavio
Gallotti, 23.4.98.
PRIMEIRA TURMA
RE: Prequestionamento
Considera-se prequestionado o tema discutido no
recurso extraordinário pela interposição dos embargos
declaratórios, ainda que sejam rejeitados pelo tribunal de
origem, como decorre, a contrario sensu, da Súmula 356
(“O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram
opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de
recurso extraordinário, por faltar o requisito do
prequestionamento.”). Com esse entendimento, a Turma
rejeitou preliminar de nulidade do acórdão recorrido — que
se recusara a manifestar-se sobre as questões suscitadas nos
embargos de declaração — pela falta de prejuízo ao
recorrente uma vez que se tem por prequestionada a matéria
constitucional. RE 210.638-SP, rel. Min. Sepúlveda Pertence,
22.4.98.
ICMS e Não-Cumulatividade
Tendo em vista que o fato de a legislação estadual
não autorizar a correção monetária de créditos escriturais do
ICMS não ofende o princípio da não-cumulatividade (CF,
art. 155, § 2º, I), a Turma manteve acórdão do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul que negara a
empresa contribuinte a correção do saldo credor do ICMS.
Precedente citado: AG (AgRg) 181.138-SP (DJU de
18.4.97). RE 195.643-RS, rel. Min. Ilmar Galvão, 24.4.98.
SEGUNDA TURMA
Pronúncia e Liberdade Provisória
Iniciado o julgamento de habeas corpus em que se
discute a possibilidade de o réu, pronunciado por tentativa de
homicídio qualificado, aguardar em liberdade o julgamento
perante o tribunal do júri. O Min. Marco Aurélio, relator,
considerando que a Lei dos Crimes Hediondos admite que o
réu, em caso de sentença condenatória, possa recorrer em
liberdade (§ 2º, do art. 2º), proferiu voto no sentido do
deferimento do writ para conceder ao paciente, primário e de
bons antecedentes, a liberdade provisória. Após, o
julgamento foi adiado em virtude do pedido de vista do Min.
Carlos Velloso. HC 76.853-RJ, rel. Min. Marco Aurélio,
14.4.98.
CLIPPING DO DJ
24 de abril de 1998
ADIn N. 1.803-0
Relator : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade de lei municipal
proposta, perante este Supremo Tribunal Federal, por Mesa de
Câmara Municipal.
- Dois são os óbices para o conhecimento da presente ação
direta de inconstitucionalidade: o de que a Mesa de Câmara
Municipal não tem legitimidade ativa para propor ação dessa
natureza por não estar arrolada no "caput" do artigo 103 da
Constituição Federal, e o de que há impossibilidade jurídica do
pedido, uma vez que, em face do disposto no artigo 102, I, "a", da
Carta Magna, só cabe ação direta de inconstitucionalidade perante
esta Corte quando se tratar de lei ou ato normativo federal ou
estadual, e não de lei ou ato normativo municipal.
Ação direta de inconstitucionalidade não conhecida
HC 76.208-1
Relator: MINISTRO CARLOS VELLOSO
Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
AGRAVO.LEI DE EXECUÇÃO PENAL (LEI 7.210, DE 11.06.84).
PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO. IMPETRAÇÃO
SUBSTITUTIVA DE RECURSO ORDINÁRIO.
I. - Aplicam-se ao agravo previsto no art. 197 da Lei de Execução
Penal (Lei 7.210/84) as disposições do CPP referentes ao recurso
em sentido estrito. Dessa forma, o prazo para a interposição do
referido recurso é de 5 (cinco) dias (CPP, art. 586) e não de 10 (dez)
dias, conforme previsto na Lei 9.139/95, que alterou o Código de
Processo Civil.
II. - Impetração de habeas corpus perante o STF, em substituição a
recurso ordinário contra acórdão indeferitório de habeas corpus:
competência do STJ.
III. - HC indeferido na parte conhecida.
HC 76.258-9
Relator : MINISTRO SEPULVEDA PERTENCE
EMENTA: Processo penal de competência originária dos Tribunais
(LL 8.038/90 e 8.658/93): exigência de fundamentação e sua
nulidade no caso: HC deferido de ofício.
