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EUA preocupados com
ou ancoragem de navio
russo sancionado em Moçambique
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NGANI
Moçambique falando por si!
Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024
Propriedade: Info-Media - Edição Semanal 120, Ano III
Preço: 50,00 MT
Contactos: +258 846719483/823597819
Director-editorial: Júlio Paulino

Ataques terroristas: Nampula em

alerta máximo
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NGANI - Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024

ECONOMIA
P02

ou
Moçambique emite títulos ‘verdes’ - consultora
https://t.me/+aiUINJnbXRg0ODM0
A diretora dos mer- “Acreditamos que o risco de in-
cados emergentes da cumprimento ainda é baixo, mas o
regresso aos mercados parece mais
consultora Oxford provável em 2025, depois de a falta
Economics conside- de moeda externa ser ultrapassada,
rou neste domingo que e Angola convence os mercados
Moçambique está a pre- que vai cumprir os pagamentos de
dívida externa em moeda estran-
parar emissões de títu- geira no próximo ano”, anota.
los de dívida ‘verde’ ou “Angola, apesar da sua conta cor-
‘azul’. rente positiva e das reservas maio-
res que os seus pares, enfrenta es-
MANGAVA DOS SANTOS
cassez de liquidez, em parte devido
aos renovados pagamentos de dívi-
“Moçambique não deverá pro-
da à China; a falta de divisas exter-
curar aceder aos mercados finan-
nas que levou à desvalorização de
ceiros convencionais para emitir
35% do kwanza em Junho foi se-
‘Eurobonds’, mas o país está a
guida de um açambarcamento por
preparar emissões de títulos de dí-
parte do Tesouro para honrar os
vida verdes e azuis para cumprir
pagamentos externos”, acrescenta
as necessidades de financiamen-
a analista.
to”, escreve Evghenia Sleptsova
Os países da África subsaharia-
numa análise aos países africanos
na começaram este ano novamente
que poderão voltar aos mercados
a emitir dívida pública no mercado
este ano.
financeiro, depois de mais de dois
Na análise enviada aos clien-
anos arredados deste tipo de finan-
tes do departamento africano des-
ciamento comercial devido aos ele-
ta consultora britânica, e a que
vados juros que os investidores co-
a Lusa teve acesso, Evghenia
bravam para comprar a sua dívida.
Sleptsova divide os países entre
Desde Janeiro, a Costa do
aqueles que precisam e podem, e
Marfim, o Benim e o Quénia já
os que precisam mas não podem
emitiram dívida, sempre com ju-
emitir dívida externa nos merca-
ros abaixo de 10%, e a Jordânia,
dos financeiros.
Nigéria e Camarões também deve-
“Avaliamos quais dos 15 países
rão seguir o mesmo caminho, em
emergentes com elevados juros
breve. Entre os países com eleva-
podem regressar aos mercados es-
das necessidades de financiamen-
te ano utilizando um rigoroso en-
to, mas pouca capacidade para o
quadramento que classifica cada
fazer, a Oxford Economics apon-
um deles em função da sua capa-
ta também o Egipto, que tal como
cidade de emitir dívida em dóla-
Moçambique, tem um risco mais
res e a urgência com que precisam
elevado de incumprimento, e con-
de financiamento” explica a ana-
siderando que o país lusófono não
lista, apontando que aqueles com
deverá emitir ‘Eurobonds’ este ano.
elevadas necessidades mas pouca
A dívida verde ou azul refere-se
capacidade de emissão incluem
a emissões de dívida que cumprem
Angola, Gabão, El Salvador,
os critérios de melhoria ambien-
Moçambique, Suriname e o
tal, social e de governação (ESG,
Egipto”, e sublinhando que “só
na sigla em inglês), e têm sido cada
Angola, devido à falta de vonta-
vez mais frequentes no contexto do
de de assinar um programa com
combate às alterações climáticas, o
o Fundo Monetário Internacional
que faz com que tenham uma taxa
(FMI) e aos constrangimento de
de juro mais baixa que a comercial
liquidez em moeda externa, pode
e abarquem uma nova classe de in-
ter de ir ao mercado este ano mes-
vestidores que procura não só o lu-
mo enfrentando elevados custos
cro, mas também um financiamen- Evghenia Sleptsova
de endividamento”.
to socialmente responsável.
De acordo com a Oxford e privados para suportar os inves- (ETS) até 2050, incluindo emissão
Na semana passada, o Governo
Economics, Angola dificilmente timentos de 80 mil milhões de dó- de dívida soberana, confirmando o
moçambicano vincou que prevê re-
voltará aos mercados este ano, es- lares (73 mil milhões de euros) da anúncio feito no final do ano pas-
correr a financiamentos públicos
perando por 2025. Estratégia de Transição Energética sado, na COP28.
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NGANI - Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024
ou
Mais pessoas terão acesso à água potável em
https://t.me/+aiUINJnbXRg0ODM0
Majune até finais de 2024
Com uma densidade
populacional estimada
em cerca de 40 mil habi-
tantes, mais pessoas que
se encontram no distrito
de Majune, ao centro da
província do Niassa, te-
rão acesso a água potá-
vel, até finais do presen-
te ano de 2024.
PEDRO FABIÃO
O
director dos
Serviços Distritais
de Planeamento
e Infra-estruturas
(SDPI) em Majune, Sérgio
Moçambique, realçou ao NGANI
na vila-sede de Malanga que, para
o efeito, durante o ano de 2023,
estava previsto a abertura de 25
furos em cerca de 19 comunida-
des, um sistema de abastecimento
de água para a vila-sede e outro
para a comunidade de Malila, to-
dos estes no âmbito do Programa
financiado e implementado pela
Agência Japonesa de Cooperação
Internacional (JICA), cujo arran-
que aconteceu no ano de 2021.
Com estas obras, para o direc-
tor Moçambique, o distrito con-
seguiu atingir os seus objectivos,
pois os furos foram abertos e nes-
te momento estão já na fase de pa-
vimentação e montagem de pas-
seios e das bombas, à semelhança
do sistema de abastecimento de
água que se encontra num estado
avançado, em Malanga, mas dis-
se estar ciente de que as mesmas
conheceram alguma morosidade
para conclusão e posterior entre-
ga aos respectivos beneficiários
alegadamente pelos efeitos das si-
tuações que aconteceram no país
nos últimos três anos, acima de
tudo a Covid-19 e os ciclones.
O director de SDPI de Majune,
Malanga-sede e Malila, fazem
parte das duas comunidades que
estavam a sofrer de uma crise sé-
ria, uma vez que as populações le-
vavam a água em zonas não pro-
pícias e passavam a consumi-la,
SOCIEDADE
P03
com a empresa Atlas Construções
e está avaliado também em 4 mi-
lhões de meticais. A infra-estrutu-
ra em alusão dá acesso a comuni-
dade local para as suas áreas de
produção agrícola e que as obras
estão já na fase conclusiva, mas
que a sua entrega esta dependente
ao sanar das chuvas.
Para além disso, algumas outras
acções em curso na via Malanga-
sede ao Posto Administrativo
de Mitande, no distrito de
Mandimba, no âmbito do melho-
ramento de estrada, sem excluir a
Director do SDPI, Sérgio Moçambique rota que liga Majune e Mavago.
colocando em risco as suas pró- final, cujas obras estão quase pa- Mesmo com isso, ainda admite
prias vidas. Por outro lado, a pre- ra o término porque os tanques fo- que o distrito está atento, uma vez
ferência delas deveu-se pelo au- ram elevados, as ligações já estão se tratar de um período chuvoso
mento da densidade populacional sendo feitas para as primeiras fa- e que é momento crucial em que
havendo, assim, necessidade de mílias e a entrega está marcada pa- estradas começam a criar alguns
acrescer os furos. ra Agosto do ano em curso. transtornos, mas, de acordo com
O nosso entrevistado referiu ca- Num outro desenvolvimento, a última informação saída da reu-
tegoricamente que com a entrega o director dos SDPI em Majune, nião do sector de estradas na pro-
definitiva dos 25 furos e dois siste- disse que outras actividades es- víncia havida em Dezembro pas-
mas de abastecimento de água às tão a ser desencadeadas na sua sado, o Governo tomou conheci-
comunidades, o Governo acredita área de jurisdição. Por exemplo, o mento de que a região terá o privi-
que ver-se-á bastantemente redu- Governo local tive, com financia- légio de novas pontes nos povoa-
zida a situação de falta do precio- mento da Organização Mundial dos de Luchesse e Luangua, uma
so líquido no distrito, para além de Saúde (OMS) o lançamento da vez que as que estão lá encontram-
de que o número de famílias be- primeira pedra para a construção -se numa avançada fase de degra-
neficiárias calculadas em cerca de da maternidade que será composta dação porque foram construídas
29.847 habitantes conhecerá al- por quatro camas no povoado de há longo tempo.
gum acréscimo, passando para 85 Lizombe, há 90 quilómetros da vi- “O maior transtorno é no tem-
por cento de cobertura. la-sede distrital, onde estão igual- po chuvoso. É neste período em
Mesmo assim, o director dis- mente contemplados dois furos de que começamos a ter vários cons-
se que está-se a procura de mais abastecimento de água e uma de trangimentos nas nossas vias de
parceiros para que possam ajudar casa-mãe-espera. acesso porque são de terrapla-
a acrescer este número de furos e De acordo com o cronogra- nadas que é preciso, sempre que
que para 2024 prevê-se alguns de- ma de trabalho, as obras inicia- as chuvas começam a cair, fazer
les sejam entregues pela Direcção das em Dezembro último vão até alguma manutenção”, revelou
Provincial de Obras Públicas ao próximo mês de Março e es- Moçambique.
(DPOP), na área de água e sanea- tão a cargo de duas empresas que No sector de infra-estruturas
mento. Outrossim, com os mes- são a Number One Construções e em Majune, em termos de pla-
mos interesses mas desta feita já a Majumela Construções para er- nos para 2024, o distrito tem vá-
no quadro do Programa Nacional guer a casa-mãe-espera e a mater- rios projectos, dos quais está a ex-
de Abastecimento de Água e nidade, respectivamente; orçado pansão da rede de energia eléctri-
Saneamento Rural (PRONASAR), em cerca de 4 milhões de meticais, ca para o Posto Administrativo
Sérgio Moçambique informou no geral. de Nairrubi, onde foram já fei-
que, com pouco mais de 37 mi- No âmbito de estradas e pontes, tos os estudos. Porém, neste mo-
lhões de meticais, está também a entre outros, está a ser construído mento decorrem os trabalhos do
ser erguido no povoado de Malila no povoado de Icuvi, há 57 quiló- mesmo propósito para o Posto
um outro sistema sobre o precio- metros da sede distrital, um pon- Administrativo de Muaquia, no
so líquido com uma capacidade tão de 5.0 metros de cumprimen- âmbito da iniciativa presidencial
de 45m3 e que irá abranger acima to e 3.8 de largura, num contrato “Energia para Todos” para que
de 4 mil pessoas das cerca de 250 de três anos, contados a partir de até ao final do presente ano sejam
famílias que terão acesso às tor- 2020, em que o Governo celebrou electrificados.
neiras nas suas residências até ao .
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NGANI - Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024
ou
Recrudescimento de ataques em
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Cabo Delgado
deixa Nampula em alerta máxima
Quando se pensa-
va que com a morte de
Bonomar Machude, um
dos líderes do grupo ter-
rorista que ataca a pro-
víncia de Cabo Delgado
desde 2017, o terroris-
mo teria o seu fim na-
quela província, nos úl-
timos dias a situação
tende a ganhar contor-
nos assustadores. Os
terroristas que outro-
ra atacavam os distritos
localizados a norte de
Cabo Delgado, agora já
desceram aos distritos
que fazem limite com
a vizinha província de
Nampula.
AGOSTINHO MIGUEL
R
ecentemen-
te, o governo
Francês, atra-
vés da sua em-
baixada, emitiu
um comunicado, alertando os
seus compatriotas a não circula-
rem nas estradas da província de
Cabo Delgado e Nampula, devi-
do a insegurança, uma medida
que colheu de surpresa o gover-
no de Moçambique. Reagindo
a propósito, o presidente da re-
pública, Filipe Nyusi, caracteri-
zou o posicionamento da França
como atentatória e com agen-
da obscura, tendo acrescentado
que, o país de Emanuel Macron
devia se preocupar em ajudar
Moçambique na luta contra o
terrorismo.
Curiosamente, após a emissão
da circular por parte da França,
os ataques terroristas ganharam
outros contornos. Na semana fin-
da, os insurgentes iniciaram uma
série de ataques às posições das
Forças de Defesa e Segurança,
SAMIM e da Ruanda, deixando
“Em todos os locais onde há combates, as populações estão exaustas, cansadas da guerra” - Papa Francisco
baixas. Estima-se que mais de 20
soldados teriam sido mortos em
confronto com os “inimigos da
pátria”, após caírem numa em-
boscada perpetrada por este gru-
po, no distrito de Macomia.
Para além de óbitos, os insur-
gentes forçaram um empresário
radicado em Pemba, a pagar um
montante de 150 mil meticais, de-
pois de ter sido capturado e fei-
to refém num dos troços da pro-
víncia de Cabo Delgado, quando
transportava mercadoria.
Na semana em alusão, os insur-
gentes escalaram à comunidade
de Oncua, no distrito de Chiure, a
sul da província de Cabo Delgado,
facto que provocou a fuga de mi-
lhares de pessoas para a vila sede
distrital e outras viram-se obriga-
dos atravessar o rio Lúrio para a
sede do distrito de Eráti, na pro-
víncia de Nampula. Dados na
posse do NGANI, referem que,
em Oncua, os Alshabab, como
são conhecidos, incendiaram um
camião cisterna, transportando
combustível, além das casas das
populações.
Os últimos retratos dos terroris-
tas em Oncua e Mazeze, obrigou
o presidente Filipe Nyusi a fazer
uma visita relâmpago em Cabo
Delgado, na última quarta-feira,
tendo reunido com as estruturas
máximas da província, nomea-
damente, o secretário de Estado
e o governador da provincial. Na
ocasião, Nyusi confirmou o registo
de confronto entre as forças conjun-
tas e o grupo armado, tendo adian-
tado que, os terroristas tinham a in-
tenção de fazer novos recrutamen-
tos, particularmente os jovens para
engrossarem as suas fileiras.
Governo de Nampula em alerta
Face ao recrudescimento dos ata-
ques terroristas à vizinha província
de Cabo Delgado, as autoridades
governamentais em Nampula, mos-
traram-se preocupadas com o clima
de terror implantado na província
de Cabo Delgado, acrescentando
que, o governo provincial está a tra-
balhar no sentido de acolher os des-
locados que procuram sossego nas
zonas seguras dos distritos limítro-
fes com àquela parcela do país.
Segundo, Jaime Neto, secretário
de Estado na província de Nampula,
foi constituída uma equipa multis-
sectorial, composta pelo Instituto
Nacional de Gestão e Redução de
Riscos e Desastres Naturais e par-
ceiros de cooperação, para o ma-
peamento e consequente registo
dos deslocados para possíveis in-
tervenções humanitárias que passa
necessariamente pela concessão de
abrigo e provisão de comida às ví-
timas das incursões dos terroristas.
Neto assegurou que, as autorida-
des governamentais, não vão ver-
gar até a reposição da ordem nas
regiões afectadas pelo terrorismo
e pediu a população para denun-
ciar às autoridades competentes de
SOCIEDADE
P04
movimentação de indivíduos com
agendas desconhecidas.
Transportadores receosos
Abordados por NGANI, alguns
automobilistas que operam no tro-
ço Nampula-Pemba, dizem estar
com medo de circular nas estradas
de Cabo Delgado, devido a cres-
cente onda de ataques terroristas.
Joaquim Gabriel é um dos preju-
dicados com o cenário e diz estar
a enfrentar piores dias, porque não
consegue sustentar a sua família,
por falta de passageiros. “A situa-
ção não é das melhores. Há dias, o
nosso colega quase que foi morto
por este grupo, mas graças a Deus,
o pior não aconteceu. Olhando pa-
ra a situação decidimos não circu-
lar até a reposição da ordem. Aliás,
mesmo os passageiros já têm noção
do perigo que correm”, revelou.
Manuel Rochiwa é outro au-
tomobilista com quem falamos.
Ele faz o trajecto Nampula-Erati.
Rochiwa mostrou-se desesperado
com a situação e pede ao governo
para que introduza a escolta mili-
tar com vista a garantir a livre cir-
culação de pessoas e bens, enquan-
to se estuda a possibilidade da er-
radicação do fenómeno que já cau-
sou mais de 2 mil mortes, milhares
de deslocados, para além da des-
truição de infraestruturas públicas
e privadas em Cabo Delgado e nas
províncias circunvizinhas, nomea-
damente, Nampula e Niassa, res-
pectivamente.
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NGANI - Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024

