Você está na página 1de 86

A CIDADE E A SOCIEDADE

Fábio J. Ferraz, Me.


Economista, doutorando em urbanismo
e diretor executivo da urbeOmnis
Cidades Inteligentes e Sustentáveis
Cidades Inteligentes
Cidades Sustentáveis
Cidades Inteligentes?

Cidades Sustentáveis?
Cidades Inteligentes?

Cidades Sustentáveis?
Política Urbana
Planejamento e Gestão
• Contextualização
Programa da Aula – Crescimento populacional e urbanização
– Modernidade e revoluções industriais e tecnológicas
– História Econômica e capitalismo contemporâneo
– A produção do espaço urbano
• Política Urbana
– Arcabouço jurídico-institucional
– O direito à cidade e o Estatuto da Cidade
– Instrumentos urbanísticos e as OUCs
– Grandes projetos urbanos e as OUCs
• Cidades inteligentes e sustentáveis
– Conceito
– Experiências
– Crítica do discurso das Smart Cities
– Cenários
Crescimento populacional mundial
Distribuição da população mundial
Taxa de Urbanização por países (%)
População Urbana
Cidades com 1 milhão de habitantes
Cidades com 1 milhão de habitantes
Cidades com 1 milhão de habitantes
Cidades com 1 milhão de habitantes
Urbanização no Brasil
Taxa de Urbanização (%)
1940 31,24
1950 36,26 Municípios por faixa de população
1960 44,67 até 5 mil 1.247
1970 55,92 5 - 20 mil 2.603
1980 67,59 20 - 50 mil 1.081
1991 75,59 50 -100 mil 330
2000 81,23 100 - 300 mil 221
2007 83,48 300 - 500 mil 47
2010 84,36 500 - 1000 mil 24
1000 - 2000 mil 10
2000 - 5000 mil 5
5000 - 15000 mil 2
Crescimento da população de São
Paulo
Existe relação entre o desenvolvimento
capitalista e o desenvolvimento das
cidades?
Modernização Ocidental
1ª Modernidade
• Contextualização 2ª Modernidade 3ª Modernidade

– Fases da Modernidade
Sociedade
Sociedade Comunidade Sociedade Industrial
Hipertexto

Cidade Clássica Industrial Metapólica

Urbanismo Paleourbanismo Urbanismo Neourbanismo

Fases da Economia Comercial Industrial Financeiro Cognitivo

Técnica - Espaço - Tempo


Modernidade
Modernidade: constante processo de modernização.
Modernização: 3 processos: um processo de individualização constante, uma crescente
racionalização das práticas humanas e um processo de diferenciação social produtor de
diversidade e desigualdade social.
Tal conjugação de fatores – que entraram em ressonância na Europa no fim da Idade
Média – desencadeou uma dinâmica própria de desenvolvimento e acabou por
produzir diversas sociedades modernas.

– Individualização: indivíduo passa a centrar a visão de mundo em si mesmo e não


mais na comunidade ou grupo. A individualização se dá nas novas lógicas de
apropriação da propriedade em detrimento de formas coletivas.
– Racionalização: os conhecimentos derivados da experiência, passam a estruturar
um corpo científico com métodos e técnicas que facilitam os processos humanos.
Substitui-se progressivamente a tradição pela razão nas mais diversas atividades
humanas. A racionalização como desencantamento do mundo é a principal
representante da sociedade “iluminada” e “esclarecida”.
– Diferenciação social: processo de diversificação de funções dentro de uma
sociedade ao longo do tempo. Com a divisão técnica e social do trabalho resultante
do desenvolvimento dos processos produtivos da economia de mercado essa
diferenciação social produz grande diversidade e desigualdade e torna as sociedades
cada vez mais complexas.
Revoluções Industriais: Evolução da
?
indústria com pontos-chave
1969