1. Transferida do relator para o colegiado a competência para
receber ou rejeitar a denúncia ou, se for o caso, para absolver
liminarmente o denunciado (L. 8.038/90, art. 6º c/c L. 8.658/93, art.
1º), a motivação do acórdão tomado a respeito, seja qual for o seu
sentido, é indeclinável, ainda que, na hipótese de recebimento da
denúncia, haja de conter-se nos limites da discrição imposta pelo
juízo de delibação em que se funda.
2. Dizer o acórdão que recebe a denúncia, após elaboradas respostas
da defesa, porque “inocorrente a hipótese do art. 559 do Código
de Processo Penal” é não dizer rigorosamente nada: a melhor prova
da ausência de motivação de um julgado é que a frase enunciada, a
pretexto de fundamentá-lo, sirva, por sua vaguidão, para a decisão
de qualquer outro caso.
MS 22. 970-2
Relator: MINISTRO MOREIRA ALVES
EMENTA: Mandado de segurança. Questão de ordem.
Incompetência.
- Já se firmou a jurisprudência desta Corte no sentido de que a
errônea indicação da autoridade coatora pelo impetrante impede que
o Juiz, agindo de ofício, venha a substituí-la por outra, alterando,
desse modo, sem dispor de poder para tanto, os sujeitos que
compõem a relação processual, especialmente se houver de declinar
de sua competência, em favor do Supremo Tribunal Federal, em
virtude da mutação subjetiva operada no polo passivo do “writ”
mandamental.
- A mesma orientação, por identidade de razão, se aplica ao caso
presente, em que o mandado de segurança não foi impetrado contra
ato do Presidente do Tribunal de Contas da União, mas, sim, contra
ato do Secretário-Geral desse Tribunal, não podendo os impetrantes,
depois de prestadas as informações e já decorrido o prazo de
decadência para a sua impetração, emendar ou alterar, de forma
direta ou indireta, a indicação da autoridade coatora. Questão de
ordem que se resolve no sentido de não se conhecer do mandado de
segurança, determinando-se a devolução dos autos ao Juízo de
origem
AG (AgRg) 196.379-9
Relator: MINISTRO MARCO AURELIO
INDENIZAÇÃO - DANO MORAL - EXTRAVIO DE MALA EM
VIAGEM AÉREA - CONVENÇÃO DE VARSÓVIA. Longe fica de
vulnerar o artigo 5º, inciso II, e § 2º decisão mediante a qual, a
partir do disposto nos incisos 5º e 10 nele contidos, é reconhecido o
direito à indenização por dano moral decorrente de atraso em vôo e
perda de conexão. Precedente: Recurso Extraordinário nº 172.720-9,
Segunda Turma, Diário da Justiça de 21 de fevereiro de 1997.
RE 141.002-7
Relator: MINISTRO MOREIRA ALVES
EMENTA: Competência. Litígio entre sindicato de trabalhadores e
empregador que tem origem no cumprimento de convenção coletiva
de trabalho.
- Pela jurisprudência desta Corte (assim se decidiu no RE
130.555), não havendo lei que atribua competência à Justiça
Trabalhista para julgar relações jurídicas como a em causa, é
competente para julgá-la a Justiça Comum.
Sucede, porém, que, depois da interposição do presente recurso
extraordinário, foi editada a Lei 8.984, de 07.02.95, que afastou a
premissa de que partiu o entendimento deste Tribunal ao julgar o
RE 130.555, porquanto o artigo 1º da referida lei dispõe que
“compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios que
tenham origem no cumprimento de convenções coletivas de
trabalho e acordos coletivos de trabalho, mesmo quando ocorram
entre sindicatos ou entre sindicato de trabalhadores e empregador”.
E, em se tratando de recurso extraordinário interposto contra
acórdão que julgou conflito de competência, não tem sentido que se
deixe de aplicar a lei superveniente à interposição desse recurso,
para dar-se como competente Juízo que o era antes da citada lei,
mas que deixou de sê-lo com o advento dela.