ANÚNCIO
P05

ou
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FICHA TÉCNICA: Rua das FPLM, n°112 – Bairro de Muahivire – Nampula – Registo 23/GABINFO/Março 2018
Email: semanariongani@gmail.com; Director-Editorial: Júlio Paulino; Redação: Agostinho Miguel, António Cin-

ou
tura, Júlio Paulino e Pedro Fabião (Chefe); Opinião: Afonso Almeida Brandão, Carlos Sousa, José Carlos Matsinhe e
Juleca Paposseco. Grafismo e fotografia: NGANI
NGANI
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GANI - Segunda-feira, 26 de Feverereiro de 2024 P06

OPINIÃO
Ananias Chomola
Postura Urbana: Desafios com viaturas
avariadas e “podres” em plenas ruas

E
m muitas cidades ao
redor do mundo, a
presença de viaturas
avariadas e abando-
nadas nas ruas é um problema
persistente que afecta não apenas
a estética urbana, mas também a
segurança e a qualidade de vida
dos moradores. Moçambique não
é excepção a essa realidade. Não
é incomum encontrar viaturas que
se tornaram parte da paisagem
urbana, como se fossem monu-
mentos de adorno, testemunhan-
do o descuido e a negligência dos
proprietários. De facto, algumas
dessas viaturas parecem ter-se
fundido com o ambiente urbano,
quase como se fossem parte inte-
grante da rua ou avenida em que
estão estacionadas. Aliás, não me
surpreenderia se até o próprio pro-
prietário já não se lembrasse do
seu vínculo com aquela viatura,
de tão distante que está o óptimo
cuidado oferecido a ela.
Esses veículos, muitas vezes
deixados ao relento por longos pe-
ríodos de tempo, representam um
risco potencial para a saúde públi-
ca, uma vez que se tornam focos
de proliferação de pragas, além de
contribuírem para a degradação
do meio ambiente urbano. Dian-
te desse cenário preocupante, é
fundamental que tanto os proprie-
tários privados quanto as autori-
dades municipais assumam suas
responsabilidades e trabalhem
juntos para encontrar soluções efi-
cazes para esse problema.
Por um lado, os proprietários
privados das viaturas avariadas
têm o dever de garantir que seus
veículos sejam mantidos em con-
dições adequadas e de descartar
de forma responsável aqueles que
não estão mais em condições de
uso. Isso inclui explorar opções
como vender partes ou peças da
viatura para catadores de chapas,
compradores de ferro ou mesmo
para oficinas mecânicas. Caso não
consigam remover a viatura por
conta própria, os proprietários de-
vem estar cientes de que o municí-
pio pode intervir e tomar medidas
para remover o veículo das ruas.
Por outro lado, as autoridades mu-
nicipais têm o papel crucial de fis-
calizar e regulamentar a presença
de viaturas abandonadas nas vias
públicas. Isso inclui implementar
políticas claras e eficazes para li-
dar com esse problema, como a
imposição de prazos para que os
proprietários removam suas via-
turas ou enfrentem as consequ-
ências legais. Como parte dessa
postura municipal, é essencial que
as autoridades criem espaços ade-
quados, como parques de viatu-
ras velhas, onde os proprietários
possam descartar seus veículos de
forma segura e legal. Um exemplo
prático dessa abordagem poderia
ser inspirado pelo parque priva-
do localizado em frente à fábrica
da Heineken em Bobole. O mu-
nicípio poderia adoptar uma es-
tratégia similar, gerenciando esses
parques e buscando maneiras de
obter benefícios económicos a par-
tir das viaturas abandonadas. Isso
poderia incluir a venda de peças
ou partes dos carros para oficinas
e particulares, contribuindo para a
economia local e reduzindo o im-
pacto ambiental que esses veículos
podem causar.
Além disso, o município pode
incentivar a existência de parques
de ferro velho geridos por priva-
dos, onde os proprietários podem
levar suas viaturas para descarte
em troca de compensação finan-
ceira. Essa abordagem não ape-
nas ajuda a manter as ruas limpas
e seguras, mas também promove
a economia local e a sustentabili-
dade ambiental. Em última aná-
lise, é importante mencionar que
a presença de viaturas avariadas
e “podres” em plenas ruas não é
apenas um sintoma de problemas
administrativos, mas também uma
questão de justiça social e respon-
sabilidade comunitária. Portanto,
a sua resolução requer uma abor-
dagem colaborativa e coordenada
entre proprietários privados, auto-
ridades municipais e outras partes
interessadas. Somente através do
comprometimento conjunto e da
implementação de soluções criati-
vas e eficazes podemos criar cida-
des mais limpas, seguras e susten-
táveis para todos. E mais não disse!

