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Ana Manuel
Felicidade Tomas
Helena Timóteo
Joalinda Alberto
Luísa Simbe
4º Ano
Docente:
Universidade Pedagógica
Beira
2018
Alima Joaquim Helena Timóteo
Ana Manuel
Celina Constância
Felicidade Tomas
Joalinda Alberto
Docente:
Universidade Pedagógica
Beira
2018
Índice
Capitulo. I- Introdução ............................................................................................................... 3
1.1.1.Geral: .......................................................................................................................... 4
1.1.2.Específicos: ................................................................................................................ 4
Capitulo. I- Introdução
1.1.Objectivos do trabalho
4
1.1.1.Geral:
1.1.2.Específicos:
Neste sentido, Go Tani et al apud Ferreira, (2014) contribui dizendo que os primeiros anos de
vida são cruciais para o desenvolvimento da criança, onde as situações que vivenciarão serão
factores determinantes para o adulto que se tornarão. Expressando assim, a importância de um
trabalho com estímulos e vivencias variadas no ambiente escolar, evidenciando a importância
da Educação Física e sua intervenção. Isto posto, vale destacar que cada criança irá aprender e
se desenvolver da sua maneira e velocidade, estando ligado ao fator de individualidade
biológica, pois cada um apresenta uma série de características particulares e faz parte do
trabalho se atentar a essas peculiaridades.
De acordo com GALLAHUE e OZMUM (2005), diz que, na educação infantil as actividades
de coordenação motora devem ser desenvolvidas com a finalidade de promover o
desenvolvimento motor da criança, sem que o aspecto competitivo tenha espaço. Na faixa
etária de 1 a 3 anos a criança precisa se movimentar, portanto, é significativo que ela possa
vivenciar diferentes sensações provocadas por experimentar novos movimentos.
Para crianças com dificuldades na coordenação motora tarefas simples como vestir uma
camiseta, colocar comida no prato, segurar um lápis, apropriar-se do lado esquerdo do corpo
para chutar uma bola ou escrever, são desafios contantes. Por este motivo o professor ao
desenvolver suas práticas pedagógicas deve considerar essas dificuldades. (opcit:10)
O Manual de Orientação Pedagógica do MEC (2012) no seu III Módulo, propõe sugestões de
jogos e materiais para facilitar o trabalho dos professores com crianças de 1 a 3 anos. Os
materiais propostos, como caixas quadradas grandes com um furo cada lado, permitem à
criança engatinhar para dentro e para fora da caixa, desenvolvendo a noção de tempo e
espaço. “Uma cortina pode ser fixada para cobrir o furo possibilitando brincadeiras de
esconde-esconde” (BRASIL, 2012;86), a favorita da criançada. “Assim como a construção de
cabanas e túneis com toalhas, lençóis e cobertores presos por pregadores em fios de nylon que
atravessam a sala” (BRASIL, 2012:91). Nestes espaços as crianças se divertem enquanto
entram e saem e solucionam problemas como tirar os pregadores ajudando na montagem e
desmontagem do espaço. Essas ações contribuem para o desenvolvimento do ato motor da
criança, pois ela se desloca naquele espaço e utiliza seus membros (braços/mãos) para a
retirada e a colocação dos materiais na construção e desmontagem do ambiente. Essas
atividades e brincadeiras para nós, adultos, parecem ser simples demais mas para as crianças
que ainda estão se conhecendo, conhecendo seu próprio corpo e seus limites tornam-se
práticas significativas que contribuem para o processo de desenvolvimento e aprimoramento
das habilidades motoras básicas.
Existe dois tipos de motricidade na infancia1:
A brincar ou nas pequenas tarefas diárias, como a alimentação ou banho, por exemplo, pode
trabalhar pequenas competências com o seu filho como pegar numa colher, num copo, atirar
água para um ponto específico, agarrar pequenos objectos com os dedos, tocar e agarrar
determinadas partes do corpo, balançar o corpo1
As situações de ensino
Segundo Freire (2002), salienta que, no contexto escolar não é incomum as crianças serem
reprimidas, pois ao adentrarem na sala de aula lhes é ordenado que se sentem imóveis e em
silêncio para que se transformem em alunos inteligentes, bondosos e dóceis, virtudes essas
que se constituem, no ponto de vista das escolas, no modelo ideal de aluno. Agindo dessa
forma, as escolas priorizam e dão maior atenção à dimensão racional do ser, desvalorizando o
corpo como um molde de expressões e um meio comunicativo.