1870
4ª Revolução Industrial:
1784 Automação Inteligente

3ª Revolução Industrial: 1. Sistemas cibernéticos


2. Internet
Automação Eletrônica
2ª Revolução Industrial: 3. Impressora 3D
1. Desenvolvimento do 1º comando
Industrialização lógico programável
4. Big Data
5. Block Chain
1. Introdução da linha de produção 2. Aplicação crescente da eletrônica
6. Internet das Coisas
2. Divisão do Trabalho e de TI na automatização de
processos produtivos
1ª Revolução Industrial: 3. Eletrificação
Geração de força-motriz 4. Produção em massa
5. Indústria química
1. Introdução do tear mecânico 6. Motor à combustão
2. Mecanização de facilidades de
produção com água e motor a
vapor
1ª Revolução Industrial
1ª Revolução Industrial
• Coming from an agrarian society with virtually no urban centers, the shift
towards steam-powered textile factories and cities was a momentous
event.
• Further innovations to the steam engine allowed to use it for
transportation.
• The new textile factory system eliminated the need for skilled craftsmen
while giving way to the exploitation of workers. This triggered a drastic fall
of the quality of life for craftsmen and the poor alike; as well as the rise
of child labor.
• Furthermore, the establishment of factories led to the creation of
industrial cities; This period was a public health disaster. As more and
more workers piled up in urban shanty towns with no sewage systems
epidemics became a common occurrence. Also, massive use of coal and
harmful chemicals polluted the air and water sources near the cities.
• On the other hand, new transportation methods lowered food costs and
therefore, contributed to the reduction of malnutrition levels.
• Finally, the First Industrial Revolution saw the creation of the first trade
union and environmental laws.
2ª Revolução Industrial
2ª Revolução Industrial
• Electricity.
• Iron to steel. Thus, we were able to build rail lines at competitive costs. Steel
made easier the construction of ships, larger bridges and skyscrapers.
• Lightbulbs and the construction of power stations enabled the mechanization
of the factories. Later on; this gave way to a better management of the
production chain and improvements on public health.
• Massive production of telegraphs and Graham Bell’s telephone. Therefore, it
contributed to globalization.
• New paper machines; as well as the invention of pencils and steam-driven
rotary printing presses allowed us to spread literacy.
• The Second Industrial Revolution gave birth to transportation as we know it
today. During it we invented the internal combustion engine and the
vulcanization of rubber.
• This period resulted in a larger, well-educated middle class and the demise of
child labor. However, it continued a pattern that we find across all industrial
revolutions:
• the displacement of workers in favor of more efficient machines. It also
encouraged the materialistic culture that is now our biggest setback in the
battle against global warming and climate change.
3ª Revolução Industrial
3ª Revolução Industrial
• The Third Industrial Revolution marked the shift from mechanical and
analogue electronic technology to the digital electronics we use today.
The use of digital computers has become commonplace and the
appearance of the Internet connected the world.
• This period triggered or exacerbated a number of events
• Great Recession: It started with the crash in US housing prices and nearly
led to the collapse of the global economy. It was made worse by the Ds of
the Digital Revolution: digitization, deception, disruption;
dematerialization, demonetization and democratization.
• Arab Spring: A series of civil uprisings that spread through the Middle East
in early 2011. This event was only possible thanks to social media. Services
such as Twitter and Facebook allowed protesters to organize their
efforts. The same social platforms are now used in a similar way by ISIS.
• Impact on the job market: Early attempts at artificial intelligence led to
the displacement of thousands of factory workers. This also caused a
segregation of the job market into high-skill/high-pay and low-skill/low-
pay jobs, with a void in the middle.
4ª Revolução Industrial
4ª Revolução Industrial
• This is the first of all industrial revolutions that we have been able
to announce and plan. We are currently working in the
development of the Internet of Things and cyber-physical systems;
as well as the integration of cloud computing.
• Already, this Industrial Revolution has had a massive impact on
business and the job market; it will have similar ones in
government. It has completely changed the way we look at
customer service; as well as forced companies to change their
organizational structure and culture.
• In the future, it can exacerbate the segregation of the job market,
thus increasing wealth and income inequality. It will also affect the
government-citizen relationship; as citizens are increasingly able to
voice their opinions and force the government to change their
current approach to public engagement and policymaking. Finally,
it elicits concerns on security because it has made biological and
autonomous weapons easier to use.
Momento atual: como é a cidade
brasileira contemporânea?
Como está organizado o espaço na
metrópole contemporânea?
Como está organizado o espaço na
metrópole contemporânea?
Como está organizado o espaço na
metrópole contemporânea?
Política Urbana no Brasil
Contemporâneo
• Capítulo da Política
Urbana
Constituição de 1988 • Delegação aos Estados da
instituição de Regiões
Metropolitanas