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NGANI - Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024
AD LITTERAM
ouAfonso Almeida Brandão
https://t.me/+aiUINJnbXRg0ODM0
Reforma de Estado? Com que
T
emos vindo a abordar
ultimamente alguns
assuntos relaciona-
dos com o que se pas-
sa em Portugal, por uma ques-
tão de oportunidade e porque os
factos assim o impõem. Hoje fa-
lamos de mais um “casinho”. É
sobre a Reforma do Estado que o
PS pretente fazer “às pressas”...
Regressou à agenda a tão am-
bicionada Reforma do Estado,
que altera o funcionamento e a
orgânica da Administração Pú-
blica. É um tema complexo que
se prolongou no tempo sem que
a (des)governação do Partido So-
cialista e do «Metralha» António
Costa nada fizesse. Agora que o
Executivo está apenas em gestão,
é que pretende, apressadamente,
concretizar a dita reforma? Com
que legitimidade?
Recordo que só em 2022 é que
o Governo criou um grupo de
trabalho com vista à reforma,
com a publicação do Despacho
14408/2022 a 16 de Dezembro
— “Criar um grupo de trabalho
com a missão de executar a re-
forma funcional e orgânica da
Administração Pública prevista
no Plano de Recuperação e Resi-
liência”, reforçando que esta mis-
são era uma das principais metas
do Programa do XXIII Governo
Constitucional, de forma a ro-
bustecer os serviços partilhados e
de suporte, numa lógica transver-
sal às diversas áreas governativas,
bem como “a obtenção de siner-
gias e ganhos funcionais decor-
rentes da concentração física de
serviços e a flexibilização de inte-
racções entre as áreas governati-
vas e os serviços, conseguindo-se,
por consequência, eliminar ca-
deias de comando excessivamen-
te burocráticas e fomentar estru-
turas horizontais objectivamente
mais eficientes”.
Do despacho destaco dois ob-
jectivos da reforma: 1) a concen-
legitimidade?
tração de serviços num único es-
paço, como sabemos, o edifício
da Caixa Geral de Depósitos em
Lisboa, e 2) a reforma da admi-
nistração orgânica, com a cen-
tralização de serviços comuns e
partilhados. Porém a missão do
grupo de trabalho é “apenas” a
de executar a referida reforma
funcional e orgânica da Admi-
nistração Pública prevista no Pla-
no de Recuperação e Resiliência
e promover a concentração de
serviços da Administração Pú-
blica, bem como gabinetes go-
vernamentais, num único espaço
físico. Executar e promover. Em
momento nenhum, na prática
este Despacho deu poderes ao
grupo de trabalho para se pro-
nunciar sobre o como e que im-
pactos terá a reforma do Estado
realizada pela proposta socialis-
ta.
Se no primeiro ponto pode-
mos compreender a componente
prática da proposta, questiona-
mos, desde logo, a vertente de se-
gurança, ou falta dela, por colo-
car todos os serviços no mesmo
espaço físico. No segundo ponto,
podemos e devemos questionar
tudo, em particular a aceleração
de uma reforma que deveria pela
sua importância e impacto em
todas as áreas, envolver as enti-
dades no processo de discussão.
Não só os definidos pelo Des-
pacho, envolvidos no grupo de
trabalho, mas também os outros
partidos e abrir a uma fase de
consulta pública. As alterações
não são ligeiras, nem de menor
importância para a gestão do
país.
Como os socialistas nos ha-
bituaram, desde Dezembro de
2022 até Outubro de 2023 o as-
sunto ficou aparentemente ador-
mecido, a ser cozinhado e prepa-
rado, para aparecer de surpresa.
Em Outubro de 2023 os secre-
tários-gerais foram convocados
para uma reunião sem qualquer
tipo de preparação e, pelo que se
sabe, sublinho, não tendo sido en-
volvidos em qualquer momento
no desenvolvimento da proposta.
Após inúmeros escândalos que
conduziram à demissão do Pri-
meiro-Ministro e à dissolução da
Assembleia da República, estamos
perante um Governo em gestão e
com o tempo contado.
Uma reforma desta natureza
não pode ser feita às escondidas,
nem à pressa. Não pode passar
apenas pelo Governo, mas tam-
bém pela Assembleia da Repú-
blica, já que se propõe a executar
alterações legislativas que, neces-
sariamente, obrigam a mudanças,
por exemplo na Lei dos Institu-
tos Públicos, na Lei do Estatuto
do Pessoal Dirigente dos Serviços
e Organismos da Administração
Central, Local e Regional do Esta-
do, entre outras.
Fica por perceber quais são me-
lhorias efectivas, já que não te-
mos conhecimento de análise da
proposta, de que forma a reforma
apresentada pelos socialistas po-
derá trazer efectivamente redução
de burocracia em vez do predo-
mínio do aparelho administrativo,
agora centralizado numa mega se-
cretaria controlada pelo Governo.
É fundamental existir estratégia,
vontade e capacidade política para
impedir que a burocracia seja uma
inimiga do progresso, refém dos
gabinetes administrativos, mas
sim uma aliada para uma maior
eficácia e confiança nas institui-
ções públicas.
Os tiques autoritários reflecti-
dos pelo Despacho e pela propos-
ta de reforma, não ficaram por
aqui. Já este ano, no final do mês
de Janeiro, realizou-se uma reu-
nião entre a secretária de Estado
da Administração Pública e os se-
cretários-gerais, para apresentar o
modelo fechado a executar. A si-
tuação roça o surreal. Temos um
P07
Governo de gestão, sem legitimi-
dade democrática, que se furta à
discussão pública de uma reforma
estrutural, que não é matéria de
gestão corrente, mas que o ainda
Primeiro-Ministro António Cos-
ta e a «Metralha» da Ministra da
Presidência e cabeça de lista do
PS por Lisboa, Mariana Vieira da
Silva, tratam como se fosse.
A desculpa para a pressa é a
pressão do cumprimento de metas
do PRR. As eleições legislativas
são em Março e, segundo o Des-
pacho, o grupo de trabalho terá a
sua missão até 2026. O processo
de Reforma Administrativa tem
que ser aberto a discussão, lide-
rado pelo próximo Governo que
sair das eleições de 10 de Março
de 2024. Com que legitimidade
se extinguem várias secretarias-
-gerais e se cria a Secretaria-Geral
do Governo, uma secretaria-geral
única e centralizada, com uma
enorme responsabilidade, que
precisa naturalmente de tempo e
abertura para que sejam debati-
dos os prós e os contras. A solu-
ção encontrada tem de perdurar
no tempo, pelo que deve ter um
consenso político alargado. Abrir
a discussão nesta fase pré-eleito-
ral, é uma irresponsabilidade.
O PS quer fazer passar, por de-
baixo dos panos, uma reforma es-
trutural, de algo que deve ser al-
tamente debatido e escrutinado.
Este é só mais um péssimo refle-
xo da sua (des)governação.
A manifesta impreparação e o
radicalismo de Pedro Nuno San-
tos levam a temer o pior (pior que
o PS, somente este PS), pelo que
no dia 10 de Março os portugue-
ses têm o dever de contrapor ao
autoritarismo Socialista a única
solução democrática, a Aliança
Democrática. Mas os Leitores
hão-de decidirem em consciên-
cia...
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NGANI - Segunda-feira, 28 de Fevereiro de 2024
AS RODAS DO NOSSO CHÃO
ou Carlos Sousa
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Também é prioridade iluminar
consciências profissionais capazes,
em lugar de distraídas
- Mecânicos, Chefias e outros Técnicos!
S
audações e Apreço por
tudo quanto temos rea-
lizado em conformida-
de aos procedimentos e
de alinho ao desenvolvimento. O
assunto em referência, foi selecio-
nado com o motivo e propósito de
sensibilizarmos o nosso ambiente
profissional, por tanto peso em per-
das e sofrimentos, constantemente
em desperdício, infelizmente cor-
rente nas organizações.
Admito como Distração, no en-
tanto é notável e estranho, que Pro-
vedores de Serviços, apresentem
constantemente facturas, sendo
estas pagas, muito embora, parte
dos desempenhos, envolvendo pro-
dutos e serviços, não correspon-
dem minimamente aos requisitos
contratados, nomeadamente sob o
ponto de consideração, Não Nego-
ciável, daquilo que devia envolver,
os factos e factores no domínio dos
compromissos com os procedimen-
tos OHSEQ e norma ISO 39001!
Absolutamente o Não Profissio-
nal, referimo-nos a prestações de
serviços envolvendo sérios compro-
missos de segurança, no transporte
de Pessoas, Cargas, e entregas de
tudo quanto possamos imaginar
em todos os segundos de Km, co-
locando-se profissionais, famílias
e comunidades, em causa pela ga-
nância no facturado!
Precisamos saber investir e por
mais respeito aos Nossos Clientes,
Internos e Externos!
Promessas e afirmativos, no en-
tanto, actos e atitudes desalinhadas
com os aplicativos, constituem a
frequência distraída, cuja aparente
culpa sobra, a recair no mais fácil e
directamente nas mãos ao Volante!
Preocupam-me, os dedos que estan-
do desviados do conhecimento, por
efectivamente desalinhados com os
meios e recursos, muito embora se
expressem de aparência convincen-
te, de cartaz e palavras, no entanto,
os graves impactos evidenciam, e
comprovam a explicação para os
incidentes, custos, emissões e des-
créditos profissionais. O Mecânico
Auto, desempenhando na qualidade
de um Técnico, que exibe cursos e
certificações de marca, compromis-
sos de uma organização que repre-
senta valias e valores internacionais,
pese embora, quando confrontado
com uma simples questão, sobre a re-
posição do nível de água do radiador,
Não hesita em responder e a agir, va-
mos acrescentar um pouco de água,
porque na verdade, faz falta! Fortes
motivos, para duvidarmos daquela
organização, agindo em nome de um
Prestador de Serviços de Assistência
Técnica da marca, em grave proce-
dimento de uma MAL e completa.
Não conformidade!
E a Factura oriunda dos serviços
de assistência, é submetida ao pro-
prietário, sendo imediatamente paga,
ao abrigo da revisão periódica e de
manutenção da viatura xx.
Momento adequado para a pergun-
ta:
O provedor de serviços, encon-
tra-se capaz e comprometido com a
directiva ISO 39001 e bem assim de
abraço aos procedimentos discipli-
nados OHSEQ? Os Mecânicos, ou-
tros Técnicos, Supervisão e Gestão,
demostram completam desalinha-
mento aos procedimentos por Segu-
rança Rodoviária e Falta de Respeito
por Pessoas, transportadas naqueles
meios rolantes, bem como assim,
claros desvios de ética profissional,
fazendo cobranças daquilo que não
corresponde ao solicitado e de Boa-
-fé. No entanto, não deixemos de
parte a irresponsabilidade de Quem
efectua o pagamento, sobre uma
prestação de Não Conformidade, en-
volvendo, Profissionais e Cargas em
Risco, em transferência de grave Ris-
co, para outros clientes e jovens sem
experiência! A figura do Pneu sobre
água, representa outro Factor Grave,
que os Nossos parceiros pressupos-
tos de confiáveis pelo desígnio de
Assistência Técnica, nos deixam em
risco. O veículo acabou de sair da re-
visão e ficamos sujeitos ao Perigo, se
por eventualidade resulta uma chu-
vada daquelas, os Pneus nem sequer
foram calibrados, prazos de validade
desconhecidos, as Rodas Não foram
Balanceadas, e a Direcção Não foi
Alinhada.
O que se deve esperar de uma con-
dução forçada por “engano”? E a
culpa continua a ser do Condutor?
Porém, a Factura muito longa em
peças substituídas e menção a um
diagnóstico electrónico, em pacto
convincente, foi emitida e pior a li-
quidação satisfeita pelo departamen-
to de finanças e controlo! Tão logo
o incidente vai ocorrendo, virando
acidente, acontece que a culpa passa
a ser obviamente em nome do Mo-
torista ou dos Técnicos que circulam
P08
com a viatura!
Caros Gestores,
Tempo demais, basta de continuar-
mos a admitir os incidentes cons-
tantes e as Perdas inadmissíveis,
por mera Distração, mantendo-se o
Desprezo afinal, sobre compromis-
sos Profissionais, bem conhecidos,
havendo métodos preventivos e solu-
ções, disponíveis e a custo ZERO!
Qual a mais facilitadora Fórmula
capaz de minimizarmos tais desvia-
das ocorrências, envolvendo os Pro-
fissionais, métodos preventivos e de
controlo, abraçando os Clientes In-
ternos e Externos? O compromisso
e práticas sobre os Aplicativos em
Conformidade, por exemplo:
Adequada Formação de Aper-
feiçoamento Profissional, regular e
contínua, envolvendo os Colabora-
dores Directos e Provedores de Ser-
viços, no âmbito do mesmo objecto,
dos Desempenhos qualificados em
Conformidade aos Procedimentos e
Normas em vigor!
Introduzir, aplicativos de constata-
ção, watchdog, avaliação, peritagem
e controlos em imediato reporte,
com o recurso a credível Especialis-
ta Externo, capaz de Assumir com
Isenção, Ética, evitando-se o com-
padrio, no caminho do Profissiona-
lismo e promovermos justamente, os
desempenhos capazes, alinhados por
conformidades.
Grato e atentamente ao dispor,
Carlos Sousa (eng)
Prestador de Serviços de Consta-
tação - Consultor, Perito Auto, Es-
pecialista em Segurança Rodoviária,
Formador Mestre, ao Uso, Manuten-
ção Veículos e Segurança por Gestão
de Frotas & Avaliações Perícia!
Acreditado por Organizações nas
Indústrias Extractivas, licenciado
para Moçambique, e Certificado
na região SADC. Sede em Maputo
- Carlos Carvalho Consultoria E.I
+258 85 284 0215
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NGANI - Segunda-feira,26 de Fevereiro de 2024 P09