Defender uma educação voltada apenas para a dimensão racional das crianças é contribuir
com os métodos de “confinamento e engorda” aludidos por Freire (2002), quando diz que a
metodologia mais frequente nas escolas é a do traseiro, com crianças confinadas em salas e
carteiras, mais imóveis que porcos e galinhas em seus habitats de engorda. Para o autor essa
metodologia propícia, além do controle corporal, o controle de ideias e sentimentos. “Quem
fica confinado em salas apertadas, sentado e imóvel, milhares de horas durante boa parte da
vida, aprende a ficar sentado nas cadeiras, de onde talvez nunca mais venha a se erguer”
(FREIRE, 2002:114). Percebe-se então, que a Educação Infantil deverá levar em
consideração, também, a motricidade da criança.
____________________________
1
https://www.maemequer.pt/desenvolvimento-infantil/crescer/despertar-para-o
mundo/motricidade-grossa-e-motricidade-fina/, (cedido no dia 1 de Abril de 2018 pelas
11:12min)
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De acordo com Cintra (2009:18), educaçãoé uma categoria de ensino em que o aluno
desenvolve qualidades de consciência, carácter de convicção, atitudes e comportamento.
Ensinoé uma forma de orientar a aquisição de conhecimentos de outrem, que se revela na
mudança de comportamento. Aprendizagem -> é uma actividade em que o aluno adquire
conhecimentos teóricos e práticos que vão se revelar na mudança de comportamento.
Cintra (2009:19), afirma que a Educação existe mesmo onde não há escolas. Nas sociedades
primitivas não existiam escolas nem métodos de educação, no entanto já existia educação,
cujo objetivo era: “promover o ajustamento da criança ao seu ambiente físico e social por
meio da aquisição de experiências de gerações passadas.” Entre os povos primitivos a
educação possui uma estrutura muito simples, como veremos a seguir:
Uma das formas que a criança adquire conhecimento entre os povos primitivos é pela
imitação. Nos primeiros anos de vida a imitação é inconsciente, mas é onde ela tem o maior
resultado, apresentando a forma de se expressar.Ex: Com uma pequena tora na água aprendem
a se equilibrar e a remar. Mais tarde saberão manejar uma canoa.Numa segunda etapa a
imitação torna-se consciente, quando se começa a exigir trabalhos das crianças. Ela vai
aprendendo aos poucos a caçar e a pescar. ” (MELLO; DAMASCENO, 2011:12).
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Actualmente, além do controle de movimento das crianças nos espaços de Educação Infantil
elas estão com as possibilidades de movimento e experiências corporais restritas em diversos
outros lugares. No âmbito extra escolar, frequentemente, elas têm contacto com algum tipo de
aparelho electrónico, por vezes são apoiadas pelos pais, que utilizam essas ferramentas como
uma alternativa para a distracção. Sabe-se, porém, que a “mídia” apresenta produtos e
ideologias disfarçadas de entretenimento, fazendo com que fiquem horas imóveis em frente de
algum aparelho. Muitos dos jogos electrónicos, vídeos e games, são favoráveis para o
processo de aprendizagem da criança. No entanto, devemos ficar alerta ao excessivo uso.
