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Manual de Tronco Comum

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância

Código: A0014
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de
Moçambique (UCM), Centro de Ensino à Distância (CED) e
contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação e/ou
reprodução deste manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer
formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação,
fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora
(Universidade Católica de Moçambique – Centro de Ensino à
Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
processos judiciais.

Elaborado Por: Aurélio Piano Luís Lourenço

Licenciado em Psicologia e Pedagogia

Revisão de:

Farissai Pedro Campira & António Domingos Braço docentes na


Universidade Pedagógica-Beira.

Universidade Católica de Moçambique (UCM)


Centro de Ensino à Distância (CED)
Rua Correia de Brito No 613 – Ponta-Gêa
Beira – Sofala

Telefone: 23 32 64 05
Cell: 82 50 18 440
Moçambique

Fax: 23 32 64 06
E-mail: ced@ucm.ac.mz
Website: www.ucm.ac.mz
Agradecimentos
Á todos aqueles que tornaram possível este trabalho, que
contribuíram directa ou indirectamente, pessoas colectivas ou
singulares, a todos sinceros agradecimentos
Visão geral
Benvindo à Práticas
Pedagógicas II
Uma nova organizacao, devido as constantes mudanças, conforme o
contexto, nos é solicitada perante as realidades do nosso dia a dia ‘Para
tal precisamos compreender administração e compreender o que faz o
administrador, ou seja, devemos, portanto, entender a organização e sua
evolução. Organização, é sistema de actividades precisamente planeadas
para a consecução de objectivo estabelecido.
A organização é um todo formado de um conjunto de partes que se inter-
relacionam, além de ser interdependente ao ambiente em que se inserem.
Devido ao fato de a organização ser um todo, não devem ter aceitáveis
explicações parciais que representem partes de uma teoria administrativa.
A organização precisa ser vista como um todo, composto de partes que se
relacionam e não de partes que explicam todo o fenómeno
organizacional. Assim, a Administração, enquanto profissão e ciência,
deve lidar com a organização como um todo.
Um dos factores que dificulta a compreensão da organização é o
positivismo enraizado na nossa cultura administrativa, que nos faz
enxergar a organização não como uma construção social, mas como uma
coisa dada, concreta. Por conta disso, temos, como modelo mental, um
quadro construído, um retrato da organização e da administração e não
um mapa que represente uma orientação. Os modelos administrativos são
uma verdade para nós, e não um referencial. Assim, quando comparamos
a realidade com os modelos, nós criticamos a realidade.
Por isso ao estudar Praticas Pedagogicas II, precisamos reflectir de
maneira mais plural quando estudamos a organização e considerar que o
papel do administrador é fazer diagnósticos e escolhas dentro de um
elenco de técnicas disponíveis na teoria administrativa, técnicas estas
baseadas em princípios que considerem as especificidades culturais e
gerenciais do Pais e meio em que estamos inseridos.

Bom trabalho !
Objectivos do curso
Quando terminar o estudo da Prática Pedagógica II, o estudante deve ser
capaz de:

 Leccionar aulas em disciplinas específicas;


 Gerir os processos de organização e Administração escolar.

 Reunir conhecimentos para gerir uma instituicão.

Quem deveria estudar este


módulo
Este módulo foi concebido para todos aqueles que frequentam os cursos à
distância, oferecidos pela Universidade Católica de Moçambique (UCM),
através do seu Centro de Ensino à Distância (CED).

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por UCM - CED encontram-se
estruturados da seguinte maneira:

Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo


O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem , um resumo da unidade e uma ou mais
actividades para auto-avaliação.
Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista
de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir
livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação


Tarefas de avaliação para este módulo encontram-seno final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do módulo.

Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os icones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século XVII e ainda se usam hoje em dia.
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada
um com uma descrição do seu significado e da forma como nós
interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao
longo deste módulo.

Habilidades de estudo
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões
nomeadamente: o lado social, profissional e estudante, daí ser importante
planificar muito bem o seu tempo.
Procure reservar no mínimo 2 (duas) horas de estudo por dia e use ao
máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se que é
necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui, a data, o
dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem estudar (sozinho,
com colegas, outros).
Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não produz
bons resultados, use métodos mais activos, procure desenvolver suas
competências mediante a resolução de problemas específicos, estudos de
caso, reflexão, etc.
O manual contém muita informação, algumas chaves, outras
complementares, daí ser importante saber filtrar e apresentar a
informação mais relevante. Use estas informações para a resolução dos
exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A tomada de
notas desempenha um papel muito importante.
Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano de
desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte sobre os seus pontos
fracos e fortes e perspectivas o seu desenvolvimento.
Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o
responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar,
organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso.

Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra situação, o
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza,
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,
contacte-o pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for da natureza
geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de
expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem
a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode
apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me mutuamnte, reflictam
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu
próprio saber e desenvolva suas competências.
Juntos na Educação à Distância, vencendo a distância.
Tarefas (avaliação e auto-
avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto-
avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante
que sejam realizadas.As tarefas devem ser entregues antes do período
presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor/docentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os
mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do
autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)
palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade,
humildade cintífica e o respeito pelos direitos autorais devem marcar a
realização dos trabalhos.

Avaliação
Vocé será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com
base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por si desenvolvidos, durante o estudo individual,
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem para
os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média
de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de: (a) admissão ao exame,
(b) nota de exame e, (c) conclusão do módulo.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois)
testes escritos e 1 (um) exame escrito.
Não estão previstas quaisquer avaliação oral.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas como
ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de
cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a
indicação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor,
entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.
Consulte-os.
Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual.
Prática Pedagógica II ix

ÍNDICE

Unidade N 0 01-A0014 08
Tema: Introdução as Práticas Pedagógicas II..................................................................08
Introdução..............................................................................................................08
Sumário............................................................................................................................08
Exercícios.........................................................................................................................09

Unidade N 0 02-A0014 10
Tema: Organização do espaço escolar.............................................................................10
Introdução..............................................................................................................10
Sumário............................................................................................................................10
Exercícios.........................................................................................................................11

Unidade N0 03-A0014..............................................................................................................12
Tema: Documentos Normativos da Escola (a legislação)...............................................12
Introdução..............................................................................................................12
Sumário............................................................................................................................12
Exercícios.........................................................................................................................13

Unidade N 0 04-A0014 14
Tema: Projecto Político Pedagógico................................................................................14
Introdução..............................................................................................................14
Sumário............................................................................................................................14
Exercícios.........................................................................................................................16

Unidade N 0 05-A0014 17
Tema: A supervisão pedagógica.......................................................................................17
Introdução..............................................................................................................17
Sumário............................................................................................................................17
Exercícios.........................................................................................................................18

Unidade N 0 06-A0014 19
Tema: Planificação do ensino..........................................................................................19
Introdução..............................................................................................................19
Prática Pedagógica II x

Sumário............................................................................................................................19
Exercícios.........................................................................................................................21

Unidade N 0 07-A0014 22
Tema: Objectivos de ensino.............................................................................................22
Introdução..............................................................................................................22
Sumário............................................................................................................................22
Exercícios.........................................................................................................................27

Unidade N 0 08-A0014 28
Tema: Metodologia do Ensino.........................................................................................28
Introdução..............................................................................................................28
Sumário............................................................................................................................28
Exercícios.........................................................................................................................29

Unidade N 0 09-A0014 30
Tema: Relação professor-aluno.......................................................................................30
Introdução..............................................................................................................30
Sumário............................................................................................................................30

Exercícios.........................................................................................................................32

Unidade N 0 10-A0014 33
Tema: Meios de ensino...................................................................................................33
................................................................................................................................33
Introdução..............................................................................................................33
Sumário............................................................................................................................33
Exercícios.........................................................................................................................37

Unidade N 0 11-A0014 38
Tema: Avaliação do processo de ensino-aprendizagem...................................................38
Introdução..............................................................................................................38
Prática Pedagógica II xi

Sumário............................................................................................................................38
Exercícios.........................................................................................................................41

Unidade N 0 12-A0014 42
Tema: Orientação escolar................................................................................................42
Introdução..............................................................................................................42
Sumário............................................................................................................................42
Exercícios.........................................................................................................................44

Unidade N 0 13-A0014 45
Tema: Administração escolar...........................................................................................45
Introdução..............................................................................................................45
Sumário............................................................................................................................45
Exercícios.........................................................................................................................46

Unidade N 0 14-A0014 47
Tema: Participação de pais e encarregados na vida escolar............................................47
Introdução..............................................................................................................47
Sumário............................................................................................................................47
Exercícios.........................................................................................................................49

Unidade N 0 15-A0014 50
Tema: Liderança .............................................................................................................50
Introdução..............................................................................................................50
Sumário............................................................................................................................50
Exercícios.........................................................................................................................51

Unidade N 0 16-A0014 52
Tema: Supervisão de Práticas Pedagógicasd...................................................................52
Introdução..............................................................................................................52
Sumário............................................................................................................................54
Exercícios.........................................................................................................................53

Unidade N 0 17-A0014 54
Tema: Organização do ensino por ciclos.........................................................................54
Introdução..............................................................................................................54
Prática Pedagógica II xii

Sumário............................................................................................................................54
Exercícios.........................................................................................................................56

Unidade N 0 18-A0019 57
Tema: Organização dos conteúdos escolares...................................................................57
Introdução..............................................................................................................57
Sumário............................................................................................................................57
Exercícios.........................................................................................................................58

Unidade N 0 19-A0014 59
Tema: Etapas da aula.......................................................................................................59
Introdução..............................................................................................................59
Sumário............................................................................................................................59
Exercícios.........................................................................................................................61

Unidade N 0 20-A0014 62
Tema: Preparação das aulas.............................................................................................62
Introdução..............................................................................................................62
Sumário............................................................................................................................62
Exercícios........................................................................................................................63

Unidade N 0 21-A0014 64
Tema: Leccionação.........................................................................................................64
Introdução..............................................................................................................64
Sumário............................................................................................................................64
Exercícios.........................................................................................................................66

Unidade N 0 22-A0019 67
Tema: Planificação da Avaliação .................................................................................67
Introdução..............................................................................................................67
Sumário............................................................................................................................67
Exercícios.........................................................................................................................69

Unidade N 0 23-A0014 70
Tema: Preparação do Relatório das Práticas Pedagógicas...............................................70
Introdução..............................................................................................................70
Prática Pedagógica II xiii

Sumário............................................................................................................................70
Exercícios.........................................................................................................................71

Unidade N 0 24-A0014 72
Tema: Elaboração do Relatório das Praticas Pedagogicas..............................................72
Introdução..............................................................................................................72
Sumário............................................................................................................................72
Exercícios para resolver..................................................................................................74
Prática Pedagógica II 8

Unidade N 0 01-A0014
Tema: Introdução às Práticas Pedagógicas II
Introdução
Depois de ter aprendido as Práticas pedagógicas I, tem a oportunidade de
colocar e acção dos conhecimentos aprendidos durante a sua formação, a
docência é uma actividade prática e exige uma ligação estreita entre a
teoria e a prática. As práticas pedagógicas II terão quatro momentos
importantes: i) a observação do espaço físico e documentos normativos
da escola, ii) observação das actividades na sala de aula, iii) intervenção
(leccionação), e iv) sistematização.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar a importância das práticas pedagógicas II


Objectivos
 Identificar as principais etapas das práticas Pedagógicas II.
 Descrever as formas de avaliação das PP II.