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NGANI - Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024
SOCIEDADE
P10

ou Científicos da África
Edital Prémio Jovens Talentos
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Sub-Sahariana - Fundação L’Óreal e UNESCO

S
egue, no link https://
w w w. f o r w o m e n i n s -
cience.com/challenge/
show/92 o Edital para
Prémio Jovens Talentos Científi-
cos da África Sub-Sahariana - Fun-
dação L’Óreal e UNESCO e todos
os detalhes sobre a chamada.
Principais critérios de elegibili-
dade
Ser estudante de doutoramento
ou ter obtido o doutoramento nas
seguintes áreas científicas: Ciên-
cias da Vida e do Ambiente, Ciên-
cias Físicas, Engenharia, Matemá-
tica, Ciências da Computação e da
Informação (pelo menos 2.º ano).
Ser oriundo de um dos 48 países
da região da África Subsaariana e
trabalhar num laboratório ou ins-
tituição de investigação num dos
países da região ou estar matricu- um dos 49 países da região da Áfri- dos 48 países da região, ou estar candidatos originários da África do
lado numa universidade num dos ca Subsaariana (incluindo a África matriculado numa universidade Sul que realizam a sua investigação
49 países da região (incluindo a do Sul) e trabalhar num laboratório num dos 48 países da região da na África do Sul não são elegíveis
África do Sul). Ou Ser oriundo de ou instituição de investigação num África Subsaariana. Portanto, os para este programa.