Somadas a esses aspectos, presenciamos a falta de segurança nas ruas, poucos espaços
públicos, escolas sem estrutura adequada, limitados espaços nas moradias. ( FREIRE,
2002:24)
Para PROSCÊNCIO (2010:55), diz que, as crianças sofrem com o estigma do corpo
idealizado, onde os professores desejam que sejam todos iguais por meio da moldação de seus
corpos. Embora os discursos mudem, admitindo a importância do movimento, as instituições
ainda tem demonstrado o contrário. Prezam pelo silêncio, pois, um aluno que não fala, ouve
bem, não faz barulhos e senta-se correctamente é o modelo ideal que a escola vem formando
ao longo do tempo. Com toda essa desvalorização corporal, fica evidente que a “educação
infantil esqueceu que o corpo é o primeiro brinquedo” (KISHIMOTO, 2001:3) e que a criança
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o utiliza para relacionar-se com o mundo a sua volta. Quando não há espaços para que o corpo
da criança se manifeste e se expresse ele submete-se a tensão do ambiente escolar e de seus
limites. Então é importante o conhecimento de que “tudo o que o adulto organizar na
educação infantil deve ser pensado na criança e não apenas no que ele deseja fazer segundo a
sua vontade” (CINTRA, 2009:22). O professor deve possibilitar vivências de situações que
exijam e apresentem os mais variados movimentos, pois “quanto mais conscientes e
diversificadas forem as vivências motoras dos indivíduos, maiores serão as suas
possibilidades de construção de um amplo repertório motor” (MELLO; DAMASCENO,
2011:45). Emerge, então, a importância de uma atenção especial para o desenvolvimento
motor, não devendo minimizá-lo a outras áreas de conhecimento. Se a valorização da
motricidade não ocorre adequadamente compromete-se o desenvolvimento do sujeito. Nesse
sentido, jogos e brincadeiras passam a ser excelentes recursos pedagógicos que proporcionam
experiências significativas para o desenvolvimento motor das crianças. No entanto, o
professor deve ficar atento às práticas (jogos, brincadeiras e outras estratégias), à
participaçãoactiva de todas as crianças, aos desafios e se elas são compatíveis com o nível do
seu desenvolvimento.(opcit)
Dos 0 aos 6 meses- esboça o primeiro sorriso, brinca com as mãos e alinha a cabeça
com o seu corpo;
12
Dos 6 aos 12 meses- senta-se direito sem apoio, começa a gatinhar, consegue levantar-
se, desenvolve o sentido de humor e consegue largar e agarrar os objectos quando
quer;
Dos 12 aos 24 meses- caminha sozinho e consegue mudar de direcção, come sozinho
com uma colher, brinca junto de outras crianças, tem capacidade para atirar e dar
objectos, consegue pensar como se sente e como se sentem os outros;
Dos 24 aos 36 meses- torna-se mais sociável, compreende conceitos do género “cima,
baixo, dentro e fora”;
Dos 3 aos 4 anos- torna-se um ser muito curioso;
Dos 4 aos 5 anos- aprende a partilhar, a aceitar as regras e a respeitar a vez do outro;
Dos 5 aos 6 anos- demonstra grande interesse pelas palavras e pela linguagem;
Dos 6 aos 7 anos- começa a ter memórias continuas e organizadas;
Dos 7 aos 8 anos- grande actividade motora, a criança brinca até estar completamente
exausta;
Dos 8 aos 9 anos- o pensamento torna-se mais lógico e organizado;
Dos 9 aos 10 anos- torna-se mais interessada nas relações afectivas e nas actividades
sociais;
2.8.Desenvolvimento motor do bebe e os efeitos da estimulação organizada (problemas e
perspectivas)
Desde pequena, a criança precisa de experiências e estímulos motores para que ela
possaamadurecer suas capacidades psicomotoras. É através das experiências vivenciadas que
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acriança seleciona, modifica e cria percepções e representações sobre o que a rodeia. É a partir
das experiências motoras que a criança realiza o conhecimento corporal.“A independência de
mobilidade é entendida como a capacidade de autonomia, ou seja, a possibilidade de tomar
decisões por si própria, de mobilidade da criança face ao envolvimento físico, das
“possibilidades de ação” que a criança está capaz de realizar. Esta possibilidade, de ser e estar
capaz de “se movimentar e deslocar” no espaço, permite-lhe “pensar e agir” em função dessa
experiência. Permite-lhe um Ser, um Eu próprios” (MALHO; CARLOS NETO, 2004: 4
).