Sumário
Organização das Práticas Pedagógicas II

O objectivo principal com as práticas Pedagógicas II, é proporcionar aos


estudantes a possibilidade de entrar em contacto com a realidade
educativa, que centra-se no ensino. Para atingir estes propósitos,
organizamos este manual em quatro (4) etapas interligadas:

Observação do espaço escolar

Nesta etapa, os estudantes terão a oportunidade de observar a organização


física em termos de estrutura dos edifícios, topografia, legislação, planos
e gestão. A nossa preocupação com essa etapa lhe ambientar com a
realidade escolar observando os elementos atrás descritos.
Prática Pedagógica II 9

Observação das aulas

Depois de ter observado as condições físicas da escola, o estudante


deverá concentrar as suas actividades na observação das aulas
leccionadas pelos professores. Mas o que nos interessa observar nas
aulas? São muitos aspectos que nas unidades seguintes vamos detalhar,
resumidamente são: a planificação das aulas, a utilização dos métodos
didácticos, os meios, as formas de avaliação, o clima relacional na sala de
aula, entre outras actividades que serão descritas.

Intervenção

Na intervenção o estudante deixa de ser um simples observador, passa a


acção, depois de ter observado como se faz na prática agora é convidado
a participar na actividade planificando, leccionando, etc. Esta etapa o
estudante será acompanhado com tutor e supervisor para orientarem o seu
trabalho.

Sistematização

Toda observação se é planificada então deve terminar com a elaboração


de um documento, chamaríamos de documentação que possibilita a
elaboração do relatório dessas actividades. Por isso nesta etapa, o
professor deverá discutir com o aluno, como deve ser organizado o
relatório das PP II.

Em suma, não queremos voltar a Didáctica Geral nem a Práticas


Pedagógicas I, mas pretendemos colocar em termos operacionais essas
actividades.
Prática Pedagógica II 10

Exercícios
1 – Explica a relevância das práticas Pedagógicas.

Auto-avaliação

A docência (nossa aspiração) é uma actividade prática que exige uma


ligação estreita entre a teoria e a prática, enquanto profissionais da
educação os professores devem possuir profunda preparação técnica,
didáctica e pedagógica. Essas qualidades não serão possíveis de adquirir
se não tomar em consideração a ligação teórico-prática.
Prática Pedagógica II 11

Unidade N 0 02-A0014
Tema: Organização do espaço
escolar
Introdução

A educação escolar é uma actividade intencional, porque os seus actores


organizam as acções no sentido de proporcionar aprendizagens nos seus
alunos. É por esta razão que dedicamos esta unidade para analisar as
diferentes formas de organização do espaço escolar. Para Nóvoa (1999), a
escola é composta por três componentes a que chamou de estruturas: a
física, a administrativa, e a social. Na estrutura física insere: “a dimensão
da escola, recursos materiais, número de turmas, edifício escolar e
organização dos espaços, etc”(Idem, p.3).

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Descrever a organização do ambiente escolar;
 Relacionar as condições do ambiente escolar com o processo de
ensino aprendizagem
Objectivos 

Sumário
Ambiente físico
A escola é um espaço socialmente construído, o seu funcionamento
tem em conta essas normas sociais. A organização da escola deve
reconhecer a sua função social e sua finalidade última, a
humanização do homem. Daí que é pertinente observar as
condições da escola se permitem a concretização do processo de
ensino - aprendizagem.
O que deve observar o aluno na escola?
Prática Pedagógica II 12

- Topografia: O pátio se é arenoso, argiloso, conserva água,


pantanoso, como fica o pátio da escola depois da chuva?

- Segurança: Tem murro de vedação, e se possível a questão de


segurança (guarda) no espaço escolar.

- Os serviços fornecidos pela escola: lazer, cantina, balneários.

- As condições: das salas de aulas, da (s) sala (s) de professores, da


secretaria, gabinetes, etc.

- Número de alunos por turma (tenha em conta as normas


estabelecidas pelo MINED em PP I).

- Recursos materiais disponíveis;

- Natureza dos edifícios (material de construção, localização, etc.)

- Dimensão da escola (sua grandeza tem a ver com o número de


alunos existentes na escola).

Exercícios

Faça um relatório de pelo menos 5 páginas descrevendo e


analisando as actividades que desenvolveu nesta unidade.
Auto-avaliação
Prática Pedagógica II 13

Unidade N 0 03-A0014
Tema: Documentos normativos
da Escola
Introdução
Se a escola é uma instituição formal, ela possui normas, regulamentos
que permitem melhor funcionamento das suas actividades educativas.
Vamos analisar essas normas com destaque para o regulamento interno da
escola, regulamento das escolas básicas, regulamento de avaliação, etc.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Identificar os documentos normativos existentes na escola;
 Analisar o cumprimento das normas instituídas na escola.
Objectivos

Sumário
Documentos normativos da escola
Nesta unidade temática o estudante deverá recolher na escola os
documentos normativos tais como:

Regulamento interno - (toda a escola apresenta um documento ou normas


que regula o normal funcionamento das suas actividades educativas).

Regulamento do Ensino Secundário Geral – tomamos em consideração


esse regulamento por ser nesse nível a que se destina essa formação.

Regulamento de avaliação – é regulamento que define parâmetros de


classificação, de tomada de decisões no processo de ensino -
aprendizagem.
Prática Pedagógica II 14

Actividades desta unidade:

- Recolher documentos normativos da escola;

- Analisar a sua aplicabilidade;

- Apresentar por escrito os aspectos que exijam melhoria;

- Verificar a organização das pastas de documentos normativos;

- Redigir um relatório dessas actividades a serem entregue ao seu


supervisor.

Exercícios

Ponte os principais documentos a serem observados na escola.

Auto-avaliação
Regulamentos académicos, de avaliação, actas, processos do aluno e
relatórios existentes na escola.
Prática Pedagógica II 15

Unidade N 0 04-A0014
Tema: Projecto Pedagógico da
escola
Introdução
Qualquer instituição escolar organiza as suas actividades, define
prioridades olhando para as condições reais da escola e da comunidade,
programa a forma de execução e a de avaliação. Essas actividades devem
ser organizadas num documento de acção, um deles é o projecto
pedagógico. Seria exagero exigir isso a todas instituições, pois outras
escolas moçambicanas não têm um projecto, mas pelo menos apresenta
plano de actividades.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Caracterizar o projecto Pedagógico da escola;

Objectivos  Descrever as actividades desenvolvidas relativas ao projecto


pedagógico.

Sumário
O que é um projecto Pedagógico?
Não seremos claro no que se refere ao projecto pedagógico, pois há
muitas designações para o mesmo conceito, por exemplo Silva et. al
(2003), acrescenta o termo política nesta designação, para ele projecto
político pedagógico ou Projecto Pedagógico designam mesma coisa.
Bem, já dissemos não pretendemos discutir esse coisa, interessa nos qual
a sua função e como funciona. Recorda-nos Bussmam que,
Prática Pedagógica II 16

hoje o desafio da escola é construir o seu próprio projecto político


pedagógico e administrá-lo. Não se trata meramente de elaborar um
documento, mas, fundamentalmente, de implementar um processo de
acção - reflexão, ao mesmo tempo global e sectorizado que exige o
esforço conjunto e a vontade política da comunidade escolar (Bussman,
2008:37)
O envolvimento da comunidade escolar na elaboração, implementação e
avaliação é fundamental para o sucesso do projecto, a comunidade
escolar envolve também, para além de professores e alunos, pais e
encarregados de educação, agentes económicos da região incluindo os
recursos disponíveis na comunidade. Todas acções que a escola pensar
isoladamente podem não surtir efeito, pois não terá o envolvimento dos
outros membros da comunidade, a “existência na escola de um projecto
político pedagógico, significa ter uma proposta pedagógica clara
orientada, intencional, numa perspectiva de visão dinâmica e de
circularidade (...)” (Silva et. al , 2003:51).

Actividades para esta unidade:

1- Identificar o projecto da escola;

2- Explicar os objectivos do projecto;

3- Descrever as actividades desenvolvidas;

4- Identificar a origem dos fundos financeiros da escola para o


funcionamento do projecto;

5- Explicar como os pais e a comunidade local tem participado na


elaboração, execussão ou concretização e avalição dos objectivos
do projecto;

6- Apontar as dificuldades enfrentadas no desenvolvimento das


actividades na implementação do projecto;

7- Sugerir ideias que ajudem a melhor a participação dos actores na


implementação do projecto Pedagógico.
Prática Pedagógica II 17

Exercícios
Como deve estar organizado o projecto Pedagógico?
Deve constar a finalidade, actividades a serem desenvolvidas,
justificativa da implementação do projecto, apontar problemas concretos
e negociados junto a comunidade, se bem que ela participa, apresentar as
condições reais de execução, incluíndo os recursos materiais e
financeiros. Indicar os responsáveis da execução das diferentes
actividades, os prazos previstos e prever as formas de avaliação.

Auto-avaliação
Prática Pedagógica II 18

Unidade N 0 05-A0014
Tema: Supervisão Pedagógica
Introdução

As actividades educativas precisam ser acompanhadas, por aqueles que


são experientes na área a fim de facilitar as práticas educativas. Muitas
vezes confunde-se a supervisão com a inspecção, aliás a finalidade no
campo educativo é mesma: garantir a melhoria dos serviços educativos,
em que o processo de ensino aprendizagem faz parte. Então nesta unidade
temática as actividades estão ligadas a observação destas actividades de
acompanhamento das actividades educativas desenvolvidas na escola.

Objectivos Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Identificar as principais actividades de supervisão pedagógica na
escola;
 Apontar as principais formas de intervenção pedagógica;
 Explicar a importância da supervisão pedagógica.

