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BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Regulamento do Estatuto Geral
dos Funcionários e Agentes do Estado
AVISO
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser remetida em CAPÍTULO I
cópia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além das
indicações necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, assinado Disposições gerais
e autenticado: Para publicação no «Boletim da República».
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ARTIGO 1
(Objecto)
SUMÁRIO
O presente Decreto tem por objecto regulamentar a Lei
Conselho de Ministros: n.º 14/2009, de 17 de Março, que aprova o Estatuto Geral dos
Decreto 62/2009: Funcionários e Agentes do Estado.
Aprova o Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários
e Agentes do Estado abreviadamente designado por ARTIGO 2
REGFAE. (Âmbito)
Decreto n.º 63/2009: 1. O presente Regulamento aplica-se aos funcionários e aos
Concernente a tramitação dos processos administrativos dos demais agentes do Estado que exercem actividades na
funcionários e agentes do Estado, sujeitos a fiscalização Administração Pública, no país e no exterior.
prévia do Tribunal Administrativo, é obrigatório a menção
do número único de identificação Tributária abreviadamente 2. É igualmente aplicável aos funcionários e agentes da
designado NUIT. administração autárquica.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
CAPÍTULO II
CONSELHO DE MINISTROS
Constituição da relação de trabalho no Estado
Decreto n.º 62/2009
SECÇÃO I
de 8 de Setembro Nomeação
Havendo necessidade de regulamentar o Estatuto Geral dos ARTIGO 3
Funcionários e Agentes do Estado, nos termos das disposições
conjugadas do artigo 3 da Lei n.º 14/2009, de 17 de Março, e da (Verificação das condições legais de nomeação)
alínea f) do n.º 1 do artigo 204 da Constituição da República, o 1. Os candidatos à nomeação para lugares do quadro de
Conselho de Ministros decreta: pessoal do aparelho do Estado devem ter idade não inferior a 18
anos e não superior a 35 anos.
Artigo 1. É aprovado o Regulamento do Estatuto Geral dos
Funcionários e Agentes do Estado, abreviadamente designado 2. Excepcionalmente, são dispensados do limite máximo de
por REGFAE, em anexo, fazendo parte integrante do presente 35 anos de idade os indivíduos que ingressem no aparelho do
decreto. Estado, habilitados com o nível superior e aqueles que à data do
Art. 2. São revogadas todas as disposições da legislação provimento desempenhem outras funções no aparelho do Estado,
nomeadamente na situação de contratados ou interinos.
anterior, no que for contrário ao presente Decreto.
Art. 3. O presente Decreto entra em vigor no dia 14 de Setembro 3. A excepção prevista no número anterior não abrange os
de 2009. indivíduos cuja idade não lhes permite prestar serviço ao
Estado durante o tempo mínimo de 15 anos antes de atingir a
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 25 de Agosto reforma.
de 2009.
4. O limite de idade para ingresso no aparelho do Estado deve
Publique-se. ser observado até a data da entrega dos documentos de
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo. candidatura ao concurso de ingresso.
268—(2) I SÉRIE — NÚMERO 35
2. O dirigente competente deve exarar despacho de nomeação 1. O início do exercício de funções conta-se a partir da posse,
definitiva no prazo de 15 dias contados a partir da data da salvo quando for expressamente determinado momento anterior.
conversão da nomeação provisória em definitiva. 2. No acto da posse, deve ser lido o respectivo auto e o
3. O despacho referido no número anterior não carece de visto empossado deve prestar compromisso de honra.
do Tribunal Administrativo. 3. O compromisso de honra obedece à seguinte fórmula:
4. O despacho de nomeação definitiva deve ser publicado em a) Para as entidades nomeadas pelo Presidente da
Boletim da República, devendo ser enviado à Imprensa Nacional, República:
nos 5 dias subsequentes à sua produção.
“Eu, (nome) juro, por minha honra, servir fielmente o
5. A não observância dos prazos estabelecidos nos n.º 2 e 4
Estado e a Pátria moçambicana e dedicar todas
do presente artigo é passível de procedimento disciplinar ao
as minhas energias ao serviço do Povo
funcionário a quem couber a respectiva responsabilidade.
moçambicano no exercício das funções que me
são confiadas pelo Presidente da República”.
ARTIGO 5 b) Para os restantes funcionários:
(Impedimentos à nomeação definitiva)
”Eu, (nome) juro, por minha honra, servir fielmente o
1. A conversão automática da nomeação provisória em Estado e a Pátria moçambicana e dedicar todas
nomeação definitiva não tem lugar quando haja manifestação as minhas energias ao serviço do Povo
em contrário de uma das partes ao longo do período da nomeação moçambicano no exercício das funções e tarefas
provisória. que me são confiadas”.
2. A manifestação em contrário deve constar de documento
4. Cabe ao superior hierárquico do nomeado conferir posse e
escrito e devidamente fundamentado.
3. Constitui impedimento para a nomeação definitiva a enunciar os principais direitos e deveres do empossado.
obtenção, na avaliação de desempenho, de classificação inferior 5. O auto de posse deve constar de livro próprio com termo de
a “Regular”. abertura e encerramento e as folhas devem ser numeradas e
4. Nos casos referidos no número anterior o funcionário é rubricadas.
exonerado, sem processo disciplinar, em qualquer altura do 6. O auto de posse é assinado pela entidade que preside ao
provimento provisório, sem direito a indemnização. acto, pelo empossado e pelo funcionário do Estado que o
elaborou.
ARTIGO 6
ARTIGO 9
(Tomada de posse)
(Interinidade)
1. A tomada de posse é obrigatória e realiza-se em acto solene
com a presença de funcionários do respectivo serviço. 1. A interinidade consiste na designação temporária para o
preenchimento de um lugar cujo titular se encontra em qualquer
2. O prazo para o acto de posse é de 30 dias, contados a partir
das situações de actividade fora do quadro ou de inactividade,
da data em que o interessado foi notificado por escrito.
previstas nos artigos 29 a 31 do EGFAE, que implique suspensão
3. Os funcionários que gozam do regime de urgente de vencimentos.
conveniência de serviço podem tomar posse, e entrar em exercício
e receber vencimentos antes do visto do Tribunal Administrativo. 2. Na nomeação interina tem preferência os funcionários
aprovados em concurso válido para o lugar a prover segundo a
4. A nomeação interina não implica posse mas deve ser lavrado
ordem constante da classificação final.
o termo de início de funções.
3. Na existência de mais do que um funcionário nas condições
5. A promoção não necessita de posse, produz efeitos a partir
referidas no número anterior o provimento interino deve
da data do visto do Tribunal Administrativo e exige publicação
privilegiar o mais antigo que tenha boas informações de serviço.
no Boletim da República.
4. O funcionário interino goza, a título precário, dos direitos e
ARTIGO 7 regalias ao lugar provido interinamente.