• Direito à Cidade
Estatuto da Cidade • Função Social da Propriedade
• Gestão Democrática das Cidades
Lei 10.257/01 • Plano Diretor
• Instrumentos de Política Urbana

• Acessibilidade e Programas Urbanos


Ministério das Cidades • Habitação
(2003) • Saneamento
• Transporte e Mobilidade

• Política Nacional de Desenvolvimento Urbano


• PN Habitação (Lei 11.124/06)
• PN Saneamento Básico (Lei 11.445/07)
Políticas Setoriais • PN Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10)
• PN Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12)
• Código Florestal ( Lei 12.651/12)
• Função Pública de
Interesse Comum
Estatuto da Metrópole • Governança
Interfederativa
Lei 13.089/15 • Plano de
Desenvolvimento
Urbano Integrado
• Direito à cidade: direito à terra urbana, à moradia, ao
saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte
e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer.
– Legal e juridicamente, o direito à cidade é representado tanto os
direitos civis e políticos, representados pelo direito à gestão
democrática das cidades, como os direitos humanos, econômicos,
sociais, culturais e ambientais.
– Na prática, o direito à cidade vem sendo construído ao longo dos
últimos cinquenta anos manifestando politicamente o posicionamento
e as reivindicações de diversos atores sociais no espaço urbano e na
esfera pública.
• Estatuto da Cidade - conjunto de princípios e de instrumentos
urbanísticos:
– Nova concepção de cidade, nova metodologia de planejamento e
gestão urbanos conferindo ao Plano Diretor um papel de destaque em
tal processo impondo aos demais instrumentos urbanísticos a
necessidade de articulação às suas diretrizes e objetivos.
Instrumentos de política Urbana (Estatuto da Cidade)
I – planos nacionais, regionais e estaduais de e) instituição de unidades de conservação;
ordenação do território e de desenvolvimento f) instituição de zonas especiais de interesse social;
econômico e social; g) concessão de direito real de uso;
II – planejamento das regiões metropolitanas, h) concessão de uso especial para fins de moradia;
aglomerações urbanas e microrregiões; i) parcelamento, edificação ou utilização
III – planejamento municipal, em especial: compulsórios;
a) plano diretor; j) usucapião especial de imóvel urbano;
b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação l) direito de superfície;
do solo; m) direito de preempção;
c) zoneamento ambiental; n) outorga onerosa do direito de construir e de
d) plano plurianual; alteração de uso;
e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual; o) transferência do direito de construir;
f) gestão orçamentária participativa; p) operações urbanas consorciadas;
g) planos, programas e projetos setoriais; q) regularização fundiária;
h) planos de desenvolvimento econômico e social; r) assistência técnica e jurídica gratuita para as
comunidades e grupos sociais menos favorecidos;
IV – institutos tributários e financeiros: s) referendo popular e plebiscito;
a) imposto sobre a propriedade predial e territorial t) demarcação urbanística para fins de regularização
urbana - IPTU; fundiária (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009);
b) contribuição de melhoria; u) legitimação de posse (Incluído pela Lei nº 11.977,
c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros; de 2009);
V – institutos jurídicos e políticos: VI – estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e
a) desapropriação; estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV)
b) servidão administrativa; (Estatuto da Cidade, 2001).
c) limitações administrativas;
Planejamento e Gestão urbanos

• Capacidade técnica;
• Capacidade financeira;
• Capacidade política.
Produção do Espaço Urbano
Resultado da atuação de diversos atores, grupos e setores
socioeconômicos.
Enfoque da geografia urbana:
• Dominação política traduz-se pelo papel desempenhado pelo
poder político na produção do espaço.
• Acumulação do capital se dá representada pelo financiamento e
comercialização de novos e velhos produtos imobiliários que
fomentam a reprodução e a circulação do capital impondo nova
relação entre público e privado.
• Realização da vida humana é dada pela cotidianidade das
habitações, do trabalho, da vivência nos espaços públicos.
Produção do Espaço Urbano
Enfoque de políticas públicas de desenvolvimento urbano:
• Processo urbano (ou de urbanização): conjunto de processos sociais que se
dão no espaço urbano e em relação a ele, conformando um mapa de
desigualdades socioespaciais com intrincados aspectos econômico-produtivos,
político-institucionais, socioculturais e espaciais.
• Processo imobiliário: conjunto de instituições e relações vinculadas ao
financiamento, produção e comercialização de bens imobiliários.
• Processo institucional: constituído pelo conjunto de práticas e procedimentos
relativos à elaboração e implantação de políticas públicas urbanas pelos entes
públicos.