Sumário
O que é supervisão Pedagógica?
Super-visão, não pode ser entendida no sentido de quem tem uma visão
superior do que todos, neste caso do orientador, facilitador para o
orientado, facilitado. Essa visão superior só é possível em coordenação
entre o supervisor e os “professores”, formandos, por isso, “pensar
supervisão e praticar supervisão não implicar olhar de cima para baixo,
para, trespassando com esse mesmo olhar o sujeito formando (…), fazer
supervisão implica olhar de uma forma abrangente, contextualizada,
interpretativa e prospectiva”. (Alarcão, 1995.p.5). Então o que será
Prática Pedagógica II 19

supervisão pedagógica? Seria esse conjunto de actividades desenvolvidas


por profissionais da educação, permitindo melhor acompanhamento das
actividades educativas, quer a nível do ensino ou de desenvolvimento
curricular.

Nas escolas, muitas vezes, são os directores, os directores adjuntos que


fazem esse trabalho, em alguns casos são enviados elementos da
Direcção Provincial, para fazer esse acompanhamento, ajudando os
professores nas actividades que apresentarem dificuldades. É prática das
escolas optarem por assistências mútuas das aulas entre professores, isso
quanto a nós expressa o verdadeiro sentido da supervisão pedagógica.

Actividades

- Descrever as diferentes formas de supervisão pedagógica na escola


(quantas vezes por ano, semestre e como são feitas);

- Identificar os actores envolvidos na supervisão;

-Identificar as principais áreas de intervenção da supervisão;

- Apresentar essas informações em forma de ficha ou relatório.

Exercícios
Qual a função da supervisão pedagógica?

A acção pedagógica é complexa, por essa razão exige um


acompanhamento no sentido de permitir a troca de experiência entre os
profissionais da educação com a finalidade de melhorar a qualidade dos

Auto-avaliação serviços educativos prestados na escola.


Prática Pedagógica II 20

Unidade N 0 06-A0014
Tema: Planificação do Ensino
Introdução

Sendo a educação uma actividade intencional, a planificação da mesma é


imprescindível para o alcance dos objectivos previstos. Para Haidt
(2006), trata-se de um processo mental de análise da realidade, prevendo
as condições de execução e de avaliação para o alcance dos objectivos
previstos. Nesta unidade, vamos estudar como organizar um plano de
aula, principal destaque. A partir deste poderá discutir com o professor
como organizar o plano da Unidade e da disciplina.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Identificar os elementos do plano de aula.
Objectivos  Planificar uma situação de aprendizagem.

Sumário
Planificação do Ensino.
Não pretendemos apresentar um modelo universal de plano de aula,
porém uma proposta é importante para a melhor planificação da aula.
Quais são os elementos que devem constar no plano de aula?

Identificação da escola;

Nome do professor;

Unidade temática;
Tema da aula;
Tempo previsto;
Data de realização da aula;
Prática Pedagógica II 21

Disciplina;
Objectivos da aula (geral e específicos);
Conteúdos (em forma de tópicos);
Actividades (do professor e do aluno);
Métodos de ensino previstos;
Recursos didácticos disponíveis;
Formas de avaliação previstas (em alguns modelos de plano não consta
esse elemento)

Sintetizando na base de num exemplo


Escola: Secundária de Matacuane.
Professor: Fregoto Soares
Unidade Temática: Circunferência
Turma: A
Duração: 45 minutos
Data: 20/Abril/2011
Disciplina: Matemática
Objectivos:
Geral: ........................
Específicos: ……….
Abaixo apresentamos o esquema sugestivo de planificação da aula.

Tempo F.D. CONTEUDO METODO MEIOS Obs


ACTIVIDADES

I. M
M.A
D. C
C.A
Fonte: do Autor
Prática Pedagógica II 22

Exercícios

1 – Com base nos elementos do plano de aula apresentados, elabore o


plano de aula com o tema a sua escolha e discuta com o seu professor.
Auto-avaliação
Prática Pedagógica II 23

Unidade N 0 07-A0014
Tema: Objectivos de ensino
Introdução
Imagine que sai de casa vai passear mas não sabe efectivamente onde vai.
Um amigo seu, pára e lhe dê uma carona, certamente que aceitarias. Mas
se você não definiu para onde vai passear, acha que a boleia será lhe
benéfica? Um certo pensador, escreveu: nenhum barco se beneficiará do
vento se não saber para onde deseja embarcar. Esse episódio ilustra o
quanto é pertinente fixar metas na nossa vida. Assim também na
aprendizagem é necessário, se souber o que pretende com um texto,
saberá escolher os métodos apropriados para conseguir atingir os
objectivos, saberá dizer se cumpriu com os objectivos ou não (avaliação).
Bem já percebeu que os elementos didácticos actuam de forma
interdependente. Nesta Unidade temática vamos tratar dos objectivos de
ensino.
Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Formular os objectivos de ensino;


 Distinguir objectivos de ensino das actividades de
ensino.
Objectivos

Sumário

Objectivos de Ensino
Os objectivos de ensino também designados por objectivos
comportamentais ou objectivos operacionais, são listagem de resultados
específicos do ensino, indicadores do comportamento e da capacidade de
execução dos alunos (Hannah, 1985 apud Golias, 1999:220).
Prática Pedagógica II 24

Objectivos como a descrição da aprendizagem


Os objectivos são formulados no sentido do comportamento
esperado, aliás a aprendizagem em última instância culmina com a
modificação do comportamento, mas nem todo o comportamento em
mudança é resultado da aprendizagem, dai a necessidade de clarificar
o comportamento esperado em forma de objectivos. De facto
dissemos na unidade anterior que ao ensinar o professor visa suscitar
aprendizagem nos seus alunos, essa aprendizagem que se traduzem
mudança de comportamento previsto, veja o esquema proposto por
Golias (1999) a seguir:

Observe o esquema:

ENSINO  APRENDIZAGEM  OBJECTIVOS



Descrição dos resultados
esperados da
aprendizagem do aluno
Fonte: Extraído de Manuel Golias (1999)

Observando o esquema é fácil de compreender que os objectivos são


especificações de resultados de aprendizagem expressos em forma de
conduta, vamos entender comportamento no sentido dos
comportamentalistas que aprendeu em Psicologia Geral, isto é, de
condutas expressas.

Em síntese

Os objectivos de ensino especificam resultados esperados como


consequência do ensino. Tais resultados constituem expressão de
condutas resultantes da aprendizagem.

Distinção entre ”objectivos de ensino” e “ actividades do ensino”


Prática Pedagógica II 25

Não menos verdade, os professores confundem, de facto, os objectivos e


as actividades a serem desenvolvidas pelos alunos, a seguir passamos a
síntese de Golias (1999) na especificação deste equívoco:

 Os objectivos de ensino descrevem e especificam os resultados de


aprendizagem;
 Os objectivos de ensino descrevem condutas do aluno, não
actividades do ensino a realizar pelo professor ou pelo aluno para
conseguir aqueles;
 Os objectivos de ensino constituem condutas que se esperam que os
alunos consigam, não enunciados de itens de avaliação.
 Os objectivos de ensino não são objectivos temáticos, simples
especificações de conteúdos, mais sim o conjunto de conteúdos e
habilidades e actividades que desejamos que se desenrolem nos
alunos ao estudar o seu conteúdo.
De acordo com o manual da UNIPAR (2005), três passos são
importantes para a formulação dos objectivos operacionais:

1º) Começar com um verbo de acção que descreva uma actividade ou um


comportamento específico do educando
Exemplo: Confeccionar

2º) Após o verbo de acção, representar o conteúdo referente ao assunto


em estudo.
Exemplo:
Confeccionar uma caixa de madeira

3º) Terminar com o rendimento - padrão em termos de avaliação.


Exemplo: Confeccionar uma caixa de madeira durante a aula de artes.

A seguir apresentamos o quadro completo de opções de verbos para


definição dos objectivos educacionais.

Exemplo de verbos que prestam a muitas interpretações.

Abrandar Aproveitar Desfrutar Memorizar

Absorver Capacitar Entender Pensar


Prática Pedagógica II 26

Acrescentar Carrear Evidenciar Perceber

Adaptar Compreender Facilitar Praticar bem

Adquirir Conhecer Familiarizar-se Saber

Exemplo de verbos que prestam a poucas interpretações:

Abaixar-Se Definir Ilustrar Puxar

Abrir Deitar-Se Imitar

Acabar Demonstrar Imitar Qualificar

Acampar Derrubar Impulsionar Questionar

EXEMPLO DE VERBOS ADEQUADOS PARA OBJETIVOS


IMEDIATOS QUE TENDEM A INDICAR DETERMINADOS
DOMÍNIOS:

DOMINIO DOMINIO DOMINIO DOMINIO


PSICOMOTOR COGNITIVO SOCIAL AFETIVO

Automatizar Analisar Aceitar Agir Com

Colocar Apontar Ajudar Desempenhar

Correr Aplicar Aplaudir Com

Cortar Avaliar Compartilhar Demonstrar

Verbos adequados para exprimir objetivos gerais:


1. DOMÍNIO COGNITIVO:
Analisar Avaliar Construir Identificar Resolver
Prática Pedagógica II 27

Aprender Compreender Entender Interpretar Sintetizar

Aplicar Conhecer Formular Propor Transferir

2. DOMINIO AFETIVO:
Aceitar Apreciar Demonstrar Gostar Valorizar

Conscientizar

3. DOMINIO PSICOMOTOR:
Adquirir Aperfeiçoar Desenvolver Demonstrar

Verbos adequados para exprimir objetivos especificos


Comportamentais e imediatos

1.Domínio Cognitivo:

Aplicar Confirmar Enumerar Inferir Reescrever

Avaliar Contrastar Enunciar Interpretar Relacionar

Calcular Converter Escrever Inventar Relatar

Categorizar Criar Especificar Justificar Reproduzir

Citar Criticar Exemplificar Listar Resolver

Classificar Defender Explicar Modificar Resumir

Combinar Definir Expressar Organizar Reorganizar

Compilar Descrever Generalizar Preparar Selecionar

Comparar Diferenciar Identificador Produzir Separar

Compor Discriminar Ilustrar Reconstruir Subdividir

Concluir distinguir Indicar Redigir Utilizar

2. Domínio Afetivo:
Prática Pedagógica II 28

Assumir Alterar Escolher Manter Organizar

Atuar Conformar Formar Modificar Responder

Apresentar Defender Reconhecer mostrar Seguir

demonstrar Prestar atenção Trabalhar

4. Domínio Psicomotor:

Colocar Executar Juntar Prender Realizar

Demonstrar Fixar Ligar Segurar Usar

Efetuar iniciar manipular trabalhar utilizar

Verbos disponibilizados no Manual da Universidade Paranaense –


Unipar UMUARAMA- Paraná, 2005.