EUA preocupados com ancoragem de navio russo

sancionado em Moçambique
A viagem do cargueiro russo
“Lady R”, que atracou em Mo-
çambique em Janeiro, é preocu-
pante para os EUA. A embaixada
norte-americana em Maputo pre-
tende restringir o acesso da Rús-
sia a apoios militares.
A embaixada dos EUA ma-
nifestou preocupações junto de
representantes do governo mo-
çambicano sobre a ancoragem de
um cargueiro russo sancionado
pelos Estados Unidos num porto
da Beira, em Janeiro deste ano”,
referiu a embaixada dos EUA em
Maputo. Os Estados Unidos ex-
pressaram “preocupações” junto
do governo de Moçambique com
o facto de um navio russo sob
sanções de Washington ter atraca-
do em Janeiro num porto do país,
disse esta quinta-feira à Lusa a
porta-voz da embaixada dos EUA
em Maputo.
“A embaixada dos EUA mani-
festou preocupações junto de re-
presentantes do governo moçam-
bicano sobre a ancoragem de um
cargueiro russo sancionado pelos
Estados Unidos num porto da
Beira, em Janeiro deste ano”, re-
feriu, em resposta a questões co-
locadas pela Lusa.
“Desde antes do início da inva-
são ilegal da Ucrânia pela Rússia,
os Estados Unidos e parceiros têm
trabalhado com governos de todo
o mundo para restringir o acesso
da Rússia a tudo o que apoie os
seus militares“, acrescentou, sem
mais detalhes.
Em causa está a viagem do car-
gueiro russo “Lady R”.
O embaixador norte-america-
no em Pretória, Reuben Brigety,
disse há uma semana que a Áfri-
ca do Sul tinha carregado armas
e munições para aquele navio na
Base Naval de Simon’s Town, per-
to da Cidade do Cabo, que depois
seguiram para a Rússia.
Na sequência dos comentários
de Brigety, o Presidente sul-africa-
no, Cyril Ramaphosa, disse que
já tinha sido iniciada uma inves-
tigação (com ajuda de serviços
de informação norte-america-
nos) sobre a visita do cargueiro
russo “Lady R”, em Dezembro
– acrescentando o seu gabinete
que não havia provas de qualquer
venda de armas. Entretanto, na
sexta-feira, o diplomata dos EUA
veio a público reafirmar “a for-
te aliança” com a África do Sul
no sentido de “corrigir qualquer
má interpretação” das suas pala-
vras e o lado sul-africano referiu
que, num encontro, o embaixa-
dor “admitiu ter ultrapassado os
limites e pediu desculpas”.
Em paralelo a este episódio,
uma análise a registos feita pela
agência de notícias Associated
Press (AP) indicou que o car-
gueiro “Lady R” está ligado a
uma empresa que foi sancionada
pelos Estados Unidos por já ter
transportado armas para o gover-
no russo e ajudar no seu esforço
de guerra. Ao mesmo tempo, o
canal televisivo Al Jazeera citou
dados da multinacional Refini-
tiv a indicar a paragem do carguei-
ro entre 7 e 11 de janeiro no por-
to da Beira, depois de ter saído da
base naval de Simon’s Town e antes
de continuar para Porto Sudão, no
Mar Vermelho. A Lusa procurou
reações e informações adicionais
junto do Ministério dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação (Minec)
moçambicano e do Ministério dos
Transportes, mas em ambos os ca-
sos o assunto foi encaminhado para
a Autoridade Marítima da provín-
cia de Sofala, por sua vez sem infor-
mações adicionais sobre a paragem
do cargueiro, confirmada por outras
fontes portuárias.
Moçambique tem assumido uma
posição de neutralidade face à inva-
são russa da Ucrânia, abstendo-se
nas votações de condenação à Rús-
sia nas Nações Unidas e apelando
ao diálogo para terminar o confli-
to, a partir do seu lugar de membro
não-permanente no Conselho de
Segurança da ONU.
MANGAVA DOS SANTOS
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NGANI - Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024
ou
Comércio informal em Nampula cada vez
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mais com rosto feminino
As ruas de Nampula es-
tão cada vez mais inun-
dadas por mulheres que
exercem o negócio de
venda de produtos de
pronto consumo, uma
prática que visa suprir
o elevado custo de vida,
derivado do desemprego
que afecta esta camada
social.
NGANI apurou que o grosso das
mulheres que vendem a comida nas
ruas e/ou avenidas da terceira maior
cidade do país são solteiras e viúva
que devido a miséria que as asso-
la, viram-se obrigadas a ir à luta em
busca do sustento familiar.
Nas conversas que tiveram com
NGANI, muitas delas revelaram que
optam pelos pequenos negócios por-
que está cada vez mais difícil achar
emprego formal, em parte devido a
economia do país que ficou estag-
nada e a corrupção que abunda nas
empresas e instituições do Estado,
para se ter emprego. Segundo as
nossas interlocutoras, para ingressar
no mercado laboral particularmente
nas instituições públicas é necessá-
rio o pagamento de dinheiro que va-
ria entre 40 a 150 mil meticais, uma
situação que elas consideram dura
para quem, pela primeira vez, pro-
cura por emprego formal.
Muaziza Rajabo de 40 anos de
idade e mãe de 4 filhos revelou que
preferiu o negócio informal, por
ser a única saída para sobreviver.
Dedicando-se a venda de amendoim
torrado, a mulher disse que graças
ao seu trabalho conseguiu comprar
um terreno, para além de garantir à
educação dos filhos. “Estou a prati-
car este negócio há 20 anos. Sempre
fui uma mulher batalhadora, mes-
mo antes da morte do meu mari-
do em novembro de 2019. Quando
ele partiu me tornei chefe de famí-
lia porque os meus familiares depen-
dem exclusivamente do meu esfor-
ço”, precisou.
Rajabo é uma mulher que sonha al-
to e diz que pretende construir a sua
mercearia para suportar as despesas
dos seus dependentes. Segundo ela,
em média semanal, consegue mil
meticais de lucro. Cátia Jamal é ou-
tra vendedora com quem conversa-
mos e diz que, desde que terminou
o ensino secundário em 2014, nun-
ca conseguiu trabalho formal e pa-
ra fazer face ao cenário optou por
abraçar o negócio de venda de co-
mida no mercado Waresta.
Jamal referiu que passou por mo-
mentos difíceis da sua vida por ser
mãe solteira. Actualmente com
27 anos de idade, ela tem 2 filhos,
Surto de conjuntivite assola Nampula e sector de
saúde continua sem planos para controlar a doença
Nos últimos dias a província de
Nampula se debate com um surto
de conjuntivite hemorrágica, uma
doença provocada por um vírus que
resulta na inflamação da conjuntiva,
membrana transparente e fina que
reveste a parte da frente do globo
ocular (o branco dos olhos) e o inte-
rior das pálpebras.
NGANI apurou que desde a eclo-
são do surto nos finais de Janeiro
do corrente ano, o sector de saúde
nesta parcela país, ainda não se pro-
nunciou sobre os planos visando er-
radicar a doença. Aliás, decorren-
te da explosão de casos, o Hospital
Central de Nampula, (HCN), tem
vindo a receber em média diária um
total de 30 pacientes, com essa doen-
ça altamente contagiosa.
A situação forçou o departamen-
to de oftalmologia do HCN a sus-
pender todas as consultas externas
num período de 10 dias, para dar lu-
gar aos pacientes com problemas de
conjuntivite hemorrágica. A directo-
ra do departamento de oftalmologia
EMPREENDORISMO FEMININO
sendo que, o primeiro frequenta
a quarta classe, na escola primá-
ria completa de Terene, no bair-
ro de Murrapaniua, na cidade de
Nampula e o segundo, está na pri-
meira classe. “Quando terminei o
ensino secundário fiquei um ano
a procura de emprego. Tentei en-
trar na polícia e não consegui, por-
que fui cobrado 80 mil meticais pa-
ra o ingresso nas fileiras e não tinha
o valor. Na educação, aconteceu o
do Hospital Central de Nampula,
Marta Abudo, revelou que, a con-
juntivite hemorrágica, está afectar
maioritariamente, crianças e jovens
com idades compreendidas entre 8 a
40 anos, respectivamente.
Abudo destacou os bair-
ros de Namutequeliua, Muhala,
Muahivire, na cidade de Nampula
e os distritos de Angoche, Moma,
Larde e Ilha de Moçambique, como
sendo os que mais casos registam
nos últimos tempos.
A oftalmologista afecta a maior
unidade sanitária da região norte do
país, avançou como medidas de pre-
venção a lavagem regular das mãos
com água e sabão, lavar a face, evi-
tar tocar em superfícies contamina-
das e não partilha de utensílios pes-
soais para além de usar sempre a
água tratada.
Face a situação, Abudo pediu a
população de Nampula para estar
atenta aos casos relacionados com a
doença, no sentido de cortar a sua
cadeia de transmissão. “Exortamos
P11
mesmo, mas não cruzei os braços e
decidi abraçar o negócio de venda
de comida que garante a minha so-
brevivência”, disse.
Por seu turno, devido ao desem-
prego que aumenta a cada dia em
Nampula, as autoridades estatais
na província, mostram-se preocu-
padas com o comportamento de
alguns empresários locais, por ale-
gadamente impedirem os jovens,
sobretudo mulheres, de estagiarem
nas suas empresas.
A insatisfação foi tornada públi-