A interseção entre essas várias dimensões se torna mais complexa na medida em


que, cada vez mais, os capitais imobiliário e financeiro se imbricam na
maximização da acumulação de capital
Grandes Projetos Urbanos e
Operações Urbanas Consorciadas
Operações Urbanas Consorciadas
• OUC (Estatuto da Cidade): conjunto de intervenções e medidas
coordenadas pelo Poder Público Municipal, com a participação de
proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores
privados, com o objetivo de alcançar, em determinada área,
transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização
ambiental;
• Remetem à transformação estrutural de todo um setor da cidade:
– Compreendem o redesenho desse setor, um conjunto de investimentos
públicos e privados para a execução de obras as mais variadas, negociação
de direitos de uso e edificabilidade do solo e obrigações de urbanização;
• Criam uma área diferenciada da ordenação geral de uso e ocupação
do solo vigente (dadas pelo Plano Diretor e pela Lei de Uso e Ocupação
do Solo) e
• Definem todo um conjunto de normas urbanísticas próprias ao seu
perímetro.
Histórico e Contextualização
• As operações têm origem nos Estados Unidos e na Europa
(décadas de 60 e 70) onde apareceram como solução para dois
problemas fundamentais:
– a necessidade de reutilização de áreas que passavam por processos
de esvaziamento econômico e social e;
– a necessidade de atacar a crise fiscal do Estado com a mobilização
direta de capitais privados.
• Na década de 80, muitas zonas industriais urbanas e/ou
portuárias foram perdendo suas funções, deixando imensas
áreas com infraestrutura e bem localizadas inutilizadas,
incitando os planejadores, gestores e financiadores à proposição
grandes projetos de requalificação.
• Financiamento:
– Europa - recursos públicos (Estados de Bem-Estar);
– Estados Unidos - capital privado bastante mais ativo;
Operações Urbanas Consorciadas
• Instrumento específico de política urbana: transformação e a
promoção de melhorias estruturais significativas em determinadas
regiões degradadas da cidade e caracterizado por parcerias
econômico-financeiras entre o poder público e a iniciativa privada;
• Parcerias Público-Privadas (PPPs) e Certificados de Potencial Adicional
de Construção (CEPACs):
– Instrumentos são o fundamento para o financiamento de obras de
infraestrutura a serem realizadas pelo poder público com arrecadação
antecipada e tornando possível a execução de obras de transformação
estrutural que seriam impraticáveis no atual estágio restritivo das finanças
públicas.
• Estatuto da Cidade (2001): OUC como instrumento jurídico de política
urbana.
Operações Urbanas Consorciadas
• Baseiam-se em formas de parcerias entre poder público e setor privado,
principalmente pelo estabelecimento de contratos de PPPs, nas quais o
primeiro se vale da possibilidade de arrecadação para financiamento das
intervenções necessárias e o último buscando oportunidades de negócios.
• CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) são títulos
públicos emitidos especificamente com o objetivo de financiamento de
determinada OUC e por isso necessariamente a ela vinculado
• PPPs são associações entre os setores público e privado, em que as partes
trabalham em conjunto para benefício mútuo, segundo regras
previamente estabelecidas. As PPPs são uma nova modalidade de
concessão de serviços públicos, em que há obrigatoriedade de aporte de
recursos do parceiro público ao parceiro privado, já que o retorno
financeiro dos investimentos e gastos operacionais por este último não
seria suficiente apenas com receitas próprias.
London Docklands
London Docklands
• Região das Docas Londrinas – começou a se desenvolver a partir do
século XVIII e chegou a ser o maior porto do mundo no século XIX.
• Forma urbana diferenciada: ancoradouros, diques, grandes
armazéns, sistema viário desconexo e labiríntico, confinamento do
Tâmisa atrás dos muros das docas, bairros proletários da estiva ao
redor.
• Começo da década de 70 – proposta do governo conservador de
revitalização da área – City New Town: grande complexo multiuso
com escritórios, shopping centers, residências e hotéis (extensão
natural da City).
• A partir de 1976, o governo trabalhista propõe novo plano: London
Docklands Strategic Plan – incentivo às indústrias locais e a
implantação de habitações de interesse social.
• Ascenção do governo Thatcher em 1979 causou a reformulação da
política urbana inglesa.
• Criação das:
1) Zonas de Empreendimento (EZs) – áreas urbanas decadentes nas quais
existem incentivos para a instalação de determinados tipos de
empreendimento através da isenção de impostos e da não necessidade
de alvará de construção;
2) Corporações de Desenvolvimento Urbano – companhias criadas para
desapropriar áreas decadentes, destruir construções existentes, instalar
infraestrutura e vender as terras a privados.