Exercícios

1 – Com o tema: Queimadas descontroladas, formule um objectivo geral;


2 objectivos específicos cognitivos; 2 objectivos específicos afectivos; e 2
objectivos específicos psicomotores.

Auto-avaliação
Prática Pedagógica II 29

Unidade N 0 08-A0014
Tema: Metodologia de ensino

Introdução
Até aqui já consegue formular os objectivos de ensino, mas precisa
também saber escolher os métodos adequados para conseguir atingir tais
objectivos. Neste sentido vamos apresentar os critérios básicos para a
escolha de métodos de ensino, apresentamos algumas formas de
realização metodológica na sala de aula.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Explicar os critérios para escolha dos métodos de ensino;

Objectivos  Descrever a operacionalização dos métodos expositivos.

Sumário
Métodos de ensino

Os métodos de ensino são acções, processos ou comportamentamentos


planificados pelo professor para colocar o aluno na situação de
aprendizagem em função dos objectivos (Haidyt, 2006), se sabermos para
onde queremos chegar certamente que estaremos em condições de decidir
se vamos de carro, de avião, a pé ou de barco. Agora já compreendeu a
importância de escolher bem os métodos de ensino.

Critérios para a escolha de métodos


Aos seleccionar os métodos, tenha em conta 4 (quatro) aspectos básicos:
a) Adequação aos objectivos definidos;
b) Ter em conta a natureza do conteúdo seleccionado;
c) As características dos alunos;
Prática Pedagógica II 30

d) As condições físicas e o tempo disponível (Haidyt, 2006).

A aula expositiva
Para a utilização deste método há três momentos importante:
 Quando se pretende seguir uma estrutura lógica;
 Para a introdução do novo conteúdo; e
 Para a realização da síntese.

Algumas condições para a utilizacao deste método.


a) Introduza o tema, mostrando as relações com os outros
conteúdos e da vivencia quotidiana.
b) A objectividade na apresentação é importante para não abordar
tantos assuntos em debate ao mesmo tempo;
c) Destaque as ideias mais importantes, pode ser no quadro.
d) Levante questões aos alunos para lhes colocar em actividade
reflexiva, se possível intercale com exercícios;
e) Use sempre uma linguagem simples e acessível;
f) Termine recordando aos alunos o essencial da temática.

Exercícios
Procure a Obra de Libâneo (2004) e pesquise a utilização dos métodos de
elaboração conjunta e trabalho independente.

Auto-avaliação
Prática Pedagógica II 31

Unidade N 0 09-A0014
Tema: Relação Professor-aluno

Introdução
A educação é uma actividade de humanos para humanos. O campo
escolar é excelente meio de socialização, enquanto meio social exige o
cumprimento de obrigações sociais, para que se torne num clima de
aceitação, de empatia, e de humanização. No processo de ensino
aprendizagem, essas relações, em parte, são responsáveis pela qualidade
do rendimento escolar. Aqui vamos apresentar alguns cuidados no
relacionamento professor-aluno que poderá observar na escola. Nesta
unidade vamos apresentar um corpo teórico para passar a observação
destes aspectos na sala de aulas.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Descrever as formas de interação professor-aluno.

 Relacionar a natureza das relações e sua influência na aprendizagem.

Objectivos

Sumário
Interação professor-aluno
No artigo de Vivaldo Santos, sobre o que fazer na sala de aula expressa
veemente a necessidade de regular as relações professor-aluno na sala de
aula, explica que “ quer na dimensão micro-tratando de relações
professor-aluno -, quer na dimensão macro - analisando sistemas
educacionais – a autonomia implica um solo ético, em que se investigam
os limites do exercício do ensinar e do aprender.” Linhares, 2001 apud
Santos, 2003,p.141). Esse exercício é conhecido pelos didácticas e
pedagogos de “contracto pedagógico” trata-se de expecificar até onde vai
a actuação profissional do professor no ensinar e quais são as obrigações
Prática Pedagógica II 32

e responsabilidades do aluno no aprender. Não queremos trazer noções de


ética profissionais mas analisar as formas de interação na sala de aulas.
O professor na sua actuação profissional deve salvaguardar o respeito
com o aluno, incentivando-lhe, motivá-lo, valorizando, promovendo a sua
auto-estima, pois a sala de aula é um espaço de convivência de troca de
experiências, em fim de humanização, assim cumpre ao professor:
a) Uma função incentivadora e energizante;
b) Uma função orientadora. (Haidyt, 2006).
A personalidade do professor pode influenciar decisivamente na
personalidade do aluno, pois na sua interação estão em jogo os valores,
atitudes, crenças e hábitos que podem ser incorporados pelos educandos
influenciando deste modo na formação da sua personalidade. Essa
influência não é unilateral pois acreditamos que as atitudes dos alunos
suas experiências podem influenciar a personalidade do professor e a sua
forma de actuação, pois
“Interação significa mais que uma relação simples e
pontual, porque implica alterações em ambas as
partes envolvidas. É como se a pessoa se
desenvolvesse em “inter-acção” no inter-jogo, em
constantes trocas com os outros e com o ambiente.”
(Prati at. al, 2007:162).

Existem, pelo menos, três formas de interação didácticas: unidirecional,


bidirecional e multidirecional.
Unidirecional - a comunicação implica um predomínio da verbalização
da palavra centrada no professor, ele toma conta do processo de ensino –
aprendizagem, trata-se de uma actuação autoritária.
Professor
Figura I ↓
Alunos
O esquema ao acima representa melhor a forma de actuação do professor
nesse processo de ensino-aprendizagem. Muitas vezes são imposicoes do
professor ao aluno não aceitando as suas contribuicoes e experiencias.
Prática Pedagógica II 33

Bidirecional – nesta forma de interação professor-aluno, tanto o professor


como o aluno promvem o diálogo, porém como indica a figura a baixo,
trata-se de comunicação apenas entre cada aluno com o professor.
Professor
Figura II ↕ ↕
aluno aluno
veja que na figura apresentada, o professor interage por um aluno de cada
vez, os alunos entre eles não.

Multidirecional – esta forma de comunição é mais rica porque todos


interagem no processo de ensino aprendizagem, são aquelas situações em
que os colegas emitem opniões sobre a ideia do colega ou do professor,
pedindo esclarecimento ou apresentando outra ideia sobre o assunto em
discussão, é uma forma exigida pelos professores liberais, própria da
escola activa ou aprendizagem activa.
Figura III
Aluno ↔ Aluno
↕ ↕
Aluno↔ Professor↔ Aluno
↕ ↕
Aluno ↔ Aluno

Veja nesta figura que a interação é mais rica entre os alunos e o professor,
essa é a forma recomendável na interação dentro da sala de aula. É
preciso reconhecer que existe determinados conteúdos que não exigem
tanto debate, por essa razão pode não ser possível essa grande
participação dos alunos. Veja alguns momentos do método expositivo,
apresentado na unidade anterior.
Prática Pedagógica II 34

Exercícios

Com Com ajuda do seu professor, ao assistir a aula, verifique os tipos de


interação na sala de aula; assista, se possível, duas aulas diferentes em

Auto-avaliação que numa a participação dos alunos é (quase) inestistente e outra mais
participativa e redige um comentário sobre essas aulas.

Unidade N 0 10-A0014
Tema: Meios de Ensino

Introdução

Existem muitas classificações de meios de ensino-aprendizagem e, de


igual modo, constata-se que cada disciplina exige também seu material
específico, como ilustrações, gravuras, filmes, mapas e globo terrestre,
discos e fitas, livros, enciclopedias, dicinários, revistas, album seriado,
manuais e livros didácticos, etc, ao mesmo tempo que temos
equipamentos ou meios de ensino gerais necessários para todas as
disciplinas (exemplo, carteiras ou mesaz, quadro - negro, projector de
slides ou filmes, gravador, flanelógrafo etc.).

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Explicar a utilização dos recursos de ensino;
 Aplicar os recursos disponíveis na escola durante a leccionção.
Objectivos
Prática Pedagógica II 35

Sumário
Meios de ensino
Piletti (1990), explica que tradicionalmente os meios de ensino são
classificados em visuais (projecções, cartazes, gravuras) auditivos (radio,
gravação) e audiovisuais (cinema, televisão), apesar de se reconhecer
que, na paratica, as expressões verbais, sonoras e visuais se
complementam, fazendo com que os recursos/meios visuais, auditivos e
audiovisuais muitas vezes sejam funcionais quando se utilizam de forma
complementar.

Meios/recursos humanos

Categoria/tipo Exemplos

Cadernso, lapis, esferografica, régua,


escantilhão, compasso, giz, apagador, etc.
Meios simples de
trabalho

Móveis e equipamento Carteiras e mesa do professor, armarios/estantes,


geral das salas de aula etc.

Objectos Partes de seres vivos ou na sua totalidade, vivos


originais/naturais ou mortos, exemplos minerologicos, matérias-
primas, etc.

Reprodução ou Modelos didácticos: modelo do sistema solar,


imtações máquinas simplificadas
tridimencionais

Aparelhos e Aparelhos de demonstração e mediação,


aparelhagens para máquinas e ferramentas de produção, estojos de
experiências e produção dissecação, microscopios, aparelhos em vidro
(tubos de ensaio, pipetas, provetas, buretas,
alambique, etc)

Meios visuais, auditivos Veja a classificação anterior


Prática Pedagógica II 36

e audio-visuais

Apresentamos a forma de elaboração de dois reciursos didáctico


propstos por Haidyt (2006), Album seriado e cartazes, quadro e
mural didáctico.
Cartazes são recursos visuais que consistem em uma folha de papel
grosso ou cartolina com uma ou mais ilustrações e uma mensagem.
Visam basicamente a despertar a atenção para determinado assunto e
divulgar uma mensagem.

Orientações para elaboração de cartazes atraentes e objectivos.


a) Selecione um tema ou assunto a ser divulgado;
b) Ilustre com um desenho ou gravura simples, que não contenha muitos
detalhes e não precisa de explicações para ser entendido; use poucas
ilustrações (de preferência uma ou duas).

c) Para completar a mensagem, elabore um texto pequeno, com o menor


número possível de palvaras, simples, directo e objectivo, de leitura
rápida e fácil compreensão e memorizaçao.

d) De preferência, use poucas cores, fortes e vivas, contrastando com o


fundo de cor clara.

e) Escreva o texto com letras fáceis de ler, de tamanho adequado e cor


contrastante com o fundo.

f) Disponha os elementos (a ilustração e o texto) de forma harmônica no


espaço disponível.

Album seriado

O álbum seriado é um recurso visual constituído por um conjunto de


folhas grandes, de papel de embrulho ou manilha, organizadas numa
sequência e presas na parte superior a uma armação de madeira
compensada ou papelão bem grosso.