ca na última quarta-feira pelo se-
cretário de Estado na província
de Nampula, Jaime Neto, no de-
curso da abertura do ano lectivo
no Instituto de Formação profis-
sional e Laboral Alberto Cassino
(IFPLAC), de Nampula, o qual
aconselhou a classe empresarial
desta província para a necessidade
de acolher jovens com particular
destaque as mulheres visando col-
matar a problemática de desempre-
gado e desigualdades.
AGOSTINHO MIGUEL
a população de Nampula para apro-
ximar as unidades sanitárias, caso te-
nha alguns sintomas desta doença,
porque a conjuntivite tem cura. Não
podemos ficar em silêncio, porque
corremos o risco de propagar a doen-
ça”, frisou.
Um dos grupos vulneráveis é a ca-
mada estudantil e a fonte hospitalar,
aconselha a este estrato social a re-
portar os casos às unidades sanitárias
para o diagnóstico e consequente tra-
tamento desta doença. “A maior par-
te dos casos que nós reportamos são
de crianças e jovens. O que significa
que, as escolas e escolinhas poderão
ter muitas crianças com estes quadros
clínicos”, frisou.
Fez saber que, o período de incu-
bação é de 1 a 4 dias após contágio,
porque é neste espaço em que come-
ça a aparição dos sinais e sintomas
que, muitas vezes, iniciam num olho
e de seguida ataca outro, e o tempo
de cura da doença é de 21 dias.
AGOSTINHO MIGUEL
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NGANI - Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024
ou
Luta contra a Malária: líderes
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apelam para
acção rápida e afectação de mais recursos
O Presidente Umaro
Sissoco Embaló,
Presidente da Aliança dos
Líderes Africanos con-
tra a malária (ALMA)
(www.ALMA2030.org),
anunciou no sábado que
a África está no centro de
uma tempestade perfei-
ta que ameaça perturbar
os serviços essenciais de
combate à malária, e que
salvam vidas.
A África enfrenta mais ameaças
que aumentam o risco de mortes
causadas pela malária. O défice de
financiamento crítico para os pro-
gramas de luta contra a malária, as-
sociadas à crise financeira mundial
em curso, o impacto das alterações
climáticas, a resistência aos insecti-
cidas e aos medicamentos e as cri-
ses humanitárias, estão a criar crises
sem precedentes que devem ser re-
solvidas com urgencia para evitar o
aumento da incidencia da malaria.
“Se não agirmos de imediato, po-
demos assistir ao aumento de casos
de mortes causads pela malária dado
o defice de financiamento, ameaças
biológicas e perturbações climáticas”,
afirmou Sua Excelência o Presidente
Embaló, num discurso proferido
em seu nome por Sua Excelência
Carlos Pinto Pereira, Ministro dos
Negócios Estrangeiros, Cooperação
Internacional e Comunidades,
República da Guiné-Bissau.”Nao
obstante, a malária oferece oportu-
nidade para uma abordagem total-
mente integrada em que todos os
sectores contribuem nos esforços de
construção de sistemas de saúde sus-
tentáveis e resistentes”, acrescentou.
No contexto dos acrescidos desafios
de desenvolvimento global, incluin-
do a crise económica global que es-
tá a afectar particularmente a África,
a realização do objectivo de elimi-
nar a malária e combater outros de-
safios em matéria de saúde, incluin-
do as doenças tropicais negligencia-
das, depara-se com muitos obstácu-
los. Embora haja vontade política e
instrumentos de intervenção, os pro-
gressos para a eliminação da malária
P12
ECONOMIA
efetivamente ao bom caminho, temos
de acrescentar novas ferramentas ao
nosso arsenal contra a malária. A boa
notícia é que dispomos de ferramentas
altamente eficazes capazes de com-
bater estas ameaças”, afirmou Sua
Excelência a Embaixadora Minata
Samate Cessouma, Comissária pa-
ra a Saúde, Assuntos Humanitários e
Desenvolvimento Social da Comissão
da União Africana. “Estas ferramen-
tas mais recentes funcionam melhor,
mas custam mais caro. O fabrico local
e os esforços de modelação do merca-
do por parte dos Estados-Membros e
dos parceiros podem reduzir alguns
dos custos, tornando-os económicos
Este marco fundamental coloca Cabo Verde ao lado de 43 outros países e e acessíveis e criando maior impac-
territórios que eliminaram esta doença fatal. A eliminação da malária em to”, acrescentou.
Cabo Verde ilustra a arte do possível, encarnando o espírito de “ Malária O Relatório da União Africana so-
Zero Começa Comigo”. bre o Progresso no Comabte a malá-
têm abrandado. O sexto Relatório sofre um impacto desproporciona- riade, na sua edicao de 2023 revela
Anual de Progresso da Malária na do das catástrofes induzidas pelo avanços positivos no controlo da ma-
África estabelece o tom para con- clima, como ondas de calor, cheias láriae noutras áreas da saúde, nomea-
quistas-chave para reverter o curso e secas, que também ameaçam au- damente através da utilização estra-
da malária.O relatório aponta para mentar a malária e outras doenças tégica das ferramentas do cartão de
um défice significativo de recursos, transmitidas por vectores no conti- pontuação da saúde. A utilização de
com os Estados-Membros diantes nente. Ha necessidade de uma agen- dados para orientar a programação
de um défice orçamental de 1,5 mil da integrada para combater estas em tempo real conduziu a acções sig-
milhões de dólares até 2026, ape- ameaças. A malária é um exemplo nificativas, incluindo a mobilização
nas para manter a actual cobertura da necessidade do reforço dos sis- de recursos, formação, orientação, es-
das intervenções essenciais contra temas de saúde, cuidados de saúde tratégias de aquisição para colmatar
a malária, ainda inadequada. Este primários e de preparação para res- as ropturas de stocks e maior envolvi-
défice, associado à crise financei- ponder as pandemias, e um exemplo mento da comunidade em mais de 40
ra mundial e ao custo mais elevado perfeito do impacto das alterações países em África. Estes dados em tem-
dos produtos essenciais de combate climáticas sobre a saúde. A comuni- po real e os cartões de pontuação pa-
à ameaça da resistência, pode resul- dade internacional deve aumentar o ra a responsabilização e as ferramen-
tar na duplicação de caso de mor- seu apoio às medidas de atenuação tas de acção permitiram que os países
tes causadas pela malária, reflectin- e adaptação e, ao mesmo tempo, ga- resolvam mais eficazmente os estran-
do os piores cenários previstos no rantir que a África assume este de- gulamentos e impulsionem mais ac-
início da pandemia de COVID-19. safio e contribui com recursos adi- ção. O relatório apela ao lançamento
Além disso, é necessário um finan- cionais necessários para acabar com acelerado das campanhas nacionais
ciamento anual adicional de 5,2 mil a doença de uma vez por todas. O “Malária Zero Começa Comigo”,
milhões de dólares para que o conti- relatório reconhece os investimentos que ja conta com s 29 países parti-
nente registe progressos na elimina- a longo prazo e os esforços heróicos cipantes. A criação de Conselhos e
ção, permitindo que os países imple- envidados pelos países, parceiros Fundos multissectoriais nacionais pa-
mentem plenamente os seus planos e profissionais de saúde comunitá- ra o Fim da malária e das DNT é cru-
estratégicos nacionais. Os Estados- rios em toda a África na luta contra cial para a defesa, acção, mobilização
Membros, em colaboração com os a malária. Apesar disso, o continen- de recursos e responsabilização. Estes
parceiros multissectoriais nacionais te africano continua a suportar um conselhos já mobilizaram mais de 50
e internacionais, devem agir rapida- enorme fardo, com 94% de todos os milhões de dólares em África em ape-
mente para colmatar estas lacunas casos de malária (233 milhões de ca- nas 7 países até à data, enquanto 15
e financiar integralmente os planos sos) e 95% de todas as mortes cau- países estão a trabalhar para lançar os
estratégicos nacionais para o com- sadas por esta doenca (580 000 mor- seus conselhos e fundos em 2024.
bate a malária. O relatório salienta tes). As crianças são as mais afecta- Finalmente, a recente certifica-
igualmente a ameaça cada vez mais das, sendo que cerca de 78% do to- ção da República de Cabo Verde pe-
presente das alterações climáticas tal das mortes causadas pela malaria la OMS como nação livre da malária
para a saúde, incluindo a malária e na região afectam crianças com me- é um testemunho do que pode ser al-
as doenças tropicais negligenciadas. nos de cinco anos. “As ferramentas cançado em África com e acção co-
A África, que contribui com apenas existentes estão a enfrentar a amea- lectiva e compromisso inabalável.
4% das emissões globais de carbono, ça da resistência. Para voltarmos REDACÇÃO
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NGANI - Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024 P13