(Efeitos de não comparência no acto da posse) 5. A nomeação interina é temporária e não pode exceder
2 anos consecutivos.
A não comparência injustificada no acto da posse implica:
6. Findo os 2 anos sem que o titular retome as suas actividades,
a) Para os cidadãos que não possuem a qualidade de
o lugar é declarado vago e é aberto um concurso.
funcionário do Estado, a impossibilidade de
provimento no aparelho do Estado durante 2 anos 7. A nomeação interina produz efeitos a partir da data do visto
consecutivos. do Tribunal Administrativo.
8 DE SETEMBRO DE 2009 268—(3)
3. Findas as situações que determinaram o regime especial o 2. O impedimento de beneficiar o disposto no número anterior
funcionário regressa ao respectivo quadro de origem, e à situação ocorre nos casos em que o curso não tenha interesse para o plano
anterior, retomando o vencimento e regalias inerentes à categoria de desenvolvimento de recursos humanos do sector onde o
de que é titular. funcionário se encontra afecto.
CAPÍTULO V 3. No caso referido no n.º 1 do presente artigo, e se o número
Concursos de candidatos for superior às vagas a prover será aberto concurso.
ARTIGO 27
4. O provimento referido nos n.ºs 1 e 2 do presente artigo é
(Definição de concurso) feito por despacho de nomeação, mediante a existência de vaga
Concurso é o conjunto de actos ou operações que se destinam no quadro de pessoal e disponibilidade orçamental, carecendo
a recrutar, seleccionar e a classificar ou graduar, segundo critérios de visto do Tribunal Administrativo.
rigorosos e objectivos, as pessoas e os funcionários que se
candidatem a lugares de ingresso ou promoção na Administração ARTIGO 30
Pública e que preencham os requisitos previamente estabelecidos (Regulamentos de concursos)
nos respectivos qualificadores profissionais.
1. Compete ao dirigente que superintende na função pública
ARTIGO 28 a aprovação dos regulamentos de concurso para as carreiras de
(Princípios gerais) regime geral.
1. Os concursos de ingresso e de promoção para as carreiras de 2. Compete ao dirigente respectivo a aprovação dos
regime geral, específicas e de regime especial do quadro de regulamentos de concurso para as carreiras específicas e de regime
pessoal central são abertos e realizados a nível central pelos especial.
respectivos órgãos centrais do aparelho de Estado.
ARTIGO 31
2. Para as carreiras profissionais do quadro de pessoal
provincial, os concursos de ingresso e de promoção são abertos (Competência para abertura de concurso)
e realizados a nível provincial pelos órgãos provinciais do A abertura dos concursos é determinada pelo dirigente
aparelho de Estado. competente para nomear, sempre que as necessidades do serviço
3. Para as carreiras profissionais do quadro distrital, os ou organismo o justifiquem.
concursos de ingresso e de promoção são abertos e realizados a
nível distrital pelos órgãos distritais do aparelho de Estado. CAPÍTULO VI
4. Os órgãos sectoriais, provinciais e distritais de recursos Direitos dos funcionários e agentes do Estado
humanos prestam apoio administrativo ao júri em todas as fases
de realização dos concursos de ingresso e de promoção, nos termos SECÇÃO I
orçamental, a proposta é remetida ao Ministro que superintende O vencimento é determinado pelo índice correspondente ao
na área da Função Pública, que emitirá despacho de atribuição escalão, classe ou categoria e grupo salarial da carreira em que o
do vencimento referido no n.º 1 do artigo 49 do Estatuto Geral funcionário está enquadrado.
dos Funcionários e Agentes do Estado ao funcionário com direito
ARTIGO 42
a este.
4. O funcionário a quem for atribuído direito ao vencimento (Remuneração horária)
da função que exerce nos termos do n.º 1 do artigo 49 do Estatuto 1. Para todos os efeitos legais, o valor da hora normal de
Geral dos Funcionários e Agentes do Estado não tem direito à trabalho é calculado através da fórmula RH = VM ÷ N, sendo RH
gratificação de chefia durante o exercício da mesma. a remuneração horária, VM o vencimento mensal e N o número
5. O disposto no presente artigo não é aplicável aos gestores de horas correspondentes à normal duração semanal de trabalho.
de empresas e institutos públicos ou de outras instituições ou 2. A fórmula referida no número anterior serve de base ao
unidades de execução de projectos regidas por legislação cálculo do valor correspondente a qualquer outra fracção de
específica. tempo de trabalho.
ARTIGO 36 ARTIGO 43
1. O destacamento conferirá o direito à remuneração pelo cargo 1. Os funcionários e agentes do Estado em efectividade de
serviço e os aposentados têm direito a perceber no fim de cada
que o destacado for a desempenhar.
ano civil uma importância correspondente ao vencimento ou
2. O vencimento da função exercida em destacamento não pensão que auferem, sujeito à existência de disponibilidade
deve ser inferior ao que corresponde à sua carreira. financeira.
3. Em qualquer dos casos referidos nos números anteriores, os 2. Os funcionários com mais do que uma vinculação no
vencimentos do funcionário destacado são encargo do organismo aparelho do Estado estão vedados de perceber mais que um
ou instituição para onde for prestar serviço. suplemento anual de 13.º vencimento.
8 DE SETEMBRO DE 2009 268—(7)
ARTIGO 44 SECÇÃO II
Suplementos
(Remuneração em período de formação)
ARTIGO 54
ARTIGO 59
(Tabela de ajudas de custo)
(Ajudas de custo no estrangeiro)
A tabela de ajudas de custo é aprovada e actualizada por
despacho do Ministro que superintende a área das Finanças. O funcionário ou agente do Estado que se desloque ao
estrangeiro por motivo de serviço tem direito ao abono de ajudas
ARTIGO 55 de custo, de acordo com a tabela a fixar pelo Ministro que
(Deslocações em missão de serviço e para participação em superintende a área das Finanças.
acções de formação, seminários, colóquios e estágios)
SUBSECÇÃO III
1. Aos funcionários ou agentes do Estado autorizados a Outros tipos de suplementos
deslocar-se em missão de serviço e a participar em acções de
formação, seminários, colóquios ou estágios que incluam o ARTIGO 60
fornecimento de alojamento e alimentação, as ajudas de custo
(Bónus de rendibilidade)
são reduzidas em 30%.
2. Quando, pela participação em quaisquer dos eventos 1. O bónus de rendibilidade é atribuído ao funcionário ou
referidos no número anterior, o funcionário ou agente do Estado agente do Estado que tenha obtido avaliação de desempenho de
muito bom e é de quantia igual a 100% do vencimento
perceber subsídio inferior às ajudas de custo a que teria direito é-
correspondente à carreira, categoria ou função do funcionário e
-lhe abonado um montante igual à diferença.
agente do Estado em Dezembro do ano a que se refere a avaliação
ARTIGO 56 de desempenho e será pago até Julho seguinte, de acordo com os
indicadores previstos no sistema de avaliação de desempenho.