Orientações para planejamento, confecção e utilização do álbum seriado:

a)Seleccione o conteúdo a ser desnvolvido, definidos os conceitos e


ideias que serão trabalhadas.

b) Divida o assunto escolhido em partes, subdividindo-o em tópicos.


Prática Pedagógica II 37

c) Faça previamente uma miniatura do álbum seriado, usando papel de


rascunho, que pode servir de guia para a elaboração final. Disponha nele,
página por página, os tópicos abordados e os conceitos e ideias
trabalhados, de acordo com a sequência desejada.

d) Seleccione gravuras e desenhos que possam servir como material


ilustrativo, prevendo como serão dispostos em cada página

e) Confeccione o álbum: escreva em cada página os tópicos e sub-tópicos


referentes aos conceitos e ideias previstos, cole as ilustrações ou faça os
desenhos, conforme o que foi planejado.

f) Use letras maiores nos títulos e menores subtítulos. Escreva de forma


legível, com letras simples e de tamanho adequado.

g) Disponha os elementos (título, subtítulo, texto e ilustrações) de forma


harmónica em cada página.

h) Organize e junte as folhas na sequência desejada. Prenda o conjunto de


folhas na extremidade superior com barbante, arame, cola ou grampos.

i) Coloque as folhas já montadas num tripé. Se não houver um tripé


disponível, faça uma capa com material resistente e rígido (madeira
compensada, eucatex ou cortiça, papelão bem grosso), prendendo o
conjunto de folhas nessa capa, que serve de suporte.

j) Antes da apresentação, monte o álbum no tripé ou coloque-o sobre uma


mesa, mantendo-o em posição vertical com o auxílio da capa, que serve
de suporte.

k) Coloque o álbum em lugar visível e, durante a apresentação, vire as


folhas à medida que for expondo os tópicos. Só vire uma folha quando o
tópico nela registrado já estiver totalmente explicado.
Prática Pedagógica II 38

Sumário
- Seleccione alguns meios de ensino, verifique se esses são usados da
forma recomendada na escola ou não.

- Quais são os meios mais usados na escola onde decorrem as uas PP’s.

Auto-avaliação - Considera os meios adequados aos objectivos, métodos, e o conteúdo


leccionado?
Prática Pedagógica II 39

UNIDADE N0 11-
A0014
Tema: A avaliação do processo
de ensino- aprendizagem

Introdução
Quando falamos da planificação, vimos que uma das etapas desse
processo era a avaliação. Ela permite verificar o cumprimento das
actividades previstas na aula, a possibilidade de melhorar as condições de
aprendizagem. Vamos apresentar algumas normas de avaliação do
processo de ensino-aprendizagem.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Identificar algumas técnicas de avaliação;
Objectivos
 Explicar as vantagens e desvantagens da sua aplicação.

Sumário
Avaliação do processo de ensino-aprendizagem
Toda acção humana tem uma intecionalidade, tem princípios
orientadores. A avaliação não escapa a esses princípios que passamos a
mencionar:

Princípios de avaliação

 Avaliação é um processo contínuo e sistemático.


Prática Pedagógica II 40

 Avaliação é funcional, porque se realizam em função dos


objectivos previstos.

 Avaliação é orientadora, porque indica os avanços e


dificuldades do aluno, ajudando – o a progredir na
aprendizagem, orientando-o no sentido de atingir os objectivos
propostos.

 Avaliação é integral, pôs considera o aluno como um ser total e


integrado e não de forma compartimentada.

TÉCNICAS INSTRUMENTOS OBJECTIVOS


BÁSICOS
Observação Registos da observação Verificar o
 Fichas desenvolvimento
 Caderno cognitivo, afectivo
Autoavaliação Registos da e psicossocial do
autoavaliação educando, em
decorrência das
experiências
vivenciadas
Aplicação de provas Prova oral Determinar o
 Arguição Prova escrita
aproveitamento
 Dissertação cognitivo do
 Testagem  dissertativa
 Objectiva aluno, em
decorrência da
aprendizagem

Ao seleccionar as técnicas e os instrumentos de avaliações de


aprendizagem, o professor precisa considerar os seguintes aspectos:

- Os objectivos visados para o ensino - aprendizagem (aplicação de


conhecimentos, habilidades, atitude);

- A natureza do componente curricular ou área de estudo;


Prática Pedagógica II 41

-Os métodos e procedimentos usados no ensino e as situações de


aprendizagem;

- As condições de tempo do professor;

-O numero de alunos da classe;

A selecção das técnicas dos instrumentos de avaliações deve ser


realizada durante o processo de panejamento do ensino, para haja que
melhor adequação dos recursos de avaliação aos objectivos previstos,
aos conteúdos estabelecidos e as atitudes propostas para o processo de
ensino aprendizagem.

Devem ser utilizadas técnicas variadas e instrumentos diversos de


avaliação. Actualmente, a avaliação assume a função de diagnosticar,
bem como a de verificar a consecução dos objectivos previstos para o
ensino e aprendizagem. Para que a avaliação possa desempenhar essas
funções, é necessário o uso combinado de várias técnicas e instrumentos.
Quando mas dados os professor puder colher na avaliação, utilizando
instrumentos variados e adequados aos objectivos propostos, tanto mas
informações terá o seu dispor para replanejar o seu trabalho e orientar a
aprendizagem dos alunos.

Observação

O instrumento do registo a observação deve ser pratica e fácil de usar.


Deve ser compreensível não apenas para os professores, mas também
para os país, pós ele serve de base a análise conjunta (professores –
país) do aproveitamento escolar do aluno.

A seguir, apresentamos algumas sugestões para tornar o registo da


observação mais útil e funcional:

A) Determine os aspectos relevantes e significativos que serão


periodizados na observação, em função dos objectivos
educacionais estabelecidos.
B) Define a forma pela qual serão colectados os dados e o que é
essencial constar dos registos.
Prática Pedagógica II 42

C) Faca, de preferência, um relato descritivo das manifestações de


cada aluno, que indicam seus avanços e dificuldades no processo
de aprendizagem.
D) Faca as anotações usados linguagem clara, objectiva e concisas.
E) Registe os dados de observação colhidos em várias ocasiões.
F) Registe as manifestações de alunos partir do que lhe foi proposto
fazer, e não do que se espera que ele realize.
G) Evite fazer interpretações ou julgamentos apresados sobre os
comportamentos observados, para não rotular o aluno.
H) Esteja alerta para não permitir a interferência das
predisposições pessoais (preferências e a versões) nos resultados
da observação.

Extraido da obra de Haidyt, Regina Célia C. (2006), Curso de


Didáctica Geral, pp. 288-299 .

Exercícios

 Avaliação é um processo contínuo e sistemático.

 Avaliação é funcional, porque se realizam em função dos


Auto-avaliação objectivos previstos.

 Avaliação é orientadora, porque indica os avanços e


dificuldades do aluno, ajudando-o a progredir na aprendizagem,
orientando-o no sentido de atingir os objectivos propostos.

 Avaliação é integral, pois considera o aluno como um ser total e


integrado e não de forma compartimentada.
Prática Pedagógica II 43

Unidade Nº 12 – A0014

Tema: Orientação escolar

Introdução

Não basta ensinar, e atribuir notas para o aluno passar ou reprovar, é


importante um acompanhamento deste no processo de ensino-
aprendizagem. Várias são as dificuldades apresentadas pelos alunos e
pelos professores na condução do processo de ensino-aprendizagem, aí
então onde reside a necessidade de orientação no procsso. Vamos ver
nesta unidade as diferentes formas de acompanhamento destes no
processo de ensino-aprendizagem.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Identificar os principais problemas de orientação escolar;
 Descrever as formas de intervenção na orientação escolar aplicadas na
escola.

Objectivos

Sumário
Orientação escolar
É frequente a confusão que se faz entre a orientação profissional e a
orientação escolar. A profissional, trata de orientar o aluno para seguir
uma carreira profissional deseja ou que coaduna com as suas capacidades
e aptidões. O que nos interessa nesta unidade temática é discutir as
formas de orientação do aluno no decurso da sua escolaridade, isto é,
decidir que curso deve seguir, que área de aprendizagem deve escolher
Prática Pedagógica II 44

para o caso do nível secundário em que depois de terminar o ensino


secundário do 1º ciclo deve escolher uma área de estudo: área A, área B,
e área C.
Na escola, um especialista na orientação escolar é indispensável, mas o
mesmo não se pode dizer nas escolas moçambicanas. Mesmo assim a
orientação escolar não deixa de ser importante nestes estabelecimentos de
ensino.
Ao fazermos menção a escola secundária, não quer dizer dizer que essa
actividade se restringe a esse nível de escolaridade, a entrada da escola
básica e ao longo de todo processo educativo é importante o
acompanhamento dos alunos na sua aprendizagem. São apontados como
essenciais os seguintes focos de actuação na orientação dos alunos na
escola:
a) Apoio a aprendizagem do aluno;
b) Promoção do desenvolvimento psicossocial do aluno;
c) Diagnósticos dos problemas de aprendizagem;
d) Desenvolvimento dos professores e da escola;
e) Envolvimento da família, da escola e da comunidade na
orientação dos educandos.
Como se depreende, a orientação escolar exige um esforço conjugado
entre a escola, a família e o próprio educando. O orientador tem de lançar
um olhar para as condições socioeconómicas, capacidades individuais,
aspirações dos educandos e as condições concretas de materialização
dessas aspirações tanto do aluno como da família.
Quanto aos professores, uma orientação metodológica do processo de
ensino aprendizagem que ajude a conduzir da melhor maneira a acção
educativa é pertinente, lidando da melhor forma possível com as
dificuldades de aprendizagem dos alunos.
As escolas deviam ter um gabinete de atendimento a essas situações de
aprendizagem, na verdade são os directores de turma, o director da
escola, o director adjunto pedagógico que muitas vezes lidam com esses
problemas substituindo ou assumindo o papel de orientador escolar.
Prática Pedagógica II 45

Exercícios

Verifique na escola, onde vai realizar as práticas pedagógicas como é que


fazem o acompanhamento dos alunos no processo de ensino-
aprendizagem, quanto a:
- Existência de orientador escolar;
Auto-avaliação - Outras pessoas que desempenham esse papel;
- Principais problemas de acompanhamento dos alunos;
- Principais problemas apresentados pelos professores;
- Tem havido formação para o atendimento dessas situações?
Prática Pedagógica II 46

Unidade N 0 13-A0014
Tema: Administração escolar

Introdução

A tarefa actual da A.E. é interpretar as finalidades e objectivos


educacionais e transformá-los em acção organizacional, através do
planeamento, organização, direcção e controle, e interpretar e
compreender os fenómenos e comportamentos que ocorrem dentro das
organizações educativas, nomeadamente o poder, a tecnologia, a
comunicação, a participação e a inovação.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :

 Identificar a principal preocupação da administração escolar hoje em


Objectivos dia.
 Reflectir sobre a tarefa actual da A.E.