CULTURA
ou
Reportagem fotográfica do Lançamento do livro
https://t.me/+aiUINJnbXRg0ODM0
“Moçambiquero-te: Literaturas, culturas e ou-
tros textos”, de Sara Jona Laisse
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NGANI - Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024

CULTURA
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ou
Autoridades de Majune esforçam-se
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para
imortalizar primeira Rainha Achivanjila
As autorida- concretização da efeméride coin-
cide para com o período de sua
des governamen- morte, num ano que não nos foi
referenciado. Até hoje (26/02) a
tais no distri- cerca de 2 meses para o 1º festival
acontecer, Victor Levene afirmou
to de Majune, no que o seu grande “inimigo” ago-
Niassa, em parce- ra é o tempo. Porém, defendeu es-
tar-se preparado para que a mis-
ria com os execu- são não venha a falhar ou a sofrer
alguma alteração de data e o cus-
tores do Projecto to indicativo para a realização do
evento, actualmente é de cerca de
social denomina- um milhão e duzentos mil meti-
cais (1.200.000MT) e que há boas
do Soosiva, es- respostas para o efeito por parte
tão árdua e mu- diversos intervenientes.
Entretanto, segundo o admi-
tuamente a con- nistrador distrital de Majune,
o 1º Festival sobre a Rainha
jugar esforços vi- Achivanjila contará com a movi-
mentação de cerca de mil pessoas
sando imortali- provenientes de vários pontos
Mesa de Honra

zar os feitos da geográficos da província e não só

e que por se tratar de uma acção
falar acerca dela como alguém em Malila seja realmente aqui-
que deu o seu contributo na lide- lo que nós esperamos para imor-
primeira Rainha a começar, os organizadores evi-
rança feminina no tempo colo- talizar os feitos de Achivanjila.
tam demonstrar aventuras que se
Achivanjila du- podem considerar como alto grau
nial”, referiu Levene.
O director do Projecto Soosiva
Pretendemos criar um cenário tí-
pico da aldeia. Vamos voltar há
para que não venha a perturbar as
rante a era de co- expectativas de todos.
e chefe da equipa organizado- 80 anos. Estamos também a fina-
ra do 1º Festival da primeira lizar a questão da mobilização de
lonização por- Assim, primeiramente
prevê a presença da escritora
se
Rainha Achivanjila, Fanequisso apoio que no nosso pensar, sozi-
Maurício, disse, na ocasião, que nhos, torna-se um pouco difícil”,
tuguesa no país, Paulina Chiziane e que, a par-
o seu órgão recebeu este desa- argumentou o director Maurício.
tir do Instituto de Investigação
com recurso a pro- Sociocultural (ARPAC), esforços
fio de imortalizar os feitos da
1ª Rainha Achivanjila, tendo-se
O Régulo de Malila, Samuel
Kalua, em nome da população,
estão sendo feitos de modo a con-
moção do primei- vidá-la a fazer parte. Fora disso,
percebido que é possível a pro- disse que toda a comunidade es-
víncia do Niassa realizar um fes- tá expectante na realização do
ro Festival sobre vários outros eventos irão marcar
os dois dias de realização do 1º
tival com recursos locais e com 1º Festival da primeira Rainha
apoio dos restantes parceiros. Achivanjila mercê dos seus feitos
ela, de 26 a 27 de Festival da Rainha Achivanjila,
desde as múltiplas danças tradi-
Também, à semelhança das pa- durante o período de colonização
Abril próximo. cionais local e músicas com auto-
lavras do administrador distrital
de Majune, apesar da escassez do
portuguesa no país e que todos
que vierem, bem como aos locais,
res da província, para além de es-