(Percepção indevida das ajudas de custo)
2. Compete aos dirigentes dos órgãos centrais, Governadores
O funcionário ou agente do Estado que tenha percebido Provinciais e Administradores Distritais autorizar a atribuição
indevidamente quaisquer ajudas de custo fica obrigados à sua do bónus de rendibilidade ao funcionário e agente do Estado
reposição, independentemente da responsabilidade disciplinar que lhes estão subordinados, sob proposta dos respectivos
que ao caso couber. sectores de trabalho.
8 DE SETEMBRO DE 2009 268—(9)
ARTIGO 61 ARTIGO 64
(Bónus especial) (Subsídio de funeral)
1. O bónus especial é atribuído a funcionários e agentes do O subsídio de funeral é devido por morte do funcionário no
Estado com habilitações de nível médio e superior e é fixado nas activo ou aposentado, ou de membro comum do agregado
seguintes percentagens a incidir sobre o respectivo vencimento familiar a seguir indicado:
da carreira, categoria ou função exercida: a) Cônjuge, incluindo para as situações de união de facto;
b) Filhos, enteados ou adoptados, menores de 18 anos ou,
sendo estudantes do nível médio ou superior, até aos
Categoria Percentagem
22 ou 25 anos de idade, respectivamente, e os que
Professores do ensino superior e licenciados em medicina e cirurgia 75
sofram de incapacidade total e permanente para o
Especialistas e outros licenciados 60
trabalho;
Bacharéis 40
c) Ascendentes do casal absolutamente incapacitados de
Técnicos médios formados pelos institutos do ensino profissional, 30
angariar o sustento.
enfermeiros e técnicos especializados de saúde e professores de nível
médio ARTIGO 65
(Descontos para subsídio de funeral)
2. O bónus especial é devido na primeira vinculação do
1. Para contrapartida do subsídio do funeral os funcionários
funcionário ou agente do Estado, no caso em que detenha mais
sofrem um desconto mensal obrigatório de 0,5% a incidir sobre
do que um vínculo laboral com a Administração Pública. o valor do vencimento e remunerações certas.
2. O agente do Estado deve declarar por escrito que pretende
ARTIGO 62
beneficiar do subsídio de funeral, devendo descontar para o efeito.
(Gratificação de chefia) 3. Ao funcionário que cessar a relação de trabalho na
1. Quando se verificar que o vencimento da função é igual ou Administração Pública não é devido qualquer reembolso dos
descontos efectuados.
inferior ao vencimento auferido pelo funcionário designado para
o seu exercício, é abonada uma gratificação de chefia ARTIGO 66
correspondente a 25% do vencimento que o funcionário aufere.
(Pagamento do subsídio de funeral)
2. O funcionário que tiver auferido a gratificação de chefia,
por período mínimo de 10 anos, seguidos ou interpolados, pode 1. O subsídio de funeral é pago pelo serviço onde o
funcionário do Estado presta serviço, ou tratando-se de
adquirir o direito à mesma.
funcionário aposentado pelo serviço a que pertencia no momento
3. O funcionário a quem for atribuído o direito ao vencimento da aposentação, mediante a apresentação do documento emitido
da função que exerce nos termos do n.º 1 do artigo 49 do Estatuto pela entidade que comprovou o óbito designadamente o boletim
Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, não tem direito à ou certidão de óbito ou fotocópia autenticada.
gratificação de chefia durante o exercício da mesma. 2. O pagamento referido no n.º 1 é efectuado a favor do
funcionário do Estado, no activo ou aposentado, no caso de
ARTIGO 63 morte de qualquer membro do agregado familiar ou, tratando-se
(Subsídio de campo e de mar) da morte do funcionário, a favor de um dos membros da sua
família, que ele tenha designado.
1. Ao funcionário ou agente do Estado que execute trabalhos
3. Os funcionários têm direito, individualmente, a subsídio
de campo e de mar e que em consequência desses trabalhos tenha de funeral por morte de qualquer membro do agregado familiar.
de residir temporariamente acampado fora das povoações ou no
mar, é abonado um subsídio diário não acumulável com ajudas ARTIGO 67
de custo. (Montante do subsídio de funeral)
2. O subsídio de campo só é devido quando o funcionário ou
O valor do subsídio de funeral é fixado por despachos
agente do Estado não aufira remuneração especial fixada na base conjuntos dos Ministros que superintendem as áreas da Função
desse trabalho e quando o período de execução do trabalho de Pública e das Finanças.
campo for superior a 48 horas desde que não exceda 30 dias
consecutivos. ARTIGO 68
3. O subsídio de mar só é devido quando o período de (Registo de descontos)
execução dos trabalhos, a contar da hora de embarque e partida
Nas folhas de vencimento serão acrescidas rubricas de subsídio
do navio, for igual ou superior a 24 horas, desde que não exceda
de funeral, para registo dos respectivos descontos mensais.
30 dias consecutivos.
4. Nas deslocações de e para os locais onde se realizem os ARTIGO 69
trabalhos de campo e de mar são apenas abonadas ajudas de (Trabalho em regime de turnos)
custo.
1. Considera-se trabalho por turnos, todo aquele que é prestado
5. O montante dos subsídios de campo e de mar é fixado por em regime de escalonamento, por virtude da exigência de
despacho do Ministro que superintende a área das Finanças. funcionamento do serviço durante as 24 horas do dia.
268—(10) I SÉRIE — NÚMERO 35
2. Cada turno não pode exceder o período máximo estabelecido 3. O Ministro que superintende a área da Função Pública,
para o trabalho normal diário. mediante proposta dos dirigentes dos órgãos centrais e locais,
3. Os turnos funcionarão sempre em regime de rotação, para ouvido o Ministro que superintende a área das Finanças e se for
que sucessivamente se substituam em períodos regulares de o caso o Ministro que superintende a área da Saúde, aprova, por
trabalho. despacho, os locais e actividades abrangidos pelo disposto no
número anterior.
4. O dia de descanso semanal deverá coincidir com o domingo,
pelo menos, uma vez em cada período de quatro semanas. 4. O funcionário ou agente do Estado tem direito a um
suplemento de 15% do vencimento quando e enquanto colocados
5. A mudança de turno só pode ocorrer após o dia de descanso,
nos locais referidos na alínea a) do n.º 2 do presente artigo e a um
salvo casos excepcionais como tal reconhecidos pelo dirigente
suplemento de 10% de vencimento quando em exercício das
respectivo.
actividades referidas na alínea b) daquele preceito.