Sumário
Tarefa actual da Administração Escolar
A principal preocupação da A.E., hoje em dia, é educar para
a vida.
- Dewey escreveu que “a educação não é tanto a
preparação para a vida senão a própria vida; na escola, a
criança deve viver e não estudar a vida”. Para isso,
precisamos deixar de lado a instrução verbalista, livresca,
que exige decoração e conserva o aluno como uma estátua
Prática Pedagógica II 47

na carteira, sem liberdade para falar ou perguntar o que


interessa. Hoje, fala-se mais em educar em vez de instruir
somente.
A A.E. dirige Sistemas Escolares, isto é, o conjunto de
escolas que promovem a educação no país ou numa
província ou num município.
A A.E. é responsável pelo êxito do desenvolvimento do
programa de acção e, por isso, deve ter no seu corpo social
pessoas competentes que ocuparão os cargos executivos:
ministros, inspectores, directores.
Não basta ser uma pessoa culta; é preciso estar actualizado
em problemas educacionais e ter capacidades para dar à
Administração a necessária flexibilidade, de modo a
satisfazer todos os interesses em jogo.
- João Formosinho: A tarefa actual da A.E. é, portanto,
interpretar as finalidades e objectivos educacionais e
transformá-los em acção organizacional, através do
planeamento, organização, direcção e controle, interpretar
e compreender os fenómenos e comportamentos que
ocorrem dentro das organizações educativas, nomeadamente o poder, a
tecnologia, a comunicação, a participação e a inovação.
Prática Pedagógica II 48

Exercícios

1 – Se “A educação não é tanto a preparação para a vida senão a própria


vida-segundo Dewey, diga qual a principal preocupação da
Administração escolar hoje em dia?
Auto-avaliação

Resposta: A principal preocupação da Administração escolar hoje em dia


é educar para a vida.
Prática Pedagógica II 49

Unidade N 0 14-A0014

Tema: Participação dos pais e


encarregados de educação na
vida escolar

Introdução

A escola deixou de ser o espaço único em que os professores e alunos


produzem o saber, os problemas escolares antes de serem escolares são da
própria cominidade em que a escola está inserida. A percepção desta
mudança na educação exigiu a participação dos pais na gestão dos
problemas educativos na escola. Nesta unidade vamos apresentar uma
visão teórica da participação dos pais e encarregados de edução na vida
escolar no fim propomos actividades a serem realizadas na escola.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Descrever as actividades desenvolvidas pelo conselho da escola.
 Identificar os problemas que enfrenta o conselho da escola.
Objectivos

Sumário
A escola é assumida como o espaço de aprendizagem formal. Assim
sendo, durante muito tempo acreditou-se que as crianças “aprendem”
apenas na escola e cabia, neste sentido, aos professores essa nobre e
exclusiva tarefa educativa. Hoje, os sistemas educativos reconhecem que
Prática Pedagógica II 50

essa missão é utópica se continuar a resumir-se no espaço escolar sem ter


em conta as interferências dos outros contextos que influenciam as
aprendizagens dos sujeitos (e.g família, grupo de amigos, sector de
trabalho, os médias). É reconhecendo o papel dos outros contextos que
abrem-se as portas da escola para a participação dos pais e encarregados
de educação e da comunidade em geral. Assim na construção do currículo
solicita-se a integração desses elementos educativos, como
reconhecimento da “ecologia da aprendizagem”.
O movimento mais nítido dessa preocupação verifica-se na inclusão, por
exemplo, do concelho de escola e da associação de estudantes. Os
conselhos de escola em Moçambique, no Ensino Básico, surgem com a
Introdução do Novo Currículo do Ensino Básico que, de entre outras
inovações, integra as componentes do Currículo Local, Progressão semi-
automática e Ensino Básico integrado (PCEB, 2008). Essas inovações,
exigem a participação activa da comunidade educativa, a escola deixa
assim de ser o único espaço de aprendizagem e os professores únicos
responsáveis na aprendizagem dos alunos, pois os pais e encarregados de
educação, e a comunidade nas diversas formas de actuação social
participam no desenvolvimento da aprendizagem dos educandos.
A participação dos pais no processo educativo nem sempre é fácil,
acreditamos que a educação consiste em mudanças e essa tarefa pode
ficar comprometida se reconhecermos que essa “comunidade tradicional”
resiste a esse dinamismo como assinala Patrício (1997), relatando
depoimentos dos pais salienta, “no meu tempo não era assim (…)
aprendíamos muito mais (…) até decorávamos os rios, os reis da nossa
história… se bem que já pouco me lembro! Não havia tempo para
brincadeiras nem para passear como agora” (Patrício, 1997:28).
Os pais nem sempre têm a consciência da necessidade da sua participação
na vida escolar do seu educando, daí que a consciencialização é o
primeiro passo importante para o seu envolvimento nos problemas
escolares.
A preocupação com a promoção do bem-estar da comunidade escolar,
expressa-se como necessidade de responder ao objectivo da escola básica,
como vem expresso no Novo Currículo do Ensino Básico, este currículo
de acordo com INDE/MINED (2008) tem como desafio “ tornar o ensino
mais relevante, no sentido de formar cidadãos capazes de contribuir para
a melhoria da sua vida, da vida da sua família, da sua comunidade e do
país (…)”pg.7.
O que o concelho de escola?
O conselho da escola aparece como um orgaão que expressa a
democaratização da educação e da escola em particular, pois permite a
Prática Pedagógica II 51

gestão transparente das instituiçõoes escolares. Para Silva et. al (2003),


trata-se de um organismo composto por alunos, professores, gestores,
funcionários e os pais e encarregados de educação. Seu principal
objectivo é “ consolidadr as a democratização das relações de poder no
interior das escolas permitindo que as decisões colegiadas sobre
questões administrativas, financeiras e pedagógicas sejam tomadas.”
(Silva, 2003:48)
A comunidade também pode participar nas actividades do conselho
escolar, controlando a qualidade dos serviços educativos prestados e no
uso dos recursos locais.

Exercícios
Procure na escola onde estiver a fazer as práticas pedagógicas, a
organização do conselho da escola:
 Descreva a participação dos pais na vida escolar;
 Aponte os principais problemas enfrentados no funcionamento
do conselho da escola;
 Quem participa no conselho da escola;
 Com quantas comissões trabalha a escola;
 Em que actividades específicas os pais e encarregados de
educação participam na escola.

Auto-avaliação
Prática Pedagógica II 52

Unidade N 0 15-A0014
Tema: Liderança
Introdução
A liderança é uma capacidade exigida na direcção das instituições
educativas, ser líder não é necessariamente ser chefe. Nem todos chefes
são líderes, pois liderança é um fenómeno emergente. Vamos falar das
qualidades de um líder na escola.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Distinguir os estilos de Liderança.
 Identificar as qualidades de um líder.
Objectivos
 Explicar o estilo de liderança existente na escola.

Sumário

Liderança
A liderança, função primordial, uma vez que desta partem as decisões
mais importantes de um grupo é um factor determinante para a
sobrevivência de um grupo e esta pode ser caracterizada de varias
maneiras resumidos em três tipos de lideres.

Tipos de Líder

O fenómeno de liderança como manifestação das interações no grupo, ou


seja a dinâmica do grupo, é o mais importante e não o estudar as
características do líder ou qualidades individualizadas. Assim temos:
1.O tipo Laissez-Faire ou Laxista- O comportamento do grupo, assim
como o do seu líder, oscila de maneira mais ou menos incoerentes grupo
não vive objectivos claros, muda de objectivos e metodologia sem
fundamentação suficiente. dado que não há correcta percepção do grupo
Prática Pedagógica II 53

um todo e da posição de cada participante nele, nele os conflitos são


frequentes. O investimento de muita energia na relação interpessoal,
impede a sua canalização para actividades produtivas. A ausência de
resultado é fonte de frustrações e ,por consequência, de agressividade
contra o líder e contra os outros membros do grupo.
2.Tipo Autocrático ou autoritário.
As comunicações tendem a tornar-se superficiais e estereotipadas na zona
consciente do grupo, ao passo que é na zona clandestina que elas atingem
maior profundidade. Empobrecimento das decisões e soluções, primeiro
no interior do grupo, e depois ate na relação com o exterior. Diminuição
de criatividade. os membros do grupo perdem iniciativa, tornam-se
inquietos e desconfiados. os lideres autoritários criam bodes expiatórios
para mobilizarem a agressividade do grupo.
3.Tipo Democrático ou participativo.
Tendência ao aumento de liberdade e profundidade de comunicação
variadas entre os membros do grupo. As motivações são variadas, mais
ligadas a dinâmica interna e externa do que à responsabilidade do líder.
Aumento da criatividade do grupo e melhoria da qualidade das decisões e
soluções, quer no seu interior, quer na relação com os outros grupos.

Se a liderança democrática é a que induz maior satisfação e cooperação,


não é a que leva a maior produção. Isto acontece na situação autocrática,
mais com muito menor satisfação. Nela os escuteiros perdem a iniciativa,
tornam-se inquietos, desconfiados e agressivos e criam bodes expiatórios,
A situação laxista é a que induz piores resultados em que ambas as
avaliações.

Exercícios

1 – Tendo em conta o papel preponderante de um líder no grupo, o que


pode acontecer para um grupos sem líder?

Resposta: O Grupo sem líder, passa a ter decisões aleatórias ou, os


períodos sem líder devem ser relativamente curtos, desembocando na
Auto-avaliação
descoberta de um órgão de liderança mais eficaz, ou de contrário na
morte do grupo.
Prática Pedagógica II 54
Prática Pedagógica II 55

Unidade N 0 16-A0014
Tema: Supervisão das práticas
Pedagógicas

Introdução
Várias actividades foram descritas ao longo do manual e que devem
ser desenvolvidas pelo aluno com a supervisão do professor ou de
outro profissional experiente na escola. Como ser esse
acompanhamento do aluno durante a realizacao das actividades
inseridas no programa das prácticas pedagógicas? O que deve fazer o
supervisor ao orientar as práticas pedagógicas? Que papel cabe ao
tutor nessas actividades?