• 1981: LDDC – London Docklands Development Corporation (1982: EZ)


• A leste, nas regiões próximas ao Centro, começa a ocorrer um projeto
de renovação urbana, com armazéns se transformando em lofts.
• A oeste, o arquiteto ítalo-inglês Richard Rogers propõe um grande
complexo multiuso high-tech, com centro empresarial, conjuntos
residenciais, galeria de arte, marinas etc. ao redor do novo Aeroporto
de Londres.
• 1987: Projeto Canary Wharf, no extremo superior da Ilha, implantação
executado pelo famoso escritório norte-americano SOM (Skidmore,
Owens & Merrill).
Críticas
• Tamanho dos empreendimentos maior que o previsto: problemas de
mobilidade;
– Em 1990 o gasto com melhorias do sistema viário e extensão da linha
Jubilee do metrô foram estimados em £2,4 bilhões, sendo o governo
inglês responsável por 80% desse total.
• Novos empreendimentos agravaram os problemas sociais da
população local:
– Aumento do desemprego, pois a maioria dos empregos criados
necessitavam de mão-de-obra altamente qualificada. A porcentagem da
população local empregada caiu de 35 para 13%.
– Região sofreu um processo de especulação imobiliária com expulsão da
população pobre. Entre 1984 e 1987 um apartamento de dois
dormitórios em Tower Hamlets passou de 40 mil para £200 mil.
• Tamanho da torre central gerou insatisfação entre os ingleses que
culturalmente tem rejeição a arranha-céus.
• A quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1987 levou a uma redução de
100 mil empregos no setor financeiro e consequentemente ao
esfriamento do mercado imobiliário de escritórios.
Operação Urbana Faria Lima
Operação Urbana Faria Lima
• A Operação Urbana Faria Lima foi criada pela Lei nº 11.732/95, com os
seguintes objetivos:
– Implantar melhoramentos viários, obras, equipamentos e áreas públicas
no perímetro da Operação Urbana;
– Melhorar, no perímetro da Operação Urbana, a qualidade de vida dos
moradores, promovendo a valorização da paisagem urbana e a melhoria
da infraestrutura e da qualidade ambiente
– Incentivar o melhor aproveitamento dos imóveis, estimular o
adensamento, otimizando a utilização da infraestrutura a ser implantada;
– Ampliar e articular os espaços públicos, em particular os arborizados e
destinados à circulação e bem-estar dos pedestres.
• Êxito imobiliário Financeiro;
Operação Urbana Faria Lima
• A justificativa técnica - objetivos e diretrizes (Sempla, 2000):
– Prolongamento da avenida Faria Lima, conectando-a de um lado à
avenida Bandeirantes e avenida Hélio Pellegrino, em Vila Olímpia, e de
outro com a avenida Pedroso de Morais, no Alto de Pinheiros: a
criação de uma via paralela à Marginal Pinheiros aliviaria a saturação
da rede viária da região sudoeste.
– Adensamento e ocupação do solo como forma de otimizar a utilização
da nova capacidade infraestrutural, enfatizando a abertura de espaços
públicos diferenciados e o remembramento de lotes, a ampliação da
oferta de habitações multifamiliares e de áreas de estacionamento;
– A venda de potencial construtivo adicional: a captação dos recursos
gerados pela valorização imobiliária da região lindeira constituiria
fonte de financiamento das obras previstas, desonerando o município.
Cidades inteligentes, do futuro, conectadas,
resilientes, habitáveis, sustentáveis, cidades
globais...
“Smart city” ou Cidade Inteligente é aquela que faz uso
de tecnologias de informação e comunicação tais como
câmeras, sensores, smartphones, aplicativos e
plataformas digitais como instrumentos de gestão
urbana para tornar-se mais eficiente e, em última
instância, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
Uma Cidade Inteligente e Sustentável é uma cidade