- Precedente desta Corte nesse sentido: RE 131.096.
Recurso extraordinário não conhecido.
RE 179.768-1
Relator: MINISTRO CARLOS VELLOSO
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. BEM DE FAMÍLIA. IMÓVEL
RESIDENCIAL DO CASAL OU DE ENTIDADE FAMILIAR:
IMPENHORABILIDADE. Lei nº 8.009, de 29.03.90, artigo 1º.
PENHORA ANTERIOR À LEI 8.009, de 29.03.90:
APLICABILIDADE.
I. - Aplicabilidade da Lei 8.009, de 29.03.90, às execuções
pendentes: inocorrência de ofensa a ato jurídico perfeito ou a direito
adquirido. C.F., art. 5º, XXXVI. II. - R.E. não conhecido.
* noticiado no Informativo 18
RE 208.046-2
Relator: MINISTRO OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: Dispensa imotivada de empregado de sociedade de
economia mista, admitido sob o regime do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço. Estabilidade outorgada por lei municipal, no
período proscrito pelo art. 18 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias de 1988. Não se aplica, aos empregados
de sociedades de economia mista e empresas públicas, a
estabilidade excepcional outorgada pelo art. 19, também do ADCT.
Recurso extraordinário provido, para julgar improcedente a
reclamação trabalhista.
* noticiado no Informativo 98
RMS 21.106-7
Relator: MINISTRO SEPULVEDA PERTENCE
E M E N T A: 1) Mandado de segurança: recurso ordinário
constitucional: o prazo.
Já antes da L. 8.038/90, era de quinze dias o prazo para a
interposição do recurso ordinário constitucional em mandado de
segurança, contado em dobro quando recorrente a Fazenda Pública:
os arts. 508 e 188 C.Pr.Civil prejudicam a Súm. 319 do Supremo
Tribunal.
2. Mandado de segurança: recurso ordinário constitucional:
cabimento.
Para o efeito de cabimento do recurso ordinário constitucional,
é denegatória de mandado de segurança a decisão que não o
concede, seja por julgar improcedente o pedido, seja por reputar
descabido o remédio processual, à falta de condições da ação.
3. Mandado de segurança: perda do interesse processual pela
superveniência de ato da autoridade superior.
Prejudica o pedido de mandado de segurança contra ato de
Ministro de Estado a superveniência de ato equivalente do
Presidente da República, que faz desaparecer para o impetrante a
utilidade do deferimento da ordem contra a decisão ministerial,
dado que seria inoponível ao despacho presidencial subseqüente.
4. Condições da ação (mandado de segurança): declaração
de ofício em qualquer grau de jurisdição ordinária.
A inexistência originária ou o desaparecimento das condições
da ação por fato superveniente podem ser declaradas de ofício em
qualquer grau de jurisdição ordinária, incluída do recurso ordinário
constitucional em mandado de segurança.
T R A N S C R I Ç Õ E
S
Exame de DNA
(v. Informativo 106)
HC 76.060-SC*
"EMENTA: INVESTIGAÇÃO DE
PATERNIDADE - EXAME DNA - CONDUÇÃO DO
RÉU "DEBAIXO DE VARA". Discrepa, a mais não
poder, de garantias constitucionais implícitas e
explícitas - preservação da dignidade humana, da
intimidade, da intangibilidade do corpo humano, do
império da lei e da inexecução específica e direta de
obrigação de fazer - provimento judicial que, em
ação civil de investigação de paternidade, implique
determinação no sentido de o réu ser conduzido ao
laboratório, "debaixo de vara", para coleta do
material indispensável à feitura do exame DNA. A
recusa resolve-se no plano jurídico-instrumental,
consideradas a dogmática, a doutrina e a
jurisprudência, no que voltadas ao deslinde das
questões ligadas à prova dos fatos. (H.C. 71.373/RS
- Rel. Min. FRANCISCO REZEK - DJ 10/11/1994 -
PP-45.686)”
É relatório.