A noção do espaço é uma noção ambivalente, ao mesmo tempo concreta e abstrata, finita e
infinita. Na vida cotidiana utilizamos constantemente os dados sensoriais e perceptivos
relativos ao espaço que nos rodeia. Estes dados sensoriais contêm as informações sobre as
relações entre os objetos que ocupam o espaço, porém, é nossa atividade perceptiva baseada
sobre a experiência do aprendizado a que lhe dá um significado. A organização espacial
depende simultaneamente da estrutura de nosso próprio corpo (estrutura anatômica,
biomecânica, fisiológica, etc.), da natureza do meio que nos rodeia e de suas características
(ROSA NETO, 1996).
A percepção relativa à posição do corpo no espaço e de movimento tem como origem estes
diferentes receptores com seus limites funcionais, enquanto que a orientação espacial dos
objetos ou dos elementos do meio, necessita mais da visão e audição. Está praticamente
estabelecido que da interação e da integração destas informações internas e externas provem
nossa organização espacial (OLIVEIRA, 2001).
Segundo as características das nossas atividades, podemos utilizar duas dimensões do espaço
plano distância ou profundidade. A pele apresenta receptores táteis onde a concentração
modifica de uma região a outra no corpo. A separação dos pontos de estimulação permite
fazer diferenças entre o contínuo e o distinto.
Nos primeiros anos de vida a criança explora o mundo que a rodeia com os olhos e as mãos,
através das atividades motoras. Ela estará, ao mesmo tempo, desenvolvendo as primeiras
iniciativas intelectuais e os primeiros contatos sociais com outras crianças. É em função do
seu desenvolvimento motor que a criança se transformará numa criatura livre e independente
(BATISTELLA, 2001)
Desde cedo, a criança se move e emprega o seu corpo como forma de procedimento.
Ao sentir dor ou fome, ela usa seus recursos correspondentes como choro, às
gesticulações e os movimentos dos membros para transmitir o que está sentindo. Com
o advir do tempo, ela adquire mais desenvolturas e passa a dominar cada vez mais
seus movimentos. O movimento se apresenta de várias maneiras; ele é formidável
para a criança se incluir com o outro, comunicar-se e também descobrir o espaço,
situando-se nele bem como em afinidades aos objetos e ao próprio corpo.Trabalhar o
movimento contribui no desenvolvimento da motricidade na criança, esse aspecto bem
realizado favorece na construção de identidade e autonomia.
Segundo BRASIL(1998), a partir do momento que a criança passa a explorar o meio em que
vive, a vivenciar atitudes e culturas da comunidade, inserem ideias, conceitos,
comportamentos para a formação do seu próprio conhecimento acerca do mundo físico, esse é
o resultado que buscamos ao trabalhar o movimento.
De acordo Huizinga (1951:57) define o Jogo como um elemento da cultura, relacionado com
os aspectos sociais, considerando que não é apenas uma perspectiva psicológica, sociológica
ou antropológica. Segundo este autor, o jogo define-se como:Uma acção ou uma actividade
voluntária, realizada segundo uma regra livremente consentida, mas imperativa, desprovida de
um fim em si, acompanhada por um sentimento de alegria e tensão e por uma consciência de
ser diferente do que se é na vida real.
Segundo CHATEAU (1975:27), o jogo permite à criança uma fuga do mundo real. É, no
entanto, uma actividade com seriedade que, em oposição à vida real, tem um lado lúdico e
misterioso. O jogo permite à criança uma fuga para um mundo em que ela é a criadora. Nesse
mundo, as regras do jogo têm um valor que não têm no mundo dos adultos. Tal como refere
Chateau (1975:28), “não podemos imaginar a criança sem os jogos e os seus risos”.