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Descrever as actividades de supervisão pedagógicas.
 Explicar o papel do tutor e do supervisor nas pedagógicas.
Objectivos

Sumário
Supervisão das práticas Pedagógicas
Dissemos na introdução desta disciplina (unidade I) que as práticas
pedagógicas visam colocar o aluno em contacto directo com a realidade
escolar, explicando o princípio da ligação teoria-prática defendido na
educação.
Prática Pedagógica II 56

Para Duarte, Pereira e Francisco (2008), o objectivo das práticas


pedagógicas é que o estudante aplique na prática o que aprendeu na
universidade, mas também deve trazer aquilo que aprende de volta para a
universidade. Três focos de actividades do supervisor:

a) Acompanhamento de estudantes na universidade, através de


seminários. Antes de entrar em contacto o professor- supervisor,
deve discutir com os alunos a planificação das actividades a
serem desenvolvidas. Recorde que o plano não deve ser rígido
pelo facto de admitir modificações em função da realidade da
escola;

b) Acompanhamento de estudantes nas escolas, trabalho do campo.


Deverá assistir, pelo menos três aulas no princípio, no meio e no
fim do processo;

c) Acompanhamento de tutores nas escolas, os professores que


estão nas escolas onde os alunos vão realizar as práticas também
precisam ser orientados, discutindo com eles a forma de
acompanhamento, os objectivos enfim uma planificação
conjunta;

d) Orientação dos alunos na elaboração dos relatórios. Aqui é


importante que o professor-supervisor ajude o aluno a encontrar
uma situação problemática em que vai reflectir no seu relatório
final.
Prática Pedagógica II 57

Exercícios

1 – Explique as funções do supervisor nas práticvas pedagógicas.

 Acompanhamento de estudantes na universidade, através de


seminários;
 Acompanhamento de estudantes nas escolas, trabalho do campo;
Auto-avaliação
 Acompanhamento de tutores nas escolas
 Orientação dos alunos na elaboração dos relatórios;
Prática Pedagógica II 58

Unidade N 0 17-A0014
Tema: Organização do ensino
por ciclos
Introdução
A introdução dos ciclos de aprendizagem no ensino básico e no ensino
secundário geral, exige uma reflexão para o estudante. É importante
compreender essa organização de ensino para permitir um maior
envolvimento da actividade docente, tendo em conta as habilidades
requeridas em cada ciclo de aprendizagem. Vamos apresentar a divisão de
ciclos de aprendizagem e as competências requeridas em cada ciclo.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Explicar a importância da organizacao da aprendizagem por ciclos.

Objectivos  Relacionar as actividades e habilidades dos alunos com as


competências requeridas en cada ciclo de aprendizagem.

Sumário
Organização do ensino por ciclos
No ensino básico, são três ciclos de aprendizagem, antes a escolaridade
básica apresentava simplesmente em classes, a introdução dos ciclos tem
por objectivo “desenvolver habilidades e competências específicas”
(INDE/MINED, 2008) por cada ciclo de aprendizagem. Assim de acordo
com o mesmo autor apresentamos competências e habilidades requeridas
por cada ciclo de aprendizagem:

a) 1º ciclo (1ª e 2ª classes), desenvolve as competências de leitura


e escrita, contagem de números e realização de operações
Prática Pedagógica II 59

básicas, noções de higiene pessoal, de relação com as pessoas,


consingo mesmo e com o meio.

b) 2º Ciclo (3ª, 4ª e 5ª classes), aprofunda as anteriores habilidades


e introduz as aprendizagens relativas a ciências sociais e
naturais, calcular superfícies e volumes;

c) 3º Ciclos (6ª e 7ª classes), consolidar e ampliar conhecimentos,


habilidades adquiridos nos ciclos anteriores, vai preparar o
aluno para a continuação dos estudos e/ ou para a vida,
(INDE/MINED, 2008: 24)

No Ensino secundário são dois ciclos, primeiro ciclo (8ª, 9ª e 10ª classe),
e segundo ciclo (11ª e 12ª classe).

a) 1º Ciclo, aprofundar as competências adquiridas no ensino


básico preparar os alunos para continuar os estudos no segundo
ciclo e para a inserção no mercado de trabalhando e auto-
emprego;

b) 2º Ciclo, preparar o estudante para a vida, integração no


mercado de trabalho e continuação dos estudos no ensino
superior, (INDE/MINED, 2007:20-21).

Note que a actividade do professor é importante quando tiver em conta as


habilidades e competências previstas por cada ciclo de aprendizagem, tais
competências permite avaliar o cumprimento dos objectivos no fim de
um nível de escolaridade.
Prática Pedagógica II 60

Exercícios
1- Procure os planos curriculares do ensino secundário geral e do
Ensino Básico. Enquanto assiste as aulas verifique se as
habilidades requeridas para cada nível de escolaridade estão
desenvolvidas nos alunos.

Auto-avaliação
2- Se as actividades desenvolvidas pelos professores garantem o
desenvolvimento dessas habilidades requeridas.
3- No ensino secundário geral fala-se da preparação do aluno para o
mercado do emprego. Analise se os conteúdos se permitem essa
inserção.
Prática Pedagógica II 61

Unidade N 0 18-A0014
Tema : Organização dos
conteúdos escolares

Introdução
Em didáctica aprendeu como seleccionar os conteúdos escolares, mas é
igualmente importante saber como organiza-los para permitir a
assimilação activa do aluno e concretização dos objectivos e finalidades
de aprendizagem.

Como organizar os conteúdos escolares? Que critérios devem ser


obedecidos para o efeito? Essas questões vão orientar as actividades
dessa unidade.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Explicar os critérios de organização dos conteúdos de ensino;

 Identificar os critérios e/ou princípios usados para a organização dos


conteúdos no ensino básico e Secundario geral.
Objectivos

Sumário

Organização dos conteúdos escolares


Os conteúdos de aprendizagem existe no nosso dia-a-dia, eles precisam
ser seleccionados e organizados pedagógica e didacticamente, é nisto que
consiste a intencionalidade da educação escolar.

Quais são os critérios usados para a selecção dos conteúdos de ensino?


Prática Pedagógica II 62

Haidyt (2006: 128), aponta duas formas de organização do conteúdo:

a) Programação escolar oficial: guia que traça linhas gerais, os


fins e conteúdos para um determinado grau de ensino definindo
conceitos básicos e habilidades fundamentais a serem
desenvolvidos, normalmente elaborado a nível central.

b) Programa pessoal de cada professor: é o plano de ensino cde


cada professor podendo ser anual, mensal ou semanal. Este
programa operacionaliza o anterior em termos de concretização
dos objectivos, habilidades e competências requeridas.

Alguns critérios para a selecção dos conteúdos a serem ensinados:

 Validade- estabelecer a relação entre os objectivos e os conteúdos


a serem trabalhados;

 Utilidade- os conteúdos devem ser aplicados pelos alunos no seu


dia-a-dia;

 Significação- deve estar relacionado as experiencias vivenciadfas


pelo aluno.

 Flexibilidade- os conteúdos ao serem seleccionados deve admitir


a possilidade de alterações acrescentando ou retirando cada item.

Exercícios

Recolher o plano curricular do Ensino Secundário Geral e do Ensino


Básico, discutam a forma de organização do conteúdo.

Auto-avaliação
Prática Pedagógica II 63

Unidade N 0 19-A0014
Tema: Etapas duma aula

Introdução
O processo de ensino, através das aulas, possibilita o encontro
entre os alunos e a matéria do ensino, preparada didácticamente
no plano de ensino e nos planos de aula. A realização de uma aula
ou conjunto de aulas requere uma estrutura didáctica, isto é,
etapas ou passos mais ou menos constantes que estabelecem a
sequência do ensino de acordo com a matéria ensinada,
características do grupo de alunos e de cada aluno e situações
didácticas específicas; é neste sentido que nesta unidade vamos
discutir sobre a estrutura da aula, como forma de organização do
processo de ensino e aprendizagem. Essa situação vai permitir a
prepação da sua aula.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


Objectivos
 Distinguir as etapas de uma aula; e
 Planificar as aulas tendo em conta as funções didácticas.

Sumário
Vamos apresentar a síntese das etapas de uma aula, aliás trata-se de um
conjunto de aulas, pois a função de Introdução e Motivação pode ser uma
Prática Pedagógica II 64

aula que se chama aula introdutória, a Mediação e Assimilação, também


pode ser uma só aula e assim sucessivamente.

Observe o quadro sintético das etapas duma aula.

Função Actividades
diáctica
Objectivos Professor Aluno

I.M Despertar o interesse do -Explicar a importância da Esclarece as dúvidas sobre a


aluno para a matéria; importância do conteúdo e
aprendizagem. sua aplicabilidade no seu
-Mostrar a relação com o
quotidiano.
seu dia-a-dia;

Estabelecer a relação desta


matéria com a nova que vai
ser leccionada.

M.A Colocar o aluno em Relacionar o assunto Relaciona o conteúdo anterior


contacto com a “matéria anterior com a nova ao novo da aula dada;
nova”. matéria;
Aponta ou rete as
Explicar a nova matéria da informações importantes;
aula. pode pedir esclarecimento ao
professor sobre o assunto que
não tenha percebido.

D.C Permitir a fixação do Coloca os alunos na Realiza as actividades


conteúdo nos alunos. resolução de exercícios, fornecidadas pelo professor,
pode ser por meio de pode solicitar a ajuda do
debates, fichas de resumo, professor caso não tenha
questionários, estudo entendido aulguma questão da
dirigido, etc. actividade.

C.A Verificar se os objectivos Corrige os exercícios em Participa na resolução dos


da aula foram alcançados. conjunto com os alunos, é exercícios, esclarece as suas
sempre importante respeitar dúvidas com o professor.
as respostas deles e
esclarecer as dúvidas a
Prática Pedagógica II 65

partir dos seus erros.* é


excelente momento para
atribuir trabalhos de
casa** se necessário.
Verifica se os objectos da
aula foram alcançados.

*começar a explicação a partir dos erros dos alunos significa, partir das representações dos alunos.
Na verdade os teóricos de aprendizagem reconhecem que o que constitui um erro para o professor
para o aluno, que respondeu, está certo; o que importa é saber porque o aluno considera certa a sua
resposta para poder lhe encaminhar a resposta desejada.

**hoje os trabalhos de casa, vulgo TPC’s, ganharam uma importância especial se reconhecermos o
tempo de permanência do aluno na escola veremos que tem pouco tempo de aprendizagem. Daí a
necessidade de auxilair a sua aprendizagem com actividades a serem desenvolvidas em casa com
ajuda dos outros alunos ou encarregados de educação.

Exercícios

1 – Organize o seu plano de aula em função das etapas estudadas.


2- Porque se diz que a aula é um conjunto de aulas?