6. Aos funcionários ou agentes do Estado que exerçam a sua
5. Os suplementos previstos no número anterior não são
actividade em regime de turnos e realizem o mínimo de 30% de
acumuláveis.
trabalho efectivo nocturno, é atribuída a quantia correspondente
a 15% da importância que corresponda ao seu vencimento. SUBSECÇÃO IV
7. O disposto no n.º 1 do presente artigo não se aplica às Perda, suspensão e penhora de vencimentos
categorias cujas funções, pela sua natureza, só possam ser
exercidas em período predominantemente nocturno. ARTIGO 72
ARTIGO 79 CAPÍTULO X
ARTIGO 80 ARTIGO 84
(Bolsa de estudo)
(Efeitos da avaliação de desempenho)
1. A bolsa de estudo é o total dos meios financeiros e/ou
1. Aos funcionários de nomeação definitiva cuja avaliação
materiais de vida e de estudo disponibilizados ao funcionário
final seja igual a Regular ou Suficiente, devem ser priorizados,
durante o período de estudo ou de formação profissional no país
sempre que possível, para os cursos de formação ou de capacitação
ou no estrangeiro.
profissional, com vista a melhorar o seu desempenho.
2. Os vencimentos auferidos pelo funcionário durante o período
2. O titular de cargo de direcção ou chefia, cuja avaliação
de formação, constituem parte da bolsa de estudo.
final seja igual a Mau, deve cessar de funções.
3. Os funcionários e agentes do Estado podem ter acesso às
3. O funcionário de nomeação definitiva cuja avaliação final
bolsas de estudo nos termos legalmente estabelecidos.
seja igual a Mau, deve ser demitido por manifesta incompetência
CAPÍTULO IX apurada em processo de avaliação de desempenho, conforme o
disposto na alínea e) do n.º 1 do artigo 82 do EGFAE.
Higiene e segurança dos funcionários e agentes do Estado
4. O agente do Estado cuja avaliação final seja igual a Mau,
ARTIGO 81 deve ser dispensado do Estado mediante rescisão do respectivo
(Princípios gerais) contrato, nos termos estabelecidos nas disposições conjugadas
da alínea b) do n.º 1 e do n.º 2 do artigo 138 do EGFAE.
1. Os funcionários e agentes do Estado têm direito à prestação
de serviço em condições de higiene e segurança, sendo da 5. O funcionário de nomeação provisória cuja avaliação final
responsabilidade da instituição onde o funcionário ou agente seja igual a Mau, deve ser dispensado dos quadros do Estado
está inserido a criação e desenvolvimento de meios adequados à sem direito a qualquer indemnização, nos precisos termos do
protecção da sua integridade física e mental e à constante melhoria n.º 3 do artigo 135 do EGFAE, não carecendo de processo
das condições de trabalho. disciplinar.
268—(12) I SÉRIE — NÚMERO 35
6. As situações referidas nos n.º s3 e 4 do presente artigo, devem 2. Em caso de cessação da actividade do funcionário ou agente
ser sempre, mas comprovadas em processo disciplinar. do Estado que não seja possível prever, nos termos do número
anterior e não resultante de processo disciplinar, este tem direito
CAPÍTULO XI a receber a remuneração correspondente ao período de férias não
Férias, faltas e licenças gozadas, sendo proporcional ao tempo de serviço prestado.
ARTIGO 85 ARTIGO 90
(Férias) (Contagem de faltas)
1. As férias são concedidas ao fim de 12 meses de prestação de 1. As faltas contam-se por dias inteiros.
serviço ininterrupto sendo posteriormente concedidas por cada 2. Os atrasos na entrada do serviço são acumulados até
ano civil. completarem um dia de falta justificada ou injustificada
averbando-se em conformidade.
2. O gozo de férias não prejudica o direito às remunerações
próprias do cargo ou função. ARTIGO 91
3. As férias comportam 30 dias de calendário e só podem ser (Faltas justificadas)
interrompidas por motivos imperiosos de serviço.
1. Além das relativas às licenças, podem ainda ser justificadas
4. As férias podem ser gozadas em dois períodos a pedido dos as seguintes faltas:
interessados.
a) Duas faltas por mês desde que a justificação seja aceite
ARTIGO 86 pelo respectivo dirigente e feita prévia ou
(Plano de férias) imediatamente após a apresentação ao serviço;
b) Três faltas seguidas mensalmente por motivo de doença,
1. Até 15 de Dezembro de cada ano as unidades orgânicas comprovada por simples atestado médico e que
devem elaborar e aprovar o plano de férias para o ano seguinte, poderão acrescer às referidas na alínea anterior,
de acordo com o interesse dos serviços e do interessado, sem quando entregue até ao quinto dia a partir da primeira
prejuízo de se assegurar o regular funcionamento dos serviços. falta por doença.
2. Aos cônjuges incluindo para as situações de união de facto 2. Podem igualmente ser justificadas as faltas dadas pelo
que trabalhem no mesmo sector deve-lhes ser concedida a funcionário ou agente acompanhante aquando do internamento
faculdade de gozar férias simultaneamente. de menores nos hospitais ou de familiares quando determinado
3. Na marcação das férias nos meses mais pretendidos deve pelos estabelecimentos hospitalares.
beneficiar-se aos interessados que não gozaram nos referidos 3. As faltas referidas na alínea a) do n.º 1 do presente artigo
meses nos 2 anos anteriores. são descontadas nas férias anuais do ano seguinte desde que,
adicionadas às férias gozadas nesse ano, excedam o limite de
ARTIGO 87 trinta dias. As restantes faltas previstas neste artigo ficam
(Acumulação de férias) abrangidas pelo disposto na alínea c) do artigo 95.
4. São equiparadas a faltas por doença as dadas ao abrigo do
1. O direito de gozo das férias caduca no final do ano civil a
n.º 2 do presente artigo.
que respeita salvo se, por motivo de imperiosa necessidade de
serviço, não tiverem sido gozadas nesse ano ou no ano seguinte, ARTIGO 92
podendo ser acumuladas até ao máximo de 60 dias.
(Faltas por motivo de exames escolares)
2. Pode ser permitido, a pedido do funcionário ou agente do
Estado, a acumulação de 15 dias por cada ano civil, tendo como 1. O funcionário ou agente do Estado estudante a tempo
limite 2 anos consecutivos. parcial e no período pós-laboral tem direito a faltar durante a
realização de provas de exames, mediante a apresentação ao seu
3. As férias acumuladas devem, obrigatoriamente, ser gozadas
superior hierárquico do calendário das referidas provas de
no ano em que perfazem os 60 dias, não devendo transitar para o
exames.
ano seguinte.
2. Em caso das faltas referidas no número anterior, o funcionário
ARTIGO 88 ou agente do Estado mantém todos os direitos inerentes ao cargo
(Antecipação das férias) ou função que desempenha.