Segundo Stanley Hall, apud Neto (2003:55), “a função do jogo infantil é exactamente libertar
a espécie humana destes resíduos da mentalidade primitiva, empurrando-a na direcção de
formas superiores de pensamento.” Segundo Kishimoto (1994), Piaget observa ao longo do
período infantil três sistemas sucessivos de jogo: de exercício, simbólico e de regras. O jogo
de exercício, que se inicia durante os primeiros 18 meses de vida, envolve a repetição de
várias sequências já estabelecidas de acções e manipulações, não com um objectivo prático,
mas pelo prazer de executar actividade motoras de que a criança já se revela capaz. O jogo
simbólico surge durante o segundo ano de vida, acompanhado, geralmente, com o
aparecimento da linguagem e da representação. Através do jogo simbólico, a criança
ultrapassa a simples satisfação da manipulação. Começa a fazer a assimilação da sua realidade
externa, fazendo distorções ou transposições. O jogo simbólico é visto pela criança como uma
forma de encontrar uma satisfação fantasiosa através da superação de conflitos e de
preenchimento de desejos. À medida que a criança vai avançado na idade, a criança vai-se
encaminhando para a realidade. Posteriormente ao período compreendido entre os 4 e os 7
anos, a criança inicia um jogo de regras, que marca a transição da actividade individual para a
actividade socializada. Segundo Kishimoto (1994, p.40), para Piaget, “a regra pressupõe a
interacção de dois indivíduos e a sua função é regular e integrar o grupo social. Em suma,
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Piaget considera que o jogo infantil progride de forma individual, derivando da estrutura
mental de cada criança, só podendo ser a própria a explicar o seu percurso”.
Segundo Piaget Jean Piaget (1990) ao longo das suas pesquisas e obras sempre deu grande
importância ao lúdico para o desenvolvimento infantil.Segundo o psicólogo, o jogo é
fundamental para o desenvolvimento da criança ao afirmar que a actividade lúdica é o berço
das actividades intelectuais da criança, sendo por isso indispensável à prática pedagógica.
(Piaget, 1990).
Para Piaget (1990) o início das actividades lúdicas está em sintonia com o desenvolvimento
da inteligência, relacionando-se com os estágios do desenvolvimento cognitivo. Assim, a cada
etapa do desenvolvimento está relacionado um tipo de jogo que acontece da mesma forma
para todos os sujeitos. Para este autor, a classificação dos jogos é feita segundo três classes
que estão em relação estreita com três fases dos estágios de desenvolvimento defendidos por
ele, como podemos verificar de seguida:
Fase sensório-motor (desde o nascimento até aos 2 anos): nesta fase a criança brinca sozinha
e não utiliza as regras porque não tem a noção delas; Fase pré-operatória (dos 2 anos aos 6/7
anos): surge o jogo simbólico quando a criança brinca e aos poucos o conceito de regra
começa a aparecer nas suas brincadeiras;
Fase das operações concretas (dos 7 aos 11 anos): a criança nesta altura já é um ser social e
quando joga em grupo a existência de regras é fundamental. Visto isto, Piaget (1990)
classificou então os jogos segundo a evolução das estruturas mentais em três categorias: -
Jogos de exercício - Jogos simbólicos- Jogos de regras Seguidamente passaremos a apresentar
cada um dos jogos segundo as definições defendidas pelo psicólogo.
Jogos de exercícios: como já referimos anteriormente, jogar é uma actividade natural do ser
humano e os jogos de exercícios são os primeiros a aparecer na vida das crianças sem a
presença de símbolos e de regras. O objectivo destes jogos é a repetição de movimentos e
gestos pelo simples prazer que a criança tem em executá-los, como por exemplo emitir sons,
agitar os braços e as pernas, andar, sacudir objectos, correr, entre outros. O autor nos seus
estudos concluiu que podemos dividir ainda os jogos de exercícios em duas categorias
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Jogos simbólicos: os jogos simbólicos aparecem por volta dos 2 / 6 anos. De acordo com
psicólogo, a principal característica deste jogo “consiste em satisfazer o eu por meio de uma
transformação do real em função dos seus desejos”, isto é, assimila a realidade através do jogo
simbólico. Através do jogo faz-de-conta, a criança atribui significado ao símbolo (objecto) de
forma a dar-lhe mais prazer.