O
administrador do
distrito de Majune,
Victor Levene, dis-
se, na última segun-
da-feira (19/02), em conferên-
cia de imprensa havida na cida-
de de Lichinga, que a realização
do 1º Festival da primeira Rainha
Achivanjila tem em vista reactivar
os seus feitos para que ela seja for-
temente conhecida, não só ao ní-
vel da província do Niassa, mas
também em todo o Moçambique
e que a escolha da data para a
tempo para o 1º Festival sobre os serão mobilizados para, de princí-
tórias, da gastronomia e do teatro,
feitos da 1ª Rainha Achivanjila, pio ao fim, criarem ambientes con-
esperando-se almejar um grande
Fanequisso Maurício assegura dignos para o convívio de modo a
ganho cultural, pois a população
que o acto não irá sofrer qual- estimular para promoção em futu-
está informada e tradicionalmen-
quer alteração para com o tempo ras vezes. “Nós, em Malila, esta-
te preparada para acolher o acto.
estipulado para realização da ce- mos prontos para receber porque a
“Nós esperamos um grande
rimónia e, neste exacto momen- Rainha Achivanjila fez muita coi-
ganho cultural. Esperamos que
to, segundo suas palavras, já fo- sa. Hoje, o Governo disse ‘vamos
as outras gerações vindouras te-
ram criadas as ferramentas pri- lembrar a Rainha Achivanjila’.
nham domínio sobre quem é foi
meiramente necessárias, sobretu- Todo Malila está feliz. Nós, a lide-
a primeira Rainha Achivanjila. É
do para área de comunicação. rança, gostamos. Esses dias serão
uma história que não deve mor-
“Serão dois dias onde teremos bonitos em Malila”, disse o Líder
rer. É uma história nós queremos
muita vibração de energia positi- Comunitário de Malila.
tirar do caderno para a prática e
va. Vamos juntos fazer com que
todas as gerações começarem a
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ou
OS ÓCULOS DO DIABO
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AFONSO ALMEIDA BRANDÃO
E se fossemos todos ao circo?
H
á mais de quarenta
anos era este o apelo
lançado pela icóni-
ca banda portuense,
homónima da letra, ainda que a si-
gla se refira ao Grupo Novo Rock.
Quatro décadas volvidas, às por-
tas do centenário abrilense e face à
evolução das forças de segurança,
provavelmente carecia de actualiza-
ção. Vem ser um PSP ou, preferen-
cialmente, vem ser um PJ, seria um
excelente mote de recrutamento
para a investigação policial, substi-
tuindo, como se impõe, a expressão
“uma farda e um boné”, por “via-
gens à Madeira”.
Ridículo todo o aparato criado
à volta da detenção de TRÊS (sim,
leu bem, três) indivíduos. Mais de
uma centena de operacionais do
continente, aviões fretados à Força
Aérea, camionetas à espera da
trupe e hotéis para o pessoal, pa-
ra trazer TRÊS sujeitos à Capital.
O Ministério Público mais parece
uma agência de viagens e, contas
feitas, o prejuízo que esses melian-
tes alegadamente terão dado, não
deve dar para pagar os custos da in-
vestigação. Às viagens bem podia o
MP juntar o pacote estadia (já só fi-
caria a faltar o aluguer de viatura),
na medida em que, pelo menos, des-
de a detenção de Luís Filipe Vieira,
se habituou a deixar os detidos nos
calabouços por vários dias. Foi as-
sim na Operação Influencer e (de-
ve ser pacote premium!), assim o é
com a malta da Madeira, detida há
mais de uma semana. Há propostas
de viagens às Caraíbas que duram
menos tempo…
Mas o tempo aprimora a quali-
dade do serviço e, nesta operação,
até curou de avisar os jornalistas de
véspera para que pudessem fazer
uma reportagem fotográfica com-
pleta. Parece aquelas cenas dos par-
ques temáticos em que a malta está
tranquila a andar na montanha rus-
sa e quando sai leva com um álbum
de fotografias em que está sempre
com cara de parvo!!!
Ora, com esta regra do primeiro
detém-se e depois logo se vê, se
Sócrates fosse detido hoje teria tem-
po para tirar o curso de Engenharia
enquanto aguardava para ser ouvi-
do pelo Juiz.
E se o Ministério Público foi de
avião, Montenegro andou, mais
uma vez, a ver balões… Deixar
que fosse Miguel Albuquerque a
gerir os timings do processo, é de
amador. Teria, obviamente, de for-
ma concertada com aquele, de ser
o líder do partido, a “impor” as
condições, brilhando no momen-
to em que a decisão fosse anun-
ciada. E, embora não releve, nem
seja uma decorrência da condi-
ção de arguido, só lhe ficava bem
“destituir” Albuquerque na Mesa
do Conselho Nacional, já que ne-
nhum deles capitaliza e o sinal
dado seria inequívoco. Não que
exista paralelismo com a demis-
são do «Metralha» Costa — en-
tendo que as circunstâncias são
completamente diferentes e, reite-
ro, aquele não se demitiu por es-
tar a ser investigado num proces-
so crime, mas pela descoberta de
dezenas de milhar de euros num
armário do seu chefe de gabine-
te — certo é que a mesma abriu
um precedente grave que, a man-
ter-se, levará a que os titulares de
cargos políticos que sejam consti-
tuídos arguidos, se devam demitir.
Coisa que o PS nunca praticou e
ainda hoje não pratica. Fala, exige
aos outros, mas nomeou Galamba
Vamos ao circo?
para Ministro quando este era ar-
guido e mantém a confiança polí-
tica e Eduardo Vítor Rodrigues em
funções na Câmara de Gaia, mes-
mo depois de este ter sido conde-
nado… Rui Sinel de Cordes acaba
por ser um menino no humor ne-
gro, quando comparado com Paulo
Cafôfo. Este exige a demissão ime-
diata de Miguel Albuquerque
por ter sido constituído arguido
e anuncia que está pronto para li-
derar o Governo da Madeira, ape-
sar de ser arguido… Digam lá se
não é brilhante? Ah!, Cambada!!!
Como vender banha da cobra
ainda não constitui crime, Pedro
Nuno Santos está, para já, a salvo!
Prometer aumento do salário mí-
nimo e médio para valores muito
próximos dos que o Chega propõe,
não é populismo, é governação res-
ponsável. Jurar que vai recuperar
o tempo integral dos professores e,
posteriormente, estender ao resto
da função pública, não é populismo,
é reposição de direitos. Assegurar
que vai eliminar as portagens nas
SCUTS no Algarve e no interior
do país, meses depois de ter chum-
bado uma proposta do PSD para
reduzir aquelas taxas, não é popu-
lismo, é coesão territorial. Garantir
que vai resolver a questão dos mé-
dicos, das listas de espera e das ur-
gências, não é populismo, é justiça
social. Já só falta prometer a redu-
ção das gravidezes para seis me-
ses, encontrar a Maddie Mccann e
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o Benfica campeão sul americano.
Enfim, o céu é o limite, mas as per-
guntas difíceis têm sempre os mes-
mos destinatários e ao que parece
o populismo só existe à direita…
Por último, duas notas
Nos Açores antecipa-se uma (no-
va) vitória de Bolieiro. Sem maio-
ria que lhe permita governar, sem
ser com o Chega, seja no Governo,
seja com um acordo parlamen-
tar. A solução contaminará, segu-
ramente, as eleições legislativas.
Montenegro não terá vida fácil pa-
ra explicar o resultado. Houvesse
um pingo de inteligência e argúcia
política em quem o acompanha e
aconselha e este viria ainda hoje
(já ontem seria tarde!) garantir a
total autonomia e independência
aos governos regionais na compo-
sição dos elencos legislativos. É co-
mo ter apenas uma mísera folha de
papel higiénico após uma diarreia.
Não resolve, mas sempre ajuda…
Na Madeira a fava calhou a
Marcelo. Fica em suspenso, por
força constitucional, até Março,
altura em que uma dissolução já
pouco ou nenhum sentido fará!
Mas, também ele, está refém da so-
lução que preconizou…
Neste hospício que é a (des)go-
vernação em Portugal, vamos ao
circo? Pode ser que o MP tenha al-
gum pacote em conta…
Ah! Cambada!!!
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