A pedido do funcionário ou agente do Estado podem ser ARTIGO 93
excepcionalmente concedidas férias antecipadas até 15 dias
quando os motivos alegados sejam considerados relevantes e o (Faltas por motivo de participação em actividades desportivas
ou culturais)
funcionário ou agente do Estado possua boas informações de
serviço. 1. São consideradas justificadas, as faltas referentes
à participação em actividades desportivas ou culturais, desde
ARTIGO 89
que solicitadas pelas entidades competentes e autorizadas pelo
(Remuneração por férias não gozadas) respectivo superior hierárquico.
1. No ano em que o funcionário ou agente do Estado preveja 2. Durante o período de faltas referidas no número anterior o
a cessação da relação laboral, deve requerer as férias funcionário ou agente do Estado mantém todos os direitos
correspondentes aos meses de trabalho. inerentes ao cargo ou função que desempenha.
8 DE SETEMBRO DE 2009 268—(13)
ARTIGO 103 b) Que durante o seu gozo, o funcionário não pode exercer
(Licença de parto)
qualquer cargo na função pública, nem exercer ou
invocar direitos fundados na situação anterior;
1. A licença de parto consiste na concessão à funcionária ou c) A não abertura de vaga no quadro podendo, no entanto,
agente do Estado parturiente, de 60 dias, acumuláveis com as o seu lugar ser provido interinamente;
férias, podendo iniciar 20 dias antes da data provável do parto. d) A termo da licença registada inicia a contagem do direito
2. A licença de parto aplica-se também aos casos de parto a a férias.
termo ou prematuro, independentemente de ter sido nado vivo ARTIGO 107
ou nado morto.
(Licença ilimitada)
3. Na situação de licença de parto, a funcionária ou agente
mantém os direitos inerentes à função ou cargo que exerça. 1. A licença ilimitada é concedida por tempo indeterminado a
4. Após a licença de parto, a funcionária ou agente pode pedido do funcionário de nomeação definitiva, implicando:
interromper, diariamente, o trabalho por um período não superior a) Tempo de licença não dá direito à percepção de
a uma hora, para aleitamento da criança, durante um ano, salvo vencimentos e interrompe a contagem de tempo para
se, por parecer clínico, outro tempo for estipulado. efeitos de aposentação, promoção e progressão na
carreira profissional;
ARTIGO 104
b) Durante o gozo da licença, o funcionário não pode
(Licença de casamento, bodas de prata e de ouro) apresentar-se a concurso, ser promovido ou exercer
qualquer cargo na Função Pública, nem exercer ou
1. A licença de casamento, bodas de prata ou de ouro é
concedida a requerimento do funcionário ou agente do Estado invocar direitos fundamentados na situação anterior;
visado e tem a duração de 7 dias de calendário. c) Abertura de vaga no quadro de pessoal a que o funcionário
pertence.
2. Nas situações descritas no número anterior, o funcionário
2. Se o funcionário que requerer a licença ilimitada for exactor
ou agente mantém todos os direitos inerentes à função ou cargo
de Fazenda deve provar pelos meios legais que se encontra quite
que desempenha.
com Estado.
ARTIGO 105
3. A licença ilimitada pode cessar a requerimento do
(Licença por luto) interessado, após o período mínimo de um ano naquela situação,
1. Por motivo de morte de familiar nos termos do n.º 6 do reingressando no quadro e na respectiva carreira, classe e escalão
artigo 67 do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, ou categoria profissional desde que haja disponibilidade de vaga.
serão concedidas licenças até: 4. Decorrido um ano após o pedido de reingresso, sem
a) Seis dias de calendário por motivo de falecimento do existência de vaga, o funcionário passa à situação de
cônjuge incluindo a união de facto, pais, de sogros, supranumerário, referida no artigo 32 do Estatuto Geral dos
filhos, irmãos e enteados; Funcionários e Agentes do Estado, devendo exercer funções não
b) Dois dias de calendário em caso de falecimento de genros, inferiores à carreira, classe e escalão ou categoria profissional
noras, padrasto e madrasta, avós, netos e cunhados; que lhe estiver atribuída.
c) Um dia por falecimento de tios, primos e sobrinhos do 5. No caso daquela carreira ou categoria não constar da
primeiro grau. nomenclatura aprovada para o aparelho do Estado, será colocado
2. A justificação deve ser efectuada logo que o funcionário ou em carreira ou categoria profissional equivalente, mas nunca
agente se apresente ao serviço. superior.
3. Na situação de licença por luto, o funcionário ou agente 6. Funcionário que cessa a situação de licença ilimitada fica
mantém todos os direitos inerentes ao cargo ou função que obrigado a exercer a sua actividade no local que lhe for designado,
desempenha. de acordo com os interesses e necessidades do serviço.
ARTIGO 106 7. O funcionário na situação de licença ilimitada pode
(Licença registada)
beneficiar do direito à aposentação, desde que se encontrem
satisfeitos os requisitos exigidos pelos artigos 140 e 143 do
1. Ao funcionário de nomeação definitiva pode ser concedida Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado.
licença registada até 6 meses prorrogáveis até um ano, invocando 8. Por morte do funcionário na situação de licença ilimitada,
motivo justificado e ponderoso. Esta licença só pode ser
com direito à aposentação, os seus herdeiros terão direito à pensão
concedida duas vezes, intercaladas por período não inferior
de sobrevivência nos precisos termos do artigo 163 do EGFAE.
a 5 anos.
9. O cálculo da pensão de aposentação ou de sobrevivência
2. Se o funcionário que requerer a licença registada for exactor será reportado ao vencimento do escalão do funcionário no
de fazenda deve provar pelos meios legais que se encontra quite
momento da aposentação ou da morte.
com o Estado.
10. No caso da carreira ou categoria já não constar da
3. A concessão da licença implica: nomenclatura aprovada para o aparelho do Estado, o vencimento
a) Que o respectivo tempo não conta para efeito algum, a considerar será o que estiver atribuído à carreira ou categoria
incluindo a percepção de remunerações; equivalente.
8 DE SETEMBRO DE 2009 268—(15)
1. O quadro de honra deve conter a fotografia do funcionário As deslocações em missão de serviço são todas aquelas que,
ou agente do Estado e a transcrição do extracto e data do por exigência de serviço, o funcionário ou agente do Estado
despacho de atribuição desta distinção. realiza, temporariamente, para fora do seu local de trabalho.
2. As publicações em quadro de honra são registadas em livro
ARTIGO 123
próprio.
CAPÍTULO XIII (Autorização para deslocação do funcionário ou agente
do Estado)
Deslocações
1. A deslocação do funcionário ou agente do Estado em
ARTIGO 117 território nacional, por motivo de serviço, está sempre dependente
(Colocação) de autorização do dirigente competente, desde que não exceda
30 dias consecutivos.