Jogo de regras: o jogo com regras surge entre os 7 / 11 anos. Se até aqui a criança tinha
satisfação em repetir os exercícios e a representar a realidade através do jogo faz-de-conta;
agora uma criança nesta idade só achará uma actividade interessante se envolver regras. As
regras é que estimulam para que haja uma concentração no jogo e ao mesmo tempo regulam o
comportamento das crianças.
Quando o educador entra no jogo, passa a ser um modelo para as crianças e observa de perto a
sua evolução e o desenvolvimento do jogo. Consoante o tipo do jogo, o educador desempenha
um papel diferente pois existem momentos em que observa, outros orienta e dirige. No jogo
espontâneo é apenas observador, no jogo dirigido deve explicar claramente as regras e
participar para servir de modelo. (FERREIRA,2014)
caracterizado pela tentativa constante de superação e pela busca dos limites das
capacidades de cada um, que se manifestam em competição. Tudo isto requer uma
interacção da inteligência, da vontade e do corpo, exigindo, por vezes, sacrifícios.
Como sabe-se, o desporto tem adquirido, cada vez mais, uma grande importância na
sociedade. Apresenta um carácter de coesão social e de consolidação da cidadania,
assumindo assim um papel primordial no processo de socialização do Homem,
principalmente porque as actividades desportivas estão ligadas ao desenvolvimento social.
(opcit)
O desporto como fenómeno social que é, compõe um sistema desportivo, que apresenta uma
estrutura. Um sistema desportivo é um conjunto de indivíduos e grupos que interagem entre
si, compartilhando um mesmo objectivo: a promoção do desporto. Isto pode abranger o
campo de jogo, a vida associativa, as áreas profissionais desportivas, e as escolas. Existindo
uma organização desportiva (opcit)
A ocupação dos tempos livres, sendo uma necessidade da parte dos pais de ocuparem os seus
filhos após a saída da escola, é vista como um complemento educativo que deverá reforçar o
processo de socialização da criança e das suas aprendizagens a par da escola. (opcit)
As culturas infantis carregam os sinais dos tempos, revelando a sociedade nas suas
incoerências/oposições, nas suas camadas sociais e na sua totalidade5. É importante
compreendermos que vivenciamos um período de profundas transformações históricas, onde
as concepções de infância sofrem significativas alterações sociais e culturais. (ROZA, 1993).
Segundo BENTO, J. (1990:71), diz que: actividades Desportivas: constituem-se como uma
parte da actividade física e, para além da realização do exercício físico, decorrem em
ambiente competitivo, regendo-se por normas e regras específicas e universais com um maior
grau de exigência. Fundamentam-se na perspectiva do confronto com um elemento definido: a
distância, o tempo, o adversário, ou contra si próprio. Em conformidade, a escola, mesmo no
1º CEB, não deve negligenciar a realidade desportiva.
Resumindo, podemos concluir que para Piaget, o jogo representa uma extrema importância no
processo do desenvolvimento social, moral, intelectual e cognitivo; que o identificou e
adequou a cada fase do desenvolvimento da criança. a actividade lúdica é o berço obrigatório
das actividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável á prática educativa.
Assim, o jogo constitui uma condição para o desenvolvimento da criança, já que esta quando
joga assimila e pode transformar a realidade.
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Referências bibliográficas
BATISTELLA, P. A. Estudo de Parâmetros Motores em Escolares com Idade de 6 a 10 anos
da Cidade de Cruz Alta – R.S. Dissertação de mestrado (Ciências do Movimento Humano).
Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da Universidade do Estado de Santa Catarina –
CEFID/UDESC, 2001.
FONSECA, P. Metodologia científica em ciências sociais 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LOPES, V. Análise dos efeitos de dois programas distintos de educação física na expressão
da aptidão física, coordenação e habilidades motoras em crianças do ensino primário. UP.
Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física. Porto. 1997
PAIS, Silvina e ROMÃO Paula, o fenomino desportivo - Educação Física – 10º/11º/12º anos
– 1ª Parte, Porto, 2005
ROZA, Eliza Santa. Quando o brincar é dizer: a experiência psicanalítica na infância. Rio
de Janeiro: Relume-Dumara, 1993.