Auto-avaliação
R% Trata-se de um conjunto de aulas, pois a função de Introdução e
Motivação pode ser uma aula que se chama aula introdutória, a Mediação
e Assimilação, também pode ser uma só aula e assim sucessivamente.
Prática Pedagógica II 66

Unidade N 0 20-A0014
Tema: Preparação das aulas

Introdução
Já falamos da intencionalidade do processo educativo escolar, por esta
razão a sala de aulas como campo de materialização do processo de
ensino-aprendizagem e da educação escolar no geral deve ser planificada,
ou seja, deve ser preparada para que não seja improvisada. Vamos
apresentar algumas condições para a preparação de uma aula activa.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Identificar as condições necessárias para a preparação de uma aula.
Objectivos
 Preparar a sua aula tendo em conta as condições concretas de sua
realização.

Sumário
Preparação da aula

Organize as suas actividades de aula com a antecedência, tenha em conta


o nível de assimilação dos alunos para uma melhor programação da sua
aula.

De acordo com Duarte, Pereira e Francisco (2008), alguns requisitos são


necessários para organizar uma aula activa:

 Identificar as necessidades dos formandos;


 Analisar o programa;
 Escolher os conteúdos;
 Escolher os métodos adequados.
Prática Pedagógica II 67

O que significa isso? Quer dizer os conteúdos da aula são retirados de um


programa existente na escola, de onde vai seleccionar de acordo com a
dosificação realizada para a disciplina, a matéria a leccionar, selecciona
os métodos em função da natureza da aula, dos formandos e das
condições de realização na sala de aulas.

Como planificar uma aula activa? Obsrve o quadro a seguir:

Planificação de uma aula centrada no aluno


 Forme grupos de acordo com as disciplinas de cada elemento do
grupo: ciências naturais, ciências sociais, línguas;
 Discuta a estrutura do plano de aula;
 Use as estratégias para uma aula activa;
 Decida sobre que aspectos querem melhorar nas suas aulas;
 Escreva a aula no formato apresentado na unidade sobre a
planificação.

Fonte: Adaptado do Manual de Supervisão das Práticas Pedagógicas,


da Universidade Pedagógica.(2008).

Exercícios

1 – Planifique a sua aula depois discuta com o professor-supervisor.

Auto-avaliação
Prática Pedagógica II 68

Unidade N 0 21-A0014
Tema: Leccionação
Introdução
Muita coisa aprendeu desde o princípio da disciplina de Práticas
Pedagógicas II. Esta penúltima etapa está reservada para a leccionação,
você agora será o protagonista da situação de aprendizagem colocando os
alunos em actividades de aprendizagem. Acredito que está em condições
de promover excelente aula. Nesta unidade não temos muito a dizer,
resta-nos apenas tecer alguns cuidados a ter na sua leccionação.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Orientar situações de ensino aprendizagem na sala de aula;
Objectivos
 Aplicar as metodologias para uma aula activa e participativa;
 Avaliar os objectivos da sua aula.

Sumário

Leccionação
Passamos a apresentar alguns cuidados necessários na leccionação da sua
aula. São cuidados importantes, aliás ao longo do manual fomos
abordando esses aspectos, mas preferimos sintetizar para uma melhor
compreensão.

Antes da leccionação

 Verifique se fez a previsão das actividades a serem


desenvolvidas;

 Tomou em consideração a natureza dos alunos?


Prática Pedagógica II 69

 Verifica as condições da sala de aula se possibilitam ou não a sua


actividade;

 O tempo é suficiente para a realização das actividades


programadas?

 Tenha em conta também o seu vestuário pode facilitar ou


atrapalhar as suas actividades.

Durante a leccionação

 Crie disposição aos seus alunos antes de abordar o conteúdo


central, certifique a existência de um clima óptimo de
aprendizagem;

 Aborde o conteúdo novo usando uma linguagem acessível. Se


possível use como recurso a língua local;

 Destaque sempre os pontos essenciais da aula;

 Trabalhe com as ideias dos alunos pois eles têm experiência do


assunto abordado;

 Relaccione sempre as actividades aos objectivos que propôs no


seu plano;

 Ao explicar veja a reacção facial dos alunos pode dizer melhor a


sua situação a palavra;

 Não se posicione apenas num canto pode criar monotonia e


distrair os alunos, a circulação moderada pode ser importante
para captar atenção dos alunos;

 Certifique se os alunos entenderam ou não.

No fim da aula discuta com o seu tutor, como decorreram as aulas.


Prática Pedagógica II 70

Exercícios
Faz revisão da matéria com base no manual e discuta na sala aula a
experiencia que teve com os seus colegas.

Auto-avaliação
Prática Pedagógica II 71

Unidade N 0 22-A0014
Tema: Planificação da
Avaliação

Introdução
Depois de termos falado da avaliação e técnicas usadas para a sua
concretização, não vamos repetir o assunto. Nesta unidade centramos nos
na planificação da avaliação, pois não é só a aula que se planifica, aliás
como dissemos a avaliação pode ser uma aula.

Objectivos Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Identificar os elementos que devem constar na planificação da
avaliação.

 Planificar uma situação de avaliação com os seus colegas na sala de


aula.

Sumário

Planificação da avaliação
Para que as questões de avaliação ou teste para sermos mais precisos, é
importante que se planifique. Para a sua planificação tenha em conta os
elementos que serão apresentados no quadro.
Unid Objectivos Questões Respostas Técnicas Pontuação
II Prática Pedagógica II 72

IV

VI

III

 Unidade- Essa planificação permite evitar que tantas questões


sejam colocadas numa única unidade;
 Objectivos- as vezes não temos consciência clara dos objectivos
que pretendemos com a questão, se esse objectivo relacionam-se
com os da unidade temática;
 Questões- a questão está ou não clara para o alcance do objectivo
proposto;
 Respostas- são possíveis respostas a serem consideradas válidas
no caso de questões argumentativas. Muitas vezes colocam-se as
questões sem a prévia resposta, o que dificulta a correcção
psterior da prova.
 Técnicas- de acordo com os objectivos e natureza da questão que
técnica teria usado, pois aconselha-se usar várias técnicas de
avaliacao numa prova para não prejudicar outros alunos que não
se dão bem com essa técnica ou forma de avaliação.
 Pontuação- é a pontuação por cada questão em função da sua
complexidade ou facilidade das questões.
Prática Pedagógica II 73

Exercícios

1. Elabore uma prova com base no programa de uma disciplina e discuta


com o seu supervisor e tutor.

Auto-avaliação
Prática Pedagógica II 74

Unidade N 0 23-A0014
Tema: Prepação do Relatório das
Prticas Pedagógicas
Introdução
Nesta unidade, terá a oportunidade de estudar com o seu professor a
forma de sintetizar os dados recolhidos no campo na realização da prática
pedagógicas II, essencialmente a forma de organização do seu relatório
final da disciplina de práticas pedagógicas.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Reflectir as formas de organização do relatório das Práticas
dagógicas;
Objectivos
 Identificar o problema a ser desenvolvido na redação do relatório
das Práticas Pedagógicas.

Sumário
Preparação do Relatório de Práticas Pedagogicas.

Vamos destacar a necessidade de debater com o seu supervisor


professor o problema que vai abordar frutos da observação, dentre vários
temas de diversas unidades abordadas, observadas e a leccionação das
suas aulas, encontre um tema problemático que exigem uma intervenção
didáctica, pedagógica procurando soluções para a sua superação na escola
onde realizou as práticas pedagógicas. Aspectos a discutir nesta unidade:
Prática Pedagógica II 75

- O que é um problema científico? Como fundamentar esse problema?


Que obras vais usar para fundamentar teoricamente o tema em estudo;
Formulação de hipóteses; Os objectivos do trabalho; Metodologia usada;
e como usar as referências bibliográficas.

Exercícios

1 – Tente esquematizar os elementos que deve ter em conta na redação do


seu relatório de Práticas Pedagógicas.

Auto-avaliação Resposta: Veja a resposta na próxima unidade.


Prática Pedagógica II 76

Unidade N 0 24-A0014
Tema : Elaboração do relatório de
Práticas Pedagógicas
Introdução
Já estamos na recta final das práticas Pedagógicas II, agora é o momento
de redigir o seu relatório da disciplina. Como organizar da melhor
maneira o seu relatório, propomos um esquema de organização que pode
ser adptado em função das exigências da instituição e da natureza do
trabalho.

Ao completar esta unidade, você será capaz de :


 Elaborar o relatório das práticas Pedagógicas II;
Objectivos
 Apresentar os resultados das Práticas Pedagógica de forma crítica e
resumida.

Sumário
Elaboração do relatório de Práticas Pedagógicas
Resumo
Estrutura dos relatórios de Práticas Pedagógicas de acordo com Dias et.al
(2007):

(A) Elementos pré- testuais

- Capa;
- Página de rosto;
- Índice
Prática Pedagógica II 77

- Índice de tabelas, figuras, mapas, gráficos, símbolos,


abreviaturas;
- Declaração;
- Dedicatória (facultativo);
- Agradecimentos (facultativo);
- Resumo: não deve exceder uma página e deve ser escrito em
português. O resumo é datilografado a um espaçamento simples
(um).

(B) Elementos testuais

- Introdução: deve constar desta parte do relatório o seguinte:

 Objectivos (gerais e específicos)


 Fases da PP’s;
 Duvidas e / ou ploblemas iniciais;
 Metodologia do trabalho;
 Referências teóricas;

- Desenvolvimento: nesta fase do relatório importa

inserir:

 Apresentação e explicação das fesea das PP’s (pré-observação,


observação, leccionação, seminários e palestras);
 Sistematização e análise de dados da observação da leccionação
das aulas;
 Descrição da escola;
 Turmas observadas;
 Aulas observadas;

- Conclusão

(B) Elementos pós-textuais

- Apendices;

- Anexos;

- Bibliografia final.
Prática Pedagógica II 78

EXERCÍCIOS A RESOLVER

Faça uma reflexão em cinco (5) páginas no mínimo sobre os seguintes


temas relacionando-os com a prática cotidiana:

-Trabalho1 para primeira sessão presencial – Código: T-PP2-01

(a) As condições físicas da escola observada.


(b) A segurança nos estabelecimentos de ensino.

-Trabalho2 para segunda sessão presencial – Código: T- PP2 -02

(a) Importancia da interação professor-aluno no Processo de ensino


Aprendizagem.
(b) Funçao do projecto Pedagógico na escola.

-Trabalho3 para terceira sessão presencial – Código: T- PP -03

(a) O papel dos pais e encarregados na gestão dos problemas escolares.


(b) A utilização dos recursos didácticos na escola.
Prática Pedagógica II 79

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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