Entende-se por colocação a afectação de um funcionário ou
agente do Estado na prestação de serviço num local determinado 2. Quando motivos ponderosos o justifiquem pode ser
que lhe seja designado. prorrogada até ao limite de 60 dias por despacho do dirigente do
órgão central ou local, para além desse limite carecendo de
ARTIGO 118
despacho do Ministro que superintende na área de Finanças
(Transferência) quando este limite seja excedido.
1. Entende-se por transferência a afectação de um funcionário 3. Exceptua-se do disposto nos números anteriores a
de nomeação definitiva a tarefas em local diferente daquele em deslocação de magistrados judiciais ou do Ministério Público e
que se encontra a prestar serviço. dos oficiais de justiça para missões específicas de justiça, como
2. A transferência deve ter em conta as necessidades de serviço, seja prisão ou acompanhamento de presos.
o desenvolvimento do carácter unitário nacional do aparelho do
ARTIGO 124
Estado e a formação do funcionário ou agente do Estado.
3. As transferências podem também ter lugar a pedido dos (Deslocações por motivo de concursos)
funcionários ou por permuta entre eles desde que sejam As deslocações por motivo de concursos são aquelas que o
apresentados motivos relevantes devidamente justificados e funcionário efectua a fim de ser presente a concursos de
quando tal não cause transtorno ao normal funcionamento dos promoção.
serviços. ARTIGO 125
ARTIGO 119
(Deslocações por doença)
(Transferência a pedido ou por conveniência de serviço)
1. As deslocações por motivo de doença do funcionário ou de
1. A pedido do interessado ou por conveniência de serviço, a qualquer dos membros do agregado familiar, referidos no n.º 6
transferência pode efectuar-se de um sector para outro, mediante do artigo 70 do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do
acordo entre os respectivos dirigentes ou, tratando-se de Estado, terão lugar em função dos pareceres das juntas de saúde
funcionários do quadro provincial ou distrital, por decisão do e, nos locais onde estas não existam, por parecer clínico.
Governador Provincial ou Administrador de Distrito.
2. As deslocações por parecer clínico circunscrevem-se ao
2. A transferência de funcionários, entre os quadros central, território da província onde o funcionário se encontra colocado.
provincial e distrital, fica condicionada à existência de vaga e
disponibilidade orçamental e à prévia concordância do dirigente ARTIGO 126
do órgão central, da província ou do distrito para onde essa
(Deslocações por outros motivos)
transferência seja pretendida.
As deslocações por outros motivos verificam-se por
ARTIGO 120 necessidade de participar em acções de formação, seminários,
(Mobilidade nos quadros) colóquios, estágios.
1. No acto da transferência de funcionário nos termos do ARTIGO 127
artigo 22 do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado (Passagens)
deve ser indicada a carreira ou categoria em que o funcionário
deve ser enquadrado. As deslocações efectuadas nos termos dos artigos 117 e 126
conferirão ao funcionário ou agente o direito ao abono de
2. No caso referido no número anterior os requisitos do
passagens, à excepção das que trata o n.º 3 do artigo 118, caso
funcionário devem corresponder aos do qualificador da respectiva
em que elas correrão por conta do mesmo.
carreira ou categoria.
Salvo casos excepcionais, nenhum funcionário poderá ser 1. As deslocações previstas nos artigos 117 e 118, exceptuando
transferido por iniciativa dos serviços sem que decorram 2 anos o n.º 3 do artigo 118, conferirão o direito ao abono de passagens
contados a partir da sua última transferência. para a família, que viva na dependência exclusiva do funcionário.
8 DE SETEMBRO DE 2009 268—(17)
2. Para efeitos do número anterior, entende-se por família: 2. O transporte de bagagem por via aérea faz-se em regime de
bagagem não acompanhada, ou seja, por frete aéreo.
a) Cônjuge, incluindo para as situações de união de facto;
3. Por cada pessoa de família, o funcionário beneficia de
b) Descendentes menores do casal, incluindo enteados e
metade dos pesos ou cubicagem que lhe corresponda.
adoptados;
4. Os abonos de transporte de bagagem não são cumulativos,
c) Ascendentes do casal a seu cargo;
devendo o interessado escolher a via que pretenda.
d) Descendentes maiores incapazes.
CAPÍTULO XIV
3. Em relação aos familiares previstos nas alíneas c) e d) do
número anterior, deverá ser comprovado, através de atestado Responsabilidade disciplinar
emitido pela estrutura administrativa do local de residência, que SECÇÃO I
vivem exclusivamente a cargo do funcionário. Disposições gerais
3. O funcionário demitido pode requerer a aposentação desde 1. A sanção de despromoção é aplicável ao funcionário que
que tenha, pelo menos 15 anos de serviço no Estado. revele incompetência profissional culposa de que resultem
prejuízos para o Estado ou para terceiros e nos casos de violação
ARTIGO 138 dos deveres profissionais fundamentais e negligência grave.
(Advertência) 2. Considera-se incompetência profissional culposa o
A sanção de advertência recai em faltas que não tragam exercício de forma não eficiente das funções, com prejuízo ou
prejuízo ou descrédito para os serviços ou para terceiros. criação de obstáculos ao processo e ritmo de trabalho, à eficiência
e relações de trabalho.
ARTIGO 139
3. É, designadamente, aplicável ao funcionário que:
(Repreensão pública)
a) Não respeite os superiores hierárquicos, tanto no serviço
1. A sanção de repreensão pública é em geral aplicada às como fora dele;
infracções que revelam falta de interesse pelo serviço. b) Tolere manifestações de tribalismo, regionalismo e
2. É designadamente aplicável ao funcionário que: racismo;
c) Não se apresente com pontualidade, correcção, asseio e
a) Não cumpra exacta, pronta e lealmente as ordens e aprumo nos locais onde deva comparecer por motivo
instruções legais dos seus superiores hierárquicos, de serviço;
relativas aos serviços, desde que não resulte em d) Se apresente em estado de embriaguez ou sob efeitos de
descrédito ou prejuízos para os serviços ou terceiros; substâncias psicotrópicas ou alucinógenas no local
b) Durante o mês, se ausente ou falte ao serviço até de trabalho, se pena mais grave não couber;
24 horas de trabalho sem justa causa; e) Assedie material ou sexualmente os seus colegas no
c) Não acate as regras das instituições vigentes, ou não local de trabalho;
manifeste a deferência devida aos seus símbolos e f) Deixe de informar os dirigentes da prática ou tentativa
autoridades representativas; de prática de qualquer acto contrário à Constituição
d) Sem motivo justificado, não participe nos actos e ou princípios definidos pelo Estado de que tenha
solenidades oficiais para que tenha sido convocado; conhecimento;
8 DE SETEMBRO DE 2009 268—(19)
g) Falte sem justificação ao serviço até 15 dias seguidos f) Falte ao serviço sem justificação até 45 dias seguidos ou
ou 30 dias interpolados durante o ano civil; 60 dias interpolados, durante o mesmo ano civil;
g) For condenado a pena de prisão maior ou de prisão pela
h) Se sirva das suas funções ou invoque o nome do órgão,
prática de crimes desonrosos e outros que manifestem
estrutura, dirigente ou superior hierárquico para obter incompatibilidades com a permanente no aparelho
vantagens, exercer pressão ou vingança; do Estado;
i) Não aceite exercer funções em qualquer lugar para onde h) Pratique ou tente praticar desvio de fundos ou bens do
seja designado; Estado; e
i) Sirva das funções para solicitar ou receber dinheiro ou
j) Pratique nepotismo, favoritismo, patrimonialismo e
promessa de dinheiro ou qualquer vantagem
clientelismo na admissão, promoção ou patrimonial, que não lhe seja devido para praticar um
movimentação de pessoal; acto que implique violação dos deveres a seu cargo.