inovadora que utiliza as Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC) e outros meios para melhorar a
qualidade de vida, a eficiência das operações e serviços
urbanos e sua competitividade, enquanto garante o
atendimento das necessidades das gerações atuais e
futuras com relação aos aspectos econômicos, sociais e
ambientais (BID, 2016).
COMO NÓS PODEMOS VIVER UMA VIDA
INTELIGENTE?
O que é? Como? Porquê? Onde? Quando? Quem?
Quanto $$?
Barcelona
• 22@Barcelona (2000): projeto pioneiro e inovador que transformou
uma antiga área industrial num distrito com espaços modernos com
foco na concentração de iniciativas ligadas à sociedade do
conhecimento, tecnologia e inovação que se tornou rapidamente num
modelo de transformação urbana, econômica e social
• Estratégia Barcelona Smart City (2011) que agrega atualmente 122
projetos em diversas áreas, todos com planejamento participativo, de
forma integrada, e que usa a tecnologia de modo transversal para
administrar mais eficientemente os serviços e recursos públicos:
– coleta seletiva de resíduos com sensores para medição de níveis em coletores,
– sistema de iluminação inteligente,
– programa de gestão energética,
– programa de mobilidade inteligente,
– internet pública,
– sistema de monitoramento por câmeras,
– práticas de governo aberto com aplicativos e plataformas de dados abertos, etc.
Nova York
• 2007: Michael Bloomberg (PlaNYC) – para gerenciar o desenvolvimento
sustentável da cidade pelos próximos 25 anos.
• O plano foi mantido por seu sucessor, Bill de Blasio:
• Mayor's Office of Technology and Innovation: facilitar a coordenação e a
colaboração entre os diversos atores do ecossistema tecnológico da
cidade;
• New York City Council, um conselho com representantes de todas as
regiões e distritos com a função de monitorar a atuação de todas as
agências municipais.
• Ao longo do processo, a cidade tem desenvolvido diversas ações – todas
de base tecnológica – tais como um programa de mobilidade (Sustainable
Streets) com o objetivo de tornar seu sistema de transportes mais
sustentável, com melhor infraestrutura, mobilidade crescente e espaços
públicos mais bem utilizados; um programa de gestão energética;
quiosques (antigas cabines telefônicas) com wi-fi de alta velocidade; um
programa chamado DataBridge para integrar os bancos de dados de 40
agências municipais em uma única plataforma analítica; um programa
para localização de disparos de tiros, entre muito outros.
Smart Building + Infrastructure
WIRELESS WATER METERS
New York City’s automated
water meter reading system is
one of the largest IoT
deployments in the City.
Since 2009, it has saved
residents tens of millions of
dollars by connecting them to
water usage data online.
Smart Transport + Mobility
TRAFFIC SIGNAL PRIORITY
New York City has improved the
daily bus commute for millions
of New Yorkers by equipping
City buses and traffic lights with
real-time sensors that prioritize
bus transit through signalized
intersections.
Smart Energy + Environment
WATER QUALITY MONITORING
New York City has some of the
best water in the country, and
the quality of that water is
maintained through constant
real-time monitoring at its
source.
Smart Public Health + Safety
REAL-TIME GUNSHOT
DETECTION
New York City’s urban public
safety data collection system,
the largest in the country, has
been further enhanced with
state-of-the-art real-time
acoustic gunshot monitoring
equipment.
Smart Government + Community
24/7 SERVICE REQUESTS
New York City’s 311 is a
mobile-friendly, user-
oriented service that
facilitates and improves the
interaction between the
City’s government and its
residents.
Fábio J. Ferraz
fabioferraz@urbeomnis.com.br

Você também pode gostar