k) Pratique actos administrativos que privilegiem
ARTIGO 144
interesses estranhos ao Estado em detrimento da
eficácia dos serviços; (Graduação das penas disciplinares)
l) Não atende o cidadão com civismo e respeito. 1. Para efeitos de graduação das medidas disciplinares deve-
-se ponderar a gravidade da infracção praticada, a importância
ARTIGO 142 do prejuízo causado e, em especial, as circunstâncias em que a
infracção foi cometida, o grau de culpabilidade e a conduta
(Demissão)
profissional do funcionário.
1. A sanção de demissão é aplicável nos seguintes casos: 2. A infracção considera-se particularmente grave sempre que
a sua prática seja reiterada, intencional e provoque prejuízo ao
a) Procedimentos atentatórios ao prestígio e dignidade
Estado ou à economia nacional ou, por qualquer forma, ponha
da função; em risco a subsistência da relação do trabalho com o Estado.
b) Mostre incompetência profissional grave, designa-
damente, ignorância indesculpável, bem como ARTIGO 145
reiterado incumprimento de leis, regulamentos, (Circunstâncias atenuantes)
despachos e instruções superiores. 1. São circunstâncias atenuantes as seguintes:
2. É, designadamente, aplicável ao funcionário que: a) A confissão espontânea da infracção;
a) Reiteradamente não cumpra exacta, pronta e lealmente b) A reparação espontânea dos prejuízos causados;
as ordens e instruções dos seus superiores hierárquicos c) O comportamento exemplar anterior à infracção;
d) A falta de intenção dolosa;
relativas aos serviços;
e) A prestação de serviços relevantes ao Estado;
b) Divulgue ou permita a divulgação de informação f) A ausência de publicidade da infracção;
classificada que conheça em razão do serviço; g) Os diminutos efeitos que a falta tenha produzido;
c) Abandone injustificadamente o local ou sector de h) Todas aquelas que revelarem diminuição de
trabalho, recusando enfrentar riscos ou dificuldades responsabilidade.
2. Sempre que num processo disciplinar seja fixada qualquer
resultantes do próprio trabalho ou local;
das atenuantes atrás enumeradas, pode ser aplicada ao infractor a
d) Negligencie a missão que lhe tiver sido confiada em pena mais baixa desse escalão ou a pena mais grave do escalão
país estrangeiro ou não regresse logo após o imediatamente inferior.
cumprimento da missão;
ARTIGO 146
e) Falte ao serviço sem justificação até 30 dias seguidos ou
(Agravantes)
45 dias interpolados, durante o mesmo ano civil.
1. São circunstâncias agravantes:
ARTIGO 143 a) A acumulação de infracções;
b) A reincidência;
(Expulsão)
c) A premeditação;
A sanção de expulsão é aplicável ao funcionário que: d) Os efeitos da infracção.
a) Atente contra a unidade nacional; 2. Sempre que num processo disciplinar seja fixada qualquer
b) Atente contra o prestígio ou dignidade do Estado; das agravantes referidas no número anterior é aplicada ao infractor
c) agrida, injurie ou desrespeite gravemente qualquer a pena mais grave desse escalão ou a pena mais baixa do escalão
cidadão ou funcionário no local de serviço ou fora imediatamente superior.
dele por assunto relacionado com o serviço;
ARTIGO 147
d) Incite os funcionários à indisciplina, à desobediência,
às leis e ordens legais superiores ou provoque o não (Agravante especial)
cumprimento dos deveres inerentes à função pública; A categoria, carreira ou função do infractor, de acordo com o
e) Viole o segredo profissional ou confidencialidade de seu nível hierárquico, pode constituir circunstância agravante
que resultem prejuízos materiais ou morais para o especial do dever de não cometer a infracção ou de obstar a que
Estado ou terceiros; ela fosse cometida.
268—(20) I SÉRIE — NÚMERO 35
Se do processo resultar que a injustiça de punição teve origem 1. A sanção torna-se definitiva depois de ter decorrido o prazo
na inexactidão intencional ou culposa de informações ou de recurso legalmente estabelecido, com observância do disposto
declarações deturpadas, procede-se disciplinarmente contra o no artigo 114 do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do
autor das mesmas, sem prejuízo da responsabilidade criminal Estado.
que possa ser exigida. 2. No caso das penas de demissão e expulsão, o arguido
mantém-se afastado do exercício do cargo sem vencimentos, a
ARTIGO 149
partir do dia imediato aquele em que tomar conhecimento do
(Danos) despacho punitivo, até que a sanção se torne definitiva ou até
decisão final, se tiver interposto recurso.
Se da infracção disciplinar advier danos materiais ou prejuízos
mensuráveis de bens do Estado em consequência de dolo, 3. O provimento ao recurso no caso referido no número anterior
imprudência, falta de destreza ou negligência do funcionário ou implica a retomada imediata das funções e o abono dos
agente do Estado, deve ser participado, no que respeita aos danos vencimentos retroactivamente a partir da data do afastamento.
ou prejuízos, ao Ministério Público para efeitos de instauração ARTIGO 153
do competente procedimento civil ou criminal, conforme ao caso
(Registo de sanções, competência e fundamentos para
couber.
cancelamento de registo)
ARTIGO 150
1. Exceptuando a advertência, todas as sanções devem constar
(Definição de acumulação, reincidência e premeditação) do registo biográfico do funcionário.
1. A acumulação dá-se quando duas ou mais infracções são 2. O registo da sanção cumprida pode ser cancelado do registo
cometidas na mesma ocasião ou quando uma é cometida antes biográfico com excepção das penas de demissão e expulsão.
de ter sido punida a anterior. 3. O cancelamento da sanção é decidido pelo dirigente com
2. A reincidência dá-se quando a infracção for cometida antes competência para nomear, sob proposta do dirigente do colectivo
do fim do cumprimento da sanção anterior, desde que se trate de de trabalho do funcionário punido, fundamentada na efectiva
infracção a que seja abstractamente aplicável a mesma sanção. regeneração, dedicação ao trabalho e comportamento correcto
durante 2 anos.
3. A premeditação consiste no desígnio formado pelo menos
4. O cancelamento limpa o registo biográfico do funcionário
24 horas antes da prática da infracção.
da menção da infracção e da respectiva sanção.
ARTIGO 151
ARTIGO 154
(Efeitos acessórios das sanções)
(Registo do processo)
A aplicação das sanções referidas nos artigos anteriores tem
O número do processo deve ser obrigatoriamente posto na
os seguintes efeitos:
capa do respectivo processo e registado em livro próprio, do
a) Perda do direito à licença anual quando as sanções qual consta igualmente a identificação e categoria do arguido, a
aplicadas forem as mencionadas nas alíneas c) e d) do infracção indiciada e posteriormente a decisão final do dirigente.
artigo 136, mantendo no entanto sempre o direito de
7 dias de licença; ARTIGO 155
b) A pena de multa implica, para todos os efeitos legais, a (Fases do processo)
perda de antiguidade correspondente ao dobro do 1. O processo disciplinar compreende as seguintes fases:
número de dias de pena aplicada; a) Auto de declaração do participante ou queixoso,
c) A pena de despromoção implica: documento equiparado a participação;
i. A perda do tempo de serviço correspondente a pena b) Audiência do presumível infractor;
para efeitos de admissão a concurso de promoção; c) Nota de acusação de que se entrega cópia ao arguido e
ii. A proibição de ser promovido ou admitido a concurso de que se cobra recibo, da qual conste que o arguido
tem o prazo máximo de 5 dias para apresentar,
durante o período de cumprimento da respectiva
querendo, a sua defesa escrita ou oral;
pena.
d) Defesa do arguido;
d) A pena de demissão implica: e) Junção do registo biográfico;
i. O desconto de um ano na antiguidade para a fixação f) Relatório final do instrutor, com proposta fundamentada
da pensão de aposentação; da decisão a tomar;
ii. Na readmissão, o tempo de inactividade não é contado g) Despacho de punição ou absolvição, lavrado pelo
para nenhum efeito, iniciando-se nessa data a dirigente competente;
contagem de tempo exigido para efeitos de licença h) Notificação do despacho punitivo ou absolutório ao
anual e admissão de concurso. arguido.
8 DE SETEMBRO DE 2009 268—(21)
2. De acordo com a natureza e complexidade, outros actos 4. O funcionário ou agente do Estado autor da participação
podem tornar-se necessários: feita de boa-fé não pode ser, de qualquer modo, prejudicado.
a) Auto de declarações e testemunhas eventualmente
indicadas pelo participante ou pelo arguido; ARTIGO 160
b) Efectivação de diligências referidas pelo arguido ou (Infracção directamente constatada)
que o instrutor julgue convenientes;
c) Auto de acareação; 1. Pode ser nomeado para instrutor um funcionário de serviço
d) Peritagem. diferente daquele a que pertença o arguido, de categoria ou classe
igual ou superior à dele, ou um funcionário nas mesmas condições
ARTIGO 156
solicitado a outro sector.
(Forma do processo)
2. O instrutor pode requerer a designação de escrivão, caso
1. O processo disciplinar é sempre sumário e deve ser não tenha sido nomeado pela entidade que o nomeou instrutor
conduzido de modo a levar ao rápido apuramento da verdade quando a complexidade do processo o requeira, bem como
material, empregando-se todos os meios necessários para a sua solicitar a colaboração de técnicos.
pronta conclusão. 3. As funções de instrutor e de escrivão preferem a quaisquer
2. O processo disciplinar é independente do procedimento outras que o funcionário tenha a seu cargo, podendo determinar-
criminal ou civil para efeitos de aplicação de penas disciplinares. -se que fique exclusivamente adstrito à instrução do processo, se
3. Sempre que os actos contrários à disciplina praticados pelo assim a complexidade do mesmo o aconselhar.
funcionário ou agente do Estado acusado constituem crimes ou
causem prejuízo para o Estado ou a terceiros, devem ser tiradas ARTIGO 161
cópias do processo e remetidas às autoridades competentes para
o início de procedimento criminal ou civil. (Instrução do processo)
2. Exceptuam-se do disposto no numero anterior, não dando 2. O dirigente que mandou instaurar o processo decide no
lugar a nulidade insuprível, os casos em que: prazo de 15 e dias.
a) Tendo sido entregue ao arguido a nota de acusação, este 3. A decisão é fundamentada e toma sempre em conta as
não exerça o seu direito de defesa, no prazo legal agravantes e atenuantes fixadas.
estabelecido para o efeito; 4. Se a sanção aplicável não estiver dentro da sua competência,
b) Seja certificada e testemunhalmente comprovada a remete seguidamente o respectivo processo ao dirigente
impossibilidade de localização para efeitos de entrega competente, pela via hierárquica.
da nota de acusação, nos termos do artigo 160; ARTIGO 176
c) Seja certificada e testemunhalmente comprovada a recusa,
(Notificação da decisão e sua decisão)
por parte do arguido, de receber a nota de acusação
nos termos do artigo 158. 1. A decisão final é, por norma, notificada ao arguido nos
próprios autos, devendo aquele declarar por escrito que tomou
3. Nos casos de abandono de lugar, o arguido só é ouvido se
conhecimento, dando e assinando, após o que, decorrido o prazo
for conhecido o seu paradeiro.
legal de recurso sem que este esteja interposto, a decisão é
ARTIGO 171 executada.
(Intervenção de advogado)
2. Na inviabilidade do preceituado no número anterior a
decisão é notificada ao arguido através do seu local do trabalho,
O arguido pode ser assistido por advogado para preparar a sua mediante remessa de certidão do despacho colectivo.
defesa por escrito, as reclamações, os recursos e pedidos de revisão
em autos de processo disciplinar, podendo para o efeito consultar ARTIGO 177
o processo nos termos do artigo seguinte. (Competência para aplicação da sanção)
ARTIGO 179 em local próprio, convidar toda a pessoa que tenha razão de
(Tramitação) queixa ou agravo contra o regular funcionamento dos serviços
sindicados, à apresentar-se a ele ou submeter a queixa por escrito,
Se for concedida a revisão, é o incidente de revisão apenso ao
devendo esta conter os elementos de identificação do queixoso.
processo disciplinar, nomeando-se instrutor diferente do
primeiro, que fixa ao requerente prazo de 10 dias para responder, 2. Concluída a sindicância, o sindicante tem o prazo de 10
querendo, por escrito à acusação constante do processo a rever, dias para elaborar o relatório e remetê-lo à entidade que a ordenou,
seguindo-se os termos do artigo 111 e seguintes do Estatuto podendo ser prorrogado por um máximo de 5 dias, pela entidade
Geral dos Funcionários e Agentes do Estado. que ordenou a sindicância.
Preço — 13,00 MT